FOR THE LOVE
By: Lari MeloAs lágrimas caíam de meus olhos sem que eu ao menos percebesse, para mim, ver aquilo era como perder uma parte de meu coração. Jacob abraçava Isabella Swan, estava estampado em sua face que ele a amava. Limpei as lágrimas e corri para casa. De nada adiantaria chorar, o jeito seria tentar esquecer.
Sinopse
-Até quando você vai chorar por ele?-indagou meu irmão.
-Eu juro que esta sera a ultima vez- indaguei limpando a ultima lagrima que derrubaria por Jacob Black.
Capitulo 1
Narrando
Cheguei ao colégio cedo e logo pude avistar as diversas panelinhas existentes, desde as líderes de torcida aos nerds. Minha amiga acenava para mim de nossa mesa habitual, de onde podíamos ter uma visão privilegiada dos garotos por quem eramos apaixonadas. Jacob acabara de chegar com seu lindo sorriso comprimentando os amigos Embry e Quill.
-, pare de babar- falou rindo.
-Olha só quem fala-falei rindo dela que observava Quill- Acho melhor irmos para a aula.
-Você fez a lição de casa de Química?-perguntou enquanto observava Pamela, uma das lideres de torcida que dava em cima de Jared, seu primo, descaradamente.
-Nossa cara, essas meninas não se enxergam mesmo.
-Sabe , às vezes eu acho que somos nós duas que não nos enxergamos- eu disse suspirando.
-Ah não , pelo amor de Deus não começa com isso de novo, desistir não é uma opção.
-Correção, desistir não é uma opção ainda, pelo menos pra mim.
Jacob Narrando
-E ai, Jake- disse Quill assim que me juntei a ele e Embry.
-Por onde você andou neste fim de semana cara?-perguntou Embry.
-Então cara, a Bella apareceu lá em casa com duas motos ou melhor duas sucatas e pediu minha ajuda para concerta-las, então passamos o final de semana todo consertando-as.
-Duvido muito que vocês ficaram só nisso- sussurou Embry.
-Que isso Embry, a Bella é uma garota de respeito.
-Pode até ser, mas eu duvido que você não esteja interessado em ter algo a mais com ela- indagou Quill.
-Chega desse papo e vamos pra aula que o sinal já bateu.
-Cara, eu não consigo entender como as garotas conseguem se interessar por eles, sério o que eles têm de mais?- indagou Embry encarando os integrantes do bando de Sam que ainda estudavam-Jared e Paul- rodeados de garotas risonhas e oferecidas.
-Olha cara, nem vale a pena tentar entender.
Chegamos à sala pouco antes do professor de Química. Ele começou a falar sobre solubilidade ou algo parecido, e eu voltei a pensar em Bella, seu sorriso único, seu humor diferente e seus olhos sempre espertos, até que sinto um pequeno cutucão em meu braço. Embry pra variar.
-Que foi?
-Dá so uma olhada em quem está olhando pra você, de novo.
Só poderia ser a nerd das nerds Campbell, desde o inicio do ano letivo eu sentia os olhares da garota sobre mim, e quando eu a encarava de volta ela simplesmente corava e abaixava a cabeça envergonhada. Eu já não conseguia aguentar os olhares da garota sobre mim, já estava ficando irritante. Eu só esperaria até a hora do intervalo para dar um basta na situação. Bella era a garota por quem eu estava apaixonado, eu não tinha tempo para garotinhas bobas.
Narrando
Não era novidade para ninguém que eu era apaixonada por Quill e por Jacob. A maioria das pessoas ignoravam nossas paixões- e qualquer coisa relacionada á nós- mas, alguns de nossos estimados colegas sentiam prazer em zombar de nossos sentimentos, um fato que não davamos a mínima.
As primeiras aulas do dia haviam passado rapidamente- pelo menos pra mim- que tinha praticamente todas as aulas com Quill, não que ele me desse atenção, claro. era considerada uma aluna prodigio, pois sempre tirava as notas mais altas e ganhava prêmios que ninguém se interessava como Olimpiada de História ou Concurso de Poesias, por isso passava a maioria dos intervalos em companhia de algum professor pedindo explicações sobre coisas que raramente alguém tinha interesse. Estavamos novamente sentadas em nossa mesa de sempre quando inesperadamente Jacob Black cutucou a , ela olhou para trás esperando encontrar algum dos garotos que gostavam de nos importunar, ficando surpresa ao encontrar Jacob.
-Olha eu não sei seu nome, e nem faço questão de saber, mas eu já estou cansado de sentir seu olhar em cima de mim. A coisa é bem simples, eu não gosto de você, e nunca vou gostar então vê se me esquece e dá um rumo na sua vida, porque pra mim você não passa de uma garotinha boba.
Dizendo isso Jacob nos deu as costas e foi para sua mesa onde Embry e Quill o esperavam. Algumas das pessoas que se sentavam próximas a nós encaravam com pena, a mesma parecia ainda não ter assimilado o que havia acabado de acontecer. Do nada, ela se levantou, pegou sua bolsa e saiu do refeitório sem pronunciar nenhuma palavra e sem olhar pra trás. Eu sabia o que isto significava, ela queria um tempo, ou melhor, ela precisava de um tempo para se recuperar.
Narrando
As palavras de Jacob ecoaram em minha mente durante todo o caminho que percorri até chegar a minha casa. A chuva antes nula começara a cair com grande intensidade expressando meu humor, meu coração estava em pedaços, por que será que amar dói tanto?
Adentrei minha casa ainda com grossas lágrimas sobre meu rosto, tentei passar despercebida, mas meu irmão que estava na sala notou minha presença e logo indagou:
-Até quando você vai chorar por ele?
-Eu juro que essa será a ultima vez- indaguei limpando a ultima lágrima que eu derrubaria por Jacob Black.
Subi para meu quarto e me joguei em minha cama, as lagrimas já estavam secas, mas meu coração parecia doer cada vez mais. Levantei com uma coragem quase inexistente e fui até meu guarda-roupa. Abri-o e peguei meu violão há anos esquecido no fundo deste.
Sentei-me na cama e deixei que meus dedos fossem levados pelos acordes iniciais da música a qual meu coração e alma precisavam no momento Who you are-Jesse J.
I stare at my reflection in the mirror
(Eu olho para meu reflexo no espelho)
Why am I doing this to myself
(Por que estou fazendo isso comigo mesma?)
Losing my mind on a tiny error
(Perdendo minha cabeça por um pequeno erro)
I nearly left the real me on the shelf
(Eu quase deixei meu verdadeiro eu na prateleira)
No, no, no, no
(Não, não, não, não)
Don't lose who you are in the blur of the stars
(Não perca quem você é no borrão das estrelas)
Seeing is deceiving, dreaming is believing
(Ver é enganar, sonhar é acreditar)
It's okay not to be okay
(Tudo bem não estar bem)
Sometimes it's hard to follow your heart
(Às vezes é difícil de seguir seu coração)
Tears don't mean you're losing
(Lágrimas não significam que você está perdendo)
Everybody's bruising
(Qualquer um se machuca)
Just be true to who you are
(Só seja verdadeiro com quem você é)
(Who you are, who you are, who you are )
(quem você é, quem você é, quem você é )
(Who you are, who you are, who you are )
(quem você é, quem você é, quem você é )
(Who you are, who you are, who you are )
(quem você é, quem você é, quem você é )
(Who you are, who you are, who you are )
(quem você é, quem você é, quem você é )
Brushing my hair, do I look perfect?
(Escovando meu cabelo, pareço perfeita?)
I forgot what to do to fit the mold
(Esqueci o que fazer pra encaixar no molde)
The more I try, the less it's working
(Quanto mais eu tento, menos isso funciona)
'Cause everything inside me screams: no, no, no, no, no, no, no
(Porque tudo dentro de mim grita: não, não, não, não, não, não, não)
Don't lose who you are in the blur of the stars
(Não perca quem você é no borrão das estrelas)
Seeing is deceiving, dreaming is believing
(Ver é enganar, sonhar é acreditar)
It's okay not to be okay
(Tudo bem não estar bem)
Sometimes it's hard to follow your heart
(Às vezes é difícil de seguir seu coração)
Tears don't mean you're losing
(Lágrimas não significam que você está perdendo)
Everybody's bruising
(Qualquer um se machuca)
There's nothing wrong with who you are
(Não há nada errado com quem você é)
Yes, no's, ego's
(Sim, nãos, egos)
Fake shows like woah,
(Falsos se mostram como UAU!)
Just go and leave me alone
(Apenas vá embora e me deixe sozinha)
Real talk, real life, good luck, good night
(Discussão real, vida real, boa sorte, boa noite)
With a smile...
(Com um sorriso ...)
That's my home, yeah
(Essa é a minha casa, yeah)
That's my home...
(Essa é a minha casa ...)
No, no, no, no, no...
(Não, não, não, não, não ...)
Don't lose who you are in the blur of the start
(Não perca quem você é no borrão das estrelas)
Seeing is deceiving, dreaming is believing
(Ver é enganar, sonhar é acreditar)
It's okay not to be okay
(Tudo bem não estar bem)
Sometimes it's hard to follow your heart
(Às vezes é difícil de seguir seu coração)
Tears don't mean you're losing
(Lágrimas não significam que você está perdendo)
Everybody's bruising
(Qualquer um se machuca)
Just be true to who you are
(Só seja verdadeiro com quem você é)
Yeah, Yeah....
(Yeah, Yeah...)
A partir deste dia voltarei a ser aquela que se preocupa apenas com os estudos, Jacob Black ou qualquer outro amor que possa me distrair ficará em segundo plano, serei esta pessoa sem ter arrependimentos futuros.
-, filha, desça para jantar – ouvi a voz de minha mãe vindo da cozinha. Desci as escadas em passos lentos e despreocupados, eu sabia que ela não se importaria com a minha demora.
-E então filha como foi seu dia no colégio hoje?- indagou minha mãe quando sentei ao lado de meu irmão com meu prato em mãos.
-Nada que mereça ser comentado, mãe- respondi levando a primeira garfada a boca.
-Tem certeza?- perguntou ela com as sobrancelhas arqueadas.
-Absoluta-respondi resoluta.
-Não foi o que o Ryan me disse.
-E o que foi que meu adorado irmão te disse?
-Que você chegou em casa aos prantos por Jacob Black , querida você sabe que eu, seu irmão e seu pai estaremos sempre aqui caso você precise desabafar ou coisa parecida- disse ela pegando uma de minhas mãos.
-O papai? Serio mãe? Não precisa apelar tambem né. O papai mal fica em casa, vive naquele hospital, como eu pediria ajuda a ele? Além do mais, neste momento o que eu mais quero é esquecer que Jacob Black existe. Nós poderíamos, por favor, não falar dele ou qualquer coisa relacionada a ele neste momento?
-Tudo bem querida.
-Obrigada.
Capítulo 2
NarrandoO dia amanhecera rápido demais, pelo menos pra mim. Eu não tinha a mínima ideia se estava preparada para os olhares zombeteiros, e muito menos para as piadinhas de mau gosto que com toda a certeza eu seria obrigada a ouvir. Mas o jeito era levantar da cama e dar um passo de cada vez, afinal, os acontecimentos do dia anterior infelizmente não seriam esquecidos tão facilmente.
-Hey maninha, já vai?- perguntou Ryan quando me viu descendo as escadas desanimadamente.
-Sim, infelizmente hoje eu tenho prova-murmurei jogando-me no sofá ao seu lado.
-Quer carona? Estou indo para a faculdade aproveito e te deixo lá.
-Claro
-Só vou lá em cima pegar minha mochila e nos já vamos.
-Ok.
Em poucos minutos estávamos dentro do carro a caminho do colégio de La Push. O caminho foi visivelmente rápido, eu e meu irmão mal conversamos, ele porque estava concentrado na estrada e eu porque estava perdida em pensamentos. Quando desci do carro pude sentir alguns olhares sobre mim. Pelo visto a história havia sido espalhada. Respirei fundo e andei normalmente até minha mesa de sempre, onde milagrosamente já me esperava.
-Chegou cedo amiga - disse ela me dando um abraço confortador.
-Eu diria o mesmo de você, mas eu aposto que sua mãe teve que sair pra trabalhar mais cedo e você não quis ficar sozinha. Além do mais, o Ryan me trouxe hoje.
-É incrível como você me conhece tão bem. Como você está?-murmurou ela se referindo ao incidente do dia anterior.
-Bem, eu só prefiro não falar sobre isso, pode ser?
-Claro amiga, não precisa se preocupar. Posso te fazer uma pergunta não relacionada ao Jacob?-assenti positivamente para ela que mordia os lábios em dúvida.
-Você se importa se eu continuar tentando fazer com que o Quill me note?
-De forma alguma, ou melhor, eu ficarei torcendo para que você tenha a sorte que eu não tive.
-Ai amiga, é por isso que eu te amo -disse ela dando pulinhos animados- , em seu lugar eu não sei se teria coragem de vir ao colégio hoje- murmurou .
-, ficar remoendo os acontecimentos de ontem não vai me adiantar de nada. Além do mais, as feridas cicatrizam com o tempo, mas não dá pra refazer as notas. E eu não vou permitir que ninguém aqui neste colégio fique insinuando que eu estou fugindo do Jacob, por ele ter me dado um fora.
-Você tem razão amiga, eu gostaria de ser tão forte quanto você.
-Forte? Quem disse pra você que força tem alguma coisa a ver com isso? Tá mais pra medo de se tornar uma idiota. E você é forte, bem mais forte do que imagina, só não sabe disso ainda, agora chega dessa conversa e vamos para a aula.
Jacob Narrando
-Pelo visto a , se recuperou bem rápido do fora que você deu nela ontem Jacob - disse Embry olhando para a garota que eu havia dado fora no dia anterior que conversava animadamente com sua amiga em uma das mesas medianamente longe da nossa.
-Melhor pra ela, pelo menos assim eu não a verei me encarando igual a uma idiota.
-Você quer dizer como a amiga dela encara o Quill?
-Qual é Embry, a menina nem fica me encarando.
-Quill, estou achando melhor você marcar uma consulta com o oftalmologista, aquela garota fica te encarando o tempo todo.
-Aff, pra sua informação o nome dela é e ela é uma garota legal, vive me ajudando na aula de Matemá- murmurou Quill franzindo o cenho.
-Isso não muda o fato de que ela te olha o tempo todo.
-To achando que isso é coisa da sua cabeça Embry.
-Continue acreditando nisso até que a garota tome coragem e se declare pra você.
-Isso não vai acontecer, por isso nem vou me preocupar.
-Senhores, posso saber o motivo de ainda estarem fora das salas?- o diretor do colégio Sr. Moseb. -um almofadinha que ficou responsável pelo colégio porque o governo quis-, indagou com autoridade. Não que tivéssemos medo dele, mas preferíamos não arrumar problemas, para não ter que lidar com o bando de Sam.
-Desculpe senhor Moseb, nós não ouvimos o sinal. -indagou Embry.
-Espero que isso não se repita, vão para suas salas imediatamente.
Saímos do refeitório rapidamente rumo as nossas salas, no meu caso seria. Física uma matéria que de nada me servia, mas que eu espantosamente me dava bem.
-Jake, porque você não nos avisou que o sinal havia tocado?
-Porque eu não ouvi né Quill, além do mais eu não estou nenhum pouco afim de assistir a aula de Física hoje.
-Infelizmente eu tenho prova de Química hoje, tchau pra vocês, que eu não posso chegar ainda mais atrasado.- disse Quill correndo pelos corredores rumo a sua sala.
-Serio cara, às vezes o Quill parece não ver o que está bem na frente dele.
-Talvez ele não queira ver, o que é bem diferente.
-Melhor irmos antes que o senhor Moseb apareça de novo, e se tem uma coisa que eu não quero é o bando do Sam na minha cola.
-Somos dois.
[...]
-Hey Jake
-Hey Bella, chegou cedo hoje.
-Bom, fui dispensada mais cedo do trabalho hoje, aparentemente Mike ficará em meu lugar hoje, refrigerante?
-Sim.
-Como anda a escola Jake?
-Normal, nada que mereça ser mencionado.
-E a situação com Embry como vai?
-Ele continua estranho. Já faz duas semanas que ele não aparece na escola. Liguei para ele, mas ele parece não querer atender aos meus telefonemas, nem aos do Quill.
-Talvez ele esteja doente- sugeriu ela.
-Não sei não Bella, estou preocupado com ele- suspirei frustrado.
-Acalme-se Jake, vai ficar tudo bem.
-Assim espero, então vamos testar as motos?
-Vamos.
Narrando
- o que você tanto olha?
-Desculpe , eu só estou um pouco desconfiada. Você percebeu que o Embry não vem ao colégio há duas semanas?
-Na verdade eu nem reparei, por que o interesse? Pensei que você estive apaixonada pelo Quill. -perguntei desconfiada.
-É, eu estou só achei estranho. Melhor deixar quieto.
-Desculpe interrompe-las meninas, mas eu poderia falar com você Srta. ?- perguntou Sr.Moseb o pequeno e intimidante diretor do colégio, interrompendo nossa conversa.
-Claro senhor Moseb- levantei-me vacilante e segui-o até sua sala um tanto quanto nervosa, afinal, essa era a primeira vez em toda a minha vida em que eu era chamada a sala do diretor. Quando adentramos a sala, Bianca, a professora de Literatura, nos esperava com uma expressão excitada, o que me fez ficar ainda mais confusa.
-Sente-se Srta. - disse Sr.Moseb sentando em sua poltrona acolchoada em um tom avermelhado- A professora Bianca tem algo a lhe contar.
- querida, você se lembra daquele intercâmbio de jovens escritores em que eu te inscrevi?-perguntou ela mordendo o lábio inferior.
-Lembro sim, o ganhador passaria um mês em Londres conhecendo algumas fundações e assistindo palestras, tudo isso tendo aulas particulares de todas as matérias para não ser prejudicado ao voltar para seu país- murmurei tentando recordar ao máximo, que ela havia me dito meses atrás quando me avisou sobre esse intercambio. Na época eu nem havia dado muita atenção afinal qual era a chance de uma simples garota como eu ganhar algo tão disputado.
-Exatamente. O pequeno conto que você escreveu, acabou por conquistar alguns dos jurados. O que significa que você foi a garota escolhida para representar os Estados Unidos nesse intercâmbio, parabéns querida. E então o que você acha?-murmurou ela com um pequeno sorriso nos lábios. Céus! Como assim eu havia sido a escolhida para representar os Estados Unidos?
-A senhora tem certeza disso?-murmurei sem conseguir acreditar em suas palavras. Abri um imenso sorriso quando ela assentiu positivamente- Então eu acho isso maravilhoso!
-Bom, nos já contatamos seus pais e eles concordaram em deixa-la ir, você tem aproximadamente uma semana para arrumar as malas. Com o passaporte e o visto não precisa se preocupar, a equipe administradora do intercâmbio, se responsabilizou por isso. Seus documentos devem chegar a sua casa ainda essa semana. Além do passaporte, o pessoal do projeto banca todas as suas despesas desde as passagens de ida e volta até a alimentação. Seu voo sai no sábado as 8:00 am, boa sorte para você Srta..
-Obrigada senhor Moseb, professora Bianca- murmurei me retirando da sala extremamente feliz. A um ditado que diz que, quando as coisas estão ruins só tendem a piorar, pelo visto este ditado não seria aplicado a mim. Infelizmente o intervalo já havia sido finalizado, então eu teria de esperar até o final das aulas para contar a novidade á . Ela definitivamente iria surtar. Minhas próximas três aulas eram de Biologia, uma matéria pela qual sempre tive um interesse um tanto quanto superficial, o Senhor Figgins era um homem de aproximadamente cinquenta anos que parecia ter perdido todo apreço pela vida, ele era amargurado e deixava isso transparecer ao dar suas aulas. Biologia era uma matéria difícil, imagina essa disciplina sendo ensinada por alguém que não tinha a mínima vontade de ensinar e por alunos com menos vontade ainda de aprender?
Resumindo, as três aula do Sr.Figgins passaram-se extremamente lentas, o que me deixava cada vez mais ansiosa. Assim que ouvi o sinal, joguei meus materiais dentro da mochila, joguei em minhas costas e saí da sala o mais rápido que eu consegui. Mas, o meu rápido pareceu não ser o suficiente já que ao chegar ao pátio do colégio o carro da mãe de já estava virando a esquina. No caminho para casa eu tentei ligar diversas vezes para , mas todas às vezes caiam direto na caixa postal, certeza que tia Meire -mãe de - havia a obrigado desligar o celular para que a mesma se concentrasse em seu emprego de meio período, como vendedora na pequena padaria de tia Meire, depois do almoço eu iria até lá contar a novidade para minha curiosa amiga.
Narrando
Minha querida e amada mãe havia me obrigado a desligar meu celular para que eu me ‘concentrasse’ em meu mais novo emprego de meio período. Liza, uma das atendentes da padaria, havia se demitido, pois iria se casar e se mudar para Dallas a cidade natal de seu futuro marido. O que deu a minha amada mãe a ideia de me colocar no lugar de Liza, assim ela passaria mais tempo comigo, poderia me vigiar ao mesmo tempo em que eu ganhava um salário ‘decente’ para sustentar minhas vontades adolescentes. A curiosidade me consumia aos poucos, nunca era chamada a sala do diretor, muito menos sendo escoltada por ele, ou a notícia era muito boa ou muito ruim. Minha amada mãe pareceu não entender minha explicação e simplesmente me proibiu de ligar o celular em meu ‘ambiente de trabalho’. Aff, qual a graça de ser filha dos donos se eu não puder ter privilégios? Já se passavam das 15:00 quando adentrou a padaria sorridente, encarando os bolinhos que Ana arrumava.
-Boa Tarde meninas, como vão?- ela perguntou educadamente.
-Bem e você?- respondeu Ana.
-Estou bem, e enfeitiçada por esse bolinho em sua mão, qual o sabor dele?
-Esse bolinho é recheado com goiabada, Meire pegou a receita com um chefe brasileiro dono de um pequeno restaurante em Seattle.
- querida, há quanto tempo não te vejo, como está?- disse minha mãe ao sair do pequeno escritório.
-Estou bem tia Meire e a senhora?
-Estou ótima querida, porque você não faz um pequeno intervalo para o lanche e aproveita e chama para te acompanhar?- disse minha mãe piscando o olho pra mim ao perceber minha ansiedade crescente.
-Claro mamãe, obrigada.
-Só não demore muito, para que Ana possa fazer seu intervalo também assim como Julia e Lilian, ok?
-Ok- peguei pelo braço e a puxei até adentrarmos o escritório- Anda, desembucha o que o Sr. Moseb queria com você.
- Precisava de tudo isso?-perguntou ela massageando o braço, ao que eu revirei os olhos- Aparentemente, o Sr. Figgins acredita que eu tenho passado cola para alguns de meus colegas de classe, e por esse motivo terei de ficar na detenção por duas semanas. Isso se eu não quiser que a acusação do Sr. Figgins vá direto para o meu histórico escolar, coisa que eu definitivamente não quero.
- Caramba , e eu pensei que as coisas não poderiam ficar piores- indaguei com um suspiro descontente pela situação de minha amiga.
-Bom, tem aquele ditado né, quando as coisas estão ruins tendem a piorar- disse ela me olhando desanimada.
-Ai amiga, eu nem sei o que te dizer.
-Que tal me parabenizar?
-Como assim, você ficou louca de vez amiga?
-Não - disse ela rindo- Lembra daquele intercambio para Londres que a Bianca me inscreveu?
-Sim.
-Quando adentrei a sala do senhor Moseb, Bianca nos esperava aparentemente excitada com algum acontecimento, então eles revelaram que eu, ou melhor, meu conto foi o escolhido e eu serei a garota que representara os Estados Unidos lá em Londres. Imagine amiga, um mês na maravilhosa Londres?
-Sua idiota, você quase me fez morrer do coração com aquele papo de detenção- sussurrei dando um tapa em seu braço, para logo depois abraça-la com toda minha força -Estou tão feliz por você amiga. Droga, eu terei de ficar sozinha naquela mesa solitária, enquanto você aproveita Londres, e todos os seus maravilhosos pontos turísticos. Afinal, quando você vai?
-Em uma semana.
-Eu vou sentir sua falta- sussurrei me jogando sob a cadeira giratória de mamãe.
-Eu também vou amiga, mas pense pelo lado bom eu trarei pra você uma London Eye em miniatura.
-Espero que você se divirta.
-Juro que vou tentar. Agora, eu acho melhor você voltar para o seu trabalho e eu para casa.-suspirei profundamente tirando uma gargalhada dela- Pare de ser preguiçosa , anda vamos.
-Você diz isso porque não é você quem trabalha aqui.
-Quem vê pensa que é tão ruim quanto você faz parecer. Ana, minha linda embrulha pra mim cinco desses bolinhos novos, por favor?
-Cinco? Tá querendo engordar ?-perguntei arqueando uma sobrancelha.
-Claro que não, eu só vou comer dois bolinhos, gênio. Os outros são para os meus pais e para o Ryan ou você se esqueceu deles?
-Aqui , vê se vem mais vezes nos visitar, sentimos sua falta-murmurou Ana colocando o a sacola com os bolinhos em cima do balcão.
-Obrigada Ana, prometo que apareço mais vezes- murmurou , entregando o dinheiro e pegando a sacola- Tchau pra vocês meninas e bom trabalho.
-Tchau .
Agora sim as coisas pareciam voltar a dar certo na vida da minha pequena, e adorada melhor amiga.
N/A: Então meninas sejam bem vindas a minha primeira fic. Espero que vocês consigam gostar dela tanto quanto eu gosto rs. Respondendo aos comentários:
Anônimo 1: Obrigada flor rs. Vou tentar mandar att o mais rápido possível.
Lany: Que bom que gostou. Espero que continue gostando com o decorrer da fic.
Anônimo 2: Vou tentar mandar att o mais rápido que eu conseguir escrever rs.
Andressa: Que bom que gostou amor, juro que a att vai ser rápida.
Marina: Ah, o Jake nem é tão mal assim rs. Pode deixar que a PP vai dar uma boa lição nele em futuro não tão distante.
Lola: Que bom que gostou flor. Espero que goste da fic.
Seis comentários em um capítulo? Isso me deixa muito feliz rs
Capítulo 3
Quill NarrandoDuas semanas e meia. Esse foi o tempo em que Embry a bela adormecida levaram para dar sinal de vida. É claro, sem levar em conta que o idiota teve a capicidade de entrar para o grupinho de Sam, algo que prometemos jamais nos submeter em nossas vidas.
-Eu ainda não consigo acreditar que Embry teve a coragem de nos abandonar- indaguei encarando Embry sentado ao lado de Jared e Paul em uma mesa um tanto quanto distante da nossa.
-Prefiro não falar mais sobre isso Quil. Só estamos perdendo nosso tempo tentando entender a cabeça oca do Embry.-murmurou Jake rispidamente.
-Cara, estou até com medo. Já pensou se eu for o próximo? Ou pior se você for o próximo, afinal você já viu como o Sam te olha?-murmurei sentindo leves arrepios em minha pele ao pensar em algo assim.
-Sim eu notei mas, eu definitivamente não serei o próximo a me unir ao grupinho idiota dele, muito menos você. Pode ficar despreocupado.
-Eu quero acreditar em você Jake mas, o Embry também não queria entrar e olha só pra ele agora. Até o cabelo que ele tanto se orgulhava em ter, foi cortado.
-Melhor mudarmos de assunto, parece até que eles conseguem nos ouvir- indagou Jake olhando para Embry que nos encarava.
-Como vai a Bella?
- Eu estou ensinando-a a andar de moto, ela parece gostar da velocidade. E algumas vezes até chego a pensar que ela tenta se colocar em perigo.
- Deve ser impressão sua cara.
- Eu verdadeiramente espero que você esteja certo Quil, pelo bem de Bella.
-E então suas malas já estão prontas?-pude ouvir a voz doce e energética de dizer de sua mesa.
-Quase, só preciso empacotar meus sapatos e pronto- pude ouvir a voz doce e inteligente de , a amiga de responder. Arqueei as sobrancelhas confuso, e um tanto quanto assustado, afinal e se sentavam no canto oposto a nossa mesa, de onde obtinham uma visão privilegiada de todo o refeitório, era humanamente impossivel eu poder escuta-las tão bem quanto eu havia escutado. -Jake você consegui escutar isso?
-Isso o que?
-Nada não, deixa quieto-murmurei revirando meus olhos, definitivamente aquilo deveria ser coisa de minha cabeça.
O dia praticamente inteiro, eu passei escutando coisas que aparentemente eu não deveria conseguir ouvir. Meus nervos estavam à flor da pele, qualquer coisa me deixava com raiva.
-Quil querido, que bom que chegou. Venha até aqui me dar um abraço.
-Oi mãe. O que faz em casa tão cedo?-murmurei surpreso ao ver minha mãe na entrada da cozinha.
-Minha chefe resolveu soltar-me mais cedo já que não precisaria de mim hoje. Aproveitei e fiz seu prato favorito, sente-se para que eu te sirva.
-Obrigado mãe- murmurei com um sorriso nos lábios afinal minha mãe era uma otima cozinheira.
-Quil querido, como você esta quente. Coma e vá tomar um banho, creio que você esteja com febre-murmurou ela preocupada.
Era só o que me faltava, ficar doente.
Narrando
-Malas?
-Ok
-Passaporte?
-Ok
-Dinheiro?
-Ok
-Ai filha nos vamos sentir tanta saudades sua. Não se esqueça de ligar pelo menos duas vezes por semana. Vem aqui me dar um abraço antes do seu irmão nos levar ao aeroporto-murmurou minha mãe com lágrimas nos olhos.
Abracei-a fortemente sendo retribuída na mesma intensidade. Eu também sentiria a falta de minha mãe, do meu irmão e até mesmo do meu pai que raramente estava em casa.
-Chega dessa melação e vamos logo- diz Ryan interrompendo nosso momento de ternura com um breve revirar de olhos.
-Maninho, não precisa se preocupar, eu também vou sentir saudades de você-indaguei pulando em cima dele.
-Se cuida baixinha- comentou Ryan gargalhando em meio ao abraço apertado.
-Pode deixar –retruquei dando um pequeno sorriso.
-Vamos?
-Vamos.
Duas horas depois eu estava dentro de um avião a caminho de Londres. Eu olhava pela pequena janela do avião fascinada ao ver tudo aquilo que eu conhecia ou havia visto em mapas em pequenas miniaturas como se não passassem de pequenos pedaços de algo enorme. Pequenos bocejos involuntários deixavam meus lábios conforme as horas de voo eram passadas, não sei ao certo quanto tempo demorei a pegar no sono, a única coisa concreta observada por mim era que havia dormido todas as horas restantes para minha chegada a Londres, agora como eu havia conseguido tamanha proeza, nem eu mesma conseguia compreender. Ainda sonolenta deixei o avião com minha pequena maleta de mão, rumo à esteira onde eu poderia pegar o restante de minha bagagem. Já em posse de minhas malas, fui a procura do representante que viria me buscar. Andei pelo salão de desembarque observando as pessoas em busca de alguém que estivesse com uma plaquinha com meu nome, ou algo parecido. Suspirei frustada ao não encontrar alguém, será que as pessoas responsáveis pelo projeto haviam se esquecido de minha chegada? É, realmente estava começando a ser bom demais para ser verdade. Eu me encaminhava para o posto de informações quando sinto um leve toque em meus ombros.
-Desculpe-me interrompe-la, mas você seria ?
Virei-me para a pessoa que havia pronunciado essas palavras em um belo sotaque e dei um pequeno sorriso surpreso ao ver o dono da voz. Um lindo garoto de cabelos em um loiro claro, olhos azuis que pareciam sorrir, tamanho o brilho neles existentes, pele branca pela evidente falta de sol e uma engraçada expressão confusa na face me encarava com expectatica. Acenei com a cabeça positivamente, com um pequeno sorriso em meus lábios.
-Olá sou o representante enviado pelo projeto. Deixe-me ajuda-la com sua mala, aliás, meu nome é Harry, seja bem vinda à Londres senhorita .
É, definitivamente minha sorte estava mudando, e cada vez para melhor.
Narrando
Estranho. Era a palavra que poderia definir os últimos tempos em La Push High School. O inseparável trio Jacob, Embry e Quill havia se separado, essa era a única explicação que minha mente super ágil, havia encontrado para o fato de Jacob Black estar sentado sozinho na hora do intervalo, e o mais estranho de tudo, Embry sentado com o grupinho de meu primo Jared. Sério, quando eu contar isso pra ela vai cair pra trás. O pior de tudo é que meu lindo Quil, não vem ao colegio há quase uma semana, logo agora que nós estávamos começando a nos aproximar.
-E aí priminha, como vai?-indagou Jared me surpreendendo.
-Estou bem, mas estou com sérias duvidas sobre você.-indaguei desconfiada arqueando uma de minhas sobrancelhas.
-Quem vê pensa que eu nunca converso com você- retrucou ele revirando os olhos e se sentando em minha frente.
-Na verdade você não conversa, a não ser quando sua mãe te obriga a me dar algum recado.-digo olhando-o sugestivamente.
-Ok, você venceu. Minha mãe pediu pra você avisar a sua mãe, que será ela quem fará o bolo do aniversario da vovó.
-Ok-digo voltando a comer meu lanche- Mais alguma coisa?-arqueio a sobrancelha novamente ao perceber que ele ainda está sentado em minha mesa.
-O que? Eu não posso passar um tempo sentado com minha priminha favorita?-murmurou ele encarando-me inocentemente.
-Ok, isso está ficando muito estranho. Pode colocar pra fora Jared- digo encarando-o acusatoriamente.
-Não há nada que eu queira colocar pra fora prima.-diz ele desviando o olhar.
-Sério? Por algum motivo, eu fiz com que você acreditasse que sou igual aquelas garotas idiotas que rondam sua mesa? Jared te conheço desde que nasci e você só me ronda quando precisa de algum favor, então diga o que é e nos liberte deste estranho momento.
-Promete não ficar com raiva quando eu contar?
-Uma pessoa só pede isso, quando sabe que a outra vai ficar com raiva, então eu não prometerei nada.
-Então eu não contarei, nem sairei daqui.
-E o que a Kim vai achar disso?
-Kim está passando alguns dias na casa de sua tia, e sabe que não precisa se preocupar em me perder para nenhuma garota.-diz convicto.
-Sua convicção me espanta Jared, estou cansada desse papo anda fala logo o motivo de você estar sentado comigo.
-Só falarei quando você prometer, não adianta insistir- indagou ele roubando uma batatinha de minha bandeja.
-Ok, eu prometo. Agora pode começar a falar.
-Certo, sua mãe ficou preocupada com o fato de sua amiga ter ido viajar, e me pediu para ficar com você para que você não se sinta sozinha. Lembre-se que prometeu que não iria ficar com raiva – disse ele me olhando receoso.
-Bom, eu te libero desse martírio, a partir de amanhã você pode voltar a se sentar com seus amigos ou com sua namorada, o que você achar melhor-indaguei sem olhá-lo.
-, olha pra mim.
Ergui meus olhos e o encarei desinteressada.
-O que deseja Jared?
-Você prometeu não ficar com raiva, tente entender sua mãe. Ela só quer o melhor pra você.
-Jared, eu já disse pra minha mãe mil vezes, que odeio quando ela se mete na minha vida particular mas, o pior até agora foi ela pedir pra você passar um tempo comigo pra que eu não me sinta sozinha, além do mais ninguém seria capaz de substituir a , agora eu preciso ir porque o sinal já bateu- indaguei me levantando.
- espera- ouvi ele gritar andando em minha direção. Fingi não ouvir e continuei andando até que ele me alcançou.
-Você prometeu- insistiu ele, olhando em meus olhos.
-E promessas são dívidas, terei de ficar devendo esta pra você Jared, agora se me dá licença, o professor já entrou na sala.
Jared Narrando
Bufei irritado pela idiotice que eu havia acabado de cometer, como se eu não soubesse que ficaria com raiva. Agora além de provar da fúria de minha tia ainda teria de sofrer as consequências por ter falado demais, como se já não bastasse todas as rondas que eu vinha fazendo ultimamente.
Se ao menos Kim estivesse por perto ela me consolaria, e tiraria tudo isso de minha mente.
-O que aconteceu Jared? -perguntou Embry curioso quando a aula já havia acabado.
-Não aconteceu nada, qual o motivo da pergunta?
-Bom, você não se sentou com a gente hoje, e parece meio chateado com algo.
-Não é nada demais Embry, não precisa se preocupar.
-Ok.
Jacob Narrando
Se já não bastasse Embry, Quil também passara a andar com o bando de Sam, o esquema fora o mesmo. Depois de faltar algum tempo no colégio, ele simplesmente reapareceu do nada, com um novo visual e com novos amigos.
Eu e Bella passamos cada vez mais tempo juntos, o que me destraía e não me fazia pensar no modo estranho como meus amigos passaram a agir, Sam ainda me olhava esperando como se tivesse a certeza de que eu seria o próximo a adentrar seu grupinho idiota, mas eu estava convicto que não iria ceder seja lá qual fosse a oferta que ele me fizesse. Billy havia me pedido para que fosse até a padaria comprar alguns pães doces que eram seus favoritos, devo confessar que a pequena padaria de dona Meire tinha pães maravilhosos.
-Que droga -ouvi uma das atendentes dizer jogando o celular sobre o balcão.
-Qual é o problema ? -indagou Ana a moça que sempre me atendia.
-A não atende a droga do celular, já vai fazer quase uma semana, e essa cabeçuda não me ligou nem uma vez. -respondeu que reconheci como sendo a garota apaixonada por Quil.
- querida, já passou pela sua cabeça que a pode estar ocupada e por isso não ligou pra você?
-Espero que ela esteja se divertindo, pois do contrário ela vai me pagar.
-Ok, senhorita extressada. Como você sabe, hoje eu terei de sair mais cedo para ir ao médico, boa sorte, qualquer coisa é só chamar uma das meninas lá na cozinha.
-Vai lá, bom médico pra você.
-Obrigada.
Resolvi que já passava da hora de me aproximar e fazer o meu pedido.
-Boa tarde.
-Boa tarde, o que deseja?-perguntou olhando-me de cima a baixo.
-Dez pães doces, por favor.
-Os pães doces sairão em cinco minutos, você vai esperar?
-Sim.
-Ok.
começou a batucar as unhas no balcão, o que me deixava cada vez mais irritado, algo muito comum nas últimas semanas, tudo parecia me deixar irritado.
-Você poderia parar com isso?- grunhi apertando minhas mãos fortemente.
-Isso o quê?- perguntou-me ela com uma sobrancelha arqueada.
-De bater as unhas no balcão, esse barulho é extremamente irritante.
-Ok- indagou ela me olhando entediada.
Mais dois minutos se passaram e uma das moças que trabalhavam na cozinha da padaria, trouxe uma bandeja de pãezinhos doces.
-Aqui , conseguiu falar com a ?-perguntou a moça colocando a bandeja em cima do balcão.
-Ainda não, mais tarde eu tento de novo- respondeu Atiele dando um suspiro, ao que a moça acenou com a cabeça e voltou para a cozinha.
-Aqui estão seus pãezinhos, obrigada e volte sempre- indagou ela me entregando os pães e o troco, com um pequeno sorriso nos lábios.
Capítulo 4
NarrandoPassar um tempo em Londres estava fazendo maravilhas comigo. A principio estranhei os costumes dos frios londrinos, que preferiam por vezes ficarem sozinhos a se verem no meio de um grupo de amigos. Mas com o passar de minha primeira semana em Londres, eu passei a gostar da cidade tanto quanto eu gostava de La Push, afinal o pessoal dos Jovens Escritores eram pessoas divertidas e inteligentes, que se destacavam em determinadas áreas. Harry, meu lindo guia, havia se mostrado uma pessoa maravilhosa me ajudando, a me acostumar à cidade e a sobreviver na mesma. Tanto que em pouco tempo já colecionávamos alguns momentos marcantes.
Eu estava há exato um dia na fria Londres, após desfazer as malas e arrumar as coisas no closet destinado a mim, no grande quarto onde eu havia sido instalada. O que eu mais desejava era tomar um banho e descansar antes de ter que me arrumar para aquele que seria o primeiro encontro entre os jovens escritores. Após separar a roupa que eu pretendia usar para o encontro, peguei minha toalha e segui até o banheiro, tendo meu caminho interrompido por leves batidas em minha porta. Joguei a toalha sob a cama e andei rapidamente até a porta, abrindo-a com curiosidade. A surpresa tomou conta de minha face quando me deparei com Harry, o lindo garoto de olhos azulados que olhava para mim com um belo sorriso estampado em sua face. -Bom Dia, está pronta para conhecer Londres?
Olhei-o confusa e arquei uma de minhas sobrancelhas antes de responde-lo:
-Como assim?
-Me diz, que pelo amor do bom Deus, você não pensou que viria para Londres e ficaria trancafiada neste hotel só tendo aulas e discussões sobre escrita- questionou-me ele, indignado.
-Bom, sim- respondi em duvida.
-Mas é claro que não. Como seu guia eu te levarei em todos os lugares que um turista deve conhecer, começando é claro pela London Eye, anda se arruma que eu te espero.-murmurou ele empurrando-me em direção ao banheiro. Peguei minha toalha sob a cama e corri para o banheiro, tomando um banho rápido. Ao acabar o banho sequei-me apressadamente, vestindo a roupa previamente separada e colocando meu inseparável all star preto com bolinhas brancas. Passei uma maquiagem leve para disfarçar os sinais das poucas horas de sono e prendi meu cabelo em um coque mal feito com alguns fios soltos.
-Pronta?- questionou Harry me encarando.
-Sim- murmurei pegando minha bolsa e andando em sua direção.
-Então vamos!- exclamou ele puxando-me pelo braço até chegarmos ao elevador- Bom, nosso primeiro destino será a Starbucks, nada melhor que uma bebida quente para esquentar nossos corpos desse vento gelado.
-Se você diz quem sou eu pra negar-retruquei com um sorriso nos lábios, ajeitando minha jaqueta que ele havia tirado do lugar enquanto me puxava.
Pouco mais de dez minutos depois, adentrávamos uma das inúmeras filiais da Starbucks. Há anos que eu não adentrava uma Starbucks, não por não ter filiais da mesma em Seattle, pois lá havia muitas, mas por que eu preferia usar meu dinheiro comendo um bom hambúrguer no McDonalds ao tomar café no Starbucks.
-Bom Dia, o que vão querer?-perguntou uma das garçonetes, atrás do balcão. A moça era morena com olhos tão azuis quanto os de Harry e um sorriso animador em sua face.
-Eu quero um Latte, e três cupcakes de chocolate branco- murmurou Harry com um grande sorriso.
-Pra mim um Frappucino, um cupcake de morango e um cupcake de chocolate. - anunciei tentando imitar o brilhante sorriso de Harry.
-Aqui esta a senha de vocês, assim que estiver pronto é só vir buscar. -murmurou ela com um pequeno sorriso nos lábios, entregando o pequeno papel com a senha para Harry. Com a senha em mãos seguimos até uma pequena mesinha de dois lugares ao lado da janela. –E então senhorita , o que está achando de Londres?-questionou Harry colocando o pequeno papel em cima da mesa. –Bom, eu definitivamente ainda não consegui formar uma opinião sobre Londres- murmurei mordendo o lábio inferior.
- Ah, mas você ainda não tem um parecer de nada? Nem de um belo jovem encantador, chamado Harry?-questionou ele piscando os olhos de um modo engraçando que me fez soltar uma pequena gargalhada involuntária.
- Hum, deixe-me pensar. Jovem encantador? Ainda não conheci nenhum senhor Harry, somente um jovem convencido, sabe? Ele é até bonitinho, mas o ego, nem te conto.-caçoei dando uma pequena piscadela.
- Nossa, senhorita , sinto meu pobre coração sendo despedaçado pelo desprezo empregado ao pobre jovem - murmurou Harry dramaticamente, me fazendo rir novamente.
- Oh, caro Harry! Se você conhecesse o nobre jovem, teria o prazer em concordar com minhas palavras- murmurei imitando seu tom dramático, gargalhando junto a Harry - Estou brincando Harry, você é um garoto legal. Diferente da maior parte dos garotos do lugar onde eu moro -sussurrei mordendo o lábio inferior.
- Vamos fazer assim, eu finjo que jamais tivemos essa conversa e você faz essa carinha triste desaparecer enquanto eu pego nossos cafés e então iremos começar tudo de novo, ok?-murmurou ele levantando-se da mesa com a senha na mão –Ok –sussurrei dando uma pequena risadinha. Por mais que eu tentasse não pensar em Jacob Black, a cena dele me humilhando em frente a todo o colégio insistia em voltar a minha mente, dando um breve suspiro sacudi minha cabeça tentando mandar aquela desagradável lembrança para longe, pelo menos naquele momento. Estampei um sorriso em minha face, quando Harry colocou a bandeja que continha nossos cafés e cupcakes na mesa se sentando em seguida. -Delicioso!-sentenciou ele com um suspiro de contentamento, após dar o primeiro gole em seu café. -E então o que está achando de sua viagem até agora?-questionou Harry dando uma pequena piscadela, me fazendo abrir um pequeno sorriso.
- Contando com o fato que eu nunca havia saído de meu país, eu ainda estou meio perdida. -confessei sentindo o meu rosto ficar vermelho.
- Serio, você nunca tinha saído do seu país? Tipo, nunca?- indagou ele me encarando surpreso. Assenti positivamente ficando ainda mais vermelha com sua reação. –Meu Deus, o que esses americanos estão pensando. Você definitivamente precisa conhecer esse lugar- informou ele abocanhando seu segundo cupcake. –Coma rápido, para começarmos nosso passeio. Só por hoje serei um verdadeiro turista para que você se sinta a vontade.
Dei um pequeno sorriso ao ouvir suas palavras, afinal, Harry parecia tão indignado que eu mal conseguia compreender o motivo. Mal sabia ele que a coisa mais comum em todo os EUA eram jovens, que jamais haviam se quer saído de sua cidade natal. Bebi meu Frapuccino e comi meus cupcakes apreciando ao máximo seu sabor, eu definitivamente amava cupcakes.
-Terminou?-perguntou Harry a me ver colocar na boca o ultimo pedaço do cupcake de chocolate. Assenti com a cabeça limpando os lábios com o guardanapo de papel com o símbolo da Starbucks. –Então vamos! –anunciou ele, levantando-se de seu banco esperando que eu imitasse seu gesto.
- Espera, e a conta?-perguntei levantando-me e pegando minha bolsa.
- Eu já paguei!-sussurrou ele puxando-me pelo braço.
- Quanto eu te devo Harry?-perguntei encarando-o quando já havíamos saído da Starbucks.
- Considere o café como suas boas-vindas a Londres, e eu não aceitarei um não como resposta, senhorita . -murmurou ele me fazendo revirar os olhos.
- Ok, senhor hospitaleiro, então eu pago o almoço- anunciei dando um sorriso convicto.
- Veremos!- sussurrou ele desafiadoramente. –Pra começo de conversa, uma viagem a Londres só começa quando se anda pela primeira vez em nossos magníficos ônibus vermelhos, preparada?-questionou Harry pegando minha mão, e me guiando ao ponto de ônibus ao lado do Starbucks.
- Sim capitão, Harry! –murmurei fazendo uma pequena reverência, o que o fez gargalhar.
- Gostei de você !- retrucou ele dando uma piscadela enquanto mexia em seus bolsos. –Bom, o transporte aqui em Londres não é uma coisa que possa se dizer barata, e por esse motivo o pessoal do projeto disponibilizou um Oyster Card para cada aluno! O Oyster Card é um cartão que é recarregado com uma quantidade x de dinheiro, quando você for andar de ônibus ou metrô é só passar ele nas máquinas indicando seu destino e você pode circular livremente. Quando seu bônus estiver terminando é só me avisar que eu recarrego pra você, afinal eu sou o guia mais gato e perfeito de toda Londres- exclamou Harry estufando o peito.
- Harry querido, menos, bem menos.- comentei revirando os olhos.
- Puxa , precisa ser tão malvada assim comigo?-dramatizou Harry fazendo um biquinho o que me fez gargalhando
- Dramático!-sussurrei adentrando o ônibus atrás de Harry que passou ambos os cartões, indo se sentar em um dos bancos mais altos. -Preparada para conhecer a famosa London Eye?-questionou Harry guiando-me para a saída do ônibus. –Acho que sim!-murmurei descendo do ônibus com a ajuda de Harry. –Bom, a vista seria melhor à noite, mas como você terá seu primeiro encontro com os jovens escritores hoje à noite, ficamos sem alternativas- murmurou Harry seguindo até uma pequena e elegante bilheteria. –Dois bilhetes, por favor- exclamou ele entregando o dinheiro para o homem atrás da bilheteria, que entregou a ele dois bilhetes. Com os bilhetes em mãos seguimos até a fila para podermos adentrar uma das cabines – Você tem uma câmera ai nessa bolsa ? - questionou Harry virando-se pra mim. –Tenho sim, por quê?-perguntei curiosa. Era fato que eu não me importava muito com fotos, mas minha mãe havia insistido para que eu levasse a câmera que ela havia comprado especialmente pra mim, afinal ela queria ver todos os lugares que eu havia conhecido, quando eu voltasse para casa.
- Bom, todo turista carrega pelo menos uma câmera, pra tirar diversas fotos. E até agora não tiramos nenhuma, então mocinha pode pegar a câmera dessa bolsa para começarmos - murmurou Harry em um tom brincalhão. Sorri para ele balançando minha cabeça negativamente, e abri minha bolsa procurando pela minha câmera. –Aqui está- sentenciei estendendo a câmera para Harry. –Sorria !- exclamou Harry tirando uma foto minha.
- Harry!-esbravejei dando uma leve tapa em seu braço.
- , fotos espontâneas são sempre as melhores- esclareceu Harry, colocando a câmera no bolso de sua jaqueta de couro. –Isso não é justo Harry! Eu queria ver – reclamei cruzando os braços.
- Nem pensar, por hoje essa câmera me pertence, então esqueça que ela existe-exclamou Harry.
- Chato!-sussurrei seguindo Harry que adentrava a cabine da London Eye após entregar nossos bilhetes a uma moça de cabelos negros e olhos castanhos que se encontra em frente a porta da cabine. –, a volta completa dura cerca de meia hora. E devo confessar que a vista de lá de cima é espetacular, juro que você vai gostar tanto que vai até querer tirar mais fotos- explicou Harry prostrando-se em um dos lados da cabine. Imitei seu gesto prostrando-me ao seu lado. Em poucos minutos a roda, começou a entrar em movimento. Aos poucos o chão ia ficando cada vez mais longe, fazendo assim com que a vista ficasse ainda mais bonita.
- Harry?- chamei o garoto encantada com a vista. –Quer tirar foto?-perguntou ele dando uma gargalhada.
- Sim! Admito que você estava certo, a vista daqui é maravilhosa.- sussurrei ainda olhando toda a vista a mim proporcionada.
- ?-chamou Harry, me fazendo virar para ele. –Vamos tirar uma foto juntos? Aposto que suas amigas morrerão de inveja ao te verem ao lado de uma pessoa tão linda quanto eu!-anunciou Harry me fazendo soltar uma gargalhada. - Harry!- esbravejei ao sentir o flash da câmera em minha face. –Como eu disse antes as fotos espontâneas são as melhores- explicou ele dando de ombros. –Hey senhor! Você poderia tirar uma foto nossa? Por favor?- perguntou Harry a um senhor que se encontrava a seu lado. O senhor assentiu e deu um breve sorriso pegando a câmera que Harry estendia para ele. Harry voltou para o meu lado, e me abraçou sorrindo para que o senhor pudesse tirar a foto. Algumas poses depois, Harry agradecia ao senhor por sua ajuda. –Não foi nada meu jovem, casais tão cheios de vida me inspiram.-murmurou o senhor dando uma piscadela. Arqueei minha sobrancelha confusa com as palavras do senhor. Casal? Sério que ele achava que eu e Harry éramos um casal? Coitado. Quando eu me preparava para esclarecer a situação Harry tampou minha boca e sussurrou em meu ouvido
- O amor é raro por aqui, deixe-o pensar que encontrei alguém apaixonado. Aposto que esse momento deve ter feito o dia dele bem melhor, agora vamos deixar isso de lado e tirar uma foto sua tendo como plano de fundo, Londres vista da London Eye, o ponto turístico de maior sucesso- exclamou Harry se afastando um pouco para tirar a foto. Dei um pequeno sorriso e olhei para a câmera enquanto sentia os vários disparos. –Prontinho! Agora vamos aproveitar a vista. Chega de fotos!-murmurou Harry guardando a câmera em seu bolso.
London Eye, fora apenas um dos muitos pontos turísticos que Harry havia me levado para conhecer naquele dia. Após conhecer praticamente todos os pontos turísticos, Harry me levou de volta ao hotel para que eu pudesse me preparar para aquele que seria o primeiro encontro com os jovens escritores.
O nervosismo corroia minha mente, a cada novo passo dado a caminho da sala onde eu enfim conheceria os outros intercambistas dos jovens escritores. Mordendo o lábio inferior adentrei a sala de reuniões do hotel, que Harry havia me indicado em nosso tour pelo mesmo. Observei toda a extensão do local soltando um breve sorriso ao avistar Harry caminhando em minha direção.
- Preparada para conhecer seus colegas escritores?- questionou Harry estendendo seu braço- Você aceitaria minha companhia esta noite madame?- sussurrou em meu ouvido dando uma breve piscadela.
- Seria um prazer jovem cavalheiro- murmurei colocando minha mão sob seu braço.
- Devo dizer que sua beleza se encontra ainda mais aparente neste belíssimo vestido, minha cara- anunciou Harry guiando-me para o canto da sala onde pessoas elegantemente vestidas se encontravam. Senti meu rosto corar com suas palavras e encarei a mim mesma tentando encontrar algo que fizesse com que eu pudesse ser considerada bela. Era fato que meu vestido azulado de gala, com pequenas e delicadas pedrarias prateadas parecia ter sido feito especialmente para mim, tão bem se encaixava ao meu corpo, mas além dele nada em meu visual poderia ser considerado de fato excepcional. Meus pés eram adornados por delicadas sandálias prateados com pequenos detalhes em azul, meu cabelo se encontrava parcialmente solto com leves cachos por toda sua extensão e minha maquiagem era leve e simples, sendo destacada pelo brilho coral em meus lábios que eu havia ganhado de . Dando um breve suspiro deixei minha visão vagar até Harry, esse sim era digno de ser considerado belíssimo. Seus cabelos se encontravam parcialmente desarrumados, não de uma forma desleixada, mas sim elegante. Calça jeans de lavagem escura, blazer preto, camisa social azul e all-star preto completavam seu look. Assim que chegamos ao círculo onde aqueles que eu acreditava serem os jovens escritores se encontravam, Harry soltou meu braço e se pôs a nos a apresentar.
- Madames e cavalheiros apresento a vocês , a jovem escritora dos Estados Unidos. , esses são Jerry idealizador e organizador do projeto, Jhonny, Magda, Bill e Eloisa júris e mentores dos jovens escritores e estes são os maravilhosos guias Tom, Ana, Melanie, Megan, Pierre e Jenny. E por fim seus companheiros jovens escritores Matthew daqui da Inglaterra, Francis de Paris, Nicoli do Brasil, Lorenzo da Itália, Eros da Grécia e Manuela da Espanha.
-Apresentações feitas, vamos direto ao tema dessa noite. Como vocês devem ter percebido este é um evento de gala, o que quero de vocês nessa noite é que descubram tudo o que for possível de seus companheiros, e por fim criem um personagem inspirado em cada um deles para nosso próximo encontro que será daqui a dois dias, se o tempo é pouco? Com certeza. Mas trabalhar bem sob pressão é uma qualidade admirável em um bom escritor e é isso que eu quero de vocês, transforma-los em exímios escritores, boa noite jovens escritores, e boa sorte- Jerry, o idealizador do projeto, nos comunicou abandonando a sala junto aos mentores. –Isso definitivamente vai ser interessante, muito interessante- sussurrei baixinho me virando para Matthew, o inglês.
As instruções passadas por Jerry realmente haviam pegado a todos de surpresa, nos deixando ainda mais nervosos do que já nos encontrávamos. Mas aos poucos fomos acalmando e a conversa entre o grupo foi ficando cada vez mais fácil. No final da noite eu já sabia que Matthew tinha preferência pelos livros de terrores e o conto por ele enviado, havia sido um romance sangrento. Francis o francês era extremamente apaixonado pelos perfumes naturais, eles o fascinavam e seu conto tinha sido sobre um garoto que através dos cheiros havia descoberto coisas há muito tempo escondidas em nosso mundo. Nicoli, a brasileira, era uma garota bastante especial, sua mente parecia correr anos luz a nossa frente e seu conto havia sido baseado em um de seus sonhos onde máquinas ferozes acabavam por se apaixonar por humanos, o que as fazia desenvolver os sentimentos e as características humanas aos poucos. Lorenzo, o Italiano, era um garoto de personalidade forte, e pouco o interessava os romances, portanto seu conto se tratava de uma rica família que aos poucos foram perdendo tudo, até que por fim em uma noite de Natal morrem todos de fome e frio na principal praça da pequena cidade onde moravam. Eros, o grego, tinha a personalidade tão forte quanto a de Lorenzo só que diferente desse adorava romances, romances com comida é claro. O tema de seu conto havia sido um romance, passado praticamente o tempo todo na cozinha onde os personagens desenvolviam seus instintos e suas habilidades culinárias. Manuela, a espanhola, era uma garota bastante divertida, de acordo com ela diversão era seu lema. Então como não poderia ser diferente seu conto se tratava de um casal extremamente divertido, que após se encontraram durante um show de pop rock decidiram passar um final de semana juntos se conhecendo para ver se de fato teriam algum futuro juntos. Resumindo, minha primeira semana em Londres havia sido tão corrida e agitada, mas ao mesmo tempo tão divertida que eu acabara por esquecer de ligar para meus pais e para que aquela altura deveriam estar com uma imensa vontade de acabar com a minha vida. Pegando meu celular até então esquecido dentro da maleta de viagens, disquei o numero tão conhecido por mim, agora era só esperar que as notícias de casa fossem tão boas e divertidas quanto as que eu tinha sobre Londres. É, mais três semanas e eu estaria de volta a La Push, quantas coisas poderiam mudar em um mês? Eu definitivamente não tinha ideia.
Capitulo 5
Quill narrando
Promessas. O que são promessas quando as circunstancias te obrigam a agir da forma que você mais abominava? Eu te digo, definitivamente nada. Um suspiro triste deixou meus lábios ao observar Jacob sozinho sentado na mesa que antes era nossa. Era difícil ficar assim tão longe de meu amigo, mas infelizmente eu não tinha opção alguma. Eu adentrara o grupo de Sam não por opção, mas sim pela nova condição imposta a mim, eu era um transmorfo. Em todos os sentidos da palavra. Um homem com a habilidade de se transformar em lobo. Tudo o que eu sempre acreditara ser uma tola lenda da tribo, não passava de verdades disfarçadas com misticismo para afastar curiosos. Tente imaginar a sensação de ter todos os ossos de seu corpo saindo do lugar, como se fossem quebrados e recolocados novamente no lugar, essa fora a sensação de minha primeira transformação.
A temperatura de meu corpo parecia aumentar a cada dia mais, deixando minha mãe ainda mais preocupada. Não que eu sentisse alguma dor, a grande verdade era que além da constante irritação e da forte febre nada em mim havia mudado. Mas, para uma mãe extremamente preocupada como a minha, qualquer coisa era motivo o suficiente para que ela ficasse em alerta. Não demorou muito para que toda a família ficasse sabendo de minha doença, e que meu avô nos desse uma de suas raras visitas. O que eu pensava que acalmaria minha mãe acabara por deixa-la ainda mais temerosa. Ela parecia sentir medo de algo, eu não sabia se era por mim ou por ela mesma. Não tardou muito para que eu descobrisse que ela temia sim, mas por minha segurança, um transmorfo tem obrigações com seu povo. E a maior delas é protegê-los dos frios, lutar contra os frios era perigoso e minha mãe parecia saber disso. Como um dos primeiros sinais da transformação temos o aumento da audição, podendo ouvir o que as pessoas dizem a quilômetros de distância o que não foi muito diferente com a visita de meu avô. Minha curiosidade fora tanta, que eu havia aguçado meus sentidos procurando escutar cada uma das palavras proferidas por vovô. O que não foi muito difícil considerando o fato de que nossa casa não poderia ser considerada uma grande construção. “Esta chegando a hora” murmurou vovô, ao que eu pude ouvir um baixo soluço saindo dos lábios de minha mãe. “Acalme-se, sabíamos que isso poderia acontecer. Sam já estava de olho nele, desde a transformação de Embry. Não tardará a acontecer, fique preparada”- anunciou ele se retirando da casa, deixando minha mãe inconsolável. O que estava acontecendo afinal? De que transformação eles estavam falando? O que Sam tinha a ver com isso? E o mais importante o que Embry havia se tornado? Eu só tinha certeza de uma coisa, eu não abandonaria Jake como Embry havia feito conosco, não mesmo. Eu não sabia quão enganado eu estava até a manhã seguinte quando recebi a visita de Embry a pessoa que eu menos gostaria de ver naquele momento. A única pessoa que seria capaz de elevar minha raiva ao extremo, e desencadear aquela que fora minha primeira transformação.
Narrando
Enfim minha querida amiga ingrata havia me ligado. A saudade fora tanta que em menos de dois minutos eu havia desistido de dar a ela seu merecido esporro. É claro que ela me conquistou assim que começou a descrever as belíssimas paisagens de Londres que havia conhecido. Como dissera ela nada melhor que conhecer Londres pelo olhar dos verdadeiros londrinos. Admito que gostaria de estar lá com , mas o que eu poderia fazer se esse maldito prêmio não dava direito a um acompanhante? O bom de tudo isso era que aos poucos parecia deixar a tristeza de lado e voltar a ser a pessoa que ela era, aproveitando ao máximo cada um dos momentos. Talvez Harry, seu mais novo amigo londrino fosse o responsável pela alegria expressada em sua voz. Harry, esse sim parecia ser um lindo garoto. Só pela pouca descrição que havia me proporcionado, eu já sentia vontade de conhecê-lo, bonito, educado, e divertido. O que mais uma garota poderia querer? Eu digo Quil Ateara, o amor que eu não conseguia abandonar. Era estranho sabe, lutar por algo que talvez eu nunca conseguisse. Um amor que poderia estar fadado ao fracasso tanto quanto o amor que sentia por Jacob. Eu definitivamente estava começando a pensar, se desistir não seria a melhor opção. Um leve suspiro abandonou meus lábios enquanto eu colocava o ultimo pedaço de panqueca na boca. A panqueca de mamãe era uma das melhores panquecas de toda La Push, ficando atrás apenas da de vovó que era a pessoa que a havia ensinado a cozinhar, assim como ela ensinava a mim. –Bom dia querida!- murmurou ela dando um beijo em minha testa enquanto se sentava a mesa, ao lado de papai. –Bom dia!- murmurei dando um leve sorriso para eles. – ligou?-perguntou papai olhando para mim enquanto colocava suco de laranja em seu copo.
– Sim, sim. Ela parece estar bem contente, Londres definitivamente anda fazendo maravilhas por ela. - anunciei sentindo meu sorriso ficar um pouco maior.
– Isso é ótimo, ssa é uma garota maravilhosa- concluiu papai bebendo seu suco.
–Querida, eu gostaria de pedir desculpas por ter mandado Jared se intrometer, mas tente me entender. Você parecia tão tristonha e solitária que eu não conseguiria suportar vê-la daquela forma por muito tempo, nem que pra isso eu tivesse que despertar sua raiva- murmurou mamãe parecendo arrependida. Após a revelação de Jared, eu e minha mãe acabamos por ter uma leve discussão, o que me fez ficar sem falar com ela por dois dias. Imagine o clima estranho que havia ficado em casa, enquanto ela tentava se desculpar e eu fingia não escutar? Admito que meu maior defeito é a impossibilidade de perdoar, mas quem não ficaria zangado se sua mãe resolvesse pedir ao seu primo para se aproximar de você, só por não querer que você fique sozinha? Não é uma sensação muito boa.
– Tudo bem mamãe, só prometa que não fará isso novamente, ok? Foi extremamente chato, ter Jared andando atrás de mim o tempo todo. A única coisa boa em tudo isso foi realmente conhecer Kim, apesar de tímida ela é uma garota legal- indaguei olhando diretamente nos olhos de minha mãe, que assentiu positivamente, concordando em não se intrometer em minha solidão novamente.
–Ok, querida. Não farei novamente. Só tente se divertir mesmo que não esteja aqui, aposto que ela não gostaria de te ver tristonha pelos cantos- anunciou mamãe.
-Pode deixar mamãe, tentarei me divertir- murmurei abrindo um imenso sorriso para ela.
– Muito bem querida, agora suba para pegar sua mochila que eu te deixarei no colégio antes de ir para a padaria- anunciou mamãe ao que eu assenti positivamente, já tomando o caminho para meu quarto. Minutos depois chegávamos ao colégio, desci do carro e acenei para mamãe esperando seu carro sumir de vida para me encaminhar para minha mesa habitual. E mais uma vez chegara o momento de observar Quil, Embry e Jacob e suas ações um tanto quanto estranhas nas ultimas semanas, talvez houvesse chegado o momento de descobrir qual era o segredo que Jared e seu exclusivo grupo andavam escondendo, por mais que disfarçassem eu sabia que alguma coisa acontecia ali, só não sabia se era boa ou ruim. Para o bem de Jared era melhor ser algo bom, muito bom.
Jacob Narrando
Duas semanas. Eu mal podia acreditar que duas semanas havia sido o tempo exato em que meus dois melhores amigos haviam levado para me abandonar, adentrando o grupinho ridículo de Sam. Logo eles que eu pensava que repudiavam as ações daquele grupo tanto quanto eu, mas aparentemente eu estava enganado. O medo de ser o próximo tomava conta de meus pensamentos, afinal eu não queria fazer parte daquilo, mesmo que eu ficasse sozinho sem ninguém ao meu lado, aquela definitivamente não seria uma opção. A grande verdade era que os únicos momentos em que eu verdadeiramente me sentia bem eram aqueles que eu passava com Bella. Eu sabia que de certa forma era loucura me apaixonar por ela, afinal desde que o namorado riquinho fora embora, Bella não parecia à mesma. Apesar de sorrir quando estávamos juntos, eu via em seus olhos que aquela alegria seria momentânea, o que de certa forma partia meu coração. Bella era uma garota legal, e apesar de não concordar com todas suas decisões eu sabia que ela precisa de mim, naquele momento. Ajeitei a manga de minha camisa, e passei o perfume que Rachel havia me enviado como presente de natal. Aquele era o dia em que Bella, eu e um mauricinho qualquer de sua escola iriamos ao cinema. É claro que eu preferia um programa a dois, mas Bella havia convidado o garoto de qualquer forma, de certa forma eu sabia que chegara o momento de deixar meus sentimentos ainda mais sutis. Bella parecia, ou melhor, talvez preferisse fingir que nada estava acontecendo entre nós. Já pronto, caminhei a passos precisos para a garagem, onde meu Rabbit preto, recém-finalizado me esperava. Aquela era minha chance e eu não a desperdiçaria.
[...]
Estávamos no cinema há praticamente duas horas, e eu já não suportava a presença de Mike, pensa em um cara insuportável multiplica por cinco e aí você chegou ao nível se chatice de Mike. Ele parecia não notar que ninguém ali estava interessado em sua companhia e o pior de tudo, que ele estava atrapalhando aquele que poderia ser meu verdadeiro primeiro encontro com Bella. Pouco depois da metade do filme o mauricinho começou a passar mal, o que foi uma grande idiotice afinal o filme era tão ruim, que eu mal podia ver uma única cena sem sentir vontade de rir. Mas, aparentemente Mike era mole o suficiente para sentir enjoado de ver mortes tão ridículas quanto aquelas. Gemendo, o mauricinho deixou a sala, não sem que eu percebesse o suor que descia por sua face. Bella se levantou para segui-lo, e eu imitei seu ato sem me importar com suas palavras quando ela pediu para que eu ficasse e terminasse de assistir o filme. O filme era tão escroto que eu tinha certeza que não estaria perdendo nada ao sair dali, aposto que ver Mike vomitando seria mil vezes mais realista e emocionante, apesar de extremamente nojento. Quando chegamos ao saguão do cinema não encontramos nem sinal do mauricinho, o que fez com que Bella me pedisse para ir verificar se ele estava bem no banheiro masculino. Revirando os olhos imperceptivelmente, caminhei ate o banheiro, adentrando-o a procura de Mike. Como eu já suspeitava o garoto estava jogando pra fora tudo o que havia comido durante o dia. –Mané!- sussurrei balançando a cabeça antes de me virar e sair do banheiro para avisar a Bella o que estava acontecendo. Após dar a noticia a Bella me sentei em um dos bancos estofados do saguão, e estiquei minhas pernas relaxando para o que eu sabia ser uma grande espera. Não tardou para que Bella se juntasse a mim soltando um breve suspiro. Arrumei minha posição passando meus braços por suas costas, o que fez com que ela reclamasse retirando meu braço. Não me dando por vencido peguei uma de suas mãos, acariciando-a com carinho, as mãos de Bella não eram de fato macias, mas o calor que delas emanava era reconfortante. Senti eu ela queria se soltar, então com rapidez e firmeza coloquei minha outra mão em seu pulso, pedindo para que ela esperasse um instante. Aquele era o momento, por mais inconveniente e sem sentido que parecesse, passava da hora de saber se eu tinha pelo menos o mínimo de chances possíveis com Bella. Ainda segurando sua mão, deixei meus olhos vagarem até os seus fazendo as perguntas pela qual eu não sabia se obteria resposta. Será que era assim que todas as pessoas que se apaixonavam e temiam não ser correspondidas se sentiam? As respostas não foram de fato o que eu esperava, mas eu lutaria, não desistiria de Bella até que houvesse a mínima chance de receber pelo menos parte de seu amor. Seria tão, ou mais insistente que Mike. Cedo ou tarde Bella o esqueceria, e eu estaria lá por ela, e para ela.
[...]
Bella estava certa, eu de fato estava doente. Ao chegar em casa Billy mediu minha temperatura e mordendo o lábio inferior me mandou descansar em meu quarto. Algo estava acontecendo, mas eu não tinha ideia do que. Apesar de não sentir nada, e insistir para que Billy me deixasse ir para a escola, ele estava convicto que o melhor para mim era ficar em casa. Com o passar dos dias, recebi a visita de todos os membros do conselho, inclusive os anciões que sustentavam o mesmo olhar que eu via no rosto de meu pai. Eu queria ligar para Bella, mas não tinha permissão de fazer isso. A irritação presente nos dias anteriores aumentava cada vez mais, e o segredo que eu sabia estar sendo escondido de mim me deixava com raiva que antes era inexistente. Então chegou o momento em que tudo foi revelado, e eu descobri o que estava acontecido. O que acontecera com Embry e com Quil. O que acontecera a Sam e todo o seu grupo. Eu estava prestes a me transformar pela primeira vez. A febre e a irritação eram apenas sinais de que a transformação estava perto. Foi então que eu descobri que nada jamais voltaria a ser o mesmo.
Capitulo 6
Jacob Narrando
Dor. Era essa a palavra que melhor definiria minha primeira transformação. Não era uma dor meramente física, havia a partição da dor psicológica. Eu sabia que o que havia ocasionado a minha transformação era nada mais nada menos, a raiva que eu sentira ao avistar Embry e Quil na porta de meu quarto. Eu não conseguia me conformar com fato de eles não terem confiado em mim para contar o que havia acontecido a eles, o motivo de terem entrado o grupo de Sam. Foi em meio a essa raiva, que me transformei, os tremores tomaram conta de meu corpo, e logo eu já não era o garoto, mas sim o lobo com pelagem cor de areia. A dor mental fora tanta, que acabara por contribuir para que a dor física fosse ainda maior. Aos poucos fui ouvindo as vozes de meus mais novos companheiros de bando em minha mente, e o que eu mais desejava naquele momento, era voltar a minha forma humana renegando tudo aquilo. Eu não queria fazer parte daquilo, mas o que eu poderia fazer para sair? Minha genética havia me feito daquela forma. Por mais que eu desejasse nada poderia ser feito. Assim que voltei a minha forma humana, meu pai me esperava na varanda da casa com uma muda de roupas em seu colo, peguei as roupas e entrei em casa vestindo-as e me sentando no sofá com as mãos na cabeça e insistentes lágrimas nos olhos.
– Jake, filho?- ouvi a voz de meu pai chegando cada vez mais perto de mim.
– Por que pai?- perguntei em um sussurro sem me virar para ele.
– Você sabia que isso aconteceria filho, era uma questão de tempo, agora respire fundo, acalme-se e se prepare. Hoje à noite você participara de sua primeira reunião do conselho, sendo assim você ouvirá as lendas novamente, mas com uma nova perspectiva, afinal, você agora é um lobo. E por mais que você não goste disso agora, terá de aceitar que ser transmorfo é muito mais do que ser parte lobo. Eu sei que você não quer ouvir isso, mas me sinto orgulhoso de você Jacob- esclareceu meu pai passando a mão por meus cabelos levemente, antes de ir para longe me dando espaço. Um espaço que ele sabia que eu precisava.
Narrando
Febre. Dor de cabeça. Garganta inflamada. Esses eram os três sintomas que eu mais odiava em toda minha existência, isso por que eu sabia exatamente o que eles significavam: resfriado. Não que eu sempre ficasse doente, ou que fosse tão fraca a ponta de ser derrubada por um reles resfriado, mas resfriados eram meu ponto fraco, quando eles resolviam dar o ar de sua graça eu me tornava a pessoa mais chata, enjoada e resmungona de toda La Push. Colégio com resfriado? Nem pensar, da ultima vez que tentei fazer tal coisa acabei desmaiando em plena aula de Biologia. Tudo isso porque meu resfriado vinha acompanhado pela falta de apetite. A minha sorte era que esses malditos resfriados duravam no máximo três dias e eu ficava novinha em folha.
– Sra. Batista, aqui está a receita com os remédios que deve tomar durante esses dias, e a despensa das aulas, como sempre- anunciou Dr. Carlisle entregando a receita a minha mãe. O que dizer do Dr. Carlisle? Além é claro de que obviamente ele era incrivelmente inteligente, sem contar com o bondoso e o primordial, lindo. Isso mesmo, lindo. Não se engane, eu ainda tenho uma queda de milhões de andares por Quil, mas nenhuma pessoa em sã consciência olharia para Carlisle Cullen e diria que ele é feio. Talvez um pouco branco demais, mas definitivamente lindo.
– Cuide-se Srta. Batista, espero não ter que vê-la novamente por um bom tempo- anunciou doutor Carlisle dando uma piscadela pra mim, enquanto eu e mamãe nos retirávamos do consultoria, encantadas. Desde sua chegada a Forks alguns anos atrás Dr. Carlisle Cullen, recebia suspiros e olhares cobiçosos por onde quer que passasse. Não só ele como toda sua família. Era estranho que apesar da boa fama que a família Cullen obtinha por toda Forks, o pessoal de La Push simplesmente deixava de ir ao médico apenas por preconceitos bobos de uma reserva fechada e limitada. Mordi o lábio inferior, deixando meus pensamentos viajarem para a ultima vez que eu havia ficado de cama. Nada de mais havia acontecido, além é claro da atenção extra e dos agrados que eu havia recebido dos meus pais. Como filha única eu bem sabia como era a pressão existente em absolutamente tudo que eu fazia, bem como eu sabia que a padaria da família acabaria por ficar por minha conta e risco quando o momento chegasse. Não que meus pais me pressionassem em relação a padaria, mas eu vira quão dura fora para eles construírem aquele lugar, e me orgulharia de fazer com que o esforço de meus pais valesse a pena.
– Querida, chegando em casa prepararei pra você seu prato favorito. Então mocinha, quero que você descanse e beba o máximo possível de água para se manter hidratada, nada de computador pra você- anunciou mamãe ao que eu apenas revirei os olhos, como se ela não soubesse que essas instruções de nada adiantariam. – Pode deixar mamãe-sussurrei afundando meu corpo no banco.
Jacob Narrando
Respirando fundo, adentrei a praia onde ocorreria minha primeira reunião Quileute. Meu humor não era um dos melhores, e aposto que o seu também não seria, se fizesse pouco mais de cinco horas que você houvesse descoberto que o que você pensava ser uma misera lenda, era sua realidade. Mas contra toda a minha natureza eu tentava controlar meu humor, afinal eu não queria e nem precisava acabar me transformando em um lobo do nada assustando os habitantes de La Push que ainda podiam colocar suas cabeças nos travesseiros e dormir sem ter diversos pensamentos em sua mente, como por exemplo, sanguessugas, proteger La Push de sanguessugas, e tudo o mais relacionado a sanguessugas. Definitivamente eu começava a acreditar que a ignorância era uma benção que poucos poderiam se dar o luxo de obter. Aos poucos fui me aproximando da roda, onde se encontravam praticamente todos aqueles que eu acreditava pertencerem ao bando de Sam, bem como todos os integrantes do conselho, incluindo Billy.
– Seja bem vindo, Jacob!- anunciou Billy com um sorriso nos lábios. Eu sabia, que meu pai estava feliz por eu ter me tornado um dos protetores da aldeia, mas, independente disso eu não conseguia compartilhar de sua felicidade por mais que eu tentasse, minha mente insistia em culpar os malditos sanguessugas por eu ter me tornado um transmorfo.
– Como você já deve ter notado Jacob, algumas das historias passadas de pai para filho, geração após geração são verdadeiras. Vampiros e Transmorfos são algumas delas. Vocês transmorfos de La Push, surgiram da necessidade de proteção da nossa aldeia, uma transformação só ocorre quando há vampiros por perto. Algumas décadas atrás um acordo foi feito, com uma família de sanguessugas, que digamos possuir um habito alimentar diferente dos demais de sua espécie. Esses vampiros se alimentam apenas de sangue animal, o que faz com que seus olhos adquiram uma coloração castanha clara, o que facilita a diferenciação destes com os demais vampiros. Essa família de sanguessugas a qual o acordo foi feito, é a família Cullen- finalizou Billy mantendo seus olhos escuros fixos em mim. Espera, Cullen? Não isso não poderia ser verdade. Bella já namorara um Cullen, como seria possível que ela se prestasse a esse papel de namorar um sanguessuga? Isso era impossível. Minha Bella não faria tal coisa.
– Sim Jacob, a família Cullen do acordo é a mesma família Cullen, que pertence Edward Cullen o ex-namorado de Bella- sentenciou Billy. Senti os tremores antes fracos se tornarem cada vez mais fortes, eu sabia o que estava acontecendo, e também sabia que não conseguiria me controlar a ponto de impedir a transformação. Virando-me de costas, retirei meus sapatos e corri em direção á floresta, e a ultima coisa que ouvi antes de ficar em pé em quatro patas pela segunda vez naquele dia, foi a voz de meu pai pronunciando meu nome.
Narrando
Como esperado, foram necessários três longos e entediantes dias para que eu conseguisse me recuperar inteiramente. Não que eu estivesse reclamando de ter passado três dias em casa, só que com o passar das horas as coisas começam a deixar de fazer sentido, e você começa a pensar em tudo que não deve, ainda mais quando sua melhor amiga está a uma longa distancia de você. No primeiro dia pós-doença, acordei me sentindo extremamente aliviada e completamente disposta a voltar a minha rotina normal. Minha ansiedade era tanta que antes mesmo que minha mãe viesse me acordar eu já estava de pé de banho tomado e mochila pronta. Desci as escadas com um sorriso estampado nos lábios, e ansiosa para enfim poder comer uma das deliciosas panquecas de mamãe.
– Como se sente hoje mocinha?-questionou papai enchendo meu copo com suco enquanto eu colocava minha primeira garfada de panquecas na boca.
– Maravilhosamente bem, papai- anunciei sorrindo para ele.
– Isso é ótimo! Vejo que está bastante animada – comentou ele.
– Pode-se dizer que me sinto aliviada, por enfim poder abandonar aquela cama- sentenciei dando um gole de meu suco.
[...]
Se antes do resfriado eu achava que as coisas estavam estranhas, imagina só qual foi minha reação, ao ver Jacob Black sentado à mesa de meu primo Jared. A minha surpresa fora tanta que senti meus lábios se manterem entre abertos por alguns minutos antes de conseguir me recuperar e andar normalmente, até a mesa que eu ocupava no refeitório do colégio. Eu definitivamente estava convicta que havia algo acontecendo aos garotos de La Push, além desse súbito crescimento da turma de Jared, ainda havia o estranho fato dos garotos terem adquirido uma musculatura antes inexistente, o que era impossível de conseguir em apenas algumas semanas. Sem contar com o novo corte de cabelo adquirido por eles, se eu não os conhecesse poderia dizer que todos eram um bando de irmãos. Mordendo meu lábio inferior encarei cada um dos garotos sentados à mesa – Há algo errado nisso, e eu irei descobrir o que é.- sussurrei baixinho, prendendo minha atenção em Jared que sorria deliberadamente para Kim. O que era ótimo. Um Jared feliz, era um Jared manipulável e um Jared manipulável era mais aberto a revelar coisas,eu definitivamente teria de fazer um grande esforço para descobrir o que meu querido primo andava aprontando, e era fato que meu poder manipulação não era tão grande quanto eu desejava que fosse. Um leve suspiro abandonou meus lábios ao avistar Quil, era incrível como toda vez que eu o via ele parecia ainda mais bonito. Deixando mais um suspiro abandonar meus lábios, abaixei minha cabeça pensando em palavras ditas há algum tempo. Talvez, o momento que eu tanto temia, estivesse próximo. Amar Quil era revigorante, mas extremamente doloroso. Talvez, só talvez eu devesse desistir de Quil, mesmo que isso acabasse comigo, a dor de não ser correspondida era ainda maior. poderia ter razão, chega um momento que nem mesmo todas as esperanças do mundo são o suficiente para te manter de pé quando os nocautes são de grande escala.
Capitulo 7
Quil NarrandoObter algo que você jamais desejou, ou imaginou existir, era difícil. Ainda mais se você descobrisse que a pessoa que você pensa ser o amor de sua vida, obtivesse o conhecimento de seu maior segredo, e ainda pior era apaixonada por seu pior inimigo? Então quando Jake abandonou a fogueira, eu sabia que não deveríamos ir atrás dele. Jacob precisava de um tempo para conseguir assimilar sua nova condição, bem como as escolhas feitas por Bella Swan. Eu não conseguiria negar que estava verdadeiramente contente por Jacob ter se unido a bando. Era ótimo poder estar perto de meu melhor amigo de novo, mesmo que esse estivesse fadado à mesma maldição imposta a mim. “Saudades do Jacobizinho, Quil?” questionou Paul em pensamentos. Se tinha algo que eu odiava mais que sanguessugas, era ter de dividir meus pensamentos com todo o pessoal do bando. Ainda mais com Paul que era definitivamente nojento. “Como é garoto?” rosnou Paul mostrando seus dentes de lobo para mim.
“Exatamente isso que você ouviu” rosnei em resposta.
“Parem com isso imediatamente, não quero brigas entre vocês, entendido?” anunciou Sam com seu tom de alfa, o que nos impossibilitava de desobedece-lo. “Sim, Sam” concordamos contra nossa vontade.
Narrando
Meu plano para retirar as informações de Jared estava a um único passo para ser colocado em prática. Para minha sorte - ou azar-, o garoto comia como touro e parecia estar sempre com fome independente da hora que ele houvesse comido. E o que isso tinha a ver com meu plano? Simples, que melhor forma de tirar informações de um comilão do que com seus pratos favoritos? Era nessas horas que eu dava graças a Deus por minha mãe ser dona da única padaria existente em La Push. Como planejado, assim que terminei meu expediente na padaria, fui até a cozinha da mesma pegando os pacotes que eu havia separado mais cedo, de tão ocupada que mamãe andava com os preparativos do jantar de noivado de Sam e Emily ela mal havia percebido meus pequenos “furtos”. Em passos rápidos e decididos eu me encaminhava para a casa de Jared. Hoje o segredo tão bem guardado viria à tona por bem ou por mal.
[...]
Confiante, adentrei a casa de Jared, o pacote em minha mão exalava o cheiro delicioso dos cookies e bolinhos de chocolate dentro do saco. Com um sorriso nos lábios caminhei até a cozinha onde eu sabia que tia Penny estaria preparando o jantar.
– Olá tia Penny- anunciei abraçando-a antes de me sentar em uma das cadeiras dispostas na pequena mesa de madeira.
– , querida. Que bom vê-la novamente, como se sente?- questionou tia Penny mexendo o molho a sua frente.
– Me sinto ótima titia. E a senhora?- perguntei dando um breve sorriso.
– Oh! Ando bem minha cara, ocupada, mas bem. Há algo que posso fazer por você? Ou esta é apenas uma visita social?- questionou picando algumas batatas.
– Bem titia, eu gostaria de falar com Jared ele se encontra?- questionei mordendo o lábio inferior.
– Jared? Ah sim! Está em seu quarto, pode ir até lá querida. Ficará para o jantar? Teremos macarronada com almondegas, salada americana e batata frita. Kim vira jantar conosco pela primeira vez desde que Jared, a pediu em casa oficialmente- anunciou tia Penny sorrindo alegremente. Se havia algo que Jared fazia que deixava tia Penny extremamente contente, este algo era namorar Kim. Tia Penny ficara tão excitada com o namoro repentino que o encanto antes exercido pela doce Kim, chegou ao extremo em questão de minutos.
– Prefiro não atrapalhar esse momento tão importante tia, só irei conversar com Jared e por fim irei para casa, afinal, mamãe anda tão ocupada que nem sei se terá tempo de fazer o jantar – anunciei levantando-me da cadeira.
– Querida, você sabe que jamais atrapalharia. Você será sempre muito bem vinda nessa casa, não se esqueça que além de minha sobrinha você é como uma filha para mim- ralhou tia Penny abandonando suas panelas e vindo em minha direção me dar um abraço caloroso ao que eu retribui com um sorriso nos lábios. Tia Penny era uma mulher incrível, e tão parecida com mamãe que às vezes dava até medo. Quando jovens, mamãe, tia Penny e tia Marie -mãe de -, eram o trio de ouro, todos os garotos de La Push desejavam obter uma chance de pelo menos ter um misero encontro com elas, mas apenas caras de sorte como papai conseguiram. Era uma pena que eu e não houvéssemos obtido a mesma sorte que nossas mães.
– Agora, mocinha, vá fazer o que tem que fazer com Jared e depois volte aqui para conversarmos um pouco mais. Sinto falta de sua companhia!- anunciou tia Penny liberando-me de seu abraço carinhoso.
– Pode deixar titia, prometa vir aqui mais vezes- anunciei dando um beijo em seu rosto e afastando-me em direção ao quarto de Jared. Chegando ao quarto de Jared bati na porta levemente esperando sua permissão para minha entrada, o que não tardou a acontecer.
– Parece que o bichinho da limpeza andou passando por aqui- murmurei surpresa ao ver tudo muito bem organizado.
– Como você é engraçadinha, - rosnou Jared ajeitando seu cabelo no espelho.
– Ah sim! Você quer impressionar Kim, não? Coitada. Será iludida por uma organização inexistente- murmurei sentando-me na cama perfeitamente arrumada.
– , fique calada- ordenou Jared revirando os olhos.
– Bom, eu até tinha trazido algo para dar de presente a você, por sua coragem iminente. Mas agora após palavras tão ofensivas, não sei se você merece- menti olhando para o embrulho em meu colo com uma falsa tristeza estampada em minha face.
– Cookies e bolinhos de chocolate?- questionou ele correndo até mim para pegar o pacote.
–Oh sim!- murmurei- Você quer os doces Jared?- questionei dando um sorriso. –Nem precisa perguntar, obrigada prima- murmurou Jared estendendo a mão
– Nada vem de graça meu caro. Antes dos doces eu preciso de algumas informações. E então o que me diz? Me dará as informações em troca dos doces Jared?- questionei colocando o pacote em segurança em cima de meu colo.
– Que tipo de informações?- questionou Jared desconfiado olhando desejoso para o pacote em meu colo.
– Simples primo, bem simples. O que levou Quill, Embry e Jacob a adentraram o seu grupinho? E nem ouse mentir, afinal, todos sabem que Quill, Embry e Jacob não suportavam o grupinho de Sam.
Quill Narrando
Assim que minha ronda terminara a coisa que eu mais desejava era ir para casa e tomar um bom banho antes de cair na cama e dormir pelo resto do dia. Mas todos os meus planos foram por agua abaixo quando Sam pediu para que eu avisasse a Jared como deveria ser o novo turno. Quanto mais transmorfos apareciam maior era a responsabilidade dada aos meus velhos no bando assim como Jared. Eu caminhava o mais rápido que conseguia com meu corpo humano, uma velocidade que não era lá essas coisas comparadas com a velocidade que eu conseguia atingir como lobo, mas que era um tanto quanto maior do que a dos humanos normais.
– Simples primo, bem simples. O que levou Quill, Embry e Jacob a adentrarem o seu grupinho? E nem ouse mentir, afinal, todos sabem que Quill, Embry e Jacob não suportavam o grupinho de Sam – como era de se esperar, minha audição de lobo poderia escutar o que ocorreria na casa de Jared a quilômetros de distância e aparentemente Jared se encontrava em maus lençóis. Eu reconhecia aquela voz em qualquer lugar, a garota da aula de matemática, amiga de ssa, aquela que havia levado um grande fora de Jacob. Apressei meus passos ainda mais, afinal, eu sabia que Jared não poderia revelar nada à garota. As únicas pessoas que poderiam saber de nossas reais situações eram nossas imprintings, e pelo que eu ouvia , não aceitaria uma desculpa esfarrapada
– O gato comeu sua língua, Jared? Estou esperando uma resposta- ouvi a garota resmungar.
– Não há nada a responder , os garotos foram convidados a sair conosco algumas vezes e então decidiram se juntar a nós, fim- mentiu Jared. Bati na porta aliviado, esperando que dona Penny viesse me atender
– Quill, querido. Vamos entre, hoje parece ser o dia de visitas agradáveis- anunciou dona Penny dando espaço para que eu adentrasse a pequena sala, fechando a porta em seguida. – E então, deseja algo especial querido?- questionou dona Penny encarando-me gentilmente.
– Jared se encontra? Sam pediu para que eu entregasse um recado a ele- anunciei buscando ouvir o que acontecia no quarto de Jared
– Oh sim querido. Jared está em seu quarto conversando com , pode ir até lá, tenho certeza que eles apreciariam sua companhia- anunciou dona Penny apontando para o pequeno corredor enquanto se encaminhava para a cozinha de onde vinha um excelente cheiro.
– Pareço algum tipo de idiota, Jared?- questionou dando uma pequena risada cheia de cinismo.
– Claro que não , agora que te dei suas preciosas informações, me dá meus cookies- murmurou Jared dando um passo.
–Repito. Você me toma por tola? Acha mesmo que eu vou acreditar que de uma hora pra outra a opinião que eles tinham de vocês mudou?- rosnou a garota. Sem aviso prévio, adentrei o quarto de Jared chamando a atenção dele e de que apesar de ter sentido minha atenção ainda encarava o primo descrente.
– Acredite no que quiser prima, mas o que eu digo é verdade- anunciou Jared sustentando seu olhar- E se não acredita por que não questiona o próprio Quill, afinal, ele está ai bem atrás de você- anunciou Jared ao que a garota se virou para a porta extremamente corada, com uma de suas sobrancelhas arqueada. E foi ai que aconteceu, meu mundo já não era o mesmo. Eu já não era o mesmo, meus sentimentos eram confusos e estranhos, meus olhos só viam uma única pessoa e seu nome era . Seus olhos brilhantes e expressivos, sua boca rosada e sua expressão desconfiada. Aquela era a minha garota, minha alma gêmea, meu imprinting.
– Quill?- questionou Jared, ao que eu nem dei o trabalho de responder, minha menina estava ali, e meus olhos insistiam em ver apenas os seus, curiosos e acanhados. –Não. Isso definitivamente não pode estar acontecendo. Logo minha prima? Que droga Quill- rosnou Jared enfim percebendo o que havia ocorrido. Confiante, aproximei-me de , o sorriso dominava meus lábios, e as batidas de meu coração se tornavam cada vez mais acelerados por seu sorriso doce.
– Muito bem , se você quer a verdade eu te darei a verdade, só prometa me escutar até o fim e não se afastar quando eu já estiver terminado- anunciei pegando sua mão delicada e colocando-a sob as minhas.
Narrando
A raiva emergia de meus poros sem que eu pudesse controla-la como Jared ousava me enganar tão descaradamente? Será que parecia assim tão tola a ponto de acreditar naquela desculpa fajuta? Como assim Quill estava atrás de mim? Isso era praticamente impossível, corada pela raiva que Jared ocasionara virei-me rapidamente para a porta. E então um sentimento incomum tomou conta de meu corpo, de repente não havia mais ninguém no mundo a minha volta, Jared antes o culpado de minha raiva, havia sido delegado a segundo plano. Quill era o único ali, meu mundo girava ao seu redor assim como eu sentia que seu mundo girava ao meu redor, o amor que eu acreditava sentir por ele havia tomado proporções ainda maiores, eu sentia que não conseguiria viver sem Quill, ele era meu e eu era eternamente dele. Um leve sorriso foi esboçado em meus lábios, sendo logo dissipado pela confusão, o que estava acontecendo ali, que sentimento era aquele que dominara meu ser? –Muito bem , se você quer a verdade eu te darei a verdade, só prometa me escutar até o fim e não se afastar quando eu já estiver terminado- anunciou Quill pegando uma de minhas mãos e colocando entre as suas. Assenti levemente com a cabeça, com medo de não conseguir pronunciar palavra alguma quando abrisse minha boca.
– Jared, , Quill, venham jantar, Kim já está aqui- anunciou tia Penny. Soltando minha mão das gentis e calorosas mãos de Quill, caminhei até a cozinha, antes que pudéssemos chegar a mesma Quill segurou meus braços fazendo-me virar para ele. –Isso não acaba aqui, eu preciso te contar o que você quer saber, e então você decidira se irá ou não me querer por perto- sussurrou Quill soltando-me para que pudesse adentrar a cozinha.
[...]
Assim que o jantar na casa de tia Penny havia acabado, despedi-me o mais rápido que pude e corri para casa, sem esperar por nada ou ninguém. Sim, eu havia fugido. Mas o que você faria em meu lugar, se soubesse que o garoto que você amou por toda a vida, enfim te dava o mínimo de atenção, e acabara por resolver revelar a você o segredo que escondia de todos? Sim eu admito, eu estava assustada. Em silencio adentrei minha casa seguindo direto para meu quarto, afinal, papai e mamãe ainda não haviam chegado das compras que haviam ido fazer em Seattle. Joguei-me em minha cama de dossel macia e soltei um leve suspiro ao imaginar o que havia ocorrido durante aquele fim de tarde. Como as coisas poderiam ter tomado um rumo tão diferente em tão pouco tempo? Qual seria o mistério por volta do grupo de Sam? Eu queria saber a resposta e ao mesmo tempo não quero. O medo dominava meus pensamentos impossibilitando-me de formar qualquer ideia concreta sobre aquele assunto. Eu precisava falar com a pessoa que eu sabia que entenderia minhas duvidas, aquela que sempre sabia me aconselhar, era uma pena que essa pessoa se encontrasse a quilômetros e quilômetros de distancia. Dando um suspiro desolado, levantei-me da cama seguindo em direção ao banheiro. Um banho me faria bem, era indiscutível que eu necessitava pensar. Incrível como algo tão banal havia se tornado de extrema importância. Por fim, Jared fora o único a se dar bem, além de ter se livrado de minhas questões curiosas ainda ficara com todos os cookies e bolinhos sem nenhum esforço. Abandonando a ducha quente, enxuguei meu corpo voltando para o quarto em busca de meu pijama quentinho e confortável. Uma boa noite de sono me faria bem e se isso não resolvesse um final de semana inteiro faria o trabalho. Quill que esperasse, eu havia esperado por praticamente toda minha vida para que ele me desse um pouco de atenção, o que custaria a ele um fim de semana? Sem nem mesmo esperar pela resposta eu já a sentia em meu peito, aquele fim de semana seria longo. Muito longo.
Capitulo 8
NarrandoComo o esperado, Quill havia tentado conversar comigo durante todo o final de semana, mas eu fugira de todas as suas tentativas sem nem ao menos pensar duas vezes, bem como de todas as chamadas recebidas de celulares desconhecidos. Mas infelizmente o tempo de se esconder havia chegado ao fim, nem que eu quisesse conseguiria fugir de Quill por mais tempo. Um suspiro abandonou meus lábios enquanto eu adentrava os terrenos do colégio. Eu sabia que não demoraria muito tempo para que Quill viesse ao meu encontro, respirei fundo uma ultima vez antes de me encaminhar para a mesa que eu me sentava desde que começara a estudar em La Push High School, não sozinha, claro, estava sempre ali comigo.
- , aquela ingrata está fazendo mais falta do que imagina- murmurei colocando minha mochila em cima da mesa enquanto me sentava o tão confortavelmente se suporia conseguir, em uma daquelas cadeiras duras do refeitório.
– Precisamos conversar- anunciou uma voz que mesmo há quilômetros de distancia eu saberia a quem pertencia. Quill. Mordendo meu lábio inferior nervosamente, virei-me para o garoto encarando sua face um pouco receosa.
– Quill, depois da aula eu prometo que poderemos conversar, agora não- murmurei virando-me com o intuito de chegar o mais rápido que pudesse a minha sala de aula.
– Nem pense nisso , conversaremos agora- anunciou o garoto segurando meu braço firmemente – Você não se esconderá novamente, eu não consigo ficar longe de você por muito mais tempo, por favor- a voz de Quill continha suplica e tristeza o que de certa forma me surpreendeu, o que estaria ferindo Quill a ponto de ser transparecido em sua voz? Respirei fundo virando-me para o garoto novamente preparada para ouvir, seja lá o que ele tivesse que me contar.
Quill Narrando
Ainda segurando o braço de com firmeza, guiei-a para fora da escola tomando o cuidado de não chamar a atenção de nenhum dos funcionários do mesmo, dois dias de espera já haviam sido o suficientes para me fazer sentir um medo que eu jamais havia sentido antes, o medo de perder alguém que eu sabia não poder viver sem. Os passos de eram tão firmes quanto os meus, e apesar de sentir que ela se encontrava receosa sobre os segredos que seriam revelados a ela, a garota ainda não dera nenhum sinal de que sairia correndo para longe. Adentramos a floresta que eu conhecia tão bem sem pressa, guiando-a por entre as árvores e galhos aparentemente idênticos eu podia sentir a tensão que emanava de aumentar ainda mais. Assim que nos afastamos o suficiente para que ninguém pudesse nos ver ou ouvir sentei-me em um tronco de arvore seco puxando para se sentar ao meu lado. Ficamos alguns minutos em silencio enquanto eu organizava meus pensamentos, por onde eu deveria começar a contar para ? E se ela saísse correndo? Eu sabia que nunca mais conseguiria ficar longe da garota, ela era minha alma gêmea, a mulher moldada para mim.
– Hum, Quill? Você não ia me dar as respostas que eu procurava?- questionou a garota mordendo seu lábio inferior um tanto quanto nervosa.
– E eu vou- murmurei baixinho- Só não sei por onde começar- anunciei contendo anseio de acariciar seu rosto aveludado.
– Que tal começar pelo motivo de você ter entrado no grupo de Sam, sempre pensei que vocês o odiavam- comentou fixando seus olhos nos meus. Respirei fundo pegando a mão da garota e a acariciando de leve com a minha. –Destino . Esse foi o motivo de eu ter entrado no grupo de Sam- comentei, pensando em tudo que havia acontecido em minha vida nas ultimas semanas.
– Destino? O que isso significa Quill?- questionou em duvida.
– , lembra das lendas que são contadas a nós tanto por nossos pais como na aula de Historia de La Push?- murmurei pensando em quão louco ela acharia que eu era quando a verdade por fim fosse revelada.
– A quais lendas você se refere Quill? E o que as lendas têm haver com isso- vociferou me olhando confusa.
– Eu me refiro as lendas sobre os transmorfos, você se lembra?- insisti encarando-a apreensivamente. Se ela se lembrasse das lendas, seria bem mais fácil de explicar mesmo que ela me achasse louco.
– De quileutes que se transformavam em lobos pra proteger nossas terras de frios que no caso seriam vampiros? Sim, eu me lembro- comentou a garota um tanto quanto impaciente –Mas eu não consigo entender o que isso tem haver com as suas mudanças Quill, são apenas lendas- finalizou tirando suas mãos das minhas. Respirei fundo, pegando sua mão novamente e segurando-a firmemente havia chegado a hora.
– Não, não são!- exclamei esperando uma reação de que acabou por não ocorrer – Eu sou um transmorfo, , os genes de lobo herdados de meus ancestrais quileutes, mais precisamente de meu avô- a rosto de ficou um pouco pálido, logo tomando um tom avermelhado
– O que mais, Quill?- indagou levantando-se do tronco – Já sei, assim como existem os vampiros e os transmorfos, também existem os lendários imprintings, não? A alma gêmea pra vida toda?- ironizou a garota andando de um lado para o outro irritada.
– Sim . Você é o meu imprinting- desabafei vendo a cor de sua pele se tornar ainda mais escarlate.
– Isso é uma pegadinha Quill? Por que honestamente eu não vejo nenhuma graça. Eu entenderia se essa brincadeira viesse de Jared, mas eu jamais pensei que você fosse capaz de ser tão cruel Quill, não você- sussurrou dando as costas para mim e correndo floresta adentro, não sem que antes eu pudesse ver uma lágrima escorrendo por sua face. Droga, como as coisas poderiam ter dado tão errado. Eu me preparava para seguir quando ouvi o uivo de Sam chamando-nos, teria de esperar pelo menos por um minuto, eu só esperava que nada acontecesse a ela.
Narrando
Eu mal podia acreditar no qual tola eu fora em acreditar que Quill me daria uma explicação de verdade. Afinal, eu deveria ter imaginado não? Se Jacob pudera humilhar na frente de toda a escola sem pensar duas vezes por que Quill não poderia me enganar? As lagrimas insistentes rolavam por minha face sem que eu pudesse controlar
– Idiota, idiota, idiota você é uma idiota !- choraminguei encostando meu corpo no tronco de uma arvore. Minha respiração era fraca e meu corpo cansado de tanto correr por arvores que pareciam idênticas. Eu não tinha ideia de onde estava indo, muito menos do lugar onde eu me encontrava naquele momento – Droga! Como vou voltar pro colégio agora-sussurrei fungando antes de secar meu rosto com a manga de minha blusa de frio. Eu estava triste, cansada e pra piorar estava perdida. Minha vida definitivamente não tinha como piorar, ou talvez fosse o que eu pensava, até ouvir aquela voz.
– Por que tão triste querida? Brigou com o namoradinho foi- virei-me assustada procurando pela voz melodiosa que sibilava cada palavra como se fosse um cântico. A pele da mulher era tão branca que parecia mármore, seus olhos tão vermelhos quanto sangue e seus cabelos de um tom negro tão brilhantes que parecia impossível que um mero mortal pudesse exibi-los. A mulher era muito bonita, mas por mais que eu a olhasse eu sentia que algo estava errado, muito errado. Os olhos avermelhados seguiam cada um de meus movimentos, como se ela me considerasse uma presa fácil. O medo começava a subir por meu corpo, quem seria aquela mulher? As palavras de Quill seriam verdadeiras, aquele mulher poderia ser uma vampira? Não, aquilo era impossível, seria como acreditar em contos de fadas e eles definitivamente não existiam na vida real
– Quem é você? – gaguejei tentando me afastar da mulher que parecia se mover numa velocidade impossível para um humano.
– Meu nome é Ania- cantarolou a mulher- mas você pode me chamar de Ann, aquela que acabará com a sua vida- retrucou a mulher. Antes que eu pudesse fazer qualquer movimento, Ania estava bem ao meu lado. Seus braços gelados como mármore seguravam meus braços com força. O medo começara a me dominar, se Quill era realmente um lobo, eu esperava definitivamente que ele não demorasse a aparecer, com toda a certeza eu sou jovem demais para morrer –Adeus queridinha- cochichou Ania.
Quill Narrando
-Há uma vampira em nossa área da floresta, devemos elimina-la imediatamente- anunciou Sam assim que eu tomei minha forma de lobo... A cena da patrulha de Embry passava pela mente de todos nós, enquanto Sam definia a área em que iriamos cercar a vampira. Antes que Sam pudesse definir seus planos, um grito um tanto quanto abafado se fez ouvir a poucos quilômetros da onde eu me encontrava. Por mais que eu não quisesse acreditar eu sabia exatamente a quem pertencia aquela voz. Rosnando corri o mais rápido que pude em rumo ao local onde o cheiro de estava mais forte. Minha mente pegava vislumbres do bando se posicionando e se orientando conforme as cenas passavam em minha mente. Não, nada poderia acontecer a , se ela se machucasse eu jamais me perdoaria, não .
– Acalme-se Quill, este não é o momento para lamurias- pensou Sam me repreendendo. – Droga Sam, ela é meu imprinting – rosnei correndo ainda mais rápido. As cenas de quando eu havia descoberto que era a mulher certa para mim passavam por minha mente sendo transferidas também para a de meus irmãos. –Nós a salvaremos Quill, acalme-se!- rosnou Sam. Nós estávamos perto, eu já podia avistar e a vampira de cabelos negros quase escondidas pelas sombras. A sanguessuga preparava-se para drenar o sangue de , Embry, Jake e Sam já estavam posicionados. Antes que a sanguessuga se aproximasse do pescoço de , atacamos dilacerando-a com nossos golpes e mordidas. Por mais que estivesse em meu corpo de lobo eu podia sentir o medo corroendo a espinha de , ela tremia e seus lábios delicados batiam-se um contra o outro em uma briga incessante, contra o frio e contra a vontade de gritar.
– Quill ?- gaguejou , passando seus olhos de um lobo para o outro.
– Vá Quill, leve-a para casa, ela parece estar congelando. Nós terminamos por aqui- anunciou Sam. Sem pensar duas vezes aproximei-me de uma grande arvore voltando a minha forma humana e colocando a roupa que eu me encontrava anteriormente. Respirei fundo uma única vez e me aproximei cautelosamente de . As coisas iriam mudar, eu só não sabia se era para o meu bem, ou para o meu mal.
Narrando
A cena que se passava diante de meus olhos era quase impossível de se acreditar. Fora por pouco que eu não morrera nas mãos de uma bela mulher e eu fora salva não por um, mas por quatro imensos lobos, o que era imensamente assustador. Sem que eu pudesse me conter a pergunta deixou meus lábios
– Quill?- gaguejei passando meus olhos de um lobo ao outro. E se um deles não fosse Quill, e se eu fosse a próxima a ser atacada por aqueles lobos? O pânico recomeçara sem que eu pudesse me controlar, não havia nada que eu pudesse fazer para me proteger, e mesmo se houvesse eu sabia não ser forte o suficiente para me defender contra aqueles imensos lobos. Fechei meus olhos tentando manter a calma, enquanto eles estivessem ocupados com Ania não havia o que temer, eu só precisa respirar fundo e sair correndo. Isso. Eu só deveria correr e me esconder em algum lugar.
– - sussurrou Quill colocando sua mão quente em meu ombro.
– Quill- murmurei baixinho virando-me para o garoto e me jogando em seus braços, deixando que minhas lagrimas dominassem minha face. Tudo estava acontecendo rápido demais, eu nem mesmo conseguia saber se minhas lágrimas eram de medo ou alivio. Mas sim, eu estava aliviada por Quill ser um dos lobos e mais aliviada ainda por não ter virado o lanchinho da tarde de Ania. Mas eu também estava com medo, medo de que algo assim pudesse acontecer de novo e que dessa vez os lobos não estivessem ali para me proteger.
– Tá tudo bem . Não vou deixar que nada aconteça com você, eu sempre estarei aqui- sussurra Quill fazendo carinho em meus cabelos, tentando me acalmar.
– Quill- chamei-o levantando meu rosto para encara-lo – Obrigada!- murmurei acariciando seu rosto de leve.
– Venha, vamos pra casa. Há muita coisa que você ainda não sabe- anuncia Quill puxando-me para seus braços.
– Eu posso andar- sussurrei limpando as lágrimas de minha face.
– Eu sei- murmurou Quill segurando-me protetoramente em seus braços. – Eu quase te perdi hoje, nunca mais te deixarei sozinha de novo. - finalizou Quill iniciando uma corrida comigo em seus braços. É, definitivamente estávamos indo pra casa.
[...]
Passavam-se das sete horas da noite quando Quill foi embora para sua casa. Ele fizera questão de esperar que minha mãe ou meu pai chegassem aqui para só então ir embora. Durante toda a tarde ele me explicara como era a vida de um transmorfo, as rondas, os imprintings, o acordo com os frios chamados Cullens e por fim o segredo. Ninguém além do conselho e dos imprintings podiam saber sobre os transmorfos. O que significava que eu teria de guardar o segredo assim como Quill vinha fazendo desde sua primeira transformação. Ser o imprinting de Quill era ao mesmo tempo estranho e maravilhoso. Acabamos por decidir iniciar um relacionamento aos poucos, nos conhecendo e vendo no que dava. Apesar de saber que o imprinting não permitiria que as coisas fossem tão normais quanto seria para um casal comum, eu não me importava. Quill sempre fora importante para mim e as coisas não eram diferentes agora, o sentimento só havia aumentado ainda mais e eu sabia já não conseguir viver sem ter Quill por perto.