I hate you!

Um das coisas que eu mais odeio na vida, é esperar. Eu costumo sempre resolver tudo, para não ter que depender de ninguém, nem esperar pela atitude de ninguém! Ok confesso, na verdade quem resolvia tudo não era eu e sim Jeffrey Kurt, meu confidente, braço direito, ombro amigo e empresário.

Agora, ter que ficar esperando por uma bandinha de quinta que tiveram a honra de serem escolhidas para abrir o MEU show, era demais pra minha pouca paciência.

Jeffrey me olhou nervoso, enquanto uma gota de suor escorria pela sua testa. Tirou os óculos de aros vermelhos, os limpando em sua gravata lilás.

– Só mais um pouco, Red June! Já já eles estão ai! – ele disse nervoso. Seus olhos parando em meu pé esquerdo, que balançava sem parar, dentro de uma bota militar preta reluzente, sinal claro de que minha irritação estava no auge.

A minha relação com Jeffrey já havia ultrapassado o profissional, nós éramos amigos, quase pai e filha e o fato dele ser gay, me deixavam mais a vontade com o tipo de intimidade que tínhamos um com o outro. Ele já havia me dado vários banhos durante meus porres e me visto em situações no mínimo humilhantes, várias vezes. Mas isso era passado! As drogas e a bebida haviam ficado para trás. Depois da assinatura desse contrato eu tentava levar uma vida mais equilibrada.

Tentava!

Jeffrey era muito respeitado no mundo das celebridades como um dos melhores agentes de Los Angeles. No início ele ficou meio resistente em me empresariar, mas agora eu era a sua Menina de Ouro, como ele dizia.

Eu entendia a preocupação dele, ele sabia que por muito menos eu já havia desistido de apresentar um show. Claro que nunca um desse porte. Minha carreira estava no auge, meus discos já estavam em milhões de cópias vendidas, a música carro–chefe era a mais tocada nas maiores rádios e o ultimo contrato que eu assinara com a gravadora, aumentou minha conta bancária para muitos milhões de dólares.

Só que os bastardos da gravadora eram espertos, a clausula por quebra de contrato tinha uma multa altíssima. Isso incluía a não apresentação de shows. Claro que a gravadora queria aproveitar o meu sucesso para tentar lançar algumas bandinhas.

Me levantei da poltrona onde eu estava, indo até a mesa farta de comida e garrafas de água mineral que havia em meu camarim. Peguei uma delas.

– Qual é mesmo o nome da banda?- perguntei tentando aparentar uma calma que eu não sentia.

– 100 Monkeys! – Jeffrey respondeu. – Mas eles não são tão desconhecidos ! Um dos garotos da banda é aquele menino que faz o vampiro do Crepúsculo!

Meus olhos se arregalaram e meu coração acelerou. Vampiro!! Não podia ser!