25 de fevereiro de 2012

Intercâmbio 2 - Chama Negra by Camy Caroline

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Prólogo




Volterra - 6 meses depois do confronto




-Aro, devemos agir agora. -disse Caius para o irmão que olhava distraído para algo que só ele via.


-Precisamos de mais um tempo meu irmão. Assim as coisas se colocarão em seu lugar por si só. -Aro respondeu com o olhar ainda perdido.


-O que acha disso Marcus? -perguntou Caius irritado com o desinteresse do outro irmão.


-Por favor, Caius, já discutimos isso antes. Eles não fazem mal algum. Tirando que eles precisam manter o segredo tanto quanto nós. -Marcus respondeu erguendo os olhos do grosso livro que tinha em mãos.


-Gabriella? -perguntou para irmã que acabava de adentrar no cômodo.


-Sobre?


-A situação de La Push. -respondeu Caius impaciente.


-Nada a declarar. -respondeu ajeitando seus cachos. -Gustavo tem algo a dizer a vocês.


-Mande-o entrar. -disse Aro demonstrando algum interesse.


Gabriella deu espaço para o jovem vampiro de cabelos cacheados com um suspiro indignado.


"Esse jovem tinha tanto vida pela frente". -era esse o pensamento que tinha ao olhá-lo.


Mas ela não gostava dele. Ele sempre tratara sua pupila com frieza.


-Mestre. -disse Gustavo olhando diretamente para Aro.


-Diga meu jovem. -Aro ordenou.


-Eu sei como atrair para cá. E desse modo será mais fácil tirar Kyara e Thaylyne de lá também. -disse obtendo total interesse de todos ali presentes.


-Pode falar. -Aro mandou-o prosseguir.


Gustavo explicou todo seu plano para os mestres não poupando nenhum detalhe.


-Como você sabe tanto? -perguntou Marcus desconfiado, internamente ele temia o que podia acontecer.


-Tenho um informante. -respondeu com os olhos brilhando para Marcus, ele podia farejar o medo dele.


-Então vamos agir. -disse Aro recostando-se em seu trono novamente. -Mande chamar Gianna.


Capítulo 1




P.O.V


-Estou morta. -falei me jogando em minha cama assim que pus os pés dentro do quarto.


-Pegou muito pesado na aula hoje? -perguntou Jacob enquanto acariciava meus cabelos.


-Bridget está doente, tive que substituir ela na aula para iniciante adulto. -respondi fechando os olhos e me lembrando de cada detalhe da aula. -Elas não paravam de conversar.


Jacob riu e eu o fuzilei.


-Por isso que eu digo que a aula para crianças é melhor. -disse ele erguendo as mãos na altura dos ombros.


-Um dia você ainda me vê dando aula. -disse eu levantando e abrindo a porta para Thaylyne que esperava do lado de fora. -O que você quer mocinha?


Ela passou direto por mim e pulou na direção de Jacob que a pegou no ar.


-Pai, você me leva na feira da reserva hoje a noite? -perguntou fazendo aquela carinha que ninguém resistia.


-Não sei, o que você acha ? -perguntou Jacob olhando para mim. Ele sabia muito bem minha opinião, mas como eu resistiria a aquela cara de cachorro que caiu da mudança que os dois faziam?


-Não sei, amanhã ainda é sexta-feira, eu tenho aula logo cedo e trabalho a tarde, você também. -respondi tentando apelar para o bom senso. -Tirando que Thaylyne também tem aula.


-Vamos, mãe. Por favor. -pediu minha pequena abusando de sua boa atuação. -O tio Billy, a vó, o vô, a Kyh e o Seth também vão estar lá.


Respirei fundo e me dei por vencida fazendo apenas um pequeno aceno com a cabeça e mandando Thaylyne ir para seu quarto se trocar.


-Jake, eu preciso conversar com você. -disse sentando ao lado de meu marido em nossa cama.


-Pode falar . -Jacob falou pegando minhas mãos e encarando com curiosidade meus brilhantes olhos.


-Eu acho que estou grávida de novo. –falei pegando uma de suas mãos e colocando em minha barriga ainda lisa.


-...


-Jake, eu tenho certeza de que agora é sério, eu até paro com as rondas se você quiser. -implorei rezando para que ele acreditasse em mim.


-, nós já conversamos sobre isso. –Jacob falou quando deitei em seu peito. –Não precisa ter pressa, não precisa ficar se martirizando por...


-Por ter perdido nosso filho. –completei a frase para ele e sendo atingida momentaneamente por uma nostalgia. –Não precisa ter medo de falar, já passou. –a verdade era que eu ainda me sentia um pouco triste ao me lembrar, mas aquela época eu ainda não estava preparada, então isso não me atingia mais com tanta força. –Jacob, pode ficar ao menos um pouco feliz com essa possibilidade? Eu só fico em período fértil a cada seis meses e por um período de tempo bem curto!


-Eu estou feliz! –exclamou indignado. –Só não quero que você se decepcione depois se você não estiver.


Eu fique o encarando por um bom tempo com uma expressão que eu imaginava ser desafiadora, mas não durou muito, pois eu caí na gargalhada quando ele ficou do mesmo modo que eu.


Os lábios de Jacob ficaram mais convidativos quando ele começou a rir também.


-Está pensando no mesmo que eu? –Jacob perguntou quando notou meu olhar hipnotizado assim que parou de rir.


Assenti alternando o olhar em seus olhos e seus lábios.


Jacob tomou meus lábios vorazmente me jogando contra o colchão macio. Rolei por cima dele ficando com uma perna em cada lado de seu quadril enquanto eu beijava e mordiscava sua orelha. 


Jacob nos rolou novamente e tomou o controle da situação beijando meu pescoço e clavícula expostos pelo vestido tomara que caia que eu usava. Enlacei uma de minhas pernas em volta de seu quadril aumentando nosso contato. Eu já podia sentir a ereção de Jacob apertar sua calça com esse mínimo contato.


-! Jacob! Isso são horas para vocês dois fazerem estas coisas? –perguntou Thaylyne.


Foi como um choque. Jacob e eu fomos para lados opostos da cama enquanto minha irmã mais nova nos olhava da porta completamente vermelha, o que era engraçado de ver em sua pele morena.


-Thaylyne, o que nós ensinamos sobre bater antes de entrar? -perguntei sentindo o sangue subir a meu rosto. -E aliás, como sabe o que estávamos fazendo? -eu já havia explicado a ela "como se fazia os bebês", mas não havia me aprofundado no assunto.


-Eu vi sem querer o tio Alec fazendo isso com uma vampira da guarda e... -quanto mais Thaylyne falava, mais pálida ela ficava.


-Por que não nos contou sobre isso? -Jacob perguntou se levantando da cama com segurança e caminhando até ela. Não pude deixar de notar que o susto o havia afetado. Reprimi um riso.


Thaylyne deu de ombros dizendo:


-Não achei importante.


-Você quer conversar sobre isso? –perguntei descendo da cama.


Mas ela apenas balançou a cabeça negativamente.


-Então nos espere na sala que nós já vamos. –disse Jacob a empurrando levemente para fora do quarto.


Trocamos de roupa rapidamente e fomos para a feira.


-, vamos na xícara? –Thaylyne perguntou apontando para o brinquedo montado um pouco a frente, a novidade da feira deste ano.


-Agora não. Vamos procurar a vó primeiro. –disse eu a puxando para o outro lado da feira. 


-Ah mãe. Por favor, por favor, por favor! –disse Thaylyne bloqueando minha passagem e pulando a minha frente. Ela sabia ser bem carinhosa comigo quando queria algo, até parava de me chamar de e usava o “mãe” com mais frequência.


-Deixa que eu vou junto com ela. –disse Jacob já indo comprar as fichas. 


-Eba! –exclamou Thaylyne animada e já correndo a passos humanos para a fila do brinquedo.


-Jacob... –o censurei. Já havíamos tido a conversa sobre mimar demais minha irmã.


-Assim você pode procurar sua avó com mais calma. –disse Jacob me dando um selinho.


-Não vou sem vocês. –sorri. Jacob estava se saindo um ótimo pai para Thaylyne, assim como um ótimo marido para mim. Ele sempre nos colocava em primeiro lugar. –Eu espero do lado de fora.


Compramos as fichas e ficamos na fila esperando a vez dos dois entrarem no brinquedo.


Enquanto eu observava os dois girarem dentro das xícaras, me peguei repassando os últimos seis meses em minha cabeça.


Comecei pelo casamento. Meu vestido, maquiagem, sapato, buquê, produção, Jacob esperando no altar mais lindo do que nunca. 


A lua de mel em Verona, nosso piquenique a luz do luar, os passeios pelos teatros e museus, as noites de amor quando chegávamos ao hotel.


O emprego que arranjei ao chegar a La Push e o emprego que meus avós deram a Jacob quando sua loja abriu em Port Angeles; os vampiros que matamos ao encontrá-los sugando a vida de  pessoas inocentes; a guarda oficial de minha irmã, que de alguma forma foi para mim e para Kyara ao invés de nossos avós; a reforma que fizemos na casa de Billy para que todos nós coubéssemos dentro dela; os dias incríveis que tínhamos com todos nossos amigos e familiares; os dias incríveis que eu passava com Jacob na casa da árvore ou em qualquer outro lugar; a alegria ao descobrir minha gravidez precoce; a tristeza quando sofri o aborto... Enfim, a vida perfeita que eu tinha, a vida que eu sempre quis.


Acenei para os dois de onde eu estava quando a xícara deles ficou de frente para mim e eles acenaram de volta.


-De novo! De novo! De novooo! –disse Thaylyne ao sair pulando do brinquedo. Jacob e eu rimos de seu jeito de criança, era exatamente como eu me lembrava dela antes de toda a nossa vida mudar.


-Qual era o combinado? –Jacob perguntou pegando em sua mão e começando a andar para o final da feira junto comigo.


-Ir na xícara e depois procurar a vó. –Thaylyne repetiu o que Jacob havia dito antes de entrarem no brinquedo.


-Exatamente, mocinha. –disse eu pegando a sua outra mão. –Quem sabe eu te deixe ir de novo amanhã.


-Mas só amanhã ? –perguntou fazendo aquela carinha irresistível novamente.


Não respondi exatamente como quando fazíamos antigamente, então Thaylyne apenas ficou quieta e andou junto conosco até as últimas barraquinhas da feira, uma em que minha avó vendia seus artesanatos e a que ficava em frente onde meu avô e Billy vendiam alguns pescados.


-Vó! –exclamou Thaylyne pulando habilidosamente por cima da porta da barraquinha e abraçando minha avó.


-Thaylyne, o que eu te disse sobre ser discreta? –perguntou Kyara perto de nós, ela também havia acabado de chegar. Eu agradecia minha irmã todos os dias por dividir a guarda de Thaylyne comigo e com Jacob para nos dar uma folga.


-Desculpa mãe. –desculpou-se Thaylyne usando a mesma carinha que usava comigo.


-Mais atenção. –cobrou Kyara.


Thaylyne olhou para mim implorando por uma folga nas regras.


-Não me olhe assim, você sabe que a Kyh tem razão. –eu odiava ter que agir assim com Thaylyne, mas tínhamos que educa-la de algum modo.


Thaylyne concordou de cabeça baixa e logo foi correndo de modo humano até Seth para cumprimentá-lo.


-Ainda na enrolação para casar? –perguntei à Kyara.


-Está brincando? Estou fazendo de tudo para adiar esse casamento, por enquanto morar junto já está ótimo. –disse Kyara em minha mente e eu ri silenciosamente.


-Por quê? Casar não é muito diferente disso. –perguntei em sua mente e sentando no banquinho ao lado da barraca da minha avó e arrastando Kyara junto enquanto os outros conversavam.


Kyara deu de ombros.


-Acho que tenho medo de anciãos, padres e juízes quando o assunto é casamento. –disse em minha mente fazendo-me gargalhar novamente.


Mandei a ela uma imagem minha vestida de noiva com ela vestida igualmente ao meu lado.


-Eu até aceito casar de novo se você casar. –falei rindo de sua careta fazendo com que minha avó, meu avô, Billy, Jacob, Seth e Thaylyne nos olhassem curiosos.


-Idiota. –sussurrou Kyara ficando vermelha.


-Também te amo. –falei para ela.


Kyara revirou os olhos e perguntou:


-Posso ficar com Thaylyne este final de semana?


-Pode. –respondi franzindo o cenho. –Você vai querer que ela passe a semana inteira na sua casa ou quer que ela volte para minha?


-Eu fico com ela. É só que este final de semana Seth quer ir ao parque de diversões que está em Seattle e eu pensei em levá-la.


-Posso ir junto? –perguntei já me animando, fazia tempo que eu não ia a um parque de diversões. –Poderíamos ir para a Disneylândia, o que acha?


-É uma ótima ideia. –disse Kyara com os olhos brilhando. –Faz tempo que estamos de marcar para ir lá, lembra?


Assenti lembrando de muitas de nossas conversas sobre isso. Apesar de estarmos todos adultos e com as vidas feitas, não deixávamos nossa parte adolescente de lado.


-Mãe. –chamou Thaylyne.


-Oi. –Kyara e eu dissemos ao mesmo tempo. Ela chamava ambas de mãe.


Rimos e esperamos nossa pequena falar.


-Eu quero aquele bolinho gostoso que a tia Sue vende. –pediu e eu levantei. 


-Deixem isso comigo. –disse eu já a tirando da barraca de minha avó. –Eu também estou morrendo de vontade de comer os bolinhos da Sue.


E eu saí pela feira com Thaylyne sob os olhos preocupados de Jacob.


Jacob P.O.V.


-Eu quero aquele bolinho gostoso que a tia Sue vende. –pediu Thaylyne e levantou prontamente para levá-la. 


-Deixem isso comigo. Eu também estou morrendo de vontade de comer os bolinhos da Sue. –disse com aquele olhar que ela só fez quando dizia estar com desejo quando esteve grávida e eu a olhei preocupado.


Eu amava , mas eu tinha medo da sua imprudência, pois quando ela queria alguma coisa não parava até tê-la. E assim, segundo ela mesma, ela poderia ter uma gravidez psicológica; eu tinha medo disso.


-Vou com a , quero falar com a minha mãe também. –disse Seth saindo de perto de nós e se aproximando de Kyara. –Você vem?


-Não, vou ficar aqui com a minha vó. –respondeu minha cunhada entrando na barraquinha de Dália e se acomodando num banco ao lado dela quando Seth saiu.


-Algum problema filho? –meu pai perguntou quando percebeu meu silêncio.


-Nada. –respondi suavizando a expressão e mudando de assunto rapidamente. –Esses pescados são de quando?


-Hoje de manhã. –Jason respondeu enquanto pesava um peixe para a senhora Gómez. 


-Jason e eu temos saído bem cedo para pescar desde que começou a feira. –meu pai respondeu muito orgulhoso de si. Ele não montava sua barraca desde que Jason e Dália haviam ido para o Brasil com receio de não dar conta do trabalho sozinho. –Antes mesmo de você e levantarem.


-Sem café da manhã? achava que você estava comendo algo, já que não vemos a comida que ela deixa para o senhor quando chega do trabalho. Ela vai ficar brava. –falei censurando-o. Meu pai poderia ser forte, mas era velho, tinha que se cuidar.


-Eu como quando chego. –respondeu com descaso. –Isso não é nada filho.


-Jacob, eu terminei sua encomenda, venha ver. –Dália chamou erguendo uma bolsa de couro.


Deixei meu pai e Jason por um tempo e fui até Dália.


-Aqui, bem reforçada e compacta, mas com espaço suficiente para caber suas coisas. –disse me entregando uma sacola com duas dessas bolsas. –Acho que dá para levar suas roupas dentro dela sem se atrapalhar na corrida. –disse em tom mais baixo para que só eu ouvisse.


Tirei uma da sacola e puxei várias vezes suas alças grandes e largas. Eu tinha quase certeza que dava para me transformar com essa bolsa amarrada em mim sem estourá-la ou que ela ficasse batendo em mim.


-Ficaram ótimas Dália, acho que também vai gostar. –falei pegando a sacola das mãos da anciã.


-Com certeza vai. –concordou Kyara. –Essas bolsas da minha vó são ótimas para ir para a faculdade, eu fui com a minha esses dias e adorei. Elas são ótimas para correr.


-Olha que lindas aquelas blusas, pai. Compra para mim? –perguntou uma voz conhecida chegando a barraca.


-, Black. Passeando na feira? Você pintou o cabelo, ? –perguntou o Sr. Zech, meu antigo professor de geometria.


-Como? –Kyara perguntou dando um passo para poder ver melhor o Sr. Zech que estava a poucos passos de mim. –Quem é o Sr.?


-Por favor! Não se faça de desentendida . –disse o Sr. Zech se aproximando e parando ao lado de uma garota que só agora eu havia percebido ser Ariel.


-Oi Jake. –disse Ariel vindo e me pegando de surpresa ao me abraçar. Um abraço qual eu não correspondi.


-Sr. Zech, esta é minha cunhada, Kyara. Ela é irmã gêmea de . –falei alternando o olhar entre Kyara e o Sr. Zech. –Ariel é sua filha? –perguntei surpreso. Como eu nunca soube disso?


-Sim Sr. Black, Ariel é minha filha. Algum problema? –perguntou com seu mau humor de sempre enquanto Ariel olhava as blusas de crochê de Dália e sussurrava cópia mal feita para Kyara que nos encarava com curiosidade. –Não sabia que tinha uma gêmea. Vocês são muito parecidas, com exceção do cabelo. –falou a última parte para Kyara.


-É Black. –o corrigi. –Agora ela é Black.


-Parabéns pelo casamento. –Sr. Zech nos parabenizou com descaso.


-Obrigada Sr. Zech. – agradeceu aparecendo a meu lado com Thaylyne no colo.


-Eu trouxe para você, pai. –disse Thaylyne me entregando um pacotinho de papel.


-Pai? –perguntou Ariel incrédula avaliando o tamanho de Thaylyne.


-Ela é minha irmã mais nova, mas ela nos vê como seus pais, já que a criamos como tal. –explicou impaciente enquanto entrava com Thaylyne na barraca da avó.


Ariel sorriu e perguntou à Thaylyne:


-Como vai pequena?


-Estaria melhor se você não estivesse aqui. –Thaylyne respondeu séria e Ariel sorriu amarelo.


Olhei para que apenas deu de ombros. Eu tinha quase certeza de que era ela que havia dito na mente de Thaylyne para a mesma dizer isso.


-Amiga que roupas lindas são essas? –Charlotte chegou perguntando. Ótimo, agora a equação estava completa. –Se eu comprar uma blusinha dessas o Seth fica doidinho por mim.


-Ele nunca vai olhar para você. –disse Kyara tremendo. Eu temi que ela entrasse em fase ali mesmo.


-São as roupas que a Sr. faz. –Ariel respondeu colocando uma blusa curta em frente ao corpo e se olhando no espelho que estava ali ao lado.


-Dália, querida. Me chame de Dália. –disse toda simpática para Ariel querendo compensar a falta de educação das netas.


-Vou levar essas. –disse Ariel separando algumas blusas que realçavam seu corpo.


me fuzilou com os olhos assim que completei meu pensamento.


-E eu acho que vou levar essas. –disse Charlotte separando algumas blusas também.


Dália falou o preço e as embrulhou esperando o pagamento enquanto Sr. Zech ainda pagava alguns peixes na barraca de meu pai e de Jason.


-, posso levar a Thaylyne nos brinquedos junto com Nessie? –perguntou Embry aparecendo ali com Nessie que tinha açúcar de algum doce espalhado pelas bochechas.


-Posso ir mãe? –Thaylyne perguntou implorando.


-Vai. – e Kyara disseram juntas enquanto passava Thaylyne para ele por cima da porta da barraca. As duas tremiam. Eu tinha quase certeza de que era pelos pensamentos que elas ouviam na mente de Ariel e Charlotte. –Só cuida da minha pequena Embry.


-Pode deixar. –respondeu enquanto segurava uma das mãos de Thaylyne e saia com as duas meninas dali.


-Jacob, o que você acha dessa? –Ariel perguntou colocando uma das blusas que escolheu em frente ao corpo e me colocando em uma encruzilhada ao mesmo tempo.


Eu queria elogiá-la para ser educado, mas também não queria magoar e nem dar motivos para que ela tivesse ciúmes.


-Bonita. –falei mal olhando para Ariel e olhando para uma que saia enfurecida da barraca da avó logo em seguida. –, aonde vai? –perguntei segurando seu braço com força quando ela tentou fugir.


-Para casa. –respondeu me fuzilando. –Estou com enxaqueca. –e saiu desviando da multidão facilmente.


-Merda. –sussurrei deixando meu olhar recair sobre Kyara.


-Não olhe para mim, tem razão em estar brava. –disse em minha mente quase me perfurando com seus olhos.


-Kyh, cuida da Thaylyne por mim? –perguntei colocando uma máscara para disfarçar meus verdadeiros pensamentos. –Vou cuidar de .


Kyara assentiu curtamente antes de eu sair dali sob o sorriso vitorioso de Ariel.


-Mais tarde passo para ver . –disse Dália preocupada, se ela soubesse o que era de verdade...


-Cuide bem de minha neta. –recomendou Jason dando o troco para Sr. Zech, que logo foi repassado para Dália em instantes.


-Melhoras para sua esposa. –disse Ariel rindo enquanto eu saia dali em direção a minha casa.


Eu só esperava que o ciúme não se colocasse entre e eu mais uma vez.


(Continua...)


N/a: Como vão? O que acharam da minha surpresinha? Acharam que eu ia terminar Intercâmbio daquele jeito? Ainda tem muita coisa para rolar com a PP, então preparem-se para odiá-la. :x


Mas o que estão achando da continuação? Preciso da opinião de vocês.


Beijos e até o capítulo 2.


Capítulo 2

Jacob P.O.V.

-. –chamei adentrando na escuridão de nossa casa. –Camila, por favor, fala comigo. –pedi procurando em cada cômodo que eu poderia imaginar.

Achei um bilhete em cima da mesa.

“Não tente me procurar, estou em um lugar escondido e isolado da reserva.

Por favor, me dê um tempo.

Te amo.



Saí de casa e corri para a noite que caía, ela só poderia estar em um lugar. A casa da árvore.

Irá chamar você
Não dê o seu telefone
Ops, tarde demais
Você pegou seu marcador preto

A encontrei lá, dançando para a noite, dançando para dispersar os sentimentos ruins, como sempre fazia quando queria controle total sobre si. Mas hoje não dançava músicas clássicas como sempre, e sinceramente? Eu me assustei com a letra daquela música.



Cale a boca, vadia, você ama isso
Cale a boca, vadia, você ama isso
Cale a boca, vadia, você ama isso




Ela cantava junto com a vocalista e dançava com movimentos fortes e explosivos, sem se importar se seus saltos quebrariam ou abalariam a estrutura da casa.



Porque vingança não vai matar você, querida
Vingança só vai te dar merda
E eu te disse porque
Eu encontrei as razões porque você é miserável
E não é minha culpa




cantou e dançou essa parte batendo na parede fazendo movimentos cada vez mais fortes, extravasando toda a sua energia.





Desculpe docinho, você não pode consertar isso
Eu pararia agora se fosse você
Você se ferrou
Beijo, beijo vadia
Você é o brinquedo quebrado, eu sou sua cola



Seus movimentos agora se tornaram suaves e debochados, expressando uma raiva e ironia nela nunca vistos por mim.



Cale a boca, vadia, você ama isso
Cale a boca, vadia, você ama isso
Cale a boca, vadia, você ama isso
Cale a boca, vadia, você ama isso





Porque vingança não vai matar você, querida
Vingança só vai te dar merda
E eu te disse porque
Eu encontrei as razões porque você é miserável
E não é minha culpa


Agora seus movimentos passavam para algo mais leve, porém o debochado, irônico e assustador lado de continuavam ali, mostrando um ódio e uma sede de vingança que me assustavam, me faziam temer que seu lado vampírico viesse de vez a tona e que ela começasse um ataque, pois eu bem sabia que isso era bem provável.
Ela ainda não havia me visto.

Ódio vai te atingir (x7)
O ódio vai te atingir


virou enquanto cantava essa parte e seus olhos se encontraram com os meus, mostrando-se sádicos, desesperados e confusos.

Porque vingança não vai matar você, querida
Vingança só vai te dar merda
E eu te disse porque
Eu encontrei as razões porque você é miserável
E não é minha culpa
E eu te disse porque
Eu encontrei as razões porque você é miserável
E não é minha culpa

Ela dançou essa última parte encarando meus olhos enquanto fazia movimentos complicados de dança deixando seu corpo expressar uma leveza que não se via em seus olhos anormalmente escuros, e aos poucos ela foi voltando ao normal, mas os sentimentos de confusão e desespero continuaram ali.

-Eu pedi para que não me procurasse. – falou com uma fúria contida.

-Você sabe que eu te procuraria de qualquer maneira. –falei tentando me aproximar, mas sendo repelido por ela. –, ao menos me ouça.

-Estou ouvindo. –falou indo para a sacada e fitando o crepúsculo que aparecia no horizonte.

-Eu não queria te magoar. –falei virando pelos ombros para que ela ficasse de frente para mim. –Eu só queria ser educado, nunca quis dar a entender que... dar a entender que Ariel me interessava.

revirou os olhos e riu secamente.

-Jake, sua educação e simpatia são coisas que me encantam. –disse demoradamente, escolhendo as palavras. –Mas não vê que é isso que ela quer? Ariel acha que isso é um jogo e acha que fazendo coisas como essa você vai cair na teia dela.

Eu balancei a cabeça sem saber o que dizer, será que tinha razão?

-Eu sei que isso parece exagero, mas é a verdade e eu infelizmente caí em seu truque como um patinho, eu tive exatamente a reação que ela queria que eu tivesse. – falou desviando-se de mim e voltando-se para a as estrelas que começava a aparecer naquele dia quente em La Push.

Fiquei em silêncio sem saber o que falar, tudo parecia... tão irreal. Não entendia o porquê de isso nos afetar mais do que qualquer outra coisa, mas em uma coisa estava certa, estávamos nos fazendo de bobos e caindo na armadilha de Ariel.

P.O.V.

-Quer saber o que eu acho? –Kyara perguntou assim que terminei de contar minha conversa com Jacob na casa da árvore.

-Não. –respondi sabendo que viria bomba, mas ela falaria de qualquer jeito.

-Mas vou falar mesmo assim. –Kyara disse levantando-se de sua cama e sentando-se enfrente ao piano. –Acho que vocês deveriam viajar, tirar umas férias, espairecer um pouco, vocês só estão trabalhando ultimamente!

Revirei os olhos, mas ela tinha toda a razão, eu precisava de um tempo longe de tudo mesmo, pois desde que começamos a namorar, o único tempo que tivemos como casal foi nas duas semanas de nossa lua de mel em Verona.

-Não estou trabalhando tanto assim. –falei não querendo ceder.

-Me diga quantas horas você passou com a Thaylyne essa semana. –me desafiou.

-Acho que umas cinco horas. –Kyara me olhou convencida. –Mas só porque essa semana ela ficou na sua casa. –justifiquei.

-Aham, até parece que você é impedida de ver sua irmã quando ela está aqui.

Revirei os olhos.

-Quantas vezes você e Jacob deram uns pegas quentes essa semana? –perguntou sem a menor vergonha na cara.

-Kyara! –a repreendi envergonhada, não podia acreditar que ela estava perguntando isso.

-Responda. –ela exigiu de uma maneira que achei melhor responder.

-Uma e nem conseguimos chegar aos finalmentes. –respondi olhando para o chão enquanto sentia o sangue subir a minha face.

-Viu como eu tenho razão. –disse cruzando os braços e dando um sorriso vitorioso.

-É, talvez você tenha, mas isso não quer dizer nada. –falei levantando-me pronta para partir.

-Nem pensar, você não vai agora não! –disse minha irmã de um jeito que só ela sabia.

Ri e abracei-a.

-Meu marido me espera em casa. –falei me afastando. –Quem sabe ele aceite ir comigo para o Brasil semana que vem.

-É assim que se fala, garota. –disse ela enquanto eu saia da casa e me afastava aos poucos de minha gêmea e de certos pesos que assumi carregar nos últimos tempos.

Fui a passos humanos até em casa, não me importando com a chuva, o vento e a lama. Eu sentia que precisava disto.

Entrei na floresta sem saber bem o porquê e caminhei até o penhasco. Cheguei até a ponta dela querendo ver o mais de perto possível a turbulência das águas e sentir o vento que vinha de todas as direções, era tão boa a sensação de sentir-se tão pequeno em relação a algo, dava-me a impressão de liberdade e um final feliz.

-. –uma voz me chamou fazendo-me virar rapidamente. Sorri ao ver quem era.

-Jake. –disse eu no mesmo tom enquanto via um sorriso brotar de seus lábios.

-O que está fazendo aqui? –perguntamos ao mesmo tempo e logo em seguida caímos na risada.

Rimos sem graça, ao menos eu ri sem graça e gesticulei para que Jacob falasse primeiro.

-Eu queria um lugar tranquilo para pensar. –falou também se aproximando da beira do penhasco e sentando ali.

-Eu já deveria imaginar. –falei sentando-me a seu lado e olhando para baixo vendo as ondas baterem no rochedo. –Eu estava caminhando, parei aqui sem querer. –expliquei antes que ele perguntasse. –Me desculpe. –sussurrei. –Às vezes não penso direito e ajo como criança.

Jacob balançou a cabeça negativamente pronto para falar algo, mas o cortei antes mesmo que começasse.

-Eu caí no jogo de Ariel primeiro. –falei virando-me em sua direção e encarando seus olhos diretamente. –Mas não era isso que eu queria te falar. –completei em tom mais suave.

-, se for pedir desculpa mais uma vez pode esquecer. –disse Jacob abraçando-me de lado.

Ri baixinho, era irônico que a única que teve reações exageradas numa cena de ciúmes não pudesse se desculpar.

-Precisamos de férias. –declarei em alto e bom som. –Uma segunda lua de mel.

-Uma segunda lua de mel? –perguntou Jacob incrédulo. –Quase não temos tempo para isso! Temos a faculdade, o trabalho, as rondas....

Coloquei o dedo em seus lábios e lhe dei vários beijos singelos.

-Por isso mesmo. –falei contra seus lábios antes de me afastar um pouco. –Estamos trabalhando de mais e esquecendo de nós dois. Quantas vezes nós... você sabe, no último mês? –fiz a mesma pergunta que a Kyara, mas de forma diferente.

-Três ou quatro vezes. –Jacob respondeu franzindo o cenho, mas de modo tranquilo, totalmente diferente de meu jeito envergonhado.

-Estamos quase no final do mês! –exclamei indignada. –Lembra como éramos no começo?

Jacob riu.

-O velho não parava de reclamar dos “ruídos” na casa. Mas o que isso tem haver com o assunto?

Corei lembrando-me dos comentários que ouvia.

-Estamos dedicando muito tempo ao trabalho e a coisas externas que acabamos nos esquecendo de nós mesmos. –conclui.

-Mas , não posso largar a loja assim de uma hora para outra, mesmo que Jason e Dália permitam, é minha obrigação estar lá para coordenar as coisas. –disse fechando os olhos lentamente, eu sabia que ele queria largar o trabalho um pouco, mas agora éramos adultos e tínhamos obrigações.

-Assim como eu tenho aulas para dar. –falei finalizando com um suspiro.

-E se hipoteticamente nós pudéssemos viajar, nós iríamos para onde? –Jacob perguntou sorrindo. Eu sabia como momentos a sós o agradavam, pois quase sempre estávamos acompanhados aqui em La Push.

-Não sei, você gostaria de ir para onde? –perguntei fingindo desinteresse, mas a verdade era que eu estava muito curiosa.

-Brasil, eu acho. –respondeu sorrindo torto e involuntariamente sorri junto.

-Tem algo haver com o meu passado? –perguntei começando a imaginar os lugares da minha infância eu poderia levá-lo.

-Nós sabemos que não, . –Jacob gargalhou.

-Então iremos para o Brasil. –afirmei beijando-o feliz.

-E nossas obrigações?

Dei de ombros.

-Damos um jeito. Bridget me deve uma semana e meus avós com certeza o liberariam.

-Você sempre consegue o que quer. –afirmou Jacob se levantando e me oferecendo a mão e eu peguei-a prontamente.

-Nem sempre, nem sempre. –falei enquanto caminhávamos na chuva em direção à nossa casa.

_x_


-Aqui querida. –disse minha avó entregando-me a chave de nossa antiga casa. –Semana que vem nós embarcamos também. Até lá, cuidado.

-Você sabe que eu me cuido. –respondi abraçando-a. –Estou esperando por você.

-Agora vai, antes que sua irmã venha se despedir de novo.

Eu ri enquanto assentia.

-Ah, diz para a Kyh que deixei a autorização da Thaylyne junto com as partituras dela. –disse eu indo em direção a Jacob que me aguardava no portão de embarque.

Minha avó assentiu uma última vez antes de eu entrar no portão de embarque.

-Jake, eu queria saber... –comecei quando me juntei a ele, mas fui interrompida pelo toque estridente de seu celular.

-Só um minutinho. –disse ele pegando o aparelho de pronto. –Do que precisa Jack?

Me afastei sem querer ouvir a conversa; Jacob não conseguia largar o trabalho.

-Era o Jack, ele queria saber o que ele teria que ensinar para Damien que entrou como assistente técnico lá na empresa. –Jacob disse assim que desligou o telefone e juntou-se a mim e eu apenas assenti desinteressada. –, não fique assim, eu juro que essa vai ser a última vez que atendo a algo de trabalho. –disse colocando uma mecha de cabelo que caia nos meus olhos atrás da orelha.

-Jacob, nós prometemos um ao outro que deixaríamos as outras obrigações um pouco de lado nessa semana que passamos arrumando as coisas para a viagem e nestas duas semanas que estaremos fora. –lembrei-o com um suspiro. Era tão difícil tirar umas férias?

Jacob pegou meu queixo e me obrigou a olhar para si.

-, aconteceram muitas coisas na empresa nesta última semana, não tinha como deixar de lado. –disse ele encarando meus olhos profundamente e colocando minha coerência de lado por alguns instantes. –E você viu que eu peguei leve na ronda esta semana.

-Também aconteceram muitas coisas na escola de ballet essa semana e eu nem cogitei mencionar ou pensar isso em casa. –argumentei lembrando-me da semana que passou. –Mudanças muito, muito desagradáveis.

-Pode falar se quiser. –disse Jacob me soltando e se recostando em seu banco enquanto aguardávamos a chamada para o vôo.

-Ariel entrou na minha turma de iniciantes. –soltei sem rodeios.

-O quê?

Flashback on

-, pode vir aqui um instante? –Bridget me chamou pouco antes do fim de meu expediente de sexta-feira.

-Claro. –respondi enquanto a seguia até seu escritório.

-Eu queria lhe fazer uma proposta. –disse Bridget sentando-se em uma poltrona e indicando-me outra pouco antes de se servir de café. Sinalizei para que continuasse. –Como pode perceber estou ficando velha, já não estou dando conta de todas as aulas.

-O que quer dizer com isso? –perguntei já imaginando o pior.

-Eu quero dizer que contratei uma nova professora para nos auxiliar e eu gostaria que você desse aula para minhas turmas iniciantes. –disse fazendo-me olha-la assustada. –Não fique assim querida, só estou pedindo isso porque conheço sua técnica e sei também que ela é ótima. Seus horários continuariam os mesmos, você só mudaria de turma.

-Mas Bridget, eu nem conclui o curso, ainda estou fazendo a turma do avançado, não sei se vou dar conta de uma turma adulta. –falei começando a me desesperar, eu havia me atrapalhado e tanto nas aulas que eu havia dado para esta turma.

-Ao menos tente, se não conseguir, eu passo a nova professora para sua turma e você volta para as crianças. –Bridget disse recostando-se na poltrona e sorvendo seu café. Isso era uma ordem de chefe, eu não tinha como recusar.

-Tudo bem. –assenti sem saber o que expressar escolhendo então a indiferença.

-Segunda-feira você começa. –Birdget me informou. –Pode ir agora.

-Até segunda-feira. –disse eu me levantando e saindo do escritório. Eu tinha a leve impressão de que isso não acabaria nada bem.

Segunda-feira

Entrei em minha nova turma sendo recebida com silencio e dei graças a Deus por elas estarem quietas no dia de hoje, pois mesmo elas estando assim já seria suficientemente difícil.

-Muito bem, correndo, por favor, vamos aquecer um pouco antes de começar a aula. –disse eu parando na barra em frente ao espelho e me aquecendo ali mesmo.

As garotas formaram um circulo e começaram a correr enquanto eu as observava. Uma das garotas me pareceu familiar, mas nem de longe eu a tinha conhecido ali.

-Podem parar. Agora, peguem os colchonetes e se intercalem no espaço. –falei enquanto colocava um cd com músicas de piano. –Fazendo flex e ponta, ok? –algumas alunas assentiram.

Sentei-me em meu colchonete e peguei a chamada. Eu já não precisava chamá-las para saber quem era quem, então apenas fui dando um visto no nome das alunas ali presentes, com exceção de uma.

-E você é...? –perguntei me abaixando ao lado da aluna nova, seu nome ainda não estava registrado na chamada.

-Não lembra de mim ? –perguntou a aluna em um tom petulante. Agora eu tinha certeza de que a conhecia, mas estava tão confusa com tudo que acabei não conseguindo me lembrar. –Sou eu, Ariel. –disse com um brilho estranho nos olhos e eu apenas fiquei ali, divagando.

Flashback off.

-Ela só começou a fazer ballet para me afrontar. –afirmei para Jacob que ainda me olhava incrédulo. –Ela sabia que me encontraria ali.

-Por quê? –disse Jake pegando minhas mãos. –Você poderia ter me contado.

Dei de ombros.

-Ela só quer me provocar Jake, por isso não falei nada. –falei começando a rir ao me lembrar daquela aula. –Além de tudo, ela é péssima, vive pagando mico nas aulas e eu vivo corrigindo-a. Ela é pior do que eu era quando passei do infantil para o iniciante adulto. –completei rindo.

Jacob me acompanhou rindo também. Ele havia visto vários vídeos meus com tentativas falhas de fazer algum esporte ou alguma outra coisa que exigia esforço físico que eu tentei executar antes do inicio de minha transformação.

-Prometo esquecer o trabalho nas próximas duas semanas. –disse Jacob antes de me surpreender com um beijo.

-Passageiros do vôo 224, embarque pelo portão 3. Repetindo, passageiros do vôo 224, embarque pelo portão 3.

Nos separamos relutantemente.

-Pronto para conhecer minha vida antes de vir para cá? –perguntei a Jacob enquanto nos encaminhávamos para a grande fila que se formava no portão de embarque.

-O que você acha? –Jake perguntou arqueando uma sobrancelha.

Eu apenas ri e entreguei a passagem antes de embarcar rumo a meu antigo país, a minha antiga vida.

(Continua...)

N/a: Hey peoples, como vão? Eu já estava ficando com saudades de vocês. Peço desculpas pela demora, mas agora infelizmente vai ser assim, pois com a volta às aulas e outros compromissos quase não me sobra tempo para escrever. =’(

Mas agora quero sua opinião sobre o capítulo. Muitas coisas vão rolar nessa viagem, coisas que serão muito importantes para a fic.

Beijos e até o próximo capítulo.



N/a: Os diálogos em negrito são em português.
Boa leitura! =D

Capítulo 3

Camila P.O.V.

Respirei profundamente ao descer do avião. Ah! Curitiba; minha terra natal. Olhei para o céu anormalmente ensolarado da cidade sendo aos poucos encobertos por nuvens de chuva e ri, era bem típico daquela região ter mais de uma estação em um dia só.

-Jake, olhe lá. –disse eu apontando para o céu que aos poucos ficava escuro enquanto andávamos em direção à alfândega. –Está vendo as nuvens vindo? –perguntei feliz, eu adorava isso.

Jacob franziu o cenho para o céu, provavelmente essa era uma das raras vezes em que ele veria isto.

-Nunca vi o tempo fechar dessa maneira de uma hora para a outra. –ele disse exatamente o que eu imaginava que diria.

Ri de sua expressão confusa e disse:

-Bem-vindo a Curitiba.

Passamos pela alfândega acertando todos os tramites para quanto tempo ficaríamos no Brasil e etc. Depois, pegamos nossas malas e fomos em busca de um táxi para irmos para a antiga casa de meus avós, o que era difícil com tantos passageiros naquele aeroporto em plena segunda feira.

-Por que esse movimento todo? –Jacob sussurrou em meu ouvido pouco antes de um grupo de adolescentes passar por nós dando pequenos risos.

-Não faço ideia, mas não estou gostando nem um pouco desse bando de vadias passar por nós rindo para você. –respondi mandando um olhar mortal para elas.

Jacob riu e eu só voltei meu olhar assassino para ele, um olhar que o calou na hora.

-Também não gosto desses idiotas que olham para você. –disse ele fechando a expressão e olhando para um grupo de executivos que vinha em nossa direção. Eu apenas desviei o olhar e me segurei para não rir da cara que ele fazia.

-Então é melhor sairmos daqui. –eu disse o puxando para um táxi que estava vazio.


_x_


-Esta era a minha casa. –falei a Jake assim que descemos do táxi em frente a enorme casa verde claro. –Exatamente como eu me lembrava.

Jacob olhou para mim e olhou para a casa novamente antes de passar pelo portão que eu havia acabado de abrir.

-Essa casa não tem nada característico de você como Jason disse que teria. –disse arqueando uma sobrancelha.

-Não aqui fora. –falei pegando algumas malas e andando lentamente até a porta de casa. Como eu havia sentido falta desse lugar. –Aqui tem coisas características minhas. –disse assim que abri a porta e demos de caras com diversos quadros, fotos e pinturas que estavam espalhados por todas as paredes da sala.

Tudo ali estava exatamente como eu lembrava, exceto os panos brancos em cima dos móveis.

-Uau! –Jake exclamou com o visual egocêntrico que minhas irmãs e eu colocamos na sala. –Isso é... tão a sua cara. –disse passando a mão em uma foto que estava pendurada na parede com a pintura de uma rosa vermelha ao lado.

Dei de ombros rindo e o puxando para meu antigo quarto.

-Bem-vindo ao meu quarto. –falei abrindo a porta e dando de cara com a minha parede do jeito que eu a havia deixado. –As mesmas frases, as mesmas lembranças. –falei chegando perto da parede e passando a mão na frase que costumava reger minha vida. A frase estava em cima de uma foto minha enquanto esperava na coxia minha vez de entrar no palco em uma apresentação de ballet, com o olhar perdido em algum lugar distante, o que fazia parecer que eu estava ali como mera expectadora.

-Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, por que o mundo pertence a quem se atreve. E a vida é muito para ser insignificante. –Jacob leu a frase que eu havia escrito em inglês em voz alta enquanto eu passava lentamente os dedos pela foto.

-Escrita por Augusto Branco e pronunciada por Charles Chaplin. –respondi a seu olhar confuso. –Me ajudava a viver um dia de cada vez quando eu me sentia triste, me ajudava a seguir em frente com a esperança de que um dia tudo daria certo. –me virei para ele e pude ver seus olhos brilhando nos meus.

-Mesmo depois de um ano e meio juntos eu ainda me surpreendo com você. –Jacob disse enlaçando minha cintura e me puxando para si e eu envolvi seu pescoço com os braços.

-Te surpreendo? –perguntei subindo na ponta para beijá-lo levemente.

-A cada dia mais. –Jacob sussurrou em meu ouvido.

Olhei para minha antiga cama.

-Muito cansado, Sr. Balck?

-Para você? Nunca. –Jacob respondeu antes de arrancar o tecido branco de cima da cama e me jogar contra ela.

_x_


Uma semana havia se passado desde que Jacob e eu havíamos chegado ao Brasil. Eu havia apresentado a eles lugares e cidades que eu considerava encantadores, e posso dizer que com a aura de felicidade que pairava acima de nós, tudo parecia mais belo.

Exatamente agora corríamos por um parque quase deserto da cidade por já estar anoitecendo.

Pulei nas costas de Jacob com tudo assim que ele quis correr mais rápido e me ultrapassar.

-Esqueceu que posso ler seus pensamentos? –perguntei mentalmente a ele.

Ele apenas riu e continuou correndo para a saída do parque.

-Queria te levar a um lugar. –falei descendo de suas costas assim que Jacob parou perto de nosso carro.

-Por isso essa produção toda para correr? –ele perguntou assumindo o lugar do motorista já que eu não podia dirigir aqui no Brasil por ainda ser menor.

Assenti e mandei a imagem mental da construção antiga e bem iluminada a noite indicando onde eu queria ir.

-Foi o último lugar em que fui antes de ir para La Push. –comentei enquanto ele dirigia distraído pelas ruas que eu indicava mentalmente. –É um lugar especial para mim, queria que conhecesse.

Jake sorriu de lado e tirou os olhos do trânsito para olhar para mim por meros segundos antes de eu apertar-lhe a perna e ele voltar seus olhos para a rua.

-E por que esse lugar é tão especial assim?

-Porque lá tem toda a arte que eu adoro. –expliquei enquanto sentia que um sorriso bobo me surgia a face. –Esse lugar tem toda a estrutura de final do século XVIII e inicio do XIX, tem um café originalmente italiano maravilhoso, peças de teatro, exposição de obras de arte. –a cada palavra que eu dizia uma imagem de como era me vinha a cabeça e eu as repassava para Jacob. –Tirando que lá tem uma biblioteca incrível, aulas de instrumentos clássicos e ballet.

Jacob ergueu as sobrancelhas e soltou uma gargalhada me acompanhando. Sim, eu exagerei ao falar do lugar porque tinha tudo o que eu mais gostava, mas ninguém podia negar que era incrível.

-Você devia passar o dia inteiro ali então. –ele disse dobrando a última esquina antes do estacionamento mais próximo de lá.

-Como você adivinhou? –perguntei em um tom falsamente inocente enquanto batia os cílios. –Estaciona ali. –indiquei um estacionamento onde não teríamos de andar muito até a praça onde se localizava o café.

Deixamos o carro no estacionamento e fomos andando tranquilamente até a praça onde se encontrava o café. Era engraçado ver algumas pessoas olhando estranho para nós por nossa altura extrema (sim, eu estava bem mais alta do que o metro e setenta e dois que eu havia chegado em La Push, mas nada comparado a Jake). Só não era engraçado ver as mulheres suspirando por meu marido ou jogando olhares maliciosos para ele.

Assim que chegamos ao café fomos recebidos com olhares surpresos dos funcionários.

-Camy! –Larissa, exclamou vindo até mim e se atrapalhando com os cardápios que tinha em mãos quando olhou para Jacob. –Quanto tempo! Achei que você não voltava mais.

Ignorei os olhares dela. Afinal, ninguém tinha culpa de meu marido ser tão lindo.

-Se aquele cara olhar para Camy daquele jeito outra vez eu o mato. –Jacob pensou raivoso, e eu tive que segurar um riso.

-Só estou de visita mesmo. –falei em português lançando a ela um sorriso extremamente falso. Era tudo o que eu podia fazer ante a seus pensamentos tarados para Jacob. Essa era a Larissa que eu conhecia. –No final da semana que vem volto para La Push. Sabe como é, trabalho, faculdade, escola da minha filha...

-Filha? –disse Marcio aparecendo do nada e me puxando para um abraço. Ele estava totalmente diferente desde a ultima vez que o vi, então aproveitei para dar uma olhada nele de cima a baixo para reparar nos detalhes.

Apertei os olhos fingindo observa-lo nos mínimos detalhes.

-Está com cara de mais velho. –afirmei sentindo ao mesmo tempo o braço de Jacob se apertar em minha cintura. Era óbvio que ele não sabia o que eu estava dizendo, mas isso não quer dizer que ele não podia ver os olhares que Marcio me lançava.

Marcio fez o mesmo comigo e senti novamente Jacob apertar minha cintura mais forte ainda enquanto uma onda de pensamentos ciumentos invadia minha mente.

-Ela está muito diva! –Marcio pensou enquanto me analisava.

Olhei em volta e percebi que movimento era pouco, ele poderia se soltar, não?

-Está muito bonita, Camy. La Push realmente te fez bem. –Marcio disse erguendo as sobrancelhas.

-Marcio, por favor, se solte. Jacob não é preconceituoso. –falei revirando os olhos ante a atitude de meu amigo.

-Jura? –Marcio perguntou aliviado enquanto desmunhecava. –Você está diva, amiga! Seu cabelo está um arraso. E que pele perfeita é essa? É algum tratamento especial que tem lá EUA? Me ensina? Preciso urgentemente de uma pele perfeita dessas!

-Calma Marcio! –exclamei assustada voltando a falar em inglês para que Jacob acompanhasse a conversa, sabendo que Marcio entenderia o recado. –Uma pergunta de cada vez.

-Ok, ok. Vamos sentar e você me conta tudo. –disse ele em inglês, pegando minha mão e me puxando de Jacob enquanto Larissa nos seguia calada até a melhor mesa do café, a que ficava perto do piano. –Aliás, qual o seu nome mesmo, bonitão? –Marcio perguntou a Jacob e eu o fuzilei pelo olhar. Pensar em “bonitão” ao olhar para Jacob tudo bem, já que ele não fazia ideia de que eu poderia ler seus pensamentos. Agora, chamá-lo de “bonitão” na minha frente? Isso já era outra história!

-Mais respeito com meu marido, bicha! –disse eu irritada. Ele havia quebrado nosso código de ética. Nunca, nunquinha mesmo pode dar em cima do marido das amigas.

Jacob riu.

-Meu nome é Jacob. –Jake disse estendendo a mão para Marcio finalmente entendendo que eles não jogavam no mesmo time.

Apertei os olhos só para embaçar a visão para não poder ver Marcio se derreter todo ao apertar a mão de Jacob.

-Agora que você me deve uma explicação mesmo dona Camila. –Marcio soltou assim que nos sentamos e Larissa nos entregou os cardápios. –Primeiro essa história de filha, agora... Marido? Há quanto tempo? E porque não me convidaram para o casamento?

Jacob e eu rimos com o desespero de meu amigo. Realmente ele havia soltado a franga de vez e assumido sua homossexualidade com aquele jeitinho todo discreto de ser.

-Uma pergunta de cada vez! –exclamei em meio a risos.

-Ok, que história de filha é essa? Você engravidou e teve uma filha sem chamar o padrinho dela para o batizado? –Marcio perguntou com uma expressão indignada, mas que eu sua face ficava tão cômica que não consegui parar de rir.

-É a irmã de Camy, Thaylyne, ela agora é a nossa tutelada e nos chama de pai e mãe. –Jake explicou rindo, porém mais controlado do que eu, que parei só quando comecei a chamar a atenção dos poucos clientes ali.

Marcio ficou estático por alguns segundos.

-Mona, mas essa sua irmã não tinha...? –perguntou ainda em estado de choque ignorando totalmente meu ataque de risos, que cessou no momento em que ele pronunciou aquelas palavras.

-Morrido? –perguntei retoricamente deixando aquelas lembranças me atacarem apenas por um milésimo de segundos antes de lembrar do que me fazia sorrir todo dia ao responder. –Foi o que todos achamos, mas há pouco tempo descobrimos que ela estava viva e ganhamos sua tutela. Digo, Kyara e eu.

-Mas Jacob atua como pai? –ele perguntou apoiando o queixo na mão do braço que o cotovelo estava apoiado na mesa.

Assenti sem saber o que responder e Jake fez o mesmo.

Ficamos conversando por um longo tempo até fazermos nossos pedidos e eles chegarem, pois quando isso aconteceu, o movimento também aumentou e Marcio se viu obrigado a ajudar no trabalho.

-Gostando daqui? –perguntei a Jacob dando-lhe um beijo melado de torta de frutas vermelhas nos lábios só para sentir o sabor de sua boca junto com o do doce.

Ele olhou em volta por um bom tempo antes de me responder:

-O lugar combina com você. –disse com um fingido desinteresse, mas que não tirava o brilho de seus olhos. É claro que ele adoraria o local, todos adoravam. –Combina com sua parte italiana. –disse fazendo-me rir de sua cara. Eu gostava de minhas raízes italianas, desde que não colocassem o nome Volturi no meio.

-Deve ser por isso que sempre gostei daqui. –comentei olhando para o piano de armário cheio de adornos que havia ali. –Foi aqui que Kyara tocou a última vez para mim antes de eu ir para La Push.

-E você dançou? –perguntou sorrindo matreiro. Jake adorava me ver dançar, principalmente as danças orientais, como dança do ventre.

-Dancei. –sussurrei ao pé de seu ouvido tentando fazer uma voz sexy.

-Quero ver você dançar para mim como dançou aquele dia. –Jacob devolveu o sussurro com a mesma intensidade fazendo os pêlos de todo meu corpo se arrepiarem.

-É só pedir. –devolvi com a voz tremula pouco antes dele me beijar intimamente.

Ouvimos um pigarro.

_x_

No final era apenas Marcio acompanhado de minha antiga professora de ballet naquele momento. Eles não só cortaram nosso momento, como evitaram que algo mais quente acontecesse em público. Às vezes Jacob e eu ficávamos tão compenetrados um no outro, que esquecíamos tudo a nossa volta.

Agora estávamos saindo do café e andando pelas ruas já bem iluminadas da minha cidade de nascença após comer horrores naquele café deixando todos os funcionários assustados com nosso apetite.

Jacob havia comprado para mim um lírio branco em uma banca de flores próxima ao café, e agora a mesma estava sendo passada por ele em minha face enquanto apreciávamos o calor em frete ao estacionamento.

-Eu não quero que isso acabe. Nunca. –sussurrei contra seus lábios.

-Eu também não. –Jacob disse antes de tomar meus lábios com vontade.

-VÃO PARA O MOTEL! –gritou um grupo de garotos que passavam do outro lado da rua. Me separei de Jacob assustada. Eu odiava quando isso acontecia.

Os garotos saíram rindo quando viram minha reação e Jacob me olhou confuso.

-O que aconteceu? –ele perguntou aumentando um pouco o tom de voz, o que fez os garotos correrem assustados.

Se aqueles garotos falavam inglês ou não, eu não fazia ideia, mas que eles ficaram com medo pelo tom de voz de Jacob era óbvio. Ri sem saber o que dizer.

-O que eles falaram, Camy? –Jacob perguntou mais uma vez enquanto eu tinha um ataque de risos.

Apontei para o estacionamento o puxando pela mão para dentro do mesmo. Paguei o estacionamento em meio a risos sob o olhar confuso de Jacob. Esse ataque de risos só parou quando já estávamos na metade do caminho para a casa, quando eu parei de repassar aquela cena em minha mente.

-O que eles disseram? –Jacob perguntou assim que me acalmei e as lágrimas que escorriam de meus olhos enquanto eu ria secavam.

Traduzi o que os garotos disseram e Jacob caiu na gargalhada me puxando para uma nova onde de risos novamente. Quase perdemos o fôlego de tanto rirmos até chegar em casa.

-E o que fazemos agora? –perguntei me jogando no sofá da sala assim que entramos.

-Comemos algo. –Jake falou ao mesmo tempo que meu estômago roncavam alto, e caímos na gargalhada novamente.

-Pizza? –sugeri morrendo de preguiça de cozinhar a esta altura do campeonato.

-Quais são os sabores?

Peguei o folheto que estava na geladeira colado por um imã e comecei a traduzir para Jacob por vezes me enrolando na hora de ler em voz alta quando ele me distraia com os beijos que distribuía por meu ombro e pescoço, o que acabou ocasionando muitas palavras em português sem que eu percebesse.

-Jake, eu preciso pedir nossa pizza agora. –eu disse quando ele me puxou pela cintura e começou a me beijar novamente. Estávamos há um bom tempo assim antes de pedirmos a pizza.

-Espera só mais um pouquinho, Camy. –ele pediu me dando um daqueles beijos ao qual eu não resistia, mas meu estômago roncou bem na hora e eu me afastei rindo.

-Não quer deixar seus filhos com fome, não é? –brinquei passando a mão em minha barriga lisinha.

-Filhos? –Jacob perguntou arqueando uma sobrancelha enquanto eu me encaminhava até o telefone.

-É, vão ser gêmeos. –afirmei e o telefone tocou logo em seguida sem dar a chance a Jacob de falar algo.

-Alô. –atendi em português para o caso de ser algum desconhecido.

-Prepare um ótimo jantar para nós. Acabamos de chegar no aeroporto e estou morrendo de fome. –Kyara me saudou.

-Vocês já chegaram? Eu pensei que fosse vir só amanhã! –exclamei já pensando na quantidade de pizza que teria que pedir.

-É, resolvemos vir antes. –ela respondeu irritada. Pelo que eu conhecia de minha irmã, isso deveria ser o sono, ela só ficava assim quando estava com muito sono. –Thaylyne, daqui a pouco você fala com a Camy. –ela esbravejou para minha pequena que eu imaginei estar sendo carregada por ela ou pelo Be.

-“Ta” bom, mamãe. –Thaylyne falou cabisbaixa do outro lado da linha antes de eu colocar no viva a voz.

-Jake e eu iríamos pedir pizza, de que sabor vocês querem? –perguntei me jogando no colo de Jake novamente.

-Qualquer sabor. –Kyara respondeu. –Mas pede umas seis ou sete gingantes e duas grandes. Seth e Leah também vieram conosco.

Fiquei em silêncio quando ouvi isso. Seth até havia me dito que viria, mas Leah estava totalmente relutante em deixar La Push desde o momento em que Bernardo a havia convidado.

-Ok, vou pedir as pizzas agora. –falei discando o número de meu celular, cada segundo era mais do que precioso quando se pedia uma grande quantidade de pizza. –Nos vemos daqui a pouco?

-Sim. Estamos entrando em um táxi agora, vou desligar.

-Tudo bem, tchau.

-Tchau. –Kyara disse e finalizou a ligação no exato momento em que atenderam meu telefonema para a pizzaria.

Fizemos os pedidos assustando a atendente e fazendo-nos rir horrores. A minha vida poderia continuar assim que eu não ligaria, mas uma hora teríamos de voltar para nossa realidade (leia-se trabalho e faculdade).

Bocejei enquanto Jake passava as mãos por meus cabelos e por vezes os beijava ou os cheirava.

-Cansada? –ele perguntou tirando os olhos do filme que passava e me encarando profundamente, e eu apenas respondi com mais um bocejo seguido de uma risada.

-Sim, apesar de não ter motivo. –resolvi responder decentemente, mas rindo assim que finalizei a frase. É, o sono estava me deixando “alegre”.

Pensando bem, eu tinha motivos para estar cansada sim. Afinal, foram tantas pessoas indo e vindo hoje, reencontros com conhecidos, e agora a notícia da vinda antecipada de minha família para cá. O cansaço não era nem tanto físico, mas psicológico.

-Dorme, quando eles chegarem eu te acordo. –disse Jake voltando a acariciar meus cabelos e eu assenti minimamente. Quando eu estava quase cedendo ao sono, a campanhia tocou.

Eles haviam chegado.

(Continua...)

N/a: Hey lovely peoples! Como estão? Espero não ter demorado com este capítulo.

E aí, estão gostando? Porque logo tudo isso vai mudar e as coisas vão começar a esquentar. :x

E os garotos gritando no meio da rua? Gostaram do Marcio? Ele realmente veio do nada, um personagem não planejado.
Kkkk’

Devo admitir que estou muito decepcionada com vocês. Eu sei que nessa fase inicial a fic é meio chata, mesmo sendo continuação, mas não custa nada comentar, né?

Por isso, quero muuuuiiiitos comentários para que eu me esforce mais para vencer a falta de tempo (leia-se estudos) para minha criatividade vir com toda a força e eu possa escrever mais para vocês e quem sabe voltar desse hiatus o mais rápido possível, ok?

Beijos.



Capítulo 4

P.O.V.

A semana passou mais rápido do que eu imaginava. As brincadeiras, os passeios, as comidas, fotos e visitas... Tudo seria inesquecível. Mas agora, depois de passar pela alfândega dos EUA, eu me sentia ansiosa, quase como se eu soubesse que algo de ruim iria acontecer e o aeroporto lotado, confuso e opressivo devido ao ambiente carregado que era, só piorava tudo.

-Você está bem ? –Jacob perguntou pela quinquagésima vez desde que chegamos.

Fechei os olhos me contendo ao máximo para não explodir ali, pois aquela crise de ansiedade estava me deixando nervosa, e isso só piorava sob pressão.

-Está tudo bem Jacob, é só aquela impressão de novo. –respondi fazendo com que ele me abraçasse pela cintura e beijasse minha testa com delicadeza antes de começar a fazer movimentos circulares em minhas costas com o polegar. –Obrigada. –agradeci quando senti que seu toque começou a relaxar meus músculos tensos.

-Você verá que está tudo bem. –ele sussurrou contra meus cabelos.

-Assim espero. –respondi pouco antes que ele descesse seus lábios sobre os meus enchendo-me de amor, tranquilidade e carinho com apenas um beijo.

Lágrimas começaram a escorrer de meus olhos e se misturar ao beijo fazendo com que Jake parasse o beijo e se afastasse de mim.

-Não chore . Eu vou estar aqui com você. –ele disse tentando limpar minhas incessantes lágrimas.

Assenti sem conseguir dizer uma palavra.

-O casal vinte não vem? –Kyara gritou quando viu que não os seguíamos.

Jacob balançou a cabeça positivamente e começou ame guiar sob os olhares desconfiados de minhas irmãs, de meu primo, de Leah e de Seth.

-Aconteceu alguma coisa? –Bernardo perguntou desconfiado após algum tempo de caminhada em silêncio.

-Acho que está dormindo. –Jacob respondeu por mim enquanto analisava meus olhos cansados e pesados.

Então Bernardo, Kyara e Thaylyne começaram um ataque de riso sem fim e eu tive que me segurar para não rir com eles e acabar com a farsa. Leah, Seth e Jacob apenas os olhavam confusos, assim como qualquer pessoa que passava por nós naquele aeroporto.

-Vocês não imaginam o que é capaz de fazer sonambula. –explicou Bernardo após conseguir controlar o riso, ou seja, quando já havíamos saído do aeroporto e íamos em direção aos táxis.

-Acredite, eu sei. –ele falou soltando um pequeno riso fazendo com que eu lembrasse da vez que eu acordei em meio a uma aula de ballet na varanda de casa.

Depois disso eu só ouvi alguns risos e me senti entrando em um carro. Eu realmente me sentia sonolenta, mole e com as pálpebras pesadas, o que me fez pensar que Jacob tinha razão ao falar sobre eu estar “dormindo”. Deixei que minha cabeça pendesse no peito de meu marido que me abraçava do jeito mais confortável possível dentro daquele carro e me entreguei ao sono.

Jacob P.O.V.

-Chegamos. –o motorista do táxi anunciou após estacionar o carro em frente a minha casa.

-Chegamos! –exclamou Thaylyne pulando do carro e correndo a uma velocidade humana até meu pai e Charlie que conversavam ali na varanda. –Tio Billy! –ela pulou no colo de meu pai que ria alegremente com a situação. Balancei a cabeça e paguei o taxista saindo logo com no colo para pegar a malas.

-Deixe que eu te ajudo garoto. –disse Charlie vindo ao meu encontro me ajudando a tirar as malas do táxi.

Relutantemente, eu aceitei sua ajuda para não causar desconfianças ao carregar e as malas ao mesmo tempo.

-Obrigado Charlie. –agradeci entrando rapidamente na casa para colocar em nossa cama.

-Está tudo bem com a ? –perguntou meu pai assim que coloquei os pés naquela varanda novamente. A preocupação estava estampada em seu rosto.

-Ela só está cansada. –respondi abrindo os braços para ele. –Não vai cumprimentar seu filho?

Billy abriu um sorriso de orelha a orelha. O velho podia não demonstrar, mas eu via em seus olhos que ele estava morrendo de saudades.

Nos abraçamos camaradamente. Era bom ter meu pai por perto não só pelo fato de ter um conselheiro em um momento de dúvidas como este, mas eu teria de deixar as dúvidas.

Cumprimentei Charlie quase que formalmente. Desde que Bella começara a reclamar de mim para ele nossa relação de “amigos” nunca mais foi a mesma.

-E como é o Brasil, Jacob? –Charlie perguntou querendo ser educado.

-O Brasil é demais! – Thaylyne falou algo em português que ninguém entendeu.

-O que querida? –Charlie perguntou confuso e eu apenas ri.

-O Brasil é demais! –ela repetiu, só que desta vez em inglês.

Rimos da pequena que estava acomodada ao colo de meu pai. Thaylyne era a perfeita mistura da animação de Kyara com a doçura e a paciência de , o que só tornava minha “filha” mais perfeita do que já era.

-O Brasil realmente é demais. –concordei depois de rir por um tempo. –Não tem só as florestas como alguns idealizam. Onde fui é uma cidade bem populosa, é quase uma Seattle, mas é claro, com um clima bem diferente. –respondi com ar de riso enquanto relembrava meus momentos com pela cidade.

-Lá é muito quente? –desta vez foi meu velho que perguntou.
-Pelo menos lá em Curitiba nós temos as quatro estações no mesmo dia. Frio e calor, chuva e sol... –disse aparecendo na porta. –Olá. –ela cumprimentou Charlie e o velho dando um abraço em cada um. Ela olhou para a neve acumulada no chão e suspirou. –Acho que essa semana vai chover.

-Por que não ficou dormindo? –perguntei abraçando-a a sentando em uma das cadeiras que ficavam dispostas na varanda com ela no colo.

-Acordei e não consegui dormir mais. –ela falou em voz alta enquanto passava as mãos nos cabelos já bem arrumados. –Pesadelo. –ela sussurrou para que só eu ouvisse.

-Vem que eu te faço dormir, mãe. –disse Thaylyne esticando a mão para .

-Não precisa, depois você me ajuda a dormir, ok? – respondeu com doçura.

-Cuidado com isso . Pode ser algo grave. –alertou Charlie preocupado, mas ela apenas riu e balançou a cabeça negativamente.

-Estou plenamente saudável Charlie, só preciso esquecer um pouco os problemas do trabalho. Só de pensar nele já me estresso. –ela respondeu com o olhar perdido na floresta a nossa frente.

-E quando meu neto vem? –meu pai perguntou visivelmente querendo mudar o rumo de nossa conversa.

Ele brincava fazendo cócegas em Thaylyne, e a pequena ria livremente. Era claro que ela estava se divertindo.

passou a mão em sua barriga lisa e colocou a minha ali logo em seguida.

-Acho que em breve. –respondeu com um lindo sorriso. Eu queria acreditar que era verdade, mas ainda o medo de voltar aquele estado após o aborto e que a tristeza latente nos atingisse.

Meu pai abriu um sorriso de orelha a orelha. Ele era louco por mais um neto. O pequeno Philipe, filho de Rachel e Paul não lhe bastava, ele parecia precisar de mais netos para adular.

-Mas ainda não é certeza. –falei rapidamente não querendo criar esperanças antes de ter certeza. Lancei um olhar para meu pai que só ele entenderia e ele assentiu minimamente quando o percebeu.

-Não seja pessimista Jake. –ela me repreendeu.

-Desculpe , mas vou ter que concordar com Jake. –Charlie disse vindo a meu socorro. –Como pode ter tanta certeza?

apenas soltou um risinho fraco e um tanto quanto sarcástico que fez eu me retesar. Aquilo soou tão maligno em sua voz, tão errado... Meus pelos dos braços se arrepiaram de medo. Era como se outra parte de estivesse vindo à tona.

-Uma mulher conhece bem seu corpo. As mudanças são perceptíveis. –ela respondeu simplesmente, mas algo em seu tom de voz parecia errado. E seu olhar frio e distante me assustavam.

-Como assim mãe? –Thaylyne perguntou não reconhecendo o perigo.

Com desse modo, até meu lobo, que era imprintado com ela, rugia em forma de defesa. Ele reconhecia o perigo.

-Um dia você entenderá meu amor. –ela respondeu voltando a seu modo carinhoso e acalmando todo o ambiente tenso. Como podia caber tanto poder e tantas divergências em uma só mulher?

Meu pai pigarreou. O medo e a confusão estavam estampados em seus olhos.

-E Jason e Dália? –ele perguntou amedrontado. Pois esse era um lado de que nenhum de nós nunca havia visto.

Os olhos da , normalmente profundos como iceberg se turvaram por meros segundos.

Minha pele se arrepiou novamente com a intensidade deles, seu coração palpitou, minha intuição se aguçou e seu toque se intensificou.

Também não era de se assustar aos ver os músculos dela retesarem. Pois ali havia um segredo. Um segredo que só com o tempo eles iriamos descobrir. Um segredo que eu temia descobrir.

-Eles ficaram no Brasil para resolver algumas coisas que ficaram pendentes antes. –ela respondeu relaxando o corpo e a partir desse momento, a conversa não foi mais a mesma.

_x_

Uma semana se passou desde que voltamos do Brasil. Depois daquele estranho dia, as coisas pareciam ter voltado a seu curso normal, mas eu pressentia que algo ruim iria acontecer. Eu realmente esperava que aquilo fosse só impressão.

-Oi Drina. –cumprimentei a secretária da escola de dança onde trabalhava.

Drina me saudou com um enorme sorriso seguido de um suspiro que deu inicio a vários outros vindo de todas as funcionárias, mães e alunas ali presentes.

- me pediu para avisá-lo que você podia entrar na sala. –ela disse saindo de trás do balcão. Ela tinha que olhar para cima para encarar meus olhos, o que me arrancou uma risada estranha. Não era de meu feitio zombar da altura dos outros. –Venha comigo.

Eu a segui sob os olhares de todos ali até um corredor com várias portas grandes de correr. Drina me conduziu até uma das últimas, onde uma música clássica ecoava para fora da sala.

-Apenas mantenha silêncio. –ela pediu antes de me deixar diante daquela porta.

Sem saber muito o que fazer, eu bati na porta e a entreabri tentando ver o que havia ali dentro.

A voz envolvente de abraçava o ritmo da música tornando tudo o que parecia tórrido e inexplicável como aqueles movimentos, em algo fluido como as águas de um rio. 

A contagem que não me parecia fazer sentido estava sobreposta, mas ao mesmo tempo grudada a música leve e "borbulhante".

Tudo seguia um curso natural, solene.

sorriu para mim dando um breve aceno de cabeça como que me convidando para entrar na sala através do espelho do qual ela me viu refletido.

Era incrível como ela ficava linda naqueles trajes de aula. Seu cabelo precariamente presos em um coque caiam em sua testa, o corpo leve e esguio era evidenciado pelo o que ela chamava de colant e suas pernas estavam cobertas apenas por um fino tecido quase transparente.

estava tentadoramente sexy. Ela sorriu para mim pelo espelho antes de finalizar a coreografia sinconizadamente com a música e virar-se para sua turma e começar a andar em minha direção.

-Meninas, este é Jacob, meu marido. –ela me apresentou para as suas alunas que ficaram espantadas com minha silenciosa aparição. Então ela me beijou demoradamente antes de prosseguir. –Ele assistirá esse nosso finalzinho de aula, ok?

As meninas assentiram olhando distraidamente para mim, mas tudo isso com exceção de Ariel que nos encarava diretamente.

-Oi Jake. –ela falou toda melosa para mim e eu apenas assenti.

-Recapitulando. –disse endurecendo a face antes de começar a repetir a sequencia que havia passado para a suas alunas, só que agora sem a música. –Agora só vocês. –ela disse pouco antes de colocar a música e se voltar para mim enquanto colocava colchonetes no chão para sentarmos.

-Estava com saudades. –ela disse recostando a cabeça no meu ombro, mas sem nunca tirar os olhos da sua turma.

-Eu também. –sussurrei para ela, mas acho que ela não escutou, pois levantou rapidamente e começou a consertar os erros dos alunos na pequena coreografia.

O resto da aula se passou assim. mal falava comigo, ela não tinha tempo para isso, sempre tinha algo a consertar ou falar para suas alunas. O mais engraçado foi que ela ficava constantemente na frente de Ariel para tapar a visão que a menina tinha de mim.

Era incrível ver o modo como de movia pela grande sala com piso de madeira. Seu corpo era forte e suave, veloz e lento, preciso e indefinido.

-Por hoje é só meninas, até sexta. –ela disse finalizando a aula e recebendo vários aplausos de suas alunas. –Gostou da aula? –ela perguntou toda saltitante enquanto organizava as coisas na sala.

-Seria melhor se você dançasse só para mim agora. –disse eu abraçando-a pelas costas.

virou sua cabeça para seu ombro esquerdo e sussurrou para mim:

-Em casa. –ela falou em um tom baixo, mas tão cativante quanto o que ela usava para dar aula. –E não vai ser ballet, vai ser dança do ventre. –ela mexeu os quadris que estavam colados nos meus como que para confirmar o que havia dito, ou para me provocar.

Ela se desviou de meus braços, fechou a porta e começou a tirar a roupa virada para o espelho. Eu via sua face sorridente e vitoriosa refletida no espelho, assim como ela via a minha desejosa refletida ali também.

As roupas coladas que evidenciavam seu corpo delgado foram a deixando aos pouco, deixando apenas a pele alva e sedutora refletida ali. Eu estava ficando louco! Minha ereção já estava dolorida, apenas poucas peças nos separavam, e uma delas era a sua minúscula calcinha de renda preta que fiz questão de arrebentar assim que eu a “ataquei”.

Entre beijos e carícias nos livramos de minhas roupas, deixando apenas poucos centímetros de distância entre nossas intimidades. Tínhamos pressa, paixão, fogo...

-Jake... –ela sussurrou em meu ouvido quando comecei a estimulá-la com os dedos. –Eu preciso de você.

Eu obedeci aquele pedido como uma ordem, eu precisava dela assim como parecia precisar de mim. E com um único movimento, coloquei suas pernas em volta de meu quadril e a penetrei encostando-a contra a porta para que ninguém conseguisse entrar na sala.

Eu alternava entre estocadas lentas e rápidas. Eu sabia que não podia continuar nesse joguinho, mas era impossível não me demorar com . Cada vez com ela era única, eu sempre tinha que aproveitar o momento.

-Jake... –ela sussurrava em meu ouvido. –Eu te amo.

-Também te amo. –falei de volta para ela antes que ela chegasse a seu ápice e eu fui logo em seguida.

soltou seu peso leve em meus braços e eu saí dela a levando para o colchonete. Seu sorriso era enorme, assim como o brilho de seus olhos.

-Se Bridget descobre... –ela falou rindo enquanto sua face ganhava um tom avermelhado.

-Mas ela não vai descobrir. –falei beijando-lhe os lábios antes que ela passasse a camiseta por sua cabeça.

Ouvimos passos se aproximando. estacou e eu terminei de colocar a roupa rapidamente enquanto chamava para que ela se movimentasse rapidamente e terminasse de colocar a roupa.

-... –sussurrei quando ouvi os passos cada vez mais próximos.

-Disfarça. –ela pensou para mim colocando a calça e escondendo a calcinha arrebentada na bolsa. –Bridget sabe que troco de roupa aqui. Ela não vai desconfiar de nada se me vir colocando os sapatos tranqüila. Ela só vai desconfiar se me vir colocando a roupa esbaforida.

Assenti tenso quando ouvi a porta começando a ser aberta pela parte de fora.

-? –Bridget perguntou aparecendo na porta enquanto colocava seus sapatos tranquilamente. –Presumo que você seja o Jacob. –ela disse virando-se para mim e falando formalmente. –Presumo que já lhe tenha falado de mim. Sou Bridget, a diretora da parte de ballet do Stúdio D1.

-Falou sim. É um prazer, Bridget.

Bridget apenas assentiu e virou-se para .

-Já vai? –ela perguntou dirigindo-se a de um modo mais carinhoso do que ela havia falado comigo.

-Tenho um exame agora. – respondeu vindo para meu lado. Ela já havia colocado os sapatos.

-Então bom exame, querida. –disse Bridget ainda carinhosa. –E cuide bem dela Jacob. –ela me alertou endurecendo um pouco o tom da voz.

-Farei isso. –respondi antes de conduzir para fora da sala.

Ela andou um tempo em silêncio e logo depois caiu na gargalhada. Olhei-a confuso.

-A... Bridget pensa que... você atrapalha... meu... futuro como bailarina. –ela falou entre risos, sua face ficando vermelha com a falta de ar.

O seu riso era contagiante, fazia tempo que não via rir de alguma coisa tão boba como um pensamento. Tive que me segurar muito para não rir junto.

-E ela não desconfiou de nada! –ela soltou depois que sua onda de risos cessou.

Com essa eu tive que rir. O que foi um erro meu, pois só causou uma nova onda de risos entre nós.

Os pais, alunos, professores e funcionários ali nos olhavam como se fossemos um casal de loucos.

Já estávamos saindo quando Drina chamou .

-, sua irmã ligou querendo falar com você. –ela falou com uma voz um pouco pesada.

-Sobre...? – perguntou com sua energia já se alterando.

-Ela disse nada. Ela só disse que era para você ir direto para a casa. –Drina respondeu, mas e eu já estávamos longe.

Percorremos o estacionamento a passos que poderiam ser confundidos com uma corrida humana.

Entramos no carro e eu pisei fundo no acelerador. Não sei o porquê, mas eu sentia que o que acontecia não era bom.

O caminho até nossa casa foi rápido e silencioso. Nenhum de nós atrevia-se a quebrar o silencio. Era quase como se nossas vidas dependessem dessa notícia que estávamos prestes a receber.

Mal parei o carro na entrada de casa e saiu “voando” para dentro em baixo daquela torrente de água que caía.

Entrei em casa e vi abaixada ao lado de uma Kyara inconsolável. Meu pai apenas olhava as duas com a face apática, distante, mas seus olhos estavam presentes, e estes demonstravam uma tristeza profunda.
-O que aconteceu? –eu perguntei confuso e tenso com a cena a minha frente.

virou para mim com os olhos manchados por uma longa trilha de lágrimas. Seus olhos mostravam a mesma profunda tristeza que a de meu pai.

-Dália e Jason foram assassinados. –meu pai respondeu com uma voz monótona e distante.

-Como? –sussurrei me aproximando de e a puxando para mim.

-Incêndio criminoso. –ela respondeu com a voz por um fio.

Parecia que tudo aconteceria de novo.

(Continua...)

N/a: Oi amores, tudo bem com vocês?
Aleluia... Eu finalmente tirei a fic do hiatus só para matar os avós da PP. *risos*
Bem, reconciliação na sala de ballet, o que acharam? *piscaosolhinhos*
Agora respondendo a algumas perguntas, eles foram para o Brasil só para “tirarem umas férias”, mas no final era para acontecer isso que aconteceu.
E a história se repete...
Porque o nome é Chama Negra?
Bem, essa pergunta vai ser respondida por si só, então...
Ah e prestem atenção quando digo que a história se repete *risos*
Vou tentar escrever o próximo capítulo o mais rápido possível.

Beijos e até o próximo capítulo.

P.S. Desculpem qualquer erro de português. Eu juro que corrijo mil vezes, mas sempre algo passa batido ¬¬’.

P.S. 2 . COMENTEM!!!




Capítulo 5

“Choramos ao nascer porque chegamos a este imenso cenário de dementes” – (Willian Shakespeare)

P.O.V.

Dois dias, três noites e quatro horas sem pregar os olhos. O sono era constante em mim, mas eu não conseguia dormir nem por dez minutos. Não com o medo de acordar e ver Jake, Billy, Kyara ou Thaylyne mortos ao meu lado.

Eu tinha certeza que foram os Volturi que mataram meus avós, foi o mesmo padrão do incêndio que teve em minha casa há um ano, tirando o fato de estranhos “machucados” terem sido encontrados nos corpos dos meus avós quando ele foram mandados para o IML para atestar óbito.

-Tudo bem ? –Jake perguntou colocando a mão na base das minhas costas para me apoiar enquanto eu me debruçava por cima dos caixões para acariciar as faces frias de meus avós. Assenti sem conseguir pronunciar palavra alguma. –Não quer entrar? –ele perguntou me puxando para a parte privada da capela onde as crianças que dormiam e alguns conhecidos muito abalados se encontravam.

-Quero. –sussurrei com a voz rouca e falha por falta de uso.

Minha cabeça doía devido ao fluxo e a intensidade de pensamentos das pessoas a minha volta.

Jacob me conduzia para a sala privada a uma velocidade absurdamente lenta, o que só fazia minha dor de cabeça aumentar e deixando minha visão deturpada de tanta dor. Senti meu corpo pesar contra os braços de Jacob enquanto tudo se apagava em minha mente.

_x_

Minha cabeça girava loucamente enquanto eu tentava achar um jeito de escapar daquela água pesada e viscosa que me cercava. Eu tentava abrir olhos, mas não conseguia! Eu sentia minhas pálpebras tremularem, mas a escuridão toldava minha visão e me empurrava para baixo novamente.

-... Acorda, por favor. –eu ouvia a voz de Jacob me chamar de algum lugar. –Por favor, . –ele implorava, mas eu não conseguia acha-lo em meio aquela escuridão. –Eu preciso de você. –ele sussurrou derrotado.

Lentamente, senti a escuridão começar a se dissipar com aquelas palavras. Jacob precisava de mim. Ele estava mal, triste. Isso era tudo o que importava agora, minha dor deveria ser deixada de lado.

-Jak... –tentei falar quando abri os olhos, mas fui silenciada por seu dedo em meus lábios.

Seus olhos estavam intensos e preocupados, algo que tem sido normal ultimamente. Ele tirou o dedo dos meus lábios e eu tentei falar novamente.

-Jake, o que...? –mas desta vez fui silenciada por seus lábios.

O beijo não estava urgente como normalmente era, mas sim algo calmo e delicado. Era um beijo reconfortante.

-Descanse. –ele falou quando seus lábios deixaram os meus.

Assenti e instintivamente virei para o lado me surpreendendo ao ver que já era dia.

-O velório! –exclamei sentando de supetão e sendo atingida por uma tontura.

-Acabou há uma hora. –Jacob disse se sentando a meu lado.

-O que aconteceu? –eu mais parecia uma criança frágil e indefesa perguntando as coisas desse modo, mas a verdade é que era exatamente assim que eu me sentia.

-Você desmaiou e só acordou agora. –ele respondeu automaticamente.

Estranhei isso em Jacob, ele era sempre tão espontâneo, falava de forma natura, e agora...

Resolvi dar uma espiada em sua mente para saber o que se passava na cabeça de meu marido. Me assustei com o que vi. A tristeza e a culpa eram dois sentimentos presentes em cada pensamento dele, e saber o motivo fez com que eu me sentisse mais culpada ainda. Agora não só pela morte de meus avós, mas pela tristeza de Jacob, pois ele sofria assim porque eu também estava sofrendo.

Lágrimas começaram a rolar de meu rosto mais uma vez sem a minha permissão fazendo com que Jacob também começasse a chorar, o que só aumentou minhas lágrimas.

Não sei quanto tempo se passou, só sei que ali, abraçados e compartilhando as lágrimas, nossas dores se misturaram, tornando aquele momento suportável. Isso só me fez perceber que apesar de tudo Jacob estaria comigo independente do que acontecesse.

-E-eu te a-am-mo. –falei em meio a lágrimas e soluços.

Não dei tempo para ele responder, eu apenas o beijei com urgência. Eu precisava senti-lo, tocá-lo, provar que aquele triste momento era real, assim como o fato de que eu não estava sozinha.

Jacob correspondeu o beijo com a mesma urgência e sofreguidão que eu sentia. Pois ali, naquele momento, tudo era amplo. Não havia espaço para coisas ínferas naquele momento.

-O enterro vai começar. –a voz de minha irmã chegou fraca e rouca até mim fazendo com que eu me separasse de Jacob assustada.

Separei-me de Jacob e fui ao encontro de minha irmã que mal parecia se aguentar em pé sem apoio e a abracei tentando procurar conforto nos braços dela ao mesmo tempo em que tentava passar um mínimo de conforto para ela. Esse abraço era uma forma silenciosa de dizer: “Estou aqui e nunca vou te abandonar”.

-É melhor irmos logo. –Jacob chamou nossa atenção após algum tempo.

Assentimos em nossa natural sincronia e nos separamos antes de começarmos a andar em direção a despedida de nossos avós.

Deixei que Jacob colocasse os braços em volta de nós duas nos guiando e dando o apoio que precisávamos para chegar ao lugar onde enterraríamos aqueles que nos criaram e nos ensinaram a viver desde que nascemos.

A cada passo tudo a minha volta se transformava, ficava mais forte e intenso, dando uma amplitude sem tamanho a tudo que nos cercava.

Eu quase conseguia ver aqueles milhões de átomos que formavam a matéria vibrando intensamente. Eu me sentia em um experimento físico, onde se manipulava para que as coisas saíssem do jeito ideal dando aquela impressão de vivacidade, coisa que meus avós não tinham mais, uma vida.

Chegamos ao local onde os caixões, agora lacrados, estavam dispostos no meio do circulo de sálvia branca que os outros anciãos da tribo, Billy, Sue e o velho Quil, haviam criado para eles.

Quando já estávamos todos reunidos, Billy começou a entoar uma velha e melancólica canção Quileute, e quando dei por mim, ela já fluía naturalmente por meus lábios, assim como as lágrimas voltavam a fluir naturalmente por meus olhos.

A canção não demorou muito para cessar para dar inicio ao enterro.

-Estamos aqui reunidos no dia de hoje, para chorar a perda de nossos anciãos e irmãos de tribo, Jason e Dália . –falou o velho Quil deixando que sua voz ecoasse pelo cemitério.

Minhas pernas cederam quando ouvi aquelas tristes palavras e Jacob me segurou contra seu peito deixando que eu me desmanchasse em minha tristeza enquanto ele me sustentava.

-Esses fiéis, guerreiros, sábios, amorosos e queridos anciãos fizeram de tudo para que sua família fosse feliz, para que sua família tivesse um futuro bem sucedido. –Billy deu inicio a história de vida deles e Kyara pegou a apertou minha mão, o que fez com que eu procurasse Seth e o encontrasse desolado ao lado de Sue. Conectei nossas mentes e ignorei a história que era contada por Billy para falar com meu cunhado.

-O que aconteceu Seth? –perguntei mandando-lhe a imagem mental de Kyara sozinha a meu lado.

-Ela não quer compartilhar sua dor comigo. –ele respondeu baixando os olhos para o chão e deixando que as lágrimas que brotavam de seus olhos escorressem por seu nariz. –Ela está me afastando, mas mesmo assim eu posso sentir a sua dor.

Me soltei de minha irmã e de Jacob e fui de encontro a Seth que me olhava angustiado e sussurrei reconfortante palavras Quileutes para que ele me seguisse até onde eu estava anteriormente.

-Se entregue ao sentimento e compartilhe sua dor. –sussurrei para Kyara assim que parei com Seth a seu lado. –Fugir disso só vai fazer com que você enlouqueça ou exploda em uma confusão de sentimentos mais rápido. –soltei a verdade sabendo que se não o fizesse, era exatamente o que ia acontecer.

Vi Thaylyne correr para meus braços enquanto Kyara aceitava um abraço de Seth de forma relutante.

-Vem meu amor. –falei para ela enquanto a erguia em meus braços e voltava para perto de Jacob. –Obrigada. –agradeci a ele um pouco mais reconfortada quando ele colocou os braços em volta de nós.

Me mantive forte pelo resto do tempo em que as homenagens eram feitas pelos anciãos. Eu tinha uma família que dependia de mim e era dela que eu tiraria forças para seguir em frente, era por ela que eu seguiria em frente.

-...Enfim, resumindo tudo até agora, Jason e Dália era pessoas com um amor infindável por tudo aquilo que os cercava. Eles deixarão saudades em nossos corações, mas sua alma estará presente em nosso dia a dia, em nossos gestos, em nossa família. Jason e Dália serão eternos em nossos corações. Jason e Dália serão eternos enquanto forem lembrados, pois não se esqueçam, a alma vive pela eternidade em um povo, mesmo se essas almas já tiverem feito a passagem para o Mundo do Além*.  –disse Billy encerrando as homenagens e orações antes que outro cântico Quileute enchesse o ambiente.

Serpenteei pela multidão até o lado de Bernardo que por sua vez estava quase debruçado em cima dos caixões.

Toquei o braço de meu primo para deixar claro que eu estava ali, e ele não estava sozinho. Bernardo se virou e me abraçou com força, sentimento e entrega. De todos nossos primos, ele, minhas irmãs e eu erámos os mais próximos de nossos avós e eu sabia que a morte deles atingia ele com a mesma intensidade que atingia a mim.

-Vai ficar tudo bem. –eu disse a ele sem saber se aquilo era realmente verdade.

Senti as lágrimas quentes de meu primo começar a se empoçar no topo de minha cabeça, mas não me importei. Apenas me juntei a ele cedendo as lágrimas novamente.

Kyara e Thaylyne se juntaram a nós naquele estranho e reconfortante abraço, que dizia que estaríamos sempre juntos, não importando a situação em que estivéssemos.

-Hora de se despedir. –tia Alexia interrompeu nosso momento entregando orquídeas brancas para nós, as preferidas de nossa avó.

Assenti pegando duas orquídeas e pegando Thaylyne no colo logo em seguida.

-Vamos meu amor. –entreguei uma flor a ela e comecei a caminhar ao lado de Jacob que ajudava a carregar um dos caixões até o local onde seria o túmulo de meus avós, ou no caso, a cripta.

O céu que havia começado o dia ensolarado e zombeteiro com nosso sentimento de perda, agora estava nublado e sem vida, prestes a derramar suas lágrimas em forma de chuva.

A cripta de nossa família mais parecia uma gruta bem iluminada e cheia do poder dos anciãos de nosso povo. Não era de se admirar que aquela não fosse uma cripta comum, pois apesar de ser uma cripta, meus avós seriam enterrados do modo tradicional, mantendo infinitamente a relação de seus corpos com a terra, que era a afinidade de nosso povo.

-Adeus. –sussurrei para o vento enquanto jogava uma flor sobre cada caixão quando finalmente eles eram baixados sob outro cântico.

_x_

Uma semana havia se passado desde o enterro de meus avós. Então não se poderia dizer que a vida havia voltado totalmente ao normal, mas a verdade era quase essa. Tirando o fato, é claro, de que a tristeza e a saudade estavam presentes em nosso dia a dia, mas no mais, nos forçávamos a seguir em frente para voltar a nossas obrigações e viver um dia de cada vez, assim como da primeira vez.

Andei até a sala de ballet sem a mínima vontade de dar aula. Tudo o que eu queria era um bom jantar seguido de um bom banho e o excelente dose de cama e Jacob.

Adentrei a sala indo direto para a barra me aquecer após largar a bolsa no armário que eu normalmente dividia com as alunas.

-Espantando o frio, professora? –perguntou Janessa, uma de minhas alunas, também parando junto a barra.

Sorri para a garota.

Janessa era um amor de pessoa apesar de tudo o que seus pais faziam para ela. Eles a magoavam muito, mas ela nunca deixava que isso interferisse em sua vida fora de casa.

-É sempre bom aquecer as articulares. –respondi vagamente enquanto parava meu exercício. -Quer se juntar a mim?

Vi os olhos da garota brilharem enquanto ela tentava disfarçar a excitação arrumando os cachos ruivos que escapavam de seu coque.

-Mas esse exercício não é complicado, ? –ela perguntou deixando-se abater pela incerteza de que conseguiria por apenas um momento. –Você acha mesmo que eu consigo?

-Claro que sim, seu corpo já está desenvolvido o suficiente para fazer algo do Iniciante II. Você é fisicamente forte, articulada e bem flexível, tudo o que o Iniciante II exige.  –respondi a levando pelos ombros até a barra maior para que ela pudesse ter mais apoio. –Aqui, vamos começar com um exercício bem simples, o que você acha daquele que eu estava fazendo quando você chegou? Consegue lembrar?

Janessa balançou a cabeça negativamente enquanto ainda me fitava temerosa.

-Então preste bem atenção que eu vou repetir. –falei me posicionando a seu lado na pose inicial. –Apenas observe. –sussurrei para ela poucos antes que uma nova música se propagasse pelo ar e desse inicio ao exercício.

Eu tentava passar o exercício de modo calmo, lento e bem pontuado para uma Janessa que me observava mais do que atentamente. Então Berenice, mais uma de minhas alunas, entrou na sala e começou a nos observar atentamente.

-Repita o exercício direita esquerda que eu vou falar com Berenice. –falei para Janessa já me afastando um pouco. –E quando terminar me chame, ok?

Caminhei um pouco mais feliz até Berenice que me encarava confusa na porta da sala. Eu gostava de aulas assim, dinâmicas, diferentes e tranquilas. Elas faziam com que eu me sentisse plenamente leve, coisa que eu não sentia desde a morte de meus avós.

-Hoje estamos fazendo um aquecimento na barra antes do alongamento, só para vocês relaxarem os músculos antes de se quebrarem enquanto se alongam. –falei brincando para a pequena Berenice. –Quer tentar um aquecimento do Iniciante II ou prefere um aquecimento do Iniciante I mesmo? –perguntei encaminhando Berenice para a menor barra por conta de seu minúsculo tamanho que fazia com que a cabeça dela batesse apenas um pouco acima da minha cintura. Meu metro e setenta e cinco parecia ser quase dois perto dessa garota.

-Prefiro o aquecimento do Iniciante I. –ela falou me encarando confusa com aqueles inocentes olhos infantis que todo adolescente de 13 anos deveria ter.

-Então preste atenção. –falei colocando-me em posição inicial novamente antes de começar a passar o novo exercício.

Conforme minhas alunas iam chegando, eu as encaminhava para as barras para fazer o aquecimento de acordo com sua vontade. Umas iam até Janessa e pediam para que a mesma passasse o exercício para elas, assim como outras iam até Berenice e faziam a mesma coisa.

-Meus pêsames por seus avós, . –disse a irritante voz de Ariel quando a mesma adentrou a sala.

Assenti e apontei a barra de Berenice para ela sem lhe dar uma chance de escolha, mas a mesma continuou parada em minha frente.

-O que foi Ariel? –perguntei já ficando impaciente. –Qual é o problema?

Ariel me encarou por um longo tempo antes de começar a andar em minha volta me analisando nos mínimos detalhes, o que era extremamente incômodo.

Os olhos de Ariel demonstravam uma incredulidade quase palpável, e isso fez com que aquele clima de paz e tranquilidade que havia se instaurado na aula de dissipasse instantaneamente.

-Você. –ela respondeu simplesmente após o longo tempo de analise.

-Como?

-Meu problema é você. –ela repetiu assim que o CD que tocava findou e o silencio se instalou na sala.

Minhas alunas prendiam a respiração com medo de minha reação ante ao visível desacato que Ariel estava tendo comigo.

Olhei a volta desejando passar tranquilidade a minhas alunas, pois elas não tinham nada a temer, mas infelizmente meus braços já tremiam e o fogo da transformação ansiava por rasgar meu corpo e me jogar em minha forma de loba. Por um momento, desejei ser apenas uma humana confusa e sem problemas com sua família vampira. Talvez, se eu não fosse um ser sobrenatural, tudo seria mais fácil.

-Por que você me odeia tanto? –perguntei enquanto balançava a cabeça de um lado para o outro totalmente incrédula. Todo esse ódio não poderia se resumir apenas a Jacob.

Por instinto de ataque, dei um passo em sua direção fazendo com que ela cambaleasse alguns passos quando seus olhos encontraram os meus que ardiam de desejo por proteção a mim mesma.

-Você me roubou Jacob, as atenções e até meu próprio pai. –ela gritou para mim enquanto se encolhia contra uma das barras da sala, eu só não conseguia saber o motivo disso.

-Eu não entendo o que você está falando. –respondi tentando controlar meu tom de voz, meu corpo e todos os sentimentos que me travessavam como facadas doloridas naquele momento.

Inconscientemente comecei a caminhar em sua direção com uma confiança inexplicável, assim como a louca vontade de entender tudo o que se passava ali no momento que me abatia.

-A partir do momento em que você colocou os pés neste Estado, você tornou minha vida um inferno. –ela disse se encolhendo mais ainda conforme eu ia me aproximando e crescendo em sua direção.

As outras alunas se alternavam em soltar pequenas exclamações assustadas, ofegos de incredulidade, gritinhos de excitação pela briga que provavelmente estava por vir e outras reações realmente exageradas como gritar: “Mete a mão na cara dessa vadia, ”.

Mas eu ignorei a todas e me foquei somente nos olhos assustados e ao mesmo tempo assustadores de Ariel.

-Não fiz nada contra você. –disse eu em um tom que soava extremamente controlado, o que contradizia totalmente meus sentimentos e pensamentos que se movimentavam a rapidamente por meu ser.

-VOCÊ VEIO PARA LA PUSH! FOI ISSO QUE VOCÊ FEZ CONTRA MIM! –ela gritou cedendo a lágrimas desesperadas e sem motivos, ao menos em minha opinião. Eu apenas fiquei ali, observando-a com minha poker face**. Uma face minha que era desconhecida até mesmo por mim.

Continuei a fitando sem saber o que dizer ou expressar a ela. Eu apenas esperava pacientemente por uma explicação mais clara vinda de Ariel.

-Antes de você vir para cá eu era adorada por todos, inclusive por Jacob. –a fala dela era quase um sussurro, mas ainda assim eu consegui ouvir claramente pelo fato de ter a audição supersensível. –Nós estávamos quase namorando, tanto que me entreguei a ele. –ela falou desabando e deixando que as lágrimas manchassem sua bela face indígena. –Meu pai me via como um exemplo de filha, os professores como um exemplo de aluna e todo o colégio me via como exemplo de perfeição e popularidade. Ante a reserva toda eu era um exemplo, para tudo. Eu era perfeita! Mas tudo isso se foi no momento em que você chegou. –a raiva explodia através de seus olhos apesar das lágrimas e sem saber o motivo, me senti impelida a acalmá-la.

-Eu nunca tive a intenção, Ariel. –falei me aproximando e me abaixando em frente a ela que se encolhia fugindo de mim a todo custo. –Tudo o que fiz foi ser eu mesma. Você é uma garota linda, inteligente, um pouco descoordenada. –ri levemente. –Mas ainda assim com um grande talento. –li a mente dela e me deparei com seu passado, seus medos e sonhos. –E tem uma enorme vontade de se provar... Tudo o que você precisa é se livrar desse rancor e seguir em frente. Infelizmente sua vida, assim como a minha, ou de qualquer outra pessoa, depende não só de você mesma, mas também das escolhas das pessoas que estão a sua volta. –estendi a mão para ela.

-JACOB SÓ A ESCOLHEU PORQUE VOCÊ É UMA VADIA QUE DÁ PARA ELE A HORA QUE ELE QUER, QUANDO QUER E DO JEITO QUE ELE QUER. –ela gritou perturbada enquanto rolava pelo chão para longe de mim. –ELE ME AMA! ELE NUNCA ESCOLHERIA VOCÊ SE NÃO FOSSE POR ISSO.

Olhei-a incrédula novamente. Como Ariel podia ser tão teimosa e infantil assim?

A raiva que queria destruí-la há alguns minutos atrás estava domada, controlada, no lugar... Tudo que restava agora era a terapeuta dentro de mim, e tudo o que essa terapeuta queria fazer era ajuda-la a sair deste buraco que representava claramente um inicio de depressão.

-Os motivos por Jacob ter me escolhido só pode ser dito pelo próprio. –falei me aproximando dela novamente.

-NÃO! –ela gritou desesperada. –Eu não posso ser abandonada outra vez. –ela sussurrou se encolhendo em posição fetal antes que suas amigas tentassem se aproximar dela, mas elas foram impedidas por um simples aceno de mão que dei. Qualquer tumulto em volta de Ariel no momento poderia ser fatal para sua mente conturbada. –Não de novo...

Foi aí que eu percebi que o problema de Ariel era muito mais antigo do que minha chegada. Um trauma, um evento que mudou drasticamente sua vida. Era a única explicação para este seu comportamento.

-Me permita que eu a ajude.... Conheço uma pessoa que pode te ajudar. –falei abaixando-me a seu lado.

-NÃO! EU NÃO VOU DEIXAR VOCÊ ENCONSTAR EM MIM SUA MALDITA!!!-ela gritava a plenos pulmões enquanto se levantava e fazia tudo para se desviar de mim. –NEM VOCÊ, NEM SUA MALDITA CÓPIA MAL FEITA, SUA MINIATURA MAL FEITA OU ESSE BASTARDO QUE VOCÊ ESPERA E DIZ SER FILHO DE JACOB!!!

Aquelas palavras me atingiram com a intensidade de uma explosão. Quem ela pensava que era para falar assim de minha família? Quem ela pensava que era para falar assim de meu filho!?

O fogo que antes eu controlava tão bem perdeu um pouco o controle e acabei deixando que ele me dominasse quase que completamente.

Eu sentia meu corpo inteiro convulsionar e esquentar enquanto minha figura crescia de um modo que eu imaginava ser assustador.

-NUNCA MAIS FALE ASSIM DE MINHA FAMÍLIA. –gritei deixando que minhas mãos descessem para meu ventre em uma tentativa de protegê-lo. –E MUITO MENOS DO MEU FILHO.

Sem ter o total controle de minhas ações, eu peguei seu braço e a joguei contra a parede branca antes de me jogar contra ela e começar a dar seguidos tapas em sua face o mais controladamente possível, pois eu sabia que com apenas um tapa eu poderia mata-la e não era isso que eu queria.

-Nunca mais fale assim de meu filho. –falei deixando que as lágrimas tomassem conta de mim. –Nunca mais... –minhas mãos foram perdendo a força e meu corpo amoleceu.

E em questão de segundos, tudo era breu.

_x_

A claridade incomodava meus olhos, assim como a textura do local onde eu estava deitada. Era tudo totalmente duro e áspero.

-O...Onde eu estou? –perguntei de forma forçada pela dor em minha garganta enquanto tentava abrir meus olhos.

Dedos quente e grossos foram postos em meus lábios me silenciando. Eu não precisava abrir meus olhos para saber que era Jacob.

-Jake. –suspirei aliviada. –O que aconteceu? –perguntei abrindo os olhos, mas franzindo-os logo em seguida pela claridade excessiva. –Onde estamos?

Me assustei assim que vi sua face de desgosto.

-O que aconteceu? –perguntei levantando de supetão, mas quase indo ao chão pela tontura que me atingiu.

Só não caí porque Jake me segurou com uma agilidade que eu deveria ter, mas eu não a sentia mais em meu corpo.

-Depois conversamos. –ele falou inexpressivamente enquanto Bridget entrava na sala de ballet ocupada apenas por nós três.

-Estou totalmente decepcionada com você, . –ela disse com face abatida e incrédula. –Uma professora tão calma como você agredir uma aluna desse modo...

Aquelas palavras desencadearam uma sequencia de imagens em minha mente. E assim pude ver/ lembrar de tudo o que havia acontecido naquela sala mais. As cenas da briga entre Ariel e eu passava claramente por meus olhos.

A culpa e a incredulidade me atingiram com intensidade máxima. Eu não conseguia acreditar que me deixei perder o controle, ao menos não assim. O que estava acontecendo comigo?

-Eu... eu... –tentei falar algo, mas nada me saía. Pela primeira vez na vida, eu estava totalmente sem palavras para uma situação como essa. –Eu não sei o que aconteceu comigo. –falei entregando-me ao sentimento de confusão devido a minha insanidade anterior.

Eu tinha vontade de gritar, pedir desculpas, fugir de tudo, de todos, fugir de mim.

-Eu também não sei o que aconteceu com você. –Bridget repetiu minhas palavras duramente. –Você sabe o que aconteceu com , Jacob? –ela perguntou voltando seus olhos para meu marido, mas o mesmo nada respondeu, pois estava perdido em meus olhos conturbados assim como eu estava perdida em seus olhos confusos e decepcionados.

-A única solução é que eu a demita e a expulse dessa escola de dança, . –disse Bridget fazendo com que minha atenção voltasse para ela.

-O quê? –a pergunta saiu da minha garganta de forma engasgada.

-É a única solução para você. –ela respondeu se encaminhando para a porta e Jacob a seguiu me carregando delicadamente consigo. –Eu sinto tanto por isso. –ela disse me olhando angustiada. –Venha aqui semana que vem para trancar sua matrícula e assinar os documentos para a sua demissão. –ela voltou seus olhos para Jacob. –Leve-a no médico. Ela sangrou um pouco, pode ser que isso seja prejudicial para o bebê.

-Pode deixar. –Jacob respondeu com a voz fraca e rouca enquanto me pegava no colo e me aninhava em seus braços me levando para longe dali.

_x_

-O que está acontecendo ? –Jacob perguntou preocupado e decepcionado ao mesmo tempo.

Me encolhi em posição fetal em cima da nossa cama, local onde ele havia acabado de me depositar e, comecei a chorar desesperada.

-Não sei... não sei... não sei... –eu sussurrava balançando a cabeça de um lado para o outro.  

Ele deitou a meu lado e me puxou para seu peito.

-Tão frágil... tão delicada... –ele sussurrava em meu ouvido de modo acalentador. –É como se um sopro de vento a pudesse quebrar, é como se qualquer coisa fosse a despedaçar. Parece não haver esperanças para uma criatura tão bela e tão frágil assim, mas eu me sinto impelido a cuidá-la de qualquer modo.

Respirei profundamente diversas vezes antes de voltar meus olhos para o seus encontrando uma profundidade infinita.

-Faça o que quiser comigo. –eu disse procurando seus lábios aflita para meu entregar a algo real e certo como Jacob.

Não foi preciso pedir duas vezes antes que ele atacasse meus lábios afoito. Pois ali, naquela cama, naquele quarto, naquela casa, pertencíamos somente um ao outro e não existia nada mais que isso.

-Ah, como eu te amo, Jacob! –falei assim que ele livrou minha boca enquanto descia seus beijos para meu colo exposto pela camisola que eu vestia.

Fiquei aflita quando ele não respondeu, mas logo esqueci, pois ele atacou minha clavícula de forma voraz com seus beijos e suas leves mordidas. Jake tinha o dom de me levar a loucura!

No bom sentido, é claro. –pensei lembrando-me vagamente de algo que se aproximava do insano. Mas com Jake ali, eu não conseguia lembrar o que era.

Não foi difícil para que eu arrebentasse sua camiseta com um só puxão para que eu pudesse começar a arranhá-lo para demonstrar ali a intensidade com que eu sentia cada toque dele.

Ele desceu suas mãos e fez com que as mesmas subissem por meu corpo como o toque de uma pena. Seu toque era exultante e delicado, mas possuía uma intensidade imensurável.

Fazendo o contrário de Jake, eu subi minhas mãos e fui descendo lentamente até chegar a sua coluna lombar e parei arranhando ali enquanto eu pressionava meu quadril contra o seu antes de descer minha mão para a sua bunda e apertá-la enquanto invertia nossas posições para que eu ficasse em cima dele.

Jake sorriu para mim e eu sorri de volta enquanto eu o beijava e o estimulava com a mão. Desci meus beijos por sua barriga malhada e dei várias mordidas nela antes de descer e arrancar sua calça e começar a morder suas coxas de leve.

-, por favor... –ele me censurou enquanto eu roçava seu membro por cima de sua boxer com os seios enquanto mordiscava seus músculos abdominais novamente. A voz dele continha aquele tom de: “ou faça ou não faça, não fique nessa incerteza se não eu fico louco”.

Mas eu apenas ri e continuei com aquilo por mais um tempo, o que estava sendo algo divertido para mim.

-Você quer? –eu perguntei roçando meus seios em seu membro mais uma vez.

Jacob apenas grunhiu algo e me puxou para cima invertendo nossas posições novamente um pouco antes de arrebentar minha camisola de seda preta.

Aproveitando o fato de eu estar sem soutien, ele rapidamente desceu seus lábios para meus seios começou a mordiscá-los e acaricia-los como ele sempre fazia me levando mais uma vez a loucura.

-Jake...Ah, Jake! –eu chamava seu nome ansiando para que ele entendesse o recado, mas eu tinha quase certeza de que ele queria se vingar de mim.

Ele levantou a cabeça e sorriu de modo maroto antes de descer apenas uma de suas mãos por meu corpo e arrebentar minha calcinha com um simples puxão e sem me dar tempo para respirar, ele começou a me estimular com os dedos enquanto me beijava.

Eu arranhava, apertava e mordia todo seu corpo de forma afoita, eu queria ele para mim agora.

-Jake, eu preciso... –pedi de forma incompleta quando sentia que logo chegaria a meu ápice.

Ele sorriu novamente e começou a me estimular mais rápido.

-Não... você.  –falei ofegante enquanto tentava empurrar sua mão, mas ao mesmo tempo arqueando o quadril contra a mesma.

Não demorou muito mais tempo para que eu chegasse ao ápice e caísse mole contra a cama.

-Você é um lobo muito... muito mau. –falei fazendo cara feia, mas me sentindo feliz por dentro.

Ele beijou meus lábios desfazendo o biquinho que eu nem havia sentido que estava fazendo e me penetrou lentamente.

-Assim está melhor madame? –ele perguntou dando um sorriso galanteador.

Movi meu quadril para mais perto do seu apenas colocando uma perna envolta do mesmo fazendo com que ele começasse a grunhir e rosnar de um modo tipicamente seu.

-É exatamente disso que estou falando. –falei antes de começarmos a nos amar mais uma vez.

(Continua...)

N/a: Hey amores! Como vão? Demorei muito para postar? *olha cautelosamente em volta para ver se não tem ninguém com pedra na mão*

Eu estou podre, mas ainda continuo louca e maliciosa em meus capítulos, não?
Kkkk’

Bem, o que acharam deste capítulo? Eu amei!!! Cheio de confusões sentimentais, tristeza, mortes, conflitos e uma pequena prévia de como a PP está confusa sobre si mesma. Se ela está assim agora então imaginem como ela estará daqui a pouco.  :x

Espero que tenham gostado, pois este capítulo eu escrevi ouvindo a música “All You Wanted” da Michelle Branch durante o capítulo inteiro. Eu até colocaria ela aqui para vocês lerem ouvindo, mas ficaria muito cansativo ouvi-la durante o capítulo inteiro assim como eu fiz.

Bem, acho que por hoje é só, então... COMENTEM MUITO QUE EU VOLTO LOGO!!!

Beijos e até a próxima.


Capítulo 6

P.O.V

Sangue escorria por minhas mãos, onde eu segurava uma pessoa desfigurada, desconhecida...

A morte pairava o local onde eu estava. Ela, a morte, viera para levar aquele que já não pertencia a este mundo, ela viera para levar aquele que jazia em meus braços.

-Pronta para partir? –perguntou uma pessoa encapuzada parando a meu lado.

Se aquilo fosse um filme, eu diria que aquela pessoa era a morte, mas isto era a vida real, então deduzi ser apenas um conhecido meu.

Olhei para a pessoa encapuzada com uma naturalidade que chegava a ser curiosa. Eu sentia que conhecia aquela pessoa melhor do que eu imaginava, era quase como se nós tivéssemos uma ligação sanguínea.

-Já acabei com esse. –falei jogando o corpo inerte no chão e seguindo a pessoa encapuzada para um lugar desconhecido.

Eu seguia a maligna personificação da morte, como se ela fosse uma grande amiga.

_x_

-Jake! –gritei ao acordar assustada naquela fria manhã em La Push. –Jacob! –gritei mais uma vez, procurando ele pelo quarto.

Sentei-me na cama e comecei a olhar em volta.

-! –ele entrou no quarto de supetão e correu em minha direção, assustado. –, está tudo bem?

Minha cabeça girava, minha respiração estava ofegante, nada mais estava no lugar... Meu estômago revirou completamente e, cambaleante, levantei com o intuito de ir ao banheiro, mas fui direto ao chão.

Eu queria falar que precisava urgente ir ao banheiro, mas não conseguia abrir a boca, porque eu sentia que se eu fizesse, eu vomitaria no chão.

Jacob me olhava desesperado. Ali, sentado ao meu lado neste momento, ele parecia um homem velho e cansado, com suas enormes e roxas olheiras.

-Jake, banheiro... –mandei para ele em pensamento, enquanto uma dor no baixo ventre me atingia.

Desesperado, Jacob me ergueu em seus braços e correu na velocidade da luz até o banheiro, o que só fez com que minha dor aumentasse.

Chegando ao banheiro, Jacob me colocou sentada em cima do sanitário, mas, sentindo que ia vomitar a qualquer momento, levantei-me cambaleante e abri a tampa do mesmo, vomitando todo meu café da manhã do dia anterior, logo em seguida.

Jacob segurava meu cabelo com firmeza, enquanto seu outro braço sustentava minha cintura. Seu toque quente acalmava as dores em meu baixo ventre, porém, a dor ainda se fazia presente.

Apoiei as mãos na parede, respirando profundamente. O cheiro e o gosto do vômito embrulhavam meu estômago novamente. Meus pensamentos estavam embaralhados e confusos. Eu queria sair dali, mas eu não me sentia bem a ponto de dar um passo sequer.

-Está tudo bem? –Billy perguntou preocupado. Eu não fazia ideia de como ele havia chegado ali.

Jacob segurou minha cintura com mais firmeza quando vomitei mais um pouco, mostrando para Billy o quanto eu estava mal.

-É melhor chamar Carlisle. –disse Jacob, me puxando para si quando parei de vomitar. Billy não falou nada, ele apenas manobrou sua cadeira velozmente e saiu em direção à cozinha.

Lentamente, Jacob me fez andar até a pia do banheiro, onde, molemente eu consegui escovar meus dentes e tirar aquele gosto horrível de minha boca. E enquanto eu o fazia, Jacob puxou a descarga, dando adeus as lembranças daquele meu mal-estar.

-Carlisle já está a caminho. –disse Billy reaparecendo na porta e colocando uma de suas mãos em meu braço direito. –Vai ficar tudo bem.

Assenti da melhor forma que pude, enquanto Jacob me pegava no colo novamente, me levando para nosso quarto.

Eu tinha a impressão de que todo o ambiente a minha volta girava, e uma impressão de desmaio se abateu sobre mim quando Jacob me depositou na cama, minha visão estava turva em um branco embaçado, assim como um vidro em dia de frio.

-Água. –pedi quase sem voz.

Jacob me olhava agoniado, enquanto sustentava meu tronco de pé, para que eu ficasse sentada. Eu podia ver o medo estampado em sua face, em seus olhos e em sua mente... Sim, eu lia sua mente agora, e o medo de me perder estava ali, se sobrepondo todos os outros pensamentos.

-Água... –repeti agoniada. Por mais que não quisesse ficar sozinha, essa necessidade fisiológica me machucava ao deixar minha garganta extremamente seca. –Eu... preciso... de água.

Foi meramente uma questão de segundos para que Jacob me deitasse na cama e corresse até a cozinha e, voltasse com um enorme copo de água, que por minha vez, bebi avidamente, assim que Jacob me ajudou a sentar novamente.

Ao beber a última gota d’água daquele copo, respirei profundamente, em busca do ar que agora limpava meus pulmões e levava para longe aqueles odores horríveis que me causaram enjoo. Aqueles odores de morte...

Jacob sentou ao me lado na cama e começou a acariciar meus cabelos delicadamente.

-O que está acontecendo, ? –ele perguntou, enterrando o rosto na curvatura de meu pescoço.

-É apenas o nosso filho. –respondi com a voz ainda fraca.

Senti Jacob retesar, enquanto se afastava de mim lentamente. Ele estava assustado, receoso, incrédulo...

Ao identificar aquele último sentimento em sua face, senti uma pontada muito forte em meu baixo ventre, e um grito de dor escapou de meus lábios.

-Acredita em mim. –pedi, segurando outro grito.

Eu sabia que aquela dor era psicológica, mas eu não conseguia controla-la. Isso só fazia mal a meu filho, mas a aparente incredulidade de Jacob em minha gravidez causava isso.

-Por que outro motivo eu estaria tendo enjoos? –perguntei por entre os dentes. –Qual a última vez que eu estive assim?

Lágrimas quentes começaram a rolar por meu rosto. Psicologicamente abalada com os últimos acontecimentos e com a notícia que recebi, eu não sabia se aguentaria uma negativa de Jacob quanto a isso.

Jacob me abraçou e juntou sua bochecha na minha. Senti as lágrimas dele se juntarem as minhas naquele estranho choro compartilhado.

-Eu acredito em você. –ele disse movendo uma de suas mãos para minha barriga, ainda dolorida pelas pontadas que recebia. –Só tenho medo de perder outro filho.

Choramos por um tempo que me pareceu muito longo, pois ali, naquele pequeno quarto, o silêncio disse coisas que nossas palavras não conseguiram expressar até aquele momento. Os sentimentos regiam nossa silenciosa conversa, por isso, ignorei minha dor e me entreguei aos inocentes toques de Jacob.

Não fomos mais longe do que isso, mas aqueles simples beijos e carícias foram o suficiente para mostrar o quanto estávamos ligados, e que independente do momento, estávamos juntos para enfrentar o mau tempo que passávamos.

-Eu te amo. –sussurrei para Jacob ao mesmo tempo em que mandava um: “me desculpe”, para sua mente.

-Eu também te amo. –ele sussurrou, fazendo o mesmo que eu ao se desculpar mentalmente.

E novamente ficamos ali, nos acariciando, até que um odor exageradamente doce me atingiu, fazendo com que meu estômago desse um looping e mandasse um impulso nervoso para meu corpo, e eu corri para o banheiro vomitar mais uma vez.

Mas, desta vez, tudo o que saiu de mim foi um líquido branco, que logo identifiquei como ácido estomacal, o que significava que eu estava em um estado crítico. Eu precisava urgentemente comer algo e, como para que confirmar meu pensamento, meu estômago roncou alto.

Saí do banheiro cambaleante, e assim andei até a metade do corredor que levava até meu quarto.

-Parece que temos alguém aqui que precisará de uma dieta especial. –disse Carlisle aparecendo a meu lado e me amparando.

Seu cheiro doce embrulhou meu estômago mais uma vez, mas me contive e me obriguei a continuar andando com o auxílio de Carlisle até a porta de meu quarto, onde um Jacob extremamente preocupado estava a minha espera, encostado no batente da porta.

Não foi preciso falar nada para que Carlisle me passasse a Jacob assim que nos aproximamos da porta. E Jacob, por sua vez, me carregou delicadamente até a nossa cama. Imaginei que para quem via de fora, pareceria que ele carregava uma caixa de cristais, com tamanho o cuidado com que ele me carregava.

Ao sentir a cama contra minhas costas, senti a cor se esvair de meu rosto, enquanto o ar fugia de meus pulmões.

Carlisle saiu de meu quarto, levando consigo o copo em que eu havia bebido água e, trazendo-o cheio poucos segundos depois. Novamente bebi a água com muita sede e pressa.

Jacob apenas me auxiliava, olhando-me preocupado a cada segundo. Desde que eu fora viver em La Push, eu nunca havia ficado doente ou havia tido um mal-estar. Com exceção da época em que eu estive grávida, é claro.

-Obrigado Dr. Cullen. –Jacob agradeceu com sua habitual resistência ao falar com Carlisle.

Jacob ainda não havia perdido o hábito de ser desconfiado diante dos Cullen, o que nos causava alguns problemas de vez em quando.

Carlisle assentiu, me olhando curioso e eu me perguntei o que tanto ele via em mim.

-Posso ouvir mais de dois corações batendo neste quarto. –ele disse após algum tempo, arrancando-me um grande sorriso.

Aquelas simples palavras concretizaram de vez o mundo materno que um dia se instaurou em mim. Eu já era mãe, mãe de Thaylyne, mas o fato de “produzir” meu próprio filho tornava meu mundo mais colorido.

-Mas eu vou... Eu vou abortar esse filho também? –perguntei insegura e com muito medo de que isso acontecesse.

Jacob pegou minha mão e a apertou firmemente, um sinal claro de que ele estaria comigo em qualquer situação. Trocamos um olhar carregado de medo e de lembranças.

Uma nova vida, um novo começo, uma nova era, uma nova criança... Mas onde eu colocava o medo de perdê-la? Digo, eu não estava totalmente focada no que essa gravidez significaria, eu estava preocupada com meu filho, minha família!

Carlisle olhou-nos calmamente, enquanto largava sua maleta em cima da cama, antes de vir até mim e começar a fazer exames básicos como ver a frequência cardíaca com o estetoscópio, pressão arterial, contração e dilatação das pupilas e outros exames.

-Você tem as reações alteradas. –disse Carlisle fazendo-me prender a respiração. –Mas essas alterações são mínimas, então imagino que elas se devam a seu estado de...

Aquelas palavras pairaram no ar por longos minutos, ninguém sabia o que dizer o que eu era. Então a dúvida veio chegou a minha mente pela primeira vez. O que realmente eu era?

-Híbrida? –arrisquei, querendo tirar aquela tensão do ar.

-Híbrida. –concordou Jacob após algum tempo.

Novamente o silêncio se instaurou naquele quarto, enquanto Carlisle remexia intensamente em sua maleta.

Com a curiosidade em alta, conectei minha mente com a sua, só para ver as imagens de uma agulha, luvas, seringa, um elástico e uma caixinha que não consegui identificar do que era.

-Exame de sangue não! –exclamei contraindo todos os músculos só de imaginar uma agulha furando minha pele.

Jacob começou a rir como um idiota e, eu o fuzilei com os olhos, mas nem mesmo assim ele parou.

Carlisle apenas sorriu e veio em minha direção com aquela agulha maldita. Retesei meus músculos mais ainda e tentei pular pela janela do quarto, mas Jacob me segurou contra a cama.

-É para o bem de seu filho, . –explicou Carlisle. –Nesse exame vamos ver com decadência de que vitaminas seu corpo está para que eu possa te passar uma dieta específica. –ele amarrou aquele elástico em meu braço e esterilizou a parte interna da minha articulação com aquele maldito álcool gelado. –E para que eu possa te passar o tratamento específico para evitar um aborto.

Não foi preciso dizer mais nada para que, como uma criança, eu virasse minha cabeça para o lado enterrando-a no peito de Jacob, enquanto deixava meus músculos relaxar, deixando enfim, aquela fina agulha penetrar minha pele.

Uma dor aguda tomou conta de meu corpo, mas me mantive inerte para que Carlisle coletasse meu sangue.

Quando a agulha foi retirada de meu braço, senti meu corpo amolecer e cair contra a cama. Minha respiração ficou ofegante e pesada, minha pressão baixou e tudo a minha volta girou.

Jacob se adiantou a meu lado, olhando-me extremamente preocupado. Eu nunca havia ficado tão mal assim! Ainda mais depois que me transformei.

-Enquanto eu não tenho o resultado da análise laboratorial, eu recomendo que você coma coisas leves e saudáveis. –disse Carlisle olhando-me com o cenho franzido. –Só por curiosidade, qual foi a última vez que se alimentou?

-Ontem pela manhã. –Jacob respondeu por mim.

Fiquei irritada com esse gesto. Quem ele pensava que era para falar por mim? Eu não era nenhuma criança e muito meninos uma pessoa debilitada, podia muito bem responder por meus atos!

Balançando a cabeça negativamente ante a resposta de Jacob, Carlisle me entregou uma caixinha rosa e um receituário.

-Faça esse teste de gravidez só quando estiver bem alimentada e evite ficar sem se alimentar por muito tempo, pois isso pode ser prejudicial a você e ao seu filho. –ele disse olhando diretamente para mim. Seu olhar era severo e autoritário e irritante de tão mandão que era, mas eu sabia que o que ele dizia era a mais pura verdade. –E Jacob, qualquer coisa é só me chamar. –disse pegando a maleta e se adiantando para sair do quarto.

-Obrigado por ter vindo Carlisle. –disse Jacob um pouco mais suave ao falar com o médico, que já estava com a metade do corpo para fora do quarto.

Carlisle assentiu e partiu, deixando-nos no mais profundo e perturbador silêncio.

Jacob balançou a cabeça negativamente e veio para meu lado, deitando-se na cama junto comigo.

-O que eu faço com você ? –ele perguntou mais para si mesmo do que para mim, enquanto acariciava meu cabelo.

Não respondi, ou fiz gesto algum, pois minha cabeça girava e meu corpo ainda doía. Quando isso iria acabar?

-Jake. –chamei baixinho, sabendo que ele ouviria de qualquer jeito. –Estou com fome.

Olhei para cima e vi que um enorme sorriso brotava dos lábios de meu marido. Jacob se levantou e saiu do quarto sem maiores explicações, voltando logo em seguida com Billy em seu encalço e com o celular em mãos.

-Quer dizer que meu neto vai chegar logo, hein? –perguntou Billy, sorrindo. Seu sorriso era idêntico ao de Jacob, mas guardei essa informação apenas para mim.

Mas, apesar do sorriso, os olhos de Billy demonstravam uma grande preocupação e aflição.

-Daqui a alguns meses. –falei descendo minhas mãos para minha barriga.

Jacob saiu do quarto novamente, deixando-me com a enorme dúvida de onde ele havia ido. Eu ainda podia sentir sua presença e seu cheiro na casa, mas meus sentidos estavam fracos e afetados, por isso não consegui identificar em que parte da casa ele estava.

-Jacob volta daqui a pouco, filha. –disse Billy se aproximando mais da cama e encarando-me diretamente nos olhos. –Ele foi apenas procurar ajuda para cuidar de você.

Fiquei confusa com aquelas palavras. Desde quando era preciso de ajuda para cuidar de mim? Desde quando era preciso cuidar de mim, sendo que normalmente era o contrário.

-Que tipo de ajuda? –perguntei desconfiada.

-Sue Clearwater.

_x_


Um mês se passara desde que meus avós morreram. Conforme os dias passavam, as coisas foram se encaixando, voltando ao normal... Estava tudo bem.

Estávamos todos muitos felizes com as notícias que corriam; a empresa dos meus avós que iam de vento em popa, o casamento de Leah e Bernardo e minha gravidez.

Apesar da barriga não aparente, eu já estava em meu terceiro mês de gestação, quase entrando no quarto. Billy se tornara um sogro muito rígido em questão a minha alimentação, por isso fiquei proibida de cozinhar durante a gestação. Quem ficou com a função de cozinheira da casa foi Sue, que se dispunha ir todo santo dia para cozinhar para nós.

Eu não fazia muito mais do que limpar a casa, comer, cuidar de Thaylyne, estudar e fazer rondas, contra a vontade de Jacob, é claro.

-Escrevendo no diário de novo? –disse Jacob adentrando nosso quarto e se jogando na cama.

Sorri para ele e passei a mão em seus cabelos de forma leve, enquanto ele me puxava para perto de si, erguia minha blusa antes de depositar vários beijos nela, o que só fez o meu corpo esquentar mais ainda.

-Na falta do que fazer... –falei puxando seu rosto para cima pelos cabelos e mordendo meu lábio inferior.

Mas Jacob apenas sorriu e balançou a cabeça negativamente antes de colocar seu rosto na altura do meu e beijar-me levemente.

-Você sabe que pode machucar o bebê. –ele disse descendo seus beijos por meu pescoço e clavícula, o que só aumentou meu fogo interno.

Fiz minha melhor cara de choro, mas de nada adiantou. Desde que minha gravidez fora confirmada, Jacob se recusava a fazer sexo comigo, e isso era uma facada para meus hormônios de gravida, que gritavam por um toque mais intimo. Eu me sentia rejeitada!

-Jake, por favor. –pedi com voz manhosa, enquanto eu invertia nossas posições e começava a beijar e morder sua mandíbula levemente.

Quase lá... –pensei quando senti que ele circundava minha cintura com mais força. –Quase lá... –Jacob enterrou o rosto meu pescoço e respirou profundamente ali deixando-me totalmente arrepiada.

-, venha jantar. –chamou Sue, fazendo com que Jacob “acordasse” e me tirasse de cima dele.

-Muito espertinha. –ele riu, antes de se levantar e vestir algo, saindo do quarto logo em seguida.

Sentei na cama e abracei os joelhos para conter aquele estranho sentimento que se apossava de meu corpo.

A rejeição se fez presente mais uma vez. Eu sabia muito bem que Jacob não me rejeitava, mas meu corpo e minha mente teimavam em sentir isso. O vazio do quarto só fez minha solidão aumentar e meu corpo pesar. O que acontecia comigo?

-, venha jantar. –disse Jacob aparecendo na porta novamente.

Ele se aproximou e eu me encolhi mais ainda. Não era consciente, mas meu corpo falava por mim.

-Algum problema? –ele perguntou quando eu virei o rosto antes que ele o acariciasse.

O silencio dominou o recinto. O que eu deveria responder? A verdade, ou parte dela?

-Não sei ao certo. –respondi jogando minhas pernas para fora da cama e levantando-me incrivelmente rápido, até para uma loba, ainda mais para uma loba grávida. –Muitas coisas me incomodam, incomodam meu inconsciente.

As palavras saiam de mim com uma estranha naturalidade. Eu nunca fora assim, mas agora... Era como se eu pressentisse que algo mudaria em pouco tempo, o que me fazia agarrar-me a coisas conhecidas com uma força mental inimaginável.

-E o que exatamente te incomoda? – Jacob perguntou cauteloso. A minha impressão era que ele sabia que a palavra errada me faria desmoronar novamente.

Fechei os olhos e deixei as emoções tomarem conta de mim, antes de responder algo. Essa não era uma resposta fácil, e adiar ela não adiantaria muito coisa, mas me daria tempo para pensar.

Jacob pegou minhas mãos e foi me conduzindo para fora do quarto, andando de costas. E depois de muito tempo, percebi que finalmente parecíamos o casal de adolescentes que éramos.

Comecei a rir, aproveitando o momento, me agarrando a felicidade temporária, deixando a sensação penetrar minha pele e correr por meu sangue chegando ao meu coração.

Assim que me viram sorrindo, Sue e Billy e todos os presentes ali, sorriram também. Sorrir, um pequeno, doce e saudável gesto que ultimamente eu não estava praticando. Mas, o pequeno sorriso que eu dera agora, preenchera um ambiente e suprira toda a vida interior que me faltava.

-Sabe o que me incomoda? –perguntei à Jacob por pensamento, enquanto jantávamos.

Ele olhou para mim discretamente antes de responder com um sincero:

-Bem que eu gostaria de saber.

Não aguentei, comecei a rir novamente, atraindo os olhares de Billy, Sue, Bernardo e Leah.

-Ficou louca de vez? –Bernardo brincou e puxou meu cabelo como uma criança.

Dei um tapa em sua cabeça e comecei a rir mais ainda, o que arrancou mais risadas dos outros.

-Vocês ficam pensando besteiras que me fazem rir. –menti, não querendo revelar minha conversa com Jacob. Leah ficou vermelha e Bernardo roxo. –Foi por isso mesmo que eu ri, Dona Leah e Sr. Bernardo. –falei constrangendo-os mais ainda.

Foi impossível conter a onda de risos que começou ali.

-Tudo me incomoda, Jake. Tudo me incomoda. –finalmente respondi sua pergunta, olhando-o profundamente.

Jacob me olhou melancólico, e com uma tristeza contida dentro de si. Eu sabia que ele sofria por eu estar sofrendo.

-Tudo vai mudar. –ele respondeu após vários segundos de olhares trocados.

E é isso que me assusta. –pensei, mas sem deixar o pensamento passar para a mente dele.

_x_

Como era boa a sensação da terra contra minhas patas, dos meus pelos expostos ao vento, os sons da floresta amplificados em minha mente, os cheiros das árvores e da chuva exalando por todo o lado. E tudo o que eu tinha que fazer enquanto corria, era observar a paisagem para ver se captava algum rastro e, sentir todos os cheiros ao meu redor para ver se captava algum aroma anormal.

Aumentei a velocidade sem me importar com mais nada além da mesma. Como era incrível a sensação de cortar o vento... Era a melhor coi...

-, diminua... –Jacob ordenou naquele tom de alfa, e nada me restou além de obedecer.

Ele raramente usava esse tom comigo, mas desde que ele descobriu minha gravidez e eu insisti por continuar a fazer ronda, esse tom era usado constantemente.

, não faça isso!”, “, não faça aquilo!”, “, corra mais devagar”, “, deite e durma!”

Aff! Isso me irritava. Ok, eu concordo que tudo isso é integralmente para meu bem e para o bem de meu filho, mas... Às vezes isso passava dos limites. Digo, Jacob me tratava como se eu estivesse doente ao invés de grávida.

Bufei na intenção de conter esses meus sentimentos que vinham sendo sufocados e, continuei a percorrer o perímetro, mas agora a uma velocidade mais lenta.

A suavidade e o silêncio estavam mais do que presentes naquele momento. Nada mais do que a paisagem, os caminhos percorridos e os cheiros se passavam pelas cabeças de Leah e Paul naquela tranquila manhã de ronda.

Quando deu o horário, eu parei de correr e deitei sob a sombra de uma árvore. Aproveitei para sentir tudo a minha volta, enquanto ainda podia ficar em minha forma de loba. Fiquei ali por um longo tempo antes de ser incomodada por alguém, ou melhor, por ele.

-Sabe que não precisa ficar assim. –ele disse, se aproximando em sua forma humana.

Era incrível que, mesmo estando brava com ele, sua simples voz e presença eram capazes de me fazer esquecer o que estava pensando. Como eu o amava... Como eu amava Jacob...

Eu fazia de tudo para vê-lo feliz, mas às vezes parecia não o suficiente. Ele sempre pedia mais, ele sempre queria mais, o que significa que eu tinha que abrir mão de quase tudo o que eu gostava.

Agora, diante de Jacob, eu sabia o porquê de fazer tantos sacrifícios, mas isso não significava que eles não me machucavam. Então, apenas bufei, fechei os olhos e deitei a cabeça sobre a minhas patas.

-Você sabe que eu só faço isso porque eu te amo, . É para o seu próprio bem. –Jacob disse passando a mão entre meus pelos.

Irritada por não conseguir ficar brava com ele, me coloquei de pé em um pulo e deixei o fogo da transformação descer por minha coluna, me transformando em humana novamente, em menos de um minuto.

Nesse meio tempo, Jacob se afastou alguns centímetros para me dar espaço, o que foi bom para mim, porque eu não sei se conseguiria falar tudo o que estava entalado em minha garganta, se sentisse sua mão quente na minha pele de igual temperatura. Coloquei minhas roupas sem um pingo de pressa.

Sem encará-lo, comecei a correr sabendo que Jacob me seguiria só para me parar.

-... –ele me censurou por entredentes, enquanto agarrava minha cintura e me “freava” com leveza.

Não aguentei, e explodi mais uma vez em uma briga com meu marido. Isso causava dores em mim, no corpo e na alma, mas era impossível continuar nesta prisão, neste sufoco, nesta... situação sem fim!

-Chega! –gritei com toda a força que tinha. Senti o ar fugir completamente de meus pulmões, com tamanha a força que gritei.

Jacob me soltou e recuou alguns passos assim que gritei.

-Chega! –gritei novamente, só que agora em um tom mais baixo. Meus olhos automaticamente se encheram de lágrimas. –Chega de controlar minha vida Jacob! Chega de me sufocar! Eu não me sinto bem assim... – Abracei meu próprio corpo com o intuito de conter aquela dor que tomava conta de meu ventre. –Eu estou grávida, não doente. Posso muito bem cuidar de mim mesma! Correr, fazer exercícios, comer uma besteirinha de vez em quando, sair, trabalhar...  Faz bem para mim!

Jacob se aproximou e tocou meu rosto com delicadeza, enquanto uma teimosa lágrima escorreu pela lateral da minha bochecha ao sentir seu toque.

-Você sabe que... –ele começou a falar, mas o calei com um beijo mais intimo e profundo. Um beijo pelo qual eu ansiava há tempos.

Minhas mãos subiram para sua nuca e as suas desceram para minha cintura nos colando completamente. Ignorei a dor em meu ventre, eu sabia que iria passar.

Pele com pele, sentimentos convergentes e um beijo suave, porém intimo... Jacob pediu passagem com a língua para aprofundar nosso beijo, o que foi minha perdição. Apesar do beijo ser calmo e apreciativo, a intensidade com que sua língua se enroscava na minha, fazendo aquela dança que só nós sabíamos fazer, me enlouquecia completamente. Nossos corpos se encaixavam como se tivessem sido desenhados um para o outro, o que fazia ficarmos mais colados ainda, quase nos fundindo... O beijo era tão intimo quanto fazer amor com Jacob.

Naquele beijo, captei todos os sentimentos dele, e tentei transmitir os meus da mesma forma. Carinho, preocupação, cuidado, medo, proteção, paixão, confusão, amor e muitos outros sentimentos eram passados ali, naquele beijo que revelava nossos pensamentos mais profundos!

Só nos separamos quando o ar já nos era escasso, pois se não, continuaríamos ali pelo que eu acredito ser a eternidade.

Agora, o ar chegava aos meus pulmões com dificuldade, enquanto eu estava com a testa colada na de Jacob.

-Agora...você... me entende? –perguntei com dificuldade, não conseguindo conter um sorriso.

Jacob deu aquele sorriso que só ele sabia dar, o que fez com que meu coração se enchesse de esperança.

-Vou pegar mais leve. –disse ele, com a voz mais rouca que o normal, pela falta de ar.

Rimos da melhor maneira que pudemos e voltarmos a nos apreciar com pequenos, delicados e inocentes toques, antes de voltarmos para casa, para dar inicio há um longo dia.

_x_


Duas semanas de alegria, tranquilidade, muita fome, amor, compras e trabalho.

Depois daquela conversa com Jacob, nossa vida acalmou, as exigências diminuíram e voltamos a ser o casal que erámos antigamente. É claro que eu não gostava quando ele me largava para fazer rondas extras, mas com as mortes que estavam acontecendo, eu não podia culpa-lo, pois era a vida de nosso povo e de nossos descendentes que estavam em risco.

Mas, apesar das rondas extras, Jacob sempre arranjava um tempo para a família. Agora ele saía comigo para fazer compras, levar Thaylyne no parque, jantar com os amigos, comprar algumas coisas para o bebê... Ele até venceu sua aversão contra os Cullen e foi comigo para meu primeiro exame pré-natal. E depois ele ainda ficou um tempão brincado com Renesmee, que em minha opinião, era a criança mais fresca do mundo. Que Embry não descubra esse meu pensamento!

Quanto ao trabalho... Bem, eu não estava dando ou fazendo aulas de ballet, mas sim, trabalhando na administração da empresa de meus avós, juntamente com Damien e seu namorado e imprinting, Jack. Sim, um imprinting gay! Isso foi algo que deu muita dor de cabeça para o conselho e a matilha que ficaram a discutir isso por dias.

Flashback on

O cheiro de papéis novos que exalava de meu novo escritório era contagiante. Esse cheiro me inspirava planilhas, documentos, planejamentos, balanços de final de mês e um novo emprego.

Dei uma volta pelo escritório, admirando cada detalhe da decoração e dos arquivos com os quais eu mexeria. Eu sabia que seria difícil, pois nunca fui um gênio na matemática, que por sinal eu usaria muito, mas era bom ter uma ocupação, mesmo que fosse só por três vezes na semana.

Ajeitei os lírios brancos que estavam sobre minha mesa e sentei na macia cadeira aveludada, que ficava atrás da mesma. Olhei mais uma vez para os móveis rústicos do escritório e admirei os poucos objetos de arte contemporânea que eu havia colocado ali. Para mim, aquela combinação do novo com o velho era perfeita.

Respirei profundamente antes de pegar alguns papéis que estavam sobre minha mesa e começar a lê-los. Aqueles papéis eram a ata da última reunião da empresa, que eu deveria colar no livro de atas, que também estava em cima da minha mesa.

Abri as gavetas em busca de tesoura e cola, para poder começar meu trabalho, porém, só achei a tesoura.

Resignada, levantei de minha cadeira e andei firmemente até a sala de Jack, o funcionário que havia entrado na empresa para ajudar temporariamente, enquanto Jacob e meus avós viajavam, mas que havia sido contratado integralmente, para trabalhar no almoxarifado, no final das contas.

Chegando ao almoxarifado, não me dei ao trabalho de bater a porta, apenas entrei de supetão e dei de cara com uma cena um tanto quanto... incomum.

-Jack e Damien? –perguntei assustada, fazendo com que os garotos parassem de se beijar e se soltassem, assustados.

Eu não tinha preconceitos quanto a gays, mas nunca imaginei que Jack fosse, muito menos o Damien, que eu já conhecia há algum tempo. Eles sempre foram discretos, nunca deram um mínimo sinal quanto a sua opção sexual. O mais estranho, era que eu regularmente tinha ronda com Damien, e isso me assustava mais ainda quanto a sua discrição, pois ele nunca deixara escapar nenhum pensamento.

-, por favor, não nos demita. –pediu Damien com as palmas das mãos viradas para mim.

Ele avançou alguns passos em minha direção, enquanto Jack se desmontava em cima de uma pilha de caixas.

Pisquei rapidamente antes de andar em direção a Damien e pegar suas mãos frias, o que era preocupante para um lobo.

-Calma, não vou demiti-los. –falei firmemente. –Eu só não sabia que....

As palavras se recusavam a sair de minha boca com tamanha incredulidade.

-Éramos gays? –perguntou Jack com a voz fraquinha, mas que mesmo assim, pude ouvir claramente.

-É... –concordei sem saber o que falar. –Vocês estão namorando?

A pergunta saiu involuntariamente, não era minha intenção ser curiosa ou grossa demais, mas as palavras escapuliram de minha boca.

Jack e Damien trocaram um olhar angustiado, antes de Jack deixar a sala, silenciosamente e Damien me conduzir para a cadeira atrás da mesa da sala e sentar no chão à minha frente.

-Seria muito estranho se eu te dissesse que sofri um imprinting pelo Jack? –Damien perguntou cauteloso.

Inclinei meu tronco para trás, enquanto arregalava os olhos.

-Muito. –sussurrei.

Flashback off.

Depois daquele dia, Damien comunicou a matilha e ao conselho sua opção sexual e seu imprinting. Nem preciso dizer que aquilo causou vários questionamentos e apenas uma teoria, a minha teoria, mas que foi rejeitada por alguns.

“Se for assim, eu acho que o imprinting é apenas uma motivação para que nós guerreiros voltemos para casa depois de uma batalha. É como em uma guerra. Os soldados mais jovens, morrem lutando por sua nação, mas os mais velhos sobrevivem, pois geralmente têm uma família que depende dele e ele ama muito. Assim, eles podem viver por mais tempo e lutar mais vezes, se for preciso” –foi o que falei, mas a teoria foi aceita com muito esforço.

Mas não me importei com a opinião daqueles que desacreditavam em minha teoria, pois eu sentia no fundo da alma que ela estava certa, e que ela se provaria real em breve.

-Por que está com essa cara de paisagem, mãe? –perguntou Thaylyne, tocando meu braço.

Sacudi minha cabeça e voltei para a realidade.

-Só estava pensando. –respondi, fitando minha pequena, que já estava pronta para caçar, em sua legging preta e sua regata de mesma cor.

Caçar... Isso havia sido algo muito difícil de lidar quando Thaylyne começou a morar conosco. Os Volturi a acostumaram beber sangue humano em sua breve estadia com eles. Mudar os hábitos alimentares de minha irmã foi uma tarefa árdua. Os Cullen ajudaram muito no começo, mas mesmo assim, Thaylyne não abria mão da presença de um de seus parentes em dia de caça. Resumindo, Jacob, Seth, Kyara ou eu, tínhamos que acompanhar Thaylyne nesses dias, e hoje, essa tarefa havia ficado para mim.

-Tem certeza de que precisa caçar? –perguntei lembrando-me do quão atraente e ao mesmo tempo repulsivo, era este ato.

Thaylyne me fitou com seus grandes olhos castanhos, que aos poucos se enchiam de lágrimas. Ela pulou em meu colo e escondeu seu rosto em meu peito, chorando de um modo que meu doía o coração.

-Você sabe que não gosto, , mas agora que acostumei, não consigo parar. –ela disse entre as lágrimas. –É mais forte que eu.

A vontade de chorar com minha irmã, me atingiu fortemente, mas eu me controlei para mostrar a ela que aquilo não fazia diferença.

-Faz parte de sua natureza, não precisa se envergonhar disto. –falei afastando-a de mim e enxugando suas lágrimas com os dedos.

Thaylyne fungou algumas vezes antes de para de chorar e assentir para mim.

Sem dizer palavra algumas, a peguei no colo saí de meu quarto, pulando pela janela. Entrei na floresta e corri em minha forma humana até a casa dos Cullen, onde Alice já me esperava no jardim.

-Tia Alice! –exclamou minha irmã, pulando de meu colo diretamente para o colo de Alice, que a pegou no ar. –Que bom que hoje é você que vai me levar!

Alice riu com sua voz de soprano, dando a impressão de que sinos tocavam em algum lugar a nossa volta.

-Também senti sua falta. –ela disse para Thaylyne, de modo carinhoso. –E como vai a gravidez, ?

Olhei rapidamente para minha barriga, enquanto colocava minha mão sobre a mesma, inconscientemente.

-Estou começando a ganhar peso. –respondi, sentindo-me iluminar ao pensar em meu filho.

-Esse bebê tem um coração bem forte... –pensou Alice, franzindo o cenho, o que deformava minimamente sua face de boneca.

-É o que Jacob sempre diz. –concordei com seu pensamento, o que a fez rir novamente.

Thaylyne nos olhou com cara de quem havia chupado limão muito mais do que azedo, antes de descer do colo de Alice e correr em direção à floresta.

-Odeio quando elas têm essas conversas mentais. –pensou minha irmã, enquanto a seguíamos.

Tive que me segurar para não rir e acabar com minha diversão. Sabe, às vezes esse meu dom vinha mesmo a calhar.

Silenciosamente, observei as duas caçarem. Eu sempre me encostava a uma árvore próxima do local onde elas estavam.

-Ainda está com sede? –perguntei para Thaylyne, enquanto ela e Alice enterravam seu segundo cervo.

Thaylyne assentiu sem olhar para mim e eu senti que ela ficou magoada com essa pergunta. Pensar que essa mágoa se deu por algo que eu disse, apertou meu coração de uma forma muito dolorida.

-Desculpa.

Depois dessa mensagem deixada na mente de minha irmã, saí correndo pela floresta. Em meio às árvores e ao silencio, eu conseguia refletir melhor sobre minhas palavras.

-Por que tem que ser assim? –perguntei para o nada.

Eu não entendia o motivo de achar o ato da caça tão repulsivo, se isso deveria ser uma coisa presente em minha natureza de híbrida.

Continuei a andar sem rumo pela floresta. Tudo o que eu queria era me afastar o suficiente para apagar meus pensamentos, mas parecia que quanto mais eu andava, mais fortes os pensamentos ficavam.

Um cheiro me atingiu com grande intensidade. Era um cheiro que se assemelhava a uma comida gostosa, mas eu não consegui identificar qual era. Então, fui em direção ao cheiro, curiosa para descobrir o que era.

Em alguma altura do caminho, fechei meus olhos e deixei-me guiar pelo instinto, seguindo apenas meu olfato. A cada passo que eu dava, o cheiro se tornava mais forte, mais atraente.

Aspirei o ar profundamente, quando senti que aquele cheiro estava extremamente concentrado. Ajoelhei-me e estiquei minhas mãos a frente do meu corpo, para poder sentir o que exalava aquele atraente odor.

Minhas mãos se depararam com algo macio, áspero e molhado. Naquele momento, algo dentro de mim criou vida, e me impeliu na direção daquela coisa cheirosa. E quando meu rosto estava suficientemente perto, minha boca encostou-se ao objeto, dando de início, uma pequena mordida naquilo.

Mas meu corpo não se contentou com apenas uma mordida, então afundei meus dentes naquela superfície macia. Senti coisas arrebentarem, enquanto meus dentes afundavam cada vez mais, levando um líquido de sabor imensurável até minha garganta.

Só parei quando senti que a “coisa” que eu havia mordido estava seca.

Abri meus olhos, me deparando com o que há poucos minutos, era um guepardo cheio de vida e... sangue!

(Continua...)

N/a: Oi minhas pessoas lindas do meu coração!!! Como vão?
Não vou enrolar hoje, então já de cara vou pedindo desculpas pela demora em postar este capítulo. O problema é que me empolguei escrevendo C&B e acabei deixando CN em hiatus, mas não foi um ato intencional.
Kkk’
Hmm, posso dizer que esse capítulo foi bem difícil de escrever, pois o mesmo é a introdução para o fim da primeira fase da fic.
Por que fim da primeira fase?
Bem, percebam que desde o começo, a história vai mudando de rumo. Isso acontece aos poucos, sutilmente, mas agora é que vai ter a mudança definitiva, entenderam?
E se alguém tiver alguma dúvida, eu sugiro que releia Intercâmbio, e preste MUITA atenção nos detalhes de CN, pois está tudo aí.
Enfim, agora quero saber oque vocês acharam. Kkk’
Beijos e até o próximo capítulo.


Capítulo 7

P.O.V.

Eu não conseguia crer no que meus olhos viam. Eu... eu havia matado! Eu havia bebido sangue! Havia sugado a vida de um ser inocente.

Minha garganta fechou em desespero, impedindo a passagem do ar para meus pulmões, lágrimas começaram a rolar por meu rosto, enquanto eu tentava soltar um grito que ficou estrangulado em minha garganta, juntamente com o ar. Tremi em agonia, com todos esses fatores atacando meu corpo ao mesmo tempo. Aquilo era o inferno? Só podia ser!

A floresta já não tinha o brilho do dia, agora ela estava escura e fechada como a noite, mas eu sabia que esse era apenas um presságio de chuva, e que a escuridão, era apenas as nuvens carregadas tomando conta do céu.

-... –a voz de Alice chegou até mim, causando um espasmo em meu peito, antes de eu deixar meu corpo amolecer e cair em cima do guepardo morto. –!

-MÃÃEEE!

Eu ouvia os passos da pequena vampira e de minha irmã, mas eu sabia que elas ainda estavam longe. Agradeci por isso. Não queria que ela ou Thaylyne me encontrassem, não queria que ninguém me visse naquele estado deplorável de morte e sangue.

Ali, no silêncio da floresta e na dor e remorso de meus pensamentos, comecei a ouvir sons, ver coisas e sentir cheiros, que nunca havia percebido antes. A vida se consagrava e ganhava força diante de meus olhos, diante de mim.

Era como se aquele sangue que bebi, ironicamente vivificasse tudo a meus olhos. Era como se aquele sangue tivesse aguçado ainda mais meus sentidos. Eu podia sentir as coisas a minha volta, como o pulsar da terra, a melodia da brisa do vento, os animais se movendo silenciosamente para esconder da chuva, os passos de Thaylyne e Alice no chão da floresta...

Os passos de Thaylyne e Alice. Passos que ficavam cada vez mais próximos, assim como seus cheiros e o som de suas vozes, gritando.

Me encolhi mais ainda, em cima da carcaça do guepardo, intensificando minhas lágrimas de um pequeno fungar, para grandes soluços. Aquilo não podia estar acontecendo!

-Aqui, Alice. –a voz da minha pequena veio de algum lugar próximo à minha esquerda.

Passos, passos e mais passos vieram até meus ouvidos, aumentando a dor de cabeça que me atingia intensamente.

-Mãe, é você? –Thaylyne perguntou. Sua voz cada vez mais próxima. –Você está chorando? Você... –um minuto de completo silêncio. Percebi que até a respiração de minha irmã havia sido suspensa. –MÃE!

Tahylyne começou a chorar junto comigo, quando viu o guepardo sob minha cabeça. Em um ato psicologicamente suicida, li sua mente. Vi que minha irmã caçula sentia-se muito triste pelo que havia acontecido comigo, pois ela sabia a desgraça da sede de sangue, e não desejava isso para ninguém.

-O que aconteceu? –uma Alice preocupada, apareceu meio minuto depois de Thaylyne. Olhei para ela, com olhos culpados, levantando a cabeça e, num gesto impensado, comecei a acariciar o guepardo. –Você não...

Uma expressão incrédula estampou-se na face da pequena vampira, o que fez com que eu somente baixasse a cabeça e começasse a chorar mais ainda. EM hipótese alguma eu queria chorar, mas sentia-me mal por ter tirado uma vida por um motivo tão egoísta como o sangue. Me martirizava por não ter controlado minha sede.

Ficamos assim, num silêncio absoluto por longos minutos, enquanto minhas lágrimas corriam por minha face. Aos poucos foram cessando, assim como a triste melodia do vento.

-Isso é grave, Alice? –perguntei muito tempo depois que parei de chorar.

Consegui recuperar um pouco de meu controle, mas minha cabeça parecia pesar quilos e o ar parecia ser feito de concreto.

Senti uma pequena e fria mão em minhas costas e, logo depois, outra mão, também pequena, porém quente, pousar ao lado da fria. Essas mãos deram a força que eu precisava para levantar.

-Vamos para minha casa? –Alice perguntou docemente. –Carlisle vai querer te ver, fazer um ultrassom e talvez até um exame de...

-Sangue. –completei.

Assenti levemente, antes de começar a correr junto com Thaylyne e Alice, para meu futuro como a verdadeira híbrida que eu era.

Jacob P.O.V.

1... 2... 3... 4...

...1...2...3...4... –era o ritmo incessante, com que eu batia meu pé.

-Então, o que você acha? Devemos fechar negócio?

-Desculpe, o que você disse, Steven?

Minha mente estava a quilômetros do escritório, que é onde eu devia estar centrado, ainda mais com as grandes ofertas de negócios para a empresa.

Eu percebia que minha temperatura se elevara, meu corpo tremia inquieto e o ar pressionava minha cabeça.

Os problemas com vampiros, mais uma vez atormentavam La Push, fazendo com que um dia fosse pior que o outro. E também tinha a gravidez de . É claro que eu estava adorando a ideia de ser pai, mas... essa gravidez me preocupava!

Desde o início da gravidez, estranhamente ficara inconstante, suscetível a qualquer coisa. Era como se ela fosse desmoronar a qualquer brisa mais forte. Sua sensibilidade também estava à flor da pele, seu sonambulismo aumentara e eu vivia a seguindo e tentando acordá-la, enquanto ela saia andar pela floresta. Sem ela perceber, sua mente virara um canal aberto, eu podia ler quase todos os seus pensamentos. Eu percebia que a cada toque feito por mim, ela recebia com intensidade.

Mas hoje o problema não era com , era comigo.

Já fazia alguns dias que eu me sentia estranho, pesado... De início, imaginei que fosse o cansaço extremo, por eu ter aumentado minha “carga horária de rondas”, mas conforme os dias passavam, eu percebia que essa sensação era bem maior do que cansaço.

Steven olhou-me irritado. Há horas ele tentava falar comigo, mas eu mal prestava atenção. Nesta conversa, foram poucas as vezes que não pedi para ele repetir o que havia falado. Ele comentou irritado, que isso não era um ensaio para uma peça de teatro, para ele ficar repetindo tudo o que falava até decorar suas falas, para que as mesmas saíssem perfeitamente.

A vida me pregava uma peça ao dar no presente momento, uma situação que eu já havia vivido no passado. A diferença era que na época, eu não trabalhava e era bem mais novo e imaturo. Naquela época, eu não sabia que dimensão isso tinha. Mas agora, anos depois, eu conseguia ver com clareza todo o peso que eu e meu povo carregávamos nos ombros.

Agora, seria preciso muito cuidado para tomar qualquer decisão.

-Finnegan’s, a nova empresa para fornecer peças para as máquinas. –disse Steven, pacientemente. –Já foi decidido na reunião que iriamos fechar contrato com eles, mas preciso de sua confirmação e sua assinatura.

Demorei algum tempo para voltar à realidade e compreender o que o gerente de financeiro, Steven, dizia.

-Claro, claro. –falei, ainda distraído com os duros pensamentos que rondavam minha mente. –Só traga o contrato que eu assino.

O gerente assentiu, e saiu de minha sala sem pronunciar palavra alguma.

Um choque percorreu meu corpo, fazendo-me pular de minha cadeira e me colocar em posição de ataque.

Algo estava errado. Agucei minha visão e minha audição a procura de algo, mas nada encontrei. Meu olfato denunciava vampiros, mas não conseguia localizar de onde vinha seu cheiro e nem o quão perto estava. Tudo o que havia ali era aquele cheiro enjoativo e isso me assustava muito. Alguma coisa ruim estava para acontecer. E independente do que fosse, eu não estava preparado.

Duas leves batidas na porta foram o suficiente para eu me colocar de pé e parar de procurar vampiros, antes que Steven entrasse com as mãos cheias de papeis para eu assinar.

Steven P.O.V.

Jacob estava estranho, tenso... Eu já não reconhecia meu chefe naquele homem distraído e totalmente sério.

Ignorei isso, engoli minha impaciência e dei atenção ao meu trabalho, não me importando de ter de repetir quase tudo para que Jacob assimilasse o que eu dizia.

O que mais me irritava era a batia o pé contra o chão de forma ritmada.

-Então, o que você acha? Devemos fechar negócio? –perguntei, ansioso pela resposta. Se Jacob resolvesse assinar contrato, aquele seria um grande negócio.

-Desculpe, o que você disse, Steven?

Respirei fundo, contei até 10 e voltei a falar sobre o negócio com os holandeses.

Eu queria muito que esse negócio fosse fechado, por isso, eu caprichava e engrandecia cada qualidade da empresa holandesa que pretendia nos fornecer materiais.

-Finnegan’s, a nova empresa para fornecer peças para as máquinas. –disse eu, pacientemente. –Já foi decidido na reunião que iriamos fechar contrato com eles, mas preciso de sua confirmação e sua assinatura.

Jacob demorou algum tempo para responder. Ele ainda parecia distraído, ou atém mesmo desinteressado.

-Claro, claro. Só traga o contrato que eu assino.

Assenti duramente, sentindo meu cenho franzir e saí da sala, ainda tentando descobrir o que estava acontecendo com Jacob.

Fui até minha sala e peguei o contrato que estava em uma de minhas gavetas e saí da sala rapidamente. Não queria me demorar, pois este serie um grande contrato para e empresa, e principalmente para mim, que subiria de cargo.

Estava tão distraído, pensando no que poderia estar acontecendo com Jacob, que quase bato de frente com uma mulher deslumbrante.

Ela era alta, de pele oliva, feições suaves, usava os longos cabelos castanhos soltos. Vestia um sobretudo vermelho sangue, as pernas expostas e uma bota de couro que ia até metade da panturrilha, seus olhos estavam escondidos atrás de um óculos muito escuro.

Fiquei deslumbrado com tamanha beleza.

-Desculpe senhorita. –pedi, mas ela apenas sorriu, com seus dentes extremamente brancos e continuou seu caminho sem se importar com nada.

Balancei a cabeça para recobrar os sentidos, antes de prosseguir meu caminho até a sala de meu chefe. Chegando lá, bati na porta levemente, antes de entrar. Não estava preparado para a cena que vi. Jacob estava parado, em pé, como uma estátua no meio da sala. Seus músculos estavam tensos e seu corpo tremia levemente.

Por um momento, tive medo de meu chefe.

-Trouxe os documentos. –anunciei, tentando quebrar a tensão que pairava no ar.

Jacob olhou-me desconfiado, com ares de quem poderia me atacar a qualquer momento, antes de se virar e, ainda tenso, sentar-se em sua cadeira. Segui seu exemplo.

-Onde assino? –perguntou, pegando uma caneta e apertando-a com extrema força.

Aquilo não era normal, não era humano. Apontei para a linha pontilhada, segundos antes de o telefone tocar, fazendo com que a tensão virasse algo quase palpável naquele opressivo ambiente.

Meu chefe assinou rapidamente, pegando o telefone logo em seguida, enquanto eu lhe mostrava os outros locais que ele deveria assinar.

-Autopeças Hefesto’s, Jacob Black, boa tarde. –Jacob continuou assinando, enquanto a pessoa falava do outro lado da linha.

Conforme a pessoa ia falando, Jacob ia apertando a caneta com mais força, ficando mais tenso do que já estava, sua postura mais reta do que o normal. Aquele homem cresceu diante de mim, fazendo com que o medo me tomasse conta.

Mas, apesar do corpo tenso, sua face expressava preocupação e agonia misturados.

-Ela está bem? –ele perguntou.

Ela? Quem poderia ser ela? Há poucas semanas, fiquei sabendo que a esposa de Jacob, agora também secretária dele e uma das donas da empresa, estava grávida. Será que era dela que ele falava? O que poderia ter acontecido?

Jacob cresceu em fúria. Seus olhos perderam o foco e a sanidade, seus cabelos se arrepiaram, o corpo agora convulsionava conforme ele ouvia a resposta da pessoa do outro lado da linha.

-Estou a caminho. –ele anunciou, antes de desligar o telefone com força. –Mais algum lugar onde assinar? –perguntou, indicando com a caneta, o contrato.

Balancei a cabeça negativamente, Jacob havia assinado o documento todo, enquanto falava ao telefone.

Ele assentiu, duramente.

-Cuide das coisas por hoje, amanhã conversamos. Agora, se me der licença...

Engoli em seco. Suas palavras eram como navalhas que rasgavam o ar, uma perigosa ameaça. Tentei ao máximo não encarar seus olhos, antes de me levantar em silencio e andar rapidamente para o conforto e a segurança de minha sala.

Jacob P.O.V.

Quando cheguei à casa dos Cullen, Bella já me esperava à porta da varanda. Eu estacionei o carro de qualquer jeito e saí dele deixando-o aberto, antes de correr para até minha amiga.

-Como ela está? –perguntei indo direto ao assunto.

Bella sorriu levemente, antes de fazer menção de me abraçar, mas eu recuei e ela suspirou indignada.

- está bem, Jacob. –ela respondeu. –Subindo a escada, terceira porta a direita.

Não dei atenção a mais nada, apenas passei por Bella rapidamente, subindo a escada com o impulso da corrida.

Na pressa de subir, tropecei no último degrau. Doeu um bocado, devo ter quebrado um ou dois dedos nesta hora, mas não liguei para dor, pois sabia que em poucos minutos, meus dedos estariam curados.

Mas eles estarão tortos. –sussurrou minha consciência, me induzindo a perder o foco dos pensamentos, me desviando do que era mais importante, coisa que vinha acontecendo com muita frequência ultimamente.

Parei de correr, cerrei os punhos e respirei fundo, tentando voltar ao foco.

Uma agonia tomou conta do meu peito, enquanto meu mundo se tornava turvo e opressor.

Não me importo com dedos tortos. –respondi à minha consciência. –Tudo o que eu quero é que essa agonia acabe, tudo o que quero é que esteja bem. O resto... O resto não importa!

Voltei a me deslocar até a sala, mas desta vez, apenas andando rápido. Não diminui o ritmo nem para bater ou abrir a porta, eu apenas entrei de supetão.

O som de choro de preenchia a sala e me doía o coração. Eu queria pegar essa tristeza para mim, só para acabar com a dela. O choro de minha esposa era profundo e dolorido. Cada soluço tinha a dimensão de uma melancólica nota musical, cada lágrima que escorria por seu rosto e batia em seu jeans, era como um soco dado em meu estômago.

Caminhei para ela e tentei abraça-la, mas fui impedido por sua mão em meu peito, quando eu estava perto o suficiente para completar o movimento.

-Sen... Senta. – pediu entre um soluço e outro.

Seus cabelos dourados estavam molhados e grudavam em sua face, seus olhos que sempre me lembraram das florestas, uma mistura perfeita de verde e castanho, estavam vermelhos inchados. Porém, todo e seu corpo e sua pele adquiriram um tom mais brilhante, mais sedoso. Tudo nela parecia mais bonito.

Sem saber o que fazer e agoniado por isso, fiz o que ela pediu.

-Vou deixar vocês a sós. –disse Carlisle, que até agora, se mantivera sentado em sua cadeira, sem pronunciar palavra alguma. –O resultado do hemograma sai em três dias. Tudo bem se marcarmos uma consulta para fazer ultrassom, quando você for buscar o exame? –perguntou Carlisle, olhando diretamente para .

Ela ergueu o rosto para Carlisle e assentiu levemente, sem esboçar expressão alguma, antes do vampiro sair da sala, nos deixando no completo silencio.

_x_

Dois dias depois do lado vampiro de aparecer. E as coisas estavam meio... Estranhas. Muita coisa foi revelada depois disso, como a parte vampira de Kyara também aparecer. Agora, a trupe de Erik, ou o grupo de revoltados, como Leah gostava de chamar, tratavam as meninas pior do que antes.

Controlar a matilha e controlar minha vida estava sendo muito difícil, ainda mais com acontecimentos, como: mortes misteriosas, crises econômicas na empresa, desaparecimento de pessoas por toda Washington, as revelações da parte vampira de ...

. Era incrível que, mesmo depois das dificuldades que temos passado, nós conseguíssemos nos amar cada dia mais. Infelizmente, nosso amor não era o suficiente para nos livrar das obrigações.

Emergi, cortando as águas frias da First Beach, abrindo os olhos e olhando rapidamente para minha família, antes que uma mão me empurrasse para baixo novamente. Lutei contra a mão, tentando me libertar, mas quando não consegui, puxei seu dono para baixo. Pela velocidade do movimento, não consegui ver quem era, mas consegui emergir novamente, segurando sua cabeça em baixo d’água por um curto tempo.

Embry emergiu, buscando por ar e deu um soco de brincadeira em meu estômago. Voltamos para a areia assim, brincando de lutar.

Fomos recebidos na areia com muitas risadas, enquanto continuávamos a lutar.

Os membros da matilha ali presentes, e os membros de nossas famílias, se dividiram em dois times: o meu, e o de Embry.

-Vai lá, Jake! –disse , me incentivando.

Voltei meu olhar para minha esposa, só para poder comtemplar seu sorriso e o brilho em seus olhos castanho esverdeados. Erro meu, acerto do Embry, porque acabei levando um soco no ombro.

Investi contra ele, dando uma cabeçada em seu peito, o derrubando no chão, mas ele me puxou junto. Então ficamos ali, rindo como retardados, de nossa brincadeira infantil.

Me arrastei e deitei a cabeça nas pernas de , enchendo-a de areia.

-Jake! –ela exclamou, empurrando minha cabeça para longe de suas pernas, antes que eu me endireitasse e sentasse a seu lado.

Comecei a observar a minha volta, as pessoas, para falar a verdade.

Era um dia nebuloso em La Push, porém quente. Collin, Brad, Paul, Jared, Jonathan, Joseph, August, Erik e Rupert, jogavam football; a beira da floresta, Damien e o namorado, Jack, conversavam discretamente, não muito longe do lugar onde eu estava. Bernardo e Leah, como sempre, haviam sumido sabe-se lá para onde; Seth, Kyara, Quill e Embry, brincavam com as crianças à beira mar. Até Sam, Emily e o pequeno Luccas, filho do antigo alfa, estavam ali. Estes, porém, em um lugar pouco mais afastado dos outros.

encostou a cabeça em meu ombro e suspirou.

-Nossa família é perfeita, não? –ela comentou, encarando cada um de nossos amigos ali presentes, seus olhos parando em Thaylyne, que por sua vez, jogava água em Renesmee e em Quil, que a todo custo, tentava se desviar dela, para que Claire, depositada em seus ombros, não se molhasse.

As nuvens abriram um pequeno espaço, deixando que a luz do sol iluminasse a todos por breves minutos, dando mais intensidade, para o quadro natural, que se pintava diante de meus olhos.

-Perfeita. –concordei, passando um dos braços sobre os ombros de e a puxando para mais perto de mim.

Ela enterrou a cabeça em meu peito molhado e perguntou em pensamentos:

-Você não ficou mesmo chateado com essa história de minha parte vampira aparecer?

A parte boa de falar por pensamentos, é que não precisa de muita coisa para expressar plenamente o que se está sentindo, pois os sentimentos já vêm incrustados nas palavras que pensamos. A parte ruim é que esses sentimentos que vem com as palavras, sempre vem com muita intensidade, o que abala nossas estruturas.

Foi melancolia que senti nos pensamentos de , que vieram acompanhados das imagens do guepardo que ela matou, para beber seu sangue.

começou a respirar mais profunda e lentamente. Sua respiração quente contra meu peito, só serviu para eu sentir melhor a intensidade de seus sentimentos.

-Sabe que para mim, isso nunca importou. –respondi em voz alta, apertando-a mais forte contra meu peito.

começou a respirar de forma mais leve. Incrivelmente, seu corpo ganhou um pouco mais de cor, de beleza e vida.

-Mas... mas eu sou um monstro! Eu mato criaturas inocentes! –ela sussurrou, se soltando de meu abraço, ao se endireitar e, me encarando com seus olhos intensos.

Esfregou os braços, como se sentisse frio, o que era tecnicamente impossível, considerando nossa temperatura elevada.
Respirei fundo. Às vezes, Camila parecia uma criança inocente ao perguntar coisas como essas. Olhei para o mar, em busca das palavras, em busca da resposta que eu daria a ela.

-É a sua natureza. –respondi, não sabendo o que dizer.

Um riso de escárnio irrompeu do peito de minha esposa.

-Da minha natureza? Fala sério, Jake, eu não deveria existir! –ela jogou as mãos para o alto com força, dando mais veracidade ao seu tom de ironia. Suas palavras ecoaram no silencio que se instalou entre nós.

Um vento forte passou assoviando, por nós. Esse foi o único som que cortou o nosso silêncio.

-Vou para casa. –anunciou .

Ela tentou se levantar, mas eu a puxei para meu colo, impedindo seu movimento. Beijei seu pescoço, antes das palavras certas finalmente fluírem para minha boca.

-Tem razão. –concordei, fazendo-a olhar-me espantada. –Você não deveria existir, eu não deveria existir, nenhuma criatura sobrenatural deveria existir. Mas se não fosse por esse mundo sobrenatural, se não fosse por esses monstros que vivem dentro de nós e de outras pessoas, você não teria nascido. Mesmo que sua mãe tivesse filhos com outro homem que não o seu pai, nenhum deles seria você, pois você é a mistura única e perfeita de seus pais. – baixou a cabeça, deixando os cabelos dourados caírem por sua face. Não querendo que ela deixasse meus olhos, ergui seu queixo, fazendo com que ela olhasse para mim. Seus olhos brilhavam, cheios de lágrimas. –, se você não tivesse nascido, eu nunca saberia o que é amar verdadeiramente.

Lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de porcelana de . Sequei-as com leves beijos de baixo de seus olhos, beijos que aos poucos, foram descendo por sua face em direção a seus lábios.

Quando nossos lábios se encontraram, me senti experimentando o mais doce mel. Aquele mel fresco, tirado há pouco tempo da colmeia. Tão puro, tão doce... Mas aí veio a explosão. Sim, aconteceu uma enorme explosão quando eu pedi passagem, e nossas línguas se encontraram. Alternávamos o ritmo do beijo entre o lento e apreciativo, ao rápido e explosivo.

Nos separamos ofegantes. Nossas testas coladas, enquanto tentávamos normalizar a respiração.

Apesar de todas as coisas que estavam acontecendo, me sentia feliz. Minha vida era perfeita, exatamente como eu queria que fosse.

-Vamos para casa. –a mulher de olhos intensos, minha , pediu por pensamentos. –Já avisei à Kyara. Ela e Seth ficam com a Thaylyne.

Ela não me deu tempo para responder. Pegou sua bolsa, a toalha em que estava sentada anteriormente e saiu correndo pela praia a uma velocidade humana.

Eu não gostava que corresse daquele modo, mas mesmo assim fiquei quieto e comecei a correr atrás de dela. No momento em que fui fuzilado por seus olhos castanho esverdeados, soube que ela estava lendo meus pensamentos.

-É crime querer a segurança da minha família? –perguntei, querendo consertar meus pensamentos, pois eu sabia que eles eram exagerados.

balançou a cabeça negativamente, antes de entrar na floresta e aumentar a velocidade da corrida, coisa que também fiz.

Liberdade. Era essa a palavra que definia aquele exato momento.

A corrida atrás de minha esposa era uma brincadeira infantilmente feliz e divertida. Os ventos que jogavam o cabelo dela para trás, era o mesmo que mandava seu delicioso cheiro de aloe vera e camomila até mim.

Aumentei a velocidade, emparelhando com e pegando-a no colo, antes de mudar nosso curso.

Enquanto fugia, eu percebi que ela tentava ir para a casa da árvore, mas eu não queria, por isso mudei nosso caminho, indo em direção a nossa casa.

-Hey! – exclamou, quando percebeu o que eu estava fazendo.

Apenas ri de sua cara e continuei a correr.

-Jake, mas o seu pai está lá!

Ri alto. Meu pai já dissera que a casa estava disponível durante esta semana. Ele ficaria na casa de Charlie a semana inteira, só para poder ver a temporada de jogos na tela plana.

-Acredite, ele não está. –foi tudo o que eu disse.

Sob o olhar suspeito de , corri até a nossa casa. Como de costume, mal parei para abrir a porta. Eu tinha pressa, eu tinha saudade.

Assim que fechei a porta de entrada, coloquei no chão e imprensei-a contra uma das paredes do cômodo. 

Provei mais uma vez dos lábios de minha esposa, deixando-me saborear seu doce gosto. Mas os lábios já não me eram suficientes, eu precisava de mais! Desci meus beijos por seu queixo, indo direto para seu pescoço e clavícula, seus pontos mais fracos.

Cada suspiro que escapava se seus lábios era uma nova música para meus ouvidos, pois estes suspiros continham um alto tom de entrega.

era minha, e nada mudaria isso.

P.O.V.

Aqueles toques, aqueles beijos quentes e carinhosos, a sensação dos seus lábios em minha pele... Eu mal podia acreditar que Jacob finalmente cedia as suas e as minhas vontades.

Cada toque era recebido por mim com fervor. Meu lobo alfa fazia de minha pele um tecido delicado, um tecido extremamente sensível, que recebia seus toques com intensidade. Eu estava delirando!

A melhor parte era que não de apenas sensações carnais aquele meu momento com Jacob se fazia, mas também as sensações sentimentais e psicológicas.

Colocamos ali naqueles toques, os dois meses de negação, os dois meses de briga por conta da gravidez, os dois meses de proibições... Então, tudo era mais intenso do que normalmente.

Eu já não sabia quem era, onde estava, se era dia ou noite ou em que dia do ano estávamos. Para mim, só havia o aqui e o agora, só havia Jacob e eu.

Jacob beijava meu pescoço com sofreguidão, fazendo-me soltar pequenos suspiros, mas isso não era o suficiente, eu queria mais!

Ergui minha perna direita, até que ela se encaixasse em seu quadril e rodeasse seu corpo, aumentando ainda mais nosso contato corporal. Percebendo o que eu fazia, Jacob envolveu minha cintura e me deu o impulso que eu precisava, para que minha outra perna também circundasse seu quadril.

O maior contato entre nossas peles aumentou minha temperatura.

-Jake... –chamei baixinho, quando ele começou a acariciar meus seios por cima do pequeno biquíni que nos separava.

Meu corpo não já suportava tantos sentimentos e toques juntos, que me causavam aquele prazer incomensurável. Aos poucos, minhas mãos foram criando vida, e começaram a descer da nuca de Jacob para suas costas, arranhando-as sem dó. Jacob, por sua vez, arfou enquanto eu fazia isso e, empurrava sua cabeça para trás, dando mais espaço para que meus lábios descessem sobre seu rosto e começasse a explorar seu ponto fraco, a orelha.

A cada movimento meu, Jacob tinha uma nova reação, me surpreendendo e envolvendo naquele momento cada vez mais.

Deixei-me escorregar no corpo de Jacob, liso pela água do mar, até suas pernas, aumentando o contato entre nossos sexos, que antes, era escasso.

Em sincronia, arfamos com o movimento.

Incrivelmente, uma coisa me incomodou naquele momento. Era a areia em nossos corpos.

Aqueles grãos granulados, mesmo que pequenos, impediam um maior contato em nossos corpos, eu sentia a necessidade de tirá-los. Precisava sentir Jacob plenamente, sem interferências.

Voltei meus beijos pelo rosto de Jacob, até encontrar seus lábios. Mas não foi isso que tive, pois ele aproveitou a deixa para descer seus lábios sobre meu colo, desamarrando a parte de cima de meu biquíni, e jogando-a em algum canto da sala.

-Jake... O banheiro. –falei, entre suspiros e gemidos.

Jacob foi até o banheiro andando a passos lentos, tomando cuidado para não bater em nada no percurso.

Novamente, os beijos de Jacob foram descendo por meu colo, até chegarem aos meus seios. E, enquanto ele me beijava, fiz um enorme esforço e consegui abrir a porta do banheiro, para que pudéssemos entrar.

Agarrei os cabelos de meu marido e puxei para mais um beijo, antes que eu enlouquecesse com aquelas carícias.

Mas sua mão que não me segurava não parou. Ela continuava a acariciar meus mamilos completamente rígidos, enquanto nos beijávamos.

Estranhamente, suspirei durante o beijo, quebrando-o em uma risada longa.

-O que foi isso? –perguntou Jacob, começando a rir comigo.

Ri mais ainda, quando olhei em seus olhos. Ele possuía um olhar feliz, divertido. Fazia um tempo que não o via assim, tão leve.

Aproximei meus lábios de seu ouvido, enquanto ria.

-Vontade de ligar o chuveiro. –falei, controlando meu riso, mas sem largar o tom divertido.

Não foi preciso dizer mais nada para que Jacob entrasse no pequeno box do banheiro e o ligasse na água fria.

A água livrou nossos corpos da crosta de areia, aumentando ainda mais, se é que é possível, nosso contato corporal.

Ele me desceu de seu colo, sob meus protestos. Mas logo ele me empurrou contra a parede fria e tomou meus lábios com sofreguidão.

Suas mãos percorriam meu corpo, acariciando cada canto de pele exposto, parando apenas no elástico de meu minúsculo short.

Eu ansiava por sentir Jacob em mim, agoniava com sua demora em me tomar para si, por isso, imitei seu gesto e comecei a acariciar seu corpo, mas não me deixei impedir por seu short, eu o tirei na primeira oportunidade que pude, junto com a boxer que ele usava.

Sentir a ereção de meu marido contra minha barriga me levou à loucura, fazendo-me ansiar ainda mais por senti-lo dentro de mim, mas ele ainda se demorava ao acariciar meus seios, ao se abaixar em beijar apenas meu pescoço e colo.

Desci minha mão de seus ombros, e comecei a estimulá-lo, com a esperança de que ele cedesse a seus instintos, parasse com aquela enrolação... Ele gemia, arfava, uivava contra meu peito, mas continuava se enrolando em meu colo.

-Não tenha pressa, ... –Jacob disse, finalmente me ajudando a me livrar de meu short, mas deixando a calcinha do biquíni.

Delirei e chamei seu nome, quando ele roçou sua mão em minha intimidade, ao puxar o meu short para baixo.

-Eu preciso... –consegui dizer, aumentando o ritmo de minhas mãos, enquanto ele descia suas mãos por minha barriga, em direção ao meu sexo.

-... –ele me censurou, quando fiz menção de me abaixar, para abocanhá-lo.

Sorri para o nada, tentando me abaixar de novo, mas sendo impedida por sua mão, que segurou meu quadril no lugar, e pela outra, que lentamente desamarrou o pequeno tecido que nos separava.

Quando o biquíni estava longe de meu corpo, não hesitei em pegar impulso e, mais uma vez, envolver a cintura de Jacob com as pernas.

Rebolei em sua ereção, enquanto ele pegava o sabonete e passava em nossos corpos, antes de ir para baixo da água novamente.

-O que está fazendo? –consegui perguntar, perdida em sensações. A do corpo quente de Jacob contra o meu, do sabonete em minha pele, a água fria contra meu corpo quente...

-Apenas nos livrando de todas as impurezas do mundo. –respondeu Jacob, aumentando a complexidade dos sentimentos que me preenchiam no momento, aumentando a intensidade de tudo a nossa volta.

Estávamos cercados por um mundo de sentimentos e sensações. Espiritual e físico, unidos em um só.

Meu coração acelerou, quando meu marido largou o sabonete e afastou meu quadril do seu, para me penetrar com lentidão.

Mais uma vez, arfamos em conjunto. Com Jacob me preenchendo, não era apenas em alma que éramos a extensão um do outro, mas também em corpo!

Se não fosse por minha pressa em sentir meu marido dentro de mim da melhor maneira possível, ficaríamos para ali naquela posição, pela eternidade.

Me movimentei, indo para frente e para trás da melhor forma que podia, já que a parede às minhas costas, impediam qualquer movimento amplo.

Abaixei minha cabeça, enterrando-a no ombro de Jacob e o deixei assumir o controle de nossos movimentos, a partir do momento em que ele agarrou meu quadril com maior força e começou a conduzi-lo.

Cada estocada era um novo delírio, um novo mundo que se abria ao olhar de meus pensamentos. Entregues há um mundo feito de momentos, vida e boas energias, nossos corpos, nossas almas e corações, regozijavam em um amor, trazido ao mundo em sua forma carnal.

-Mais rápido... Mais forte... –é o que involuntariamente, saía de minha boca, conforme Jacob ia me estocando e a temperatura de nossos corpos aumentando, contrastando cada vez mais com a água fria que caía em nossas peles.

Mordi meus lábios, para conter minha vontade de morder o ombro de Jacob. Mesmo totalmente entregue ao momento, eu tinha consciência do perigo que seria morder seu ombro, pois eu não sabia se conseguiria parar, se seu sangue entrasse em contato com a minha boca.

-Mais... –pedi mais uma vez, pouco antes de chegar ao meu ápice.

Jacob continuou, continuou estocando e inundando nossos corpos de prazer... E mais, sempre mais! Eu delirava cada vez mais! Eu sentia cada vez mais! Mais uma vez, cheguei ao meu ápice, e desta vez, Jacob veio logo depois.

Sorri, levantando a cabeça e, logo em seguida, encostando a testa na de meu marido.

-Senti sua falta. –Jacob sussurrou, antes de me roubar mais um beijo.

Gargalhei. Eu também havia sentido falta dele neste sentido, mas era orgulhosa demais para admitir.

-O que faremos agora? –perguntei, querendo mudar de assunto.

Jacob saiu de dentro de mim, me colocou no chão e me abraçou, antes de deslizar o sabonete por meu corpo, mais uma vez.

-Aproveitar o banho. E depois, quem sabe, explorar o quarto. –meu marido respondeu com um sorriso torto, antes de voltar a nos ensaboar.

_x_

O toque estridente do celular preenchia meu quarto. Aquele som me irritava, dava dor de cabeça.

Tateei a cama a meu lado, em busca de Jacob, mas nada encontrei além dos lençóis gelados.

O celular continuava a tocar de forma insistente e irritante. Se não fosse apenas irritação do momento, eu jogaria aquele celular na parede, mas eu sabia que se o fizesse, me arrependeria depois.

-Alô. –atendi no maior animo.

Instintivamente, olhei para a janela e me assustei com o que vi.

A primeira coisa que me assustou, foi ver Kyara com os cotovelos apoiados no parapeito da janela e, casualmente, segurando seu celular contra a orelha.

A segunda coisa que me assustou, foi constar que já era noite. Sentei-me assustada, pensando que esse poderia ser o motivo por Jacob não estar ali. Já era noite, ele deveria estar em uma de suas rondas extras.

-Teve bons sonhos? –perguntou Kyara na maior cara de pau, pulando a janela.

Fiquei encarando-a com minha melhor cara de poucos amigos. Como ela, minha querida e amada irmã, que me conhecia melhor do que ninguém, ousava me acordar daquela maneira?

-Não é da sua conta. –respondi irritada.

Minha irmã começou a rir, atestando ser a retardada que eu imaginava ser.

-Parece que Jacob não fez o trabalho direito. –ela disse entre risos, ao mesmo tempo em que puxava meus lençóis.

Cerrei a mandíbula, contei até dez, respirei fundo e me controlei ao máximo para não explodir em minha forma lupina no meio de meu quarto.

Eu não entendia o motivo de minha irmã achar tão engraçado me irritar. Sério, ela sabia que eu odiava ser acordada deste modo, e mesmo assim o fazia. Digo, esse é no mínimo um pedido de morte, não é?

Não olhei para Kyara e também não retruquei seu argumento infame. Era perda de tempo.

Fiquei em silencio até o momento em que consegui ter certeza de que não entraria em fase dentro do quarto, e resolvi dar atenção ao que minha irmã queria me dizer.

-Jacob está na ronda? –resolvi perguntar, antes de qualquer coisa.

Ela me olhou incrédula. Estava claro em seu olhar, que a resposta para minha pergunta era sim.

-Está... –respondeu ela, deixando transparecer em sua voz o quanto ela estranhou minha pergunta.

Assenti sem saber o que dizer, antes de levantar para me vestir.

-O que veio fazer aqui? –perguntei, quando já estava quase dentro do guarda roupa, procurando uma camiseta de Jacob, no mínimo comprida, para cobrir minhas coxas, atualmente largas.

-Te convidar para ir às compras. –respondeu, casualmente.

Estagnei no momento em que minha irmã pronunciou aquela frase. Ela odiava fazer compras.

Balancei a cabeça, pensando que aquilo era apenas coisa da minha cabeça, antes de voltar a procurar uma camiseta dentro do guarda – roupas. Achei que estava vendo coisas, devido ao atordoamento que me atingia sempre que eu acordava do modo que acordei, repentinamente.

-Você não ouviu? –perguntou Kyara, indo até meu lado e tirando um vestido qualquer do guarda – roupas, antes de jogá-lo na minha cara.

Tirei o vestido de meu rosto e olhei para minha irmã, assustada com o que ela havia acabado de fazer.

-O que? –ela perguntou, irritada. –Eu te convido para fazer compras e você me ignora! –disse, jogando as mãos para o alto. Exatamente como eu fazia, quando estava irritada.

Continuei a encará-la, assustada. Perguntas como: “Quem era ela?” E, “O que ela fez com a minha irmã?”, rondavam minha mente.

-Nem vem, ! –o tom de voz de Kyara se elevou em irritação. –Eu ainda sou a Kyara, a única diferença, é que eu estou te convidando para fazer compras. Sabe, Rosalie, Alice e eu passamos horas combinando o dia para começar a comprar o enxoval do meu sobrinho, e agora que surgiu a oportunidade, você... Você não me responde!

Fiquei completamente sem reação diante das palavras de minha gêmea. Eu não fazia ideia de que ela planejara aquele momento, juntamente com minhas amigas que eram fanáticas por compras. Elas planejaram aquele momento para mim.

Eu deveria ter vigiado a mente delas em nossos breves encontros. Se eu tivesse o feito... Esse momento de perigosa irritação de minha irmã, não estaria acontecendo.

Os tremores desciam pelos braços e pernas de Kyara, sua figura crescia e ganhava força e poder dentro daquele pequeno quarto.

Senti-me pequena, senti-me sufocada com tamanho poder.

Alguma parte dentro de mim, dizia que a irritação de Kyara, havia começado bem antes dela ter entrado em meu quarto nesta noite.

Conectei minha mente com a sua, ansiosa por confirmar minha teoria. Eu estava certa. O filme que passava na cabeça de minha irmã, enquanto ela se transformava, não tinha ligação alguma com a minha reação às suas recentes palavras, mas sim, com o fato de sua parte vampírica também ter aparecido.

Ela, como futura veterinária, se condenava por cada vida animal que tirava, com o fim de se alimentar, tirar-lhes o sangue, tirar-lhes a vida.

Por um momento, comecei a viver as memórias de irmã...

“Eu tinha sangue escorrendo pelas mãos, um animal morto a minha frente... Um sentimento de agonia subia por meu corpo e vinha ao mundo através dos gritos que saiam de meus lábios. A incredulidade tomava conta de meu ser, enquanto meus olhos, agora embaçados pelo sentimento de repulsão, analisavam a figura do cervo que, normalmente eu salvaria a vida de um ataque como o que eu havia acabado de dar. Era incrivelmente irônico que eu matasse aqueles seres que eu passei a vida inteira tentando salvar.”

Cortei a conexão com os pensamentos de minha irmã, devido a intensidade dos mesmos. Eu entendia o que acontecia com ela, pois era o mesmo sentimento que me tomou depois que bebi o sangue daquele guepardo, era o mesmo sentimento que tomava conta de meu ser, todas as vezes que eu bebia sangue, o que eu tinha que fazer com frequência, devido ao meu estado.

Deixei meus instintos tomarem conta de mim, deixei que a psicóloga dentro de mim, tomasse conta de meu corpo e mente – exatamente como eu estava sendo treinada para fazer, na faculdade -, mas com a diferença, de que eu tinha sentimentos envolvidos, coisa que psicólogo não pode ter com o seu paciente.

Tears of God - Home16 (se possível, ouçam até o final do capítulo)

-Para a floresta, agora. –disse eu, enfatizando a última palavra.

Kyara me obedeceu, pulando a janela de meu quarto e correndo para a orla da floresta, que rodeava minha casa. Eu a segui, não me importando em estar apenas de lingerie, pois ali, eu sabia que a possibilidade de encontrar alguém era mínima.

-ATAQUE! –gritei para minha irmã, assim que a avistei na floresta. Ela estava prestes a crescer em sua forma lupina. –DESCONTE SUA RAIVA! BATA, XINGUE, EXPLODA, DERRUBE, SE MACHUQUE! DEIXE SUA FORÇA FLUIR EM SUA FORMA HUMANA E DESTRUA TODA SUA RAIVA. LIBERTE-SE! –eu gritava, deixando o poder do sentimento de revolta, tomasse meu corpo mais uma vez, ajudando minha irmã a fazer o mesmo.

Não precisei falar mais uma vez, para que Kyara corresse em direção a uma árvore e a golpeasse com força. Meu corpo pulsava em adrenalina e liberdade, enquanto eu a observava destruir e descontar sua raiva em toda matéria a sua volta, vendo as lágrimas de revolta escorrerem por sua face... Era incrível como minha gêmea parecia um furacão a destruir tudo o que encontrava em seu caminho, ao mesmo tempo em que chorava e gritava em agonia e liberdade.

Não sei dizer quanto tempo ficamos ali, naquele cenário de uma aflição que era liberta através da força do corpo. A única coisa que eu sabia no momento, era que eu vi não uma, mas três árvores mais frágeis, caírem com golpes fortes, e as outras... As outras árvores atingidas, as mais resistente, com enormes machucados, arranhões, pedaços em que a casca dela fora arrancada. O mesmo acontecia com a terra. Revirada, jogada ao alto, com enormes buracos no chão... Kyara estava deitada ao lado de um deles. Ela respirava alto, pausada e profundamente.

Caminhei até ela.

-Melhor? –perguntei, me abaixando a seu lado. Minha voz não passou de um sussurro, mas foi como um grito em meio ao absoluto silêncio que tomou conta da floresta, depois do ataque devastador.

Fui respondida por um silencioso balançar de cabeça, da parte de minha irmã.

-Vai para casa, toma um banho e se arruma. –falei, me levantando. –Vamos sair.

Minha irmã arregalou os olhos, sentou-se rapidamente e me bombardeou com uma série de perguntas mentais.

-Tem certeza? –Kyara resolveu se pronunciar em voz alta.

Olhei para o lado, buscando as palavras certas para aquele confuso momento.
Era nessas horas que eu sentia mais falta de minha mãe, pois ela sempre sabia o que dizer, sempre tinha a palavra que acalantava nossas mentes.

Fechei os olhos, deixando que uma única lágrima escorresse por minha face, antes de abrir os olhos e encarar minha irmã, novamente.

-Você... –parei de falar, quando um traço de agonia trespassou seus olhos. No momento, era Kyara quem mais precisava da ação que eu sugerira, mas eu sabia que se falasse isso, faria com que ela se sentisse mais desolada do que já estava. –Nós precisamos espairecer... É muita confusão e tristeza para tempos que deveriam ser de paz.

Virei de costas para ela, pronta para me afundar mais na floresta.

-Onde você vai?

Sorri, me virando novamente para minha irmã.

-Avisar Jake. Ele vai ficar preocupado se eu sumir sem avisar. –disse eu, antes de explodir em minha forma lupina, deixando com que minha mente me conectasse com a de meus irmãos.

-Oi ! –saudou-me o sempre animado Joseph.

-Olha, a sanguessuga resolveu dar o ar da graça! –disse Erik, querendo me provocar. Apenas ignorei, eu não estava com humor para retrucar.

Comecei a correr em alta velocidade pela floresta, tentando localizar meu marido, mas tudo o que eu tinha era silêncio.

-Jake está na forma humana, . –Embry respondeu minha pergunta não dita.

-Forma humana? Por quê? –uma sensação de perda percorreu meu corpo. Comecei a ficar com medo das palavras que viriam.

-O Chefe vai ficar de castigo...

-Chega Erik! –a voz de Embry ecoou com força em nossas mentes.

-Jake já se estressou o suficiente com suas gracinhas. –disse Joseph com sua doce voz infantil. Era triste pensar que com treze anos ele já tivesse que carregar este fardo de proteger a tribo.

-Escória da tribo, matando aqueles que deveríamos proteger, mas ninguém faz nada.

Respirei profundamente, torcendo para que a grande quantidade de ar que meu pulmão de loba conseguia inalar, me acalmasse o suficiente para eu não começar uma briga com Erik.

-Onde está Jake? –perguntei, ignorando Erik, mais uma vez.

-Perto do penhasco. –as vozes de Embry e Joseph soaram juntas.

Deixei o fogo da transformação descer por minha coluna e, comecei a correr em minha forma humana.

Mais uma vez, não me importei com o fato de estar nua, pois a velocidade em que eu estava, nenhum humano conseguiria me ver. E quando eu chegasse a meu destino, bem, não era nada do que Jacob já não tivesse visto.

A floresta passava como um borrão por mim. Eu mal via o que se passava a minha volta, de tão focada que estava a minha frente, ao meu destino, que era aquele penhasco que se erguia majestoso contra as fortes ondas do mar revolto de La Push.

Eu podia ir pela praia, cortar boa parte do caminho e chegar mais rápido até lá, mas por estar nua, tive que dar a volta pela floresta.

Aumentei a velocidade, querendo chegar mais rápido. Ansiava pelo momento em que veria Jacob novamente. Estar nos braços dele, receber seus beijos, ouvir sua voz, sentir seu corpo quente contra o meu... Era isso que me impulsionava a ir cada vez mais rápido na direção daquele penhasco. A sensação ruim que se instalara em mim quando Embry disse que meu marido estava em sua forma humana, ainda estava lá, mas eu a empurrei para o fundo de meu ser, deixando que a saudade tomasse conta de meu corpo.

Estava quase chegando ao penhasco, quando algo me fez parar. Agucei todos os meus sentidos, tentando captar o que me parou e ouvi vozes.

Fechei os olhos e deixei minha audição me guiar, mas me mantendo oculta para as pessoas que conversavam intimamente.

-Quem são vocês? –sussurrei para mim mesma, tentando reconhecer as vozes.

Ao longe elas me pareciam familiares, mas...

-Que voz foi essa? –perguntou uma voz feminina. Uma voz que me parecia a de Ariel.

Encostei-me a uma árvore, de modo que eu ficasse completamente oculta para as pessoas que conversavam, mas de modo que eu poderia ouvi-las perfeitamente.

-Voz, que voz? –reconheci a voz de... Jacob!

Meu coração se acelerou, pondo-me de joelhos e meus olhos se fecharam, para não ver a cena que se desenrolava ali.

A raiz da árvore machucava minha pele, as folhas e o vento da floresta começaram a me incomodar imensamente. Abri os olhos, a fim de que eles desmentissem o que meus ouvidos haviam me dito, mas eles estavam lá.

Ariel e Jacob, colados um ao outro, de forma intima. Quem não os conhecia, poderia até dizer que eram um casal.

-Eu pensei ter ouvido... Ah, esquece! –disse ela, afastando-se minimamente dele, apenas para olhar em seu rosto.

Minha respiração se acelerou, assim como meu coração. A dor tomou conta de meu ser, junto com a incredulidade e todos os sentimentos de perda.

Meu mundo estava caindo, o vento da floresta se intensificando... Um vazio por dentro... Meu interior era um deserto de gelo. E aquele gelo trincava, quebrava e me machucava cada vez mais.

Eu não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo. Jacob não podia estar com ela, ele não podia estar me traindo!

-Esquece mesmo, minha morena. –disse Jacob em um tom aproveitador, em um tom asqueroso de prazer puramente carnal. –Você sabe que se tivesse algo para ouvir, eu já teria ouvido faz tempo.

Reprimi o grito de agonia ao ouvir as palavras de Jacob. Aquelas palavras, que só podiam significar que ele já havia me ouvido, mas havia me ignorado.

-Tem razão, meu lobo. –sussurrou Ariel, colando-se ainda mais à Jacob. –Eu apenas tive a impressão de que aquela vadia da estivesse por aqui.

Comecei a convulsionar em raiva. O gelo se intensificou em volta de meu coração, tirando-me a capacidade de sentir. O resto de meu corpo, virou fogo, fogo de ódio. Eu queria matar aqueles dois!

Finquei as unhas nas árvores, transferindo todas as minhas forças para as mãos, na tentativa de controlar meu ataque, pois antes de fazê-lo, eu precisava ouvir mais.

Com o gelo envolvendo apenas meu coração, meu corpo já não sentia frio, pois meu corpo ardia em chamas infernais: quentes e raivosas, prontas para consumir tudo o que fosse necessário.

-Você sabe que só fingi ter o imprinting com ela, por que queria que parassem de me encher a paciência, não sabe? –perguntou Jacob. Uma pergunta, que Ariel respondeu com um miado infantil, inóspito e sujo, como o miado forçado que uma prostituta daria, no momento em que seu cliente a penetrasse. –Eles queriam que eu sofresse o imprinting, e eu sofri! –um riso rouco escapou da garganta, daquele sujo ser, que eu tive o desprazer de amar. –Eu não podia sofrer o imprinting por você, pois eu já havia te visto depois de minha transformação e... nada! Então fingi que sofri com a primeira idiota que vi na frente!

Jacob falava aquilo com frieza e indiferença, como se fosse um fato insignificante, o que fez com que as chamas internas que lambiam meu corpo, aumentassem juntamente com a minha raiva, que crescia a cada segundo.

-Eu te perdoo por isso. –disse Ariel, antes que Jacob a envolvesse com força e a imprensasse contra uma árvore.

Meu coração parou de vez, pois o gelo em volta dele, entrou nas válvulas e artérias, impedindo a passagem de qualquer coisa.

-NÃÃÃOOO!!! –deixei-me soltar o último grito de dor amorosa causada por Jacob, ou por qualquer ser asqueroso que algum dia me fizera sofrer.

Em um ímpeto, Jacob e Ariel se separaram e o lobo tomou conta de Jacob, levando-o para longe dali, como se ele ouvisse meu grito, em um lugar muito distante de onde realmente estava.

Um sorriso tomou conta do rosto da índia vadia, enquanto seus olhos brilhavam em luxuria. Suas roupas estavam amassadas, os cabelos bagunçados, os lábios inchados e a pele morena, mais avermelhada que o normal.

-Perdeu, . –disse ela, olhando na direção em que eu estava.

A fúria me tomou, quando ouvi sua voz asquerosa dirigida a mim. Ela sabia que eu estava ali o tempo todo.

Saí de meu esconderijo, balançando a cabeça negativamente. Vi Ariel tremer levemente, enquanto eu avançava em sua direção, lentamente.

A cada passo que eu dava em sua direção, eu sentia como meu corpo estava. Minha figura, agora grande e majestosa, apesar de coberta em raiva. Meus cabelos brilhantes, volumosos, acetinados e alinhados, apesar de minha corrida. Os olhos, ardendo em fúria, assim como a chama negra que consumia meu corpo.

-Tem certeza? Eu que perdi? –perguntei, quando estava a poucos passos dela. Ariel recuou, cuidadosamente. –Se você pensa assim, então creio que Jacob não tenha contado tudo a você. –Ariel caiu de bunda e eu ri sombriamente, antes de continuar com meu pequeno discurso, que havia acabado de começar. –Ele pode até ter te contado que ele é um lobo, o lobo alfa. –sorri, quando vi a surpresa passar pelos amedrontados olhos da índia. –É, ele não contou que é o alfa, o chefe... Mas o ponto que eu quero chegar, é que ele também não contou que eu também sou loba.

Os olhos de Ariel se arregalaram mais ainda, dando o incentivo que eu precisava para continuar.

-Ou melhor, sou híbrida. –sussurrei em sua mente, quase fazendo a garota ter uma parada cardíaca. –Metade loba, metade vampira. Mas não simplesmente uma híbrida, mas uma princesa híbrida. –eu tomava o cuidado de pontuar cada frase perfeitamente, dando o tom enfático perfeito, para assustá-la. –Minha família vampira, faz parte da realeza. Eles comandam todo o mundo sobrenatural que a cerca, querida... –ri alto, quando a cor sumiu do rosto de Ariel. –Isso significa que o poder corre por minhas veias.

Deixei minha chama negra lamber de vez meu corpo, dando o impulso que eu precisava para realizar meus mais loucos desejos vampíricos. Senti o poder percorrer o meu corpo livremente.

Avancei para Ariel – a uma velocidade alta demais até para um vampiro – e a ergui no ar pelo pescoço, usando apenas uma das mãos. Vi a vida se esvaindo dos olhos da garota, mas não o deixei acontecer completamente, soltando-a segundos antes que morresse.

-Acabou. –sussurrei para ela, antes de avançar para seu pescoço e me derramar no prazer de sugar o sangue, a vida de seu corpo.

A cada gota de sangue ingerida, eu me sentia mais viva, mais forte, mais poderosa.

O grito de Ariel ficou entalado em sua garganta, enquanto eu a mordia inúmeras vezes, procurando uma forma mais dolorida de mata-la.

O silencio dominou o espaço, quando a garota morreu. Mas mesmo assim, continuei a sugar o pouco sangue que restara em seu corpo.

Joguei o corpo de uma garota, que um dia eu havia considerado bonita, apesar de vadia.

Abri meus braços para o nada, deixando a chama negra que consumia meu corpo queimar em sua totalidade, exalando todo o poder que eu havia reprimido minha vida inteira.

FIM DA PRIMEIRA FASE


Capítulo 8

P.O.V.

Voei pela floresta, levantando as folhas que repousavam em seu solo arenoso. As raízes das árvores não passavam de um divertido obstáculo para mim. Eu os pulava com a agilidade e a leveza de um felino selvagem e era exatamente assim que eu me sentia. Era engraçado ver a floresta passando como um vulto para mim, ficando quase invisível com a alta velocidade que eu passava por ela, mal sentia meus pés tocarem o chão. Nunca em minha vida – mesmo depois de me descobri uma criatura sobrenatural –, eu havia corrido tão rápido e graciosamente.

Uma desconhecida força percorria meu corpo, fazendo-me ter consciência de tudo a minha volta. Eu tinha consciência dos sons dos animais, do silvo do vento, dos grãos de terra se levantando em uma nuvem de poeira, enquanto eu corria. Essa força era sobrenatural demais, até mesmo para mim, que estava acostumada com esse mundo de segredos e mistérios que é o mundo sobrenatural. Eu me sentia no topo do mundo com tamanha força.

Em menos de cinco minutos cheguei naquele barraco que até mais cedo eu chamava de casa. Demorei um bom tempo me certificando de que não havia ninguém por perto, antes de entrar pela janela de meu antigo quarto.

Rapidamente, enchi uma mala com minhas melhores roupas, aquelas que eu havia adquirido antes de morar naquele fim de mundo chamado La Push. Separei também uma boa roupa de caça, composta por um jeans velho e resistente, uma regata preta, um tênis velho e uma jaqueta jeans e fui tomar um banho.

Não me demorei muito no chuveiro, não havia tempo para isso. Portanto, apenas me livrei do sangue daquela pobre criatura que um dia se julgou superior a mim, da qual eu nem lembrava o nome.

Saindo do banho, coloquei minha roupa em alta velocidade, peguei minhas coisas e, saí correndo pela floresta mais uma vez. Eu podia muito bem cortar caminho pelo mar, mas era mais lento e cansativo. Não olhei para trás ao sair daquele barraco, pois aquele lugar me repugnava. Não havia motivos para lamentar ter de deixa-lo.

Enquanto corria para minha nova vida, percebi que correr também tinha suas desvantagens. Qualquer um poderia estar me seguindo, ou me seguir mais tarde. Porém, este era o único modo de chegar ao aeroporto sem levantar muitas suspeitas.

O caminho pela floresta até Port Angeles durou cerca de 40’. Estava começando a ficar impressionada com tamanha a velocidade que eu tinha adquirido. Antigamente, correndo, eu levaria pouco mais de uma hora. Balancei a cabeça para dissipar aquele pensamento. Eu não queria lembrar aquela versão fraca de mim.

Estava escondida atrás de uma árvore, observando, para poder sair para a calçada daquele parque em que eu havia parado, sem causar suspeitas. Não queria que ninguém ligasse para polícia, me descrevesse e dissesse:

“Jovem, aparentemente 23 anos, saindo da floresta do parque, andando furtivamente até a saída.”

Realmente não queria complicações com a fraca polícia humana, antes de ir para minha verdadeira casa.

Esperei impacientemente que uma garota parasse de olhar para a floresta, antes de sair dali furtivamente e me misturar em meio aos poucos humanos naquele lugar. Andei vagarosamente até a saída do parque, para não causar desconfianças.

-Está livre? –perguntei para um taxista, que estava com seu o veículo no estacionamento.

Ele acenou positivamente e eu entrei no táxi com rapidez e elegância. Tive de segurar um riso, quando o gordo taxista abriu a boca em sinal de espanto, diante de meus movimentos.

-Vou enganar essa gostosa e leva-la para o motel. –o taxista pensou. –Não deve ser difícil força-la a ir, não deve ter muita força... É tão magrinha!

Coloquei a mão em seu ombro direito, o apertando com uma força minimamente maior do que a necessária. Ele se virou, encarando diretamente em meus olhos.

-Aeroporto Internacional de Port Angeles. –falei, com ferocidade. –E nada de desvios, estou com pressa.

Não foi preciso mais nada, para que o medo trespassasse os olhos do taxista, antes que ele se ajeitasse em seu banco e desse a partida no carro, sem dizer palavra alguma.

Recostei-me contra a poltrona e encarei a entediante paisagem, que passava lentamente pela janela do veículo. Seria muito mais fácil e rápido correr até o aeroporto, mas era melhor assim. Logo os lobos descobririam minha fuga e tentariam me seguir a todo custo, por isso eu teria de viajar de avião, tirando que era mais rápido, fácil e não chamaria a atenção, nem mesmo rastro deixaria.

O ruim era ter que aturar os pensamentos das pessoas, que vinham a minha cabeça. Eu conseguia controlar meu poder muito bem, ouvir os pensamentos das pessoas que eu queria... Mas às vezes eu me deparava com pensamentos gritantes, pensamentos que chegavam até mim, sem eu me “conectar” com as pessoas.

Como os pensamentos daquele taxista. Sua mente era inquieta, instável, nojenta e muitos outros adjetivos do gênero. A maioria dos pensamentos dele estava ligados a mil possibilidades, possibilidades de eu ir para cama com ele, dele me levar a algum lugar distante, para podermos transar dentro do carro mesmo, mas o pensamento dele que mais me interessou foi aquele que estava relacionado ao medo que lhe causei. Ele estava espantado com o modo que desvendei seus pensamentos.

Ri internamente, pensando em como ele reagiria se soubesse que aquilo não era nem a metade. Me imaginei indo para o banco do passageiro do táxi sem nenhum barulho, imaginei o som do coração do homem, acelerado pelo susto... Imaginei seus olhos arregalados de horror, enquanto sugava seu sangue fétido avidamente, através de uma veia em seu pulso. Fiquei me divertindo um bom tempo, ao imaginar-me atormentando o taxista, mas logo desinteressei da brincadeira e voltei a fitar a paisagem da cidade de Port Angeles, cidade que eu deixaria para trás sem nenhum pesar.

Tive que fechar minhas mãos em punhos e, discretamente, socar minha perna, para conter a agonia que tomava conta de meu corpo, devido a baixa velocidade com que o carro se movia: 120 km/h! Eu atingia aquela velocidade numa caminhada lenta.

Depois de um tempo que me pareceu uma eternidade, chegamos ao movimentado aeroporto da cidade.

-Fica com o troco. –disse eu, enfiando uma nota de cem na mão do taxista e saindo do carro, antes que ele pudesse dar conta. Não queria mais ouvir os pensamentos imundos, nem ter de ceder a tentação de matar aquele porco ambulante, devido a minha irritação com relação a seus podres pensamentos.

“Voei” pelo aeroporto até o balcão de vendas. Fiquei feliz por não haver filas, pois aquilo me irritava profundamente. Avancei até a atendente exalando poder e confiança.

-O primeiro voo para Seattle e de Seattle para Florença, por favor. –pedi para a vendedora, entregando todos os documentos necessários para a compra, juntamente com o dinheiro.

A vendedora de cabelos castanho avermelhados, me encarou de cima a baixo, antes de voltar seus olhos para meus documentos e começar a folheá-los.

Enquanto ela fechava a compra para mim em seu lento computador, conectei-me a sua mente e analisei seus pensamentos invejosos.

-Até que é bonitinha, mas se veste mal... Supero ela com facilidade nas passarelas. –segurei o riso. Ela possuía pensamentos infantis, exatamente como eu imaginava. Estava na hora desta atendente de aeroporto ter uma lição sobre a verdadeira beleza: O Poder.

Passei as mãos pelos meus cabelos naturalmente ondulado, abri um pouco mais o zíper de minha jaqueta de motoqueiro, umedeci os lábios, ajeitei minha regata levemente, para que meu pequeno decote aparecesse ao longe e fiz questão de exalar meu cheiro atraente de predadora. Em poucos segundos, pude sentir vários olhares queimarem meu corpo. Discretamente olhei a minha volta e percebi que a maioria dos homens a nossa volta me olhavam de forma intensa.

-Deu sorte. –disse rudemente, ao perceber a grande quantidade de homens me cobiçando. A atendente queimava de inveja, pois isto era algo que ela queria que acontecesse com ela, não com uma “garota sem sal”, como eu. –Seu voo para Seattle sai daqui a meia hora e você só vai esperar cerca de uma hora seu voo para Floresça.

Nem me dei o trabalho de agradecer, apenas guardei meu troco, peguei minha passagem e documentos e andei a (argh)passos humanos, até o local onde eu deveria fazer check in.

Passei por todos os procedimentos padrão antes de finalmente entrar na lotada sala de embarque, para aguardar o voo. O movimento ali era intenso, rápido e constante. Um leve cheiro de café e pão enchia o ar, dando uma estranha leveza naquele ambiente carregado. Embriagada pelo cheiro, fui até o balcão a fim de saciar minha fome de comida humana.

-Um chocolate grande, um croissant de queijo e aquela tortinha de frutas vermelhas. –pedi ao caixa do café, que me olhou admirado. Ele me analisou profundamente, se perguntando como uma mulher como eu, que aparentava ser daquelas psicóticas com relação ao corpo perfeito, poderia comer coisas tão gordurosas. –É para hoje, anda!

O moreno piscou várias vezes, antes de voltar seus olhos para a tela de seu computador e registar o pedido.

-Fique a vontade, senhora. –ele falou, encarando-me com certo fascínio. –Vamos levar seu pedido na mesa.

Revirei os olhos dramaticamente e fui procurar uma mesa livre naquele antro de humanos sujos e porcos. Felizmente, encontrei uma mesa limpa e vazia, onde me sentei e me pus a observar o movimento, ficando atenta e pronta para correr, caso alguém conhecido aparecesse.

Me permiti observar o ambiente a minha volta mais uma vez e tive de admitir que o lugar era incrível. Os humanos, apesar de burros, fracos e obsoletos, eram dotados de uma grande capacidade de comunicação, além de possuir grande audácia.  Pois só possuindo uma grande mente para projetar lugares como aquele, pequenas cidades que permitiam as pessoas passar ali grande parte de seu tempo, esperando por horas um voo, mas sem se cansarem do lugar, devido à sua grande quantidade de lojas, atividades... Além é claro, de permitir que essas mesmas pessoas fizessem viajem que normalmente durariam dias, em questão de poucas horas.

-Como pode uma mulher tão bonita como você, estar sozinha assim? –disse um homem, sentando-se à mesa. –Não é prudente... Não é sensato. Alguém de aparência tão frágil pode ser vítima de um ataque. Até mesmo em um lugar seguro, como este aeroporto.

Sorri sarcasticamente na direção do moreno de olhos verdes e cabelos penteados para trás estilo “boi lambeu”, antes de voltar minha atenção para o garçom que trazia meu café e dizer:

-Frágil? Nem tudo é o que aparenta ser.

-Aqui está seu chocolate e seu croissant, senhora. Logo traremos sua torta. –disse o garçom, ajeitando meu pedido meticulosamente na mesa. –Mais alguma coisa?

Dei uma breve olhadela para o homem sentado a minha frente e voltei a encarar o garçom, como se estivesse pensando em pedir algo mais.

-Sirva este senhor e acrescente seu pedido à minha conta. –pedi cordialmente.

Dois olhares surpresos me atingiram, no momento em que pronunciei aquelas palavras. Eu tinha quase certeza de que o garçom havia visto que o homem de terno cinza havia acabado de chegar ao local, assim como tinha quase certeza de que ouvira nossa breve conversa, a conversa de duas pessoas que não se conheciam. Comecei a encará-los naturalmente, esperando por uma resposta.

-Cl-Claro, senhora. –o garçom disse, voltando-se para o homem de terno. –Queira me acompanhar até o balcão, por favor. –e saiu pelo pequeno espaço, sendo seguido pelo homem de terno, que deixou a mesa me lançando um olhar desconfiado.

Aproveitei o meio tempo longe daquele homem, para deliciar meu café. Eu teria um voo longo pela frente e tinha que me alimentar bem, porque para uma mulher como eu, aquela singela refeição não servia para nada.

Em poucos minutos, o homem de terno voltou com o garçom, que já estava com seu café em mãos. Ficamos presos em um desconfortável silencio até que o garçom saísse.

-Como se chama? –perguntei casualmente.

Vi as feições do homem se suavizarem diante de minha pergunta. Ele ajeitou o colarinho da camisa e recostou-se em sua cadeira.

-Kevin Burns, advogado. –ele respondeu, antes de dar um grande gole em seu café. –Não é todo dia que uma mulher paga um café para um desconhecido. Gostaria muito de saber o nome dessa misteriosa mulher que fez isso por mim.

A maneira cordial e suave com que ele perguntou meu nome, de muito me agradou. Tive até pena do destino dele após aquele café.

- , uma das donas da empresa Finnegan’s e filha do advogado Giovanni Milani.

O homem me olhou admirado, pude ver em sua mente que ela estava encantada com meu atrevimento de agir assim com um estranho, com a certeza com que as palavras saíam de minha boca, entre outras coisas físicas, como minha beleza vampírica.

Por um momento, Kevin baixou os olhos e se concentrou em seu café, só para deixar que um sorriso espalhasse lentamente, por sua face. Ficamos em grande silencio, depois deste curto diálogo. Deixei-o pensar com tranquilidade antes de falar qualquer coisa. Por fim, ele ergueu os olhos para mim e disse:

-E para onde você vai, ?

Degustei o último gole de meu chocolate antes de responder.

-Volterra. Vou até o aeroporto de Florença e de lá pegarei um carro até a cidade de meu pai. E você?

O rosto de Kevin se iluminou ao término de minhas palavras. Vi-o sorrir largamente, antes que ele tirasse algo do bolso do paletó e deslizasse pela mesa, até que chegasse perto de minha mão.

Curiosa, peguei os papéis que estavam perto da minha mão, e os li, mal acreditando em minha sorte.

-O que fará em Florença? –perguntei, ainda extasiada com tamanha que era minha felicidade.

-Estarei visitando um cliente em Montepulciano.

Por pouco não vibrei de alegria. Volterra era caminho para Montepulciano, o que significava que poderíamos alugar um carro juntos e assim, eu poderia tranquilamente executar meu plano.

Abri minha boca propor-lhe de alugarmos um carro juntos, apenas para que ele me levasse até Volterra, quando o garçom veio com minha torta de frutas vermelhas. O doce cheiro da torta entorpeceu meus sentidos e varreu qualquer palavra de minha mente, portanto, deliciei-me com a torta antes de fazer qualquer outra coisa.

Assim que acabei com a torta, levantei-me e fui até o caixa pagar por tudo, aproveitando para comprar algumas balas para a viagem.

-Montepulciano, é? Volterra fica no caminho.  –comentei com Kevin assim que saímos do café e nos dirigimos para a sala de embarque.

-Algum interesse nisso, ? –ele perguntou, sentando-se em um banco vago, deixando espaço suficiente para que eu me sentasse a seu lado e pudesse colocar minha bolsa ao lado.

-Não sei. Talvez eu só quisesse uma carona.

-Chamada para o voo 8377 com destino à Seattle, embarque pelo portão 3.

Entramos na fila do embarque rindo e conversando sobre ações judiciárias. Assim que adentramos o avião, fomos procurando nossos lugares, prontos para nos separarmos quando cada um encontrasse o seu. Mas coincidentemente, nossas poltronas ficavam lado a lado, na fileira 16, assentos B e C.

Rimos da ironia do destino e nos sentamos nas respectivas poltronas, felizes por poder continuar nossa conversa. Era fácil conversar com Kevin, ele era um humano simpático, inteligente, cativante, além de conter um cheiro másculo delicioso. Conversamos alegremente durante todo voo até Seattle e ficamos juntos até a hora do nosso embarque para Florença, onde também, por ironia do destino, sentamo-nos lado a lado, dando inicio a outra longa conversa sobre nossa vida e nossos negócios.

_X_

-Tripulação, preparar para pousar. Voltem suas poltronas na posição vertical, afivelem os cintos e desliguem seus aparelhos eletrônicos.

Acordei assustada com a voz que saía das pequenas caixas de som contidas no avião. Sentei repentinamente, o que fez com que uma tontura tomasse conta de mim.

-, você está bem? –uma voz que não identifiquei a princípio, perguntou para mim, enquanto uma mão segurava meu braço.

Olhei para o lado assustada, mas assim que meus olhos focaram a face de Kevin, o dia anterior apareceu em minha mente como um clarão.

-Só foi o susto de acordar assim, repentinamente. –respondi, com a voz rouca pela falta de uso.

Mantivemo-nos em silencio até descermos do avião. Assim que coloquei meus pés para fora da grande máquina voadora, respirei aliviada e andei o mais rápido possível até a área de desembarque, onde deveríamos pegar nossas bagagens, com Kevin em meu encalço.

Agonia e ansiedade me tomavam conta no momento em que cheguei perto da esteira e avistei minha mochila vindo em minha direção. Esse era o atestado definitivo de que tudo realmente tinha acontecido: a traição de Jacob, a morte de Ariel por minhas mãos e a fuga para Itália. Quando minha mochila se aproximou de onde eu estava, fui rápida ao pegá-la e a jogar por sobre o ombro, me virando na direção de Kevin, esperando que ele pegasse sua bagagem, para que pudéssemos sair dali o mais rápido possível.

Kevin quase teve que correr para alcançar meu passo, logo depois que passamos pela alfândega e fomos em direção à saída do aeroporto e aos lugares onde era possível alugar carros.

-Pode deixar que eu acerto essa primeira parte. –disse eu, colocando a mão no ombro de Kevin e o impedindo de se comunicar com o atendente da locadora de carros. –Já que você vai me levar até Volterra, nada mais justo.

-Mas eu quero pagar.

Segurei seu ombro com mais força e balancei a cabeça negativamente, antes de me adiantar para o atendente.

-Ciao, io voglio una macchina veloce, ma economico. Quali sono le opzioni? E che cosa sarebbe costato ognuno? (Olá, gostaria de um carro rápido, porém econômico. Quais seriam as opções? E quanto custaria cada uma?) –falei para a atendente que me examinava de cima a baixo com cara de asco, indo direto ao assunto. Desta vez, não me importei com a inveja, pois estava cansada demais para isso.

A atendente de cabelos ruivos bufou e começou a digitar algo no teclado do computador, antes de se voltar para mim com cara bagaço de limão podre e dizer:

-Attualmente, il più veloce abbiamo è un Hummer, il valore di quattro mila dollari al giorno. (No momento, o mais rápido que temos é uma Hummer, de valor de quatro mil dólares diários)

Dei um leve sorriso para a atendente e me virei levemente para Kevin, com um ar divertido.

-Abbiamo capito. (Ficamos com ele) –falei, surpreendendo a atendente, que havia pensado que eu me intimidaria com o preço. –Venha Kevin, vamos conhecer nosso carro.

E acompanhamos a atendente, que saiu de cara amarrada detrás do balcão, para nos conduzir pelo aeroporto até nosso transporte.

_x_

-Quanto custa esse carro? –foi a primeira pergunta que Kevin fez, após algum tempo na autoestrada.

Dei de ombros, para dar a impressão de que era pouco.

-Sério , quanto é o aluguel desse carro? –ele tornou a perguntar, mas desta vez desviando minimamente os olhos da estrada.

-Nada que eu não possa pagar. –respondi, voltando meus olhos para a estrada, que agora passava a uma razoável velocidade de 230km/h.

As montanhas avermelhadas e misteriosas pelas quais passávamos me chamavam para explora-las e esconder meus segredos em suas terras férteis.

Senti a velocidade do carro diminuir gradativamente, até que ele parou no acostamento, ao pé de uma montanha.

Olhei sugestivamente para Kevin, mas este, nada disse por um bom tempo.

-Por que parou? –perguntei, quando já não aguentava mais aquele silencio que nos cercava. Eu sabia que bastava eu me concentrar um pouco para ler sua mente, mas a mesma estava confusa e, de certa forma, bloqueada. Era como se o advogado não quisesse que eu lesse sua mente.

-Você tem tanto desapego com o dinheiro, quase não fala de você, usa aliança de casada, mas diz não ter laços com ninguém...

Não pude conter meu riso.

-É sério isso?

-Você é casada, ?

Suas pupilas estavam contraídas, desconfiadas... Eu podia perceber que ele era bem mais perceptivo e que as outras pessoas. Ele devia ter captado que eu tinha um problema.

-Separada. –foi a resposta curta e diplomática que dei.

-Por que veio à Itália?

Ergui uma sobrancelha, em sinal de despreocupação e sarcasmo.

-Já lhe disse, vim ver meu pai.

Kevin me olhava cauteloso, porém fascinado. Tentei ler sua mente mais uma vez, mas não consegui entender nenhum de seus pensamentos. Portanto, não previ o que estava por vir.

Em uma velocidade incrivelmente rápida para um humano, Kevin soltou seu cinto de segurança e veio para cima de mim, atacando meus lábios com voracidade. De inicio, não correspondi seu beijo, mas o fiz quando ele pediu passagem com a língua.  O beijo era frio, sem sentimento ou gosto, nada mais do que um beijo ruim.

Após alguns segundos, enjoei daquele beijo e desci meus lábios para o pescoço do advogado, procurando quebrar aquele beijo, sem ser brusca. Uma veia pulsava quente e convidativa ali. Minha garganta ardeu, quando comecei a prestar atenção a grande quantidade de sangue que ali passava e ao som quente e molhado de seu coração pulsante. Cedi aos meus instintos e, afundei meus dentes naquela pele macia, pondo fim a vida de um advogado desconhecido. Ele se debateu no começo, produziu engasgos e tentou me empurrar sem sucesso algum, mas passado um tempo, senti seu corpo amolecer em minhas mãos, conforme a vida se esvaía daquele corpo.

Tendo secado o corpo do homem, saltei do carro, colocando o cadáver no ombro e subindo a colina mais próxima. Fui até a metade, onde achei uma armadilha para sabe-se lá o que e joguei o corpo lá dentro, não me dando maior trabalho do que jogar grandes galhos de árvores, que arranquei de uma árvore qualquer ali perto.

Voltei para o carro, desta vez –obviamente-, assumindo o lugar do motorista e enfiando o pé no acelerador, para rapidamente ganhar a estrada em direção à Volterra.

Cheguei a potencialidade máxima do carro, 350km/h. Aproveitei o vento no rosto e o sol queimando minha pele, durante a hora que se seguiu naquele carro, até que eu chegasse ao meu destino.

Passar pela entrada da cidade foi um saco, já que tive que parar para especificar o motivo de minha visita a cidade, já que a mesma era uma cidade histórica. Depois disso, dirigi cuidadosamente até o meio da cidade, onde encontrei um prédio com o Brasão dos Volturi, acompanhado de um nome estranho em italiano, também iniciado com a letra V.

Meu coração palpitou de felicidade. Eu finalmente estava em casa.

Estacionei o carro, peguei minha mochila e andei tranquilamente até o prédio. Chegando lá, burburinhos encheram o ambiente, enquanto várias cabeças se viraram em minha direção. Ignorei todos os comentários sobre a filha do chefe ter retornado ao lar, como uma verdadeira Volturi e, andei pelo prédio, seguindo o cheiro de meu pai, que de alguma forma, estava bem forte em meio aquela variedade de cheiros humanos que ocupava o prédio. 

Os funcionários da companhia olhavam para mim com medo e admiração, me deixando passar por onde quer que fosse, sem me dizer uma palavra. Eles sabiam quem eu era, pois meu pai fez questão de lhes mostrar a filhas por fotos a vídeos.

Quando eu estava em frente ao elevador, uma mão pairou sobre meu ombro esquerdo, enquanto uma voz extremamente conhecida disse:

-?

-Olá, papai. –falei me virando em sua direção e dirigindo um grande sorriso ao meu progenitor.

(Continua...)


Capítulo 9

Jacob P.O.V.

-Nada até agora. –a voz de Bernardo ecoou em meus pensamentos, enquanto eu corria desesperado pela floresta que levava até Port Angeles.

-Não é possível, ela tem que estar em algum lugar!

Sentia-me mais preso, sufocado, com o corpo mais pesado a cada metro que corria. Já estava quase amanhecendo, mas nada de aparecer. Meu mundo caía. Não sabia o que fazer sem aquela mulher a meu lado, me dando amor, cuidando de mim, sendo meu alicerce, sendo a mãe dos meus filhos... Tudo começou quando acordei e fui para a ronda. Lembro-me de que um grande impulso tomar conta de mim, antes mesmo de eu me transformar e me levar perto do penhasco, onde Ariel ameaçava se jogar, em meio ao mar agitado. E não lembro de mais nada.

Pouco tempo depois de eu entrar em ronda, Kyara veio até mim, desesperada por ter sumido. Ela disse que foi buscar minha esposa para fazer compras para nosso filho. Disse também que antes de sair de casa, ela viera a minha procura para avisar que sairia, mas não voltou para casa depois disso. Reuni a matilha e passamos o restante da noite procurando, mas sem resultado algum. A única pista que tínhamos foi o cheiro que Leah encontrou em certo ponto que levava à Port Angeles, mas aquele rastro não parecia levar a lugar nenhum!

-Calma Jacob, nós vamos encontra-la. –disse Kyara, emparelhando comigo. não faria nada imprudente, e se fosse algo grave, ela já teria avisado.

-Eu tenho medo. –confessei, enquanto uma imagem dos olhos castanho esverdeados de passava por minha mente.

A maioria da matilha estava a procurando em sua forma lupina, os que não estavam, a procuravam pela cidade em sua forma humana, com exceção dos mais novos, que eu havia dispensado para não se complicarem com os pais, que não sabiam do segredo.

Em meio a corrida, percebi o cheiro de se intensificar e comecei a correr com mais força, querendo chegar logo ao local onde o cheiro terminava. Conforme ia correndo em direção ao meu destino, vi os contornos de um parque, na floresta onde corria. Rapidamente, corri para trás de uma árvore e voltei a minha forma humana, deixando uma Kyara muito intrigada, em sua forma lupina.

-Fique aqui, não saia a minha procura, a não ser para falar algo muito importante. Vou seguir o rastro de em forma humana. Sinto que ele dá no meio do parque e não quero causar suspeitas. –precisei impor minha voz de alfa para ter certeza que minha cunhada obedeceria.

Andei lentamente, calculando cada passo que eu dava em direção ao cheiro de , pois não sabia em que estado ela estaria e como reagiria a uma aproximação brusca.

O que mais me intrigava era o fato de tudo estar extremamente silencioso, sem barulhos de choros, respirações cortadas. Os únicos barulhos presentes ali, era o dos pássaros que despertavam para o amanhecer e a respiração profunda e pesada dos mendigos que dormiam por ali.

Incrivelmente belo era o local pelo qual eu caminhava. As árvores balançavam, com a suave brisa que carregava o doce aroma das flores pelo parque, o sol brilhava levemente, tudo parecia perfeito, mas não estava. Algo me dizia que algo de ruim havia acontecido naquele local. Continuei andando pelas calçadas limpas do parque a procura dela, mas nada encontrei.

Dei várias voltas no parque seguindo seu cheiro, que por sinal, estava por todo lado, mas sem nunca achar minha esposa, o que era extremamente estranho. O único lugar em que eu não havia olhado era o estacionamento.

Levantei-me e fui em direção ao estacionamento a passos esperançosos. Aquela era minha última chance de encontrar , já que eu sentia que aos poucos, seu doce cheiro se dissipava no ar.

O vento começara a se fortalecer, e a soprar meu rosto com a mesma força de uma máquina de sucção, só que na função inversa. As nuvens esconderam o sol nascente, as árvores começaram a balançar violentamente. Eu tinha de lutar para conseguir andar, sem ser arrastado pelo mesmo.

Demorou um pouco, mas finalmente consegui chegar ao estacionamento, me deparando com um único carro parado ali, bem no lugar onde o cheiro de minha esposa se concentrava.

Estranhamente o vento parou, facilitando e acelerando minha caminhada até o carro. Era um táxi sujo e mal cuidado, porém muito moderno. Observei através do vidro fumê, um homem roncar no banco do motorista. Ele tinha um corpo avantajado, somado a uma aparência inescrupulosa, composta por roupas sujas e surradas, barba por fazer... Não me admiraria se ele fedesse a bebida barata.

Mas quando percebi que não estava ali, meu coração secou em dor, enquanto meus joelhos iam em direção ao chão, como se alguém os estivesse o empurrando. A esperança estava perdida, não havia mais onde ir, não havia mais onde procurar. Tentei senti-la, devido a nossa ligação imprinting, mas nada tive. Era como se nosso imprinting tivesse sido cortado!

Não sei por quanto tempo fiquei ali, só sei que algumas pessoas já caminhavam pelo parque, quando Kyara veio até mim com os olhos inchados e cansados. Seu semblante me dizia que algo ruim havia acontecido e temi a notícia que ela estava prestes a me dar.

Procurei seus olhos, procurando neles um quê de esperança, mas tudo o que vi refletido naqueles olhos castanhos – com o formato parecido com os de –, foi tristeza.

Não sei quando comecei a chorar, só sei que devido ao nosso choro – meu de minha cunhada –, estávamos começando a chamar a atenção. Pessoas que passavam por ali, paravam, nos encaravam por um tempo e, quando percebiam que estávamos envolvidos demais em nossa bolha de dor para lhes dar atenção, viravam as costas e seguiam seu caminho.

-Ainda não a encontramos. –ela disse com a voz rouca e pesada. –Na verdade, encontramos alguém na floresta, perto do penhasco, em um estado deplorável.

Demorei vários segundos para processar o que minha cunhada havia dito, pois tudo o que eu conseguia pensar e sentir, era a dor de ter perdido minha esposa.

-Quem? –consegui perguntar, com a voz também rouca, por desuso.

Meu coração pesava temeroso de que fosse alguém próximo. Não sei se suportaria a mais uma notícia ruim.

-Ariel. –Kyara respondeu, trincando os dentes. –Ainda não sabemos o que ela fazia lá. Ela foi morta por um vampiro, Jake. Um vampiro! Na reserva! E tudo debaixo de nossos olhos...

-Como vocês deixaram um vampiro passar por nossas fronteiras? –explodi em raiva. Já não me basta o sumiço de minha esposa.

Algumas pessoas nos encaram como se fossemos loucos, mas não dei importância. Agora, nada mais importava.

Levantei e comecei a andar a passos largos até a floresta, com Kyara em meu encalço, sem me importar com as pessoas que nos encaravam, enquanto passávamos.

-Você também tem sua parcela de culpa, Jacob! –ralhou. –Ao invés de ficar se martirizando por ter sumido, poderia muito bem estar procurando conosco, enquanto outros ficavam de guarda.

-Está dizendo que eu não deveria procurar , que por sinal, é a sua irmã?

O fogo da transformação começou a queimar em meu corpo, antes mesmo que eu pudesse colocar os pés na floresta. Apertei os passos, a ponto de andar rápido, mas sem correr.

Minha cunhada ficou em silencio absoluto, enquanto ponderava minhas palavras, arranjando outras para contra argumentar. Eu podia ver tudo o que se passava por sua mente, já que inconscientemente, ela havia se conectado com a minha. Eu via todos os momentos marcantes que ela havia passado com por sua cabeça, exatamente como num filme. A última cena que vi antes que nossas mentes se desconectassem, foi os olhos de minha esposa refletindo uma tristeza imensurável, enquanto Kyara explodia em revolta, devido a sua recente sede por sangue.

Chegamos à floresta e andamos por um bom tempo, antes de nos transformarmos novamente, para voltar para La Push e comunicar a todos a morte de Ariel. Se passaram vários minutos depois de assumirmos nossa forma lupina, antes da loba de brilhantes pelos castanhos responder minha pergunta.

-Não estou dizendo que não devemos procurar , Jacob. É só que... –a resposta ficou no ar, enquanto a imagem de Ariel morta passava em minha mente e, a voz de Brad, que a havia encontrado ali, dizia para o vento: “Esse cheiro nela... É do Jacob!”

_x_

Os trovões escoavam pelas paredes da pequena casa e balançava suas paredes com tal violência, que parecia que iam desmoronar.

Me aproximei com lentidão do caixão, cujo a garota repousava, como se não estivesse fazendo nada mais que dormir, mas eu sabia da verdade.

Por mais que tenhamos procurado, não encontramos , nem o sanguessuga que matou Ariel.

Sentia minha vida desmoronar aos poucos. Algo estava zombando de minha anterior felicidade, dizendo que aquilo não era para mim. Era horrível olhar para o lado e não ver minha esposa, que graciosamente carregava meu filho no ventre, um novo sopro de vida para a tribo. Até tentamos encontra-la através de seu dom; Kyara fez um enorme esforço para conectar suas mentes, mas tudo o que ela encontrou foi o vazio de uma mente distante.

Passei a mão nos cabelos de Ariel, imaginando minha esposa em seu lugar, e não pude conter uma onda de lágrimas.

As lágrimas pararam e meu maxilar trincou, assim que localizei a marca de uma arcada dentária, na base do pescoço da garota. Não havia fim mais cruel para uma vida, do que ela ser tirada, apenas para se conseguir o que é mais vital e essencial para o corpo e para a alma, o sangue.

Deixei minha mão pairar sobre a marca por vários segundos, antes que eu fosse puxado para trás, sendo afastado do caixão. Normalmente um puxão como aquele não me moveria um milímetro, mas eu estava cansado, fraco e suscetível a qualquer coisa.

-Não deveria estar aqui. –a voz chegou raivosa aos meus ouvidos.

Olhei para trás e identifiquei o Sr. Zech, pai de Ariel e meu antigo professor. Não entendi suas palavras, então apenas o encarei em busca de uma explicação.

-Por quê? –perguntei, quando percebi que não haveria explicações.

-É tudo culpa sua! –Sr. Zech acusou em tom baixo, porém feroz. –Agora se afaste dela!

Estava sem condições de discutir, por isso, andei desorientado até a porta da capela, dando um encontrão com uma amiga de Ariel, que tinha os cabelos cacheados tingidos de vermelho, cujo nome eu não lembrava.

-O que está fazendo aqui? –ela perguntou com a voz rouca. Seu rosto estava inchado e muito, muito vermelho, um claro sinal de muitas horas de choro.

Fechei as mãos em punho com força, fazendo com que o pouco de unha que eu tinha perfurasse minha palma.

-Por que todos ficam dizendo isso?

Charlotte revirou os olhos, se controlou para parar de chorar e disse:

-Estava bêbado ou algo do tipo? –perguntou, com uma raiva crescente em seus olhos.

Senti a confusão percorrer meu corpo, enquanto tentava descobrir o que a garota queria falar. Por mais que ela pensasse que eu fosse, eu não era nenhum leitor de pensamentos para saber o que ela pensava.

Mais uma vez ela revirou os olhos, mas agora, ela demonstrava desprezo.

-Ariel ia se encontrar com você na floresta, antes de ser morta por aquele animal imbecil. Ela disse que vocês iam fugir, que você ia largar aquela lambisgóia loira e fugir com ela... –lágrimas voltaram a rolar pelo rosto da garota, enquanto ela relatava o acontecido.

Fiquei estupefato. De onde ela havia tirado essa história absurda? Eu nunca largaria para ficar com Ariel. Nunca!

-Eu nunca disse... –comecei, sem saber o que dizer.

-E eu não acredito em você. –disse ela, antes de lançar um olhar de ódio em minha direção e, se adiantar para perto do caixão, onde a amiga repousava.

_x_

Uivei. Uivei para o vento, agoniado com tudo o que acontecia. Vampiros rondavam a cidade, estava desaparecida, Ariel morta, meu pai doente.

Meu pai doente... Depois de sair do funeral de Ariel, fui para casa desorientado, sem saber o que poderia fazer. Chagando lá, tive uma vil surpresa ao encontrar meu pai agoniando em febre, em sua cama, falando coisas sem nexo algum.

Não hesitei em chamar Carlisle. Sei que não queria ver vampiro algum no momento, mas tinha que chamar alguém que pudesse cuidar de meu pai e, manter tudo em segredo, sem levantar suspeitas, algo que não conseguiria fazer se o levasse para o hospital de Forks.

-Como está Billy? –disse Sue, adentrando minha casa e atrapalhando meus pensamentos.

-Está melhor agora. –respondi, levantando-me do sofá e a seguindo até o quarto de meu pai. –A febre baixou depois que Carlisle deu o remédio.

Conforme Sue ia andando pela casa, ela acendia as luzes, fazendo com que meus olhos ardessem pela repentina claridade, após ficar horas no escuro.

-Não é prudente ficar com a porta aberta e no escuro, Jacob. –ela comentou, enquanto abria a porta do quarto de meu pai e acendia a luz, acordando-o.

Suspirei, cansado.

-Luz acesa e porta trancada não vai impedir que alguém entre aqui.

Sue me examinou com o olhar, enquanto sacudia meu pai, para que ele acordasse bem para comer o que ela havia trazido. Pude ver em seu olhar, que ela desaprovou meu estado em seu exame, fechando a expressão para mim, como qualquer mãe faria para seu filho. Depois, lançou-me um olhar de “depois nós conversamos”, antes de cutucar meu pai com força nas costelas, para que eu velho acordasse.

Voltei para sala, apagando as luzes que Sue acendeu e me mesclando mais uma vez com a escuridão do ambiente.

Nas horas que se passaram até Sue chegar, somente o escuro me ajudou a pensar claramente e manter o controle sobre mim, e sobre os problemas que me cercavam. Era como se eu tivesse alguma ligação com a escuridão, era como se ela fizesse parte de mim e me confortasse, assim, quase podia sentir ali, ao meu lado.

Adormeci ali, com o uivo de um dos meus irmãos que estavam na ronda ecoando em meus ouvidos.

Capítulo 10

P.O.V.

-Olá papaiiii. –repeti, forçando a última palavra.

Sua surpresa só mostrava que ele realmente nunca imaginou que eu algum dia iria à Volterra assumir meu lugar na família. Ainda me via como a garotinha inocente que viu crescer, doce engano.

Até que era engraçado ver o espanto em seus olhos de corça indefesa, mas já estava a me irritar sua falta de reação, por isso virei-lhe as costas e chamei o elevador.

-Filha! –disse ele, me virando de frente para si e me abraçando fortemente. ‘Finalmente uma reação! Aleluia!’, quis gritar ironicamente, mas me contive e o abracei de volta. –O que está fazendo aqui? –perguntou, sem me soltar daquele abraço meloso.

Não aguentando mais, soltei-me delicadamente do abraço e mostrei-lhe minha pequena mala. Sem dizer mais uma palavra, entrei no moderno elevador espelhado e apertei o botão do último andar, não sabia realmente para onde estava indo, mas alguma coisa me chamava para lá. Meu pai me seguiu.

-Que bom que veio nos visitar! –disse todo animado, tirando suas próprias conclusões.

Deixei-o tagarelar à vontade apenas para não magoá-lo e preenchi seu silencio com respostas vazias. Sinceramente? Estava achando tudo aquilo um saco. Demonstrações de carinho e afeto, animação, entre outras coisas sempre me deixavam entediada. Afinal, quem precisava de tudo aquilo? Só os fracos precisam de amor, pois os que dominam o mundo possuem o poder, não todos esses sentimentos melosos.

Inspirei profundamente, deixando o poder que aquele lugar emanava penetrar meus poros. Aquele era o palácio da realeza vampírica, lugar daqueles que comandavam tanto o mundo sobrenatural, quanto o mundo dos mortais. Eu era da realeza vampírica, estava em meu verdadeiro lar... Meus pensamentos gloriosos foram interrompidos pelo doce perfume de sangue, o precioso alimento da vida. Senti-me em êxtase, a sede subiu queimando por minha garganta, apoderando-se de meu corpo e levando-me a loucura. Eu precisava daquele sangue!

O elevador parou de repente, não pensei duas vezes antes de atravessar aquelas portas e sair atrás do alimento. O andar no qual o elevador havia parado tratava-se de um andar comercial. Era um corredor extenso e cheio de divisórias entre os humanos que trabalhavam feito loucos, cada um em seu computador. Humanos preocupados com suas vidinhas medíocres, se achando os donos do mundo.

Com minha velocidade, nem me viram passar correndo por eles, o máximo que sentiram foi o vento de minha corrida, que os fez se arrepiarem. Ri alto e meu riso soou sombrio e ecoou pelas paredes, fazendo-os se arrepiar ainda mais.

Eu estava perto... Havia apenas uma porta no final do corredor, a sala do coordenador do setor, provavelmente. Era dali que o cheiro de sangue vinha. Estava tão perto que podia sentir seu doce sabor em minha língua, o líquido quente descer pela garganta. Também podia precipitadamente ouvir os gritos abafados da vítima que se debateria em minhas mãos. Fiquei tão fissurada na ideia de me alimentar, que me assustei ao encontrar Gianna sentada à mesa, com a vítima em seus braços. Rosnei para ela e a ataquei, tirando-lhe minha presa. O rapaz com aparência de 20 e poucos anos já estava morto, mas o sangue ainda corria por suas veias, eu podia ouvir. Estava tão sedenta... Não pensei duas vezes antes de morder-lhe o pescoço. Sequei o corpo em exatos 7, 2 deliciosos segundos, mas ainda não estava satisfeita, eu precisava de mais!

-Seja bem-vinda, querida. –sorriu elegantemente.

Joguei o morto para o lado e encarei minha maior inimiga. Só porque eu havia encontrado dentro de mim quem eu realmente era, uma pessoa que adora matar, não quer dizer que eu havia esquecido que fora ela a assassina de minha mãe.

Ainda amava minha progenitora, mas preferia que ela estivesse matando junto comigo ao invés de no caixão, de baixo de uma terra pútrida, fétida e sem vida de um cemitério qualquer.

-Vai morrer. –sussurrei antes de partir para cima dela.

_x_

-Nem mesmo ela pode resistir. –disse uma voz com desdém. –Gianna, minha vampira prodígio! E vocês a queriam morta!

Aos poucos minha visão foi ganhando clareza e assim pude finalmente ver onde estava. Um grande salão de pedra, feito com os mais lindos tijolos esmaltados que já havia visto, a mais expressiva arte vitral na única janela daquele enorme lugar. E no meio, erguendo-se magníficos, três tronos de pedra de sal, sendo ocupados pela mais alta nata vampírica: Aro, como líder, sentado ao meio, estando Caius à sua esquerda e Marcus à direita e a guarda atrás, sempre espreitando seus mestres. Lembrava-me de que Naran e Gustavo haviam se juntado aos Volturi, mas não os vi ali.

Lentamente aproximei-me daqueles três, sempre os encarando nos olhos escarlate e leitosos ao mesmo tempo. Quando cheguei aos degraus que elevavam os tronos eu parei e encarei o do meio com intensidade.

-Vovô. –disse com desprezo. Apesar de ser magnífico, ele me dava enjoos. O motivo? Nem eu mesma sabia.

Abriu a boca apenas para soltar uma risada espalhafatosa, semelhante a de um rato –se é que ratos riem –, mas ninguém se atreveu a rir dele ou com ele. Desceu os degraus a uma velocidade estupidamente humana, apenas para pegar minha mão direita e segurá-la por grande tempo. Já havia experimentado esse poder dele, mas sabia também que agora podia tentar impedi-lo de ver o que quer que fosse e impedi. Deixei-o ver apenas algumas coisas soltas como a morte de Ariel, minha revolta e minha vinda para Volterra. É claro que liberei mais memórias, para que não desconfiasse de meu poder, mas ele não viu nada que fosse comprometedor, como minha inconveniente gravidez. Agora que eu havia liberado minha parte vampira, era mais forte que Aro e podia controlar o que ele via.

-Ela é uma de nós! –exclamou após algum tempo. –Minha querida neta. –e apertou-me em seus braços gelados. – Festa esta noite! Gianna, ajude Fiorella com os preparativos e convide todos que puder, muitos humanos e vampiros!

Aro desfez o abraço e foi com a antiga secretária em busca da nova. Meu pai, que até agora eu não havia percebido a presença ali naquele local, colocou uma mão em meu ombro e virou-me em direção à guarda.

-Guarda Volturi! –exclamou em voz cristalina. –Essa é , uma Volturi de sangue. Tratem-na bem, ou terão a punição devida...

O discurso continuou, porém eu fechei meus olhos e deixei minha mente perder-se em pensamentos inúteis como: camas macias, travesseiros e lençóis aconchegantes em que eu pudesse jogar meu corpo e só levantar quando estivesse com as baterias totalmente carregadas. Depois de muito tempo de discurso, Caius ergueu a voz e disse:

-Seja bem-vinda, ! Que sua estadia aqui seja... agradável.

-Bem-vinda, Volturi. –disse Marcus, encerrando as patéticas boas-vindas que todos armaram.

Virei-me de frente para meu pai e deixei meus pensamentos penetrarem em sua cabeça.

-Pai, ainda sou humana e preciso descansar.

Ele arregalou os olhos para mim e abriu a boca para dizer algo, provavelmente havia esquecido que eu tinha esse poder, mas interrompi-o por pensamento:

-Sim, estou falando dentro de sua mente, esse é um dos meus poderes. Acho que o vovô não te explicou isso depois de ter lido meus pensamentos lá em Forks, não é? Mais tarde te explico, porém agora preciso descansar.

Meu pai assentiu, antes de começar a conduzir-me para fora dali, provavelmente para um bom quarto e para um bom dia de sono.

[...]

Acordei num pulo. Meu coração estava acelerado e meu filho agitado em meu ventre. Mais uma vez havia sonhado que estava em queda livre, eu via o fim da queda, uma fogueira ardente e perigosa, mas esta nunca chegava e o pânico dentro do sonho só crescia.

Olhei ao redor com a sensação de que estavam me observando, mas nada vi dentro daquele quarto além da mobília fria e despida de qualquer decoração que denotasse que aquele era meu quarto. A única coisa minha ali, era minha roupa de caça que usava antes de dormir, em cima do baú antigo e entalhado, que ficava aos pés da confortável e gloriosa cama de dossel. Uma leve batida a porta me despertou de meus pensamentos e me colocou mais uma vez em alerta.

-? –chamou uma voz de fora do quarto.

Controlei meu corpo tremulo ao máximo que pude e fui abrir a porta. Era meu pai, ele trazia uma enorme bandeja com comida humana referente ao café da manhã. Ficou assustado ao ver-me naquele deplorável estado de medo e por conta disso, tratou de deixar a bandeja no baú os pés de minha cama e me abraçou exatamente do jeito que me abraçava quando garotinha. Levou-me para cama e me embalou carinhosamente e pela primeira vez em anos, aproveitei o colo de pai que por tanto tempo me foi negado.

Com o passar dos minutos a tremedeira também foi passando, meu bebê se acalmando e eu relaxei em braços conhecidos desde a infância. O carinho nos cabelos só me fez relaxar ainda mais, fazendo com que eu quisesse voltar ao mundo dos sonhos, mas me contive, já estava suficientemente descansada e ainda tinha muito que acertar dentro de minha nova cidade. Sem muita vontade, saí do abraço e encarei os olhos azuis de meu pai.

-Que horas são? –perguntei.

Ele olhou para a bandeja, pegou-a e a colocou entre nós, se servindo de uma uva.

-Já passa das nove da manhã. –disse calmamente. –Você dormiu o dia e a noite toda. –completou, quando percebeu minha confusão.

Havia chego ali no inicio da tarde, esperava dormir ao menos a tarde toda e acordar a noite, mas pelo visto não fora possível.

Respirei profundamente em indignação comigo mesma, antes de sorver um gole de água e me servir de pão e queijo. A comida estava ótima! Preparada exatamente como eu gostava: queijo fresco, água fria e pão quente, algumas frutas e um suco de uva para fechar o cardápio.

-E a festa? –perguntei após algum tempo de silencio das duas partes.

Papai suspirou, largou seus ovos e me encarou com profundidade.

-Quando disse que você tinha ido dormir, seu avô adiou a festa para hoje, ele quer que você esteja presente. Quer te apresentar a todos. –revirei os olhos para aquilo. –Também quer que você vá com tia Gabriella comprar roupas adequadas para a ocasião.

Aquilo me pegou totalmente desprevenida. Eu não via Gabriella desde que fugiu da casa dos Cullen pouco antes do meu aniversário, sumira sem dar explicações, não deu notícias ou deixou evidências de que ainda estava viva. Depois, só a vira brevemente no dia do embate, estava do lado Volturi. Porém, era um alívio saber que estava ali. Sentia tanto sua falta... Uma boa e conhecida companhia em um lugar novo como aquele.

-Ela não estava aqui ontem. Quando chegou? –perguntei, ainda sem folego pela inesperada notícia.

-Logo depois que você. –ele respondeu desconfiado. –Tenho que ir trabalhar, filha.

Se levantou e andou até a porta, não olhou para trás antes de sair, apenas me deixou ali, a deriva em um lugar desconhecido.

_x_

Estava dirigindo em direção a Florença para fazer algumas compras. Gabriella estava no banco do carona, totalmente irrequieta por andar de carro, exatamente como ela fazia quando ela era nossa babá e saíamos em passeio. Ela preferia correr e eu também, mas como traríamos bagagem, preferi pegar um dos carros de meu pai para vir.

-Tem certeza de que Aro não vai querer ler seus pensamentos? –perguntei novamente. Queria contar muito coisa à minha tia-avó, mas tinha de me certificar que meu queridíssimo avô não saberia dessa nossa conversa.

Ela olhou de rabo de olhou para mim e assentiu minimamente. Já havia demonstrado medo em compartilhar segredos comigo, mas eu precisava falar para alguém e meu pai não era nada confiável, já que era manipulado por Gianna.

-E ninguém vai nos seguir?

-Já estão nos seguindo. –ela respondeu, olhando nervosamente pelas janelas do carro. –Colocaram Demetri, Naran e Gustavo em nossa cola. Demetri por ser rastreador e os outros dois por te conhecerem bem.

Desta vez fui eu quem assentiu minimamente pelo nervosismo, pois Naran e Gustavo eram ainda mais perigosos que os outros, justamente por me conhecerem e por quererem se vingar de mim.

Respirei fundo e me preparei para jogar as imagens na mente de Gabriella. Era agora ou nunca, se eu não mostrasse para ela agora, provavelmente não conseguiria depois. Diminui um pouco a velocidade do carro, o suficiente para que nenhum daqueles que nos seguiam não desconfiassem de nada e conectei nossas mentes.

Aos poucos fui mostrando tudo de importante que acontecera após o embate. A vida tranquila de Thaylyne, o resto de nosso ano letivo, meu casamento, a formatura, o início da faculdade, a academia de ballet e minha briga com Ariel e sua morte, a morte de meus avós e finalmente tudo sobre gravidez.

Olhando de canto de olho, pude perceber que ela viu tudo paralisada em seu lugar, com os olhos vidrados a frente e a expressão mudando a cada coisa que eu lhe mostrava: perplexidade, medo, agonia, felicidade, orgulho e dor. Quando terminei de lhe mostrar tudo, já estava entrando em Florença e ela teve de colocar uma máscara fria para esconder todos os sentimentos que lhe atingiram com a visão.

-Eu sinto tanto pelos seus avós. –ela disse em tom melancólico, apesar da face inóspita. –Amava tanto eles... E eles gostavam de mim, mesmo sabendo o que eu era. Me amavam pelo fato de eu cuidar de você, de suas irmãs e de sua mãe, mas também me amavam pela pessoa que eu sou. Digo, minha personalidade.
                                                            
Aquilo me pegou desprevenida, pois nunca passou pela minha cabeça que meus avós sabiam da condição de Gabriella. Isso só me fez amá-los ainda mais, pois mesmo sabendo dos monstros que éramos, nos amaram e nos mantiveram vivos, mas o pior de tudo era saber que tinham sido mortos pelo mesmo tipo de monstros que eles amaram.

De repente, a raiva me pegou por inteiro novamente e eu soube que não estava na Itália apenas em busca de conforto perto da família desconhecida, mas também em busca de vingança. Eu mataria quem destruiu minha vida e isso começaria pela minha atual residência: Volterra.

Mataria Gianna e cada maldito vampiro que se colocasse em meu caminho. Eu podia fazer isso sozinha, era mais forte que eles e possuía sua total confiança. Essa era minha incontestável vantagem. Faria de tudo para que aqueles que me fizeram sofrer no passado pagassem até o último centavo.

Totalmente renovada e controlada, estacionei o carro no frente primeiro shopping sofisticado que vi e saí em busca daquilo que toda mulher vingativa precisa: um novo guarda-roupas.

[...]

Terminei de amarrar a fita das sapatilhas na perna e fui para frente do espelho adornado com bela moldura, me exercitar um pouco, preparar as pontas para a recepção da noite. Ajustei as pontas e moldei a palmilha ao meu pé, imaginando que os manipulados ali seriam os Volturi, pois eu os moldaria como uma massinha de modelar infantil. Eu os faria ver o que eu queria que vissem, os faria sentir o que eu queria que sentissem, me mostraria a mais gentil e irônica, aquela que não aceita ordens de baixo, seria absolutamente uma Volturi e os venceria em seu próprio jogo de manipulação.

Já tendo preparado as sapatilhas para o show, encarei-me no espelho e finalmente vi a dama de preto na qual eu havia me transformado, desde as sapatilhas de ponta feitas de cetim, ao vestido negro com três quartos de manga, corpo colado e saia solta, para que eu pudesse abusar de minha flexibilidade. As únicas exceções eram a maquiagem marrom e os lábios vermelho sangue, fora isso, só meus cabelos ainda loiros, que caiam em cachos naturais até pouco abaixo de meus ombros.

-Você está estranha. –disse Gabriella adentrando meu quarto sem bater. Ela era a única que tinha permissão para isso. –Desde a hora que falei dos seus avós. Primeiro você ficou triste e depois...

-Melhorei. –completei sua frase inacabada. –Passou, não vale a pena ficar remoendo o passado. Foquemos no aqui e no agora. –falei finalmente me virando de frente para ela e reparando na fita vermelha que ela trazia em mãos.

Brevemente, olhei seu elegante vestido azul escuro de mangas longas, que descia colado a seu esbelto corpo e seu cabelo puxado em rabo de cavalo, preso com algo cintilante e concluí que ela estava muito bonita, apesar de sua reação às minhas palavras.

Minha antiga babá ficou um tempo em silencio, provavelmente tentando absorver o que eu havia lhe falado, poderia olhar em sua mente para ter certeza, mas não era necessário. Enquanto ela pensava, fiquei a encarar a fita vermelha, pensando em quais utilidades ela teria para mim em uma caçada. Esse meu encarar constante para a fita, pareceu despertá-la de seus pensamentos e voltar à atenção para o que realmente a havia trazido ao meu quarto.

-Essa fita, posso coloca-la em seu cabelo? –assenti, virando de costas para que ela pudesse fazer o que queria.

Penteou minha franja para frente e pegou duas finas seções de cabelo do lado das orelhas e as amarrou atrás com alguma coisa, antes de prender a fita vermelha em forma de laço. Olhei no espelho e tudo o que vi foi uma garota com aparência rebelde, eu tinha cara de menina mulher e aparência de mulher sombria. Era uma atriz a esconder seu verdadeiro e sombrio eu para se infiltrar no covil de um dos vilões, sedutora inocente, menina malvada e artista revoltada.

De joias, coloquei brincos de cristal d’água que havia adquirido durante a tarde e um anel da mesma pedra, que fora de minha mãe e meu pai havia me dado assim que cheguei, não usava nada de pulseiras ou colares.

O barulho de convidados chegando ao grande salão finalmente chegou a meus ouvidos. Saí em disparada pelos corredores de tijolos do grande castelo em direção a este dito salão de festas, que ficava ao lado da sala dos tronos, com Gabriella em meu encalço. Mal reparei nas tapeçarias das paredes ou quadros antigos, de tanta minha ansiedade para chegar à minha festa. Demorei cinco segundos para percorrer o caminho inteiro, enquanto minha querida acompanhante demorou quase dez. Ela ainda estava se alimentando de sangue animal e isso a delimitava muito.

-É hora. –disse eu, com a excitação crescendo em meu corpo. – Que comece o show!

E adentrei o salão pelas portas duplas.

(Continua...)

N/a: Oi gente,
                        hoje serei muito breve nessa minha nota.
Antes de tudo, gostaria de lhes perguntar: O que estão achando da fic? Gostaria muito de saber a opinião de vocês.
Agora, sobre o rumo da fic, em muitas notas disse que o motivo de tudo isso estar acontecendo, estava lá em Intercâmbio, uma pessoa que até agora apareceu poucas vezes, mas que possuí muita influencia. Indiretamente disse-lhes quem era nesse capítulo. Apostas? Quero ver o que acham!!!
Sobre a demora nas postagens, eu realmente peço perdão, mas tive um bloqueio muito forte e só consegui voltar a escrever recentemente. Ainda tenho cerca de 15 dias de férias antes de minha vida virar uma loucura novamente, por isso tentarei fazer o máximo possível para escrever muitos capítulos para vocês enquanto tenho bastante tempo livre, mas não prometo nada. ;D

Por hoje é só, pessoal. *escreve ouvindo a voz do Pernalonga na cabeça*


Beiijos e até a próxima.

42 comentários:

  1. Camy, eu não quero odiar a PP. Snif, snif...
    Adorei saber que teremos continuação e que muitas história vai rolar...
    Estou preocupada com as idéias dos Volturi e como isso afetará a PP e as irmãs. Tô curiosa sobre o desenrolar dessa fic e aguardo os próximos capítulos.

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  2. ai.. pelo começo ja percebi que vem muitas coisas por ai
    e ja nao gostei do Gustavo falar que tem um plano...
    e será que a PP da gravida?
    fiquei triste em saber que ela sofreu um aborto...
    e essa Ariel... ja chegou pra colocar discordia entre o casal...
    mais eles irao superar...
    e essa Ariel nao vai conseguir nada...
    irei acompanhar com certeza...

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  3. Tenho certeza que essa continuação vai me levar ao surto. Ansiosa pelos próximos capítulos, bjsssss!!!!

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  4. Olá! Como assim odiar? aff já toh até vendo, e acho q ja sei quem é o informante... *risadamaléfica*

    Bjo
    aguardando o proximo...

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  5. Camy, adoooro Chama Negra, por favor não faça uma maldade dessas, colocar a fic em hiatus é muuuuita crueldade. "olhinhos do gato de botas"
    Capítulo PERFEITOOOO!!! Já tinha lido do Nyah e por isso não estava comentando aqui, mas agora que chegou no mesmo capítulo, vc me dá uma notícia dessas?! Poxa magoou!!
    Espero que mude de opinião, estarei aguardando ansiosamente por mais, bjsssss!!!!
    Amoooooo sua fic!!!! Não abandona a gente não!!! Please!!!!

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  6. Camy, o que esse bando de lobos está fazendo aqui no Brasil?
    Está acontecendo algo que vc ainda não nos contou?
    Achei que esse capítulo apareceu do nada sem muitas explicações, então vou esperar pelo próximo para conseguir fazer a conexão da história e quem sabe saber as respostas dos meus questionamentos.
    Já estou ansiosa pela próxima postagem, espero que esse hiatus não seja longo. Beijos

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  7. Pois é Camy toh concordando com o comente da Clau... pelo fim do capitulo 2, eu ava esperando uma briguinha, as pazes e depois a viagem... mais enfim.
    Bem Camy, vc quem sabe das suas condições de continuar a historia ou não, por mim vc continua...
    Eu amei intercambio e estou amando Chama Negra, aliás, pq o nome chama negra na continuação?

    Bjo qro o proximo pra entender essa baguncinha....

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  8. Camy.. demorei.. mais estou aqui..
    cap mto bom...
    se bem que eu fiquei um pouco confusa...
    nao entendi o que eles foram fazer no Brasil...
    mais tudo bem..
    com a continuaçao eu vou entendendo...
    adorei o Marcio.. gosto quando nas fics tem um amigo gay.. acho tao divertido..
    nao para de postar nao...
    é sempre dificil o começo da fic...
    mais nao abando nao...
    adoro o jeito que vc escreve...

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  9. Menina que tenso isso.To chocada e esperando anciosamente que ela engravide logo.Amando isso aki como sempre.Bjoss

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  10. que bom que vc tirou a fic do hiatus..
    não conseguiria viver sem ela..kk
    capitulo tudo de bom
    a PP me deu medo quando falou aquilo sobre a gravidez...
    to vendo que as coisas não vai ser facil
    que reconciliação foi essa
    eles fazem em qq lugar msm em..kkk
    mais que foi bom isso foi..kkk
    imagina se a Bridget pegasse eles naquele estado.. seria comico
    vc matou os avos da PP.. que triste..
    e a historia esta se repetindo mesmo...
    sera que foi os Volturi??
    não duvido nada...
    agora entendi o que eles foram fazer no Brasil...kkkk
    não deixa mais a fic em hiatus não...
    eu amo ela e to louca pra saber o que vai acontecer...

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  11. Uhuuuuu!!! Chama Negra saiu do hiatus, ahhhh!!! "pulinhos a lá Alice"
    Nossa, Camy, capítulo maravilhoso!! Own, as férias acabaram e com ela a tranquilidade. A PP já começou com as mudanças, tenho pra mim que esse lado sombrio é a parte vampírica de nossa PP dando o ar de sua graça. Ain, tomara que ela consiga um modo de evitar que isso venha à tona. Pois se já fiquei tensa com o modo frio com que ela falou sobre a gravidez, não quero nem ver o que vem por aí. Brincadeira quero ver sim. rsrsrsrs
    Hum, essa reconciliação na sala de ballet, nossa... pegou fogo. Adoooorei!!!
    Ownt, meu avozinhos morreram?! snif!! Tudo culpa daqueles malditos vampiros, ai, que vontade de arrancar a cabeça de um por um dos Volturis. Agora sim a parte obscura da PP, vai encontrar a brecha pra sair. Ain, que Deus me dê forças para aguentar o que vem por aí, pois to vendo que não é coisa boa. A coisa vai ficar negra.
    Amandoooooooo e felicíssima porque a fic está de volta!!!
    Bjsssss!!!!

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  12. OI AMADA..... Estou aqui numa madruga insone então pensei, porque não ler Chama Negra???? Ainda não tinha lido por falta de tempo, mas agora estou devidamente em dias com a leitura.... e NOOOOOOSSA que capitulos hein? A PP e Jake continuam fogosos e eu adoooro... kkkk... mas e essa gravidez? É ou não é? E essa mudança de humor da PP?? Tipo bipolaridade?? OMG eu vou ser má??? Nunca passei por essa, ser tipo a vilã da história....
    Mas COMO Camy? Como você mata o Jason e a Dália???? Oh Gosh... foi Gustavo não foi? Eu sei que foi aquela peste e os Vulturi.... ainnn que odio deles viu!

    Mas menina que reconciliação foi aquela na sala de Ballet???? *ui* pegou fogo aqui... aiaiaiaiaiai....

    Vou esperar mais... pode deixar que vou estar aqui sempre ok? Beijocas!

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  13. Tô um pouco assustada com esse lado sombrio da PP... me deu arrepios.
    Espero que a PP não pire com esse negócio de ficar grávida e estrague esse relacionamento lindo que ela tem com o Jacob.
    Agora que tragédia que caiu como uma avalanche em cima das irmãs novamente... coitadas!
    Mais uma que provavelmente os Volturi aprontaram. Agora vamos ver como essas meninas superam essa.

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  14. Camy, mais um capítulo espetacular!! Nunca senti tantas emoções juntas.
    Chorei junto com a PP no velório dos seus avós, foi tão triste, malditos sejam os Volturis, pois isso é obra deles, ah, se é!!
    E nooossa, o que foi aquilo na aula de ballet?! Tudo estava indo tão bem e derrepente, BUM!! Mas essa víbora da Ariel até que mereceu os tabefes, aliás ela já está precisando de uma lição não é de hoje. Até que a PP se segurou bem, é uma pena que agora ela está sem o que ela mais gosta de fazer e isso não vai ser nada bom, pois é na dança que a PP estravaza todos os seus sentimentos, a dor, a raiva, a felicidade, enfim, vai ser complicado para ela agora, ainda mais com essa confusão toda sobre si mesma.
    Mas em compensação meu lobão sabe amansar a fera, ô homem, meu deus!! Essas cenas me levam a loucuraaa e eu adooooro!!!!
    Amandoooooooo, bjsssss!!!!

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  15. Mais uma vez vc se superou...
    O capítulo tá lindo!
    O turbilhão de sentimentos foi incrível:
    - Chorei com a PP no enterro dos avós;
    - morri de raiva da horrorosa da Ariel, e tive vontade de meter a mão na cara dessa sem noção.
    - Perdi o fôlego, com a cena de sexo dos dois principais.
    Será que a PP está grávida mesmo?

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  16. Camy.. capitulo maravilhoso
    chorei muito com o enterro dos avos da PP
    muito triste
    a Ariel tinha que estragar o momento feliz da PP
    bem merecido os tapas que ela levou
    mas que a PP está estranha, isso esta
    que confusão de sentimentos
    to vendo que ela vai acabar ficando louco... *torcendo pra isso não acontecer*..kkkk
    mas eu estou achando que o lado vampirico dela, é que esta causando essa confusão de sentimentos
    será que teremos problemas com isso??
    que momento picante foi esse... esses momentos com o Jacob me deixar com calor e faz minha mente perva viajar longe..kkk
    capitulo excelente

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  17. amando a fic...
    vc é uma autore super maliciosa...

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  18. O que diabos ta acontecendo com o Jake? Ele ta diferente... E isso nunca acaba bem!!!!
    Expulsa por conta de uma ridiculazinha? Argh! Eu ja tinha batido na cara dela desde qndo ela falou q o Jake só me queria pra me comer kkkkkkkk A PP ainda demorou pra bater nela kkkkk se fosse eu...
    Continua

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  19. Ain, pelo visto o negócio agora vai começar a ficar feio, né, Camy?! Ai, ai, já estou até com medo do que vem por aí.
    Ownt, a PP está mesmo grávida. Ain, que bom, ela queria tanto, só estou torcendo muuuito para que ela consiga levar essa gravidez até o fim. Se não, acho que será a gota d'água que faltava para ela transbordar. Assim você me mata de tanta preocupação, não quero que ela perca o bebê, seria o fim pra PP.
    Fiquei chocada com o imprinting gay, realmente mudou toda a teoria que eles supunham para essa magia. E a da PP certamente seria a mais sensata.
    Alguma coisa me dizia que aconteceria algo nessa caçada, e pelo visto não estava enganada. A PP enfim deixou seu lado vampírico sair, ain, como será que ela vai reagir agora? Morrendo de curiosidade.
    Ehhhhh, esse pesadelo do início, parece ter fundamentos, espero que a PP possa controlar esse lado desumano dos vampiros.
    Ain, Camy, não quero odiar a PP, snif, snif!!
    Amandooooooo, amandoooo, bjsss!!!!

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  20. Nossa esse capítulo foi intenso, cheio de emoções...
    Primeiro aquele sonho estranho, depois a gravidez com seus sintomas intensificados... Logo após as emoções de grávidas aflorando e fazendo com que a PP brigasse com o Jake...
    E culminou na PP secando o sangue de um guepardo...
    Céus, como será o próximo capítulo? Tô esperando ansiosamente!!!

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  21. muitas emoçoes esse capitulo!!!
    o capitulo já começou tenso!! Aquele sonho me deixou com uma pouca atras da orelha!!
    Finalmete a PP teve a confirmação de sua gravidez!! Só espero que essa gravidez não seja de risco e que ela tenha o baby Black!!
    Realmete o Jake estava a sufocando.. mas ele só queria o bem dela!!
    Esse final foi surpreendente... Só pode ser o lado vampirico dela, que esta aflorando!!
    To vendo que isso trará muitos problemas!!!
    Como será agora?? Ela dizia tanto que repudiava sangue e agora acabou de exprimentar!!
    A cada fase ela descobre alguma coisa... e esse final diz que seu lado vampiro, que ate então estava "dormindo", se manisfestou.. Mas por que será??
    perguntas, perguntas.. que só serão respondida no decorrer da fic!!
    Esperarei ansiosa para o proximo capitulo

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  22. Ótimo, ela é muito cabeça dura.
    Tadinho do Jacob!
    Continua...

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  23. ahhh pera ae...deixa eu repirar..credo li tods os cps de uma vez!!! MUITA INFORMAÇÃO!!
    PP GRAVIDA...MA-RA-VI-LHA!!
    FAMILIA LINDA!!!
    sabia q o lado vampiro da PP afloraria algum dia ,tava na hora!!!
    posta logo (novamante)
    muito bom carol!

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  24. Omg!!! Surtando aqui...
    Meu gzuis cristinho... esse capítulo foi para acabar de vez com minha sanidade. ¬¬
    Eu estava morrendo de saudades da fic e graças aos céus você voltou a postar...uhuuuuu... dando pulinhos aqui. rsrsrsrs
    Nuss, como é bom voltar a ler Chama Negra. Estava tentando imaginar em como vc me faria odiar a PP, mas até agora eu só consigo odiar a Ariel e por incrível que pareça... estou transtornada com o que Jake fez. Affs, não acredito que meu lobinho fez uma coisa baixa dessas comigo por querer, tem algo aí... vou ler intercâmbio de novo. hehehehe ¬¬
    Ahhhhhh, amei o castigo que ela deu na piriguete de uma figa. A PP foi demais, quero ver ela pegar marido de outra agora, humpft!!!
    A Kyara também teve seu lado vampírico livre e realmente para ela deve ter sido bem difícil, logo ela que queria ser uma veterinária. Que sina... ¬¬
    Ameeeeei o capítulo Camy e estou com os nervos a flor da pele, até agora não consigo entender essa traição... ain, foi uma facada no meu peito. :(
    Louca pelo próximo, amandooooo!!!
    E estarei aguardando anciosamente, pode deixar que eu espero. Fique tranquila que eu espero o tempo que for, não abandono a fic por nada. Bjsssss!!!!

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  25. O jacob nao fez isso... Não era ele ai... Nao é possivel!!!!
    Foia alguma coisa feita pelos Volturi... Só pode ser! Eles queriam q eu fosse consumida pela parte vampira... Deve ter sido isso! É a unica saida q eu acho pra tudo isso!
    Estou mto curiosa! Posta logo bjs

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  26. O.M.G.. omg,omg,omg!!
    Que capitulo foi esse Camy?!
    Sem palavras aqui!!
    PP tendo seu lado vampiro despertado, tomando sangue, Jake descobrindo tudo e aceitando!! Essa vampira que apareceu no trabalho do Jake... Quanta coisa!!
    E o Jacob não pode ter simplesmente traído a PP... Tem que haver algo!!
    Não é coisa que ele faça!!
    E tudo o que ele disse ainda... Ai tem coisa!!
    E esse novo lado da PP... Me deu medo!! Não imaginava que ela fosse matar algum humano!! Mesmo a Ariel merecendo...
    Isso com certeza vai ter consequência!!
    Quero ver a reação do Jacob, dos lobos, das irmãs da PP.. Resumindo de todos mesmo!!
    Quem vai gostar disso são os Volturi... Já que o lado vampírico esta falando mais alto!!!
    To pasma com esse capitulo !! Perfeito...
    To louca por mais!! Rs'

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  27. OMG!
    Séerio, voc quer matar a gnt né?
    Meninaaa que ultimo capitulo foi esse? Que cena final foi essa?
    Sérioo, continua pelo amooor de Deus!
    Quero e preciso mt sabe oq acontece dps !!
    Essa Fic é simplismente DIVA ! Assim como Intercâmbio *----,*
    :* Beijoos :*

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  28. eu amei... muito bom... me senti tão do mal quanto ela...

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  29. Meu pai do céu!! O que você fez com a PP? o.O
    Nossa, fiquei com medo de mim mesma agora. rsrsrs
    Caramba, essa lado vampírico dela é bem negro e maligno. Realmente faz juz a frase, nunca quebre o coração de uma mulher. ¬¬
    Droga, os Volturis conseguiram levá-la até eles. E isso tudo graças a mais uma armação, sim, pois a traição foi armação desses seres malditos, affs!! ¬¬
    Mas estou adorandooooo ser um pouco má, quero dizer muito má, né?! :\
    Esse lado negro tem seu lado bom, nunca vi a PP tão decidida e forte. Ela agora não teme a nada e nem a ninguém, acho que isso não vai ser tão bom quanto os Volturis acham que seriam. Deixa ela descobrir os planos sórdidos e eles vão saber o que é a IRA!! ¬¬
    Amandooooooooo demais, demais!!!
    E já estou louquinha pelo próximo! ^_^
    Bjssss!! E feliz ano novo para você também!!!! :)

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  30. Não esperei muito pra ler, e WOW que capítulo!!! Nossa, amei demais e já estou morrendo de ansiedade pelo 9 AHHAHAHA continuuuua

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  31. Que nova PP é essa hein??? O que uma 'traiçao' nao faz com uma mulher... Estou ate com medo do que esta por vir!
    Posta mais,bjs

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  32. Eu sabia que meu moreno não me trairia daquela maneira horrível. Maldito seja aquele(a) que brincou com os pensamentos do meu lobinho. :(
    Esse ser vai apodrecer no mármore do inferno. Fez meu lobinho cometer uma traição, me fez matar um ser humano, mesmo sendo a vaca da Ariel. ¬¬
    Omg, as coisas estão cada vez piores, tadinho do meu lobinho, tadinha de mim. Buáaaaa!!!!
    E agora o Billy também está doente?! :\ Ain, é sofrimento demais, mas Jake vai ter que dar um jeito de se reerguer, só assim poderá encontrar a PP e trazer a verdade à tona. Bola pra frente e desistir jamais. Humpft!!
    Amandoooooo demais, demais!!!
    Bjinhossss!!!!

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  33. Estou em divida com você, Camy!!
    Faz tempo que eu não apareço na suas fics!! Mas saiba que eu não abandonei elas... Apenas estou sem tempo!
    Mas dei um jeitinho e vim aqui comentar.. Pelo menos um capitulo ne?! Vamos ver se eu consigo ler e comentar tudo o que estou devendo!! hehe'
    O que eu posso falar do capitulo 8?!
    Estou surpreendida com a PP!! Ela mudou muito...
    Ela está irreconhecível! Nem parece a PP!! Vemos o que o sangue faz com um vampiro ou no caso a PP!!
    O sangue a transformou em outra pessoa... Ou ela apenas cansou de trancar esse lado dela!!
    agora podemos temer a PP!!
    Mas a minha conclusão é que tudo isso é por causa do sangue... Depois que ela acordou no avião, eu vi um pouco da antiga PP, mas isso foi ate ela matar aquele advogado, depois disso ela voltou a ser alguem diferente!!
    Quero só ver a reação do Pai dela!! Mas quem vai adorar é o Aro... Ela será um trunfo na mão dele!!
    Mas eu fico pensando no Jake!! Tadinho dele!! E qual será a reação do pessoal em La Push depois da morte de Ariel e do sumiço da PP!!!
    Essa fic está prometendo!!
    Cada dia melhor e mais emocionante!!
    Desculpe a demora Camy!! Aos poucos vou me atualizando e comentando os capitulos!

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  34. Bom.. Consegui me atualizar em Chama Negra!! Todos os capitulos postados, eu consegui ler!! :D
    E o que eu posso falar do capitulo 9?!
    Estou ate imaginando a reação do Jacob quando descobrir que quem matou a Ariel foi a PP!!
    Ele vai surtar! Não vai acreditar!!
    Mas o que foi que aconteceu?! Não é apenas o Jacob que está perdido.. Eu tambem estou!!
    Como assim O Jacon ia se encontrar com a Ariel?! Quem armou tudo isso??
    Ai tem coisa.. E coisa das grandes!!
    Tenho certeza que tudo isso foi pra atrair a PP pra Volterra!! Tem haver com os Volturi... Só pode!!
    Mas eu estou com uma dor no coração por ver o Jake assim!! Ele está vendo seu mundo desmoronar!! Tudo está acontecendo ao mesmo tempo...
    Assim ele não vai aguentar!!
    Só espero que ele consiga resolver tudo e encontrar a PP!! Mesmo ela não merecendo toda essa preocupação do Jake!!
    Amando muito Chama Negra!!
    Só esperando pelo o quem vem pela a frente!!

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  35. SABIA! Sabia q tinha algo errado com o que o Jake falou... Sabia! Isso é obra dos Volturi, of sure! Não sei que diabos eles fizeram... Magia, algum poder de algum vampiro... Alguma coisa... Só sei que graças a isso eu acho q ainda vai acontecer mta merda...
    E como que a galera de La Push vai conseguir descobrir as coisas? tipo... ela simplesmente sumiu. Ngm sabe o q aconteceu... O Jake nao lembra... Só se ele conseguir lembrar de alguma coisa... enfim... Quero ver como isso vai se desenrolar... Por favor, poste logo. bjs

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  36. bom mas uma do blog demorei mas me att em tds capitulos,a fic é ótima muito mistérios aparti de agora me surpreendi em saber das origens verdadeiras da pp uma vulturi e a reação de jake a td isso tão fofo.
    Com certeza app foi enganada ela jamais mataria ariel daquela forma mesmo que sendo por muito ciúmes,ainda mais depois da reação deseperada diante a morte de um gueopardo imagina um humano não ela ai tem dedo dos vultoris.
    ela agora volta pra voterra e como será que fica td jake,as irmãs e o filho deles acho que ela não ta pensando direito,a ficha ainda não caiu.
    ansiosa por saber a resposta a td isso posta logo

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  37. Uhuuuu!!! Bendita sejam as férias. ^_^ Iupiiiii!! Camy voltou com tudo... ain, que felicidade ler Chama Negra!!
    Que saudades de ser maligna. muahahahaha
    Caramba estou apaixonada por essa nova PP. Adoro esse lado forte e decidido que agora faz parte da personalidade dela. Deu para perceber que ela não está brincando, ela vai acabar com os Volturis sem sombra de duvida. u.u
    E a primeira a rodar será a vaca da Gianna. Bem feito! ¬¬
    Ela está com tudo em Volterra, também neta do todo poderoso. Adoooro isso!! Fato!
    Uma das coisas boas de estar nesse lugar obscuro é que a PP teve um pouco de seu pai de volta. Nem que seja por pouco tempo. ¬¬
    Gabriella ficou bem chocada com tudo o que viu em sua mente, e ela ainda não sabe da missa a metade. u.u Nem ela e nem o povo de Volterra. Eles não sabem o que os aguardam.
    Mas a PP não pode baixar a guarda, os Volturis são séculos mais velhos que ela nessa arte de escuridão. u.u
    Amandoooooo demais, demais!!!
    E louquinha pelo próximo!! ^_^
    Bjinhossss!!!

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  38. Minha aposta é nessa Gabriella... Ela esteve em Intercambio, apareceu pouco.. Tem proximidade com os Volturi, com a PP com os avós da PP... E mais... ela chegou em Volterra depois da PP.,.. Sendo assim, ela poderia estar em Forks, ter feito o q fez pra PP ver tudo aquilo... Acho q foi ela!

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  39. Amandoooo sua fic!!! Não vejo a hora de você continuar... Please não demora...Pirando em 3,2,1
    Sofri horrores vendo meu lobinho sofrer,faz mais isso com ele não ;(
    Não abandona a fic não!!!
    Bjs

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  40. Minha branca do meu coração..
    Continua essa fic por favor.. to pirando!
    Te amo branca
    bjinhos Reh

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  41. Coração partido 3,2,1...
    Por que não está mais escrevendo? A sua fic é incrivel e eu estou cada vez mais apaixonada por ela!
    Vi que faz tempo que você não posta. Queria saber se você vai voltar ou não... Só pra ter esperanças.
    Bjusss

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  42. A esperança de vc terminar essa fanfic é a última q morre

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