15 de abril de 2014

Entre Anjos e Demônios by Nubia Ruz

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(Cap. 1) O fim de ou o começo de tudo?


Amélia estava em pé em frente à janela do escritório de Carlos, vestia seu vestido branco que mostrava perfeitamente o tamanho de sua barriga de oito meses de gestação.
Ela observava a chuva cair e molhar a grama do quintal que já estava submersa pela água, e fazendo varias poças de lama em outros lugares mais elevados. Ventava bastante naquele dia, fazendo com que as árvores quase se dobrassem ao meio por causa da velocidade com que o vento se chocava contras elas. Parecia que a qualquer momento, cairia uma por uma.
Amélia sentiu um arrepio subir pelo seu corpo e cruzou os braços e os esfregou. Passou a mão pela sua barriga com um sorriso largo no rosto quando sentiu seu bebê chutar. Chovia desde a noite passada e tudo estava calmo, ninguém se atrevia sair de casa e encarar os pingos de água naquela pequena vila. Mas essa calmaria dizia para Amélia ficar preocupada com ela mesma, seu marido e seus filhos.
– Você não acha que tudo está muito calmo, Carlos? - Perguntou Amélia sem olhar para ele.
Carlos, que estava sentado na mesa escrevendo em seu caderno que ele levava consigo pra cima e para baixo, parou de escrever e olhou para Amélia que estava de costas para ele.
– Não. - Respondeu dando de ombros. - Estou gostando desta paz. - Disse ele levantando-se e ficando atrás da esposa, e abraçando aquele corpo que ele queria sempre ter entre seus braços.
– Estou com um mau pressentimento de que alguma coisa muito ruim vai acontecer a qualquer momento. - Disse ela com a mão no peito. - Meu coração me diz para ficar preocupada com toda essa tranquilidade.
Carlos virou Amélia, para que ela o encarasse. Ele beijou o topo de sua testa e ela fechou os olhos ao sentir o toque dos lábios de seu marido em sua pele. Quando os abriu, ele a olhava profundamente.
– Não tem nada com o que se preocupar. - Carlos disse sério mas com a voz doce. - Se alguma acontecer... - Ele congelou ao ouvir que aquelas palavras saiam de sua boca. - Vou estar bem do seu lado para proteger você e aos nossos filhos. - Então a abraçou novamente, o que fez com que ela se sentisse segura nos braços do homem que amava. Ela o olhou novamente com um sorriso nos lábios.
– E se for menina? Você não vai ficar decepcionado? - Perguntou Amélia mudando o rumo da conversa. O que Carlos agradeceu mentalmente.
– Não vou mentir, quero que seja outro menino. Mas se for menina, vou amá-la do mesmo jeito. Ou até mais. - E sorriu para ela, a beijando de leve em seus lábios. - Agora vamos jantar, estou com fome e você não pode ficar sem se alimentar.
Eles sentaram-se em torno da mesa para o jantar. Estavam conversando animados sobre qual nome dariam ao seu segundo filho. Para menino, escolheram Enrique, e para uma menina... . Mas a conversa foi interrompida quando alguém arrombou a porta da frente. Por causa do susto eles levantaram-se rapidamente e encostaram contra a parede.
Um homem entrou na casa com passos lentos e decididos, estava com a roupa ensopada pela chuva e vestia um sobretudo marrom com um chapéu preto. Ele era alto, a pele pálida, quase branca como neve e de cabelo preto, que combinava muito bem com sua pele branca.
Ele ergueu a cabeça e olhou para os dois que estavam encurralados contra a parede. Esperando que o estranho fizesse qualquer movimento perigoso.
– Tenho que dar meus parabéns, Carlos. - Disse o estranho. - Esse era o último lugar que pensaria que você fosse trazer sua querida “esposa” grávida para se esconder de mim. - Ele sorriu.
– Quem você é? - Perguntou Carlos recompondo-se do susto.
– Não se lembra mais de seu irmão? - Perguntou o estranho erguendo uma sobrancelha. - Magoou. - disse zombando com a mão sobre o peito esquerdo.
– Caio? - Carlos arregalou os olhos - O que faz aqui? - Perguntou Carlos surpreso e com medo.
– Passei muito tempo procurando por vocês. - Caio comentou sentando-se a mesa do jantar sem tirar os olhos dos dois. - Vim busca-la, e você não vai impedir.
– Você não vai levar ninguém. - Disse Carlos furioso.
– Maninho... - Caio tirou um pedaço de metal do seu bolso, que se transformou em um arco com uma flecha prateada em sua mão apontada para o peito de Carlos. - Você não pode me impedir. - Disse sério. - Venha comigo Amélia, e deixarei seu “marido” viver. - Ele disse para Amélia que estava escondida atrás de Carlos.
– Não vou a lugar nenhum com você. - Amélia disse secamente para Caio.
– Vou dar só mais uma chance. - Caio disse indiferente. - Você vem comigo sem lutar e eu deixo Carlos viver, ou...- Ele olhou para Carlos sério. - Vai ser preciso que eu mate ele para decidir vir comigo?
Carlos olhou para Amélia, ela estava assustada, ela apertou a mão de Carlos que tremia ao segurar a mão dela.
– Ela não vai para lugar nenhum com você. - Carlos respondeu por Amélia. - É melhor você ir embora.
Os ombros de Carlos foram para trás e se arquearam e de suas costas saíram... Asas negras, elas era grandes e teria tomado quase todo o espaço da sala se ele não tivesse segurado junto a seu corpo. Elas eram lindas, suas asas brilhavam tanto. Caio vendo as asas de Carlos, também desenrolou suas asas que eram douradas como ouro e continha listras negras ao longo delas, diferente das de Carlos que eram negras como carvão. Caio atacou Carlos... Eles começaram a lutar, cada um tentava acertar socos e chutes para derrubar seu adversário. Carlos olhou para Amélia enquanto segurava Caio pela garganta e tentava enforca-lo.
– Vá Amélia. - Carlos gritou. - Fuja, eu encontro com você depois. Vá. - Ele ordenou para que ela fugisse. Ela hesitou. Não queria deixar seu marido para trás, mas agora, sua gravidez estava avantajada e só iria atrapalhar se ficasse. Com o coração sangrando, ela fugiu.
Amélia correu em direção à porta, quando conseguiu sair à chuva molhou seu corpo. Seu coração pedia para que voltasse, mas seu cérebro a mandava continuar. Amélia correu por entre as árvores do quintal, mas não foi muito longe. Sem esperar, algo ou alguém a segurou pelo braço a impedindo que fugisse. Ela tentou se soltar mais a mão que a prendia era mais forte, Amélia ficou decepcionada quando olhou para o rosto de quem a segurava e viu que era uma mulher ruiva também usando um sobretudo preto e um vestido da cor preta também por baixo. A chuva tinha molhado toda sua roupa e seu cabelo, o fazendo ficar na frente do rosto atrapalhando sua visão e de que fosse reconhecida. Mas aquela pessoa, Amélia reconheceria em qualquer lugar.
– Anna? - Amélia disse abismada - Como pôde nos trair? - Amélia perguntou triste por ter sido traída por alguém em que confiava. Mas no segundo seguinte, quis mata-la por estar ao lado de alguém que queria a morte de sua família.
– Eu só escolhi um lado diferente do seu, prima--Respondeu Anna sorrindo sobriamente para Amélia.
– Não pense que ele gosta de você. - Disse Amélia já cheia de ódio por Anna. - Ele só estar fingindo e quando conseguir o que quer, que é a mim como mulher dele. Ele irá largar você mais rápido do que foi para convencê-la a entregar a nossa localização. - Disse Amélia amargurada e Anna lhe deu uma bofetada no lado direito do rosto de Amélia.
– Você está muito enganada, querida prima. - Anna disse calmamente afastando os cabelos que ficaram sobre seus olhos. - Você não...
Um estrondo vindo de dentro da casa que interrompeu Anna. Amélia olhou para a porta preocupada com o barulho.
– Vamos ver o que estar acontecendo? - Anna disse sorrindo levando Amélia de volta para dentro.
Amélia sentiu seu coração encolher dentro do peito quando viu que Caio tinha dominado Carlos e agora apontava o arco para o peito de Carlos. “Daquela distancia, Caio não vai errar.” Pensou Amélia.
– Foi mal maninho... - Caio fez uma pausa. - Não é nada pessoal. - Disse Caio puxando o gatilho.
– Não faça isso, Caio. - Amélia gritou. - Eu irei com vocês, mas não faça isso por favor.- Amélia implorou. - Eu o amo. Por favor, não atire... Eu vou com vocês. - Amélia continuou implorando aos prantos.
Caio olhou para ela por cima do ombro com um olhar triste e pesaroso.
– Tarde demais cunhada. - Disse Caio com um olhar assustador. – Eu avisei que só lhe daria essa oportunidade uma vez. - Caio disse.
– Eu amo você. Não se esqueça disso. - Carlos falou encarando aqueles olhos que ele adorava ver se abrindo pela manhã todos os dias.
– Não... - Amélia gritou de olhos fechados ao ouvir o barulho do arco sendo disparado.
Ela olhou para Carlos com a flecha cravada em seu peito, ela queria ir cuidar dele, dizer que tudo ficaria bem. Mas sabia que era mentira. Ela olhou para o Caio que já havia recolhido suas asas, ele estava vindo em sua direção e a olhava com ódio, raiva, amargura e tristeza ao mesmo tempo. Vários sentimentos estavam misturados ali, e nenhum deles era bom. E parou na sua frente.
Ela olhou e viu o corpo de Carlos estendido no chão da sala e tentou se soltar das garras de Anna, mas estava fraca. Queria correr até Carlos e dizer que tudo ficaria bem e que iriam sair dessa juntos como sempre, mas seria tudo mentira.
– Eu avisei que lhe encontraria. - Caio disse não com um tom de voz ameaçador, mas sim com tristeza. Amélia deixou escapar um gemido quando caio esfaqueou sua barriga, ela olhou para baixo e viu seu sangue manchar seu vestido branco. - Sinto muito. - Caio disse para Amélia e retirou o punhal e enfiou-o novamente em sua barriga.
Anna soltou Amélia bruscamente e Caio a segurou antes que caísse e a deitou delicadamente no chão. Ele olhou uma ultima vez para ela e viu no seu olhar que ela o odiava com intensidade e retirou o punhal da barriga dela
– Eu o-odeio vo-você. - Foi a última coisa que Caio ouviu, antes de esfaqueá-la novamente, mas agora, em seu peito.
Amélia gemeu baixo por causa da dor, e aos poucos, seus olhos foram fechando e a imagem de Caio foi ficando embaçada. Até que a única coisa que ela via, era a escuridão ao seu redor.
Caio acariciou o rosto da mulher por quem foi e ainda era apaixonado, ele depositou um beijo nos lábios dela e a deixou ali no chão frio e foi embora, deixando os corpos de Amélia e Carlos para trás.


(Cap. 2) A chegada ao inferno particular


acordou assustada, olhou a sua volta... Tudo não passou de um sonho. Mais uma vez.
– Está tudo bem, ? - Perguntou Sra. Boulervad a encarando.
– Eu... Não... - Ela queria dizer que não. Mas a mulher ao seu lado acharia que ela teria enlouquecido se contasse. - Só foi um pesadelo. - Disse meio sonolenta.
se deu conta que ainda estava dentro do carro, já era noite. “dez e meia” disse em voz alta olhando em seu relógio de pulso. Ela havia chegado ao aeroporto às sete horas da tarde, estava mais de três horas naquele carro pequeno.
– Você dormiu quase o caminho todo. - Comentou a Sra. - Falta pouco para chegarmos.
A Sra. Boulervad tinha razão. Ela entrou numa estrada de terra cercada por árvores enormes, saindo da estrada principal. olhou em volta e tudo que via, eram sombras negras que pareciam propicias a um belo cenário de um filme de terror. Só faltava um monstro ou assassinos aparecerem.
Meia hora depois, lá estava... A famosa escola Amélia Albatroz. A Sra. Boulervad parou o carro em frente ao portão e desceu, abriu o porta-malas e passou a tirar todas as quatro malas, também desceu e ficou admirada. A escola parecia uma daquelas mansões que são usadas para fazer também filmes de terror ou filmes de época. Era protegida por um grande muro, que rodeava todo o terreno como numa prisão, e em cima com barras de ferros bem pontudas que brilhavam com a luz da lua, mas elas pareciam estar ali, para que ninguém saísse ou “entrasse”. E também sem falar nos estranhos desenhos e símbolos no muro e no grande portão de madeira que tinha um aspecto desgastado.
Uma porta pequena de ferro que tinha ao lado do portão de madeira abriu-se e uma mulher com um vestido preto e com uma expressão no rosto nada gentil saiu.
– Está atrasada. - Disse a mulher num tom irritado.
– Me desculpe, o nosso voo atrasou. - Pediu a Sra. Boulervad apertando a mão da mulher e se virou para . - Tenho que voltar, meu voo sai em 5 horas. - Ela a abraçou e sussurrou em seu ouvido. - Você tem tudo o que precisa bem aqui, não se esqueça, e faça as escolhas certas. - A Sra. Boulervad beijou a bochecha de e entrou bem rápido em seu carro. Parecia que ela estava com medo de alguma coisa e queria sair daquele lugar o mais rápido possível. também gostaria de fazer o mesmo.
– Eu sou inspetora Urssula, mas me chame de Sra. Fernandes. Vamos entrar agora, já passou do toque de recolher. - Falou a inspetora em tom de ordem. - Alex, leve as malas da Srta. para o quarto 24. - Ordenou Urssula para um homem alto que estava atrás dela. - Me siga, por favor. - Pediu para .
passou pela pequena porta, e sua mão encostou sem querer no ferro. A imagem a sua volta ficou embaçada, quando melhorou, tudo estava completamente diferente. Ela estava em um grande salão de festa, decorado para um casamento, poderia se dizer, por causa do altar em arco no fundo do salão. De repente todos se levantaram ao som da marcha nupcial, a noiva estava entrando. Seu vestido era longo com varias camadas, havia desenhos de rosas feitas com pedrarias, que brilhavam iguais a um diamante refletindo a luz do sol, seu cabelo preto estava solto e com uma coroa.
queria ver seu rosto, mas o véu o cobria, ela olhou para o noivo que abriu um largo sorriso ao ver a mulher que se tornaria sua esposa. Ele era alto, forte, bonito e com um olhar marcante, seus olhos eram de um azul escuro profundo, parecido com o dela. constatou. Ela olhou para noiva novamente, mas ela havia sumido, então olhou para frente, e viu-se andando em direção ao noivo e olhou para baixo. Estava com o vestido da noiva, ela era a noiva. Ela. O homem com cabelos grisalhos que aparentava ser o pai da noiva a entregou para o noivo.
– Você está linda. - Disse o noivo pegando a mão da , que levou até sua boca beijou. congelou e fechou os olhos ao sentir os lábios dele encostar-se à sua pele. Quando abriu seus olhos, ela estava de volta à escola.
– Mas o que aconteceu? - Perguntou ela espantada.
O noivo era o mesmo homem de seu sonho, lembrou-se . Será que agora ela dava pra sonhar acordada?
– Aconteceu o quê? - Perguntou a inspetora olhando desconfiada para a mais nova aluna.
– O que aconteceu... - Disse tentando achar uma mentira que a inspetora acreditasse. - Com... Com... Com aquela planta, ela esta tão amarelada. - Disse finalmente.
– Ela é assim mesmo. - Disse a inspetora ainda desconfiada. - Agora vamos.
Elas passaram pelo jardim muito bem cuidado, e entraram no prédio. Passaram pela recepção, uma sala grande com sofás perto das janelas de vidro e uma mesinha no centro com um vaso com rosas vermelhas em cima. Subiram as escadas e viraram a esquerda, depois à esquerda e depois à direita, nas paredes dos corredores tinham imensos quadros.
– Todas as gerações da família Albatroz estão nessas paredes. - Comentou a inspetora ao ver o olhar curioso da garota, e continuou andando.
A inspetora parou em frente ao quarto 24, ela abriu a porta e entrou.
– Esse é seu quarto. - Disse ela. O quarto era grande. Com duas camas de solteiro, dois guarda-roupas e com duas escrivaninhas em cada janela. - Essa é sua colega de quarto, Bruna. - Apontando para a garota, que estava deitada em uma das camas já dormindo. O quarto era lindo, olhou pela janela e viu um casal tentando entrar pela janela.
– A Sra. já pode ir agora. - Disse virando a inspetora, para que ela não visse o casal. - Estou muito cansada da viagem, e preciso dormir para não acordar atrasada para aula amanhã. - bocejou falsamente.
– Vejo que você será uma boa influência para a Bruna. Vou deixa-la dormir agora. Boa noite Srta. - E foi embora. fechou a porta e foi para a janela e a abriu.
– Pode entrar, a inspetora já foi. - Disse estendendo a mão para ajudar a garota subir.
– Obrigada, dessa vez eu achei que a Cruella fosse nos pegar em flagrante. - Disse a garota ajeitando seu vestido vermelho que era muito curto. - Sou a Bruna e esse é meu namorado Marcelo. - Que estava já dentro do quarto e sentado na cama.
– Achei que você ia nos dedurar. - Comentou o garoto sorrindo de canto.
– Porque eu faria isso? Não sou dedo duro. E que vocês fazem ou deixam de fazer não é da minha conta contanto que não me coloquem no meio. - Disse séria. - E eu acabei de chegar, não quero problemas.
– Legal, que não tem papas na língua. - Disse Bruna e olhou para o relógio na parede. - Já são dez e quarenta, você tem que ir Marcelo. Anda. - Bruna falou o puxou pelo braço.
– Está bem. - Disse ele indo para a porta e sendo empurrado por Bruna. - Vejo você amanhã. - E deu um selinho em Bruna. - Seja bem vinda novata. - Disse ele para . E a Bruna fechou a porta atrás dela.
– Por que você ficou preocupada com as horas? - Perguntou curiosa.
– Dez para onze, a Cruella manda o Alex fazer ronda noturna. E quase sempre algum idiota é pego. - Respondeu Bruna.
– Pensei que aqui não tinha problemas desse tipo. Li o livro com as regras...
– Aquelas são as regras deles. - Disse Bruna a interrompendo. - Nós alunos, temos nossas próprias regras. E a primeira é: Faça o que quiser, só não seja pego e jamais dedure quem lhe ajudou. - Disse Bruna. - Agora é melhor irmos dormir, as coisas começam bem cedo por aqui. - Bruna falou tirando seu vestido e o jogando no canto do quarto.
suspirou pesadamente, agora ela teria que se acostumar com a rotina do seu inferno.

(Cap. 3) Fazendo amigos


– Bom dia alunos. Já são seis da manhã. Aqui é a diretora, lhes desejando um ótimo dia.
No quarto, acorda assustada com os alto-falantes. Por causa do susto, acabou caindo da cama.
– Isso acontece todo dia? - Perguntou ao levantar do chão e ver Bruna saindo do banheiro.
– É melhor se acostumar. - Bruna respondeu passando batom em frente à porta de vidro do guarda-roupa. - Ela faz isso todo santo dia. - E sentou-se na sua cama. - E é melhor se arrumar depressa, quem se atrasa para o café da manhã, fica sem. - Bruna avisou.
a contra gosto, foi tomar um banho quente para acordar. Tudo que ela queria, era poder ficar na cama e dormir o dia todo. Mais isso seria impossível.
voltou para o quarto e vestiu seu uniforme. odiava ter que usar uniformes. As garotas eram obrigadas a usarem uma saia xadrez preta e marrom que ia até os joelhos, uma blusa branca com mangas longas, uma gravata vermelha e um blazer preto com o semblante da escola no lado esquerdo. E para completar, usavam uma sapatilha preta com meias pretas que iam até a metade da batata da perna. Para os garotos era quase a mesma coisa. Eles usavam uma calça preta e sapato social também preto.
Quando terminou de se arrumar, Bruna esperava para irem juntas ao refeitório. e Bruna saíram do prédio e foram ao segundo prédio branco.
– Minha nossa. Esse refeitório é duas vezes maior do que o da minha antiga escola. - Disse admirando tudo ao seu redor.
– Você tem que ver a área de lazer dos alunos. - Comentou Bruna. - Agora vamos comer, estou com faminta.
Elas entraram na fila que já era grande. Bruna pegou mingau de aveia, torradas com geleia e suco de maçã. pegou suco de uva, torradas com geleia e fatias de laranja.
– Bruna, aqui. - Chamou Marcelo. - Bruna... - Ele gritou acenando com a mão.
– Ali. - Bruna disse apontando para o Marcelo. - Vamos nos sentar.
– Acho melhor não, vai você. - Disse envergonhada.
– Acredite em mim, você não querer sentar sozinha. Só idiotas sentam sozinhos. - Disse Bruna.
Na mesa havia mais duas pessoas além do Marcelo. Outro casal de namorados sentados abraçados.
– Bom dia. - Desejou Bruna para todos cumprimentando Marcelo com um selinho. Os outros encararam , menos o garoto de cabelos pretos. - Gente essa é a , a novata. - Bruna começou as apresentações. - Essa é a Jessica e o David que também são namorados. Pra sua informação. - Bruna cutucou o braço de .
– Oi. - Disseram todos ao mesmo tempo a encarando.
– Oi. - disse se sentando, ao lado da Bruna.
– Então... O que uma certinha como você, fez para parar aqui?- Perguntou a loira para .
– Não entendi. - Disse confusa.
– Você não aparenta ser o tipo de garota que faz coisa erradas só por rebeldia, principalmente para parar aqui. - A loira falou sua conclusão e deu um gole no seu suco de laranja. Enquanto os outros a encaravam.
– Todos que estão aqui, aprontaram alguma coisa que deixou os pais loucos de raiva, e então os mandaram para cá. - Explicou Bruna. - A Jessica estava dirigindo bêbada e sem carteira de motorista. - Jessica, a loira sorriu. - O Marcelo foi pego roubando as respostas das provas.
– E você? - Perguntou sentindo-se deslocada em um grupo de adolescentes rebeldes.
– Roubei o carro dos meus pais e destruir a sala de jantar. Devia ter visto a cara dos meus pais. - Disse Bruna rindo para si mesma lembrando-se da cena. - Só o nosso queridinho David aqui, é o único que se salva. - Bruna disse apontando para o garoto de cabelos pretos. - Ele é o filho da diretora. - Sussurrou Bruna. olhou para ele, e o garoto pareceu incomodado com o comentário. - Agora é você. O que fez de tão grave?
não queria contar o do porquê de sua tia havia a transferido para aquela escola tão longe de casa. Ela não queria lembrar. Bruna e os outros esperaram ela responder, então falou a primeira coisa que veio a sua cabeça.
– Hum... Foi por causa de um garoto, que minha tia não gostava. Só isso. - Ela deu de ombros e mordendo um pedaço da torrada na boca.
– Como assim? - Perguntou Jessica sem entender nada.
– Minha tia não queria que eu namorasse um garoto mais velho da minha antiga e escola. - limpou a garganta. - E achou que me mandando para cá, era o jeito mais fácil de nos manter longe.
– Só isso? Sem brigas, drogas, bebidas ou... Festas proibidas? - Perguntou Bruna.
– Se você acha pouco. - Disse dando de ombros. - Mas para mim tá de bom tamanho. - disse para Bruna. “Se eles soubessem da verdade”. Ela pensou.
– Odeio quando nossos pais nos impõem regras. - Disse Bruna inconformada. - É ai que dá vontade de quebra-las ainda mais.
– Srta. Fernandes de Vasconcelos queira se apresentar a diretoria, imediatamente. - Disse o alto falante. levantou-se deixando seu café da manhã pela metade, e caminhou em direção à saída. Mas parou ao perceber que não sabia onde ficava a diretoria, e voltou para a mesa.
– Será que me podem dizer onde fica a diretoria? - Perguntou ela.
– Posso mostrar para você. - Ofereceu David, falando com a pela primeira aquela manhã. - Se quiser. - sentiu um arrepio ao ver aqueles olhos, mas não de medo, eles lhe pareciam familiar. - Então? Vai querer que lhe mostre o caminho ou não? - Perguntou ele esperando a resposta, já que ela ficou muda.
– Claro. - Disse finalmente. - Por favor.
Ele despediu-se da Jessica com um beijo e saíram do refeitório. Passaram pelo mesmo corredor que havia atravessado a noite para chegar ao seu quarto.
David permaneceu calado e nem olhava para trás para conferir se ela o seguia. Agora que estava de dia, podia ver perfeitamente os quadros, e um lhe chamou atenção, era ele no quadro. O mesmo homem da sua visão. Ele estava de pé ao lado de uma mulher com uma menina nos braços. parou em frente e ficou admirando com aquele casal, principalmente com a menina, que não devia ter mais de dois anos de idade.
– Sr. Tristan albatroz com sua esposa Sandra Albatroz e sua filha Amélia Albatroz. - Disse lendo em voz alta. Ela não sabia por que, mais sentia uma sensação de conforto ao olhar para aquela menina. sem conter o impulso, tocou a pintura.
Tudo a sua volta começou a ficar embaçado, ela sabia o que iria acontecer a seguir, mas nada aconteceu. Ela sentiu uma mão sobre seu ombro e tudo voltou normal, quando se virou, era David. Ela não entendeu o que aconteceu, como ele fez isso? Ele a impediu de ter uma visão.
– Você não deve se afastar, é fácil se perder aqui. Ainda mais para uma novata. - Disse David a olhando de olhos cerrados e tirou a mão do ombro dela.
– São seus avós? - perguntou direto e reto para ele.
– São. - Ele olhou para o quadro. - Eles morreram antes de eu nascer. Agora vamos, a diretora não gosta de esperar. - Disse ele olhando para ela desconfiado, como se soubesse o que tinha acontecido.
Continuaram pelo corredor e um lance de escadas, e dois minutos depois chegaram a sala da diretoria.
– Pronto, está entregue. - Ele disse sentando-se no sofá de couro preto da secretaria.
– Srta. ? - Perguntou a secretaria, olhando a novata de cima a baixo. apenas assentiu. - Pode entrar, a diretora está esperando.
– Tudo bem. - Disse para a secretaria, e se virou em direção ao David. - Obrigada. - Disse para ele, que deu de ombros. Ela bateu na porta.
– Pode entrar. - ouviu a voz de uma mulher e entrou na sala, vendo uma mulher que se parecia com ela só que alguns anos mais velha, sentada em frente a uma mesa. - Sente-se, por favor. - sentou-se devagar na cadeira. - Desculpe por interromper seu de desjejum, mas gosto de falar com os alunos novos antes da aula. - Disse a diretora com uma pasta amarela na mão. - Eu li sua ficha escolar e estou impressionada. Tem boas notas e ótimas recomendações de seus professores. Queria ter mais alunos como você aqui. E espero sinceramente que continue assim.
– A Sra. pode ter certeza. - Disse desconfortável com o olhar daquela mulher.
– Sua tia nos deixou ordens muito precisas em relação a Srta. que algumas não irão agradá-la.-Disse ela levantando-se. – Terá de nos entregar seu celular e qualquer outro dispositivo de comunicação que tenha trazido. O computador está bloqueado e só poderá usa-lo se for para algo relacionado aos estudos, e não poderá se comunicar com ninguém. Você não tem permissão para usar o telefone da escola ou outro qualquer, e só poderá sair da escola acompanhada de um adulto. – listou a diretora. - Sua tia espera que para seu próprio bem, não quebre nenhuma destas regras. Caso isso venha acontecer, serei obrigada a puni-la com os castigos da minha instituição. E mais uma coisa, ela deixou esta carta para você - Ela tirou a carta de uma gaveta e deu para .
– Então quer dizer que estou presa aqui? Sem poder ligar para nenhum dos meus amigos? – Perguntou desapontada e irritada com as atitudes de sua tia.
– Sua tia quer que fique segura aqui. – Disse a diretora sentando-se novamente em sua cadeira.
– E para isso tenho que me isolar do mundo? – Disse irritada. – Se ela me quer presa, tivesse me mandado logo para cadeia, lá pelo menos teria direito a uma ligação.
– Não posso fazer nada, sua tia nos deixou sua situação bem clara. – Disse a diretora. – Era isso que tinha para lhe informar. Pode ir para a aula agora. Se tiver alguma duvida, sabe a onde fica a minha sala.
levantou-se e andou em direção à porta e abriu, mas antes de sair virou-se para a diretora.
– Na verdade, eu tenho uma duvida. – Disse . – A escola pertence a sua família, não é?
– Sim, por quê? – Respondeu a diretora desconfiada.
– Só curiosidade. – disfarçou. – É melhor eu ir para aula agora, com licença. – fechou a porta atrás dela e percebeu que David a observava enquanto saía da sala da diretoria.
– Acha que podemos confiar nela? – Perguntou o homem ao sair da escuridão do canto da sala da diretora.
– Eu não sei Carlos – Respondeu Amélia levantando-se da sua cadeira e ficando de frente para a janela. – Eu a investiguei e não achei nada demais, a não ser o fato horrível que lhe aconteceu na outra escola, mas eu... – Amélia fez uma pausa. – Eu...
– O que foi? – Carlos perguntou abraçando Amélia por trás aproveitando para lhe cheirar o pescoço.
– Ela se parece muito comigo. – Amélia respondeu com a voz embargada. – Quando olhei para ela, parecia que eu estava olhando para um espelho do meu passado. – Amélia sentiu seu coração ficar pesado dentro do seu peito. – Ela se parece muito comigo quando nos conhecemos.
– Não se esqueça de que eles podem estar por trás disso. – Carlos disse no ouvido dela. – Podem estar querendo lhe atingir, e não podemos deixar que eles percebam que conseguiram.
– Você tem razão. – Amélia disse se virando e o abraçando.
– Vou pedir para que fiquem de olho nela. – Carlos falou percebendo que Amélia estava tremendo. – Se ela estiver aqui a mando deles, iremos descobrir e a mandaremos de volta de onde veio.
– Estou tão farta de tudo isso, Carlos. – Amélia disse controlando-se para conter suas lagrimas. – Só quero que isso acabe de uma vez por toda.
– E vai. – Carlos disse com firmeza. – Nós iremos achá-la. Não se deixe afligir por um golpe baixo desses. – Carlos disse revoltado.
Cada um daqueles que fizeram mal a sua família, iria pagar por cada minuto do seu sofrimento.

Capítulo 4 - Primeira conversa e algumas descobertas

seguia pelos enormes corredores do prédio das salas aulas do internato tentando encontrar a sala 13.
— 7, 8, 9, 10. — ela seguia falando em voz alta os números das portas. — Sala 13. — disse aliviada. Ela bateu primeiro e depois abriu, e todos se viraram para ver quem era, a deixando envergonhada. — Oi, aqui é a sala do professor Alexandre Quintanilha? — perguntou enquanto lia a folha em sua mão.
— A srta. é a aluna nova, presumo. — deduziu o professor. balançou a cabeça confirmando. — Está atrasada, sente-se, por favor. — olhou em volta e um garoto de cabelo castanho de corte repicado chamou sua atenção, ele estava com a cabeça baixa e muito concentrado escrevendo qualquer coisa em seu caderno. Seu cabelo grande não deixava que ela visse algo em seu caderno quando passou por ele. Ela viu Bruna acenando com a mão para que se sentasse ao seu lado. — Na aula de hoje, quero que façam uma redação. Quero que inventem uma história sobre qualquer tema, romance, ação, comédia, terror... — tremeu ao ouvir a última palavra, ela sabia muito bem o que era terror. — Quero ótimas histórias, não me desapontem. Vocês tem até o sinal da próxima aula, podem começar.
Todos abriram seus cadernos e começaram a escrever.
— Adoro quando ele pede para fazermos redação. — sussurrou Bruna para .
— Sem conversas. — disse o professor, olhando na direção delas.
abriu seu caderno, olhou para a folha em branco sem saber o que escrever. Então decidiu escrever a pior noite de sua vida. Ela queria desabafar com alguém, mas não podia, essa tarefa foi mais que conveniente. Já que era para inventar uma história, ninguém desconfiaria, e começou a preencher cada linha em branco da folha, sem tirar e nem por, tudo nos mínimos detalhes.
O sinal bateu, alertando os alunos que já havia passado duas horas, na cabeça dela o tempo não tinha passado nem vinte minutos.
— Entreguem as redações e vão para a próxima aula, pessoal. — pediu o professor recolhendo as folhas.
sentia-se mais aliviada como se tivesse tirado um peso enorme de suas costas, saber que alguém além da sua tia iria saber de tudo o que aconteceu de verdade na noite do aniversário da sua antiga escola a deixava mais tranquila por ser a novata. saiu da sala e Bruna acompanhou até o seu armário, ela abriu o cadeado com segredo que por coincidência ficava ao lado do armário da Bruna.
— O que a diretora falou para você? — perguntou Bruna curiosa.
— Ela disse que estou presa aqui. — disse com o tom de voz irritado. — Tenho que entregar meu celular, não poderei usar o computador se não for relacionado com os estudos e ainda por cima... Não posso sair da escola sem um adulto.
— Isso é um absurdo. — disse Bruna indignada. — Se era para você ficar presa, tivessem mandado você para prisão. Aposto que lá você teria mais liberdade.
— Foi isso que eu disse. Mas a diretora explicou que não podia fazer nada, já que foram recomendações da minha tia. — fechou o armário. — Estou farta de todos me tratarem como uma criança que não pode atravessar a rua sem dar as mãos. — falou revoltada abrindo seus braços, e em uma de suas mãos havia um livro.
— Ai... — alguém gemeu atrás dela.
Sua mão direita, que estava segurando um livro, havia acertado o rosto de alguém. Ela virou-se para trás e viu o garoto do cabelo castanho no chão com a mão no olho.
— Minha nossa. Desculpe-me... Eu não o vi. — desculpou-se se atropelando nas palavras.
— Você acertou o livro no meu olho. — disse o garoto sem olhar para ver quem o tinha espancado.
— Não foi de propósito. — abaixou-se no chão e ela colocou a sua mão em cima da do garoto. — Deixe-me ver. — pediu e o garoto de tirou a mão do rosto, quando a viu ficou surpreso. — Não foi nada muito grave. — disse o ajudando a se levantar do chão enquanto ele a encarava. — Por favor, me desculpe... Eu juro...
— Não foi nada... Não se preocupe. — disse o garoto sorrindo para ela. Era o mesmo garoto que estava de cabeça baixa na aula do prof. Alexandre.
— Eu juro que não foi de propósito. — continuou com as mãos no peito.
— Eu acredito em você. — disse simplesmente e depois sorriu para ela. — Eu sou o . — e lhe estendeu a mão.
— Sou , a novata. — Ela apertou a mão estendida. — Acho melhor você por gelo para não ficar roxo. Só pra prevenir.
— Não esquenta, vou sobreviver. Já tive machucado piores. — falou sorrindo de canto.
, você não vem? — um garoto ruivo no fim do corredor o chamou, ele olhou para quem o chamava e depois se virou para ela.
— Tenho que ir agora. A gente se esbarra por aí, tchau. — falou sorrindo maroto.
ficou o observando partir. Ele era alto, um pouco mais alto que ela. Seu tom de pele era pardo, quase igual ao dela, seu cabelo tinha um corte repicado moderno, que cobria um pouco da parte de seu rosto e seus olhos eram de verde escuro que mudava de cor de acordo com a luminosidade, e ela achou simplesmente lindo. Sua boca era rosada e ele tinha aquelas covinhas nas bochechas que aparecem quando a pessoa ri. E por um momento ela imaginou qual seria a sensação ao beijar aqueles lábios. Ele estava com uniforme de um jeito desleixado, a gravata estava frouxa em seu pescoço, o blazer amassado e desabotoado, com o cabelo despenteado. Antes de sair pela porta ele olhou para trás e a viu o olhando partir e sorriu, e pode ver mais uma vez as covinhas em suas bochechas e as perdeu de vista.
— Vejo que ele gostou de você. — sussurrou Bruna tirando do transe em que se encontrava.
— O quê? Não. — disfarçou . — Acabei de espancá-lo. Ele deve estar falando mal de mim agora mesmo.
— Todos conhecem o , ele nunca troca mais do que três palavras com as garotas daqui. — Bruna falou sorrindo maliciosa.
— Então tenho que me sentir lisonjeada? — brincou .
— Se eu não estivesse namorado e estivesse no seu lugar... Sim. — respondeu Bruna fingindo ter pensado para responder.
não ficava com ninguém há muito tempo. O último namorado que teve foi há pouco mais de cinco meses e tudo havia acabado muito, muito mal, e a ideia de ter um novo namorado não soava mal aos seus ouvidos.
— É melhor tirar essa ideia da sua cabeça, ele é meu. — ouviu uma voz irritante dizer depois de ser empurrada contra os armários.
— O quê? — falou aturdida e ousou encarar quem a perturbava. Era uma garota loira com uma fita rosa no cabelo e com o uniforme impecável diante dela.
— Ele é meu. — repetiu a loira novamente. — Se não quiser arranjar briga comigo, é melhor ficar longe dele.
— Eu não sabia que ele havia sido comprado por uma loira oxigenada igual a você. — retrucou sem se deixar rebaixar. Odiava quando garotas metidas tentavam colocar medo nela.
— Você não sabe quem eu sou, é melhor não ficar me enfrentando. — a loira apontou o dedo no rosto de .
— Primeiro, tire esse dedo podre da minha cara. — falou batendo na mão da loira. — Segundo, se vocês são namorados e ele gosta tanto assim de você, não devia ficar preocupada com a novata. — cutucou .
— Você está na minha listra negra, garota. — avisou a loira bufando de raiva e deixando ali.
— Não acredito que a novata enfrentou a bruxa popular. Tenho que dar meus parabéns para você. — falou Bruna batendo palmas.
— Quem é ela? — perguntou olhando para a loira que a fuzilava com os olhos do final do corredor.
— Ela é a ex-namorada inconformada do , a . Terminaram faz um ano e ela ainda tem essas crises de ciúmes. — respondeu Bruna.
— Ele está com alguém agora? Ou ficando...? — perguntou curiosa com sua raiva sobre controle.
— Que eu saiba, ele está livre, leve e solto. — disse Bruna cantarolando. — Agora vamos.
passou o resto do dia imaginando a ideia de ter um novo namorado. Sua tia sempre dizia para superar o que havia acontecido e seguir a fila adiante. E o era um bom candidato.

[...]

Os horários das aulas haviam terminado às 06h30min da tarde. Todos os alunos dirigiam-se para o refeitório para o jantar. andava pelos corredores da escola sozinha, pensando e pondo sua cabeça em ordem.
A ideia de ainda estar em um colégio interno ainda não havia sido processada pelo seu cérebro. Ela andou por alguns minutos e pela segunda vez naquele dia, se viu em frente ao quadro do casal da sua visão. Aquele casal parecia tão feliz, ela não entendia porque tinha visões dos passados das pessoas, ela não tinha visões desde que tinha 14 anos. Por que elas voltaram agora que se mudou para essa escola?
Perguntas e mais perguntas se acumulavam em sua cabeça, mas ela gostaria de saber como David conseguiu impedir que ela tivesse uma visão de seus avos, se é que ele fez alguma coisa. Então ela se lembrou da visão que teve quando se encostou ao portão. Por que não ir lá onde teve sua primeira visão? Mas antes teria que jantar. Ela foi para o refeitório, que estava quase vazio. O cardápio era arroz, feijão, macarronada, bife com fritas, salada e sobremesa de bolo de chocolate com recheio de morango. Ela pegou um pouco de cada.
. — chamou Bruna e ela se se sentou à mesa com o pessoal. — Onde você estava? Fiquei procurando por você depois das aulas.
— Estava perambulando por ai. — disse .
Todos terminaram de jantar e foram para a área de lazer para os alunos, a sala era ampla e grande com máquinas de jogos no lado esquerda da sala, no lado direito perto das janelas, sofás e uma mesa de centro e uma tv de cl de 42 polegadas, e duas estantes com livros. Ela ficou impressionada, na sua antiga escola não tinha lugar para os alunos ficarem reunidos. Ela se aproximou da janela e viu o portão. Era a hora perfeita para ir lá.
, vem jogar com a gente. — chamou Bruna que jogava vídeo game com o Marcelo.
— Acho que já vou dormir. — disse fingindo um bocejo. — Não dormi muito bem noite passada.
— Você é quem sabe. — disse Bruna dando de ombros.
Ela olhou de novo para o portão e se virou rápido demais e esbarrou em alguém, ela se desequilibrou e teria parado no chão se a pessoa não a tivesse segurando antes.
— Me desculpe... — começou , mas travou quando olhou para ver quem era. . Ele sorriu para ela e suas covinhas das bochechas apareceram.
— Eu disse que a gente iria se esbarrar. — Disse ele ainda sorrindo. — Só não achei que seria tão cedo. — disse. Ainda segurava seus braços, ele a soltou e colocou as mãos nos bolsos de sua calça. — Vejo que gostou do uniforme. — comentou zombando. Então ela se deu conta que era a única de uniforme na sala. Ele estava de calça jeans, uma regata branca e uma blusa de frio preta que estava aberta.
— Na verdade eu odeio uniforme, mas eu pensei que só pudessem tirar depois do toque de recolher. — explicou .
Ele a olhou de baixo para cima, como se a estivesse examinando e parando em algumas partes do corpo de .
— Até que uniforme combina com você. — apontou para a roupa dela.
olhou para o lado e viu a encarando com raiva.
— Acho que a sua namorada está com ciúmes. — disse. olhou na direção da e riu.
— Ela não é mais minha namorada. — disse calmamente. Ele deu três passos para frente e ficou a menos de quarenta centímetros dela. — E eu acho que ela tem razão para ficar com ciúmes. — sussurrou no ouvido de com um tom de voz rouco e sexy. Ele se afastou e a olhou e limpou a garganta. — Então... Vai jogar? — mudou de assunto.
— Não, na verdade estava indo dormir. — respondeu .
— Você é do tipo que dorme cedo. — concluiu .
— Na verdade, sou mais do tipo coruja. — brincou. — Mas a viagem foi muito cansativa e quero descansar.
— Então... A gente se vê amanhã. Tchau. — falou se despedindo dela com um beijo no rosto.
— Tchau. — ela disse e se virou para a porta e olhou para o lado e viu que a ainda a encarava com mais raiva, como se tivesse escutado o que ele havia falado em seu ouvido. nem ligou e saiu da sala.
certificou-se de que não havia ninguém quando saiu do prédio por perto e correu para o portão. Quando chegou estava ofegante, parou, respirou profundamente e tocou no portão e... Nada, nenhuma visão. Ela respirou fundo novamente, se concentrou e tocou o portão. Isso. A imagem à sua volta estava ficando embaçada, dando outras formas ao local e percebeu que estava dentro de um quarto grande, com várias mulheres e uma na cama que gritava.
— Força, Amélia... Está quase. — disse uma senhora em frente à mulher deitada na cama.
se aproximou mais da cama, viu que a mulher era a diretora e estava dando a luz.
— Dói muito. — gritou Amélia com o rosto vermelho coberto de suor.
— Estou vendo a cabeça. Vamos, empurre. — disse a parteira.
— Não dá. — ela chorava. viu a cama cheia de sangue. Ela devia estar sentindo muita dor. — Meu Deus, quero o meu marido. — Amélia gritava.
— Vamos, Empurre... Empurre... — falava a parteira ignorando os pedidos de Amélia pelo marido. Um choro de bebê se espalhou pelo quarto. viu a parteira com uma criança nos braços e começou a limpá-lo, a diretora chorava olhando com devoção para aquela criança.
— É um menino ou menina? — perguntou Amélia ansiosa.
— É uma menina. — respondeu a parteira sorridente e entregou a criança para Amélia que a recebeu em seus abraços com carinho. — Como vai se chamar? — perguntou a parteira.
— Vou dar para ela o mesmo nome da minha avó... — Amélia começou a dizer.
Mas tudo voltou ao normal, estava de volta.
não sabia que a diretora tinha uma filha, ela pensou que David fosse filho único. Mas se a diretora tinha tido outro filho, por que esconde isso? O normal seria que a filha também estudasse no Amélia Albatroz com o irmão.
ouviu passos vindos em sua direção cortando seu raciocínio, ela se escondeu atrás do arbusto e esperou. Era o Alex, o ajudante da inspetora, ele olhou em volta procurando algo, mas não achou e foi embora. Ela respirou aliviada.
... . — sussurraram seu nome.
sentiu uma dor forte em seu peito. Ela olhou em volta, não havia mais ninguém além dela.
... ... . — a voz ficou mais alta.
Ela se levantou, saindo de seu esconderijo.
— Quem está ai? Responda. — ela exigiu e esperou pela a resposta que não veio. Nada.
Estava assustada, não tinha uma alma viva no lado de fora. E seja lá quem fosse, não ficaria para descobrir quem era. Ela correu em direção aos dormitórios, a voz ficava cada vez mais alta e mais alta, ela olhava para trás para ver se alguém a estava seguindo... Ninguém.
E novamente esbarrou em alguém, dessa vez com força o suficiente para fazê-la cair no chão. Ela olhou para cima. Era David, estava com tanto medo que ficou feliz em ver alguém, mesmo que esse alguém fosse dedurá-la para a inspetora ou para a diretora. Ele lhe estendeu a mão para ajudá-la a se levantar.
— Você não deveria estar aqui fora. — disse muito sério.
viu que ele estava preocupado com alguma coisa, com ela? Não... Ele nem falava direito com ela e nem sabia que ela tinha saído. Ou sabia?
— Eu sei. — disse ainda ofegante. — É que me perdi procurando a biblioteca. — ela mentiu esperando que ele acreditasse.
— A biblioteca fica do lado esquerdo, depois dos dormitórios. — David falava com ela, olhando para a escuridão em volta e parecia estar pensando em algo sério. Então se voltou para ela. — É melhor saímos daqui antes que alguém nos pegue. — disse finalmente. — Posso ser o filho da diretora, mas isso não significa que tenho tratamento especial, infelizmente não estou livre dos castigos da Cruela. Se é que me entende. — falou David sorrindo pela primeira vez.
Enquanto caminhavam, começou a chover do nada. Eles correram para os dormitórios tentando evitar a chuva. E David fez questão de acompanhá-la até seu quarto.
— Chegamos. — disse parando em frente a porta. — Não se preocupe, não vou contar para ninguém que a peguei no lado de fora. Se eu contar, também ficarei encrencado. — disse como se tivesse lido os pensamentos dela.
— Obrigada. — agradeceu e entrou no quarto.
tirou a sua roupa molhada e foi tomar banho. Ela ficou pensando na menina. Será que a menina morreu e por isso eles não falam dela? Pensou . 9 horas, o sinal do toque de recolher bateu, ela vestiu seu pijama e deitou-se em sua cama dormindo logo em seguida. Seu sono era profundo, e deixou que ela percebesse que alguém estava velando seu sono.
— Eu cuidarei de você. — a voz doce e angelical sussurrou no ouvido de que não afetou em nada seu sono.


Capítulo 5 - Curiosidade é um defeito meu - parte 1




e Bruna já haviam acordado quando a diretora desejou bom dia pelo alto falante. Depois de devidamente arrumadas foram para o refeitório e tomaram o café da manhã. David não olhou para um segundo sequer e também não havia comentado nada com ela sobre a noite passada e fez o mesmo.
Todas as suas primeiras aulas eram com o prof. Alexandre, e caminhou em direção à sala, sabendo que o professor falaria de todas as redações. Ela rezava para que ele não mencionasse a sua. Ela entrou na sala sentou-se ao lado de Bruna como no dia anterior.
- Bom dia pessoal- Disse o professor ao entrar na sala e sentar-se em sua cadeira- Devo dizer que gostei muito das redações, as histórias são ótimas e bem elaboradas. Algumas até aparentam ser verdadeiras. - Comentou o professor olhando diretamente para que tremeu visivelmente- Na aula de hoje vocês irão discutir entre vocês mesmo, ou melhor, entre duplas. - O professor mudou de assunto ao ver o desconforto de - Vocês vão ler a redação um do outro e vão dizer se gostou ou não, o que poderia melhorar, o que faltou, e etc. Escrevam suas versões da história do seu colega e entreguem. Mas as duplas, eu já escolhi. - Professor começou a falar para o total desgosto da turma e começou a falar os nomes alunos que mudavam de lugar. Ele deixou quase no final- e .- Disse finalmente.
sorria abertamente enquanto andava na direção de que tinha suas bochechas coradas, e lá estava ele de novo com o uniforme desleixado, que combinava muito com ele. O estilo de garoto certinho que sempre anda com as roupas impecáveis não ia favorecer em nada o seu porte atlético. Já que ele é o capitão do time de natação.
- Posso me sentar aqui? Ou vai querer se sentar no fundo comigo?- Ele perguntou. não pensou que teria que deixar alguém ler e discutir sobre o que havia lhe acontecido- E então?- continuava parado em sua frente esperando ela responder.
- Por mim tanto faz- Disse de cabeça baixa.
- , a Jessica pode sentar no seu lugar?- Perguntou Bruna- Não gosto de sentar no fundo.
- Claro. - olhou para - Vamos ter que sentar no fundo. - Falou em duvida.
Durante vinte minutos, leu a redação do . A história era sobre um garoto com poderes sobrenaturais, que foi treinado a vida toda para matar, mas não queria. Queria ter uma vida normal como a de qualquer outra pessoa humana. Ela olhou para ele, que parecia concentrado em ler a sua redação e tinha uma expressão séria estampada em seu rosto.
- Sua história é muito boa, a garota que é considerada esquisita, conta para o namorado que pode ver o passado de outras pessoas. Na festa da escola ele tenta matá-la, mas é ele que se dar mal. Devia virar um livro- Disse empolgado- De onde você tirou a ideia de escrever isso?- Perguntou ele mais calmo da sua empolgação.
As lembranças da pior da noite de sua vida veio a sua memória, como um filme de terror. Ela fechou os olhos para não se lembrar. O que era impossível. As cenas sempre se repetiam mesmo ela tentando fazer sua mente parar com aquilo.
- Terra chamando - Brincou estalando os dedos na frente do rosto de - E então? De onde você tirou essa ideia?- Ele insistiu.
- Foi de um filme que assisti.- Ela mentiu.
- Ficou muito legal.- sorriu para ela- Gostou da minha historia?- Perguntou pegando a folha dela de suas mãos.
- É diferente. Identifiquei-me com o personagem. - O que era verdade- Sabe... Ser treinado para matar e a única coisa que ele quer é ter uma vida normal. Temos o mesmo desejo. - Ela abaixou a cabeça depois de ouvir as palavras que saíram de sua boca.
- Você não teve uma vida normal?- perguntou com a voz doce.
- Na medida do possível, pode-se dizer. - Ela forçou um sorriso- Bem... Agora vamos mudar de assunto. Temos lição para entregar.
O sinal bateu anunciando o fim das duas primeiras aulas, todos saiam da sala com pressa esbarrando em , que deixou cair às folhas que estavam dentro de seu caderno. Ela se abaixou e começou a recolher.
- Quer ajuda?- Perguntou David parado na entrada da sala.
- Sim, por favor. - Respondeu , ele se abaixou e ajudou-a. - Obrigada. - agradeceu depois de recolher todas as folhas. Eles levantaram e ela andou em direção à porta.
- ... Espera- David a chamou- Não sei se contaram para você, que segunda é meu aniversario?
- Não. - Respondeu .
- Sei que não conversamos muito... Mas gostaria que você fosse a minha festa. - Disse David coçando o cabelo da nuca.
- Você não precisa me convidar por pena- disse com rispidez. - Por ser a novata.
- Não é por isso. - David abaixou a cabeça. - É que não tenho facilidade para conversar com pessoas novas. A Jessica vive me dizendo para tentar ser mais aberto, e é o que estou fazendo... Ou tentando, sem muito sucesso. - Ele disse rindo- E o que me diz, você vai?
- Se for ajudar você nesse processo, é só dizer a que horas vai ser. - Ele deu um meio sorriso para ela.
- Vai ser às oito horas, pergunte para a Bruna que ela vai dizer o local da festa. - Ele se aproximou dela.- A gente se fala na hora do almoço. Tchau. - Mas antes dele sair da sala.
- David?- gritou- Será que posso lhe fazer uma pergunta?
- Claro- Ele deu de ombros.
- Por acaso você tem uma irmã ou um irmão?- Ela imaginou tê-lo visto estremecer ao ouvir a pergunta.
- Sou filho único. Por quê?- Perguntou ele estreitando os olhos.
- Só por curiosidade- Ela percebeu que ele não tinha acreditado. Ele abriu a boca para falar, mas se adiantou- Tenho que ir agora. Tchau. - Ela passou por ele quase que correndo e saiu da sala.
Quando se encontrou no corredor, respirou aliviada e encontrou a Bruna ao lado de seu armário.
- Você vai à festa do David?- Perguntou Bruna passando batom olhando seu reflexo em um espelho de mão.
- Como ficou sabendo?- perguntou tirando do seu armário os livros que usaria para as próximas aulas.
- Ele acabou de me dizer que lhe convidaria para a festa- Explicou Bruna.
- Você vai?- Perguntou Bruna.
- Disse que sim. Mas eu não trouxe roupa para ir a festas, e quero pedir a sua ajuda. Que talvez deixe você em apuros. - Sussurrou .
- O que é?- Perguntou com curiosa e animada para se meter em confusão.
- Preciso que me ajude a escapar, para ir à cidade mais próxima e comprar alguma coisa de presente para o David. - sussurrou. - Não me sinto a vontade de chegar lá de mãos abanando.
- Isso é moleza, sei de alguém que pode nos ajudar. - Bruna pegou o celular e fez uma ligação. encarou a amiga confusa. Celulares eram proibidos pela escola.
- Alô?... É a Bruna. Preciso de um favor seu... Encontre-me atrás do ginásio em dez minutos. - Disse Bruna ao celular.
- Com quem você estava falando?- Perguntou olhando ao redor para ver se alguém tinha visto a amiga falando no celular.
- Você vai ver. - Bruna falou puxando ao longo do corredor- Agora temos que ir.
Elas saíram do prédio e correram para trás do ginásio. Não tinha ninguém. Bruna olhou as horas no celular e ouviram passos.
- ? O que faz aqui?- perguntou ainda mais confusa.
- Ela me chamou. - Ele respondeu apontando para Bruna.
- O consegue contrabandear qualquer coisa para dentro da escola. E quando digo coisas, são coisas proibidas. - Explicou Bruna.
- Do que vocês precisam?- Perguntou com um caderninho e uma caneta nas mãos.
- Precisamos ir até a cidade fazer compras, mas não tem permissão para sair da escola. É ai que você entra. - Bruna disse.
- Todos aqui têm permissão para sair. - Ele disse olhando para .
- A minha tia achou melhor que eu não saísse depois do que aconteceu comigo. - falou chutando-se mentalmente em seguida.
- E o que aconteceu com você? - Bruna perguntou. Os dois a encaravam.
tinha falado demais, procurou uma mentira viável em sua cabeça.
- Ham... Depois que... - Enrolou- Que fui assaltada. Ela é muito protetora- Disse finalmente.
tirou do bolso um celular e ficou mexendo por um minuto.
- Só tenho espaço livre um dia antes da festa. No domingo às duas horas. Está bom para vocês?- Falou .
- Está - Foi Bruna quem respondeu- Qual vai ser a forma de pagamento?- Bruna perguntou e olhou para a que ficou com o rosto vermelho na mesma hora.
- Considere como um favor meu. - disse para Bruna.
Bruna foi embora e ficou e sentou-se na grama, e se sentou ao seu lado. Os dois ficaram calados e ela resolveu quebrar o silencio.
- Não sabia que você era do tipo rebelde ou homem de negócios. - Disse rindo. - Não que você aparenta ser o tipo, todo certinho. Mas nunca que eu ia pensar isso de você.
- Você acha isso ruim?- Ele perguntou sério.
- Não. Acho legal. - Ela riu- Como você consegue fugir da escola?
- Estudo aqui desde os onze anos. Você sabe como é. Criança adora achar lugares para se esconder. - Ele aproximou-se mais dela.
- É uma época muito boa. Sem precisar se preocupar com nada a seu redor. Só viver um dia de cada vez. - disse rindo para si mesma.
- Era legal sim. Mas com essa idade não podíamos namorar, fugir da escola, ficar acordado depois das nove. - brincou.
- E ainda não podemos- Ela brincou de volta.
- É verdade. Mas agora temos idade suficiente para quebrar as regras. - Ele falou malicioso.
- Para quebrar qual delas? - Ela flertou com ele.
- Sempre tem uma que todos gostam de quebrar. - Ele a olhou de um jeito malicioso fazendo um gesto sugestivo com o olhar para ela. - Tenho que ir para o treino. Vemos-nos depois. - Ele se levantou e foi embora. Ela ficou ali sentada.
- Já está matando aula Srta. ? - Disse a inspetora em pé ao lado de e estava irritada como sempre. - Castigo depois da aula. Agora volte para o prédio. - Ordenou a inspetora.
levantou-se e fez exatamente o que a inspetora mandou. Quando os horários das aulas terminaram, foi para a cozinha. A inspetora estava na porta esperando com um avental e luvas.
- Pensei que não vinha Srta. - Disse a inspetora risonha- A louça suja está esperando por você- empurrou as portas da cozinha, tinha três pias que estavam do lado esquerdo da cozinha. Com uma pilha de pratos sujos dentro.
- Você não vai sair daqui tão cedo. - Disse a inspetora rindo- Pode começar. - E deixou sozinha com os pratos sujos.

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Capítulo 6 - Curiosidade é um defeito meu - parte 2




Quando finalmente terminou seu castigo, estava um caco. Com a roupa molhada, braços doloridos e com o cabelo cheirando a gordura... A única coisa que ela queria era um banho e a sua cama. Ela andava pelos corredores sem ter muito a noção de para onde ir. À noite, os corredores pareciam tudo a mesma coisa. Quando se deu conta de onde estava, viu que era o dormitório masculino. andava silenciosamente pelos quartos, e parou quando ouviu uma voz muito familiar.
- Como ela descobriu?- Perguntou a primeira voz. Era um homem. A curiosidade de aflorou-se ao extremo. Ela já tinha ouvido aquela voz antes.
esconde-se e chegou mais perto para ouvir melhor a conversa. Mesmo sabendo que ouvir conversas dos outros era errado. Mas ela precisava descobrir quem era o dono daquela voz.
- Eu não sei- Respondeu uma segunda voz. David. Ela espiou pela fresta da porta para ver com quem ele estava falando.
Um homem alto de cabelos pretos, vestindo um sobretudo também preto estava de costas encarando a janela.
- Mas você sabe quem é ela?- Ele perguntou. De quem eles estão falando? Perguntou-se .
- Não, ela é novata. Chegou há dois dias. A tia a mandou para cá, porque o namorado tentou matá-la ou algo assim. - Respondeu David.
congelou. Com certeza era dela que eles estavam falando, mas o que aquele estranho queria saber sobre ela?
- Ninguém pode saber sobre sua irmã, ainda mais uma estranha. - Falou o outro homem com a voz séria.
- Ele mentiu- Sussurrou para si mesma.
- Você contou para sua mãe?- Perguntou o estranho.
- Não, queria contar primeiro para você, pai. - David respondeu e os olhos de arregalaram-se.
- Descubra se ela sabe mais alguma. Se descobrir que ela está do lado deles... - O homem se virou e segurou os ombros do David. Mas ainda não dava para ver seu rosto. - Pela vida de sua irmã... Mate-a. - Ordenou.
deu um passo para trás acabando por esbarrar numa mesinha que tinha em baixo de um quadro da escola, fazendo barulho chamando a atenção dos dois rapazes.
Eles saíram do quarto para ver quem era, e se escondeu no quarto da porta da frente e espiou pelo fecho da porta. O homem saiu de vez para fora do quarto com um punhal em uma das mãos que estava erguida, ele olhou para todos os lados procurando por alguém.
- Tem alguém aqui?- David perguntou. Eles olharam na direção da porta, mas não acharam ninguém e do nada um gato preto apareceu e ficou se roçando nas pernas do David- Era só um gato. - Disse David voltando para o quarto sendo seguido pelo o estranho, deixando a porta aberta.
- Tenho que ir agora. Não conte nada para sua mãe, ela já tem muitos problemas com que se preocupar. - Pediu o estranho- Qualquer coisa sabe como me encontrar.
Atrás de suas costas asas negras se desenrolaram, elas eram lindas. O estranho abraçou David. Suas asas bateram e ele desapareceu ao passar pela janela. teve que colocar mão na boca para não gritar. Como ele fez isso? Seu coração estava acelerado, batia tão forte. Se sua tia visse isso a levaria embora dali, o mais rápido possível. E por que David mentiu sobre não ter uma irmã? Por que a vida dela corria perigo? Tinha que descobrir o que estava acontecendo naquela escola, mesmo depois de ouvir o “pai” do David, lhe dar ordens para que a matasse se descobrisse que ela estava do lado dele. Dele quem? E dentro do quarto em que se escondia, levou um susto quando a luz do quarto acendeu. Rapidamente ela se virou para trás para ver quem estava ali junto com ela. A princípio pensou que era o pai do David, mas não era.
- ?- perguntou ao vê-la em pé parada atrás da porta com o rosto assustado.
- Você me assustou- levou a mão a o peito e respirou aliviada por ser .
- O que faz aqui?- perguntou sentando-se na cama expondo seu tórax bem definido esperando ela responder.
- Eu... Eu...- O que dizer? Ela não tinha uma desculpa plausível, e seu peito musculoso estava tirando sua concentração- Estou me escondendo do Alex- Ela mentiu- O toque de recolher já tocou e Alex estava fazendo a ronda.
- Mas o que faz no dormitório masculino?- Ele prosseguiu com o interrogatório.
- Eu me perdi - O que era a metade da verdade- E estava procurando a saída quando vi o Alex. Mas já estou indo embora.
- Se quiser posso te acompanhar- se ofereceu se levantando da cama e o viu só de boxer branca.
- Não precisa- negou com o rosto vermelho olhando para o chão- É só dizer para que lado fica o meu quarto. Tenho que aprender a me virar sozinha por aqui. - Ela deu um sorriso forçado.
- Vire a esquerda no fim do corredor, depois à direita, a segunda esquerda e depois a quinta direita e vai encontrar o corredor para o dormitório feminino- Explicou .
- Obrigada- Ela abriu a porta- Ham... Desculpe-me por acordar você. - Pediu olhando uma última vez aquele corpo e saiu do quarto.

(...)
- Nossa... Olha o seu estado- Bruna disse espantada ao ver entrar no quarto. - O que aconteceu com você?
- Castigo. - disse ofegante respondendo todas as perguntas de Bruna.
- Me deixa adivinhar, ela colocou você para lavar pratos?- balançou a cabeça confirmando- Eu sei como é. - Disse Bruna.
- Vai sair?- Perguntou . Bruna vestia um vestido curto vermelho com um decote generoso na frente. O cabelo castanho solto, que não passava dos seus ombros e um sapato alto, de salto agulha.
- Hoje é terça, Marcelo e eu vamos ir numa festa. Quer vim com a gente?- Perguntou Bruna, analisando seu reflexo no espelho.
- Não obrigada, não sou muito festeira- Negou . Bateram na janela. Bruna abriu e era o Marcelo.
- Não me espere acordada. - Pediu Bruna sorrindo sugestivamente. Ela sentou-se na janela, virou seu corpo para fora e Marcelo ajudou a descer.
- Tenha uma boa noite. - Desejou o Marcelo.
procurou sua camisola, toalha, sabonete e escova de dente e foi para o banheiro feminino. Meia hora depois saiu do banheiro, renovada. Só precisava dormir um pouco agora.
Estava voltando para o quarto, os corredores estavam com pouca iluminação.
- ... - Sussurraram seu nome. - Você deve morrer. - Um tremor percorreu o corpo de .
Ela olhou para trás e tinha um garoto parado a uns dois metros de distância dela.
- Quem está ai?- Ela perguntou assustada.
O garoto deu três passos para frente e ficou debaixo da luz. Era ele.
- Não reconhece mais o seu namorado? Meu amor. - Zombou o garoto. o reconheceu.
Ele levantou o braço, estava segurando o mesmo punhal de prata. arregalou os olhos e correu, e ele correu atrás dela. O corredor parecia não ter fim, quando chegou perto do seu quarto ele a agarrou e a derrubou no chão. Ela lutou. Se debatia para ele soltá-la e nada. E ele só olhando com um sorriso assustador, ela começou a chorar.
- Por favor... Não faça isso- Ela chorava desesperada.
- Não posso deixar você viver sabendo o que é. - Ele a beijou contra a vontade dela - Tenho que fazer isso, e livrar o mundo de pessoas como você. - E cravou o punhal em seu coração.
acordou em seu quarto, assustada. Respirou aliviada quando viu que tudo foi um sonho. Quando de repente, do canto escuro do quarto... Ele saiu.
- Achou que eu não voltaria?- Ele ficou em cima dela na cama começou a golpeá-la com o punhal em várias partes de seu corpo.
- Não, por favor... Solte-me, sai de cima de mim. Não. - gritava enquanto ele a esfaqueava.
- acorda, - Disse Bruna.
acordou ofegante e viu a Bruna e o Marcelo em pé ao lado de sua cama. Ela olhou em volta, não havia mais ninguém além deles. passou a chorar, e a Bruna abraçou-a.

- Está tudo bem- Tentando consola-la - Foi só um pesadelo. Shiiii.- Bruna dizia tendo sua voz abafada pelos soluços de .
vendo que tudo não passou de um sonho e que não estava mais sozinha, se acalmou.
- A gente chegou e você estava gritando enquanto dormia. - Disse Bruna dando um copo com água e um calmante para ela.
- Obrigada. - Agradeceu . Pegou o copo e tomou o comprimido.
- Meu pai é psicólogo, e eu posso jurar que você teve um ataque de pânico durante seu sono. - Disse o Marcelo.
- Foi só um pesadelo horrível. Agora só preciso dormir. - deitou e se virou para a parede, ignorando o casal.
- É melhor você ir agora Marcelo. precisa dormir e eu também. - Falou Bruna encarando a nova amiga com pena.
- Tudo bem. Qualquer coisa me chame - Ele a beijou e saiu do quarto.
O pesadelo parecia tão real para , ela o sentia a esfaquear de verdade. A dor era real. Aquilo não podia ter sido um sonho.

oOoOoOoOoOoOoOo

Capítulo 7 - Começo de uma investigação - parte 1




Três dias se passaram desde o dia em que ouviu a conversa entre David e seu pai. Ela evitou a companhia de David o máximo que pode. Seu pai havia dado ordens para ele descobrir se ela estava ao lado dele, ao lado de uma pessoa que ela nem sabia quem era. não conseguia encarar David. As palavras do pai dele vinham em sua mente a fazendo tremer de medo e recuar.
estava no pátio dando uma volta para pensar no que dizer para que sua tia a tirasse dessa escola. não queria ir e deixar os amigos que fez para trás, mas seu medo era maior. E agora ela teria que convencer a sua tia que o melhor para ela agora, era voltar para casa. Mesmo que pudesse encontrar a família do seu ex. Ela estava mergulhada em seus pensamentos quando ouviu a voz de quem ela menos queria ver agora.
espera... .—Chamou David.
olhou para trás e viu David correndo em sua direção, ela por sua vez, fingiu não tê-lo visto e continuou andando rápido. Mas ele a alcançou e a impediu de fugir, a segurando pelo braço.
– Ei... Você não me ouviu chamá-la?—David perguntou rindo tentando disfarçar seu nervosismo.
– Estava distraída—Ela engoliu em seco—Não ouvi você.
– Será que posso conversar com você?—Perguntou David sem soltar o braço dela.
– Estou meio que atrasada. — Ela sentiu um frio no estomago.
– É rápido. — Ele disse meigo. sem saída assentiu com a cabeça — No outro dia você perguntou se eu tinha uma irmã ou um irmão. Eu queria saber por que está interessada em minha família?—David perguntou sem demonstrar seu real interesse pela resposta.
estremeceu. Lembrou-se do que o pai dele havia dito sobre ela. O que ela ia dizer? Tinha que ser convincente. David estava parado esperando que ela respondesse. Mas queria sair correndo dali e fugir para o mais longe possível.
– Eu só queria saber se você era filho único ou se seus pais tinham outro filho. Só isso. Por quê?— respondeu dando de ombros e ele a olhou não acreditando nem um pouco nas palavras dela.
– É que ninguém pergunta sobre a minha família, e achei estranho. —Ele colocou as mãos no bolso soltando seu braço. — E você tem irmãos?—David perguntou demonstrando interesse nela.
– Não, sou filha única. Meus pais não tiveram a chance ter outros filhos. — respondeu com a voz séria.
– Sinto muito. — David disse realmente sincero – E seus pais? Eles virão visitá-la?—David perguntou estreitando os olhos, tentando descobrir uma mentira nas respostas dela.
– Meus pais morreram quando eu tinha apenas dois anos — respondia o mais sincera possível.
– Eu lamento a sua perda — David disse desconfiado. Ser uma órfã era muito conveniente para ela. —Você deve sentir falta deles —David comentou.
– Uma pessoa não pode sentir falta de uma coisa que não se lembra. — respondeu seca. Eles ficaram se encarando por alguns segundos depois da resposta dela.— Bom, tenho que ir agora. Tchau. — despediu-se e caminhou para longe.
saiu dali o mais rápido que pode. Ela teve um impulso de contar tudo a ele. Sobre sua vida e sobre tudo da família dele, mas se conteve. Ela mal o conhecia para sentarem e desabafarem sobre suas vidas, ainda mais quando ele queria descobrir alguma coisa errada para poder enfim, acabar com a vida dela.
Agora ela tinha certeza que tinha que ir embora o mais rápido possível. Mas a cada segundo, sua curiosidade em ficar sabendo de todos os detalhes dessa historia, ficava cada vez maior. Ela precisava investigar a família do David, e aí depois, poderia ir embora. É isso mesmo. Mas precisaria de ajuda e sabia muito bem a quem recorrer.
encaminhou-se para área de lazer dos alunos, estava sentado em volta de uma mesa jogando pôquer com mais três alunos. Ela se aproximou da mesa, sorriu ao vê-la, e suas covinhas apareceram, fazendo as bochechas de esquentarem.
– Oi . —Ele levantou-se da cadeira e a cumprimentou com um beijo no rosto. — Quer jogar? Senta ai. — puxou a cadeira para ela sentar-se.
– Não, obrigada. — Ela recusou — eu quero falar com você... Ham... A sós. — Ela falou olhando para os outros três garotos da mesa.
– Tudo bem. Volto depois pessoal. — falou dirigindo-se aos seus amigos.
saiu da sala e depois do prédio, com em seu encalço e foram para o jardim, onde ninguém pudesse ouvi-los.
preciso da sua ajuda — falou olhando em volta para ver se não tinha ninguém — Preciso entrar na sala de arquivo confidencial.— explicou quando arqueou as sobrancelhas esperando para que ela falasse.
– Podemos ser expulsos se formos pegos. Ninguém pode entrar lá além da diretora. — Ele a olhou desconfiado. — O que quer saber?— perguntou curioso.
– Preciso checar uma coisa na minha ficha. — mentiu. —Tinha esperanças que me ajudasse.
– Hum... — Ele apenas falou e pensou — Vai ficar me devendo uma. — Ele falou sorrindo de canto.
– Obrigada. — Ela o agradeceu e o abraçou.
– Me encontre meia hora depois do toque de recolher na diretoria, nos fim de semana são dez e meia que o sinal bate. Não se atrase. — Ele recomendou.

(...)

esperou impaciente as horas passarem, uma hora havia passado desde o toque de recolher e Bruna estava dormindo. Ela levantou e saiu do quarto, certificou-se de que não havia ninguém no corredor e foi para a diretoria. estava sentado no sofá, batendo pé nervosamente.
– Está atrasada. — Sussurrou ele ao vê-la.
– A Bruna enrolou para dormir. — Sussurrou de volta em resposta.
levantou e andou em direção à porta da sala de arquivos.
– Agora vou fazer a minha mágica — falou jogando o estojo no ar e o pegando, virou-se de costas ficou mexeu na maçaneta da porta e a empurrou a deixando aberta — Pronto. — Ele falou sorridente.
– Como você abriu a porta tão rápido? — perguntou impressionada.
– Tenho copias das chaves de todas as portas que não tem trava de segurança. — falou mostrando o molho de chave que estava dentro do estojo.
– Como você... — Ela começou a pergunta e riu — Deixa pra lá. Vigia a porta e se alguém aparecer assobia. — Ela pediu.
entrou na sala, havia vários armários de cor bege, não sabia por onde começar. Vasculhou por um longo tempo todos aqueles arquivos e já estava perdendo a esperança de encontrar alguma coisa ali.
Mas uma voz lhe disse para procurar no ultimo armário da sala. Ela não sabia de quem era a voz, mas seguiu o conselho.
– Estou começando a achar que estou maluca — falou para si mesma.
Remexeu em tudo e nada. fechou a porta do armário com força, fazendo um quadro que estava ao lado cair e deixar a mostra uma pequena abertura na parede. Um fundo falso.
tentou abrir, mas não tinha maçaneta ou qualquer lugar para uma chave de qualquer tipo.
– Como é que vou abrir isso agora?— perguntou passando os dedos pela abertura que começou a brilhar. pôs a mão na frente do rosto por causa da luminosidade e olhou para frente. A pequena abertura estava aberta e ela pôde ver uma pasta amarela.
pegou o documento o abrindo e percorreu os olhos nele e ficou surpresa. O documento era sobre a adoção de uma menina.
– A diretora entregou a própria filha para adoção. Como teve coragem? — falou indignada.
Ela ouviu um assobio. Era o , estava dando o sinal de alerta. Ela colocou o documento na abertura e a fechou colocando o quadro de volta no lugar e saiu da sala devagar e se escondeu atrás da mesa da secretária com . Era o Alex fazendo sua ronda noturna. Quando ele foi embora os dois respiraram aliviados:
– Achou o que procurava? — perguntou.
– Achei. — respondeu evasiva.
– Está bem, agora temos que ir antes que o Alex ou outra pessoa nos ache aqui. — sugeriu.
– Obrigada — disse e lhe deu um beijo demorado em seu rosto — Por me ajudar. Boa noite.
voltou para o dormitório.
Ela passou a noite toda pensando por que a diretora entregou a filha para adoção, o que o pai do David havia dito sobre a irmã correr risco de vida e como asas negras haviam saído de suas costas. Havia muitas perguntas e poucas respostas, mas tinha uma coisa que a incomodava muito. Por que tinha esse interesse em saber sobre a vida da família do David? Ela não tem nada haver com o que eles faziam ou deixavam de fazer. Tinha que acabar com essa investigação.
Algo dizia a ela que coisa boa não estava para acontecer.

13 comentários:

  1. AAAAAAAAHHHHHH!!!!!!!!!!! Muito curiosa pra saber como isso vai se desenrolar, continue logo por favor, pois vou estar aqui ansiosa para acompanhar essa fic :D

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  2. AMEI,QUE FIC MARAVILHOSA E ESSA ,FAZ COM QUE A GENTE QUEIRA MAIS,ADOREIIIIIIIIIIIIIIIIII.

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  3. Estou apaixonada.... que fic mais misteriosa, continua porfavor......

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  4. De quem sera a voz misteriosa??
    Por favor maisss...
    Bjs

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  5. Adorei a fanfic. Esse mistério que a penetra me encantou. Agora sobre a voz misteriosa tenho uma certa ideia de quem seja. Era a voz de Amelia na lembrança, só pode. Espero que você não demore muito a postar, estarei esperando ansiosa para um novo capítulo. E claro, adorei a forma como você se expressa.

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  6. Se pudesse lia esta fic todos os dias, a toda hora, mas como tenho que esperar novas postagens a unica coisa que me resta é ficar ansiosa e pedir que não demore :D Por favor poste outro cap logo pois estou amando esta fic e estou mto interessada pra saber o que vai acontecer. A-M-A-N-D-O !!!!!!

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  7. Omg!! Estou adorando a fic. Esse clima de suspense e aventura... Está tudo perfeito! *o*
    Essa PP, pelo visto, terá muitas surpresas pela frente... Surpresas e a chata da sua rival promete infernizá-la. Affs!! ¬¬ Se prepare...
    Adorandoooo demais, demais!! E vou acompanhar com certeza. :3
    Bjinhossss!!!!

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  8. Amandooooo......continua porfavor.....♡♡♡♡

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  9. Por favor, continua. Sua fic é muito boa.
    Vc escreve muito bem suspense. Me deixa superrrrr curiosa rsrs
    Aguardo ansiosa.

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  10. Ameiiiiii.....por favor continua to super anciosa pra continua.

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  11. A fic é maravilhosa e promete...mas ta me deixando louca esperando a atualização...por favor continua...super anciosa

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  12. Aiaiai essa historia esta muito boa continua e bastante legal quero saber mais ....

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