30 de junho de 2011

Efeitos by Nannah Andrade

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Efeitos


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EFEITOS – BY NANNAH ANDRADE

De Caixa suspensa


POV – JACOB BLACK


Tudo parecia perfeito. Cada coisa em seu devido lugar. Será? Até quando esse sentimento de paz e tranqüilidade irá durar? Algo me diz que por muito pouco tempo.
Minha obsessão por Bella acabou, eu finalmente entendi que ela é do sanguessuga leitor de mentes – vulgo Edward – e ele é dela. Duas partes da mesma laranja... Mas ai vocês se perguntam, e você?
E eu respondo: eu... eu estou metido em mais uma enrascada!
- Espero que isso não seja uma referencia à minha filha – Edward gritou do andar de cima.
- Nunca diria uma coisa dessa da Nessie – respondi não tão alto quanto ele.
Nessie é a filha do Edward e da Bella. Estranho? É eu também pensei isso no começo. Bella engravidou ainda na lua de mel, quando era humana. Ninguém achava isso possível, como imaginar que um vampiro poderia fazer um filho numa humana? Nenhuma mulher sobreviveu para que isso se provasse provável. Nenhuma exceto Bella.
Bom Bella engravidou e em menos de nove meses, menos de um mês na verdade, Nessie nasceu. Quando eu descobri a gravidez, na verdade achei que os Cullen já tivessem a transformado e apenas mentiram que ela estava doente pra que tivessem uma maneira de justificar sua ‘morte’, mas ao chegar aqui vi qual era a real situação.
Bella estava enorme e a ‘criatura’ estava sugando toda a vida dela. eu odiei aquele ser, com todas as minhas forças. Mas esse ódio não foi o suficiente pra concordar com Sam e atacar os Cullen, afinal pra matar a criatura Bella teria que morrer e isso não era algo possível pra mim, eu ainda a amava – ou pelo menos achava isso.
Eu acabei me desvencilhando da matilha de Sam. Assumi meu posto de alpha por direito. Seth e Leah me seguiram, cada um com seus motivos, que no momento não são nem um pouco importantes. Acompanhei todo o sofrimento de Bella e dos Cullen, o medo por não saber o que era a criatura na barriga dela e a dor por vê-la definhar, mas mesmo que isso me causasse dor, eu não conseguia sair do lado dela. uma força maior que eu me prendia ali, como se minha vida dependesse de cada segundo a mais da vida de Bella.
Meus planos estavam traçados na minha cabeça, eu mataria a criatura assim que ela saísse de dentro de Bella. No dia do parto, eu me sentia em um filme de terror, eu vi Bella morrer, vi a mulher que sempre amei sem vida nenhuma bem diante dos meus olhos. A revolta me tomou e mesmo entorpecido pela dor, decidi colocar meu plano em ação. Eu só não sabia o que ia acontecer quando eu estivesse de frente para a criatura.
Como num passe de mágica, ao olhar para os olhos cor de chocolate da criança nos braços da vampira loira – olhos da cor exata dos de Bella – meu mundo parou de rodar. Tudo o que me importava, tudo o que eu era deixou de ter importância. Minha vida agora seria regida por aquele pequeno ser. Renesmee, era ela agora o centro do meu mundo, o que faria tudo na minha vida ter sentido.
Nessie – apelido que eu a dei e que irritou bastante Bella – era uma criança especial, ela crescia numa velocidade maior e tinha uma inteligência muito mais avançada que as crianças normais.
Hoje, sete anos depois do nascimento de Nessie, ela tem aparência de uma garota de 17 anos e a inteligência de... de alguém velho como o pai dela.
- Isso eu ouvi! – Edward gritou de novo.
- Quem manda ficar futricando a cabeça dos outros? – respondi rindo – além do mais, você é velho mesmo Edward! Pra mim 117 anos é algo bem ultrapassado!
- Eu vou te mostrar o velho Sr. Black! – ele falou bravo e eu ri.
- Já está brigando com o papai de novo? – Nessie falou sentando-se do meu lado – O que foi dessa vez?
- O de sempre – falei rindo – seu pai fica xeretando na minha cabeça, ai ele escuta algo que não quer...
- Que você provavelmente pensa de propósito! – ela me acusou.
- Eu Ness – falei fazendo cara de ofendido – eu só penso a verdade.
- Ta – ela rolou os olhos – então vamos ao cinema hoje?
- Vamos – respondi – vai se trocar, eu vou em casa tomar um banho e já venho te buscar.
- Então ta bom – ela deu um beijo na minha bochecha e saiu gritando – Tia Aliiiiiiice.
Balancei a cabeça e fui pra casa.

POV- Nessie
Eu hoje tomaria a iniciativa, Jake ainda me vê como uma garotinha, será que ele não percebe que eu cresci? Que agora eu sou uma mulher e que minha idade real não é nada comparada à minha aparência?
Eu posso até ter sete anos, mas meu rosto, meu corpo tudo me faz parecer ter 17! Será que ele não sente nada quando me vê? Não é possível que mesmo com toda a nossa proximidade ele não se sinta nem um pouquinho atraído.
Se ele não me percebia por conta própria, eu o faria me perceber. Desci as escadas e o ouvi discutindo com meu pai. De novo...
- Já está brigando com o papai de novo? – falei sentando lado dele, o seu cheiro me invadiu e fez uma corrente elétrica percorrer todo o meu corpo – O que foi dessa vez?
- O de sempre – ele respondeu rindo – seu pai fica xeretando na minha cabeça, ai ele escuta algo que não quer...
- Que você provavelmente pensa de propósito! – ele sempre fazia isso, sempre provocava meu pai em pensamentos.
- Eu Ness – ele fez cara de ofendido – eu só penso a verdade.
- Ta – rolei os olhos – então vamos ao cinema hoje?
- Vamos – ele respondeu – vai se trocar, eu vou em casa tomar um banho e já venho te buscar.
- Então ta bom – dei um beijo na bochecha dele, mas pelo que percebi não causou nenhum efeito. Então eu só tinha uma opção – Tia Aliiiiiiice.
Subi as escadas correndo, encontrando tia Alice e tia Rose no meio do caminho.
- Preciso de ajuda pra me arrumar – falei entrando no meu quarto. Percebi As duas me seguindo.
- desde quando você precisa de ajuda pra se arrumar pra sair com o cachorro – tia Rose perguntou.
- Primeiro o nome dele é Jacob, - reclamei, essa implicância de tia Rose e Jake me irritavam – e segundo, desde que eu preciso que ele me note como mulher e não como a menininha que ele ajudou a criar!
- Eu te ajudo Nessie – tia Alice falou com um sorriso enorme no rosto – acho que você deve vestir algo mais ousado, mas sem parecer vulgar, ou você vai assusta-lo.
Ela revirava meu closet atrás de alguma coisa.
- Acho que sua mãe tem a roupa perfeita! E aposto o que quiser como ela nunca a usou! – ela fez uma careta – eu já volto.
Nem deu tempo de respirar e tia Alice estava de volta com uma saia rodada em ton de cinza e uma blusa no mesmo tom com um decote redondo.
- Não disse que sua mãe tinha a roupa perfeita e que nunca havia a usado? – ela falou brava.
- Também pudera né tia, esse não é o estilo de roupa da minha mãe. – tentei amenizar para o lado da minha mãe – pensa só Bella Cullen usando saia?
- O que tem? – tia Alice me olhou com as sobrancelhas arqueadas – Sua mãe é jovem e linda. Saias dão tão certo nela como qualquer outra roupa.
- Tá, ta – peguei a roupa da mão dela – vamos nos concentrar em me arrumar, daqui a pouco Jake está aqui.
Vesti a roupa e calcei um par de peep toes preto rendado, coloquei algumas pulseira de argola e no pescoço apenas o medalhão que minha mãe me deu. Tia Alice cuidou da maquiagem, algo provocante mas leve, sem exageros, uma pequena bolsa de mão em formato de coração fechou o look, coincidentemente na mesma hora Jake bateu na porta. Passei um pouco de perfume e desci. (look: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=33019359&.locale=pt-br).
Jake estava lindo – como se ele precisasse de muito esforço pra isso – vestido com uma calça jeans escura, uma camisa preta, super justa que deixa seus músculos a mostra e uma jaqueta escura. O cabelo curto estava bagunçado. (look: https://picasaweb.google.com/lh/photo/XV8G6tyIPXqYiRXDPpm8ZPaZ-7u71EFdqLxUSSMGD90?feat=directlink).
- Vamos? – ele perguntou sorrindo.
- Vamos sim. – me despedi dos meus pais e tios e nós saímos, não é claro sem uma piadinha do tio Emmett.
- Cuidado hein cachorro o Edward vai estar com o radar ligado quando vocês chegarem! – todos riram, menos eu.
- Até parece que ele teria motivos pra fazer qualquer coisa – Jake murmurou rindo, sorriso que não apareceu no meu rosto, afinal ele acabou de dizer que não faria nada comigo. N-A-D-A!
Fomos o caminho todo em silencio, sinceramente eu não queria nem ir mais. Jake não me via como mulher, então que sentido tinha sair agora se meus planos não dariam certo?
- Você ta quieta Ness – Jake quebrou o silencio – o que aconteceu?
- Nada – falei – não aconteceu nada.
- Então porque esse bico? – ele intercalava olhares pra mim e pra estrada – você parecia animada antes.
- Eu ainda estou animada Jake – menti.
- Ness eu te conheço desde que você nasceu, então eu sei quando você mente, pra mim você é transparente.
- Não é o que parece – falei, se eu fosse transparente mesmo ele saberia exatamente o que eu sinto por ele.
- O que? – ele me olhou.
- Nada Jake – falei – olha me desculpa ta? Eu fiquei irritada com a piadinha do tio Emm. Vamos ao cinema, vamos nos divertir e tudo isso passa ok?
- Ok, Ness, mas você não devia ficar dando ouvidos pra tudo o que Emmett fala – ele balançou a cabeça e sorriu – ele às vezes é um crianção.
- Certo Jake. – eu tinha que encontrar uma maneira de fazer ele me notar.
- Chegamos – ele falou depois de um curto tempo de silencio.
Jake comprou nossas entradas e foi na fila que eu vi a chance de faze-lo me enxergar como mulher.
- Olha Jake – apontei pra pessoa parada na porta do cinema.
- Hey Embry! – Jake gritou depois de vê-lo – ta perdido?
- Que nada – Embry falou com uma cara emburrada – acabei de levar o maior toco. Oi Nessie – ele falou ao me ver.
- Oi Emb... – eu o abracei com um pouco mais de intimidade – então você vai ver o filme sozinho? – perguntei quando o soltei e vi Jake olhar com a cara séria. Eu estava conseguindo.
- Não acho que vou deixar pra ver outro dia – Embry falou tristonho.
- Nem pensar! – o puxei pelo braço – você vai ver o filme conosco, não é Jake?
- Claro – Jake falou não muito animado.
- Não, eu não quero atrapalhar vocês... – ele olhou pro Jake.
- Que isso cara, você não vai atrapalhar nada... – Jake ficou um pouco desconfortável com o olhar de Embry – vamos lá é a nossa vez – falou indicando que a fila já tinha acabado e o porteiro estava nos esperando.
Entramos na sala do cinema e eu sentei entre Embry e Jake. O filme era uma comédia e eu fiz questão de rir bastante no ombro do Embry. No final do filme fui até o banheiro, deixando os dois sozinhos. De onde eu estava dava pra ouvir bem a conversa deles.
- Desculpa Jake – Embry falou – eu não sei o que deu nessa garota!
- Ta tudo bem Embry... – como assim tudo bem? Ele não vai gritar, xingar... eu sou ou não sou o imprinting dele? – a Ness ta estranha hoje.
- O que rola entre vocês, Jake? – Embry perguntou.
- Como assim?
- Ora como assim? Vocês estão juntos?
- Claro que não Embry! Ela é uma criança!
- Criança, Jake! – Embry falou um pouco mais alto – eu sei que ela é seu imprinting, então me desculpa a sinceridade, mas de criança a Nessie não tem nada!
- Tem sim – Jake falou – a idade. Porra Embry a menina tem sete anos! Sete anos! Não exite possibilidade de eu ter nada com ela.
Então esse era todo o problema. Jake ainda me via como uma criança. Que grande merda! Sai do banheiro muito irritada e passei pelos dois sem nem mesmo os olhar.

POV – Jacob
Ness saiu do banheiro feito um furacão, eu não entendi nada.
- Acho melhor você explicar pra ela o que me falou agora... – Embry falou olhando para a porta, onde Ness acabava de passar.
Sai correndo e a encontrei no meio da rua, na direção oposta do lugar onde eu tinha parado o carro.
- Hey Ness – gritei – o que aconteceu?
- Nada Jacob! E esse é o problema, nada acontece! – ela gritava com as mãos pra cima.
- Ok, eu não to entendendo nada, mas vamos pro carro, em casa a gente conversa.
- Eu não vou pra lugar nenhum com você Jake, eu vou pra casa, mas é sozinha. – ela se virou e voltou a caminhar.
- Ness, Ness espera – peguei-a pelo braço – o que foi que eu fiz?
- Eu não sou criança Jake! É isso que ta acontecendo, todo mundo me vê como criança, mas eu não sou criança! – ela gritou.
- Então é isso? – falei – o problema todo, toda essa crise, é por isso?
- É Jake, é por isso. – ela começou a chorar – você não me vê, Jake, você vê uma criança de sete anos.
- E o que você quer que eu veja Ness? Hum? – falei – O que você quer que eu veja? Eu vi você nascer, vi você crescer desse seu jeito louco, eu sei que você não aparenta ter sete anos, mas eu não consigo te ver como mulher. Não ainda! – eu queria que ela entendesse – não que você não seja bonita, Ness, você é. Você é linda, mas pra mim é difícil demais imaginar qualquer coisa com você, foi pouco tempo pra muita coisa. Em uma hora você era uma menininha que corria pela floresta e pulava no meu colo, em outra hora você já era uma garota de 17 anos, cheia de vida e de energia. Só que pra mim Ness, o tempo não passou tão rápido assim, eu olho pra você e vejo a minha menininha.
Ela chorava muito, e isso partia meu coração, mas eu precisava dizer essas coisas pra que ela entendesse o meu lado.
- eu queria te ver como mulher Ness, Deus como eu queria. Eu esperei tanto pra encontrar a minha metade... eu sofri tanto até isso acontecer, mas eu não consigo... não agora Ness, me desculpa, mas eu não consigo.
Terminei de falar e não consegui a olhar nos olhos, eu sabia o que veria ali, dor, tristeza, rejeição. Eu podia sentir tudo o que ela estava sentindo.
- Me leva pra casa – ela falou chorosa.
Entramos no carro e eu dirigi direto pra casa dos Cullen.
- Boa noite, Jake – Ness falou e saiu do carro, sem nem me dar chance de me despedir.
- Boa noite Ness – murmurei. Liguei o carro e dirigi pra minha casa, tudo o que eu precisava agora era de uma boa noite de sono.

POV – Walker (n/a: Gente a vai ser irmã do Paul e como no livro não cita o sobrenome dele, eu inventei!)
Cheguei no aeroporto de Port Angeles já bem tarde. Eu tinha duas opções, dormir aqui mesmo e pegar um táxi para La Push amanhã, ou procurar uma carona hoje. Fiquei parada olhando a rua e tentando decidir o que fazer quando ouvi uma voz atrás de mim.
- Hey moça ta perdida? – me virei e dei de cara com um homem enorme, a pele avermelhada e todos os traços que me faziam lembrar dos quileutes.
- Eu acho que te conheço – falei.
- Eu também acho que te conheço. – ele falou rindo – você cresceu bastante .
- Você lembrou de mim, mas eu não me lembro de você – dei um sorriso sem graça.
- Eu devo estar bem diferente mesmo... – ele se aproximou e riu – eu sou o Jared, lembra?
- Para tudo... EMBRY? – corri e pulei nele – Meu Deus você ta tão diferente!
- É eu cresci um pouquinho... – ele retribuiu meu abraço – mas você também mudou, não é mais aquela menina magrela...
- É eu mudei...
- Então como é que você vai pra La Push? – ele perguntou.
- Eu estava pensando justamente nisso quando você apareceu – expliquei – acho que vaio ser meio difícil achar um táxi agora, eu estava pensando em tentar uma carona...
- Tá louca? – ele quase gritou – você tem noção dos perigos que corre pegando carona? Além disso, o Paul me mata se souber que eu deixei você pegar carona. Vem eu te levo.
- Achei que fosse perigoso pegar carona – dalei rindo.
- Não comigo – ele piscou um olho.
- A propósito, o que você estava fazendo aqui uma hora dessas? – perguntei.
- Eu vim pra um encontro com uma garota, mas ela me deu um bolo. Ai eu assisti um filme no cinema com um casa de amigos depois fui andar pela cidade, ai vi você aqui parada e te reconheci... – ele riu – por que você voltou?
- Problemas de saúde.
- Espero que não seja nada sério.
- Eu também espero – falei.
Subi na moto de Embry e nos fomos em direção à La Push, meu lar que a tanto tempo eu não via. Depois de algum tempo de viagem, Embry me deixou na porta da casa dos meus pais.
- Então até mais – Embry me deu um beijo no rosto, mas se assustou assim que entrou em contato com minha pele, eu bem sabia o por que – hey você está bem quente.
- É eu sei... – falei – problemas de saúde lembra? Bom eu vou entrar. Obrigdaa pela carona Embry...
- Até breve ...
Embry arrancou a moto e saiu, eu me virei e encarei a porta da casa dos meus pais. Que saudade eu sentia daqui, desde que decidi estudar fora, nuncaimaginei que sentiria tanta falta desse lugar. As praias, penhascos, as pessoas, que antes me transmitiam tédio, me fizeram uma tremenda falta.
Fui tirada dos meus devaneios pela conversa que ouvi dentro da casa.
- Não pai eu vou lá – era Paul sempre querendo ser o mais forte, o mais destemido. Algumas coisas não mudam – além do mais eu me curo rápido lembra?
Cura rápido? Que historia maluca é essa? Paul abriu a porta, fazendo a luz da varanda se acender automaticamente.
- OI maninho – falei. Paul fez uma cara de espanto.
- ? – eu corri e pulei em cima dele. – Menina o que você ta fazendo aqui uma hora dessas? – ele perguntou me descendo do colo dele.
- Oi e eu também estava com saudades, Paul. – ele me abraçou.
- Eu também senti sua falta tampinha.
- Cadê o pai e a mãe? – falei procurando os dois com os olhos. Os encontrei no pé da escada, minha mãe pra variar estava chorando e meu pai com um sorriso besta na cara – eu não ganho um abraço não? – perguntei aos dois.
- Ah minha filhinha – minha mãe veio me abraçar – você está tão grande!
- Vem cá minha princesa – meu pai me puxou – meu Deus eu estou ficando velho, olha o tamanho dessa menina!
- Também senti falta de vocês. Na verdade senti falta de tudo aqui, nunca pensei que La Push fosse tão importante pra mim. – confessei.
- E como foi o intercambio? – mamãe perguntou – e por que você voltou?
- Mãe – falei – se vocês não se importarem, eu posso falar sobre isso amanhã? É que meu vôo chegou a pouco tempo, eu mal dormi no avião, então eu estou muito cansada.
- Claro minha filha – mamãe respondeu – eu vou lá em cima arrumar seu quarto. – ela me deu um beijo e subiu.
- Vou ver se sua mãe precisa de ajuda – meu pai me deu um beijo na testa, mas parou sem se afastar – você está quente! Miah! – ele chamou minha mãe, ótimo a idéia de conversar amanhã foi por água abaixo.
- Não precisa chamar a mamãe, pai – reclamei – eu já fui ao médico...
- E o que você tem? – ele me perguntou preocupado – foi por isso que voltou? Você está doente?
- Calma pai, eu vou explicar. – falei e me sentei, essa conversa ia ser longa.
- O que foi John? – minha mãe perguntou entrando na sala – qual o problema?
- , ela esta com febre. – papai falou se sentando também e minha mãe veio conferir a minha ‘febre’.
- Meu Deus, filha! – mãe gritou – vocês está ardendo em febre, eu vou buscar um antitérmico.
- Não adianta mãe – falei – eu já tomei, de todas as marcas conhecidas! Eu queria deixar pra falar amanhã, mas melhor explicar tudo logo de uma vez.
Minha mãe se sentou ao lado do meu pai e Paul ficou de pé, me olhando como se me avaliasse.
- Eu estava bem, estava tudo normal na minha vida até uma semana atrás. – comecei a contar tudo o que tinha acontecido.
“Eu estava indo pra aula de trigonometria depois do almoço, quando fui abordada por Vivian, a garota popular da escola, ela queria saber o por que de eu ter me candidatado à rainha do baile.
“Eu não quis discutir com ela, primeiro porque eu nem queria ser rainha do baile, mas alguém me inscreveu, e segundo porque eu não queria briga, e eu sabia que se começasse a discutir com ela ia acabar em briga.
“Eu sempre fui a nerd que ninguém olhava, vocês lembram como eu era desengonçada, magrela. Mas de uns meses pra cá tudo isso mudou, eu mudei. Meu corpo se desenvolveu de repente, eu cresci uns bons centímetros e o principal, eu fiquei muito temperamental. Qualquer coisinha me irritava, por isso eu sabia que se desse corda pra Vivian, nós iríamos brigar.
“Eu a ignorei e continuei seguindo pra minha aula, mas ai ela fez a burrada de me segurar pelo braço e começar a falar um mundo de desaforos colocando o dedo na minha cara.
“Eu vi tudo vermelho, comecei a tremer muito e quando dei por mim, Vivian estava caída no chão com o nariz quebrado. Eu não pensei muito, apenas sai correndo. Muita gente me ajudou, porque Vivian não era querida pela maioria, ela era arrogante demais, então essas pessoas me deram cobertura e eu consegui sair do colégio e fui pra casa.
“E foi ai que minha febre começou. O mais estranho era que fora as tremedeiras quando eu ficava muito nervosa, eu não sentia nada. Eu fui ao médico no dia seguinte, ele constatou minha temperatura muito alta, fez diversos exames, mas não encontrou nada de anormal.
“Eu fui em outros médicos, fiz mais um milhão de exames, e nada, vocês entendem, eu não tinha nada. Foi ai que eu resolvi voltar pra casa. Eu não queria ficar com todos esses problemas sozinha, foi nessa hora que eu senti falta daqui, senti falta de vocês, dos meus amigos, da praia, da total falta de sol...
Eu já estava chorando muito, minha mãe tinha se sentado do meu lado e acariciava meu cabelo. Meu pai tinha os olhos fixos em Paul, que me fitava com intensidade.
- Acho que precisa descansar – Paul falou – amanhã nós vemos o que fazer.
- Paul tem razão – papai falou – vamos Miah, vamos arrumar o quarto da .
Meus pais subiram para o quarto e eu fiquei na sala com Paul.
- Não é só o que você contou, é? – Paul falou me analisando com os olhos.
- Como assim? – me fiz de desentendida.
- Tem mais coisa ai, eu sei que tem. Você precisa me contar tudo – ele se sentou do meu lado – pode se abrir comigo, eu sou seu irmão, vou ficar do seu lado.
Eu olhei pra ele e vi que era verdade, ele ficaria mesmo do meu lado. Não consegui conter as lágrimas que desciam pelo meu rosto. Paul me abraçou e nós ficamos um tempo em silencio.
- Ela não quebrou só o nariz – falei entre soluços – a Vivian entrou em coma Paul. Ela entrou em coma! Onde eu teria força suficiente pra dar um soco em alguém e a deixar em coma! – eu chorava muito – e ainda tem mais coisa estranha... eu escuto muito mais, consigo ouvir coisas a distancias longas. Eu posso ouvir tudo o que nossos pais estão falando lá em cima. E não é só isso, eu posso ouvir os corações deles batendo.
Respirei fundo e olhei pro rosto do meu irmão e ao contrario do que eu imaginava, não havia surpresa, decepção ali, havia, compreensão. Era como se Paul entendesse perfeitamente tudo o que eu estava falando.
- Eu também estou enxergando melhor – falei – e quando eu digo melhor, é melhor mesmo. Eu posso ver as coisas nítidas quando está tudo escuro! Eu me sinto como se estivesse num filme de terror!
- Vai ajudar se eu disser que tudo isso também acontece comigo? – ele me perguntou
- Com você? – eu estava espantada – então é tipo algum problema da nossa família?
- Não exatamente – ele pegou minha mão e eu percebi que ele também era quente – isso é uma coisa dos quileutes. Não é só comigo que acontece...
- Embry... – falei.
- O que tem Embry?
- Ele também é grande, forte e... quente. – falei me lembrando de como Embry estava diferente e da expressão no rosto dele quando percebeu o quanto eu estava quente.
- Como você sabe? – Paul me perguntou com a sobrancelha arqueada.
- Ele me deu carona – dei de ombros, mas a cara de Paul de ‘explique-se’ me fez falar mais – eu estava no aeroporto, estava tarde não tinha táxi e eu estava decidindo se dormiria lá ou se me arriscaria a pegar uma carona. Ai o Embry apareceu, falou que se você soubesse que ele me deixou pegar carona com um estranho você mataria ele, ai ele me trouxe aqui na moto dele.
- Prudente da parte dele – Paul falou – eu realmente o mataria, possibilidade que ainda não se perdeu... pois se eu souber que ele tentou alguma gracinha com você eu ainda vou mata-lo. – dessa eu tive que rir.
- Ele se comportou... – falei – mas então você vai me explicar que história é essa de o que eu tenho ser um ‘problema quileute’ ou eu vou ter que arrancar do Embry?
- Não eu te explico. – ele falou e voltou a me olhar nos olhos – Lembra das lendas do nosso povo?
- Qual delas?
- Todas, mas principalmente a dos espíritos guerreiros.
- Lembro, era algo sobre os espíritos dos guerreiros que saiam de seus corpos e usavam a magia pra proteger o povo, afastando os inimigos... – falei.
- Isso mesmo – Paul sorriu – e você lembra da história de Taha Aki e Utlapa?
- Mais ou menos – tentei me recordar do meu pai contando – Taha Aki era o guerreiro chefe, e Utlapa um de seus guerreiros, Utlapa queria o lugar de Taha Aki, que descobriu esse desejo e o expulsou da tribo, proibindo-o de usar a sua magia. Utlapa ficou com raiva seguiu Taha Aki um dia e viu o espírito dele deixando o corpo. O espírito de Utlapa também deixou o corpo e entrou no corpo Taha Aki. O espírito de Taha Aki ficou perdido, ai ele encontrou um lobo dividiu espaço no corpo dele, um dia ele ficou com muita raiva, ai o lobo se transformou em homem. Ele conseguiu desmascarar e matar Utlapa e voltou a viver com o povo dele, ele teve muitos filhos que também descobriram a magia de lobo no sangue deles ee viraram guerreiros com Taha Aki.
- É isso – Paul falou rindo – bem resumido, o Billy não ia gostar de ouvir a história assim, mas ta valendo.
- E o que isso tem haver com o que eu to sentindo? – perguntei.
- Tudo – ele me olhou sério – pode parecer loucura , mas essas lendas são verdadeiras.
- Como assim verdadeiras? Você quer dizer que existem mesmo guerreiros que se transformam em lobos?
- É – ele deu um sorriso de lado – eu, o Jared, o Sam, o Jacob, o Embry, o Quil, o Seth, a Leah e agora o Colin e o Brad também.
- Owowowowowowow espera ai... – levantei do sofá e olhei pro meu irmão que provavelmente estava enlouquecendo – você quer dizer que você, você Paul, meu irmão marrento vira um enorme lobo?
- Por ai?
- É difícil de acreditar... – murmurei – bem difícil... espera ai... se você falou que você tem o mesmo que eu tenho quer dizer que eu... – minha voz morreu.
- Vai virar uma loba – Paul falou me olhando e eu percebi um brilho diferente nos olhos dele.
- Eu acho que você precisa dormir Paul, você com certeza está delirando – falei pegando minha mochila e indo em direção às escadas.
- Você não acredita, não é? – ele falou.
- Não – virei para olha-lo – e fica bem difícil acreditar em algo tão... tão... místico!
- Então vem comigo – ele me pegou pela mão e me levou pro lado de fora da casa.
Caminhamos pro meio da floresta e quando estávamos bem longe ele parou e me olhou.
- Ignora que eu sou seu irmão e que vou tirar a roupa na sua frente ok? – ele deu um sorriso sem jeito.
- Você vai tirar a roupa na minha frente? – perguntei arqueando uma sobrancelha.
- É preciso – ele falou e se afastou – não se assuste, por favor, e não sai daí também. Não corre, porque senão você vai se perder...
- Ta bom Paul, vai logo! – gritei. Ele se afastou um pouco mais e tirou a camisa e a bermuda. Ok a visão do meu irmão sem roupa não era nada agradável, mas antes que eu pensasse em fechar os olhos ou virar o rosto, eu vi Paul se transformar em um enorme, e quando digo enorme, é enorme mesmo, lobo cinza – OMG! – gritei – Paul é verdade? As lendas são verdade!
Avancei um passo pra perto dele, mas ele se afastou.
- Ah qual é Paul, me deixa chegar perto. – falei – Eu sou tenho que tocar pra acreditar, não basta só ver.
Ele ladrou baixo, uma risada de lobo e se aproximou de mim. Estiquei minha mão e toquei no pelo dele.
- Surreal demais – sussurrei. Ele tocou na minha cintura com o focinho, me fazendo virar de costas pra ele – Ah, você deve estar querendo se vestir, né. Ok eu me viro, a imagem de você sem roupas não é nada agradável.
- Engraçadinha – ele falou.
- Tão rápido – respondi me virando pra ele – você é mais bonito como lobo, sabia?
- É mesmo? – ele passou o braço pelo meu pescoço – a Rachel não pensa assim.
- Rachel? – perguntei parando e o olhando – quem é Rachel?
- Minha noiva – ele esticou a mão direita e me mostrou uma aliança de ouro.
- Não acredito! – falei alto – Meu irmão mulherengo vai colocar as algemas! Eu preciso conhecer a louca que aceitou se casar com você!
- Ela não é louca. – ele falou bravo – e você já a conhece. É a Rachel Black.
- A filha do Billy? Mas eu achei que ela tinha ido embora...
- Ela foi, depois voltou – ele sorriu – ai nós nos encontramos e bum... imprinting.
- Im- o quê? – perguntei.
- Imprinting, é uma das coisas loucas de lobo...
- Que você vai me explicar agora! – falei.
- Imprinting é meio que a forma que o nosso ‘lobo interior’ tem de encontrar a parceira, o no caso seu e da Leah, o parceiro ideal. É como um amor a primeira vista, só que mais forte. Mas não acontece com todo mundo, não é obrigatório.
- E aconteceu com você – falei.
- Sim. Primeiro foi com o Sam, depois o Jared, o Quil, eu e o Jake.
- Cinco em um bando de dez... isso não é tão raro assim – falei.
- É, não é mesmo, mas não quer dizer que tem que acontecer...
- Entendi. – bocejei – tem mais coisa pra eu saber?
- Tem, mas depois.
- Que eu dormir é claro...
- Não depois que você se transformar – eu o olhei – não falta muito.
- Uhhh que bom saber – ironizei – vou dormir bem melhor agora.
- Pelo menos você sabe o que você tem. – ele tentou me animar.
- É pelo menos eu sei...
oOo
Dormi uma noite tranqüila, apesar de todas as descobertas, Paul tinha razão, pelo menos eu sabia o que eu tinha, o que era melhor que não saber se acordaria no dia seguinte. Levantei e fiz minha higiene pessoal, busquei uma roupa confortável na minha mochila, acabei usando uma saruel estampada, uma regata branca e um casaco marrom, apesar de não senti nem um friozinho. Calcei uma rasteirinha gladiador e coloquei duas pulseiras de madeira e um par de brincos. (look: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=33070807&.locale=pt-br).
Sai do quarto e encontrei minha mãe na cozinha, preparando o café.
- Bom dia filha – ela sorriu pra mim – quer tomar café?
- Bom dia mãe – me sentei à mesa – quero café sim, acho que estão ouvindo meu estomago roncar lá em Nova York.
- Você e seu irmão conversaram ontem? – ela perguntou enquanto preparava ovos e bacon.
- Conversamos sim – respondi – Paul me explicou o que ta acontecendo comigo...
- Seu pai está tão feliz em ter dois filhos guerreiros. Eu fico feliz também, mas eu tenho muito medo.
- Medo de que? – perguntei
- Dos perigos – ela falou colocando meu café na minha frente – só de me lembrar das duas ‘batalhas’ que seu irmão enfrentou, me dá clafrios.
- Como assim batalhas?
- Contra os frios. Mas ele vai saber te explicar melhor que eu.
- Frios? – perguntei assustada – como os da lenda?
- É – ela voltou lavar a louça – como os da lenda.
- Onde o Paul está? – perguntei, eu queria saber mais sobre as lendas que ao que parece não são apenas lendas.
- Estou aqui – ouvi Paul falar atrás de mim – e vim te buscar. Sam quer te ver.
- Não saio daqui antes de matar minha fome – falei enchendo a boca de comida.
- Primeiro, essa sua fome não vai acabar nunca – olhei pra ele assustada, como assim nunca – e segundo, nós vamos pra casa de Emily e lá SEMPRE tem comida.
- Duvido que seja melhor que a da mãe – falei voltando a comer.
- Claro que não – Paul tirou o prato da minha frente, me fazendo rosnar pra ele. Espera ai, eu rosnei? – Há, a loba dela já está dando sinal de vida!
- Eu rosnei mesmo? – perguntei.
- Rosnou sim, maninha – Paul riu me puxando pelo braço – feito uma cachorrinha!
- Paul! – reclamei.
Fomos andando até a casa de Emily, eu me sentia ansiosa.
- E se ninguém gostar de mim? – perguntei.
- Impossível – ele me abraçou – além do mais todo mundo ali já te conhece.
Estavamos quase chegando na casa de Emily e mesmo de longe dava pra ouvir os garotos brincando uns com os outros.
- Agora nós temos duas matilhas, a de Sam e a de Jake. – Paul me explicou – mas apesar de ser dois alphas diferentes, nós ainda nos reunimos como uma só matilha.
- Por que são dois alphas? – perguntei.
- Depois que Bella se casou com Edward e ficou grávida, Sam achou que o bebe pudesse representar perigo e resolveu atacar os Cullen, ai Jake se revoltou com essa idéia e aceitou seu lugar de alpha de direito, já que ele é bisneto de Ephraim Black... – ele parou de flar vendo minha cara de completa duvida – Você não entendeu nada né?
- Não – falei – quem é Bella, quem é Edward, quem são os Cullen?
- Bella é a filha do Charlie, o chefe de policia de Forks. Edward é o agora marido dela, e os Cullen são a família dele, do Edward.
- Que risco o bebe deles poderia trazer?
- , os Cullen são vampiros – parei de andar.
- Vampiros? Tipo aqueles que bebem sangue?
- É isso ai...
- Os frios... da lenda.
- Eles mesmo – Paul me puxou pra que eu continuasse andando – as lendas são mais reais do que você imagina.
- Mas vampiros podem ter filhos? – perguntei.
- Vampiro com vampira não.
- Mas como esse dois, Edward e Bella, como eles tiveram um bebe?
- Bella era humana. Ela se apaixonou pelo vampiro, os dois se casaram e tiveram uma filha. – ele me olhou – olha essa historia é longa, outra hora eu te conto tudo, ok?
- Ok.
- Chegamos – ele falou me mostrando uma casinha pequena decorada com muitas flores – olha, não encara muito a Emliy não ta. Teve um acidente com ela e ela machucou uma parte do rosto...
- Não se preocupa com isso, eu sei ser discreta. – ele me puxou pela mão e nós entramos na casa.
- E ai cambada! Tem gente nova no pedaço! – Paul gritou tentando falar mais alto que o grito dos garotos. Funcionou pois eles pararam de falar e nos olharam – essa daqui é a minha irmã, , em breve a mais nova integrante do bando.
- Oi – uma moça muito linda falou comigo, devia ser Emily pois ela tinha uma enorme cicatriz do lado direito do rosto – eu sou Emily, esposa do Sam. Seja bem vinda à família.
- Obrigada Emily – falei.
- Hey, seja bem vinda – um garoto menor que o Paul mas tão forte quanto meu irmão falou – sou Seth.
- O pirralho – Paul falou do meu lado e Seth rosnou – e aqueles ali – ele apontou pra dois garotos que estavam num canto – são os outros dois pirralhos, Colin e Brad. Esses daqui, ele mostrou os que estavam na mesa – você já conhece, Jared, Leah, Quil e Embry.
- Oi de novo – Embry falou – parece que você descobriu quais são os seus problemas de saúde.
- E eu aposto que vosê já disconfiava – falei.
- Eu suspeitava sim – nós rimos.
- Falta o Jake e o Sam – Paul falou.
- Sam foi chamar o Jake, parece que ele teve problemas com a Nessie ontem. – Emily falou.
- É a coisa não ta bonita pro lado deles não – Embry comentou.
- Bom vamos comer então – Emily falou colocando uma enorme frigideira com ovos mexidos na mesa – , por favor sinta-se em casa, esses meninos às vezes parecem que foram criados no meio do mato, mas são todos inofensivos.
Todos riram. Em questão de segundos a comida sumiu, por sorte eu tinha tomado café em casa. Ficamos conversando na cozinha mais um tempo, até que Sam e Jake chegaram.
Jacob Black. Eu me lembrava dele um garoto desajeitado com um cabelão enorme e um sorriso que antes era a única coisa de bonito que ele tinha. Um sorriso sincero, do tipo que ilumina o lugar onde ele estiver.
Me virei pra porta pra poder vê-lo melhor e qual não foi a minha surpresa ao dar de cara com um homem lindo. Jake não tinha mais o cabelo comprido, ele agora era cortado curto e estava num peteado bagunçado do tipo ‘acabei de acordar e não quero ver o pente’.
O peitoral super definido estava coberto por uma camiseta branca, que o deixava ainda mais perfeito. Nossos olhares se encontraram e ele sorriu pra mim, o mesmo sorriso, aquele que te aquece até a alma.
- , é você mesmo? – Jake perguntou vindo me abraçar.
- Sou eu Jake, mas parece que eu não sou a única diferente aqui. – falei mexendo no cabelo dele – cadê aquele cabelão todo que você tinha?
- Tive que cortar – ele falou passando a mão pelo cabelo – cabelo grande dá trabalho demais pra um lobo.
- Ainda bem que você cortou – falei – ele te deixava horrível!
- Quer dizer que agora eu sou bonito? – ele perguntou
- Bonitinho, eu diria – falei, ele riu.
- Oi – Sam falou – você realmente está bem diferente.
- Oi Sam, digo o mesmo de você!
- Bom já que vocês encheram a pança – Sam falou – vamos pra clareira, tem reunião agora.
- Então ‘vambora’ – Seth falou passando correndo pela porta. Os outros garotos o acompanharam.
Segui pra clareira com Jacob.
- Os meninos falaram que você estava tendo problemas com a ‘Nessie’ – falei puxando assunto – é sua namorada?
- Não – ele falou olhando pro chão – tinha que ser... mas é complicado...
- E eu sou tão burra assim? – tentei fazer piada.
- Não, não é. – ele fez alguns minutos de silencio, depois voltou a falar – Nessie é filha do Edward e da Bella.
- O vampiro e a humana – ele me olhou de olhos arregalados – o Paul me contou – expliquei.
- Ah... bom mas Bella não é mais humana, ela foi transformada no dia que Ness nasceu. E eu tive imprinting por ela.
- Pela tal Nessie?
- É.
- Mas ela não é uma criança?
- É ai que ta o problema – ele passou a mão pelo cabelo – como Ness é uma meio-vampira, o crescimento dela é acelerado.
- Acelerado como?
- Ela tem sete anos mas aparenta ter 17.
- Ahhh – falei – isso é bem... estranho.
- Eu sei – ele riu – bom, voltando ao problema, ontem Nessie se declarou pra mim, disse que me queria como homem...
- E qual o problema nisso?
- O problema é que eu não consigo vê-la como mulher! – ele bufou – ela é linda, isso eu não posso negar, mas é que pra mim, ela ainda é uma criança, eu não consigo sentir atração por ela, não consigo sentir...
- Tesão – falei e ele me encarou com a boca aberta – o que? É isso que você quer dizer não é? Você a viu de fraldas e agora não consegue imagina-la nua... Eu acho que isso é normal, já que não deu tempo de processar a informação que ela cresceu e talz...
- É mais ou menos isso. – ele falou – queria que ela entendesse fácil como você entendeu.
- Vai ver ela não quer entender.
Jake ia falar alguma coisa, mas Sam chamou nossa atenção.
- Bom gente – Sam falou – eu estou aqui pra duas coisas hoje. A primeira é dar as boas vindas à , apesar dela ainda não ter se transformado. E a segunda é avisar que eu estou deixando o bando. – todos fizeram um sonoro ‘ahhhhh’ – ei suas mariquinhas parem de choramingar. Eu não vou embora de La Push, só vou sair do bando, eu quero curtir minha família, que vai crescer.
- A Emily ta grávida? – Seth perguntou.
- Não Seth, é o Sam! – Jared respondeu dando um pedala nele.
- Vamos parar? Eu ainda não acabei de falar – Sam reclamou – eu vou sair e Jake vai ficar como alpha do bando todo.
- E quem vai ser o beta dele? – Paul perguntou – Por que eu era seu beta e Leah é beta do Jake...
- Isso vocês resolvam entre si – Sam falou – e bem vinda mais uma vez. – dei um sorriso sinsero pra ele – Se vocês precisarem de reforço, é só me chamar.
Dito isso Sam saiu, logo começou uma discussão sobre quem seria o beta de Jake.
- Talvez a novata queria reclamar o posto – Leah falou – ela e Jake já se mostraram bem íntimos no caminho.
- Hey Leah pega leve ta – Paul reclamou – acabou de chegar, ela não merece ser presenteada com seu azedume matinal.
- O que é Paul, vai ser advogado da irmãzinha agora? – Leah continuou – A lobinha ai não sabe se defender sozinha?
Vi que Paul ia falar em minha defesa, mas resolvi tomar a dianteira.
- Qual o seu problema hein Leah? – falei – Pra que me atacar assim se eu nem troquei uma palavra sequer com você?
- Uhhhh ela fala – Leah riu – ou melhor ela ladra...
- O que é Leah, ta com medo de perder o posto de senhora exclusividade? – eu também sabia provocar – agora que você não é tão rara assim, agora que tem mais uma loba no pedaço? Ah eu sei o que é... o negocio é que já era difícil conseguir homem sendo a única lupina e agora que chegou outra você percebeu a concorrência né?
- Escuta aqui garota – ela avançou pra cima de mim.
- Escuta aqui digo eu – falei a encarando – você começou, então agora agüenta.
- Aguentar o que? Você nem se transformou ainda e me que se transformar, acha que so por que derrubou uma patricinha de Nova York você vai conseguir me derrubar? – ela estava me irritando eu já sentia meus músculos tremendo – Ou será que você vai chamar o irmãozinho pra me parar...
Eu queria bater nela, queria muito, mas a imagem de Vivian caída desacordada no chão vinha a minha mente. Fechei as mãos em punho e apertei, apertei tão forte que pude sentir as minhas unhas perfurando a carne.
Eu precisava me acalmar, precisava respirar fundo, mas eu não conseguia, as tremedeiras estavam ficando cada vez mais forte, meu coração estava acelerado, parecia que ia furar meu peito. Tudo ficou pior quando eu vi o sorriso no rosto dela. era um sorriso de triunfo. Ela queria me ver fraquejar, e eu estava sucumbindo à sua vontade.
- Jake vai acontecer – ouvi Paul falando – nós precisamos nos transformar, ela vai precisar de ajuda.
- Todos não, ela vai surtar com todo mundo falando na cabeça dela – como assim todo mundo falando na minha cabeça? – Só você e eu Paul.
Os dois saíram do meu campo de visão, alguns segundos depois dois lobos apareceram, um era Paul, o outro, Jake, era cor de chocolate, lindo.
Me desconcentrei de tudo à minha volta quando senti um calor absurdo invadir meu corpo, começando na ponta dos dedos das mãos e dos pés e se concentrando a minha espinha. Senti como se todo o meu corpo estivesse se rasgando. Perdi o equilíbrio e cai pra frente, mas antes de tocar o chão, senti meu corpo mais pesado, então eu abri os olhos e vi que o que estava apoiado no chão, onde deveriam estar minhas mãos tinha duas enormes patas brancas. Então era isso, eu era uma loba agora.
“Uma loba linda diga-se de passagem”
“Ok, além virar loba estou ficando louca também. A voz da minha consciência é a mesma do meu irmão.” Pensei.
“Sou eu mesmo sua besta” Paul pensou “É que quando estamos na forma de lobo, nós compartilhamos nossos pensamentos”
“Isso é... péssimo!” reclamei “agora eu não vou poder ter mais segredos!”
“Você se acostuma” Jake falou. Jake... ok vou ter que vigiar meus pensamentos... “O que você pensa sobre mim que precisa ser vigiado?”
“Nada Jake... para de xeretar na minha cabeça...” falei “ E agora? Como eu volto ao normal?”
“Você precisa se acalmar, pensar em coisas tranqüilas” Jake falou “ Mas agora não”
“Por que?” perguntei
“Porque ao se transformar você explodiu suas roupas, então se você voltar agora, você vai ficar nua na frente de todos os garotos”
“Ta isso não vai ser legal... Espera ai, você disse que eu explodi minhas roupas?... Droga aquela era a minha calça favorita!”
“Acostume-se maninha” Paul falou “ Daqui pra frente as coisas só tendem a piorar”.
oOo
Ficamos mais um bom tempo na clareira todos tentavam me explicar um pouco de como ser um lobo, mas os que me ajudavam mesmo era Leah – é eu sei que nós estávamos quase nos matando a poucos minutos, mas ela me explicou que só fez o que fez pra que eu me irritasse e me transformasse logo, agora nós estamos, como disse o Jared, ‘de boa’ – e o Jake.
Ah Jake... seria bem difícil controlar meus pensamentos perto dele, agora que quando estivesse na forma de lobo ele estaria na minha cabeça.
- – Jake me tirou dos meus devaneios – quer ir conhecer os Cullen?
- Os vampiros? – perguntei – sei lá eles vão me querer lá?
- Deixa de bobagem garota, vem quero que você conheça a Nessie. – ele me puxou pela mão, senti meu corpo se arrepiar com o contato da pele dele. Percebi que ele também ficou mexido.
Será? Será que eu ‘pertubava’ Jacob Black?
- Então vamos – falei – também quero conhecer a Nessie. Como é o nome dela, por que Nessie é apelido né? Nenhuma mãe em sã consciência colocaria um nome estranho desses na filha.
Jake me olhou como se avaliasse se deveria dizer o que queria dizer.
- O nome dela é Renesmee – ele falou depois de um suspiro longo. Foi impossível não cair na gargalhada.
- Re- o quê? – perguntei entre as risadas.
- Renesmee – ele falou tentando não rir – eu sei é estranho. Coisa de Bella...
- Estranho? – falei controlando o riso – Estranho é o apelido dela Jake. O nome dela é bizarro! Pensa como deve ser na escola, ela deve ser muito zoada.
- Ela não vai pra escola – ele falou sem rir – lembra o que eu falei sobre crescer rápido demais? Pois é ela também é bem inteligente pra alguém da idade dela.
- Ok, uma nerd chamada Renes...Renes...
- mee, Renesmee, – Jake falou mais sério – por favor, não faz piadinha na frente dela. na verdade nem pensa em nenhuma piadinha.
- Por que ela lê pensamentos? – perguntei.
- Ela não, o pai dela.
- Owowowowow – parei de andar e o olhei – o vampiro é leitor de mentes?
- É. Edward lê pensamentos, Alice vê o futuro, exceto nós lobos e híbridos como Nessie, Jasper pode meio que ler as emoções das pessoas, Nessie pode mostrar os pensamentos dela com um toque e Bella é tipo um escudo.
- Ok, estou indo pro covil de uma família de cinco vampiros onde todos tem poderes... tipo um X-men no castelo do Drácula.
- Na verdade, são nove vampiros. – ele deu um sorriso torto.
- Oi? – olhei pra ele sem acreditar – Nove?
- É. Esses cinco que e falei, Edward, Bella, Nessie, Alice e Jasper são os que tem poderes, ainda tem Carlisle, Esme, Rosalie e Emmett.
- Agora eu fiquei curiosa pra conhece-los nunca imaginei tantos vampiros juntos.
- Você devia ter visto a batalha sete anos atrás – ele falou olhando pro céu – só do nosso lado tinha mais de vinte vampiros. Do lado inimigo tinha mais uns trinta e poucos. Foi bem bizarro.
- Como eles são? – perguntei – Os vampiros.
- Frios – ele riu – e muito pálidos e brilham no sol, como pisca pisca de natal. Os Cullen e uma outra família amiga deles, tem os olhos dourados, porque eles se alimentam de sangue animal, mas os outros, os que se alimentam de sangue humano, tem os olhos vermelhos.
Ele me olhou avaliando se eu ainda queria conhecer os Cullen.
- O que foi? – perguntei – não vou desistir de ir lá não. Você não conseguiu me assustar.
- Eu não queia isso – ele riu alto – tem mais uma coisa – ele me olhou – eles fedem. Muito.
- Como assim fedem? – perguntei no momento em que atravessávamos um ponte no rio, foi quando o vento tocou jogando um cheiro horrível na minha cara. Um cheiro doce e enjoativo, que queimava minha narina como se eu estivesse cheirando amônia. – Urgh... que cheiro horrível.
- Viu – ele riu – eles fedem.
- Esse é o cheiro deles? Credo, não sei se vou conseguir ir até lá.
- Mas é bom que você vá, eles tem que conhecer o novo membro do bando.
- Leva uma foto minha – falei voltando pro outro lado do rio.
- Ah , deixa de ser frouxa. Vamos lá é só prender a respiração. – ele falou me puxando pelo braço.
Tentei resistir, mas tudo o que consegui foi enroscar meu pé no dele. Nos desequilibramos, mas Jake me segurou antes que caíssemos, fazendo nossos corpos ficarem muito próximos. Eu tinha plena consciência das mãos dele na minha cintura e da sua respiração forte batendo no meu rosto. Meu coração estava acelerado, o dele também, seus olhos negros e profundos emanavam tanta coisa diferente, tantos sentimentos. É eu mexia com Jacob Black.
- Acho melhor a gente ir – ele sussurrou fechando os olhos, minhas mãos, como se tivessem vida própria subiram pelo peitoral musculoso dele, ele respirou fundo e o vi se arrepiar – antes... antes... que alguém apareça.
- Então vamos – sussurrei próximo aos seus lábios e me desvencilhei do seu abraço.
Seguimos em silencio o resto do caminho, eu tentava a todo custo afastar a cena de poucos minutos atrás da minha cabeça, eu não queria que o tal Edward visse, não queria causar problemas pra Jake.
- Chegamos – Jake falou quebrando o silencio – vem vou te apresentar ao pessoal.
- Eu devia ter trago um crucifixo ou uma cabeça de alho? – brinquei.
Nós entramos eu vi o que pareciam ser oito estátuas no meio da sala.
- E ai pessoal? – Jake falou.
- Visitas Jacob? – uma das estátuas, uma loira bonita falou, mas eu senti que havia mais do que essa pergunta apenas. Algo como ‘intruso’ ou ‘você contou nosso segredo’.
- É Rosalie – Jake respondeu no mesmo tom – visitas. Essa aqui é – ele falou pras outras pessoas – a mais nova loba da matilha.
- Mais um? – um vampiro loiro muito bonito falou, Jake fez que sim com a cabeça – bom então seja bem vinda . Eu sou Carlisle Cullen.
- Muito prazer Carlisle. – respondi.
- Esses são Esme, Emmett, Rosalie, Edward, Bella, Alice e Jasper.
- Oi todo mundo – falei.
- Cadê a Ness? – Jake perguntou, respirei fundo pra não rir do nome da garota. Vi o tal Edward me lançar um olhar reprovador. “Foi mal”pensei “não é culpa minha que sua esposa tem a imaginação fértil” ele deu um sorriso torto.
- Está no quarto dela – Bella falou – a propósito, eu ainda quero saber o que foi que aconteceu pra ela chegar daquele jeito ontem.
- Desculpa Bella, mas isso é coisa nossa – Jake falou e foi em direção às escadas.
- Coisas sua nada – Bella gritou indo atrás dele – ela é minha filha o que faz ser problema meu também.
- Desde quando você ficou tão chata Bells? – Jake perguntou parando na frente de Bella.
- Desde que um cachorro imbecil fez minha filha chegar chorando ontem à noite.
- Olha Bells, o que aconteceu não foi completamente culpa minha, eu vou tentar consertar ok? Mas me deixa falar com ela primeiro.
- Se ela chorar mais uma vez, eu vou arrancar essa sua cabeça grande, certo?
Jake bufou e subiu as escadas. Eu entendi isso como minha deixa pra sair.
- Não precisa ir embora – Edward falou.
- Eu não vou – falei – só vou esperar lá fora, tem mais ar pra respirar. Sem querer ofender.
- Você não ofendeu – ele sorriu.
- melhor ficar lá fora mesmo, assim polui menos o ambiente – a loira falou lixando as unhas – já basta o fedor de cachorro molhado do Jacob.
- Rosalie - Esme, se não me engano, falou – cadê sua educação?
- Deve ter escorrido pelo ralo junto com a água oxigenda – falei saindo, sem nem mesmo olhar pra cara aguada da loira. Ouvi ela rosnar e os outros rirem.
- Foi você quem começou – Ouvi Carlisle falar.

POV – Jake
Entrei no quarto de Nessie sem bater na porta, ela estava sentada na cama escrevendo.
- Oi – falei ela tirou os olhos do papel e me olhou por dois segundos, voltando a escrever depois.
- Oi – falou seca.
- Eu queria conversar com você – falei.
- Se for sobre a coisinha nova do bando, eu já ouvi tudo – ela não me olhava - inclusive como o seu coração bate forte ao falar dela.
- é uma amiga Ness – me expliquei – eu a conheço desde moleque e ela estava morando em Nova York...
- Não to te pedindo explicações Jacob – ela ainda estava ríspida – eu não sou nada sua. Sou no máximo o que sua irmã mais nova? – ela me olhou e eu vi a tristeza que ela tinha nos olhos.
- Nessie – me aproximei dela, sentando ao seu lado na cama – me desculpa se eu te magoei ontem, eu só fui sincero. Tenta entender meu lado.
- Por que você não tenta entender o meu Jacob? – ela falou alto.
- Caramba Ness, a que nem sabe direito da história entendeu e você não consegue entender!
- Como é – ela deu um pulo da cama me olhando com os olhos brilhando de raiva – quer dizer que você anda contando sobre a nossa vida pra essa coisinha.
- Eu já te disse que a é minha amiga, e às vezes é bom desabafar com os amigos.
- Desabafasse com o Embry, ou Quil ou Seth! – ela estava furiosa – Por que com ela?
- Meu Deus que raiva toda é essa da garota? Você nem a conhece, como pode julga-la dessa maneira?
- Eu posso não conhece-la, mas eu ouço muito bem o coraçãzinho dela. E ele fica bem acelerado perto de você.
- Ah Nessie, tenha dó! Essa sua crise de ciúmes não tem o menor cabimento! – me levantei e fui em direção à porta – Quando você quiser conversar, quando você estiver coerente de novo, me liga que eu venho aqui falar com você.
Sai e fechei a porta atrás de mim, segundos depois ouvi algo se chocar contra a porta, depois o som de muitas coisas se quebrando.
- Se você quiser continuar vivo é melhor não estar aqui quando eu sair daquele quarto – Bella falou passando feito um foguete por mim.
- Ótimo eu já tava indo embora mesmo – falei e sai. Encontrei sentada na escada da varanda, não foi preciso chama-la, assim que passei por ela, ela se levantou e me seguiu.
Andamos um tempo em silencio, até que resolveu falar.
- A coisa foi bem feia né?
- Foi péssimo – resmunguei – Ness se recusa a me entender.
- Minha presença também não ajudou ... – ela falou.
- Bobagem, ela só queria um motivo pra brigar e encontrou você. – parei nervoso – mais que porra, será possível que nada pode dar certo pra mim! Até a porcaria do meu imprinting é defeituoso.
- Calma Jake, o problema não é com você, o problema é com ela. Ela cresce rápido demais, mas você não consegue acompanhar esse crescimento.
- Vai explicar isso pra ela! – me sentei embaixo de uma árvore. sentou na minha frente – eu queria sentir desejo por ela, você não tem noção de como eu queria... caramba eu tenho 24 anos e ainda... – voz morreu, eu não tinha nem coragem de falar em voz alta que eu ainda era virgem.
- E ela sabe? – perguntou, eu a olhei confuso.
- Quem sabe do que? – perguntei e ela veio sentar ao meu lado.
- Renesmee – ela falou – ela sabe que você ainda é virgem?
Desviei os olhos dela e olhei pro chão, ótimo, percebeu o quão ridículo eu sou.
- Não por mim – falei baixo – digo, eu nunca contei pra ela...
- Talvez se ela soubesse, ficaria mais fácil dela entender.
- Eu não vou contar isso pra ela – eu não seria ridículo ao ponto de chegar e dizer ‘Olha Renesmee, acontece que eu ainda sou virgem’ – não consigo contar isso pra ela.
- Quer que eu fale? – ela perguntou. Ela queria mesmo juntar a Nessie e eu?
- Não – falei passando a mexer na grama – eu não quero vocês duas juntas, a Nessie ta com muito ciúme de você, e eu não quero imaginar o que ela pode fazer...
- Ciumes? – perguntou – e ela tem motivos pra ter ciúmes?
De repente as imagens do que aconteceu na fronteira vieram à minha mente. Imagens de próxima demais, seu cheiro invadindo minhas narinas, sua pele quente sob minha mão, seus lábios tão convidativos...
Senti meu coração se acelerando, minha respiração rápida demais, olhei pro lado e vi escorada na arvore, a cabeça jogada pra trás deixando a mostra seu pescoço e o colo. O vento soprou trazendo de novo seu cheiro até mim, um cheiro que deixou meu lobo inquieto. Eu queria me aproximar, queria encostar meu nariz ali e arrancar o maximo que eu pudesse desse perfume maravilhoso. Um pequeno feixe de luz do sol passou por entre as folhas das árvores, iluminando parte do seu rosto e eu vi o quanto ela era linda.
O que é isso que eu estou sentindo? Não é Nessie o meu imprinting? Não é por ela que eu deveria sentir essas coisas? Ela não tinha que ser por obrigação a única mulher pra mim? Então porque meu corpo, minha mente, meu lobo desejavam tanto ?
- Acho melhor irmos pra casa – falei. se levantou e parou na minha frente, tirando da maneira mais inocente do mundo as folhas secas que grudaram na sua roupa. Esse simples gesto foi a gota d’agua pra mim, pois da onde ela estava, eu tinha a visão perfeita do seu corpo. E que corpo meu pai do céu! Não tinha nada sobrando e nada faltando, era simplesmente perfeito. Engoli seco sentindo um baita incomodo entre as pernas. Melhor não comentar.
- Você vem? – ela me olhou sorrindo – ou vai ficar ai me secando?
- O-o – pigarro – oi? – gaguejei.
- Você vai pra casa comigo ou vai ficar ai sentado me olhando feito um besta? – ela riu.
- Vamos embora – falei me levantando – e eu não estava te secando.
- Ta bom – ela ironizou – mas se quiser fazer isso qualquer dia, é só falar.
Dessa eu tive que rir. Seguimos pra casa conversando sobre outros assuntos. Ela me contou sobre Nova York, sobre o incidente com a colega Vivian, sobre os poucos amigos que ela tinha. Eu contei sobre La Push depois que ela foi embora, sobre as batalhas contra vampiros, sobro os primeiros dias da minha transformação. Estávamos tão entretidos na nossa conversa que nem percebemos que já havíamos chegado.
- Então até mais tarde chefe Jacob – ela falou batendo continência.
- Sem essa coisa de chefe, por favor – falei – nos vemos na ronda, às seis, ok?
- Ok – e foi ai que ela me surpreendeu me dando um beijo no canto da minha boca. Ela piscou um olho sorriu e entrou em casa, rebolando os quadris, na minha opinião, mais que o necessário. – Fecha a boca Jake – ela falou da porta. Balancei a cabeça espantando as idéias malucas que estavam surgindo e fui pra casa.
- Um banho frio, é disso que eu preciso – falei pra mim mesmo.
oOo
(em itálico são os pensamentos dos lobos)
‘Tem certeza que não tem problema Jake?’ Embry perguntava pela milhonésima vez.
‘Embry, vai logo antes que eu mude de idéia!’ reclamei. Já tinha horas que ele estava perguntando se tinha algum problema ele não fazer a ronda hoje, já que ele ia sair com a garota que deu bolo nele alguns dias atrás.
‘Eu posso tentar chamar a Leah ou Seth de novo, vai ver dessa vez eles atendem’
‘Não precisa Embry, eu e damos conta, se tiver qualquer problema eu chamo os outros. Vai logo cara.’
‘Então ta certo Jake, eu vou’ ele saiu em direção à reserva ‘Você até que é um chefe legal’.
‘Uhhh vale pela parte que me toca. Some logo daqui.’
Senti a mente de Embry se desligar da minha no momento que ele voltou para sua forma humana. Eu estava sozinho, e isso era muito bom, mas esse sossego logo acabaria, estaria aqui para sua primeira ronda.
A idéia de ficar sozinho com era tentadora, na verdade, qualquer idéia com era tentadora. Mas o que eu estou pensando? Nessie Jacob, se concentra na Nessie. É por ela que você tem que se sentir atraído, ela é seu imprinting.
‘Conflitos internos chefe?’ ouvi a voz de na minha cabeça.
, nem percebi você chegando...’
‘É, você estava muito ocupado tentando se convencer a sentir atração pela monstrinha’.
‘Hey, não fala assim da Ness’
‘Desculpa chefinho, mas foi você que a chamou de monstro do lago Ness primeiro...’
‘Vamos fazer a ronda, a gente ganha mais com isso...’
‘Será?’
‘Chegou ’ reclamei ‘Concentração na ronda agora, ok?’
‘Ok, mas não sou eu quem fica perdendo a concentração...’
‘Tá, corre o perímetro leste e eu vou no sentido contrário’.
‘Certo, chefe’
‘E para de me chamar de chefe!’
Terminamos a ronda sem que o assunto, Nessie fosse retomado. também parou de me provocar, mas eu tive bastante dificuldade em conseguir controlar meus pensamentos. Volta e meia eu me pegava lembrando da pele dela sob a luz do sol, ou do cheiro inebriante dela. E ela com certeza viu tudo isso, mas não falou nada. Melhor assim.
Estávamos voltando pra casa na nossa forma humana. Era difícil deixar de olhar para , ela estava usando um micro short jeans e uma regata curta que deixava uma parte da sua barriga de fora. O cabelo agora curto estava solto sem balançado pelo vento, o que trazia, mais uma vez, seu perfume até mim. (look: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=33100022&.locale=pt-br).
- Você ficou bonita com o cabelo assim – falei tentando me distrair do perfume dela. (cabelo: https://picasaweb.google.com/117255278742745291049/Greene?authkey=Gv1sRgCIilws-D9qGRaw&feat=directlink).
- É uma droga ter que corta-lo – ela fez bico e eu senti vontade de toma-lo pra mim – eu amava meu cabelo grande.
- Realmente ele era mais bonito comprido, mas você continuou linda assim
- Obrigada chefinho... – ela falou rindo – acho que eu não conseguiria um elogio desse do Sam.
Nós dois rimos.
- É eu acho um pouco difícil conseguir algo assim do Sam – falei – mas nem por isso ele deixa de ser gente boa.
- Ele tem cara de ser bem bravo quando toma a posição de alpha.
- Eu também posso ser bravo se eu quiser – falei ela riu.
- Eu imagino que pode – ela falou – mas ser bravo não combina com você.
- E o que combina comigo? – estávamos parados na porta da casa dela. Ela me olhou com olhos travessos e se aproximou de mim, falando no meu ouvido.
- Você combina com ser sexy – ela deu uma leve mordida no lóbulo da minha orelha, o que me fez estremecer dos pés a cabeça. Depois ela se virou e entrou em casa, mais uma vez mexendo os quadris mais que o necessário.
Fui pra casa ainda tonto, de duas uma ou queria me enlouquecer, ou ela já o tinha feito. Entrei em casa e a encontrei vazia. Provavelmente meu pai estava assistindo a algum jogo na casa de Charlie e Rachel estava enfiada na casa de Paul.
Pensar na casa de Paul me fez lembrar de em toda a sua formosura. Sem pensar duas vezes me enfiei debaixo do chuveiro frio, esse tem sido meu ritual desde que descobri essa louca atração por .
Demorei bastante no banho, eu precisava me acalmar. Quando sai do chuveiro e entrei no meu quarto quase morri de susto ao encontrar sentada na minha escrivaninha como se fosse a coisa mais natural do mundo.
- O que você está fazendo aqui? – perguntei.
- Vim te ver – ela falou de um jeito um tanto sensual – eu não consegui parar de pensar em você e de lembrar das coisas que você pensou durante a ronda.
Ela se levantou e veio andando na minha direção, ao mesmo tempo eu me afastava dela andando pra trás.
- Eu... eu... estava meio perturbado na ronda... não pensei coisas muito coerentes.
- Pra mim tudo estava coerente demais – ela continuava se aproximando e eu me afastando, mas isso não durou muito pois eu encontrei uma barreira, a porta que tinha se fechado – você se sentiu atraído por mim. E eu sinto o mesmo por você.
- Eu só to confuso , é só isso – falei segurando seus ombros e a afastando de mim. O que não era fácil pois eu tinha que lutar contra ela, que é bem fortinha, e contra o meu lobo, que a queria, muito.
- Você me quer Jake – ela sussurrou em meu ouvido – eu sinto isso. Eu posso sentir no seu cheiro o quanto você me quer – dito isso ela encostou o rosto na curvatura do meu pescoço e puxou o ar pelo nariz, sentindo meu cheiro.
Com a proximidade, eu pude sentir o cheiro dela também e pude perceber o quanto ela me queria.
- Eu não estou te pedindo nenhum compromisso Jake – ela falou me olhando nos olhos – eu sei que você é da Renesmmee e ela é sua. Eu só quero o agora, só isso. E você quer também, não tenta fugir.
- Eu não posso fazer isso com a Ness – falei encostando nossas testas – eu não posso.
- E você vai conseguir esperar por ela? Hum? Você já esperou por 24 anos, e eu vejo que você não agüenta esperar mais. E ainda tem o fato de que você não sabe quando ela vai virar mulher pra você, pros seus olhos.
- Eu quero – sussurrei, na verdade era meu lobo quem falava pela minha boca – eu quero você , agora.
- Eu to aqui, Jake – ela falou contra meus lábios. E foi ai que minha sanidade foi pro ralo. Eu a agarrei num beijo urgente e quente.
Em segundos ela estava sentada de volta na minha escrivaninha, enquanto eu maltratava sua pele com beijos e mordidas, ela era mais perfeita do que eu tinha imaginado. Eu ainda não entendia o porque de sentir tanta atração por , se eu tinha imprinting com Ness, mas decidi por deixar isso de lado e curtir esse momento tão delicioso.
POV –
Ok eu estava sonhando, só podia ser, em que outro lugar se não no meu sonho, Jacob Black estaria devorando meus lábios no melhor beijo que já ganhei na minha vida? Eu o tinha provocado sim, desde a nossa conversa, depois da briga dele com a monstra, quando eu percebi a maneira como ele me devorava com os olhos, eu decidi o provocar.
Eu sei que eu não terei nada além dessa noite, a monstra é imprinting dele e ele pode até não sentir atração por ela agora, mas um dia isso vai acontecer. Mas quer saber? Eu não me importo, eu vou aproveitar o agora. Que por sinal está maravilhoso.
- Por que eu não consigo resistir a você garota? – Jake perguntou no meu ouvido, me fazendo arrrepiar.
- Por que você não quer resistir – falei com um fio de voz que me restava.
- Não, eu não quero – ele falou isso e arrancou minha blusa, transformando-a em apenas algumas tiras de pano - você é tão perfeita.
Ele me olhou por alguns segundos, os olhos cheios de desejo. Foi impossível não sorrir, ele não sentia isso pela monstra. Era por mim que seus olhos flamejavam. Mas ele não perdeu muito tempo me olhando, logo ele voltou a me devorar com seus lábios, me levando à loucura quando senti seus lábios no meu seio esquerdo. Uma de suas mão acariciava o outro seio, enquanto a outra se ocupava em se livrar do meu short.
As mãos quentes de Jake pareciam estar pegando fogo agora, não havia um centímetro sequer da minha pele que não tenha sido tocada por ele. E a cada toque a cada beijo eu enlouquecia a ponto de não me lembrar mais nem do meu nome.
Eu o puxei pelos cabelos até que seus lábios alcançassem os meus.
- Eu quero você agora – falei.
- Seu desejo é uma ordem – ele respondeu me puxando pro seu colo e me levando pra cama. Ele tirou a toalha, a única coisa que vestia já que invadi seu quarto enquanto ele tomava banho, e deitou sobre mim.
Meu coração disparou nesse momento, era a primeira vez de Jake, mas era a minha primeira vez também. Não vou mentir que senti um frio na espinha. Jake se ajeitou entre minhas pernas e começou a me penetrar, devagar como se não existisse tempo pra nós dois.
Senti um desconforto que logo foi esquecido, pois Jake tomava meus lábios num beijo sufocante. Uma dor aguda que aos poucos foi se transformando em um calor crescente eu parecia estar entrando em combustão. Cada vez que Jake intensificava as estocadas em mim, eu me perdia mais ainda no prazer que ele me proporcionava.
Senti uma vibração gostosa no meu baixo ventre, Jake aumentou ainda mais as estocadas, se eu não fosse uma loba, com certeza não resistiria a tamanha força. Nossos gemidos preenchiam todo o quarto, se bobear os vizinhos já estavam ouvindo também.
- Junto comigo – Jake sussurrou no meu ouvido, e logo nós alcançamos juntos o nosso ápice.
Jake caiu ofegante ao meu lado e me puxou pros seus braços.
- Isso... foi... incrível – ele falou – muito incrível.
- Hum hum – foi tudo o que consegui dizer. Ficamos ali deitados esperando nossas respirações se acalmarem percebi que Jake tinha dormido e me levantei devagar. Era hora de acordar desse sonho bom.

POV – Jake
Acordei com a luz do sol na minha cara. Antes mesmo de abrir os olhos me lembrei da noite incrível de ontem, de invadindo meu quarto, de sentir no cheiro dela o quanto ela me desejava, de provar do seu gosto doce e quente. Eu ainda podia senti-la nos meus braços.
Abri os olhos sorrindo, mas meu sorriso logo se desfez ao perceber que eu estava sozinho. Sentei na cama procurando algum vestígio de que a noite de ontem foi real e não um sonho. Sorri ao encontrar a blusa dela no chão, ou pelo menos o que sobrou dela, então foi real.
Me levantei e vi um papel em cima da escrivaninha.
‘Jake,
A noite passada foi incrível, a melhor de toda a minha vida, disso eu tenho certeza. Mas é hora de acordar desse sonho bom. Hora de voltar pra realidade. Me desculpa se te fiz ficar com peso na consciência por ter, de certa forma, traído Renesmee, mas como disse ontem, eu não estou pedindo a você nenhum laço, nenhum compromisso. Eu entendo e respeito o imprinting (apesar de não te-lo respeitado ontem). Por isso estou mudando o horário da minha ronda e sugiro a você que procure a sua Nessie. Converse com ela, quem sabe assim você não abre os olhos e a vê como ela quer ser vista? Não te peço pra esquecer a noite passada, mesmo porque acho isso meio difícil, uma vez que foi a primeira pra nós dois, só te peço pra que não a faça ser mais importante que as que você passará com a sua Nessie.
Espero ainda poder ser sua amiga. Estou aqui para te ouvir, sempre.
Beijos
.’
Como assim ela me pede pra não fazer a noite de ontem ser a melhor da minha vida? Isso é impossível! E como eu vou encarar a Ness agora? Eu devo contar o que aconteceu ontem? Seja qual for minha decisão, de uma coisa eu tenho certeza, eu não quero esquecer o que houve entre e eu.
Tomei um banho e decidi ir na casa dos Cullen, seria melhor enfrentar a Ness de uma vez. Fui de carro, eu sei que na forma de lobo eu chegaria mais rápido, mas a questão é que eu não queria ser rápido.
Parei na porta e vi a casa vazia e silenciosa. Ou pelo menos eu achei que estava silenciosa até ouvir um gemido que vinha do terceiro andar. Era o quarto de Nessie, será que ela estava com problemas? Abri a porta e subi as escadas rápido, mas eu não estava preparado pra cena que vi.
Nessie estava lá, mas ao contrario do que eu imaginava, ela não estava com nenhum problema. Pelo menos não era o que parecia, pois Nahuel – o meio humano, meio vampiro que ajudou os Cullen na batalha contra os Volturi – estava a protegendo bem, deitado em cima dela.
- Mais que merda é essa aqui? – perguntei tentando controlar minha raiva,
- Ja-Já-Jake? – Ness gaguejou.
- Não, o lobo mau. – ironizei – da pra explicar o que ta acontecendo aqui?
- Qual é cachorro – o sanguessuga falou – não sabe identificar uma cena de sexo quando vê?
- Sei – falei – e também sei identificar a cena da sua cara quebrada por mim, seu imbecil!
- JAKE PARA! – Ness gritou – Você não tem direito nenhum de reclamar nada aqui! Você me desprezou, eu só encontrei alguém que me quis, que me viu como mulher e não como uma bonequinha de luxo. Nahuel só aceitou o que você jogou fora.
- Eu não joguei nada fora! – gritei – mas por que é tão difícil de entender, eu vi você crescer, pra mim hoje você deveria ser do tamanho da minha perna e devia estar me pedindo pra brincar de amarelinha ou pra te levar pra festinha de uma colega de escola! Eu não consigo pensar em você sem imaginar que você tem sete anos e eu seria um pedófilo se tentasse qualquer coisa!
- Por isso você resolveu se esfregar na cadela? – ela me olhou com os olhos vermelhos de raiva.
- O que? – perguntei confuso com as palavras que ela me jogou na cara.
- Eu fui na sua casa ontem, eu ia te pedir desculpas, mas quando eu cheguei na janela do seu quarto, eu ouvi – ela sentou na cama chorando – eu ouvi vocês dois, juntos. Eu tenho nojo de lembrar Jacob, tenho nojo.
- Eu não vou pedir desculpas Ness – falei me ajoelhando na frente dela – por que o que eu fiz não é algo desculpável. Mas eu queria que você soubesse que eu estou confuso com o que aconteceu. Eu não sei por que eu me sinto atraído pela se você é o meu imprinting.
- Vai embora Jacob – ela falou sem me olhar – eu quero ficar sozinha.
-Sozinha ou com o meio sanguessuga? – perguntei ríspido.
- Acho que isso não é da sua conta – ela me respondeu da mesma forma – agora vai embora.
- Quando você quiser conversar, me liga ta? – falei, mas ela não me respondeu.
Sai da casa dos Cullen e fui direto pra ronda. Por sorte que me acompanharia seria Embry, pra ele eu não precisaria ficar dando explicações, Embry era meu amigo e como tal me ouvia e me aconselhava.
POV –
Estava em casa, ainda sonhando com a noite anterior. Doía pensar que isso era tudo o que eu teria de Jacob, principalmente agora que descobri o quanto eu o amo. Mas ele e a Renesmonstra eram prometidos, o laço que os unia era guardado por uma força muito maior que nós, algo que não podia ser facilmente quebrado.
Fui tirada dos meus pensamentos por uma batida forte e insistente na porta de casa. Desci as escadas depressa e abri, dando de cara com um serzinho mínimo que eu já conhecia através dos pensamentos dos meus irmãos – e irmã – lobos. Uma coisinha vestida com um micro vestido e uma sandália de salto alto. Renesmee.
- O que você está fazendo aqui? – perguntei.
- Precisamos conversar – ela falou se sentindo superior demais.
- Pode falar.
- Posso entrar? – ela perguntou
- Não. Se quer falar, fala logo. Eu não tenho o dia todo.
- O que? Você vai passar o resto do dia se esfregando no meu namorado? – ela falou, eu vi a raiva nos olhos dela.
- Primeiro, Jake não é seu namorado, você queria muito, mas ele não é. – falei – e segundo em quem eu me esfrego ou deixo de me esfregar não é da sua conta.
- Eu sou o imprinting dele, sabia? – ela falou – Eu sou a prometida dele.
- Olha só Resnemonstra... – ela rosnou – digo Renesmee, eu sei muito bem o que você é do Jake. Mas eu acho que nesse imprinting seus, tem algum defeito, pois pelo que eu sei, Jared, Quil, Sam e Paul não conseguem olhar pra outras mulheres, muito menos sentir atração... sentir tesão, por outra. Eles só tem olhos para os imprintings deles.
- Fica bem difícil pra um homem não olhar quando uma mulher fica se oferecendo, o que eu imagino que você fez.
- Háhá – eu gargalhei alto – é eu realmente tive a iniciativa, eu não me ofereci como você disse, não sou nenhuma vagabunda, eu só dei o primeiro passo por que eu senti que ele também queria, eu vi na mente dele que ele queria.
- Não me interessa se ele queria ou não, eu quero você longe dele! – ela gritou.
- Meio difícil – falei ignorando o chilique – uma vez que ele é meu alpha. – ela se aproximou me olhando ameaçadoramente, e tentando me encarar nos olhos, o que a altura dela não permitia.
- Pro seu bem estar, é melhor você ficar longe dele – ela colocou o dedo na minha cara – ou eu não respondo por mim.
Segurei firme o dedo que ela estiva na minha frente e torci seu braço pra trás, travando seu pescoço com meu braço direito.
- Não me interessa o que você pensa, e pouco me importa o que você ou seus familiares parasitas podem fazer – apertei um pouco mais o pescoço dela – mas se fosse você, nunca mais me ameaçaria dessa maneira.
Soltei ela a fazendo cambalear um pouco e segurar na grade da varanda pra não cair.
- Agora é melhor você sumir daqui – falei tentando controlar os tremores no meu corpo – eu não quero ser responsável pela extinção da sua espécie.
- Isso não vai ficar assim. – ela saiu batendo o pé.
Entrei e fechei a porta, mas antes que ela se fechasse Paul passou por ela.
- O que a Renesmee estava fazendo aqui? E por que ela saiu daquele jeito? – ele me olhou – E por que você está tremendo desse jeito?
- Eu preciso de um banho, Paul. – falei entre dentes – Tenho que me acalmar primeiro, depois a gente conversa.
- O Jake tem alguma coisa com isso? – ele perguntou, segurando meu braço.
- Paul, por favor, se eu me transformar aqui, eu vou acabar com a casa e mamãe vai ficar possessa.
- Só me fala se o Jake tem algo haver com isso – suspirei com o olhos fechados – não precisa falar mais.
Ele saiu de casa correndo, provavelmente ia falar alguma coisa com Jake, mas eu resolveria isso depois.Agora eu precisava de um banho.
POV – Jake
Paul entrou na minha casa parecendo que tinha o capeta no corpo.
- O que ta acontecendo entre você a e a Nessie? – ele perguntou.
- Como assim? – falei sem entender.
- A Nessie acabou de sair da minha casa com cara de poucos amigos e a ficou tão nervosa que estava quase entrando em fase! – ele falou tudo de uma vez.
Nem esperei ele terminar de falar, sai de casa correndo. Quando já estava num lugar onde não poderia ser visto por nenhum humano, tirei minha bermuda e me transformei.
‘Hey Jake’ Seth falou, hoje era ele quem estava de ronda ‘Algum problema cara?’
‘Não, Seth, pelo menos eu espero que não tenha’.
Corri na direção da casa dos Cullen, me destransformando e vestindo minha bermuda sem parar a corrida. Entrei sem bater e fui direto pro quarto de Nessie.
- Hey cachorro – Rosalie reclamou da sala – onde é que está a sua educação? Ninguém entra assim na casa dos outros não.
- Rosalie – falei – faz um favor pra humanidade, CALA A BOCA!
Continuei subindo as escadas e entrei no quarto sem bater, não tinha tempo pra formalidades agora. Ness estava sentada na cama chorando muito. Bella e Edward estavam do lado dela.
- Que bom que você esta aqui, assim me poupa de ter que ir até a reserva arrancar sua cabeça! – Bella avançou pra cima de mim, sendo segurada por Edward – me solta Edward, eu vou matar esse cão sarnento, depois vou até La Push matar a cadelinha de estimação dele.
- PARA BELLA! – gritei – Me deixa falar com a Nessie.
- Você não tem nada pra falar com a minha filha. Some daqui, Jacob!
- Não mãe – Nessie falou – deixa ele ficar. Eu quero saber o que ele tem pra me dizer.
- Mas filha... – Bella tentou argumentar.
- Deixa eles Bella – Edward falou – eles precisam conversar.
- Vou estar lá embaixo filha – Bella foi até Nessie e deu um beijo na testa dela – vou estar atenta a você aqui.
Os dois saíram do quarto, mas antes de fechar a porta Edward me sussurrou um ‘precisamos conversar’.
- O que você foi fazer na casa da ? – perguntei quando ficamos sozinhos.
- Mandar ela ficar longe de você – ela me respondeu sem me olhar – mas parece que ela não quer fazer isso.
- Você não devia ter ido lá Ness, é uma loba jovem, ela podia não ter se controlado... – na verdade o que passava na minha cabeça era que podia ter se machucado, Ness pode ser jovem, mas ela é muito forte e treinada para uma luta.
- Ela soube se defender muito bem – ela falou olhando pro lado de fora da janela.
- Você a atacou? – agora sim eu tinha ficado realmente preocupado com .
- Não, eu só a ameacei, ela que me atacou – ela me olhou com os olhos cheios de raiva – ela quase arrancou meu dedo!
- Não acredito que ela tenha feito isso – falei – sem um motivo.
Ness deu de ombros.
- Não interessa agora – ela caminhou até ficar de frente pra mim – eu quero saber uma coisa de você Jacob, quero saber com quem você vai ficar.
- Eu já te expliquei quão confusa está a minha cabeça, Ness.
- Bom então faça um teste – ela falou mais calma – você já ficou com ela e descobriu como se sente, agora é a vez de testar o que acontece comigo.
Ela se aproximou mais e me puxou pra um beijo. Eu não resisti. Eu não quis resistir, Ness tinha razão, talvez se eu a beijasse, talvez assim tudo se resolvesse, o imprinting finalmente se despertaria e eu a veria como mulher, como minha mulher.
Doce ilusão. No momento em que os lábios de Ness encostaram no meu eu não senti o que esperava, não era aqueles lábios que eu buscava. Aquela não era a temperatura certa, os lábios que eu queria eram mais quentes, mais macios...
A língua de Ness pediu passagem e eu cedi, mas aquele não era o sabor pelo qual eu ansiava, as mãos dela percorriam minhas costas nuas, meu corpo não se aquecia com aquele toque. Meu coração não acelerava com aquela presença.
Doía ter que admitir, mas eu não amava a Nessie, e eu não fazia idéia de como ia falar isso pra ela. Era por que meu corpo chamava, era por ela que meu coração batia. Eu não sei qual a razão de ter tido esse imprinting ‘defeituoso’ por Nessie.
Ela se afastou de mim com os olhos fechados. Eu não tive coragem de falar nada, eu não sabia como dizer. Eu não queria magoa-la ela era importante pra ser ferida dessa maneira. Mas eu não podia ignorar o que meu coração pedia.
- Não precisa falar nada Jake – Ness falou me olhando nos olhos – depois que fui na casa de – ela caminhou até a janela e ficou olhando a floresta – eu cheguei aqui muito nervosa, muito nervosa mesmo. E ao que parece, esse nervosismo, a raiva que eu sentia, fez um novo dom ‘aflorar’ em mim.
Eu a olhava sem entender nada, como assim um novo dom? e por que ela está falando isso agora?
- Eu posso ler pensamentos Jake – ele tirou os olhos da floresta e encontrou os meus – como o meu pai. Eu vi tudo o que você pensou desde que chegou a essa casa. Eu vi como você se sente em relação à , eu não posso lutar contra isso.
Ela voltou para perto de mim e colocou a mão no meu rosto. Então todos os momentos meus e de Nessie foram projetados na minha mente.
- Você vê – ela falou, as imagens continuavam a passar pela minha cabeça – comigo você sempre teve um sentimento de irmão. Agora veja isso – ela me mostrou os meus próprios pensamentos, a minha preocupação com , a descoberta de que é ela que eu amo – viu, com ela é diferente. Você a ama. E ela te ama de volta, eu pude sentir quando estive lá.
Ela tirou a mão do meu rosto e voltou pra janela.
- Foi por isso que eu fiquei com tanta raiva, eu não queria te perder. – ela balançou a cabeça negativamente – mas como a gente perde algo que nunca teve?
- Desculpa Ness – falei – eu não queria te magoar.
- Você não tem que se desculpar Jake – ela me olhou sorrindo – não se manda no coração. Você a ama e isso é algo que não pode ser evitado, simplesmente acontece.
- Mas eu não entendo – falei – e o nosso imprinting? Eu teria por obrigação, que amar você!
- Jake deixa de ser teimoso, a gente não tem que entender o amor, a gente tem que sentir, tem que viver. Você já sofreu tanto quando amava minha mãe, você merece ser feliz agora. – ela foi até a porta e a abriu – e eu sugiro que você vá até a casa de e a deixe saber o que você sente por ela.
- Obrigado Ness – falei dando um beijo em sua testa – você tem um coração de ouro, eu desejo do fundo da minha alma que você encontre alguém merecedor dele. Alguém que te faça feliz da maneira que eu não pude fazer.
- Tudo bem Jake, eu também espero que te faça feliz da maneira que eu teria feito. – ela me deu um beijo no rosto e eu sai.
Passei pela sala sem falar com ninguém, vi pelo canto do olho Edward se levantar, mas o enviei um pensamento claro “Agora não Edward, tenho uma coisa muito importante pra fazer”. Corri feito louco pra casa de , pela hora ela estaria sozinha. Paul estava na ronda e o John e Miah ainda não teriam voltado pra casa.
Decidi não bater na porta, escalei a janela do seu quarto e a encontrei deitada na cama. Caminhei devagar até ela e deitei do seu lado.
- Jake! – ela perguntou assustada se sentando. A puxei pra que deitasse de novo – o que você está fazendo aqui?
- Precisava te ver – falei a colocando de frente pra mim – precisava muito te ver.
- Renesmee esteve aqui – ela falou desviando os olhos dos meus – e eu acho que fui rude demais com ela.
- Eu sei, já fui lá conversar com ela – falei – e já resolvi tudo também.
- Resolveu tudo o que? – ela ainda não me olhava nos olhos.
- A minha vida, e a da Ness. Eu descobri uma coisa importante...
- E o que você descobriu?
- Que eu amo... – parei de falar, queria que ela me olhasse nos olhos – olha pra mim .
Ela se levantou de supetão.
- Eu não quero olhar pra você pra saber que você descobriu que a ama Jake! Eu sei que eu te falei que não te pediria nenhum compromisso, e eu não vou pedir. Mas eu não tenho como convencer meu coração a aceitar o fato de você ama-la. – ela falou de uma vez. Levantei da cama e fui até ela pegando-a pelos ombros.
- Olha pra mim – ela levantou o rosto, encontrando meus olhos. Ela chorava muito – Eu descobri que amo você. – os olhos dela adquiriram um brilho especial – Eu amo você Walker! Amo você como nunca amei mulher nenhuma na minha vida. Eu não imagino minha vida sem você.
Sem conseguir esperar mais eu a beijei, um beijo cheio de amor. Ela agora era minha. Minha e eu a protegeria, eu faria de tudo para mante-la na minha vida pra sempre...
- – sussurrei em seu ouvido – Kwop Klawtlay...

The End


N/a: E ai flores o que acharam dessa oneshot? Bom eu dei um fim que na minha opinião o Jake merecia. Nunca achei justo ele ter que ser babá de sanguessuga (nada contra a tia Steph nem à ideia dela!). Então... na minha opinião Jake tinha que ficar com uma loba, como ele e a Nessie tinha que ficar com Nahuel (apesar de não ter dito claramente na fic). Espero que tenham gostado.

11 comentários:

  1. LINDOOO *.*

    Eu disse que não ia cansar de ler essa fic ^.^
    Eu me adorei como loba...Femme Fatale. ADOROOOOO HHUAHAUHAUHAUHA

    BjaO fLOR

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  2. Eu simplesmente amei essa short fic. Também concordo que aquele final pro Jake foi o Maior erro da Titia Steph, acho que é por isso que amo as fics que dão ao Jake a oportunidade de ser feliz com uma mulher de verdade, não sendo babá da Renesmontra.

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  3. Amei essa one shot! E é a one shot mais longa que eu ja vi kkkkk
    É uma pena que meu nome, apelido e tals nao tenham aparecido. deu bug ou sei la. Mas eu amei!

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  4. Linda, como todas as fics que vc faz.
    Adorei parabéns.

    Bjos

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  5. Adooooro suas fics e essa não seria diferente.
    Ameeeeei, bjssssss!!!!!

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  6. Ameeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeei sua fic ta
    I-N-C-R-I-V-E-L
    Parabéns !!!!!!!!!!!!!!!

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  7. Adorei a fic!!!! Muito boa mesmo!
    Concordo com voce quando voce disse que nao concorda com a tia Steph. O jake merece coisa melhor do que um filhote de vampiro.

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  8. queria que tivesse continuação, achei muito boa a historia.Gostei muito msm

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  9. Amei,bem que merecia uma continuação né amore. Ah,concordo com vc sobre os casais Jake e loba e mostrinho com monstrinha

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  10. Owwwwwwwwwwwwwwwn amei!Amei!Amei!Amei!!!!!! Ficou perfeito!!!

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  11. Li essa finc algumas vezes ,perfeita! Cada vez que eu voltava
    A ler deu a sensação gostosa, mt incrível.
    Merece continuação.
    By Ruama Freipen

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