21 de abril de 2013

A Borboleta Do Vale by Leni Silva

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A Borboleta do Vale


Prólogo

Olho para o colar dourado em forma de borboleta na minha mão. Não é um presente, é um assessório de família.
Ninguém além de mim podia tocar naquele colar, era enfeitiçado. Quem o tocasse poderia morrer. Eu ganhei quando tinha apenas dez anos de idade. Minha mãe dizia que era para minha proteção. Sempre tentei perguntar, mas ela nunca me disse nada.

E agora eu estou aqui, encarando o porquê. Algo que eu nuca soube que estava metida vai acontecer e pra falar a verdade: eu não sei o que fazer.
Capitulo Um - Surpresa!

Minha mãe vai casar. Até ai tudo bem, mas no dia em que o John foi á minha casa para um jantar do pessoal da Base Aérea de Kass eles disseram bem assim: "Vamos nos casar!" Nem preciso dizer como o minha cara ficou depois disso.

Meu irmão gêmeo, , nem se fala. Está namorando uma guria da sala dele, Rebecca Grey ou Gray... Sei lá. Ficam pra lá e pra cá com carinhos e beijinhos e "Ah, como eu te amo" ou "Eu te amo,sabia?". É simplesmente nojento.

A minha meio irmã, Katrinn, estava tentando se aproximar de mim com um papinho de "que tal nós fazermos um almoço em família?" com aquele cabelo loiro claríssimo e oxigenado e aquele salto meia pata verde vômito. Ela tinha sido despachada do grupo de patys.

'Bem feito', penso.

Adam, para finalizar, também está namorando, mas não é uma Rebecca da vida e, sim, Lucinda White, a garota mais fofa que eu já vi. Ele sim está namorando serio, não precisa repetir inúmeras vezes que ama ela e nem ela a ele. Sinceramente, do fundo do meu coração de pedra, eu acho que eles vão se casar. Do jeito como ele se falam, sem medo ou timidez,
acho que vai dar em casamento. E eu quero ser a madrinha.

Mas também tem uma coisa que torna este dia o pior de todos: estou fazendo dezessete! Eu estou quase na crise da meia idade! Dá pra entender o desespero?

Meu telefone começa a vibrar e tocar a musica do AC/DC,
Highway to Hell.

Tiro o telefone do bolso e olho a tela. Clico em Ler.

Oie, meu bem. Onde você está? Venha logo pra casa, tá? Precisamos conversar! Amo você. Beijos, mamãe.
Estava obvio que não foi ela que escreveu. Ninguém pode ser tão falso como ela ao escrever uma mensagem
de texto.
Eu estava no pico da montanha do Grande Parque De Kass. Ia demorar um pouco para descer, pois o caminho era meio estreito cheio de pedras. E eu estava de moto.

Caminho até a minha XJ6 F, coloco o capacete e monto-a. Lá na montanha ventava muito, então eu fui de casaco. Liguei a moto e abaixei a proteção do capacete.

Desço a montanha lentamente, não me importando com o assunto que minha mãe quisesse falar comigo. Ela podia me esperar... Olhei no relógio... Uns 30 minutos.

Ri. Ela ia ficar muito brava.

Ao descer a montanha sigo pela rodovia sul rumo ao norte. Quase esqueço que tinha que pegar meu
presente de aniversário na casa da Eliza, minha parceira de biologia. Ficava na Daisy Street, perto do lago verde no fim da
cidade.

Elizabeth Green, minha colega do colégio. Somos parceiras na aula de biologia, que por sinal eu odeio. Não somos próximas uma da outra, mas temos uma comunicação eficiente.

Estaciono no meio fio e vou até a porta, bato e espero.

Ouço vozes femininas e resolvo colar meu ouvido na porta. E quando eu ia fazê-lo, alguém abre a porta. É Eliza que abre a porta.

— Ah... Oi, ! — ela diz feliz. Seu cabelo vermelho está solto e seus olhos verdes brilhando muito. Ela parecia estar correndo.

— Oi, Liz. Vim aqui pelo presente. — eu digo cautelosamente, não quero que ela pense que sou
extremamente mal educada.

— Oh, sim. Venha, entre. — ela convidou.

Eu entro e sussurro baixinho um obrigado.

— Minha mãe não está em casa. — ela diz.

Olho em volta. A sala parece organizada. Tem um sofá laranja, uma TV grande (que está passando How I Met Your Mother) e vários quadros pendurados nas paredes.

— Espere aqui. Vou pegar os presentes. — ela diz e corre por um corredor totalmente iluminado. Segundo depois, ela volta com duas caixas pequenas, uma verde e uma vermelha.

— Pronto aqui está. A vermelha — ela levanta a caixa. — é sua, abra quando quiser. A verde é do .

— Obrigada, Eliza. Fico muito feliz. Acho que o vai adorar.

— De nada.

Ela entrega- as para mim. Começo a
me virar quando ela me chama.
?
Viro.
— Sim? — ergo as sobrancelhas.
— Posso fazer um pergunta? — ela pergunta.
— Faça.
— Você, por acaso, sabe se o seu irmão está namorando? — ela encara o chão. — Quero
dizer, se ele está namorando sério?
— Bem, se você considera namorar Rebecca Grey um relacionamento verdadeiro e sério, bem, então sim. Mas se não, que bom. Estou começando a gostar mais de você.
Ela ainda encarava o chão. Penso que talvez eu tenha formulado uma resposta que feriu o
sentimento dela.
— Olha Liz. Eu conheço meu irmão e conheço você também. Você
gosta daquele infeliz, eu entendo e até
prefiro você como minha cunhada a monstra nojenta da Jéssica. — ela sorri e sussurra um 'brigada'. — Meu irmão é muito tolo para ver além das aparências. Eu vi que esse ano você mudou seu estilo e, para falar a verdade, ficou lindo. E você está mais feliz. Não quero que fique triste só porque ele não presta atenção em você. Viva, Liz, por que a vida é curta demais para você passar o tempo todo pra baixo.
— Uau, Snow falou bonito. — ela diz e bate palmas sorrindo.
— Obrigada, tenho experiência com isso desde o ano
retrasado.
Ela ri.
— Bem, eu tenho que ir. Minha mãe vai me matar se não chegar lá rápido.
— Ah, sim. Então, tchau?

— Tchau, Liz. Até segunda.

Ela me abraça e dá um beijo na minha bochecha. Ela
abre a porta e eu saio.

— Tchau. — eu digo pela ultima vez e caminho até a moto.

'Vish, essa noite está bem
maluca. '
Volto para casa. As luzes estão
apagadas.
'Mas... '
Oh, droga.
— Festa surpresa.
Como eles podem achar que eu sou burra? Eles não se lembram de quando eu tinha dez anos e disse que odiava de corpo, alma e mente festas surpresa?
Mesmo que não fosse pra mim, eu odiava. Eu tinha até escrito um bilhete no quarto da minha mãe para ela se lembrar disso.
Bem eu não tinha para onde ir.
Provavelmente Adam está lá, junto com a
minha mãe. Mas... E o meu irmão? Quando citei mentalmente seu nome ele apareceu no começo da rua de moto.
Coloquei minhas mãos na cintura.
— Então, pronta pra entrar e encarar a "surpresa" que não é mais surpresa?
— Humpf, como você sabe disso? Eu só descobri agora! — eu perguntei indignada. Como só fui descobrir agora?
— Ah, minha mana. Eu sou demais, coisa que você não é.
— Cala boca, idiota! Vamos acabar com isso logo.
Comecei a puxar em direção à porta de casa.
— Eu percebi os sinais que mamãe deixava passar. Tipo, aquela pergunta de se eu preferia Chocolate preto ou chocolate branco, foi fácil demais. Ela deveria ter perguntado para a Beck.
— Ugh, Beck. — fingi estar vomitando.
— Cabeçona. — ele soltou no meu ouvido. — Haha, baby!
Vish, "Becky" havia tornado meu irmão num debimental.
Peguei a chave da minha bolsa e encaixei na fechadura, torci e, respirando fundo, abri a porta.
Um enorme "SURPRESA" me fez pular para trás.
Capitulo Dois - Hora do Parabéns!

É incrível saber que você é muito tola e ocupada para não perceber as coisas. Coisas como uma festa surpresa. Já disse que odeio festas surpresa? Sim? Pois bem, eu repito: EU ODEIO FESTAS SURPRESA!
— Então, como foi sua tarde, querida colega? — pergunta Adam.

— Humpf, não me venha com essa. Você ajudou a fazer isso, seu filho da mãe. Como pode? — pergunto alto demais. Algumas pessoas olham para mim. Fiz cara de 'o que?'. Adam me puxou para a cozinha. Não tinha ninguém importante lá para nos ouvir. Então ele começa:

— Olha a culpa não é minha. Eu até tentei fazer com que eles desistissem disso, mas o Leon colocou na cabeça da sua mãe que, talvez você gostasse de ganhar uma festa. Não fica brava, tá?

Ela se esforçou muito pra arrumar esse lugar. E, alias você gosta de ganhar presente, não é?

Eu assinto.

— Ótimo, por que você ganhou vários presentes.

Agora eu sorrio. Todo mundo gosta de ganhar presente, não é? Eu sou uma delas!

— Agora, larga de ser chata e aproveita. Todo mundo sabe que você não é tímida.

— Sou sim. Odeio ser o centro das atenções, você sabe disso.

— Sei. Mas só dessa vez, anjo. Por favor. — ele me chama pelo meu segundo apelido. Seus olhos verdes claros me fitam esperando meu assentimento.

Não, não mesmo. Fico ótima quando só. Não gosto e não serei o centro das atenções.

— Ah, qual é, anjo? Faz isso por mim!? — e me olha de novo do mesmo jeito.

— Droga, como você faz isso? — eu pergunto colocando meus braços ao redor dele e abraçando-o.

— Bem sou especialista desde os cinco anos. Então... — ele arrasta a palavra. — vamos?

Assinto.

Ele pega minha mão e me leva para a festa que acontece na sala. A primeira pessoa que vejo é , que está beijando a monstra.

"Ugh, que nojo, ." falo mentalmente para ele.

"Cale a boca, mal educada" ele devolve.

A próxima pessoa é Luce que está encostada na parede falando com as amigas, mas seus olhos fixos em alguma coisa. Segui seu olhar e acabei olhando a minha mão entrelaçada com a de Adam.

"Ad, solta minha mão."

"Por quê?" ele pergunta e olha para mim.
"Luce."
Quando falo seu nome, ele olha para ela e solta minha mão.
Ciúmes, conheço bem esse sentimento.
Viro as costas para eles, estou muito encabulada. Sinto meu rosto queimar. Vejo Miles, meu primo trazendo uma Coca para mim.

Ele me entrega.

— Valeu cara. Preciso de algo para me refrescar.

— De nada, garota. Às vezes não te entendo. Este lugar está congelando e, minha nossa, você está parecendo um pimentão ambulante.

— Droga, Miles, valeu por me dizer isso.

— Vem, vamos andar. Tem que conhecer a namorada do meu pai. Ela é linda.

E é mesmo. Mas eu não me importava. Queria saber sobre Luce e Adam. E rápido. Eles desapareceram de dentro da casa.

Eu e a namorada do meu tio estamos conversando.

— Desculpe interromper, mas — Markos, meu tio, aparece depois de ter recebido um telefonema. Ele olha para Camille, sua namorada. — Cam, nós temos que ir. Temos uma reunião agora.

— E eu? — Miles pergunta apontado para si mesmo.

— Pode dormir aqui, se quiser. Agora vamos, Cam.

— Tchau, . Foi um prazer conhecer minha futura sobrinha.
Eu rio.

— O prazer é meu. Tchau.

Despediram-se de minha mãe e outros convidados.

Quando eu vejo minha mãe quase engasgo.

— Miles, oi. — ela diz se aproximando. — Preciso falar com minha filha. A sós.

— Ah, sim, senhora. Já vou. — ele diz e se aproxima do meu ouvido. — Boa sorte, prima. — sussurra.
"Valeu. Ajudou muito, hein?" solto mentalmente.
Observo ele sair em direção à cozinha.
— Então — ela começou chamando minha atenção. — está se divertindo?

— Huhum, estou.

— Que bom. Você já falou com Kate?

— Kate? Não. Nem vi.

— Bem, ela está bem ali com Leon. — ela aponta para perto dos sofás.

— Hum, valeu. Mas tenho tempo suficiente para fazer isso amanhã.

Ficamos alguns minutos em silêncio olhando em volta até Leon vir até nós.

, — a voz grossa e autoritária soa perto de mim. — está gostando da festa?

— Sim, estou.

— Que bom. Falou com sua irmã? — ele pergunta naturalmente. Eu sei do que ele está falando, mas prefiro ignorar.
— Quem? Não tenho irmã. — eu digo.

— Olha, -

Eu o interrompi.

— Não, capitão, olhe aqui você. Você não é meu parente, não conheço você. Não sei o que faz. Problema seu se sabe o que faço, mas não me venha com essa de irmã, está bem? Não obedeço a suas ordens.

— Obedece, sim. Sou seu pai.

— Não ouse falar que é meu pai, entendeu? E Lauren — olho para ela. Esta me fita perplexa. — não ouse falar que é minha mãe.

Viro as costas para ambos nã acreditando ter dito aquilo. Ambos tentam me chamar, mas finjo que não estou ouvindo. Vou para a cozinha e começo a procurar algo para comer. Acho um cupcake bem no fundo da geladeira e resolvo devora-lo não me importando de quem era. Tem gosto de cereja.

Eu estou encostada na pia olhando pela janela e pensando em nada quando ouço Adam me chamando.
?
Viro-me. Vejo Adam na porta da cozinha me olhando.
— O que? — pergunto grosseiramente.
— Nada. Você está bem? Vi você saindo bufando de lá...
— Ah, eu estou bem. É só que — pauso, fecho os olhos e respiro fundo. — droga, merda, filho da puta. Ah, eu me odeio e odeio a minha vida.
— Hey, fica calma. — ele diz.
Encaro-o.
— Calma? Você está brincando, né? — levanto as sobrancelhas para ele. — Acabo de gritar com os meus "pais" e você diz "hey, , fica calma enquanto eu engulo a minha namorada ali no canto". Ah, por favor.
Termino de falar e olho em seus olhos. Penso que ele vai gritar comigo e me mandar ir para o meu quarto, mas o que ele faz é rir. Não tipo risinho de lado, mas uma enorme gargalhada.
— "Enquanto eu engulo minha namorada ali no canto"? De onde tirou isso?
— Sei lá. — dou de ombros. — Do que você está rindo?
— De você e da sua cara.
— Nossa que reconfortante, Adam. Sério. O melhor amigo que eu já tive. — bufo, e lavo minhas mãos na torneira. — Vocês que se divirtam na sua festinha ai, eu vou dormir por que amanhã é domingo e eu não quero fazer mais nada.
Passo por Adam que me olha estático. Caminho entre a multidão de pessoas desconhecidas (a maioria deve ser colega de Leon) que insistem em tentar derramar cerveja na minha roupa. Subo as escadas e vou para o meu quarto, o ultimo do corredor. Entro e tranco a porta. Olho para os lados procurando algo para me apoiar antes de cair no chão com meus olhos jorrando lágrimas.


Capitulo Três - O Dia Depois de Ontem


Acho que dormi no chão. Meu rosto está pegajoso, acho que meu rímel foi literalmente por água abaixo. Minhas articulações reclamam quando tento levantar. Olho para o relógio. São sete e meia da manhã.
— Droga. — praguejo quando sinto o gosto amargo na boca. É uma merda dormir sem escovar os dentes.
Meu quarto é iluminado pelos feixes de sol que entraram por causa da janela aberta. As paredes azuis são harmosias que logo me sinto um tanto melhor, minha cama impecável (provavelmente, muito provavelmente não fui quem arrumei, não me lembro) com a colcha branca está posta ao lado da janela, no meu criado mudo livros quase que caindo no chão. Há prateleiras no quarto, armários também, só que também estão cheios de livros. É por isso que vivo dizendo par o pessoal dessa casa que preciso ter uma biblioteca só pra mim, de preferência bem grande.
Tenho uma escrivaninha também, de madeira branca. E adivinha? Mais livros (só que dessa vez, mais organizados). Meu computador desligado, ou aparentemente (às vezes ele fica com umas luzes piscando... irritante demais). Nesse minuto lembro-me do meu celular.
Apalpo meu bolso e solto um gritinho feliz quando encontro ele no bolso de trás da calça.
Vou ao banheiro e capricho na escovação. Lavo meu rosto e passo um dos milhares de hidratantes que se estabelecem no meu enorme armário dentro do banheiro. Decido trocar minhas roupas também. Tomo um banho bem tomado e coloco um simples vestido de manga e calço meus chinelos.
Respiro fundo e abro a porta.
O corredor está silencioso. Esta manhã está parecendo uma manhã de sábado (que foi ontem). Daquelas que um leitinho quente e um pãozinho em frente ao computador são totalmente ideais. Vou deslizando meus chinelos até as escadas.
— Já estava na hora de você acordar! — Miles diz atrás de mim. — Menina, eu tive que dormir no quarto do seu irmão! Imagina o quão fedorento é aquele lugar? Minha nossa, muito fedido.
Ele me dá um abraço e um beijo na bochecha.
— Dormiu aqui? — pergunto.
— Claro, né. Meu pai tinha uma reunião ontem, então... Você sabe né.
— Ah, sim. Claro. — sinceramente? Não era isso que eu me lembrava...
Descemos as escadas em silencio. Miles me puxa para a cozinha. Mas não antes de eu ver uma ENORME pilha de presentes multicoloridos. Depois a gente dá uma olhada nisso.
Ele começar a fuçar nas prateleiras a procura de seu doce preferido. Quando ele para e me olha com cara de cachorro que caiu da mudança, eu digo:
— Na primeira prateleira do armário do conservados.
— Por que guardaram isso aqui?
— Para proteger contra a fúria do seu estômago, Miles. — eu meio que tento imitar um monstro, mas acho que fiz uma careta horrorosa.
— Boba. — ele riu. — Mas mudando de assunto... O que aconteceu ontem?
— Como assim? — pego um dos pães que estão em cima da mesa e começo a comer. Meu estômago dá uma reviravolta, mas aceita.
— Como assim o que, menina? Tu brigou com teu pai e com a tua mãe, ai comeu o MEU cupcake de frutas depois brigou com o Ad. Você brigou com todo mundo!
Faço uma cara de inocente quando ele menciona o cupcake.
— Ai, Miles. Acabei de acordar, dá um desconto. Por favor.
Ele para e pensa um pouco e logo responde:
— Ok. Mais tarde nós conversamos. Você não me escapa!
Depois disso ele se cala e começa a comer aqueles docinhos vermelhos e azedos que dão até um arrepio macabro, sei lá o nome daquilo. Quem come isso no café da manhã?
Termino de devorar o pão e olho para Miles que agora se levanta e vai jogar o saquinho de doces no lixo. Ele lava as mãos e depois se vira para mim e me encara.
— Já abriu seus presentes?
De repente me lembro do amontoado de caixas coloridas que se localiza num canto da sala. Avisto um presente vermelho e o associo a Eliza, minha colega de biologia.
— Ainda não. — respondo levantando-me e indo até o meus presentes. — já pegou os dele?
— Acho que sim. Se não, você rouba um dele. Abra um para eu ver!
Viro meu rosto em direção ao meu primo super gay e sorrio.
— Hey, os presentes são meus.
— Abre logo, !
Pego a caixa de presente de Eliza primeiro, pois eu estava ansiosa demais para saber o que ela resolvera me dar. Procuro a ponta do Durex e puxo-a, infelizmente isso rasga o papel (o que me deixa com raiva porque eu NUNCA consegui tirar o Durex sem rasgar o papel). Aproveitando o estado de desgraça do papel termino de rasga-lo.
O que vejo é um caderninho com meu nome escrito. A capa é azul anil, as letras estão em dourado. Abro e encontro um pequeno bilhetinho com a caligrafia de Eliza.
— O que diz?
— "Para Snow, colega de biologia. Este presente é para torná-la uma parceira mais organizada. Beijos, Elizabeth."
— Ela te chamou de desorganizada! — ele zoa.
Não sou tão desorganizada... eu acho.
— Cale a boca, Miles.
Coloco de lado o caderninho e puxo outro presente aleatório. Desta vez um pacote azul anil, uma etiqueta bem pequena diz-me que aquele presente era de Leon. É bem embrulhado, posso dizer. Aquele pacote tinha um astral... carinhoso. Desta vez tento o Maximo não rasgar o papel (porque azul anil é minha cor preferida e também eu tinha planos para aquele papelzinho lindo), eu teria destroçado o papel se este não tivesse uma parte adesiva*.
— É um colar! Own, que fofo, . — exclama meu primo.
— O cara tem bom gosto. Mamãe deve ter contado para ele que sou fã de borboletas.
Na minha mão um colar de ouro, tinha um círculo e dentro dele asas (azuis) de borboleta talhadas. Ainda sinto uma raiva de Leon, mas mesmo assim entrego o colar a Miles que prende-o em meu pescoço. O colar é pesado e gelado contra minha pele. Dá um formigamento, daqueles de tremer o corpo todo.
— Abre aquele preto ali, por favor.
— Miles, me responde: quem fez aniversário ontem? Eu ou você? — foi um pergunta retórica, claro. Miles nem ligou e puxou o tal embrulho e pediu — de forma agressiva — para eu abrir. Com o nariz empinado eu fui abrindo o pacote, desta vez nem liguei para o papel.
É uma caixinha em pretinha de madeira polida, numa etiqueta eu vi o nome de Adam. Apenas por pensar já me deu um calorzinho no pescoço que foi se espalhando. Respirei fundo e abri a caixa.
Por um momento pensei estar no paraíso.
A caixa está cheia de asas coloridas de borboletas prensadas em vidros. OH MY GOD, estou no paraíso.
— Nossa, que lindo. — Miles fala sarcasticamente. Não dou bola. Só o presente de Adam já me faria feliz.
Em um segundo já me lembro da noite de ontem. Viro-me para Miles.
— Como foi o resto da festa ontem?
— Hm, bem, os amiguinhos do seu pai- Ok, ok, desculpe! Bem, aquele pessoal foi embora lá pras uma da manhã. O Adam ficou insistindo com a sua mãe pra ele ir te ver no quarto. Foi bem maluco de se ver. A Luce, aquela loirinha oxigenada, brigou com o Ad por ele dar tanta atenção pra você. Sabe, aquela coisa de sempre.
Logo depois de ouvir, assinto e penso em Adam. Ele me dá atenção, até demais. Poxa, somos amigos desde que eu nasci. Penso que ela, Luce, deveria entender. Faço uma nota mental de ligar a Adam depois de desembrulhar os pacotes de presente.
Nesse momento a campainha toca. Eu levanto e digo a Miles que me espere ali, perto da pilha. Mas quem poderia ser?
Ao abrir me deparo com Luce chorando. Ela se atira contra mim e passa os braços por minha cintura.
— Sinto muito — ela sussurra. Meu coração acelera e um nó se faz em minha garganta. — Sinto muito. A-adam sofreu um acidente.
Sinto-me esfriar. Tudo a minha volta para.
Adam! Chamo mentalmente, mas ninguém responde. ADAM!
*----*


*tipo aqueles embrulhos da Pernambucanas, azuzinho fofo, que tem uma parte já pronta pra pregar, entenderam?


NOTA FINAL - É só isso por hoje, meninas. Espero que tenham gostado desse capítulo. Tentei ser o mais real possível. Desculpem-me a demora para atualizar, eu não estava muito no humor, sabe? Beijos e até o próximo capítulo.



7 comentários:

  1. posta mais a fic promete ♥

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  2. Eu Adorei, estarei acompanhando. Bjs ate a proxima att.

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  3. Nuss!! Adorei esses primeiros capitulus e com certeza estarei acompanhando, bjinhosss!!!

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  4. Capítulo Um:
    Principalmente tenho que confessar que já me apaixonei pela fanfic flor. A personagem principal já me conquistou de cara. Me parece que ela tem muitos mistérios que a cercam. Seguidamente, você me conquistou pela forma distraída de escrever. Gostei bastante. Mal posso esperar para ler a continuação.
    Beijinhos da lah

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  5. Capítulo Dois:
    A primeira coisa que está martelando na minha coisa e que eu vou ter que dizer é que me pareceu que a pp tem algum tipo de poder ou algo assim. Tive a impressão de que ela pensou e o irmão dela ouviu. Como se fosse telepatia. Posso estar enganada, mas foi isso que me pareceu. Mais isso só poderei confirmar nos próximos capítulos.
    Estou amando flor. Parabéns.
    Beijinhos da lah

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  6. Eu amei, espero ansiosamente para a próxima att. Beijos.

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  7. Omg, Adam sofreu um acidente?! Logo ele? :(
    E esse colar não sei porque, mas acho que ainda dará o que falar. u.u
    Adorandooooo demais, demais!!!
    Bjinhosss!!!

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