1 de junho de 2015

De Repente, Amor by Vandreia

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“Eu nunca quis na minha vida alguém como eu quero você e estou me sentindo um lixo por querer o que sempre condenei...”

Taylor Lautner



“Por mais que eu deseje descobrir que gosto sua boca tem e que meu corpo anceie por suas mãos passeando em mim, eu não posso deixar isso acontecer, eu não sou assim...”

Jessica Parquer



“Infelizmente eu não posso te prometer um felizes para sempre, eu não sei como é depois que isso aqui acaba, mas eu te garanto em felizes até que a morte nos separe...”

Taylor Lautner



CAPITULO ÚNICO

Virei a cabeça para o lado e fiquei observando a mureta de proteção que passava como um borrão pelo carro.
Aqui dentro o silêncio se instalou e estava ficando incômodo. Não era um silencio confortável como o de entre dois amigos. Eu nunca havia ficado sozinha com ele por tanto tempo e também, nunca havíamos mantido um longo dialogo.
Olhei o painel do carro e pensei em ligar um som. O que será que ele gostava de ouvir? Não, melhor não. Vai que ele me acha metida por mexer no som.
Olhei pelo canto de olho para ele e observei seus dedos com os nós brancos. Ele segurava fortemente o volante e seu rosto era concentrado. Desde que entramos no carro, não havíamos trocado nenhuma palavra.
Meus pensamentos voltaram há seis meses e ri lembrando o episodio que me levou a conhecê-lo.

“Toda terça e sexta, eu tinha treino de vôlei, e sempre chegava duas horas antes do meu horário. Eu saía do trabalho, passava em casa pra trocar de roupa e vinha pra cá. Sempre assistia todo o treino do time antes do meu horário e ainda pegava o finalzinho do treino anterior.
Estava passando no fundo da quadra para deixar meu agasalho e minha água, quando ouço:
— Cuidado. – Não muito depois de ouvir isso, senti uma pancada em minha cabeça que doeu pra caramba. Acho que meu pescoço diminuiu uns dois centímetros quando entrou mais em meu corpo. Logo a bola picou na minha frente e levei a mão à cabeça.
— Me desculpe. – Ouvi alguém dizer atrás de mim. – Machucou? Eu juro que foi sem querer. – Ela disse chegando perto.
— Não, tá tudo legal. – Falei, e senti ardor no local da pancada. Devia estar bem vermelho.
— Tem certeza? Não quer sentar um pouco? – Pediu enquanto peguei a bola que voltava rolando na minha direção.
— Tá tudo bem. – Falei entregando a bola a ela. – Ainda bem que eu sou boa de cabeça. – Falei e ela riu, logo depois voltou ao jogo.
Sentei-me em um banco e fiquei assistindo ao fim do treino. Em pouco tempo prendi minha atenção no meu celular e nem notei quando a garota da bola se aproximou de mim.
— Então, faz tempo que treina? – Ela me pergunta. Viro-me para o lado pra ver quem era.
— Não. – Digo e deixo o celular de lado, a encarando. – Faz pouco tempo que me mudei para cá. – Falei e ela assente.
— Posso? – Ela pede olhando o banco.
— Claro. – Digo, e ela se senta.
— Prazer, sou Makena. – Fala se apresentando com um sorriso. Ela deve ter no máximo 15 anos.
— Sou Jessica. – Falo meu nome, e ela acaba ficando ali comigo, assistindo ao treino.”

Depois desse dia, em todos os treinos, nós conversávamos e acabamos nos tornando amigas. Até que um dia veio o convite para ir à sua casa.

“ – Ah, droga. – A ouvi reclamar.
— Que foi? – Pedi e me abracei. Estava com frio.
— Esqueci a chave. Vou ter que pedir no interfone. – Ela fala e se aproxima do interfone. Do outro lado alguém responde:
— Oi. – Uma voz grossa e linda.
— Seu bobão, não sabia que você ia vir pra casa. – Ela diz e acabo rindo do modo que fala – Abre a porta pra tua irmã preferida. – Ela pede.
— Tá bom, pirralha. Mas você é minha única irmã. – Ele diz e então ouço o estalo.
— Abriu. – Ela grita e entramos. Subimos alguns degraus e quando chegamos à porta da frente, ela é aberta. – AAH. – Ela solta um grito de felicidade e quando a olho, ela está pendurada no pescoço de um cara alto, forte e moreno. Deve ser o irmão dela. E quando eles se soltam, que ele ergue o olhar até mim, quase caio para trás. Pisco algumas vezes para ter a certeza que não estou sonhando, mas não. É ele mesmo que está ali na minha frente.
Sinto meu coração disparado. Eu sabia que ele era lindo, mas o olhando assim, tive certeza que pra ser gato só faltava fazer “miau”.
— Esse aqui é o meu irmão, irmão, essa aqui é a Jess. – Ela nos apresenta. Senhor e agora, o que eu faço? To na frente de Taylor Gostoso Lautner. Como queria me atirar em seus braços. Mas não, ele vai me achar louca, o que eu faço? O que eu faço? O que eu faço? Ele parece apreensivo quanto a minha reação.
— Olá. – Digo e sorrio. Ele me olha confuso.
— Oi – Responde incerto.
— Vem. – Makena aparece e me pega pela mão. – Quero te apresentar meus pais. – E me puxa para dentro.”


Meu pai, naquele dia eu fui ao céu e voltei. Eu não podia imaginar que essa Makena era a irmã do meu super astro. Claro que como fã eu sabia tudo dele, mas de uns tempos para cá me mantive muito afastada de tudo, depois fiquei sabendo que ele estava tirando umas férias e ficaria um tempo com a família e desde então frequento a casa de Makena. Quase toda semana vou lá, já que seus pais não quererem que ela saia muito de casa. E até os entendo. Em quase todas as vezes que fui lá, encontrei com Taylor e sempre o imaginei sendo aquilo que eu lia nas revistas e sites: um cara metido, convencido, arrogante, mulherengo e tudo mais. Mas essa convivência com ele e com sua família me fez ver que ele é muito divertido, brincalhão e, às vezes, até bobo. Ele é carinhoso, sincero, muito educado, gentil e um garoto bem família. Sabe aquele genro que toda mãe quer? Ele é assim mesmo.

“— AAAAH. – Ele entra no quarto gritando e se atira na cama de Makena.
— Seu idiota, você me assustou. – Disse ela dando um tapa em seu ombro.
— Maninha, adoro o jeito carinhoso que fala comigo. – Diz ele com ironia e prende o riso.
— Será que da pra você sair? A gente tá tendo um papo de garotas. – Ela diz.
— Adoro papo de garotas, principalmente se for sobre garotos. – Diz ele alternando olhar entre nós duas. Makena bufa e Taylor se senta na cama.
— Só se for pra gente falar o quão é chato ter irmão. – Ela diz e Taylor faz cara de ofendido.
— É... Esse chato aqui tá pronto pra te fazer cócegas. – Ele fala e ela grita, e então começa a se retorcer de rir.”

“— Que linda. – Falo quando vejo a cachorrinha correndo em direção a nós. – Vem cá, garota.— Falo sabendo que é menina pelo lacinho na cabeça. Meio desconfiada, ela vem. Faço carinho nela e a pego no colo. Estávamos todos na sala.
– Que linda que você é. – Falo e aliso seus pelos, depois a viro de barriga pra cima e a acaricio ali. – Qual seu nome em? – Peço enquanto a vejo ficar quietinha.
— É Roxi. – Fala aquela voz de sinos, para mim. – Como conseguiu fazer ela deitar assim? – Me pede, e o olho sem entender. Ele se aproxima e senta do meu lado.
— Não fiz nada de diferente. – Declaro.
— Ela nunca deitou assim pra mim. – Fala.
— Sabe que isso também pode ser interpretado como sinal de rendição né? Se o cachorro deita assim pra ti, é sinal que ele aceita que mande nele. – Comento.
— Hum, vai ver que é por isso que ela não me obedece. – Diz Taylor coçando a cabeça.”

“— Ah não. Taylor, para. – Grito quando o vejo correr com tudo em minha direção.
— Você tá com a bola. – Ele fala, e olho em minha mão e começo a correr para longe dele, mas ele é mais rápido que eu.
— PARA. – Grito quando o vejo mais próximo, então jogo a bola para um canto qualquer e me viro, mas não há mais tempo para desviar e ele me abraça e juntos vamos ao chão.
Caio em cima dele e automaticamente começo a rir, mas acho que fico uns 10 segundos assim. Minha gargalhada cessa quando abro meus olhos e o vejo encarando minha boca e apertando minha cintura, então rapidamente me levanto tentando por um sorriso no rosto. Eu não podia cair em tentação de querer beija-lo. Disfarçadamente olho seus pais, que nos observam da varanda da casa. D.Debora sorria, parecia estar se divertindo. Já seu Daniel alternava olhares preocupados entre nós dois.”


Depois desse episodio, fiquei 15 dias sem aparecer ali, senti medo do que senti estando tão próxima dele. Hoje eu sei exatamente o que é, e acho que durante todo esse tempo, a melhor coisa que eu fiz foi agir naturalmente, como se ele fosse um garoto qualquer, como se eu não fosse doida por conhecê-lo, como se não tivesse me apaixonado por Jacob, como se não mantivesse um amor platônico por Taylor e como se não estivesse terrivelmente apaixonada por ele agora. É isso mesmo, esses seis meses me fizeram ver o quanto ele é gentil e quem é ele de verdade, e transformaram aquela admiração toda de fã, em um grande amor. E eu não sabia mais o que fazer com esses sentimentos.
Fiz bem em agir assim, porque a ultima coisa que eu queria é que ele e sua família achassem que eu era uma fã aproveitadora. Após aquele dia, comecei a prestar mais atenção em Taylor e percebi algumas vezes ele me olhando, mas fingia não ver, provavelmente isso era coisa da minha cabeça.
— Ahh droga. — Fala Taylor ao meu lado, me viro o olhando e ele soca o volante e em seu rosto se instala uma expressão irritada. Olho para a frente e vejo o transito parado, “ferrou”, pensei. Não via a hora de chegar em casa e evitar sua presença. Como chegamos a essa situação?
Hoje seu Daniel foi nos buscar no treino e acabei indo até a casa de Makena. Algum tempo depois, resolvo ir para casa e começa a chover muito forte, então Makena pede para seu irmão me trazer para casa e é claro que fiquei apavorada com a ideia, mas tive que aceitar.
— Você ainda mora longe? – Me pede, me olhando.
— Não, mais uns 500 metros. Tem um desvio que da lá em casa. – Falo olhando onde estamos.
— Eu acho que vai demorar. Tá todo mundo desligando os carros. – Ele fala e o olho, seus olhos escuros me hipnotizam. – O jeito é esperar. – Fala e desliga o carro também.
— Eu acho que já vou, minha casa não esta tão longe e...
— Negativo. – Ele me diz. – Tá vendo a chuva que tá caindo lá fora? Você fica aqui que eu te deixo em casa. – Fala e aciona as travas da porta. Ótimo, trancada no carro com Taylor Lautner. Voltamos a ficar em silêncio.
Em uns três minutos, Taylor se mexeu umas cinco vezes no banco, e então falou:
— Como você conheceu minha irmã? – Me pede querendo puxar assunto, e aperto a bola entre minhas mãos nervosa.
— Hum... – Falei e sorri. – Digamos que a minha cabeça acertou uma bola que ela jogou. – Disse e ele abriu os lábios em um sorriso. – Não é para rir não. Doeu. – Falei e ele me olhou claramente me pedindo desculpas.
— Eu nunca vi você falando dos teus pais e nem a tua idade. – Ele falou. Taylor acaba de tocar em um assunto delicado.
— Eu tenho 20 anos, e dos meus pais eu não lembro, eles morreram em um acidente quando eu era bem pequena e eu fui criada pela minha avó que também faleceu há pouco tempo. – Falo triste.
— Eu sinto muito. – Ele diz perecendo realmente triste.
— Tudo bem eu não lembro muita coisa. – Falo e solto um suspiro. – Quando eu completei a maioridade, eu tive acesso aos bens dos meus pais e moro sozinha na casa que era deles. Trabalho para o Derek Thompsom, para ter o meu dinheiro. – Falo o olhando. Derek era um advogado muito conhecido.
— Você não nasceu aqui né? Não tem cara de ser americana. – Observa e sorrio.
— Não, nasci no Brasil, mas logo depois vim para cá. – Falo. Eu sentia muita vontade de voltar ao Brasil, ainda não o conhecia.
— Um guarda. – Ele fala e me olha. – Bota essa bola embaixo do casaco que eu tive uma ideia.
— An? – Peço sem entender, Taylor gira a chave a abaixa o vidro, pego rapidamente a bola e a coloco embaixo do meu casaco.
— Seu guarda. – Ele o chama e o senhor de meia idade vem até nos. – Boa noite, será que a pista vai ficar muito tempo trancada? – Ele pede.
— Até amanha de manhã. Uma parte da pista cedeu e só amanha de manhã poderemos avaliar o estrago e liberar a passagem. – Ele diz e tranco minha respiração. Tanto tempo?
— E será que não dava para eu e minha esposa passarmos? Nossa casa fica logo ali na frente. – Ele fala e procura minha mão a segurando. Como é? – Minha esposa está gravida de nove meses e não passou muito bem durante o dia. Eu não posso deixa-la passar a noite toda aqui, já imaginou a confusão se a criança resolve nascer? – Ele diz.
— Está certo. – Taylor é interrompido e ele se abaixa para olhar para mim dentro o carro, acaricio minha “barriga” e sorrio. – Vai, podem seguir, mas pelo acostamento até a saída. – Fala e Taylor liga o carro saindo logo em seguida.
Taylor guia o carro pelo acostamento e lhe indico a saída e o guio até em casa. Ele entra no pátio e deixa o carro em frente a garagem. A chuva aumenta consideravelmente e saio do carro correndo, quando chego à área da casa, vejo que Taylor me segue. Abro a porta e entro. Apesar de vir correndo, minha roupa está toda molhada e estou com frio.
Já dentro da casa, espero ele entrar para fechar a porta, ele tira os tênis que estão molhados e vou até meu quarto e pego uma toalha para ele. Quando chego a sala novamente, olho para ele e vejo que me encara. Seus olhos estão mais escuros que o normal e com uma expressão que não sei identificar, ele caminha até mim sério, e paraliso. Prendo minha respiração quando ele está próximo. Agora molhado, seu cheiro se intensifica, então ele levanta as mãos e coro violentamente ao perceber o que ele faz, Taylor acaricia a bola embaixo do meu casaco.
— Sem graça. – Falo desviando, empurro a toalha contra seu peito e ele pega, tiro a bola a deixando cair no chão e abro meu casaco. Quando passo por ele, um sorriso está desenhado em seu rosto.
— É bom saber que se diverte às minhas custas. - Falo também sorrindo e do meu quarto o ouço gargalhar.

PVO TAYLOR

Passo minhas mãos nos cabelos para ajeitá-los um pouco, me seco como posso, com a toalha que ela me deu. Meu calção não está muito molhado, mas em compensação, minha camiseta está encharcada. Eu queria poder tirá-la, mas não me sinto muito a vontade para fazer isso.
Logo ela surge pela porta, está com outra roupa, uma calça mais leve folgada em seu corpo e uma regata branca colada, desenhando sua cintura. Por que ela tem que mexer tanto comigo?
— Um amigo esqueceu aqui, acho que deve servir em você. Não é bom ficar até amanhã com essa roupa molhada. – Fala me entregando uma camiseta. A pego e mordo a língua contra a vontade de perguntar que amigo é esse, ela vai até a cozinha e ouço o barulho de panelas, ali mesmo tiro a camisa e me seco.
— O que vai fazer? – Peço e começo a colocar a camisa. Quando a passo por minha cabeça a vejo me encarando, hum pega no flagra, ela abaixa a cabeça e diz.
— Tô com vontade de comer um doce que minha avó fazia. – Diz pegando os ingredientes. Termino de me vestir e vou até ela.
— Onde coloco? – Peço mostrando as coisas molhadas, desse jeito eu iria encharcar a sua casa.
— Pode pôr aqui. – Diz indicando uma porta. – Sua camisa eu lavo e devolvo outro dia. – ela falou, e coloco as coisas molhadas no tanque. Me volto para a cozinha e observo que tem uma bancada, vou lá e me sento, escorando as mãos no mármore preto impecavelmente limpo.
Jessica prende os cabelos em um coque frouxo e começa a mexer os ingredientes que colocou na panela, fico a observando e lembro do primeiro dia que a vi. Quando abri a porta para minha irmã e vi que ela estava com alguém, meus cabelos ficaram em pé. Imaginei que viriam aquelas sessões de abraços e fotos. Por favor, não me interpretem mal, adoro minhas fãs, mas não, ela somente me olhou e disse “Olá”, confesso que essa sua reação me deixou confuso, mas vi que ela agia naturalmente. Depois de algum tempo soube que ela não sabia que Makena era minha irmã, e aos poucos, com seu jeito meigo e delicado, ela foi conquistando a todos lá em casa. Eu estava tirando umas férias e aproveitando para ficar mais tempo com a minha família, eu sentia muita falta deles e essa rotina louca de gravações não me deixava muito tempo. As suas visitas foras ficando mais frequentes e meus pai adoravam quando ela vinha. Aos poucos eu comecei a perceber o quanto ela mexia comigo. Na verdade, foi depois que ela foi dormir lá em casa.
“Já estava todo mundo dormindo, eu desci pra tomar um copo de leite, enchi o copo e me sentei à mesa. Não muito depois a ouço chegando à cozinha, ela aparece na porta com os cabelos soltos, meio desalinhados, usava um short curtinho e uma blusinha que ia até sua cintura. Entrava claridade pela janela, o que dava um contraste perfeito. Ela pega água da geladeira e quando se vira toma um susto a me ver ali. Quase deixa cair o copo de água e começa a tossir, e então me parece tentar se esconder enquanto suas bochechas ganham um tom rubor.
— Me-me desculpe eu achei que-que não havia ninguém. – Fala gaguejando. Me levanto e deposito o copo na bacia da pia.
— Sem problemas, eu já tava saindo. – Falo tentando agir naturalmente, e me apresso a sair dali.”


Eu nunca senti isso por nenhuma outra, ela mexia comigo de uma forma que eu nunca sonhei. Eu nunca fui assim, sempre preferi um relacionamento sério à um caso, mas ela eu desejava ardentemente em minha cama.
— Taylor... – Parece ter ouvido ao longe. – Taylor.— A voz se fez presente novamente e então chacoalho a cabeça e a vejo com a panela e duas colheres nas mãos. – Ta tudo bem? — Me pede e eu afirmo. – Eu te chamava e você não respondia, tava com uma cara esquisita. Tava me deixando com medo. – Fala se sentando ao meu lado e me estende uma das colheres. a pego e lhe respondo:
— Olha, eu já provoquei muitas reações: alegrias, gritos, choro e até desmaio, mas medo? Acho que é a primeira vez. – Falo e ela ri, encho a colher do doce e a levo a boca o sabor daquilo explode em minha boca e fecho os meus olhos para degustar melhor.
— Gostou? – Me pede com cara divertida.
— Nunca provei nada tão bom. – Falo e ela sorri. – Como é o nome?
— Brigadeiro.
— Hum... Vai ter que fazer mais vezes pra mim. — Falo e ela fica me olhando, carrego outra colher e a levo a boca, realmente é muito gostoso.
— Nunca achei que você fosse desse jeito, divertido, brincalhão e amigo, sabe, que se importa mesmo com os outros. – Fala e a olho querendo explicações.
— Por que diz isso? – Peço.
— Não só eu, acho que a maioria das pessoas sabem de você o que leem nas revistas e sites. Rotulam muito as pessoas. – Me fala.
— Então a senhorita andava lendo sobre mim. – Falo e ela cora. Ah, como fica linda assim.
— Se duvidar estava na frente de um hotel gritando seu nome. Sempre fui sua fã e naquele dia quando te vi, realmente fiquei surpresa, não sabia que você era irmão dela. – Ela diz sorrindo sincera e pego outra colherada. – Não agi como uma louca porque imaginei que você tivesse querendo sossego, e também eu queria que me vissem como amiga da Makena porque era por isso que eu tava lá. – Diz me olhando seriamente.
— Eu sei, e aos pouco você foi chegando e conquistando todo mundo. – Falo e ela abaixa a cabeça envergonhada. Se ela soubesse como eu fico quando ela faz isso... – E é isso que eu admiro nas pessoas; a sinceridade e o quanto são verdadeiras em tudo que fazem e falam. Acho que essas junto com honestidade e caráter são as características mais importantes que alguém deve ter. – Falo e ela concorda balançando a cabeça, ficamos algum tempo em silêncio vendo a panela estava quase limpa, quando ela pergunta:
— Você gosta desse negocio de ser ator?
— Amo. –Falo sem pensar e ela sorri, pego outra colherada. A última. – Gosto de conhecer gente nova, lugares novos e contracenar com outras pessoas, a única coisa ruim é que isso me afasta das pessoas que amo. – Falo e coloco a colher interna na boca e depois a coloco sobre a bancada. Ela me olha e ri, bota sua colher ao lado da minha e levanta sua mão na minha direção e passa o dedo por meu queixo enquanto me olha divertida. A encaro sério, e um tremor percorre meu corpo ao sentir seu toque. Logo depois, ela passa outro dedo e ameaça a tirar sua mão de perto de mim, mas eu a seguro. Noto quando ela fecha seu sorriso, beijo sua mão e fecho meus olhos, esfregando meu rosto em sua mão. Queria guardar pra sempre a sensação do toque. Abro meus olhos e a vejo me encarar, então vou me aproximando dela para fazer o que tanto anseio, que é provar de seus lábios. Seu cheiro me atinge em cheio e então a noto fugir de perto de mim.
— Eu-eu vou botar água aqui. – Ela diz pegando a panela e as colheres e vai até a pia enchendo a panela de água, ah eu estive tão perto, meu corpo foi sacudido por um tremor. O que eu tinha a perder? Levar um fora? Era grande a possibilidade, mas eu iria arriscar. Fui atrás dela e quando ela fechou a torneira e se virou, deu de cara comigo, ficamos nos olhando por um longo minuto sem dizermos nada.
O clima era tenso eu diria até excitante e então ela abaixa os olhos e passa por mim, mas eu a seguro pelo braço e a puxo de encontro ao meu corpo. Sinto um choque nos atravessar e sei que ela também sente, a olho firmemente nos olhos e a seguro forte pela cintura contra meu corpo.
— Eu-eu sinto que não posso mais esconder o que sinto quando você está por perto. – Falo e em seus olhos eu vejo um misto de alegria e medo. Será que ela sentia o mesmo por mim?
— Taylor, olha... – Ela começa, mas a impeço de continuar a frase. Quando começa assim não termina bem, e se ela falasse algo agora, talvez eu perdesse a coragem de lhe falar tudo o que preciso.
— Por favor, não me interrompa. Desde o começo você me chamou atenção, me tratando normalmente. Eu já peguei amigas da minha irmã na minha cama e como eu te disse, aos poucos, foi ganhando espaço. Eu comecei a olhar mais pra você, e a reparar mais no teu corpo e eu nunca fui de fazer isso. Eu não sei o que fez comigo, mas tá me deixando louco. É claro que eu não sou nenhum inocente e sei muito bem o que isso representa Jess. Eu te desejo. – Falo e noto suas mãos espalmadas em meu peito vacilarem. Tomo fôlego e olho bem dentro de seus olhos – Eu nunca quis na minha vida ninguém como eu quero você, e to me sentindo um lixo por querer o que sempre condenei, porque neste instante Jess, eu to prestes a te pegar no colo te levar até aquela cama e te fazer minha. – Falo em um folego só e em seus olhos o que eu vejo é desejo. A aperto contra mim para que sinta o quão excitado estou.
— Por mais que eu deseje descobrir que gosto sua boca tem, e que anseie por suas mãos passeando em mim. Eu não posso deixar isso acontecer, eu não sou assim. – Ela diz me olhando e umedece os lábios com a língua, mordo meus lábios para conter o impulso de beija-la. – Taylor, desde que ficamos sozinhos hoje, desde que botou o pé aqui nesta casa, que eu anseio sentir seu corpo suado colado ao meu, que eu quero que me prenda entre seus braços e me faça gemer seu nome. Mas isso vai contra tudo que acredito, é o mesmo que dizer para se divertir com o meu corpo hoje e depois o largar em qualquer canto. – Ela diz e afrouxo um pouco o aperto, percebo que era exatamente isso que iria fazer, a solto e vou até em frente à bancada e pego meus cabelos. Respiro o ar com dificuldade e ouço sua respiração pesada atrás de mim. Me sinto pior ainda, depois de ouvir as suas palavras, e percebo que não sou nada diferente dos caras que vivem fazendo isso por aí.
— Me desculpa. – Sussurro, eu não poderia usar seu corpo somente para satisfazer as minhas vontades. Eu estaria usando-a, mas eu queria, como eu queria isso.
Segundos depois ouço o barulho da porta sendo fechada e vou até o sofá. Seguro minha cabeça com as mãos, eu poderia facilmente me livrar dessa situação indo até o banheiro, mas eu me sentiria imundo se fizesse isso pensando nela. É Taylor, você estragou tudo.
Me deitei naquela sofá tendo certeza que seria difícil pregar o olho, porque o que eu mais desejava estava ali, no quarto ao lado, e eu não poderia toca-la.

oOo
Estacionei meu carro na garagem e observei a casa, ela ainda estava silenciosa, era muito cedo e todos ainda deviam estar dormindo, soltei o ar de forma pesada e saí do carro. Quando entro na cozinha, encontro meu pai com uma xícara fumegante de café nas mãos.
— Olá Taylor. – Ele diz sem me olhar. – Poderia ter avisado que não dormiria em casa hoje, nunca fez isso. Me deixou preocupado. – Falou me repreendendo.
— Por causa da chuva de ontem a pista cedeu e não tive como voltar, hoje de manhã mesmo, tive que tomar um desvio. – Falo e me lembro, saí de lá ainda escuro, ela nem havia acordado.
— O que aconteceu? – Me pede notando o desanimo em minha voz e se vira. – Acho que precisamos conversar sobre o que provavelmente aconteceu essa noite. – Ele diz e se senta a mesa.
— Pai, por favor, eu já to grandinho pra uma conversa sobre sexo agora. – Falo dando um passo. – Além do mais, não aconteceu nada. – Falo.
— Não por falta de vontade tua. – Ele diz e paro o olhando. – Só quero que converse comigo, quero te ajudar filho, já faz tempo que notei o modo como se olham. Ela mexe com você, né? – Ele fala e eu fico em silencio, não sei se gostaria de contar isso a alguém, mas depois de alguns minutos ele prossegue. – Bom. Sabe que pode contar comigo sempre. – Ele diz e resolvo dividir isso com alguém. Me sento em sua frente e começo.
— Mexe até mais do que devia. Ela me chamou atenção desde o começo, não só por me tratar diferente, mas por sua beleza e pelo modo natural de agir. Nela eu via que não havia farsa, mas aos poucos o corpo dela começou a me chamar atenção também e ontem a noite foi difícil segurar, eu via que ela queria o mesmo que eu e apesar dela dizer com todas as letras isso, nada aconteceu. Depois que ela me falou os motivos pai, eu me senti um lixo, eu nunca usei ninguém para me satisfazer, como ela mesmo, deixou a entender. – Falei com os olhos baixos, envergonhado.
— Você me enrolou esse tanto pra me dizer que deseja ela e que ela sente o mesmo e que nada aconteceu porque ela não queria ser usada por uma noite e depois jogada fora. – Ele diz e sei que ele abomina isso tanto quanto eu. Não lhe olho, não sei se conseguiria o encarar, ele da um longo suspiro e coloca a xícara sobre a mesa e me chama.
— Taylor, quero que pense muito bem no que fará de agora em diante, eu acredito que depois do que aconteceu entre vocês dois, nada mais voltará a ser como antes. – Fala e o olho sem entender aonde quer chegar. – Tem aquela mulher que te dá o mundo só de respirar, que chega aos poucos e com um jeito meigo, delicado e carinho te conquista, você nem nota ao certo quando acontece e quando percebe está apaixonado e não consegue mais esconder isso. Essa mulher é a esposa que você quis. A mãe perfeita pros teus filhos, ela sempre está ao teu lado te apoiando ou te fazendo rir ou simplesmente rindo das besteiras que você fala. E quando ficam sozinhos... Ah, não tem nada melhor do que ama-la, você seria ou faria qualquer coisa por essa mulher e daria tudo, nem que fosse por um único sorriso dela. – Ele fala e vejo seus olhos brilharem, como se descrevesse minha mãe.
— Mas também tem aquela mulher que te incendeia com o olhar, que faz você fazer loucuras. Você não mede os teus atos pra ter ela, ela te faz chegar ao paraíso quando estão sozinhos, te proporciona um prazer que você acha que nunca mais vai sentir, ela te tira do chão, te faz perder a cabeça... – Diz me olhando e chacoalho a cabeça.
— Aonde quer chegar? – Me encara e solta um suspiro.
— O que quero dizer é que dessas duas uma te ajuda a construir uma vida e está do teu lado não importa a dificuldade que há. Já a outra, se você não cuidar, pode destruir a sua vida num piscar de olhos. – Ele fala me encarando profundamente, encho meus pulmões de ar e imediatamente a imagem de Jessica vem em minha mente. – Essa garota, filho, qual das duas é? – Ele me pede e abaixo a cabeça encarando minhas mãos. Meu pai se levanta e vem ao meu lado apertando meu ombro, e em seguida sai, me deixando só com a minha confusão.

oOo
Dois meses depois...
Abri meus olhos e os fechei rapidamente, demorou um pouco para ajustar minha visão à claridade, virei a cabeça para o lado e avistei o céu em tons alaranjados, estava anoitecendo. Caramba eu havia dormido de mais. Me sentei na cama e passei as mãos pelos cabelos, olhei a minha imagem refletida no espelho que estava na minha frente, meu rosto ainda tinha sinal de cansaço, eu ainda precisava dormir. Fazia dois meses que eu não voltava para casa, acabei emendando propaganda, gravação, viagem. Na verdade, voltei por que a minha mãe me ligou praticamente me chantageando. Eu tentava dizer para mim mesmo que queria essa agitação de novo, mas na verdade eu estava fugindo. Enchi meus pulmões de ar e meu estomago reclamou, acabei botando um sorriso no rosto, hoje eu ainda não havia comido. Me levantei da cama e desse mesmo jeito, de pés descalços, moletom e camiseta fui até a cozinha.
Quando cheguei à porta, paralisei com a visão. Alí estava ela, sorrindo, mais linda do que nunca. Ela se despedia de meus pais, e quando seus olhos chegaram até mim, notei seu sorriso vacilar um pouco. Em seus olhos eu vi uma mistura tão grande de sentimentos que eu não soube precisar qual prevaleceu e então ela se foi, fiquei a observando o quanto minhas vistas me permitiram vê-la. Então seria assim, eu sempre a viria ir?!
— O bobão agora já pode respirar, tá? – Makena me fala, acertando uma tapa em meu braço. Puxei o ar com força, nem notei que havia trancado minha respiração.
— Por que vocês não avisaram que ela tava aqui? – Peço incerto nas palavras, sinto os olhos de todos sobre mim.
— Filho, ela nunca deixou de frequentar a nossa casa. – Fala minha mãe e eu a olho, então sinto uma mão em meu ombro.
— Taylor, vejo que você já fez sua escolha. – Ele me diz e eu me viro para olha-lo. Sabe, eu parecia estar ligado no automático, como se não comandasse meu corpo. – Espero que fique bem com a sua decisão, vai ter que conviver com ela pelo resto da vida. – Me fala e fica me olhando. “É. O resto da vida”, penso.
Perai, o resto da vida? Nenhum dia? Sem seu cheiro, abraço, calor? Sem ouvir sua voz, sem ter ela me esperando quando chegar em casa? É clichê isso, né? Mas eu quero chegar em casa do fim do dia e ter alguém me esperando. Eu quero levar café da manha na cama, e não vai ser a dela? Ela nunca vai ter um filho meu? – Me viro rapidamente e passo as mãos pelos cabelos.
A vida inteira?
Balanço a cabeça e me viro encarando meu pai.
— Não... Não consigo conviver com isso. – Falo, e meus pais abrem um sorriso, então meu pai pega as chaves do seu carro e joga para mim.
— Vai lá. – Me fala e eu as pego no ar.
— Isso, filho, ela não vai te esperar a vida inteira. – Fala minha mãe me olhando feliz.
— Além de bobão, é lerdo? – Fala Makena vindo na minha frente. – Vai atrás dela, até porque eu não aguento mais você roubando as fotos que eu tenho dela. – Ela fala e eu rio lembrando da dúzia de fotos que eu tenho dela. Olho mais uma vez a minha família e saio correndo daquele mesmo jeito e vou até o carro, dou a partida e saio.
Dirijo o mais rápido que consigo, acho que ainda me lembro do caminho então não demoro muito para encontrar a sua casa. Paro o carro de qualquer jeito no pátio e saio, meu coração bate acelerado no peito ele parece estar prestes a saltar. A casa está em silêncio e bato na porta de forma apressada. Caso ela não estiver eu a espero. Bato novamente, minhas mãos suam frio devido ao nervosismo. Quando já levantava a mão para bater uma terceira vez na porta, ela se abre e encaro os olhos arregalados de Jessica.
— O...O que faz aqui? – Me pede.
— Eu quero falar com você, me ouve Jess é tudo que eu te peço. – Falo para ela, agora eu não podia amarelar. Ela parece em duvida. – Me deixa entrar? – Peço e ela me avalia. Ela abre um pouco mais a porta e me dá acesso para entrar. Quando passo pela porta, ela a fecha e quando me viro a vejo me encarando, segurando o riso.
— É, eu não devo estar muito apresentável. – Falo olhando pras roupas que uso pra dormir. – Mas acontece que eu não podia esperar. – Falo e ela parece nervosa agora, tomo fôlego sabendo que não seria tão fácil assim.
— Pra começar, eu queria me desculpar, primeiro por ter agido daquele modo, eu realmente me envergonho. E segundo, quero me desculpar por ter saído sem falar com você, eu estava bem confuso com o que estava acontecendo e acabei agindo errado. Hoje quando meu pai me falou que eu teria que conviver com essa escolha pelo resto da vida, eu percebi que não podia, eu não podia passar o resto da minha vida longe de você. – Falo em um folego só e ela recua um passo e me olha parecendo assustada.
— Jess, você pode me achar um louco, mais louco do que da outra vez, mas é você que faz eu me sentir bem. É quando penso em você que fico com cara de besta, era o teu sorriso que aquecia os meus dias, eu quero passar a minha vida toda ao seu lado, quero ficar bem velhinho e ver nossas mãos enrugadas ainda entrelaçadas, quero chegar e casa depois de um dia cheio e receber um beijo teu, quero dormir e acordar ao seu lado todos os dias. Quero ouvir você reclamar que tá gorda enquanto eu te acho cada dia mais linda com aquela barriga, porque carrega um filho meu. Quero acordar no meio da noite pra realizar um desejo maluco teu, eu quero sair de mãos dadas com você na rua pra todo mundo ver o quanto a gente é feliz. O que eu quero é uma chance de te conquistar, por isso Jess, você aceita namorar comigo? – Peço e ela fica em silêncio. – Sei que pode ser cedo, precipitado... – Tento falar, mas não consigo, os lábios de Jess me atrapalham a fala. Não sei direito como aconteceu, mas quando vi, ela me beijava e nossas bocas se moldaram perfeitamente. Seu beijo era o melhor que já provei, sua mão ia do meu ombro ao meu pescoço, me puxando mais para ela. Sinto uma corrente elétrica me atravessar, é como se eu flutuasse. Minhas mãos agarram fortemente sua cintura e depois de um tempo eu afrouxo um pouco o aperto até que afasto nossas bocas. A olho e ela está de olhos fechados e sorri, então abre os olhos e sorrindo diz:
— Sim. – O sorriso se alarga em minha boca e ataco seus lábios novamente, levo a mão em meio aos seus cabelos e a abraço pela cintura, mantenho seu corpo junto ao meu, se pudesse nos fundiria em um só para nunca mais ficar longe dela. O beijo que era para ser calmo se torna urgente, mas não menos apaixonado. Afasto novamente nossas bocas e colo nossas testas.
— Jess o que você faz comigo eu não sei, mas, por favor, não para nunca. – Digo e capturo seu lábio inferior entre os meus a ouço soltar um pequeno gemido e não consigo me conter. Viro-nos, prensando seu corpo na parede mais próxima. Seus braços me agarram com vontade ela puxa meus cabelos e roço minha língua em seus lábios e ela me da passagem. Quando nossas línguas se encontram, ambos não conseguem segurar e gemidos.
Nossas línguas duelam em uma dança sensual. O ar nos faz necessário e então levo minha boca ao seu pescoço e desço minhas mãos por suas coxas. Enquanto sugo o lóbulo de sua orelha, a sinto arranhar minhas costas. A suspendo pela cintura e ela entrelaça suas pernas em mim, o choque de nossas intimidades me deixa louco.
— Seja lá o que for, me prometa você também, que não irá parar. – Ela sussurra e paro a olhando. Tiro uma mexa que está em seu rosto com uma mão, enquanto que a seguro com a outra, seus olhos estão nublados de desejo, assim como devem estar os meus. Observo seus lábios vermelhos, que a vejo morder, então ela põem suas mãos em meu peito e me afasta levemente. Vejo quando ela leva a barra da sua blusa e começa a erguê-la, mas então a paro, segurando uma de suas mãos. Ela me olha confusa e em seguida vejo magoa, vou para o sofá com ela desse mesmo jeito.
— Você... Você não...
— É claro que eu quero te amar, to doido pra isso, mas não agora. Eu quero te amar calmamente. A gente tem a vida inteira pra isso, por hora, eu quero te beijar, te acariciar, te deixar louco quando te toco, quero saber onde mais sente prazer, pra só depois nos tornarmos um só. – Falo e ela me olha sorrindo e me dá um selinho. – Pode me chamar de louco por dizer isso agora, mas eu te amo. — Falo olhando em seus olhos e a vejo sorrir.
— Não vou te chamar de louco, porque eu também te amo. – Ela diz e sorrio. – Acho que até foi por isso que naquele dia eu não quis que acontecesse nada, não queria te ter em meus braços por um dia...
— Shiii. – Falo a interrompendo e a beijo com calma, para demonstrar todo meu amor. Quando nos afasto, lhe digo:
— Infelizmente não posso prometer um “felizes para sempre”. Eu não sei como é depois que isso aqui acaba, mas eu te garanto um “felizes até que a morte nos separe”. Falo sabendo que realmente seria assim.