PRÓLOGO
Você já se sentiu como se estivesse desabando?
Você já se sentiu como se estivesse fora de lugar?
Como se de alguma forma você não fosse daqui
E ninguém te entendesse?
Você já quis fugir?
Você se tranca em seu quarto,
Com o rádio ligado e o volume bem alto,
Para ninguém te ouvir gritando?
Não, você não sabe como é,
Quando nada parece certo,
Você não sabe como é,
Ser como eu!
Ser machucado, sentir-se perdido,
Ser deixado na escuridão,
Ser chutado quando você está mal,
Sentir como se você estivesse sido empurrado para longe.
Estar no limite da razão, de quase explodir
E não ter ninguém lá para te salvar.
Não, você não sabe como é,
Bem-vindo à minha vida!
Você quer ser outra pessoa?
Você está cansado de se sentir deixado de fora?
Você está desesperado para achar algo a mais,
Antes que sua vida acabe?
Você está preso em um mundo que você odeia?
Você está cansado de todos ao seu redor,
Com seus grandes sorrisos falsos e mentiras estúpidas,
Enquanto por dentro você está sangrando?
Não, você não sabe como é,
Quando nada parece certo,
Você não sabe como é,
Ser como eu!
CAPITULO I - Fugindo
POV –
Pra mim não fazia a menor diferença de pra onde eu estava indo, qualquer lugar era melhor que a casa onde eu vivia.
Eu sempre me senti como a filha que eles não queriam ter, e isso é facilmente explicado. Meus pais se casaram logo depois de se formarem na faculdade, dois anos depois do casamento minha mãe ficou grávida. John, meu irmão mais velho era a alegria da família, meus pais se consideravam totalmente realizados, até que quatro anos depois minha mãe ficou grávida de novo. Nove meses se passaram e eu nasci.
Seria uma alegria tremenda, se a gravidez da minha mãe não tivesse a impedido de aceitar uma mega proposta de emprego e não tivesse feito meu pai trabalhar dobrado pra dar conta de tudo.
A única pessoa que parecia realmente feliz com minha chegada era Terry. Ele sempre foi meu melhor amigo e estava sempre pronto a me ajudar em qualquer coisa que eu precisasse.
Bom meus pais não me odiavam, mas também não faziam questão de demonstrar o carinho que eles demonstravam pelo Terry. Eu não me importava, o carinho que eu não recebia dos meus pais, Terry me dava.
As coisas ficaram realmente ruins depois de um acampamento que eu e Terry fomos com alguns amigos de escola.
Nós estávamos nos divertindo bastante, fazíamos trilha, fogueira à noite com direito a cachorro quente, marshmellows, musicas e histórias de terror. Eu me divertia mais que em qualquer outro dia na minha vida.
Uma das garotas do grupo veio com a idéia de fazermos rafting numa corredeira próxima do lugar onde estávamos. Nós fomos, apesar de nem todos concordarem com a idéia de praticar tal esporte.
Os que eram a favor do rafting se dividiram em dois grupos, mas um dos grupos ficou com uma pessoa a menos, insisti com Terry pra que ele fosse junto, eu podia ver nos olhos deles o quanto ele estava com vontade de ir junto dos outros.
Terry relutou um pouco, afirmando que eu ficaria sozinha, mas eu insisti o suficiente pra que ele se redensse. O instrutor deu todos os avisos e eles entraram nos botes. Fiquei em um lugar onde eu poderia vê-los.
Em um trecho do rio, a correnteza estava muito forte, ouvir o instrutor que ficou junto comigo falar algumas coisas pro instrutor que estava no bote com o grupo de Terry. Eu não entendi muito bem o que ele estava falando, peguei algumas palavras como “ter cuidado”, “tentar desviar” e “rocha muito grande”. Não deu nem tempo de pensar, quando ouvi essas palavras desviei meus olhos que ficaram alguns minutos fitando o instrutor e olhei na direção onde estaria o bote com meu irmão, e o que vi fez com que o chão fugisse debaixo de mim.
O bote da equipe de Terry estava virado pra baixo, algumas pessoas se agarravam a ele, outras desciam junto com a correnteza e eram socorridas pela equipe do outro bote. Meus olhos corriam pelas pessoas em busca da única que realmente me importava ali, “Terry”.
Eu e o instrutor descemos correndo até a margem do rio, onde os botes tinham conseguido parar. Um dos instrutores começou a contar as pessoas pra ver quem estava faltando, mas eu não precisava prestar atenção nisso, porque eu já tinha visto que Terry não estava ali.
Comecei a gritar pelo meu irmão, eu não queria pensar na possibilidade de nunca mais vê-lo, eu me recusava a isso. Uma das garotas do grupo, Mellanie, me amparava enquanto eu gritava feito louca para que eles encontrassem o Terry.
Alguns minutos depois eles o encontraram, mas para meu desespero, sem vida. Terry tinha batido a cabeça numa rocha e acabou se afogando. Eu nunca me perdoaria por ter insistido pra que ele entrasse no bote.
O enterro dele foi a pior parte da minha vida. Meus pais – principalmente minha mãe – me culpavam pela morte dele, eles nem precisavam ter esse trabalho, eu já me culpava por isso e não existiria castigo pior que nunca mais ver o brilho azul dos olhos do meu irmão, do meu herói.
A convivência com meus pais sem o Terry perto de mim ficou insustentável. Minha mãe não conversava mais comigo, meu pai mal trocava três palavras, ele se limitava a dizer ‘bom dia’, ‘boa tarde’ e ‘boa noite’.
Eu me sentia uma intrusa dentro da minha própria casa. Passava a maior parte do tempo no meu quarto, ouvindo musica ou lendo um livro, sempre almoçava e jantava sozinha. Na escola eu não tinha amigos, ninguém falava alto que meu irmão morreu por minha culpa, mas via as pessoas cochichando quando eu passava por elas.
A única pessoa que ficou do meu lado foi Mellanie, ela sempre foi apaixonada pelo Terry, e eu percebi que os dois estavam se aproximando no acampamento, mas os pais dela resolveram se mudar, eu não os julgo por essa decisão, Mell ficou muito mal depois da morte de Terry, e como tudo aqui a fazia lembrar dele, era realmente melhor partir. Quem dera eu pudesse fazer o mesmo.
Hoje faz dois anos que meu irmão se foi, eu finalmente me formei no colégio, agora eu posso sair desse lugar opressivo. Arrumei minhas malas, peguei todo o dinheiro que consegui juntar nesses dois anos, as chaves do carro do Terry e botei os pés na estrada.
Antes de partir passei em um lugar pra me despedir da única pessoa que realmente me amou na vida.
‘Oi maninho’ falei de frente pro tumulo do meu irmão.
‘Sinto saudades’ respirei fundo pra controlar as lágrimas.
‘Desculpa tá, mas eu não vou mais poder vir aqui te ver, eu to indo embora. Não da mais pra viver naquela casa, eu queria muito ficar lá, onde cada cantinho que me lembra você me dá um pouquinho da sua presença, mas a convivência com Violet não é das melhores. Eu sei que ela é nossa mãe, mas ela não se esforça em nutrir algum sentimento bom por mim, então o que eu posso fazer? Papai também não fala mais comigo, antes ele até dizia algumas poucas palavras, mas agora ele passou a me ignorar, como a Violet’.
Fiquei em silencio por alguns minutos, até que eu não consegui mais segurar as lágrimas e chorei.
‘Me perdoa Terry, eu não devia ter insistido pra que você entrasse naquele bote. Talvez se eu tivesse aceitado a sua companhia você ainda estivesse aqui, e eu não estaria me sentindo tão sozinha’. Sequei as lágrimas e fiquei mais alguns minutos em silencio, então eu vi que já estava escurecendo e eu tinha que pegar a estrada.
‘Eu tenho que ir, já ta ficando tarde e tem muito chão ainda pela frente. Eu não tenho certeza pra onde vou, a idéia que tenho agora é ir pro Canadá, lembra que nós planejávamos fazer isso? Entrar no carro e dirigir até o Canadá passando por toda costa oeste. Bom eu não tenho um carro, espero que não se importe por eu ter pego o seu, Violet vai pirar quando souber que o carro sumiu, ela faz questão de deixar suas coisas no mesmo lugar, ela diz que é pra quando você voltar você encontrar tudo do jeitinho que deixou. Eu queria tanto que ela estivesse certa, queria tanto que você voltasse’.
Me levantei do chão me preparando para despedir do meu querido irmão, pela segunda vez.
‘Terry, eu sinto sua falta. Tanto que chega doer’. Virei as costas e segui para o carro, o buraco que meu irmão deixou com sua partida doía, mas eu tinha que enfrentar essa dor e recomeçar em outro lugar. Terry seria sempre uma boa lembrança, um anjo que passou por minha vida e a fez ter algum sentido.
Dois Anos Antes
POV – Terry
N/A: Gente eu tive uma idéia maluca aqui agora, não ia ter Terry na fic não, ele ia ser só uma “citação”, mas enquanto eu escrevia o capitulo anterior, me veio a idéia de colocar Terry como um personagem constante na estória. Não vou falar muito não ou eu acabo contando mais do que devo, mas fiquem tranqüilas que no decorrer desse capitulo vocês vão entender. Bjux e enjoy it!
Eu me sentia completamente desorientado, minha cabeça latejava e meu corpo parecia mais leve. Eu tentava me lembrar do que tinha acontecido, mas nada aparecia na minha cabeça, era como se minhas memórias tivessem sido apagadas.
Abri os olhos, mas a claridade intensa fez com que eles doessem e os fechei de novo. Tentei abri-los mais uma vez só que mais devagar, para que pudesse me acostumar com a claridade. A primeira coisa que vi foi o teto branco, desci os olhos pelas paredes também brancas, resolvi me sentar pra entender melhor onde eu estava.
Era um quarto todo branco, além da cama onde eu estava deitado, tinha também uma poltrona, que ficava do meu lado esquerdo. Eu não conhecia esse lugar, ou talvez conhecia, mas não conseguia me lembrar.
Forcei mais uma vez a minha memória, eu precisava saber o que estava acontecendo, onde eu estava, mas nada me vinha na cabeça, nenhuma uma lembrança, nada. Comecei a me desesperar, como pode uma pessoa não se lembrar de nada? Eu não podia ser alguém sem passado, deve ter alguém procurando por mim!
Ouvi uma leve batida na porta e um homem entrou. Ele era alto, tinha os cabelos grisalhos, olhos azuis e um sorriso no rosto. Assim que o vi fui invadido por uma onda de calma.
’Já acordado, filho’ ele me perguntou sereno ‘achei que você dormiria por mais tempo’.
’Onde é que eu estou?’ perguntei.
’Entre amigos’ ele veio até mim ainda sorrindo ’você deve estar bem confuso, não é mesmo?’
’Eu não consigo me lembrar de nada’. falei e o senhor abriu outro sorriso.
’Não se preocupe filho, isso é normal. Nós optamos por bloquear suas lembranças para que você não sofra muito’.
’Como assim você bloquearam minhas lembranças? Que tipo de lugar é esse? Quem são vocês?’ eu praticamente gritava.
’Calma, filho’ ele tentava me acalmar, eu sentia ondas de calma me invadindo, mas o desespero de não saber onde eu estava era maior.
Ele sussurrou algumas palavras que eu não entendi e em alguns segundos tinha mais duas pessoas no quarto, uma mulher que devia ter uns 40 e poucos anos e um rapaz de vinte e poucos anos. Ambos com sorrisos no rosto, mas que diabos tem com esse povo daqui? Eu aqui me desesperando por não saber onde estou ou quem sou e eles ficam ai sorrindo! A mulher se aproximou de mim, tentei me afastar, mas a cama não me dava muito espaço pra fugir, ela colocou a mão na minha cabeça e de repente tudo ficou escuro.
oOo
Abri os olhos pra dar de cara com o mesmo teto branco, eu não precisava olhar ao meu redor pra saber que estava no mesmo quarto, onde tinham aquelas pessoas malucas que ficam sorrindo o tempo todo.
‘Merda, achei que fosse só um sonho louco’ falei pra mim mesmo.
’Você vai entender tudo filho’ levei um susto quando ouvi a voz do senhor estranho. Me sentei na cama e vi ele na poltrona, lendo um livro.
’Agora eu posso saber onde é que eu estou?’ perguntei tentando manter a calma.
’Primeiro, você precisa saber sobre a sua vida’ ele sorriu vamos começar pela lembrança de alguém importante pra você. Assim que ele terminou de falar, vários flashes começaram a surgir na minha cabeça.
A primeira imagem era de um bebezinho lindo, com as bochechas rosadas, logo apareceu a imagem de uma garotinha, devia ter uns 10 anos, ela estava chorando tinha caído da bicicleta, a cena foi substituída por uma outra, uma jovem sorrindo.
... sussurrei é minha irmã, Rosana, onde ela está? então outra cena surgiu na minha cabeça.
Eu estava num bote numa corredeira, da onde eu estava eu podia ver sorrindo pra mim. De repente a correnteza ficou muito forte, o instrutor pedia pra que nós remássemos mais, mas não foi o suficiente, o bote virou. Eu afundei na água gelada, mas logo consegui voltar à superfície, vi que Mell não conseguia subir e a ajudei a se segurar no bote virado. Assim que vi que ela estava segura, eu me virei para me segurar também, mas uma dor forte atingiu minha perna.
A água estava muito fria, o que me fez ter uma câimbra. Tentei me segurar, mas a dor era muita, eu não conseguia suportar. Minhas mãos escorregaram e eu afundei de novo, me esforcei pra voltar pra superfície, mas na tentativa bati minha cabeça numa rocha e daí veio a escuridão. As lembranças acabaram, eu estava ofegante, como se eu tivesse revivido tudo aquilo.
O que... onde... respirei fundo onde eu estou?
Como disse antes, você está entre amigos o senhor respondeu.
Como eu posso estar entre amigos se eu nem mesmo conheço o senhor? perguntei irritado.
Você não conhece essa minha aparência, mas tenho certeza que reconheceria essa... eu devia estar sonhando, era a única explicação. Num mundo real esse senhor estranho não estaria se transformando no meu avô. Principalmente porque já fazem três anos que meu avô morreu. Espera ai...
’Eu...’ engoli seco ’eu morri?’ senti o desespero me consumir novamente.
’Você precisa se acalmar filho’ o senhor, que no momento era meu avô, tentou me acalmar ’vai ser mais difícil aceitar se você não ficar com a cabeça fria’.
’Então eu morri mesmo?’ perguntei mais uma vez.
’Sim filho, o seu corpo morreu, mas sua alma ainda está viva’ meu avô tentava me consolar.
’, eu preciso saber como ela está.’ falei me lembrando da minha irmã. ’Ela deve estar triste, e sozinha. Eu prometi que cuidaria dela sempre, nossos pais não conseguem demonstrar muito afeto por ela...’ eu falava rápido.
’Calma filho, você precisa se acalmar, está bem, está triste, é claro, mas ela está bem’.
’Eu preciso vê-la’ pedi.
’Infelizmente você não pode’ ele me respondeu.
'Você não entende? Ela não tem ninguém, eu não posso abandona-la assim, eu preciso protege-la!' eu insisti.
’E você vai, mas antes você precisa se preparar’ ele murmurou algumas palavras e um rapaz entrou no quarto, o mesmo que tinha chegado com a mulher que me fez dormir ‘Terry, esse é Patch (n/a ahhh gente, fala sério se tem céu e anjo nessa estória, eu não podia deixar o totozo do Patch de fora!), ele vai te mostrar nossa colônia e vai te ensinar o que você precisa saber pra ajudar sua irmã’. meu avô saiu do quarto, me deixando sozinho com Patch.
’Olá Terry, bem vindo à nossa colônia’. Patch abriu um sorriso e me estendeu a mão.
’Me desculpa a franqueza Patch’ respondi aceitando seu aperto de mão ’mas eu não estou muito feliz de estar aqui’. Patch riu.
’Eu imagino, muitos demoram a aceitar suas novas condições’.
’Não é muito fácil aceitar que estamos mortos’ falei me levantando.
’Talvez se você pensar diferente seja mais fácil’ olhei pra ele sem entender se você parar de pensar que morreu, e começar a pensar que renasceu, o que não é mentira’.
’Como assim eu renasci?’ perguntei.
’O seu corpo humano morreu, Terry, mas sua alma renasceu aqui no nosso plano’.
’Tá, seria fácil pensar assim, se eu não tivesse deixado minha irmã sozinha’.
’ é mais forte do que você imagina’. ele falou.
’Como você pode saber, você nem a conhece?’ rebati.
’É claro que a conheço’ ele me olhou sorrindo ’eu sou o anjo da guarde dela!’.
’E o que você faz aqui, e não ao lado dela a protegendo?’ perguntei irritado de novo. Que tipo de anjo da guarde é esse que sai e deixa sua protegida sozinha!
’Eu não preciso estar ao lado dela para a proteger, eu a ouço e a vejo de onde eu estiver, e no momento eu preciso estar aqui, pra treinar você’
’Certo, então vamos logo pra esse treinamento’ falei saindo do quarto.
Dias Atuais
Eu estava nervoso, já faziam dois anos – na contagem dos vivos – que eu estava aqui. Eu vigiava e me doía ver o quanto ela estava sofrendo, que ela estava a cada dia mais sozinha.
O pior dia foi quando Patch me mostrou o meu enterro, eu não via a cena ao vivo, pois na época eu ainda estava me adaptando aqui e meu avô, que é o meu mentor nesse plano, não deixou. Eu não o recrimino por isso, foi difícil ver quando eu já me sentia preparado, se eu tivesse assistido a cena antes, eu nunca teria aceitado a minha condição. Ver minha mãe acusar a de ter me deixado morrer foi horrível, pior ainda foi ver nos olhos da minha doce irmã a culpa que ela sentia.
Eu me sentia péssimo cada vez que a via chorando a noite, cada vez que eu via a indiferença da minha mãe com ela, e como meu pai se afastava da única filha a cada dia. Eu queria estar lá, queria abrigá-la nos meus braços e dizer que tudo ficaria bem, mas eu não podia.
Hoje eu estava autorizado a descer à Terra, eu poderia ficar perto da minha irmã, meu treinamento estava acabado e eu podia enfim cuidar dela.
Assim que eu e Patch “aterrisamos” eu a encontrei no cemitério, sentada de frente pro meu tumulo. Me aproximei dela, infelizmente eu não podia tocar nela, queria poder afugentar a tristeza que assolava o coração da minha irmãzinha.
‘Oi maninho’ ela falou. ‘sinto saudades’ eu via que ela queria controlar as lágrimas.
‘Desculpa tá, mas eu não vou mais poder vir aqui te ver, eu to indo embora. Não da mais pra viver naquela casa, eu queria muito ficar lá, onde cada cantinho que me lembra você me dá um pouquinho da sua presença, mas a convivência com Violet não é das melhores. Eu sei que ela é nossa mãe, mas ela não se esforça em nutrir algum sentimento bom por mim, então o que eu posso fazer? Papai também não fala mais comigo, antes ele até dizia algumas poucas palavras, mas agora ele passou a me ignorar, como a Violet’.
’Não se desculpa, eu vou estar com você, aonde você for eu respondi, mesmo sabendo que ela não me ouviria. Ela começou a chorar e aquilo me quebrou.
‘Me perdoa Terry, eu não devia ter insistido pra que você entrasse naquele bote. Talvez se eu tivesse aceitado a sua companhia você ainda estivesse aqui, e eu não estaria me sentindo tão sozinha’.
’Deus, , para de se culpar! Você não teve culpa nenhuma, era a minha hora, isso teria acontecido mesmo se eu estivesse dormindo!’ hoje eu conseguia entender, mas como eu faria que ela entendesse?
‘Eu tenho que ir, já ta ficando tarde e tem muito chão ainda pela frente. Eu não tenho certeza pra onde vou, a idéia que tenho agora é ir pro Canadá, lembra que nós planejávamos fazer isso? Entrar no carro e dirigir até o Canadá passando por toda costa oeste. Bom eu não tenho um carro, espero que não se importe por eu ter pego o seu, Violet vai pirar quando souber que o carro sumiu, ela faz questão de deixar suas coisas no mesmo lugar, ela diz que é pra quando você voltar você encontrar tudo do jeitinho que deixou. Eu queria tanto que ela estivesse certa, queria tanto que você voltasse’.
’Eu vou estar com você, sempre.' falei pra ela que já tinha se levantado.
‘Terry, eu sinto sua falta. Tanto que chega doer’
’Isso vai acabar maninha, eu prometo’. ela entrou no carro e partiu, eu não consegui sair do meu lugar, queria chorar, queria gritar, queria por pra fora a dor que estava me matando.. Era difícil demais ver a minha irmãzinha, aquela que sempre protegi e amei sofrendo, e na minha situação, nem minha vida eu poderia dar em troca de sua felicidade.
’Essa dor vai acabar no dia em que a dor dela tiver fim’ Patch falou do meu lado. ’Agora vamos, nós temos que voltar pra colônia’
’Como assim, eu não vou ficar com ela?'
'Você não prestou atenção no seu treinamento? Você pode vê-la, ouvi-la e senti-la de qualquer lugar, agora vamos.' nós levantamos e em segundos estávamos de volta à colônia.
CAPITULO 3 – O LOBO SOLITÁRIO
POV – Jacob Black
Estava bem difícil aceitar a decisão de Bella, era mais difícil ainda quando eu via a cria mal feita, aquela que quase matou Bella, e ainda tinha nome de mostro, Nessie. Engraçado, antes quando ela ficava quebrando as costelas de Bella todo mundo a achava um monstro, eles mal conseguiam se referir à criatura como “bebê” ou “criança”, eles sempre dizam “feto”, mas dava pra perceber a vontade que tinham de dizer “monstro”. Agora ta todo mundo lá babando na criatura, e eu posso com isso?
Eu tinha esperanças de lidar com a situação, afinal eles iam embora pra longe, eu nunca mais veria Bella e a família feliz dela, mas Charlie tinha que se meter na história, ele tinha que aparecer na mansão e a vidente tinha que estar fazendo compras em Paris. Cara eu fico me perguntando pra que servem os poderes deles se na hora que mais se precisa eles não fazem nada?
Pois é, Charlie chegou de surpresa – é incrível pegar oito vampiros de surpresa! – e viu Bella. Ele não sabe o que eles são, mas sabe que tem algo diferente com eles. Ta isso não é o pior, o pior é que ele aceitou, ou seja, os Cullen não vão embora tão cedo.
Grande merda, agora além de ter cada vez mais crianças se transformando, eu vou ser obrigado a conviver com a presença de Bella, e ver todo santo dia a escolha errada que ela fez. Será que é tão ruim assim ficar comigo? Sério, a vida se ela tivesse me escolhido seria tão mais simples, fácil como respirar.
Eu até cogitei a possibilidade de ir embora, mas meu velho não iria agüentar o meu abandono de novo. Billy não está tão saudável assim, fora que ele já enfrentou tantas coisas nessa vida, primeiro perdeu minha mãe, depois as gêmeas foram embora, ai ele perdeu o melhor amigo... não seria justo com ele se eu simplesmente partisse. O jeito era encarar.
(n/a O que estiver em negrito e itálico são pensamentos dos lobos)
’Hey Jake, pensando na vida? Seth perguntou se aproximando de onde eu estava fazendo ronda.
’E o que tem nessa minha vida pra ser pensado?’ rebati.
’Para de bobagem Jake, não reclama da vida. Você tem seu pai, suas irmãs seus amigos... ele tentou me consolar.
’Eu sei garoto, mas de que me adianta isso tudo se eu não tenho... ah deixa pra lá de que ia adiantar conversar com Seth? Ele era um dos que estava mais feliz com o fato dos Cullen não irem embora.
’Eu preferia que eles fossem, se isso fosse te deixar mais feliz’ ele resmungou ’Sabe, eles são meus amigos Jake, mas você é meu irmão, eu nunca os colocaria no seu lugar
’Eu sei moleque, também não trocaria a sua amizade.’ dei um sorriso de lobo pra ele.
’As duas comadres ai podem parar de tricotar que nós já chegamos pra substituir vocês isso tinha que vir de Paul.
’Certo Paul, eu vou indo, não vi meu pai o dia todo e ele não anda muito bem.’ deixei os três na clareira e voltei pra casa correndo.
Entrei em casa e encontrei meu pai dormindo na frente da TV. Esse velho ainda vai ter uma dor de coluna das brabas por ficar dormindo sentado.
’Hey pai, acorda’ chamei balançando de leve o ombro dele, mas ele nem se mexeu. Empurrei a cadeira pro quarto dele e o deitei na cama.
Desde que as gêmeas foram embora eu tive que cuidar do meu pai, eu não reclamo disso não, afinal nós nos tornamos grandes amigos, mas eu tinha que confessar, mesmo que só pra mim, que a minha mãe faz uma falta danada.
Eu não convivi muito com ela não, mas eu consigo me lembrar um pouco dela, das histórias que ela me contava dos bolinhos que ela fazia... talvez se ela estivesse aqui poderia me dar alguns conselhos, não que eu não goste de conversar com meu pai, mas é que ele sempre vem com a mesma história, de que tudo vai passar e Bella vai ser só uma lembrança.
Na verdade acho que o que eu realmente queria é um pouco de colo de mãe, queria não ter que me preocupar com as coisas por alguns minutos, quem sabe voltar a ser uma criança inocente que não precisa se preocupar com nada...
Voltei pra sala e me joguei no sofá, talvez assistindo algum filme essa depressão diminuísse. Os meus irmãos lobos tem razão, eu preciso mesmo de uma namorada, mas onde é que está a coragem de começar um relacionamento com alguém? E o medo de ser trocado como foi com Bella? E o medo de estar bem com uma pessoa e de repente virar pro lado e dar de cara com meu imprinting? Eu não quero fazer ninguém sofrer a dor que eu sofri com Bella.
Fiquei horas deitado no sofá tentando ver TV, mas minha cabeça não se concentrava em nada. Não sei exatamente quando, mas eu acabei dormindo.
Acordei numa clareira no meio da floresta. De duas uma ou era sonâmbulo ou eu estava sonhando, queria acreditar mais na segunda hipótese.
Fiquei sentado no chão por alguns instantes, observando as pequenas borboletas que voavam entre as flores. Se o Paul estivesse aqui ele com certeza ia falar que minha observação foi a coisa mais gay que ele já ouviu na vida. Eu ri com esse pensamento. Estava concentrado nos meus pensamentos quando ouvi alguém se aproximar, o vento trouxe seu perfume antes que eu me virasse pra ver quem era.
Era um cheiro bom de flores e floresta em dia de chuva. Não era vampiro, nem lobo, mas também não era humano. Fiquei tenso no mesmo instante, seria alguma outra criatura mística? Faria ela algum mal aos humanos?
’Calma filho, eu não farei nenhum mal, nem a você nem aos seus’ falou uma mulher, algo dentro de mim reconhecia aquela voz. Me virei devagar para acabar com essa agonia e ver quem era.
Assim que meus olhos encontraram a mulher eu tive certeza de que isso era um sonho, afinal de outra maneira a minha mãe estaria parada na minha frente?
‘Mãe? perguntei meio em duvida
‘Oi meu filho querido’ ela se aproximou de mim rápido e me abraçou. Eu reconheci esse abraço, eu o senti várias vezes quando eu estava com medo, quando eu me machucava. Só percebi que estava chorando quando senti as lágrimas quentes escorrerem no meu rosto ‘Ah meu menino, que falta eu senti de você!’
‘Também sinto sua falta mãe...’ falei entre lágrimas e soluços.
‘Você queria meu colo’ ela sorriu ‘Aqui estou...’ levantei meu rosto para encara-la.
‘Você veio porque eu pedi?’ perguntei.
‘Não exatamente, eu vim porque você precisava’ ela segurou meu rosto entre suas mãos e secou minhas lágrimas com os dedos ‘Filho, você precisa superar o que aconteceu entre você e Bella, eu sei que foi forte, foi grande, mas ela não era a sua alma perdida...’
‘A senhora diz meu imprinting?’
‘Sim...’
‘Eu acho que eu não vou sofrer imprinting, mãe falei fitando o chão ‘Eu não sou mais inteiro, meu coração não funciona direito mais, acho que não existe ninguém pra consertar a bagunça que está aqui dentro’ falei apontando meu peito.
‘Mas é claro que existe! Não desista da sua felicidade, meu filho... ela já vai chegar, você só precisa de um pouco mais de paciência’.
‘Não sei se consigo acreditar nisso’ falei ‘Não sei se quero acreditar’
‘Ah meu menino, você precisa acreditar! Confie em mim, ela está chegando. Ela vai te dar todo o amor e apoio que você precisa.’ ela deitou a minha cabeça no seu colo ‘Agora vem aqui, eu quero te dar um pouco de colinho de mãe’.
Deitei e ela começou a cantar a mesma musica que ela cantava quando eu era criança, não demorou muito e eu cai no sono, mais uma vez.
CAPITULO 4 - PÉ NA ESTRADA
POV –
Entrei no carro chorando muito, o buraco no meu peito doía, mas eu teria que aprender a viver com ele, eu tinha que me desligar dessa vida, tinha que deixar que Terry se tornasse apenas uma memória boa. Eu precisava recomeçar.
Dei partida no carro e segui viagem rumo ao Canadá. Coloquei um cd no som, e rezei para que essa lata velha funcionasse em todo caminho. Sorri ao me lembrar de quando Terry a comprou.
(Flashback on)
‘ corre aqui!’ – Terry gritou do jardim. Desci as escadas correndo, já imaginando o que podia ter acontecido.
‘ O que foi garoto?’ – perguntei abrindo a porta da sala. Parei no mesmo instante que meus olhos caíram num carro velho parado na entrada de carros. Terry estava ao lado do carro com um sorriso enorme, como se estivesse ao lado de uma Ferrari OKm vermelho reluzente. ‘O que é isso?’ – perguntei apontando pro carro, o sorriso de Terry murchou.
‘Isso pirralha é um Mustang GT500 de 1967’ – ele falou tentando parecer ser sério.
‘Você quer dizer que isso era um Mustang’ – falei dando ênfase no ‘era’.
‘Eu sei que ele está meio acabado...’ – ele tentou argumentar, eu apenas arqueei uma sobrancelha – ‘ta bom, ele ta muito acabado’ – nós rimos – ‘mas eu vou consertá-lo’.
‘Boa sorte’ – falei rindo.
‘Hei’ – ele me segurou – ‘você vai me ajudar, não vai?’
‘Eu não entendo nada de carros Terry’ – respondi.
‘Eu te ensino, é uma boa oportunidade pra você aprender!’ – ele fez a cara de cachorro pidão que sempre me convence das coisas.
‘Tá bom’ – falei me rendendo – ‘o que eu não faço por você, né...’
Nós dois ficamos uns bons dois meses, mexendo no carro, quer dizer, Terry ficou, porque por mais que ele me explicasse as coisas eu não entendia nada. Quando o ‘serviço’ foi terminado, ele estava radiante, eu me empolguei um pouco, mas pra mim aquele carro ainda era uma lata velha.
(Flashback off)
Dirigi até mais ou menos meia noite, queria continuar na estrada, mas o cansaço e a dor da saudade de Terry estavam me deixando fraca, continuar seria arriscado. Não pra mim, porque morrer em um acidente de carro pelo menos acabaria com essa dor e quem sabe me levaria pra perto do meu irmão, mas eu não podia ser egoísta a ponto de colocar em risco a vida de outra pessoa.
Parei em um motel na estrada, não faltava muito pra chegar a Sacramento, mas eu não sabia quando encontraria outro motel e nem se daria conta de dirigir até a cidade, preferi parar logo de uma vez. Parei o carro no estacionamento, peguei minhas malas e me dirigi à recepção.
Cheguei ao balcão e vi um rapaz com a cabeça deitada na mesa, provavelmente dormindo. Cutuquei de leve seu ombro e ele levantou assustado.
‘Olá’ falei com um sorriso amarelo no rosto ‘queria um quarto’.
‘Errr... sim, sim’ ele gaguejava ainda sonolento ‘Sozinha?’
‘Como?’ perguntei.
‘Perguntei se está sozinha, digo é um quarto pra uma pessoa só?’ ele respondeu impaciente batendo a caneta no caderno.
‘Ah sim, o quarto é só pra mim’.
‘ Não é muito seguro viajar sozinha à noite’ ele disse enquanto anotava algo no caderno.
‘Foi por isso que parei’ respondi seca, nunca gostei que as pessoas ficassem dando palpites no que eu faço.
‘Certo’ ele deu de ombros e me entregou um papel ‘Preencha aqui por favor’.
‘Tenho mesmo que fazer isso?’ eu não queria deixar informações minhas em lugar nenhum, não queria dar pistas pra que meus pais me encontrassem – se é que eles vão me procurar.
‘Sinto muito, mas tem’ ele falou sem paciência ‘são regras, caso você seja uma criminosa fugitiva e a policia bater na minha porta buscando informações, eu as terei’.
‘Mas eu não sou uma criminosa fugitiva’ respondi ignorando a desconfiança na voz dele.
‘Bom isso é o que você diz...’ ele novamente deu de ombros ‘e não adianta colocar dados falsos, porque eu vou checar seus documentos’ ele voltou seu olhar para o papel.
Preenchi todos os dados necessários, era isso ou dormir no carro e sinceramente, eu não estava nem um pouco animada com a idéia de passar frio lá fora.
‘Quarto 602, o pernoite custa 60 dólares’ ele falou depois que o entreguei o papel preenchido e ele conferiu meus dados nos meus documentos. Peguei as chaves que ele me entregou e fui direto para o quarto. Me sentia exausta e estava louca por um banho quente.
O quarto era bem simples, tinha uma cama de solteiro de frente para a porta, e dois criados mudos, um de cada lado da cama. Do lado esquerdo da cama tinha uma porta, onde provavelmente seria o banheiro. Ao lado da porta de entrada tinha uma cômoda pequena. A janela ficava do lado direito da cama.
Coloquei minha mochila na cama e fui até o banheiro, que também era bem simples e limpo. Liguei o chuveiro e peguei uma toalha na minha mochila, separando também uma calça de moleton e uma camisa de manga comprida. Tirei minha roupa e entrei embaixo do chuveiro. A água quente caia nas minhas costas, mas nem isso me fazia relaxar, eu me sentia fraca e sozinha.
Terminei o banho, vesti a roupa que havia separado e me deitei, talvez dormindo a dor da solidão fosse menor. Me lembrei de quando Terry me contava histórias pra dormir, ele sempre dava um jeito de nas histórias não existir lobos ou madrastas más, tudo era sempre feliz, ninguém queria machucar ninguém, todos eram amados. Talvez seja esse o problema, Terry nunca me ensinou a lidar com as coisas difíceis, ele sempre me mostrou o caminho fácil e feliz e agora eu tinha que me virar e lidar sozinha com os monstros do mundo real.
Fiquei pensando pelo que me pareceram horas, e nada do sono chegar, já estava impaciente, de que adiantou eu parar nesse lugar se não fosse pra dormir? Desisti de dormir, vesti minha jaqueta e peguei meu violão, cantar sempre me fez bem, sempre levou embora todas as dores e tristezas.
Sentei na cama e comecei a tocar uma musica que gostava muito e Terry cantava pra mim sempre que eu estava triste com a rejeição dos meus pais. Essa seria uma boa forma de me lembrar dele.
O tempo está passando,
bem mais rápido que eu.
E eu estou começando a me arrepender de não passá-lo com você.
E agora eu estou imaginando porque eu deixei isso preso dentro de mim
E eu estou começando a me arrepende de não ter contado isso pra você
Então se eu ainda não o fiz, eu tenho que deixar você saber.
Você nunca estará sozinha
A partir desse momento
Mesmo que você pense em desistir
Eu não vou deixa-la cair
Você nunca vai estar sozinha
Eu vou abraça-la até a dor passar.
E agora, enquanto eu puder
Estarei te segurando com ambas as mãos
Pois sempre acreditei
Que não há nada que eu precise a não ser você
Então, se eu ainda não o fiz,
Tenho que deixar você saber
Você nunca vai estar sozinha
De agora em diante
Mesmo que você pense em desistir
Não vou deixá-la cair
Quando toda a esperança tiver desaparecida
Eu sei que você pode continuar
Vamos ver o mundo sozinhos
Vou te abraçar até a dor passar
Ooooh!
Você tem que viver cada dia
Como se fosse o único
E se o amanhã nunca chegar?
Não o deixe escapar, poderia ser a nosso único dia
Você sabe que apenas começou
Cada dia, pode ser nosso único
E se o amanhã nunca chegar?
Amanhã nunca vai chegar?
O tempo, está passando
Muito mais rápido do que eu
Estou começando a me arrepender de não ter dito tudo para você
Você nunca vai estar sozinha
De agora em diante
Mesmo que você pense em desistir
Não vou deixá-la cair
Quando toda a esperança se for
Eu sei que você pode continuar
Vamos ver o mundo sozinhos
Vou te abraçar até a dor passar
Eu estarei lá de qualquer forma
Não vou desperdiçar mais nenhum dia
Eu estarei lá de qualquer forma
Não vou desperdiçar mais nenhum dia
Eu podia sentir as lágrimas molhando minha roupa, mesmo que eu não quisesse tinha uma pergunta que não saia da minha cabeça: “Por que Terry? Por que você não cumpriu sua promessa? Por que você me deixou sozinha?”
POV – Terry
Doia mais que tudo ver minha bonequinha sofrendo, foi sempre tudo o que eu tinha de mais importante, nada pra mim importava mais que sua felicidade e seu bem estar. E agora, vê-la sofrendo desse jeito.
‘Por favor, Patch, me deixa falar com ela!’ eu pedia pela milionésima vez. Se era difícil ver sofrer antes, agora que ela resolveu lembrar a musica que eu cantava pra ela, ficou pior.
‘Não Terry, você não pode interferir’ Patch negou mais uma vez o meu pedido ‘Ela tem que encontrar o caminho dela sozinha’.
‘Mas será que você não vê que do jeito que ela está, ela não vai encontrar nada? Ela não vê mais que a própria dor! E eu não vou interferir, eu só quero que ela saiba que eu estarei aqui com ela, e que eu ficarei por perto até que ela encontre a felicidade’.
‘Tudo bem Terry’ ele se rendeu ‘Além do mais, eu sei que se eu não permitir você vai encontrar uma maneira de fazer isso sozinho, então é melhor que eu esteja por perto’.
‘E quando é que nós vamos?’ eu estava ansioso pra falar com a minha irmãzinha.
‘Assim que ela dormir’
‘Mas como eu vou falar com ela se ela estiver dormindo?’ perguntei.
‘Em sonho’ ele respondeu como se fosse óbvio ‘você achou que iria simplesmente aparecer na frente dela e dizer Oi , eu morri, mas seu anjo de guarda permitiu que eu viesse aqui te ver e dizer um oi, a propósito, não se preocupe que eu vou ficar ao seu lado... Francamente não é Terry, em sonhos tudo é mais fácil, ela vai saber que não é real, mas mesmo assim vai se consolar com sua presença’
‘Ok, você tem razão’ falei e voltei a olhar pra onde estava, terminando de cantar os últimos versos da musica.
Você nunca vai estar sozinha
De agora em diante
Mesmo que você pense em desistir
Não vou deixá-la cair
Quando toda a esperança se for
Eu sei que você pode continuar
Vamos ver o mundo sozinhos
Vou te abraçar até a dor passar
Eu estarei lá de qualquer forma
Não vou desperdiçar mais nenhum dia
Eu estarei lá de qualquer forma
Não vou desperdiçar mais nenhum dia
oOo
Não demorou muito para que caísse no sono. Fiquei observando Patch, eu queria aprender a entrar no sonho das pessoas, não que eu queria xeretar no que eles estão pensando, eu só queria saber pra um caso de “emergência”.
Depois de recitar algumas palavras – que eu teria que aprender bem rápido – vi que nós não estávamos mais no quarto de motel que Nannah alugou. Estavamos num campo de lavandas, o perfume e a cor do lugar fazia tudo parecer mágico.
estava sentada no meio das lavandas, olhando para o céu. Me aproximei devagar e sentei ao seu lado.
‘O dia hoje está quente não é?’ falei fazendo que ela percebesse minha presença.
‘Eu sabia que você estaria aqui’ ela falou ‘Eu sabia que você voltaria’
‘Me desculpa , mas eu não posso ficar’ lamentei ‘Eu vim apenas pra te dizer que você não está sozinha. Eu estou aqui com você, o tempo todo, e mesmo sem poder fazer muito, eu irei te proteger, contra todo o mal.’
‘O que eu vou fazer agora Terry? Como vai ser sem você?’ ela me perguntou chorando
‘Eu vou continuar zelando por você, fazendo que você siga pelo caminho certo. E você, vai seguir sua vida, vai buscar sua felicidade.’
‘Não dá pra ser feliz sozinha’ ela fez bico
‘É claro que não dá! Mas você não vai ficar sozinha pra sempre! Você vai encontrar um lugar legal e vai recomeçar sua vida’
‘Recomeçar com o que? Eu sai de casa com pouco dinheiro, não dá pra recomeçar nada e eu não vou voltar, nem vou pedir dinheiro pra Violet e pro Sr. Horward’
‘Você não precisa pedir nada pra mãe e pro pai. Olha, faz assim , vai pra uma cidade pequena, arruma um emprego lá, aluga um quarto e pronto, recomeça a vida. Um carro você já tem!’ fiz piada tentando deixa-la mais feliz.
‘Só você pra chamar aquela lata velha de carro” funcionou, pois ela riu ‘desculpa pegar ele ta?’
‘Que isso, , se você não o tivesse pegado, provavelmente ele tinha virado um item de decoração da sala da mãe.’
‘Violet deve estar possessa por eu ter pego o carro, ela desenvolveu uma obsessão por tudo o que era seu.’ Ela deu um riso tímido.
‘Para de chamar a mãe de Violet! Ela é sua mãe , sua mãe e vocês duas podem não enxergar, mas vocês precisam uma da outra’ ralhei com ela.
‘Ela não precisa de mim, ela precisa dela mesma, afinal, agora é só isso que importa, o umbigo dela.’ ela falou triste.
‘E você? Você não precisa dela?’ perguntei sabendo bem a resposta.
‘Isso não importa agora’ ela se virou para o outro lado, desviando os olhos dos meus ‘Será que nós podemos falar sobre outra coisa? Eu queria passar mais um tempinho com você, mas sem brigar’
‘É claro que podemos minha bonequinha’ puxei ela e deitei sua cabeça no meu colo. Fiquei horas alisando seu cabelo e cantarolando pra ela. ‘’ falei quando vi que ela estava adormecendo.
‘Hum?’
‘Vá para Forks’ sabia que Patch ia me matar por isso, mas eu precisava tentar ‘Você vai encontrar a felicidade e a paz lá...
‘Hum hum’ ela sussurrou e dormiu. Era hora de ir, se ela dormiu no sonho, significa que ela está acordando na vida real. Eu tinha dado o primeiro passo, agora era só esperar pra ver s entenderia.
Acordei um pouco mais bem disposta,
Capitulo 5 – Recomeço, Perda, Dor, Vazio
POV – Jake
Acordei cedo, as lembranças do sonho com minha mãe estavam frescas na minha cabeça. Seria mesmo verdade que meu imprinting está chegando, ou era só meu cérebro rendendo às vontades do meu coração que tanto queria alguém pra me amar? Seja o que for, não vou ficar pensando nisso, não vale a pena sonhar tanto pra ser decepcionado depois.
Foi assim com Bella, quando o sanguessuga foi embora e a deixou frágil aqui, eu cuidei dela, fiz o que pude para curar seu coração partido, me enchi de esperanças e na primeira oportunidade ela correu pra ele, sem se preocupar que estaria colocando sua vida em risco. Grande merda.
Quer saber, eu tenho que parar de me preocupar tanto, tenho que começar a viver, deixar de apenas sobreviver. Eu não preciso de ninguém pra isso, basta eu mesmo. É isso ai, chega de ficar me martirizando pela Bella, ela fez sua escolha, escolheu ser uma fria pela eternidade, escolheu ver todos os que ela ama partirem e a deixarem aqui. Eu tinha que fazer uma escolha diferente e eu faria. Eu escolheria viver.
POV -
O sonho com Terry mexeu com minha cabeça. Será que eu deveria mesmo ir para Forks? E onde diabos fica Forks? Que história maluca é essa de que minha felicidade se encontra lá? Minha felicidade... há quanto tempo eu não me sentia feliz? Sei lá, desde que o Terry se foi talvez... Acho que a ultima vez que me lembro de ter sido feliz de verdade foi na companhia do meu irmão.
Eu devia era deixar o Terry descansar, pensei. Eu devia parar de ficar me lamentando e chorando a partida dele. Não que isso não esteja doendo, é claro que dói, dói muito, mas eu preciso me livrar disso, manter Terry apenas como uma lembrança boa.
Minha vida na Califórnia não foi fácil, eu não tinha amigos, meus pais não ligavam pra mim, nenhum garoto se interessava em mim, em me chamar pra sair. Mas isso foi lá, quem sabe em um lugar diferente, onde ninguém me conheça as coisas não são diferentes?
Juntei minhas coisas decidida a recomeçar. Eu precisava viver. E se Terry me disse que seria bom me mudar pra Forks, então eu iria pra Forks. Entrei no carro e dirigi rumo à minha nova vida. Lá eu conseguiria um emprego e alugaria um quartinho. Estava muito bom para um recomeço.
oOoOo
Três dias depois
POV – (letra normal) / Jake (Itálico)
()
Faltava pouco pra chegar em Forks (n/a: não me batam, eu não faço idéia de quanto leva uma viagem de carro entre Los Angeles e Forks!) mas por alguma razão uma angustia tomava conta do meu peito, como se algo me chamasse, eu sentia que precisava estar lá logo. Algo ou alguém precisava de mim.
(Jake)
Acordei melhor, me sentia como um viciado em recuperação, vivendo um dia de cada vez. Bom eu me sentia assim, eu era um viciado em Bella, e cada dia que passava sem sofrer e sem pensar nela era uma vitoria.
As coisas em La Push estavam mais calmas, sem vampiros, sem perigos. Tudo na mais perfeita ordem. Um uivo soou vindo da floresta, era um som agoniado. Cedo demais pra se gabar de um dia tranqüilo.
Corri pra floresta, me transformando no caminho. ‘Qual o problema Embry?’ perguntei em pensamentos.
‘Vampiro Jake’ ele respondeu da mesma forma mas com uma tristeza notável na voz‘ e parece que teve uma vitima’.
‘Alguém conhecido?’ perguntei
‘O vampiro nós não sabemos ainda, mas parece que a vitima é conhecida...’ ele parecia que ia chorar a qualquer momento.
‘Quem?’ perguntei, mas no fundo eu não queria saber a resposta. Se era alguém que eu conhecia eu com certeza irira sentir a perda.
‘Melhor você ir lá...’ o tom de voz dele ficou ainda mais triste e sombrio.
()
As árvores passavam como um borrão por mim, eu queria correr mais, mas a porcaria do carro não andava depressa o suficiente.
Que agonia toda era essa? Quem ou o que estaria chamando pro mim? Porque eu sentia claramente um chamado. Não uma voz me chamando, mas como se um coração estivesse gritando pelo meu.
- Meu Deus, o que está acontecendo comigo? Por que eu me sinto assim? – eu perguntava pra mim mesma.
(Jake)
Corri com todas as minhas forças na direção em que Embry me indicava, mas eu não estava preparado para a cena que vi. Nunca na minha vida eu imaginaria ver isso, nem no meu pior pesadelo.
Travei minha corrida no instante em que vi seu corpo caído no chão. Sua pele até ontem bronzeada estava pálida. As duas pequenas marcas no seu pescoço me indicavam que não havia uma única gota de sangue no seu corpo.
Só senti que estava na minha forma humana quando Embry puxou minha bermuda da minha perna e me entregou. Vesti no automático, eu ainda esperava acordar desse pesadelo. Mas eu não acordaria, isso era real, algum sanguessiga maldito tirou de mim a única coisa que ainda me restava. Ele levou embora o meu herói.
- Nós vamos encontra-lo Jake – Jared falou com os olhos vermelhos de tanto chorar – nós vamos achar o desgraçado que fez isso.
- Você precisa ser forte irmão – Paul falou batendo no meu ombro – eu sei que deve ser difícil.
Eu ainda estava em choque, caminhei lentamente até chegar a ele, talvez nós estivéssemos enganados, talvez não fosse ele. Mas não, era ele mesmo, era o meu pai ali, sem vida. Cai de joelhos no chão ao lado dele, chorando compulsivamente e puxei seu corpo para o meu colo.
Por que eu tinha que ser tão castigado? Por que me tirar tudo o que eu tinha de mais valioso. Por que não levar a merda da minha vida que não vale porra nenhuma? Por que meu pai? Será que Deus não via que não seria eu o único a sofrer? Tinha a Rach, a Becky, os lobos, os quileutes, Charlie...
Eu queria praguejar, queria reclamar, xingar, bater em alguma coisa, mas só uma coisa saiu da minha garganta.
- AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!
()
Estava quase chegando quando ouvi um grito desesperado. Freei o carro fazendo uma fumaça preta sair debaixo dos pneus. Meu coração pulava dentro do peito. Dor, uma dor imensa, como se algo dentro de mim estivesse se quebrando.
Esse grito, era ele que me chamava, ele sofria e precisava de mim. Voltei a acelerar meu carro, eu precisava chegar logo, precisava arrancar a dor do peito dele para que a minha também fosse embora.
CAPITULO 6 – DESENCONTROS E DESPEDIDAS
POV – Jake / )
Eu dirigia sem nem mesmo prestar atenção na estrada, minha atenção estava voltada pra agonia que eu sentia no meu peito. Eu sentia que ele precisava de mim, eu corria para encontra-lo, embora não soubesse como.
Parei o carro no acostamento e desci. Eu não podia continuar dirigindo assim, eu não tinha condições, provavelmente eu iria causar um acidente. Uma chuva fina que caia molhava meu rosto e minha roupa, mas eu não me importava.
Parei para observar a paisagem, era tudo muito lindo. Havia verde por todos os lados, e apesar de ter vivido a vida toda num lugar onde tudo era colorido, esse verde todo me encantava. Talvez fosse isso, aqui era diferente, o que significava uma vida nova.
Comecei andar por entre as árvores – tomando cuidado para não me embrenhar demais e acabar me perdendo – a chuva fina já estava mais forte, minha roupa estava ensopada e eu começava a sentir frio. Pensei em voltar, mas ao mesmo tempo uma vontade enorme de seguir pra mais dentro da floresta gritava dentro de mim. Novamente o sentimento de que alguém me chamava. Era ele de novo, eu sabia, eu sentia, como? Não me perguntem.
Ignorando completamente meu instinto de auto preservação eu segui pra cada vez mais dentro da floresta. Meu coração batia descompassado. Era medo do que poderia acontecer, medo de estar sozinha nessa floresta, ansiedade de encontrar esse ‘alguém’ que precisa tanto de mim.
A chuva persistia forte, junto a ela o frio me atingia, mas eu não desistiria eu sentia que precisava seguir meu coração, e nesse momento ele queria encontrar quem precisava de mim.
Depois de tropeçar em raízes, subir barrancos cheguei em uma clareira. Meu coração pulava no peito como se a qualquer momento ele fosse sair correndo pela minha boca.
Fiquei um tempo parada, apenas observando a paisagem. Era um lugar bonito. Caminhei até o centro da clareira, ainda sentia como se alguém gritasse pela minha ajuda, mas eu me limitei a ficar ali sentada, deixando a chuva cair sobre mim.
Ouça (ouça), ouça (ouça)
Ouça cada gota da chuva
Sussurrando segredos em vão
Fascinantemente procurando por alguém para ouvir
Sua história, antes que caiam no chão.
(Jacob)
Senti que alguém se aproximava, provavelmente Leah ou algum dos outros lobo que queriam me levar pro lugar onde eu nunca queria estar. Eu não queria ver meu pai num caixão, eu queria me lembrar dele como ele sempre foi, alegre e cheio de vida.
Resolvi fugir dali. Rapidamente tirei minha bermuda, amarrei na perna e corri, em segundos já estava na minha forma de lobo. Eu iria voltar, afinal a Rach precisaria de mim, mas não agora, agora eu precisava de um tempo pra mim.
()
Estava sentada na grama a não sei quanto tempo quando ouvi uma voz atrás de mim.
- Precisa de ajuda? – um rapaz grande de pele avermelhada e cabelos curtos me perguntou.
- Talvez – respondi – Eu... estava dirigindo, e resolvi parar um pouco... – resolvi não falar a verdade, pois ele com certeza me acharia uma louca – ai eu vim andando e cheguei aqui. Agora eu não sei como voltar.
- Mas nós estamos muito longe da estrada, e aqui não é seguro... – ele falou – você não devia ter se arriscado tanto.
- É eu sei – falei sem graça – mas você também não devia estar aqui...
- Eu sou daqui – ele deu um sorriso fraco – conheço essa floresta melhor que ninguém. Ando por aqui desde criança... Vamos – ele me ajudou a levantar – você tem que voltar. Onde você parou o carro?
- Não faço idéia – respondi.
- Vamos ver o que posso fazer então. A propósito, sou Seth Clearwater. – ele esticou a mão me cumprimentando.
- Howard. – apertei a mão dele – uau que mão quente.
- A sua é que está muito fria – ele falou colocando a mão no bolso.
Andamos uma parte do caminho em silencio, até que Seth resolveu falar.
- Então ...
- – o interrompi.
- Como?
- Pode me chamar de .
- Ah sim, então , você está de passagem? Por que eu vejo que você não é daqui.
- Na verdade estava pensando em ficar – falei – ouvi falar que Forks é um lugar tranqüilo e pensei em passar uns tempos por aqui...
- Você é de onde? – ele perguntou.
- Califórnia.
- E você quer trocar o sol da California por um lugar onde chove a maior parte do ano?
- Algo me diz que eu serei mais feliz aqui que lá. – ele me olhou com as sobrancelhas juntas.
- Corajosa.
- Você sabe de algum lugar onde eu possa ficar? – perguntei – tipo um quarto pra alugar e um lugar onde estejam precisando de alguém pra trabalhar...
- Por que algo me diz que você está fugindo? – ele perguntou.
- Eu não estou fugindo – falei – não exatamente. Olha eu sou maior de idade ok? Então eu posso viajar por ai sem precisar de autorização. Também não fiz nada de ilegal. Eu só estava cansada da minha vida na California e resolvi tentar algo novo.
- Ok, ok – ele levantou as mãos – eu não quis ofender.
- Você conhece algum lugar pra eu ficar ou não?
- Em Forks, não. Eu não sou de lá. Sou de La Push, uma reserva indígena que fica próximo a Forks.
- E nesse lugar, La Push. Tem algo pra mim lá?
- Emprego sempre tem... – ele falou – acho que tem uma lanchonete precisando de alguém...
- Serve! –falei já me sentindo animada.
- Agora lugar pra ficar... – pronto a animação foi por água abaixo – posso ver com minha mãe se ela sabe de alguma coisa. Mas hoje vai ser bem difícil.
- Por que? – perguntei.
- Um dos nossos conselheiros faleceu. – ele falou triste.
- Puxa eu sinto muito – falei.
- Obrigado – ele deu um sorriso leve – E como minha mãe também era uma das conselheiras, ela vai estar bem ocupada.
- Acho que você pode ficar na minha casa até tudo se acalmar...
- Isso é sério? – perguntei – mas você nem me conhece!
- Você não tem cara de assaltante, nem de maníaca... – ele riu – se fosse já teria feito algum mal pra mim, afinal estamos há um bom tempo caminhando sozinhos nessa floresta.
Chegamos no meu carro e eu me virei para agradece-lo e perguntar como eu fazia pra chegar em La Push. Mas eu me deparei com Seth olhando pra lata velha de Terry como se estivesse olhando pra Mona Lisa de Da Vinci.
- Esse é seu carro? – ele perguntou.
- É... – dei de ombros – na verdade essa lata velha era do meu irmão.
- Como assim lata velha! – ele gritou – isso não é jeito de tratar um Mustang GT500! De que ano deve ser... – ele falou pra ele mesmo.
- 1967. – respondi – fala sério Seth, o que vocês vêem de tão incrível nesse museu?
- Tudo! Cara o Jake ficaria louco se visse esse carro.
- Quem é Jake? – perguntei.
- Um amigo meu, ele é louco por carros. Um ótimo mecânico também.
- Humm bom saber. Essa geringonça precisa de um profissional. Não sei como tive coragem de fazer uma viagem tão longa com um carro consertado por Terry...
- Terry é o seu irmão? – Seth perguntou, fiz que sim com a cabeça – e cadê ele?
- Morreu há dois anos. – senti meu peito apertar.
- Oh sinto muito.
- Tudo bem. – dei um sorriso fraco – então vamos?
- Vamos. – ele falou – se importa se eu dirigir? Fica mais fácil que te explicar como chegar em La Push.
- De maneira nenhum, eu preciso mesmo de um descanso do volante – joguei as chaves pra ele, que aparou no ar – uhhh bom reflexo!
- Obrigado. – entramos no carro e partimos rumo a La Push. Algo dentro de mim sentia que isso era o certo a fazer.
(Jake)
Tentei fugir, mas meu lado lobo sabia que isso não era o certo, eu precisava estar presenta na despedida do meu pai. Eu precisava ser um guerreiro agora, um exemplo para os meus irmãos lobos.
Engoli a dor e mudei o curso, segui em direção à minha casa. Cheguei lá e encontrei Rach aos prantos.
- Por que ele Jake? Por que o pai? – ela perguntava entre lágrimas.
- Eu não sei Rach, mas eu vou pegar o desgraçado que fez isso – prometi – eu vou fazer isso.
- eu não vou conseguir me despedir dele – ela falava – eu não quero dizer adeus.
- Mas nós não precisamos dizer adeus – falei – ele vai estar sempre aqui com a gente.
- Está na hora Jake – Paul entrou na minha casa – estão esperando vocês.
- Eu só vou tomar um banho e já saio – falei entregando Rachel pra Paul – cuida dela – sussurrei pra ele e ouvi um ‘deixa comigo’.
Entrei no banho e não demorei muito. Vesti uma roupa qualquer e sai. Paul e Rachel já não estavam mais em casa.
Encontrei Leah no caminho. Ela estava triste, tinha muito da perda do meu pai, mas eu sabia que a maior parte da tristeza dela era por causa das lembranças que esse dia traziam. A morte de Harry, pai dela.
- Mandei o Seth ir atrás de você. – ela falou andando ao meu lado.
- É eu ouvi ele se aproximando e corri – falei olhando pro chão – eu não queria estar aqui, mas meu lado guerreiro acabou falando mais alto.
- Você é mais forte do que imagina Jake. Nós nos orgulhamos disso.
- Obrigado Leah.
Chegamos na capela, onde todos estavam. Assim que entrei o velho Quil começou a falar.
- ‘A minha missão aqui hoje, não é simples. Sou sempre o responsável por dizer as palavras certas nas cerimônias quileutes, mas hoje não existem palavras certas...
Não existem palavras boas o suficiente para dizer adeus ao nosso líder, ao nosso amigo, ao homem mais correto e justo que esse conselho já teve.
Billy Black foi um exemplo para todos nós, ele superou dificuldades e resolveu problemas sempre carregando um sorriso sincero nos lábios. Ele cuidou e criou sozinho os três filhos, fazendo deles pessoas de bem.
Sempre nos lembraremos do nosso guerreiro, sempre o traremos no coração.
A razão porque a despedida nos dói tanto é que nossas almas estão ligadas. Talvez sempre tenham sido e sempre serão. Talvez nós tenhamos vivido mil vidas antes desta e em cada uma delas nós nos encontramos. E talvez a cada vez tenhamos sido forçados a nos separar pelos mesmos motivos. Isso significa que este adeus é ai mesmo tempo um adeus pelos últimos dez mil anos e um prelúdio do que virá.’ (n/a: Esse ultimo parágrafo é de Nicholas Sparks em Diario de uma paixão)
Ele terminou de falar e as mulheres da tribo começaram a canção de despedida. Era uma musica triste, mas que tocava nossos corações fazendo com que um pouco de Billy Black se instaurasse em nós.
Uma a uma as pessoas foram se aproximando do caixão onde meu pai estava e fazendo as suas despedidas. Charlie, Sue, a Sra Uley, até mesmo Bella e os Cullen estavam aqui, esse era um dia onde inimigos se tornaram companheiros. Era a despedida de um líder. Tentei ser forte, mas quando chegou minha vez, as lágrimas me venceram.
- Vou sentir sua falta meu velho – falei baixo – e das suas broncas, e da sua bagunça também. Eu queria fugir pai. Sumir daqui e de toda essa dor, mas eu sei que isso não iria te orgulhar, isso seria fraco. Então eu vou ficar. Eu vou cuidar da Rach, vou cuidar do nosso povo, vou ser o guerreiro que você sempre esperou que eu fosse. Eu te prometo pai.
Me afastei do meu pai, eu iria fazer tudo o que eu disse. Essa era a hora de eu deixar de ser criança e assumir a posição de homem que me foi designada.
Seguimos até o cemitério. Sam, Paul, Jared, Embry, Quil e Seth carregavam o caixão junto comigo. A chuva cai sobre nós, como se ela se identificasse com a nossa tristeza.
Por favor, não vá embora
Podemos ficar por enquanto?
É tão dificil dizer adeus
Ouça a chuva
Ouça, ouça,ouça,ouça,ouça,ouça a chuva
Pingando
Ouça (ouça), ouça (ouça)
(
De longe eu via as pessoas caminhando em direção ao que devia ser o cemitério. Esse homem, Billy Black, como Seth havia me dito que ele chamava, devia ser muito importante mesmo, praticamente a reserva inteira estava lá e todos muito tristes. Foi impossível não me emocionar com a cena e não me lembrar do dia em que me despedi de Terry.
Seth me disse que Billy tinha três filhos, duas garotas e um rapaz. Uma das garotas não estaria aqui, ela mora no Havaí e não chegaria a tempo. Esse dia não deve estar sendo fácil para os dois que estão aqui, despedir-se de alguém que amamos é algo muito doloroso.
Observando as pessoas, meus olhos pararam num rapaz – muito parecido com Seth – que estava ao lado do caixão. Ele tinha as feições muito tristes, mais triste que a de qualquer outro que estava ali, mas mesmo nessa tristeza ele tentava demonstrar força. Provavelmente ele era o filho do Sr Black.
Meus olhos não conseguiam desgrudar dele, era como se um imã os atraísse naquela direção. De repente, a voz que gritava por ajuda dentro de mim se silenciou. A imagem de Terry sorridente surgiu na minha cabeça. Eu podia ouvi-lo dizer que estava feliz com minha decisão, que aqui era meu lugar.
Estive sozinha na tempestade
De repente, doce, palavras ganham forma
"Rápido", elas dizem "Porquê você não tem muito tempo"
Abra seus olhos para o amor a sua volta
Você pode achar que esta sozinho
Mas eu ainda estou aqui com você
Você pode fazer tudo o que sonha
Apenas lembre-se de ouvir a chuva
Ouça
(Listen to the rain – Evanescence)
Algo grande me esperava aqui, eu podia sentir e eu sabia que era isso que Terry queria.
CAPITULO 7 – HAWAII
POV – Jacob
Voltei pra casa sem a menor coragem, eu não queria imaginar a sensação de entrar lá e não ser recebido pelo meu pai. No caminho Rach e eu decidimos fazer uma viagem até o Hawaii, era muito difícil pra Becky vir pra
La Push, então nós iríamos até lá conforta-la pela perda do nosso pai.
Entrei em casa sentindo um vazio no peito, seria assim a partir de agora, vazio. Fui direto para o meu quarto, arrumar algumas coisas para levar, nós embarcaríamos para o Hawaii amanhã cedo.
- Jake – Rachel falou da porta – vem comer, eu fiz sanduíche.
- Obrigado Rach – falei – mas não estou com fome.
- Um lobo sem fome – ela entrou no quarto parando ao meu lado – essa é nova. – ela me ajudou a escolher algumas camisas – eu sei que dói, está doendo em mim também, mas nós temos que ser fortes.
Ficamos em silencio um tempo, Rach me ajudou a arrumar minhas coisas na mochila.
- Vamos comer antes que Paul acabe com tudo – falei fazendo-a sorrir um pouco.
Depois de lanchar nós ficamos na sala, acertando os últimos detalhes da viagem. Paul já tinha comprado as
passagens, o vôo sairia às sete da manhã, e Rachel já tinha ligado avisando Becky.
Deixei os dois na sala e fui caminhar um pouco na praia, eu precisava respirar. Sentei na areia e fiquei fitando o mar. Senti uma presença perto de mim e me virei, vendo que era Leah.
- E ai chefe – ela falou fazendo graça – como estão os preparativos pra viagem?
- Já ta tudo pronto – falei sem tirar os olhos do mar – Paul já comprou as passagens. Eu vou estar sempre me transformando Leah, pra saber como andam as coisas por aqui.
- Nós damos conta de cuidar de tudo Jake – ela falou revirando os olhos – uma semana sem você não vai doer. Vai ser até bom, você é um chefe muito chato!
- Você preferia o Sam? – brinquei, ela fez uma careta e nós rimos – eu sei que vocês dão conta, mas eu quero ficar inteirado do que ta acontecendo por aqui.
- Ele não vai aparecer por aqui tão cedo Jake – ela falou e eu sabia que ela se referia ao vampiro que matou meu pai – mas se ele aparecer, nós vamos dar um jeito nele. Billy era importante para todos os lobos, todos nós queremos nos vingar.
- Obrigado – falei me levantando – eu já vou indo, tenho que dormir.
- É eu também vou, tenho que cobrir o Seth em casa – ela falou bufando.
- Cobrir o Seth? – perguntei juntando as sobrancelhas – Desde quando ele precisa fazer a ronda escondido da Sue?
- Não vou cobri-lo pra mamãe – ela falou entediada – é pra hospede que ele arranjou – fiz cara de quem não estava entendendo nada – Ele encontrou uma garota na campina onde seu pai foi atacado, quando ele foi te procurar, ai ele a ajudou a voltar pro carro dela que tava na estrada e acabou descobrindo que ela estava procurando emprego e um lugar pra morar. Ai o desmiolado do meu irmão ofereceu a nossa casa e a mamãe ainda me fez o favor de ‘se apaixonar’ pela garota. É pra cá pra lá...
- Háháhá – eu ri – Leah, você ta com ciúmes!
- Ta louco garoto! – ela me deu um tapa na cabeça – olha o respeito, você pode ser meu alpha, mas ainda é mais novo que eu! Eu não to com ciúme, só que parece que eu sou a única que vê que não é legal ter essa garota tão perto do nosso segredo.
- Vocês são espertos, vão dar conta de driblar ela – falei me afastando – só manda ela tomar cuidado com o Embry!
Ouvi Leah rindo e segui pra casa. Entrei direto pro quarto e me joguei na cama, eu precisava dormir pra ver se a dor no meu peito diminuía.
Sonhei que eu estava na campina, meu pai estava lá também, mas ele não estava caído no chão como da ultima vez que o vi, ele estava de pé. Isso mesmo de pé, sem cadeira de rodas. Ele estava de costas pra mim, foi impossível segurar o grito.
- Pai! – falei e ele se virou pra mim abrindo os braços. Como se fosse um menino de oito anos, eu corri pros braços dele
- Calma filho – meu pai falava enquanto eu tentava controlar o choro – hey para de chorar, eu não tenho muito tempo.
- Como assim? – perguntei o encarando – isso aqui é um sonho, não é?
- Mais ou menos – ele sorriu – se acalma e me escuta filho.
Nós nos sentamos no tronco de uma árvore caída.
- Eu fiquei muito orgulhoso das palavras que você me falou, filho – ele disse com lágrimas nos olhos – mas tinha algo errado naquelas palavras.
Eu olhei pro chão, envergonhado por não ter dito a coisa certa.
- Você sempre foi um guerreiro. Nunca divide disso – ele sorriu – mas não era só isso que eu tinha pra te falar. Eu quero te pedir pra não ir atrás do que me tirou a vida.
-Desculpa pai – eu o interrompi – mas não sei se poderei fazer isso. Eu quero, eu preciso me vingar dele. Aquela coisa não pode continuar viva por ai, matando gente inocente.
- Jacob – meu pai falou alto e forte, como uma voz de alpha – eu não quero que você vá atrás dele. Se ele aparecer nas nossas terras de novo, ai sim você deve proteger o nosso povo, mas não o procure filho. Me escute mais uma vez.
- Tudo bem pai – falei já com um pedido de desculpas no coração, pois eu não desistiria de encontrar o sanguessuga desgraçado.
- Eu quero que você prometa – ele foi firme – que jure pelos guerreiros ancestrais. Que jure pelo sobrenome Black!
- Eu não posso pai – falei fitando o chão – eu não vou ter paz se não matar o miserável que fez isso com você!
- E eu não vou ter paz se você estiver correndo o mundo atrás de um vampiro, deixando nosso povo desprotegido!
- Nosso povo não vai estar desprotegido, os outros lobos vão estar em La Push.
- E quem vai estar lá pra liderar os outros lobos? – ele me olhou sério eu vi toda a sabedoria quileute nos olhos dele – eles vão ficar perdidos sem um alpha.
Nós ficamos em silencio um tempo. Eu ouvi um farfalhar de tecido roçando nas folhas atrás de mim e me virei, vendo minha mãe caminhar na nossa direção sorrindo . ela se sentou próxima ao meu pai, escorando a cabeça na perna dele.
- Eu estou em paz, você pode ver? – meu pai falou alisando o cabelo da minha mãe, eu vi a alegria nos olhos dele – eu senti muita dor em deixar você e principalmente suas irmãs, mas encontrei a paz e alegria quando soube que teria minha Sarah de volta.
Eles trocaram um olhar cúmplice e apaixonado.
- Eu sei que você pode proteger a Rachel e a Rebecca – meu pai falou
- E eu sei quem vai cuidar de você – minha mãe falou se levantando e sentando ao meu lado – ela está perto filho, você precisa se cuidar para encontra-la. Se você sair pelo mundo atrás de vingança, vocês vão se desencontrar, seu coração vai continuar ferido, o coração dela vai continuar sozinho...
- Escute sua mãe filho – meu pai falou e sorriu para minha mãe – ela sabe o que diz.
- Tudo bem – falei vencido – eu não vou atrás da aberração.
- Nós ficamos mais tranqüilos assim – meu pai falou me abraçando – mas nós vamos continuar cuidando de vocês, na medida do possível.
- Quando eu vou conhece-la mãe? – perguntei sentindo a ansiedade em saber logo quem era a ‘minha prometida’.
- Logo – ela respondeu me dando um beijo na testa.
- E como eu vou saber que é ela? – perguntei.
- Você verá nos olhos dela – ela se levantou e estendeu a mão para o meu pai – mas você verá isso na hora certa. Agora, é hora de nós partirmos filho.
Abaixei a cabeça tentando não chorar.
- Eu me orgulho de você, Jake – meu pai falou se abaixando na minha frente – eu sempre me orgulhei de você, da sua coragem, da sua bravura, mas principalmente, do seu caráter. Você é um homem bom filho e tem que continuar assim. Não deixe a raiva e a sede de vingança estragarem isso.
- Eu não vou deixar – falei me levantando e recebendo um abraço do meu pai – não vou te decepcionar pai.
- Eu sei que não – eles se afastaram e sumiram por entre as árvores. Fiquei mais um tempo sentado pensando em tudo o que aconteceu.
Acordei com o cheiro do café da manhã de Rachel e o som da minha barriga roncando. Levantei e olhei as horas, 5 da manhã, era hora de arrumar tudo para irmos ao Hawaii
Cheguei na cozinha e encontrei Paul e Rachel arrumando a mesa.
- Achei que eu nunca viveria pra ver essa cena – fiz piada – Rach, você devia ganhar um premio por conseguir domar o Paul!
- O amor faz essas coisas – Rachel respondeu rindo e colocando panquecas na mesa.
- Se for pra ficar fazendo piadinha às minhas custas, da próxima vez eu te acordo com um banho de água fria – Paul falou enquanto enchia a xícara de café.
Eu me sentei e tomei café com eles, não demorou muito e a cozinha já estava cheia de esfomeados – vulgo lobos – que vieram com a desculpa de que iam se despedir.
- Vocês querem é filar café da manhã seus tratantes – falei rindo da cara deles.
- Você tem que entender Jake – Seth falou com a boca cheia – que a Emily perdeu a função de cuidar da gente quando você reivindicou o posto de alpha. E como você não tem namorada, nem é casado, a função agora é da Rachel!
- Função da Rach uma ova! – Paul falou dando um pedala nele – a única pessoa que a Rach tem que alimentar sou eu, seu futuro marido.
Todos começaram a rir, menos eu.
- Hey – gritei jogando um pedaço de pão na cabeça de Paul – Que historia é essa de futuro marido?
- O que é? – ele me olhou com as sobrancelhas arqueadas – Até parece que você sabia que não ia dar nisso!
- Tá mas eu acho que você devia ter me comunicado antes – falei fazendo cara de bravo, mas no fundo eu queria era rir da cara de medo do Paul – eu sou o homem da casa agora.
- Ah Jake dá um tempo e deixa de ser machista – Rachel bateu com a colher de pau na minha cabeça – Paul me pediu em casamento ontem e eu aceitei e estou muito feliz.
Olhei pra Rachel e vi que ela me suplicava com os olhos pra que eu não encrencasse com isso. Hora de acabar com a brincadeira.
- Eu to brincando Rach – falei me levanto e indo abraça-la – é claro que não vou me opor ao casamento de vocês, sei que o Paul vai te fazer feliz. Pro bem dele é bom ele te fazer feliz.
- Obrigada, Jake – Rachel falou se apertando no meu abraço – você não faz idéia de como é bom ouvir isso.
- E você – falei bravo pra Paul me soltando do abraço de Rachel – bem vindo à família – eu ri e o vi soltar o ar aliviado.
- Valeu Jake – ele me deu um abraço torto – não que eu já não fizesse parte antes...
Todos riram mais uma vez, dessa vez eu os acompanhei.
- Acho que ta na hora de ir, né? – Rachel perguntou terminando de ajeitar a cozinha.
- Está sim, ou vamos perder o vôo – falei me levantando – Leah, toma conta de tudo, e dos garotos. E
garotos tomem conta da Leah.
- Você ta parecendo uma mãe quando vai sair e deixa os filhos em casa Jake – Seth falou revirando os olhos.
- Leah sua mãe perguntou se a vai poder cuidar da casa? – Rachel perguntou enquanto trancava a porta.
- Perguntou, ela falou que vai cuidar de tudo aqui até vocês voltarem. – Leah respondeu pegando a chave com Rachel – eu vou indo, tenho que fazer a ronda. Seth – ela gritou o irmão que se virou e aparou a chave que Leah jogou em cima dele – hoje você me cobre!
Leah virou e saiu correndo pra floresta, Quil foi até a casa da Claire – como se a menina fosse estar acordada uma hora dessa – Seth foi pra casa, ‘cobrir’ a Leah e Embry ficou pra nos levar até o aeroporto de Port Angeles, onde pegaríamos um pequeno vôo para Seattle e de lá pegaríamos outro vôo para o Hawaii.
- Que conversa é essa da menina que ta na casa da Sue cuidar da nossa casa? – perguntei quando estávamos no carro.
- Ontem eu fui na casa de Sue, pedir para que ela desse uma olhada na nossa casa até voltarmos – Rachel começou a explicar – ai ela falou dessa menina, ela ta procurando um lugar pra morar, por enquanto ela fica na casa de Sue. Ai Sue teve a idéia dela ficar lá em casa cuidando das coisas e enquanto isso procura outro lugar pra ficar.
Eu não falei nada, fiquei em silencio apenas digerindo essa informação. Será que podíamos confiar em alguém assim? Alguém que nem conhecíamos? Não que nossa casa tivesse qualquer coisa de valor, ou que eu estivesse desconfiando dela nesse sentido, mas era difícil pensar tranquilamente em uma completa estranha andando pela minha casa.
- A menina é gente boa – Embry falou como se lesse meus pensamentos – eu a conheci ontem, ela tem uma historia bem triste.
Olhei pra ele com as sobrancelhas erguidas, pedindo um ‘explique melhor’.
- Ela saiu de LA depois que o irmão morreu. – ele me olhou avaliando minha expressão – parece que ela quer recomeçar ou algo assim...
Chegamos em Port Angeles sem que Embry falasse mais sobre a garota misteriosa, eu até queria saber, mas não quis perguntar nada.
O vôo de Port Angeles para Seattle foi rápido, mas o de Seattle para o Hawaii não foi tão rápido assim. O pior é que a falta do que fazer – e a falta de espaço, uma vez que aviões não são projetados tendo em mente o tamanho de um home-lobo – deixavam minha cabeça trabalhando a mil.
O sonho com meus pais, a promessa de não ir atrás do vampiro, a minha mãe dizendo que minha prometida está chegando... tudo isso fervilhando na minha cabeça e me impedindo de dormir.
Desembarcamos em Honolulu já no final da tarde, Becky estava nos esperando ao lado do marido dela e de duas garotinha pequenas. Eram as gêmeas – pra variar – dela. lembro do dia que ela ligou falando que estava grávida e de como meu pai ficou eufórico. Nós tínhamos planejado vir aqui no final do ano, pra ele finalmente conhecer as netas.
O marido de Becky pegou a bebêzinha que estava nos braços da minha irmã, pra que ela pudesse nos abraçar. Rach não conseguiu controlar as lágrimas quando encontrou os braços da nossa irmã. Eu as abracei, segurando as minhas lágrimas, eu tinha que ser forte pra elas.
- Por que ele se foi? – Becky perguntava entre os soluços – eu nem tive tempo de dizê-lo o quanto eu o amava...
- Ele sabe disso, Becky – falei tentando confortá-la – ele se foi só de corpo mas de alma ele vai sempre estar com a gente.
Me lembrei das palavras do meu pai no meu sonho, ele dizendo que sempre estaria cuidando da gente.
- Deixa eu apresentar as sobrinhas de vocês – Becky falou se afastando de Rachel e limpando o rosto – essa é Sarah – ela falou pegando uma das bebês e entregando Rachel depois se virou pegando a outra e me entregando – e essa é Sophia.
Peguei a pequenina nos braços – grandes demais para o tamanho mínimo dela – e fiquei admirando o rostinho sereno que dormia.
- Ela parece um anjinho – falei baixo com medo de acordá-la.
- Elas são – Becky falou com os olhos brilhando – os meus anjinhos.
Sorrimos um pro outro.
- Vamos pra casa – Becky falou – vocês devem estar cansados.
Fomos de carro até a casa de Becky, o marido dela voltou para o trabalho. Chegamos na casa e ela foi junto com Rachel, colocar as garotinhas na cama. Elas voltaram logo em seguida abraçadas, era bom ver minhas irmãs juntas de novo, era bom te-las perto de mim.
- Então você é quem está fazendo a minha irmã sorrir – Becky falou pra Paul.
- Eu faço o meu melhor – Paul sorriu pra elas.
- Bom seu melhor está surtindo efeito, já que Rach está muito mais bonita desde a ultima vez que a vi. – ela sorriu pra Rachel e depois se virou pra mim – por falar em estar diferente... o que você anda comendo pra estar tão grande e forte garoto!
- A Rach ta caprichando na minha alimentação – brinquei.
- Você está lindo Jake – Becky se sentou do meu lado – exceto pelo seu cabelo...
- O que tem meu cabelo – falei mexendo neles os deixando ainda mais bagunçados.
- Eu preferia quando eles eram compridos... – ela falou passando a mão na minha cabeça – por que você cortou?
- As garotas pediram... – brinquei e pisquei pra ela.
- Garotas... sei... – ela estreitou os olhos – todas ou uma em especial?
- Eu sou de todas Becky! – falei levando uma almofadada da Rachel.
- Ta bom – Becky se levantou, eu vou preparar o jantar, você me ajuda Rachel?
- Claro – Rachel se levantou e depois se virou pra mim e pro Paul – meninos, comportem-se.
- Sim senhora – falamos em uníssono.
oOo
Os dias na casa de Becky estavam agradáveis, era bom se desligar um pouco das obrigações em La Push, me afastar dos problemas.
Eu estava sentado na praia, pensando em tudo que me aconteceu, em como foi me transformar, em quando eu descobri o que sentia por Bella, em como foi perde-la pro sanguessuga, em como foi vê-la morrer por causa da filha... mas o que mais permeava na minha mente eram os sonhos com minha mãe, e em como ela falava em todos eles que a minha prometida estava chegando.
Uma coisa era viver pensando que meu imprinting podia acontecer, como também não poderia... outra era saber que ele aconteceria, e que em algum lugar do mundo ela esperava pra me encontrar.
Olhei pro céu e vi a lua enorme que iluminava tudo aqui embaixo, e ao olhar pra lua eu me toquei que ela poderia estar em algum lugar olhando pra mesma bola redonda e brilhante que eu fitava. Com esse pensamento eu podia senti-la perto de mim.
Eu sei que você está ai em algum lugar...
Em algum lugar longe...
Eu quero você... eu quero você...
Meus vizinhos pensam que eu sou louco
Eles não entendem...
Você é tudo o que eu tenho...
Tudo o que eu tenho...
À noite quando as estrelas iluminam meu quarto
Eu me sento sozinho...
Conversando com a lua
Tentando chegar até você
E desejando que você esteja do outro lado
Falando comigo também
Ou eu sou um tolo
Que se senta sozinho...
Conversando com a lua....
POV –
Cheguei na casa de Seth depois de mais uma manhã procurando um lugar pra ficar. Sue estava preparando o almoço quando entrei.
- Olá – ela falou sorrindo – o almoço já está quase pronto.
- Você precisa de ajuda? – perguntei, ela sorriu e me mostrou uma pilha de pratos talheres e copos num canto do balcão.
- Pode arrumar a mesa pra mim? – ela perguntou.
- Claro! – caminhei ate a pia, onde lavei minhas mãos e peguei as coisas pra arrumar a mesa.
Tinha acabado de esticar o forro quando ouvi Seth entrar.
- Oi mãe – ele falou dando um beijo no rosto de Sue – estou morrendo de fome!
- Quando você não está assim? – Sue perguntou batendo na cabeça dele.
- Quando estou dormindo – Seth falou rindo e veio até onde eu estava – oi – ele falou e me deu um beijo na bochecha, me pegando totalmente desprevenida, mas ele não percebeu pois se escorou no balcão que dividia a cozinha da sala e ficou me fitando – e ai, achou alguma coisa hoje?
- Nada – falei desanimada – e estou achando que vou ter que começar a procurar em Forks.
- Bom – ele falou se aproximando – eu tenho uma solução pra uma ou duas semanas...
- Que solução? – falei juntando as sobrancelhas – Se for pra eu ficar aqui, pode esquecer, eu não quero mais atrapalhar vocês.
- Primeiro que você não atrapalha. Estou mentindo mãe? – ele perguntou a Sue que respondeu um ‘não’ – e segundo que não é pra você ficar aqui.
Olhei pra ele com cara de ‘não to entendendo nada’ e ele se explicou.
- Lembra que eu te contei de um amigo que perdeu o pai ontem? – ele falou e eu me lembrei do garoto triste, fiz que sim com a cabeça – bom ele e a irmã dele viajaram para o Hawaii, pra visitar a outra irmã deles, então eles vão ficar mais ou menos umas duas semanas lá, ai eles concordaram em você ficar lá na casa deles nesse tempo.
- Por que se eles nem me conhecem? – perguntei não conseguindo evitar um tom de desconfiança na voz.
- Rachel veio aqui me pedir pra ficar de olho na casa pra ela, ai eu expliquei sua historia e ela concordou em você ficar lá. – Sue me explicou.
Meio relutante – apenas pra mim mesma, pois não queria ser grossa com Sue e Seth – eu aceitei.
Nós almoçamos e Seth me levou até a casa dos Black, como ele tinha me explicado antes. A casa era simples, mas bem confortável. Não tinha muito o que arrumar, estava tudo bem organizado. Seth me deixou sozinha dizendo que tinha que resolver algumas coisas. Eu não dei muita importância, apesar de ter passado apenas dois dias com ele e Leah, eu já tinha percebido como eles eram misteriosos.
Fiquei na sala olhando os porta retratos. Peguei um na mão, era a foto do garoto triste, Jacob – eu me lembrava de ter ouvido Seth e Leah falando dele - ele era realmente lindo. Nessa foto ele estava com o cabelo comprido, tinha uma outra, onde ele estava com o cabelo curto e bem mais forte. A foto parecia ter sido tirada numa festa na praia, ele estava junto com uma garota bem branca com o cabelo comprido num tom de marrom avermelhado. Ela era bonita e ele devia gostar muito dela, pois a olhava com carinho, o mesmo olhar que eu vi diversas vezes de Terry para Melanie.
Deixei as fotos no lugar e fui terminar de conhecer a casa. Dei uma olhada nos quartos, que também estavam arrumados. Voltei pra sala e fiquei lá pensando no que faria da minha vida agora. Acabei adormecendo.
oOo
Os dias passaram rápido, mas nada de encontrar um lugar pra ficar. Seth insistia em não me deixar procurar um lugar em Forks e eu já tinha desistido de encontrar algo em La Push.
Ninguém queria se arriscar em alugar um quarto para uma total estranha da cidade grande. Eu estava esperando uma oportunidade de fugir de Seth e ir até Forks, mas ele parece que tinha lido meus pensamentos, pois quando ele não estava comigo estavam Quil ou Embry.
Os amigos de Seth eram legais, com exceção de Leah, que vivia sempre emburrada e dava respostas ríspidas pra tudo. Embry era o mais engraçado de todos, sempre com uma historia pra contar, fosse ela de um toco que ele levou de alguma garota, ou algum segredo de infância dos outros meninos que ele fazia questão em compartilhar.
Estávamos fazendo um pequeno lual na praia, uma fogueira acesa e todos ao redor dela, cantando e rindo. Eu estava sentada na areia, escorada num tronco de árvore que os meninos usavam como banco, olhando a lua e me lembrando das muitas vezes que eu e Terry ficávamos deitados no telhado olhando o céu.
- Pensando na vida ? – Embry perguntou se sentando ao meu lado.
- Lembrando de algumas coisas do passado – falei sem tirar os olhos do céu – eu e meu irmão costumávamos nos sentar no telhado e ficar olhando a lua...
- Ela é bem inspiradora – Embry falou olhando na mesma direção que eu – dizem que ela inspira os apaixonados – ele falou e me olhou de lado com um sorrisinho safado no canto da boca.
- Fala sério Embry – dei um tapa no braço dele.
- Eu to falando – ele riu – pelo menos isso é o que disseram, que a lua inspira os apaixonados...
- E quem te disse que ela me inspira... – desconversei – eu só gosto de olhar pra ela... gosto de pensar que tem alguém em algum lugar olhando pra ela também, então eu não me sinto tão sozinha...
- Meio louco, mas faz sentido – ele falou voltando a olhar o céu – exceto pela parte que você está sozinha... – ele me encarou – você não ta sozinha , você tem a gente. – ele me mostrou todos na roda se divertindo.
- Eu sei e sou muito grata por isso – falei.
- Somos sua família agora, você é parte do bando – ele falou rindo de alguma piada particular que eu não entendi – eu vou deixar você ai contemplando a sua lua, mas se precisar de alguma coisa é só chamar.
Ele se levantou me deixando sozinha de novo. Terry me disse que minha felicidade estava aqui, e eu estava começando a acreditar, mas eu ainda sentia um vazio no peito, olhei mais uma vez pra lua, o que será que faltava?
Eu estou me sentindo como uma celebridade
O assunto da cidade
Eles dizem que eu enlouqueci
Sim eu enlouqueci
Mas eles não sabem o que eu sei
Por que quando o sol se põe
Alguém está falando de volta
Sim estão falando de volta
À noite, quando as estrelas iluminam meu quarto
Eu me sento sozinha
Conversando com a lua
Tentando alcançar você
E desejando que você esteja do outro lado
Conversando comigo também
Ou eu sou uma tola
Que se senta sozinha
Conversando com a lua.
(Talking to the moon – Bruno Mars)
Fiquei mais um bom tempo sentada, só me dei conta da hora quando Embry parou na minha frente.
- E ai LA – ele me chamou pelo apelido que ele e Jared me deram – vai ficar aqui até que dia?
- Já estou indo embora – falei e ele me ajudou a levantar – você me acompanha La Push? – brinquei o chamando pelo apelido que dei a ele.
Seguimos pra casa com Embry fazendo piadinhas sobre os garotos e suas namoradas.
- Tá – falei quando parei de rir – você pode até fazer piada, mas é bem intenso o jeito que Jared olha pra Kim, Sam olha pra Emily e Colin olha pra Dara. É como se só existe as duas no mundo deles.
- É mais ou menos isso – Embry falou.
- Como assim?
- É que eles são dois idiotas apaixonados e ficam assim babões em cima das duas... – ele tentou desconversar.
- Eu sei que tem mais coisa ai – falei vendo-o arregalar os olhos – mas eu não vou insistir... não quero ser invasiva, afinal eu acabei de entrar para o bando.
Nós rimos.
- Sabe – Embry parou de andar – você não teve o trote dos calouros...
- Como? – olhei pra ele sem entender, mas antes que eu fizesse qualquer pergunta ele me pegou no colo me levando pra dentro do mar.
- E agora o primeiro caldo da caloura! – ele falou me jogando pra cima e me fazendo cair da água.
- Embry seu imbecil! – gritei quando sai da água – a água estava fria!
Me encolhi abraçando meu corpo tentando fazer as tremedeiras passarem e o frio acabar.
- Desculpa – ele falou se arrependendo – eu não devia mesmo ter feito isso.
Ele veio até mim e me abraçou. O abraço dele era quente.
- Vem, vamos pra sua casa logo, se a Sue ter ver assim ela vai me matar – seguimos pra casa com Embry me aquecendo com seu abraço.
Embry me deixou na porta da casa dos Black e foi embora, não depois de perguntar duzentas vezes se eu queria que ele ficasse e depois de cinco milhões e meio de pedidos de desculpa. Entrei em casa e fui direto pro chuveiro, um banho bem quente ia ajudar bastante, eu sentia como se meus ossos estivessem congelados.
Muito contra a minha vontade, sai do chuveiro, apenas porque minhas mãos já estavam começando a ficar enrugadas. Me enrolei na toalha e sequei meus cabelos, segui pro quarto onde eu estava dormindo, o quarto de Rachel. Procurei uma roupa quente pra vestir, mas não encontrei, eu ainda não tinha ido a Port Angeles comprar mais algumas peças de roupa, já que sai de LA com pouquíssimas. Vesti uma blusa de malha e manga comprida e uma calça, peguei um cobertor e fui pra sala.
Deitei no sofá e fiquei zapeando pelos canais procurando algo pra assistir, mas não tinha nada de interessante. Desliguei a TV e ia me levantar quando ouvi mexerem na porta, meu coração disparou no peito, quem seria a essa hora? Os Black só voltariam na semana que vem.
A porta foi aberta, mas antes que eu pudesse gritar por ajuda ou esboçar qualquer outra reação, a pessoa que entrava acendeu a luz. Meu coração quase parou quando o vi parado na porta.
CAPITULO 8 – AMIGOS?...
POV - Jake
Eu estava sentado na varanda da casa de Becky quando tomei a decisão. Eu voltaria para La Push. Nós já estávamos no Hawaii há quase duas semanas, Rachel e Rebecca estavam tão felizes juntas, principalmente a Rach, ela estava tranqüila, a tristeza pela morte do nosso pai já tinha se transformado em saudade.
Chamei Paul sem que Rach percebesse pra conversar sobre minha volta com ele, nós combinamos como eu faria, ele ficaria aqui com Rachel por mais algumas semanas, ele concordava comigo sobre ela estar mais feliz aqui.
Acordei cedo no dia combinado com Paul para a minha volta, sai sem me despedir das minhas irmãs, apenas passei pelo quarto de Sarah e Sophie e me despedi da minhas sobrinhas. Eu sentiria falta delas.
Paul me levou até o aeroporto e voltou pra casa de Becky, fiquei sentado esperando o avião, meu coração batia apressado, eu me sentia como um garotinho fugindo de casa. Ri de mim mesmo.
O vôo pareceu mais rápido, talvez por causa da minha ansiedade pra voltar pra casa. Quando desembarquei em Port Angeles, já era noite, preferi voltar correndo na forma de lobo ao invés de pegar outro avião.
Estava com saudades de correr livre na minha forma de lobo. No Hawaii eu e Paul nos limitávamos a transformar por alguns minutos apenas pra saber noticias de nossos bandos. Paul fazia isso com menos freqüência, afinal a responsabilidade maior era de Sam, o alpha dele, ao contrario de mim que por ser alpha do meu bando tinha que estar informado de tudo.
Assim que assumi minha forma lupina ouvi os pensamentos de Quil e Seth. Os dois lembravam de uma festa na fogueira que tinha acabado de acontecer, vi na mente deles como a garota que estava ‘cuidando’ da minha casa tinha sido bem recebida por todos, eles já a tratavam como se fosse da família, principalmente Embry que estava bem próximo dela, não sei por que mas ver os dois juntos me irritou. Louco, pois eu nem mesmo conheço a garota.
‘AS duas comadres vão ficar ai tricotando ou vão fazer a ronda’ falei em tom de deboche.
‘Jake’ Seth falou ‘Achei que vocês ainda demoravam pra voltar’.
‘Rachel e Paul ficaram lá’ falei ‘Eu é que não agüentei de saudades daqui’.
‘É bom te ter de volta chefe’ Quil falou.
‘Sem essa coisa de chefe Quil, eu sou só Jake’ falei
‘Eu sei, mas é bom te irritar’ os dois ladraram risadas à minha custa.
‘Vão rindo’... reclamei ‘eu vou pra casa’.
‘ ainda está lá’ Seth falou, vi a imagem da garota na cabeça dele, ela era linda, dava pra entender o porque de Embry ser tão amiguinho dela ‘eu posso leva-la lá pra casa’ Seth continuou falando.
‘Não precisa’ o interrompi ‘ela pode ficar lá, eu não mordo Seth!’ os dois riram ‘Além do mais, é uma boa oportunidade de conhece-la e agradecer por ter cuidado da casa’
‘Certo então, nos vemos amanhã’ Seth falou e voltou pra sua corrida. Eu segui em direção à minha casa.
Parei na floresta e vesti uma roupa, joguei a mochila nas costas e segui pra casa. Peguei a chave reserva que ficava embaixo de um dos vasos de flores na varanda e entrei. Tentei fazer o mínimo possível de barulho, não queria assustar a garota. Assim que abri a porta, acendi a luz e a vi sentada no sofá me olhando com olhos arregalados e o coração audivelmente acelerado.
- Oi – falei – entrando, ela ainda ficou parada me olhando como se estivesse vendo um fantasma – desculpa se te assustei, eu Jake.
- O-o-oi – ela gaguejou enquanto se ajeitava no sofá – eu sou ... Seth me falou que vocês só voltavam no final da semana...
- É era pra ter sido assim, mas eu resolvi me antecipar – falei me sentando no sofá de frente pra ela – mas Rachel ainda vai ficar um pouco por lá...
Ela ficou um tempo em silêncio, eu fiquei quieto, apenas a observando. Ela era muito linda, o cabelo comprido castanho escuro caia em cachos nos ombros e contrastava bem com a pele clara e com os olhos incrivelmente azuis.
- Seth me falou que você ainda não conseguiu um lugar pra ficar – falei quebrando o silencio – não se preocupa com isso, a Rach ainda vai ficar um tempo no Hawaii, então você pode continuar aqui.
- Obrigada – ela falou simplesmente – mas eu vou ver se consigo algo logo.
- Já disse, não precisa se preocupar – falei – vai ser até legal ter uma companhia aqui, ficar nessa casa sozinho não ia me fazer bem.
- Obrigada de novo e eu sinto muito pelo seu pai – ela falou e eu senti a dor me invadir. Fiquei em silencio, eu não sabia como reagir – eu sei como dói perder alguém tão importante.
Ficamos os dois em silencio por um tempo, percebi que ela se mantinha no sofá encolhida, eu não sentia frio por causa dos meus genes de lobo, mas ela devia estar com muito frio.
- Você devia se agasalhar melhor – falei – está bem frio hoje.
- É está frio mesmo, mas eu já vou me deitar – ela se levantou pegando o cobertor do sofá – quer que eu te prepare algo pra comer antes?
- Não precisa – agradeci – acho que posso me virar sozinho.
- Então boa noite, Jake – ela falou sorrindo – foi um prazer conhece-lo.
- Boa Noite, – sorri de volta – e me desculpe pelo susto. – Ela foi pro quarto de Rachel e eu fui pra cozinha.
Deitei na minha cama sem muito sono, tinha dormido bastante no vôo pra Seattle e os dias na casa de Becky, sem ronda na madrugada, me deixaram bem disposto. Fiquei deitado olhando o teto até que um som de bater de queixo chamou minha atenção. Levantei e fui até o quarto de Rachel, estava encolhida na cama debaixo de meia dúzia de cobertores.
Me aproximei pra ver se ela estava bem, assim que toquei em sua testa percebi o porque da tremedeira dela, estava ardendo em febre. Fui até o armário do banheiro, onde sabia que Rachel guardava os remédios. Peguei um antitérmico e um copo de água e voltei pro quarto onde – a chamei baixo – , acorda, você tem que tomar esse remédio.
- Terry... – ela falou baixinho, mas minha audição aguçada me permitiu ouvir – Terry... – ela repetiu.
- Não , eu não sou o Terry – falei ainda tentando acorda-la, ela abriu os olhos de leve.
- Jake – ela sussurrou.
- É sou eu te trouxe um remédio, você está com muita febre – falei ajudando-a a se sentar e lhe entregando o remédio – você deve estar ficando doente.
- Culpa do idiota do Embry – ela falou me devolvendo o copo e se deitando.
- O que o Embry tem a ver com isso? – perguntei.
- O idiota me jogou na água hoje.
- Por que?
- Segundo ele era meu trote...
- Amanhã você me explica isso direito – falei cobrindo-a – agora dorme.
- Tá fazendo frio – ela reclamou.
- você está com seis cobertores e ainda está com frio? – perguntei segurando a risada, ela apenas bufou e se encolheu mais. Levantei e me deitei ao lado dela, a abraçando para que o meu calor acima do normal a aquecesse. (n/a me aquece também Jake!)
O perfume que emanava do cabelo de era embriagante, eu podia passar a eternidade ali apenas sentindo aquele aroma. Acabei pegando no sono, acordei um tempo depois percebendo que estava encharcada de suor.
Retirei a pilha de cobertores de cima dela, mas vi que a roupa que ela usava também estava molhada, peguei uma roupa no armário de Rachel e acordei outra vez.
- – chamei balançando de leve seu ombro.
- Humm? – ela resmungou.
- Levanta, você tem que trocar de roupa. – falei
- Pra que? – ela perguntou abrindo os olhos e só então percebendo que era eu quem falava com ela – Jake? O que você está fazendo aqui?
- Te acordando pra que você troque de roupa, uma vez que a sua está toda suada.
- e por que a minha roupa esta suada? – ela se sentou na cama se avaliando, eu tive que rir – Tá rindo de que? – ela me olhou com a cara fechada.
- De você e da sua amnésia – falei me sentando ao lado dela – Você deu um febrão danado e eu vim aqui e te dei um remédio, só que ao que parece sua febre baixou e as seis cobertas que estavam te cobrindo fizeram você suar bastante. – omiti a parte em que eu fiquei deitado do lado dela.
- Uau, eu não lembro de nada –ela falou pegando a roupa que eu estendia pra ela – de quem é isso?
- Da Rachel – falei – veste, eu vou preparar um chá pra você.
Sai do quarto a deixando sozinha. Não demorou muito e apareceu na porta da cozinha vestindo a roupa de Rachel e enrolada numa colcha.
- Ainda com frio? – perguntei.
- Não, só não quis me arriscar a vir aqui fora sem estar devidamente coberta, não quero ter febre outra vez. – ela sentou numa cadeira e eu lhe ofereci uma caneca com chá – Obrigada por cuidar de mim.
- Que isso, foi um prazer – falei – eu só não entendi ainda por que Embry jogou você na água.
- Segundo ele eu agora faço parte do bando, não me pergunta que bando por que eu também não entendi a piada – mal sabia ela que eu tinha entendido muito bem – e como caloura eu precisava de um trote, ai ele teve a idéia genial de me jogar na água. Agora eu estou pensando em alguma forma bem dolorosa de tortura-lo.
Eu tive que rir dessa. Nós ficamos sentados conversando, ela me contou como tinha se divertido com os garotos no tempo em que esteve aqui.
- Posso fazer uma pergunta pessoal? – falei, fez que sim com a cabeça – Terry é seu namorado?
A expressão dela mudou para uma tristeza grande e eu percebi que tinha falado demais.
- Desculpa, eu não devia ter te perguntado isso – falei – é que ontem você o chamou, acho que eram delirios por causa da febre alta.
- Tudo bem – ela tentou sorrir, mas o sorriso não alcançou os seus olhos – Lembra que ontem eu te falei que sabia o que era perder alguém importante? Bom, Terry era esse alguém que eu perdi. Ele era meu irmão mais velho, a única pessoa que eu tinha no mundo.
- Nossa, deve ter sido bem difícil – falei – pra mim foi terrível perder meu pai, mas eu tinha minhas irmãs e meus amigos pra me apoiar, mas você... e os seus pais?
- Meus pais nunca me deram muita atenção – ela falou triste – quando minha mãe descobriu que estava grávida de mim, eles passaram por momentos bem difíceis, então eu meio que virei um fardo pros dois, eles não me davam atenção, não me davam carinho.
- Mas a sua mãe te tratava assim? – era difícil acreditar que uma mãe fosse capaz de ignorar um filho.
- A minha mãe era quem mais me desprezava – falou triste – ela teve que abrir mão de muita coisa por minha causa. Ela nem se quer me amamentou quando eu era bebê. A única pessoa que cuidou de mim, que se importou comigo foi Terry, por isso foi tão difícil quando o perdi.
- O que aconteceu com ele? – perguntei.
- Nós estávamos acampando com um grupo de amigos de Terry, ai um deles teve a idéia de descer o rio num bote. O bote que Terry estava bateu numa rocha e virou, ele acabou batendo a cabeça e se afogando. – ela respirou fundo – a convivência com meus pais ficou insustentável. Com meu pai nem tanto, já que ele se limitava a me ignorar, mas minha mãe, ela me acusava o tempo todo de ter sido culpada pela morte do Terry.
- Como você pode ter sido culpada? – perguntei – Foi uma fatalidade, você não colocou aquela rocha lá.
- Mas eu o convenci a entrar no bote – ela se levantou chorando – ele não ia participar daquilo, mas eu o convenci a ir.
chorava muito, eu me levantei e fui até ela, a abraçando.
- Deixa de ser boba – falei limpando as lágrimas do rosto dela – não foi sua culpa, Terry poderia ter se negado a entrar no bote, mas não ele decidiu ir. Para de se culpar por algo que você não tem culpa.
Ficamos em silencio um tempo, eu não falei nada para que se acalmasse. Ela chorava muito com a cabeça encostada no meu peito. Quando senti que ela estava mais calma a levei de volta pra se sentar na cadeira e me sentei ao lado dela.
- Vocês são o mais perto de uma família que eu tive depois de perder o Terry – ela falou – eu nem sei porque vocês me receberam assim. Ninguém me conhece, eu sou uma forasteira e vocês me tratam como se eu fosse da família. Eu me sinto como se eu fizesse parte desse lugar há anos.
- Bom, você pode até não fazer parte daqui há muito tempo, mas com certeza vai fazer parte agora – falei sorrindo – todo mundo falou muito bem de você pra mim, inclusive o Seth. Não sei acho que tem uma paixonite dele por você.
- Do Seth por mim! – ela exclamou rindo – não, Seth é como se fosse meu irmão. Eu vi muito do Terry nele, a mesma preocupação comigo, o mesmo carinho.
- E o Embry? – perguntei pra ver a reação dela ao falar dele. Ela riu e balançou a cabeça. – rola alguma coisa ai?
- Não! – ela respondeu espantada – Embry é muito legal, muito atencioso também, como Seth, mas sei lá eu não o vejo assim... ele tem cara de ser muito mulherengo e de fazer muitas mulheres sofrerem por ele. – eu ri, fazendo me acompanhar.
- Realmente as mulheres são perspicazes, em menos de um mês você percebeu coisas que muitas garotas que conhecem Embry a anos não enxergam!
- Embry tem escrito na testa Sou mulherengo .
- E os outros garotos – perguntei voltando ao assunto anterior.
- O que isso? Ta me investigando Sr. Black? – ela perguntou fazendo cara de ofendida.
- Não só quero saber o que você achou das pessoas daqui! – falei fazendo cara de inocente.
- Então por que você não me perguntou sobre Leah ou sobre Sue? Ou Kim, ou Emily, Dara...
- Eu ia chegar nelas –falei – mas já que você se adiantou... como elas te receberam?
- A Sue é praticamente uma mãe pra mim – ela falou sorrindo – mas a Leah... – ela fez uma careta – sei lá ela parece estar sempre incomodada com minha presença. Ela é sempre agressiva, como se vivesse na defensiva, mas eu percebi que ela não é assim só comigo, claro que comigo parece ser mais intenso.
- A Leah é assim mesmo – falei – você acaba acostumando com ela e ela se acostuma com você também.
concordou rindo e tomou o ultimo gole de chá se encolhendo, dentro da colcha, em seguida. Toquei na testa dela e vi que a febre tinha voltado.
- Você está com febre de novo – falei me levantando e colocando as canecas na pia – vá se deitar e eu vou levar outro comprimido pra você.
- Sim senhor – falou se levantando.
Engraçado como nos conhecíamos a menos de 24 horas e eu já me sentia tão a vontade perto dela. Peguei um copo de água e fui pro quarto onde ela estava, antes passei no banheiro e peguei outro comprimido no armário.
POV –
Estranho, era como podia ser definido o momento. Eu conheci Jake a algumas horas e nós já nos tratamos como se tivéssemos vivido uma vida inteira juntos. Entrei no quarto e me encolhi debaixo dos cobertores. Não demorou muito e Jake entrou com um copo de água e um comprimido e me entregou.
- Dorme que logo a febre passa – ele falou – qualquer coisa me chama – ele saiu do quarto deixando a porta entreaberta, dormi logo em seguida.
Acordei no dia seguinte com alguém batendo na porta da casa. Levantei me sentindo bem melhor e fui tomar um banho, afinal meu cabelo estava puro suor. Tomei um banho rápido e sequei meus cabelos, nem pensar em ficar com eles molhados e adoecer de novo.
Vesti uma roupa decente e quente e fui pra cozinha. Seth estava sentado na mesa enquanto Jake preparava o café.
- Bom dia – falei me sentando perto de Seth.
- Bom dia – Seth se levantou um pouco e me deu um beijo no rosto – Jake me disse que você teve febre à noite.
- É culpa do idiota do Embry que me jogou na água – falei – mas eu já me sinto bem melhor.
- Que bom, eu trouxe uma boa noticia – Seth falou animado – lembra da lanchonete que eu te falei? Pois é consegui uma vaga pra você lá. É da mãe da Clair, ela está precisando de alguém pra ajudar a atender, parece que os clientes estão aumentando.
- Que noticia boa Seth! – me animei também – e ela falou quando posso começar?
- Ela falou pra você ir lá hoje – ele falou.
- Nem pensar – Jake que tinha se mantido calado falou enquanto colocava o café na mesa – você ainda não pode sair.
- Nem vem Jake, eu já estou melhor e eu não posso perder essa chance – reclamei.
- Sem querer me intrometer, mas já me intrometendo – Seth falou – realmente ralou muito atrás de um emprego Jake, não é justo ela perder a oportunidade que apareceu agora.
- Não precisa ficar se explicando não, Seth – falei – Jake não pode me prender aqui.
- Ah é assim que você me agradece por ter cuidado de você a noite toda? – ele perguntou ofendido – pode deixar da próxima vez deixo você queimar de febre.
- Ok, desculpa Jake – me rendi – muito obrigada por cuidar de mim ontem, você foi um verdadeiro anjo da guarda, mas eu preciso ir na lanchonete.
- Ta bom chorona – Jake falou rindo – pode ir, mas só pra conversar com Agatha, ok, nada de começar a trabalhar hoje.
- Sim senhor chefe! – brinquei e bati continência, fazendo Jake revirar os olhos e Seth rir.
Começamos a tomar café e alguns minutos depois, Embry, Quil e Leah estavam entrando na casa.
- Já vieram filar café de novo? – Jake perguntou fazendo careta, Seth e eu rimos dele.
- Não preciso filar café na sua casa Jacob – Leah falou revirando os olhos – minha mãe cozinha o suficiente na minha casa. E bem melhor que você.
- A Sue cozinha magnificamente bem, mas o café do Jake não está de se jogar fora. – falei, Leah me olhou de rabo de olho e Jake sorriu pra mim.
- Valeu pelo elogio ! – Jake falou.
- Às ordens – respondi.
- Já se tratam intimamente? – Leah perguntou destilando veneno.
- Acho que a noite passada nos deu esse direito, não é Jake? – pisquei sensualmente o olho pra ele, Leah bufou e saiu da casa batendo o pé – eu acho que ela te ama Jake – falei rindo e ouvi Jake se engasgar.
- Tá louca? – ele perguntou tossindo – a Leah não me ama.
- Como você tem tanta certeza? – perguntei de sobrancelha erguida – ela é mulher, pelo que eu sei solteira, você é homem, solteiro... o que tem demais?
- Seth vai pegar o termômetro, acho que essa garota ta com febre de novo – Jake falou.
- Febre? Você teve febre ? – Embry perguntou sentando ao meu lado e me olhando preocupado.
- embry, você por aqui – falei – isso me lembra de uma coisa.
- O que? – ele perguntou.
- Que eu tenho que te bater até afundar essa sua cabeça grande, seu completo idiota – gritei batendo no braço dele.
- Ai, ai – ele reclamou – o que foi que eu fiz?
- Você me jogou na água, seu retardado e por isso eu dei o maior febrão ontem e não vou poder começar a trabalhar hoje – falei sem parar de bater nele.
- Foi mal – ele se levantou e saiu de perto de mim – eu pedi desculpas ontem.
- Suas desculpas não evitaram a febre dela – Jake falou bravo – você tem que ser mais responsável Embry.
- Ta vendo – falei – ouve o chefe.
Todos pararam de me comer e me olharam.
- O que foi? – perguntei – falei algo errado?
- Não – Quil falou – é que foi engraçado o jeito que você chamou o Jake de chefe.
- Se foi engraçado, vocês deviam estar rindo e não me olhando como se eu tivesse dito “Tem alienígenas cor de rosa comedores de cenouras invadindo a casa”. – eles riram – além do mais, Jake tem cara de chefe, meio rabugento às vezes, mas tem cara de chefe.
- Err... acho que ta na hora de ir na lanchonete de Agatha né, ? – Seth perguntou de repente.
- Posso ir chefe? – perguntei tentando provocar Jake.
- Você sabe ser chata quando quer hein garota? – Jake falou rindo – Vai logo, mas nada de trabalhar hoje hein?
- Pode deixar – falei me levantando – nem que eu quisesse eu conseguiria.
- Ta sentindo alguma coisa? – Embry perguntou preocupado.
- Só uma vontadezinha de te bater – respondi vendo seu rosto adquirir uma expressão triste – to brincando La Push – falei – estou bem, só que meu corpo ainda ta meio dolorido.
- Quer que eu vá com você LA? – Embry perguntou.
- Não precisa, Seth vai me acompanhar. – dei um beijo na bochecha de Embry, vendo Jake fechar a cara e fazer um bico, qual o problema desse garoto? – fica com ciúme não chefe – dei a volta na mesa e fui ate ele e lhe dei um beijo no rosto. Podia apostar que ele tinha ficado corado.
Fui até o quarto de Rachel e vesti uma roupa confortável, me despedi dos garotos que ainda estavam na cozinha e fui em direção à garagem/oficina de Jake onde Seth guardou meu carro no dia em que me mudei pra cá.
Seth estava escorado no carro e assim que eu entrei na garagem ele começou a me olhar com cara de pidão.
- Não vai me dizer que você quer dirigir meu carro de novo – falei.
- Você deixa? – ele fez aquele olhar do gatinho do Shrek.
- Tem como negar algo a esse olhar de cachorro que caiu do carro de mudança em dia de tempestade? – joguei a chaves pra ele que me retribuiu com um sorriso imenso.
Entramos no carro e Seth deu a ré pra sair da garagem, mas antes mesmo de alcançar a rua a bendita lata velha do Terry morreu e não quis religar.
- Fala sério Seth – falei – liga isso!
- Não liga – ele falou girando a chave e pisando no acelerador – viu não funciona.
- Sai daí Seth – bati no braço dele que abriu a porta e saiu, assumi a direção e tentei fazer a joça funcionar – anda porcaria liga! – grite, mas o carro não ligava – grande porcaria essa lata velha – gritei e comecei a bater no volante.
Com meu escândalo os meninos saíram de dentro da casa pra ver o que estava acontecendo.
- Eieieieieieiei – Jake abriu a porta do motorista me tirando lá de dentro – ninguém deve maltratar desse jeito um mustang clássico!
- Ahhhh não, mais um Meu Deus! – falei levantando a mão – o que vocês vêem de tão incrível nessa sucata?
- Não ofende ela! – Jake falou como se eu estivesse xingando, sei lá, sua irmã. – aposto que o problema nem é tão sério assim – ele foi até o capô e o levantou olhando pro motor e pra todas aquelas outras coisas que tem lá e que Terry sofreu até desistir de me ensinar.
Jake me olhou com as sobrancelhas arqueadas e voltou a olhar o carro, depois me olhou de novo.
- O que foi? – perguntei entediada.
- Em que mecânico você levou esse carro? – ele perguntou.
- Nenhum – falei.
- E quem mexeu nisso daqui? – ele mostrou o capô.
- Meu irmão.
- E seu irmão era o que, açougueiro? – ele balançou a cabeça rindo depois me olhou espantado – espera, você veio de Los Angeles aqui nesse carro?
- Foi por que? – agora eu estava curiosa com tantas perguntas.
- É um milagre você estar viva! – ele fechou o capô – ta tudo bagunçado aqui, e a zona que seu irmão fez podia ter te matado facilmente.
- Acho que a única coisa que me mataria nessa lata velha seria tétano – falei entrando em casa – Seth eu vou trocar de sapato e nós vamos andando.
- Não precisa – Jake falou – pode usar meu carro, as chaves estão... – ele olhou pro Embry – onde estão as chaves?
- Na minha casa, junto com o carro – Embry falou descendo as escadas da varanda – eu vou buscar e passo aqui pra te pegar, .
- Não demora – falei e me sentei. Fiquei observando Jake e Seth levarem o carro pra garagem/oficina, como se ele não pesasse mais que 1 kg.
- Você vai na lanchonete a Aggie? – Quil falou se sentando do meu lado.
- Aggie é Agatha? – perguntei e ele fez que sim com a cabeça – vou, Seth conseguiu um emprego pra mim lá. Você a conhece?
- Sim, Aggie é mãe da Claire – ele falou percebi que seu olhos brilharam ao falar de Claire, uma garotinha de mais ou menos 3 anos que estava sempre com os garotos, na verdade sempre com Quil...
- O que você é da Claire? – perguntei – Você está sempre com ela tem uma certa adoração ao falar dela.
- Meio que um padrinho – ele desconversou, mas tinha um sorriso brincando no rosto dele.
- Parece ser mais que isso – comentei, ele me olhou confuso – desculpa se estou sendo intrometida, é que alguns de vocês tem uma maneira estranha de tratar certas pessoas. Como por exemplo você com a Claire, Jared com Kim... é intenso, como se elas fossem mais importantes pra vocês que qualquer outra pessoa.
- Impressão sua – ele falou, senti que ele estava meio nervoso – Jared é desse jeito com Kim porque ela é namorada dele e eu, bom, Claire é a minha princesinha...
Eu ia perguntar mais, mas não o fiz por dois motivos, um é que eu não queria ser invasiva e outro é porque Embry acabava de estacionar o carro na porta da casa de Jake.
Fiz sinal que ele esperasse e fui até a garagem chamar Seth. Ele estava sem camisa debruçado sobre o capô do carro.
- É assim que você pretende me levar na lanchonete? – perguntei e ele me olhou assustado –deixa – falei – Embry me leva, ia sair mais estaquei quando vi Jake saindo de debaixo do carro sem camisa. Que visão era aquela? Ele tinha o peitoral mais definido que eu já tinha visto na minha vida.
- Você vai se atrasar – ouvi Embry falar atrás de mim, me virei e dei de cara com ele parado emburrado e de braços cruzados – vamos.
- Vamos – falei tentando afastar a imagem de Jake seminu da minha cabeça, aquele estava me deixando com calor.
Embry e eu seguimos em silencio para a lanchonete, ele parecia estar com raiva de alguma coisa.
- Algum problema La Push? – perguntei.
- Nada não. – ele respondeu sem tirar os olhos da estrada.
- Deixa de ser mentiroso Em. – falei o encarando – você tem algum problema e não que me contar, o que não é justo, pois sou sua amiga.
- Não é nada mesmo – ele me olhou e sorriu, um sorriso fraco.
- Mentira – falei – se fosse verdade seu sorriso estaria maior, seria um sorriso do tipo propaganda de creme dental. – ele riu alto.
- Você é impossível – ele falou me olhando e pegou minhas mãos nós estávamos parados na frente da lanchonete – não é nada mesmo, só alguns conflitos internos...
- Quando quiser falar promete que vai me procurar? – perguntei.
- Prometo – ele beijou minhas mãos, agora vem que Agatha deve estar te esperando.
Entramos na lanchonete e Embry foi cumprimentado por uma mulher mediana, de cabelos negros e lisos e a pele no mesmo tom moreno de todos os quileutes. Os dois conversaram um pouco, e depois de alguns olhares Embry se virou pra mim com os olhos meio tristes e constrangidos. Ele me pegou pela mão e me levou ao carro.
- O que foi? – perguntei parando.
- Jura que não vai me bater? – ele falou.
- Por que eu te bateria, Em?
- Ela falou que te esperou quase a manhã toda, daí apareceu uma outra garota, filha de um amigo do pai da Agatha e ela acabou ficando com a vaga. – ele falou e olhou pro chão desviando os olhos de mim.
- eu não vou brigar com você Em – falei – não foi culpa sua. – fui até ele e o abracei – nenhum de vocês tem culpa em nada, pelo contrário, vocês são meus anjos da guarda.
Ele sorriu e abriu a porta do carro pra mim.
- Nós vamos achar alguma coisa – ele falou – nem que eu tenha que abrir um negócio e te contratar! – dessa eu tive que rir.
Antes de voltar pra casa, Embry me levou em mais alguns lugares onde eu poderia conseguir um emprego e depois me levou pra ver Sue. Eu estava morrendo de saudades dela, a visita só não foi mais agradável porque Leah estava lá e fazia questão de destilar seu veneno sobre mim o tempo todo. Acabei pedindo Embry pra me levar de volta, estava começando a me sentir mal de novo.
- Você está bem ? – Embry perguntou quando estávamos no carro.
- Acho que a febre deve estar voltando – falei me encolhendo no banco. Embry esticou o braço pegando na minha testa.
- Está mesmo – ele falou acelerando o carro – e está alta.
Cheguei em casa e Jake e Seth ainda estavam mexendo no carro, Embry me ajudou a descer do carro e me levou até o quarto de Rachel.
- Vou perguntar Jake onde tem um antitérmico – ele me deu um beijo na testa e saiu. Minutos depois ouvi os dois discutindo, o armário do banheiro sendo aberto protestando pelos ‘maus tratos’, mais discussão e Embry e Jake quase se matando pra ver que passava pela porta primeiro.
- Eu disse pra você não abusar – Jake falou se agachando ao lado da cama – mas parece que você não quer me escutar. – ele esticou a mão me entregando um comprimido, Embry me deu um copo de água e fez cara feia pra Jake.
- Deita que você logo fica melhor – Embry falou se sentando ao meu lado da cama e passando a mão no meu cabelo – eu vou ficar aqui cuidando de você.
- Não precisa Call, pode ir pra casa ou então arrumar algo pra fazer, eu cuido dela – Jake falou.
- Eu a deixei doente, então eu cuido dela – Embry retrucou, minha cabeça começava a doer com a discussão dos dois. Eu ia abrir a boca pra reclamar deles, mas Seth apareceu no quarto fazendo isso por mim.
- Hey, você vão deixa-la pior desse jeito – ele falou alto – cai fora daqui os dois, deixa que eu cuido dela.
- Nem pensar moleque – Jake falou – os dois podem fazer o favor de ir embora.
- Vocês deviam continuar o que estavam fazendo – Embry falou se levantando e indo até a porta.
- Você que ta sobrando aqui Call –Jake falou se levantando também e parando na frente de Jake. Os dois começaram a discutir, eu não prestei mais atenção, pois estava nos braços de Seth que tinha me pegado da cama e me levava para o carro de Jake.
- Eles vão brigar – falei quando Seth me colocou no banco do carona.
- Aqueles dois ladram mas não mordem ninguém – Seth falou entrando do lado do motorista – eu vou te levar pra minha casa, aqui você não sara nunca.
- O que deu nos dois? – perguntei – Por que eles estão brigando assim?
- Por que os dois tão caidinhos por você – Seth falou rindo e balançando a cabeça.
- Por mim? – perguntei – Fala sério Seth, eu que dou febre e você que delira?
- Acredite no que quiser – Seth falou estacionando na frente da casa dele. Ele devia estar enlouquecendo, Embry e Jake atraídos por mim? Isso só podia ser loucura.
E ai amorecas, o que acharam do encontro dos nossos pombinhos? Pra quem se assustou por que achou que o imprint ia acontecer quando eles se encontrassem, lembrem-se do que a mãe de Jake falou, ele vai ver que ela é a escolhida dele quando olhar nos olhos dela, mas isso vai ter a sua hora certa... Mas e a questão Embry--Jake? No que será que isso vai dar? Espero coments... Bjos e até a próxima onde teremos um pouquinho de Terry.
CAPITULO 9 – CIÚMES
POV – Terry
Eu estava bem mais tranqüilo vendo em La Push, apenas a demora em acontecer o encontro dela e de Jacob me atormentavam, mas segundo Sarah, a mãe de Jacob que conheci aqui nesse plano, as coisas aconteceriam no momento certo. Às vezes algumas situações eram providenciadas para que o ‘momento certo’ pudesse acontecer. E era exatamente por isso que não conseguia encontrar um lugar pra ficar, Sarah tinha algo em mente em relação a isso.
As coisas aqui nesse plano, o meu céu, como me referia ao lugar, estavam calmas, eu e Patch estávamos sempre zelando por , enquanto Sarah cuidava de Jacob. Tudo ficou mais complicado quando o pai de Jacob morreu, Sarah ficou bem abalada, não triste, pois ela o teria - o seu Billy, como ela se referia a ele – de volta ao seu lado, mas ver como os filhos sofriam ao se despedir do pai era muito difícil pra ela.
Ver Jacob, o filho caçula de Sarah e Billy, sofrendo era o que mais a deixava abalada. Segundo Sarah, Jacob sempre fora o mais forte, o mais destemido. Ele assumiu pra si a responsabilidade de cuidar do pai depois que suas irmãs mudaram de La Push e mesmo quando Rachel voltou ele continuou tomando para si a responsabilidade de cuidar de todos.
Quando aconteceu toda a situação com Bella e os Cullen – os vampiros – ele assumiu seu posto de alpha, cuidou de protege-la mesmo ferindo seus sentimentos, pois ele amava a garota. Ele assumiu um bando e fez isso com competência, todos o respeitavam, mesmo os garotos que pertencem ao outro bando.
A morte de Billy só fez essa angustia e a preocupação de Sarah aumentarem, por isso ela tinha a permissão de aparecer para o filho em sonhos, mais vezes que eu podia aparecer para . Sarah tinha que manter Jacob firme, ela tinha que guiá-lo no caminho certo, ou ele e nunca se encontrariam.
As circunstancias da morte de Billy Black ainda me faziam duvidar se as coisas que aconteciam em La Push e Forks eram realmente verdade, ou se talvez tudo, a minha morte, a minha nova vida como aprendiz de anjo da guarda, a vida triste que minha irmã e meus pais estavam levando, tudo isso não passasse de um pesadelo e que mais cedo ou mais tarde eu acordaria.
Mas era tudo verdade, por mais absurdo que parecesse, eu às vezes me pergunto como reagirá quando ela souber toda a verdade. sempre foi muito cética, nem mesmo as historias de monstros e fantasmas a deixavam com medo. Acho que o único medo que ela experimentou foi ficar sozinha depois que eu morri.
Mas agora ela já está bem, ela encontrou uma família em La Push. Sue cuida dela como nossa mãe deveria ter cuidado, os garotos a protegem, inclusive o tal de Embry que anda bem saidinho pro lado da minha irmã e o Seth...
Esse daí ainda me dá dor de cabeça, eu tenho pra mim que ele ta querendo tomar meu lugar. Vive perto de , fica numa preocupação só em ela conseguir um emprego, um lugar pra ficar... não sei não, será que esse moleque não entendeu que só existiu e só vai existir um Terry?
- Ele não ta querendo ser ‘o Terry’ – Patch falou se sentando do meu lado – e você devia estar feliz por ele estar cuidando da sua irmã.
- E você devia parar de xeretar na minha cabeça – falei – deixa de ser intrometido.
- Hey – ele reclamou – olha o respeito, eu ainda sou o superior aqui! – eu ri – é sério Terry, essa crise de ciúme é perda de tempo, ninguém vai ocupar seu lugar no coração de .
- Ta, ta – dei de ombros – mudando de assunto, o que você e Sarah vão fazer a respeito desse triangulo ai? – falei mostrando a cena de Jacob e Embry brigando por causa da minha irmã. Nós estávamos escorados na parede do corredor da casa de Jacob, observando os dois brigarem enquanto Seth levava nos braços pra casa dele.
- Nada – ele falou simplesmente.
- Como assim nada? – olhei pra ele incrédulo – Isso não vai fazer bem depois do negocio lá do imprinting...
- Terry, todos tem livre arbítrio – Patch falou como se ensinasse uma criança – se quiser ficar com Embry, ela fica, se ela quiser ficar com Jacob, ela fica, e se ela quiser ficar sem nenhum dos dois, ela fica!
- Esperai – gritei – eu a convenci de vir pra ca por causa desse imprinting, e agora você me fala que isso pode não acontecer?
- Ela viria de uma maneira ou de outra – ele falou – você só me ajudou a orienta-la pra que ela chegasse mais ‘rápido’.
- Mas se ela ficar com o Embry...
- Terry – ele segurou no meu ombro – ela é a prometida de Jacob, o que acontecer antes deles ficarem juntos, se acontecer algo, é para evolução deles... eles precisam aprender, é pra isso que a vida na Terra serve.
- Mas se ela vai ficar com Jacob, ai não se encaixa o tal livre arbítrio – falei seguindo Terry.
- Se encaixa sim – ele me olhou sorrindo – foram eles que escolheram ficar juntos...
- Como assim?
- Eles escolheram isso antes mesmo de nascer. – ele falou e voltou a andar. Ok agora sim isso estava virando loucura.
POV – Jacob
Ta bom que eu não entendia o que eu estava sentindo em relação a , mas que o Call estava me dando nos nervos ele estava. Sempre se oferecendo pra ajudar, sempre amiguinho demais...
- Já ta saindo fumaça da sua orelha Jake – Seth falou cortando meus pensamentos – e tenho certeza que você não esta pensando tanto sobre o motor do carro.
- Embry e são assim grudados desde que ela chegou aqui? – perguntei na lata, rezando pra Seth não me perguntar o motivo da curiosidade.
- Não, na verdade todo mundo é ligado na – ele riu – é como se ela fosse nossa irmã mais nova que precisa de mais cuidado que todo mundo. Como se fosse uma menininha.
- Mas todo mundo é assim com ela, como Embry é? – perguntei de novo.
- E como Embry é? – ele me olhou com as sobrancelhas arqueadas.
- Sei lá – fingi dar de ombros – ele parece gostar mais dela do que como amigo...
- Talvez – ele voltou a mexer no motor do carro – eu só não sei se ela retribui. – um pequeno sorriso se formou no meu rosto, mas eu tratei de desfazê-lo antes que Seth começasse a perguntar coisas que nem eu mesmo sei responder. – e você Jake?
- Eu o que? – disfarcei o susto com a pergunta dele.
- O que você achou da ?
- Ela é legal – falei simplesmente.
- Só legal? – ele insistiu.
- Ela é diferente Seth... – falei desintindo de mexer no carro e passei a encará-lo – é como você disse, ela parece uma menininha que precisa de cuidados o tempo todo, como se qualquer palavra, qualquer ação errada fosse quebrá-la. – ele me olhou e riu de lado. Percebi que ele ia falar mais, só que fomos interrompidos por Embry que entrava na garagem.
- Vocês demoraram – falei.
- pediu que eu a levasse na Sue – Embry respondeu – Jake onde tem antitérmico?
- Ela ta com febre de novo? – perguntei já limpando as mãos e vestindo uma camisa.
- Ta – ele falou me seguindo – mas a febre não ta muito alta não...
- Você devia tê-la trago logo – o interrompi – não tinha que ter ficado passeando, não com ela doente. – entrei na cozinha e fui pegar um copo de água, mas Embry já estava com um na mão, segui então pro banheiro pra pegar um comprimido.
- Basta falar onde estão os comprimidos e eu pego – ele reclamou tentando passar na minha frente – você pode voltar pra garagem.
- Você ta na minha casa Call – falei rude – eu te aconselho a cair fora. – tentei entrar no quarto de Rach, no mesmo momento que Embry também entrava, o que fez com que nós dois ficássemos ‘enganchados’ na porta.
Empurrei Embry e entrei.
- Eu disse pra você não abusar – me agachei ao lado da cama – mas parece que você não quer me escutar. – entreguei um comprimido, Embry a deu água, fazendo cara feia pra mim. Idiota, basta uma ordem de alpha e ele sai daqui com o rabo entre as pernas.
- Deita que você logo fica melhor – Embry falou se sentando ao lado dela cama e alisando o cabelo de – eu vou ficar aqui cuidando de você. – ai eu fiquei nervoso, como assim vai ficar aqui?
- Não precisa Call, pode ir pra casa ou então arrumar algo pra fazer, eu cuido dela – falei nervoso.
- Eu a deixei doente, então eu cuido dela – Embry retrucou, esse garoto ta abusado. Comecei discutir com ele, mas Seth entrou no quarto nos interrompendo.
- Hey, você vão deixa-la pior desse jeito – ele falou alto – cai fora daqui os dois, deixa que eu cuido dela.
- Nem pensar moleque – falei – os dois podem fazer o favor de ir embora.
- Vocês deviam continuar o que estavam fazendo – Embry falou se levantando e indo até a porta. É agora que eu quebro a cara desse moleque abusado.
- Você que ta sobrando aqui Call – falei me levantando também e parando na frente dele.
- Ah qual é Jake – ele me enfrentou – eu não to entendendo essa sua crise.
- Qual é digo eu Embry, ta pensando em enfrentar seu alpha?
- E você vai usar sua superioridade na matilha pra me afastar dela? – nós nos encaramos, só agora percebendo sobre o que discutíamos e na frente de quem estávamos falando coisas que não deviam ser ditas.
Como se estivéssemos em câmera lenta, nos viramos para a cama pra ver que a essa altura devia estar com uma tremenda cara de espanto. Mas quem ficou com cara de espanto fomos nós dois, pois a cama estava vazia. Nem Seth nem estavam no quarto.
- Pra onde é que aquele moleque a levou? – perguntei nervoso.
- Provavelmente pra casa dele – Embry falou saindo – eu vou lá.
- Não Embry – falei e ele travou no meio do caminho – Seth tem razão, essa nossa discussão não vai ajudar a melhorar, deixa pra ir lá mais tarde.
- Se você quiser ficar ai, pra mim é melhor – ele falou e saiu, eu me joguei no sofá. Que diabos estava acontecendo comigo? Que reação é essa com ?
POV – Leah
Estava tudo tranqüilo hoje, acordei cedo apesar de ter feito ronda de madrugada. Tomei um café rápido e fui me reunir com os garotos na casa de Jacob, fiquei sabendo ontem por Seth que ele estava de volta.
No caminho encontrei Embry, Quil, pra variar, os dois falavam da bonequinha de porcelana. É incrível como ele são mansos quando se trata dela, ficam todos babões e se esquecem de um detalhe importante, quanto mais próxima de nós essa garota fica, mais fácil ela descobrir nosso segredo.
Entramos na casa de Jake e vimos ele, Seth e a princesinha conversando na cozinha.
- Já vieram filar café de novo? – Jake perguntou fazendo careta, a princesa e Seth riram.
- Não preciso filar café na sua casa Jacob – falei ignorando as hienas – minha mãe cozinha o suficiente na minha casa. E bem melhor que você.
- A Sue cozinha magnificamente bem, mas o café do Jake não está de se jogar fora. – a ‘bonequinha’ falou fazendo Jacob sorrir feito um bocó, revirei os olhos.
- Valeu pelo elogio ! – Jake falou.
- Às ordens – ela respondeu.
- Já se tratam intimamente? – perguntei.
- Acho que a noite passada nos deu esse direito, não é Jake? – ela piscou o olho pra ele, idiotas, sai batendo o pé mas antes ainda ouvi a imbecil falando – eu acho que ela te ama Jake.
Até parece que eu vou perder meu tempo gostando desse demente. Ele já deve ter esquecido a sanguessuga sem sal, pois já ta arrastando as asinhas pra bonequinha de luxo. Caminhei até a praia, onde me sentei e fiquei olhando o mar.
Pensei em tudo que aconteceu comigo desde o dia que me transformei. Lembrei de como foi difícil perder meu pai e como, bem antes disso, foi difícil perder o Sam. Pra todo mundo eu sou apenas um garota amarga que ficou rabugenta depois que o namorado a trocou, mas ninguém me entendia de verdade, pra ver como era difícil lidar com tudo.
Ninguém tinha idéia do quão difícil era pra mim estar na matilha de Sam e ver na cabeça dele o quanto ele adorava a Emily, ver todo o amor que ele sente por ela, o desejo de casar, ter filhos, ter uma vida que ele compartilharia comigo. Tudo isso machucou muito, até eu conhecer a minha salvação, quando Jake reivindicou pra si o posto de alpha de direito, eu vi ali a minha chance de fugir da dor. Mas eu não podia pensar em nada, se Sam cogitasse essa possibilidade, ele iria me dar a ordem pra ficar, não porque ele me queria perto dele, mas porque ele não queria perder mais um guerreiro pros vampiros.
Me mudar pra matilha de Jake foi a coisa mais certa que eu fiz, pelo menos eu achava isso, até me apaixonar por ele. É a bonequinha de luxo tinha razão, eu estava sim apaixonada pelo Jake, mas eu luto contra esse sentimento, eu sei que não é certo, além de ter o fato de acontecer um imprinting e eu sofrer tudo de novo, tem a questão de que ele nunca iria me querer, ele é obcecado por Bella, mesmo que agora ela seja uma sanguessuga fedorenta.
Fiquei na praia mais um pouco, mas comecei a sentir o cansaço da ronda me abater e resolvi ir pra casa, talvez minha mãe estivesse lá pra me dar um colinho. Cheguei em casa e vi um bilhete da minha mãe dizendo que ela estava na casa da Sra Uley, me joguei no sofá e liguei a TV. Não demorou muito e minha mãe voltou.
- Em casa a essa hora, filha? – ela perguntou – Achei que você ficaria na casa do Jacob.
- Não – respondi seca – lá estava chato.
Ela não falou mais nada, foi para a cozinha provavelmente preparar o almoço. Pouco tempo depois uma batida leve na porta e Embry entrou.
- Tia Sue? – ele ainda tinha a mania ridícula de chamar minha mãe de tia, como se fosse um garotinho – eu trouxe uma visita pra senhora.
- Visita? – mamãe perguntou vindo da cozinha enxugando a mão num pano de prato – ! – ela exclamou ao ver quem atravessava a porta entrando – que surpresa boa.
- Oi Sue – a coisinha falou abraçando minha mãe – estava passando por perto e pedi Embry que me trouxesse aqui pra te ver.
- Que bom – mamãe a fez se sentar no sofá – fica pro almoço?
- Não Sue, muito obrigada, mas eu tenho que fazer companhia pro Jake.
- O Jake já voltou? – Mamãe gritou da cozinha – achei que ele só voltaria daqui alguns dias.
- Ele resolveu voltar antes – ela respondeu me encarando – mas a Rachel ainda ficou lá.
Comecei a encará-la também, essa garota tem algum problema ou não tem medo de morrer.
- Embry será que você pode me dar uma ajudinha aqui? – mamãe falou e Embry foi ajudá-la deixando eu e a coisinha sozinhas.
- Desculpa pelo que eu falei mais cedo – ela falou quebrando o silencio – eu não quis ser rude com você.
- Tanto faz – falei – sua opinião não me importa.
- O que eu te fiz? – ela perguntou eu a olhei com cara de como assim? – Eu não sei por que você me trata desse jeito.
- Eu não te trato ‘desse jeito’, só não me interesso na sua historinha, no seu mundinho... não sou do tipo que segue tendências, e ao que parece você é a tendência do momento.
Ele fez uma cara de quem comeu e não gostou e se recostou na poltrona onde estava sentada. Eu bem que queria que ela fosse embora logo, o cheiro dela era enjoativo. Não demorou muito e ela pediu Embry pra que a levasse pra casa, ele como o bom cachorrinho que é obedeceu.
Os dois saíram e logo em seguida minha mãe veio da cozinha me olhando com cara de quem ia me dar uma boa bronca.
- Leah Clearwater – ela falou parando na minha frente com as mãos na cintura – nem eu nem seu pai lhe demos essa educação.
- O que eu fiz? – falei me fazendo de inocente.
- Eu ouvi a maneira como você falou com , custa tentar ser agradável com a garota?
- Custa mãe – falei me sentando – eu não vou ficar por ai abanando o rabinho pra essa garota, ninguém aqui conhece ela e fica todo mundo adulando e fazendo charminho. Ah tenha paciência!
- O que isso Leah? – ela me olhava assustada – essa não é a minha garotinha.
- É mãe, talvez a seja uma filha melhor que eu – levantei e sai, eu não queria mais conversar sobre isso.
Eu estava começando a cochilar quando ouvi as vozes de Seth e da minha mãe, fiquei quieta ouvindo a conversa, eu estava com medo de ter magoado minha mãe com as minhas palavras, mas eu acabei ouvindo um nome que não me agradou em nada: . Levante e abri a porta a tempo de ver Seth entrar no quarto dele com ela nos braços.
- O que aconteceu? – perguntei, tudo bem que eu não morria de amores por ela, mas também não desejava que a garota morresse, talvez apenas da boca pra fora.
- Ela adoeceu depois que Embry jogou ela na água ontem à noite, a febre vai e volta... – Seth respondeu a ajeitando na cama.
- E porque ela não ta na casa do Jake? – perguntei.
- Porque ele e Embry estavam se matando pra ver quem cuidaria dela, então eu decidi que era melhor tirá-la de lá antes deles se matarem.
- Fez muito bem filho – minha mãe falou entrando no quarto com um termômetro – deixa que eu cuido dela.
Ótimo quanto mais eu corro do capeta mais ele vem me atazanar.
POV – Embry
Ta certo que brigar com Jake por causa da não foi muito racional, mas quem disse que eu fico racional perto daquela garota? Quem diria, eu Embry Call, o rei das baladas, literalmente de quatro por uma garota.
Mas era especial, ela era incrivelmente linda, doce, carinhosa, sincera e ainda tem aquele par de olhos azuis que enfeitiça qualquer um. E nesse qualquer um lê-se: Jacob Black. O imbecil mal chegou de viagem, mal conhece e ta se achando o dono dela, ainda vem com essa historia sem noção de me dar uma ordem de alpha pra eu me afastar dela.
Seth é outro intrometido, da onde ele tirou a idéia de que ele podia tirar da casa do Jake assim sem falar nada com ninguém, ele ia era ganhar uns cascudos, moleque abusado. Cheguei na casa de Sue e entrei sem nem mesmo bater na porta, que por acaso estava aberta.
- Tia Sue? – chamei – Seth?
- Aqui no meu quarto – ouvi Seth falar, mas nem cheguei a me aproximar do corredor e tia Sue apareceu na minha frente com cara de poucos amigos. Eu só via essa expressão em uma pessoa, na minha mãe e só quando eu fazia algo bem errado.
- Oi tia – falei – a ta ai?
- ta dormindo – ela falou cruzando os braços – que idéia de jerico foi essa de jogar a menina na água fria de madrugada?
- Desculpa tia, eu nem me lembrei que ela é uma humana normal, que sente frio... eu to tão acostumado com os outros lobos e já me sinto tão a vontade perto de que nem me toquei que ela adoeceria.
- Vocês são todos inconseqüentes. – ela balançou a cabeça – agora ela ta dormindo, eu dei um chá a ela que vai deixá-la melhor. Amanhã ela já vai estar bem, foi só um resfriado. Mas ela fica aqui até amanhã.
- Posso ficar por aqui hoje? – perguntei fazendo cara de menino que sempre amolecia a tia Sue.
- Vai adiantar se eu disser não? – ela sorriu e me deu um beijo na testa, andando na direção da cozinha em seguida – se for no quarto, faz o favor de não acordar .
- Pode deixar – falei me dirigindo ao quarto de Seth.
A porta estava entreaberta, dava pra ver Seth sentado na beira da cama olhando pra com carinho. Ele também? Será que todo mundo resolveu gostar dela?
- Posso entrar? – perguntei baixinho fazendo ele olhar pra minha direção.
- Pode – ele falou e voltou a encarar dormindo.
- Tenho que pedir desculpas a ela, por aquela cena com o Jake. – falei enquanto me abaixava ao lado da cama.
- A gente pode conversar lá fora? – Seth me olhou e se levantou. Dei um beijo na testa de e saí com ele.
Nós caminhamos um pouco pelas ruas de La Push, Seth ficou calado, o que era estranho, pois foi ele que pediu pra conversar.
- Eu vou falar só uma vez – ele falou parando e se virando pra mim, os olhos sérios – eu tenho como uma irmã. É do conhecimento de todo mundo o quanto Leah ficou amarga depois de se transformar, ela não trata mais ninguém com carinho, nem mesmo eu e minha mãe que somos a família dela, então meio que supriu o que faltava.
- Onde você quer chegar Seth? – perguntei não entendendo o que ele queria dizer com essa conversa.
- Onde quero chegar... – ele me olhou muito sério – eu posso ser mais novo que vocês, mas se eu souber que você ou o Jake ou qualquer outra pessoa fez sofrer, vocês vão conhecer um Seth que nunca viram antes.
Dito isso ele enfiou as mãos nos bolsos e saiu andando de volta pra casa dele. Mas antes de sair da minha vista, deu um ultimo recado.
- Melhor você me substituir na ronda hoje – falou – avisa o Jake que não vou porque vou cuidar da . – eu ia abrir a boca pra questionar, dizer que ele podia fazer a ronda que eu cuidaria dela, mas ele foi mais rápido – e não, você não pode cuidar dela.
Seth andou depressa pra casa e me deixou parado com cara de paspalho. Desde quando esse moleque acha que pode mandar em mim? Eu ia ignorar o que ele falou e ia ver , mas resolvi não brigar, não hoje. Fui pra minha casa, eu precisava de um banho frio.
POV – Seth
- Onde você quer chegar Seth? – Embry perguntou notavelmente sem entender o que eu estava dizendo.
- Onde quero chegar... – o olhei sério, pra que ele entendesse que quem estava falando não era mais o moleque da matilha – eu posso ser mais novo que vocês, mas se eu souber que você ou o Jake ou qualquer outra pessoa fez sofrer, vocês vão conhecer um Seth que nunca viram antes.
Disse isso e voltei a caminhar, dessa vez pra casa. Deixei Embry parado no meio da rua, mas antes de me afastar dei um ultimo recado.
- Melhor você me substituir na ronda hoje – falei – avisa o Jake que não vou porque vou cuidar da . – eu sabia muito bem o que estava passando na cabeça dele nesse exato momento, então eu me virei e completei antes que ele falasse – e não, você não pode cuidar dela.
Eu seguia pra minha casa quando resolvi parar em um lugar antes. Apressei meus passos até parar de frente pra casinha vermelha. Eu ouvia o barulho na garagem, mas nem precisava disso, eu sabia que Jake estaria lá.
- E ai moleque – ele falou assim que entrei – você podia ter avisado antes que tava levando pra sua casa.
- Vocês não iam me ouvir – dei de ombros escorando na moto de Jake que estava parada num canto.
- Como ela está? – ele perguntou – já trouxe ela de volta?
- Está bem, e não – falei – ela vai ficar lá em casa até amanhã. Ordens da Sra Clearwater. – ele riu.
- Eu imaginei que Sue não ia deixar ela sair de lá até ela estar melhor. Embry apareceu por lá?
- Apareceu e já foi embora.
- Achei que ele fosse ficar por lá...
- Eu o mandei ir embora – ele desviou os olhos do carri e me encarou com uma sobrancelha arqueada – olha só Jake – falei – você pode ser mais velho que eu e pode ser meu alpha também, mas eu vou ignorar tudo isso e vou te dar o mesmo recado que eu dei pro Embry.
Ele continuava me olhando, mas agora com o cenho franzido, eu podia sentir no ar que ele estava preste a colocar seu lado alpha em jogo.
- E não adianta me ordem de alpha não – falei o fazendo fechar ainda mais a cara – é especial demais pra virar brinquedinho seus, então seu eu souber que um de vocês a magoou ou a fez sofrer, é comigo que vocês vão acertar as contas, e pode ter certeza que eu estou pouco me lixando se você é meu alpha. Eu te considero meu melhor amigo, espero que você não queria colocar nossa amizade em risco.
Assim como fiz com Embry, eu falei e sai, deixando Jake sozinho. Eles dois estavam me deixando estressados, e o pior eles estavam deixando estressada e assustada. Dois malucos, era bom os dois se entenderem longe dela.
Voltei pra minha casa, eu já estava cansado desse dois. Mal entrei e Leah apareceu na minha frente me fuzilando com os olhos. Respirei fundo, mais uma pra enfrentar.
- O que é Leah? – perguntei me jogando no sofá.
- Por que você trouxe a bonequinha de porcelana pra cá? – ela perguntou se sentando na minha frente.
- Porque ela ta doente Leah, ela precisa de cuidados. – falei recostando a cabeça no encosto do sofá.
- Então levasse ela pra um hospital!
- Por que te incomoda tanto?
- Porque ela é uma fingida, falsa que ta fazendo todo mundo de besta com essa carinha de menina abandonada.
- Você ta com ciúmes dela Leah – falei encarando minha irmã – e ta ciúmes porque você não é capaz de tratar as pessoas como trata. Você sempre foi doce Leah, porque ser assim agora? Porque tratar todo mundo mal? Até a mãe você magoou!
- Eu não falei aquilo com ela por mal – ela falou olhando pro chão, visivelmente envergonhada – eu estava nervosa, com raiva. Tudo agora gira em torno da bonequinha, tudo tem que ser pra , como quer... eu já me cansei dessa garota.
- Um dia as coisas foram pra você, como você queria, mas por causa dessa sua armadura, você perdeu tudo. Talvez se você voltasse a ser a Lee.
- Você prefere ela né? – Leah gritou se levantando – você queria que ela fosse sua irmã, não eu.
- Leah você está incoerente – falei me levantando também, eu ia era tomar um banho e deixar essa doida conversando sozinha.
- Eu ouvi Seth, eu ouvi o que você falou com o Embry – eu virei para olha-la e ela tinha lágrimas nos olhos – eu ouvi você falando que ela supria o que faltava em mim. Eu vi como você a defendeu, como você conseguiu ameaçar o Embry e até mesmo enfrentar o Jake, o seu alpha por ela, mas você nunca fez isso por mim. Você nunca enfrentou o Sam por mim.
Ela saiu descontrolada pela porta correndo em direção à floresta, pouco tempo depois eu pude ouvir ao longe o som das roupas dela sendo rasgadas e os passos pesados de loba. Ok agora eu tenho certeza, La Push inteira está enlouquecendo!
CAPITULO 10 – CONFUSÃO
POV –
Acordei muito bem disposta, nenhuma dor pelo corpo, nenhum sinal de febre. Dei uma olhada ao redor e vi onde eu estava, eu conhecia esse quarto, mas ele não ficava na casa do Jake, foi ai que lembrei da confusão de ontem, Jake e Embry discutindo sobre quem cuidaria de mim, Seth me tirando de lá e me trazendo pra casa dele, Sue cuidando de mim...
- Bom dia – Seth falou parado na porta.
- Bom dia – respondi me sentando.
- Dormiu bem? – fiz que sim com a cabeça – Se sente melhor?
- Muito melhor – falei – não sei que milagre foi que sua mãe fez, mas eu estou perfeitamente bem.
- Foi o chá que ela te deu – ele falou se sentando do meu lado – uma mistura de ervas.
- Como estão o Jake e o Embry – perguntei – eles se mataram? – nós rimos.
- Ainda não – ele respondeu – eu conversei com os dois.
- Conversou? – perguntei – o que exatamente você conversou com eles?
- Nada demais.
- Sei – falei e mudei de assunto – você não devia estar na escola?
- Tirei o dia de folga – ele sorriu maroto – pra cuidar de você.
- Eu já me sinto bem, mas você pode me ajudar a encontrar um emprego o que acha?
- Não antes de você tomar um café reforçado, ordens da Sra Clearwater – ele se levantou estendendo a mão pra me ajudar.
- Eu não seria louca de descumprir uma ordem da general Clearwater – nós rimos – nem seria difícil, já que estou azul de fome.
Tomei um café com Seth – café não que aquilo era praticamente café, almoço e janta de tanta comida que tinha na mesa – e nós fomos até a casa de Jake pra que eu tomasse um banho e trocasse de roupa. A casa estava vazia, nem um mínimo sinal de Jacob por lá, melhor já que eu não sabia como encará-lo depois da confusão de ontem.
Vesti uma roupa simples, porém mais formal, já que eu iria pleitear um emprego. Escolhi uma calça jeans e uma blusa de manga comprida preta. Calcei meu all star rosa e branco e peguei um moleton. Seth estava me esperando na sala.
- Então estou bem? – perguntei dando uma voltinha na frente dele.
- Se você não estiver interessada em uma vaga de presidente numa multinacinal ou algo do tipo acho que essa roupa serve – franzi o cenho e ele riu me abraçando em seguida – está ótimo sua boba.
Nós saímos de casa abraçados e demos de cara com Embry. A expressão no rosto dele ao me ver com Seth não foi muito boa.
- Oi – ele falou – se sente melhor?
- Bem melhor Emb – respondi – Sue me deu um chá milagroso que me fez ficar novinha em folha.
- Que bom – ele falou e o vi lançar um olhar bravo pro Seth – vocês vão sair?
- Seth vai me levar pra procurar emprego em Forks – falei – algum problema?
- Não nenhum, é só que você estava mal ontem e eu achei que talvez você devesse descansar...
- Nem pesar – retruquei – eu não vou ficar de castigo em casa. Preciso encontrar um emprego e Seth vai me acompanhar.
- Não falei por mal... – ele respondeu. Era impressão minha ou Embry estava triste?
- Está com algum problema Emb? – falei descendo as escadas e me aproximando dele ele fez que não me dando um sorriso que não alcançou os seus olhos, o que significava que ele estava com algum problema sim – Faz assim, passa aqui à noite, a gente pode dar uma volta na praia e conversar um pouco...
- Pode ser – ele falou e em seguida me deu um beijo na cabeça e saiu.
Me virei pra Seth que olhava Embry se afastar, ele estava com o semblante sério, foi então que eu me lembrei de Seth ter me falado que tinha conversado com Embry e Jacob.
- Seth Clearwater – falei cruzando meus braços na altura dos seios – o que o senhor conversou com o Embry pra ele ficar tão estranho comigo?
- Eu? – ele fez cara de inocente – não falei nada de mais. E eu não achei ele estranho com você não...
- Ah não? Então por que será que ele me tratou tão distante e respondeu um ‘pode ser’ pro meu convite?
- Deve ser porque ele não ta a fim de sair – ele deu de ombros – vamos logo ou você vai se atrasar.
- Sei – falei o acompanhando até o carro de Jacob, uma vez que a minha lata velha ainda estava sob os cuidados do Sr. Mecânico Black.
- Seu carro fica pronto logo – Seth falou quando estávamos a caminho de Forks – vai ficar muito bom, o Jake é um bom mecânico.
- Se ele fizer aquela joça andar eu já o qualifico como um super mecânico – eu ri – sabe eu não entendo o que vocês acham de tão incrível naquele carro.
- É um clássico, e nós gostamos dos clássicos.
- Vocês são é doidos, como o Terry era – falei – ele podia ter o carro que quisesse, posso até apostar que se ele pedisse uma Ferrari zero, ele ganharia, mas ai ele escolhe aquela coisa.
- Por que você não ganhou um carro como seu irmão? – Seth perguntou
- Porque eu não existia naquela casa – respondi olhando a paisagem pela janela.
- , desculpa tocar nesse assunto, mas é que eu não entendo como uma mãe e um pai podem rejeitar um filho assim, sei lá talvez você que tenha se afastado deles...
- Sim eu me afastei – falei – mas fiz isso porque eu cansei de correr atrás deles, mendigando amor e carinho. Eu tinha isso do Terry, então pra mim já estava de bom tamanho, eu não preciso da Violet nem do George.
- Você chama seus pais pelo nome? – ele me olhou de sobrancelhas arqueadas.
- E você queria o quê? – o encarei – que depois de tudo que passei naquela casa eu chamasse os dois de mamãe e papai? Ah me poupe Seth. Eles eram os pais do Terry, não meus.
Seth ficou em silencio e eu o acompanhei, o que não devia ter feito, a falta de conversa no carro me fazia pensar em como sempre foi ruim não ter pais, acho que nem que perdeu ou nunca conheceu os pais não sentia a dor que eu sentia, a dor de ser rejeitada, de nunca ter sido desejada, de não se sentir parte da família.
Senti os meus olhos arderem, mas engoli o choro, eu não ia derramar mais nenhuma lágrima por Violet e George, eu fiz essa promessa no dia que sai daquela casa e iria cumpri-la.
- Vamos passar na delegacia, Charlie deve saber de algum lugar pra você encontrar trabalho. – Seth falou quebrando o silencio, apenas balancei a cabeça em sinal positivo, não confiaria na minha voz agora, ela provavelmente sairia embargada denunciando minha vontade de chorar.
Seth dirigiu mais um trecho e logo vi a cidade. Forks era pequena, maior que La Push é claro, mas ainda pequena. Uma cidade calma, daquele tipo onde todo mundo sabe da vida de todo mundo. O verde era dominante, pra onde quer que se olhasse havia verde, mas isso não me irritava ou me entediava, pelo contrario, eu ficava feliz em estar ali, era como se as árvores, as folhas, a floresta fossem uma parte de mim.
Paramos na frente do posto policial e Seth desceu, abrindo a porta pra mim em seguida. Assim que entramos um homem alto de bigode e uniforme policial veio nos receber.
- Seth, que surpresa você por aqui. Algum problema com a Sue ou com a Leah? – ele perguntou preocupado
- Não Charlie, está todo mundo bem – Seth o tranqüilizou – eu vim aqui pra te perguntar uma coisa, mas antes deixa eu te apresentar a .
- Oi – falei acenando.
- se mudou pra La Push há algumas semanas e agora ela está procurando um emprego...
- E por que você veio pra cá ? – Charlie me perguntou, senti seus olhos me avaliando.
- Mudança de ares – respondi somente – queria viver novas aventuras...
- E seus pais, o que acharam disso? – ele continuava a me avaliar, talvez não o fizesse por mal, talvez fosse apenas algo de sua profissão.
- Bom meus pais não tem muito o que achar – falei tentando não soar muito rude – eu sou maior de idade, posso fazer o que eu quiser.
- Claro que pode – ele respondeu franzindo um pouco o cenho – pelo que parece você não tem uma boa relação com seus pais...
- Não é bem assim, eles não se importam comigo e eu não me importo com eles, nós conseguimos conviver assim – falei, fiz o possível pra que minha voz não transparecesse o quanto me magoava a falta de interesse dos meus pais.
- Certo então – Charlie falou encerrando o assunto – bom, eu soube que os Newton estão precisando de uma ajuda na loja deles agora que o Mike está na faculdade...
- Os Newton são da loja de artigos esportivos? – Seth perguntou.
- É sim, vocês podem ir até lá e falar com a Sra Newton que eu indiquei a , vai ficar mais fácil conseguir o emprego, apesar de eu não achar que ela vá colocar nenhum empecilho.
- Obrigada Charlie – falei me retirando.
- Não precisa me agradecer, basta ficar longe de encrencas. – ele falou sério.
- Pode deixar Charlie, eu faço questão de cuidar dela – Seth falou me levando pela mão.
- Acho que ele está desconfiado de mim. – falei quando estávamos no carro.
- Por que ele estaria? – Seth me perguntou com a sobrancelha arqueada.
- Ah Seth, vai me dizer que você não desconfiaria de uma garota de 18 anos que sai de casa de repente e não está dando a mínima pro que os pais pensam?
- Não – ele falou sério – eu conheço sua história e sei bem por que você saiu de casa.
- Ta, mas o Charlie não conhece a minha história – falei.
- Ele vai conhecer em breve – Seth sorriu um pouco – posso apostar com você que hoje à noite ele vai estar na minha casa perguntando a minha mãe. E posso apostar mais, ele com certeza adorou ter um motivo pra ter que ir visitar a Dona Sue Clearwater.
- O que, Charlie e sua mãe estão se paquerando? – perguntei de boca aberta e olhos arregalados.
- Eles até que tentam esconder, mas ta na cara que eles estão caidinhos um pelo outro. Eu dou o maior apoio, Charlie é divorciado, minha mãe já é viúva há três anos, nada mais justo que eles se acertarem e serem felizes logo.
- Engraçado você pensar assim – falei
- Por que?
- Geralmente os filhos têm ciúmes quando a mãe arruma um namorado.
- Mas eu gosto do Charlie – ele falou sorrindo fraco – e eu gosto de ver como minha mãe se alegra perto dele.
- Mas voltando ao assunto anterior – falei o encarando – você acha que depois que souber da minha história, o Charlie vai procurar os meus pais? – a idéia de Charlie informando meus pais onde eu estava não me agradava muito – Não que eu ache que Violet e George estejam preocupados com minha fuga de casa...
- Eu não sei o que Charlie vai fazer depois que souber da sua história, mas eu acho que você devia pelo menos ligar pros seus pais...
- Ta louco Seth? – praticamente gritei – Eu sai de casa por que eles não davam a mínima pra mim, agora você quer que eu volte?
- Não – ele começou a se explicar – eu só acho que seus pais devem estar preocupados com você, sei lá, é difícil acreditar que seus pais não te dão a mínima...
- Seth – falei nervosa – você pode acreditar no que quiser, eu não vou ligar pra ninguém, só eu sei o que foi viver 18 anos naquela casa, sempre me sentindo excluída, indesejada... – a essa altura eu já estava chorando e quebrando a minha promessa – eu não quero mais saber do Sr. e da Sra. Howard, quero esquecer que um dia tive pais.
- Shhh – ele parou o carro me abraçando – desculpa , não queria te deixar assim, eu não vou mais tocar nesse assunto, eu prometo.
Nós ficamos abraçados um tempo, até que eu consegui controlar as lágrimas e o soluço. Seth me fazia lembrar Terry, ele tinha por mim o mesmo carinho que meu irmão tinha, eu me sentia bem em La Push, me sentia protegida.
- Acho melhor a gente ir – falei – antes que eu perca mais uma oportunidade.
- Vamos – ele falou ligando o carro de novo.
Não demorou muito e nós paramos na porta de uma loja simples, de materiais esportivos. Uma senhora estava atrás do balcão nos cumprimentou sorrindo.
- Olá, bem vindos à Newton’s, em que posso ajudá-los?
- Oi eu sou Seth Clearwater, essa é Howard, nós viemos aqui por indicação do chefe Swan, ele disse que a senhora estava precisando de ajuda aqui e ela – ele apontou pra mim – está precisando de trabalho.
- Oh estou precisando sim – ela falou – então .
- – a interrompi.
- Certo, então , você entende alguma coisa de produtos esportivos?
- Pra ser sincera Sra...
- Diana.
- Sra Diana – continuei – eu não entendo muito de esportes, mas tenho facilidade em aprender.
- Bom então considere-se contratada querida – ela falou sorrindo.
- Quando eu começo? – perguntei me sentindo bem mais feliz.
- Amanhã de manhã – Diana me respondeu ainda sorrindo, senti que seriamos boas amigas.
- Então até amanhã Diana.
- Até amanhã .
Seth e eu saímos da Newton’s, mas antes de ir pra casa pedi que ele me mostrasse um pouco de Forks, afinal desde que cheguei fiquei apenas em La Push.
- Forks não é tão grande como L.A, nem tem tantos atrativos assim – Seth falou quando estávamos andando por uma praça no que parecia ser o centro da cidade.
- Eu prefiro lugares pequenos, apesar de sentir um pouco de falta do sol da Califórnia – falei.
- É o sol aqui é bem raro...
Continuamos andando um pouco e logo voltamos pra casa. Seth pra dele e eu pra do Jake. Seth deixou o carro na garagem e foi pra casa dele a pé, apesar de eu ter insistido muito pra que ele fosse com o carro, mas ele disse que tinha outras coisas pra fazer antes de almoçar. Eu não quis me intrometer demais, nada de ser enxerida, esse era o meu lema.
Deixei minha bolsa no quarto e mudei de roupa, trocando o jeans por uma calça de malha. Fui até a cozinha preparar algo pro almoço. Estava tão concentrada no risoto que nem percebi quando Jake entrou na cozinha, tomando um susto com a voz rouca dele.
- Já está melhor? – ele perguntou me fazendo quase derrubar a vasilha com a comida, essa só não se espatifou no chão porque Jake foi rápido e a aparou.
- Bom reflexo – falei – E sim, eu estou melhor...
- Que bom – ele sorriu tímido – e ai fez o que hoje de manhã, eu não te vi por aqui...
-Eu e Seth fomos até Forks, ver se eu conseguia um emprego...
- E conseguiu? – ele perguntou e eu fiz que sim com a cabeça – onde?
- Na Newton’s.
- A loja de artigos esportivos?
- Umhum – falei e o vi fazer uma careta – algum problema com a Newton’s?
- Não – ele falou vago – com a loja não, só não vou com a cara do filho do dono.
- Acho que Charlie falou dele... Mike não é? – ele fez que sim com a cabeça ainda fazendo careta – eu não o conheci, parece que ele foi pra faculdade...
- Melhor – ele falou baixo, mas alto o suficiente pra eu ouvir. Olhei pra ele com a sobrancelha arqueada – o que foi? – ele perguntou.
- Não entendi o por que do “melhor”... – falei.
- Ah – ele riu sem graça – não era pra você ter ouvido isso, não é nada, assuntos do passado – ele deu de ombros me ajudando a colocar a mesa.
- Tipo o que – falei rindo – ele roubou sua namorada ou algo do tipo?
- Não – ele riu comigo – ele meio que me atrapalhou a conseguir uma namorada...
- Bom – falei – agora ele foi pra faculdade, talvez você ainda tenha chance com ela...
- Não, não tenho – ele falou com a voz um pouco triste – ela é de outro agora...
- Espera ai – parei o que estava fazendo e olhei pra Jake que ainda trabalhava colocando a mesa – você estava interessado na garota, ai de alguma maneira Mike Newton te atrapalhou, mas ai a garota acabou ficando com outro?
- É mais complicado que isso – ele falou agora pegando a travessa com o risoto – Isso aqui ta com a cara boa – ele falou se referindo à comida e claramente mudando de assunto.
- Ok, percebi que a mudança de assunto é por que você não quer falar sobre a garota complicada – falei me sentando de frente pra Jake – não vou forçar a barra, mas se você quiser conversar...
- Pode deixar que eu te procuro – ele completou – agora é melhor a gente comer, eu to morrendo de fome.
Almoçamos conversando amenidades, o assunto da garota totalmente esquecido. Era bom ficar perto de Jacob, diferente de ficar com Embry e com Seth.
Seth era como um irmão, alguém em quem eu podia confiar. Embry era um amigo pras horas mais divertidas, aquele que anima até velório. E Jake, bom Jake era difícil de classificar, ele era aquele alguém que você espera o dia todo pra ver, alguém que você quer por perto o tempo todo. Ele me atraia como um imã era como se tudo no universo conspirasse pra que eu estivesse perto dele, e quando eu estava eu me sentia bem, completa como eu não me sentia há muito tempo.
- Então – ele falou me arrancando dos meus devaneios – quando você começa a trabalhar?
- Amanhã – falei – a propósito, a que pé anda o conserto da minha lata velha?
- Falta bastante coisa – ele falou – porque?
- Eu preciso de um carro pra trabalhar – falei dando de ombros – não dá pra ir a pé daqui a Forks...
- Eu te levo no meu carro.
- Não quero te dar trabalho.
- Não vai ser trabalho nenhum, eu gosto de dirigir e essa vai ser uma desculpa pra matar a saudade do meu Rabbit, faz tempo que eu não dirijo ele.
- Tudo bem então – falei.
Terminamos de comer e Jake me ajudou com a louça, depois ele foi pra oficina e eu decidi arrumar a casa. Mais ou menos no meio da tarde o telefone tocou.
- Residência dos Black – atendi.
- Oi – uma voz cantada de mulher falou do outro lado – eu queria falar com o Jake.
- Só um minuto – deixei o telefone no aparador e fui até a oficina – Jake – chamei, ele saiu debaixo do carro só de bermuda, com aquele tanquinho perfeito e de tirar o fôlego de fora – telefone – falei tentando desviar os olhos do peitoral dele e entrando em casa.
Jake me seguiu até a sala, onde permaneci terminando meu ‘serviço’, ao que parece ele não se incomodou.
- Alô – ele falou ficando em silencio para ouvir a resposta do outro lado da linha – Bells?O-oi – ele gaguejou – aconteceu alguma coisa? Por que você está me ligando?
Silencio de novo e então pelo canto do olho eu vejo Jacob abrir um sorriso lindo.
- Eu estou bem – ele fala – não, diga a ele que não precisa se preocupar, eu estou realmente bem.
Quem era Bells? Eu me perguntava, tinha algo na voz de Jacob que mostrava que essa Bells tinha alguma importância pra ele... mas espera, o que eu tenho haver com isso? E por que a maneira carinhosa que ele fala com ela me incomoda tanto? Mais silencio e então o sorriso lindo se desmancha, dando lugar a lábios franzidos e uma pequena ruga entre as sobrancelhas.
- Bom Bells, foi você quem escolheu assim – ele falou – podia ter sido diferente... bom quanto a isso eu não posso te falar nada, você sabe a minha opinião... não tem como isso ser possível, ela não me conhece pra se sentir assim...
Eu não estava entendendo nada dessa conversa louca, o que essa tal Bells escolheu? O que podia ser diferente?... Quer saber, pra mim chega de ouvir a conversa dos outros, principalmente quando essa conversa me deixa mais confusa que tudo. Sai da sala – que já estava mais que arrumada – e fui arrumar os quartos.
POV – Jake
- Alô – falei, eu não fazia idéia de quem estaria me ligando, talvez a Rachel pra avisar quando voltaria.
- Jake? – uma voz de sinos falou do outro lado da linha – oi é a Bella.
- Bells? – era ela mesmo? Mas porque Bella me ligaria? Será que era algo grave? – O-oi. O que aconteceu? Por que você está me ligando? – perguntei preocupado.
- Calma Jake, respira, assim você vai acabar tendo um AVC – ela riu me fazendo sorrir também, pelo menos tudo estava bem – está tudo bem, só queria saber como você está.
- Eu estou bem – falei.
- Sei lá talvez você esteja precisando de uma consulta médica... Carlisle disse que está aqui pro que você precisar. – ela disse.
- Não, diga a ele que não precisa, eu estou realmente bem.
- Fico feliz – ela falou, mas senti que a alegria da sua voz não estava mais presente – sabe Jake, na verdade liguei pra dizer que sinto falta de você. Sinto falta do tempo que passávamos na garagem da sua casa... do meu melhor amigo. – meu sorriso se foi, dando lugar a uma ponta de tristeza, Bella sempre foi minha melhor amiga.
- Bom Bells, foi você que escolheu assim podia ter sido diferente...
- Mas talvez ainda dê pra sermos amigos... acho que nossa amizade pode superar os acontecimentos. O pior já passou, a Nessie não traz mais nenhum perigo.
- Bom quanto a isso eu não posso te falar nada, você sabe a minha opinião. – falei em meias palavras, mas de modo que Bella entendesse, eu não podia falar sobre esse assunto abertamente, afinal estava aqui ao lado.
- Você não a conheceu Jake, não pode julgá-la. – ela falou séria – além do mais, ela sente sua falta.
- Não tem como isso ser possível, ela não me conhece pra se sentir assim. – falei me lembrando que passei no máximo cinco minutos perto da criatura. Percebi saindo, assim seria mais fácil conversar com Bella.
- Ela se recorda de você sim Jake. – Bella retrucou – foi o seu calor que a aqueceu quando ela ainda estava na minha barriga. Pode parecer estranho, mas ela tinha consciência de tudo o que acontecia à minha volta.
- Então ela tem consciência que ninguém, exceto a Rosalie e você a queria.
- Ela entende que o que os Cullen pensavam sobre ela era apenas porque não conheciam nada parecido com ela e que eles não tinham idéia do que ela seria.
- Bella o que você quer com essa conversa? – perguntei – Me convencer a ir ai visitar a monstrinha? Esquece. Talvez um dia eu aceite as suas escolhas Bells, mas agora ainda é cedo.
- Jake eu escolhi ficar com o Edward porque eu o amo demais, mas eu... ainda amo você. – essa ultima parte ela falou tão baixo que mesmo com meus ouvidos aguçados eu mal ouvi. Mas o mais estranho é que eu não me senti como me sentiria antes.
Antes se Bella dissesse que me amava, mesmo tendo dito antes que amava o sanguessuga telepata, eu me sentiria nas nuvens, talvez a chama da esperança de ter Bella pra mim se reacendesse, mas não foi o que aconteceu. De repente eu não senti mais que Bella era vital pra mim. De repente ela passou a estar num segundo plano.
- Jake você ainda está ai? – ela perguntou.
- Sim – respondi – escuta Bells, eu tenho que terminar de consertar um carro, a gente pode se falar depois?
- Claro – ela respondeu desanimada – ah Jake?
- Sim?
- Quem atendeu o telefone? Não reconheci como a voz da Rachel...
- Ahh, foi a .
- ?
- É. Ela é uma garota que veio pra La Push há algumas semanas e como não encontrou lugar pra ficar, ela ficou aqui.
- Você abrigou uma desconhecida? – ela perguntou com o tom de voz acusatório.
- Qual é Bells? Ela tem no máximo 1,70m e não derrubaria nem uma formiga, que mal ela poderia causar a mim? Ela é totalmente inofensiva, sem contar que é um doce de menina.
- Hum sei... então ta bom Jacob, eu te ligo outra hora. Tchau.
Bella desligou o telefone sem nem mesmo esperar eu me despedir. E o que foi o Jacob no final? Fiquei encarando o telefone como se ele fosse me dar as respostas que eu precisava.
- Brigou com a namorada? – perguntou.
- Não – falei – Bella não é minha namorada, eu até quis um dia, mas acho que superei – falei sem acreditar no que eu tinha acabado de dizer.
- Humm – foi só o que ela falou. Eu ia seguindo pra garagem quando me chamou de novo – Jake – me virei pra ela – eu meio que estou arrumando a casa, e queria saber se você se importa se eu arrumar seu quarto...
- Tem certeza que quer se arriscar? – perguntei sorrindo e a fazendo me acompanhar.
- Acho que não deve ser muito pior do quer era o quarto do meu irmão... – nós rimos mais – então, eu posso?
- Fique a vontade – falei.
- Er... e o quarto que era do seu pai? – a pergunta me pegou de surpresa, desde que meu pai se foi, eu não havia entrado no quarto dele. me olhava esperando a minha resposta.
- Eu ainda não entrei lá – falei.
- Se for te incomodar eu não arrumo, eu só estava pensando que deve ter muita poeira devido ao tempo que o quarto está fechado... – ela se apressou em se explicar.
- Não precisa se explicar – falei – e eu não me importo de você limpar lá, é só que... - eu procurava um jeito de pedir que ela entrasse lá comigo, eu não sabia se conseguiria ir sozinho – eu queria ir lá antes, mas...
- Quer que eu vá com você? – ela perguntou como se lesse meus pensamentos.
- Você faria isso?
- Claro Jake – ela se aproximou pegando minha mão – vem vamos lá.
Paramos na porta do quarto do meu pai, meu peito se comprimia de saudade. Por um momento eu pensei em desistir, deixar que entrasse lá e limpasse tudo.
- Preparado? – perguntou eu fiz que não com a cabeça – sabe, ela falou ficando na minha frente e me encarando – quando Terry morreu eu achei que fosse morrer junto com ele. A dor que eu sentia era grande demais, parecia não caber dentro de mim. Ai um dia eu resolvi entrar no quarto dele e lá no meio das coisas dele, eu me senti reconfortada, era como se ele estivesse lá comigo. Foi bom, até a Violet me descobrir lá dentro e me escorraçar de lá, como se eu fosse uma intrusa num ambiente sagrado... Talvez você encontre conforto ai dentro... – ela falou e abriu a porta.
Entrei no quarto vazio, se mantinha com uma de suas mãos segurando a minha, caminhei até a cama do meu pai e me sentei. Eu sentia como se a qualquer momento o som da cadeira de rodas do meu pai fosse ecoar pelo corredor e ele entraria ali.
- Por que ele tinha que ir? – me escutei perguntar, só então percebi que eu chorava. se sentou do meu lado, me abraçando. Eu chorei muito, por um tempo interminável, até que minhas lágrimas secaram. permaneceu ao meu lado, me consolando, a essa altura eu já estava deitado na cama com a cabeça no colo dela, enquanto ela fazia carinho no meu cabelo.
- Sente-se melhor? – ela perguntou.
- Tem quanto tempo que você perdeu seu irmão? – perguntei.
- Um pouco mais de dois anos. Por que?
- Quando a dor acaba?
- Infelizmente ela não acaba Jake – ela falou puxando meu rosto pra que a olhasse – ela se transforma em saudade, mas ainda fica ali gravada no nosso coração.
Me levantei do colo de e fui até o armário, abrindo-o. Olhei pras roupas do meu pai guardadas ali, senti a vontade de chorar voltar, mas resisti, eu tinha que aprender a transformar essa dor em saudade.
- Você acha que a tia Sue saberia o que fazer com essas roupas? – perguntei olhando para .
- Acredito que sim.
- Você me ajuda a guardá-las?
- Claro – ela se levantou vindo até onde eu estava, tirei uma mala de cima do armário e a entreguei. Ela abriu a mala na cama e nós começamos a colocar todas as roupas lá, depois coloquei sapatos em outra mala.
- O que é isso aqui? – perguntou pegando uma caixa que estava no fundo do armário. Melhor ela tentava pegar a caixa, que era muito grande.
- Deixa que eu te ajudo – falei indo até ela e pegando a caixa de suas mãos e colocando na cama.
- Fotos! – exclamou animada se sentando de frente para a caixa.
- Gosta de fotos? – perguntei.
- Adoro – ela falou revirando as fotos que estavam na caixa – quem é essa?
- Rachel – essa foto é bem recente...
- Humm, sua irmã é bonita – ela guardou a foto pegando outra – Rachel de novo?
- Não essa é Becky...
- Gêmeas?
- Umhum – sorri me lembrando das muitas vezes que elas duas se juntavam pra confundir nosso pai – ficou mais fácil diferenciá-las depois que elas cresceram... a Rach sempre foi mais rebelde, então ela decidiu mudar a cor do cabelo, a Becky é mais simples, mais quieta...
- Elas são bem bonitas – falou – deve ser de família. Tem fotos da sua mãe?
- Tem sim – comecei a procurar no meio das fotos. Encontrei uma dela grávida – aqui – entreguei a ela.
- Realmente a beleza das suas irmãs é de família – ela falou sorrindo – sua mãe era linda Jake.
- É a beleza ficou com as mulheres da família...
- Hey – ela fechou a cara pra mim, melhor ela tentou fazer cara de brava – você também é bonito Jake...
- Sou é? – perguntei.
- É sim – ela falou tímida – e foto do seu pai? – ela falou procurando na caixa.
- Deve ter também, apesar dele nunca ter sido muito chegado a fotos... – comecei a ajudá-la a encontrar uma foto.
- Esse é você? – ela perguntou me mostrando uma foto minha, onde eu estava deitado em uns travesseiros...
- É sou eu – falei sorrindo sem graça – foi numa festa na casa da tia Sue, aniversário da Leah, eu acho, eu queria ir embora, já estava cansado... o Harry, pai da Leah e do Seth, me viu quase dormindo no sofá e tirou essa foto...
- Você era um fofo – ela falou guardando a foto e pegando outra – é o casamento da Becky?
- É – eu ri – o pai não gostou nada desse casamento, ele achava o Peter muito estranho... ele não entendia que o visual ‘diferente’ dele era apenas porque ele era um surfista. Mas ele é um cara legal, eu o conheci melhor no Havaí, ele gosta muito da Becky, cuida bem dela, é um cara trabalhador...
- Você é bem protetor com as suas irmãs né? – perguntou.
- Rach e Becky são tudo o que eu tenho – falei – elas sofreram muito quando a nossa mãe morreu, e agora que a gente perdeu o pai, eu tenho que cuidar delas...
- E quem cuida de você? – ela perguntou.
- Eu me viro – falei voltando para a caixa de fotos.
- Sabe teve uma coisa que eu aprendi depois da morte do meu irmão, na verdade eu aprendi aqui, com vocês. Nós precisamos de alguém em quem nos apoiar – ela segurou minha mão – e você pode contar comigo se quiser.
Seguirei as duas mãos dela, pequenas em relação às minhas.
- Obrigada – falei – é bom saber que não estou sozinho...
- Nunca – ela falou sorrindo – e além de mim, você tem seus amigos.
- É eu tenho – falei me lembrando que eles eram mais que apenas meus amigos, eles eram meus irmãos, mas isso seria bem difícil de explicar pra .
- Me conta mais sobre suas irmãs – ela pediu voltando a prestar atenção nas fotos.
- A Rach estudava na Universidade de Washington, ela veio passear aqui de férias, conheceu o Paul e não quis voltar...
- Ela parou a Universidade por causa dele? – perguntou assustada.
- Isso é algo complicado de se explicar... –desconversei – eles se viram, se apaixonaram, e agora vão se casar.
- Nossa, parece ser intenso – falou – bom pelo que eu vi desde que cheguei aqui, tudo em relação ao amor, parece ser intenso. Como o Sam e a Emily, o Jared e a Kim...
- Nós quileutes somos intensos – desconversei de novo.
- E quentes – falou rindo – sério a primeira vez que encostei no Seth eu achei que ele ia começar a delirar de febre. Depois ele me explicou que isso é do sangue quileute... tudo bem que eu achei estranho, mas não quis parecer xereta demais.
Ficamos em silencio, apenas olhando as fotos que tinham na caixa... eu ficava me perguntando se devia saber do nosso segredo, ela vivia conosco, até quando nós conseguiríamos esconder as coisas dela? Mas a verdade é que algo dentro de mim gritava pra que eu a deixasse saber de tudo.... não eu estava enlouquecendo, a ultima vez que deixei alguém saber sobre a nossa vida secreta foi com a Bella e as coisas não foram muito boas.
- Me fala da Becky – pediu me arrancando dos meus devaneios.
- Humm – tentei me concentrar no que ela dizia – a Becky sempre foi a mais doce, depois que nossa mãe morreu ela ficou bem triste, um dia ele foi à praia, ver um torneio de surf que estava acontecendo aqui e conheceu o Peter, alguns meses depois eles estavam se casando e indo embora pro Havai. Depois disso nós a víamos raramente.
- Eles tem filhos?
- Tem sim, duas meninas, gêmeas – falei e riu.
- Bom, pelo que eu me lembro das aulas de biologia, isso é bem normal já que a mãe tem uma irmã gêmea – ela explicou.
- Eu trouxe uma foto delas – falei me levantando e indo ao meu quarto. Voltei com a foto nas mãos – aqui – entreguei a .
- Nossa elas são lindas – ela falou – como se chamam?
- Sophie e Sara – respondi.
- Sara como a sua mãe...
- Becky convidou a Rach e o Paul pra serem padrinhos da Sara e me convidou pra ser padrinho da Sophie.
- Suas sobrinhas são lindas – ela me devolveu a foto – eu nunca tive muito contato com crianças, mas sempre as achei encantadoras...
- E você quer ter filhos? – porque diabos eu fiz essa pergunta?
- Um dia quem sabe – respondeu sem graça.
- Me conta sobre você – pedi – eu te falei sobre mim, sobre a minha família... me fala sobre a sua...
- Não tem o que falar – ela deu de ombros se deitando na cama de barriga pra cima – Minha família era basicamente o Terry e eu.
- E como ele era? – perguntei me deitando como ela de jeito que nós ficamos com as cabeças encostadas uma na outra.
- O Terry era muito divertido – ela falou – o tipo de pessoa que nunca vê o lado ruim das coisas, talvez por isso ele nunca via a maneira como meus pais me tratavam.
- Eu fico tentando imaginar como foi pra você viver tanto tempo sem o carinho e o apoio dos seus pais... sei lá tipo, se eu não tivesse o meu pai por perto, eu não sei o que seria de mim... você tem idéia do motivo pra eles terem te tratado assim?
- Não – falei – depois do dia que a Violet me enxotou do quarto dela, eu não quis mais saber deles...
- Ela te enxotou? – levantei a cabeça para olhar pra ela. fitava o teto com os olhos tristes.
- Era dia dos pais – ela falou – eu tinha oito anos e fui até o quarto da Violet pra mostrar pra ela o desenho que eu tinha feito pro George. Ela brigou comigo, eu não entendia nada, ela ficava gritando que eu não tinha que existir, que eu era a prova do fracasso dela... ai eu comecei a chorar e dizer que eu só queria mostrar o desenho pra ela. Ela tomou o desenho da minha mão e rasgou. Eu chorei mais e o George chegou, os dois entraram pro quarto e começaram a discutir, eu ouvia o George gritar com ela que eu era só uma criança e que ela precisava me dar mais carinho. A Violet gritava com ele também, mas eu não entendia nada do que ela dizia. O Terry apareceu e me tirou de lá. Depois desse dia o George não me tratou mais como antes, ele passou a me tratar friamente, nem parecia mais o meu pai.
- Caramba – eu me levantei mais e vi que algumas lágrimas caiam dos seus olhos – eu sinto muito.
- Tudo bem, eu me acostumei com isso – ela falou – as coisas só ficaram ruins mesmo quando o Terry morreu. Eu me senti sozinha.
- Você não está mais sozinha – falei acariciando sua bochecha. olhou pra cima, seus olhos encontrando os meus. Eu tinha consciência plena do coração dela batendo acelerado, eu me sentia tonto, atordoado com a presença dela. Nossos rostos se aproximaram como se fossem imãs puxando um para o outro.
Nossas respirações se aceleraram, o coração de batia ainda mais apressado e eu começava a me preocupar com a possibilidade dela ter um ataque aqui. Faltavam apenas alguns centímetros pra que eu sentisse o toque dos lábios dela, meu coração palpitou por antecipação, mas antes que eu pudesse sentir o sabor do beijo dela alguém bateu na porta.
O som fez com nos separássemos como se tivéssemos tomado um choque, abaixou os olhos e suas bochechas foram tingidas de um tom de rosa forte.
- Er... eu vou ver quem é – falei me levantando.
- Vai lá, eu vou guardar isso aqui – ela mostrou a caixa. Sai em direção à sala, praguejando por dentro sobre quem seria o infeliz que tinha interrompido aquele momento, minha boca ainda salivava com o desejo de tocar os lábios dela. Abri a porta e dei de cara com Embry, claro que tinha que ser ele.
- Hey Jake – ele me cumprimentou – a está ai?
- Ta sim – falei abrindo mais a porta e dando espaço pra ele passar.
- Embry? – falou espantada parada no corredor – Que horas são?
- Quinze pra sete.
- Nossa eu me esqueci completamente do que combinamos... – se desculpou – eu e Jake ficamos vendo fotos e eu me esqueci da hora.
- Se quiser deixar pra outro dia – Embry falou fazendo cara de cachorro perdido, o idiota sabia mesmo como fazer charme.
- Não – se apressou em dizer – me dá cinco minutos e eu estou pronta.
Ela correu pro quarto e Embry se esparramou no sofá.
- Chega pra lá folgado – falei chutando a perna dele – e ai vocês vão pra onde?
- Sei lá, andar na praia, comer uma pizza... por que – ele me olhou sério – vai me dar uma ordem de alpha pra eu ficar longe dela?
- Não – falei – desculpa por aquilo, eu não sei o que me deu...
- Tá – ele respondeu dando de ombros – me desculpa você também, é que eu fico meio sem rumo quando to perto dela, parece que eu não sou eu, sabe...
- Sei – falei, mal ele sabia que eu me sentia exatamente da mesma forma, porém comigo além de não me sentir eu mesmo, eu também sentia que só existia ela... coisa de gente doida...
- Estou pronta – falou entrando na sala uns dez minutos depois e Deus como ela estava linda, percebi que eu estava de boca aberta e a fechei. – Vamos? – ela falou e vi que Embry também fechava a boca.
- Vamos – Embry respondeu.
- Ahn você consegue se virar com o jantar? – me perguntou.
- Sem problemas – tentei sorrir, ta eu não estava feliz em vê-la saindo com Embry.
- Ah Jake, o Sam quer falar com você – Embry falou abrindo a porta.
- Pronto questão jantar resolvida – falei me levantando.
- Não entendi – falou.
- Ele vai filar bóia na casa da Emily – Embry respondeu e os dois saíram.
Fui tomar um banho e depois segui pra casa de Sam, a cena do quase beijo em ainda martelava na minha cabeça, o que essa garota tinha que me deixava tão atordoado? Bati a na porta e Emily veio me atender, com seu sorriso materno de sempre.
- Jake – ela me abraçou – eu estava com saudades de você garoto.
- Também senti sua falta Emily – falei retribuindo o abraço – Embry disse que Sam queria falar comigo, algum problema?
- Não sei, mas ele logo te explica – ela me puxou pra dentro – você já jantou?
- Não – falei sorrindo, mesmo eu agora sendo alpha de um outro bando, Emily ainda me tratava como um dos seus meninos.
- Então vem, eu preparei um assado que eu sei que você gosta.
- Emily eu sinto te dizer, mas não existe nada que você prepare e eu não goste – falei e ela me olhou lançando um sorriso enorme.
- Vocês são como meus filhos Jake, e mesmo que você, o Embry, o Quil, a Leah e o Seth sejam um outro bando agora, eu ainda os tenho como tal.
- Nós também mantivemos o mesmo carinho por você – falei lhe dando um abraço de urso.
- Assim eu vou ter que te por pra correr daqui Black – Sam falou bravo da porta. Me afastei de Emily e o olhei sem jeito – eu to brincando cara – ele bateu no meu ombro seguindo até Emily e lhe beijando, do mesmo jeito de sempre.
- Então o que você tem pra falar comigo? – perguntei.
- Nem pensar – Emily brigou – primeiro vocês vão comer, depois conversam.
Comemos do assado de Emily, que eu nem preciso dizer, estava delicioso e depois eu e Sam fomos até a sala conversar.
- E ai Sam, onde é o fogo? – perguntei.
- No mesmo lugar de sempre – ele falou me fitando com o rosto sério – os Cullen.
- E o que é dessa vez? – eu já imaginava que vinha bomba, o que eu não sabia é se eu estava disposto a dar minha vida pela Bella, eu não sei como, mas algo dentro de mim tinha mudado em relação a ela.
(n/a: Não sei se os hiperlinks vão funcionar, então aqui vão os links para as fotos, se alguém quiser ver... Rachel: https://picasaweb.google.com/lh/photo/lKbz3oFOGpy1jZx5xzFVKrUivSdZBWe5whv_-2cbwOg?feat=directlink
Becky: https://picasaweb.google.com/lh/photo/xCM6ZPAmi8BXLLeQWLGheLUivSdZBWe5whv_-2cbwOg?feat=directlink
Mãe do Jake: https://picasaweb.google.com/lh/photo/FYtcIRF5BG5BAtUSOsks4bUivSdZBWe5whv_-2cbwOg?feat=directlink
Jake: https://picasaweb.google.com/lh/photo/V4h5WfM4ncmoVUhrGGUY57UivSdZBWe5whv_-2cbwOg?feat=directlink
Casamento: https://picasaweb.google.com/lh/photo/uIVtHU9fe41OA67HLRRJrbUivSdZBWe5whv_-2cbwOg?feat=directlink
Becky e os babies: https://picasaweb.google.com/lh/photo/Wytg80mDk_o0QWqYnuwsRbUivSdZBWe5whv_-2cbwOg?feat=directlink
CAPITULO 11 – MAIS QUE SEU AMIGO
POV –
Para tudo! O que foi aquele momento com Jake? Sério eu achei que meu coração ia parar naquele momento. A imagem dos lábios vermelhos dele se aproximando dos meus ainda estavam na minha cabeça, como um letreiro luminoso piscando.
- Terra chamando – ouvi Embry falar.
- Humm? – murmurei.
- Ta longe hein? – ele falou rindo – to há uns cinco minutos falando com você e nada de resposta.
- Desculpa La Push, eu estava com o pensamento distante.
- Isso eu percebi, tava pensando em que?
- No meu emprego – menti, eu não podia virar pro Embry e falar “eu estava pensando no meu quase beijo com o Jake que você interrompeu”.
- Hey conseguiu um? – ele se empolgou – Onde?
- Numa loja de artigos esportivos em Forks.
- E quando você começa?
- Amanhã.
- Legal, acho que vou começar a praticar algum esporte radical – ele me olhou de esguelha e nós começamos a rir.
- Você praticando esportes? – debochei – acho que o seu único exercício físico é correr atrás da mulherada.
- Hey eu não sou mulherengo! – ele fez bico – Que culpa eu tenho de ter todo esse charme? São elas que vem atrás de mim.
- Tá bom La Push eu vou fingir que acredito.
- E isso também foi no passado – ele falou olhando pro outro lado – só tenho olhos pra uma agora.
Eu não tinha muita certeza do que ele tinha dito, além de estar com o rosto virado pro outro lado, ele falou tão baixo.
- Não entendi, La Push. – falei querendo que ele repetisse.
- Não falei nada demais não – ele voltou a me olhar com um sorriso – Então com fome?
- Muita – falei, se ele não queria repetir, talvez não fosse algo muito importante.
- E ai vamos de que – ele perguntou – pizzaria ou lanchonete.
- Pizzaria – falei e nós nos começamos a caminhar em direção ao centro.
Chegamos rápido à pizzaria, uma vez que tudo em La Push é muito perto. O lugar era simples, com um toque meio italiano, mas preservando o estilo quileute. Também isso era algo que nunca poderia ser substituído, considerando que todos os quileutes, sem nenhuma excessão, tinha os traços muito marcados, o que os tornava inconfundíveis e lindos. Acho que muitas mulheres invejariam os cabelos – tantos das mulheres daqui quanto dos homens – muito lisos e negros com um brilho que eu duvido muito que algum shampoo consiga proporcionar. Algo da genética.
Uma garçonete se aproximou e Embry pediu uma mesa pra dois, ela nos encaminhou para um reservado no cantinho esquerdo do restaurante.
- Boa noite eu sou Emma e vou servi-los essa noite – a garota falou e nos entregou o cardápio – Quando tiverem feito sua escolha é só me chamar.
- Obrigada Emma – falei, mas tinha a impressãoq eu ela não meu ouviu, ela estava ocupada demais devorando Embry co m os olhos.
Depois que Emma saiu eu tentei controlar a risada, mas era impossível, visto que ela estava quase quebrando o pescoço numa manobra pra enxergar Embry.
- Ai La Push – falei rindo – abalando corações hein?
- O quê? – ele tirou os olhos do cardápio e meu olhou.
- ah vai dizer que você não percebeu que a garçonete estava quase se jogando em cima de você? – ele riu sem jeito e voltou a olhar para o cardápio – Eu posso até apostar que ela queria dar uma apertada nesses bíceps...
- Sem piadinhas às minhas custas ok, LA? – ele falou e eu pude perceber suas bochechas ficando coradas.
- Ok La Push, não vou te constranger – falei.
- Obrigado. – ele olhou para o cardápio mais um tempo, depois seus olhos voltaram pra mim – e ai, já escolheu? – fiz que sim com a cabeça e ele fez sinal pra que a garçonete se aproximasse.
Nós percebemos um movimento intenso no balcão e nos viramos pra ver o que era, demos de cara com duas garçonetes, Emma e uma outra, quase se batendo pra atender a nossa mesa. Logo um homem meio gordinho apareceu e falou alguma coisa com as duas, Emma se ajeitou e veio nos atender.
- Um pizza gigante – Embry falou sem tirar os olhos do cardápio – meio calabresa, meio... – ele me olhou.
- Marguerita – completei.
- E dois refrigerantes – Embry pediu e Emma voltou pro balcão com nosso pedido e os cardápios.
Embry e eu nos olhamos e caímos na gargalhada.
- Eu disse – falei quando consegui parar de rir – eu achei que elas iam se matar pra ver quem vinha aqui.
- Não sei por que esse desespero – Embry falou sem graça.
- Não sabe? – questionei incrédula – Embry, você tem espelho em casa? Elas se bateram assim porque te acharam lindo, o que não é nenhuma mentira.
- Humpf – ele bufou – eu não sou isso tudo.
- Tá bom... – dei de ombros – sabe eu não entendo vocês. Se não querem chamar tanta atenção, porque malharam tanto pra ficar com esse corpo?
- Eu não malhei.
- Tá vai me dizer que isso ai é genética?
- De certa maneira sim.
- O que tem de modelo, jogador, lutador que queria ter essa genética....
- Então você me acha lindo... – ele mudou de assunto.
- Eu e meia Washington. – falei sentindo as minhas bochechas esquentarem por causa do olhar de Embry – sabe você faria sucesso na Califórnia. As meninas lá iam ficar pior que as duas garçonetes aqui. – ele riu.
- Prontinho – Emma se aproximou com nossa pizza e os refrigerantes – meia calabresa e meia marguerita.
- Obrigado – Embry falou.
- Posso ajudar em mais alguma coisa?
- Não, estamos bem por enquanto.
- Bom apetite – ela falou e saiu voltando para o balcão.
- Qual a graça em comer uma pizza que tem queijo e folha? – ele perguntou enquanto colocava um pedaço no meu prato.
- Você tem idéia de quantas calorias tem nesse mega pedaço de pizza cheio de calabresa que você está colocando no seu prato?
- E desde quando você precisa se preocupar com quantas calorias tem no que você come?
- Desde quando eu não quero virar uma bola horrorosa de tão gorda.
- , nem que você quiser você consegue ficar horrorosa.
- Obrigada pelo elogio, La Push, mas eu prefiro não me arriscar. E também, pizza de marguerita me trazem boas recordações.
- Posso saber quais são elas? – ele perguntou. Terminei de mastigar um pedaço de pizza.
- Eu me lembro de uma época que ainda tinha um pai – falei sentindo a tristeza me preencher – Antes de começar a me ignorar eu meu pai e o Terry sempre nos juntávamos na sexta à noite pra assistir filmes e comer pizza.
- Desculpa eu não queria fazer você ter lembranças tristes – Embry falou segurando minha mão – mas vamos mudar de assunto certo? Nada de tristeza hoje.
- Certo – falei voltando a comer.
Ficamos um tempo falando sobre bobagens.
- Eu juro que não entendo pra onde vai tanta comida – falei enquanto via Embry colocar o quinto pedaço de pizza no prato, e eu ainda estava no meu segundo.
- Eu estou em fase de crescimento – Embry falou me fazendo rir.
- Se você crescer mais acho que sua mãe vai ter que pensar em construir outra casa, ou te colocar pra morar do lado de fora.
Eu vi Embry entupir o pedaço de pizza de katchup e uma idéia se formou na minha cabeça. Eu ainda não tinha me vingado do banho de mar – e da conseqüente gripe. Assim que ele colocou o vidro de katchup na mesa eu o peguei, como se fosse colocar na minha pizza também, porém meu alvo era outro.
- Hey! – Embry falou depois que o katchup atingiu seu rosto – acho que você errou a direção! Sua pizza fica pra lá.
- Eu não estava mirando na pizza – falei e ele me olhou com os olhos semi-cerrados – o quê, você achou mesmo que eu não ia me vingar pelo banho gelado de mar?
- Meu Deus, que vingativa você! – ele se fez de ofendido enquanto limpava o rosto.
- Desculpa La Push, mas não deu pra evitar, a idéia surgiu e convenhamos, eu merecia uma vingança!
- Dessa vez passa LA, mas só dessa vez. – me estiquei pra frente pra ajudá-lo a limpar o rosto, e ele se inclinou pra facilitar.
Nossos rostos de repente ficaram próximos demais, eu sentia a respiração quente dele contra meu rosto e um alarme soava na minha cabeça avisando que isso não era boa coisa. Embry se aproximou mais, eu sabia o que ia acontecer, mas a pergunta era: eu queria isso? Eu queria ser beijada por Embry?
De repente a imagem do rosto de Jake, próximo demais, numa situação idêntica à essa me veio a cabeça, mas com ele eu sentia meu coração aos pulos, eu sentia minha boca salivar ansiosa pelo contato. Com Embry não, meu coração continuava normal, eu sabia que ele queria me beijar, mas eu não sentia expectativa nisso.
- Embry, é melhor não – falei me afastando.
- Desculpa, , eu não tive intenção.
- Tudo bem – eu sorri e nós voltamos a comer, melhor Embry voltou a comer, porque eu mal consegui terminar o ultimo pedaço.
Terminamos a pizza, pagamos a conta e voltamos pra casa caminhando.
- Se importa se nós dermos mais uma volta na praia? – Embry perguntou.
- Se for rápido – falei – eu trabalho amanhã.
- Eu sei vai ser bem rapidinho. – Desviamos do nosso caminho e fomos pra praia.
POV – Embry
O que aconteceu na pizzaria foi inesperado, quer dizer ta certo que eu queria muito beijar , mas naquele momento eu não tinha a intenção, mas como aconteceu... como dizem por ai ‘se leh deram os limões, faça uma limonada’. Mas eu senti que não queria aquilo aquela hora, mas eu tinha que saber se ela me daria uma chance, talvez naquele momento na pizzaria ela não estava preparada, mas depois quem sabe? Então eu decidi pedir pra ela que nós caminhássemos um pouco na praia, eu iria falar tudo, abrir meu coração e me declarar como o idiota apaixonado que eu sou. O único problema é se eu saberia fazer isso, eu nunca me apaixonei antes, e não fazia idéia de como me declarar.
- , desculpa pelo que aconteceu na pizzaria – falei olhando pro chão ainda não dava pra encarar ela – na verdade, eu não me arrependo, aquilo é algo que eu queria fazer há um bom tempo.
Parei de frente pra ela e segurei suas duas mãos, mas mantive meus olhos nas nossas mão juntas. Cara isso pra mim parecia tão certo.
- Nossa eu não sei fazer isso - falei mais pra mim que pra ela, respirei fundo e encarei aquela profundeza azul que eram os seus olhos – a primeira vez que eu te vi na casa de Seth eu fiquei encantado com você. Depois que eu te conheci então isso só fez crescer, eu percebi que apesar de ter sofrido tanto na vida, você não perdia o brilho e a inocência. E ainda tem o fato de você ser linda, o que dificulta as coisas, visto que eu não sou o único idiota a ficar babando por você.
- Caramba, Embry – ela falou baixinho – eu nem sei o que falar...
- Não, não fala nada, eu não to te pressionando , eu só queria que você soubesse o que eu sinto e que você me deixa meio fora de mim quando está por perto. Eu não quero te induzir a nada, nem quero perder sua amizade, claro que se você me der uma chance eu vou ficar muito feliz.
- Uau... isso tudo foi surpreendente e.... intenso. Eu gosto de você Emb, gosto de estar perto de você, mas eu acho que esse meu sentimento não é o mesmo que o seu. Sei lá acho que eu não to preparada pra me envolver assim... eu sempre ouvi que quando a gente encontra a pessoa certa o coração acelera, as pernas ficam bambas...
- E você não sente nada disso por mim, né? – ela fez que não com a cabeça – Tudo bem, pra mim basta que você me deixe ficar perto de você, que me deixe fazer parte da sua vida, mesmo como seu amigo. Assim eu já fico feliz.
- Que bom – ela me olhou e sorriu – eu não ia aceitar perder sua amizade, La Push.
- Nem eu ia conseguir ficar longe de você, LA. Posso te abraçar? – perguntei.
- Que pergunta idiota, Emb, é claro que pode! – ela esticou os braços e eu a apertei pela cintura, levantando-a pra que ela ficasse da minha altura. Coloquei ela de volta no chão, mas ela não largou meu pescoço – Obrigada por gostar de mim – falou.
- Não é difícil conseguir isso, você é a pessoa mais cativante que eu já conheci. – ela me soltou e me olhou nos olhos, eu vi uma pontinha de tristeza nos olhos dela.
- Não é todo mundo que concorda com você – ela falou.
- Os que não concordam, fazem isso por que não quiseram te conhecer por dentro, e ver que você é ainda mais linda que aparenta.
- Obrigada, mas é melhor parar com esses elogios ou eu vou começar a chorar. – ela riu – e vamos logo pra casa porque eu tenho que dormir, eu começo a trabalhar amanhã.
- Como você vai pro trabalho? – perguntei quando começamos a andar.
- Jake vai me levar no carro dele, porque o meu ainda não ficou pronto. – Jake, óbvio que tina que ser ele.
- Posso ir te buscar então?
- Bom ele tinha me falado que ia me levar e me buscar, mas acho que você pode avisá-lo que vai me buscar.
Me deu vontade de rir, convencer Jake que eu buscaria ? Depois daquela cena quando ela estava doente? Tá difícil hein.
- Então você almoça comigo – falei rezando pra que Jake não tivesse feito o convite antes.
- Fechado. – ela sorriu.
Caminhamos conversando banalidades até a casa de Jake. Eu ainda me aborrecia um pouco por ela estar vivendo aqui, tava na cara que Jake também ta interessado nela, e com ela morando debaixo do mesmo teto que ele o dava milhares de pontos na minha frente.
- Então até amanhã Emb – falou se esticando pra me dar um beijo no rosto. Eu me inclinei pra baixo pra facilitar as coisas.
- Até amanhã, – dei um beijo na curva do pescoço dela – tenha bons sonhos.
Me virei e sai logo, se eu ficasse mais um minuto ali ia colocar por água abaixo o que falei com ela sobre aceitar ser apenas seu amigo. É claro que eu não desistiria dela, eu apenas ia deixar as coisas caminhar um pouco mais devagar. Mas eu tenho certeza que ainda vai ser minha.
POV –
Acordei muito bem disposta, nenhuma dor pelo corpo, nenhum sinal de febre. Dei uma olhada ao redor e vi onde eu estava, eu conhecia esse quarto, mas ele não ficava na casa do Jake, foi ai que lembrei da confusão de ontem, Jake e Embry discutindo sobre quem cuidaria de mim, Seth me tirando de lá e me trazendo pra casa dele, Sue cuidando de mim...
- Bom dia – Seth falou parado na porta.
- Bom dia – respondi me sentando.
- Dormiu bem? – fiz que sim com a cabeça – Se sente melhor?
- Muito melhor – falei – não sei que milagre foi que sua mãe fez, mas eu estou perfeitamente bem.
- Foi o chá que ela te deu – ele falou se sentando do meu lado – uma mistura de ervas.
- Como estão o Jake e o Embry – perguntei – eles se mataram? – nós rimos.
- Ainda não – ele respondeu – eu conversei com os dois.
- Conversou? – perguntei – o que exatamente você conversou com eles?
- Nada demais.
- Sei – falei e mudei de assunto – você não devia estar na escola?
- Tirei o dia de folga – ele sorriu maroto – pra cuidar de você.
- Eu já me sinto bem, mas você pode me ajudar a encontrar um emprego o que acha?
- Não antes de você tomar um café reforçado, ordens da Sra Clearwater – ele se levantou estendendo a mão pra me ajudar.
- Eu não seria louca de descumprir uma ordem da general Clearwater – nós rimos – nem seria difícil, já que estou azul de fome.
Tomei um café com Seth – café não que aquilo era praticamente café, almoço e janta de tanta comida que tinha na mesa – e nós fomos até a casa de Jake pra que eu tomasse um banho e trocasse de roupa. A casa estava vazia, nem um mínimo sinal de Jacob por lá, melhor já que eu não sabia como encará-lo depois da confusão de ontem.
Vesti uma roupa simples, porém mais formal, já que eu iria pleitear um emprego. Escolhi uma calça jeans e uma blusa de manga comprida preta. Calcei meu all star rosa e branco e peguei um moleton. Seth estava me esperando na sala.
- Então estou bem? – perguntei dando uma voltinha na frente dele.
- Se você não estiver interessada em uma vaga de presidente numa multinacinal ou algo do tipo acho que essa roupa serve – franzi o cenho e ele riu me abraçando em seguida – está ótimo sua boba.
Nós saímos de casa abraçados e demos de cara com Embry. A expressão no rosto dele ao me ver com Seth não foi muito boa.
- Oi – ele falou – se sente melhor?
- Bem melhor Emb – respondi – Sue me deu um chá milagroso que me fez ficar novinha em folha.
- Que bom – ele falou e o vi lançar um olhar bravo pro Seth – vocês vão sair?
- Seth vai me levar pra procurar emprego em Forks – falei – algum problema?
- Não nenhum, é só que você estava mal ontem e eu achei que talvez você devesse descansar...
- Nem pesar – retruquei – eu não vou ficar de castigo em casa. Preciso encontrar um emprego e Seth vai me acompanhar.
- Não falei por mal... – ele respondeu. Era impressão minha ou Embry estava triste?
- Está com algum problema Emb? – falei descendo as escadas e me aproximando dele ele fez que não me dando um sorriso que não alcançou os seus olhos, o que significava que ele estava com algum problema sim – Faz assim, passa aqui à noite, a gente pode dar uma volta na praia e conversar um pouco...
- Pode ser – ele falou e em seguida me deu um beijo na cabeça e saiu.
Me virei pra Seth que olhava Embry se afastar, ele estava com o semblante sério, foi então que eu me lembrei de Seth ter me falado que tinha conversado com Embry e Jacob.
- Seth Clearwater – falei cruzando meus braços na altura dos seios – o que o senhor conversou com o Embry pra ele ficar tão estranho comigo?
- Eu? – ele fez cara de inocente – não falei nada de mais. E eu não achei ele estranho com você não...
- Ah não? Então por que será que ele me tratou tão distante e respondeu um ‘pode ser’ pro meu convite?
- Deve ser porque ele não ta a fim de sair – ele deu de ombros – vamos logo ou você vai se atrasar.
- Sei – falei o acompanhando até o carro de Jacob, uma vez que a minha lata velha ainda estava sob os cuidados do Sr. Mecânico Black.
- Seu carro fica pronto logo – Seth falou quando estávamos a caminho de Forks – vai ficar muito bom, o Jake é um bom mecânico.
- Se ele fizer aquela joça andar eu já o qualifico como um super mecânico – eu ri – sabe eu não entendo o que vocês acham de tão incrível naquele carro.
- É um clássico, e nós gostamos dos clássicos.
- Vocês são é doidos, como o Terry era – falei – ele podia ter o carro que quisesse, posso até apostar que se ele pedisse uma Ferrari zero, ele ganharia, mas ai ele escolhe aquela coisa.
- Por que você não ganhou um carro como seu irmão? – Seth perguntou
- Porque eu não existia naquela casa – respondi olhando a paisagem pela janela.
- , desculpa tocar nesse assunto, mas é que eu não entendo como uma mãe e um pai podem rejeitar um filho assim, sei lá talvez você que tenha se afastado deles...
- Sim eu me afastei – falei – mas fiz isso porque eu cansei de correr atrás deles, mendigando amor e carinho. Eu tinha isso do Terry, então pra mim já estava de bom tamanho, eu não preciso da Violet nem do George.
- Você chama seus pais pelo nome? – ele me olhou de sobrancelhas arqueadas.
- E você queria o quê? – o encarei – que depois de tudo que passei naquela casa eu chamasse os dois de mamãe e papai? Ah me poupe Seth. Eles eram os pais do Terry, não meus.
Seth ficou em silencio e eu o acompanhei, o que não devia ter feito, a falta de conversa no carro me fazia pensar em como sempre foi ruim não ter pais, acho que nem que perdeu ou nunca conheceu os pais não sentia a dor que eu sentia, a dor de ser rejeitada, de nunca ter sido desejada, de não se sentir parte da família.
Senti os meus olhos arderem, mas engoli o choro, eu não ia derramar mais nenhuma lágrima por Violet e George, eu fiz essa promessa no dia que sai daquela casa e iria cumpri-la.
- Vamos passar na delegacia, Charlie deve saber de algum lugar pra você encontrar trabalho. – Seth falou quebrando o silencio, apenas balancei a cabeça em sinal positivo, não confiaria na minha voz agora, ela provavelmente sairia embargada denunciando minha vontade de chorar.
Seth dirigiu mais um trecho e logo vi a cidade. Forks era pequena, maior que La Push é claro, mas ainda pequena. Uma cidade calma, daquele tipo onde todo mundo sabe da vida de todo mundo. O verde era dominante, pra onde quer que se olhasse havia verde, mas isso não me irritava ou me entediava, pelo contrario, eu ficava feliz em estar ali, era como se as árvores, as folhas, a floresta fossem uma parte de mim.
Paramos na frente do posto policial e Seth desceu, abrindo a porta pra mim em seguida. Assim que entramos um homem alto de bigode e uniforme policial veio nos receber.
- Seth, que surpresa você por aqui. Algum problema com a Sue ou com a Leah? – ele perguntou preocupado
- Não Charlie, está todo mundo bem – Seth o tranqüilizou – eu vim aqui pra te perguntar uma coisa, mas antes deixa eu te apresentar a .
- Oi – falei acenando.
- se mudou pra La Push há algumas semanas e agora ela está procurando um emprego...
- E por que você veio pra cá ? – Charlie me perguntou, senti seus olhos me avaliando.
- Mudança de ares – respondi somente – queria viver novas aventuras...
- E seus pais, o que acharam disso? – ele continuava a me avaliar, talvez não o fizesse por mal, talvez fosse apenas algo de sua profissão.
- Bom meus pais não tem muito o que achar – falei tentando não soar muito rude – eu sou maior de idade, posso fazer o que eu quiser.
- Claro que pode – ele respondeu franzindo um pouco o cenho – pelo que parece você não tem uma boa relação com seus pais...
- Não é bem assim, eles não se importam comigo e eu não me importo com eles, nós conseguimos conviver assim – falei, fiz o possível pra que minha voz não transparecesse o quanto me magoava a falta de interesse dos meus pais.
- Certo então – Charlie falou encerrando o assunto – bom, eu soube que os Newton estão precisando de uma ajuda na loja deles agora que o Mike está na faculdade...
- Os Newton são da loja de artigos esportivos? – Seth perguntou.
- É sim, vocês podem ir até lá e falar com a Sra Newton que eu indiquei a , vai ficar mais fácil conseguir o emprego, apesar de eu não achar que ela vá colocar nenhum empecilho.
- Obrigada Charlie – falei me retirando.
- Não precisa me agradecer, basta ficar longe de encrencas. – ele falou sério.
- Pode deixar Charlie, eu faço questão de cuidar dela – Seth falou me levando pela mão.
- Acho que ele está desconfiado de mim. – falei quando estávamos no carro.
- Por que ele estaria? – Seth me perguntou com a sobrancelha arqueada.
- Ah Seth, vai me dizer que você não desconfiaria de uma garota de 18 anos que sai de casa de repente e não está dando a mínima pro que os pais pensam?
- Não – ele falou sério – eu conheço sua história e sei bem por que você saiu de casa.
- Ta, mas o Charlie não conhece a minha história – falei.
- Ele vai conhecer em breve – Seth sorriu um pouco – posso apostar com você que hoje à noite ele vai estar na minha casa perguntando a minha mãe. E posso apostar mais, ele com certeza adorou ter um motivo pra ter que ir visitar a Dona Sue Clearwater.
- O que, Charlie e sua mãe estão se paquerando? – perguntei de boca aberta e olhos arregalados.
- Eles até que tentam esconder, mas ta na cara que eles estão caidinhos um pelo outro. Eu dou o maior apoio, Charlie é divorciado, minha mãe já é viúva há três anos, nada mais justo que eles se acertarem e serem felizes logo.
- Engraçado você pensar assim – falei
- Por que?
- Geralmente os filhos têm ciúmes quando a mãe arruma um namorado.
- Mas eu gosto do Charlie – ele falou sorrindo fraco – e eu gosto de ver como minha mãe se alegra perto dele.
- Mas voltando ao assunto anterior – falei o encarando – você acha que depois que souber da minha história, o Charlie vai procurar os meus pais? – a idéia de Charlie informando meus pais onde eu estava não me agradava muito – Não que eu ache que Violet e George estejam preocupados com minha fuga de casa...
- Eu não sei o que Charlie vai fazer depois que souber da sua história, mas eu acho que você devia pelo menos ligar pros seus pais...
- Ta louco Seth? – praticamente gritei – Eu sai de casa por que eles não davam a mínima pra mim, agora você quer que eu volte?
- Não – ele começou a se explicar – eu só acho que seus pais devem estar preocupados com você, sei lá, é difícil acreditar que seus pais não te dão a mínima...
- Seth – falei nervosa – você pode acreditar no que quiser, eu não vou ligar pra ninguém, só eu sei o que foi viver 18 anos naquela casa, sempre me sentindo excluída, indesejada... – a essa altura eu já estava chorando e quebrando a minha promessa – eu não quero mais saber do Sr. e da Sra. Howard, quero esquecer que um dia tive pais.
- Shhh – ele parou o carro me abraçando – desculpa , não queria te deixar assim, eu não vou mais tocar nesse assunto, eu prometo.
Nós ficamos abraçados um tempo, até que eu consegui controlar as lágrimas e o soluço. Seth me fazia lembrar Terry, ele tinha por mim o mesmo carinho que meu irmão tinha, eu me sentia bem em La Push, me sentia protegida.
- Acho melhor a gente ir – falei – antes que eu perca mais uma oportunidade.
- Vamos – ele falou ligando o carro de novo.
Não demorou muito e nós paramos na porta de uma loja simples, de materiais esportivos. Uma senhora estava atrás do balcão nos cumprimentou sorrindo.
- Olá, bem vindos à Newton’s, em que posso ajudá-los?
- Oi eu sou Seth Clearwater, essa é Howard, nós viemos aqui por indicação do chefe Swan, ele disse que a senhora estava precisando de ajuda aqui e ela – ele apontou pra mim – está precisando de trabalho.
- Oh estou precisando sim – ela falou – então .
- – a interrompi.
- Certo, então , você entende alguma coisa de produtos esportivos?
- Pra ser sincera Sra...
- Diana.
- Sra Diana – continuei – eu não entendo muito de esportes, mas tenho facilidade em aprender.
- Bom então considere-se contratada querida – ela falou sorrindo.
- Quando eu começo? – perguntei me sentindo bem mais feliz.
- Amanhã de manhã – Diana me respondeu ainda sorrindo, senti que seriamos boas amigas.
- Então até amanhã Diana.
- Até amanhã .
Seth e eu saímos da Newton’s, mas antes de ir pra casa pedi que ele me mostrasse um pouco de Forks, afinal desde que cheguei fiquei apenas em La Push.
- Forks não é tão grande como L.A, nem tem tantos atrativos assim – Seth falou quando estávamos andando por uma praça no que parecia ser o centro da cidade.
- Eu prefiro lugares pequenos, apesar de sentir um pouco de falta do sol da Califórnia – falei.
- É o sol aqui é bem raro...
Continuamos andando um pouco e logo voltamos pra casa. Seth pra dele e eu pra do Jake. Seth deixou o carro na garagem e foi pra casa dele a pé, apesar de eu ter insistido muito pra que ele fosse com o carro, mas ele disse que tinha outras coisas pra fazer antes de almoçar. Eu não quis me intrometer demais, nada de ser enxerida, esse era o meu lema.
Deixei minha bolsa no quarto e mudei de roupa, trocando o jeans por uma calça de malha. Fui até a cozinha preparar algo pro almoço. Estava tão concentrada no risoto que nem percebi quando Jake entrou na cozinha, tomando um susto com a voz rouca dele.
- Já está melhor? – ele perguntou me fazendo quase derrubar a vasilha com a comida, essa só não se espatifou no chão porque Jake foi rápido e a aparou.
- Bom reflexo – falei – E sim, eu estou melhor...
- Que bom – ele sorriu tímido – e ai fez o que hoje de manhã, eu não te vi por aqui...
-Eu e Seth fomos até Forks, ver se eu conseguia um emprego...
- E conseguiu? – ele perguntou e eu fiz que sim com a cabeça – onde?
- Na Newton’s.
- A loja de artigos esportivos?
- Umhum – falei e o vi fazer uma careta – algum problema com a Newton’s?
- Não – ele falou vago – com a loja não, só não vou com a cara do filho do dono.
- Acho que Charlie falou dele... Mike não é? – ele fez que sim com a cabeça ainda fazendo careta – eu não o conheci, parece que ele foi pra faculdade...
- Melhor – ele falou baixo, mas alto o suficiente pra eu ouvir. Olhei pra ele com a sobrancelha arqueada – o que foi? – ele perguntou.
- Não entendi o por que do “melhor”... – falei.
- Ah – ele riu sem graça – não era pra você ter ouvido isso, não é nada, assuntos do passado – ele deu de ombros me ajudando a colocar a mesa.
- Tipo o que – falei rindo – ele roubou sua namorada ou algo do tipo?
- Não – ele riu comigo – ele meio que me atrapalhou a conseguir uma namorada...
- Bom – falei – agora ele foi pra faculdade, talvez você ainda tenha chance com ela...
- Não, não tenho – ele falou com a voz um pouco triste – ela é de outro agora...
- Espera ai – parei o que estava fazendo e olhei pra Jake que ainda trabalhava colocando a mesa – você estava interessado na garota, ai de alguma maneira Mike Newton te atrapalhou, mas ai a garota acabou ficando com outro?
- É mais complicado que isso – ele falou agora pegando a travessa com o risoto – Isso aqui ta com a cara boa – ele falou se referindo à comida e claramente mudando de assunto.
- Ok, percebi que a mudança de assunto é por que você não quer falar sobre a garota complicada – falei me sentando de frente pra Jake – não vou forçar a barra, mas se você quiser conversar...
- Pode deixar que eu te procuro – ele completou – agora é melhor a gente comer, eu to morrendo de fome.
Almoçamos conversando amenidades, o assunto da garota totalmente esquecido. Era bom ficar perto de Jacob, diferente de ficar com Embry e com Seth.
Seth era como um irmão, alguém em quem eu podia confiar. Embry era um amigo pras horas mais divertidas, aquele que anima até velório. E Jake, bom Jake era difícil de classificar, ele era aquele alguém que você espera o dia todo pra ver, alguém que você quer por perto o tempo todo. Ele me atraia como um imã era como se tudo no universo conspirasse pra que eu estivesse perto dele, e quando eu estava eu me sentia bem, completa como eu não me sentia há muito tempo.
- Então – ele falou me arrancando dos meus devaneios – quando você começa a trabalhar?
- Amanhã – falei – a propósito, a que pé anda o conserto da minha lata velha?
- Falta bastante coisa – ele falou – porque?
- Eu preciso de um carro pra trabalhar – falei dando de ombros – não dá pra ir a pé daqui a Forks...
- Eu te levo no meu carro.
- Não quero te dar trabalho.
- Não vai ser trabalho nenhum, eu gosto de dirigir e essa vai ser uma desculpa pra matar a saudade do meu Rabbit, faz tempo que eu não dirijo ele.
- Tudo bem então – falei.
Terminamos de comer e Jake me ajudou com a louça, depois ele foi pra oficina e eu decidi arrumar a casa. Mais ou menos no meio da tarde o telefone tocou.
- Residência dos Black – atendi.
- Oi – uma voz cantada de mulher falou do outro lado – eu queria falar com o Jake.
- Só um minuto – deixei o telefone no aparador e fui até a oficina – Jake – chamei, ele saiu debaixo do carro só de bermuda, com aquele tanquinho perfeito e de tirar o fôlego de fora – telefone – falei tentando desviar os olhos do peitoral dele e entrando em casa.
Jake me seguiu até a sala, onde permaneci terminando meu ‘serviço’, ao que parece ele não se incomodou.
- Alô – ele falou ficando em silencio para ouvir a resposta do outro lado da linha – Bells?O-oi – ele gaguejou – aconteceu alguma coisa? Por que você está me ligando?
Silencio de novo e então pelo canto do olho eu vejo Jacob abrir um sorriso lindo.
- Eu estou bem – ele fala – não, diga a ele que não precisa se preocupar, eu estou realmente bem.
Quem era Bells? Eu me perguntava, tinha algo na voz de Jacob que mostrava que essa Bells tinha alguma importância pra ele... mas espera, o que eu tenho haver com isso? E por que a maneira carinhosa que ele fala com ela me incomoda tanto? Mais silencio e então o sorriso lindo se desmancha, dando lugar a lábios franzidos e uma pequena ruga entre as sobrancelhas.
- Bom Bells, foi você quem escolheu assim – ele falou – podia ter sido diferente... bom quanto a isso eu não posso te falar nada, você sabe a minha opinião... não tem como isso ser possível, ela não me conhece pra se sentir assim...
Eu não estava entendendo nada dessa conversa louca, o que essa tal Bells escolheu? O que podia ser diferente?... Quer saber, pra mim chega de ouvir a conversa dos outros, principalmente quando essa conversa me deixa mais confusa que tudo. Sai da sala – que já estava mais que arrumada – e fui arrumar os quartos.
POV – Jake
- Alô – falei, eu não fazia idéia de quem estaria me ligando, talvez a Rachel pra avisar quando voltaria.
- Jake? – uma voz de sinos falou do outro lado da linha – oi é a Bella.
- Bells? – era ela mesmo? Mas porque Bella me ligaria? Será que era algo grave? – O-oi. O que aconteceu? Por que você está me ligando? – perguntei preocupado.
- Calma Jake, respira, assim você vai acabar tendo um AVC – ela riu me fazendo sorrir também, pelo menos tudo estava bem – está tudo bem, só queria saber como você está.
- Eu estou bem – falei.
- Sei lá talvez você esteja precisando de uma consulta médica... Carlisle disse que está aqui pro que você precisar. – ela disse.
- Não, diga a ele que não precisa, eu estou realmente bem.
- Fico feliz – ela falou, mas senti que a alegria da sua voz não estava mais presente – sabe Jake, na verdade liguei pra dizer que sinto falta de você. Sinto falta do tempo que passávamos na garagem da sua casa... do meu melhor amigo. – meu sorriso se foi, dando lugar a uma ponta de tristeza, Bella sempre foi minha melhor amiga.
- Bom Bells, foi você que escolheu assim podia ter sido diferente...
- Mas talvez ainda dê pra sermos amigos... acho que nossa amizade pode superar os acontecimentos. O pior já passou, a Nessie não traz mais nenhum perigo.
- Bom quanto a isso eu não posso te falar nada, você sabe a minha opinião. – falei em meias palavras, mas de modo que Bella entendesse, eu não podia falar sobre esse assunto abertamente, afinal estava aqui ao lado.
- Você não a conheceu Jake, não pode julgá-la. – ela falou séria – além do mais, ela sente sua falta.
- Não tem como isso ser possível, ela não me conhece pra se sentir assim. – falei me lembrando que passei no máximo cinco minutos perto da criatura. Percebi saindo, assim seria mais fácil conversar com Bella.
- Ela se recorda de você sim Jake. – Bella retrucou – foi o seu calor que a aqueceu quando ela ainda estava na minha barriga. Pode parecer estranho, mas ela tinha consciência de tudo o que acontecia à minha volta.
- Então ela tem consciência que ninguém, exceto a Rosalie e você a queria.
- Ela entende que o que os Cullen pensavam sobre ela era apenas porque não conheciam nada parecido com ela e que eles não tinham idéia do que ela seria.
- Bella o que você quer com essa conversa? – perguntei – Me convencer a ir ai visitar a monstrinha? Esquece. Talvez um dia eu aceite as suas escolhas Bells, mas agora ainda é cedo.
- Jake eu escolhi ficar com o Edward porque eu o amo demais, mas eu... ainda amo você. – essa ultima parte ela falou tão baixo que mesmo com meus ouvidos aguçados eu mal ouvi. Mas o mais estranho é que eu não me senti como me sentiria antes.
Antes se Bella dissesse que me amava, mesmo tendo dito antes que amava o sanguessuga telepata, eu me sentiria nas nuvens, talvez a chama da esperança de ter Bella pra mim se reacendesse, mas não foi o que aconteceu. De repente eu não senti mais que Bella era vital pra mim. De repente ela passou a estar num segundo plano.
- Jake você ainda está ai? – ela perguntou.
- Sim – respondi – escuta Bells, eu tenho que terminar de consertar um carro, a gente pode se falar depois?
- Claro – ela respondeu desanimada – ah Jake?
- Sim?
- Quem atendeu o telefone? Não reconheci como a voz da Rachel...
- Ahh, foi a .
- ?
- É. Ela é uma garota que veio pra La Push há algumas semanas e como não encontrou lugar pra ficar, ela ficou aqui.
- Você abrigou uma desconhecida? – ela perguntou com o tom de voz acusatório.
- Qual é Bells? Ela tem no máximo 1,70m e não derrubaria nem uma formiga, que mal ela poderia causar a mim? Ela é totalmente inofensiva, sem contar que é um doce de menina.
- Hum sei... então ta bom Jacob, eu te ligo outra hora. Tchau.
Bella desligou o telefone sem nem mesmo esperar eu me despedir. E o que foi o Jacob no final? Fiquei encarando o telefone como se ele fosse me dar as respostas que eu precisava.
- Brigou com a namorada? – perguntou.
- Não – falei – Bella não é minha namorada, eu até quis um dia, mas acho que superei – falei sem acreditar no que eu tinha acabado de dizer.
- Humm – foi só o que ela falou. Eu ia seguindo pra garagem quando me chamou de novo – Jake – me virei pra ela – eu meio que estou arrumando a casa, e queria saber se você se importa se eu arrumar seu quarto...
- Tem certeza que quer se arriscar? – perguntei sorrindo e a fazendo me acompanhar.
- Acho que não deve ser muito pior do quer era o quarto do meu irmão... – nós rimos mais – então, eu posso?
- Fique a vontade – falei.
- Er... e o quarto que era do seu pai? – a pergunta me pegou de surpresa, desde que meu pai se foi, eu não havia entrado no quarto dele. me olhava esperando a minha resposta.
- Eu ainda não entrei lá – falei.
- Se for te incomodar eu não arrumo, eu só estava pensando que deve ter muita poeira devido ao tempo que o quarto está fechado... – ela se apressou em se explicar.
- Não precisa se explicar – falei – e eu não me importo de você limpar lá, é só que... - eu procurava um jeito de pedir que ela entrasse lá comigo, eu não sabia se conseguiria ir sozinho – eu queria ir lá antes, mas...
- Quer que eu vá com você? – ela perguntou como se lesse meus pensamentos.
- Você faria isso?
- Claro Jake – ela se aproximou pegando minha mão – vem vamos lá.
Paramos na porta do quarto do meu pai, meu peito se comprimia de saudade. Por um momento eu pensei em desistir, deixar que entrasse lá e limpasse tudo.
- Preparado? – perguntou eu fiz que não com a cabeça – sabe, ela falou ficando na minha frente e me encarando – quando Terry morreu eu achei que fosse morrer junto com ele. A dor que eu sentia era grande demais, parecia não caber dentro de mim. Ai um dia eu resolvi entrar no quarto dele e lá no meio das coisas dele, eu me senti reconfortada, era como se ele estivesse lá comigo. Foi bom, até a Violet me descobrir lá dentro e me escorraçar de lá, como se eu fosse uma intrusa num ambiente sagrado... Talvez você encontre conforto ai dentro... – ela falou e abriu a porta.
Entrei no quarto vazio, se mantinha com uma de suas mãos segurando a minha, caminhei até a cama do meu pai e me sentei. Eu sentia como se a qualquer momento o som da cadeira de rodas do meu pai fosse ecoar pelo corredor e ele entraria ali.
- Por que ele tinha que ir? – me escutei perguntar, só então percebi que eu chorava. se sentou do meu lado, me abraçando. Eu chorei muito, por um tempo interminável, até que minhas lágrimas secaram. permaneceu ao meu lado, me consolando, a essa altura eu já estava deitado na cama com a cabeça no colo dela, enquanto ela fazia carinho no meu cabelo.
- Sente-se melhor? – ela perguntou.
- Tem quanto tempo que você perdeu seu irmão? – perguntei.
- Um pouco mais de dois anos. Por que?
- Quando a dor acaba?
- Infelizmente ela não acaba Jake – ela falou puxando meu rosto pra que a olhasse – ela se transforma em saudade, mas ainda fica ali gravada no nosso coração.
Me levantei do colo de e fui até o armário, abrindo-o. Olhei pras roupas do meu pai guardadas ali, senti a vontade de chorar voltar, mas resisti, eu tinha que aprender a transformar essa dor em saudade.
- Você acha que a tia Sue saberia o que fazer com essas roupas? – perguntei olhando para .
- Acredito que sim.
- Você me ajuda a guardá-las?
- Claro – ela se levantou vindo até onde eu estava, tirei uma mala de cima do armário e a entreguei. Ela abriu a mala na cama e nós começamos a colocar todas as roupas lá, depois coloquei sapatos em outra mala.
- O que é isso aqui? – perguntou pegando uma caixa que estava no fundo do armário. Melhor ela tentava pegar a caixa, que era muito grande.
- Deixa que eu te ajudo – falei indo até ela e pegando a caixa de suas mãos e colocando na cama.
- Fotos! – exclamou animada se sentando de frente para a caixa.
- Gosta de fotos? – perguntei.
- Adoro – ela falou revirando as fotos que estavam na caixa – quem é essa?
- Rachel – essa foto é bem recente...
- Humm, sua irmã é bonita – ela guardou a foto pegando outra – Rachel de novo?
- Não essa é Becky...
- Gêmeas?
- Umhum – sorri me lembrando das muitas vezes que elas duas se juntavam pra confundir nosso pai – ficou mais fácil diferenciá-las depois que elas cresceram... a Rach sempre foi mais rebelde, então ela decidiu mudar a cor do cabelo, a Becky é mais simples, mais quieta...
- Elas são bem bonitas – falou – deve ser de família. Tem fotos da sua mãe?
- Tem sim – comecei a procurar no meio das fotos. Encontrei uma dela grávida – aqui – entreguei a ela.
- Realmente a beleza das suas irmãs é de família – ela falou sorrindo – sua mãe era linda Jake.
- É a beleza ficou com as mulheres da família...
- Hey – ela fechou a cara pra mim, melhor ela tentou fazer cara de brava – você também é bonito Jake...
- Sou é? – perguntei.
- É sim – ela falou tímida – e foto do seu pai? – ela falou procurando na caixa.
- Deve ter também, apesar dele nunca ter sido muito chegado a fotos... – comecei a ajudá-la a encontrar uma foto.
- Esse é você? – ela perguntou me mostrando uma foto minha, onde eu estava deitado em uns travesseiros...
- É sou eu – falei sorrindo sem graça – foi numa festa na casa da tia Sue, aniversário da Leah, eu acho, eu queria ir embora, já estava cansado... o Harry, pai da Leah e do Seth, me viu quase dormindo no sofá e tirou essa foto...
- Você era um fofo – ela falou guardando a foto e pegando outra – é o casamento da Becky?
- É – eu ri – o pai não gostou nada desse casamento, ele achava o Peter muito estranho... ele não entendia que o visual ‘diferente’ dele era apenas porque ele era um surfista. Mas ele é um cara legal, eu o conheci melhor no Havaí, ele gosta muito da Becky, cuida bem dela, é um cara trabalhador...
- Você é bem protetor com as suas irmãs né? – perguntou.
- Rach e Becky são tudo o que eu tenho – falei – elas sofreram muito quando a nossa mãe morreu, e agora que a gente perdeu o pai, eu tenho que cuidar delas...
- E quem cuida de você? – ela perguntou.
- Eu me viro – falei voltando para a caixa de fotos.
- Sabe teve uma coisa que eu aprendi depois da morte do meu irmão, na verdade eu aprendi aqui, com vocês. Nós precisamos de alguém em quem nos apoiar – ela segurou minha mão – e você pode contar comigo se quiser.
Seguirei as duas mãos dela, pequenas em relação às minhas.
- Obrigada – falei – é bom saber que não estou sozinho...
- Nunca – ela falou sorrindo – e além de mim, você tem seus amigos.
- É eu tenho – falei me lembrando que eles eram mais que apenas meus amigos, eles eram meus irmãos, mas isso seria bem difícil de explicar pra .
- Me conta mais sobre suas irmãs – ela pediu voltando a prestar atenção nas fotos.
- A Rach estudava na Universidade de Washington, ela veio passear aqui de férias, conheceu o Paul e não quis voltar...
- Ela parou a Universidade por causa dele? – perguntou assustada.
- Isso é algo complicado de se explicar... –desconversei – eles se viram, se apaixonaram, e agora vão se casar.
- Nossa, parece ser intenso – falou – bom pelo que eu vi desde que cheguei aqui, tudo em relação ao amor, parece ser intenso. Como o Sam e a Emily, o Jared e a Kim...
- Nós quileutes somos intensos – desconversei de novo.
- E quentes – falou rindo – sério a primeira vez que encostei no Seth eu achei que ele ia começar a delirar de febre. Depois ele me explicou que isso é do sangue quileute... tudo bem que eu achei estranho, mas não quis parecer xereta demais.
Ficamos em silencio, apenas olhando as fotos que tinham na caixa... eu ficava me perguntando se devia saber do nosso segredo, ela vivia conosco, até quando nós conseguiríamos esconder as coisas dela? Mas a verdade é que algo dentro de mim gritava pra que eu a deixasse saber de tudo.... não eu estava enlouquecendo, a ultima vez que deixei alguém saber sobre a nossa vida secreta foi com a Bella e as coisas não foram muito boas.
- Me fala da Becky – pediu me arrancando dos meus devaneios.
- Humm – tentei me concentrar no que ela dizia – a Becky sempre foi a mais doce, depois que nossa mãe morreu ela ficou bem triste, um dia ele foi à praia, ver um torneio de surf que estava acontecendo aqui e conheceu o Peter, alguns meses depois eles estavam se casando e indo embora pro Havai. Depois disso nós a víamos raramente.
- Eles tem filhos?
- Tem sim, duas meninas, gêmeas – falei e riu.
- Bom, pelo que eu me lembro das aulas de biologia, isso é bem normal já que a mãe tem uma irmã gêmea – ela explicou.
- Eu trouxe uma foto delas – falei me levantando e indo ao meu quarto. Voltei com a foto nas mãos – aqui – entreguei a .
- Nossa elas são lindas – ela falou – como se chamam?
- Sophie e Sara – respondi.
- Sara como a sua mãe...
- Becky convidou a Rach e o Paul pra serem padrinhos da Sara e me convidou pra ser padrinho da Sophie.
- Suas sobrinhas são lindas – ela me devolveu a foto – eu nunca tive muito contato com crianças, mas sempre as achei encantadoras...
- E você quer ter filhos? – porque diabos eu fiz essa pergunta?
- Um dia quem sabe – respondeu sem graça.
- Me conta sobre você – pedi – eu te falei sobre mim, sobre a minha família... me fala sobre a sua...
- Não tem o que falar – ela deu de ombros se deitando na cama de barriga pra cima – Minha família era basicamente o Terry e eu.
- E como ele era? – perguntei me deitando como ela de jeito que nós ficamos com as cabeças encostadas uma na outra.
- O Terry era muito divertido – ela falou – o tipo de pessoa que nunca vê o lado ruim das coisas, talvez por isso ele nunca via a maneira como meus pais me tratavam.
- Eu fico tentando imaginar como foi pra você viver tanto tempo sem o carinho e o apoio dos seus pais... sei lá tipo, se eu não tivesse o meu pai por perto, eu não sei o que seria de mim... você tem idéia do motivo pra eles terem te tratado assim?
- Não – falei – depois do dia que a Violet me enxotou do quarto dela, eu não quis mais saber deles...
- Ela te enxotou? – levantei a cabeça para olhar pra ela. fitava o teto com os olhos tristes.
- Era dia dos pais – ela falou – eu tinha oito anos e fui até o quarto da Violet pra mostrar pra ela o desenho que eu tinha feito pro George. Ela brigou comigo, eu não entendia nada, ela ficava gritando que eu não tinha que existir, que eu era a prova do fracasso dela... ai eu comecei a chorar e dizer que eu só queria mostrar o desenho pra ela. Ela tomou o desenho da minha mão e rasgou. Eu chorei mais e o George chegou, os dois entraram pro quarto e começaram a discutir, eu ouvia o George gritar com ela que eu era só uma criança e que ela precisava me dar mais carinho. A Violet gritava com ele também, mas eu não entendia nada do que ela dizia. O Terry apareceu e me tirou de lá. Depois desse dia o George não me tratou mais como antes, ele passou a me tratar friamente, nem parecia mais o meu pai.
- Caramba – eu me levantei mais e vi que algumas lágrimas caiam dos seus olhos – eu sinto muito.
- Tudo bem, eu me acostumei com isso – ela falou – as coisas só ficaram ruins mesmo quando o Terry morreu. Eu me senti sozinha.
- Você não está mais sozinha – falei acariciando sua bochecha. olhou pra cima, seus olhos encontrando os meus. Eu tinha consciência plena do coração dela batendo acelerado, eu me sentia tonto, atordoado com a presença dela. Nossos rostos se aproximaram como se fossem imãs puxando um para o outro.
Nossas respirações se aceleraram, o coração de batia ainda mais apressado e eu começava a me preocupar com a possibilidade dela ter um ataque aqui. Faltavam apenas alguns centímetros pra que eu sentisse o toque dos lábios dela, meu coração palpitou por antecipação, mas antes que eu pudesse sentir o sabor do beijo dela alguém bateu na porta.
O som fez com nos separássemos como se tivéssemos tomado um choque, abaixou os olhos e suas bochechas foram tingidas de um tom de rosa forte.
- Er... eu vou ver quem é – falei me levantando.
- Vai lá, eu vou guardar isso aqui – ela mostrou a caixa. Sai em direção à sala, praguejando por dentro sobre quem seria o infeliz que tinha interrompido aquele momento, minha boca ainda salivava com o desejo de tocar os lábios dela. Abri a porta e dei de cara com Embry, claro que tinha que ser ele.
- Hey Jake – ele me cumprimentou – a está ai?
- Ta sim – falei abrindo mais a porta e dando espaço pra ele passar.
- Embry? – falou espantada parada no corredor – Que horas são?
- Quinze pra sete.
- Nossa eu me esqueci completamente do que combinamos... – se desculpou – eu e Jake ficamos vendo fotos e eu me esqueci da hora.
- Se quiser deixar pra outro dia – Embry falou fazendo cara de cachorro perdido, o idiota sabia mesmo como fazer charme.
- Não – se apressou em dizer – me dá cinco minutos e eu estou pronta.
Ela correu pro quarto e Embry se esparramou no sofá.
- Chega pra lá folgado – falei chutando a perna dele – e ai vocês vão pra onde?
- Sei lá, andar na praia, comer uma pizza... por que – ele me olhou sério – vai me dar uma ordem de alpha pra eu ficar longe dela?
- Não – falei – desculpa por aquilo, eu não sei o que me deu...
- Tá – ele respondeu dando de ombros – me desculpa você também, é que eu fico meio sem rumo quando to perto dela, parece que eu não sou eu, sabe...
- Sei – falei, mal ele sabia que eu me sentia exatamente da mesma forma, porém comigo além de não me sentir eu mesmo, eu também sentia que só existia ela... coisa de gente doida...
- Estou pronta – falou entrando na sala uns dez minutos depois e Deus como ela estava linda, percebi que eu estava de boca aberta e a fechei. – Vamos? – ela falou e vi que Embry também fechava a boca.
- Vamos – Embry respondeu.
- Ahn você consegue se virar com o jantar? – me perguntou.
- Sem problemas – tentei sorrir, ta eu não estava feliz em vê-la saindo com Embry.
- Ah Jake, o Sam quer falar com você – Embry falou abrindo a porta.
- Pronto questão jantar resolvida – falei me levantando.
- Não entendi – falou.
- Ele vai filar bóia na casa da Emily – Embry respondeu e os dois saíram.
Fui tomar um banho e depois segui pra casa de Sam, a cena do quase beijo em ainda martelava na minha cabeça, o que essa garota tinha que me deixava tão atordoado? Bati a na porta e Emily veio me atender, com seu sorriso materno de sempre.
- Jake – ela me abraçou – eu estava com saudades de você garoto.
- Também senti sua falta Emily – falei retribuindo o abraço – Embry disse que Sam queria falar comigo, algum problema?
- Não sei, mas ele logo te explica – ela me puxou pra dentro – você já jantou?
- Não – falei sorrindo, mesmo eu agora sendo alpha de um outro bando, Emily ainda me tratava como um dos seus meninos.
- Então vem, eu preparei um assado que eu sei que você gosta.
- Emily eu sinto te dizer, mas não existe nada que você prepare e eu não goste – falei e ela me olhou lançando um sorriso enorme.
- Vocês são como meus filhos Jake, e mesmo que você, o Embry, o Quil, a Leah e o Seth sejam um outro bando agora, eu ainda os tenho como tal.
- Nós também mantivemos o mesmo carinho por você – falei lhe dando um abraço de urso.
- Assim eu vou ter que te por pra correr daqui Black – Sam falou bravo da porta. Me afastei de Emily e o olhei sem jeito – eu to brincando cara – ele bateu no meu ombro seguindo até Emily e lhe beijando, do mesmo jeito de sempre.
- Então o que você tem pra falar comigo? – perguntei.
- Nem pensar – Emily brigou – primeiro vocês vão comer, depois conversam.
Comemos do assado de Emily, que eu nem preciso dizer, estava delicioso e depois eu e Sam fomos até a sala conversar.
- E ai Sam, onde é o fogo? – perguntei.
- No mesmo lugar de sempre – ele falou me fitando com o rosto sério – os Cullen.
- E o que é dessa vez? – eu já imaginava que vinha bomba, o que eu não sabia é se eu estava disposto a dar minha vida pela Bella, eu não sei como, mas algo dentro de mim tinha mudado em relação a ela.
(n/a: Não sei se os hiperlinks vão funcionar, então aqui vão os links para as fotos, se alguém quiser ver... Rachel: https://picasaweb.google.com/lh/photo/lKbz3oFOGpy1jZx5xzFVKrUivSdZBWe5whv_-2cbwOg?feat=directlink
Becky: https://picasaweb.google.com/lh/photo/xCM6ZPAmi8BXLLeQWLGheLUivSdZBWe5whv_-2cbwOg?feat=directlink
Mãe do Jake: https://picasaweb.google.com/lh/photo/FYtcIRF5BG5BAtUSOsks4bUivSdZBWe5whv_-2cbwOg?feat=directlink
Jake: https://picasaweb.google.com/lh/photo/V4h5WfM4ncmoVUhrGGUY57UivSdZBWe5whv_-2cbwOg?feat=directlink
Casamento: https://picasaweb.google.com/lh/photo/uIVtHU9fe41OA67HLRRJrbUivSdZBWe5whv_-2cbwOg?feat=directlink
Becky e os babies: https://picasaweb.google.com/lh/photo/Wytg80mDk_o0QWqYnuwsRbUivSdZBWe5whv_-2cbwOg?feat=directlink
CAPITULO 11 – MAIS QUE SEU AMIGO
POV –
Para tudo! O que foi aquele momento com Jake? Sério eu achei que meu coração ia parar naquele momento. A imagem dos lábios vermelhos dele se aproximando dos meus ainda estavam na minha cabeça, como um letreiro luminoso piscando.
- Terra chamando – ouvi Embry falar.
- Humm? – murmurei.
- Ta longe hein? – ele falou rindo – to há uns cinco minutos falando com você e nada de resposta.
- Desculpa La Push, eu estava com o pensamento distante.
- Isso eu percebi, tava pensando em que?
- No meu emprego – menti, eu não podia virar pro Embry e falar “eu estava pensando no meu quase beijo com o Jake que você interrompeu”.
- Hey conseguiu um? – ele se empolgou – Onde?
- Numa loja de artigos esportivos em Forks.
- E quando você começa?
- Amanhã.
- Legal, acho que vou começar a praticar algum esporte radical – ele me olhou de esguelha e nós começamos a rir.
- Você praticando esportes? – debochei – acho que o seu único exercício físico é correr atrás da mulherada.
- Hey eu não sou mulherengo! – ele fez bico – Que culpa eu tenho de ter todo esse charme? São elas que vem atrás de mim.
- Tá bom La Push eu vou fingir que acredito.
- E isso também foi no passado – ele falou olhando pro outro lado – só tenho olhos pra uma agora.
Eu não tinha muita certeza do que ele tinha dito, além de estar com o rosto virado pro outro lado, ele falou tão baixo.
- Não entendi, La Push. – falei querendo que ele repetisse.
- Não falei nada demais não – ele voltou a me olhar com um sorriso – Então com fome?
- Muita – falei, se ele não queria repetir, talvez não fosse algo muito importante.
- E ai vamos de que – ele perguntou – pizzaria ou lanchonete.
- Pizzaria – falei e nós nos começamos a caminhar em direção ao centro.
Chegamos rápido à pizzaria, uma vez que tudo em La Push é muito perto. O lugar era simples, com um toque meio italiano, mas preservando o estilo quileute. Também isso era algo que nunca poderia ser substituído, considerando que todos os quileutes, sem nenhuma excessão, tinha os traços muito marcados, o que os tornava inconfundíveis e lindos. Acho que muitas mulheres invejariam os cabelos – tantos das mulheres daqui quanto dos homens – muito lisos e negros com um brilho que eu duvido muito que algum shampoo consiga proporcionar. Algo da genética.
Uma garçonete se aproximou e Embry pediu uma mesa pra dois, ela nos encaminhou para um reservado no cantinho esquerdo do restaurante.
- Boa noite eu sou Emma e vou servi-los essa noite – a garota falou e nos entregou o cardápio – Quando tiverem feito sua escolha é só me chamar.
- Obrigada Emma – falei, mas tinha a impressãoq eu ela não meu ouviu, ela estava ocupada demais devorando Embry co m os olhos.
Depois que Emma saiu eu tentei controlar a risada, mas era impossível, visto que ela estava quase quebrando o pescoço numa manobra pra enxergar Embry.
- Ai La Push – falei rindo – abalando corações hein?
- O quê? – ele tirou os olhos do cardápio e meu olhou.
- ah vai dizer que você não percebeu que a garçonete estava quase se jogando em cima de você? – ele riu sem jeito e voltou a olhar para o cardápio – Eu posso até apostar que ela queria dar uma apertada nesses bíceps...
- Sem piadinhas às minhas custas ok, LA? – ele falou e eu pude perceber suas bochechas ficando coradas.
- Ok La Push, não vou te constranger – falei.
- Obrigado. – ele olhou para o cardápio mais um tempo, depois seus olhos voltaram pra mim – e ai, já escolheu? – fiz que sim com a cabeça e ele fez sinal pra que a garçonete se aproximasse.
Nós percebemos um movimento intenso no balcão e nos viramos pra ver o que era, demos de cara com duas garçonetes, Emma e uma outra, quase se batendo pra atender a nossa mesa. Logo um homem meio gordinho apareceu e falou alguma coisa com as duas, Emma se ajeitou e veio nos atender.
- Um pizza gigante – Embry falou sem tirar os olhos do cardápio – meio calabresa, meio... – ele me olhou.
- Marguerita – completei.
- E dois refrigerantes – Embry pediu e Emma voltou pro balcão com nosso pedido e os cardápios.
Embry e eu nos olhamos e caímos na gargalhada.
- Eu disse – falei quando consegui parar de rir – eu achei que elas iam se matar pra ver quem vinha aqui.
- Não sei por que esse desespero – Embry falou sem graça.
- Não sabe? – questionei incrédula – Embry, você tem espelho em casa? Elas se bateram assim porque te acharam lindo, o que não é nenhuma mentira.
- Humpf – ele bufou – eu não sou isso tudo.
- Tá bom... – dei de ombros – sabe eu não entendo vocês. Se não querem chamar tanta atenção, porque malharam tanto pra ficar com esse corpo?
- Eu não malhei.
- Tá vai me dizer que isso ai é genética?
- De certa maneira sim.
- O que tem de modelo, jogador, lutador que queria ter essa genética....
- Então você me acha lindo... – ele mudou de assunto.
- Eu e meia Washington. – falei sentindo as minhas bochechas esquentarem por causa do olhar de Embry – sabe você faria sucesso na Califórnia. As meninas lá iam ficar pior que as duas garçonetes aqui. – ele riu.
- Prontinho – Emma se aproximou com nossa pizza e os refrigerantes – meia calabresa e meia marguerita.
- Obrigado – Embry falou.
- Posso ajudar em mais alguma coisa?
- Não, estamos bem por enquanto.
- Bom apetite – ela falou e saiu voltando para o balcão.
- Qual a graça em comer uma pizza que tem queijo e folha? – ele perguntou enquanto colocava um pedaço no meu prato.
- Você tem idéia de quantas calorias tem nesse mega pedaço de pizza cheio de calabresa que você está colocando no seu prato?
- E desde quando você precisa se preocupar com quantas calorias tem no que você come?
- Desde quando eu não quero virar uma bola horrorosa de tão gorda.
- , nem que você quiser você consegue ficar horrorosa.
- Obrigada pelo elogio, La Push, mas eu prefiro não me arriscar. E também, pizza de marguerita me trazem boas recordações.
- Posso saber quais são elas? – ele perguntou. Terminei de mastigar um pedaço de pizza.
- Eu me lembro de uma época que ainda tinha um pai – falei sentindo a tristeza me preencher – Antes de começar a me ignorar eu meu pai e o Terry sempre nos juntávamos na sexta à noite pra assistir filmes e comer pizza.
- Desculpa eu não queria fazer você ter lembranças tristes – Embry falou segurando minha mão – mas vamos mudar de assunto certo? Nada de tristeza hoje.
- Certo – falei voltando a comer.
Ficamos um tempo falando sobre bobagens.
- Eu juro que não entendo pra onde vai tanta comida – falei enquanto via Embry colocar o quinto pedaço de pizza no prato, e eu ainda estava no meu segundo.
- Eu estou em fase de crescimento – Embry falou me fazendo rir.
- Se você crescer mais acho que sua mãe vai ter que pensar em construir outra casa, ou te colocar pra morar do lado de fora.
Eu vi Embry entupir o pedaço de pizza de katchup e uma idéia se formou na minha cabeça. Eu ainda não tinha me vingado do banho de mar – e da conseqüente gripe. Assim que ele colocou o vidro de katchup na mesa eu o peguei, como se fosse colocar na minha pizza também, porém meu alvo era outro.
- Hey! – Embry falou depois que o katchup atingiu seu rosto – acho que você errou a direção! Sua pizza fica pra lá.
- Eu não estava mirando na pizza – falei e ele me olhou com os olhos semi-cerrados – o quê, você achou mesmo que eu não ia me vingar pelo banho gelado de mar?
- Meu Deus, que vingativa você! – ele se fez de ofendido enquanto limpava o rosto.
- Desculpa La Push, mas não deu pra evitar, a idéia surgiu e convenhamos, eu merecia uma vingança!
- Dessa vez passa LA, mas só dessa vez. – me estiquei pra frente pra ajudá-lo a limpar o rosto, e ele se inclinou pra facilitar.
Nossos rostos de repente ficaram próximos demais, eu sentia a respiração quente dele contra meu rosto e um alarme soava na minha cabeça avisando que isso não era boa coisa. Embry se aproximou mais, eu sabia o que ia acontecer, mas a pergunta era: eu queria isso? Eu queria ser beijada por Embry?
De repente a imagem do rosto de Jake, próximo demais, numa situação idêntica à essa me veio a cabeça, mas com ele eu sentia meu coração aos pulos, eu sentia minha boca salivar ansiosa pelo contato. Com Embry não, meu coração continuava normal, eu sabia que ele queria me beijar, mas eu não sentia expectativa nisso.
- Embry, é melhor não – falei me afastando.
- Desculpa, , eu não tive intenção.
- Tudo bem – eu sorri e nós voltamos a comer, melhor Embry voltou a comer, porque eu mal consegui terminar o ultimo pedaço.
Terminamos a pizza, pagamos a conta e voltamos pra casa caminhando.
- Se importa se nós dermos mais uma volta na praia? – Embry perguntou.
- Se for rápido – falei – eu trabalho amanhã.
- Eu sei vai ser bem rapidinho. – Desviamos do nosso caminho e fomos pra praia.
POV – Embry
O que aconteceu na pizzaria foi inesperado, quer dizer ta certo que eu queria muito beijar , mas naquele momento eu não tinha a intenção, mas como aconteceu... como dizem por ai ‘se leh deram os limões, faça uma limonada’. Mas eu senti que não queria aquilo aquela hora, mas eu tinha que saber se ela me daria uma chance, talvez naquele momento na pizzaria ela não estava preparada, mas depois quem sabe? Então eu decidi pedir pra ela que nós caminhássemos um pouco na praia, eu iria falar tudo, abrir meu coração e me declarar como o idiota apaixonado que eu sou. O único problema é se eu saberia fazer isso, eu nunca me apaixonei antes, e não fazia idéia de como me declarar.
- , desculpa pelo que aconteceu na pizzaria – falei olhando pro chão ainda não dava pra encarar ela – na verdade, eu não me arrependo, aquilo é algo que eu queria fazer há um bom tempo.
Parei de frente pra ela e segurei suas duas mãos, mas mantive meus olhos nas nossas mão juntas. Cara isso pra mim parecia tão certo.
- Nossa eu não sei fazer isso - falei mais pra mim que pra ela, respirei fundo e encarei aquela profundeza azul que eram os seus olhos – a primeira vez que eu te vi na casa de Seth eu fiquei encantado com você. Depois que eu te conheci então isso só fez crescer, eu percebi que apesar de ter sofrido tanto na vida, você não perdia o brilho e a inocência. E ainda tem o fato de você ser linda, o que dificulta as coisas, visto que eu não sou o único idiota a ficar babando por você.
- Caramba, Embry – ela falou baixinho – eu nem sei o que falar...
- Não, não fala nada, eu não to te pressionando , eu só queria que você soubesse o que eu sinto e que você me deixa meio fora de mim quando está por perto. Eu não quero te induzir a nada, nem quero perder sua amizade, claro que se você me der uma chance eu vou ficar muito feliz.
- Uau... isso tudo foi surpreendente e.... intenso. Eu gosto de você Emb, gosto de estar perto de você, mas eu acho que esse meu sentimento não é o mesmo que o seu. Sei lá acho que eu não to preparada pra me envolver assim... eu sempre ouvi que quando a gente encontra a pessoa certa o coração acelera, as pernas ficam bambas...
- E você não sente nada disso por mim, né? – ela fez que não com a cabeça – Tudo bem, pra mim basta que você me deixe ficar perto de você, que me deixe fazer parte da sua vida, mesmo como seu amigo. Assim eu já fico feliz.
- Que bom – ela me olhou e sorriu – eu não ia aceitar perder sua amizade, La Push.
- Nem eu ia conseguir ficar longe de você, LA. Posso te abraçar? – perguntei.
- Que pergunta idiota, Emb, é claro que pode! – ela esticou os braços e eu a apertei pela cintura, levantando-a pra que ela ficasse da minha altura. Coloquei ela de volta no chão, mas ela não largou meu pescoço – Obrigada por gostar de mim – falou.
- Não é difícil conseguir isso, você é a pessoa mais cativante que eu já conheci. – ela me soltou e me olhou nos olhos, eu vi uma pontinha de tristeza nos olhos dela.
- Não é todo mundo que concorda com você – ela falou.
- Os que não concordam, fazem isso por que não quiseram te conhecer por dentro, e ver que você é ainda mais linda que aparenta.
- Obrigada, mas é melhor parar com esses elogios ou eu vou começar a chorar. – ela riu – e vamos logo pra casa porque eu tenho que dormir, eu começo a trabalhar amanhã.
- Como você vai pro trabalho? – perguntei quando começamos a andar.
- Jake vai me levar no carro dele, porque o meu ainda não ficou pronto. – Jake, óbvio que tina que ser ele.
- Posso ir te buscar então?
- Bom ele tinha me falado que ia me levar e me buscar, mas acho que você pode avisá-lo que vai me buscar.
Me deu vontade de rir, convencer Jake que eu buscaria ? Depois daquela cena quando ela estava doente? Tá difícil hein.
- Então você almoça comigo – falei rezando pra que Jake não tivesse feito o convite antes.
- Fechado. – ela sorriu.
Caminhamos conversando banalidades até a casa de Jake. Eu ainda me aborrecia um pouco por ela estar vivendo aqui, tava na cara que Jake também ta interessado nela, e com ela morando debaixo do mesmo teto que ele o dava milhares de pontos na minha frente.
- Então até amanhã Emb – falou se esticando pra me dar um beijo no rosto. Eu me inclinei pra baixo pra facilitar as coisas.
- Até amanhã, – dei um beijo na curva do pescoço dela – tenha bons sonhos.
Me virei e sai logo, se eu ficasse mais um minuto ali ia colocar por água abaixo o que falei com ela sobre aceitar ser apenas seu amigo. É claro que eu não desistiria dela, eu apenas ia deixar as coisas caminhar um pouco mais devagar. Mas eu tenho certeza que ainda vai ser minha.
Capitulo 12 – Explicações
estava seguindo a trilha pra felicidade, claro que como ela não sabia qual era a sua felicidade, ela se desviava de vez em quando – como agora, despertando os sentimentos certos na pessoa errada, Embry – mas eu estaria sempre aqui, pronto pra mostrar ela o que era o certo.
- Nem pensar, Terry – a voz de Patch soou atrás de mim – você não vai se intrometer.
- Mas eu tenho que avisá-la, que Embry não é o certo... – me justifiquei.
- Livre arbítrio, lembra?
- Mas você mesmo disse que ela e Jacob se escolheram... o que tem de mais se eu der um empurrãozinho pra eles se acertarem logo?
- Tem que se você mostrar pra ela tudo o que ela tem que fazer, ela não vai aprender o que tem que aprender...
- Patch, você complica demais as coisas...
- Não é questão de complicar, Terry – ele falou como se explicasse algo pra uma criança pela milhonésima vez – cada alma vai à Terra pra cumprir uma missão. Cada experiência é algo pra se aprender, se você poupa das ‘dificuldades’ na vida dela, você a priva de aprender e assim de evoluir...
- Tá bom Patch – falei me dando por vencido – eu não vou me intrometer mais.
- Certo, então. Você pode continuar ai observando , mas é só pra observar, ok?
Ele estava saindo, mas uma coisa que passou pela minha cabeça me fez chamá-lo.
- Patch?
- Sim? – ele se virou pra mim.
- Eu só posso ver a , daqui?
- Daqui de cima nós podemos ver qualquer humano, mas pra isso você tem que ter um motivo, não é permitido ficar espiando a vida dos humanos. – ele me olhou arqueando uma sobrancelha – quem você quer ver?
- Melanie...
- Hummm, interessante... e por que você quer vê-la?
- Só queria saber como ela está, se ela está feliz...
- Acho que não há problema... – ele voltou a sair.
- Como eu faço? – perguntei e Patch se virou pra mim – como eu faço pra vê-la?
- Basta pensar nela.
Patch saiu e me deixou sozinho. Bastava pensar em Melanie... nossa eu já tinha passado tanto tempo envolvido com o futuro de que nem me lembrei de Malanie, a ultima vez que a vi, foi no dia do meu acidente, ela estava afundando na água e eu a ajudei. Joguei essa lembrança num canto da minha memória, eu não queria pensar em Mel assim, não queria uma lembrança triste dela, busquei uma outra lembrança e encontrei uma, na noite anterior ao acidente.
Flashback on
Estávamos todos ao redor da fogueira cantando e contando histórias de terror. Mel estava do outro lado da fogueira, nossos olhos não se desgrudavam. Eu já tinha decidido dizer a ela tudo o que eu sentia, o quanto eu gostava dela e como eu a queria ao meu lado, como minha namorada.
Ficamos todos juntos ali por um bom tempo, até que um a um as pessoas foram se retirando, alguns para dormir, outros para caminhar, até que só eu e Mel sobramos ali. Ainda estávamos sentados um na frente do outro.
- Vai ficar sentado ai? – ela perguntou sorrindo – Acho que tem espaço suficiente pra nós dois do lado de cá.
Me levantei de onde estava e me sentei ao lado dela
- Desde quando somos amigos, Mel? – perguntei puxando papo.
- Sei lá, desde os seis anos eu acho... por que?
- Nada só estava pensando há quanto tempo nós somos próximos um do outro...
Ficamos um tempo em silencio, Mel estava deitada olhando o céu, eu me mantive sentado observando o fogo queimar os galhos. Ta certo que eu tinha decidido dizer a ela o que eu sentia, só que eu não pensei na forma como faria isso.
- Terry – Mel me chamou – eu acho que gosto de você mais que só como meu amigo.
Meu coração deu um salto quando ela disse isso, me virei para olhá-la e a vi deitada de olhos fechados, como se tivesse com vergonha de me olhar depois de ter dito aquelas palavras.
Me aproximei dela bem devagar, ela ainda mantinha os olhos fechados, mas sabia da minha proximidade pois sua respiração se tornou rápida.
- Mel – falei quando estava bem próximo do seu rosto – eu tenho certeza que gosto de você mais que como seu amigo.
Ela deu um suspiro longo e eu a beijei.
Flashback off
Aquele tinha sido meu ultimo momento feliz com Melanie. O único beijo que tínhamos trocado, a única vez que senti o sabor doce dos lábios dela. Abri os olhos, que eu nem percebi que tinha fechado e vi que estava sentado no chão do quarto de Mel.
Eu estava escorado na parede oposta à cama onde ela estava deitada dormindo. Ela ainda era a mesma menina linda. Deus como eu queria abraçá-la, como eu queria sentir seu cheiro de novo, queria poder tocar o rosto dela e dizer que eu nunca mais iria deixá-la. Mas eu não podia fazer nada disso, porque eu estava morto.
Mesmo sabendo que ela não me sentiria eu me aproximei. Ela ressonava tranqüila, devia estar sonhando porque tinha um leve sorriso nos lábios, ou talvez fosse a imensa vontade de vê-la feliz que estava me fazendo ver coisas.
- Eu queria tanto estar com você Mel... – falei baixinho, apesar de saber que ela não me ouviria mesmo se eu gritasse.
Fiquei o resto da noite ali, velando o sono dela, matando parte de uma saudade que eu carregaria pra sempre dentro do peito. Quando os pais de Mel começaram a levantar e se movimentar pela casa, eu decidi ir embora, eu sabia que seria difícil sair depois que visse o brilho dos olhos dela.
- Seja feliz Mel – falei depositando um beijo no rosto dela.
POV –
Acordei com a luz do sol entrando pela minha janela.
- Sol em La Push – falei pra mim mesma enquanto caminhava até a janela – que novidade.
Escolhi um short jeans, um top verde com uma regata de estampa rosa por cima e um cinto largo. Nos pés uma bota de cano longo. Deixei a roupa separada em cima da cama e fui tomar um banho.
Depois de arrumada fui até a cozinha preparar um café, mas pra minha surpresa já estava tudo pronto em cima da mesa junto de um bilhetinho.
“Um café de comemoração, pelo seu primeiro dia de trabalho. Estarei na oficina, quando estiver pronta pra sair é só me chamar. Jake.”
Tomei meu café e fui terminar de me arrumar. Entrei na oficina e vi apenas suas pernas saindo de debaixo do meu carro.
- E ai senhor mecânico, pronto pra encarar o papel de meu motorista? – perguntei.
- Prontissimo senhorita – ele falou saindo de debaixo do carro, sem camisa, mais uma vez me perdi na visão do seu peitoral descoberto – só vou lavar minhas mãos e vestir uma camisa.
- Vou te esperar lá fora – falei saindo da oficina.
- Vamos? – a voz de Jake soou atrás de mim alguns minutos depois.
- Tem certeza que não quer só me emprestar seu carro e eu vou sozinha, ainda não me conformo de te incomodar, fazendo você sair só pra me levar até Forks.
- E quem disse que eu vou só levar você? – ele falou – eu também preciso comprar algumas peças pra uma moto que eu to consertando.
Ele parou do lado do rabbit e abriu a porta pra mim.
- Obrigada – falei me sentando no banco do carona. Jake me levou até a loja dos Newton.
- Venho te pegar pro almoço. – ele falou.
- Ah não precisa – respondi – Embry ficou de passar aqui pra almoçar comigo.
- Embry? – ele falou olhando pra frente – Tudo bem então, eu passo pra te buscar às sete, ok?
- Combinado – me inclinei e dei um beijo na bochecha dele – tenha um bom dia Jake.
- Você também, .
Fiquei na porta da loja até que Jake se afastasse com o rabbit, quando ele sumiu de vista eu respirei fundo e me virei para encarar meu primeiro dia de trabalho.
- Bom dia, Diana – falei passando pro outro lado do balcão.
- Oh , bom dia! Nossa você está linda.
- Ah, obrigada – só então eu me dei conta que eu tinha escolhido um short pro meu primeiro dia de trabalho, que bela gafe! – Nossa eu fiquei tão animada com o sol que surgiu hoje que nem me toquei que talvez um short não era a melhor escolha pra trabalhar.
- Que isso, não tem problema nenhum querida, você vai ficar o praticamente o tempo todo atrás do balcão e ainda vai usar um avental. – Diana falou sorrindo me entregando um avental – você é jovem, e sol em Forks é tão raro que merece ser aproveitado quando aparece.
- Obrigada Diana. – falei vestindo o avental, no mesmo instante a sineta da porta soou e o primeiro cliente do dia entrou na loja.
- Bom dia John – Diana falou cumprimentando o senhor de meia idade – vamos de que hoje?
- Olá Diana – John respondeu – o mesmo de sempre, varas de pescar.
- Claro, você vai gostar das mais novas que chegaram semana passada. – Diana saiu de trás do balcão para atender o senhor, mas antes parou e olhou pra mim – que cabeça a minha, deixa eu te apresentar John, essa é , minha nova funcionária.
- Muito prazer . Você não é daqui de Forks, é?
- Não –falei – Sou da Califórnia.
- Califórnia? – ele arqueou uma sobrancelha – O que faz uma garota jovem como você desistir do sol da Califórnia para viver em Forks?
- Mudança de ares – falei simplesmente – eu tenho um espírito aventureiro.
- Bom, então bem vinda a Forks! – John falou e se virou para ver as varas de pescar que Diana estava mostrando a ele.
Fiquei do balcão observando como Diana atendia os fregueses e cuidando do caixa, eu podia não saber nada sobre produtos esportivos, mas me dava bem com cálculos.
Conheci pessoas muito engraçadas, outras me olhavam como se suspeitassem dos meus reais motivos para estar em Forks. A manhã foi tão divertida que mal percebi o tempo passar, só me dei conta que já era hora do almoço quando o Sr. Newton chegou para cuidar da loja enquanto eu e Diana saiamos para almoçar.
- Quer almoçar lá em casa ? –Diana me perguntou.
- Obrigada Diana, mas um amigo meu ficou de passar aqui para que almoçássemos juntos.
- Então bom apetite.
Me virei para o lado contrario onde Diana estava e dei de cara com Embry, impecavelmente vestido com uma calça jeans escura e uma camisa branca com a gola em ‘v’, nos pés um sapatênis chumbo.
- Ual – falei caminhando até ele – isso tudo é para almoçar comigo?
- O quê? To arrumado demais? – ele perguntou conferindo a roupa.
- Ta perfeito – falei dando um beijo na bochecha dele – vamos? Além de estar com muita fome, eu só tenho uma hora e meia de almoço.
- Então vamos.
Caminhamos até um restaurante simples que ficava três quarteirões distante da loja. Optamos por comer uma massa. Embry me contou sobre a manhã dele e eu lhe contei como tinha sido meu primeiro dia.
Ele riu de alguns casos, principalmente do de uma senhora que foi até a loja com o marido, escolher o equipamento de escalada para dar de presente ao neto, e ficou reclamando das ‘olhadas’ do marido pra mim.
- É sério que você mexeu com o senhorzinho?... – Embry falou tirando sarro da minha cara – é isso ai L.A., ta tocando o terror em Forks...
- Deixa de ser besta Embry. – reclamei – e eu não mexi com o senhorzinho, ele disse que ficou encantado com o azul intenso dos meus olhos... – falei fingindo suspirar. Embry caiu na gargalhada me levando junto com ele.
- Ta mas eu aposto que teve um ou outro urubu voando lá por perto... – ele falou um pouco mais sério.
- Talvez, mas eu não reparei muito. – desconversei. Depois da declaração de ontem, eu sabia que a seriedade súbita de Embry era, provavelmente, ciúme.
- É mas amanhã você vai reparar, pois como eu disse, são urubus e uns vão contar pros outros e logo eles vão fazer fila na porta da loja, só pra poder ver a intensidade azul dos seus olhos.
- Eu acho melhor a gente mudar de assunto – falei – mesmo que os ‘urubus’ apareçam, eu não vou notá-los, porque eu não estou interessada nisso agora... – me arrependi de falar no mesmo instante em que as palavras saíram da minha boca, Embry fez uma cara de cachorro sem dono que realmente me deu dó – Ahnn desculpa Emb, eu não quis dizer sobre você... é que... – me embananei com as palavras.
- Ta certo – ele falou sorrindo fraco – eu entendi as coisas ontem...
Ficamos em silencio. Um silencio muito constrangedor diga-se de passagem. Embry pediu a conta e nós voltamos andando pra loja.
- Eu ainda tenho 40 minutos – falei quebrando o silencio – que tal um sorvete?
- Claro – Embry respondeu.
Fomos até um carrinho de sorvete que estava na praça escolhemos o nosso e nos sentamos.
- Escuta – Embry falou – me desculpa pelo que eu te falei ontem, ok? Eu realmente não queria que ficasse um clima estranho entre nós, na verdade quando eu decidi falar aquilo tudo pra você eu tinha em mente apenas que você me daria uma chance... então apenas esquece aquilo, ta bom? Eu quero muito continuar sendo seu amigo, o mesmo de sempre.
- Emb, respira – falei o fazendo rir – olha não pensa que eu não te dei uma chance porque eu não gosto de você, é só que eu não me sinto preparada no momento.
- Tudo bem, acho que posso esperar.
- Ta mas não faça disso sua prioridade – falei séria – por favor olha pras outras meninas. Sei lá vai ver você acha que sente tudo isso por mim, mas a verdade é que eu sou a novidade...
- Hey, eu não gosto de você por que você é nova na cidade, eu gosto de você pelo que você é. E quanto à olhar as outras meninas... bom eu meio que já olhei... e já provei também – ele riu de canto.
- Embry! – bati no braço dele – seu pervertido!
- O quê? Eu só fiz o que metade dos garotos da minha idade fazem! – ele estreitou os olhos pra mim – vai dizer que os californianos não são assim?
- São piores – falei rindo – vem vamos voltar, meu almoço acabou.
Continuamos caminhando até a loja. Embry se despediu de mim da mesma forma como fez ontem à noite, com um beijo molhado na curva do meu pescoço, o que fez todos os pelos do meu corpo se arrepiarem.
- Te vejo mais tarde – ele falou – em La Push.
- Ate então – respondi e entrei na loja.
- Seu namorado é bonito – Diana falou saindo de trás de uma prateleira.
- Ahnn ele não é meu namorado. – respondi.
- Hum... então é aquele que te trouxe hoje cedo?
- Também não...
- O que veio com você procurar a vaga...
- O Seth? Definitivamente não é meu namorado... Pra facilitar, eu não tenho namorado, Diana.
- Meu Deus, como pode uma menina linda como você, com esse par de olhos azuis brilhantes, andar com três garotos lindos e não ser namorada de nenhum deles, pior, não ter namorado nenhum!
- Simples – falei ocupando meu lugar no caixa – eu não quero namorar.
- Eu não entendo vocês adolescentes – ela escorou no balcão ao meu lado – se querem namorar e os pais não deixam, fazem o maior escarcéu, agora se tem toda liberdade pra namorar, não querem...
- Ninguém te contou Diana, nós somos complicados por natureza...
- Veja só um exemplo de como vocês são esquisitos. A filha do chefe Swan, Bella. Ela era uma menina bonita, quando chegou aqui deixou todos os meninos alvoroçados. Até meu filho Mike se encantou por ela. Mas ela escolheu o Edward Cullen, um garoto lindo, porém muito misterioso, filho adotivo do Dr. Carlisle Cullen. Os dois ficaram juntos até que ele foi embora, nossa a menina ficou muito mal, o chefe Swan já estava pensando em mandá-la pra morar com a mãe, quando um amigo dela apareceu e a ajudou a se recuperar. Esse menino é filho de Billy Black, lá de La Push, antigo cliente meu aqui, uma pena a morte dele...
Eu me desliguei momentaneamente do que Diana estava falando, Billy Black era o pai de Jake, então era Jake o garoto que ajudou a tal Bella Swan?
- ... então eu estava falando da menina Bella, pois é, ela e o filho do Billy ficaram muito amigos, Mike me dizia que achava que eles iam acabar namorando... mas ai o garoto Cullen voltou e ele e Bella reataram... dizem que ela e o filho de Billy ficaram meio brigados depois disso... eu acho que é verdade, já que eu não o vi no casamento dela...
- Ela se casou? – perguntei – Espera quantos anos ela tem?
- Dezoito. É isso que eu estou falando, o quanto você são confusos... ela preferiu se casar tão jovem a viver um pouco mais... outros preferem viver tudo o que podem e se casar depois de velhos.... eu não sei, ou eu sou velha demais, ou vocês que são complicados mesmo...
Um freguês entrou na loja fazendo Diana cortar o assunto, na minha cabeça rodavam informações que já estavam me deixando tonta. Jake e essa tal Bella foram quase namorados? Eu me lembrei do Jake falando que o filho de Diana tinha atrapalhado ele conseguir uma namorada, então era essa tal Bella? Será que ela era a mesma Bells que havia ligado pra ele ontem? Se fosse a mesma pessoa, por que ela estava ligando pro Jake mesmo depois de casada?
Resolvi deixar todos esses assuntos de lado e trabalhar. Se essa Bella era ou não importante na vida de Jake, isso não era problema meu, afinal ele é só meu amigo. O difícil era entender como um amigo pode ocupar tanto os meus pensamentos.
POV Jake
Deixei na loja dos Newton e fui até uma oficina que ficava próximo ver se lá tinha as peças que eu precisava, acabei não encontrando lá e decidi procurar em Port Angeles.
O tempo inteiro a voz de falando que Embry iria almoçar com ela soava na minha cabeça. Como se fosse um alarme piscando dizendo que ele estava próximo demais dela.
Mas o que eu tinha a ver com isso? Se Embry estava próximo demais ou não isso não era da minha conta era? Eu me sentia muito mexido perto de , mas isso era apenas por ela carregar uma história tão triste, e por ter aqueles olhos azuis misteriosos, e aqueles lábios rosados e convidativos. Sem contar no perfume... aquele perfume doce de frutas e maresia....
- Não! – gritei sozinho no carro. Eu não podia me envolver com ela, não podia sentir nada por ela a não ser amizade. Eu teria um imprinting, cedo ou tarde isso ia acontecer e tudo o que eu não queria na minha vida é que fosse magoada como a Leah foi. Eu sei o que é ser trocado, eu senti isso na pele, eu senti a dor da rejeição.
Mas querendo ou não ela mexia comigo. Ela me desnorteava de alguma maneira, era o sorriso doce e inocente e o olhar de mulher decidida. Eu sentia vontade de estar perto dela o tempo todo, de saber tudo sobre ela, mas ao mesmo tempo eu sabia que não podia.
Fui e voltei a Port Angeles com essas idéias malucas na cabeça, esses pensamentos que só serviam pra me deixar mais confuso e perdido. A única certeza que eu tinha era que eu não podia me envolver com , eu precisava esperar pelo meu imprinting.
Fiquei o dia todo na garagem envolvido com o carro de , apesar de não querer vê-lo consertado tão cedo. Não que eu não gostasse do carro, ou estivesse com preguiça de consertá-lo, era só que eu não queria ter que deixar de levar para o trabalho, as horas perto dela – agora que ela está trabalhando – ficaram curtas demais, e os poucos minutos que eu tinha para levá-la e buscá-la da loja era preciosos.
- Merda – falei pra mim mesmo – para de pensar assim Jake. Que droga ela não pode ser sua!
- Quem não pode ser sua? – Quil perguntou da porta da oficina. Por um momento eu pensei em contar tudo a ele, mas com certeza ele – apesar de ser meu melhor amigo – iria achar que eu estava delirando. Ele não acreditaria nunca que minha mãe tinha aparecido pra mim em sonho e falado que minha escolhida iria chegar.
- Ninguém não – falei.
- Não vai me dizer que ainda é a Bella? – ele me olhou sério. Melhor assumir não ter esquecido a Bella do que passar por louco – qual é Jake, ta na hora de se desligar disso... humpf.... e eu achando que você estava acordando pra outra pessoa...
- Que pessoa? – perguntei desviando a atenção do carro.
- Sei lá pelo jeito que eu te vi olhando pra e ela olhando pra você, achei que tava rolando algo entre vocês.
- Não – falei rápido – é minha amiga, só isso.
- É uma pena, vocês dariam um belo casal...
- Por falar em – falei mudando o foco do assunto – que horas são? Tenho que buscá-la.
- Seis e meia – Quil falou – nossa tenho que ir ver a Claire. Te vejo depois Jake.
- Até Quil. – guardei as ferramentas e fui tomar um banho.
oOo
Estacionei o rabbit na frente da loja e desci. Fiquei escorado no carro esperando sair, ainda faltavam cinco minutos pro expediente dela encerrar. Não demorou muito e eu a vi saindo. Ela estava realmente linda na roupa que ela vestia, porém ela não pensou que quando saiu de casa tinha sol, porém na hora de voltar já estaria frio, por isso ela voltava encolhida tentando fugir do vento frio que soprava.
- Acho que você se empolgou demais com o sol hoje de manhã. – falei abrindo a porta do passageiro pra ela.
- Confesso que não imaginei que estaria fazendo esse frio na hora de voltar pra casa. – ela falou se encolhendo no banco. Entrei no carro e liguei o aquecedor. – acho que me acostumei com a Califórnia, o verão lá é quente, não igual aqui que é chuvoso e frio.
- Não é assim o verão todo – falei – esse ano parece que uma corrente fria atravessou a costa oeste, trazendo esse frio no meio do verão.
- E então como foi seu dia? – ela perguntou mudando de assunto. Agora estava mais relaxada no banco do carro, o aquecedor já tinha levado embora o frio.
- Normal – falei – depois que te deixei aqui fui até Port Angeles procurar uma peça, mas não a encontrei. E você, como foi o primeiro dia de trabalho?
- Divertido – ela falou – as pessoas aqui são bem acolhedoras, quase todas...
- Alguém te tratou mal? – perguntei já imaginando quem conseguiria tratar mal, era quase impossível olhar pra esses olhos azuis e não ser gentil. Só Leah conseguia ser desprezível com ela.
- Mal ninguém me tratou – ela falou – mas eu percebi em alguns olhares que tem pessoas que parecem desconfiar dos motivos pra eu ter saído da California e vindo pra cá. Acho que elas pensam que eu sou tipo uma fugitiva da policia...
- Que isso – falei – eles só devem ter ficados surpresos por ver uma garota jovem e bonita deixar pra trás o sol da California pra viver no constante nublado de Forks.
- Não tenta amenizar, Jake, as pessoas estão desconfiadas, mas quer saber, eu acho que é normal, e não me importo, eu vou mostrar a elas com o tempo que eu sou inofensiva.
Eu estava prestando atenção no que falava, até uma brisa trazer até mim o cheiro tão conhecido por minhas narinas – mas que eu desejava intensamente nunca ter sentido.
- Algum problema Jake? – perguntou fazendo minha atenção voltar pra ela. Parei o carro no acostamento alguns metros antes de atravessarmos a fronteira de Forks e La Push.
- Nada demais – falei olhando pra – você se importa de esperar aqui alguns minutos?
- Não. – ela respondeu. Sai do carro em direção à floresta.
- O que você quer Bella? – perguntei e vi Bella sair detrás de algumas árvores.
CAPITULO 13 – Isabella...
POV – Jake
- O que você quer Bella? – perguntei vendo-a sair de trás das arvores.
- Oi pra você também Jake. – ela falou irônica – eu queria saber de você.
- Um telefonema era suficiente, não?
- Não. Eu queria te ver. – ela falou séria – você sumiu, eu nunca mais te vi, sempre tenho noticias suas através do Seth...
- Foi você quem escolheu assim.
- Você precisa renovar seu repertorio de frases, essa já ta bem gasta – ela deu um sorriso fraco – Sam disse que falaria com você sobre o nosso problema, mas você não deu as caras na mansão...
- Ele me falou, e eu mandei transmitir pra você o recado. Eu vou ajudar vocês, Bella, assim que a hora chegar, eu ajudo vocês. Como sempre – Sam tinha me falado dias atrás que os Cullen tinham arrumado problemas com os Volturi, os figurões vampiros da Itália. Parece que uma vampira viu a filha da Bella e concluiu que era um bebê imortal, o que pros italianos é terminantemente proibido, então agora a vidente viu que eles estão vindo pra cá tirar suas próprias conclusões, o que trocando em miúdos significa, matar todo mundo por ter violado uma das leis deles.
- Você podia ter aparecido lá em casa, pra ver a Renesmee, ver como ela é e conversar sobre as estratégias com o Jazz.
- Eu não preciso ver sua filha Bella, eu não vou testemunhar eu só vou estar lá pra ajudar caso haja briga. E quanto às estratégias, o Sam pode lidar com isso depois me repassar.
- Por que todo esse esforço em ficar longe de mim, Jake? Nós éramos amigos, será que não podemos continuar assim?
- Não, não podemos. Bella, eu já te falei isso, você escolheu ser algo que a minha natureza repudia. Não sou eu que escolho ficar longe de você, é o meu lobo e ele é inseparável de mim, então não insiste, não faz as coisas ficarem pior.
- Mas o Seth consegue ficar perto de nós vampiros, porque você também não se esforça pra isso?
- Por que eu não quero, ta bom? – falei alto – Seth consegue ficar perto de vocês porque ele não te amou. Ver a sua família perfeita e feliz não dói na alma dele como dói na minha.
- E é com ela que você se consola? – Bella perguntou indicando no carro com um tom diferente na voz – é ela que conforta seu coração por você não me ter?
- Não. não é assim, ela é minha amiga. Ela me conforta sim, mas não da maneira que você está pensando.
- Eu também posso ser sua amiga – ela falou se aproximando mais de mim. Senti meu lobo se inquietar, algo natural que o cheiro dos vampiros causava, mas dessa vez somado a algo que vinha de mim, do meu lado humano, era o desejo de não sofrer mais, era a vontade de afastar Bella pra não ter que ver os olhos dourados dela que denunciavam a minha derrota – eu posso te consolar e afastar a tristeza que você sente por ter perdido seu pai...
- Mas você não pode afastar a dor por ter perdido você Bella. – falei, mas ela continuou se aproximando – isso só vai acabar quando a minha escolhida aparecer. – ela congelou onde estava.
- Escolhida? – ela perguntou de olhos arregalados – que escolhida?
- Meu imprinting Bella, a mulher que vai fazer meu coração parar de querer você.
- Quem é ela?
- Eu não sei. Eu ainda não sei, mas ela vai aparecer – eu sabia que ia, minha mãe já havia me falado isso e esse era o único motivo de não ceder à tentação que era , de não sucumbir à vontade de provar os lábios dela.
- Você não pode ter certeza disso. – ela falou. Um brilho diferente passou pelos olhos dela – e você acabou de dizer que ainda me quer, então porque não ficar por perto, como era antes de eu...
- Antes de você ser uma sanguessuga? – perguntei – Não dá pra passar por cima disso Bella. Não dá pra ignorar o seu cheiro que me faz querer correr pra longe, pra não deixar o meu lobo fazer que o por natureza ele faz. Matar você.
- Você me mataria Jake? Você teria coragem de me destruir?
- Não Bella. E é exatamente por isso que eu não me aproximo. Eu não sei até quando vou conseguir me controlar.
- Mas eu te quero por perto meu amigo, meu sol – ela se aproximou o suficiente pra tocar meu rosto com os dedos frios, fazendo minha tremedeira triplicar. Eu sentia que ia me transformar a qualquer minuto, mas um som fez que eu me controlasse mais. tinha acabado de bater a porta do carro, e seus passos se aproximavam de onde eu estava.
POV –
Jake estava demorando demais. Eu ainda não tinha entendido o que ele foi fazer no meio da floresta, mas estava começando a me preocupar. Eu sei que tinha prometido a ele ficar no carro, mas tinha algo dentro de mim pedindo que eu saísse do carro, eu não ia discutir com meu sexto sentido.
Sai do carro e me aproximei do lugar onde Jake tinha entrado na floresta e a cena que vi era no mínimo estranha.
Jake estava de olhos fechados e com o corpo todo tremendo enquanto uma garota de uns 19 ou 20 anos estava na frente dele, na verdade ela parecia mais uma estátua que uma garota, a pele pálida demais, os olhos de uma cor dourada bem bizarra e se eu não estivesse muito enganada ela parecia não respirar.
Apressei meus passos até Jake, que não estava nada bem, o corpo dele ainda tremia bastante, os punhos estavam fechados e ele parecia colocar toda sua força ali. Cheguei até ele segurando seu rosto entre minhas mãos e percebendo que sua temperatura normalmente alta estava incrivelmente alta.
- Jake, está tudo bem? – perguntei vendo fazer que sim com a cabeça, os olhos ainda cerrados – Desculpa Jake, mas você não parece nem um pouquinho bem.
- , volta pro carro – ele pediu.
- Nem pensar – falei – a menos que você venha comigo.
- Eu estou bem, acredite, mas preciso de um minuto antes de voltar.
- O que aconteceu aqui? – perguntei me virando pra garota que me avaliou de cima abaixo completando com uma careta no final. Ok que eu não era bonita como ela, que apesar de ser um pouquinho sem cor, era bonita pra caramba – você é?...
- Isabella Cullen – ela falou com uma voz que deixaria Kelly Clarckson com muita inveja, então essa era Bella? Dá pra ver porque Jake se apaixonou, e porque o filho de Diana também gostou dela. Mas se ela já estava casada, o que estava fazendo aqui? E como ela chegou aqui se eu não via o carro dela? – você deve ser , certo?
- Certo, então Isabella, o que aconteceu aqui que deixou o Jake desse jeito? – perguntei sem fazer rodeios, o Jake estava bem mal, e isso aconteceu depois dele sair do carro pra conversar com ela...
- Nada demais – ela falou – o Jake ficou um pouco nervoso com algumas coisas que ele ouviu.
- Um pouco? – ela tava zoando com minha cara né? – Olha como ele está! Pouco nervoso é fichinha perto do estado do Jake!
- O que? Ela não sabe Jake? – Isabella perguntou fazendo Jake tremer ainda mais e olhar pra ela com um olhar mais que mortal.
- Cala a boca Bella. – ele respondeu entredentes.
- Desculpa eu só achei que se ela estava morando na sua casa, soubesse tudo sobre você!
- Olha só, não me interessa muito saber do que vocês estão falando, mas Jake nós vamos pra casa agora. – falei puxando ele pela mão, que continuava tremendo.
- Não... dá... – ela falou soltando da minha mão – não dá pra sair daqui agora, , vai você, eu vou depois.
- E deixar você aqui nesse estado com ela? – falei cruzando os braços.
- Qual o problema em deixá-lo comigo? – Isabella falou se fazendo de ofendida.
- Nada contra você não – respondi a ela – mesmo porque eu nem te conheço, mas o Jake estava bem até vir aqui, no meio do mato, conversar com você, então ele não fica aqui sozinho com você.
- E você é dona dele por acaso? – impressão minha ou ela estava com ciúmes – Jake fica onde ele quiser.
- Eu tenho certeza que ele não quer ficar com você, a propósito onde está seu marido? – falei frisando a palavra marido.
- Não interessa. – ela respondeu.
- Nossa isso é amor? – falei sarcástica – Imagina se não o amasse hein?
Ela me olhou e seus olhos, se eu não estava delirando, ficaram escuros e ela pareceu ter rosnado?
- Ok agora podemos ir – Jake falou me arrastando pelo braço até o carro – e me colocando do lado do passageiro.
- Hey – falei quando ele sentou do lado do motorista – você ainda esta tremendo, deixa que eu dirijo.
- Eu posso dirigir melhor que você mesmo que esteja quase desmaiando.
- Ta me chamando de barbeira?
- Não só estou dizendo que eu dirijo melhor – ele deu um sorriso de canto e deu partida no carro.
- Você está bem mesmo? – perguntei e ele fez que sim com a cabeça – o eu aconteceu lá?
Ele me olhou, depois voltou os olhos para a estrada e respirou fundo antes de começar a falar.
- Quando Bella veio pra Forks, o pai dela comprou a caminhonete do meu pai pra dar a ela de presente, e quando eu a vi pela primeira vez, eu me apaixonei imediatamente. Mas ela estava encantada pelo sang... pelo Edward Cullen. Eles começaram a namorar, mas depois do aniversário de 18 anos de Bella, ele foi embora. Ela ficou mal demais, muito triste, como se funcionasse no automático, ai um dia ela apareceu na minha casa, com duas motos velhas pra serem consertadas. Nós nos aproximamos muito e a minha paixão por ela acabou se transformando em amor... mas quando eu achei que tudo estava bem, que a gente ia ficar junto, Edward voltou e Bella correu pros braços dele como se nada tivesse acontecido. Agora os dois estão juntos, casados e felizes e Bella insiste em esfregar isso na minha cara o tempo todo.
- Nossa – foi só o que falei. Diana tinha me contado parte da história, mas eu não imaginava que as coisas tinham acontecido assim. Eu não imaginei que Isabella era tão cruel – e por que você perde seu tempo indo falar com ela? Basta ignorar.
- Acontece que eu sou muito idiota. – ele falou enquanto estacionava o carro em frente sua casa.
Nós descemos juntos, eu fui direto pro quarto da Rachel, Jake pra oficina. Pelo menos ele não tremia mais. A história toda de Jake e Bella rodavam na minha cabeça, eu sentia que o que Jake me contou não era tudo, tinha mais coisa ai e eu ia descobrir. Apesar de nunca querer xeretar demais nas histórias e nas explicações que recebia sobre as coisas estranhas dos quileutes, dessa vez eu não podia deixar passar, eu sentia que tinha que saber tudo sobre Jake e Bella.
Outra coisa que me perturbava era a aparência de Isabella. Nenhum humano é tão perfeito como ela e ninguém tem aquela cor nos olhos, acho que nem mesmo com lentes de contato. E ainda tinha o fato deles terem mudado de cor. Eu não fiquei louca, eu vi os olhos de Bella escurecerem, saírem do louco tom dourado para um preto profundo, frio e assustador, sem contar que ela tinha rosnado pra mim. Não como um cachorro, mas como uma fera, prestes a atacar. Isabella tinha algum segredo, algo misterioso que talvez Jake não soubesse e se ele descobrisse o faria esquecer dela, e quem sabe ele não podia pensar em outra pessoa?
POV – Terry
Eu tinha que confessar, as coisas não estavam nada boas. ainda estava despertando os sentimentos errados no Embry, sinceramente, eu não entendia por que esse garoto insiste em ficar cercando , e o pior é que como eu estou num outro plano eu consigo ver que a insistência dele não é por birra por que ele vê que Jacob também está interessado na minha irmã, ele realmente sente um ligação forte com , e eu também sinto isso. Eu sinto que de alguma forma, Embry está preso à minha irmã, e isso não é legal.
Como se isso não bastasse, eu estou aqui agora vendo minha irmã cara a cara com o que eu acabei de descobrir ser uma vampira.
- Tem certeza que ela é vampira, Patch? – perguntei – sei lá vampiros não são só uma criação de Hollywood?
- Não Terry, os vampiros criados pela industria do cinema são apenas uma representação mal feita de coisas que os humanos viram, mas não queriam acreditar que existia.
- Ta então se essa ai é mesmo uma vampira, Jacob tem que tirar minha irmã daqui!
- Jacob agora está tão perigoso pra sua irmã quanto Isabella. – eu o olhei sem entender o que ele dizia – Jacob está quase entrando em fase Terry, ele está prestes a se transformar no enorme lobo que ele é. E se estiver muito perto, ela pode se machucar muito.
- Então sou eu que vou tirá-la daqui! – falei convicto.
- Ah é? E como você pretende faze isso?
- Sei lá, eu descubro um jeito.
- Não sei se você se lembra, mas eu sou o anjo da guarda dela.
- Então faz alguma coisa! – eu gritei. Isabella e começaram a discutir sobre Jake ficar aqui ou ir com minha irmã.
- Ela não vai se machucar hoje. Presta atenção.
Então eu vi a tremedeira de Jacob diminuir rapidamente e ele puxar pela mão na direção do carro.
- O que eu perdi? – perguntei.
- Jacob viu que Bella era ameaça pra , e por um instante o lobo dele percebeu o que era prioridade.
- Ah ta... – fiquei mais aliviado por ver que minha irmã estava mais segura agora, mas então uma coisa que Patch tinha dito e passou despercebido veio à minha cabeça – você disse a pouco que não ia se machucar hoje?
- Eu não disse isso. – ele falou andando na direção de La Push.
- Disse sim. O que você quis dizer com isso.
- Você ta ouvindo coisas Terry, vem vamos voltar pra colônia.
- Você vai ter que me explicar essa história Patch. – reclamei o seguindo em direção à luz que nos levaria ao nosso lar.
CAPITULO 14 – PROBLEMAS
POV
Fiquei horas pensando sobre tudo o que tinha acontecido hoje. A aparência de Isabella me perturbava, nenhum humano é tão perfeito como ela e ninguém tem aquela cor nos olhos, acho que nem mesmo com lentes de contato. E ainda tinha o fato deles terem mudado de cor. Eu não fiquei louca, eu vi os olhos de Bella escurecerem, saírem do louco tom dourado para um preto profundo, frio e assustador, sem contar que ela tinha rosnado pra mim. Não como um cachorro, mas como uma fera, prestes a atacar. Isabella tinha algum segredo, algo misterioso que talvez Jake não soubesse e se ele descobrisse o faria esquecer dela, e quem sabe ele não podia pensar em outra pessoa?
- Deixa de ser louca garota – sussurrei pra mim mesmo – até parece que ele vai te ver assim.
- Quem vai te ver assim? – levei um susto quando Seth falou da porta do quarto.
- Meu Deus, quer me matar de susto garoto? – perguntei ainda com as mãos no peito tentando controlar meu coração acelerado.
- Desculpa – ele sorriu e entrou no quarto me dando um beijo no rosto – mas me fala quem é que vai ou não te ver sei lá de que maneira?
- Ninguém – falei me sentando na cama com as costas na cabeceira, enquanto Seth se sentava na minha frente – o que você veio fazer aqui?
- Te ver oras! – ele riu – E te dar um recado da Emily. Ela vai fazer um jantar hoje pra comemorar alguma coisa que ninguém sabe o que é e quer que você vá.
- Eu? – perguntei assustada, apesar de já estar a um tempinho em La Push eu não conhecia muito bem as pessoas daqui, exceto Jake, Seth, Embry e Sue.
- É você.
- Mas eu não tenho roupa pra isso.
- Eu imaginei que você diria isso quando Emily foi lá em casa – ele falou cabsibaixo levantando em direção à porta – e como nem Emily nem minha mãe iam aceitar uma resposta negativa sua... – ele foi até o corredor e voltou com uma sacola nas mãos - ... é pra você. Um presente meu e da minha mãe.
- Own Seth obrigada – falei pegando a sacola das mãos dele – você e Sue são incríveis.
- Agora não tem desculpa pra não ir – ele falou sorrindo – abre, vê se você gosta e se te serve.
Abri a sacola e encontrei um vestido longo rendado lindo.
- Não dava tempo de ir até Port Angeles, então nós compramos aqui em La Push mesmo, minha mãe não queria me deixar escolher esse, ela falou que você não ia gostar que você ia preferir algo mais... esportivo, mas eu achei ele a sua cara, mas se você não gostar nós podemos ir lá trocar... – ele falava tudo de uma vez.
- Seth para de falar! – reclamei – o vestido é lindo, eu adorei. E agora vou tomar um banho ou vou me atrasar para o jantar de Emily.
- Eu te espero na sala – ele falou saindo do quarto.
Coloquei o vestido e um bolerinho que estava junto na sacola em cima da cama e fui pro meu banho. Tentei não demorar muito, pra não fazer Seth ficar me esperando, mas não tinha como não aproveitar a água quente que caia nas minhas costas. Terminei meu banho e sequei meu cabelo deixando-o bem liso, passei uma maquiagem leve, caprichei mais apenas no lápis preto e no rímel nos olhos, e vesti o vestido e o bolerinho e calcei um par de rasteirinhas, o que não fazia muita diferença afinal o vestido era bem longo e tampava meus pés.
Sai do quarto e encontrei Seth já na porta.
- Você está linda. – ele disse sorrindo.
- Obrigada Seth, você também está muito charmoso. – falei analisando a roupa que ele usava, uma camisa branca de gola V e uma calça jeans clara.
Fomos andando até a casa de Emily, o caminho era um pouco longo, mas andar por La Push era algo que eu adorava. Ver as pessoas sentadas nas varandas apenas vendo o tempo passar, crianças correndo de um lado pro outro brincando, ser cumprimentada pelas pessoas, mesmo que eu não as conheça, tudo isso eu nunca veria na Califórnia, pelo menos não no lugar onde eu morava, onde tudo o que se via eram carros passando de um lado pro outro, as pessoas viviam ou trancadas em casa, ou presas nos escritórios e academias. As crianças não brincavam, estavam todas ocupadas em fazer aulas de piano, flauta, natação, karatê e tantas outras atividades.
- Pensando em que? – Seth perguntou me tirando da minha ‘análise’.
- Em como tudo isso aqui é diferente de onde eu vivia. – falei – e como eu gosto de estar aqui.
- É bom ouvir isso – ele me abraçou de lado – E ai como foi o primeiro dia de trabalho?
- Divertido – falei – apesar de alguns se mostrarem meio desconfiados pelos motivos que me trouxeram pra cá, mas eu entendi que não deve ser muito comum alguém sair do sol da California e vir pro nublado constante de Forks, a não ser que seja um fugitivo...
- As pessoas vão acabar se acostumando – ele falou.
- É eu sei, por isso não me preocupei com os que me olharam atravessado...
Ficamos em silencio um tempo, eu queria puxar com Seth o assunto sobre Isabella e Jake, eu sentia que Seth poderia me tirar muitas das minhas duvidas. Puxei o ar pra dentro dos pulmões e tomei coragem pra falar.
- Sabe o que foi uma coisa bem bizarra que aconteceu hoje? – perguntei começando o assunto.
- O que?
- Isabella Cullen apareceu pra conversar com Jake...
- Aqui na reserva? – Seth me olhou assustado.
- Não – falei sem entender o susto dele – na estrada quando vínhamos pra casa...
- Ah bom... – ele parecia aliviado.
- Mas qual o problema se ela viesse aqui? – perguntei – Pelo que Sue me contou, ela é amiga do Jake e o pai dela era muito amigo do pai do Jake...
- É mais complicado do que eu posso te explicar... – ele foi evasivo.
- Que seja, voltando ao que eu dizia, foi bem esquisito quando Isabella apareceu pra falar com Jake...
- Esquisito como?
- Veja bem, nós estávamos no carro, ai de repente o Jake parou como se ele tivesse um radar que avisou a ele que a Isabella estava por perto... ele saiu do carro e entrou no meio da floresta... como eu vi que ele estava demorando pra voltar, eu fui atrás dele e o encontrei conversando com ela no meio do mato...
- O que isso tem de estranho? – Seth perguntou como se o que eu tinha acabado de contar pra ele fosse muito normal.
- Como o que tem de estranho? Seth, pessoas normais visitam as outras em casa, não aparecem no meio do mato! Sem contar que quando eu encontrei os dois o Jake estava estranho, tremendo o corpo todo, com a pele muito mais quente que as suas são normalmente. E quando eu questionei o que estava acontecendo, a tal Isabella veio toda estressadinha pro meu lado, eu juro que vi os olhos dela mudarem de cor e ela rosnou pra mim. – Ok eu sabia que tinha falado demais, eu devia ter parado na parte que o Jake estava tremendo, porque isso ele iria confirmar, mas a questão dos olhos e do rosnado, isso só eu tinha presenciado, agora o Seth ia me achar louca...
- Acho que o clima de La Push está prejudicando o seu raciocínio , onde já se viu, os olhos de alguém mudarem de cor? – ele falou tentando fazer graça com o que eu disse, mas eu percebi que o que eu tinha contado havia perturbado Seth.
- Você pode achar que eu to ficando louca Seth, mas tem algo de muito estranho com Isabella, e eu vou descobrir o que é.
- Se eu fosse você eu não faria isso. É melhor você ficar longe da Bella.
- Por que? Ela vai me morder por acaso? – falei e vi o rosto de Seth ficar sério.
- Não é saudável se envolver com os Cullen, . Me promete que vai esquecer essa história.
- Desculpa Seth, mas não dá pra prometer isso, eu vi o quanto Isabella perturbou o Jake, eu quero saber o que tem de errado com essa garota. – eu respirei fundo e parei de andar, fazendo Seth parar de frente pra mim – Olha só eu nunca quis ir a fundo e saber realmente o que são todas essas coisas estranhas que tem com vocês... eu nunca quis xeretar a vida suas, mas se algum dia eu perceber que essas ‘estranhezas’ estão fazendo algum mal a qualquer um de vocês, eu vou querer saber o que é. E é exatamente o que ta acontecendo com Isabella e com Jake. Ele ficou perturbado com a presença dela e eu quero saber por que.
- O Jake já foi apaixonado pela Bella, , é por isso que ele fica tão afetado com a presença dela.
- Ele me falou isso, e sinceramente Seth, não dá pra engolir que o Jake ficou daquele jeito só porque ele gostou da Isabella, tem mais coisa ai.
- – Seth respirou fundo bem devagar – Jake não só gostou de Bella, ele a amou de verdade, ele pensava nela o tempo todo e sofria muito porque ele não podia estar com ela, porque ela gostava do Edward. Ele sofreu pra caramba, e no dia que ele viu o convite de casamento dos dois, ele ficou muito revoltado e fugiu.
- Fugiu? Tipo foi embora daqui? – perguntei.
- É, foi embora, não falava com ninguém, mal se comunicava. Ele deixou todo mundo louco da vida, cheio de preocupação. Mas no dia do casamento de Bella e Edward ele voltou, ele pode tentar não demonstrar o que ainda sente por ela, mas a gente sabe que ele sente alguma coisa.
- Algo forte o suficiente pra deixá-lo do jeito que eu vi hoje? Por que Seth, ele estava muito nervoso!
- Do mesmo jeito que o sangue quente dos quileutes deixa a nossa pele mais quente que dos outros, ele também faz com que nossa irritação seja mais intensa. Então o que era pra ser uma simples perda de paciência, pode se tornar a terceira guerra mundial... – ele deu um sorriso torto.
- Ok... – me fingi de convencida – eu acho que entendi...
- E vai me prometer não mexer mais nessa história?
- Prometo não mexer mais nessa história – agora completei em pensamentos.
- Ótimo, então vamos continuar andando ou vamos nos atrasar muito pro jantar da Emily.
POV Jake
O encontro com Bella por pouco não se transformou num desastre. Eu não sei o que ela tinha que fazer aparecendo no meio da floresta quando sabia que eu estava com no carro. Eu podia ter ignorado e continuado o caminho para La Push, mas eu tinha medo de que Bella fizesse uma aparição vampiresca demais e acabasse descobrindo tudo o que ela não sabia e que eu não fazia questão nenhuma que ela soubesse.Então para evitar mais uma surpresa dessa eu decidi ir até a casa dos Cullen e ter uma conversa definitiva com todos eles. Assim que deixei em casa fui para a oficina e de lá me transformei, correndo na forma de lobo até a casa dos Cullen.
Antes mesmo de atravessar o rio que fazia a fronteira de nossas terras eu pude sentir o odor acre que vinha do lado deles. Não era o cheiro normal dos Cullen, era fedor de vampiros que se alimentavam de humanos. Provavelmente amigos que se juntaram aos Cullen para a batalha. Eu só esperava que eles não estivessem se alimentando por aqui, apesar de que, independente do lugar, só de imaginar humanos morrendo para esses nojentos viverem já me dava ânsia de vomito.
Quando cheguei próximo da casa o suficiente, voltei para a minha forma humana e segui para a entrada. Não foi preciso bater na porta, Carlisle já me esperava.
- Seja bem vindo Jacob. – ele falou cordial - O que o traz aqui?
- Obrigado – respondi – eu vim conversar, algo sério e gostaria que todos estivessem presentes, especialmente Bella.
- Entre eu vou mandar que chamem Bella e Edward, eles estão na casa deles. – a casa de Bella era uma cabana próximo à mansão dos Cullen. Ela tinha sido reformada por Esme e Alice assim que Bella acordou de sua transformação.
Jasper saiu pra chamar os dois pombinhos, enquanto Carlilsle me apresentava aos outros vampiros que estavam na sala, os quais eu não fazia nenhuma questão de conhecer.
- Jacob esses são alguns de nossos amigos que vão nos ajudar a convencer os Volturi que Renesmee não é uma ameaça...
- Eu não faço questão de conhecer nenhum deles, Carlisle, só quero que não cacem nas terras quileutes. – falei seco, eu não estava aqui para fazer amizades, estava aqui pra dar um recado e só.
Não demorou muito e Bella, Edward e a cria deles apareceu pela porta.
- Jake, você decidiu vir! – Bella exultou – venha Renesmee, vamos conhecer o Jake.
- Não – falei – não, vim aqui ser apresentado a ninguém. Vim dar um recado apenas.
- Que recado? – Carlilsle perguntou.
- Eu não quero que o que aconteceu hoje se repita Bella – falei olhando fundo nos olhos dourados dela – não sabe sobre os lobos nem sobre os vampiros e eu quero que continue assim. Eu não quero que ela saiba sobre o segredo de vocês, não quero ela correndo riscos de ser descoberta por esses sanguessugas italianos. Então não apareça na frente dela de novo. Se quiser falar comigo é só ligar na minha casa ou no meu celular.
Bella me olhou com mágoa nos olhos, eu só não sabia a razão, afinal de contas ela tinha escolhido a eternidade feliz dela, e me rejeitado, então quem tinha direito a estar magoado aqui era eu.
- Como eu já pedi ao Sam pra avisar – continuei falando, mas agora voltado para Carlisle e Jasper – eu vou ajudar na batalha, apenas ajudar. Não vou testemunhar a respeito da criat... da criança. Sam vai discutir todas as estratégias e depois me repassar, eu só vou estar aqui no dia da batalha.
- Por que? – Bella perguntou de cenho franzido – por que você não vem treinar como todos os outros?
- Tem certeza que quer discutir isso aqui? Na frente dos amigos do seu marido? – falei deixando transparecer na minha voz que eu estava de saco cheio de repetir pra ela a mesma coisa todas as vezes. – Meu recado está dado. Eu espero que tenham entendido.
Sai sem dizer mais nada. Eu já estava saturado de Bella e de fedor de vampiro.
- Jacob espera – ouvi Edward me chamar quando já estava na beira da floresta.
- O que é agora Edward. – me virei pra ele.
- O que Bella fez hoje? – ele perguntou – ela não quis me dizer onde foi e eu não posso ler os pensamentos dela, e os seus pensamentos não remeteram ao ocorrido nem mesmo quando você o mencionou.
- Ela apareceu no meio da estrada pra conversar comigo, sabendo que eu estava com outra pessoa, que não era lobo, no carro. E ainda insinuou o segredo do meu bando pra .
- Peço desculpas por ela – ele falou constrangido – mas entenda que Bella ainda não se acostumou a não ter você por perto.
- Pois é melhor ela se acostumar, por que eu não vou mais estar por perto. Ela escolheu a vida dela, e eu não faço parte dessa escolha. Você devia estar feliz, afinal ela é toda sua agora.
Me virei sem esperar que ele me respondesse qualquer coisa, coloquei um único pensamento na minha cabeça, um aviso para o leitor de mentes. “Eu só quero que vocês me deixem em paz, Edward, eu só quero ter a chance de viver a minha vida e não sobreviver à vida de Bella.” Ele não falou mais nada e eu me transformei e voltei pra casa.
No caminho encontrei Jared que estava de ronda, ele disse que Sam estava me procurando, teria um jantar na casa de Emily hoje e ela fazia questão da minha presença. Corri até em casa para tomar um banho e me trocar.
- Que coisa bonita – ouvi uma voz feminina muito familiar soar atrás de mim assim que passei pela porta da sala, me virei dando de cara com Rachel parada no meio da sala com os braços cruzados – eu liguei para essa casa umas duzentas vezes e ninguém me atendia, aonde o senhor estava, Jacob Black?
- Oi pra você também Rach! – falei andando na direção dela.
- Oi? Eu tive que ficar quase uma hora parada em Port Angeles porque você não atendia o telefone pra ir me buscar! Foi preciso o Paul vir correndo da forma de lobo pegar um carro!
- Isso porque você não quis vir nas minhas costas – Paul falou saindo da cozinha e se sentando no sofá pra ver um jogo na TV. – E ai Jake, como vão as coisas?
- Bem – falei e me virei pra Rachel que ainda estava de cara fechada – Desculpa ta bom, mas eu tive que sair pra resolver umas coisas, coisas importantes. E você pode, por favor, não falar sobre correr na forma de lobo tão alto? pode ouvir!
- ? A garota que ficou aqui tomando conta da casa? – Rachel perguntou suavizando um pouco a expressão carrancuda.
- É ela mesma.
- Achei que ela tivesse ido embora depois que você voltou. A propósito, por que você voltou escondido?
- Ela não foi embora, porque ainda não tinha encontrado lugar pra ficar, então pedi que ela ficasse aqui, o que foi bom, pois eu tive companhia. Quanto a eu ter vindo embora escondido, você teria aceitado que eu viesse se eu te avisasse?
- Não – ela falou e sorriu – tudo bem, eu já estou aqui e não adianta discutir com você pelo que passou. Agora faça o favor de vir aqui me dar um abraço.
Caminhei ate ela a levantando num abraço de urso.
- Bom é melhor eu ir preparar alguma coisa pro jantar. Onde está a ? – Rachel perguntou indo para a cozinha.
- Não precisa preparar nada – falei – Emily vai fazer um jantar na casa dela, nós vamos pra lá. E já deve estar lá, uma vez que ela parece não está aqui...
- Então eu vou me arrumar – ela saiu da cozinha e foi na direção do banheiro – er... ... ela está dormindo onde?
- No seu quarto.
- Ah... bom... então temos que ver outro lugar pra ela ficar, não quero expulsá-la daqui só porque cheguei.
- Ela pode ficar no quarto do pai, se você não se importar.
- Eu não me importo, mas vou ter que arrumar lá antes, deve estar empoeirado...
- Na verdade, arrumou lá ontem.
- Bom então acho que está tudo resolvido... vou tomar banho.
- Não demora, eu tenho que tomar banho também. – falei mais alto visto que ela tinha fechado a porta. Me joguei no sofá e comecei a assistir o jogo com Paul.
- E ai? – Paul perguntou sem desviar os olhos da TV – Como andam as coisas por aqui?
- Normais.
- Bom se isso for em relação à reserva quer dizer com chuva, e as mesmas pessoas andando pelas ruas... mas se for em relação aos lobos...
- Com vampiros e os mesmo problemas de sempre....
- Que se resumem em Cullen e Bella.
- Na mosca.
- O que foi dessa vez? – ele perguntou tirando os olhos da TV.
- Os figurões lá da Itália descobriram a filha da Bella e agora estão planejando vir aqui tirar a história a limpo...
- Ou seja, vão vir matar...
- Isso ai. Os Cullen estão juntando testemunhas que mostrem pros sanguessugas italianos que a menina não é uma imortal transformada, que ela cresce e tem consciência que não pode morder humanos, que não pode se mostrar pra ninguém e tudo mais.
- E será que eles vão ouvir?
- Ninguém sabe, por isso que eles estão se preparando não só pra uma conversa, mas também para uma batalha. Uma briga das feias.
- E os lobos estão junto deles?
- Estamos. Carlisle disse que um dos italianos pode ver todas as memórias de uma pessoa com apenas um toque, então se ele encostar em qualquer um dos Cullen, eles vão ver a gente.
- Mas se a gente aparecer na batalha, eles também vão nos ver.
- É nós sabemos disso, mas é melhor estarmos por perto pra acabar com eles logo de uma vez.
- Por mim tudo bem, todo mundo sabe que eu adoro uma briga. – Paul riu – vai ser divertido.
- Como estão as coisas no Hawaii? – perguntei mudando de assunto.
- Tudo em paz. Rebecca e Peter estão pensando em vir pra cá daqui alguns meses.
- Isso é bom – falei.
- É Peter está resolvendo algumas coisas pra que eles possam vir. Becky está bem animada.
- Vai fazer bem pra ela.
- Jake terminei meu banho! – Rachel gritou. Eu ainda me perguntava por que ela fazia isso, ela sabia que tanto eu quanto Paul temos uma ótima audição, então pra que gritar?
Me levantei do sofá e fui tomar meu banho e me arrumar.
CAPITULO 15 - ????
POV Jake
Chegamos à casa de Emily bem atrasados, já estava todo mundo lá, o bom é que como ninguém sabia que a Rachel ia estar aqui, todas as atenções se voltaram pra ela, fazendo com que nosso atraso passasse despercebido.
A casa estava cheia, se bem que como as casas de La Push eram geralmente pequenas, três lobos na mesma sala eram o suficiente pra tornar qualquer casa cheia demais. E aqui estavam todos os lobos das duas matilhas, o que totalizava 9 garotos enormes e bagunceiros e a Leah, os imprintings, Kim, Emily, Rachel e a pequena Clarie, Sue, a sra Uley – mãe do Sam – o avô do Quill – o Sr. Ateara – e , quietinha num canto, num vestido que a deixava ainda mais linda.
Foi impossível não sorrir quando nossos olhares se cruzaram. Ela saiu do lugar onde estava e veio até mim.
- Olá – ela falou sorrindo e se esticando para me dar um beijo no rosto.
- Oi – respondi me inclinando para ajudá-la – você ta mais baixinha que de costume – fiz graça com ela que fechou a cara e fez um biquinho lindo.
- Há há há... engraçadinho.
- Brincadeira, você está linda nesse vestido.
- Obrigada, foi um presente do Seth.
- Seth? Hãnn... – eu sabia que minhas suspeitas que Seth também tinha uma queda por eram verdadeiras.
- Não é nada do que você ta pensando Jacob. Seth é meu amigo, praticamente meu irmão.
- Eu não pensei nada! – falei, ok que eu tinha pensado, e pensado coisas que não devia, afinal se Seth e Embry gostavam dela, eles que se entendessem eu não podia ficar o tempo todo fantasiando coisas com , eu não podia nem iria tê-la por mais que me desse vontade.
Emily e Sam foram para o centro da sala que incrivelmente reunia todos os convidados.
- Bom pessoal já que está todo mundo aqui, nós vamos falar o que precisamos e depois vamos jantar... – Sam falou – nós convidamos você aqui pra avisar que finalmente marcamos a data do nosso casamento.
Foi escutado um coro enorme de finalmente, já era hora, até que enfim, estes vindo é claro dos homens, enquanto as mulheres suspiravam e diziam ahnn que lindo...
- Vamos nos casar no fim do verão – Emily completou – então esse jantar é pra oficializar a data, já que nós queríamos compartilhar essa noticia com o que nós consideramos nossa família.
fungou do meu lado e eu a olhei pelo canto dos olhos, percebendo que algumas lágrimas escapavam de seus olhos. Ela despistou alguns olhares e saiu para a varanda, eu a segui sem que ela percebesse. Ela estava escorada no beiral olhando a noite na floresta, cheguei por trás dela.
- Tudo bem, ? – perguntei.
- Ahn... sim, sim, está tudo bem – ela falou limpando o rosto.
- Se está tudo bem, por que está chorando?
- Eu não estou chorando. – ela falou mas eu a virei pra mim a tempo de ver mais uma lágrima escorrer de seus olhos – eu só fiquei emocionada...
- Kim e Rachel também ficaram e nem por isso sairam fugindo da sala... – insisti, eu queria saber por que ela estava chorando, na verdade eu precisava saber e também precisava fazê-la sorrir. A tristeza dela me incomodava de um jeito que parecia doer em mim.
- Mas eu me emocionei de uma maneira diferente, Kim e Rachel sempre se sentiram parte dessa grande família que vocês são, mas eu... bom eu sou uma forasteira e vocês me receberam com tanto carinho... – ela abaixou a cabeça, mas antes pude perceber mais lágrimas saindo de seus olhos.
- – falei levantando seu rosto com dois dedos – eu já disse isso uma vez e acredito que Seth, Sue ou Embry tenham falado o mesmo, você é parte da nossa família.
- Eu sei – ela sussurrou – e é isso que me deixa assim... – ela suspirou e sorriu – desculpa Jake eu sou só uma boba que chora por qualquer coisa...
- Não – eu a abracei – você é alguém carente de carinho que ainda não se acostumou com o amor que recebe aqui...
- Obrigada – ela falou se afastando do meu abraço pra me olhar – obrigada mesmo, por tudo, mas principalmente por ser meu amigo.
- Disponha – falei e ela sorriu, de repente eu me dei conta que ela estava próxima demais, eu podia sentir seu hálito doce batendo nos meus lábios, fechei os olhos aproveitando a sensação.
Eu tinha plena consciência do corpo pequeno de nos meus braços, da sua respiração chocando contra minha pele e de seu coração acelerado que me dizia aos berros que ela sabia exatamente o que ia acontecer agora. Abri os olhos e o que vi serviu apenas para me perturbar e me confundir ainda mais, estava de olhos fechados com os lábios entreabertos. Aquilo era a tentação encarnada, minha boca salivava de vontade de sentir os lábios dela, eu não sei se resistiria dessa vez, a ultima vez que ficamos numa situação assim, fomos interrompidos por Embry, mas e agora? Alguém nos interromperia?
Não perdi mais tempo, eu queria, queria muito e não adiantava ficar lutando. Parei de pensar e decidi apenas sentir. Inclinei a cabeça mais pra baixo e encostei meus lábios nos de . Eu podia imaginar tudo, menos o que senti no momento. Uma mistura de sentimentos, louca como se fogos de artifício estourassem dentro do meu peito.
Eu queria mais, era como se cada gota do beijo dela me fizesse querer mais, mais e mais. Ela passou a língua pelo meu lábio inferior e isso quase me levou à loucura, forcei a minha língua entre os lábios dela e ela me deu passagem, me deixando explorar cada canto da sua boca. Eu queria ficar ali eternamente, mas era uma humana ela não tinha a capacidade de prender a respiração por tanto tempo quanto eu, então eu tive que interromper o beijo.
- Nossa – ela falou depois de respirar profundamente. Então eu me dei conta de que eu não podia ter feito isso, por mais vontade que eu tivesse, eu não podia a ter beijado, isso era o mesmo que dizer a ela que eu estava aberto a possibilidades, o que não era verdade. Eu não podia me comprometer com se eu não quisesse magoá-la depois.
- Me desculpe ... eu não devia... eu sou um imbecil... – falei me afastando e corri para a floresta. Eu tinha que aprender a me controlar... mas também que merda é essa? Por que minha escolhida não chegava logo? Eu estava entrando em parafuso com essa coisa toda.
POV – Terry
Jacob Black é um imbecil!
Como pode uma pessoa estar tão perto da coisa certa ser feita e foge? Eu quase morri pela segunda vez de tanta alegria por ver e Jacob se beijando, mas ai o idiota tem uma crise de consciência e sai correndo, deixando minha irmã sozinha na varanda.
- Burro, é isso que ele é! – falei sozinho.
- Espero que isso não se refira ao meu filho – Sara falou aparecendo do nada e sentando ao meu lado.
- Me desculpa Sara, mas é exatamente dele que eu estou falando.
- Jacob esta confuso Terry, ele precisa de tempo pra entender tudo o que está acontecendo na vida dele.
- Você acha que foi uma boa idéia falar pra ele que a escolhida ia chegar? Olha só como ele ficou agora... ele não enxerga as coisas, ele ficou cego por essa idéia que o imprinting dele vai chegar e que ele não pode ficar com mais ninguém... quer dizer que se ela demorar 40 anos pra chegar ele vai ficar sozinho a vida toda?
- Não Terry, ele vai enxergar tudo, tenha paciência.
- Eu acho que tudo isso é demorado demais. As coisas seriam mais rápidas, se nós fossemos diretos com eles.
- Vai descansar Terry. – Sara falou saindo da sala onde eu me encontrava – acho que você já observou bastante por uma noite.
Sara se foi, mas eu ainda fiquei um tempo observando . Ela tinha ficado confusa com a reação de Jacob, apesar de estar um pouco feliz pelo beijo. Observei ela voltar para dentro da casa, acompanhada de Embry. Faltava tão pouco pras coisas se acertarem... se eu pudesse ajudar um pouquinho...
Ahaa.... agora é hora da bronca.... CADE OS MEUS REVIEWS????? Gente Crossroads tem 18 leitores, sendo que 11 classificam a fic como favorita, mas os reviews de cada capitulo não batem com isso.... sempre tenho quatro ou cinco reviews por capitulo...
Você não tem noção da alegria que é quando eu vejo que a fic que eu e Lily temos parceria (Doce Inferno) recebe tantos reviews a cada capitulo.... e aqui... claro que fico mega feliz com os que recebo, tanto aqui quanto no TFI, obrigada às flores que os escrevem (Annik, Binha, Vava, Lu...)mas e as outras.... eu queria muito conhecer as minhas leitoras fantasmas.... flores não tenham vergonha de deixar um review... se vcs acham que o capitulo não ficou legal, podem dizer o que está ruim, eu não vou me magoar, ficar triste, chorar ou brigar com vcs por me mostrarem sua opinião...
Os reviews servem, acredito eu, justamente para que a fique se encaixe no gsoto das leitoras... Então mãos à obra... Não vou ameaçar tirar a fic do ar por causa disto... Nem pensar, Crossroads é minha filhotinha e eu amo escreve-la... mas é claro que se eu perceber que os reviews estão caindo eu vou ter que fazer isso... por enquanto eu vejo que ainda tenho leitores, entao continuamos de pé...
é essa minha bronca... vejo vocês no ano que vem.... Que 2012 venha cheio de coisas boas pra todas.... E muito Jake por que é disso que nós gostamos.... Bjo, bjos, bjos...
Capitulo 16 – Conseqüências
POV – Embry
Eu quase tive meu coração pulando pela boca quando entrou com Seth pela porta da casa de Emily, ela estava linda – que novidade, ela é sempre linda. A única coisa que me incomodava era Seth ficar pajeando ela o tempo todo, como se não quisesse a minha aproximação. Tudo o que consegui foi um aceno e um sorriso de longe, mas quando deu a entender que viria até mim, Seth a puxou em outra direção. Na minha opinião, esse moleque estava abusado demais e ainda ia apanhar por isso.
Eu tentava de todas as formas achar uma brecha pra conversar com ela, mas o garoto não dava uma folga sequer. Se ele ia pegar algo pra beber, levava ela junto, se ia conversar com alguém arrastava ela com ele. Eu já estava começando a perder a paciência, quando vi Jacob chegar com Rachel e Paul.
- Ótimo, agora é que eu não consigo nada. – sussurrei pra mim mesmo.
- Falou comigo? – Jared perguntou.
- Não, falei sozinho. – respondi e ele segui até a porta para cumprimentar Paul e Rachel. Eu ia fazer o mesmo quando vi Seth se distraindo com Paul e seguindo na direção de Jacob com um sorriso enorme nos lábios, sorriso esse que eu não conseguia nem com a melhor piada de todas.
Fiquei de longe observando os dois, todos os movimentos de deixavam claro o quanto ela estava interessada em Jacob. Eu posso até não ser tão velho pra entender as mulheres, mas eu – antes de aparecer na minha vida – era mulherengo mesmo, do tipo que saia na mesma noite com duas ou três garotas, e isso me deu alguns conhecimentos sobre mulheres. E uma das coisas mais importantes que notei é que elas têm duas formas únicas de ‘falar’, com o corpo e com os olhos.
Geralmente as mulheres falam com o corpo quando querem se aproximar, quando querem ser notadas e principalmente quando querem seduzir. Com os olhos elas falam depois que já conquistaram, essa é a maneira delas se comunicarem quando querem mostrar os verdadeiros sentimentos, mas a maioria dos homens nunca percebe isso.
E era exatamente o que estava acontecendo na minha frente, estava dando a Jacob todas as pistas do quanto ela estava interessada nele, mas ele não via nenhuma delas. Ele não via a forma como ela sorria, como ela joga o cabelo pra trás, e muito menos o biquinho que ela acabava de fazer. Tudo isso era pra ele e ele não via nada.
Sam começou a falar desviando minha atenção de Jake e , o discurso dele não foi longo, ele e Emily finalmente marcaram a data do casamento e queriam oficializar o noivado com todos reunidos.
Pelo canto do olho eu vi saindo e Jake a seguindo, discretamente eu me aproximei da janela, eu não poderia ir atrás deles, ou os dois me veriam, mas com minha visão e audição aguçadas eu poderia ver e ouvir tudo de dentro da casa mesmo.
estava apoiada na grade da varanda e Jacob cegou por trás dela, os dois conversavam sobre estar tão emocionada por nós a considerarmos parte da nossa família. Era de se esperar algo assim vindo dela, acho que a falta de atenção e carinho dos pais dela a deixaram meio cética para demonstrações de carinho de outras pessoas que não fosse o irmão falecido.
Mais uma vez eu vi se comunicar com Jake através dos suaves gestos que fazia, só que pra minha tristeza, dessa vez ele entendeu, só isso explicava o beijo que os dois trocavam agora.
Me afastei da janela, eu não precisava ver isso, bastava a dor que tinha conseguido. Me joguei no sofá e fiquei lá esperando os dois pombinhos entrarem pra que eu pudesse sair, eu não queria de maneira nenhuma passar por eles dois.
Não demorou muito e passou sozinha pela porta, nossos olhares se cruzaram e ela veio se sentar do meu lado. Eu imaginava que ela estaria com um sorriso enorme no rosto, afinal ela tinha conseguido o que queria desde que Jacob havia chegado – a atenção dele.
- Oi – ela falou se sentando – nem tive a oportunidade de te ver hoje.
- É acho que você estava ocupada – falei só percebendo que minha voz soava fria depois que as palavras saíram da minha boca.
- Eu não estava ocupada – ela se defendeu – eu só não consegui achar a chance de vir conversar com você. Coisa que estou tentando fazer agora.
- É... umas duas horas depois que você me viu... – falei ainda magoado.
- Ok, acho que perdi alguma coisa... – ela falou me avaliando com os olhos – você não estava tão azedo assim na hora do almoço.
- Talvez por que eu não tinha descoberto o quanto você estava brincando comigo – falei e me levantei saindo da sala sob os olhares assustados dos meus irmãos lobos e dos demais convidados de Emily.
Passei por todos sem retribuir o olhar, senti que alguém me seguia assim que passei pela varanda.
- Embry espera – falou, mas eu não parei, eu não queria falar com ela – dá pra parar e me explicar o que ta acontecendo?
- Não, não dá – falei alto sem parar de andar. Ouvi que ela apressava o passo pra me acompanhar e logo senti sua mão no meu braço.
- Embry, fala comigo, por favor! – ela pediu me forçando a virar e olhar pra ela – O que foi aquilo? Por que você acha que eu to brincando com você?
- Eu não acho, , eu vi.
- Viu o que? – ela perguntou.
- Você e o Jacob se beijando – falei frio – você podia ter me falado, no dia que eu me declarei pra você que era dele que você gostava, não precisava ficar inventando que não ta pronta pra um relacionamento agora...
- Mas eu não inventei. Eu não me sinto preparada mesmo!
- Não era o que parecia quando você e Jacob estavam se engolindo minutos atrás.
- Você é absurdo Embry! – ela falou mais alto – Eu e Jacob nos beijamos sim, mas foi algo que aconteceu, não foi planejado.
- Um beijo só acontece quando os dois querem, , caso contrário, nosso beijo teria acontecido ontem.
- É diferente – ela sussurrou.
- Diferente por que? Porque você não me quer como quer o Jacob?
- Não. Diferente por que o que sinto por vocês dois é diferente. Como o que sinto pelo Seth também é diferente...
- Ou seja você quer ao Jacob e não a mim. – ela ficou em silencio – Quem cala consente – falei me virando pra sair dali.
- Mesmo que seja isso – ela falou me fazendo parar mais uma vez – ele não me quer.
- Agora é você quem está sendo absurda. – falei me virando para ela – Como ele pode não te querer e te dar um beijo daquele?
- E como ele pode me querer, me beijando e depois fugindo? – ela falou me encarando com os olhos azuis mais brilhantes que nunca devido à algumas lágrimas que começavam a se acumular.
- Talvez ele seja um idiota – falei.
- Então não seja um idiota você também e não se afaste de mim – ela disse agora deixando algumas lágrimas escaparem – eu não sei se suportaria ver você com raiva de mim.
Ok, eu tinha acabado de descobrir que eu sou um verdadeiro imbecil, eu magoei a garota que amo, e só um babaca seria capaz de fazer isso.
- Me desculpa – fui até ela e a abracei – eu sou um imbecil.
- Me desculpa você também, eu não queria te magoar, se eu soubesse que o beijo ia acontecer eu tinha impedido, eu não quero te machucar, Emb.
- Eu sei – falei enquanto a embalava para que seu choro acabasse – eu só fiquei com... ciúmes... Vem, eu vou te levar de volta pra casa de Emily. – peguei pela mão e nós voltamos caminhando.
- A propósito – ela falou enquanto limpava o rosto – eu não tive a chance de dizer que você está muito bonito.
- Obrigado – sorri sem jeito, como eu ficava sempre que me fazia um elogio – você também está incrivelmente linda, o que não é difícil de acontecer.
- Tá bom, ta bom... não preciso de um par de bochechas vermelhas pra combinar com a roupa, bastam os olhos... – ela disse me fazendo rir.
Chegamos à casa de Emily e fomos recebidos por vários olhares de quem entende esses dois? O que era de se esperar, visto que eu e tínhamos saído daqui brigando depois da minha crise.
- Tá tudo bem? – Seth perguntou pra assim que ela se sentou, mas era pra mim que ele olhava.
- Tá – respondeu.
- Então por que seus olhos estão vermelhos, como se você tivesse chorado?
- Por que eu sou uma chorona que se emociona a toa, e eu fiquei emocionada com o que Sam e Emily falaram. – deu de ombros.
- Tem certeza que foi só isso? – Seth agora olhava pra , e começava a me dar nos nervos também, oras se a menina disse que ta tudo bem, não dá pra ele ficar quieto e aceitar? – Eu acho que tem mais coisa...
- É tem – falou depois de um suspiro – eu to morrendo de fome... – com essa eu tive que rir, o que fez rir também – Ah qual é Seth? – ela deu uma batida no braço dele – Tira essa ruga do meio da testa, eu to bem deixa de se preocupar, ok?
- Ta por enquanto eu vou aceitar – ele sorriu – vem vamos pegar algo pra matar a sua fome.
Os dois saíram em direção à cozinha e eu fui atrás, Seth me olhou com a cara fechada.
- O que foi? – perguntei – Eu também to com fome, oras!
- Dessa eu não duvido La Push. – falou sorrindo – não existe dia que você não esta com fome.
- , vai indo comer que eu quero dar uma palavrinha com o Embry. – Seth falou me empurrando em direção à varanda.
- Não pode ser depois que eu comer? – perguntei.
- Não tem que ser agora – Seth me empurrou mais.
- Mas olha lá o Jared ta indo pra cozinha, não vai sobrar nada pra mim! – falei e riu.
- Vai lá, La Push, deixa que eu guardo um prato pra você. E não machuca ele, ouviu Seth? – ela falou saindo do meu campo de visão, uma vez que Seth já tinha praticamente me jogado do lado de fora da casa.
- Ô moleque, você ta ficando abusado demais! – falei.
- E você provavelmente ta ficando surdo – ele falou sério – esqueceu o que eu falei sobre magoar a ?
- Não eu não esqueci. – falei – Acontece que eu não a magoei. Eu não fiz nada com ela.
- Ah não? E o que foi aquilo agora a pouco na casa de Emily? – ele arqueou uma sobrancelha – você gritou com ela na frente de todo mundo depois deu as costas pra ela.
- Acontece que aquela hora era eu que tava magoado.
- Como assim?
- Eu vi e Jacob se beijando na varanda e fiquei irritado. Afinal eu me declarei pra ela ontem e ela disse que não estava pronta pra um relacionamento...
- Você se declarou pra ela? – fiz que sim com a cabeça – E tomou um toco depois? – ele riu.
- Háhá... não to vendo graça nenhuma ô hiena. – reclamei.
- Acho que eu subestimei , ela sabe se defender de você. Quanto ao beijo, ela te falou alguma coisa?
- Só que ela ta afim do Jake, mas ele parece não sentir o mesmo por ela.
- Ela te falou isso?
- Não nessas palavras, mas ela praticamente assumiu gostar dele, quanto à parte dele não corresponder, eu deduzi, visto que ele saiu correndo logo depois de beijar ela. – fiz uma pausa – a propósito me lembra de dar uma na cara do Jacob quando eu o vir, pra lembrar ele de não ser tão burro.
- Ela ficou abalada? – Seth perguntou e eu o olhei sem entender a que ele se referia – , ela ficou abalada por ele ter fugido?
- É claro né Seth! Qualquer mulher ficaria se o cara corresse depois de beijá-la. – Seth ficou em silencio – Eu posso voltar agora? Eu falei sério quando disse que estava com fome.
- Vai Embry.
POV – Seth
Depois que Embry entrou, eu sai pra procurar Jacob, eu tinha que falar com ele. Tudo bem que as vezes eu parecia meio paranóico com a idéia de proteger , mas é que eu me sentia na obrigação de fazê-la feliz, o que me fazia lembrar da conversa que tive com minha mãe alguns dias atrás.
Ela acreditava piamente que eu estou apaixonado por , mas não quero admitir isso nem pra mim mesmo. Pra ela o fato de eu querer estar por perto garantindo que seja completamente feliz é o maior indicio de que eu a amo.
Bom é verdade, eu amo , mas não como um homem ama uma mulher, eu saberia se fosse assim, eu a amo como se ela fosse minha irmã. É como eu já disse, ela supre em mim a falta que Leah muitas vezes me faz, me dá a visão e a companhia de uma irmã.
Como eu conheço bem a história dela, e sei que a única pessoa que a deu carinho foi o Terry, irmão dela, eu me sinto na obrigação de preencher a falta que ela sente dele. Não que eu queria tomar o lugar dele no coração dela, uma vez que acho que isso nem é possível, mas eu quero que ela saiba que a despeito de tudo eu sempre vou estar aqui por ela.
E é justamente por esses motivos que eu estou agora indo atrás de Jacob, ele a magoou hoje o que mostra que ele não escutou o que eu falei.
Estava indo em direção à casa dos Black, quando me veio na cabeça as lembranças de todas as vezes que Jake queria chorar as pitangas por não ter Bella. Ele ia sempre pro penhasco, era onde ele gostava de ficar pra pensar. Dei meia volta e comecei a correr na direção do lugar onde provavelmente ele estava.
Não demorou muito pra eu chegar ao penhasco, na floresta eu podia correr com toda a minha velocidade, o que para um lobo é correr muito rápido. Jacob estava lá, como eu imaginei, sentado quieto olhando para o mar.
- Eu devia quebrar sua cara – falei me sentando do lado dele – mas como ver você nessa situação ta dando pena, eu vou relevar e deixar você se explicar primeiro.
- E o que eu teria pra explicar pra um moleque dois anos mais novo que eu? – ele perguntou sem desviar os olhos do mar.
- Talvez me dizer por que você fez aquilo com hoje, sendo que eu te avisei que não era pra magoar ela.
- Ela ficou magoada? – ele perguntou se virando pra mim com os olhos angustiados.
- O que você acha? – perguntei – Você a beijou, dando a ela esperanças de que você sente o mesmo que ela...
- E o que ela sente?
- Ela correspondeu ao beijo, não? – ele me olhou sério – Ela gosta de você Jake. Mais que como apenas amigos.
- Merda! – ele gritou se levantando – Merda! Merda! Merda!
- Jake – chamei, mas ele me ignorou – Jake! – gritei mais alto e ele me olhou – Qual o problema nisso? Ela gosta de você, ta na cara que você gosta dela...
- Eu não posso ficar com ela! – ele falou se sentando novamente colocando a cabeça nos joelhos.
- Por que? Você é livre, solteiro, ela também e no meu ponto de vista os dois precisam ser amados.
- E quando meu imprinting aparecer? – ele perguntou me encarando – Como eu faço? Sigo os passos de Sam e deixo pra trás sofrendo? Deixo ela ficar que nem a Leah, com um coração partido? Eu não posso fazer isso com ela Seth.
- Jake, o imprinting não é obrigatório. Porque Sam, Jared, Paul e Quil tiveram os deles não quer dizer que vai acontecer com o resto de nós!
- Mas comigo vai acontecer. – ele falou sério, convicto das suas palavras.
- Quem te garante? – perguntei.
- Eu sonhei com minha mãe... quer dizer não foi bem um sonho, foi mais como uma aparição dela nos meus sonhos, entende? – fiz que sim com a cabeça o incentivando a continuar – Foi um pouco antes do meu pai morrer, ela me disse que meu sofrimento ia acabar, que eu ia encontrar a minha escolhida e toda a dor que eu sentia pela rejeição de Bella ia sumir.
- E você agora acha que seu imprinting vai aparecer e por isso você não pode ficar com .
- É.
- Então porque você não conta tudo isso pra ela e a deixa escolher se quer arriscar ou não?
- Eu não quero que ela saiba sobre os lobos. Isso implica ela conhecer todos os segredos sobrenaturais que nos cercam e isso a colocaria em perigo.
- Ta certo... você é o alpha, você que decide sobre contar ou não pra . Agora quanto ao que vocês sentem um pelo outro, eu acho que você devia conversar com ela. Se não é sua intenção ficar com , ela tem o direito de tentar ser feliz com outra pessoa.
- Ta eu vou conversar com ela. Agora eu quero ficar sozinho.
- Até mais então. – me levantei e sai, deixando Jake sozinho com seus pensamentos.
Eu me sentia triste por Jake, ele era o meu melhor amigo e um exemplo que eu queria muito seguir, e vê-lo atormentado assim era bem difícil pra mim, mas todos esses problemas, todas essas confusões só podiam ser solucionadas por ele.
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O verão passou rápido, nós tivemos alguns dias de sol aqui em La Push, mas foram apenas alguns dias em três meses. Mas apesar da falta de sol, os preparativos para o casamento de Emily e Sam estava indo de vento em popa. Eu ajudava sempre que podia, sempre que eu não estava morta de cansaço por um longo dia na loja dos Newton.
Algumas coisas aconteceram nesse verão, a começar pelo dia do jantar de noivado na casa de Emily, foi lá que aconteceu o primeiro beijo entre Jake e eu, e foi depois daquele dia que ele mudou o comportamento comigo.
Não que nós tenhamos parado de conversar ou parecido, eu ainda sinto que somos amigos, mas de uma maneira diferente, mais distante. Nossas conversas não são mais as mesmas e agora ele não me leva mais pro trabalho.
No dia seguinte ao nosso beijo, eu acordei e não o vi tomando café na cozinha. Ao perguntar por ele Rachel disse que ele havia saído cedo, mas que tinha avisado que meu carro estava na garagem, pronto pra ser usado. Então desde desse dia eu vou e volto de Forks sozinha.
Outra coisa que aconteceu nesse verão foi eu ter conhecido Edward Cullen, o marido de Isabella.
Flashback on
“Eu tinha decidido dar uma volta perto do rio que fazia divisa entre a reserva e a cidade de Forks. Seth já havia me levado lá algumas vezes, de modo que eu me lembrava bem do caminho. Eu estava andando distraída quando o vi parado do outro lado do rio.
Eu não fazia idéia de quem era no momento que o vi, mas eu sabia que ele era bonito pra caramba. Era uma beleza diferente do Jake e dos outros garotos quileutes, esse garoto de cabelo cor de bronze, pele clara – e bota clara nisso – e olhos dourados, era como um anjo, diferente da beleza de Apolo do Jake.
Ele me lembrava alguém. Não pela aparência, mas pelas características incomuns, eu só não conseguia me recordar quem ele lembrava.
Não sei quanto tempo fiquei parada hipnotizada pela beleza dele, mas foi tempo suficiente para vê-lo sorrir e meu rosto corar de vergonha por ter ficado encarando ele.
- Olá – ele falou – Eu sou Edward Cullen.
- O marido da Bella? – falei mais rápido do que desejava, me lembrando no exato momento que era ela que ele me fazia lembrar.
- O próprio. – ele sorri mais uma vez – E você é?
- . – falei e ele acenou como se já soubesse me nome.
- Desculpe a minha indiscrição, mas o que você está fazendo aqui sozinha, ?
- Eu só vim dar uma volta – falei corando mais uma vez, mas o que tinha de errado com a minha circulação sanguinea? – Seth me trouxe aqui algumas vezes e eu achei que não teria problema vir sozinha.
- Desculpe mais uma vez, mas eu acho que não é muito seguro andar pela floresta sozinha, principalmente quando está perto de anoitecer.
- Acho que não me toquei muito na hora... – falei, então eu me lembrei que Isabella havia andando pela floresta sozinha algumas semanas atrás – Acho que você devia dar o mesmo conselho à sua esposa... – ele arqueou a sobrancelha – algumas semanas atrás ela estava sozinha na floresta, até o Jake a encontrar e... bom essa é uma história longa e eu acho que não tenho muito tempo... de qualquer maneira, acho que ela foi até onde estava andando, pois não vi o carro dela parado na estrada...
- Pode deixar que vou conversar com ela a respeito disso – ele me respondeu cordial.
- Acho melhor eu ir agora, foi um prazer conhecê-lo Edward – falei e me virei para sair, mas antes que eu ficasse de costas para Edward vi pelo canto dos olhos Isabella parar ao lado dele como se tivesse caído do galho de uma das arvores. Voltei imediatamente a olhar para os dois.
- Olá – ela falou com uma ponta de sarcasmo na voz – perdida?
- Não – respondi – estou apenas dando uma volta. Como você apareceu aqui tão rápido?
- Rápido? – ela sorriu – Eu vim andando normalmente.
- Eu tive a impressão de ver você... – pensei melhor antes de falar que achei tê-la visto pular de uma árvore, mas isso ia soar meio louco. Melhor deixar a informação pra mim, guardada junto às outras duas, olhos mudando de cor e rosnado de fera... – deixa pra lá.
- Acho melhor você ir agora, – Edward falou, sua expressão estava séria – vai escurecer logo e você pode se perder.
- Ou encontrar alguma fera. – Isabella falou sorrindo, eu tive a impressão dela dar um outro sentido à palavra fera, mas ignorei.
- É melhor eu ir mesmo – falei me afastando dos dois. Andei depressa de volta pra casa, realmente estava muito perto do anoitecer, e o por do sol, somado às copas altas e densas das árvores e as nuvens espessas no céu faziam a floresta ficar meio assustadora.
Talvez fosse apenas uma impressão deixada pelo comentário desagradável de Isabella. Seth já havia me dito que existiam sim animais selvagens na floresta, mas não havia risco deles aparecerem por esses lados. Ou ele havia dito que não havia risco desde que eu estivesse com ele?
Estava distraída, mas consegui ouvir um barulho de folhas e galhos sendo pisoteados atrás de mim. Seria Edward ou Isabella vindo atrás de mim, pra garantir que eu chegasse em casa? Ou te assustar? A vozinha dizia na minha cabeça.
Tomei coragem e olhei pra trás pra ver se enxergava um dos dois, mas o que vi foi apenas mais árvores. Ok, eu tinha que parar de surtar desse jeito ou acabaria me perdendo, voltei a olhar pra frente e dei de cara com Jacob parado só de bermuda e me encarando com a expressão séria. Foi impossível reprimir um grito. Ah gente dá um desconto, eu estava assustada e a diaba da Isabella tinha acionado o botão ‘desconfiança’ na minha cabeça.
- Que merda Jacob, quer me matar do coração? – gritei pra ele enquanto levava as mãos ao peito onde meu coração batia disparado.
- Desculpa, mas que diabos você está fazendo uma hora dessa no meio da floresta? – ele perguntou cruzando os braços sobre o peito.
- Eu estava dando uma volta, achei que não teria problema uma vez que já vim aqui várias vezes com Seth...
- Acontece que Seth conhece a floresta, ele anda por aqui desde moleque... mas você não conhece.
- Bom eu vim com ele várias vezes, como eu já disse, então eu aprendi o caminho...
- Aprendeu? E como você me explica estar a uma boa distancia da trilha? – ele levantou uma sobrancelha.
- Eu não me desviei, desviei?
- Desviou, e muito.
- Droga – reclamei – culpa da Isabella.
- , como pode ser culpa de Bella você ter se perdido na floresta?
- Primeiro eu não me perdi, uma vez que você me encontrou antes disso acontecer. A propósito obrigada.
- Disponha.
- E segundo, foi culpa de Isabella porque ela ficou insinuando que eu poderia encontrar alguma fera e eu acabei ficando impressionada.
- Quando Bella insinuou isso? – ele perguntou ainda mais sério.
- Agora a pouco. Eu encontrei o Edward do outro lado do rio e depois ela apareceu... de uma maneira bem estranha diga-se de passagem.
- Estranha como?
- Esquece, você vai me achar doida, como eu mesma estou me achando.
- Não, fala, estranha como? – ele insistiu se aproximando.
- Ta eu falo – suspirei vencida – me pareceu que ela tinha pulado de uma das árvores, uma coisa é praticamente impossível uma vez que as árvores são altíssimas.
- É. Você tem razão, é loucura sua – ele falou tentando sorrir, mas seus olhos demonstravam outra coisa – vem vamos pra casa.”
Flashback off
Depois desse dia mantive uma nota mental de nunca mais sair sozinha na floresta... O bom disso foi que eu e Jake voltamos a ser amigos como antes, ele me confessou que minha companhia fazia falta pra ele e eu disse o mesmo. Sendo assim, o beijo trocado na casa de Emily foi posto de lado e Jake voltou a me levar pro trabalho, apesar de eu insistir pra que ele não o fizesse.
Eu também desisti de pensar no que quer que seja que Isabella tenha de errado. Na verdade eu me convenci de que eu é que vi coisas onde não existia e perder meu tempo com Isabella não era algo legal, eu tinha outras coisas com o que ocupar minha mente, por exemplo as musicas que cantaria e tocaria no casamento de Emily.
É eu cantaria. Ideia do Embry e de Emily, eles dois me ouviram cantar num lual que fizemos na praia alguns dias atrás e Emy – como eu carinhosamente a chamava agora – me implorou pra que eu cantasse no casamento dela eu não tive como recusar. Escolhi musicas simples que eu achei que combinariam bem com Sam e Emy, e junto com a noiva escolhi a musica que substituiria a marcha nupcial. Ficaria tudo muito lindo, exatamente como ela merecia.
Rachel era a dama de honra e madrinha de Emy, uma vez que Leah se recusou até mesmo a estar na cerimônia, coisa que eu não entendi, pois soube que as duas são primas. Jake era o padrinho de Sam, eu fui com ele escolher a roupa que ele usaria já que o mesmo só sabia escolher bermudas e camisas, no mesmo dia acompanhei Rachel na prova do vestido de madrinha (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=42476481&.locale=pt-br) e Emily na do vestido de noiva (http://www.polyvore.com/roupa_de_noiva_emily_crossroads/set?id=42474887&.locale=pt-br), que era simples e incrivelmente lindo.
Agora estávamos todos em casa nos arrumando para o casamento, exceto Rachel que foi se arrumar na casa de Emily. Eu dava os últimos retoques na minha maquiagem e no meu cabelo. Meu vestido (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=29339202&.locale=pt-br) já estava devidamente ajustado no meu corpo e só faltava colocar meus brincos e meu sapato.
Sai do quarto encontrando Jake na sala me esperando. Eu sei que eu tinha o ajudado a escolher a roupa, mas nunca imaginei que ele ficaria ainda mais lindo a usando.
- Nossa – ele sussurrou quando me viu – você está estonteante.
- Obrigada – falei sorrindo e com as bochechas coradas, pra variar – acho melhor a gente ir, afinal a noiva precisa de musica pra entrar...
- Você tem razão, e o noivo precisa do padrinho. – Jake passou p braço pelo meu e nós saímos.
(Jake)
Quase tive uma parada cardíaca quando saiu do quarto. Ela estava linda, na verdade ela era sempre linda. E como sempre senti aquela forte atração que me levava pra ela.
Eu ficava me perguntando o tempo todo se havia alguma chance dela ser meu imprinting, afinal tinha essa atração gigantesca que me puxava em direção à ela, mas quando eu pensava nisso eu me lembrava de Embry. Ele já havia me deixado claro que gosta de , então se ela fosse meu imprinting, como poderia explicar dois lobos gostando da mesma garota? A resposta é simples, não era meu imprinting, eu apenas me sentia atraído por causa da forma que ela me tratava, o carinho que ela me oferecia.
Fomos para a capela de carro, apesar de insistir que podíamos ir andando, mas seria um pecado colocar toda aquela produção nas ruas de La Push. Chegamos rápido à capela, Sam já estava uma pilha me esperando na porta.
- Caramba Jake, não dava pra ser mais rápido?
- Desculpa Sam, foi culpa minha – se desculpou – mas fica calmo que ainda tem tempo de sobra, afinal é tradição a noiva se atrasar!
- É tradição também o noivo infartar? – Sam retrucou nos fazendo rir – É serio gente, mas dois minutos em pé aqui eu vou enlouquecer!
- Calma, Sam. Calma! – Falei entrando na capela e o arrastando comigo. também entrou, mas foi na direção contrária a nós dois – Hey, onde você vai? – Perguntei.
- Pro órgão, alguém aqui tem que tocar... – ela sussurrou.
- Tinha me esquecido disso – sussurrei de volta.
- Anda Jake! – Sam reclamou.
- Vai lá cuidar do noivo a beira de um colapso nervoso... – ela riu e voltou a andar em direção ao órgão.
- Para de paquerar e assume seu lugar de padrinho moleque – Sam falou me empurrando em direção ao altar – fica ai de bobeira... Paul ta louco de vontade de tomar seu lugar...
- Ahh é assim, ta certo então, acho que posso guardar o presente di padrinho pra outra pessoa... talvez pra Rachel e pro Paul, ou pra Kim e pro Jared....
- Humpf... até parece que eles vão te chamar pra ser padrinho deles.... ta convencido demais, hein Jake...
- Há.ha.ha – ia fazer mais uma piadinha com ele, mas ouvi as primeiras notas que tocava, indicando que Emiily ia entrar. Sam se calou e seus olhos ficaram fixos nas portas por onde Emily entraria, os meus foram parar onde estava, ela estava linda tocando, como se a musica fosse parte dela...
()
Emily estava linda, e a alegria de ver aquele dia se realizando estava estampado no rosto de todos os presentes. Sam também estava muito elegante, segurando o choro, o que era visível, provavelmente ele não queria perder a pose de durão.
Rachel chorava litros, Kim, Sue, Agatha – mãe de Claire – e algumas outras mulheres deixavam escapar uma lágrima ou outra. Claro que a musica ajudava essas lágrimas a caírem, principalmente para aquelas mulheres que tinham seus companheiros. A musica que eu e Emily escolhemos, na verdade Emily escolheu, era ‘From this momento on’ da Shania Tawin. Emily quase surtou – o que era muito raro, visto que Emy é a calma em pessoa – quando viu a partitura com a letra da musica no meio das minhas coisas. Ela disse que a letra era perfeita, e dizia exatamente o que ela sentia pelo Sam.
“A partir desse momento, a vida começou
A partir desse momento, você é o único
Bem ao teu lado é onde eu pertenço
Deste momento em diante
A partir deste momento, eu fui abençoada
Eu vivo somente para sua felicidade
E pelo seu amor eu daria meu último suspiro
Deste momento em diante”
(Jake)
Apesar de Emily estar linda, apesar da capela estar cheia, eu não conseguia me concentrar em nada que não fosse a linda garota tocando alguns metros à minha frente. A voz doce de soava em cada canto daquele lugar pequeno e chegava aos meus ouvidos me levando pra um lugar onde tudo parecia ser perfeito.
Abri meus olhos – que eu nem notei que havia fechado – e dei de cara com Embry, sentado numa das primeiras fileiras e olhando na mesma direção que eu, com um olhar admirado. Respirei fundo e desviei meus olhos, seria inútil continuar nessa, eu sabia que Embry amava , sabia que ela tinha – no mínimo – um carinho por ele, e sabia que um dia meu imprinting ia chegar, então de que adiantava ficar me rendendo a essa força que me puxava pra se seria loucura tentar qualquer coisa com ela?
Me esforcei para concentrar no casamento e nas palavras que Sam e Emily trocavam. Sem estar tão focado em , consegui prestar atenção na musica que ela cantava, a letra dizia bem o que seria a vida de Sam e Emily a partir de hoje, na verdade, a musica representava o futuro de qualquer lobo imprinted.
“Eu dou minha mão para você com todo o meu coração
Eu mal posso esperar para viver minha vida com você, mal posso esperar para começar
Você e eu nunca nos separaremos
Meus sonhos se tornaram realidade por causa de você
A partir deste momento, enquanto eu viver
Eu vou te amar, eu te prometo isso
Não há nada que eu não daria
Deste momento em diante”
()
Percebi o olhar de Jake queimando na minha pele. Quanto tempo demoraria até ele perceber como eu queria repetir o beijo que demos na casa de Emily? Por que às vezes eu o sentia tão retraído, como se tivesse medo de dar um passo em minha direção? Bom eu adorava ter a amizade dele, mas acontece que depois de provar dos lábios de Jake, ficava bem difícil não desejar mais.
Me arrisquei a olhar pra ele e o vi de olhos fechados, como se apenas seu corpo estivesse aqui, sua alma parecia estar muito longe. Ele abriu os olhos e seu olhar caiu sobre algo que o fez voltar a prestar atenção no casamento.
Emily e Sam trocaram as juras de amor que todos os casais trocam a séculos e séculos. Era bem difícil não sentir uma pontinha de inveja do amor que Sam devotava à Emy, era algo que parecia ser sem limites, como se ele estivesse pronto e disposto a dar a vida pela mulher na frente dele. Ela retribuía com a mesma intensidade o mesmo amor imensurável capaz de fazer qualquer coisa para deixar a pessoa amada feliz.
...
(Jake)
O lual de comemoração do casamento já rolava há quase seis horas, agora restavam na praia basicamente os lobos e seus imprintings – exceto Quill que já tinha ido levar Claire pra casa, mas prometeu voltar – e alguns poucos humanos ‘normais’, como , meu pai, Sue e Charlie e alguns parentes de Emily que vieram de Makah.
Depois da cerimônia Sam tomou – frente a todos os convidados – o lugar que era do meu pai no conselho. Esse cargo era por direito meu ou de Rachel, mas eu e Sam conversamos muitos ontem à noite, e eu mais que ninguém sei o quanto ele quer envelhecer junto com Emily, então eu cedi meu lugar no conselho pra ele e acabei tendo que aceitar o bando dele sobre meu comando. Agora eu era o único alpha. Sam ia fazer bastante falta no confronto com os Volturi – os vampiros italianos que estão vindo atrás da filha de Bella, mas ele merece esse descanso ao lada da esposa dele.
Voltando à festa, tudo estava indo muito bem, eu já tinha perdido as contas de quantas cervejas já tinha bebido, mas estava tranqüilo, é preciso uma quantidade considerável de álcool pra me fazer ficar bêbado, eu tinha consciência de tudo o que acontecia ao meu redor, estava completamente preparado pra entrar numa luta agora se fosse preciso, o álcool todo que bebi só me deixava mais ‘solto’.
Eu já estava a um bom tempo observando dançar, primeiro com Seth e Colin, agora com Embry. Algo dentro de mim se agitava com vontade de estar no lugar dele, de ser minhas as mãos rodeando a cintura fina dela, de ser eu ali, próximo a ela, sentindo sua respiração contra a minha pele. Sem pensar muito eu me levantei e fui na direção dos dois.
- Será que eu posso? – perguntei a Embry indicando que queria dançar com , ele me olhou com cara de quem queria dizer em alto e bom som ‘Não’, mas ao contrário, ele me entregou a mão dela.
Começou a tocar uma musica mais lenta e colocou suas mãos ao redor do meu pescoço.
- Se divertindo? – perguntei a olhando nos olhos.
- Bastante – ela respondeu sorrindo – o ultimo casamento que fui era bem paradão, parecia mais um velório... – nós rimos.
- O ultimo casamento que fui era um velório – sussurrei, mas ao contrario da minha intenção ela me ouviu.
- Como?
- Nada não... – desconversei, mas ela me encarou como se soubesse exatamente de que eu estava falando.
- Foi o casamento de Isabella, não foi? – ela parecia me ler por dentro com aqueles olhos azuis brilhantes – O ultimo casamento que você foi.
- Não quero falar disso agora – reclamei a puxando mais pra mim e escondendo meu rosto no cabelo dela – Na verdade, não quero falar disso nunca.
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Eu ia insistir sim sobre esse assunto, ao contrário de todas as vezes – desde que cheguei aqui – que venho ignorando tudo o que eles não querem me contar, nesse ponto eu vou insistir, eu quero saber de Jake tudo o que aconteceu entre ele e Isabella.
- Você gostava muito dela, não é? – perguntei quando ele ainda tinha o rosto escondido no meu cabelo. Ele fez que sim com a cabeça – Por que não lutou por ela, então?
- O outro era mais forte – ele falou passando a me olhar – eu tentei , juro que tentei, mas eu não consegui. Ela amava o Edward demais, não dá pra lutar contra isso.
- Então você podia pelo menos se livrar disso... – ele me encarou com os olhos confusos.
- Disso o quê?
- Do fantasma do amor que você sentia por ela... se você vê que ela ama o Edward, que ela ta casada e feliz com ele, é porque já é hora de você buscar a sua felicidade.
- Eu já não me importo mais tanto com Bella... não como era antes... eu não me sinto mais tão preso a ela. – ele falou – É como se as amarras que nós tínhamos tivessem se soltado.
- É porque seu subconsciente já aceitou o casamento dela...
- Não, não é isso – ele me interrompeu – mesmo depois que ela se casou eu ainda me sentia preso a ela, sabe? Como se eu ainda precisasse amá-la, mas ai um dia eu acordei e vi que não existia mais essa necessidade, e ao contrario do que eu sempre pensei, não ficou nenhum vazio no lugar, é como se as outras coisas com que eu tivesse que me preocupar tivessem ocupado o lugar que antes era dela.
- Então porque você ainda fica tão tenso ao falar dela? – perguntei.
- Como você se sente quando falam dos seus pais com você? – ele perguntou e eu entendi imediatamente o que ele queria dizer – Falar de Bella é me fazer lembrar das coisas que aconteceram no passado, e por mais que hoje eu não sinta nada por ela, eu não gosto de me lembrar da dor que eu sentia, porque mesmo que a dor não esteja mais aqui, as lembranças estão e isso por si só já é bem ruim.
- Acho que entendo você – falei encostando o rosto no peito dele – Me desculpe por tocar no assunto.
- Não se desculpe, acho que eu precisava disso, precisava me desabafar com alguém. – ele me apertou mais contra ele – Obrigada.
Ficamos em silencio apenas dançando até a musica acabar. Antes de começar uma nova musica, um burburinho começou próximo ao lugar onde estávamos, Jake se afastou para que pudéssemos nos virar e ver o que estava acontecendo.
Leah vinha andando na direção da pista de dança, ela estava vestida num vestido vermelho com uma fenda que ia do começo da coxa até o chão. O cabelo dela estava impecavelmente arrumado num coque alto, ela usava uma maquiagem preta bem delineada nos olhos e um batom vermelho vivo. Olhar pra ela era como olhar para um letreiro luminoso que dizia “CONFUSÃO” em letras garrafais.
- Mas que diabos ela ta fazendo aqui? – Jake sussurrou. Eu estranhei a pergunta e principalmente o tom que ele usou ao fazê-la, afinal Emily e Leah, pelo que eu sabia eram primas.
- Será que posso ter uma dança com o noivo, prima? – Leah perguntou a Emily, mas seu tom de voz estava longe de algo casual, estava mais para debochado.
- Leah, vamos pra casa – Seth falou tentando tirá-la de lá.
- Não enche Seth, vai lá cuidar da sua irmãzinha nova – ela me olhou com desprezo. Jake se afastou de mim indo até ela.
- Vem Leah – ele falou a puxando pelo braço.
- Cai fora Jacob, vai lá dançar com a princesa e me deixa! – ela se soltou.
- Não. Você vem comigo. AGORA! – ele falou num tom que qualquer um obedeceria e saiu arrastando Leah com ele, Seth foi atrás dos dois.
Meu momento com Jake tinha sido destruído, o que era uma pena, pois eu estava adorando ficar ali nos braços dele. Sai da pista de dança, me afastando do lugar onde estava tendo a festa e fui para a beira do mar. Tirei os sapatos e deixei a água gelada molhar meus pés. Enquanto eu caminhava pela areia.
(Jake)
Ás vezes eu tinha vontade de torcer o pescoço de Leah, principalmente quando ela fazia uma merda como a que tinha acabado de fazer. Será que ela não via que era crueldade constranger Emily daquele jeito? Principalmente num dia que ela estava tão feliz.
Sai arrastando Leah pelo braço até estarmos a uma distancia segura da festa.
- tava pensando em que Leah? – perguntei a soltando e cruzando os braços sobre o peito.
- qual é Jacob, eu não fiz nada que você não tenha feito no casamento de Bella.
- Eu não dei um espetáculo desse na frente de todo mundo.
- Mas quase arrancou o braço dela, e quase matou Edward – ela retrucou.
- Eu tive um motivo pra isso, eu tinha razão pra ter raiva, ok? Ele podia ter matado ela na lua-de-mel. Mas e você, qual o seu motivo?
- Meus motivos não te interessam – ela olhou para o outro lado.
- Que seja, mas agora você vai pra casa, e não vai sair de lá até eu mandar. – falei no tom de alpha, pra que ela fosse obrigada a obedecer. Ela saiu batendo o pé, eu voltei pra festa, mais precisamente pra pista de dança onde eu havia deixado , peguei uma cerveja no caminho e a tomei toda de uma vez só.
Procurei pela pista mas não a encontrei, olhei ao redor, mas ela não estava mais na festa. Ótimo mais um motivo pra eu ter vontade de torcer o pescoço de Leah.
- Ela esta caminhando perto da água – Sue falou quando passou por mim.
Terminei a segunda garrafa de cerveja e fui atrás dela. A encontrei parada de frente pro mar com os sapatos nas mãos e a água batendo de leve nos pés.
- Cansou da festa? – perguntei me aproximando, ela se virou um pouco para me olhar sorriu e voltou a fitar o mar.
- Só queria andar um pouco.
- Quero te mostrar uma coisa – falei – vem comigo? – estiquei a mão e ela prontamente a segurou.
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- Quero te mostrar uma coisa. Vem comigo? – ele me pegou pela mão e nós caminhamos em direção à floresta que margeava parte da praia.
- Não sei se quero passear nessa floresta – falei brincando – acho que to meio traumatizada desde a ultima vez.
- Nós não vamos entrar na floresta – ele falou sem me olhar – só temos que passar numa parte dela pra alcançar aquelas pedras ali. – ele apontou para algumas rochas que ficavam mais à frente.
- E o que nós vamos fazer naquelas rochas? – perguntei.
- Vou te mostrar um lugar especial.
Caminhamos um pouco, quer dizer Jake caminhou porque eu mais cai que tudo, apesar de não chegar ao chão nenhuma das vezes, pois os braços fortes dele sempre me seguravam. Depois de uns quarenta minutos nós chegamos na entrada do que parecia ser uma caverna.
- Nós vamos ter que descer um pouco aqui dentro, então toma cuidado, porque as pedras podem estar escorregadias.
- Vou tentar não cair – falei rindo – mas se por acaso eu não conseguir você pode me aparar né?
- Não vou deixar você se machucar, – ele falou rindo e descendo na minha frente, me ajudando em seguida.
Eu fiquei imaginando o que conseguiríamos ver dentro de uma caverna no escuro e sem Jake estar carregando nenhuma lanterna, mas me surpreendi com a imagem na minha frente. O lugar não se parecia com uma caverna, uma vez que o teto era quase todo aberto, deixando que a luz da lua no céu preenchesse todo o espaço e fazendo-a refletir numa pequena lagoa – pelo menos era o que parecia – e deixando à vista a água incrivelmente azul da mesma.
- Isso aqui é lindo – sussurrei – nem parece real.
- Mas é bem real, vem – Jake me ajudou a descer mais algumas pedras e nós nos sentamos perto da lagoa – eu gosto bastante de vir aqui pra pensar, fugir da vida real sabe? Esquecer um pouco de todos os problemas...
- É, aqui parece ser um bom lugar pra refletir.
Ficamos em silencio um tempo, apenas ouvindo os sons ao nosso redor.
- Por que você me trouxe aqui? – perguntei.
- Sei lá, eu quis compartilhar isso com você. Um lugar especial e uma garota especial.
Nem precisa falar que eu corei totalmente. Se esse era o real motivo de Jake ter me trazido aqui, eu não sabia, mas eu ia aproveitar esse momento de paz que ele estava me proporcionando.
(Jake)
Eu não sei o que deu na minha cabeça ao trazer aqui no meu refugio. Já faz um tempo que descobri essa caverna e desde desse dia eu venho sempre aqui, seja pra pensar ou apenas pra passar o tempo.
Eu também não sei o por que de ter mexido tanto comigo hoje, desde que eu a ouvi cantando no casamento de Sam que eu estou pensando nela sem parar, principalmente depois da nossa conversa na pista de dança. Eu sei que pra mim é impossível ficar com ela, afinal eu sei que meu imprinting vai aparecer, mas já faz tanto tempo que minha mãe apareceu pra mim e falou isso e eu não tive mais nenhum sinal, e está cada dia ficando mais difícil resistir à vontade que sinto de estar com . Percebi que os pelos do braço dela estavam arrepiando e me toquei que eu não sinto frio, mas ela devia estar quase congelando.
- Você está com frio – falei tirando meu paletó – toma veste isso.
- Obrigada – ela o vestiu e eu a ajudei a ajeitar ele melhor para que a cobrisse bem.
E foi ai que eu errei, ou talvez não fosse um erro... Acontece que ao ajudar a abotoar o paletó, nossos rostos ficaram próximos demais e como no dia do noivado de Emily e Sam, eu senti a respiração dela contra meu rosto, e seu cheiro me fez perder toda a sanidade que tinha, na verdade a que me restava, pois as cervejas já tinham levado boa parte do meu raciocínio. Eu só percebi o que fazia depois que senti os lábios dela contra os meus.
Nosso beijo era calmo, eu pude sentir mais uma vez o sabor doce dela, que parecia estar ainda melhor que da ultima vez que nos beijamos. Me afastei da boca dela para que ela pudesse recuperar o ar, mas mantive meus lábios na pele dela.
- Por favor não foge dessa vez – ela sussurrou contra meu ouvido me fazendo rir contra sua pele.
- Nem que eu quisesse eu poderia sair daqui agora. – falei voltando a tomar seus lábios nos meus.
Nossos corpos pareciam agir por vontade própria, as mãos de subiram pelos meus braços parando na minha nuca, onde ela puxava meu cabelo, enquanto as minhas desciam por sua cintura, se fixando nas suas pernas.
Mantendo minha mão direita na coxa esquerda de eu apoiei a minha mão esquerda no chão inclinei para que ela se deitasse. Esperei qualquer reação dela de que eu estava indo longe demais, mas ela não me impediu em momento algum, pelo contrário, ela apertou mais as mãos no meu cabelo e gemeu no meu ouvido, o que me deixou ainda mais fora de mim.
- Caramba eu te quero tanto que não consigo nem pensar direito – falei olhando nos olhos azuis dela.
- Então não pensa - ela falou me puxando para que eu a beijasse mais uma vez.
Nossas línguas duelavam numa deliciosa batalha e de repente eu senti que tudo isso parecia certo demais, como se as coisas tivessem sido escritas exatamente desse jeito, nos meus braços. Decidido de que era isso que eu queria e parecia não discordar de mim, me levantei um pouco, o suficiente para alcançar o fecho do vestido dela e o puxei pra baixo delicadamente, sem desviar dos olhos dela nenhum minuto sequer.
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Eu estava com a respiração rápida e o coração acelerado, o que não significava que eu não estava preparada para o que ia acontecer, mas apenas ansiosa. Meu coração gritava que Jacob era aquele que eu sempre esperei.
Claro que eu tinha um pouco de medo, essa era minha primeira vez, e se tinha um assunto que nunca abordei com ninguém antes era sexo. Mas eu confiava em Jacob, e tinha como não confiar? Ele sempre esteve por perto, me protegendo da maneira que pudesse, garantindo minha segurança.
Não tem nem palavras pra descrever o que passou por mim quando Jake se levantou e tirou meu vestido, vergonha, ansiedade... um arrepio percorria meu corpo, como se acompanhasse o olhar dele. Suas mãos passavam pela minha pele como se ele estivesse tocando uma rosa que pudesse de desmanchar a qualquer toque mais descuidado.
E era exatamente assim que eu me sentia, como se fosse me desmanchar, minhas pernas já tinham virado gelatina apenas com os toques de Jacob. Ele se desfez do meu vestido e espalmou as mãos quentes ao redor do meu tornozelo se livrando delicadamente de cada uma das minhas sandálias.
Com a palma da mão ele percorreu a parte traseira da minha perna, os beijos começaram na minha panturrilha e foram subindo mais e mais, parando na metade da minha coxa. Jake levantou os olhos e me encarou.
- Tem certeza? – ele perguntou – Porque se eu começar não sei se consigo parar.
- Por Deus, nem eu quero que pare – minha voz saiu num sopro. Senti em seus lábios na minha pele um sorriso dele.
Eu me sentia quente e cada centímetro que os lábios de Jake subiam me deixavam ainda mais quente. Ele se levantou o suficiente para se livrar da minha lingerie, primeiro do sutiã, depois da calcinha. Agora além de quente eu estava vermelha, era a primeira vez na minha vida que eu ficava nua na frente de um homem, mas algo nos olhos de Jake não me deixava ficar insegura.
Ele se inclinou sobre mim e beijou cada uma das minhas bochechas vermelhas, descendo beijos pela minha mandíbula e pescoço. Sua mão quente descia pelo meu ombro até parar no meu seio, onde ele suavemente passou o polegar pelo bico que já doía de tão duro. Jake estava me torturando, e ele parecia estar gostando disso.
(Jake)
Eu me sentia inseguro, afinal era a minha primeira vez. Eu esperei por Bella, mas ela não me deu a oportunidade, depois esperei meu imprinting que nunca chegou... eu não tinha medo de não saber o que fazer, afinal isso era mais instinto que técnica, também não tinha medo de falhar, o tesão que eu sentia só de olhar o corpo de me garantia que meu amiguinho lá embaixo estaria pronto pro trabalho, meu medo era apenas magoar , eu sabia que se ela derramasse uma única lágrima por isso mais tarde, eu sentiria a dor dela na minha alma. Mas eu decidi por me deixar sentir o que estava acontecendo hoje.
E sentir era tudo o que eu fazia agora. Eu sentia o calor e a maciez da pele de , sentia o sabor doce dos lábios dela. E via... eu podia ver a beleza da pele corada dela enquanto a admirava.
- Linda – sussurrei ao pé do ouvido dela, fazendo-a suspirar para reprimir um gemido.
Fiquei de pé para que me livrar das minhas roupas, principalmente da calça que começava a me incomodar muito. Peça por peça eu tirei até ficar apenas de boxer e voltei a me inclinar sobre ela, eu queria prová-la, queria sentir o sabor de cada canto daquele corpo, principalmente dos mais escondidos. Tomei seus lábios nos meus mais uma vez, eu nunca me cansava disso.
- Eu preciso de você, – sussurrei encarando aqueles olhos azuis.
fechou os olhos suspirando e a forma como instintivamente ela abriu as pernas fez um rugido sair de dentro de mim, estranhamente a sensação que eu tinha era que meu lobo queria tanto aquele momento quanto eu. Me ajeitei melhor entre as pernas de e vi ali naquele centro cor de rosa o quanto ela estava molhada esperando por mim.
Com um grunhido eu me equilibrei e lancei meus lábios sobre ela saboreando o gosto indescritível que ela tinha. gemeu alto e seus dedos se enroscaram no meu cabelo, me fazendo ira ainda mais fundo nela e agarrar suas coxas com força. Eu beijava seu sexo da mesma forma que há minutos atrás fazia com sua boca, com uma única diferença. O sabor ali era muito melhor.
começou a ofegar e eu senti que o primeiro orgasmo dela devia estar próximo, aumentei o ritmo da minha língua, enquanto ela se contorcia embaixo de mim. Eu queria estar dentro dela agora, mas eu não podia interromper aquilo, não quando ela estava tão próxima do prazer. Não demorou e seu corpo tremeu sob minhas mãos e em seguida ficou mole. Eu não esperei muito, afastei o rosto do sexo dela e subi para tomar de volta seus lábios nos meus.
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Eu não tinha palavras pra descrever o que havia acabado de acontecer. Jake, com os lábios dele, me levou a um outro mundo, e pra ser sincera eu queria muito voltar lá. Assim quando ele colou os lábios nos meus eu me apressei em tirar a boxer dele, mas antes que eu conseguisse, ele se afastou e levantou, eu senti um vazio tomar conta de mim, e o medo dele fugir exatamente como fez quando nos beijamos a primeira vez me deixou tonta.
Sem dizer nada, ele me puxou pela mão, me pondo de pé na frente dele e me enlaçou pela cintura, tomando mais uma vez meus lábios, só que dessa vez o beijo era urgente, cheio do desejo que nos consumia. Com um dos braços Jake me levantou e eu o abracei a cintura dele com as pernas. Devagar Jake foi caminhando até a água, meu primeiro pensamento foi que a água estaria insuportavelmente fria, mas o corpo quente de Jake colado ao meu fez com que o choque térmico não fosse tão grande, pelo contrário as duas temperaturas diferentes tocando meu corpo me deixaram ainda mais excitada.
Com uma das mãos Jacob se livrou de sua boxer, jogando-a por cima do ombro em um lugar qualquer, e quando nossos sexos se encontraram uma corrente elétrica percorreu meu corpo, se alojando em meu baixo ventre e se espalhando.
Jake se afastou da minha boca e fitou meus olhos e eu vi desejo se derretendo nos olhos dele, como duas labaredas negras prontas a me consumir. Seus olhos baixaram dos meus para meus lábios, pescoço e se fixaram nos meus seios. Seu olhar era faminto, sua mão subiu da minha cintura para a base do meu seio direito onde seu polegar riscava círculos ao redor do meu mamilo. Deus aquilo era bom. Inclinei a cabeça pra trás por instinto e Jake tomou isso como incentivo para levar os lábios ao meu seio. Levantei a cabeça a tempo de vê-lo cobrir meu seio com a boca quente. Meu Deus isso era muito melhor.
Jake gemeu contra minha pele e eu gemi junto. Sua outra mão brincava com meu seio esquerdo. Vez ou outra ele invertia, os dedos passavam a brincar com o seio direito e os lábios se ocupavam do esquerdo ora chupando ora mordendo
Aquela brincadeira estava me levando à loucura, o que foi confirmado quando a mão livre de Jake escorregou da minha cintura para a minha bunda, onde ele apertou forte, me fazendo gemer mais uma vez. Mas sua mão não ficou ali, ela tinha outra intenção. Me agarrei mais forte aos ombros de Jake quando lentamente ele me invadiu com um dedo. Aquilo foi difícil e dolorido, eu não queria nem pensar quando no lugar do dedo fosse o membro dele, que eu podia sentir contra a minha pele, não era nem um pouco pequeno.
Bem devagar ele começou a estocar os dedos em mim, seus lábios já haviam abandonado meus seios e agora buscavam minha boca. Eu me agarrei a ele e nós nos beijamos como dois desesperados, como se estivéssemos no meio de um deserto e a única maneira de matarmos a sede dilacerante fosse os lábios do outro.
- Eu preciso estar dentro de você – ele falou se afastando dos meus lábios e me olhando nos olhos. Eu fiz que sim com a cabeça, por que apesar de estar com um leve receio de doer, doía mais a vontade de tê-lo por completo dentro de mim. – Pronta? – ele perguntou ofegante, apenas balancei a cabeça dizendo que sim.
Delicadamente Jake me levantou e abaixou devagar, fazendo nossos sexos se encaixarem. Me apertei contra ele tentando aliviar a dor e ardência que sentia ao ser preenchida. Jake me abraçou e permaneceu quieto dentro de mim para que eu me acostumasse com seu tamanho.
Quando eu senti que a dor havia diminuído, me movimentei, percebendo que a fricção trazia uma sensação boa que cobria a dor. Jake começou a me ajudar nos movimentos de sobe e desce, ora devagar, ora rápido. A sensação boa começou a se transformar em prazer e aquele tremor que eu sentia no baixo ventre se multiplicou, fazendo os movimentos se tornarem mais intensos, nosso suor se misturava à água.
- Olha pra mim – ele falou com a voz rouca – eu quero gozar olhando nos seus olhos.
Olhei fundo nas orbes negras de Jake vendo ali tudo o que havia procurado na vida, segurança, amor, carinho, companheirismo... e foi assim olhando nos olhos dele, vendo promessas de um possível futuro que nos tornamos um só.
(Jake)
Eu e ficamos um tempo abraçados dentro da água, até que eu achei melhor tirá-la de lá antes que ela ficasse doente outra vez. Saímos da água e eu a fiz vestir minha camisa, enquanto eu vestia apenas minha calça.
- Você não pode ficar sem camisa – ela reclamou – vai acabar ficando doente.
- Não se preocupa comigo, é bem difícil um quileute jovem ficar doente. – falei me deitando e a puxando para que se deitasse comigo.
- Esse lugar ficou ainda mais lindo pra mim – ela falou se embolando ao meu lado, eu a abracei para que meu calor a aquecesse e joguei meu paletó por cima dela.
- Pra mim também, ele agora é ainda mais especial que já era antes. – dei um beijo na cabeça dela – Agora dorme um pouco, depois voltamos pra casa.
suspirou e ficou olhando o céu pela abertura no teto da caverna, não demorou muito e nós dois estávamos dormindo.
Não sei em que momento do meu sono comecei a sonhar, mas eu sabia que era sonho. Eu estávamos na praia fazendo um piquenique, nós estávamos felizes. De repente uma menininha gritou da beira do mar, meu coração se apertou, mas eu vi que o gritinho dela não era de algo ruim acontecendo, mas sim de divertimento, ela estava se divertindo brincando com a água.
Eu reconhecia aquela menininha, aquele tom de pele era idêntico ao meu, e não era preciso ela olhar pra mim pra que ter certeza que os olhinhos dela eram da cor dos de . E eu soube quem era ela antes mesmo dela me chamar.
- Papa, papa – ela gritou e veio correndo até mim – vem, vem pega conchinha.
- O papai já vai princesa – eu respondi e ela voltou correndo pro mar.
- Acho que ela nunca ficou tão animada na praia – falou do meu lado.
- E eu acho que nunca fui tão feliz – falei dando-lhe um beijo. Ela me olhou e sorriu.
- Vou lá nela – se levantou e caminhou até nossa filha, me deixando maravilhado com a visão dela perfeita num biquíni azul.
Fiquei ali sentado apenas olhando as duas, sentindo o quanto eu as amava. Foi quando uma sensação estranha invadiu meu peito, como se algo me chamasse. Procurei por e nossa filha e vi as duas brincando na beira da praia, mas a sensação permanecia ali, me angustiando.
Procurei com os olhos se havia algum perigo, talvez fosse o meu instinto de lobo gritando pra mim que havia algum inimigo por perto, mas o que encontrei nessa minha busca me deixou ainda mais desesperado.
Eu vi uma mulher, parada há alguns metros de mim, eu não conseguia ver o rosto dela, mas não era preciso, porque dentro de mim eu sabia exatamente de quem se tratava. Ela demorou, mas assim como minha mãe havia me dito, ela apareceu, o meu imprinting.
Voltei a olhar pra e pra nossa filha, e vi todo aquele amor que a pouco eu sentia se dissolver. me olhou, como se soubesse exatamente o que estava acontecendo, eu vi uma lágrima escorrer por seu rosto, ela se levantou e pegou nossa filha no colo veio até onde eu estava e pegou as coisas das duas.
Eu observei tudo isso sem saber o que fazer, eu sabia que estava ferindo , sabia que ela ficaria ainda mais magoada, mas não tinha nada ao meu alcance que pudesse ser feito.
- Só não me tira a nossa filha, por favor – ela me pediu em meio às lágrimas e saiu.
Eu acordei assustado e vi que ainda estávamos na caverna e que já era dia, olhei dormindo recostada no meu peito e vi o tamanho da burrada que eu havia feito. Eu dei a possibilidades que não poderiam existir, eu não podia abrir uma brecha que a magoaria depois. Eu iria acordá-la, nós iríamos pra casa e depois de um bom banho eu conversaria com e explicaria a ela o porquê de nós não podermos ficar juntos.
- – sussurrei a balançando de leve, ela abriu os olhos e me olhou confusa – acho melhor irmos pra casa – falei.
- Claro – ela falou se levantando, parecia mais consciente de onde estávamos.
Eu também me levantei entreguei a ela o vestido para que ela o colocasse. Ela desabotoou a minha camisa que ela vestia e eu tive que respirar fundo para não esquecer tudo e repetir tudo o que vivemos horas atrás.
Ela subiu o vestido pelas pernas de uma maneira tão simples, mas ao mesmo tempo tão sexy que eu tive que olhar para o outro lado, ou eu definitivamente não resistiria. Me preocupei então em encontrar minha boxer e as peças intimas dela, guardando-as no meu bolso assim que os encontrei.
- Estou pronta – falou já vestida e usando o meu paletó.
- Então vamos – coloquei minha mão na sua cintura para guiá-la até o lado de fora, mas me dei conta de que sair da caverna era um pouco mais complicado que entrar, visto que escalar as pedras para subir era bem mais difícil.
Vesti minha camisa para ficar com as mãos livres e peguei no colo, seria mais fácil sair dali com ela nos meus braços que com ela andando.
- Eu não sou tão leve assim – ela falou quando comecei a sair da caverna – tem certeza que quer me carregar.
- Humf – bufei – pra mim carregar você é o mesmo que carregar a Claire. Alem do mais, é mais fácil chegar à praia com você no colo que tendo que te guiar e te amparar quando você começar a cair – eu ri.
- Engraçadinho – ela reclamou deitando a cabeça meu ombro depois de deixar um beijo na curva do meu pescoço.
- Pode voltar a dormir se você quiser – falei.
...
O caminho até minha casa foi bem rápido, ao invés de voltar até a praia como eu tinha imaginado fazer, eu cortei caminho pela floresta indo direto pra casa. Entrei e coloquei de pé no chão da sala.
- Vou tomar um banho – falei.
- E eu vou preparar algo pra nós comermos – ela foi pra cozinha.
Entrei debaixo do chuveiro quente, eu precisava da água assim pra desfazer todos os nós que se encontravam nos meus músculos. Eu me sentia perdido, se eu teria um imprinting, por que eu me sentia tão atraído por ?
Eu pensei uma vez que talvez ela fosse meu imprinting – e eu queria muito isso – mas se fosse isso, Embry também não se sentiria atraído por ela, afinal dois lobos não podem dividir um imprinting.
Terminei meu banho, e fui pro meu quarto trocar de roupa. De lá eu pude ouvir entrar no banheiro, em seguida ouvi o zíper do vestido sendo aberto e o tecido deslizar por sua pele. No mesmo instante eu me lembrei da textura da pele dela sob as minhas mãos. O chuveiro foi ligado e eu ouvi a água batendo contra o corpo dela e eu quis por um instante ser cada uma daquelas gotas.
- Não Jake, você não pode – falei pra mim mesmo – você tem que acabar com isso logo e deixar ela ser feliz com outra pessoa.
Eu pensei então em Embry e em como ele gosta de , talvez ele seja a pessoa certa pra consertar a besteira que eu havia feito. Fiquei mais um tempo no meu quarto, até que ouvi ela saindo do banheiro e entrando no quarto que era do meu pai, depois ela saiu do quarto e foi para a cozinha. Respirei fundo e sai, era hora de deixar tudo em pratos limpos.
Cheguei na porta da cozinha e vi arrumando a mesa do café da manhã , ela estava linda vestindo uma camisa frouxa e uma calça de malha.
- Eu queria conversar com você – falei tentando parecer casual – sobre o que aconteceu ontem à noite.
- O que você tem pra falar? – ela se sentou e fez sinal para que eu me sentasse também.
- Eu... eu sei que foi sua primeira vez ontem – vi ela corar as bochechas – eu queria que soubesse que foi a minha primeira vez também – ela me olhou sobrancelha arqueada, como se não acreditasse em mim – ou seja – continuei – foi tão especial pra mim como foi pra você.
- Que bom saber disso – ela falou bebericando o café em seguida.
- Só que tem uma coisa que eu preciso te contar, . Não é algo simples, então eu peço que me escute até o fim, ok? – ela fez que sim com a cabeça – tem uma coisa com nós quileutes, não é algo fácil de entender, principalmente por alguém que não é daqui. Nós temos uma forma de encontrar a nossa cara metade, alma gêmea ou seja lá como você se refere a isso. Essa coisa se chama imprinting, muitos de nós já sofreram isso. O Paul e a Rach, Jared e Kim, Sam e Emily...
- E o que isso tem a ver com ontem? Por acaso eu sou esse tal de imprinting, seu?
- Quem dera se fosse – falei vendo-a assumir uma expressão triste no rosto – desculpa, , mas eu ainda não encontrei meu imprinting, é por isso que nó não podemos ficar juntos.
- E como você sabe que não sou eu? – ela falou com a voz triste.
- Porque duas pessoas não podem querer a mesma pessoa, como acontece comigo e com Embry.
- Então você me quer? - ela perguntou, mas eu não respondi nada, tinha medo de falar algo e a dar mais esperança ou a magoar muito – Se você me quer – ela continuou – por que não pode ignorar isso e ficar comigo?
- Não dá pra ignorar o imprinting . E eu não posso ficar com você correndo o risco da minha escolhida chegar.
- Sabe o que isso me parece? – ela perguntou agora com uma ponta de raiva – Uma desculpa muito esfarrapa de quem não quer assumir que queria só transar comigo ontem, sem ter que assumir nenhum compromisso.
Ela se levantou pra sair, mas eu a segurei pela mão.
- , por favor, não pensa assim de mim. Eu queria poder ficar com você, queria muito.
- E o que te impede? Uma mulher que é sua suposta cara metade e quem mesmo você sabe quem é?
- Não faz assim, eu só to te dizendo isso tudo, só to fazendo isso pra não te magoar.
-Ah ta entendi – ela falou irônica – mas deixa eu te contar uma coisa Jacob, você já me magoou. Muito.
Dito isso saiu pela porta me deixando sozinho e com muita raiva de mim mesmo e principalmente, com raiva de ser um lobo. Afinal se não fosse por isso, eu não teria um imprinting e nada me impediria de ficar com .
N/a: Não me matem!!!!! Antes de mais nada, tem alguém vivo ai? Gente do céu esse foi o hentai mais difícil que escrevi até hoje! Nossa foi quase como parir um filho! O que torna esse capitulo o meu favorito (até agora)... mas fala foi lindo o momento dos dois não foi??? *momentomãebabonaoff* mas ai vem o Jake e faz um M**** dessa... ô Jake....
Não briguem com ele flores.... nem comigo...kkkkk mas esse momento é de suma importância pra fic... assim como o capitulo que vem.... eu já enviei pro blog e estou correndo e escondendo num refugio porque sei que vcs vão querer me matar.... mas enfim, eu ainda amo vcs.... kkkkkk....
Muito obrigada a TODAS que comentaram... leitoras fantasmas que apareceram, BEM VINDAS! E as que não apareceram ainda, flores, não tenham medo de se mostrar, eu vou amar qualquer coisa que escreverem, mesmo se for pra brigar comigo porque eu fiz um Jake tão cego que insiste em não ver que a escolhida dele ta debaixo do nariz dele! Eu sei que é isso que vcs pensam, porque é exatamente o que eu penso, mas eu já tentei mudar o enredo e fazer ele descobrir logo, mas não deu certo. Crossroads tem que ser do jeito que ela vem sendo e ponto. Mas eu sei que vcs vão amar o capítulo daqui que vem daqui uns seis capítulos mais ou menos....
Então chega de falar néh.... não não chega, fiquei tãooooooo feliz por meus coments terem aumentado consideravelmente que vou adiantar um pedacito do capitulo que vem....
... - O que você quer Embry? – Jake perguntou sem se virar para me olhar.
- Bater em você, muito. Mas infelizmente isso eu não posso, então eu vim aqui só pra te dar um aviso, ok?
- Então fala logo - ele falou irritado.
- Fica, Longe. De. . – falei cada palavra pausadamente. Jake se virou finalmente me olhando...
...- O que você acha que as pessoas de uma reserva pequena como a nossa vão falar de uma garota que dorme com um em um dia e aparece namorando com outro no dia seguinte?
- Mas ninguém vai saber que ela dormiu comigo. – ele falou me encarando.
- Você me garante isso?
- É claro que eu garanto Embry, eu não faria isso com . – eu concordei com a cabeça e ia saindo quando Jake me chamou, me virei para olhá-lo – Você vai mesmo namorar ela? – ele parecia incomodado com isso.
- Se ela me der a chance disso, sim. Por que, te incomoda?...
Uhhhh quem ai ta ansiosa(o) pro capitulo que vem????? Me deixem feliz, ok, quero muitos coments..... Bjos... fui!
Oie^^
ResponderExcluirFlor, to sem palavras aqui. Não acredito que perdi o meu irmão... Terry era realmente o unico que se importava comigo. Tadinha da Mell, a unica que não me culpou pela morte dele, e teve que ir...
Esse capítulo já prova que muitas emoçoes vêm por ai, tenho que preparar o meu coraçãozinho. Ele tã tão fraquinho agora.....
Parabêns pela fic queriada, você vai longe, e eu vou estar lá para te aplaudir. Tenha certeza disso, anjo.
Não sei se essa é a sua primeira fic, tô totalmente perdida por aqui. E, finalmente, só hoje que deu um tempinho para eu vim aqui.
Então, se for, espero que tu continue assim, porque é apenas o começo.
E se não for, parabéns por criar mais uma fic super diva.
Beijos florzinha, fique com Deus. E que ele continue te iluminando cada vez mais.
Gente..esse capítulo foi incrível.
ResponderExcluirNão creio que o único que realmente me amava morreu assim...nossa não da nem p/ acreditar que meus próprios pais me odeiam assim =/
Eu definitivamente fiquei sozinha...
Já tô adorando essa fic...vc sabe que eu já sou sua fã né?!!
Continue assim e eu ainda vou estar na fila de autógrafos p/ vc assinar no meu livro escrito por vc, pq lógico que seria um Best-Seller!!
BjaO
sem palavra o 1 capitulo foi perfeito nossa muito bom mesmo vc e uma ótima escritora!!
ResponderExcluirnão acredito que a unica pessoa que me ama morre nossa lendo o capitulo deu ate vontade de chora ficou muito bom estou muito curiosa para continua não demora ta bjs
Nannah flor como vc me começa o capitulo com essa tragedia toda, quer me fazer chorar mesmo hein? Super curiosa.bjus!
ResponderExcluirNossa! Que lindo e perfeito!! Mais uma maravilhosa fic da Nannah! Sério. Está de parabéns, guria! A fic está muito tocante e promete grandes emoções.
ResponderExcluirEu sou uma apologista de drama, por isso já estou completamente apaixonada por essa fic!
Kisses da Baby
Ainnn gente assim vcs me fazem chorar!!! Eu amo vcs e os comentários que vcs deixam! Ahhh e não fiquem tão tristes assim, vcs não estão sozinhas... aguardem o próximo capitulo!
ResponderExcluirAmo vcs flores!
minha nossa que triste
ResponderExcluirdeve ser horrível perder a única pessoa que te ama
anciosa por mais
espero encontrar o Jake logo
Uau!!! Quanta coisa em um só capitulo. Essa fic promete amore, estou louca pelo segundo. OMG!!!
ResponderExcluirBeijussssssssssss
Nossa! Esse capítulo com o Terry foi tipo...TUDOOO!
ResponderExcluirPrincipalmente com o Patch lá p/ treinar o meu mano ;D
O Patch era o meu anjo da guarda? *O*
Mas agora que é o meu anjo da guarda é o meu irmão né se eu entendi direito...
Cara, isso tah muito bom!! *quicando loucamente de ansiedade*
BjaO
Anjo? Meu irmão virou anjo e é amigo de Pach? Aiiiiii me segura que vou ter um treco!!!!!!!
ResponderExcluirLouca pra ler o resto, flor. bj
Oi minhas amorecas... Amo os comentários que vocês deixam, vocês são umas fofas.
ResponderExcluirPreparem-se para o próximo capitulo, pois será a primeira aprarição do nosso lobissimo Jake, nosso deus quileute.
Bjux! ;)
Háháhá esse Antonio ai î em cima sou eu, Nannah, eu não vi que o e-mail do meu marido que estava logado no meu pc. Geralmente é o meu então na hora de comentar nas fics eu nem me preocupo em conferir...
ResponderExcluirEntão recebam as palavras acima î como minhas!
Bjuz minhas lindas leitoras!
Uhhhhhhhh!!!
ResponderExcluirQue lindo esse capitulo Nannah. Me emocionei. A mãe de jake? ownnnnnn
E ainda avisando que eu vou chegar!!!!!
Amoooooooooooooooooo
nossa muito lindo to amando posta mais to curiosa !!!
ResponderExcluirAin que lindo esse capítulo com o Jake!!
ResponderExcluirSerá que com a mãe dele falando que eu vou chegar ele tem um pouco mais de paciência?!! Não quero saber dele sofrendo por causa da Bella u_u
Posta mais
BjaO
Desculpa não ter vindo comentar no cap anterior! Tive de sair rápido e depois esqueci que me tinha faltado ler o cap 2. Só dei conta quando comecei a ler o cap 3 e senti que algo tava falando e resolvi ler o final do cap 2 pra me situar e aí pensei: "Eu não lembro de ter lido isso!" kkkk. Enfim!
ResponderExcluirNuss, Patch entrando na fic é TUDO, menin!
E o Terry será um anjo? Ain que foooofooo! Espero mesmo que ele me proteja de todos os males que virão (que eu até já tô prevendo - 6º sentido apitando no radar! kkkk)
Me mijando de rir com a frase do Paul: Comadres e tricotar numa única frase só podia vir dele! kkkk
Mas pensei que ele fosse apelar pelo lado mais gay da coisa! Do tipo: "Agora que sabem que se amam, podem casar e adotar um canil inteiro! Casamento gay é foda!" kkkk
Aaah Jake! Não chora! Não sofre! Eu tô chegando! Sua alma perdida está indo te encontrar, sem nem procurar! kkkk
Amando a fic, Nannah! Posta mais!
Kisses da Baby
Eu tava meio atrasadinha na leitura, mas cá estou...Menina quer dizer que meu irmão lindo morreu, foi pro céus e é treinado por Patch? Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh*surtando* Pq vc não me fez gemea nessa fic, hein? Assim cada medate de mim ficava com meu team preferido!!!bjus..vou pro proximo capitulo!
ResponderExcluirCapitulo 3: Eu amo os pov's masculinos eu não tenho só uma queda é um baque todo uhuhauuhauauhuahua! Amo saber o que jake pensa e mesmo que Bella sem expressão Swan esteja metida nisso tudo com a cruza mal feita adorooooooooooooooooooo!!! E bem o final desse capitulo foi lindo! A mae dele vindo foi reconfortante. Adorei bjus!
ResponderExcluirMeninas vocês são uma lindas e fofas.... eu amo vocês e os comentarios que vocês deixam! Confesso que não faço ideia de como vai ser essa fic. Tenho a ideia da história é claro, mas os capitulos sempre saem depois que leio os comentarios... é assim, eu venho aqui, leio pra ver como esao recebendo minha estoria depois encontro a musica perfeita pro proximo capitulo, sento na frente do computador e escrevo. E saber que vocês gostam me deixa muuuuuito feliz!
ResponderExcluiramando esta muito bom estou muito curiosa
ResponderExcluirAin esse capítulo foi tão lindo *.*
ResponderExcluirO Terry indo no meu sonho me reconfortar...meu irmãozinho querido!!
O Patch não vai matar ele por ter dito por onde eu devia começar não...ele é legal, aliás eu acho até que ele já esperava que o Terry fosse fazer esse tipo de coisa msm u_u
A música foi muito PERFEITA!!! Queria um irmão assim p/ mim y.y
BjaO
Me aguarde lobão... TO CHEGANDOOOOOO!!!
ResponderExcluirMenina, cap mais que 10.
ai ai ai
bjuuuuuuuuu
Surtando e chorando loucamente em 3...2...1... AHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!
ResponderExcluirCOMOASSIM??? COMO? me responde COMO que o PAI do Jake pôde morrer???? Todos poderiam ter morrido menos o Billy era p/ ser um ser imortal sabe?um ser eterno!! Eu tô chocada, passada, amassada e passada novamente com essa reviravolta na fic!!!
Ain que aflição eu tô sentindo agora...agora o Jake tah sozinho igual a mim D:
Aii eu não queria conhecer ele assim =(
Gente...eu preciso encontrar ele logo...ainda mais depois de eu ter ouvido esse grito de cortar o coração ó.ò
Posta o próximo capítulo o mais rápido possível...POR...FAVOR!!
Ps: Ain Nannah só vc p/ me deixar tão aflita com um capítulo desse jeito u_u
BjaO
Esse cap foi tuduuuuuuuuuu.
ResponderExcluirTadinho do meu Jake =(
Pq mataram o Billy?
Vou fik sem sogro =(
Ai meu deus que lindo, chorando litros, poxa por que logo o pai do Jake, coitadinho do meu amor.
ResponderExcluirEspero que eu consiga faze-lo feliz.
Parabéns a fic está ótima.
Bjos.
Lindo, lindo, perfeito!!!
ResponderExcluirFoi muito emocionante, estou chorando litros aqui.(snif, snif)
Bjssss!!!!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAAAAAAAAAAh! Essa foi a MELHOR fanfic! Eu chorei muuuuuito *--*
ResponderExcluirPosta maaaais !
Esperando muito, muito, muito ansiosa pelo proximo Capitulo S2
nossa amei muito mais muito triste to amando muito a fanfic e to muito curiosa !!!
ResponderExcluirAhhhh minhas leitoras lindas!!!!! Na att de sexta vai ter mais capitulo... to cheia de inspiração depois de ler comentarios TÃO insentivadores!!!!
ResponderExcluirAmo vocês familia!
Nossa.... eu tinha certeza que o Jake ia virar o rosto e me ver.... chorei agora... kkkk
ResponderExcluirFlor.... tá tudo perfeito fica tranquila, pois o cap. ficou lindo
bjks
Leitora nova o/ E ja apaixonada por sua fic!Parabens, ela ta incrivel!
ResponderExcluirTadinho do Jake =/ Eu queria que nos encontrassemos logo... tipo frente a frente né...
Quero fazer esse coraçãozinho voltar a ficar feliz...
Posta mais logo por favor, essa fic ja me viciou...
Poxa =/
ResponderExcluirEu tava aqui toda feliz achando que era o Jake na clareira e era o Seth...
Eu quero que o Jake me veja logo Y.Y
Ver ele todo tristinho assim me deixa mais triste ainda Ç.Ç
BjaO
AH Nannah ta maravilhosa, só to com muita curiosidade para ler o próximo e acabar com a dor do meu lobinho rs.
ResponderExcluirPor favor, não demora em postar.
Super fã sua.
Bjos
Esse capítulo está maravilhoso, mesmo com toda a carga emocional dele está muito bem escrito. Espero que o próximo capitulo não demore a ser postado, pois não vejo a hora de poder tirar o Jake desta depre.
ResponderExcluirO Jake voltou... Com essa entrada triunfal só pode ser ele chegando!!! Espero que as investidas do Embry não atrapalhem meu relacionamento com o Jake, porque como são amigos é bem capaz do Jake se segurar para que o amigo tenha chance.
ResponderExcluirPoxa vc tinha que parar na melhor parte, e claro que só pode ser o Jake, espero.
ResponderExcluirE esse lance do Embry ta estranho, tomara que isso não atrapalhe as coisas pra mim e pro jake, e nem magoe ele.
Estou ansiosa pro próximo capítulo.
Bjos
Oi flores que acompnham minha estória... tivemos alguns problemas com a postagem, mas não culpem ninguém... na primeira vez que foi postado, o capitulo veio faltando um pedação do POV do Jake, ai eu refiz o html e madei de novo, mas veio faltando agora um pedação do capitulo todo, indlusive todo o POV da PP. Estou dando o maior trabalho pras fofas aqui do staff. Sim digo fofas porque elas tem a maior paciencia comigo. Tomara que agora o capitulo saia direitinho.
ResponderExcluirMil desculpas a todas por estes erros. E desculpas principalmente às meninas do staff que tem que ficar consertando meus erros....
Que puta pedação de capitulo faltou hein... O que sera q aconteceu? Enfim.
ResponderExcluirO momento os dois olhando pra lua foi tao cuti *-*
Esse Embry... Ai ai ai! Sempre mulherengo... Sai pra lá que eu sou do Jake!
Assim... esse final dava tudo pra dizer que era o Jacob, mas nao faz sentido. Deve ser sonho sei lá!
posta logo flor! A fic ta maravilhosa
Ai Nannah!!!!
ResponderExcluirEu quero ver o Jake logooo Y.Y
Ain foi muito linda a parte em que ele reencontra os pais na campina *--* Eu quase chorei tbm!!
Que bom que eu já estou me adaptando ao ambiente de La Push!! Tbm com essas pessoas tão hospitaleiras...
Ainda tÔ com saudades do Billy D:
BjaO e NÃO demora p/ postar filha do céu!!!
Carakasssss, juro , eu achei que que Jake ia sofrer o Impringt comigo, mas ai nada aconteceu????? afff que zica, ainda tem o Embryl e a Leah pra piorar a situação!!!!! que saco! Estou amando a ficção, eu sou linda e perfeita!!!!rs, não demora pra postar não ta!!!!!
ResponderExcluirAmandooooo!!!
ResponderExcluirEsta fic está cada vez melhor.
Ain, que declaração mais linda do Embry, ele é um fofo, mas sou complemente do Jakelícia.
Ameeei, Nannah, bjssss!!!!
O Blogger está mesmo querendo te boicotar Nannah, só consigo comentar pelo Explorer, pois o Mozila não permite de jeito nenhum. rsrsrsrs
ResponderExcluirO capítulo foi perfeito, ain fiquei com dó do Terry, tadinho ele não pôde ficar com a Melanie, mal trocaram o primeiro beijo e a morte os separaram.
A PP teve que saber da Bella pela boca de outra pessoa, quero só ver o ela sentirá quando estiver cara a cara com ela.
Embry e Jacob estão caidinhos pela PP, mas no fundo ela já tem o seu escolhido, agora é só esperar.
Bella não se manca, o que será que ela ainda quer com o meu lobinho? Ela é um carma, só pode.
Amandooooo, bjssss!!!!!
Aeww!!!!! Finalmente consegui Nannah, a dica da Binhablack funciona, no explorer dá pra comentar, no google crhome num dá, nem pensar!! Uhul!
ResponderExcluirFlor, meu tempo ta corrido... eu ainda não estou no ultimo cap da fic mas to lendo e estou AMANDO... supere estas bizarrices do blog e continue escrevendo linda! Achei linda esta história, esta relação não só de amor de homem e mulher mas o amor tão bonito da PP e do irmão! Chorei na parte da morte do Teddy... aun!! Bom, eu vou continuando a ler, assim devagar, mas vou! Bjss...
Aeww!!!!! Finalmente consegui Nannah, a dica da Binhablack funciona, no explorer dá pra comentar, no google crhome num dá, nem pensar!! Uhul!
ResponderExcluirFlor, meu tempo ta corrido... eu ainda não estou no ultimo cap da fic mas to lendo e estou AMANDO... supere estas bizarrices do blog e continue escrevendo linda! Achei linda esta história, esta relação não só de amor de homem e mulher mas o amor tão bonito da PP e do irmão! Chorei na parte da morte do Teddy... aun!! Bom, eu vou continuando a ler, assim devagar, mas vou! Bjss...
kkkk... olha só, eu tentei tanto q agora aparece duas vezes...kkkkkkkkk desconcidera uma tá!? kkkkkkk...
ResponderExcluirTrês capítulos de crossroads, "dandopulinhosaláalice"!!!
ResponderExcluirBella não desiste mesmo, nem com o Jake dando contra, ela larga o osso. Ô carma!!!!
Por falar nos contras, vixe ameeeeeeei!!! Ela mereceu e gostei de ver, a PP mostrou que não tem medo de cara feia.
Concordo com o Terry, o Jake é muito "BURRO"!! Como ele pôde fugir depois desse beijo?! E que beijo!!!
Amandooooooo, bjsssss!!!!
Simplesmente amei ^^ E o basta que o jake disse na casa dos cullens foi demais :D
ResponderExcluiratt tripla?*-* te amo Nannah hahahahhaa
ResponderExcluirque ceninha ridicula da Bella hein... Decadente u.u
E esse beijo? *------------------* finalmente! ja nao era sem tempo!
o foda é o jake achando q vai me magoar u.u idiota!
Alias, isso me faz lembrar: Pq o Jacob nao teve um imprinting por mim,ainda? O.o
continua logo por favor! bjs
Poxa achei que agora eles iam ficar juntos :(.Mas mesmo assim AMMEI *-*,quero +!
ResponderExcluirPERFEEIITA A FIC, Bella se ferrando , gostei muito hahahahahaha!
ResponderExcluirparabéns!
espero ansiosa pelos próximos capítulos. beijoos
Caramba, que coisa boa ver Bella se lascando todinha!!!! Amei ver o Jake a despresando, o que ela ta pensando? que vai ter os dois pela eternidade nos pés dela? hahaha vai sonhando! Agora, queria saber pq Jake ñ teve imprintg por mim? o coitado ta sofrendo horrores, e deixando o caminho livre pro Embry, que alias gosto muito, mas que ja está me irritando profundamente!!!! Posta mais, please
ResponderExcluirOi Nannah, amei os capitolos.
ResponderExcluirTa bom eu confesso, eu era uma de suas leitoras fantasmas, mas depois que eu vi a importancia que os comentarios tem eu resolvi comentar as fic que eu leio, eu to amando a sua, adorei ver a Bella se ferrar, será que agora ela ta arrependida da desisão que tomou e quer o Jake de volta?
Eu amei o beijo, como ele é burro, aproveita o momento, Posta mais ta, não fica tanto tempo sem aparecer.
O brigada pela força nas minhas fics.
Bjos.
amei...
ResponderExcluiro Terry esta certo.... Jacob é burro..
ele não enxerga que sua escolhida esta bem a sua frente...
ai... espero ansiosa pra que o imprinting aconteça...
mto bom.. continua
Adorei a PP ter enfrentado a Bella, já está começando a marcar o território dela! Isso aí garota!
ResponderExcluirEu não sei se fico com raiva pelo Jake ser tão cego e não enxergar o que está na frente dele ou fico com pena do dilema dele, sentir algo forte pela PP e se segurar por medo de magoa-la...
Eu só sei que quero muito continuar lendo a fic pra descobrir! =D
Amoo essa fic!!Tá cada dia melhor!!
ResponderExcluirPosta mais logo!!
Bjooos
Fala sériooo o Jake tá devegar demais quase parando!! Tomará que ele reaja logo a PP!!
ResponderExcluirAdorei a PP ter enfrentado a Bella.. hehe
beijo!
Fala sériooo o Jake tá devegar demais quase parando!! Tomará que ele reaja logo a PP!!
ResponderExcluirAdorei a PP ter enfrentado a Bella.. hehe
beijo!
Fala sériooo o Jake tá devegar demais quase parando!! Tomará que ele reaja logo a PP!!
ResponderExcluirAdorei a PP ter enfrentado a Bella.. hehe
beijo!
GAROTAAAAA! Senti sua falta *-*
ResponderExcluirBom...depois de um tempo eu tbm FINALMENTE estou podendo comentar na sua fic...o Blogger nunca deixava :X
Ahh meu Deus..será que o Jake não pode parar de ser burro e enxergar que a PP É o imprint dele?!!!
Que bosta! Tah tudo ali na cara dele e ele simplesmente não VÊ!!!
Tah, desabafei u.u
Que bom que eu tive esse montão de capítulos p/ ler pq senão eu iria entrar em surto!
E agora momento indignação [2]
PQ A BELLA TEM QUE SER TÃO PIRANHA/SAFADA/MALDITA/OFERECIDA/FINGIDA?!! Cara, será que ela não pode se contentar com a família que ela tem agora e deixar o meu lobo em paz?? hein?! Será que ela pensa msm que tem que ter tudo? Pq isso é revoltante ò.ó
Ainda bem que eu dei um chega p/ lá nela lá naquela floresta u.u e que depois o Jake deixou BEM CLARO que não queria mais esse tipo de gracinha...A-D-O-R-E-I
Que tipo de ligação é esse que o
Embry sente por mim afinal? Pq eu gosto dele e não queria que ele se magoasse por eu não corresponder aos sentimentos dele y.y
Putz', o Seth é um fofo msm né?! Comprou um vestido p/ eu ir ao jantar da Emily *.* Meu segundo irmãozinho lindo...Por falar em irmão, eu me acabo com as partes do Terry! Ele e sua impaciência são demais...o Patch tbm não fica de fora não! Adoro as pequenas discussões deles ;D
Foi tão fofo o flashback dele com a Melanie *--*
Voltando ao Jake e eu...AQUELE BEIJO FOI LINDOOO!!! Só estragou o fato do Jake ter tido uma maldita crise de consciência no momento errado...mas nem tudo pode ser muito perfeito e ele ainda tá confuso, só que eu quero que ele caia na real logo!!
Ufs' Acho que é só isso - SÓ? escrevi p/ caramba - Tah tudo muito legal e eu quero mais \o/
BjaO ;D
Nosaaaaaa amei. Enfim aconteceu o beijo, pena o Jake ter uma crise de consciência :(. Até a Bella deu uma de bitch comentando sobre o segredo do Jake.
ResponderExcluirEsperando o próximo capítulo.
Bjs
Sua fic é mara, e não é por maus que não comento, é simplesmente por que não sei o que falar, mas vou me esforçar por isso.
ResponderExcluirAgora sobre a fic, acho que esta demorando um pouquinho pro Jake perceber que a escolhida dele já chegou.
Até o próximo.
BJudds.
Essa PP tá com tudo... Embry, Seth e o mais importante o Jake estão arrastando as asinhas pra ela... que invejinha!!!
ResponderExcluirQual será a ligação especial que o Embry tem com a PP?! Só descobrirei no decorrer dos próximos capítulos!
E esse beijo com o Jakedelicius... foi maravilhoso, mas justo nesta hora o Jacob resolveu ter uma crise de consciência... espero que pelo menos isso o tenha balançado tanto que ele comece a enxergar que é a PP a razão da sua existência.
Espero que após o beijo ele não consiga mais tirar a PP da cabeça...
Aguardo ansiosa o próximo capítulo!!
Ahhhhhhhhhh não acredito agora posso comentar, flor não sou leitora fantasma mas nunca comentei pq o blogger nunca permitia era um saco mas agora eu posso comentar e dizer o quanto amo essa fic!
ResponderExcluirAdoro tudo nela, a maneira como os personagens interagem o enredo, os anjos, muito incrível!
Ate que enfim aconteceu o esperado beijo como jake estava ansiosa pra ler essa cena amei, pena que bateu a consciência nele como alguém pode ser tão cego ao ponto de não perceber que a escolhida está na frente dele a mais tempo que ele imagina ! E essa ligação da PP com o Embry, estou muito curiosa o que será? não vejo a hora dos próximos capítulos e descobrir essa ligação e ver a hora que o Jake e a PP vão enfim perceberem o quanto gostam um do outro!
Eu amo a sua fic flor, e desculpa pela falta de comentários realmente não foi minha culpa! Não vejo a hora de novos posts! :)
Ownt, a PP é uma garota de muuuuita sorte com três lobos lindos e maravilhosos ligados à ela de uma forma ou de outra. Quer coisa melhor que isso?!
ResponderExcluirFiquei com dó do Embry, tadinho, não merece sofrer tanto. Mas ainda bem que ele entendeu o que a PP sente, quem sabe agora ele sofra menos. Afinal agora ele pode tentar tirar a PP da cabeça, já que sabe que não terá chance.
Seth dando uma de irmão protetor foi hilário, adoreeeeeei!!! Ele é um fofo!!!
E mais uma vez Jacob não enxerga uma palmo diante do nariz. Ô complicação!!!
Amandooooooo, bjsssss!!!!
Nannah, Crossroads é incrível!
ResponderExcluirNem sei porque eu não comecei a ler antes.
EU adorei o Terry!
Ain, Seth o maior fofo agindo como irmão;
E o Embry muito engraçado apaixonado, adorei!
Jake meio alienado, não?
Kkkk'
Devo dizer que depois dessa N/a fiquei super curiosa.
Morrendo por mais.
Beijos,
Camy Caroline.
Que capítulo curtinho T.T
ResponderExcluirEu geralmente prefiro os POVs do Jake e não teve dessa vez y.y
Mas eu gostei muito do cap!
Poxa o Embry foi muito nada a ver com esse showzinho de ciúmes hein?! Cara louco! Tudo bem que ele gosta muito de mim e tal...mas poxa, sair gritando cmg falando que eu zuei com ele foi demais ò.ó
Ainda bem que o Seth deu um esporrinho básico p/ ele ficar esperto u.u
Ain eu gosto tanto do Seth e do jeito que ele me protege quanto o Terry protegia :3
Nannah!!! Eu quero que a gente se acerte logo!!! EU QUERO O MEU JAKEEE t.t
Ansiosa pelo próximo cap...
BjaO
Ah... esse capítulo fez meu coração ficar apertado por causa do Embry... tadinho ele tá sofrendo... Mas, como sou team Jacob ainda torço para ele enxergar logo o que sente pela PP e acabar com o sofrimento dele e dela... Se a mãe dele não tivesse interferido e dito sobre o imprinting ele já estaria feliz com a PP e proporcionaria ao imprinting chegar mais cedo entre eles.
ResponderExcluirDepois que li a nota da autora eu fiquei mais curiosa e ansiosa pelo próximo capítulo!
coitado do Embry .aaaaaaaah D:
ResponderExcluiradorando tudo! espero ansiosa pelos outros capitulos !
Flor, nao ficou forçado nao...obvio q ja teve melhores, mas escrever fic é assim mesmo...manter os caps no msm estilo é dificil,entao relaxe ;)
ResponderExcluirqnto a fic, eu continuo achando o jake um babaca,ponto final. rs
e eu cheguei a ficar com peninha do embry, mas eu quero é o jake entao... so lamento bry kkkkkk
o seth tentando bancar o fodao é hilario kkkkkkkkk especialmente com as replicas dos dois...aiai me divirto!
por favor posta logo ;* bj
Nannah! Eu entendi perfeitamente o que vc quis dizer com esse cap "confuso". rsrsrs E concordo com vc, o imprinting, pra mim, fica mto mais realista qnd é descoberto por sentimentos que surgem, crescem e se intensificam e não qnd ele praticamente explode na frente dos lobinhos.
ResponderExcluirPleease, não nos torture demorando de att! Tô morrendo pra ver o "bicho pegar"! hahahaha
beijinhos
Nossa amei, não ficou forçado ficou otimo, o beijo da PP e do Jake o quanto eu esperei! Que Jake cego que não vê o que esta diante dos olhos dele, espero que tudo se esclareça! Otimo capitulo!
ResponderExcluirTa brincando, se esse capitolo foi forçado imagina o que é natural, a fic ta muito linda to amando, o Seth é um fofo, sempre tentando ajudar, e o Terry ele vai dar um geito de avisar o Jake, não vai? Posta logo ta, to anciosa pelos proximos capitolos ta muito linda quero mais.
ResponderExcluirBjus
Deia.
fiquei com dó do Embry... ele é tão fofo... mas ele acabou perdoando a PP..
ResponderExcluire o Jake ta lerdinho em... mas eu sei que logo ele vai perceber... ai vai ser só amor... espero..kkkk
o Seth ta tão fofo com a PP... queria ter um irmão assim.. pena que não tenho..=/
o jeito dele cuidar dela... me deixa ate emocionada...
amo o Seth...
mais amo mais o Jacob...kk
continua.. que ta maravilhoso
Olá querida... vc não está mais escrevendo a fic?? Gostei tanto... rsrs É q descobri esse mundo a poucos dias e adorei esse site.. Continua escrevendo... Please!! Rs..
ResponderExcluirBeijos!!
Cara que fic foda cade a att? quero mais conserteza eu quero mais. Cade, caode? Quero uma att beeijos vou ate deixar nos favoritos u.u beijos Daanie ((:
ResponderExcluirCara que fic foda cade a att? quero mais conserteza eu quero mais. Cade, caode? Quero uma att beeijos vou ate deixar nos favoritos u.u beijos Daanie ((:
ResponderExcluirEu. Vou. Matar. Alguém.
ResponderExcluirNão. Eu. Vou matar. Jacob. Black.!!
Ahh, mas você não perde por esperar Black. E pelo visto o fofo do Embry vai me ajudar, não é?
O que é teu tá guardado Black. Como disse o meu maninho lindo, "Burro, é isso que você é Jacob."
NÃO DÁ. Mesmo vc pedindo, não dá...EU AINDA QUERO TE MATAARRRR!!! AAARGHHH
ResponderExcluirCOMO VC TERMINA UM CAP ASSIM??? Eu fiquei um tempo enrolando na conversa dos dois, rezando p/ que não acabasse do jeito que eu estava imaginando...e adivinha?? TERMINOU DO JEITO EM QUE EU ESTAVA PENSANDOOOO!!
~Vou ter que fazer uma meditação depois disso, só p/ vc saber u.u~
PQ O JAKE É TÃO GRANDIOSA E EXCESSIVAMENTE IMBECIL?? ELE "COME" -com o perdão da palavra- A PP E DEPOIS SAI FORA??? HEIN?? NÃO INTERESSA QUE ELE ESTEJA "preocupado com ela" ELE AINDA SIM TRANSOU COM ELA!!! PORRA! QUE SE DANE O IMPRINTING!! Esse povo tah com uma ideia errada de imprinting! Isso é acima de tudo AMOR e não PRISÃO e CONDENAÇÃO!!!
AHHH QUE RAIVAAA!!
Ele vai se ferrar tbm, tomara que o Embry me apoie e que eu aceite namorar com ele e o Jake vai ficar chupando dedo u.u IDIOTA!!
E por falar nisso...CADÊ O TERRY OU O PATCH OU A SARA-ou Sarah, eu esqueci- P/ IMPEDIR ESSE SONHO TOSCO DO JAKE??? HÃM? CADÊ??
Agora, eu tenho que admitir que a cena hentai ficou FODA!! Acho que foi a melhor que vc fez até hj!! As outras tbm ficaram ótimas, mas essa teve algum fator a mais ~Feel like a expert~ Ficou muito bom msm. Ahhh, e quase que a Leah ferra a festa né?? Puts' ela podia seguir a vida dela né?! Será que ela tbm não percebe que ficar remoendo isso só piora?Aiai essas pessoas cegas e obssessivas...ISSO FOI P/ VC TBM JAKE Ò.Ó
Eu tbm tô vendo que a Bella vai causar mais confusão na minha vida né?! Ela tah mais bitch do que tudo nessa fic u_u
Bom, vou calar os meus dedos agora que eu desabafei..vc conseguiu fazer com que esse capítulo fosse o mais AMADO e ODIADO por mim!
BjaO...
...E TOMARA QUE O JAKE TENHA O QUE MERECE NO PRÓXIMO JÁ QUE EU NÃO VOU FICAR COM ELE TÃO CEDO!! ~Tô de olho em vc~ huahauhauha
Como assim termina o capítulo desse jeito dona Nannah? Quase me mata do coração! Eu juro que fiquei louca quando vi que o capítulo acabou. Eu juro que mato... Bem, eu juro que mato alguém, ponto. HUMPF
ResponderExcluirMas mudando de assunto, eu ameeeiiii a música, muito linda e melosa(ok, admito que tenho um fraco por músicas melosas).
E a dança? Já disse que eu amo dança? Escrita, em show... Ainda mais com conversas sinceras.
Ah, falando em conversas sinceras, não tem um momento ou uma fic (com exceção de fic UA)que eu goste da Bella, muito cínica, sádica, idiota, má e muuuiiiittooo pior que qualquer Volturi, pois ela sabe cutucar bem na ferida :'(.
E agora vamos para a melhor parte do capítulo 66'
Que fofoooo *-*
Amei, amei mesmo.
A gruta, a luz do luar, imaginei muitooo. A primeira vez perfeita, a primeira vez idealizada por qualquer garota com um mínimo de romance no sangue. E o Jake foi tão cuidadoso e quente *se abana*.
Muito linda.
Só me matei com esse final, eu quero muito mais de CR.
Beijos, Camy Caroline.
P.s. Resumindo tudo ali acima *aponta pro coment gigantesco*, capítulo perfeito!
Duas palavras pros meus dois reviews gigantescos (até agora, espero) AMO VOCÊS!!!!! Total e completamente minha inspiração.... agora *modestiaaparte* eu tb amei o hentai.... Agora *abafaocaso* alguém ai reparou que eu ressutei o Billy? kkkkkk.... ainda to rindo disso...
ResponderExcluirEu amo muito o Jacob, mas nesse capítulo tive vontade de dar umas boas bofetadas naquela linda carinha... como ele pode transar com a PP de forma tão linda e intensa e horas depois dar o fora nela dando a desculpa do imprinting... nessa hora tive vontade de vomitar tamanho ódio. Como pode alguém ser tão cego que não enxerga a verdade na sua frente?
ResponderExcluirEspero que a PP supere esse trauma logo, porque não é fácil ser amada tão intensamente num dia e no outro ser descartada como um guardanapo que já serviu ao seu propósito.
Aguardo o próximo capítulo para ver como essa situação se desenrola.
Serio... eu juro q eu to me segurando pra nao te caçar e te matar lentamente... :@
ResponderExcluirComo vc me faz isso meu deus do céu!?
Porra se era pra ele contar essa merda pra ela, que contasse esse caralho antes de tirar a virgindade da menina :@@@@@@@@@
Juro q se vc morasse perto de mim eu te esganava...
To com raiva serio! Como vc me faz esse imprinting demorar taaaaaaaaaaaaaanto! É por essas e outras q eu prefiro qndo acontece logo de cara u.u evita todo esse estresse --'
Cara, da mesma forma que to puta aqui, eu na fic devo ficar puta tbm... talvez nao tanto ja q nao sei q isso tudo ta acontecendo pq a senhorita quer ficar de enrolação u.u
Ai cara... até 'a imprinting' dele aparecer no sonho tava tudo tao lindo, tao perfeito, tao cute... eu ja imaginava q no sonho ele ia perceber que eu era a imprint dele... MAS NAO! VC TINHA Q ESTRAGAR TODO ESSE MOMENTO :@@@@@
Serio eu quero socar alguma coisa.. só nao faço isso no meu pc pq necessito dele pra viver u.u
É melhor eu parar de escrever antes de vc ligue pra policia com medo do lado assassino que vc despertou em mim u.u
Mas antes eu nao posso esquecer de perceber uma coisinha beeeeeem pequena! Essa criança no sonho me lembrou q eles nao usaram camisinha... Vai dar merdinha... lalalalalala
Deixa eu calar meus dedos aqui,esperando ansiosamente o proximo capitulo
Gente eu to despertando o lado mais sombrio das minhas leitoras #MEDO.... é eu imaginei que seria assim quando escrevi.... juro que tentei mudar, mas minha cabeça de vento pensou assim então tinha que ser assim.... Sorry girls.... não se estressem, vai dar rugas....kkkkkk.... olha só fiquei tão mal por ter deixado vcs nervosas com Jake - com raaiva dele mesmo, *prontofalei* - que to escrevendo sem parar desde a hora que acordei... tipo 6 da manhã.... - culpa do meu despertador de 2 anos, também conhecido como Ana Liz - então acho que a minha proxima att, se for na minha página, vai ser tripla, ok??? Agora eu quero ver quem vai querer me matar humpf!.... kkkkk.... brincadeira... amo vcs flores... e raquel, vc foi longe em flor...kkkkk....
ResponderExcluirEspero que seja att tripla mesmo pq só com três capitulos e eels se resolvendo no final que vai ser possivel de todas nós se acalmarem! Caramaba vc despertou oe spirito assassino! Como vc faz uma coisa dessas caramba, acabar um capitulo tão lindo e perfeito com o Jkae falando uma merda dessas, e esse pedacinho do outro capitulo que raiva do Embry com a PP , ai que vontade de te matar por isso! *O* Espero que os proximos capitulçlos não demorem muito! Bjos flor! ;*
ResponderExcluirai que capitulo.. to sem ar aki...
ResponderExcluirque momento deles foi esse???
OMG... fiquei com um calor, que só um banho bem gelado para resolver..kk
mais eu tenho que falar... Jake é idiota... eu amo ele.. mais se tem algume cego aqui é o Jacob...
o menino que nao enxerga as coisas...
eu imagino o que a PP sentiu com esse fora... deve ter doido muito... fiquei mal por ela...
mais tambem a mae do Jake... mexeu com a cabeça do coitado... ele ta ficando paranoico com esse imprinting...
Jake, meu filho, abre esses olhos negros e enxerga o que esta em sua frente...
e esse encontro com o Edward e a Isabella... odeio essa garota... sei que muita gente gosta dela... mais ela nao me desce... muito songa.
e o que ela disse pra PP... só pra assustar... ODEIO ELA...
mais deixando a mosca morta de lado..
menina... a Fic ta cada dia melhor.. continua assim
OMG! Como um capítulo pode conseguir me deixar tão emocionada e tão pirada ao mesmo tempo?! hahahaha
ResponderExcluirQue loucura! Amei demais a cena restrita foi bem.. intensa!
Eu juro que tbm achei que aquele sonho daria um click em Jake e ele percebesse que a PP é seu impriting, pq parece que durante o (ham) ato (haha) ela sentiu toda a força dos sentimentos que envolve os dois.
Já o Jake consegue ser bem tapado quando quer viu! E ainda foi quase um canalha pq não custava nada ter aberto o jogo sobre o impriting antes de transar com ela.
Bem, isso tudo só me deixa ainda mais ansiosa pra saber o que vai acontecer! Por favor, Nannah não demora!!
;***
Que é isso???????
ResponderExcluirEu quero matar o Jake!
Como ele foi um imbessil1
Depois dessa noite linda ele faz isso?
Por falar em noite linda a cena deles foi maravilhosa, não só a cena como o capitulo todo foi divo, perfeito e todos os outros adjetivos mais que encontrar.
Agora é só esperar pelo proximo capitulo, e espero que ele seja logo, já to anciosa.
O que será que o Embry vai achar disso tudo? Mal posso esperar para ver.
Bjus.
Minha linda quero que saiba que sou muito fã da sua fic.Só ñ posto comentários sempre pq de vez em quando meu pc tá na TPM.Mas enfim como eu estava dizendo eu acompanho sua fic desde o início e todo dia vou ver se tem att aki ou no nyah.Amo tanto tudo isso que até fiz uma capa pra vc.Ñ tem como te mostrar aki mas se quiser entra no meu face e eu te mostro ela. http://www.facebook.com/priscila.luiza
ResponderExcluirPS:por favor ñ me faça ficar sem unhas kkkkkkkkkkkk
Bjos no coração
Pelo amor de deus att logo, eu to muito ansiosa e com uma vontade tão grande de bater no Jake, que imbecil.
ResponderExcluirPor favor faz logo ele perceber que eu sou o imprinting dele, quero ver ele se arrastando por mim rsrsrs.
Amei a fic parabéns, e mais um detalhe att logo, não me mata de ansiedade ñ por favor.
AMEI TUUUDO, BEM QUASE NEH, QUANDO É QUE ESSA FIC VAI CONTINUAR??? MAS O JACOB É MUITO TAPADO MESMO VIU, ESPERANDO POR UM IMPRINTING Q ESTÁ ELA GRITANDO NA CARA DELE, PUTZ, PRECISO DE MAIS UM POUCO DESSA FIC!!!'
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