18 de junho de 2011

Tutorial Dicas de Português

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É normal e totalmente aceitável você abrir uma fic e encontrar um erro de português, afinal, nem todo mundo é pós-doutorado em português para eliminar todo o tipo de erro em um texto, mas tomar cuidado com o que escreve já ajuda e muito a compreensão das leitoras. Pensando nisso, nós resolvemos elaborar esse tutorial com as dúvidas mais comuns.

Palavras de grafia confusa
Quem aqui nunca parou para perguntar a um amigo ou a si mesmo se é para escrever mal ou mau, ou então ficou com uma sensação que aquele ‘agente’ não ficou muito bom no meio de uma frase. Essas e muitas outras dúvidas são dúvidas que surgem devido as chamadas ‘palavras de grafia confusa’. Abaixo, listaremos as mais comuns e as nem tão comuns assim com alguns exemplos para simplificar o seu esclarecimento.

→ Por quê? Por que. Porquê. Porque. ←
A regra dos porquês é bem fácil se você prestar bastante atenção e entender cada um.
Por que
Use Por que:
• em frases interrogativas diretas e indiretas;
• quando significar PELO QUAL (flexões);
• quando significar POR QUE MOTIVO.
Ex¹: Por que você abriu a porta?
Ex²: Era a chance por que eu espereva.
Por quê?
Use Por quê:
• quando indicar POR QUE MOTIVO e somente no fim de frases interrogativas.
Ex¹: Ian, você se feriu por quê?
Ex²: Glória, você não aceitou o meu presente por quê?
Porque
É uma conjunção CASUAL ou EXPLICATIVA:
Ex¹: Ela viajou porque precisava ver sua mãe.
Ex²: Não fui ao cinema porque estava doente.
Porquê
É a forma substantivada ( = antecedida de artigo ‘o’ e ‘um’)
Ex¹: Quero saber o porquê da sua decisão.
Ex²: A professora quer um porquê para tudo isso.

→ A fim/ Afim 
Afim
Parente; afinidade.
Ex: São duas pessoas afins.
A fim
Com finalidade; para.
Ex: Estudou a fim de passar na prova.

→ Acerca de/ Há cerca de/ (A) cerca de 
Acerca de
Sobre; a respeito de.
Ex: Conversamos acerca de moda.
Há cerca de
Faz, existe(m), perto de.
Ex: Há cerca de cinquenta carros no estacionamente.
(A) cerca de
Distância; aproximado.
Ex: O navio estava (a) cerca de 500 metros do cais.

→ Tampouco/ Tão pouco ←
Tampouco
E; nem.
Ex: Não estuda tampouco trabalha.
Tão pouco
Muito pouco.
Ex: Ele ganha tão pouco.

→ Mal/ Mau ←
Mal
Contrário de BEM.
Ex¹: Mal cheguei, ele saiu.
Ex²: A comida lhe fez mal.
Mau
Adjetivo, contrário de BOM
Ex: Ele era um mau professor.
Dica: Sempre que tiver dúvida entre Mal e Mau, é só fazer o sequinte:
B
M A L
M
BLM: Lembra BEM. Então o contrário de BEM é MAL.
B
M A U
M
BUM: Lembra BOM. Então o contrário de BOM é MAU.

→ Dia a dia/ Dia-a-dia 
Dia a dia
Diariamente.
Ex: Dia a dia o povo brasileiro sofre.
Dia-a-dia
Ex: O dia-a-dia do policial não é fácil.

→ Abaixo/ A baixo ←
Abaixo
Sob, embaixo, ao chão.
Ex: Fica no andar abaixo do ter.
A baixo
Até embaixo.
Ex: Olhou-me de alto a baixo.

→ Há/ A
Faz, existe(m); tempo passado.
Ex¹: Não o vejo há dois anos.
Ex²: Nessa casa há muitos cômodos.
A
Para; tempo futuro; distância.
Ex¹: Daqui a três dias, iniciarei o trabalho.
Ex²: Estou aqui a serviço.

→ Mas e Mais ←
Esse talvez seja o erro mais comum que cometemos, não por não saber, porque muitas vezes sabemos até a regra do mas e mais, mas por falta de atenção mesmo.
Mas
Conjunção adversativa, equivale a porém, contudo, entretanto.
Ex: Ela estudou para a prova, mas não passou.
Mais
Pronome ou advérbio de intensidade, opõe-se a menos.
Ex: A bolsa vermelha é a mais cara da loja.

→ Onde/Aonde ←
Onde
Lugar em que se está ou que se passa algum fato.
Ex: Onde tocaremos essa noite?
Aonde
Indica movimento (refere-se a verbos de movimento).
Ex: Aonde você vai sábado?

→ Demais/ De mais ←
Demais
• Advérbio de intensidade, sentido de “muito”;
• Pronome indefinido, sentido de “os outros”.
Ex¹: O burro falante do filme Shrek é engraçado demais.
Ex²: O papa rezava enquanto os demais dormiam.
De mais
Opõe-se a de menos.
Ex: Não vejo nada demais em sua atitude.

→ Senão/ Se não ←
Senão
Sentido de “caso contrário”, “a não ser”.
Ex: Obedeça senão ficará de castigo.
Se não
Sentido de “caso não”.
Ex: Se não chover vou à feira.

→ Nenhum/ Nem um
Nenhum
Oposto de algum.
Ex: Nenhuma música da banda de Carlos fez sucesso.
Nem um
Equivale a nem sequer um.
Ex: Nem um prato ficará sujo, quanto mais três!

→ A gente/ Agente ←
A gente
Nós; o povo, as pessoas.
Ex: A gente vai à praia esse final de semana.

Atenção: Apesar de ‘a gente’ significar nós, não existe ‘a gente vamos’ ‘a gente somos’. O correto é ‘a gente vai’ ‘a gente é’.
Agente
Indivíduo encarregado, responsável por determinada ação: aquele que age.
Ex¹: A agente Smith falhou na missão.
Ex²: Meu pai é agente de viagens da Air France.

→ Meia/ Meio 
Meia
Peça de vestuário; Metade; Adjetivo.
Ex¹: Minha meia nova é rosa.
Ex²: Mais meia hora e eu termino esse trabalho.
Meio
Mais ou menos; Advérbio.
Ex: Ela estava meio doente hoje.

→ Houve/ Houveram 
Houve
O verbo haver no sentido de existir é impessoal, ou seja, não tem sujeito e deve aparecer sempre na terceira pessoa do singular.
Ex¹: Houve problemas na empresa.
Ex²: Hão dificuldades devido à crise.
Sim, parece meio estranho, mas é o correto. Logo, HaverãoHouveramHaviam estão totalmente errados.

→ Obrigada/Obrigado ←
Obrigado concorda com a pessoa. Logo:
Ex¹: Obrigada, disse Paula.
Ex²: Obrigado pela atenção.
Esperamos que esse tutorial seja útil não só para escrever sua fanfic como também para usar no dia-a-dia. E lembre-se: uma fanfic com um português bom, além de atrair mais leitores, facilita bastante a betagem e isso significa sua fic sendo enviada para o site o quanto antes.
Fontes: Semântica: Palavras de grafia confusaMundo EducaçãoMundo Vestibular.

Crase
Muitas pessoas deixam de usar a crase numa frase por não compreender direito quando devem usá-la, então aqui vai uma dica bem simples para que você possa saber quando usar aquele famoso "à".
Na frase "Eu dei os papéis a secretária", como saber que há crase? Simples, basta trocar a palavra após o "a" por uma masculina e se o "a" se transformar em "ao" quer dizer que a frase tem preposição e, portanto, precisa de crase. Vamos testar?
Ex: Eu dei os papéis a secretária.
     Eu dei os papéis ao secretário.
Apareceu o "ao", certo? Então a frase com a palavra feminina precisa de crase: "Eu dei os papéis à secretária". Mas você deve estar se perguntando o por quê dessa regrinha estranha... então vou explicar. O "a" craseado é nada mais que uma junção do "a" preposição + o "a" artigo. Nós já sabemos que toda palavra possui um artigo (a, o, as, os), então essa dica acima nos mostra como saber se a frase possui preposição. Se não houver o "ao" quando trocar por uma palavra masculina, não precisará de crase. Deu pra entender?
Agora outra dica. 
Na frase "Eu vou a casa de minha tia". Toda vez que tiver o verbo "ir" numa frase, você pode fazer da seguinte maneira: trocá-lo por "voltar" e saber se a frase precisa de crase ou não.
Ex: Eu vou a casa de minha tia.
     Eu volto da casa de minha tia.
Agora vamos ao detalhe importante. Após acrescentar o "volto" apareceu a conjunção "da", certo? É esse "da" que indica se há crase. Se em vez de "da" aparecesse "de", indicaria que a frase não precisa de crase. Então o correto é "Eu vou à casa de minha tia".
Agora se fosse: 
Ex: Eu vou a minha tia.
     Eu volto de minha tia.
Não precisaria de crase.
Há uma musiquinha para ajudar nessa dica, é só cantar em ritmo de Jingle bells: 
"Se vou 'a', volto 'da', crase haverá. Se vou 'a', volto 'de', crase para quê?"





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