6 de julho de 2011

Airplane by Stéfane Goulart

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Airplane






PRÓLOGO



PDV



A Wish Right Now?





Apertei o cinto pela décima vez, enquanto terminava de roer o resto das minhas unhas. A comissária de bordo me informara que o avião já estava prestes a partir. Só demorava mais porque um passageiro se atrasara.


“Maldito”, blasfemei baixinho, enquanto me ajeitava no canto do avião. Minha poltrona dava para a janela, mas eu evitei olhar por ela, sabendo que provavelmente vomitaria se o fizesse.


- Você está bem, menina? – Uma comissária com cara de simpática me perguntou, parecendo perceber meu estado nervoso.


- Ahn... Sim, estou bem. É que eu não gosto de aviões – Tentei usar o melhor inglês possível.


Eu era brasileira, vinda do Rio de Janeiro. Tinha feito um intercâmbio há dois anos, nos EUA. Em Los Angeles. E foi muito bem-sucedido. A família em que eu caí era um amor: Sem crianças chatas perturbando, sem adolescentes (vacas louras) patricinhas para disputar atenção, maquiagem e garotos comigo (Sim, eu era uma adolescente de apenas quinze anos na época), sem cachorros para destruir meus deveres escolares. É, foi como estar em casa.


Já que a experiência fora muito bem-sucedida, resolvi que moraria por um tempo indeterminado nos Estados Unidos, país por qual eu era apaixonada desde pequena. Essa foi uma das razões do intercâmbio, também. Meu inglês não era perfeito. Quando as pessoas disparavam a falar rapidamente – um ato bem comum por aqui – eu me perdia totalmente na conversa. Mas isso era um detalhe. E meu sotaque brasileiro não era tão forte. Eu estava bem.


Meu pai passou dois anos inteiros trabalhando para poder juntar o valor necessário para eu poder viajar para cá novamente – desta vez na classe A do avião – para poder fazer minha vida. Bom, eu estava agora em NY, e pegaria um avião para LA. Começar minha vida, na verdade. Eu tinha conseguido um emprego de balconista, ano passado, enquanto ainda fazia o intercâmbio. O dono da loja disse que guardaria meu emprego, enquanto eu fosse terminar de resolver tudo no Brasil. Nossa, eu estava realmente bem. Agora era só alugar um pequeno apartamento, arranjar uma faculdade para estudar jornalismo, e viver. Eu devia muito à minha sorte.


Peguei um espelho na bolsinha de mão que eu carregava. Uau, eu estava um desastre pra quem começaria vida nova em algum lugar. Meus cabelos escuros estavam parecendo um bolo de aniversário. Eu estava sem um pingo de maquiagem na cara, e os olhos vermelhos de sono (não consegui dormir no dia anterior). Até minha pele – originalmente morena clara – estava palidamente doentia.


- Olhem, é ele! Meu Deus... – Sussurros inquietantes começaram por toda a classe A. Blasfemei novamente. Quem estava causando todo esse alvoroço? Tipo assim, com certeza não era Barack Obama dando uma de “sou-do-povo” e viajando entre pessoas normais.


O alvoroço continuava. “Inferno”, pensei comigo mesma. “Agora é que eu não vou conseguir dormir mesmo.” Abri a bolsinha novamente, e peguei meu MP3 caindo aos pedaços. Pelo menos eu havia posto muitas músicas novas ultimamente. E a maioria era americana. Eu era uma super fã de Paramore, The Pretty Reckless (n/a: é aquela banda da Taylor Momsen. Vale muito à pena ouvir!), Cobra Starship, 3OH!3, Kings of Lion, Muse... Todos gringos. Que ironia.


Coloquei os fones, e aumentei no máximo o volume do MP3. Encostei a cabeça na janela, fechando os olhos. Talvez eu até pudesse dormir...


- Sua poltrona é a 26, Sr. Pattinson. – A voz da comissária soou enjoativamente feminina e tiete.


Epa, peraí. Eu conheço esse nome... Não me mexi nenhum milímetro.


- Obrigado. – A pessoa sussurrou, parecendo tímida, e com uma voz incrivelmente sexy. “Foco, ”, pensei.


Soltei uma lufada de ar, e apertei os olhos. Minha poltrona era a 27. Então isso quer dizer que...


- Desculpe, eu estou te atrapalhando? – Um sotaque perfeitamente britânico soou leve como as águas de uma cachoeira ao meu lado.

Capítulo 1


PDV Robert


Atenção Demais


- Eu não vou conseguir pegar esse avião! – Praticamente gritei, enquanto Stephanie, minha agente, me seguia feito um cachorrinho.


- Claro que vai, Robert. Pare de reclamar, eu já liguei para o aeroporto, e eles prometeram segurar o avião enquanto você não chegasse – Disse, simplesmente.


Resmunguei. Finalmente as gravações de Water for Elephants haviam terminado, e eu estava livre para poder chegar ao meu hotel e dormir 14 horas seguidas, e relaxar. Finalmente.


Mas eu ainda tinha que enfrentar um avião cheio de tietes descontrolados até chegar à Los Angeles. Mesmo sendo na classe A, as pessoas não percebem o quanto me incomodam agindo histericamente, me venerando como se eu fosse um Deus.

Porque com certeza eu não era.


Entramos num táxi que nos esperava à beira da calçada, e o motorista deu a partida, seguindo para o aeroporto. Onde provavelmente estariam dois seguranças enormes, prontos para dar sua vida por mim. Por causa das fãs.

Suspirei, conformado com a minha vida. Provavelmente era a vida que muitos gostariam de ter. Mas eu não. Eu só gostaria de ser normal. De poder andar pelas ruas tranquilamente sem precisar de seguranças de dois metros de altura vestindo preto. Sem temer que surgissem crianças histéricas do nada, me perseguindo como se eu fosse um carrinho de sorvete. Eu não gostava disso. Sei que deveria ficar emocionado por pessoas perderem a fala perto de mim, ou por me venerarem. Mas eu não conseguia. Eu só queria ser uma pessoa normal.

Meu celular apitou. Meti a mão dentro do bolso esquerdo da calça. Havia uma mensagem.


Rob, eu gostaria de falar com você. Me ligue quando puder, ok?

Kristen


Suspirei novamente, e apaguei a mensagem. Eu não queria mais falar com ela. Não depois da última discussão que tivemos.

Ela também não me entendia.

Nossa, provavelmente eu precisaria de um psicólogo. Minhas ideias não estavam em ordem.

Mas o psicólogo provavelmente ficaria admirado comigo também.

É, não tinha saída. “Carregue sua cruz, Robert”, pensei.

O táxi freou bruscamente, me acordando dos devaneios. Abri a porta e pulei para fora, enquanto Dean pagava a corrida. Comecei a abrir o porta-malas para pegar a bagagem, e Dean veio me ajudar. Praticamente corremos para dentro do aeroporto.

- Com licença, o avião para Los Angeles já partiu? – Stephanie perguntou para a mulher do guichê. Os olhos dela se arregalaram quando ela me viu, e um instante depois um sorriso malicioso se formou em sua face. Ela se apoiou no balcão, tentando soar sexy.

- O avião está a sua espera, Sr. Pattinson – Ela sussurou, piscando.

Revirei os olhos, e agradeci rudemente, ignorando suas ridículas tentativas de ser provocante.

Chegamos ao avião, e Stephanie me entregou o resto das malas.

- Rob, eu vou ficar aqui por NY mesmo. Tenho que resolver um monte de problemas. Amanhã pegarei o avião para LA, ok? Vá para o hotel, e não fique dando mole por aí. Você terá um táxi te esperando logo que descer do avião. Tente ser simpático, tudo bem? Tire fotos com alguns fãs, etc. Ah, e cuidado com os...

- Paparazzi, eu já sei. – Resmunguei – Stephanie, eu não tenho dez anos de idade. Pelo amor de Deus.

- Tudo bem então – Ela sorriu – Até amanhã, e boa viagem.

- Para você também – Entrei logo no bendito avião, e tentei localizar uma das comissárias. Logo uma chegou até mim, e começou a tagarelar.

- Olá, Sr. Pattinson. Estou muito honrada em conhecê-lo. Que bom que está viajando pela nossa empresa. Não vai se arrepender. Meu nome é Annelyn Bates, e eu sou comissária de bordo do avião – Ela sorriu maliciosamente, como todas as outras, e estendeu a mão. As unhas eram extraordinariamente compridas, e tingidas de um vermelho intenso. Apertei a mão dela rapidamente, e soltei.

- Qual é o meu lugar? – Perguntei, tentando não encará-la.

Ela me guiou mais à frente. Os sussurros começavam a tomar conta do avião. “Eu mereço”, pensei. A poltrona perto da janela já estava ocupada por uma mulher. Que merda.

- Sua poltrona é a 26, Sr. Pattinson – Disse a aeromoça.

Agradeci, e sentei-me. Respirei fundo, e olhei para o lado. Eu estava enganado. Não era uma mulher, e sim uma menina. Não aparentava nem ter chegado aos dezoito. Os cabelos eram longos, muitos escuros, quase chegando ao preto. Mais os raios de sol que vinham de fora do avião faziam o cabelo dela tomar um ar levemente avermelhado. Ela estava com uma blusa branca, sem mangas, que evidenciava sua pele. Que era... Incrível. Bem morena, comparando com a minha pele exageradamente branca. O contraste da blusa branca com a pele era muito bonito.

A menina parecia estar dormindo, se não fosse a música alta nos seus ouvidos, e a respiração acelerada. Ela parecia estar nervosa. Ah, é claro. Eu estava no avião. Ela deve ter percebido. E provavelmente ela gritaria, ou pediria autógrafos, fotos, etc. Ela apertou os olhos. Parecia estar muito impaciente.

- Desculpe, eu estou te atrapalhando? – Tentei atrair a atenção dela, receoso de ela armar um escândalo típico adolescente.

Ela abriu os olhos, e tirou os fones do ouvido rapidamente. Seu rosto virou em minha direção, e ela arregalou os olhos. Lindos olhos, que não pude deixar de perceber. Eu estava acostumado a conviver com pessoas de olhos claros. Azuis, verdes, olhos comuns para mim. Até os meus, que variavam entre essas duas tonalidades. Mais os dela... Eram castanhos. Mas tinham uma luz incrível. Castanho-dourados, para ser mais exato. Mais eram completamente diferentes das lentes de contato amarelas que eu usava para interpretar Edward. Meu olhos ficaram presos nos dela por um tempo imensurável. Até que ela balançou a cabeça, e apertou os olhos. Abriu-os novamente, e continuou a me encarar, com a boca levemente aberta. Os lábios eram cheios e avermelhados. E pareciam tão macios e quentes. Qual seria a sensação de...

“Calma, Robert, ela é uma menininha apenas”, meu lado mais racional me alertou.

Ela parecia confusa, o que era extremamente interessante. Desviei rapidamente os olhos dos lábios dela.

- Olá – Sorri discretamente – Você está bem?

Ela piscou, e mordeu os lábios nervosamente. Apertei os olhos, evitando olhar.

- Anh, eu... Eu... Estou bem – Gaguejou, piscando várias vezes seguidas. Só faltava ela se beliscar. Aguentei o impulso de revirar os olhos, e sorri mais abertamente.

- Ah, que bom. Eu sou... – Estendi a mão, pronto para me apresentar. Opa, ideia idiota. - Bem, você deve saber quem eu sou.

Ela olhou para minha mão, e hesitou. “O que há com ela?”, pensei. Qualquer fã ficaria completamente louca para tocar em mim.

Mas talvez ela não fosse uma fã. Ou pior: Talvez ela seja Team Jacob.

Ela estendeu a mão, depois de um século. Era pequena, as unhas roídas e sem esmalte algum. A mão encostou-se à minha devagar. Era extraordinariamente quente e macia.

E agora que ela estava olhando diretamente para mim – com os olhos ainda confusos – eu podia ver o quanto ela era pequena e delicada. Mesmo ela estando sentada, as curvas doces de seu corpo eram visíveis.

“Ahh, que droga. Calma, Robert! Meu Deus, quando você ficou assim por uma mulher?”

Que na verdade nem parecia ser uma mulher ainda.

Mas estava em formação.

Tentei me concentrar no rosto dela. Estava avermelhado, os olhos encarando o chão. Percebi que ainda estava segurando a mão dela. Soltei rapidamente.

- Meu nome é – Ela levantou os olhos. ? Com certeza não era americana. E ela também tinha um sotaque forte.

- Você é de qual país? – Perguntei.

Ela enrugou a testa.

- Sou brasileira.

Brasileira? Nossa, eu já tinha ouvido falar que brasileiras eram as mais lindas do mundo, e tudo mais. Mas nunca tinha acredito literalmente.

E agora estava confirmado que era verdade.

- Brasil? O país do carnaval e do futebol, e das mulheres mais lindas do mundo? – Tentei usar humor para relaxá-la.

Ela sorriu, e suspirou.

- Bem... – Ela pareceu hesitar para encontrar a palavra certa – Teoricamente sim. Mas eu não me encaixo em nenhuma dessas categorias. Eu odeio futebol, e odeio o carnaval também. E obviamente não sou uma das mulheres mais lindas do mundo.

- Nisso você está errada – Sorri, observando os vasos sanguíneos tornarem-se mais evidentes em seu rosto – Mas porque não gosta dessas coisas?

- Porque eu não acho graça em futebol. Não consigo entender o motivo de tanta euforia desnecessária. E o carnaval é um Deus-nos-acuda. Um monte de homens tarados e bêbados por todos os cantos, levantando a saia de mulheres vadias que só estão a fim de... – Ela parou, e abaixou os olhos, envergonhada. Percebi que eu estava olhando fixamente para ela, e desviei os olhos. É, ela era excêntrica.

- Bom... Eu nunca estive no Brasil, então não posso confirmar essa teoria. Mas as pessoas parecem gostar bastante de toda essa bagunça. – Eu sorri, tentando aliviar o clima.

Ela sorriu também, e abanou a cabeça.

- Nem todas – Ela disse.

- Por isso que você resolveu vir para cá? – Perguntei.
Ela ficou pensativa por um segundo.

- Isso é parte do motivo – Ela sussurrou – Eu estava cansada do Brasil. Cansada da minha família, das pessoas à minha volta, cansada... Da minha vida.

Ela suspirou, e calou-se. Parecia triste.

- Ei – Ela olhou para mim – Não fique triste. Todos nós cansamos de algo, um dia. Bem, digamos que eu sou um expert nisso. Eu estou, sinceramente, cansado de toda essa algazarra à minha volta – Quando eu percebi, as palavras fluíam rapidamente, sem eu precisar me esforçar. Era tão fácil falar com ela...

Estranho.

- As pessoas te idolatram – Ela revirou os olhos, parecendo achar a ideia absurda.

- Você é fã?

- Como? – Ela enrugou a testa.

- Fã de Crepúsculo, quero dizer – Tentei entender o que se passava na cabeça dela. Menina linda e estranha.

- Sim, eu sou – Ela sorriu – Eu amo Crepúsculo. É uma das histórias mais lindas que eu já li. Talvez até a mais linda. Mas essa história de amor é perfeita demais para mim.

Como assim? Ela era uma fã? Porque não estava dando gritinhos histéricos, nem pedindo autógrafos? Ela estava me tratando... Como uma pessoa absolutamente comum. Será que ela tinha me reconhecido? É claro que reconheceu, Robert. Ela acabou de dizer que é fã. E que história é essa de amor perfeito demais para ela?

- Você é Team Jacob, não é? – Sorri, brincando.

- Não, pior que não – Ela deu uma risada gostosa, que me deixou sorrindo feito um bobo. Tentei corrigir minha expressão antes que ela percebesse.

- Tem certeza? – Perguntei, confuso.

- Claro que tenho... Você deve estar esperando que eu tire a roupa ou que peça para você me morder, provavelmente! – Ela riu novamente – Sinto muito por desapontá-lo.

Uau.

Bem, mas as duas ideias não seriam tão ruins assim. Muito pelo contrário.

Engoli em seco, tirando a ideia da minha cabeça. “Tarado pedófilo e pervertido”, pensei comigo mesmo.

- Anh... Eu acho que estou acostumado a ser tratado assim pelas fãs em geral. Na verdade acho que nunca me deparei com uma fã sensata.

- As garotas são muito... – Ela apertou os olhos – Digamos... Ah, não sei a palavra certa – Disse, apertando a mão contra os olhos.

- Quer dizer histéricas? – Tentei ajudar, resistindo ao impulso de gargalhar e deixá-la mais envergonhada ainda.

- É, exatamente isso – Ela sorriu levemente, abaixando os olhos.

Olhei bem em seu rosto.

- Quantos anos você tem, ? – Quando percebi já tinha perguntado.

Ela me olhou, parecendo assustada. Depois seu rosto relaxou. Será que ela era louca?

- Não ria de mim. Acabei de fazer dezessete – Ela revirou os olhos.

Dezessete?

- Está brincando, não é?

Ela me olhou confusamente. “Não. Não pareço ter dezessete?”

“Bem... Mais ou menos. É que, pela conversa, eu daria no mínimo vinte e cinco anos para você.” Acrescentei.

O rosto dela começou a ganhar um tom avermelhado. Como ela conseguia isso, com aquela pele morena?

“Algumas pessoas costumam me dizer isso. Mas eu não concordo. Eu sou uma adolescente brasileira comum. Só isso.”

“Aposto que a maioria das adolescentes brasileiras gosta da bagunça do carnaval.”

Ela deu de ombros, e soltou um bocejo enorme. A mão cobriu a boca instantaneamente.

“Desculpe-me por isso. Eu estou quebrada.”

“Entendo você. Foi um longo dia. Vou parar de tagarelar e deixá-la descansar.”

“Não está me incomodando...” Ela encostou a cabeça na poltrona, fechando os olhos.



A janela refletia a luz das estrelas, brilhando em um tom prateado do lado de fora. Estava de noite, e eu não podia imaginar que horas eram.

Olhei para , pela milésima vez. Estava ressonando, tranquilamente. Agradeci por isso – assim poderia observá-la melhor, sem ela corar de timidez.

O rosto dela estava completamente calmo e relaxado agora – sem vestígios de vergonha, de raiva ou de medo.

“Boa noite, linda menina brasileira.” Sussurrei, tirando cuidadosamente uma mecha de cabelos escuros e sedosos que caíra sobre seu rosto.

Capítulo 2


PDV


Sonho


Os raios de sol brilhavam pela janela. Eu já estava prestes a pedir para minha mãe fechar a cortina do quarto, quando abri os olhos e me toquei que não estava na minha cama, no meu quarto, na minha casa. Ou no meu país. Eu estava em um avião. Indo para Los Angeles, em um país que não era o meu. Com pessoas que eu não conhecia.

Esse pensamento me fez olhar para o lado.


Sim, não tinha sido apenas um sonho. Robert Pattinson estava sentado ao meu lado. E estava dormindo. Eu podia observá-lo agora.

Em todos os meus devaneios loucos de fã eu nunca imaginei que isso aconteceria comigo. Que eu fosse me deparar com ele, logo ele, em um avião.

Me inclinei no banco, e olhei para o rosto dele. O cabelo estava completamente desalinhado, como sempre, perfeito. A testa tinha um vinco – ele não parecia estar completamente relaxado. Mas como poderia? Com toda essa fama, todas essas pessoas em volta, toda essa pressão... Olhando bem, percebi que ele trocara de roupa. Estava com uma calça larga e uma blusa de mangas curtas, que evidenciava bastante seu braço definido.

Suspirei. Parecia que estava tendo uma visão do paraíso.


Seu rosto estava tão lindo, que não resisti. Estiquei a mão, e toquei com a ponta dos dedos sua bochecha macia. Deslizei a mão cuidadosamente, para não acordá-lo, até o queixo. Sua barba estava recém-feita, e o rosto liso como o de um anjo.

Ele se mexeu um pouco, suspirando. Tirei a mão, assustada, com medo de ele me flagrar o tocando enquanto dormia.

Ele levou um dos braços até os olhos, e resmungou. Em seguida abriu os olhos, apertados.


- Ahnn...


- Bom dia – Eu disse, sorrindo um pouco - Acordei você?


Ele bocejou, e em seguida seu olhar confuso fixou-se ao meu.


- Não... Claro que não. Bom dia pra você também, – Ele sorriu de canto. Prendi a respiração.

Olhando para ele, que acabara de acordar, mas continuava perfeito, me lembrei de que não tinha ido ao banheiro ainda, e provavelmente estava descabelada e com mau-hálito. Arregalei os olhos, e pulei da poltrona.

- Já volto – Eu disse, seguindo em direção ao banheiro. Eu podia sentir seu olhar nas minhas costas.

Praticamente corri pelo corredor do avião, me lançando dentro do banheiro. Escovei os dentes com uma escova descartável que estava na prateleira, e lavei o rosto. Meu cabelo estava péssimo, todo dividido em gomos embaraçados. Resolvi amarrar tudo em um rabo-de-cavalo.

Me despi, e coloquei uma blusa azul de alças, e um jeans. Peguei um tênis da mala, e voltei ao lugar.

Robert estava folheando uma das revistas, que provavelmente tirara do carrinho enorme que estava à sua frente, cheio de comidas, bebidas e revistas.

Ele sentiu minha aproximação, e olhou para cima. Seus olhos brilharam por um instante, e ele sorriu.


- Está bonita.


Senti meu rosto arder, e me sentei. Limpei a garganta e olhei para frente.


- Olhe só toda essa comida. Se dependesse das pessoas eu devoraria um elefante todos os dias – Ele deu uma risadinha – A parte boa é que tem café da manhã para nós dois.

Me arrepiei com o termo nós dois que ele usara. Será que ele se sentia tão envergonhado como eu?


- Sabe... Acho melhor pegar minha própria comida... – O rosto dele praticamente despencou. Me arrependi imediatamente – A não ser que você queira minha companhia – Tentei consertar.

Ele sorriu, olhando para o lado.


- Realmente quero – Então ele olhou para mim novamente, os olhos expressivos e quentes – Sabe disso.

Engoli em seco. Porque ele me fazia sentir... Assim?


- Anh... O que tem aí?


Ele sorriu, voltando sua atenção para o carrinho de comida.


- Tem panquecas, ovos, bacon, suco... Até marshmallow! – Ele riu, colocando um enorme na boca.


Dei uma gargalhada.


- O café da manhã de vocês é muito engraçado...


Ele olhou para mim, ainda mastigando – Por quê?


- Bem... Lá nos comemos basicamente pão com manteiga e café-com-leite. As panquecas são comidas como refeições normais, e os ovos e o bacon também. O bacon é usado em hambúrgueres, também... – Expliquei sobre o cardápio brasileiro, desde o café da manhã até o jantar. Ele parecia fascinado.


- Nossa, nunca imaginei que fosse assim... Sempre que eu ouvia falar do Brasil, achava que vocês se alimentavam de arroz e... – Ele vincou a testa.


- Feijão? – Dei uma risada.


- É, exatamente isso – Ele sorriu – Um dia irei lá, verificar esse cardápio – Ele se virou, fisgando uma panqueca pequena com um garfo.


- As gravações de Amanhecer serão feitas lá?


Ele pensou um pouco, e tossiu.


– Não sabemos ainda. Os produtores não nos informaram... Mas eu realmente gostaria que fossem. Mesmo sendo pequenas, seria legal visitar o famoso Rio de Janeiro – O sotaque dele ao falar Rio de Janeiro me fez rir.


- O que foi? – Ele perguntou, com a boca cheia de marshmallow.


- Nada – Eu ri – Seu sotaque é forte... Dá pra perceber que você é inglês, mas os americanos em geral também parecem ter dificuldade para falar palavras brasileiras.


Ele deu uma risada.


- Você também tem bastante sotaque, sabia disso?


- Mesmo? – Perguntei, vincando a testa – Dá pra perceber que eu sou gringa?


- Dá, sim – Ele sorriu – Você tem feições diferentes... O rosto mais marcado, a pele mais morena, os cabelos mais grossos e escuros, o corpo mais esbelto, os lábios mais carnudos... – Ele limpou a garganta - E bastante sotaque. Mas é até charmoso – Ele virou o rosto, olhando para o corredor.

Respirei fundo. Ele parecia estar tão envergonhado quanto eu.


- Eu não gosto da minha aparência – Sussurrei.


Ele olhou na minha direção, com uma ruga entre as sobrancelhas.


- E por quê?


- Bem, eu... – Apertei as mãos no colo, e passei a olhar para elas – Eu não sei, eu... Eu acho que não me encaixo no padrão de beleza mundial, se é que me entende. Eu realmente não sou branca, ou loira... E vai ser bem complicado me adaptar aqui nesse país, sendo diferente...

Ele esticou a mão, e a pôs embaixo do meu queixo, me fazendo olhar para ele.


- Não diga isso. Não é desse jeito que as coisas funcionam, . Você é... Bom, digamos... Linda, quero dizer... Sua beleza é diferente da maioria ao qual estou acostumado, se é que me entende. Mas é uma das coisas que te faz única. Assim como sua inteligência, e sua personalidade. Você é... Realmente muito atraente. Acredite em mim.

Encarei seu olhar firme. Eu estava me sentindo hipnotizada por seus olhos. Eu não sabia dizer se eram azuis, ou verdes. Eles eram uma mistura dos dois... E estavam brilhando, pareciam estar em chamas. Ele ainda estava com a mão no meu queixo, me fazendo sustentar seu olhar. Nós estávamos tão perto um do outro que eu podia sentir sua respiração batendo no meu rosto.

Desligando a mente do meu corpo, segurei seu ombro, me aproximando mais. Com a mão livre, ele tocou levemente meu rosto, empurrando uma mecha de cabelo nervosa que teimava em cair, para trás da minha orelha. Em seguida seus dedos circundaram meus lábios, me fazendo suspirar. Chegamos mais perto, e então...


- Mãaae, aquele ali não é o Edward? Eu quero um autógrafo, Por favooor! – Uma voz estridente de criança soou praticamente por todo o avião.

Nos desenlaçamos rapidamente, como se a pele do outro estivesse queimando. Uma menina de uns 10 anos veio correndo à nossa cadeira, e se jogou sobre Robert, que pulou, assustado.


- Me dá um autógrafo, por favor, Edward? – A menina esfregou o papel na cara dele, que a olhava atônito.


- Ahnn... Bem... Tá, tudo bem – Ele gaguejou, e pegou a caneta da mão dela. Rabiscou qualquer coisa, e entregou.


- Ahh, eu amo você, sabia disso? Será que você pode tirar uma foto comigo? Vou mostrar para as minhas amigas, elas vão morrer de inveja! Sempre gostei mais de você do que do Jacob, sabe? Ele é chato! Você vai ficar com a Bella, né? Diz que vai! – Ela estava praticamente pulando em cima dele, que continuava atordoado.

A criança jogou uma câmera em minhas mãos.


- Ei, você! Pode bater essa foto de mim e do Ed? – Ela acabou mesmo de dizer Ed? Não sabe nem o nome dele, chama pelo nome do personagem, e ainda abrevia?


- Faça isso logo, por favor – Robert sussurrou, seu olhar implorativo.


Suspirei, e apontei a câmera para eles. A menina se pendurou no ombro dele, dando um sorriso enorme e desdentado. Ele deu um sorriso amarelo e fechado para a câmera. Apertei o botão, e o flash bateu no rosto deles. A menina sorriu, e ele fechou os olhos, devido à claridade.


- Obrigada, Ed! – Ela gritou, estalando um beijo babado de criança na bochecha dele, e depois pulando e correndo pelo corredor, em direção à mãe.


- O que foi isso? – Eu sorri, rindo da expressão no rosto dele.


- Nessas horas eu tenho vontade de passar o resto da vida em uma ilha deserta. Sem internet, sem fãs histéricas ou paparazzis – Ele suspirou.


Fiquei observando seu rosto, enquanto ele apertava os olhos. Ele olhou para mim, depois de um tempo. Seu rosto ficou avermelhado.

- O que foi? – Ele sussurrou.


- Nada, eu... – Fui interrompida pela voz que ecoou por todo o avião, informando que o vôo já havia chegado ao destino, e que logo aterrissaria.


- Bom, parece que já chegamos – Dei um sorriso pequeno. De um lado estava feliz, pois eu havia chegado ao meu destino, e começaria uma nova vida.


E por outro lado mortalmente ferida e triste, pois sabia que o que havia vivido ali era um sonho.


Eu nunca mais veria Robert Pattinson novamente.


Capítulo 3

PDV Robert

Monotonia



Eu não sei o que deu em mim no momento que toquei o rosto dela, e nós ficamos tão perto. O hálito dela era tão bom, tão... Quente. O rosto macio, os cabelos sedosos. O que eu mais queria naquele exato momento era beijá-la. Mais nada. Aqueles lábios avermelhados e cheios estavam me enlouquecendo. E eu podia ver o desejo nos olhos dela também. Aqueles olhos escuros, cheios de vida, apontando o quanto ela estava desconcertada e o quanto nosso desejo ardia, chocando-se em nossos corpos, flutuando acima de nós.

De certa forma, até me sinto agradecido por aquela criança ter atrapalhado essa cena. Porque eu não sabia se poderia me controlar. Eu poderia fazer amor com ali, no avião. Na frente de todos, sem me importar com mais nada.

Monstro, minha mente me acusou. “É uma menina ainda”, pensei, culpado e envergonhado por minhas atitudes recentes.

Mas pelo simples fato de ela ser uma menina, pura, inocente, com aquela beleza sensual e angelical, só a fazia mais atraente. Será que eu estava apaixonado? Não, obviamente não! Eu a conhecera há um dia! E realmente não acreditava em amor à primeira vista.

Mas porque doía tanto em mim apenas cogitar ficar longe dela?

É, eu estava louco. Provavelmente havia sido todo o estresse à minha volta, toda a pressão. Eu precisava de tratamento.

Agora ela estava com as mãos no colo novamente, olhando para baixo. Seu olhar estava longe – ela parecia estar muito aérea. Distante.

- ? – Ela levantou os olhos, e me encarou.

Eu não senti necessidade de dizer mais nada. Nem ela. Nós dois sabíamos que o que sentíamos não poderia ser dito. Não poderíamos expressar.

- Gostei de ter conhecido você – Ela sussurrou, com uma ruga se formando na testa.

Eu me aproximei, e toquei o vinco em suas sobrancelhas.

- Eu também. Não sabe o quanto... – Fui interrompido pela voz estridente, avisando que o avião havia pousado. Os passageiros começaram a se levantar, indo em direção às portas.

Com um suspiro, levantei-me, e peguei sua bolsa, que estava acima do nosso assento.

- Vou carregar para você.

Ela abaixou a cabeça, e seguiu à minha frente. Desceu do avião pela porta de desembarque, e eu a segui.

Paramos um pouco antes de entrar no aeroporto. Dei uma olhadela em volta, esperando algum paparazzi saltar de uma moita e tirar uma foto milionária na minha cara. Aparentemente, ainda não tinha nenhum.

Aparentemente.

suspirou, me fazendo voltar minha atenção para ela. Olhando agora, eu tinha bem mais foco do que no avião. Ela era realmente mais linda do que eu havia enxergado.

- Bem, eu... – Baixei a bolsa no chão, e ela esticou a mão para pegar a alça. Não resisti ao impulso, e peguei sua mão. Ela levantou os olhos, e deu um sorriso fraco – Eu tenho que ir. Tem um taxi me esperando, provavelmente.

- Eu também tenho que ir. Ainda tenho que passar na casa do proprietário do apartamento que eu vou ficar, pra pegar a chave...

- É aqui em LA? – Perguntei, esperançoso. Talvez nós pudéssemos nos ver novamente... A ideia martelou minha mente, me fazendo sorrir automaticamente. Mas logo meu rosto desabou.

Ela era uma mulher livre. Tinha o direito de ter um cara que pudesse amá-la, honrá-la e fazê-la feliz.

E eu realmente não era esse cara. Eu mal podia parar para tomar um chá – vivia com a agenda lotada, e centenas de pessoas ao meu redor.

- É aqui em LA, sim. Talvez nos esbarremos novamente – Ela sorriu, e pegou a bolsa.

Cheguei mais perto dela, e beijei seu rosto demoradamente.

- Até logo, eu espero – Sussurrei contra a pele dela – Cuide-se, por favor.

- Você também – Ela murmurou, tirou sua mão da minha, e virou as costas, se afastando rapidamente, em direção ao guichê.

Caminhei até dentro do aeroporto, com duas bolsas minhas, com algumas roupas. Atravessei-o, e parei na calçada. O táxi estava lá, e o motorista do lado de fora, encostado no carro.

- Olá, Sr. Pattinson.

- Oi – Grunhi, e entrei no carro, enquanto o homem jogava minhas bolsas no porta-malas.

A viagem até o hotel foi curta. Talvez porque eu estava com o pensamento longe.

Eu estava pensando nela.

Repreendi a mim mesmo. Porque eu não parava de pensar em ? Afinal, era apenas uma das milhares de adolescentes que existiam no mundo.

Mas ela era diferente. O jeito, a inteligência, a timidez, a inocência... A graça.

Bati a cabeça no banco, me recostando, e tentei pegar no sono. Inutilmente, é claro.
Logo o carro estacionou na frente do hotel. O motorista saltou logo, para abrir o porta-malas. Abri a porta, e levantei preguiçosamente do banco. Ajudei-o com uma mala, e seguimos em direção ao hotel.

Antes de passar pela grande porta de vidro, surgiu um flash por trás de mim. E depois foi aumentando, aumentando, até que eu não pude enxergar mais nada. Reprimi o impulso de mandar todos à merda, e entrei no saguão.


O quarto era normal, mas sem deixar de ser luxuoso. Obviamente, eu era um cliente vip, ótimo. O banheiro era grande e branco, de uma limpeza impecável. Tirei as roupas rapidamente, deixando-as espalhadas pelo quarto, e fui em direção ao enorme Box.

A água estava quente, quase me fazendo assar como um frango em uma panela de pressão. Mas não a esfriei – eu precisava daquilo. Inspirei fundo o vapor a minha volta. Eu estava começando a ficar tonto.

Sempre me senti melhor para pensar quando eu estava tomando banho. A água me fazia relaxar, me fazia voltar a ser o Robert de sempre – sem pressões, sem compromissos, apenas eu.

E eu realmente precisava pensar. O que tinha sido aquilo? Eu nunca sentira isso antes, nem em meus momentos mais loucos! No ensaio fotográfico da Details havia mais de uma dezena de mulheres nuas ao meu redor, se esfregando em mim, e eu não senti absolutamente nada. E agora, que eu pegara um avião qualquer, encontrara uma garota que me fez sentir... Coisas inimagináveis. Apenas com o toque de sua mão, ou seu olhar caloroso.

Me recusei a pensar em uma coisa, mas logo me veio a cabeça. Não pude evitar comparar. “Kristen não me faz sentir assim”, analisei. No início de Twilight, no primeiro ano e no segundo, eu estava praticamente de quatro por ela. Não enxergava mais nada, sempre ansiava pelas cenas de amor entre Edward e Bella para poder beijá-la. Mas percebi, depois de um tempo, a partir da negação frequente dela em ocultar nosso relacionamento diante todos, que ela não queria nada sério comigo. A não ser me usar pra quando ela precisasse da minha imagem.

Se eu ainda sentia algo por ela? Claro que sim. Mas estava começando a se dissipar.

Inspirei o ar vaporizado, e sai de dentro do Box. Me enrolei em um roupão branco que estava no balcão, e fui em direção ao quarto.

Antes de eu chegar à cama, meu I-Phone tocou estridentemente. Olhei a tela, e já sabia quem era. Eu não podia mais adiar isto, então atendi.

“Olá, Kristen.”

“Rob? Nossa, eu estou te ligando à horas! Por que você desligou o celular?”

“Eu estava em um avião.” Respondi, suspirando.

“Já está em Los Angeles? Chegou no hotel?”

“Sim e sim. Está tudo bem com você?”

“Aham. Er... Logo que der vou ai ver você.”
“Tudo bem, Kristen” Ela ainda estava na Argentina, filmando On The Road. “Nos veremos logo.”

“Tchau, Rob. Beijo.”

“Pra você também.” Desliguei e atirei o celular na cama, subindo nela logo em seguida.

. Eu precisava vê-la novamente. Era mais que um desejo – era uma necessidade. O que ela estaria fazendo nesse momento? Será que também estava jogada na cama, pensando em mim?

Peguei o I-Phone, preparado para discar para ela. Foi aí que percebi que não havia pegado seu telefone, ou qualquer contato dela. Resmunguei, e pus o telefone na mesinha do lado da cama. Depois afundei a cabeça nos travesseiros, caindo no sono logo em seguida.


O tempo passou normalmente. Eu estava sem nenhum projeto recente, então podia ficar um tempo descansando. E isso era realmente bom.

Kristen viera ao hotel dois dias depois da ligação. Ela se hospedou em um dos quartos, e logo em seguida veio para o meu.

“Rob!” Ela se atirou em mim, quando abri a porta do quarto. Passei-a para dentro rapidamente, e fechei a porta. Ela estava pendurada no meu pescoço, beijando-o ardentemente.

E eu era um homem.

Desenlacei seus braços do meu pescoço, e a atirei na cama. Ela já estava sem a blusa, quando me dei conta. Pesquei seus lábios, rápida e vorazmente. Ela passou as mãos ao redor de mim, e logo em seguida elas passaram até o zíper da minha calça.

“Senti sua falta.” Ela sussurrou, mordendo meu pescoço.

Arquejei, beijando-a novamente, e afundamos em nosso ato sexual.


Capítulo 4

PDV

Estabilizada



Fazia uma semana que eu havia me estabelecido no apartamento. Ele era pequeno, mas realmente confortável. A sala era branca, com móveis harmonizando entre si. Não eram novos, mas tinham sua graça particular. O banheiro era pequeno e limpo – de ladrilhos tão claros que chegava a doer nos olhos. O quarto tinha uma enorme cama de casal – eu realmente não sabia para que precisaria de uma cama de casal. Mas... Fazer o quê. Pelo menos eu teria mais espaço para rolar e me espreguiçar. Tinha uma cozinha pequena – ótimo, porque eu também não sabia cozinhar, e os fast-foods da rua viriam a calhar – e uma varanda também pequena, com uma cadeira dupla. Fiquei com raiva no início, afinal, tudo nesse apartamento era duplo? Eu lembrava exatamente de ter pedido um apê para uma pessoa apenas. Bom, tanto faz mesmo.

Agora eu estava jogada no sofá, assistindo à pequena TV que se encontrava em uma mesa pequena. Estava passando American Idol, e eu não estava realmente prestando atenção. Minha mente estava em outro lugar. Talvez em um avião...

Sacudi a cabeça, tentando afastar os pensamentos que teimavam tomar minha mente. Soltei um bocejo involuntário, e deixei o controle remoto cair no tapete macio. Eu estava quebrada.

Logo afundei na inconsciência.


Então eu sonhei. Tá, foi bem estranho. Foi como se uma parte da minha mente achasse que era real, e a outra soubesse que era apenas um sonho delirante. Mesmo assim, eu estava lá. Sentada na beira do mar, com um vestido branco que ia apenas até o meio das coxas, e a parte de cima era tomara-que-caia. Mesmo sonhando, me questionei por estar usando uma roupa tão constrangedora e curta. Meu cabelo estava solto. O vento batia furiosamente nele, fazendo-o parecer hélices de ventilador.

Antes de eu poder sequer levantar, mãos firmes seguraram meus ombros, me fazendo permanecer sentada. Nem precisei olhar para trás para ver quem era – eu sabia, podia sentir a textura de sua pele e a respiração dele batendo no meu pescoço.

“Eu sabia que você voltaria para mim.” Suspirei, afundando nos braços dele.

“Você me quer, então eu estou aqui.” Ele esfregou os lábios na minha nuca, me fazendo tremer. “Senti sua falta, sabe?” Ela continuou com o mesmo movimento, os lábios deslizando pela parte de trás dos meu ombros, subindo até o pescoço. Não consegui resistir, e me virei abruptamente. Antes mesmo de encarar seu olhar eu já sabia o que encontraria. Olhos brilhantes, perdidos entre a tonalidade do verde e do azul, quentes e desejosos.

E eu não estava errada.

“Não como eu senti a sua.” Toquei seu rosto. Ele fechou os olhos, sua boca levantando no canto, em um sorriso.

Um de deus braços deu a volta no meu corpo, e me puxou pro colo dele. Arfei, e minha mão foi parar nos seus cabelos.

“Eu preciso de você, . Mais do que você imagina.” Então ele repetiu o mesmo movimento do avião – seus dedos circundaram meus lábios novamente. Então ele se aproximou, e me pressionou seus lábios nos meus.

Foi nessa hora que o despertador tocou, me fazendo cair do sofá. Peguei o celular, estressada, e desativei o despertador. Que dia era hoje, afinal? Verifiquei, e era sexta-feira. Que ótimo, eu estava tendo um sonho incrível, e uma droga de despertador atrapalha tudo. Eu era realmente muito sortuda. É.

Levantei trôpega do sofá, e me dirigi ao banheiro. Minha imagem estava péssima. Meu cabelo completamente rebelde, enrolando em alguns pedaços. Meus olhos vermelhos, e “decorados” com lindas olheiras escuras. Eu estava um caco, seriamente.

Me livrei da roupa que estava vestindo, e entrei na ducha quente. Estalei meu corpo todo, relaxando os músculos. Eu estava precisando de uma massagem urgente. Talvez, no estado que eu me encontrava, até aceitasse uma sessão de acupuntura. Mesmo tendo um medo mortal de agulhas.

Demorei mais um tempo indeterminado no banho, e depois sai, e me vesti. Estava tão calor assim, ou era eu? Fui para a sala e liguei o ventilador no máximo. Me joguei no sofá, e comecei a zapear pela TV. Ainda bem que tinha TV a cabo – isso era realmente ótimo. A parte ruim era que não haviam legendas, logicamente. E os apresentadores falavam bem rápido, na maioria dos programas. Eu estava me esforçando para entender.

Passei por um canal rapidamente, e depois voltei, ao ver uma coisa que me chamou a atenção. Era ele. Uma matéria sobre ele, na verdade. Algumas fotos apareceram na tela. Umas em que ele estava sozinho, em um campo florido. E em outras com Kristen Stewart.

É, a Kristen. Como eu podia ter simplesmente me esquecido dela? Ele estava com ela. E eu estava aqui, toda boba, pensando em como seria se nos encontrássemos novamente. Pensando nele, querendo saber se ele pensava em mim...

Bati a mão na testa, estressada. Que tolice! É claro que ele não estava pensando em mim! Eu era apenas uma menina qualquer, que ele conhecera em uma de suas inúmeras viagens. Como eu poderia saber quantas meninas sortudas ele já havia conhecido nessas viagens? E quantas meninas eram apaixonadas por ele, assim como eu. Apaixonadas mesmo sem conhecê-lo?

Não, espera aí. Apaixonada? Não, claro que não! Bati a mão na testa, novamente. Eu não estava apaixonada! Não fazia nem duas semanas que eu o conhecera. Isso era bizarro. Eu passara o quê, umas 8 horas com ele, naquele avião? E isso por causa da tempestade que estava acontecendo, fazendo o voo atrasar. Se isso não tivesse acontecido, talvez eu nem tivesse visto ele. Talvez eu nem pudesse ter tido a chance de olhar seu rosto, escutar sua voz, sentir sua pele em contato com a minha, mesmo que minimamente. E então o sonho me veio à cabeça, as palavras dele...

“Eu preciso de você, . Mais do que você imagina.”

Suspirei, afundando meu rosto nas almofadas. Eu precisava esquecê-lo. E precisava fazer isso logo.

Nossa, e por que será que estava tão calor? Eu estava passando mal, não era possível. Me sentei impacientemente no sofá, analisando. De que eu precisava? Bem, algo gelado. Talvez... Sorvete! Me levantei abruptamente, e corri para o quarto, procurando uma roupa leve, mas que ao mesmo tempo eu pudesse usar pra ir à rua. Havia um supermercado chique bem perto dali. Eram só algumas quadras de distância. E eu teria que passar na frente das mansões maravilhosamente imensas que haviam em LA. Oh, que maravilha.

Peguei um short meio rasgado e surrado, que eu tinha desde os 15 anos de idade, e uma blusa comum. Vesti rapidamente, depois prendi o cabelo em um rabo de cavalo emaranhado. Que ótimo, tudo estava perfeito. Argh.

Peguei as chaves em cima da mesa da sala, e sai. O sol estava de rachar – sem comparação com o calor fritante do Rio, é claro, mas mesmo assim quente. Droga, eu teria que subir para pegar os óculos escuros.

Depois de colocá-los no rosto, enfrentei o sol, e fui para a rua. As calçadas estavam cheias de gente, um pequeno alvoroço. Um flash disparou, e eu pude ver que obviamente era um artista. Me estiquei, tentando ver quem era. Cabelos longos e ruivos cintilando ao sol. Era uma garota. Me endireitei, e pude olhar direito, já que uma das pessoas da muvuca havia se movido.

Ahh, era a... Hannah Montana? Qual era o nome mesmo?

- Sorria para nós, Miley! – O cara com a câmera falou. É, isso mesmo! Miley Cyrus era o nome dela. Ela tinha minha idade, acho. E era muito bonita.

É, era bonita. E podia ser mais uma das garotas famosas caídas pelo Robert. Ótima “concorrência” a minha. Grunhi, e sai de perto da multidão com passos rápidos.

Esse lugar era realmente cheio de artistas! Eu sempre ouvia falar na TV que Los Angeles, Hollywood, era cheio deles. Mas não imaginava que a cada passo encontraria uma pessoa famosa. Antes de chegar ao super mercado eu pude ver Johnny Depp, cercado de homens e paparazzis, andando rapidamente. Ele não parecia muito feliz, também. A vida cercada de fama e atenção devia ser realmente chata.

Suspirei, aliviada por encontrar o mercado sem me perder. Logo na porta havia dois seguranças enormes, de terno. Meus olhos se arregalaram intencionalmente, e eu entrei rapidamente, depois de ser “avaliada” pelo olhar cortante deles. Eu por acaso tinha cara de bandida, ou algo assim?

“Sorvete, sorvete... Sorvete...” Fui passando pelas estantes enormes, chegando ao fim do super mercado, atrás do bendito sorvete. Passei por um corredor de biscoitos, onde tinha duas pessoas. Pareciam mãe e filha.

- Ele tá aqui, mãe! – A menina loura sussurrou, freneticamente.

- Ele quem, Jennifer?

- O Rob, mãe! Você sabe! – Ao ouvir ela dizer isso estaquei no lugar, quase batendo o carrinho em uma das estantes. Rob? Aqui? Não era possível! Como... Fingi olhar um dos biscoitos, apurando os ouvidos.

- O vampiro, daquela saga? – A mãe perguntou, desinteressada.

- Claro, né mãe. Você sabe que eu adoro ele! Ah, meu Deus, nem acredito nisso! Será que ele vai passar por essa seção? Será que ele gosta de biscoito? Meu Deus, nem acredito mesmo! Será que eu consigo um autógrafo? Minhas amigas vão morrer de inveja. Ah, se vão!

Desconectei-me da histeria da menina, com o coração acelerando. Ela não podia estar falando sério. Podia? Eu não estava pronta para encontrá-lo, não agora! Não desse jeito! Eu esperava nunca mais vê-lo, como...

“É aqui em LA?” Lembrei da voz dele, como parecia ansiosa ao me perguntar isso, aquele dia. “É aqui em LA sim” Eu respondi. “Talvez nos esbarremos novamente.”

Foi isso que eu disse! Mas eu não pensava, sequer imaginava que fôssemos nos esbarrar desse jeito! Não estava certo, eu... Eu nem estava decente! Olhei para baixo, histericamente. Minha roupa estava um lixo. Meu cabelo, nem se fale. Meu rosto, sem um pingo de maquiagem. Ele devia guardar uma imagem ótima de mim, uau.

Bem, mas talvez não nos esbarrássemos! O supermercado era realmente grande. Grande mesmo. Mesmo assim, eu precisava me certificar de que não o encontraria. Bom, eu queria vê-lo. Sim, como eu queria. Mas eu não podia. Não era certo ficar viajando, imaginando como seria se ele me beijasse, ou se ficasse comigo. Era um delírio, eu só podia estar ficando louca!

Bem, eu passaria longe das estantes com as coisas que ele gostava. Bom, do que ele gostava? Forcei minha memória a lembrar do café-da-manhã do avião. Ele estava comendo... Marshmallow! Isso mesmo, ele estava devorando os marshmallows da bandeja enquanto conversava comigo. Então seria isso. Eu passaria bem longe da parte de doces. Apressei o passo, empurrando o carrinho à minha frente. Sorri ao encontrar a parte das coisas congeladas, bem no final do mercado. Olhei para todas as opções disponíveis. Ca-ram-ba. Eu podia imaginar o preço dessas belezuras. Ainda bem que tinha ido preparada, com um dinheiro reserva. Eu podia me agradar comprando um sorvete caro, de vez em quando. Claro que podia. Peguei uma das caixas mais bonitas – uma preta, decorada com alguns pontos brilhosos, e uma letra cintilante. O nome do sorvete era engraçado, eu nem sabia pronunciar. Coloquei o pote no carrinho, e virei-o abruptamente.

“Aaaaai!” A reclamação aguda me fez olhar histericamente para cima. Não, não, não podia ser...

Ele levantou o rosto, um dos braços envolvendo a cintura e esfregando. Seu rosto estava franzido, mas depois seu olhar encontrou o meu.

Eu não sabia quanto tempo eu havia ficado sem vê-lo. Não lembrava os dias, não lembrava do avião. Eu não lembrava sequer meu nome.

- Você? – Ele sussurrou, os olhos arregalados.

Ficamos nos encarando, as expressões congeladas de surpresa.

Limpei a garganta.

- O-o-i... Q-quero dizer, oi – tentei firmar minha voz, que teimava falhar. Eu não acreditava. Ele era ainda mais lindo e inacreditável do que minha memória fazia jus. O corpo esbelto e alto, o maxilar forte, a curva suave dos lábios, os olhos... Os olhos brilhantes e quentes.

Minhas mãos formigaram.

- Er... Bem, eu... – Ele me surpreendeu, gaguejando também – Quero dizer, você... Você está bem?

Me forcei a fechar a boca e pensar coerentemente.

- Sim, eu... Eu estou bem, suponho – Dei um sorriso amarelo – E você?

Ele piscou várias vezes, e sacudiu a cabeça.

- Estou, bem... Estou sim. Do jeito possível, sabe – Ele limpou a garganta também. Logo em seguida passou a mão nos cabelos, em um gesto nervoso – Eu não esperava encontrar você aqui, pra dizer a verdade. Estou... Surpreso. E... Feliz – Ele acrescentou, em um sussurro.

Meu coração descompassou.

- Anh, eu... Sabe, eu também não esperava encontrar você aqui, esse lugar é tão grande! Quero dizer, essa cidade, Los Angeles, tão cheia de gente! Eu não sabia que... – Respirei fundo, cortando a enxurrada de palavras descontroladas que estava saindo da minha boca. Ele estava sorrindo de canto – Eu também estou surpresa, é isso que eu quis dizer.

Ficamos mais um tempo indeterminado olhando um para o outro. A expressão dele estava brilhante – como se tivesse acabado de ganhar na loteria. Não pude evitar um sorriso.

Pisquei novamente, forçando-me a não olhar mais para ele. Olhei possessivamente para os lados.

- Eu estou surpresa de não ter uns vinte paparazzi em cima de você, Robert.

Ele franziu, olhando para os pés. Acompanhei seu olhar – ele estava com um tênis surrado.

- Você viu dois seguranças lá fora, por acaso?

- Tá falando daqueles... Aquelas coisas enormes? – Eu queria dizer “montanhas”, mas havia esquecido como se pronunciava em inglês.

Ele soltou uma risadinha.

- Sim, eles mesmos. Minha agente os contratou, para eu ter mais privacidade. Se não fosse por ele, aqui dentro estaria cheio de paparazzis, flashes, essas coisas – Ele suspirou.

- Ahh, entendo... – Eu suspirei, sem saber o que dizer. Ele abaixou e olhou dentro do meu carrinho.

- Esse sorvete é meu preferido. É uma delícia, eu até ia comprá-lo agora, antes de você me atropelar e esmagar meu estômago – Ele riu.

Oh, legal. Eu tinha evitado a prateleira de doces intencionalmente, para não correr o risco de encontrá-lo, e tinha ido direto ao lugar que tinha o sorvete favorito dele.

Ah, mas dane-se. Eu estava radiante por vê-lo outra vez. Mesmo que fosse errado.

- Ahn, ele parece ser bom... Eu só peguei por causa da embalagem bonita, me chamou atenção. Eu nunca experimentei.

- Não vai se arrepender de tê-lo comprado, eu garanto – Ele sorriu novamente, e depois seu rosto ficou sério – Eu gostaria de chamá-la para tomar um sorvete comigo, mas imagino que você não queira ilustrar a capa de uma revista de fofocas.

- Como? – Não raciocinei o que ele tinha dito.

- Paparazzis, etc. Eles nos cercariam logo que saíssemos daqui – Ele franziu a testa.

- Ahh, entendo. Tudo bem, que isso. Eu já vou indo pra casa mesmo, só vim comprar esse sorvete, porque está um calor... Um calor – Eu ia dizer “dos diabos”, mas tinha esquecido como se falava. Novidade.

Ele riu novamente.

- Você se diverte bastante com a minha falta de experiência em inglês, né? – Eu ri também.

Ele assentiu, e continuou rindo. Depois de um tempo nosso olhar se perdeu um no outro, novamente. Então ele me surpreendeu, puxando minha cintura, e passando os braços ao meu redor.

- Eu senti sua falta, – Ele sussurrou no meu ouvido, e em seguida enterrou o rosto no meu cabelo.

Um arrepio subiu pela minha espinha, me fazendo tremer. Então eu apertei os braços em suas costas, e encostei a cabeça no peito dele. Um suspiro involuntário saiu da minha boca.

Então eu levantei o rosto para poder encará-lo. Ele já estava olhando para mim, o cenho franzido. Então ele tocou minha bochecha, passeando os dedos. Então aconteceu como antes. Nossos rostos se aproximaram novamente. Tão perto que eu podia sentir os lábios dele na minha pele.

Então eu fechei os olhos, e me afastei.

Capítulo 5

PDV Robert

Atordoado



Era mais um dia comum pra mim. Finalmente eu estava sem filmagens para realizar – um descanso, pelo menos. Estava levemente feliz. Depois de muito tempo.

Então eu não sei o que me levou àquele supermercado, exatamente o mesmo dia e a mesma hora que ela. Foi o destino? Eu não sei. Só sei que eu estava lá, novamente, perdido nos olhos dela.

Eu realmente me assustei quando vi o carrinho virando na minha direção. Eu não a tinha visto, até ela me acertar. E pela cara de surpresa que ela fez, ela também não planejava me ver ali. Ela era tão desligada. E estava ali, linda como sempre. A beleza dela era tão natural que chegava a me deixar perplexo. Ela não estava maquiada, os cabelos desarrumados, amarrados atrás da sua nuca, uma roupa normal – mesmo que nela nada ficasses simplesmente normal. O short era curto e velho, mas... Nossa. As pernas dela eram perfeitas, as coxas torneadas, grossas e bronzeadas. A blusa era comum, azul, mas parecia ter sido desenhada para ela. O peito dela subia e descia, com a respiração descompassada. Então eu subi o olhar, o rosto incrível que ela tinha. A boca cheia e rosada, as maçãs do rosto avermelhadas por causa do sol, os olhos quentes e castanhos.

Suspirei várias vezes, tentando esconder a excitação que ela me fazia sentir, e então me foquei no quão eu senti a falta dela. Eu tinha que admitir que o corpo dela era delicioso e me fazia pensar coisas imorais, mas eu também podia admitir, com certeza, que a presença dela já me satisfazia. Mesmo se ela estivesse usando um saco de lixo eu continuaria incrível. Era a essência dela – as palavras, o sorriso, os olhos.

Então meu corpo me desobedeceu, e eu a puxei para perto, sem me importar com as pessoas que poderia estar observando para depois postar em um site de fofocas. Poderia haver mil paparazzis – eu não me importava. O que importava era ela. Só isso. Meus braços a fecharam, e eu pude sentir o arrepio que tremeu seu corpo pequeno. Beijei seus cabelos, e sorri quando ela passou os braços pelas minhas costas, e apoiou a cabeça no meu peito, suspirando. Parecia que eu ia explodir de felicidade com aquele simples contato. Então eu pensei. Pensei no quanto eu a queria. O quanto ela era importante para mim?

Demais. Eu não conseguia me ver sem ela perto de mim. Não mais.

ainda estava com a respiração entrecortada. Ela levantou a cabeça, e olhou para mim, a expressão nublada. Eu estava olhando o rosto dela, então me perdi em seu olhar quente por um momento. Ela mordeu o lábio inferior, em um ato nervoso. Chamou minha atenção até seus lábios, vermelhos, quentes... Estiquei a mão, e toquei seu rosto. Será que ela me deixaria beijá-la? Só por um momento, eu queria sentir a boca dela na minha. Eu cheguei mais perto ainda dela, como se fosse possível. Aí ela me surpreendeu, e saiu dos meus braços.

- Ahn, eu... Eu... Eu p-preciso ir... – Ela gaguejou, apertando os olhos. Então eu me virei para onde ela estava olhando, e me dei conta da pequena multidão que nos observava.

Ah, merda! Isso com certeza seria assunto de fofoca por uma semana.

Mas eu não me importava. Que se danem todos. Eu já estava acostumado a virar intriga em todos os meios de comunicação possíveis. A coisa mais estúpida que postaram na internet sobre mim, que eu conseguia me lembrar, era meu suposto “affair” com Reese Witherspoon. Que coisa mais ridícula! Eu só havia feito um filme com ela, e a imprensa começava a supor coisas erradas. Ela era casada, dez anos mais velha que eu... Por Deus!

Suspirei, e segui ao caixa. Ela passou rapidamente, e começou a roer as unhas histericamente, enquanto a mulher loura do caixa passava o sorvete. Em seguida a mulher olhou para mim, arregalando os olhos. Um sorriso malicioso formou-se em seu rosto, e ela mordeu a boca.

- Boa tarde, Rob – Ela murmurou.

- Ah, obrigado.

Realmente não pude evitar revirar os olhos. Que patética.

Então meu olhar dirigiu-se à . Ela estava com o cenho franzido, seu olhar desviando da mulher para mim. Quando eu vi seus olhos, eles pareciam estar tristes. Por qual razão?

Então ela pegou a sacola, e virou as costas. Fui seguindo-a até a saída do supermercado, onde estavam meus seguranças. Acenei para eles, e continuei seguindo-a. Ela não pareceu que me daria atenção, então segurei seu braço.

- , eu... – Ela olhou para mim, e então meu coração parou. Os olhos dela estavam grandes e úmidos. Ela parecia estar prestes a ter uma crise de choro.

E de novo eu não pensei coerentemente. Puxei o corpo pequeno dela para perto do meu, apertando-a entre meus braços.

- Ei, o que foi? Você está bem? – Perguntei, histericamente, enquanto ela apertava o rosto contra a minha camisa.

- Nada - Ela disse, em um fio de voz.

Ela não se movia, então fui rebocando-a até o táxi que me esperava, como sempre. Entrei com ela, e pedi para o motorista ir até um dos parques mais distantes do centro de LA. Eu adorava ir para lá – era calmo, bonito e isolado de paparazzis e pessoas fofoqueiras.

Ela passou a viagem toda com a cabeça encostada no meu ombro. Eu estava com um braço envolvendo seus ombros, e com a outra mão eu acariciava seus cabelos. Ela estava com os olhos fechados, mordendo os lábios.

Então eu pensei. O que eu estava fazendo? Ela era uma menina, acima de tudo. Sozinha, em um país desconhecido. E eu era o quê? Uma celebridade, cercada de pessoas. Eu nunca poderia oferecer à ela estabilidade, uma família de verdade, sem a vida corrida que eu levo. Eu nunca poderia dar a ela o que ela merecia, o que ela precisava.

Mas eu precisava estar do lado dela. Deixar , ou parar de vê-la, só ajudaria a aumentar meu sentimento de culpa por não poder dar tudo a ela.

O motorista parou o carro, indicando nossa chegada ao “meu” lugar. Que agora seria nosso, provavelmente.

Ela levantou o rosto, olhando pela janela. Então ela mesma abriu a porta e saltou. Eu fiz o mesmo, e fiquei observando sua reação. Ela olhava ao redor, maravilhada, os olhos brilhando entre as lágrimas, e um sorriso desabrochando em seu rosto.

- Gostou?

- Nossa, eu... Eu nunca poderia imaginar que haveria um lugar tão lindo logo aqui, no meio dessa zona toda... – Ela respirou fundo, fechando os olhos. Então ela puxou o elástico do cabelo, deixando-o esvoaçar com a brisa suave. Eu só pude ficar ali, parado feito um bobo, observando o quanto ela era linda. O quanto era inocente e sarcástica ao mesmo tempo. As decisões que se formavam em seus olhos abruptamente, e seus momentos de indecisão e temor. O jeito que ela roia as unhas e mordia os lábios em atos de tique nervoso. O sorriso recatado e tímido que ela dava às vezes, em sua maioria ocultado por um daqueles enormes e cheios de luz, que só ela sabia dar.

- Tem até um rio! Caramba! – Ela correu em direção ao pequeno riacho que nascia na extremidade à esquerda do parque. Então ela sentou na grama, e tocou a água clara com a mão. O espelho d’água era quase perfeito, como nos filmes. Cheguei por trás dela, passando a fazer parte da pintura que se formava na água. Toquei seu ombro, e ela suspirou.

- Esse lugar é tudo para mim, sabe? – Eu disse, sentando do lado dela e abraçando-a novamente – É tão calmo, tão diferente da minha vida. Eu sempre venho aqui para pensar, para pôr as ideias em ordem, ou até me acalmar.

- E funciona?

- Bem... Na maioria das vezes sim. Eu me desligo de tudo lá fora. Todo o estresse, toda a correria... Tudo se esvai. As vezes eu tenho vontade de ficar aqui para sempre. Sabe, armar uma barraquinha e arranjar uma vara de pescar.

Ela deu uma risadinha.

- Está funcionando comigo.

Meu braço tomou vontade própria novamente, e eu puxei o queixo dela até poder olhar seus olhos. Ainda estavam lacrimejando, os lábios tremendo levemente.

- No que está pensando? – Sussurrei.

Ela fixou os olhos nos meus por um instante, mas depois os abaixou. O rosto dela estava quente na minha mão, e estava avermelhando de novo. Eu ainda não conseguia entender como ela corava, sendo morena.

- Eu estou sentindo falta da minha família. E não só disso, também... Meu país, as pessoas... Tudo. Aqui é tão... Diferente, digamos. Eu sempre sonhei em morar aqui, em fazer a vida aqui. Mas é tão estranho! Eu me sinto uma estranha – Os olhos dela derramaram gordas lágrimas, que cintilaram em seu rosto macio. Passei a outra mão nas bochechas dela, enxugando as lágrimas. Estava partindo meu coração vê-la tão frágil e indefesa daquele jeito. Eu estava acostumado a uma forte, determinada, com uma personalidade forte – fora assim que eu a conhecera, no avião. Mas agora estava vendo que ela era normal, também tinha momentos de dor, como qualquer ser humano. O quão estúpido eu era para achar que ela não chorava?

Em mais um impulso, apertei meu rosto no dela. As lágrimas agora eram dos dois. Eu compartilhava seu choro. Eu estava com ela. E eu precisava que ela soubesse disso.

- Você não é uma estranha, . Você só não está adaptada. Há quanto tempo você está aqui? Duas semanas, ou menos...

- O tempo não é o problema, Robert – Ela soluçou. Nossos rostos estavam unidos ainda, eu podia sentir a respiração descompassada dela – Por qual for o tempo que eu passe aqui, vai ser sempre do mesmo jeito... Eu sinto como se nunca fosse me acostumar. Como se eu sempre fosse eu, e apenas isso. Sozinha. Eu não posso confiar em ninguém, a não ser em mim mesma! Eu estou perdida – Ela sussurrou, com a voz completamente entrecortada.

- Você confia em mim? – Eu perguntei. Minha respiração estava pior que a dela. Eu estava arquejando, de tão próximo que eu estava dela. Ela pressionou um beijo macio na minha bochecha, e suspirou. Um dos seus braços estava nos meus ombros, e eu nem havia percebido quando ela havia o colocado lá.

- Sim...

E então eu saí de mim. Quando me dei conta, já tinha apertado minha boca contra a dela. Ela ofegou, e seus dedos foram parar na minha nuca, enrolando-se no meu cabelo. O beijo era desesperado – como se estivéssemos em um deserto, morrendo de sede, e encontrássemos um cantil de água. Eu apertei a mão fortemente em sua cintura, puxando-a mais para perto, como se fosse possível. Minha outra mão continuou em seu rosto, enxugando as trilhas de lágrimas quentes dela. Quando nossas línguas se tocaram, avidamente, meu corpo arrepiou-se, estalando, e eu não pude evitar o gemido de prazer que saiu da minha boca, que ainda estava misturada com a dela. Separamos nossos lábios tempo depois, quando eu estava completamente sem fôlego. Ela respirou fundo, então eu abri os olhos. Como se sentisse, ela abriu os dela também. Então eu me perdi naquele mar castanho-dourado, quente e amoroso. Ela estava com o rosto inteiramente rubro, agora. Ficamos nos encarando, buscando respostas para as perguntas não feitas, no olhar um do outro.

- Isso não está certo – Ela sussurrou, apertando os olhos.

- Eu achei que fosse querer me matar de tanto arrependimento, mas não. Eu não me arrependo por ter feito isso.

- Nem eu – Um sorriso brotou em seus lábios, que estavam vermelhos, e levemente inchados, por conta da ardência do nosso beijo. Puxei seu rosto para perto de novo. Eu precisaria dela sempre, e continuaria a amando sempre. Amando? Ah, Deus. Eu estava apaixonado por ela. Era irracional negar isso. Era besteira! Mesmo que eu a evitasse o máximo possível, o rosto dela continuaria na minha mente, e a voz dela na minha cabeça, e sabor dos lábios dela na minha boca.

O beijo agora foi mais calmo – menos desesperado que o primeiro. Nossos lábios já sabiam exatamente o ritmo uns dos outros, e eu não conseguia esconder o desejo que eu espalhava-se no corpo meu inteiro quando a língua dela encostava tímida na minha. Suguei seu lábio inferior diversas vezes – o gosto era ótimo. Como o melhor doce do mundo, com o sabor aumentado diversas vezes. Ela continuava com os braços nos meus ombros, e eu ainda estava com as mãos em sua cintura, mesmo quando o beijo acabou. Ela se apoiou em mim, e nós praticamente deitamos sobre a grama, olhando o sol, que começava a se pôr.


Capítulo 6

PDV

Então isto é estar apaixonada?


Acordei atordoada, olhando para os lados. Definitivamente aquela não era a minha cama. Aquele não era meu quarto. Então tudo se iluminou na minha mente, como um flash.

Robert.

Nós nos beijamos. Eu sabia disso, não só por estar sentindo seu gosto na minha garganta, ainda. Mas sabia disso também pelo meu coração estar quente. Eu o amava. Não importava o pouco tempo que nos conhecíamos, mas eu simplesmente o amava.

Levantei, cambaleante, da cama macia onde me encontrava. O quarto estava escuro, e vinha uma luz fraca do corredor. Segui a claridade, chegando à uma sala simples. No centro do sofá, ele estava dormindo, tranquilo.

Me aproximei, sorrateira, e observei de perto. Robert. Meu Rob. Era como o dia em que havíamos nos conhecido, no avião. Quando eu acordei e ele estava dormindo, e eu fiquei observando seu rosto.

Mas agora tudo era diferente. Eu podia tocá-lo. Mas eu deveria?

Cedi ao instinto, e dessa vez, toquei o rosto dele. Afastei uma mecha de cabelo acastanhado, que estava grudando na testa dele, devido ao suor. Então percebi o quão quente estava. A sala parecia uma estufa, mesmo com o ar condicionado que o ambiente possuía. Parecia que ele havia se esquecido de ligar. Levantei e liguei o ar condicionado, e em seguida me ajoelhei no chão, em frente ao sofá. Passei a mão na testa dele, afastando o cabelo, acariciando sua face. Era incrível, como ele podia ser tão lindo? Esse era o motivo das fãs caírem de quatro por ele. Só de olhar para uma foto já dava vontade de agarrá-lo e não soltar jamais. E pessoalmente... Eu não podia fazer outra coisa a não ser olhar para ele. Eu nunca vira homem tão lindo, como um anjo...

Ele se mexeu, respirando fundo. Então seus olhos se abriram, e ele me encarou por um segundo. Depois sorriu.

- Vejo que já está acordada – Ele se apertou no canto do sofá, me convidando a deitar também. Sentei na beirada, e ele enlaçou minha cintura. Suas mãos foram para o meu rosto.

- Você estava suando... Porque não ligou o ar condicionado?

- Eu realmente não lembrei. E não achei que fosse fazer tanto calor, por Deus! – Ele sorriu.

Eu estava levemente desconfortável nos braços dele. Eu não sabia se nosso relacionamento continuaria o mesmo de antes, apenas como amigos.

Então nos encaramos, novamente. Ele parecia ver o fundo da minha alma.

- Você quer que eu te solte? – Ele sussurrou.

- Não, eu... – Procurei as palavras certas para me fazer entender – Eu fiquei receosa, na verdade... Eu não sei exatamente se o que aconteceu é certo, ou se vai mudar algo – Meu rosto estava ardendo, então supus que estivesse como uma beterraba. Eu estava olhando para trás dele, incapaz de olhar em seus olhos.

Ele puxou meu rosto até o seu, e beijou minhas pálpebras.

- Para mim muda tudo, se você quer saber. Mas, como eu disse antes, não estou arrependido. Foi a melhor coisa que eu já fiz.

- Robert... Eu, eu tenho dezessete anos. Eu nem sou adulta ainda, e você é um homem – Lindo, maravilhoso, delicioso. Mas é claro que eu não disse isso – Enfim, eu... O que eu quero dizer é que você não ganharia nada estando comigo. Eu seria só um estorvo. Bem, mudando radicalmente de assunto... Onde estamos? – Olhei ao redor.

Ele afrouxou um pouco os braços da minha cintura, e suspirou.

- É um apartamento... Alugado, claro. Minha agente o conseguiu para que eu pudesse ter um pouco de privacidade. Mas a mídia não sabe dele. Se soubesse, eu não teria paz, nem aqui.

- Sua vida é difícil.

Ele me encarou novamente.

- Realmente... Mas, mesmo com tudo isso, eu não consigo me enxergar tendo outra vida. Por mais que isso tudo me deixe esgotado, é a minha droga de vida. Talvez eu a ame – Ele riu.

Não pude evitar uma risadinha. Ele era tão fofo, como um menininho. Por trás de todo aquele sex appeal – que ele tinha de sobra – havia um garoto, ainda. Que cresceu rápido demais. Mas ainda era um garoto, doce e inocente.

Ele fazia meu coração doer. Uau.

- – Ouvir meu nome dos lábios dele ainda era estranho – Depende de você. Eu... Bem... Ahn – Ele gaguejou. Tão fofo. Então limpou a garganta, e olhou para baixo – Eu agradeço seriamente à organização que fez aquela alerta de ataque terrorista. Se não fosse isso, eu teria viajado na classe A, e nunca teria conhecido você. Enfim, o que eu quero dizer é que não quero pressionar você... Como você mesma disse, você tem dezessete anos. Eu tenho vinte e quatro. E... Você é livre, sabe disso. Talvez eu não seja o cara certo pra você – Ele franziu a testa.

Parecia que eu ia explodir de emoção. Ele estava preocupado com o que eu achava! E eu crente que não havia sido nada, que seria tudo o mesmo. Sorri, do fundo da minha alma.

- Você estava preocupado com o que eu acharia de nós dois? Robert, eu, eu sou tão tola. Não seria bom é para você ficar comigo.

- A última coisa no mundo que você seria é tola. , eu, nem sei como explicar o que eu sinto... Bem, como explicar? Eu não posso ficar sem você. Mas por favor, não veja isso de uma forma diferente, eu não estou querendo te chantagear. Você decide se... Se quer ficar comigo. A escolha é sua. Mas saiba que você pode me ter sempre que quiser. Sabe, foi tudo tão rápido, é tudo tão novo pra você quanto é pra mim. Talvez eu esteja te assustando, talvez você me ache um tarado maníaco, mas me desculpe, por favor. Eu não sou a melhor pessoa do mundo, eu... Eu mesmo estou me assustando com o que eu sinto por você. Isso nunca aconteceu. Mas... Mesmo que você não queira ficar do meu lado, ou queira que seja algo passageiro – Ele engoliu em seco – Eu aguento. Eu só não posso ficar longe de você – Ele disse tudo tão rápido que eu quase não entendi.

Aí eu não pude evitar. Meus olhos se encheram de lágrimas novamente.

- Ei, você está chorando? – Ele tocou meu rosto, com a expressão preocupada – Eu sinto muito, eu sinto muito. Eu não devia ter dito isso tudo, você se assustou. Eu... – Toquei seus lábios com o dedo, impedindo-o de falar. Então me aconcheguei mais a ele, e encostei minha boca em seu ouvido.

- Eu estou completamente apaixonada por você. Ainda precisava dizer?

Então ele me virou, abruptamente, e me olhou novamente. Seu olhar estava tão vitorioso, como se tivesse ganho na loteria. Sua boca se contorceu em um sorriso lindo, e ele levou seus lábios até os meus, furiosamente. Meu corpo estava prensado contra o dele, e eu não podia diferenciar sua boca da minha, do jeito que estavam juntas. Enrosquei uma mão na nuca dele, enquanto a outra explorava seu rosto. Ele estava com os braços cruzados nas minhas costas. O beijo parecia sem fim – nem ele ou muito menos eu estava com vontade de encerrá-lo. Cada segundo que passava tudo ficava mais ardente. Quando eu não conseguia mais respirar, os lábios dele foram para o meu pescoço. As carícias começaram a aumentar, e uma de suas mãos foi para minha coxa. Sua boca voltou para a minha, sedenta. Então a outra foi até o zíper do meu short jeans.

Então ele parou o beijo abruptamente, e afundou a cabeça no sofá, com a respiração entrecortada.

- O que eu estou fazendo? – Ele perguntou, a si mesmo, arquejando – Na próxima vez que eu exagerar, que eu avançar demais... Me pare, por favor – Ele suspirou, olhando para o teto.

Eu estava sem reação. Se ele não tivesse parado, era capaz de estarmos agora...

- Olhe para mim – Ele pediu, com a voz suave.

Virei-me, devagar, e fixei meu olhar ao seu. Ele estava com a expressão mais relaxada agora. Enquanto eu provavelmente estava descabelada e com a respiração descompassada.

- Você é tão linda – Ele sorriu, mas sua expressão escureceu, em seguida – Eu não posso fazer qualquer coisa com você. Você é tão pequena, tão doce... Tão jovem. Mas às vezes eu me esqueço disto. E isso não pode acontecer – Ele apertou os olhos, franzindo a testa.

- Não sou tão pequena assim – Reclamei – Mas, você não está errado, eu... Acho que não estou pronta pra isso – Ainda, acrescentei mentalmente. Me assustei com a minha própria safadeza.

Ele deu um sorriso terno.

- Você é tão única – Então ele me puxou para os seus braços de novo, só que com mais carinho e cuidado, desta vez. Então seus lábios tomaram os meus, novamente. Mas agora o beijo estava calmo. A boca dele reconhecia a minha, nossas línguas travavam uma batalha doce. Meu ar começou a acabar. Então ele separou nossos lábios, sorrindo. Encostei a cabeça no seu ombro, e ele me abraçou mais.

- Vai dormir? – Ele disse depois de um tempo. A voz era distante e baixa.

- Talvez...

- Talvez eu devesse levá-la para a cama – Ele suspirou – Opa. Escolhi mal as palavras. Eu quis dizer no sentido “te pôr para dormir”.

Mal ouvi o que ele disse. Eu estava afundando no cansaço.

- Não, não vá... Fique comigo – Eu mesma não ouvi minhas palavras.

Rob suspirou, acariciando meus cabelos.

- Eu vou estar sempre com você.

Capítulo 7

PDV Robert

Lidar com as coisas



Com todo o pandemônio e toda a loucura
Chega um momento em que você se enfraquece para a escuridão
E quando você está encarando o telefone em seu colo
E você espera, mas aquela pessoa nunca te liga de volta
Mas isso é apenas como a história se desenrola
Você consegue mais uma mão logo depois que você recua

E quando os seus planos se desfazem na areia
O que você desejaria se você tivesse uma chance?
Então, avião, sinto muito. Eu estou atrasado
Estou no meu caminho, então não feche essa porta
Se eu não fizer isso, então mudarei meu voo
E estarei de volta à ele até o final da noite

Estou esperando que nós possamos fazer alguns desejos aos aviões

Podemos fingir que os aviões no céu à noite
São como estrelas cadentes
Eu poderia realmente usar um desejo agora



Passei a noite toda praticamente acordado, com nos meus braços. O sono dela era tão tranquilo e pesado que eu poderia mexer em seus cabelos à vontade, ou até fazer cócegas em seus pés, que ela não acordaria. Sorri com o pensamento.

Como se ela pudesse me ouvir, ela suspirou no sono. Então suas mãos agarraram minha camisa. Esperei, quieto, para ver se ela acordaria. Mas não. Ela continuou dormindo, agarrada a mim.

Minha mente logo começou a trabalhar, lembrando de tudo que havia acontecido comigo nesses últimos tempos. Eu havia terminado de gravar. Havia pegado um avião, e ido parar na classe C, por causa de uma chamada de ataque terrorista. Havia conhecido uma garota indescritível. Havia me apaixonado por ela. E agora estava com ela nos meus braços. A vida era realmente louca. Há alguns meses atrás eu nunca acharia que isso poderia acontecer comigo.

ainda estava ressonando tranquila. A roupa dela ainda era aquela do parque, o short, a blusa simples. O peito dela estava subindo e descendo com a respiração calma. Ela tinha seios definidos, nem grandes demais, nem pequenos demais. Sua cintura era marcada, e seu quadril largo e sinuoso. Então uma das pernas dela foi para cima da minha.

Segurei a respiração, temendo acordá-la. Eu ainda estava tentando amenizar o desejo que corria ardente em minhas veias. O desejo não só pela presença dela, mas também pelo corpo dela. E isso era errado. Eu estava descontando minhas frustrações sexuais em uma menina. Eu tinha que me controlar demais para não tomá-la para mim, naquele momento mesmo.

Respirei fundo. Ela ainda estava agarrando minha camisa, inconscientemente. Puxei um dos pulsos dela, e inspirei. Até seu cheiro era quente. Cheirava a tardes de sol, e dias românticos na floresta, no outono. Cheirava à document.write(Manuela).

Nossa, quando eu havia ficado tão bobo assim? Sorri com o pensamento.

Quando o relógio marcou 5:30 da manhã, eu dormi.


Acordei sentindo lábios doces se movendo suaves contra os meus. Ela estava deitada sobre mim – com uma das mãos enrolada no meu cabelo.

- Bom dia – Ela disse, sorrindo.

- Se eu soubesse que seria acordado assim, sempre acordaria depois de você – Retribuí seu sorriso, passando minhas mãos pelas costas dela. Ela tremeu, e em seguida suas mãos contornaram meu rosto.

- Já te disseram que você é assustadoramente lindo? – Ela sussurrou.

- Disseram – Suspirei – Mas isso não quer dizer que eu seja. As garotas são fascinadas por Edward Cullen.

- Mas eu me fascinei pelo Robert Pattinson – Ela olhou para os lados, seu rosto avermelhando – O que talvez me torne uma estúpida.

Ela era tão adorável quando estava envergonhada.

- Talvez deva saber que isso é mútuo. A parte da fascinação e a da estupidez. Bom, nós combinamos, ao menos.

Ela arregalou os olhos, me olhando incrédula.

- Como você pode dizer que nós combinamos? – Ela suspirou – Você é a coisa mais linda do planeta. Eu sou uma brasileira... Normal. E frustrada, perdida, e tudo mais. E adolescente – Ela revirou os olhos.

- Você não sabe do que está falando. Foram pouquíssimas as pessoas que me fascinaram durante a minha vida. Mas você está entre elas.

- Se eu não te conhecesse, diria que você usa drogas.

Dessa vez não pude evitar uma gargalhada. Apertei mais ela contra mim, e beijei a ponta de seu nariz.

- Engraçadinha – Ela riu, e encostou a cabeça no meu peito.

Ficamos ali abraçados por um tempo indeterminado, quando ela se remexeu.

- Você vai estar ocupado hoje? Sabe, eu ainda não voltei a trabalhar, mas você tem compromissos, uma agenda cheia...

- Que se danem. Eu não vou sair de casa hoje. Eu mesmo estou me dando folga.

Ela suspirou no meu pescoço.

- Eu estou acabando com a sua vida...

- Ei, é claro que não! Com você, ou sem você, eu ficaria em casa hoje. Não estou com a mínima vontade de sair. Sabe... Você poderia passar o dia comigo. Nós poderíamos, sei lá... Assistir uns filmes, comer pipoca. Esses programas de namoradinhos adolescentes – Dei uma risada, tentando esconder o nervosismo. E por quê eu estava nervoso?

Ela olhou para mim, seu rosto avermelhando-se de novo.

- Você quer passar o dia comigo? – Perguntei, cautelosamente.

- O problema não é esse... É claro que eu quero. Mas eu estou sem roupas comigo, e estou atrapalhando tanto a sua vida. Eu me sinto mal por isso – Sua testa se franziu.

- , olhe para mim – Ela levantou os olhos, seu olhar quente se fixando no meu – Eu preciso de você. Eu não sei o que seria de mim sem a sua presença... E falo sério. Eu estaria perdido. Como eu estava antes de você aparecer.

Ela sorriu, e se inclinou para mim. Seus lábios tocaram os meus, timidamente. O beijo dela era tão doce, casto, e quente ao mesmo tempo. Entrelacei minha língua na dela, ouvindo-a gemer enquanto agarrava meu cabelo. Eu poderia beijá-la para sempre – era de longe a melhor coisa que eu já havia provado. Ela estava deitada sobre mim, ainda. Então a virei de costas para o sofá, nossas bocas unidas. Mantive as mãos afastadas do corpo dela, para que não me descontrolasse e acabasse fazendo alguma besteira. Acariciei seus cabelos, e suguei seu lábio inferior. Começamos a ficar sem ar, então separamos as bocas, respirando fundo. Ela suspirou no meu rosto.

- Oh, the taste of your lips, I'm on a ride – Cantarolei.

- Britney Spears?

- Combina com o momento, sabe – Ela deu uma risadinha – Veio na minha cabeça do nada.

- And I love what you do, don't you know that you're toxic? – Ela completou, sorrindo – Você é fã dela?

- Não – Ri.

Mantivemos as testas encostadas uma na outra, um sentindo a respiração do outro. Continuei mexendo nos seus cabelos macios. Ela estava acariciando meu rosto, minhas pálpebras, meus lábios. Seus dedos eram leves como as asas de uma borboleta.

Eu a amava, tanto. Pensei em dizer isso a ela. Mas seria tão cedo... Ela poderia se assustar comigo, ou algo assim. A frase não dita ficou entalada na minha garganta.

Ainda estávamos nos acariciando. Ela estava com uma das pernas envolta ao meu quadril. Os dedos dela estavam brincando com meus lábios. Beijei seus dedos, e os suguei, brincando. Ela riu, e apertou seus lábios contra os meus, rapidamente. Então ela se apoiou no meu peito, deitando sobre mim novamente.

- Agimos como duas crianças de 5 anos – riu.

- Eu me sinto exatamente assim. Tendo 5 anos de novo. Nós estamos sentados no balanço do quintal, enquanto eu remexo o mato atrás de uma florzinha para você. Como um primeiro amor – Quando vi, já tinha falado. Observei cauteloso a reação dela. Eu não podia ver o rosto dela, e reprimi a vontade de perguntar o que ela achava disso.

Os minutos foram se passando, e ela ainda estava quieta, deitada sobre o meu peito. Eu estava prestes a perguntar o que estava havendo, quando ela levantou.

- Eu vou ao banheiro... Já volto – Então ela saiu rapidamente da sala.

Meu rosto se franziu, involuntariamente. Será que eu a havia assustado? Mas eu não disse exatamente “eu te amo”. Mesmo que estivesse escrito nas entrelinhas.

Bati na testa. Estúpido. Eu poderia acabar com tudo, apenas com uma frase. Decidi me manter quieto, antes de falar alguma besteira.

Depois de um tempo, ela voltou. Estava com os cabelos soltos, respirando devagar. Andava até o sofá olhando para os pés. Ou mais especificamente, para o chão. Então ela parou na minha frente. Seus olhos estavam focados em mim. Ficamos nos encarando por um tempo.

Então ela sentou no sofá, e seu rosto ficou abaixado. Então ela me olhou, e foi como em câmera lenta. Meu olhar estava preso ao dela, tentando decifrá-la. Podia sentir a respiração quente dela contra a minha pele. Nossos rostos se aproximaram, devagar. E então nossas bocas se tocaram, lentamente. Foi o beijo mais terno do mundo. Ela não enlaçou meu pescoço, e eu não a abracei pela cintura. Nossos corpos estavam ligados apenas pelos nossos lábios. O que era delicioso, e frustrante ao mesmo tempo. Foi como um primeiro beijo pré juvenil. Onde aquele adolescente tímido e nerd não sabe como chegar em uma garota, mas a garota é tímida também. Então, depois de anos de convivência, eles se beijam, desajeitadamente. Era o mesmo, conosco. Mas reduzindo os anos à apenas alguns dias.

Ela interrompeu o beijo.

- O que vamos fazer hoje, enfim? – Ela deu um pulinho no sofá – Bem, eu quis dizer, que DVD vamos ver?

- Bom, pode ser qualquer um. Têm alguns ali na estante. Você decide – Sorri para ela, tentando esconder o constrangimento.

Ela caminhou até a estante, e sentou-se no chão.

- Crepúsculo? – Ela sorriu, com o DVD na mão – Nossa, esse filme deve ser bom. Qual é o ator principal? – Ela revirou os olhos, com cara de desentendida.

- Realmente não sei. Deve ser algum amador – Suspirei, dramaticamente.

Ela riu, e colocou o DVD para rodar. Então sentou ao meu lado, entrelaçando suas pernas nas minhas. Envolvi a cintura dela.

O filme foi passando, com alguns comentários nossos. Rimos juntos dos efeitos especiais ridículos, da parte que Edward mostra para Bella que é um vampiro, e etc. Até chegar a parte do beijo no quarto. Manuela se mexeu. Limpou a garganta. Se mexeu novamente.

- Humm... Você e Kristen têm muita química – Ela disse, rapidamente.

Foi minha vez de limpar a garganta.

- Era necessário... Como nós faríamos uma saga de 4 filmes se não nos déssemos bem?

- Você entendeu o que eu quis dizer – Ela suspirou – Você... Ainda tem algo com ela? Quero dizer... Vocês ainda namoram?

Como ela podia fazer as perguntas mais difíceis de responder de uma vez só?

- Hmm... Eu e Kristen... – Tomei fôlego e prossegui – Nós nunca tivemos um relacionamento concreto, se você quer saber. Era cheio de altos e baixos, brigas, e etc. Bom, não que ela não seja ótima, ela é. É uma mulher com um ótimo futuro pela frente.

Eu não conseguia decifrar a expressão dela. ainda me encarava, com seus orbes pensativos. Tão distantes e ao mesmo tempo tão perto.

- Você ainda a ama? – Ela perguntou, em um fio de voz.

Ponderei a pergunta, antes de responder com certeza.

- Não a amo. Amava, antigamente. Não posso negar que tenho um sentimento de afeição por ela, mas não dá mais. Nosso relacionamento acabou.

Ela abaixou os olhos, mordendo os lábios. Sua testa estava ligeiramente franzida. Passei os dedos entre a dobra, fazendo-a olhar para mim.

- Você está duvidando do que eu disse antes pra você? Acredite, eu não teria dito aquilo à toa. É tudo real.

- Você tem certeza disso? Quero dizer... Certeza de que quer ficar comigo – Ela gaguejou um pouco – Sua vida se tornaria uma droga. Os paparazzi, as perguntas... – Encostei meu dedo indicador nos lábios dela, interrompendo o que ela diria. Então tomei um surto de coragem.

- Eu amo você.

44 comentários:

  1. Ok... eu vou viajar ao lado do Rob?.... ADOREI
    Quero so ver como vai acabar isso... posta mais flor!

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  2. OMFG!
    Euzinha,vou viajar do lado do Rob?
    Ah pai.
    Gameii de mais.
    Tipo,tem que ter maisss.
    Espero loucamente pelo próximo cap.
    XOXO

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  3. Só tenho uma coisa a fazer....
    AAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHH
    *dancinha da vitória*
    Eu quero mais *---*

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  4. Meu Deus Rob é um delírio. Dei graças a Deus por eu não ter sido histérica ao vê-lo isso é tão ridículo.

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  5. Posso matar a ridicula e poser que enterompel meu beijo? AAAAAAAAAAHHH!
    Adoreii o capitulo, o Rob foi muito fofo!!

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  6. Noooooossa, to adorando a fic *.*
    na parte do dialogo entre eles, não fiquei sem um sorriso bobo na cara um segundo sequer :D
    Att sempre tá? bj

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  7. Ahhhh além de viajar ao lado do Rob ele ainda se interessou por mim? Vou morrer ahhhhhhhhhhhh.... Ownnn que gracinha ele me espiando dormir... e eu espiando ele também!

    Mas que criança infeliz que interrompe o momento mais lindo da minha vida! Como assim? Eu ia beijar Rob Pattinson e essa coisa chega gritando e interrompe tudo! Ahh. que raiva!

    Adorei e quero mais! Bjo flor.

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  8. Por que eu me afastei? COMO ASSIM, ele ia me beijar!!!! AHHHHHHHH EU QUERO MAIS!!!!!!! OMG Rob me beija logo!!!!

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  9. Ual
    Robert é d+++
    quero proximo cap logo *-*

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  10. Ameeei

    Como assim eu me afastei quando ele ia me beijar?
    Quero maaais.
    *-*

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  11. aaaaaaaaai, to apaixonada pela sua fic *.*
    e isso mesmo, sou dificil kkkkk
    att sempre tá?
    bj

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  12. Como assim eu me afastei na hora do beijo?!!! Acho que estou enlouquecendo ou emburrecendo... que custa eu tirar uma casquinha dele?

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  13. WTF? Porque me afastei do BEIJO? Como burrada ¬¬

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  14. OMG,OMG,OMG!!!!! Que momento foi esse? Santo Deus quase morri lendo isso aqui..... aiaiaiaiaiaiaiai *momento cantoria on* Ôh Rob... "Beija eu, Beija eu, Beija eu me beija....."

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  15. Que beijo maravilhoso foi esse?!!! Simplesmente amei esse Robert sensível e apaixonado descrito nesse capítulo... espero que as confusões demorem um pouco a aparecer, porquê sabemos que esse paraíso não existe em 100% do tempo, não é mesmo?

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  16. oooooooooown *--------*
    amei. Quase chorei com esse cap, foi lindo.
    att sempre!
    bj

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  17. Owwwwwn *---*
    Que cap mais liindo
    Tô amaaando a fic
    Beijoos

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  18. Ai q liiiinndo! Eu já sou apaixonada pelo Robert, e agora então lendo esta fic... fico imaginando se fosse verdade, eu sei q sou sonhadora, mais fazer o q né?! muito boa história, posta ++++++++++ bjs.

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  19. Lindooooooooooo! um cap melhor que o outro *.*
    att! bj

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  20. Aiiin'
    Tudoo tãao lindõo' *---*
    Tô amandoo a Fiic'
    ♪ Não pára, não pára, não pára...

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  21. Eu e o Rob sozinhos em um apartamento e eu declaro que não tô pronta pro créu... Interna que tô doidinha !!!!

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  22. AMEIIIIIIIII.... Que coisa mais linda essa declaração! Gente eu e Rob.... perfeito demais não? Ele foi tão fofo no momento de perceber que eu sou novinha demais pas 'vias de fato'.... ta bom gente eu sou perva de vez enquando, mas tb tenho meus momentos sweet and romantic..... e eu amei esse capitulo, do inicio ao fim!

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  23. Que isso? Amei. Rob lindo!

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  24. OMG! OMG! OMG! OMG!OMG! OMG! OMG! OMG!
    ELE DISSE QUE MIM AMA ? ISSO MESMO POVO ?
    cara, eu adoro essas fics sempre mim fazem rir muito , kkk eu fiquei com ciúmes ? Que coisa! kk

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  25. MENINAAAAAAAAA, morri e revivi :o
    eu sou TOTALMENTE louca pelo Taylor, mas aqui você simplesmente me faz esquecer que ele existe. Eu estou LOUCA pelo Robert, e esses momentos foram muito lindos e bem escritos. Tudo tão detalhado que acreditei mesmo que estava lá kkkkk att sempre!amo sua fic *.*

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  26. Ai Meu Deus.... morri pela segunda vez no dia! Deixa eu explicar.... acabei de morrer lendo Coffee Girl *quem não leu vai ler que o capitulo ta maravilhoso* e agora morri com o Rob falando que me ama! Mori, Morri, Morri....

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  27. Noooooossaaa, como sempre estou AMANDO a fic, q legal imaginar o maravilhoso Rob c/ outra pessoa q não seja aquela coisinha... ainda mais imaginando q sou EU! haaaaaaaa! pena q é só uma história!!! bjs.

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  28. Ahhhhh que fic linda, Rob disse que me ama? *o*
    Continua que ta linda.

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  29. Eu sou Team Jacob total mais toh até gostando desse Rob...

    e esse eu amo vc dele me pareceu sincero....

    Bjo

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  30. Este comentário foi removido pelo autor.

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  31. KKKK Que legal que vocês estão gostando, gente. De verdade. Continuem acompanhando que vem muita coisa pela frente, rs.

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  32. Ta cadê mais? Já to agoniada aqui kkkk

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  33. aaaaaaaaaaaaaaaaaah, como ele e fofo gente *-*

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  34. Tenho que adimitir que sou totalmente team Jacob amo de paixao o meu Taylor mas essa fic ta me fazendo gostar do Rob de um jeitinho diferente... Nao que eu não gostasse dele antes mas sou sim team jacob até o final!! Continua a fic!!! Ta ótima!!!!

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  35. Eu ameiiii , AAAAAA Eu vo viajar ao lado do Rob, Aiai que sonho bom kkkkkk
    Beijoos a fic é otima

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  36. Devorei a fic tudo de uma assentada só e só tenho elogios a fazer. Trama coerente - mesmo que clichê - boa ortografia e gramática, personagens envolventes, desfecho de matar...
    Oxe, e isso é só o começo. Mal posso esperar pela minha reação e pela estória que isso desenvolverá! Amei a fic, virei leitora assídua!

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  37. Ahhh eu adoro essa fic! Muito boaaa posta mais!!

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  38. pelo AMOOOOOOOOOOR DE DEUS vc precisa continua essa história

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  39. Oieeeeeeeeeee, novata na area \o/ Amei a historia e quero ler mais urgentemente u.u \o/

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  40. MDS AMO/SOU ESSA FIC
    minina você ahazzou!
    ai meu core, ai meus feels <3

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