6 de março de 2011

Save me by Adri

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Save me










O vento passava por mim bagunçando meus cabelos afastando a dor que sentia. Não, não pode ser ela, pode?Isto não pode estar acontecendo. Ela mora muito longe daqui. Pensava enquanto corria o mais longe possível daquela escola. Estaria pagando pelas mortes que cometi?Seria esta uma punição? Questionava sobre o fato de encontrá-la novamente ainda mais ali. Nunca tinha sido bom ir para a escola, entediante, era a palavra que definia meus dias durante os horários escolares, mas depois de hoje talvez mudasse para outro.
Um significado carregado de dor, medo, insegurança. Tudo ainda está vívido em minha mente mesmo depois do tempo que se passou. Não sei dizer se o fato de parecer ter me reconhecido fora bom ou não. As vozes se afastavam e eu podia ouvir agora somente a minha. Este era um grande começo. Minhas confusões já me bastam para tentar desvendar ou aguentar. Não preciso de mais outras para atormentar minha paciência.
Imagens de um passado que não queria lembrar, porém minhas características após a transformação jamais permitiriam que eu as esquecesse. A queimação na garganta aumentou e meu monstro interno pediu, implorou-me, que eu voltasse lá e terminasse o que tanto almejei durante o tempo que me mantive longe. O aroma delicioso de seu sangue fazia-me perder a noção e abandonar qualquer cuidado. Podia sentir o gosto ao fechar meus olhos.
Puxei a ar com força tentando limpar meus pulmões daquele cheiro viciante. Ela é uma droga para mim. A mais viciante e perigosa de todas. Aumentei minha velocidade indo para a floresta. Precisava caçar e diminuir a dor implacável de minha garganta. Sentia o veneno ser liberado em minha boca somente por sentir o cheiro. Visualizar suas bochechas coradas ao fitar-me de nada ajuda, mas o seu rosto não sai de minha cabeça.
Ao sair da escola, ou melhor, do pátio escutei os pensamentos confusos de meus irmãos até a compreensão aparecer nos pensamentos de Jasper. Podia ver em sua mente a intensidade de minha sede por sangue da “garota” como ele disse. O sangue dela cantou, sempre cantava, para mim. Sinto-me preso a ela. A necessidade de sentir o gosto de seu sangue. Deixar-me levar por seu cheiro tão apelativo para mim.
A ideia de tê-la tão perto, vulnerável, e... Humana. É algo que sem dúvida me desnorteia. O desejo de provar o que mais chama minha atenção. O seu sangue, o seu doce e inebriante aroma. E para minha deplorável situação pude constar que o aroma parecia ainda mais forte, mais chamativo do que antes. O clamar de seu sangue, combinado com a dor de minha garganta poderiam significar a destruição. Tanto a dela quanto a minha.
Mas eu não podia esperar e explicar, depois pediria desculpas, todavia agora não. Sabia que a única saída para ela, para mim, era manter-me afastado. O mais longe que eu pudesse. A liberdade de correr fazia-me deixar de lado um pouco a aflição ao deparar-me com ela. O baque de vê-la parada no pátio conversando com outras garotas me fez esquecer de todas as pessoas a nossa volta.
Fez com que eu travasse e Jéssica comentasse algo em seu ouvido fazendo-a olhar curiosa na direção apontada pela menina a sua frente. Minha reação de certo chocou a garota mais “popular” da escola. Podia ouvir as palavras de odeio que a mesma gritava em sua cabeça insultando a minha menina. No momento, por estar nervoso, seu movimento humano pareceu-me ainda mais lento.
Quando seus olhos verdes encontraram os meus e ouvi a batida de seu coração falhar e acelerar numa rapidez incrível. Prendi minha respiração, receoso com sua reação. Não pude definir se fizera aquela expressão por minha “beleza vampirica” ou por reconhecimento. Peguei no meio de uma luta interna eu queria que fosse pela minha aparência, mas ainda tinha uma parte, que devo dizer maior que a outra, e esta pedia, implorava, por ser lembrado.
Sua boca entreabriu-se e ela falou algo que não prestei atenção. Seus cabelos castanhos chocolate balançaram de um lado para o outro trazendo até mim seu aroma delicioso. Prendi minha respiração uma vez mais e fugi daquele lugar. Fugi como um covarde. Eu queria enfrentá-la, mas o medo de magoar Carlisle e Esme me travou. Não queria fazer tal coisa, nada me pareceu mais vergonhoso, porém era o melhor para ela e para minha família.
Podia ouvir enquanto corria pela floresta meu celular tocando insistentemente no bolso de meu casaco. Peguei-me mais de uma vez levando a mão até o local onde o guardara e descendo-a imediatamente. Não iria embora. Desta vez, eu iria enfrentar. Até o final, mas preciso de um tempo para mim. As chamadas não cessam fazendo-me desistir de ignorá-los. Suspirei e peguei-o sem nem mesmo olhar o visor.

-Ed?Está me ouvindo.

-Sim, Ally.

-O que houve?Ficamos preocupados.

-Conversamos em casa.

Falei e em seguida desliguei o telefone procurando por minha presa. Escutei as batidas do coração de cervo próximo a água do rio e fui até ele pulando em suas costas e mordendo o pescoço ao tocar seu pelo. Alimentei-me dele e mais dois. O medo de machucar alguém, de machucá-la, deixa-me sem chão. , este é o nome dela. Nome que jamais esquecerei. Sentei-me numa pedra a beirada do rio e fechei meus olhos desejando dormir.
Diferi o som de passos delicados aproximando-se e pude escutar as batidas descompassadas de um coração. O vento vinha em minha direção acertando-me o aroma. Ao senti-lo fiquei rígido por um momento. Era ela. As batidas do coração dela estavam aceleradas, ela sentia medo. Descobrir isto fora mais doloroso do que qualquer outra sensação. Não queria que ela tivesse medo de mim.
Fechei meus olhos ignorando a sua presença. Ainda que estivesse longe. Sabia que procurava por mim. Seus pensamentos eram claros, como a água de uma cristalina nascente. A vontade de mordê-la surgiu em minha cabeça e me vi montando alguns planos para depois fingir que nunca existiram. Agora, o aroma estava mais forte, e isto só piorava conforme ela diminuía a distância entre nós.




CAPITULO 2

Uma corrente de ar veio em direção a mim. E prendi minha respiração. Era o cheiro dela. Soltei o ar aos poucos e busquei por ar limpo. Tentando manter-me com o pensamento no lugar. Junto ao seu cheiro tentador. Uma perguntou surgiu em minha mente: Como ela havia me encontrado aqui? Eu queria e ao mesmo tempo não queria saber. E também estou confuso por não saber o que a traz a aqui. Outra lufada de vento trouxe seu aroma.


Meu mostro interior rugiu dentro de mim. Ele estava ansioso por colocar em prática os planos traçados rapidamente, desde a primeira vez que a vi. Podia sentir o quanto parecia perfeito. Ninguém desconfiaria de nada. Havia se metido na floresta sozinha. E lá, tem vários bichos. E, com certeza, algum deles poderia pegá-la. Sacudi minha cabeça sentindo-me culpado. Seria forte, poderia agüentar. Eu vou agüentar, por eles.


-Não posso fazer isto com Carlisle e Esme. Eles me aceitaram de volta depois de meus erros. Não irei errar outra vez. – Sussurrei baixinho e continuei. - Não vou decepcionar minha família.


Ouvi passos tímidos e um galho próximo a entrada do lugar onde estava estalou. Era agora, estava aqui. O cheiro dela acertou-me como uma flecha e aproveitei a corrente de ar contrária para puxar ar limpo e respirar mesmo sem precisar. Queria sugar o máximo de ar e formar um estoque para suporta o que estava por vir. O que ela fazia aqui? Como chegou aqui?Eram perguntas que provavelmente não teria uma resposta. E o principal o que fazia no meio da floresta sozinha?


Talvez, sozinha, fosse mais seguro. Retruquei-me em pensamento. No momento eu era a grande ameaça. Somente eu. Fechei meus olhos e tentei descobrir onde ela estava. Sua respiração estava entrecortada, sentia-se nervosa. Levantei-me devagar e no momento que iria sair de lá, deixando-a uma vez mais, porém em segurança, o que eu menos esperava aconteceu. Num rompante eu vi meus pensamentos entrarem em conflito. Sempre acontecia isto quando o assunto era esta menina.


Ela saiu de trás de seu “esconderijo” e deu um passo a frente receosa se deveria ou não chegar mais perto. Sua respiração estava lenta e pesada. Ao contrário de seu coração. Como era bom escutar as batidas de seu coração, do meu coração. Há muito tempo ela o tinha consigo. Ficamos parados por algum tempo apenas nos fitando. Não sabia o que dizer. Não havia nada que eu pudesse falar. Pensei em virar para ir embora, mas não podia.


Num ato reflexo dei as costas para ela. Seria mais fácil assim. Doía Vê-la e saber que não poderia tê-la. E nada nela fazia sentido. Nós dois sabíamos que não teríamos futuro. Ela conhece o meu segredo, o de minha família. E ainda assim não quis afastar-se. E por isso, eu o havia feito. Iria cuidar dela, mesmo que a distância. Fitá-la agora era como ver um fantasma. O de meus medos, inseguranças. Perto dela eu me sentia apenas um menino. Não um vampiro com tantos anos de experiência.


-Edward?- Chamou-me baixinho.



Ouvi-a chamar-me causou-me uma sensação de alivio, nervosismo, alegr
ia e agonia. Uma mistura de sentimentos humanos que só apareciam em mim quando estava em sua presença. Sua voz doce e cautelosa deixou-me envergonhado por um momento. Teria ela seguido em frente? Aceito o que fiz? O que queria ali comigo?A ideia de olhar seu rosto e ver a raiva em seus olhos me tira o foco. Não sei se agüentaria. Havia afastado meus olhos dela, mas ao ouvir sua voz uma força invisível me obrigava a olhá-la.


Puxei o ar outra vez e parei de respirar antes de voltar-me para ela. Virei lentamente com medo de assustá-la. Ao vê-la o sol bateu no local onde estávamos e seus lindos olhos ganharam uma coloração dourada e podia vê-la me fitar com... Carinho? Impossível, depois de tudo ela nutrir algo assim por mim. Fitei-a nos olhos e vi que esperava por uma resposta minha e pensei por um momento se devia responder ou não. A dor nos olhos dela me fez agir.


-. – Falei e assenti calmamente.


Dizer seu nome em voz alta deu-me uma alegria há muito tempo esquecida. E notei um pequeno sorriso formar-se no canto de seus lábios. Parece que ela também se sentiu bem com isto. Um pensamento que não era meu invadiu minha mente “Tinha me esquecido o quanto ele fica lindo no sol.” Balancei minha cabeça por lembrar-me o quanto absurda ela é. Vi-a dar um passo a frente e parar voltando a me olhar.


Refleti sobre o que falei e não era exatamente o que eu queria dizer, mas não podia falar sobre qualquer outro assunto. Não depois de tanto tempo. De tê-la abandonado. Ela parecia perdida em pensamentos. Revivia os dias de quando a deixei. Ver a dor que lhe causei foi horrível. Em pensar que tudo o que fiz foi para protegê-la. Apesar de Alice ter me alertado antes de agir eu segui em frente. E faria de novo, porém sei que não seria tão fácil. Ou faria?


- Como chegou aqui? – Ouvi minha voz perguntá-la.
Vi seu rosto corar lindamente e ela abaixou o rosto. Com certeza esta era a última pergunta que ela esperava que eu fizesse. Sorri de lado sabendo que estava tentando ganhar tempo. A curiosidade estava maior do que minha vontade... Antes que pudesse completar meu pensamento achei que seria mais sã tentar persuadia-la a contar-me como tinha vindo até aqui, e o principal como sabia onde me encontrar. Minha voz soou como uma repreenda.


-.


Ouvi-a rir baixinho. Ela levantou seus olhos e eles capturaram os meus. São lindos e transparentes. Vi-a mexer em seu cabelo pensando numa reposta. De fato, não queria me contar a verdade. Franzi meu cenho especulando mentalmente o que seria tão “grave” ou “problemático” ao ponto de ter em segredo a forma como havia me encontrado. Surgiu compreensão em meus olhos e apertei minha contra o punho da outra. Como não havia pensado nisto antes?


-Alice. – Soltei irritado.


-A Ally somente queria ajudar, Edward. Por favor, prometa-me que não irá brigar com ela.


Desviei meus olhos dos seus. Estava irritado. Alice não tinha o direito de ter trazido ela até mim. Este é um assunto meu. Ninguém tem nada com isto. Sinceramente, ás vezes é complicado. Sei que não fez por mal. Minha irmã acompanhou de perto toda a minha dor, mas isto não significa que possa se meter neste assunto. É complicado, muito complicado. Eles não entendem que eu sou perigoso. Perigoso para ela.

-, por favor, não me peça isto. – Pedi por entre dentes.


-Edward, eu exigi. É sério. – Continuo afirmando.


Lembro-me perfeitamente bem que elas duas eram melhores amigas. Jamais deixaria que eu brigasse com Alice com motivo... Ou sem. Uma rajada de vento passou de mim para ela, e senti cheiro de outros humanos na floresta. Dei um passo para dentro da floresta me afastando da corrente de ar. Manter-me em controle somente com o cheiro dela era difícil, e ainda pior com o auxilio de terceiros.


-Me promete?


-Tudo bem. – Respondi deixando meus ombros caírem.


Comecei a me afastar dela, caminhando em direção ao outro lado da clareira. Logo iria embora, e outra vez deixaria meu coração para trás, mas desta vez não teria volta. Estava tão perdido em pensamentos que o som de sua voz fez com que eu paralise no lugar onde estava tentando decifrar as sensações de seu coração que batia apressado. Seria medo? Tristeza?O que ela estaria sentindo?



-Como está? – Perguntou-me carinhosa.



Aquela pergunta era a única que eu não pensei que escutaria. Mesmo depois de tudo que a fiz passar, queria saber como eu me sentia. Uma vez mais me senti um monstro. Não por ser um vampiro, mas sim por tê-la feito sentir tanta dor em vão. Reencontrá-la agora é reabrir as feridas que estavam tentando com muito custo cicatrizar, porém agora estavam abertas novamente, e sem previsão de cura.



-Hmm... Bem. – Vi-a desviar os olhos do meu. – E você?



-Indo. – Disse e sorriu triste. – Senti sua falta.



Segredou-me num sussurro e sem me dar conta um sorriso torto apareceu em meu rosto sendo correspondido pelo dela. “Ah, como senti falta desse sorriso, do meu sorriso. De perder o ar vendo-o.” E depois os pensamentos sumiram de minha cabeça fazendo-me erguer a sobrancelha dubitativamente lhe arrancado uma gostosa e contagiante gargalhada. Ver seus olhos brilhando é o melhor presente.



(ligue a música)




Loving you like I never have before(Amando você como nunca amei ninguém antes)


I'm needing you just to open up that door(E precisando que abra esta porta)


If begging you might somehow turn the tides(Te implorando, como se, de algum modo, pudesse mudar a situação)


Than tell me too I've got to get this off my mind(E me peça também, eu preciso tirar isto da minha cabeça)




É incrível como depois desses dois anos eu continue amando-a como nunca amei ninguém antes. E jamais irei amar. Queria poder ver que ela abriria a porta de seu coração novamente para mim. Será que valeria a pena? Estou disposto a implorar se isto de algum modo possa mudar a nossa situação? E espero que ela me peça também. Peça que tire esta dor de minha cabeça e possamos seguir em frente. Juntos, da maneira que sempre quis.


Lamentei mentalmente o dia que fui embora. Deixando-a para trás com as lágrimas escorrendo por seu rosto. O sorriso perdido nas imagens do passado e a dor em seus olhos. Tudo estava ali na minha frente. Eu nunca pensei que diria estas palavras. E eu as falei com tanta convicção. Jamais havia pensando que precisaria dizer, mas hoje, posso afirmar que outro dia sozinho é mais do que posso suportar.



Won't you save me?(Você não vai me salvar?)


Saving is what I need(Salvação é o que eu preciso)


I just wanna be by your side(Eu apenas quero estar ao seu lado)


Won't you save me?(Você não vai me salvar?)


I don't wanna to be(Eu não quero ficar)


Just drifting through the sea of life(Apenas vagando sem rumo neste mar da vida)




Eu sei ao fitar seus olhos que somente você poderia me salvar. Dar-me vida uma vez mais como já fez. Salvação é o que eu preciso. Não imagino que voltemos a ficar juntos como antes, porém apenas estar ao seu lado me basta. Poder ver o brilho nos seus olhos. O seu sorriso de felicidade por situações tão bobas. A alegria feita por pequenos detalhes. Você não vai me salvar? E a pergunta que queria fazer.


Sinceramente, não quero ficar apenas vagando sem rumo através do mar da vida. Preciso de um motivo para continuar. Minha existência desde o dia que a deixei perdeu a cor, a luz, a vontade de seguir em frente. Lembro de ter voltado para a minha casa. Minha família aceitou-me novamente e saber que agora tudo poderia ser diferente. Teríamos agora alguma chance de sermos felizes? Alguém sem alma como eu merece ser feliz?



Won't you...(Você não vai…)


Listen please baby don't walk out that door(Ouça, por favor querida não saia pela porta)


I'm on my knees you're all I'm living for(Estou de joelhos, tudo que estou vivendo é por você)




Estou divido entre o que eu quero e o que é certo. Entre o meu sentimento e a razão. Sei que sou perigoso para ela e por este motivo eu me afastei. Queria protegê-la. Impedir que a ferisse de uma forma irreversível, mas como posso lutar se ela não ajuda em nada? Se ao vê-la sinto como se ao ficar longe não tivesse uma razão para seguir em frente. Desejo poder dizer a ela que nada nos impedi de ficar juntos, porém há e muito.


Você não vai... Não eu não tenho coragem de deixá-la uma vez mais. Tenho vontade de dizer: Ouça, por favor, querida não saia pela porta. E ao dizer isso ficar de joelhos olhando intensamente em seus olhos e dizer que tudo que estou vivendo é por ela. E sempre será. Mesmo longe continue cuidando dela. Tomando cuidado tentando evitar que alguém a fizesse mal sem saber que quem fizera isto fora eu.



I never thought I'd be speaking these words(Eu nunca pensei que estaria dizendo estas palavras)


Haven't gonna find a way(Nunca pensei que encontraria uma maneira)


Another day alone is more than I can take(Outro dia sozinho é mais do que posso suportar)




deu alguns passos em minha direção sem quebrar o contato visual. Estavámos calados e eu sentia um nó em minha garganta por não ter dito a verdade. Eu também senti e sinto a sua falta. Vale a pena falar? Não quero arriscá-la, mas é claro que ela não pensa igual. Sem hesitar eu fiz o mesmo e acabei com a enorme distância entre nós. Não estávamos muito perto, porém não mais distantes.



-Eu também senti sua falta, ou melhor, sinto.



Respondi-a com a maior sinceridade possível. Vislumbrei uma lágrima teimosa escorrer por seu rosto e levei minha mão até lá secando o local gentilmente. Senti-a arrepiar-se com meu toque e sorri de lado. Ela sempre me encantou com suas reações causadas por minhas atitudes. Acariciei sua bochecha vendo-as corar lindamente. Como pode ficar mais linda?Seu rosto perdeu o jeitinho de menina e seu corpo se modelou.


O desejo que antes sentia por seu sangue equiparou-se pela vontade de tê-la em meus braços. Ela fechou os olhos aproveitando o carinho e sorriu. Estava calma em paz. Exatamente o que não deveria, por estar comigo. Desejei por tantas vezes vendo-a correr assustada ao mesmo tempo em que pedi silenciosamente que isto não acontecesse. Agora, tinha de tomar minha decisão final e não mudá-la mais.



-Não sabe como é bom ouvir isto. – Falou abrindo os olhos.



-Eu sei sim. – Falei e sorri.



perdeu um pouco seu equilíbrio e para mantê-la em pé enlacei sua cintura trazendo-a para mais perto de mim. Uma corrente de ar passou por nós deixando seu cheiro impregnado em mim. Fiquei rígido por um momento até sentir um calor deslizar por meu braço esquerdo. Involuntariamente me virei para ele e vi sua mão deslizar suavemente por meu braço. Vendo que não a tirei dali e ter relaxado meu corpo subiu sua mão até chegar a meu rosto contornado meus traços.


Fechei meus olhos aproveitando o máximo o toque quente e delicado de suas mãos em meu rosto. Poderia ficar assim para sempre. Antes nunca consegui ter tanto autocontrole para ficarmos tão perto. Seria a saudade ou a força do amor que tenho por ela? Só posso afirmar que ele me dá forças para lutar contra meu pior inimigo o meu monstro interno. Abri meus olhos e encontrei um par de olhos cor de mel e levantei o rosto vendo que o tempo escurecera e voltei a fitá-la.


E ao fazê-lo senti uma gota de água descer por meu rosto e ambos olhamos para cima vendo as primeiras gotas de chuva chegar até nós. Ignorei aquilo e tomei coragem para falar o que queria. Repentinamente o céu começou a cair trazendo uma chuva forte e tentei tirá-la de lá, mas ouvi-a resmungar o que fez com que eu parecesse e fizesse o possível para entender o motivo de não sair de lá. A preocupação de vê-la doente tomou conta de mim.



-Por favor, não, não quero ir embora e ver que não está aqui.



A compreensão surgiu em meu olhar e fitei os olhos mais lindos, apaixonantes e intensos durante toda a minha existência. Eu passaria minha eternidade toda somente olhando para ela e seus traços. Seria tarde demais para mim? Se nunca disse “Me perdoe”? Não sei, mas eu iria tentar para ficar com ela novamente. E desta vez de verdade. Seus olhos estavam vidrados nos meus e eu pude sentir o medo neles e em sua voz.



Suddenly the sky is falling(Repentinamente o céu está caindo)


Could it be it's too late for me?(Poderia ser tarde demais para mim?)


If I never said "I'm sorry"(Se eu nunca disse “Me perdoe”)


Then I'm wrong, yes I'm wrong(Então estou errado, sim eu estou errado)


Then I hear my spirit calling(Então eu escuto meu espírito chamando)


Wondering if she's longing for me(Imaginando se ela está ansiando por mim)


And then I know that I can't live without her(E aí eu entendo que não consigo viver sem ela)




-Me perdoe? Por favor, por tudo o que te fiz sofrer. Eu sei que agi errado, mas me perdoa?



Disse fitando seus olhos. Então eu estou errado, por nunca ter pedido perdão. Ter feito um pedido de desculpas. Sim, eu estou errado. E agora acabei de tentar consertá-lo. Só não sei se é tarde demais para mim. Posso escutar meu espírito chamando. Ele clama por ela. Imagino agora, como muitos outras vezes, se ela está ansiando por mim. E aí, nestes momentos, eu entendo que não consigo viver sem ela.




Won't you save me?(Você não vai me salvar?)


Saving is what I need(Salvação é o que eu preciso)


I just wanna be by your side(Eu apenas quero estar ao seu lado)


Won't you save me?(Você não vai me salvar?)


I don't wanna to be(Eu não quero ficar)


Just drifting through the sea of life(Apenas vagando sem rumo neste mar da vida)



O nervosismo da espera me deixa cada vez mais angustiado. Vejo seu olhar perdido no meu. Como se procurasse por algo. Um sinal, uma atitude, mas o quê seria?O medo de perdê-la deixa-me assim sem saber o que fazer ou pensar. Somente fico aqui parado olhando enquanto a chuva cai sobre nós como se pudesse tirar toda a nossa dor. Apagar todos os nossos erros. Seus olhos sérios ainda examinam o meu.


Abaixei minha cabeça pensando numa maneira de fazer com que ela se sinta livre de dizer “não”. Ficou claro com o silêncio que ela não pode. E eu entendo. Eu a magoei demais e sei que uma dor de amor deixa algumas feridas. O que mais me mata é saber que fui quem partiu o seu coração. Você vai me salvar? Quis dizer e completar Salvação é o que eu preciso. Sentia sua mão pousar em meu queixo querendo que eu olhasse para cima.



-Eu apenas quero estar ao seu lado. – Sua voz doce falou-me.



Está era a resposta que eu precisava. E acabara de ganhar. Sem pensar em nada a puxei para junto de mim deixando-nos muito perto um do outro. Levei meus lábios até seu ouvido e no caminho beijei sua bochecha que estava corada. Alisei meu nariz no trajeto fazendo-a arrepiar-se levemente ocasionando algumas risadas baixinhas minhas e umas tapas dela que de nada serviam.



Won't you save me?(Você não vai me salvar?)


Won't you save me?(Você não vai me salvar?)


Won't you save me?(Você não vai me salvar?)





-Save me. – Sussurrei em seu ouvido afastando-me dela.



Esta simples afirmação ou pedido. Salva me. Era a única que expressava o que eu queria saber e sentir. Brendali é minha vida e somente ela pode me salvar. Salvar-me de uma eternidade de tédio e tristeza ou dar-me uma vida e um coração que pode bater por nós dois. Deslizei minha mão por sua cintura colando-a mim.


Senti sua respiração ficar ofegante e sorri uma vez mais. Não sei há quanto tempo não fazia isto, mas a sensação de felicidade deixou-me assim. Um tolo apaixonado. Um amor que nada de comum tem. Senti-a deslizar suas mãos por meus braços e subir até enlaçar meu pescoço. Seu olhar estava focado em meus lábios e eu sorri.



-Comporte-se. – Pedi baixinho vendo-a tremer.


Aproximei-me dela com cautela testando o quanto eu conseguiria chegar perto dela. Uma guerra entre os meus desejos aconteceu dentro de mim. O desejo pela sede de seu sangue contra o desejo por ela. Por seu corpo, seu beijo. O último mostrou-se maior conforme mais próximo a ela eu chegava. Sua respiração entrecortada mostrou-me o quanto ansiosa também estava.


E, por fim, selei nossos lábios num beijo calmo e carinhoso. Uma de suas mãos subiu para meus cabelos puxando-os levemente enquanto a outra no pescoço fazia um carinho. Eu tomei com mais força pela cintura deixando-nos sem nenhuma distância. Fiz um caminho de beijos até sua orelha e falei.



-Obrigado por salvar-me.



-Não há de quê. – Respondeu-me sorrindo.



-Eu amo você. – Disse por fim.



-Eu também, eternamente.



-Eternamente.



Palavra que não sei se terá para ela o mesmo valor que tem para mim, mas espero sim. E beijei-a uma vez mais terminado com um dos desejos por ela. O único desejo que de fato queria acabar. O desejo de tê-la comigo. Para sempre.





~ Fim ~

7 comentários:

  1. UHHHHHH!!! Fica nova!!!
    ...cara que TENSO esse 1ºcap!!!

    Gostei muito!! Eu tenho olhos verdes?? ADOREI!!! Eu naõ vou ser igual a besta da Bella não né?!! Please!!

    E como é que eu fui parar lá aonde ele estava? como eu segui e achei ele ali?!! já disse e repito...TENSO ;)

    Quero mais!!!

    BjaO

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  2. O.O menina sabe que adorei o lance da fic ser do ponto de vista de Ed... super curios pelo resto. Bjus!

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  3. Uhhhhhhh!!!! Que máximo! E o que vai acontecer hein??
    Contaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
    bj

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  4. A pergunta que nao quer calar. Como eu achei ele ali? O.o
    Adorei sua descrição dos fatos, pena q nao deu pra eu ler a sinopse da fic =/
    Posta lgo q eu qro continuação

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  5. Oh! Foi a Alice que me levou até ele!!! Eu devia ter adivinhado...
    Putz o Edward com esse negócio de:"Eu sou muito perigoso, vou machucar vc" as vezes é uÓ....HAUHUAHAUHAUAH

    Apesar de ser Team Jacob...eu acho o Edward fofo. Entããããooooo ADOREI!!

    BjaO

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  6. EDWARD PLEASE SAVE ME!!!!!!
    Ainnnn que fic mais linda!!!! Adoro essa musica, minhas amigas ficam me chamando de velhe porque ela já fez sucesso a tempos, e hoje muita gente nem lembra dela... mas eu sou velha mesmo, gosto de sucessos passados e essa musica dos Hanson é LINDA!!!!!

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  7. Omg, essa história foi mais que perfeita! Adorei!
    E fiquei muito feliz que eles ficaram juntos no final, só acho que poderia ter continuação. Essa história merece mais que um capítulo só! E a música do Hanson se encaixou perfeitamente!
    Parabéns!
    Beijos.
    Sabrina.

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