LISTA DE PERSONAGENS
Eram onze e meia da noite e a chuva atrapalhava minha visão enquanto dirigia sem rumo pela estrada de mão dupla. Os faróis dos carros que passavam por mim faziam meu rosto refletir no retrovisor deixando que enxergasse as manchas roxas e verdes próximas ao meu olho direito, marcas que desejava esquecer, marcas de que precisava fugir, mas marcas que mostravam que ali refletida naquele retrovisor estava uma sobrevivente.
Liguei o radio procurando esquecer minha vida, mas parecia que nem mesmo as músicas me deixariam em paz. A voz era conhecida, Rihanna cantava o refrão da minha vida.
“Vai ficar aí parado me vendo queimar, está tudo bem por que eu gosto do jeito que dói. Vai ficar aí parado me ouvindo chorar, está tudo bem por que eu amo o jeito que mente. Eu amo o jeito que mente.”
Desculpe minha falta de educação, meu nome é Volturi, Volturi vem do meu ex-marido. Chega a ser engraçado como mesmo depois de tudo ainda uso seu sobrenome, mas o problema é que sempre gostei desse sobrenome mesmo que o dono dele seja um desgraçado! Sim, eu fui casada até pouco tempo atrás. Casada é uma palavra bonita para o que vivi nesses últimos três anos, inferno seria a palavra mais correta para a situação se analisarmos melhor.
Mas o meu inferno acabara no momento que entrei naquele carro saindo sem rumo pela estrada, estava na hora de recomeçar minha vida e tentar recuperar o tempo perdido ao lado daquele psicopata. Os flashes teimavam em aparecer contra a minha vontade atormentando inconscientemente o que restava de mim.
“- Aonde você vai? – ele gritava me seguindo pela casa completamente bêbado.
- Para um lugar que não tenha que agüentar sua bebedeira! – rosnei as palavras de volta, farta de viver o mesmo inferno todos os dias.
- Você é minha mulher, não vai a lugar algum! – ele gritou me puxando pelos cabelos jogando-me com toda sua força no chão chutando-me em seguida.”
Aquilo acabara de agora em diante seria uma mulher livre para viver minha vida como bem entendesse, para aquele inferno eu nunca mais voltaria. Nunca mais!
Onze meses depois...
Reserva Quiloute, 20/08/10, 15h23min.
- E aí bonitão não vai almoçar hoje? – Emily me perguntou entrando na oficina.
- Se Sam descobrir que está me chamando de bonitão vou perder o sócio e você o marido! – brinquei fechando o capo do carro que estava concertando.
- Jacob você pode ser bonito, mas ele é bem mais! Além que você não serviria para levar uma vida normal de casado. – ela continuou tripudiando de mim rindo ao mesmo tempo.
- Falando no diabo. – soltei apontando com a cabeça para a porta enquanto Sam entrava na oficina e eu tentava limpar minhas mãos da graxa.
- Falando de mim? – Sam perguntou abraçando Emily e depositando um beijo em sua cabeça.
- Estava dizendo para o Jake que ele pode ser bonito, mas igual a você não existe querido! – Emily brincava nos fazendo rir.
- Ok para mim já deu pombinhos! Estou indo almoçar. – disse colocando minha regata e indo em direção da porta.
- Jake, onde está o Embry? – Sam me perguntou ainda abraçado a Emily.
- Adivinha! – respondi rindo, o único lugar que o Embry ficava quando não estava na oficina era atrás da Leah.
Atravessei a rua e andei até a lanchonete M’s a poucos metros de distância da oficina, a lanchonete era de Emily e também a melhor de toda reserva Quiloute.
Entrei fazendo o sino da porta tocar avisando minha chegada indo me sentar no mesmo lugar de todos os dias, como previa Embry estava no balcão tentando pela milésima vez convencer Leah a sair com ele.
- Ah Lee vamos vai ser legal! Disseram que esse filme é muito bom! – ele insistia fazendo sua melhor cara de conquistador.
- E aí gente! – cumprimentei indo me sentar.
- Oi cara! – ele soltou sem muito animo.
- Oi Jake! Embry você sabe o que significa a palavra “não” ou vou ter que expressar toda minha negatividade socando sua cara? – Leah rosnava para Embry, mal humorada como sempre.
A lanchonete de Emily era simples e pequena, porém muito aconchegante. Normalmente os turistas adoraram passar por aqui por causa da decoração indígena e das histórias dos homens-lobos, segundo as histórias dos nossos antepassados a tribo Quiloute descendiam dos lobos e os homens da tribo podiam se transformar para proteger nosso território.
Meu pai adorava contar essas histórias para nós quando éramos pequenos, é uma pena que hoje ele não esteja mais aqui para continuar a contar para as crianças da tribo. Billy Black morreu já faziam três anos por causa da diabete, foi difícil para mim perde-lo assim tão cedo, sempre pensei que quando tivesse filhos ele estaria ali para contar as lendas para os netos. Infelizmente isso não aconteceria!
- Boa tarde Jake. Vai querer o de sempre? – Malika perguntou me despertando.
- Olá Malika. Sim, pode ser o de sempre. – assenti ainda um pouco distraído.
- Fala. – Leah disse se sentando na minha frente.
- O que? – me fiz de desentendido.
- Jacob eu sei que você está assim por que eles voltaram. – ela insistiu totalmente inconveniente.
- Leah não comece. – tentei desviar do assunto.
- Ela se casou faz três anos e você continua assim, Bella nunca amou você como merecia ao invés disso preferiu aquele branquelo sem sal tanto quanto ela! Fiquei até sabendo que eles tem uma menina de dois anos. – Leah dizia parecendo querer me deixar pior do que já estava.
- Agora você decidiu que vai ser minha conselheira amorosa? Posso ficar mal por Bella ter casado com Edward, mas não fiquei amargo como você por ter sido abandonado no altar. – falei nervoso.
A expressão de Leah mudou colocando uma máscara dura tentando esconder sua dor, infelizmente seus olhos a denunciavam brilhando pelas lágrimas mal vindas que se formavam. Não tive como concertar o que havia dito antes dela se levantar saindo correndo da lanchonete.
- Leah! Droga! – soltei batendo a mão na mesa.
- Esquece Jake ela vai ficar bem. Depois eu falo com ela. – Embry disse sentando no lugar que ela estava.
- Fui muito duro Embry. Leah é minha amiga e estava apenas tentando me ajudar, não precisava dizer aquelas coisas para ela. – admiti arrependido. – Sei como ela fica quando falamos do Sam. Faz tanto tempo quanto Bella e não é nada fácil para ela.
- É eu sei. Pelo menos agora ela perdoou Emily, está até vindo aqui na lanchonete ajudar na administração. – ele tentou me animar.
- Pode até ser, mas mesmo assim depois vou falar com ela, não quero ficar brigado com ela justo agora. – ponderei voltando a comer meu almoço.
Depois de almoçar fui para Forks comprar algo para Leah, isso sempre funcionava quando brigávamos. Se fosse alguns anos atrás ela poderia morrer que não estaria nem aí, mas hoje era completamente diferente.
Nós tínhamos nos tornado muito próximos depois que Sam rompeu com ela para casar com sua prima Emily e Bella se casar com Edward e ir morar em Londres. Compartilhávamos a mesma dor de ser abandonados e trocados por quem amávamos. É... vida às vezes é engraçada!
No começo acharam que iríamos ficar juntos, mas no quesito romance somos totalmente incompatíveis nos restando apenas a pura e verdadeira amizade.
Chegando a Forks fiquei indeciso no que comprar como pedido de desculpas, talvez se comprasse chocolate ela se acalmaria, mas como a conheço perguntaria o porquê estava tentando engordá-la ainda mais! Vai entender essas mulheres! Uma flor seria melhor, Leah adorava lírios, acho que amoleceria a fera o suficiente para ela não querer arrancar meu órgão reprodutor.
Estacionei a moto e fui andando até a floricultura que não ficava muito longe dali, quem sabe quando ela se acalmasse poderia até tentar ajudar Embry em convencê-la a sair com ele. Tenho que admitir que Embry era mulherengo, mas sempre teve uma queda por Leah e a meses tem tentado sair com ela, essa é a primeira vez que ele insiste tanto para sair com alguém. Normalmente acontece o contrário. As meninas da aldeia se derretem só de ouvir seu nome, admito que não sei o que viram nele talvez seja o jeito de bad boy que ele finge ter!
Entrei na floricultura me arrependendo meio segundo depois, Bella está lá ao lado de Alice conversando e rindo totalmente descontraída. Tentei dar meia volta, mas já era tarde demais a ouvindo chamar meu nome.
- Jake! – Bella exclamou vindo em minha direção.
- Oi Bella, não sabia que tinha voltado. – menti tentando arranjar uma desculpa para sair dali o mais rápido possível.
- Chegamos no fim de semana, Edward veio trabalhar com Carlisle no hospital. – ela falava sem perceber o quanto me fazia mal estar ao seu lado. – Tinha pensado em fazer uma surpresa para você no sábado, mas nos encontramos antes.
- É uma pena, digo, a surpresa. – tentei concertar sem muito êxito.
- Você veio comprar flores? – Alice perguntou vendo o clima estranho que havia se instalado.
- Eu? Vim comprar lírios para Leah, são os preferidos dela. – respondi para Alice sem tirar os olhos de Bella.
Era engraçado como mesmo depois de tanto tempo conseguia sentir alguma coisa por ela. Bella estava mais linda do que nunca, seus olhos continuavam tão profundos e quentes que me fez lembrar o tempo que ainda éramos amigos.
- Flores para Leah? –Bella e Alice falaram ao mesmo tempo.
- É um pedido de desculpas. – deixei escapar. – Fiquei sabendo que agora você é mãe. – disse para Bella tentando disfarçar meu desconforto.
- Sou, o nome dela é Reneesme. – ela contava orgulhosa enquanto pegava mais flores junto com Alice.
- Ela é a coisinha mais linda e o mais importante já tem um senso de moda muito melhor que a mãe! – Alice falava subindo a voz um oitavo.
- Não comece Alice! – Bella reclamou envergonhada.
- Tem coisas que nunca mudam. – confessei as vendo como se fosse há cinco anos.
- Concordo com você Jacob! Mesmo com todas as minhas aulas sobre o mundo da moda Bella continua querendo regata branca e calça jeans, pelo menos a filha vou conseguir salvar! – Alice tagarelava balançando as rosas de sua mão.
- Ignore o que Alice diz. Olhe Jake esses lírios estão lindos! Leve-os para Leah. – Bella falou me entregando um buquê para a funcionária da floricultura. – Vocês estão juntos? – ela perguntou fingindo desinteresse, mas como sempre Bella nunca foi boa em mentir ou disfarçar.
- Não. Nós nunca daríamos certo, Leah é muito explosiva, fora que para mim ela é praticamente um homem. – disse rindo andando em direção do caixa.
- Então por que as flores? – Alice perguntou curiosa.
- Acabei falando o que não devia.
- Sam Uley. – Bella afirmou sem graça, me fazendo confirmar com a cabeça.
- Bem meninas eu tenho que ir, não posso deixar a oficina sozinha por muito tempo. – menti arrumando uma desculpa para ir embora.
- Mande um beijo para todos. – Bella disse tensa, provavelmente lutando internamente para dizer outra coisa.
Acenei me despedindo com o buquê nas mãos, precisava sair o mais rápido dali. Não estava preparado para encontrar Bella depois de tanto tempo, mesmo depois de três anos sentia que ainda a amava e definitivamente não estava pronto para sentir seu cheiro ou muito menos ouvir sua voz.
Estar do lado de fora pelo menos ajudou a dissipar o aroma de seu perfume, mas não facilitou quando a ouvi vir atrás de mim.
- Jacob... – ela me chamou saindo da floricultura, me fazendo virar para olhá-la. – Queria que soubesse que senti sua falta. – ela continuou enquanto se aproximava mais de mim.
- Também sentia a sua Bella. – falar isso fez meu coração doer mais do que imaginava.
- Será que podemos voltar a sermos amigos como antes?
- Me desculpe Bell’s, mas nunca mais seremos como antes. Simplesmente não consigo, mas não significa que não podemos tentar um novo começo. – disse sinceramente, por mais que a amasse não conseguiria deixar de ser seu amigo.
- Obrigada! – ela disse com os olhos marejados.
- Mamãe! – ouvi uma voz aguda a chamar atrás de mim.
Virei para olhar quem era e vi uma criança de cabelos avermelhados correr na direção da Bella. A menina era simplesmente linda, parecia aquelas crianças de catálogo de roupa infantil, Renesmee assim como a Bella disse era a mistura perfeita de Edward e ela, porém o mais me chamou atenção foram os olhos castanhos chocolate como os da mãe tão misteriosos quanto!
- Ela é linda Bell’s! – elogiei a menina que já estava no colo de Bella.
- Obrigada. – Edward respondeu atrás de mim antes que Bella falasse algo. – Tudo bom Jacob? – ele continuou andando em direção da Bella.
- Tudo, mas vejo que você está melhor. Médico conceituado, casado, com filhos. – disse vendo tudo o que poderia ter sido meu um dia. – Desculpe, mas tenho que ir.
Sai de lá sem esperar que eles se despedissem, meu peito estava apertado, toda a dor que sentira ao presenciar a mulher que amava casar com outro voltava pulsante em meu corpo.
Andei pelas ruas totalmente desnorteado, será que era pedir demais poder viver minha vida sem a presença dela? Pelo menos longe, sem vê-la todos os dias, conseguia aplacar a dor que estava sentindo agora.
Quando dei por mim já estava escurecendo, Sam devia estar uma fera por ter deixado-o sozinho o resto do dia. Suspirei e decidi voltar até onde havia deixado minha moto.
Andei de volta pensando no que acontecera na minha vida até hoje, Bella tinha razão ao ter escolhido o branquelo rico invés de mim. Nunca poderia oferecer o que ele lhe dava, somente o amor, mas e o resto? Percebi que aquela sempre fora uma guerra perdida antes mesmo de começar. Suspirei fechando os olhos, completamente derrotado.
- Aí! – ouvi enquanto meu corpo se chocava com outra coisa.
Quando abri os olhos tive uma visão dos céus! Não havia outra maneira de descrevê-la, era um anjo maravilhoso. Ela tentava levantar enquanto pegava vários papéis que tinham se espalhado pelo chão.
- Me desculpe! Eu não vi você! – tentei me desculpar enquanto a ajudava a pegar os papeis.
- Eu que peço desculpas, estava olhando os mapas que não vi você passar. – ela explicou guardando os mapas na bolsa. Ficamos frente a frente em pé e então pude observá-la melhor, em minha vida nunca tinha visto ninguém tão bonito quanto ela.
Comecei olhando-a de baixo para cima, usava botas pretas sem salto por cima de uma calça branca justíssima que demarcavam muito bem suas curvas, regata preta decotada por baixo de uma jaqueta curta de couro que mostrava a pele rosada, seu corpo era esguio, porém não menos curvilíneo.
Seus cabelos eram pretos e ondulados indo até um pouco acima da cintura, então olhei para o rosto que era simplesmente perfeito e cheio de expressão, a boca bem desenhada e dotada de lábios carnudos, nariz fino e os olhos eram a melhor parte dela. Nunca havia visto olhos tão azuis quanto os dela, tão vivos, selvagens e misteriosos.
- Desculpe, mas você poderia me devolver? – ela perguntou me despertando do transe.
- Ah isso? Pegue. – falei entregando os mapas.
- As flores são bonitas. – ela sorriu guardando o resto dos papeis.
- São para uma amiga. Meu nome é Jacob Black. – expliquei rapidamente antes que ela achasse que fossem para minha namorada.
- Sua amiga tem sorte, Jacob Black. – disse já se desviando para continuar seu caminho.
- Espere você não me disse seu nome! – falei rapidamente antes que ela desaparecesse.
- Desculpe, mas minha mãe me ensinou a não falar com estranhos. – ela soltou sorrindo sem parar de andar.
- Mas eu me apresentei. Você é nova na cidade? – perguntei tentando descobrir algo sobre ela.
- Foi um prazer Jacob Black. – ela gritou já do outro lado da rua. Deus! Que mulher era aquela?
Forks, 22/08/10, 9:00am.
Fazia dois dias que estava nessa cidade, era um lugar bonito cheio de verde por todos os lados. Uma cidade pequena e tranqüila exatamente o que procurava, principalmente por ser longe o suficiente para não ser encontrada fora que ainda havia a possibilidade de escapar para o Canadá se precisasse.
Entrei na cafeteria sentando no balcão pedindo um pedaço de torta e um café, se quisesse me estabelecer aqui precisaria arrumar um emprego minhas economias estavam se esgotando e para ser sincera estava cansada de fugir e inventar nomes. Ah como gostaria de ser apenas eu novamente! Daria tudo para poder voltar no passado e desfazer tudo!
A cafeteria estava cheia, mas ainda parecia aconchegante era engraçado como me sentia bem aqui, algo que não acontecia há muito tempo talvez pelo o que aconteceu dois dias atrás. Jacob Black era seu nome e foram apenas alguns minutos, mas aquele homem mexeu comigo de um jeito que não acontecia há anos.
você precisa se focar não se pode dar ao luxo de sentir nada por enquanto que a situação estivesse desse jeito, pensei me recriminando.
- Eu sei... mãe o Jacob é bem grandinho, ele vai saber se cuidar! – ouvi uma mulher falar no celular se sentando o meu lado. – Nós já conversamos e mesmo assim ele quer continuar amigo daquela vaca sem sal... claro que eu falo, Bella é uma vaca!
Não consegui evitar em prestar atenção na conversa da mulher que sentara ao meu lado o nome dele chamou atenção. Seria muita coincidência que fosse a mesma pessoa meu corpo corroia por dentro devido à curiosidade, mas tinha que me manter discreta.
Ficar nesta cidade seria um erro se continuasse a me sentir assim em relação a aquele homem. Sabia apenas seu nome, mas isso já era suficiente para tirar meu sono nesses dois dias.
- Ele me deu lírios esses dias... é... pedido de desculpas... – ela continuou conversando com quem parecia ser sua mãe. – Ele falou demais... não... eu não quero falar sobre isso!
Então os lírios eram para ela, não poderia ser coincidência ter dois Jacobs na cidade comprando lírios para a amiga dois dias atrás. Olhei discretamente para a mulher que tomava café ao meu lado, ela estava usando um terno branco com uma bermuda destacando ainda mais sua pele morena, seu cabelo era curtíssimo em um tom avermelhado obviamente tingido e os olhos amendoados.
Claramente podia-se notar o quanto ela era bonita possuída de uma personalidade forte pelo pouco que havia ouvido de sua conversa com a mãe, não era possível que fosse apenas amiga de Jacob com toda certeza ele havia mentido para mim.
Precisava ir embora dessa cidade, estava me envolvendo mesmo antes de me estabelecer realmente neste lugar e isso não era nada bom!
Deixei o dinheiro no balcão saindo da cafeteria disposta a ir embora de Forks ainda pela manhã, talvez se saísse agora poderia chegar hoje mesmo no Canadá.
Fui para o hotel arrumar minhas malas, meu peito estava apertado pela saudade em ouvir sua voz. Deitei na cama olhando para o teto procurando por imperfeições na madeira.
“- Mamãe! Mamãe acorda! – dizia enquanto balançava meu braço.
- Meu amor está muito cedo ainda. – resmunguei me virando para olhá-la melhor.
- Mas você prometeu que iríamos à praia hoje! – ela falou emburrada sentando com os braços cruzados. Tinha que admitir que ela ficava linda quando estava brava.
- Sei que prometi e nós vamos bravinha! – disse brincando enquanto fazia cócegas em sua barriga me deliciando com suas gargalhadas.
- Não mamãe! Não! – ela gritava rindo tentando se soltar de mim.
- Vamos diga! – soltei rindo fazendo mais cócegas.
- Eu amo você mamãe! – disse olhando em meus olhos.
- Também te amo narizinho! – sussurrei parando com as cócegas e beijando sua bochecha.”
Não percebi as lágrimas que escorriam esquentando meu rosto, quando será que esse inferno iria acabar?
Estava colocando a última mochila no banco traseiro decidida a ir embora dali, por mais que quisesse não poderia firmar raízes em um lugar enquanto as coisas com Demitri estivessem nesse estado.
Dirigi saindo de Forks em direção do Canadá, não demorou muito para ver uma placa indicando a reserva indígena Quileute, tinha ouvido falar que havia ótimas praias. Meu coração doeu em resposta fazia um mês que não ouvia a voz dela e a saudade estava apenas piorando minha situação, talvez se fosse a praia poderia ajudaria um pouco.
Fiz o retorno na pista e segui em direção da entrada para a reserva, definitivamente gostava daquele lugar para onde olhava via um mar verde cheio de vida deixando o ar ainda mais úmido e acolhedor. Seria uma pena ter que ir embora, mas não poderia ficar e me deixar envolver com o quer que fosse principalmente o nome que martelava em minha cabeça; Jacob Black.
Tive que parar algumas vezes para me informar sobre a localização da praia e não demorou muito ouvi o barulho das ondas quebrando nas pedras. Estacionei o carro perto dali e fui andando em direção da areia sentindo as borboletas rodopiarem em meu estômago.
Era um lugar muito bonito seria até mais se houvesse sol, porém o sol não era algo próprio de Forks. A praia estava deserta provavelmente por ser um dia comum de trabalho o que para mim era melhor passaria por aqui sem deixar vestígios.
Tirei as sapatilhas andando descalça pela areia branca e levemente macia. Andava devagar me deliciando com cada passo que dava, com a brisa do mar acariciando meu rosto.
- Sinto saudades suas, narizinho! – suspirei fechando os olhos para ouvir o barulho das ondas.
sempre adorou o mar, nunca ficamos mais de uma semana sem ir à praia. A única vez que isso aconteceu adoeceu ficando de cama com febre o médico havia dito que a febre foi causada pela ansiedade então sempre que podíamos íamos até a praia.
Abri os olhos e mesmo sabendo que eram apenas lembranças brincando com ele eu a vi na areia, correndo de um lado para o outro brincando com as ondas. Seu cabelo negro como o meu balançava contra o vento, podia ouvir as gargalhadas preencherem o silêncio do meu coração. Risos que nunca esqueceria e que um dia teria de volta!
- Vou buscar você eu prometo! – fiz uma promessa a mim mesma, não importa quanto tempo demorasse ou como faria, mas eu teria minha filha de volta!
Sentei na areia e fiquei parada me apegando nas nossas lembranças dos momentos felizes ao seu lado. era a única coisa boa que tinha me acontecido no inferno em que vivia e era a ela em que me agarrava para não acabar de uma vez por todas com meu sofrimento.
Demitri sempre me disse que a minha liberdade era a morte, confesso que muitas vezes isso passou por minha cabeça, porém todas as vezes que tentava fazê-lo o rosto dela vinha em minha mente me dando forças para continuar a viver.
Sequei a lágrima teimosa que escorria por minha bochecha e levantei precisava ir embora logo se quisesse chegar ainda hoje no Canadá.
Voltei para o carro ainda com as sapatilhas na mão, quando chegasse lá tentaria me estabelecer, arrumar um emprego e quando tivesse dinheiro suficiente voltaria e arrancaria Mel de Demitri de uma vez por todas!
Dirigi no sentido de volta para a estrada me sentia ansiosa em fazer as coisas acontecerem logo sorrindo na possibilidade de tê-la ao meu lado. Resolvi ligar o rádio para quebrar o silêncio de estar sozinha há tanto tempo. Dirigia um opala cupê bege ano 75, era um carro velho, mas foi o que consegui trocar com o carro que havia roubado quando fugi.
As estações não sintonizavam corretamente na estrada, tentei arrumar novamente me distraindo por um segundo com o aparelho de som antigo, quando levantei a cabeça novamente era tarde demais.
Tudo aconteceu muito rápido! Um veado estava atravessando a estrada, não consegui frear apenas virei o volante totalmente para a esquerda atravessando a pista indo de encontro com uma árvore próxima ao acostamento.
Quando acordei estava com a cabeça encostada no volante levantei lentamente me sentindo zonza talvez pela batida, abri a porta cambaleando para fora do carro. Examinei melhor o estrago que havia feito.
A frente do carro estava totalmente amassada deixando sair fumaça de dentro do capô e o vidro da frente estava completamente quebrado fora isso não havia mais estragos. Minha cabeça latejava, passei a mão instintivamente e vi que estava sangrando.
- Droga! Não tenho kit de primeiros socorros! – resmunguei enquanto tirava minha jaqueta para estancar o sangue. Entrei novamente no carro tentando inutilmente ligá-lo.
- Ótimo! Sem carro também! – rosnei saindo do carro e andando até a estrada novamente.
Possivelmente alguém passaria na estrada e eu poderia pedir ajuda. Não sei por quanto tempo fiquei parada esperando que uma alma viva aparecesse, só sabia que não podia esperar mais. A fome já estava mostrando sinais, olhei no relógio e vi que eram quatro horas da tarde. Talvez na reserva alguém pudesse me ajudar, pensei decidia a andar até lá.
Andei por meia hora até chegar novamente na entrada da reserva, de carro parecia muito mais perto, mas não me dei por vencida. Um pouco mais a frente pude ver uma senhora sentada na varanda de sua casa tricotando, resolvi perguntar quem sabe ela poderia me ajudar.
- Boa tarde, por favor, a senhora pode me informar se por acaso tem alguma oficina por perto? – perguntei tentando parecer ser simpática.
- Conheço sim se chama B&U fica a dez minutos naquela direção, pode ir que eles são muito bons! - ela respondeu sorrindo fazendo seu rosto mostrar ainda mais as rugas vindas com os muitos anos que aparentava ter.
Agradeci a senhora e andei na direção que ela me indicara, conforme andava as pessoas ao meu redor me encaravam provavelmente pelo estado nada agradável que estava. Tinha visto pelo reflexo de uma vitrine que estava descabelada com sangue seco escorrendo pela testa minha boca estava levemente inchada pelo corte que havia nela fora alguns arranhões possivelmente causados quando o vidro estilhaçou.
Minha cabeça continuava doendo, mas pelo menos o sangue já tinha estancado o que era um bom sinal, aprendi algumas coisas durante o tempo que vivi com Demitri e uma delas era sobre ferimentos, esses sarariam bem rápido. Depois dos dez minutos avistei a placa com o nome B&U a primeira vista parecia ser uma oficina pequena, porém serviria para o momento.
Respirei fundo me arrependendo em seguida sentindo meu corpo dolorido pelo acidente e entrei na oficina. Estava lotada de carros e para minha surpresa não era tão pequena assim, havia três pessoas trabalhando não notando minha presença ali.
- Olá! – disse batendo no vidro da porta que estava aberta. – Meu carro quebrou na estrada e eu precisava...
Não acreditei no que meus olhos viam! Ele saíra de baixo do carro me encarando da mesma maneira de quando nos encontramos na rua dois dias atrás, seus olhos encontraram os meus fazendo percorrer por meu corpo uma corrente elétrica.
- Hum... meu carro quebrou na estrada... – falei tentando cortar o contato visual inutilmente.
- O que aconteceu com você? – ele perguntou parecendo acordar de um transe olhando agora realmente para o estado em que me encontrava.
- Nada de mais, um veado apareceu na estrada eu desviei e bati em uma árvore. – tentei resumir a história olhando para o chão procurando evitar seu olhar.
- Você está sangrando! – Jacob pareceu apavorado por um momento. – Sam traga o kit de primeiros socorros rápido!
- Não precisa estou bem, só um pouco de dor de cabeça por causa da batida, nada demais. – me esquivei colocando novamente a jaqueta na testa tampando o corte.
- Sam o kit! – ele gritou novamente ignorando completamente o que havia dito. – Vem senta aqui. – disse me arrastando até uma cadeira.
- O kit Jake! - um homem bem alto, provavelmente Sam, entregou uma caixa branca para Jacob me olhando espantado em seguida.
- Jacob não preciso de curativos! - rolei os olhos para aquela situação, queria apenas que eles concertassem meu carro e não a mim! – Já disse que estou bem. Será que vocês podem ir ver meu carro?
- Então você lembra o meu nome? – ele perguntou sorrindo ainda mais me deixando sem graça.
- Meu carro Jacob. – insisti tirando a jaqueta da testa.
- Fique aqui cuidando dela que eu vou. – Sam falou pegando uma chave na parede. – Onde seu carro está?
- Perto da estrada a meia hora da entrada da reserva sentido Canadá, mas não está funcionando tentei ligar e não pegou. – expliquei pensando na possibilidade dele ser guinchado.
- Tudo bem eu cuido disso, Embry você vem comigo. – ele falou com o outro homem que estava um pouco mais afastado concertando outro carro.
Eles saíram com um guincho enquanto Jacob cuidava dos meus cortes contra minha vontade, achava um pouco estranho um homem ser tão cuidadoso comigo assim. Se fossem em outras épocas estaria sozinha em meu quarto fazendo curativos e maquiando os hematomas para disfarçar.
- Você não precisa fazer isso, poderia cuidar disso sozinha. – falei olhando para minhas mãos.
- Você é sempre assim tão teimosa? – Jacob me perguntou rindo.
- Uma boa parte do tempo. – respondi com um meio sorriso fazendo meu lábio arder com o movimento. – Aí! – reclamei colocando a mão automaticamente no machucado.
- Me deixe ver esse machucado. – ele falou tirando suavemente meus dedos do lábio. – Não está tão ruim assim, você teve sorte.
- Acho que nem tanto assim. – suspirei incomodada em ter que continuar forçadamente em Forks por mais uma noite.
- Então você não vai me dizer seu nome? – Jacob tentou novamente com um meio sorriso no rosto. – Afinal agora acho que não sou mais um estranho.
- É podemos dizer que você subiu de categoria. – brinquei me perdendo dentro do calor de seus olhos.
- E então? – insistiu voltando a limpar o sangue da minha testa.
O que diria para ele agora? Não queria mentir, sua presença me trazia uma sensação tão boa! Porém se dissesse meu nome verdadeiro seria uma questão de tempo para Demitri me encontrar! Só de pensar nessa possibilidade meu estômago protestou não pela fome, mas pela náusea em vê-lo novamente. Infelizmente teria que mentir.
Já havia inventado tantos nomes que estava sem idéias até que vi uma moto parada mais ao fundo da oficina.
- Aquela moto é sua? – perguntei me esquivando.
- É. Eu mesmo a concertei é uma harley davison. Bonita não? – ele contou observando a moto enquanto eu pensava em um nome. – Você vai continuar protelando para me falar seu nome? – ele brincou voltando a me encarar.
- Eu me chamo Hayley, Hayley . – disse tentando passar confiança na minha mentira, na verdade meia mentira.
- Hayley ... – ele sussurrou olhando fixamente em meus olhos fazendo meu coração martelar dolorosamente em meu peito me arrependendo por mentir, mas haveria outra solução para mim?
Forks, 22/08/10, 18:30pm.
POV
Estava andando de um lado para o outro sentindo seus olhos me seguirem sem dizer absolutamente nada. Depois de insistentemente Jacob cuidar de meus ferimentos ficamos esperando o retorno dos seus amigos Sam e Embry, como ele havia me dito serem seus nomes.
Já tinha escurecido e eles não apareciam com meu carro, se não me bastasse o fato de ter um carro quebrado chovia torrencialmente e não fazia a mínima idéia de onde ficaria esta noite, pois para o hotel que me hospedei em Forks estava longe demais.
- Assim você vai gastar o piso da oficina. – ele disse rindo da minha ansiedade encostado a traseira de um dos carros da oficina com os braços cruzados.
- Por que estão demorando tanto? – ignorei a brincadeira o encarando séria.
- A chuva deve estar atrapalhando. – respondeu dando de ombros parecendo não estar muito preocupado com a demora.
Bufei indo me sentar na cadeira próxima ao carro que estava, por que nada dava certo para mim? Perguntei mentalmente colocando as mãos automaticamente nas laterais do rosto puxando ligeiramente meus cabelos para trás, aquele movimento fez minha cabeça latejar novamente me lembrando dos ferimentos que possuía.
- Então... você é nova na cidade? – ele tentou puxar conversa novamente. – Sabe não sou mais um estranho. Acho que você pode falar comigo agora.
- Estou aqui só de passagem. – disse rindo da forma que falara me encostando melhor na cadeira apoiando minha cabeça na parede gelada.
- Só vai me dizer isso? – ele perguntou com um sorriso travesso no rosto desencostando do carro para se sentar ao meu lado.
- Não. O que mais quer saber?– brinquei tentando relaxar, porém sem dar margem para dizer algo que me comprometesse.
- Está viajando à férias ou à trabalho? Veio de onde? Para onde está indo agora? Quanto tempo você vai ficar? Quer jantar comigo sábado? – Jacob despejou rapidamente todas as perguntas me deixando sem graça principalmente com a ultima.
POV Jacob
Sabia que estava acelerando as coisas, mas não podia perder novamente a oportunidade. Quem sabe quando a encontraria novamente? Vi o sangue subir em direção ao seu rosto mostrando o quanto tinha ficado sem graça com minha investida.
Esperei um tempo para que respondesse, Hayley apenas abria a boca, mas nenhum som saia tentei decifrar as emoções que passavam por seu rosto, porém tudo foi brutalmente empurrado novamente para dentro dela deixando apenas o vermelho do sangue permanecer em seu rosto.
- Uau! Você é bem objetivo! – ela disse com um sorriso no rosto, mas não chegando até seus olhos incrivelmente azuis.
- Algumas vezes é preciso. Então não vai responder? – falei em tom de brincadeira para fazê-la relaxar um pouco.
- Bom... não estou viajando por nenhum dos dois motivos, minha ultima parada foi em Whashinton, estava indo para Vancouver está noite e infelizmente não estarei aqui sábado. – Hayley respondeu a todas minhas perguntas sem me olhar diretamente tentando manter firme a voz o que não me convenceu muito.
- É uma pena eu faço uma macarronada maravilhosa! – disse um pouco desapontado, mas evitando que isso transparecesse na minha voz.
- E você?
- O que tem eu? – perguntei sem entender onde ela queria chegar.
- Qual é a sua história? – ela disse me pegando completamente desprevenido.
- A minha história? – perguntei tentando ganhar tempo.
Hayley apenas balançou a cabeça confirmando parecendo estar satisfeita com a minha reação. O que diria para ela? Não seria muito legal contar que a coisa mais emocionante que aconteceu na minha vida foi ter sido chutado por Bella.
- Isso só vou contar se você aceitar sair comigo. – por fim disse sabendo que na realidade não aconteceria.
Quando parecia que ela iria protestar o barulho familiar do motor tomou conta da entrada da oficina. Sam havia chegado com o guincho e o carro dela que pelo pouco conseguia ver estava em péssimo estado.
- Nossa cara, vocês demoraram! – falei para o Sam enquanto Embry estacionava o guincho na entrada da oficina.
- Foi mais difícil do que tinha pensado, o carter ficou preso num tronco que estava caído no chão. Como estava na descida não dava para puxar direto. – Sam explicou por cima enquanto guardava algumas ferramentas.
- Vocês vão conseguir arrumar até amanhã? – Hayley perguntou subitamente tensa.
- Desculpa moça, mas não é um simples pneu que precisa trocar. – Embry disse entrando na oficina.
- Mas... – ela tentou contestar desistindo logo em seguida.
- Você achou que fossemos arrumar agora? – Sam perguntou um pouco incrédulo.
Não consegui decifrar a expressão que havia no rosto dela, Hayley abriu e fechou a boca várias vezes parecendo tentar conter as palavras que estava na ponta da língua ela apertou o maxilar e sem dizer nada andou até o carro sem se importar com a chuva.
Ficamos observando sem entender enquanto ela pegava sua bagagem que estava no banco traseiro, mais precisamente uma bolsa feminina, uma mochila média e uma mochila própria para trilha.
- Obrigada por terem me ajudado. – soltou enquanto voltava para dentro da garagem. – Mas de qualquer forma não vou ter como pagar pelo concerto do carro. Vendo o estado que está sei que vai sair bem mais caro que uma troca de pneus e muito mais demorado, então acho melhor venderem as peças para um ferro velho. Desculpe o transtorno e espero que o dinheiro das peças paguem por ele.
Não acreditei quando ela virou as costas para nós e começou a caminhar para fora da oficina em direção da chuva. Aquela mulher só podia ser maluca! Corri para alcançá-la junto com Sam e Embry.
- Hayley onde pensa que vai? – gritei no meio da rua completamente ensopado a vendo andar calmamente pela chuva.
- Vancouver Jacob, Vancouver! – ela gritou de volta sem virar apenas acenando com a mão.
- Essa mulher é louca! – Embry falou inconformado voltando para a oficina tentando fugir da chuva.
Olhei para Sam fazendo o pedido mudo esperando que ele entendesse, não podia simplesmente deixá-la ir embora daquele jeito ainda mais com a chuva que estava.
- Anda logo! – ele disse me jogando a chave de seu carro correndo de volta para a oficina enquanto eu sorria correndo para o outro lado da rua até seu carro.
POV
Confesso que aquela foi uma tremenda idiotice sair andando pela chuva, mas não tinha outra opção. Realmente não teria dinheiro para pagar o concerto do carro além que precisava me manter afastada de Jacob para continuar sã.
Estava congelada, mas iria parar apenas quando chegasse a Forks. O dinheiro que tinha daria para me hospedar em um hotel e ir de ônibus para Vancouver fora os outros possíveis gastos que teria quando chegasse lá.
Já estava na estrada quando ouvi uma buzina logo atrás de mim evitei olhar apenas apressando mais meus passos, já estava muito escuro e a estrada continuava deserta. Aqui não era Nova York então provavelmente não deveria ser um tarado, maníaco ou qualquer coisa assim, porém não deveria relaxar.
- Ei! – alguém gritou de dentro do carro ainda buzinando. – Ei! Hayley pare!
Olhei para o lado e vi Jacob dirigindo lentamente um carro que não conseguia distinguir pela falta de luz.
- O que você pensa que está fazendo? – ele me perguntou ligeiramente irritado.
- Estou voltando para Forks e depois vou para Vancouver. – falei calmamente tentando esquecer o frio causado pela chuva.
- E pedir carona seria algo altamente perigoso por acaso? – ele continuou a falar agora visivelmente irritado.
- Talvez. – soltei tentando sorrir para esconder meu nervosismo, na realidade gostaria pela primeira vez poder contar a verdade a alguém principalmente se esse alguém fosse ele.
- Bom você tem duas opções. – Jacob disse finalmente parecendo mais leve.
- Quais?
- Ou você entra com suas próprias pernas dentro deste carro ou eu a arrasto aqui pra dentro. – ele terminou dando um leve sorriso parecendo gostar mais da segunda opção.
- Jacob eu realmente posso me virar sozinha. – disse tentando passar alguma credibilidade debaixo de toda aquela roupa encharcada.
- Se é isso que está acostumada a falar para os outros desculpe, mas comigo não funciona! - falou parando o carro completamente.
- Normalmente não falo com outras pessoas. – respondi seca sentindo a melancolia me atingir novamente.
- Você está falando comigo agora. – ele insistiu olhando fixamente em meus olhos. – Me deixe te ajudar Hayley!
Jacob falou com tanta convicção que por um segundo pensei que realmente pudesse acabar com meus medos. Fiquei parada presa em seus olhos castanhos vendo a verdade transbordar deles.
- Por mais que quisesse Jacob você não conseguiria me ajudar. – falei sinceramente pensando em todos os motivos que me haviam levado até ali.
- Não importa. Agora você vai voltar comigo nem que tenha que te arrastar de volta. – ele disse visivelmente disposto a fazer o que dizia.
Suspirei derrotada andando até a porta do carona recebendo um “Boa menina!” ao entrar. Ele fez a volta na estrada e foi em direção da reserva, dentro do carro com o aquecedor ligado pude perceber ainda mais a idiotice que estava fazendo ao andar na chuva. Além dos músculos doloridos pela batida horas antes agora me sentia petrificada pelo frio, minhas juntas teimavam em continuar na mesma posição reclamando a cada movimento que fazia.
Ao contrario do que pensava não paramos na frente da oficina, Jacob continuou parando um pouco mais a frente próximo a uma lanchonete, a única coisa que estava aberta na rua.
- Por que paramos aqui? – perguntei sem entender.
- Quando foi sua ultima refeição? – ele me perguntou parecendo saber a resposta.
- Conta um pedaço de torta no café da manhã? – perguntei incerta sentindo meu estômago revirar pela falta de comida.
- Não. – rebateu saindo do carro correndo e abrindo a porta para mim. – E nem tente me impedir de pagar algo para você comer agora! – completou sorrindo no meio daquela chuva incessante.
- Ok! – aceitei derrotada descendo do carro sem aceitar a mão que ele oferecia para me ajudar a sair.
Corremos até a porta da lanchonete fugindo da chuva que parecia querer se manter durante o resto da noite. Quando entramos pude reconhecer alguns rostos, Sam, Embry e a mulher da cafeteria hoje pela manhã, porém também havia outras pessoas.
A lanchonete era bem iluminada e aconchegante, vários quadros e máscaras indígenas decoravam suas paredes dando um toque bem especial.
Todos que pareciam conhecer Jacob me fitavam dos pés a cabeça, provavelmente avaliando meu estado deplorável. Se antes estava horrível, descabela e cheia de sangue agora estava também completamente encharcada.
Provavelmente vendo meu desconforto com a situação Jacob me puxou para sentar em uma mesa um pouco mais afastada, fazendo ele mesmo o pedido do que comeríamos sem ao menos me deixar contestar.
- Você é sempre assim tão teimoso? – perguntei em tom de brincadeira fazendo com que ele abrisse um sorriso que no mínino deveria ser crime federal de tão perfeito!
- Só quando merecem. – falou me olhando sugestivamente.
- Olha Jacob eu agradeço sua ajuda e preocupação, mas realmente não vou ter dinheiro para pagar o concerto do carro, se quer realmente me ajudar então me leva pro terminal de ônibus que de lá eu me viro! – soltei tudo em apenas em fôlego com medo de ser interrompida.
- Às vezes parece que está fugindo de algo sabia? – ele falou sem se dar conta que dizia a verdade.
- Apenas não gosto de contratempos. – respondi mais seca do que queria.
P.O.V Jacob
- O que precisa fazer de tão importante assim no Canadá que não pode esperar seu carro concertar? – perguntei ignorando a tensão repentina de seus ombros.
- Eu já disse para você. – incrível como ela tentava se esquivar das minhas perguntar, aquilo me deixava ainda mais intrigado com aquela mulher. O que estaria escondendo realmente?
- Não, não disse, apenas falou que estava indo para Vancouver. – soltei sustentando nosso olhar para ter certeza se mentiria sobre isso também.
- É um assunto pessoal, nada muito importante. – Hayley disse tentando parecer firme, talvez fosse verdade.
- Então se não é muito importante não precisa ir tão rápido. Podemos concertar seu carro enquanto você arruma o dinheiro para pagar, o que acha? – sugeri a deixando sem resposta, fazendo a mesma expressão de anteriormente, Hayley abria e fechava a boca sem conseguir dizer uma só palavra.
Sorri satisfeito já estava decidido a não perdê-la assim tão cedo, por mais estranho que pareça há muito tempo não me sentia tão bem ao lado de alguém como ao lado dela. Era como um anestésico para minha dor permanente.
A comida que pedi chegou e continuamos calados até que tivéssemos comido tudo, mais precisamente eu tivesse comido tudo enquanto ela deixava o prato pela metade.
- Então Jacob... – ela começou a falar ainda sem me olhar. - você disse que contaria a sua história se me levasse para jantar, nós acabamos de jantar e você não contou nada ainda. – disse me pegando de surpresa novamente.
- Não posso considerar isso como levar você para jantar, se quiser saber mais de mim terá que realmente sair comigo. – disse tentando absurdamente achar uma solução para ela continuar aqui.
- Nós estamos jantando do mesmo jeito. – ela pressionou um pouco sorrindo.
- Ok, mas me responda uma coisa antes. Se conseguir um jeito para pagar pelo concerto do carro, você aceita jantar comigo no sábado? – perguntei sabendo que estava me ariscando por ser tão persistente.
Ela ficou sem reação com a minha pergunta parecendo uma estátua olhando para mim por alguns segundos e como esperava que fizesse ela tentou novamente desconversar.
- Você sempre vem aqui? Percebi que todos parecem te conhecer. – Hayley soltou olhando para o resto de comida do seu prato.
- É venho sempre aqui. Então posso arrumar um emprego pra você? – insisti sabendo que conseguiria convencê-la.
- Se acha assim tão influente Jacob? – ela perguntou com um sorriso maroto no rosto.
- Você vai ver. – disse me levantando e deixando-a visivelmente nervosa.
Fui até a direção de Emily convencido que ela daria um emprego para Hayley afinal ela estava precisando mesmo de mais funcionários.
P.O.V.
Aquilo não estava acontecendo! Por que eu não fui embora sem ir a praia? Teria evitado tudo isso! Jacob estava me tirando do sério, não conseguia rebater aos seus argumentos além das reações que um simples olhar seu causavam em meu corpo. Aquilo não podia acontecer!
Olhei novamente para trás e vi que conversava com uma mulher provavelmente a dona da lanchonete pelo fato de estar atrás do balcão e sem uniforme. Ela era bonita, seria até mais se não fosse uma cicatriz em seu rosto.
Depois de alguns minutos Jacob voltou com um sorriso vitorioso no rosto, deixando o desespero tomar conta de mim.
- Hayley tem uma pessoa que quer conhecer você. – ele falou olhando fixamente em meus olhos. Pronto agora posso dizer que estou completamente perdida!
Apenas mostrei um sorriso amarelo e o segui em direção da mesma mulher que estava conversando a poucos minutos. Me senti completamente constrangida, tanto pela atitude dele como pelo meu estado completamente horripilante. Devia estar parecendo uma moradora de rua!
- Emily essa é a Hayley. – ele me apresentou para a mulher atrás do balcão.
- É um prazer Hayley. – ela me cumprimentou sorrindo e estendendo a mão para mim, apenas consegui sorrir em retribuição completamente constrangida. – Quer dizer que está procurando um emprego temporário?
Olhei para Jacob sem conseguir evitar a minha expressão matadora fazendo com que ele levantasse as mãos em sinal de rendição. Que história afinal ele deve ter inventado para Emily?
- De certa forma posso dizer que sim. – falei sinceramente lembrando de que era a idéia inicial antes de conhecer Jacob.
- Então será que aceitaria trabalhar como garçonete? Nessa época do ano o movimento cresce e estou precisando de mais uma menina para atender. – ela dizia de maneira gentil me deixando a vontade com a conversa.
- Ela aceita. – Jacob soltou antes mesmo que pudesse responder algo fazendo com que Emily e Sam um pouco atrás dela rissem da sua expressão.
- Ótimo então você começa amanhã ok! – ela falou olhando novamente para mim sem deixar espaço para minha contestação.
- Viu, eu disse que conseguiria! – ele falou inflando um pouco o peito orgulhoso de seu feito, não consegui evitar de rir com sua expressão. Me assustei com aquilo fazia muito tempo que não esboçava esse tipo de reação e em tão pouco tempo aquele homem a conseguiu tão facilmente!
- Onde você vai passar a noite? – Emily perguntou fazendo com que despertasse do meu dilema interno.
- Eu... eu fechei minha estadia no hotel em Forks, por acaso tem algum hotel próximo daqui? Já desisti de tentar chegar em Forks debaixo dessa chuva. – disse relembrando a idiotice em andar na chuva até a cidade.
- Pode ficar na minha casa hoje e amanhã encontramos uma casa para alugar no período que estiver aqui, o que acha? – ela sugeriu parecendo tão animada quanto Jacob.
- Não, eu não quero incomodar você. Se não conseguir nenhum lugar posso muito bem dormir essa noite no carro, já fiz isso outras vezes e uma noite a mais não vai fazer diferença. – soltei rápido demais percebendo que estava falando mais do que deveria.´
- Dormir no carro? – Jacob falou claramente incomodado com a informação. – Isso está fora de cogitação, se você não for dormir na casa de Emily, vai dormir na minha. Rachel vai gostar de ter uma companhia feminina na casa.
- Não quero incomodar vocês. – falei novamente pensando na possibilidade de realmente dormir no carro.
Sam e Jacob por um momento se olharam, como se conversassem mentalmente me deixando curiosa com a atitude.
- Está decidido você vai para minha casa, vou ligar para Rachel preparar o quarto para você! – ele disse pegando o celular em seu bolso antes que pudesse contrariar sua decisão.
- Ele é sempre assim? – perguntei para Emily fazendo com que ela risse enquanto observávamos Jacob falar com a tal Rachel no telefone.
La Plush, 22/08/10, 22:46pm.
POV Jacob
Combinei tudo com Rach por telefone e como previa ficou histérica dizendo que a casa estava uma bagunça e toda aquela ladainha que mulher sempre fala quando faz uma visita em casa. Ela iria arrumar o antigo quarto do Billy para nossa hóspede que mesmo após tanto tempo preferimos deixá-lo intacto.
Emily aproveitou esse tempo para explicar todo o funcionamento da lanchonete enchendo a cabeça de Hayley, com informações, que se mostrou bem habilidosa absorvendo tudo muito rápido. Ela também apresentou os outros funcionários e a Leah como sua prima e consultora financeira.
No instante que Leah a cumprimentou, agradável demais, fugindo totalmente do seu costume, diga-se de passagem, Hayley me lançou um olhar enigmático e misterioso como se analisasse algo me deixando curioso.
- Jake está ficando tarde, por que você não a leva embora? – Leah disse soltando a mão de Hayley e virando-se para mim com um sorriso incomum. – Você deve estar muito cansada não é? – Perguntou dessa vez olhando para ela.
- Na verdade estou mais dolorida do que cansada, por causa da batida, mas seria bom descansar um pouco. – Ela respondeu parecendo relutante em admitir aquilo.
- Então a leve, Jacob, já enchi a cabeça dela com informações demais! Precisa descansar e cuidar dos ferimentos. – Emily disse se despedindo de Hayley com um abraço e vindo até mim dando um tapa em minha cabeça. – Cuide bem da minha nova garçonete!
Ninguém conseguiu segurar o riso enquanto saíamos de volta para a chuva, indo em direção, agora, do meu carro que ficava parado do outro lado da rua. Agora pelo menos era uma chuva fina que pelo jeito duraria o resto da noite. Passando primeiro pelo carro do Sam, pegando a bagagem dela, que era muito leve por sinal, discutindo com ela brevemente sobre quem carregaria as malas, que obviamente venci.
- Normalmente mulheres têm bagagens bem mais pesadas. – Constatei sorrindo para ela. – Onde você está escondendo as montanhas de roupas? – Brinquei conseguindo tirar um sorriso de seu rosto.
- Acho que não sou uma mulher normal. – Disse levantando os ombros. – Levo apenas o que consigo carregar.
Por alguma razão aquela afirmação me incomodou, não sei pela voz melancólica ou se pela frase subliminar que não consegui decifrar.
POV
Entramos no carro em silêncio. Jacob parecia incomodado com algo, se remexendo algumas vezes, enquanto dirigia olhando de canto de olho uma vez ou outra. Resolvi puxar assunto para amenizar o clima.
- Quem é Rachel? – Perguntei a primeira coisa que veio a minha cabeça, virando para encará-lo melhor, o que me fez arrepender instantaneamente ao olhar em seus olhos negros e profundos.
- Hum... ela é minha irmã. Moramos juntos há três anos desde que meu pai faleceu. – Falou quebrando nosso contato visual, olhando novamente para o caminho.
- Sinto muito por seu pai. – Disse arrependida por ter perguntado, o fazendo tocar em um assunto que provavelmente para ele deveria ser delicado.
- Está tudo bem. No começo foi difícil, mas agora só ficou a saudade. – Ele tentou sorrir, mas o sorriso não chegou até os olhos.
- Também perdi os meus há 7 anos em um acidente de carro. – Soltei antes que pudesse me controlar.
- Sinto muito... – Ele disse me observando com uma expressão que não consegui identificar. – Sei muito bem como é perder os dois, minha mãe morreu quando era criança deixando meu pai cuidando de três, completamente sozinho.
- Três?
- Minhas irmãs e eu. Elas são gêmeas e dois anos mais nova, porém apenas Rachel está aqui, Rebecca casou ano passado e se mudou para o Havaí. – Contou um pouco mais sobre sua vida fazendo minha consciência pesar por ter que esconder a minha dele. – E você tem irmãos?
Olhei para a rua através do vidro, pensando no que falaria. Nunca falei sobre minha antiga vida para alguém depois da fuga. Talvez não me causasse problemas e melhoraria minha consciência.
- Não. – Sussurrei me sentindo ainda mais sozinha neste mundo. – Era filha única, meus pais também e meus avós morreram quando ainda era pequena então sou sozinha desde os 19 anos.
- Namorado? – Merda! Não podia contar que era casada e muito menos dizer apenas que era comprometida, isso traria muitas perguntas depois.
- O quê? – Me fiz de desentendida tentando ganhar tempo.
- Você tem namorado? – Jacob repetiu a pergunta parecendo um tanto apreensivo.
- Acho que deveria ter perguntado antes de me chamar para jantar, não é? – Revidei com outra pergunta tentando escapar.
- É... talvez não você tenha. Se tivesse não teria aceitado o convite. – Respondeu segurando o sorriso.
- Quem disse que aceitei? – Perguntei cruzando os braços e o encarando.
- Então você tem namorado? – Perguntou novamente olhando fixamente para mim.
Ficamos nos encarando por alguns segundos, me fazendo sentir novamente uma corrente elétrica passar por meu corpo ao sentir que seus olhos agiam como se penetrassem em minha alma, até que percebi que o carro estava parado fazendo com que cortasse a muito custo o nosso olhar.
- Chegamos? – Perguntei observando uma casa térrea feita de madeira, com a pintura vermelha, um tanto desbotada e desgastada pela maresia que sentia no ar.
Ele não me respondeu, apenas desceu do carro, abrindo a porta traseira, pegando minha bagagem, enquanto eu descia contrariada por me lembrar da discussão perdida sobre quem carregaria as minhas bolsas.
A casa tinha uma varanda na frente com os detalhes pintados em branco e três degraus entre a rua e a entrada da varanda. Dava para ver que a luz do que, possivelmente, seria a sala, estava acesa. Talvez sua irmã estivesse nos esperando.
- Você não vem? – Jacob me perguntou parado à porta, enquanto eu continuava parada, sem nem ao menos ter fechado a porta do carro.
Senti-me constrangida por ter sido pega no flagra e apressei o passo, recebendo um sorriso arrebatador como retorno, fazendo meu coração pulsar em meus ouvidos. Quando ele abriu a porta, deparamos com um casal sentado no sofá, assistindo tranquilamente algo que passava na televisão.
A sala era pequena, porém acolhedora, os móveis mostravam o desgaste provavelmente pelos anos de uso, uma estante com alguns porta-retratos e uma televisão mais moderna, uma mesa de centro com apenas um arranjo artificial, uma poltrona no lado esquerdo do sofá, mais próxima da porta; um abajur em cima do criado-mudo no lado direito do sofá, mais próximo da janela do lado direito e o sofá com três lugares mais próximo da parede e da janela, que ficava ao lado da porta, fazendo com que o casal não nos visse imediatamente.
- Rach? – Jacob perguntou, colocando a chave do carro no aparador atrás do sofá.
- Jake? Pensei que fosse demorar mais. – Rachel levantou, sorrindo para o irmão.
Ela era Jacob na forma feminina, longos cabelos negros e lisos, a pele avermelhada, estatura baixa, porém bem delineada, lábios carnudos, olhos pequenos e expressivos, cobertos por cílios grandes e fartos. O sorriso era exatamente o mesmo o que me fez sorrir automaticamente.
- Você deve ser a Hayley certo? – Ela perguntou, vindo até mim, estendendo a mão para me cumprimentar.
- Sim e você é a Rachel, certo? – Nos cumprimentamos rapidamente enquanto o homem levantava-se do sofá vindo em nossa direção.
- E aí Jake? – Ele cumprimentou Jacob com um largo sorriso dando um leve soco em seu ombro.
Observei rapidamente que de certa forma era parecido com Jacob, tanto pela pele avermelhada como também pelos cabelos e olhos negros como a noite. Talvez fosse um descendente indígena como ele, porém algo me deixou em alerta, meu sexto sentido dizia que aquele homem poderia me representar algum problema futuro.
- E aí cara? – Jacob retribuiu o cumprimento e logo depois se posicionou mais ao meu lado. – Essa é Hayley, Paul.
- Prazer. – Disse sorrindo, tentando ao máximo não transparecer meu nervosismo perante aquele homem.
- É um prazer Hayley. Jacob nos contou o que aconteceu com você, foi sorte não ter acontecido nada de mais grave, não é? – Falou enquanto apertava minha mão, olhando atentamente cada reação minha.
- É verdade, tive muita sorte, apesar do meu descuido. – Soltei sucinta, olhando discretamente para Jacob.
- E de onde você é? – Perguntou cruzando os braços sobre o peito, enquanto via, discretamente, Rachel ir até onde parecia ser a cozinha.
- Estava vindo de Washington. – Respondi me esquivando da sua verdadeira pergunta.
- Interessante. E você tem parentes aqui ou está só a passeio? – Comecei a me sentir como se estivesse em um interrogatório, deixando meus músculos rapidamente tensos.
- Na verdade estava aqui só de passagem.
- E você estava indo para onde? – Afinal onde esse cara estava querendo chegar com tantas perguntas?
POV Jacob
Paul não tinha jeito. Hayley mal colocou os pés na sala e ele começou com aquele questionário, mas tenho que admitir ele estava conseguindo mais respostas do que eu mesmo, em bem menos tempo. Via que Hayley estava muito incomodada com as perguntas, até um pouco nervosa, eu diria, mas deixei rolar o questionário a fim de matar a minha curiosidade pela mulher extremamente misteriosa que estava bem ali na minha frente.
Ainda estávamos do mesmo jeito na sala quando Rach voltou carregando uma bandeja com quatro xícaras e um prato de cookies.
- Paul deixe-a em paz! Não vê que ela está encabulada com tantas perguntas? – Rachel interveio a seu favor, me deixando novamente frustrado por não conseguir sanar todas as minhas dúvidas sobre ela.
Hayley não disse absolutamente nada, apenas deu um sorriso amarelo enquanto pegava uma das xícaras e provava o chocolate quente.
- Ignore o Paul, ele não consegue evitar. Está tão acostumado a fazer isso na delegacia que acaba esquecendo que está fora do trabalho. – Rachel se desculpou sentando no sofá e levando Paul com ela. Ao mesmo tempo algo intrigante aconteceu, Hayley engasgou com o chocolate quente tossindo terrivelmente.
- Está tudo bem Hayley? – Perguntei batendo de leve em suas costas, aflito com o visível desespero dela. Será que ela já tinha tido problemas com a polícia?
- Desculpe, estava muito quente e dei um gole maior do que deveria. – Tentou explicar rapidamente, fazendo Paul encará-la um tanto quanto desconfiado.
- Está melhor? – Rachel perguntou parecendo realmente acreditar nela.
- Estou... mas então você é policial? – Perguntou para ele, tentando parecer mais relaxada.
- Sou, por que o espanto? – Soltou direto, fazendo com que o rosto dela adquirisse uma coloração mais rosada.
- N-não... não é espanto... na verdade acho que você não se enquadra muito no perfil de policial da cidade de Forks... você é novo, tem porte atlético, parece ter mais instinto investigativo. Forks, pelo pouco tempo que estou aqui, se mostra uma cidade muito parada. Provavelmente não deve ter movimentação significativa na delegacia. Talvez se fosse uma cidade maior, Nova York, por exemplo, se encaixaria melhor. – Ela explicou, passando pela primeira vez uma postura muito analítica, como se conhecesse do assunto.
- Você tem razão, não trabalho aqui em Forks. – Paul respondeu estufando o peito orgulhoso. – Trabalho como detetive na área de narcóticos em Seattle. Normalmente venho pra cá só nos fins de semana.
- Hum...
Um ar tenso se instaurou de repente, então resolvi finalmente por um fim em tudo aquilo.
- O papo está bom Paul, mas acho que chegou a hora de liberar a Hayley, por que, como você está vendo, ela precisa refazer os curativos, tomar um banho e descansar, não é Hayley? – Falei colocando a mão em seu ombro desnudo.
Como suspeitava ela agradeceu com o olhar, sorrindo delicadamente. Provavelmente falar sobre si mesma não era seu forte.
- Desculpe se acabei te constrangendo. Como Rach disse, é um costume da profissão. – Paul falou se levantando e indo até a porta acompanhado por minha irmã.
- Tudo bem. – Ela respondeu levantando os ombros, tentando parecer indiferente, o que não me enganou.
- Boa noite pra quem fica. – Ele disse já da varanda, porém voltou novamente se aproximando mais. – Você não me disse seu sobrenome.
- É , senhor detetive. – Senti uma pontada de sarcasmo na voz dela o que fez Paul sorrir novamente, causando um resmungo da Rachel.
- Boa noite então senhorita . – Ele respondeu indo novamente para a direção da porta. Rachel já o esperava do lado de fora com a cara amarrada.
Ficamos parados até ela fechar a porta, Hayley pareceu acordar de um transe, se afastando de mim levemente, deixando uma sensação de formigamento na mão que estivera em seu ombro.
- Acho melhor eu tomar um banho e cuidar dos cortes. Amanhã quero estar mais disposta para trabalhar. – Ela explicou desviando os olhos de mim.
- Venha, eu lhe mostro onde vai ficar. – Falei me controlando para não tocá-la novamente, como fizera minutos atrás.
POV
Andamos pelo único corredor da casa; havia duas portas a direita, uma porta no fim do corredor e outra próxima a ela, no lado esquerdo, onde exatamente paramos.
- Bom essa porta aqui no fim do corredor é o banheiro, infelizmente não temos suites. Era uma vontade do meu pai, mas não conseguimos construir antes dele falecer. E essa porta aqui à esquerda, vai ser seu quarto. – Jacob falou enquanto abria a porta, mostrando um quarto razoavelmente grande com uma cama de casal na direção da porta.
- Esse era o quarto do seu pai? – Perguntei antes de conseguir me conter.
- Era. Resolvemos deixar como estava. Às vezes é bom vir aqui, parece que ele vai aparecer a qualquer hora. – Ele falou enquanto me dava espaço para entrar no quarto. – Bom... se precisar de qualquer coisa pode falar comigo, meu quarto é o primeiro vindo pela sala.
Estava parada no quarto, observando cada detalhe da decoração simples e aconchegante. Era como se pela primeira vez me sentisse realmente em casa, depois de tanto tempo. Minha mente ainda absorvia todos os acontecimentos que me trouxeram até aqui, quando ouvi Jacob se despedir. Virei rapidamente não querendo que ele fosse embora.
- Jacob! – O chamei quando quase já não dava mais para vê-lo pela porta do quarto, que estava se fechando. Ele voltou rapidamente abrindo a porta com certa ansiedade. – Eu... eu queria agradecer pelas coisas que fez por mim.
Ele sorriu sem graça, mas ainda ficou parado na porta. Aproximei-me, não conseguindo controlar minhas pernas, que pareciam ter vida própria.
- Não precisa agradecer. – Ele falou, me olhando intensamente, me dando novamente a impressão de que me via realmente como eu era.
- Preciso sim, não existem mais pessoas como você... com o coração puro. – Praticamente sussurrei, totalmente presa em seu olhar.
Novamente meu corpo reagiu sem minha permissão, depositando um beijo em sua bochecha; ele pareceu surpreso com minha ação, porém abriu um sorriso maravilhoso, fazendo com que sorrisse também.
- Obrigada. – Falei novamente, fechando a porta lentamente, enquanto era acompanhada por seu olhar penetrante.
Quando rompi nosso olhar pude perceber a enrascada que tinha me metido. Eu estava apaixonada! Mas como isso poderia acontecer assim? Fazia apenas alguns dias que o vira e agora todo meu ser desejava estar próximo a ele, como se um imã nos puxasse, como se fossemos ligados, atados de alguma maneira inexplicável.
Encostei-me na porta escorregando até sentar no chão; estava completamente ferrada! Justo o que não queria que acontecesse, aconteceu e o pior... ele era amigo, ou melhor, cunhado de um policial! Será apenas questão de tempo para que Paul descubra quem realmente sou, e quando isso acontecer terei que ir embora deixando meu coração para trás novamente.
POV Jacob
Fui para o meu quarto completamente zonzo. Me sentia como um adolescente apaixonado pela primeira vez. Sentir seus lábios em meu rosto foi tão inesperado quanto maravilhoso, era incrível como minha vida mudara em apenas poucos dias.
A menos de uma semana atrás ainda sofria por Bella e agora estava suspirando por causa de um simples beijo na bochecha de Hayley, completamente apaixonado!
Estava deitando com os braços atrás da cabeça, de olhos fechados, quando Rachel entrou, pisando duro no quarto. Só pelo andar dava pra perceber que havia brigado com Paul.
- O que foi Rachel? – Perguntei sem abrir os olhos.
- E você ainda pergunta Jake? – Ela falou bufando em seguida.
- Fala. – Disse me sentando e esperando ela vomitar tudo o que provavelmente deveria estar preso na garganta.
- Aquele idiota! Fez um papelão e ainda acha que está certo! – Ela falava, andando de um lado para o outro, com um bico enorme. – Tenho certeza que a Hayley deve ter achado que ele estava confundindo ela com uma criminosa, só pode ser! Também com todo aquele interrogatório quem não acharia? Será que ele não viu o estado dela? Toda machucada, suja e molhada! Quem, em sã consciência, vai ficar perguntando aquelas coisas enquanto ela, provavelmente, apenas queria descansar! Dava para ver como ela estava cansada, fora que deve estar dolorida! Eu falei isso pra ele, mas quem disse que o retardado me ouviu? Não! Apenas ficou dizendo que precisava saber mais sobre quem estávamos colocando aqui em casa! Dá pra acreditar? A casa é minha e eu coloco nela até o Papa, se quiser! Ele ainda nem é meu marido e já está assim! Além que falou que seu rosto é familiar! Jacob, ele desconfia até da própria sombra!
- Rach... esse é o trabalho dele. Paul não fez por mal. – Tentei falar inutilmente, recebendo um olhar assassino de volta.
- Trabalho dele uma ova! Jacob, ele quer investigar o passado dela! Aquele cretino colocou na cabeça que conhece ela de algum lugar!
Sem entender o porquê senti meu peito apertado com o que Rachel havia dito, será que Paul suspeitava de algo? Não sei sobre o passado dela e até concordo que ela parece relutante em falar sobre si, ou sobre o seu passado, mas envolvimento com a polícia não conseguia acreditar. Algo em mim dizia que teria problemas e bem em breve.
La Plush, 30/08/10, 13:01pm.
POV
- Kim, a mulher da mesa três quer duas fritas grandes, um x-baicon, um x-egg, um milkshake de morango, uma coca grande e uma torta de maçã para viajem. – passei o pedido arrancando o papel anotado do meu bloco de anotações pendurando na parede da cozinha enquanto pegava o pedido da mesa seis.
Passou-se uma semana desde o meu acidente e minha parada forçada aqui na reserva Quileute e sinceramente estava adorando este lugar. Sentia-me uma nova pessoa e o principal, me sentia em casa! No começo pensei que morar com Jake e Rachel fosse ser incomodo e constrangedor, mas pelo contrário eles me tratavam como se fosse da família tentando ao máximo me deixar a vontade.
Jacob... bem... ele era uma pessoa maravilhosa, sempre sorrindo, brincando sobre tudo e todos, fora que era um mecânico excelente e também muito bonito, amável, carinhoso... ahh... e cada vez mais a paixão aumenta em meu peito, o que definitivamente estava tirando o meu sono. Não podia dar ao luxo de me apaixonar por alguém! Pelo menos não enquanto minha vida esta atada a de Demitri.
Servi o pedido da mesa seis olhando discretamente para o relógio do senhor de aparentemente de sessenta anos, faltava ainda nove minutos e meu coração já estava pulsando atrás das orelhas. Andei até o banheiro dos fundos a fim de me acalmar, o que era absolutamente em vão, todos os dias acontecia a mesma coisa.
Jacob era extremamente pontual, todos os dias exatamente à uma e dez ele aparecia para almoçar e era eu que sempre o atendia, antes de começar a trabalhar aqui a Malika, a outra garçonete, que fazia isso, porém a seu pedido comecei a atendê-lo. Então acontecia a mesma coisa todos os dias, a ansiedade comia cada pedaço do meu ser enquanto ele não aparecia por aquela porta com um sorriso arrebatador, sorriso que me acalmava instantaneamente!
Lavei o rosto novamente aproveitando para arrumar meu cabelo e uniforme, olhei no espelho do banheiro e ri. “Está agindo como se tivesse quatorze anos !” pensei enquanto não conseguia conter o sorriso apaixonado. Sai do banheiro encontrando Malika o meio da cozinha pegando uma bandeja.
- Seu cliente preferido chegou Hay! – ela disse rindo levemente.
- E quem seria ele? – me fiz de desentendida enquanto a ajudava com o pedido.
- Não se faça de desentendida, sabe muito bem que estou falando do Jacob-pedaço-de-mau-caminho-Black! – ela disse praticamente se abanando com a mão livre o que me fez gargalhar.
- Se você acha...
- Eu e todo Washington acha querida! E não negue pra mim que tem uma queda por ele! Todo mundo vê o jeito que se olham. – ela continuava a falar enquanto saiamos para a direção do balcão.
- Vocês vêem demais, Jacob é apenas meu amigo. – falei tentando acabar com aquele assunto.
Malika foi em direção da mesa de seu cliente me lançando aquele olhar “Não tente me enganar!” me fazendo rir enquanto andava lentamente até a mesa que ele sempre se sentava, por mais que ela estivesse certa não deveria deixar isso transparecer mais do que já acontecia, precisava me controlar mais!
Respirei fundo tentando acalmar meu coração e a estranha sensação em meu estomago e parei próxima a ele esperando o pedido de sempre.
POV Jacob
Entrei no M’s já procurando por ela, mas aparentemente não estava a vista. Durante esse tempo em que Hayley apareceu tenho tentado ao máximo me controlar na sua presença, só que cara isso está muito difícil!
Nunca encontrei uma mulher que me intrigasse tanto quanto ela, além do ar misterioso que sempre carrega, porém por mais que estivesse gostando dela achei melhor dar espaço não podia sufocá-la com meus sentimentos assim no inicio. Pelo menos o que sofri com a Bella me mostrou que nós homens não podemos mostrar que nos importamos muito pelo menos até elas admitirem o mesmo.
Sam até tentou me dar umas dicas sobre como agir com ela, mas sentia que aqueles joguinhos que todo mundo faz na hora da conquista com ela não funcionariam e também não precisava disso no fundo sabia que tinha que ser apenas eu, apenas agir como sempre agi e ela viria até mim, mais cedo ou mais tarde.
Sentei-me na mesa de sempre enquanto esperava que aparecesse somente ela me atendia a meu pedido o que esperava que ela não soubesse já que pedi sigilo para Malika. O cheiro de seu perfume denunciou sua aproximação fazendo que meu coração martelasse dolorosamente em meu peito.
Respirei fundo e olhei devagar em sua direção buscando a calma que não tinha na sua presença.
- Oi Jake... como está sendo seu dia de trabalho? – ela me perguntou sorrindo amigavelmente como fazia todos os dias.
- Oi Hay, muito corrido parece que tem mais carros lá na oficina do que gente na reserva. – falei tentando fazer piada para ouvir a melodia mais linda que já havia ouvido em toda a minha vida, sua risada.
A risada dela era algo no mínimo angelical, mostrava o quanto ela era doce e delicada e me deixava ainda mais apaixonado.
- Acho que todos em Forks devem trazer o carro aqui também, afinal vocês são os melhores no que fazem. – ela disse corando levemente tentando evitar olhar na minha direção sorri ainda mais com a sua reação, adorava vê-la encabulada. – Então vai ser o de sempre? – perguntou tentando desviar o assunto.
- Eu sou tão previsível assim? – perguntei tentando evitar que nossa conversa chegasse ao fim.
- Bem... não definiria como previsível... mas você é um cara mais enquadrado no termo pacato... eu acho. – Hayley tentou amenizar as palavras enquanto eu traduzia mentalmente “você é monótono, Jacob.”
- Então você me acha um cara pacato? Alguém totalmente monótono com uma vida totalmente desinteressante? – provoquei tentando manter minha expressão cínica enquanto ria por dentro de seu olhar arregalado e rosto vermelho, adorava vê-la assim.
- Não! Não... eu não disse isso! Eu... eu...
- Tudo bem eu já entendi. – falei fingindo estar sentido com sua afirmação.
- Não! Eu vejo você como alguém que quer ter uma vida tranqüila, quer voltar no fim do dia para sua casa e encontrar sua esposa e brincar com seus filhos, vê-los crescer e envelhecer trabalhando com o que gosta e ao lado da mulher que escolheu. Você é uma pessoa simples, que aprecia as coisas simples da vida e eu gosto disso!
Quando ela terminou de falar não havia mais pose de fingimento em mim, era incrível como aquela mulher me via realmente e o mais importante ela gostava do que via! Hayley percebeu a profundidade de suas palavras e o efeito que tinham causado em mim, sua expressão se tornou de desesperada para alguém que havia confessado um crime. Afinal que conflito ela vivia?
- Eu volto para trazer seu pedido. – ela sussurrou se virando rapidamente em direção da cozinha praticamente correndo de mim.
Fiquei olhando ela se distanciar admirando suas curvas dentro daquele uniforme de garçonete não que eu tivesse fantasia com garçonetes, mas aquele uniforme a deixou incrivelmente sexy. Era um vestido amarelo claro com detalhes na gola e nas mangas em branco, botões em toda a frente e um avental branco também, era como se o tecido abraçasse suas curvas delicadamente mostrando discretamente a perfeição do seu corpo.
Voltei meu rosto para a janela olhando a movimentação na rua, porém uma coisa me chamou a atenção do outro lado da rua vi o reflexo do pouco sol que tinha hoje bater em algo que parecia ser uma lente fotográfica daquelas máquinas profissionais dentro de um carro totalmente desconhecido para mim. Normalmente aquilo não me incomodaria por virem bastantes turistas na reserva, mas meu subconsciente dizia que aquele homem não era um turista qualquer!
Já estava pronto para ir até ele quando seu perfume inconfundível me atingiu.
- Pronto Jake, aqui está seu almoço! – Hayley falou enquanto colocava meu pedido sobre a mesa.
- Obrigada Hay. – disse me perdendo dentro do oceano de seus olhos.
Ela apenas sorriu em resposta já se preparando para voltar ao trabalho quando um mal pressentimento apertou meu coração, por algum motivo sentia que ela estava em perigo, mas o que poderia acontecer?
- Hay? – a chamei fazendo com que ela virasse novamente na minha direção. – Você vai sair as seis hoje?
- Não sei Jake, talvez saia mais cedo. Ainda preciso falar com a Emily, mas preciso comprar algumas coisas em Forks, por quê? – ela explicou aumentando ainda mais a sensação de aperto no peito.
- Eu levo você.
- Não precisa Jake, você disse que está cheio de trabalho, posso me virar e...
- Não! Eu levo você... e também preciso resolver algumas coisas por lá. – falei tentando arrumar uma desculpa para não deixá-la sozinha.
- Então tudo bem, vou perguntar a Emily e apareço na oficina mais tarde ok! - me respondeu antes de voltar ao trabalho.
Almocei com aquela estranha sensação no peito, mas se algo acontecesse com ela eu estaria lá para protegê-la.
POV
Mas que droga! O que faria agora? Não posso simplesmente ir até Forks com Jacob sem despertar sua desconfiança ou suas perguntas! Tinha marcado com uma advogada na cidade para tentar dar entrada novamente no meu divórcio, mas aquilo seria totalmente secreto! Ninguém poderia desconfiar apenas a advogada Rosalie sabia minha identidade, foi preciso para que ela fizesse o serviço, mas havia me prometido total sigilo no meu caso mesmo contrariada.
“– Doutora Hale, entenda meu caso é um tanto complicado e só poderei lhe passar as informações se prometer manter total sigilo sobre mim ou sobre qualquer coisa que esteja envolvida! – falei me remexendo nervosamente na cadeira quando ela insistiu novamente em saber toda a minha história.
- Hayley se quer que cuide de seu caso preciso saber absolutamente tudo! Podemos estar em uma cidade pequena, mas eu sou uma excelente advogada e honro minha profissão, o que for preciso fazer farei para resolver seu caso, porém preciso estar a par de todos os detalhes por mais sórdidos que sejam! – a mulher loira a minha frente já estava nervosa por minha relutância tendo as bochechas levemente avermelhadas no processo.
- Tudo bem... – suspirei cansada, era indiscutível que precisava de ajuda e que uma hora teria que contar a alguém, só espero que ela tenha sido a pessoa certa.
Contei toda minha história falando cada detalhe sórdido como ela havia pedido e inevitavelmente me derramei em lágrimas em seu escritório, por fim foi algo até revigorante poder falar finalmente para alguém o inferno que tenho vivido parecia que uma parte do peso que carregava em minhas costas havia sido tirado.
Rosalie ficou horrorizada com o que contei e me aconselhou a ir diretamente para a policia dizendo que Demitri deveria estar preso e que eu não poderia ficar o resto da minha vida me escondendo vivendo de identidade falsa entre outras coisas, porém as coisas não eram tão simples assim. Expliquei que Aro tinha muita influencia na policia, existem muitos policiais corruptos que trabalhavam para ele e que não tinha em quem confiar.
- Pode contar comigo no que precisar , farei tudo o que estiver ao meu alcance para você se livrar daquele crápula e ter sua filha novamente! – ela me respondeu sorrindo e com um brilho diferente nos olhos, acho que no fundo ela deveria adorar esse tipo de emoção mesmo que fosse arriscado.
- Obrigada Dr. Haley, não vejo a hora de ter minha menina nos braços! – falei com a voz um pouco embargada por me lembrar da .
- Não me agradeça ainda e sim quando estiver com ela nos braços! E me chame de Rose, acaba de ganhar uma amiga! – falou me estendendo a mão. – Venha segunda feira da semana que vem para fecharmos alguns detalhes ok! Até lá tente se manter discreta e segura... “
E agora? Teria que despistar Jacob de alguma maneira quando chegasse lá.
A tarde passou rapidamente e consegui que Emily me liberasse mais cedo, mas ainda não tinha idéia de como evitar que Jacob me visse falando com Rose. Não iria ao seu escritório, ela achou melhor evitar encontros lá para não levantar suspeitas como ela mesma disse “Inferno de cidade pequena que todo mundo toma conta da vida de todo mundo!” precisávamos ser discretas e ela achava que poderia ter alguém me investigando me seguindo pelos outros lugares que passei. Com isso tenho que concordar, por mais que me escondesse Demitri sempre me achava e algumas vezes pensei que não conseguiria escapar!
Troquei-me e fui em direção da B&U torcendo para ele tivesse desistido de ir comigo, chegando à frente da oficina percebi o quanto ela estava cheia de carros, havia pelo menos seis a vista.
- E aí branquela? – Embry me cumprimentou levantando levemente a cabeça de dentro do capo de uma BMW preta me mandando seu famoso sorriso torto.
- Fala apache. – respondi entrando na brincadeira, ele era o tempo todo assim, às vezes, tinha a impressão que ele dava em cima de mim e todas às vezes Jacob fechava a cara pra ele dando uma resposta atravessada. – Você viu o Jake? – perguntei olhando por relance na oficina e não o encontrando.
- Ele tá lá no fundo concertando um Nissan, mas vem cá será que eu não posso ajudar no lugar dele? Quem sabe dar uma tunada no seu motor? – ele respondeu estufando levemente o peito me fazendo rir internamente, como é que ele conseguia ser o maior pegador de La Plush?
- Humm, acho que não preciso de tunagem nenhuma. E a Leah já perguntou se ela quer uma? – perguntei apontando com a cabeça para a porta onde ela estava parada com os braços cruzados e uma cara de poucos amigos.
- Leah? – ele falou seguindo meu olhar parecendo que tinha visto uma assombração quando finalmente a viu. – Leah! Leah! Espera! Deixa eu explicar! – falou correndo atrás dela que saiu pisando duro da oficina, não consegui segurar o riso com a cena definitivamente Embry seria um homem capado até a hora do jantar hoje.
- O que é tão engraçado? – ouvi sua voz rouca um pouco atrás de mim causando arrepios por meu corpo.
Virei devagar me arrependendo mentalmente por ter feito, Jacob estava com o macacão aberto até a cintura deixando as mangas amarradas um pouco mais para baixo deixando aparecer através da regata branca totalmente suja e molhada todos os músculos que definitivamente acabavam com a minha sanidade mental, o suor escorria de seus braços e rosto deixando aquilo ainda mais tentador, como alguém podia ser tão absurdamente bonito mesmo coberto por graxa? Senti meus pulmões arderem somente percebendo aí que estava prendendo a respiração.
- Então o que foi tão engraçado? – ele perguntou novamente não parecendo perceber meu deslumbre e embaraço.
- Huhum... Embry... – tentei limpar a garganta, mas minha voz não saiu mais alta que um sussurro.
- Aquele não tem jeito. – ele resmungou não parecendo contente com o que havia falado.
- Você vai para Forks? – perguntei torcendo para que dissesse não.
- Vou, só me de um minuto para tirar isso aqui. – respondeu já indo em direção do banheiro.
Ótimo! O que faria agora?
Capitulo 6 - Declarações
La Plush, 30/08/10, 16:45 pm.
POV Jacob
Estávamos no caminho em direção à Forks e aquele silêncio me incomodava intensamente pela minha visão periférica via Hayley se remexer e apertar as mãos como se estivesse ansiosa ou preocupada.
- Está tudo bem Hay? – perguntei tentando quebrar aquele maldito silêncio.
- Hãn? O que você disse Jake? – perguntou parecendo acordar de um sonho.
- Perguntei se está bem... você parece aflita ou ansiosa com alguma coisa. – disse vasculhando em minha mente algo que tivesse acontecido para ela estar naquele estado.
- Não Jake está tudo bem! Só estou... cansada! – ela falou voltando seu olhar para a janela novamente.
Nisso Hayley era igual à Bella, nenhuma das duas sabia mentir. Podia ver claramente que ela estava me escondendo algo, mas o que seria?
Olhei pelo retrovisor do carro e vi ao longe o mesmo carro da lanchonete nos seguindo, estava quase imperceptível, será que estou ficando paranóico? Será que ela viu o carro e por isso está nervosa?
As perguntas borbulhavam em minha cabeça, meu pressentimento dizia que aquilo não era nada bom, algo de grave iria acontecer. Quando chegássemos a Forks daria um jeito para despistar quem quer que esteja nos seguindo.
Apertei minhas mãos no volante decidido a não deixar que nenhum mal acontecesse a Hayley.
Continuamos o resto do caminho em silêncio e em depois de um tempo chegamos à cidade, decidi rodar um pouco para nos misturar melhor aos poucos carros da cidade. Parei na rua mais movimentada da cidade fazendo com que Hay me encarasse de um modo estranho.
- Achei que você fosse comprar algumas coisas para a oficina. – comentou enquanto soltava o cinto de segurança.
- Sim, mas antes vou com você comprar o que precisa. Tem algum problema? – perguntei tentando achar uma desculpa para não deixá-la sozinha.
- N-não precisa Jake, eu conheço a cidade, posso ir sozinha. Vá comprar suas coisas e depois nos encontramos aqui. – ela me respondeu visivelmente nervosa.
Saímos do carro enquanto eu aproveitava para olhar o movimento tentando identificar o carro que estava nos seguindo.
- Sério Hay, eu vou com você. Ou não quer minha companhia? – perguntei sabendo que isso a faria ceder.
- Claro que quero sua companhia! – ela respondeu rápido demais ficando com as bochechas rosadas logo em seguida por ter dito isso.
Sorri ao ver sua reação, sabia que mexia com ela e ficava muito feliz por ver que finalmente estava sendo correspondido, mesmo que ainda não tivéssemos nada o que acreditava ser apenas questão de tempo para isso acontecer.
Queria aproveitar a oportunidade para convidá-la novamente para sair, aquela era a minha deixa até que um pouco mais a frente vi a ultima pessoa que gostaria de encontrar naquele momento.
POV
Estava desesperada! Precisava encontrar alguma maneira para despistar Jacob. Aquele era o meu fim, não encontrava nenhuma opção e estava demonstrando o quanto estava nervosa, isso era muito ruim, muito ruim! Até que ouvi uma voz mais atrás chamá-lo chamando nossa atenção.
- Jake? – virei para ver quem o chamava, ela era bonita cabelos castanhos, olhos castanhos e bem branca, se vestia bem. Meus olhos acostumados com o requinte viram que suas roupas eram de marcas bem caras, talvez vindas de Paris ou Milão.
- Olá Bella. – ele respondeu parecendo estar encabulado ao vê-la.
Olhei para Jacob confirmando o que pensava, ele parecia incomodado com a presença dela. Por um instante nossos olhares cruzaram e me lançou um olhar de desculpas. O que estava acontecendo ali? Quem era aquela mulher?
- Como estão as coisas em La Plush? – ela começou a conversar com ele como se eu não existisse como se enxergasse somente ele na sua frente.
- Está tudo bem. – Jacob respondeu seco se aproximando mais de mim enquanto ela caminhava em sua direção. – Queria que conhecesse Hayley.
Ele me apresentou enquanto a tal Bella parecia despertar me olhando pela primeira vez, ela me analisou de baixo para cima fazendo uma leve careta para logo disfarçar depois. Senti meu sangue esquentar. Quem ela pensava que era?
- Prazer Hayley, sou Bella a melhor amiga de Jake. – ela me cumprimentou dando um significado a mais nas palavras “melhor amiga”.
Senti meu estômago revirar junto com a minha grande vontade de acabar com aquele risinho no rosto dela. Será que ela e o Jake tinham ou tiveram algo? Pela aliança em seu dedo podia deduzir que era casada, será que ela nutria algum sentimento por Jake mesmo casada?
- Bom Hay acho melhor irmos, se não fica muito tarde para comprarmos o que precisamos. – Jake disse tentando sair dali enquanto nós duas continuávamos a nos encarar.
- Ah que pena Jake! Pensei que poderia tomar um café comigo, afinal desde que voltei não pudemos conversar direito. – A vaca pálida na minha frente falou com os olhos suplicantes dignos do gato do Shrek.
Tive vontade de vomitar, sabia que estava com ciúmes, mas não conseguia evitar mesmo que Jake não fosse nada meu infelizmente. Porém nesse momento uma luz apareceu no fim do túnel para mim, aquela seria uma desculpa perfeita!
- Vamos deixar isso para a próxima, quem sabe! – ele respondeu já pegando minha mão para sairmos dali.
- Não Jake! Fique e converse com sua amiga, posso muito bem ir comprar sozinha o que preciso, depois nos encontramos aqui no carro. – falei mesmo com o ciúme me corroendo por dentro, aquela era a distração perfeita para poder me encontrar com Rose.
- Não Hay, eu disse que iria com você. – por alguma razão ele parecia aflito em me deixar sozinha. Será que ele sabia de algo?
- Sua amiga disse que não tem problema Jake, vamos tomar um café, afinal ela já é grandinha, sabe se virar. – a tal Bella interveio tentando novamente conversar com Jacob o que pareceu deixá-lo bem surpreso com a resposta dada.
- Pode ir Jake, mais tarde nos encontramos aqui, ok! – falei por fim ignorando o que a bruaca havia falado e por mais que o ciúme me matasse o deixei sozinho com ela, não sem antes beijar sua bochecha surpreendendo os dois.
Lanchando um olhar significativo para ela antes de sair, a vaca pálida tinha que saber que não podia brincar comigo. Agora era apenas disfarçar bem e ir ao encontro de Rose.
POV Jacob
Não estava entendendo Hayley, suas palavras não condiziam com suas atitudes. Podia perceber algo que talvez fosse ciúme, o que deixava meu ego muito melhor, no seu olhar, mas por outro lado parecia que ela estava louva para nos deixar sozinhos, praticamente empurrando Bella no meu colo. Tentei evitar que ela nos deixasse sozinhos, porém quando dei por mim ela já tinha ido.
- Então Jake, vamos tomar um café? – Bella perguntou me despertando dos devaneios.
- Claro, claro. – respondi sem animação, afinal de contas o que ela queria depois do que aconteceu?
Seguimos calados até a cafeteria a uns metros dali sentia os olhares inquisitivos dela sobre mim, realmente não estava entendendo qual era a dela.
Na cafeteria ela fez questão de ir para uma mesa mais afastada, não sei por que, mas aquela situação estava me incomodando muito.
- Por acaso está com medo que alguém nos veja aqui Bella? – perguntei depois que a garçonete nos atendeu.
Ela não me respondeu de imediato ficando com o rosto vermelho pela vergonha de ter sido pega.
- É que... é que Edward tem ciúme de você e não gostaria nada se soubesse que estamos aqui juntos. – confessou abaixando o olhar encarando suas mãos.
- Então acho melhor ir embora. – disse seco enquanto me levantava. – Não quero causar uma briga para o casal perfeito.
- Jake espere! – ela falou segurando meu braço. – Não vá embora assim, eu... eu... sinto sua falta.
- Bella, você não pode ter tudo o que quer! Escolheu ficar com o mauricinho, não pode querer me ter por perto também. – rebati já cheio de toda aquela situação.
- M-mas... – ela tentava falar enquanto seus olhos ficavam mais brilhantes pelo choro contido.
Eu sabia que estava sendo um idiota entre outras coisas, mas não agüentava ver nenhuma mulher chorar, qualquer coisa menos isso. Suspirei me sentando novamente recebendo um olhar de agradecimento.
- Fale logo então o que quer. – disse tentando não parecer grosso.
- Eu queria meu amigo de volta. – soltou olhando nos meus olhos intensamente.
- Infelizmente não acho que isso vá ser possível. – respondi sem quebrar nosso contato visual.
Nesse momento a garçonete chegou com o nosso pedido, bebi minha cerveja devagar agradecendo pelo frescor causado na garganta.
- Será que podemos recomeçar, Jake? Não tem nada que eu possa fazer para ter você novamente perto de mim? – ela perguntou pegando uma das minhas mãos que estavam na mesa.
- Bella...
- Eu sinto tanta falta das nossas conversas lá em La Plush... eu ria muito naquela época. – confessou enquanto reprimia a careta ao me ver tirar minha mão da dela.
- Talvez com o tempo, mas não vamos forçar a barra hoje, ok!
- Ok, eu entendi. E aquela mulher que estava com você Jake? – perguntou tentando parecer desinteressada, uma péssima mentirosa como sempre.
- O que tem a Hay? – rebati com outra pergunta tentando ver aonde ela queria chegar.
- Você a conhece há muito tempo? É que parecem tão íntimos...
- Nos conhecemos há pouco tempo... ela está morando lá em casa. – falei de propósito vendo qual seria sua reação e não me surpreendi ao vê-la engasgar com o café praticamente cuspindo-o em mim.
- Mo-morando co-com você? – ela perguntou visivelmente abalada.
- É isso mesmo. Rachel está adorando a companhia, sabe Hayley se tornou uma ótima amiga para nós. – falei observando o semblante dela se acalmar.
- Ela é só uma amiga? – perguntou parecendo mais aliviada.
- Infelizmente sim. Vou chamá-la para sair esse fim-de-semana, quem sabe pulamos a fase da amizade para algo mais. – provoquei um pouco mais vendo a face de Bella ficar vermelha.
- Que ótimo para você Jake! Acho que no fim não fui tão importante assim para você não é? Fica aí falando das minhas escolhas, que não podemos mais ser amigos, mas já está de olho no primeiro rabo de saia novo que apareceu na cidade! – Bella estava vermelha de raiva e suas palavras aumentaram a minha. Quem ela pensava que era?
- Já estou de olho Bella? Faz três anos que você casou com o branquelo riquinho metido a perfeitinho, não pensou nem como me sentiria ao receber o convite e ainda ser chamado para ser padrinho da mulher que amei! Não me julgue por tentar seguir minha vida Bella! Não sou mais seu brinquedinho! Você fez sua escolha, agora pare de ser egoísta e me deixe fazer a minha! – vomitei tudo o que estava preso na garganta por todos esses anos enquanto ela me olhava espantada com a boca aberta.
Levantei-me jogando o dinheiro da cerveja na mesa decidido a esperar Hayley no carro.
POV
Sai discretamente da biblioteca com o coração mais apertado do que antes, será que nunca iria conseguir ter um pouco de paz? Sentia as lágrimas acumularem em meus olhos enquanto andava pelas ruas de Forks parecia que não havia saída para mim estava fadada a viver eternamente naquele pesadelo.
Rose havia me explicado como estava complicada a minha situação, seria uma briga muito difícil de ganhar, mesmo ela me garantindo que faria de tudo para me ajudar. Agora me restava tomar uma decisão definitiva, será que conseguiria voltar a viver com ele novamente para ter minha filha ao meu lado? Ou fugiria pelo resto da minha vida sem poder olhá-la novamente?
Suspirei cansada de pensar nos meus problemas, ainda precisava comprar algo para não levantar as suspeitas de Jacob. Jacob. Conseguiria apagar esse sentimento que sinto por ele? E ele como ficaria se eu escolhesse partir?
Parei no supermercado e escolhi algo sem muita importância para comprar evitando as perguntas de Jake. Andei na direção do carro buscando forças para colocar uma máscara de felicidade no rosto enquanto vivia meus conflitos internos.
Aos poucos vi o carro dele parado no mesmo lugar e para minha surpresa Jake estava sentado no banco do motorista com uma expressão nada amigável. Aproximei-me hesitante, será que ele havia desconfiado?
- Comprou o que precisava comprar? – perguntei assim que entrei no carro tentando disfarçar meu nervosismo.
- Na verdade não, outro dia eu compro. – ele me respondeu parecendo despertar de um transe lançando-me um sorriso sem graça. – E você?
- Huhum... – afirmei balançando a cabeça. – E a sua amiga foi embora há muito tempo? – perguntei sentindo novamente o ciúme me corroer por dentro.
- É... ela precisou ir embora... voltar para a família. – sua voz estava carregada como se sentisse raiva de algo.
Não disse mais nada, acho que percebendo o término do assunto Jake ligou o carro e partimos de volta para casa. Sentia-me incomodada com a sua atitude não sei se pelo ciúme, mas o silêncio parecia me sufocar dentro daquele carro.
- Jake aconteceu alguma coisa? – perguntei sem medo de parecer intrometida.
- Hay... eu... – ele parecia nervoso com algo apertando o volante com as mãos, senti o carro desviando da pista e o vi parando no acostamento.
Ainda olhava para Jake sem entender o motivo para estar tão nervoso, ele estava com a cabeça encostada no volante respirando profundamente parecendo tentar se controlar.
- Jake você está bem? – perguntei começando a ficar preocupada.
- Não. Não estou bem há muito tempo... passei quatro anos amando alguém que me desprezou e agora que sinto isso novamente não sei o que fazer... simplesmente não sei! – ele falava rapidamente me deixando confusa, será que ele gostava daquela amiga que encontramos?
De repente Jacob levantou a cabeça me lançando um olhar diferente, senti o ar me faltar enquanto observava sua íris negra brilhar intensamente, parecendo prender minha alma nela. Agindo totalmente seguro de si, ele soltou seu cinto de segurança aproximando-se de mim vagarosamente, me senti congelada no lugar enquanto meu estômago dava piruetas e meu coração pulsava atrás das minhas orelhas.
- Jake o que... – tentei formular uma pergunta sendo calada por seu dedo indicador.
- Desde o primeiro momento tenho vontade de fazer isso, mas acho que faltava coragem. Acho que precisei enfrentar primeiro meu passado para criar essa coragem... – ele dizia tudo com a voz rouca se aproximando cada vez mais. – Apenas me deixe provar isso primeiro, se não quiser depois... não farei mais.
Senti a porta do carro nas minhas costas enquanto meu corpo parecia entorpecido com o seu perfume e a sua súbita aproximação, seu hálito de hortelã batia em meu rosto fazendo com que meus lábios se abrissem involuntariamente em um convite silencioso.
Entendendo o recado Jake selou nossos lábios com ternura parecendo se deliciar tanto quanto eu, minhas mãos foram para sua nuca o puxando ainda mais para aprofundar o beijo enquanto ele embrenhava uma mão em meus cabelos e a outra me puxava pela cintura.
Aos poucos o beijo foi se tornando mais urgente e apaixonado acabando com o ar em meus pulmões a ardência fez com que nos separássemos ofegantes enquanto ele atacava meu pescoço resmungando algo enquanto suas mãos pareciam desesperadas para soltar meu cinto de segurança ri de seu nervosismo me afastando um pouco.
- Está com algum problema aí? – perguntei rindo enquanto soltava-me do cinto.
- Problema resolvido. – disse rapidamente me puxando novamente para outro beijo avassalador.
Capitulo 7
La Plush, 10/09/10, 18:03 pm.
POV
Olhava para o relógio enfadada, parecia que hoje o tempo não queria colaborar comigo. Suspirei novamente lembrando-me de alguns dias atrás quando paramos no meio da estrada e Jake se declarou, estava tão feliz, porém ao mesmo tempo me sentia a pior pessoa do mundo o enganando deste jeito.
Será que ele entenderia se contasse a verdade? Duvido muito... ele gosta a Hayley e não da , Jake conhece apenas uma parte de mim! Ele já perguntara sobre meu passado e apenas digo meias verdades enganando a pessoa que mais me mostrou carinho nos últimos anos! Toda vez que o vejo sinto como se o apunhalasse! Precisava dar um basta em tudo isso e se as coisas ocorressem como Rose e eu havíamos conversado talvez hoje mesmo me tornasse uma mulher livre e aí finalmente poderia contar a verdade a ele e me entregar realmente nesse sentimento!
- Pensando em um certo alguém? – Emily perguntou me tirando da discussão interna.
- Está tão evidente assim? – revidei com outra pergunta sem conter meu sorriso.
- Sinceramente... está! E fico muito feliz em ver meu amigo gostando de outra pessoa novamente. – disse sorrindo para mim e pegando minha mão. – Você está sendo ótima para o Jake, nunca o vi tão radiante, tão cheio de vida!
- Obrigada Emily, ele também está sendo ótimo pra mim. – declarei por fim vivenciando novamente meu conflito.
- Mas posso te perguntar uma coisa Hay? – ela falou olhando-me intensamente, apenas afirmei com a cabeça para que prosseguisse. – Me parece que seu olhar é tão triste, mesmo quando olha para ele. É como se algo ainda a incomodasse, sabe?
Suspirei diante daquela afirmação, precisava disfarçar mais minhas emoções se quisesse manter minha identidade escondida.
- Alguns medos do passado demoram para ir embora, mas não se preocupe Emily um dia eles sumirão completamente pode ter certeza. – confessei novamente uma meia verdade olhando para o relógio na parede da cozinha. – Sei que ainda é cedo, mas posso ir?
Perguntei ansiosa pela resposta, tinha que falar com Rose para saber se havíamos conseguido!
- Claro Hay, hoje está tranqüilo pode ir! – respondeu sorrindo novamente e voltando para o caixa.
Arranquei o avental e corri para a casa de Jake, essa hora nunca tinha alguém em casa, normalmente eu era a primeira a chegar e sempre preparava o jantar para Rachel e ele, então teria minha chance de ligar para Rose sem levantar suspeitas.
Alguns minutos depois entrei na casa verificando se realmente estava completamente vazia indo ansiosa para o telefone. Disquei rapidamente o número de seu escritório batucando os dedos no aparador freneticamente. Ao terceiro toque alguém atendeu, me surpreendendo por não ser Rose, disfarcei a voz pedindo para falar com ela e o homem prontamente passou o telefone para ela.
- Desculpe, mas meu marido atendeu o telefone. – ela disse sem mencionar meu nome explicando o acontecido.
- Tudo bem. E aí tem alguma resposta? – perguntei ansiosa sentindo meu estomago revirar.
- Tenho... – Rose pareceu relutante em dizer o que haviam enviado suspirando em seguida.
- Então diga Rose! Estou quase arrancando meus cabelos! – falei quase entre os dentes passando a mão com força por meus cabelos.
- Acho melhor nos encontrarmos, não podemos conversar sobre isso por telefone. – disse tentando passar firmeza, porém sua voz parecia tremula.
- Ok! Te espero na entrada da reserva em 20 min.
- Tudo bem, até logo.
Senti meu peito se comprimir, com certeza Demitri não tinha tido uma reação boa, só espero que não tenha encontrado o endereço de Rose, caso tivesse precisaria ir embora hoje mesmo!
Caminhei rapidamente até a entrada da reserva em baixo de uma fina e fria garoa, encostei-me em uma árvore buscando abrigo e esperei. Meus olhos começaram a ficar úmidos e sem que percebesse já estava chorando.
Não demorou muito quando avistei o sedan preto de Rose se aproximar, rapidamente fui em direção da porta do passageiro aflita com o que estaria por vir.
- Rose... foi pior não foi? – perguntei sentindo um frio passar por minha espinha, observando seu semblante preocupado.
- não se desespere, sabíamos que ele reagiria assim. Só que ainda penso que talvez a proteção policial ajudaria muito no seu caso, existem programas de proteção...
- Já disse que não quero envolver a policia nisso! Aro é muito influente e Deus sabe o que Demitri faria a Mel! – interrompi Rose sentindo meu sangue gelar ao pensar no que aquele homem poderia fazer a própria filha.
Ela suspirou perecendo cansada por falar o mesmo discurso a mim, todas as vezes que nos encontrávamos era do mesmo jeito, porém eu sabia que se envolvêssemos qualquer autoridade nisso aquilo que Demitri me disse se cumpriria.
- Ok... ele enviou esse envelope para o endereço de Nova York... tive que falsificar o endereço para que não nos descobrissem e acho que consegui despistá-lo momentaneamente. – ela continuou a falar enquanto me mostrava um envelope grande de cor parda.
Olhei hesitante para o envelope como se lá tivesse guardado todos os meus fantasmas do passado.
- Infelizmente gostaria de mostrar um documento assinado a isso, mas aparentemente seu marido é mais determinado do que imaginávamos. – completou vendo a minha hesitação.
Peguei o envelope de suas mãos tremendo levemente, apertei meus lábios tentando aliviar a tensão instalada em meu corpo, algo em meu intimo sabia já a resposta, porém desejava piamente acreditar que finalmente estaria livre daquele tormento.
Tomando então fôlego abri o envelope.
POV Jacob
- Jake o Sr. Bay está perguntando quando a pick up dele vai ficar pronta. – Embry apareceu na porta do escritório me fazendo sair de dentro do conversível que estava no fundo da oficina.
- Pode avisar que segunda no fim da tarde ela vai estar pronta. – respondi limpando as mãos na flanela que estava no bolso do macacão.
Fui até o escritório passar as coordenadas para Embry já que Sam havia saído mais cedo e eu também iria vazar dali rapidinho.
- É só vocês arrumarem mulher que largam tudo na minha mão! – ele falou rindo da situação.
- Ah claro! Nós sempre largamos tudo pra você fazer sozinho, quem fica atrás da Leah o dia inteiro é a gente também! – soltei rindo da cara frustrada que ele fez.
- Essa aí tá osso de amansar, mas vai ver Jake eu vou conseguir! – respondeu com um sorriso cheio de malicia.
- Ok, me poupe dos detalhes Embry. Tô indo... tenho que correr pra chegar antes da Hay e preparar nosso jantar. – disse já andando em direção da porta da oficina.
- Humm... jantar romântico! Quem diria Jacob Black está usando coleira! – gritou do escritório rindo da situação, nem dei atenção apenas levantando o braço e mostrando o dedo do meio saindo da oficina.
Estava tão feliz com essa última semana que vivera, Hayley era muito mais do que poderia imaginar, carinhosa, amiga, meiga, companheira, cheirosa! Se fosse numerar todas suas qualidades ficaria horas pensando em cada detalhe, cada movimento que fazia, cada sorriso. Embry estava certo Jacob Black agora era um homem apaixonado, finalmente tinha encontrado alguém com quem queria dividir minha vida e era recíproco o sentimento.
Enquanto planejava nossa noite romântica caminhando até minha casa lembrei-me de Rachel, precisava dispensá-la por essa noite. Peguei o celular do bolso e disquei rapidamente seu número.
- E aí maninha! – disse quando ela atendeu a ligação após o segundo toque.
- Jake? Aconteceu alguma coisa? – perguntou provavelmente estranho minha ligação.
- Não Rachel, está tudo bem, mas precisava de um favor seu...
- Pode falar Jake... – percebi na sua voz uma ansiedade, parecia até com pressa em terminar a ligação.
- Está ocupada mana? – perguntei recebendo um suspiro como resposta, então decidi falar logo de uma vez. – Será que hoje você não pode sair com o Paul ou algo assim? Quero fazer uma surpresa para Hay e sabe como é...
- Humm... Jake... eu meio que já estou com o Paul. – ela me respondeu sem graça. – Ele apareceu aqui no meu trabalho hoje e acho que vou dormir no apartamento dele...
- Ah que bela irmã você é! Quando iria me ligar falando que estava com esse traste? – perguntei com um pouco de irritação, ela sempre fazia as coisas sem avisar.
- Corta essa Jake! Alguns segundos atrás você estava pedindo para eu vir ao apartamento dele... nós apenas adiantamos seus pensamentos! – Rachel falava enquanto ria, sabia que essa já era uma batalha perdida.
- Certo, certo. Só não me apareçam com um sobrinho antes da hora ok?! – falei rindo também.
- Pode deixar maninho... e aproveite a sua noite também! – ela riu também desligando em seguida.
Aproveitei o caminho a pé e passei no restaurante do Collin pegando o nosso jantar que já havia encomendado chegando em casa no horário previsto.
Como imaginei Hayley ainda não havia chegado olhei para o relógio me apressando para deixar tudo pronto antes que ela aparecesse, queria dar a ela uma noite perfeita como sabia que merecia.
Enquanto arrumava a sala e o meu quarto as lembranças da semana que passara rodaram em minha cabeça como um filme, como alguém em tão pouco tempo poderia completar outra dessa maneira?
“Estava sentado no sofá com ela aconchegada em mim, acariciando lentamente seus cabelos enquanto recebia os mesmos carinhos em meu peito. Um filme antigo passava na televisão, mas não consegui prestar muita atenção me sentia mergulhado em uma bolha onde somente Hayley e eu estávamos.
- Nunca imaginei ter alguém como você perto de mim... – ela sussurrou quase que para si me despertando dos pensamentos.
- Mas eu estou aqui e vou ficar até quando desejar. – sussurrei em seu ouvido fazendo com que seus olhos incrivelmente azuis me fitassem. – E se depender de mim será até o fim dos meus dias.
Seus olhos estavam mais brilhosos, talvez por conter as lágrimas, não sei, apenas perdi o raciocínio quando vi seu sorriso direcionado a mim.
- Você é muito mais do que desejei um dia Jake! Muito mais! – falou me beijando em seguida.
Em meio ao beijo senti uma lágrima salgada se misturar ao seu gosto me fazendo quebrar o beijo para fitá-la, seus olhos eram indecifráveis tão misteriosos quanto ela mesma.
- Não chore meu amor. – falei limpando com o dedão a lágrima que teimava em descer por seu rosto.
- É de felicidade Jake! – soltou voltando a me beijar sofregamente.”
Ainda me surpreendia como Hay podia ser tão sensível e meiga, mas ao mesmo tempo parecia uma mulher forte e decidida, uma verdadeira mistura que me deixava cada vez mais apaixonado.
Olhei meu trabalho pronto, dessa vez eu tinha caprichado! Agora seria sentar e esperar pela chegada da minha futura esposa.
POV
Me sentia sufocada, meus pés moviam-se sozinhos enquanto minha mente vagava pelas lembranças do meu passado. Como gostaria de voltar no passado e não tê-lo conhecido, talvez cursasse outra faculdade ou decidisse mudar de cidade, qualquer coisa que mudasse meu destino e me fizesse acordar do pesadelo que vivia no presente!
Sabia que precisava tomar uma decisão, mas qual? Simplesmente não podia mais viver como estava, meus ombros não agüentariam mais muito tempo carregando tantas preocupações e medos. Continuaria a fugir por mais quanto tempo até que ele realmente me encontrasse e acabasse com minha vida?
Toquei levemente meu rosto percebendo que as lágrimas teimosas continuavam a rolar, suspirei tentando me conter afinal precisava ainda manter o disfarce até que decidisse o que faria com meu destino. Provavelmente Dimitri me encontraria uma hora, me torturaria até que finalmente implorasse para acabar comigo indo para meu tão desejado descanso para nunca mais ver Melanie.
Ah minha querida ! A única coisa boa em minha vida e a qual nunca mais voltaria a ver!
Busquei juntar minhas forças e encarei a porta da casa dos Black’s, observei melhor a casa que se tornará meu lar lembrando de cada momento vivido ali.
Abri a porta lentamente sendo recebida por um cheiro agradável de comida misturado ao cheiro de flores, observei melhor a sala e percebi a mesa de centro decorada e arrumada com velas, copos, pratos e talheres no chão havia pétalas espalhadas dando um ar ainda mais romântico ao cômodo. A sala estava iluminada apenas por velas, tudo estava perfeito até que o vi parado na entrada da cozinha.
Ele estava lindo trajando uma camisa social azul bem clarinho e uma calça jeans, verdadeiramente aquele era o homem mais belo que havia conhecido em minha vida! Não apenas pela aparência, mas pelo coração e aquilo doeu a ponto de me sentir sufocada. Nunca ele seria meu realmente e sabia que a culpa disso era somente minha!
Jacob continuou parado ali me observando com o sorriso que tanto adorava, quando senti algo salgado no canto da boca percebi que estava chorando. Porque não podia ser feliz?
- Oi. – me forcei a dizer, sussurrando para não denunciar o que se passava em meu coração.
- Oi. – ele falou se aproximando lentamente me olhando com o brilho que tanto amava em seus olhos. – O que acha de jantar comigo hoje? – perguntou acariciando meu rosto vendo minhas lágrimas aparentemente sem entendê-las.
- Você é a melhor coisa que aconteceu na minha vida! Nunca se esqueça disso! – disse já em forma de despedida o beijando em seguida tentando mostrar a ele todo o amor que guardava no peito.
- Então me concede sua companhia esta noite? – ele perguntou quando nos separamos encostando nossas testas.
- Em dez minutos eu volto, prometo. – respondi abrindo finalmente os olhos admirando o rosto do homem que abandonaria.
Jacob sorriu novamente enquanto ia de volta para a cozinha terminar de arrumar nosso jantar, forcei meus pés a andarem até o quarto. Fechei a porta encostando-me e indo em direção ao chão, tentava chorar sem fazer barulho sentindo meu coração sangrar por ter que deixá-lo para trás, para protegê-lo!
Lembrei-me do envelope e chorei ainda mais vendo minha felicidade se afastar de mim novamente. Como um homem poderia ser tão cruel? Olhei para as minhas mãos e percebi que estavam sujas pelas cinzas do que um dia foram os papeis do nosso divórcio.
Demitri havia me enviado as cinzas do contrato junto com um bilhete repetindo mais uma vez a frase que conhecia muito bem.
“Minha amada, se quiser a liberdade eu a darei. Sua liberdade é a morte, pois em vida sempre pertencerá a mim, somente a mim!”
Junto com o bilhete tinha também uma foto minha com Jacob andando em Forks. Ele havia me encontrado e sabia de Jacob, não queria pensar no que Demitri poderia fazer a ele! Por isso iria embora mais uma vez, para protegê-lo!
Levantei do chão decidida a me arrumar e dar a ele a nossa despedida, me entregaria de corpo e alma aquele homem que roubou meu coração. Pelo menos teria ele sempre em minha lembrança, até que minha vida tivesse fim o que realmente não estava muito longe de acontecer.
POV Jacob
Ao ouvir aquelas palavras de Hayley meu coração se apertou, como se algo muito ruim fosse acontecer, mas preferi não pensar naquilo queria fazer dessa noite perfeita para nós. Voltei para a cozinha para terminar de organizar nosso jantar nos pratos. Pouco tempo depois levei tudo para a sala colocando a garrafa de vinho na mesa de centro.
Não demorou muito para Hay aparecer arrumada e cheirosa para nosso jantar, ela estava perfeita, porém quando nossos olhos se encontram vi uma tristeza tão profunda que doeu em meu coração, mas da mesma maneira que a tristeza apareceu desapareceu.
Aproveitamos o jantar sempre trocando carícias e olhares apaixonados, definitivamente aquela estava sendo a melhor noite da minha vida!
- Jake e a Rachel? – ela me perguntou enquanto comíamos a sobremesa.
- Ela vai dormir no apartamento do Paul hoje. – respondi vendo seu olhar tomar um brilho diferente, quase como se o azul de seus olhos torna-se mais claros.
Terminamos a sobremesa e ficamos um bom tempo conversando na sala saboreando ainda o vinho que havia comprado, um pouco depois Hay começou a recolher os pratos levando para a cozinha levantei a ajudando prontamente para organizarmos a sala. Cheguei na cozinha alguns minutos depois com o resto do jantar e o vinho encontrando Hay apoiada na pia observando o céu estrelado que aparecia pela janela.
A luz do luar tocava seu corpo quase com a mesma adoração que eu a observava e ali tive a certeza de que aquela mulher seria para sempre a dona do meu coração, que toda a minha história com Bella não havia passado de uma mera paixão, pois o que sentia por Hayley mesmo a conhecendo tão pouco era infinitamente mais forte. Aquilo era verdadeiramente amor, puro e sublime!
Percebendo que era observada ela se virou para mim, seu rosto transparecia tanta dor que tive vontade de abrir seu coração e tomar todo esse sentimento para mim, só para ver seu sorriso!
(N/A: Coloquem para tocar agora, vai dar uma emoção a mais!)
Me aproximei lentamente tentando imaginar se havia feito alguma coisa que a havia magoado, mas não encontrava nada. Toquei novamente seu rosto e percebi as lágrimas silenciosas, precisava entender o que estava acontecendo, mas quando abri minha boca para perguntar seus dedos me impediram.
- Pode parecer cedo demais para dizer isso, mas eu preciso! – ela sussurrava enquanto mais lágrimas escorriam, me deixando ainda mais angustiado. – Eu amo você! Sempre amarei, nunca esqueça disse Jacob.
Ouvir aquelas palavras trouxeram uma felicidade enorme ao meu coração, aquilo era bom demais para ser verdade! Senti meus lábios moverem-se em um sorriso sem meu comando, o sorriso mais largo e verdadeiro que dera em toda minha vida.
- Jake me prometa! Prometa que nunca duvidará ou esquecerá que amo você! Prometa Jake! – ela dizia de maneira urgente segurando meu rosto com as mãos próximo ao dela olhando fixamente em meus olhos, um olhar tão penetrante e angustiado.
- Eu prometo! Prometo que nunca esquecerei ou duvidarei! Prometo também que nunca deixarei de te amar! Todos os dias até o fim da minha vida eu te amarei! – Hayley agora chorava audivelmente enquanto me beijava urgentemente.
Era um beijo diferente, quase como um beijo de despedida, não havia delicadeza. Entre beijos e lágrimas Hay se afastou levemente me deixando ainda mais confuso.
Por algum tempo ela me observou, no seu olhar havia tanto carinho e amor me deixando envaidecido por ser eu o objeto desse olhar, suas mãos acariciavam delicadamente meu rosto traçando cada expressão quase que com veneração.
- Jake... me ame, por favor... – ela sussurrou ainda com o mesmo olhar. – Me faça sua agora e para sempre.
Não consegui formular uma resposta apenas tomei seus lábios de maneira carinhosa enquanto a levantava e carregava em direção do meu quarto. Sem quebrar nosso beijo a coloquei delicadamente em minha cama.
Aquela era a visão que mais desejara, em meio a iluminação das velas e do cheiro das pétalas via a mulher com que queria passar o resto dos meus dias.
POV
Por toda a minha vida era ele que procurava, era o amor que ele mostrava que desejava!
- Porque demorei tanto pra te conhecer? – sussurrei puxando-o para mim.
Seus beijos e seus toques me faziam sentir a mulher mais especial, a mais amada de toda a terra. Enquanto nos beijávamos e nos amávamos sentia o quanto seria difícil deixá-lo para trás o quanto me doeria abandoná-lo, mas não havia outra maneira de protegê-lo.
Suas mãos passeavam por mim de maneira venerativa, me fazendo vacilar na minha decisão. Enquanto sentia mais lágrimas escaparem de meus olhos enquanto ele me amava, entre seus beijos ele percebeu meu choro silencioso e acariciou meu rosto.
- Por que está chorando meu amor? – Jake me perguntou enquanto me apertava mais a ele, fazendo com que o contado das nossas peles me torturasse.
- Estou chorando de amor, amor por você! Serei para sempre sua! – me declarei novamente tentando passar a ele todo meu amor, temia que depois que o abandonasse ele me odiasse.
- Eu te amo! – ele sussurrou contra o meu pescoço depositando beijos ali.
Sentada nele desejei com todas as minhas forças que pudesse paralisar o tempo e ficar ali somente nós dois nos amando eternamente. Nos amamos por muito tempo até que o cansaço tomou conta de nós, nunca havia sentido o que vivera nessas poucas horas com ele apenas mostrando a mim o quanto havia me enganado com Demitri.
Olhar Jacob dormir ao meu lado ressonando levemente foi a imagem que quis guardar, aquela seria a hora ideal para partir, mas não consegui. Simplesmente naquele momento não conseguia abandoná-lo. Decidi então passar mais um dia ao seu lado, na noite seguinte partiria para nunca mais vê-lo, pensar nisso doeu profundamente como se arrancassem meu coração, mas era preciso.
- Nunca esqueça que sempre o amarei. – sussurrei roubando um selinho enquanto gravava sua imagem mais uma vez.
Em resposta ele me puxou mais moldando meu corpo nu ao dele, olhei em seus olhos, porém ainda dormia. Me aconcheguei e aproveitei daquilo que nunca mais teria.
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La Push, 11/09/10, 17:48 pm.
POV Megan
Limpava o balcão tentando disfarçar minha ansiedade, passara o dia inteiro assim. Sentia meu corpo tenso com medo que a qualquer momento alguém aparecesse ou que eles desconfiassem de algo.
Rose ligara o dia inteiro na lanchonete, mas evitei falar com ela todas às vezes, sabia que estava preocupada e não era para menos. Olhei novamente para o relógio da cozinha, faltava apenas algumas horas. Iria para o Canadá não sabia em que cidade ficaria ainda, mas aquela era talvez a melhor opção no momento.
- O que aconteceu Hay? – Emily perguntou saindo do caixa, hoje o movimento estava fraco então éramos apenas nós duas agora à tarde.
- Nada por quê? – desviei com outra pergunta.
- Você parece ansiosa, sei lá, está toda hora olhando para o relógio... – ela falou analisando meu rosto.
- Estou com saudade do Jake, só isso... – disse uma meia verdade. – Ontem ele foi tão romântico...
- Sam me contou que ele iria fazer uma surpresa para você. – ela sorriu, me deixando mais calma por ela ter caído na história.
De repente o sino da porta tocou nos fazendo olhar para quem havia entrado. O cliente sentou-se um pouco afastado, olhei para Emily dizendo com o olhar que iria atender.
Enquanto caminhava até o cliente que estava sentado de costas para mim fui percebendo que era uma mulher e que vestia roupas aparentemente caras para onde estávamos, fora o chapéu totalmente inadequado para quem vive em La Push, parecia mais uma mulher da alta sociedade do que algum morador de La Push ou Forks.
Peguei meu bloco de anotação e parei ao lado da mulher, o chapéu era tão grande que mal dava para ver seu rosto. Um arrepio atravessou minha coluna como se fosse um presságio de algo muito ruim, tentando ignorar o pressentimento busquei minha voz para atender a estranha mulher.
- Em que posso ajudar? – perguntei gentilmente.
- Olá Hayley ou deveria dizer Volturi? – a voz conhecida estava carregada de sarcasmo.
Deixei cair a caneta e o bloco no chão enquanto olhava para aqueles olhos verdes tentando desesperadamente acreditar que aquilo seria apenas um pesadelo!
Capitulo 8 – Sendo descoberta
La Push, 11/09/10, 17:50 pm.
POV
Olhei paralisada para mulher a minha frente, minhas mãos suavam friamente enquanto tentava inutilmente encontrar uma saída para aquela situação enquanto Jane me observava atentamente com seu característico sorriso sínico no rosto.
- Então estava com saudades? – Jane me perguntou erguendo sua sobrancelha, mania irritante!
Pisquei algumas vezes despertando do tampor que me encobria sentando rapidamente sentindo o olhar inquisitor de Emily em mim, porém naquele momento existiam coisas mais importantes para resolver.
- Como me acharam? – perguntei tentando manter minha racionalidade na frente daquela mulher.
- Sabe como Aro pode ser influente quando quer ainda mais tratando de seu filho, mas agora isso não importa... – ela fez uma pausa tirando o chapéu da cabeça o colocando vagarosamente no canto da mesa. – Sabe, nunca entendi a fixação do meu enteado em você...
Jane me olhou com desprezo e nojo, sabia que o verdadeiro interesse dela era Demitri, na verdade sempre foi ela estava com Aro apenas pelo dinheiro e conforto que lhe proporcionava! Por mais que sentisse meu sangue ferver em minhas veias não conseguia abrir a boca e vomitar tudo o que estava preso na garganta, apenas continuei ouvindo o que dizia enquanto buscava em minha mente uma maneira de escapar daquela víbora.
- Olhe só para você tão sem graça! Tão apagada! Sei que poderia satisfazê-lo muito melhor que você, mas resolvi te dar de presente ao meu querido Demitri quem sabe assim quando ele se cansar de brincar com você finalmente tenha o caminho aberto para mim! – Jane falava convicta que Demitri um dia olharia para ela.
- Realmente você não passa de uma vadia mesmo Jane, não basta ter enrolado Aro agora quer Demitri também? – perguntei não agüentando conter minha língua. Para meu espanto ela apenas riu apoiando a cabeça sobre as mãos.
- Não precisa me elogiar querida, mas garanto para você que vou ser uma ótima madrasta para !
Senti meu coração se apertar ao pensar em e de como seria sua vida se não conseguisse arrancá-la daquele covil.
- Se você encostar um dedo na minha filha eu...
- Nem tente me ameaçar ! Você sabe muito bem do que sou capaz caso fique com raiva! – Jane me interrompeu cravando suas unhas em meu pulso. – Mas para ver como estou de bom humor vou dar a você dois minutos antes de Alec e Felix entrarem aqui para te levar, mas vou avisando querida nem pense em fugir... acho que não gostaria que Emily sofresse algum dano, não é?
Apenas assenti sentindo meu pulso latejar sabia que se ela apertasse um pouco mais com certeza sangraria. De repente Jane me soltou levantando rapidamente andando em direção da porta, meus olhos ardiam pelo choro contido em mim, o que faria agora?
Quando pensei que já estava livre daquela mulher ouvi novamente o barulho de seus saltos, não abri meus olhos para ver o que acontecia até que ouvi sua voz em meu ouvido.
- Realmente hoje estou de bom humor! E por isso vou contar um segredinho. – ela sussurrava em meu ouvido fazendo meu corpo tremer com medo do que ela faria. – Depois que Demitri te usar e matar vou me deliciar acabando com a raça de sua linda filhinha! Ah como vou adorar ver seu sangue escorrendo levando sua preciosa vida embora e depois será a vez daquele velho nojento! Aro vai morrer lentamente isso te garanto e ninguém vai perceber seu envenenamento aí terei Demitri só para mim pelo menos até enjoar dele e jogar seu corpo em algum rio para virar comida de peixe! – sentia agora as lágrimas escorrerem imaginando quanto minha pequena estaria sofrendo. – Mas esse vai ser nosso segredinho ok!
Observei Jane caminhar lentamente até a porta colocando o chapéu antes de sair, ao ouvir o barulho do sino da porta foi como se levasse um choque fechando rapidamente as persianas das janelas da lanchonete, meu corpo tremia, mas precisava ser forte e pensar em uma saída, porém nada vinha em minha mente! Droga!
Olhei para Emily que me encarava com uma expressão cheia de dúvidas, mas não poderia explicar. Corri até o balcão procurando a chave da entrada tentando agir o mais rápido possível!
- Hay o que está acontecendo? Quem era aquela mulher e por que você está assim? – ela perguntava aflita enquanto eu corria até a cozinha atrás de uma faca.
- Emily me escute eu vou distraí-los, quando eles entraram você corre pela saída dos fundos ok! Vá até a oficina pegue meu carro e me encontre em uma hora naquela estrada perto do penhasco... se não aparecer lá procure por Rosalie Cullen, ela vai saber o que fazer! – falei rapidamente segurando seus ombros.
- Não vou a lugar nenhum sem saber o que está acontecendo aqui! – ela respondeu cheia de teimosia.
- Emy, por favor... – comecei a implorar sendo interrompida pelo barulho do sino da porta.
Olhei em direção da porta e vi Alec e Felix entrando vagarosamente, não havia mais tempo!
- Se esconda! – sussurrei escondendo a faca no avental.
Andei agachada até a entrada da cozinha sentindo meu corpo inteiro tremer levemente ao ouvir o assovio de Felix. Olhei para trás Emily estava agachada esperando meu sinal o medo era visível em seus olhos, conforme o assovio se aproximava me escondi atrás de um dos balcões. Tentando não fazer ruído abri uma gaveta tirando um facão fechando a gaveta lentamente apertando o cabo do facão me preparando para o pior.
O suor frio escorria por minha testa enquanto meu coração pulsava freneticamente, podia sentir a adrenalina tomar conta de minhas veias antecipando o que estava prestes a acontecer. Busquei em minha mente as lembranças vivas dos momentos que passara com Jacob durante minha estadia aqui. Ah Jake! Como queria ter me despedido dele!
- Meegannn? Meeegannn? – ouvi a voz de Alec cantarolar meu nome, encolhi ainda mais meu corpo ouvindo os passos de alguém se aproximando.
Olhei novamente para Emily temendo que fosse a ultima vez que a visse, mas não deixaria que fizessem algum mal a ela. Silabei falando silenciosamente para se preparar, vi a sombra provavelmente de Alec se aproximar, seria agora! Levantei de onde estava deferindo um golpe em Alec, mas o máximo que consegui foi cortar sua camisa com o facão.
- Olha só a gatinha está mostrando as garras! – Alec sorriu vendo o estrago da camisa.
- Cuidado Alec ela já quebrou meu braço em San Diego. – olhei de relance e vi Felix se aproximar devagar tentando me cercar.
- Então docinho estava com saudade de nós? – Felix perguntou dando mais um passo em minha direção.
Tentei me afastar procurando manter minha estratégia, vendo por cima do ombro de Alec Emily mover-se silenciosamente em direção da porta. Agora não havia escapatória teria que enfrentá-los, porém o que me dava forças eram as lembranças de minha princesa além da certeza que Alec e Felix não poderiam me matar, caso fizessem com toda certeza Demitri liquidaria com suas vidas em um segundo.
Nós encenávamos uma dança perigosa, eu estava em vantagem pelo facão na mão quanto aos dois estarem de mãos vazias, mas sabia que aquela vantagem não duraria muito tempo.
Refiz mentalmente minha trajetória, talvez se conseguisse abater um deles conseguiria sair pela porta da frente. Conhecendo Jane como conheço deve ter vindo apenas com os dois mais o motorista para não dar muito na vista. Foi então o que tentei fazer!
Com uma das mãos peguei uma frigideira e joguei em Felix acertando sua cabeça enquanto com a outra segurando o facão avancei contra Alec fazendo um corte profundo abaixo do ombro deixando a lâmina presa em seu braço. Corri rapidamente até a porta da cozinha torcendo para que Emily tivesse escapado e que houvesse ainda tempo para fugir também!
Então senti algo bater fortemente em minhas costas jogando meu corpo contra o armário ao lado da porta, minhas costas ardiam enquanto os músculos se tencionavam com a queda brusca de meu corpo.
Depois de bater de frente com o armário cai no chão sentindo algumas caixas caírem em cima de mim, meu corpo inteiro doía pelo impacto, porém me desesperei realmente quando senti uma mão me arrastar pelos cabelos.
Felix me puxou mais para dentro da cozinha, sua força era tamanha que pensei que arrancaria meu couro cabeludo, ao fundo podia ouvir Alec gritar de dor me xingando de todos os nomes possíveis. De repente Felix deu um solavanco fazendo meu corpo deslizar pelo menos um metro pelo chão da cozinha.
- Agora você vai me pegar pelo braço quebrado sua vadia! – ele rugiu as palavras chutando meu estômago em seguida.
Uma. Duas. Três vezes me chutou, naquele momento a sensação de dejavú tomou conta de mim trazendo junto as memórias que queria esquecer, memórias que foram o estopim para minha fuga! Buscando nessas memórias força para continuar lutando puxei a faca que escondera e perfurei a lateral da coxa dele ouvindo seu grito de dor em seguida, tentei me arrastar até a porta dos fundos que estava mais próxima quando gritei de dor ao sentir minha mão esquerda ser esmagada pelos pés de Alec.
- Vagabunda! Vai sofrer pelo que me fez! – ele gritava com os olhos vermelho provavelmente de dor para em seguida chutar meu rosto fazendo meu corpo cair para trás completamente mole.
Lutei contra a entorpecência, mas minha vista estava embaçada e meu corpo não reagia aos meus comandos. Por mais que pudesse ouvir vozes era como se estivessem muito longe.
POV Jacob
Já era a quinta vez que tentava concertar aquele carburador, mas minha mente estava inundada nas lembranças da noite passada tudo havia sido muito melhor do que imaginara, mas a estranha sensação de que Hayley estava se despedindo não abandonou meu coração.
Nunca fui de ter pressentimentos e coisas parecidas, muitas vezes brincava com Sam dizendo que sexto sentido era uma coisa destinada só para mulher mesmo, mas então por que aquela sensação continuava a me incomodar?
Joguei no chão a chave de fenda que usava passando a mão por meus cabelos, olhei para o relógio preso na parede faltava pouco para que a encontrasse novamente talvez depois disso aquela sensação estranha fosse embora e eu pudesse desfrutar tranquilamente da melhor coisa que tinha me acontecido, minha Hay!
- Contando os minutos? – Sam perguntou saindo de baixo do sedan prata.
- Parece que o tempo está brincando comigo! – respondi tentando sorrir.
- É realmente você está amarrado cara! – ele riu limpando suas mãos e fechando o capo do carro.
Resolvi deixar aquele carro para o outro dia e comecei a organizar a oficina para encontrá-la quando ouvi Emily gritar correndo dentro da oficina.
- Sam! Jake! – Emily estava ofegante e visivelmente abalada.
Sam correu até ela a abraçando enquanto ela chorava e soluçava dizendo coisas desconexas.
- Emy, fala pra gente o que aconteceu? Foi alguma coisa na lanchonete? – perguntei tentando controlar o aperto no meu peito.
- A Hay... eles vieram... ela tentou lutar... Jake eles vão matá-la! – ela falava entre os soluços com o rosto banhado em lágrimas.
Nem precisei terminar de ouvir o que ela tentava dizer saí em disparada para a lanchonete. Percebi dois carros parados em frente a ela, dava para ver que não eram daqui me escondi atrás de uma árvore tentando descobrir pelo menos quantos estavam lá dentro.
Os carros eram filmados e não dava para ver quem estava dentro e na lanchonete todas as persianas estavam fechadas, merda! Tentei pensar em uma forma de entrar até que vi uma cadeira ser arremessada por uma das janelas da lanchonete fazendo um barulho enorme quebrando o vidro e destruindo a persiana.
Corri desesperado em direção da lanchonete dando a volta pelo lado oposto de onde os carros estavam tentaria a entrada dos fundos assim surpreenderia os ladrões. Entrei na cozinha silenciosamente vendo que estava tudo revirado como se uma luta tivesse acontecido ali.
- Amarre bem os pulsos da vadia Felix, não quero que ela tente outra coisa quando acordar novamente. – ouvi uma voz de dentro da lanchonete.
Olhei em volta procurando algo para acabar com quem quer que fosse ali achei um extintor pequeno, aquilo serviria. Andei devagar até a porta da cozinha olhando pelo vidro o que estava acontecendo do outro lado.
- Tenho que admitir essa cachorra sabe dar trabalho! Olha só o estrago que ela fez na gente e no lugar! Jane deve estar furiosa, ela disse que era pra ser discreto! – o outro cara respondeu enquanto amarrava as mãos e os pés de Hayley.
Hayley! Meu Deus! Ela estava no chão próximo a porta de entrada desmaiada, seu rosto estava com sangue e inchado haviam ferimentos por todo seu corpo e seu uniforme estava todo rasgado! Que Deus me ajude por que se não eu vou matá-los hoje!
Ajeitei o extintor nas mãos e empurrei com o pé a porta chamando a atenção deles para mim apertando o extintor e jogando pó químico na direção deles deixando-os atordoados e tossindo. Aproveitei a deixa e usando o extintor como arma acertei a cabeça do maior fazendo com que ele caísse desmaiado no chão, o menor tentou me acertar, mas parecia que estava bem machucado o que facilitou para chutá-lo no estomago.
Corri até Hay tentando acordá-la estava desesperado por vê-la naquele estado! Afinal o que aqueles caras queriam? Não podiam ser apenas ladrões.
Quando olhei novamente para trás o menor carregava o outro para dentro do carro acelerando o carro. Ouvi alguns tiros em seguida fazendo com que abaixasse o corpo por cima do dela tentando protegê-la, quando os tiros pararam corri até a porta e vi Sam parado com uma espingarda na mão.
- Tentei acertar os pneus, mas acho que consegui ferir um deles! – Sam disse correndo até mim. – Demorei demais para encontrá-la! – falou mostrando a arma. – A Hay está bem? Eles levaram alguma coisa?
Não respondi apenas voltei para dentro da lanchonete soltando os pulsos e os tornozelos amarrados levantando com ela no colo. Sam arregalou os olhos ao ver o estado em que ela se encontrava.
- O que eles fizeram? – ele sussurrou provavelmente espantado e indignado, afinal nunca havia acontecido algo assim em La Plush e muito menos em Forks.
- Precisamos levá-la para o hospital...
- Humm... – Hay resmungou parecendo voltar a si novamente.
- Hay! Hay fala comigo, meu amor! – sussurrei sentindo meus olhos arderem e meu coração apertado pela angústia em vê-la naquele estado.
- Jake... eles... – ela tentou falar novamente.
- Shiii, meu amor vamos cuidar de você agora... ninguém vai chegar perto de você novamente eu prometo. – a interrompi vendo que ela estava sem forças para falar beijando sua testa levemente.
- Jake leve ela pra sua casa é mais perto vou ligar para o Dr Carlisle e pedir para ele ir até lá examiná-la, vai ser melhor do que viajarmos até o hospital em Forks. – ele aconselhou enquanto analisava o estrago da lanchonete.
- Claro, claro.
Andei até em direção do meu carro que por sorte estava no estacionamento da lanchonete. Ainda bem que era final de tarde e a rua estava deserta, se fosse um dia de movimento normal provavelmente teriam mais feridos na lanchonete.
Coloquei Hayley com cuidado no banco do passageiro correndo para o lado do motorista. O caminho para casa foi rápido, toda hora olhava para Hay ela parecia estar em choque, chorava silenciosamente murmurando coisas sem sentido com os olhos vidrados em algo além da estrada.
Em casa a coloquei em sua cama o mais delicadamente possível torcendo para que ela não tivesse quebrado nada e que fossem apenas machucados superficiais.
- O dr Cullen vai chegar logo pra cuidar de você ok! – sussurrei enquanto acariciava seus cabelos.
Hay abriu os olhos parecendo finalmente me ver ali deixando transbordar deles algumas lágrimas.
- Não os deixe matarem ela. Não deixe. – ela sussurrou fechando os olhos novamente virando o rosto para o outro lado.
Fiquei ali a observando sem entender nada. Afinal quem eram eles? E o mais importante quem eles queriam matar?
Ahhh florzinha! Fiquei tão feliz de vc ter aceitado colocar shought to no blog!^^
ResponderExcluirEla é fantastica! Bjs
Ahh diva que fic linda...
ResponderExcluirMuito boa...
Posta mais to lokinha pra ler...
Bjx ;*
Oi flor vi sua fic no nyah e adoreiiiiiiiise eu não me engano em um dos comentarios falei que ela ficaria incrivel se fosse interativa e dai qual não é minha surpresa vê-la aqui...Quando Ane me falou eu simplesmente adoreiiiiiii... Sua fic é muito boa e vou acompanhar.Bjus!
ResponderExcluirAAAAAAAAAAAAAAAAMEI
ResponderExcluirCONTINUUUUUA **
beijos:*
AAAAAAAAAAAAAAAAMEI
ResponderExcluirCONTINUUUUUA **
beijos:*
OMG! Já amei. Está fantástica!
ResponderExcluirQuero mais. Poste logo, flor.
Besos
AMOOOOO Essa fic linda!^^
ResponderExcluirEspero os proximos capitulos flor.
OMG! Amei. Quero mais. Tá perfeita. Por qto tempo mais vou fugir dele? Não sei se resisto não. asuhauhsuasua
ResponderExcluirBesooos
Ahhh diva.
ResponderExcluirAmeiiiiiiii muitoooo
E cara sério tinha que mentir pro Jake?Mas pelo menos ele ta cuidando de mim rsrs
Posta mais diva,lokinha pra ler
Bjx ;*
Oun, ta muito fofo! Parabéns. Quero maiiiissss. Haha.
ResponderExcluirBy: Lari.
Ahh meu pai.
ResponderExcluirDiva do meu coração.Eu dormir na mesma csa que o Jake socorro.
E to sentindo que eu vou ficar em La Push muito masi do que esperado.Amo a Fic
Bjx ;*
Ai ta muito linda essa fic...Adoro e com direito a POV de Jake é tudo amo, amo, amo...
ResponderExcluirEu sou do team " Bella é de Ed, Jake é meu" *ui* bjus!
Tô amando essa fic! Tá sendo realmente incrível!
ResponderExcluirAgora quero ver por quanto tempo mais eu vou conseguir fugir desse Deuso!
BlacKisses da Baby
Nossa flor ,que fic tudo de bom, ter o jake tudo de bom correndo atrás de mim , me levando pra dormir na casa dele , é demais pro meu coraçãozinho...
ResponderExcluirEstou amando essa fanfic está demais...
ResponderExcluirEspero o proximo capítulo [yn]
Affe.O Paul sabe ser chato quando quer Humph
ResponderExcluirMesmo assim diva amo essa fic de verdade*--*
Posta mais ok
Bjx ;*
Peace
Simplesmente AMEI sua fic *-*
ResponderExcluirMuito boa,e é meio estranho pra mim, eu ler uma fic onde não há vamps,lobos e tals. Mas, msm assim sua fic me conquistou.
O Paul pode ser um puta de um gostoso, mas ele me trará problemas. Já não gostei dele u-u
Aguardando mais posts... Bjos
Primeiro tenho que comentar sobre os personagens... além de ter um 'trelele' com Jakeliciuos eu sou casada com Jensen Ackles? Tudo bem eu sei que ele é um canalha que bate em mim... mas meu deuzinho ele é lindo demais... faltou só a foto da minha filhinha... agora sobre a fic: P.E.R.F.E.I.T.A!!!!!!!!!!! Posta mais please, pela minha sanidade mental! rsrsrsrs.
ResponderExcluirLeitora nova estou amando muito bom
ResponderExcluirAinnn meldelz!!!!! Tadinha da Hay... tá dando tudo errado! Menos a parte de dar uns pegas no gotozão do Jake.
ResponderExcluirGente e esse carro seguindo ela? To prevendo problemas...
Ahahahaha a Bella sem sal se deu mal (rimou). Amei o super fora que Jake deu nela, isso ai colocou a 'bruaca' (hahahaha) no lugar dela!
Flor to amando essa fic. E a proposito, to amando betar a sua outra fic que entrou aqui no blog. Super 10!!!!
Bejux!
- Leitora NOVA na fic! \o/
ResponderExcluir- Estou amando a história!
- Huum, parece que eu enlacei mesmo o Jake *suspiro*
- Eu vou mesmo abandoná-lo? =(
- Huuuum quem sera a mulher que me conhece? Devo sentir medo dela? sauahsuah...
- Ahhh fic está D I V I N A ! ! Tudoo Perfeitoo! =D
kiss kiss bye bye! sz
OMG! OMG!
ResponderExcluirDepois de uma noite linda perfeita maravilhosa e inesquecível eu vou ser arrancada do meu _Jake?
EU NÃO QUEEEEEEEEEEEROOOOOOOOOOOOO
*Me agarrando a um poste enquanto me puxam pelas pernas.*
kkkk
QUERO MAIS
Kisses da Baby
Ain...não acredito que eu vou ter que ir embora e justo depois de uma noite tão fantástica com o meu Jake T.T
ResponderExcluirEU NÃO QUERO IRRRR!!!!
Quem era aquela mulher no final do capítulo?? oO
BjaO
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirq bom que a fic voltou \o/ soltando fogos de artificio
ResponderExcluirnossa que capitulo tenso
o demetri é pior do q imaginei
ain q Jake fofo td romântico gamei
não acredito q estou tendo q abandona-lo
quem é essa mulher ela é uma enviada do meu "marido"
morrendo de medo da mulher misteriosa
doidinha por mais
bjão:Gabhy
OMG!!! Que noite mais perfeita! To arrasada de ter que deixar o Jake... ele vai sofrer.....
ResponderExcluirQuero matar o Demetri pode? Ahhh deixa vai... eu vou matar ele só um pouquinho....
Quem era a mulher no final do capitulo... Uma enviada de Demetri ou uma salvação pra mim?
Leitora nova aquii!!!
ResponderExcluirE estou amando cada cap.
Parabéns, vc escreve perfeitamente bem
AMEI AMEI
QUERO MAIS!!!!!!!!
Como assim eu vou deixar meu caramelinho depois de toda essa noite Romantica?
ResponderExcluirQuem é essa mulher??? Minha mãe??? Minha sogra? Uma irmã do FDP do meu marido??? To curiosa muito mesmo não demora para att não!!!
Nossa, fiquei com o coração na mão com o último capítulo. Foi tensooo, os Voltures são uns monstros. Ainda bem que meu lobão chegou a tempo.
ResponderExcluirE que noite mais romântica, ameeeeei. Foi tudo muito lindoooo!!!!
Estou adorandooo a fic, bjssss!!!
AHHH que aflição D:
ResponderExcluirEsse último capítulo foi muito tenso e triste Ahh esses Volturi são horríveis e doentes ò.ó
A Jane vai matar a minha filha?!! Eu não vou deixar!! espero que o Jake e os outros entendam o pq de eu ter mentido ó.ò
Poxa tanta coisa ruim logo depois de uma noite tão fabulosa com o meu Jake...
Posta mais!
BjaO
Ahhhhh eu amo essa fic *-* tava com saudade dela!
ResponderExcluirJesus! O que foi isso na lanchonete?
O confronto com os caras... nossa! ahahahahah tipo dois caram contra mim e eu ainda consegui me ageuntar um tempo hahahahaha
Ainda bem q o Jake apareceu e me salvou *-*
É uma pena q isso vai dar merda mais tarde... Mas enfim
posta logo plis
NOSSA esse capítulo foi maravilhoso. Parabéns continua logo, estou adorando.
ResponderExcluirBjos
nossa que coisa agora ela vai contar td?
ResponderExcluirain tava com saudades da fic
post mais to mega curiosa
Ain! Que saudadees que eu th dessa fic! O cap ficou BRUTAL! Lindo por demais. Toda a ação, o confronto, a conversa de Jane! Tudoooo! amei amei amei
ResponderExcluirLouca por mais caps, flor!
Kisses da Baby
amei amei to mega curiosa !!!
ResponderExcluirAmei a fic já to viciadinhaaaa ,mas pfavor não demora pra postar!!!!
ResponderExcluirDescobri essa fic só agora, e me apaixonei por ela *-*
ResponderExcluirPoxa, continua logo, por favor! Essa fic MERECE continuação!!
Beijos.
Meu Deus que historia linda e perfeita ! Preciso de maais pelo amor de tudo que lhe é sagrado.! MAAAIS.!!
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