Vamos às explicações! Nessa Fic, você é uma Clearwater, você é a nova versão da Leah, ou seja, ela não existe. Todos estudam em Forks, não existe nada de sobrenatural. Sua família se mudou para Forks devido ao trabalho de Harry, seu pai. Ele era dono da ÚNICA oficina de Forks. Bom, pra começar é só isso.
Prólogo
*Dois anos atrás – Forks High Schoolandava a passos largos pelo corredor do colégio olhando para os seus pés, mas mesmo assim ela que sabia todos a encaravam.
Ela estava tão distraída em sua própria bolha que quase caiu no chão quando sua melhor amiga, Ashley, a puxou pelo braço para dentro do banheiro feminino.
-O que aconteceu? E é melhor você não mentir para mim – Ashley estava transtornada.
-Nada. – começou a chorar – Nada mesmo!
-Não é isso o que o babaca do Paul está espalhando pela escola! – Ashley socou a parede do banheiro. Respirou fundo e consolou a amiga com um abraço. – Ele disse que você dormiu com ele por 10 pratas.
fungou e secou o nariz com as costas da mão.
-Eu não fiz isso, eu dei um fora nele. Mas acho que ele não recebeu isso muito bem, não é? – Ela tenta brincar com a situação.
-Não, acho que não.
-Agora todos vão me chamar de piranha pra baixo, já ‘tô até vendo... - suspirou derrotada.
-Eles esquecem – Ashley deu um longo abraço na amiga – Eles sempre esquecem.
*Um mês depois – Cemitério da cidade.
A família Clearwater caminhava em silêncio, toda a cidade estava presente. Harry Clearwater era querido por todos, desde sua terra natal, La Push até sua atual residência, Forks. caminhava abraçada ao irmão mais novo, tentando lhe dar apoio enquanto sua mãe, Sue Clearwater, era consolada por seus amigos de La Push.
Ninguém queria acreditar, ninguém queria comentar o que tinha acontecido. Um infarto? Em alguém tão saudável? Mas realmente tinha acontecido. A mudança, o crescimento dos negócios, as complicações... Foi tudo demais.
sabia que a responsabilidade iria dobrar. Tomar conta dos negócios, da mãe, do irmão e ainda ter que SE cuidar. Por que Ashy estava errada. Ninguém esqueceu o boato. E isso só piorava a situação. Mas ela teria que ser forte, teria que esquecer seu problema, porque aquela altura já era tão importante assim.
Capítulo 1
*Dias atuais – ForksP.o.V.
Rolei de lado na cama e cobri minha cabeça com o edredom. Estava com preguiça, não queria levantar e não estava a fim de ir à escola. Principalmente hoje.
Faz exatamente dois anos que meu pai morreu. E todo o ano é a mesma coisa. Minha mãe vai para La Push e eu tenho que aguentar olhares de pena e procurar Seth em todos os bares da redondeza.
Depois que meu pai morreu, Seth se afundou no vício da bebida, se tornou um filho rebelde, um irmão ausente e irresponsável. Às vezes, ele ficava mais de três dias fora de casa. Era um pesadelo não saber onde meu irmão caçula estava. Era frustrante!
- ! - Minha mãe gritou do andar de baixo – É melhor tirar esse traseiro da cama agora! E não me enrola!
Revirei os olhos em baixo da coberta e sorri. Todo dia era a mesma coisa e todo dia eu demorava a sair da cama.
Alguns minutos se passaram e eu até cheguei a cair no sono de novo. Mas fui acordada por uma Sue bem irritada puxando minha coberta e me deixando só de camisola na cama
-Eu falei: ‘levanta!’ – Minha mãe segurava o edredom em uma mão e um copo grande de vitamina na outra. Ela me entregou o copo e jogou o cobertor no chão – Não ouse dormir de novo, temos bastante coisa pra fazer hoje.
E assim ela saiu do meu quarto.
Coloquei minha vitamina em cima da escrivaninha e fui procurar uma roupa descente para usar. Peguei a roupa e fui para o banheiro, que ficava no final do corredor. Passei pelo quarto do Seth e vi que a cama estava do mesmo jeito de dois dias atrás. É, realmente, hoje seria um dia daqueles.
Tomei um banho rápido, me vesti e deixei meu cabelo cair em ondas nas costas, bem natural. Apesar de ser Quileute, meu cabelo era ondulado, bem diferente do meu pai, igual o da minha mãe.
Não estava tão frio quanto eu imaginava, então decide colocar uma camisa ¾ xadrez que eu adoro.
Quando desci, com o meu copo gigante de vitamina, encontrei um bilhete colado na geladeira:
Seu irmão não dormiu em casa, de novo.
Cuide-se, te amo e seu pai também.
PS: Tem jantar na geladeira, não chegue em casa tarde e, por favor, ache Seth.”
Eu podia sentir alguns pontos do papel molhado pelas lágrimas da minha mãe. Ela sofria mais do que eu.
Olhei o relógio na parede da cozinha e quase cuspi o restante da vitamina. Joguei o copo dentro da pia, peguei minha mochila na sala, minha jaqueta e as chaves do carro perto da porta e corri. Ashley vai me matar.
-Já falei pra você me avisar quando for ser atrasar ! – Ashley gritava comigo enquanto jogava a guimba do cigarro no chão e soltava a fumaça pra longe do meu rosto.
-Foi mal Ash, - Eu estava rindo da irritação dela – Mal mesmo.
-Não ‘tô vendo graça nenhuma! - Ela sorriu e me abraçou de lado, bagunçando meu cabelo. Ashley era a típica garota da Califórnia. Loira de olhos azuis, com um temperamento bem difícil.
– Olha quem vem lá! – Ela cantarolou ainda abraçada comigo
Levantei os olhos na direção em que ela apontava e pude ver Bella Swan vindo em nossa direção.
Bella e eu tínhamos nos tornados amigas desde que a salvei de um ataque de bullying no ano passado, assim que ela chagara a escola. Ashley tinha ficado com ciúmes no começo, mas logo deixou isso de lado e desde então somos o trio mais temido da escola.
-Bom dia garotas! – Bella sorriu pra nós - , tudo bem?
-Até agora sim – Eu suspirei – Vamos ver quando eu entrar na sala de aula!
*--*--*
O dia passou, por incrível que pareça, rápido. Bella e eu estávamos saindo da nossa última aula do dia – Espanhol, única aula que tínhamos juntas e que eu não tinha com Ashley.
-O que vocês vão fazer hoje? – Bella perguntou.
-Sei lá – dei de ombros – Ir a Port Angeles talvez.
Eu tentava equilibrar meus livros em uma mão e com a outra tentava pegar meu celular no bolso de trás da calça, quando trombei feio com uma muralha que me fez cair de bunda no chão.
-Olha pra frente “Rainha” – Levantei e encarei Jacob Black com olhos semicerrados. – Anda muito distraída hoje?
-Cala a boca, Black – Peguei minhas coisas do chão e tentei passar por ele, mas fui fechada por mais dois grandalhões. Quil e Jared.
-Vossa Majestade está com pressa? – Quil perguntou cruzando os braços no peito.
Eu odiava o apelidoque me deram depois do boato e da morte do meu pai, “Rainha de Gelo”. Mas admito que havia me tornado mais fria do que uma geleira após todas essas coisas. Seth dizia que todos os meus sentimentos tinham sido enterrados. Exceto a raiva.
-O time de “Amebas” não tem mais nada pra fazer não? – Esse era o apelido que EU inventei para o time de basquete da escola formado, em grande parte, pelos Quileutes (Jacob, Embry, Quil, Jared e Paul)
- , vamos - Bella puxou meu braço – Ash deve estar esperando.
-Que foi? – Jacob a encarou dando um passo em sua direção – Está com medo?
-Cai fora, Black! – Me coloquei entre os dois. Bella realmente tinha medo deles.
Jacob soltou uma risada debochada e se afastou. Eu já tinha batido nele antes, poderia muito bem bater de novo. Ele ia falar alguma coisa, mas foi empurrado por uma Ashley desesperada.
-Desculpa ‘Capitão Ameba’ – Ashley o olhou com desprezo e deboche, depois me encarou séria - , Seth está lá fora.
Não pensei duas vezes. Deixei minhas coisas cair no chão aos meus pés, empurrei Jacob para o lado e corri em direção ao estacionamento.
-Aonde, Ash?! – perguntei assim que botei os pés do lado de fora.
-Perto do seu carro – Ashley passou por mim, agarrou meu pulso e me levou até ele. Quando cheguei lá, meu ódio pelos garotos de La Push aumentou.
Paul – o mesmo que espalhou o boato sobre mim – estava aos pés Seth, fazendo piada e reunindo uma multidão em volta do meu irmão. Ah!, mas é hoje que ele apanha!
-HEY! – Eu gritei atrás dele, algumas pessoas se afastaram correndo, outras falavam umas com outras, eu sempre era alvo de fofocas na escola então nem esquentei em ser o centro das atenções.
-Ah, ela resolveu aparecer! – Paul olhou pra mim com aquele nojento sorriso de lado. Só de olhar me dava repulsa. ARGH!
-Sai de perto dele. – Empurrei Paul para o lado e me agachei na frente de Seth. – Você ‘tá bem, mano?
Seth levantou a cabeça pra me olhar, eu quase engasguei. Ele estava com uma aparência horrível. Tinha olheiras enormes embaixo dos olhos, seu cabelo – que batia na altura do ombro – estava sujo e bagunçado, estava com os olhos inchados e vermelhos. Ou ele andou chorando ou...
-Um filho viciado e uma filha piranha – Paul gritou atrás de mim – Claro que Harry morreu de desgosto
Eu me enrijeci. Falar de mim, eu nem ligava. Agora, falar do meu irmão? Do meu pai? Isso era de mais. Tentei me levantar, mas Seth segurou meu braço impedindo, sua voz estava tão fraca, que quase não ouvi.
-Casa... Me leva...
-Tudo bem, Seth – Eu assenti, lutando pra não chorar – Tudo bem.
E foi então que meu mundo caiu de novo. Seth tentou levantar, mas ele caiu pra frente, me levando junto, ele se debatia em cima de mim. Eu levei uns três socos na cara. Quando conseguir sair de baixo dele, percebi o que ele estava tendo uma convulsão.
-CHAMEM UMA AMBULÂNCIA! – Eu gritei tão alto que minha garganta arranhou.
-! – Alguém chamou meu nome, mas não me virei – , eles já estão aqui.
Ashley parou ao meu lado e não disse mais nada, só ficou encarando Seth tão assustada quanto eu.
Então ele parou. Seth não se mexeu mais. Curvei-me sobre ele e tentei ouvir seu coração. Estava tão fraco que mal ouvi.
-Patético! – Paul debochou atrás de mim.
Passei a mão no rosto, olhei pra Ashley e disse: - Cuida dele. – Ela assentiu firme.
Virei-me preparada para socar Paul. Projetei meu braço direito pra trás, o punho fechado com força e acertei bem no meio do seu nariz. Meu pulso reclamou de dor. Paul se curvou pra frente e falou um palavrão. Fui até ele, segurei seus ombros com força e chutei bem no meio de suas pernas com toda raiva que sentia. Os meninos que estavam a nossa volta gemeram. Paul caiu de joelhos aos meus pés.
-Mexe com minha família de novo e você é cara morto – Me abaixei na frente dele, minha voz saiu como um sussurro – E sim, eu estou te ameaçando.
Corri de volta pra Seth, que já estava imobilizado na maca, ainda inconsciente. Tentei chegar até ele mas um paramédico me segurou pela cintura
-Desculpe mocinha, sem escândalos.
-Ele é meu irmão – Tentei me soltar – Ele ainda é menor, por favor!
O paramédico me soltou e corri para ambulância, vi Ashley e Bella paradas ao lado do meu carro, tirei a chave do bolso e joguei pra Ashley que pegou no ar.
-Vai até La Push e avisa minha mãe – Olhei pra Bella, que segurava minha mochila em um dos ombros – Vai com ela, por favor.
A porta se fechou e voltei minha atenção para Seth. O médico estava virando Seth de lado. Como o olhei confusa, ele explicou:
-Ele está entrando em coma alcoólico, precisa vomitar.
Coma alcoólico.
Aquelas palavras ficaram rondando minha mente. Eu estava tonta e enjoada. Uma lágrima rolou pelo meu rosto e depois, não consegui segurar as outras. Eu nunca chorava. Era a ‘Rainha do Gelo’, perdi minha virgindade com um universitário que estava visitando a família em Forks e nunca mais o vi. E agora só de ver meu irmão vomitando as tripas dentro de uma ambulância, eu estava à beira de um ataque.
---*---*---
Capítulo 2
*Uma semana depois – La PushJake
O som estridente do despertador fez minha cabeça girar. Tirei o cobertor da cabeça, desliguei o relógio com um soco e voltei pra cama de novo. Ainda estava de ressaca do final de semana, mas sabia que não podia perder mais aulas, nem os treinos. Minhas médias já estavam ruins e eu precisava me formar com boas notas, se possível.
Levantei da cama e fui para o banheiro meio cambaleante. Quando abri a porta do quarto, dei cara com Rachel me encarando feio. Ela me olhou dos pés à cabeça e balançou a cabeça em desaprovação.
-Que é? – Perguntei de mal humor.
-Custa colocar uma roupa, Jake? – Rachel não ficou pra ouvir minha resposta, foi direto pra cozinha preparar o café do papai.
Ainda com sono, cocei a nuca e me olhei. Rachel estava certa sobre a roupa. Desde que ela veio pra casa, eu tinha mudado alguns comportamentos, mas ainda não conseguia dormir de roupa, gostava de ficar livre durante o sono...
Tomei um banho demorado, acho que devo ter dormido no chuveiro, porque levei um susto tão grande quando meu pai bateu na porta que bati com a cabeça no chuveiro. Resmunguei um palavrão.
Sai do banheiro já com a calça jeans e a toalha em volta do pescoço. Quando me viu Rachel sussurrou um “até que enfim”, que fingi não notar. Joguei-me em uma das cadeiras e enterrei o rosto nas mãos.
-Que horas você chegou em casa, Jake? – Rachel perguntou.
-Sei lá, - dei de ombros – umas três ou quatro...
-Tente seis, Jacob – A voz do meu pai veio de trás de mim, estava grossa e desapontada, de novo.
-Seis?! – Olhei assustado pra ele – Mas são 07h15min agora!
-Jura?! – Rachel ironizou, sentou à minha frente e falou de forma calma, mas eu consegui sentir a raiva em sua voz – Não aguento mais isso Jack, você precisa tomar um rumo. E é sério.
-Rachel, me deixe sozinho com Jacob – Meu pai pediu. Rachel saiu da cozinha na mesma hora. Eu preferia ouvir um sermão dela, a do meu pai. Sem dúvida.
-Isso tem que parar. – Ele começou – Festas, bebidas, garotas... A juventude passa, Jake. O que você vai levar são as consequências. – Billy estava sério mas seus olhos estavam tristes e cansados.
-Eu sei, pai, foi mau, tá? – Tentei levantar, mas ele me segurou.
-Foi mau?! – Ele se alterou – Você vai precisar trabalhar Jacob, eu não posso mais pagar sua faculdade!
Eu quase cai no chão. Minha casa começou a rodar e eu vi todos os meus planos de futuro frustrados. Todo mês meu velho depositava uma quantia na poupança que minha mãe deixou pra mim, eu só poderia mexer quando fizesse 21 anos. E eu não fazia ideia de quanto eu tinha naquela poupança.
-Quanto eu tenho? – Perguntei sem olhá-lo
-O suficiente por dois anos de faculdade – Ele suspirou e continuou num fio de voz – Tirando os livros. Você vai precisar de uma bolsa. (N/A: nos EUA, as pessoas investem cerca de 20 à 30 MIL dólares por ano!)
Não esperei ele terminar o discurso. Levantei e fui para o meu quarto, peguei uma camisa qualquer, minha jaqueta de couro preta e a mochila, passei pela Rachel sem dizer uma palavra e corri pra fora de casa. Era o meu dia de dar carona, mas eu não estava afim. Peguei as chaves da moto na mochila e fui pra garagem/galpão. Antes de dar partida, mandei uma mensagem pra Embry dizendo que não poderia ir de carro:
Um minuto depois ele respondeu:
Fiquei parado na garagem repassando o que acabara de ouvir. Eu tinha que tomar jeito, ou o meu sonho de ir para Dartmouth não passaria disso, um sonho.
*--*--*
*Estacionamento do colégio
-Acho que vou me candidatar em algum clube. – Seth falou de repente, quebrando o silêncio no carro.
-Tipo qual? – Ashley perguntou, se virando pra trás.
-Estava pensando... – Ele hesitou, percebi pelo retrovisor que ele me encarava. – No time de...
-Nem pense nisso, Seth! – Eu o cortei, já sabendo o que ela iria dizer.
-, dá um tempo! - Seth resmungou no banco de trás.
-É. - Ashley falou ao meu lado - Dá um tempo.
Olhei pra ela incrédula, ela deu de ombros e terminou seu cigarro assim que descemos do carro.
-Você me apoia, Ash? – (Embry? não seria Seth?!) passou o braço pelo ombro dela e sorriu.
-Claro que sim, moleque! Eu já vi você jogando.
Revirei os olhos. É claro que Ashley ficaria do lado dele. Ela era sua fã incondicional. Tinha que concordar, Seth jogava muito bem, mas só de pensar que ele faria parte daquela alcateia (N/A: sacaram?!), já me dava enjoo.
-Você poderia me apoiar também, - Seth me abraçou de lado – Sabe que eu jamais ficaria igual a eles. Seth indicou com a cabeça os garotos do time, do outro lado do estacionamento. Eles chamavam atenção e gostavam disso. Era ridículo, mas Seth precisa recomeçar. Ele não poderia perder mais aulas e se tivesse crédito extra, seria ótimo. Suspirei derrotada e engoli meu orgulho.
-Vou tentar te ajudar... - Falei sem muito ânimo.
Seth me pegou no colo e girou. Rimos juntos, como a muito não tempo não fazíamos. Era bom ter meu irmão de volta.
-Já chega garoto! – Eu gritei, batendo no seu ombro.
Seth me colocou em cima do seu ombro e me carregou até o meu armário. Eu parei de protestar porque percebi que não ia adiantar nada. Seth era tão teimoso quanto eu.
Seth me colocou no chão, e antes de corre pelo corredor até sua sala, me deu um beijo estalado na bochecha e bagunçou os cachos de Ashley.
-Ele parece melhor – Ashley falou enquanto abria seu armário.
-Uma semana limpo – Falei cheia de orgulho.
-E você vai mesmo ajudá-lo? Digo, com o lance do time e tal?
Escorei-me no armário e suspirei de olhos fechados. Se fosse por mim, Seth jamais entraria no time. Quanto maior fosse a distância entre ele e o restante de La Push, melhor. Mas em Forks High School, você não tem muita opção de esportes.
-Melhor o basquete – Falei ainda de olhos fechados – do que vê-lo ruim de novo.
-E como exatamente você pretende fazer isso?
-Ai é que complica.
Estávamos andando pelo corredor até nossa sala quando Jacob e sua ‘trupe’ veio pelo corredor a nossa esquerda. Ele não nos viu, estava andando de costas, e não tive tempo de desviar. Jacob esbarrou em mim e nós caímos no chão. O pior foi todo aquele peso em cima das minhas pernas.
-Sai de cima de mim! – Dei vários socos no seu ombro e tentei empurrá-lo, estava machucando minhas pernas.
Quando levantei, com ajuda da Ashley, vi Jacob com aquela cara de idiota rindo de mim.
- Olha por onde anda, babaca! – Tentei passar por ele mas ele segurou meu pulso. Ele precisa aprendera controlar sua força.
-Vai ser toda semana? – Jacob se aproximou do meu rosto. – Se quiser, tenho 10 pratas na carteira.
Minha raiva aumentou. Puxei meu braço com força e quando fiz menção de ir embora, agarrei o colarinho da sua jaqueta e virei minha mão no seu rosto. Jacob cobriu o rosto com a mão e me fuzilou com os olhos. Antes que ele pudesse reagir, Ashley me puxou dali e praticamente correu pelo corredor. Assim que chegamos à sala, me joguei na cadeira, Ashley sentou na minha frente e no mesmo instante virou pra trás, abriu a boca pra falar, mas eu fui primeiro.
-Eu quero socar tanto aquele garoto!
-Ah é?! – Ashley respondeu de forma irônica – Se você fizer isso, como o Seth entra no time? Hein?
-Não tinha pensado nisso... – Deixei meus ombros caírem e me encostei na cadeira.
-É claro que não pensou. – Ashley revirou os olhos – Jacob manda naquele time! Só entra e sai quem ele quer. Se controla, !
Então pensei. Cara, eu merecia uma lâmpada brilhando em cima da minha cabeça. Eu precisava de alguma coisa que interessasse Jacob, precisava deixar meu orgulho de lado e falar com ele. Precisava negociar. E eu sabia exatamente como e com que faria isso.
Olhei pra Ashley e pude sentir o sorriso se abrindo lentamente no meu rosto.
-‘Tá rindo de que? – Ela perguntou ainda com raiva.
-Tenho um plano – Meu sorriso aumentou e me aproximei dela – Um plano perfeito.
-E tá esperando o que pra me contar?
Capítulo 3
Jake*Hora do almoço
Entrei no refeitório com o estômago roncando. Odeio sair de casa sem tomar café, e odeio sair estressado. Encontrei Embry na fila e fui direto falar com ele, e furar fila, claro. Assim que cheguei ele abriu um sorriso gigante.
-Hey, Jake! – Embry me agarrou pelo pescoço e tentou me dar uma gravata, mas eu era mais alto que ele. Quando ele me soltou vi que tinha duas líderes de torcida na nossa frente, então entendi o porquê do comportamento dele.
-Meninas... – Eu as cumprimentei com um aceno de cabeça e um olhar sedutor que sempre funcionava. Embry me puxou pelo braço pedindo licença para as garotas e eu já sabia o que ele estava tentando fazer...
-A morena é sua e ruiva é minha. Hoje. Depois da escola.
Lembrei-me do que meu pai falou no café, mas simplesmente ignorei. Sair com uma garota não faria tanta diferença assim.
-Fechado! – Embry só faltou me dar um beijo de tão feliz.
Voltamos pra fila e Embry foi direto falar com a ruiva. Eu já as tinha visto pelos corredores da escola algumas vezes, mas nunca prestei muita atenção.
- Então... Qual seu nome mesmo?
- Lindsey – Ela sorriu pra mim – Mas me chame de Lindy.
- Ok, Lindy.
Lindsey começou a falar o quanto ela gostava de me ver jogar e tudo o que eu já tinha ouvido várias vezes, quando um limpar de garganta forçado a interrompeu. Tentei ignorar e sorri pra que ela continuasse falando.
- Hey, Jacob! – Conhecia aquela voz e me virei preparado pra dar um fora em Clearwater.
- Que foi? – Não tinha esquecido a tapa que ela tinha me dado mais cedo.
- Quero falar com você – Ela olhou pra... Cindy? E depois pra mim – A sós.
- Aham, vai sonhando. – Virei de costa pra ela.
- Olha, - Ela começou. Suspirei já perdendo a paciência – Eu sei que seu desejo por sexo é gritante, mas eu tenho uma proposta melhor.
Eu ri. Ela devia ter batido a cabeça em algum lugar. Olhei pra Kitty, que parecia querer sair dali o mais rápido possível. Ela devia se sentir intimidada pela “Rainha do Gelo”.
-Olha Clearwater – Me virei pra novamente – Realmente duvido que você tenha alguma coisa melhor do que ela.
-Ele te trata como objeto – não estava mais falando comigo e sim com... Kitty? Não, Cindy, eu acho. – Você deveria ter mais amor próprio. E sério, o capitão do time? Meio clichê, não acha?
- Cala a boca. – Me virei pra líder de torcida – Cindy, vou resol...
- É Lindy! – A garota me cortou, girou nos calcanhares e foi embora.
Olhei pra com a pior cara que eu tinha.
- O que você quer garota?
- Vem comigo – Ela virou de costas, seu cabelo longo batendo em mim.
...Folgada.
Passamos pelas portas laterais do refeitório e fomos recebidos pelo vento frio do outono. fechou mais a jaqueta e colocou as mãos no bolso.
- É o seguinte, - Ela começou – Quero fazer um acordo.
- Um o que? –Me diz que é pegadinha...
- Além de babaca é surdo – Ela revirou os olhos – Um acordo, Jake!
- Eu escutei na primeira vez, só quero saber se é algum tipo de piada.
Só podia ser. Porque, pensa bem, o que Clearwater teria para me oferecer? Se ela falasse ‘uma noite inteira comigo’, talvez eu não recusasse... Ela podia ser um pé no saco, mas era bem sexy. Comecei a imaginar o que faria uma noite inteira com ela...
- Estava tentando ser sutil, - Sua voz me trouxe de volta – Mas você é idiota. Coloca o Seth no time e eu te dou um emprego.
Congelei. Meu sorriso se desfez na mesma hora. Eu não ouvi aquilo, não mesmo. Ela sorriu satisfeita porque conseguiu o que queria. Minha atenção.
- Nossos pais ainda conversam, sabia? – Ela voltou a falar e aquele sorriso superior ainda estava ali, me irritando. – O salário de enfermeira da Rachel não é grande coisa, a loja de pesca do Tio Billy não está lá muito boa e a poupança? Bem, digamos que ainda falta um pouquinho.
descreveu tudo o que meu pai dissera naquela manhã. Mas não estava a fim de ouvir o que eu já sabia, queria ir para a parte do ‘emprego’.
- Fala logo, qual o acordo?
tirou uma mecha de cabelo que entrou na sua boca com o vento e sorriu.
- Interessado agora? – Como ela conseguia ser tão cínica?
- Anda logo, minha paciência tá acabando.
- Ok, capitão – levantou as mãos como se estivesse se rendendo. – Todos sabem que você manda no time – Verdade – E você sabe que Seth é um excelente armador, sempre foi. É só colocá-lo pra dentro e eu te coloco na oficina do meu pai.
- Você?! – Foi minha vez de rir. Sabia que estava muito bom pra ser verdade – Você vai me colocar na oficina? A ÚNICA oficina da cidade? Valeu!
- Caso não saiba – Ela falou séria – A oficina é minha. Harry deixou pra mim. Eu contrato quem eu quiser.
Hora de me calar. Não queria perder o emprego que ainda não tinha, era melhor deixar o deboche de lado. Estava começando a ficar sério.
- Bom, - Comecei – Para o Seth entrar no time, preciso de tempo. Não posso simplesmente puxá-lo.
Ela assentiu, tirou mais uma mecha do rosto e suspirou pensativa.
- A oficina reabre na terça-feira, estamos em obra. – Ela revirou os olhos - Se ele entrar antes disso é melhor e...
- Sexta. – Eu a cortei, já tinha contado os dias que precisaria pra montar um teste falso. olhava pra mim com a boca entreaberta e as sobrancelhas arqueadas.
- Hum... Sexta-feira então. – Ela assentiu ainda surpresa e começou a se afastar. – Isso foi mais fácil do que eu pensava.
- Por que está fazendo isso? – A pergunta saiu antes que eu pudesse segurá-la. me encarou com olhos semicerrados, como se eu já soubesse a resposta. Por fim ela virou o rosto e respondeu sem olhar pra mim.
- Meu irmão é tudo pra mim Jacob, e eu faço qualquer coisa pra vê-lo bem.
Tentei falar alguma coisa, mas não consegui pensar em nada muito coerente, então assenti. me encarou antes de voltar para o refeitório e pude perceber um olhar de gratidão. Escorei-me na parede, cobri o rosto com as mãos e suspirei. Estava feliz por ter conseguido um emprego que resolveria metade dos meus problemas e frustrado por ter que trabalhar pra Clearwater. Não costumo ser pessimista, mas algo me dizia que teria muita confusão pra resolver.