5 de maio de 2011

Full Moon

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CAPITULO 1 - INSTINTOS

P.O.V. Jacob
Logo que vi que estava dentro de uma verdadeira floresta, sem estradas ou casas por perto, eu derrapei para parar e chutei meus shorts fora. Com rápidos, práticos movimentos, eu os enrolei e amarrei a corda de couro em volta do meu tornozelo. Eu ainda estava amarrando a corda apertada quando eu comecei a tremer. O fogo passou por debaixo da minha espinha, arremessando os espasmos ao longo dos meus braços e pernas. Levou apenas um segundo. Vislumbrei o que me fez algo mais. Lancei minhas patas pesadas contra a terra coberta de folhas e estiquei em um longo giro. A transformação era muito fácil quando eu estava concentrado como estava. Não tinha mais dúvidas quanto ao meu temperamento. Exceto quando eu perdia o controle.
Neste momento eram somente os instintos que me controlavam, olfato, visão, audição, paladar e tato eu era simplesmente um lobo e nada mais assim é mais fácil. Mesmo depois de tantos anos não consegui me acostumar com a idéia de que Bella seja uma vampira. Se me perguntarem se a amo direi que não, esse sentimento se foi na mesma hora em que Nessie nasceu hoje só nos resta a amizade.
Passaram-se 10 anos após o confronto com os Volturi estava tudo muito tranqüilo... tranqüilo até de mais! Ninguém prestes a morrer! Um verdadeiro tédio! Ugh!
Os Cullen continuavam a morar aqui em Forks por Bella e por Seth... por Bella que queria a presença de Charlie, mesmo que ele não entenda nada como o não envelhecimento dela ele continua com forte presença na vida deles e por Seth que teve a impressão com Nessie, isso mesmo até ele já tinha sua impressão e eu não! Talvez por isso acabei me tornando o que sou hoje... um lobo solitário...
- Ah te encontrei! Ei acorda aí “Sr. Alfa recalcado”! – Leah trombou comigo enquanto corríamos.
- Sai fora Leah! Você não deveria estar na ronda agora? - rosnei definitivamente não precisava dela pra melhorar meu humor.
- Jake acorda minha ronda já acabou! E a Rachel estava te procurando... ela disse que você iria encontrá-la já faz horas!
- Putz, Rachel tinha me esquecido completamente! Combinei de ir buscá-los no aeroporto!
Dei as costas para Leah e comecei a correr de volta para a reserva, Rachel deveria estar uma fera! Fazia oito anos que ela e Paul tinham se casado e por causa do trabalho dela eles tinham se mudado para Los Angeles a três, mas eles vinham todos os verões me visitar. Billy tinha morrido há um ano e ela se preocupava demais comigo desde então.
Não percebi, mas Leah já tinha me alcançado rápida como sempre foi. Agora ela estava noiva, não era mais amarga como antes estava feliz com sua impressão, um cara até que legal, mala, porém aturável!
- Ei! Nick não é mala não! Você que é rabugento! - ela me disse com um sorriso de lobo!
- Talvez tenha razão! To ficando velho mesmo!
Leah se despediu e voltou para Nick como tanto ansiava. Corri mais rápido até a casa, mas me surpreendi quando encontrei a porta aberta me transforme em um piscar de olhos e entrei sorrateiramente. Uma brisa leve me trouxe seu cheiro, mas sem tempo para reagir me virei. Em meio segundo já estava no chão com Luci, Paul e Katy em cima de mim. Luci agarrava meu pescoço, Katy mordia minha perna e Paul apertava minha barriga.
- Paul se canalha quando eu me soltar vou quebrar seu nariz outra vez!
- Cara a culpa foi sua por nos deixar esperando no aeroporto! – Paul ria enquanto saia de cima de mim.
- Luci e Katy saiam de cima do seu tio e me deixem matá-lo, vamos! – as crianças riram, mas saíram rapidamente entrando correndo casa adentro.
Levantei-me e fiz a minha melhor cara de desculpas que pude, mas não adiantou Rachel estava realmente nervosa.
- Que tipo de irmão você acha que é Jacob? Era pra ter nos buscado às 14hs Jacob! Agora são exatamente 18hs! Será que você nunca vai mudar!
- Também senti saudades irmã! – disse dando um beijo em seu rosto e indo em direção do carro para pegar as malas.
- Isso não é resposta Jacob! Liguei pra todos e ninguém te achava! O Sam que teve que nos buscar! – ela disse passando a mão nas têmporas.
- Tudo bem Rachel eu sinto muito! – ela me olhou incrédula – Realmente! Realmente sinto muito!
Por fim ela amoleceu e todos entramos passamos a noite conversando sobre a vida em Los Angeles, as crianças e as poucas novidades da tribo. A casa ficava diferente com a presença deles ali estava cheia de alegria, calor e amor. Combinamos que no outro dia faríamos uma festa com todos os lobos como nos velhos tempos. Já era muito tarde e fomos dormir mais precisamente eles foram dormir, hoje era minha ronda.
Não me importava em correr a noite na realidade eu gostava de fazê-lo, a sensação de liberdade era maravilhosa, mas essa noite havia algo diferente no ar. Corri por toda a reserva cobrindo cada perímetro, mas a adrenalina não ia embora, aquela sensação inquietava meu coração e meu corpo, algo iria acontecer podia sentir. Decidi vasculhar novamente, mas nada fora do normal, Collin estava de ronda também e não viu nada, absolutamente nada.
Decidi volta para casa já passavam das 04h30min e eu precisava dormir um pouco o dia seria puxado com as crianças em casa. Me transformei e vesti minha calça de moletom tranquilamente meus músculos estavam tensos e aquela sensação não ia embora nunca!
De repente a dor insuportável queimando minha mente, queimando meu corpo nada era comparado a isso! Minhas pernas cederam e tudo a minha volta começou a girar, os gritos que saiam de mim eram irreconhecíveis! Apenas pedi para morrer e aquilo acabar simplesmente! Lágrimas saiam dos meus olhos incontrolavelmente, tudo queimava, então desisti de lutar contra o calor e fechei meus olhos...


Capitulo 2

Então veio outra vez a dor, mas dessa vez era diferente até suportável misturando angustia e ansiedade como se necessitasse ouvir a voz outra vez! A dor foi aumentando cada vez mais, não sabia por quanto tempo conseguiria conter os gritos novamente! Trinquei meus dentes, sentia meu corpo tremer mais e mais, não agüentaria por muito tempo, e foi ali que vi de costas para mim a melhor visão de todas linda com cabelos negros como a noite. Ela não se virou, mas podia sentir seu medo.
- Jacob avise a todos! - foi somente o que disse.
Um barulho agudo veio aos meus ouvidos não consegui conter o grito e finalmente abri os olhos. Não identifiquei onde estava um barulho irritante de bip no ouvido era tudo extremo a luz, o cheiro, os sons. Onde diabos estou?
- Está na minha casa Jacob. É bom ter você de volta! – olhei em direção de onde tinha vindo a voz e reconheci Edward. O que aconteceu pensei tentando me levantar, mas fui impedido por um par de mãos frias. Bella me olhava preocupada com uma mão em minha testa e outra no meu ombro.
- Jake fique deitado, você ainda não se recuperou totalmente. Vou buscar algo pra você comer. – ao dizer já tinha sumido. O que aconteceu? Perguntei mentalmente olhando para Edward, minha voz não queria sair a garganta estava seca.
- Nós não sabemos ainda Jacob, mas Carlisle está vindo ver você. Ele irá explicar melhor. – Quanto tempo apaguei? Perguntei sem falar. – Você está assim a uma semana.
Neste momento a porta se abriu e vi Nessie e Seth ambos com um semblante preocupado.
- E aí cara como você está? Deixou a gente muito preocupado!
- É Jake nunca mais faça isso! – Nessie disse fazendo o beiçinho idêntico ao da mãe.
Antes que pudesse responder a eles a porta abriu novamente e Carlisle, Esme e Alice entraram, era engraçado como eles formavam uma família realmente mesmo tão diferentes absurdamente iguais. Eu realmente gostava deles. Carlisle começou a me examinar e a fazer todos os procedimentos médicos, Alice graciosamente sentou-se ao pé da casa e Esme ficou parada perto da porta com o ar de preocupação materna que só ela tinha.
- Desculpe por não te ver cachorro, não consegui evitar nada! – Alice realmente ficava nervosa por não nos ver. Eu agradeço!
Edward olhou-me com divertimento nos olhos, mas não disse nada. Seria muito bom se você também não lesse meus pensamentos, Edward! Ele levantou uma das sobrancelhas com de presunção. Carlisle ainda me examinava sem dizer uma palavra o silêncio estava me matando.
- Então doutor o que aconteceu? – minha voz saiu muito mais rouca que o normal.
- Sinceramente, Jacob, eu não sei. É como se não tivesse acontecido absolutamente nada com você. Você está forte como um touro, ou melhor, como um cachorro.
- Mas o que aconteceu exatamente? – nesse momento me dei conta, Rachel, ela iria me matar.
- Calma Jacob, foi ela e Paul que trouxeram você aqui. A uma semana ela chegou aqui com você desmaiado e tremendo, sua temperatura era altíssima até mesmo para você. Durante todo esse tempo você delirou por causa da febre...
- Você também teve algumas convulsões, deu um pouco de trabalho ao Emmet e Jasper por isso acabou quebrando algumas costelas, deslocando o ombro e quebrando mais alguns ossos do corpo. Você consegue lembrar de alguma coisa antes de desmaiar? – Carlisle ainda analisava minhas reações, forcei minha mente para lembrar de algo, mas em vão.
- Estava voltando da minha ronda e senti muita dor! Uma dor insuportável e depois não lembro de nada. Vocês acham que alguma coisa me atacou? – mostrei minhas lembranças a Edward.
- Talvez, mas precisamos averiguar melhor! – meu estomago roncou e todos riram.
- É Jake você está normal mesmo! – disse Nessie rindo ainda mais.
Bella entrou no quarto com uma bandeja cheia de comida meu estomago roncou ainda mais e eles saíram aos poucos para me deixar descansar um pouco. Me sentia confortável ali, mas não podia deixar Paul e Rachel em casa afinal eles vieram por mim, levantei-me e arrumei minhas coisas. Já estava pronto para partir quando ouvi as batidas na porta Esme entrou delicadamente ainda com o olhar preocupado.
- Edward disse que você decidiu ir embora, achei melhor trazer uma troca de roupa para você. – realmente ela era uma mãe para todos, não estava acostumado em ser cuidado, normalmente me virava muito bem sozinho, mas a Esme ninguém recusaria nada, afinal preocupação de mãe e preocupação de mãe.
- Obrigada Esme, vou aproveitar e tomar um banho também. – ela sorri e saiu do quarto tão delicadamente quanto entrou.
Fui em direção ao banheiro, enorme por sinal, me diz pra que um bando de sanguessugas precisam de um banheiro desses? Desperdício total. Tomar um banho agora me ajudaria a relaxar um pouco, sentia meu corpo tenso e alerta como quando estávamos em perigo, isso realmente não é bom.
Fechei meus olhos e deixei a água morna cair em meu rosto e meus cabelos, que por sinal precisava cortar, respirei mais pausadamente apenas sentindo a água descer pelo meu corpo. Depois de um bom tempo finalmente aquela sensação foi embora, desliguei o chuveiro e me arrumei só então pude perceber a movimentação no andar abaixo eles pareciam um tanto inquietos por algum motivo.
Desci as escadas e então vi a cena mais engraçada da minha vida, Edward estava sendo segurado por Jasper e Bella, Emmet segurava a risada levando varias cotoveladas da loira aguada, Alice dava pulos de alegria e Nessie estava sem reação a posição e pergunta de Seth.
- Ness... Renesmee você aceita casar comigo? – Seth perguntava ajoelhado na sua frente com uma caixinha nas mãos, a cara do Edward era impagável! É cara agora você sabe o que Charlie sentiu! Pensei olhando em sua direção.
- Ah Seth eu aceito! – Nessie disse pulando em seu pescoço.
Nem eu e nem Emmet conseguimos segurar a risada, Edward estava tendo espasmos e seu rosto se contorcia como se tivesse levado um soco no estomago ele tentava abrir a boca, mas não nenhum som.
- É Ed daqui a pouco você vai se tornar vovô! – Emmet gargalhava provavelmente pensando na lua de mel deles ou algo parecido era só isso que ele pensava e falava mesmo.
Edward inspirou profundamente e piscou como se acordasse de um transe e deu um rosnado que estremeceu a casa, acho que se não fosse por Bella ele teria saltado na jugular do Seth.
- NÃO! NÃO! NÃO! – ele gritava furioso, Jasper fez uma expressão de concentração provavelmente Edward estava dando um pouco de trabalho para ser controlado. Hilário!
- Pai porque não? Nós já estamos namorando a 3 anos! Isso já era de se esperar ou o senhor chou que fosse ficar assim pra sempre?! – Nessie estava com os braços cruzados e batendo o pé.
- Não! Você só tem 10 anos! Já estou me segurando por causa desse namoro! Agora casamento agora NÃO! – Bella olhava para os dois sem saber o que fazer ou dizer.
- Eu tenho mentalmente e fisicamente 20 anos pai, não se esqueça disso! – agora era ela que gritava igualzinha aos ataques que Bella tinha.
- Renesmee deixe seu pai se acalmar, por favor! E Edward chega! Se acalme, vem vamos conversar! – Bella disse o puxando para o outro lado da casa. Seth continuava sem ação.
- Seth acorda! Vamos cara, relaxa ele é assim mesmo, espere um pouco ele digerir isso tudo aí vai voltar ao normal, vai ver! – eu disse batendo no seu ombro ele só balançou a cabeça.
- Ness você está bem? – Seth perguntou a Nessie, mas isso era muito claro em seu rosto a irritação e a raia transbordavam.
- Não Seth eu não estou bem! Meu pai tem que entender que não sou mais criança! Posso e vou fazer o que quiser com a minha vida social, sentimental, sexual quando, como e onde eu quiser! Ele querendo ou não! – do lado de fora da casa se ouviu um rosnado, realmente o cara tava pirando, Emmet gargalhava agora.
- Ah Nesse me deixa arrumar tudo, por favor! Por favor! POR FAVOR! – Alice literalmente quicava na sua frente explodindo de alegria.
- Claro tia, pode fazer o que quiser! – as duas abriram um sorriso de orelha a orelha, Rosalie estava sentada ao lado de Emmet ainda levantou-se e veio em nossa direção.
- Olha Ness quero que você seja muito feliz! Seth você é o único cachorro que eu realmente gosto então trate de cuidar bem dela se não eu mesma te mato! – a sempre implicante loira burra, foi para a garagem depois disso.
Os outros também não estavam mais na sala e Seth relaxou depois que todos se foram, ele sempre foi um cara muito legal, não era difícil gostar dele Edward que era realmente doentio. Alice e Nessie sentaram-se na frente do computador e começaram a planejar tudo, essa era a minha deixa.
- Seth você me leva pra casa? – ele só sorriu e saímos dali.
O caminho para casa foi tranqüilo apesar de Seth dirigir muito mal chegava a ser engraçado como a vida continuou para todos menos para mim, agora Seth iria casar formar sua família e quem sabe ter filhos, netos. Senti um pouco de inveja por não ter isso também. Estava tão entretido em meus pensamentos que quando percebi já estava na porta de casa.
- Chegamos Jake. – Seth me fez despertar.
- Ah cara valeu! E quanto ao casamento parabéns! Relaxa que o Edward não vai arrancar sua cabeça ok! – tentei fazer brincadeira com a situação afinal se ele quisesse poderia realmente fazer isso.
- É eu sei! – ele riu sem humor, já estava saindo do carro quando Seth me chamou – É... Jake? – ele parecia sem graça por algum motivo.
- Fala cara! – ele ficou olhando para a frente sem enxergar nada.
- Mano eu... eu...
- Desembucha Seth!
- Quer ser meu padrinho? – não contive o sorriso.
- Mas é claro cara! É eu só não tenho dinheiro pra te comprar um daqueles presentes caros e tal, mas eu fico muito feliz! – a felicidade estampou seu rosto, realmente era muito fácil ser seu amigo.
- Valeu cara! Valeu!
- É... cara... deixa eu perguntar uma coisa? – ele acenou com a cabeça.
- Vocês já... – não precisei terminar pra ele entender e ficar vermelho.
- Não cara... é... ela... eu... só depois do casamento...
- Hum... – foi a única coisa que consegui dizer.
- Mas você nunca... – ele ficou mais vermelho ainda, é concerteza não!
- Me fala cara...
- Falar o que? – finalmente olhando para mim.
- Como é sentir isso... sabe a coisa da impressão?
- Cara não sei te explicar... você tem que sentir... é algo tão forte... cada minuto sem ela é como se sufocasse... ela é como se fosse uma droga e eu o viciado... um dia vai acontecer com você pode acreditar aí você vai entender.
Não quis continuar o assunto já não tinha esperanças de encontrar a minha impressão, talvez isso não acontecesse a todos os lobos mesmo. Entrei em casa, já era fim de tarde e estavam todos em casa, Paul e as crianças estavam esparramados no sofá dormindo em frente a tv e Rachel estava na cozinha.
- E aí família voltei! – disse entrando na sala, Rachel abriu um sorriso e veio na minha direção.
- Jake que bom que está melhor! Fiquei tão preocupada! – eu a abracei, quer dizer a escondi, ela parecia uma anã com os seus 1,60m perto de mim.
Rachel estava preparando o jantar e eu fui me sentar junto com as gêmias e Paul, Luci e Katy tinham cinco anos agora, mas me lembro bem quando elas nasceram a Rachel tinha ficado gigante durante a gravidez e Paul se tornou um pai babão, imagino quando elas crescerem ele vai enfartar como o Edward.
Depois de jantarmos fiz meu papel de tio e brinquei de pirata, policia e ladrão, cavalinho e todas as outras coisas que criança gosta, parecia que elas eram movidas a bateria, agradeci aos céus quando elas começaram a bocejar, Rachel e Paul estavam assistindo tv então as coloquei para dormir.
- Tio Jake quelo história! – Luci disse enquanto a descia das minhas costas.
- É história! – Katy enfatizou mais ainda balançando os braços. Mesmo cansadas elas não me deixavam, ainda bem que é só no verão acho que não agüentaria ser tio ou pai 24hs por dia todos os dias.
Depois da história contada, tentei dar um ar mais bonzinho ao lobo da história dos três porquinhos, e devidamente embaladas me despedi de Paul e Rachel e fui dormir, estava quebrado, elas me cansavam mais que a vida de lobo, no outro dia iria falar com Leah para saber o que havia acontecido durante minha ausência.
Sabia que estava sonhando pelo fato de tudo estar em câmera lenta, era de dia e eu corria em meio a uma floresta, corria como humano, sentia o sangue pulsando em minhas veias junto com a ansiedade e então lá estava ela correndo na minha frente, seus cabelos negros e lisos balançavam contra o vento, ela vestia um vestido longo, branco e levemente transparente, mas não tão branco como seus braços que balançavam conforme corríamos. A visão dela na minha frente não tinha nada igual, mesmo sem ver seu rosto e pouca coisa de seu corpo sabia que ela era a coisa mais magnífica que já havia visto. A floresta estava clara, raios de sol atravessavam as copas das árvores, estaria tudo perfeito se o sentimento de medo não estivesse em mim. Aquele medo me consumia como se a minha vida dependesse daquela fuga, era isso que estava parecendo: uma fuga, mas do que? Corríamos mais rápido desviando dos troncos e das folhagens, ela corria muito rápido tentei alcança-la, mas foi em vão. Parei no meio da floresta sem fôlego, aquela sensação de medo continuava eu olhava para todos os lados me sentia observado a floresta girava a minha volta cada vez mais rápido.
- Pare com isso! Pare! PARE! – grite fechando os meus olhos e tampando meus ouvidos.
Quando abri os olhos estava no penhasco da La Plush ela estava na ponta de costas para mim como se fosse pular, não consegui conter a dor dentro de mim por vê-la em um possível perigo.
- Não! NÃO! – gritei com força.
- Jacob! Avise a todos! Chegarei em breve! Avise Jacob! – sua voz era suave, doce dei um passo em sua direção queria vê-la, queria tocá-la, mas meio segundo depois ela se jogou do penhasco a dor me invadiu violentamente somente consegui gritar.
- NÃO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Acordei pulando da cama totalmente ensopado e arfando. Mas que merda está acontecendo comigo?

CAPITULO 3 - OBSSESSÃO


Pulei pela janela e corri o mais rápido que as minhas pernas conseguiam precisava de ar e isso não estava me ajudando, parei rapidamente arrancando a calça de moletom e a amarrando no meu tornozelo, meu corpo já tremia, voltei a correr me transformando em meio à corrida. Corri o mais rápido que pude, mas continuava sem ser o suficiente.
Não entendia o que estava acontecendo, primeiro aquela dor, uma semana apagado depois alucinações e agora eu estava sonhando com aquela garota. “Avise Jacob!” que merda! Avisar a quem e sobre o quê? Não podia estar certo isso, se fosse verdade alguém já teria telefonado usado um e-mail, sei lá, essas coisas mais modernas e não ficar na minha cabeça e ainda com uma mensagem incompleta! Droga! E o pior era que só de lembrar daquele sonho um aperto vinha no coração como se ela realmente me fizesse falta! Isso não podia estar acontecendo!
Parei quando percebi que já estava chegando ao Canadá achei melhor voltar, mas eu não queria ir para casa precisava falar com alguém. Os sanguessugas não dormem, mas acho que não ficaria confortável contando que estou louco, merda, pra qualquer um que eu contasse me acharia doido! Precisava tirar aquele bolo da minha garganta então corri de volta acredito que pelo menos ele não vai achar ruim acordar essa hora...
Fiz uma corrida mais lenta meus músculos ardiam um pouco pelo esforço anterior realmente estava começando achar que estava amolecendo! Velho! Cheguei à frente de sua casa me transformei rapidamente, coloquei a calça já batendo com força na sua porta não demorou muito acederam a luz da sala e abriram a porta.
- Quill! Cara eu preciso falar com alguém! – ele me olhou bravo esfregando o olho e bocejando.
- Mano sabe que horas são? Você sabe que fiz ronda hoje, to quebrado! – ele disse sentando no sofá e me deixando entrar.
Quill morava sozinho fazia um ano sua casa era pequena, mas arrumada mal cabia um sofá e a tv na sala, as coisas também não combinavam muito e os móveis eram usados, mas ele estava feliz ali. Clarie tinha 15 anos agora, mas eles ainda não tinham nada, ela sabia da impressão e de toda a coisa só que dizia que ainda não estava pronta pra namorar, vai entender essas mulheres! Quando um cara pode ser só dela pelo resto da vida elas ficam enrolando, depois falam que homem não presta!
Ele estava olhando pra mim esperando, mas eu não sabia o que dizer e nem como dizer.
- Fala Jake! Se não for falar me deixa dormir cara! – ele disse deitando no sofá pequeno ficando com os pés para fora.
- Ah Quill... eu não sei cara... ultimamente a coisa ta estranha demais pra mim! – falei me sentando no chão cruzando os braços e os tornozelos.
- Hum... como assim? Você está falando do que aconteceu com você semana passada?
- É... eu... to me sentindo estranho...
- Estranho como? – Quill perguntou abrindo os olhos para me ver.
- Sei lá... semana passada fui simplesmente atacado pelo nada! E agora... – Quill se sentou parecendo mais concentrado no assunto.
- Agora o que Jake?
- Não sei meu... – disse abaixando a cabeça e colocando entre as minhas pernas.
- Semana passada não foi só o seu cansaço? Foi isso que todos nós achamos você fica sozinho naquela casa a maior parte do tempo isso quando não está como lobo por ai, você não tem vivido cara! As coisas estão tão calmas ultimamente... você deveria relaxar um pouco... mesmo sendo Alfa você precisa... – ele pareceu estar decidindo continuar ou não o que dizia – Cara... Jake... por que você não procura alguém pra você? Sei lá, mesmo sem a impressão não significa que não possa encontrar alguém pra amar... – não queria tocar nesse assunto todos eles sabiam que não queria tocar nesse assunto!
- Quill estou bem sozinho! – disse colocando a máscara de Alfa. – e não estou falando disso eu sei o que senti e não foi cansaço! – disse me levantando, não adiantava continuar com a conversa todos eles achavam a mesma coisa, o bando tentava me esconder isso, mas era o que eles achavam tinham pena de mim por ser o único sozinho. Não queria a pena de ninguém!
- Jake não precisa ficar assim, não vai embora cara! – não adiantou eu já tinha saído da casa.
Nem tive o trabalho de tirar o moletom me transformei assim mesmo queria ser somente um lobo naquele momento, só isso! Fazia 5 anos que eu era o único alfa da reserva Sam tinha decidido parar por Emily esse era o certo a fazer. Provavelmente todos eles fariam isso um dia, o que adianta viver eternamente sem poder evitar a morte de quem ama! Todos queriam isso morrer ao lado de quem se ama ou viver eternamente ao lado dessa pessoa, no caso dos sanguessugas.
No começo eu até procurei alguém, me envolvi com algumas mulheres, mas ninguém poderia ser forte o suficiente ou estúpido o bastante para saber sobre nós e não fugir! Todas foram assim, 10 anos vivendo do mesmo jeito, não passando apenas de uma noite! Estava cansado disso.
Corri até amanhecer o dia, isso me fazia bem, ficava com a cabeça mais leve, respirava melhor. Cheguei na casa pelos fundos minhas sobrinhas não sabiam de nada ainda, eram muito pequenas e eu não queria assustá-las. Rachel estava na porta me esperando com uma bermuda.
- Quill me ligou. Está tudo bem? – vesti a bermuda e acenei com a cabeça, afinal ela não precisava saber das minhas loucuras também.
- Tem comida? – ela sorriu e bateu no meu braço provavelmente machucando a mão.
- Só pensa nisso Jake? – movi os ombros e fui para cozinha.
Passei o dia com Paul, Rachel e as crianças na praia. Por mais que fosse verão em Forks não dava para as pequenas entrarem na água então fiquei de vigia, realmente acho que Rachel abusava da minha boa vontade quando vinha pra cá, ela sumia com Paul e me deixava com as gêmeas! Não estava reclamando, eu até gostava de cuidar delas, ocupava minha mente e as mulheres adoram.
Arrumei varias assim, mas no fim não achava graça nelas mesmo, uma vez foi engraçado, uma loira puxou conversa no parque enquanto cuidava das gêmeas depois de umas três investidas que eu não percebi ela perguntou se eu era gay! Dá pra acreditar? Talvez Quill tivesse razão, eu preciso de alguém só não acredito que vá conseguir olhar pra outra pessoa que não seja a minha impressão, não quero repetir o mesmo erro novamente, chega de Bellas na minha vida.
O resto do dia foi tranqüilo a noite fui ver Leah para saber como foram as coisas com o bando, por mais que já soubesse que não havia acontecido nada precisava sair e trabalhar. Ficava louco por nada acontecer estava tudo normal, mas estava ansioso e realmente não queria dormir com receio que sonhasse novamente com Ela.
Decidi ir nos Cullens ver em que pé as coisas andavam, talvez Edward estivesse ainda nervoso e eu poderia ver alguma briga ou até participar de uma quem sabe! Mesmo de moto não demorei muito para chegar na casa de paredes de vidro. Para o meu espanto estava tudo tranqüilo, entrei sem bater.
- E aí tem comida nessa casa? – perguntei indo em direção à sala.
Lá estavam Emmet e Jasper em um jogo louco de xadrez que só eles entendiam, Ness e Seth estavam no sofá assistindo um filme qualquer, Edward e Bella estavam na outra sala tocando piano e Esme estava na cozinha. Ness virou-se na minha direção com um grande sorriso não havia me acostumado com a sua beleza e crescimento rápido, ela rebatia a todas da casa.
- Jake! Que bom que veio, estávamos programando jogar beisebol amanhã que acha? – ela disse vindo na minha direção.
- Alice previu a mudança de tempo? Droga o sol estava tão bom! – disse bagunçando seu cabelo e indo em direção da cozinha o cheiro que vinha de lá estava realmente bom.
Esme tirava algo do forno, parecia frango pelo cheiro, a cumprimentei e peguei uma maçã indo para sala. Desde a morte de Billy nossa convivência melhorou, acho que ela me considera como filho agora ou um animal de estimação, sei lá! Sentei no sofá com eles e olhei para tv sem prestar atenção no que víamos.
- Então Jake? – Nessie ainda esperava a resposta.
- Claro Nessie. Claro! – ela pulou de alegria e foi se sentar ao lado do Seth, as vezes ela se parecia mais com a Alice do que com a Bella. Cansei de ficar esperando alguém dizer algo e perguntei.
- E aí Seth e Nessie quando vai ser o casório?
- Marcamos dia 31 de outubro! – Seth falou com o maior sorriso que poderia dar.
- Nossa Nessie só três meses pra vocês organizarem tudo! Você e Alice devem estar loucas, se duvidar acho que não vai dar tempo! – falei com um pouco de deboche na voz as duas eram loucas por festas! Tudo, realmente tudo, era motivo de comemoração imagine como não deveriam estar por causa do casamento! Ugh! Mulheres!
- Verdade tio! Tenho tanta coisa para fazer! Talvez fique um pouquinho apertado, mas vai dar sim!
E lá se foi a noite Nessie não parava de tagarelar junto Alice sobre o casamento e como eu previa Edward ainda não tinha aceitado a idéia por completo, mas não adiantava nada já era uma batalha perdida. Tentei ficar por lá até o ultimo segundo não queria ir para casa dormir, perguntei pelo Doutor e me disse que estava no hospital fazendo plantão. Quando não tinha mais jeito vim embora com o Seth até tentei acompanhá-lo na estrada, mas ele era lerdo demais.
Cheguei em casa e todos já estavam dormindo me esparramei no sofá tentando assistir algo na tv. Não adiantou muito, nada prendia a minha atenção e quando percebi já estava pensando nela novamente. Por que isso? Cada vez que via a sua imagem na minha frente sentia meu coração apertado quase sufocado, isso não fazia sentido... nem ao menos sabia se ela era real! Algo em mim dizia que sim... somente suposições Jacob... somente suposições Jacob, acorda cara! Tentei me concentrar no filme que passava em vão, me irritei e fui para cozinha beber um pouco de água, olhei para o relógio 1h30min. Droga,sai da minha cabeça!
Quando coloquei o copo na pia vi pela janela um vulto não esperei duas vezes e sai correndo em direção do que tinha visto e nada! Parecia que tinha evaporado de repente ouvi um barulho e algo correndo em direção a floresta mesmo com a minha visão de lobo não distingui realmente o que era.
Corri o mais rápido que pude, mas parecia que não era o suficiente e por algum motivo não conseguia me transformar! Estava sendo guiado e não perseguindo algo, então pude ver mais nitidamente, quando chegamos a uma clareira, o que era, e era... era Ela!
Forcei as minhas pernas a correrem mais tentei lutar contra a raiva que enchia meu peito não estava entendendo, não parecia ser minha raiva. Subitamente Ela parou no meio da floresta e com toda certeza eu nunca mais veria algo assim! Ela continuou de costas para mim, tentei me aproximar o mais calmamente possível, mas a angústia e a raiva enchiam meu peito...
Esses sentimentos não eram meus eu tinha certeza eram dela, mas como? Estava a dois passos dela levantei lentamente meu braço para tocá-la, eu precisava tocá-la, eu precisava senti-la! Ela virou seu rosto levemente e sussurrou algo que não ouvi os sentimentos dela me inundavam, de repente me senti sufocado!
- Avise a todos Jacob! Avise! – foi o que ouvi antes dela desaparecer novamente.
Acordei assustado caindo do sofá da sala, tudo não tinha passado de um sonho! Droga! Por quanto tempo vou ficar sonhando com Ela? Vou acabar enlouquecendo! Pelo menos consegui vê-la novamente. Levantei-me e fui para o quarto tentar dormir.
O resto do verão passou do mesmo jeito, eu estava enlouquecendo, toda a noite quando dormia era o mesmo sonho! Mudava apenas de cenário, mas acontecia do mesmo jeito. Ela vinha até mim e então começávamos a perseguição até que Ela para e me falava a mesma frase “Avise a todos Jacob!” variava também o sentimento entre ódio, raiva, medo, ansiedade e nervosismo. Cada vez mais me sentia ansioso em conhecê-la não pensava em mais nada.
Todos estavam entranhando meu comportamento eu mal comia e mal dormia, vivia agora com os olhos vermelhos. Rachel até me chamou para ir com eles para Los Angeles por uns tempos, mas não adiantava fugir pra onde fosse Ela estaria lá dentro da minha cabeça.
Estava até evitando ir nos Cullens, se fosse Edward veria a minha loucura, a minha obsessão era isso agora para mim... uma obsessão! Como alguém pode deixar outra pessoa assim? E o pior é que bem capaz dessa pessoa nem existir!

Capitulo 4 - Perseguição

Um mês passou depois que Rachel foi embora, eu somente saia de casa se fosse para patrulhar, não ia mais aos Cullens ou em qualquer outro lugar, até o Sam veio falar comigo. O bando inteiro estava preocupado com as minhas atitudes eu disse a eles que era cansaço, mas nem eles nem os Cullens acreditavam nisso.

Carlisle vinha constantemente me visitar, ou melhor, me examinar, todos estavam achando que eu era uma bomba prestes a explodir e eu também começava a achar também.

A pessoa que mais evitava era aquele leitor de mente. Edward era extremamente curioso e inoportuno, algumas das vezes ele veio com o Doutor, tive que ficar fazendo cálculos matemáticos para esconder o real motivo disso tudo: Ela.

A cada dia ficava mais forte a necessidade de vê-la os sonhos também se tornavam mais reais e sua forma ficava mais nítida a cada sonho, porém, os sentimentos seguiam o mesmo caminho. Agora eu acordava quase me transformando pela intensidade da raiva ou do medo.

Todos os meus músculos, nervos, veias, cada centímetro de mim queria correr em sua direção e tira-la de onde fosse e colocar um fim nisso de uma vez. O sentimento protetor e obsessivo sobre Ela se intensificava a cada dia e o pior que não sabia se Ela era real e se fosse onde estaria?

_______

Acordei novamente do mesmo jeito olhei-me no espelho, realmente estava acabado olhos vermelhos com olheiras roxas e fundas, barba por fazer, cabelo grande era deplorável a minha visão. Ouvi alguém bater à porta, respirei profundamente e senti o cheiro; Seth. Andei até a porta coçando a cabeça, bagunçando ainda mais meus cabelos e abri a porta.

- Fala Seth! – disse com minha voz mais rouca que o normal e sem humor.

- E aí cara! Eu... Jake...- Seth abriu a boca por um minuto e somente me olhou.

- O quê você quer Seth? – me joguei no sofá fingindo não entender o que queria, eu sei que estava estranho, mas não queria ninguém pegando no meu pé.

- Cara você ta péssimo! – disse passando a mão no cabelo.

- Se era isso que queria dizer já disse então cai fora... – fiz um gesto com a mão em direção à porta, hoje não queria sermões, não mesmo!

- Não cara... eu queria conversar com você... – ele disse sentando-se na poltrona da sala.

- Conversar sobre o quê?

- Sei lá mano... faz um tempo que você não sai de casa, você não vai mais nos Cullens, não vai em nenhum lugar... se não está aqui no sofá está fazendo ronda na reserva... – ele disse abaixando o tom da voz estava quase sussurrando.

- Seth se você quer saber não tem nada acontecendo, até o Sam veio aqui falar comigo, tirando o Quill, Embry, o Doutor que veio me examinar também... – estava ficando nervoso. - Será que vocês não tem outra coisa para fazer tirando cuidar da minha vida?- Me levantei e fui em direção da cozinha.

- Cara estamos preocupados com você! Vai fazer dois meses que você anda desse jeito... desde que você apagou aquela semana você não é mais o mesmo! Já se olhou no espelho hoje? – ele levantou-se e andou na minha direção colocando a mão no meu ombro.

- Seth... – me virei em sua direção, talvez eu pudesse contar a ele... não ele me acharia louco, mas já deve estar achando mesmo – Cara... eu admito que não tenho agido normalmente, mas eu estou bem. – ele me olhou cético – Verdade! Talvez eu não esteja sendo o suficiente como Alfa do grupo, talvez esteja um pouco estafado, cansado, sei lá, talvez stress! – falei levantando as mãos.

- Você sabe que pode contar com a gente sempre, não sabe? – Seth me perguntou preocupado.

- Eu sei Seth, eu sei!

- Não é o que parece! Mas se você quiser sabe onde me achar... – ele disse indo embora. Porque não conseguia dizer a ninguém sobre Ela? Estava pirando!

- Seth? – ele parou no meio do caminho virando-se na minha direção, não podia deixá-lo ir embora dessa maneira, ele era um bom amigo, tinha que arrumar as coisas – Não vá embora... vamos conte ao seu padrinho como está as coisas com Edward e o casamento! - abri o meu melhor sorriso e como previ lá estava o Seth de sempre.

Passamos a tarde conversando sobre os últimos acontecimentos, Seth estava realmente empolgado e nervoso com o casamento, Edward já tinha aceitado, mas continuava a implicar com os dois. Tem coisas que nunca vão mudar!

Alice e Nessie estavam realmente pirando por causa da festa ele tentou imitar a voz de Alice “Essa festa será o acontecimento dos próximos dois séculos!” demos muitas risadas juntos, depois de Quill e Embry, Seth era meu melhor amigo.

Já eram 17hs quando ele disse que tinha de ir embora, ele e Nessie iriam começar o fim de semana mais cedo, eles iriam passar três dias fora caçando no Canadá. Despedimo-nos e fui tomar um banho sabia que não demoraria muito para a angústia voltar a mim. Deixei a água molhar meu rosto e descer pelo meu corpo, um banho era sempre relaxante, mas por alguma razão hoje não estava resolvendo.

Me sentia mais quente que o normal, mudei a temperatura do chuveiro para o frio tentando relaxar, mas e vão. Desisti do banho e fui para cozinha preparar algo para comer, não cozinhava tão bem quanto Bella ou Emily, mas me virava bem sozinho.

Fiz espaguete à bolonhesa e fui assistir TV, isso tinha virado um hábito, por mais que não assistisse sentava-me à sua frente. Comi e limpei o que havia sujado.

Algo dentro de mim estava inquieto, a ansiedade estava maior hoje, precisava fazer algo para ocupar a mente então pensei em algo que não fazia há muito tempo; liguei para Embry.

- E aí cara! Vamos tomar uma gelada hoje? – perguntei a ele, Quill não serveria para esse propósito, Clarie era nova demais para beber e ele não saia à noite sem ela, fora os horários e toda aquela coisa.

Embry era casado há dois anos, nós achávamos que ele seria o ultimo a casar por ter sido sempre o mais mulherengo de todos, mas um engano fatal. Ele conheceu Agatha teve a impressão e então BADA BIM! BADA BUM! Casados seis meses depois!

Combinamos de nos encontrarmos nos barzinhos perto da La Plush, meia hora mais tarde. Não me preocupei em arrumar-me muito, não ia atrás de garotas mesmo então coloquei uma bermuda cargo, uma camiseta verde e um all star verde.

Hoje eu iria beber até cair, quem sabe assim isso que me incomodava iria embora e finalmente poderia dormir em paz! Cheguei ao bar e lá estava Embry tomando uma já sem mim.

- Meu você não tem educação não? – perguntei me sentando à mesa.

- Pensei que fosse demorar mais! – disse levantando os ombros – cara você realmente precisa de mulher! Olha só o seu estado! – ele disse debochando da minha cara. Com Embry sempre foi mais fácil rir dos assuntos mais sérios.

- Olha só quem fala! “Senhor todo arrumadinho”! – disse rindo de sua cara.

E assim foi noite a fora, rimos um do outro e bebemos muito, parei de contar quando tomei a vigésima cerveja. Depois de um bom tempo Embry olhou para o relógio e fez a pior cara de dor que poderia fazer.

- Caraca! To ferrado! É quase 1h! Agatha não vai me deixar entrar em casa! – ri da sua cara.

- Desse mal graças a Deus que não sofro! – disse rindo ainda mais.

Nós nos despedimos e como eu havia imaginado um pouco da angústia tinha ido embora, não sei se foi pela bebida ou se tinha relaxado de verdade, mas estava me sentindo um pouco melhor.

Brandy e Leah estavam fazendo a patrulha hoje, mas mesmo assim achei melhor dar uma olhada por aí só para me certificar. Fui até a casa deixando a moto na garagem, entrei e toquei de roupa colocando uma bermuda jeans velha.

Andei até uma parte menos visível da floresta tirei a bermuda enrolando-a e amarrando no meu tornozelo e corri, meus sentidos não estavam 100% devido à quantidade de álcool no sangue, mas hoje não teria problema estava apenas checando se os dois estavam trabalhando direito.

- Você deveria confiar melhor em nós “chefinho”!- Leah disse

- Não custa nada dar uma olhada no que estão fazendo... onde vocês estão?­ – meu humor tinha realmente melhorado então as provocações de Leah não me afetariam, ela tinha melhorado, mas acho que nunca deixaria de ser um pouco ácida.

- Estamos ao leste... cerca de 50 milhas de você! Você está com um humor melhor Jake! É bom ver você assim!- Brandy disse, podia sentir o alívio deles por me verem melhor. Sendo Alfa eu deveria estar deixando o bando desestabilizado.

Passei algumas instruções a eles e continuei a correr sem rumo, hoje queria apenas sentir os meus instintos de lobo e nada mais. Passei mais uma ou duas horas correndo pela reserva, Brandy e Leah já tinham voltado e ido para suas casas, mas eu quis continuar.

Depois de certo tempo achei melhor voltar para casa e dormir um pouco, mas a brisa me trouxe um cheiro desconhecido e não humano me senti em alerta e resolvi investigar o que era.

O cheiro não era comparado a nada que já havia sentido, ao mesmo tempo em que era forte e apimentado também era doce e delicado. Estava cerca de duas milhas à minha direita e por causa da bebida não consegui enxergar o que era. Droga não deveria ter bebido tanto!

Corri na direção do cheiro e aos poucos consegui visualizar melhor o vulto. A coisa pareceu que me percebeu também e começou a fugir, corri mais rápido tentando alcançar.

Era noite de lua nova então estava mais escuro que o normal pela falta de lua no céu, mas o vento estava a meu favor e mesmo com os sentidos prejudicados conseguiria perseguir o quer que fosse aquilo.

Senti-me enraivecido por estar sendo passado para trás, aquela perseguição estava me deixando impaciente, tentei correr mais rápido. Aquele lugar era meu e ninguém tinha o direito de invadi-lo assim. Se fosse um sanguessuga iria matá-lo ali mesmo!

A criatura corria muito rápido, mas pude perceber que tinha a forma humana e aparentemente estava cansado? Senti no ar o cheiro de sangue. Seja o que quer que fosse não iria caçar na reserva não mesmo! Rosnei o mais alto que pude assustando a criatura. Ela correu mais rápido me despistando, parei no meio da floresta tentando sentir seu cheiro, mas parecia ter sumido.

Novamente o vento me ajudou e voltei a correr em seu encalce, sabia onde estávamos aquela floresta costeava a La Plush e seguia em direção ao penhasco. NÃO! Se fosse realmente um sanguessuga não conseguiria pega-lo na água, tinha que detê-lo agora mesmo!

Corri com mais força, sentia minhas patas arrancarem pedaços na terra cobertos pelas folhagens secas, voltei a visualizar a criatura, ela estava indo onde imaginava, mas eu não deixaria fugir assim de mim, não mesmo! Rosnei mais alto, fazendo com que ela tropeçasse e caísse do lado de fora da floresta.

Ganhei um pouco de tempo com isso, parecia que agora ela estava mais lenta do que antes, o cheiro de sangue misturado ao seu também estava mais forte.

Pude ver então o que era a criatura enquanto ela tentava se levantar, não podia acreditar, não! Não era verdade! Parecia com Ela! A criatura se levantou ainda cambaleando indo em direção da beira do penhasco.

Seus cabelos negros eram lisos e desciam até sua pequena cintura, ela era alta e magra, porém curvilínea, seus braços estavam a mostra, sua roupa estava toda rasgada, ela estava fraca e cansada. Derrapei tentando parar antes do fim da floresta, não podia assustava mais do que já estava então aconteceu.

O vento mudou de direção e ela sentiu meu cheiro virou-se rapidamente na minha direção, seus cabelos balançavam contra o seu rosto, não consegui visualiza-lo bem por causa do cabelo e sem um menor aviso ela pulou do penhasco.

A dor me invadiu. Não podia deixá-la ir, não agora! Sem ao menos pensar pulei como lobo do penhasco, me transformando em meio à queda. Tudo aconteceu muito rápido. Cai na água negra a procurando, mergulhei outra vez lutando contra a correnteza que me lançava de encontro às rochas com um pouco de dificuldade a encontrei afundando desfalecida.

Nadei o mais rápido que pude a pegando pela cintura e levando para a superfície. Consegui nos arrastar até a praia ela permanecia desacordada mole em meus braços. Sem nenhuma dificuldade a carreguei em meus braços seu corpo gelado colado ao meu corpo quente. Coloquei-a cuidadosamente na areia e tirei os cabelos que estavam em seu rosto.

A partir daquele momento nada importava mais, era Ela! Senti meu coração disparar descompassado, sentia que meu mundo girava ao seu redor! Era como se tudo o que tivesse vivido não significasse nada! Somente agora fazia sentido, somente agora eu teria uma razão para viver ou morrer; Ela! Nada mais importaria se não estivesse com Ela ao meu lado!

Seu rosto era perfeito, sua pele extremamente pálida constratava com seu cabelo negro, nariz fino, sua boca carnuda, sua sobrancelha arqueada, o rosto oval, tudo era perfeito!

Percebi que seu coração batia fraco e irregular, mas batia, parecia que não estava respirando, então tentei reanimá-la massageando seu coração e expirando em sua boca. Na terceira tentativa ela reagiu colocando bastante água para fora.

Ela se mexeu levemente abrindo um pouco os olhos, mas seu coração parecia fraco e logo desfaleceu novamente. Não pude conter o sorriso quando vi seus olhos azuis! Ela não era um deles! E estava ferida, muito ferida por sinal!

Olhei com mais atenção e pude perceber que sua roupa não era nada comum. Calçava coturnos pretos, uma calça preta extremamente justa de algum material brilhoso, modelando sua cintura estava um corselet e baixo dele saia um blusa do mesmo tecido da calça também justa e de mangas compridas por cima de tudo isso ela vestia um sobretudo de couro. Se não estivéssemos nestas condições diria que ela tinha saído de um vídeo-game ou algo assim.

Havia vários hematomas pelo corpo, fora arranhões e alguns machucados profundos que sangravam ainda, seu corpo parecia um pouco desnutrido e seu rosto tinha um semblante cansado. Quem teria feito isso a ela? Não pude conter a dor que senti ao vê-la nesse estado parecia que tinha fugido de uma guerra!

Coloquei minha bermuda rapidamente e a peguei cuidadosamente nos braços, precisava levá-la até Carlisle. Ele tinha que fazer algo por ela! Corri o mais rápido que pude prestando bastante atenção ao seu coração que parecia cada vez mais fraco. Não poderia perdê-la agora que acabei de encontrá-la!

Capitulo 5 – Pai?
POV – Jake
Forcei minhas pernas a correrem mais rápido esbarrando em alguns arbustos e cortando-me entre espinhos, a leve dor que meu corpo sentia agora não representava absolutamente nada, estava focado apenas nela.
Se não tivesse bebido essa noite a teria reconhecido no primeiro momento! Fui um idiota! Seu coração estava falhando, sua pulsação estava fraca tinha que me apressar antes que o pior acontecesse.
Em 15 minutos cheguei à casa dos Cullens gritando mentalmente para que Edward chamasse Carlisle. Eles já estavam na porta da casa quando sai da floresta. O Doutor me olhou espantado analisando o rosto perfeito dela, ele a conhecia?
Para piorar o intrometido do Edward não respondeu a minha pergunta como faria normalmente parecia estar concentrado em outra coisa, ou melhor, em outra mente; a de Carlisle.
Subimos até o quarto de hóspedes e eu a coloquei na cama tirando seu sobretudo. Carlisle a examinava cuidadosamente enquanto todos que estavam na casa entravam no quarto sem entender o que estava acontecendo, não dei importância ao que falavam só queria que ele dissesse que ela ficaria bem que esses machucados não eram nada, mas ela começou a gritar e se debater.
O Doutor agiu rapidamente tentando sedá-la, em vão, tinha a impressão que nada tiraria essa sensação dela, Emmet a pedido de Carlisle tentava segura-la, ao fazer isso pude ouvir o som de alguns ossos quebrando-se. Tive que me segurar para não arrancar sua cabeça do pescoço, afinal Emmet não tinha culpa por isso, simplesmente me coloquei no seu lugar tentando segura-la.
Segurei seus braços forçando seu corpo a ficar parado, ela era gelada e dura como eles, uma corrente elétrica passou por meu corpo ao tocá-la, todos os sentimentos que passaram por mim durante esse tempo voltaram mais intensos junto com uma angústia absurda! Eu a queria bem e a queria para mim! Não agüentaria vê-la sofrer mais!
Quando percebi Edward e Bella me olhavam com uma expressão de dor, talvez vendo a minha dor naquele momento. Deixei que ele visse finalmente o que tinha acontecido me desculpando por não ter dito nada antes.
- Por favor, não diga nada ainda! - Pensei com a convicção de que naquele momento ele me entenderia e aceitaria minha decisão. Ele simplesmente acenou com a cabeça sem dizer nada, não queria falar sobre isso agora, precisava digerir tudo primeiro.
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Passou-se uma semana e ela não havia melhorado em nada. Foi uma semana desastrosa, Carlisle disse que o processo era semelhante ao da transformação que os sanguessugas sofriam, mas o preocupante era que o processo não estava parando. Pelo seu conhecimento normalmente durava cerca de três dias e não era tão doloroso. Ele e Edward estavam pesquisando uma maneira de ajudá-la.
Ela tinha várias crises gritando e se contorcendo, algumas vezes Emmet e eu tínhamos que prendê-la na cama e todas as vezes que o fazíamos ela se machucava mais, sua força era como a nossa, mas sua fragilidade igualava-se ao de um humano normal.
O quarto de hóspedes tornou-se um leito de hospital repleto de aparelhos onde Carlisle checava constantemente seus batimentos cardíacos, pressão arterial e todas aquelas coisas de médico que não entendia. Ele havia tentado lhe injetar morfina, mas sem sucesso, parecia que aquilo nunca teria fim! A cada crise um pedaço de mim morria, sua dor era a minha dor, cada centímetro do meu corpo sentia isso.
Se antes eu era louco agora tinha me tornado um zumbi, não comia, não dormia, não vivia. Passei o tempo todo no quarto esperando por alguma melhora que não vinha suas crises estavam cada vez mais fortes e Carlisle já havia tentado de tudo, mas nada amenizava sua dor.
Seu corpo estava aparentemente se recuperando, não havia mais hematomas ou cortes, seus ossos quebrados também estavam recuperados, mas era um contraste com as crises que estavam piorando.
Minhas esperanças diminuíam cada vez que a via se debatendo pela dor, seus cabelos estavam constantemente encharcados pelo suor frio que escorriam pelo seu corpo, lágrimas desciam de seus olhos estando abertos ou não e quando abriam eram sem foco e mortos, não enxergando realmente o que acontecia a sua volta.
Sua temperatura variava muito ora como um sanguessuga ora como um lobo, ela delirava constantemente dizendo coisas sem nexo. Não sabia mais o que fazer queria simplesmente morrer junto com ela e nada mais.
Sentei-me na poltrona que havia perto da janela de seu quarto e acabei cochilando acordei quando senti uma mão gelada e pequena no meu ombro.
- Vá embora! – murmurei com os olhos ainda fechados.
- Jacob acorda! – a voz soprano de Alice chegou aos meus ouvidos.
- Alice me deixe aqui e em paz! – deixei a irritação transparecer na minha voz, ultimamente estava no meu limite e eles sabiam.
- Vem Jacob, por favor! – levantei em bufando e tremendo levemente ela apenas acenou com a mão para irmos fora do quarto, olhei brevemente para ela queria ver seu rosto gravar cada mínimo detalhe. Como estava com um semblante tranqüilo segui Alice para fora do quarto, quando chegamos ao corredor ela virou-se e continuou.
- Jacob porque você não via para casa descansar um pouco? Carlisle está fazendo tudo o que é possível se acontecer alguma mudança nós te avisamos! – ela disse com um pouco de preocupação, mas sua voz se tornou quase um sussurro quando ela viu minha reação.
- Eu não vou a lugar nenhum! – foi a única coisa que consegui dizer meu corpo tremia, estava a ponto de me transformar ali mesmo. Ouvi os passos silenciosos de Bella pelo corredor em nossa direção, mas Alice continuou mesmo assim.
- Não entendo o porquê você tem que ficar aqui mofando se não está acontecendo nenhuma melhora! E você morrendo aqui não vai ajudar em nada! – ela me disse cruzando os braços e batendo o pé no chão Bella estalava o beiço atrás de mim olhando em direção de Alice.
Neste momento Edward chegou ao andar, claro que ele não deixaria de se meter no meio da conversa, já não bastava estar na nossa cabeça 24hs por dia ele teria que intrometer nisso também?
- Acalme-se Jacob! E Alice ele não pode ir embora. – ele disse com a maior naturalidade, ela se focou nele.
- Como assim Edward? Ele não pode continuar mofando aqui! – ela irritou-se colocando as mãos na cintura e subindo dois oitavos na voz, eu sentia que iria me transformar ali mesmo por tamanha raiva que sentia naquele momento por Edward estar interferindo e os outros estarem interferindo. Isso é assunto meu! Só meu!
- Você realmente não vê Alice? Por que ele teve a impressão, agora não consegue ir. Não enquanto ela estiver neste estado! – Alice, Bella e eu paralisamos, ele não podia ter dito isso! Alice piscava sem parar com a boca aberta.
– Você é vidente, mas não vê o que está no seu nariz! – Edward disse achando um pouco de graça nisso e simplesmente virou-se indo embora para sei lá onde! Eu ia matá-lo ali mesmo!
Bella me deteve segurando meu braço, pela expressão de seu rosto ela já suspeitava disso, fazendo sinal para deixá-lo ir com toda certeza ela falaria com ele depois.
- Deixe Jake! – ela apenas sussurrou e sumiu em direção ao andar abaixo.
Como se despertasse do traze Alice começou a bater as mãos e a pular olhando para mim com o maior sorriso que ela poderia dar, pulou no meu pescoço e me abraçou gritando no meu ouvido apenas consegui dar um sorriso amarelo em retorno.
- Eu realmente queria ter visto isso! - disse soltando-se de mim - É realmente uma pena não ter previsto isso. – ela disse de repente me fitando de uma maneira diferente.
– Jacob você está um lixo, vamos dar um jeito nisso! Vamos, vamos, vamos! – ela andava na minha frente saltitando, mas parou quando percebeu que eu não havia me mexido nenhum milímetro.
- O que está fazendo aí? Vamos! Você não quer que ela acorde e te veja neste estado! – voltando e puxando-me pela mão, praticamente me arrancando de onde estava para o banheiro no andar superior.
- Bella, Nessie vocês querem ajudar também? – ela perguntou enquanto me puxava escada acima. Pude ouvir as risadas dos outros na sala rindo as minhas custas. Emmett era o mais exagerado.
Alice simplesmente me trancafiou no banheiro me dando roupas novas, por fim desisti de lutar contra suas vontades, ela era realmente impossível! Tomei banho e fiz a barba ela cortaria meu cabelo quando estivesse pronto, podia ouvi-la com Bella e Nessie no quarto ao lado especulando sobre o que aconteceria comigo depois que Ela acordasse, já estava prevendo tudo! Teria que fugir dali antes que elas me torturassem, mas do andar abaixo um grito estridente e latente de dor acabou com o momento.
Praticamente arranquei a porta do banheiro chegando ao seu quarto meio segundo depois. A cena que vi despedaçou meu coração, essa era sem dúvida a pior crise que havia tido, seus corpo contorcia-se violentamente na cama, seus gritos eram ensurdecedores!
Todos da casa estavam no quarto em pleno desespero. O coração dela tinha quadruplicado os batimentos, os aparelhos ligados ao seu corpo estavam descontrolados Carlisle, em vão, tentou lhe dar uma dose cavalar de morfina para conter a crise.
Lágrimas grossas e quentes escorriam pelo meu rosto ao vê-la naquele estado, Emmet e eu tentamos segurá-la, mas ela estava incrivelmente forte, mais do que os outros dias, nos lançando contra a parede do quarto. Seus batimentos estavam irregulares demais, sua temperatura era altíssima como também sua pressão era comparável a uma panela de pressão prestes a explodir!
Os aparelhos ligados a ela estavam caindo no chão e pela primeira vez em minha vida vi Carlisle ficar paralisado sem saber o que fazer. Não me contive e agarrei-o pela camisa erguendo alguns centímetros do chão.
- FAÇA ALGUMA COISA! NÃO A DEIXE MORRER! – gritei contra seu rosto, as lágrimas e a fúria me dominavam.
Em meio a rosnados alguém me segurou, não tentei resistir e soltei Carlisle, apenas esvaindo em lágrimas grossas. Pela minha visão periférica vi Jasper contorcer-se de dor Alice tentava acalmá-lo, ele deveria estar sentindo as dores dela. Todos ficaram apenas observando horrorizados por sua cena de dor.
Agora tinha certeza ela morreria ali! Coloquei as mãos no rosto para não ver sua morte. Parecia que seria o seu fim em meios aos gritos e lágrimas de dor, seu corpo contorcendo-se.
Então algo inexplicável aconteceu. Ao mesmo tempo as luzes da casa e de todos os monitores do quarto explodiram, os vidros das janelas quebraram caindo alguns cacos em minha direção deixando alguns machucados pelo meu corpo. Senti a casa tremer por alguns segundos, todos estavam perplexos pelo que estava acontecendo, era como se estivéssemos em meio a um terremoto e tudo que havia no quarto começou a flutuar.
Simultaneamente seu corpo arqueou mais uma vez de tal maneira que poderia quebrar sua coluna e soltando um grito estridente de dor, Jasper que continuava se contorcendo soltou ao mesmo tempo um urro de dor, seus olhos dourados estavam quase negros e sem foco, acredito que se pudesse chorar ele estaria fazendo agora.
Sem que esperássemos seu coração foi bruscamente desacelerado parando em um sopro fazendo seu corpo mole cair na cama. Não havia nenhum sinal de respiração ou de batimento. Prendi minha respiração tentando conter minha dor, tudo tinha ficado cinza e em câmera lenta.
Agora para mim nada mais teria sentido, minha vida tinha ido embora juntamente com aquela linda e desconhecida mulher! Todos estavam paralisados não se ouvia barulho algum, somente os corações daqueles que ainda tinham.
Com um pouco de dificuldade levantei-me aproximando, a passos lentos e pesados, de seu corpo pálido e sem vida. Sentia as lágrimas quentes e os soluços saindo de mim então me encostei delicadamente na cama tocando em seu rosto lindo e tranqüilo.
Em um batimento algo mudou. Ela abriu os olhos azuis furiosamente segurando meu pulso com força violentamente o quebrando como se fosse papel.
- Nunca mais encoste suas mãos em mim! – a partir daí tudo aconteceu muito rápido.
Me vi ser jogado contra a parede do quarto abrindo um buraco enorme e quebrando algumas partes do meu corpo, a dor era latente! Emmett, Rose, Alice, Nessie, Seth e Bella ficaram em posição de ataque, enquanto Jasper continuava jogado no chão se recompondo da dor que havia sentido. Esme estava paralisada e Carlisle e Edward estavam em choque atrás dos outros.
Consegui me mover um pouco para ver melhor o que acontecia, ela parecia em perfeito estado como se nada tivesse acontecido, como se não tivesse sofrido nada, nenhum aranhão! Estava com a aparência saudável com as bochechas levemente coradas mesmo na pele pálida, seu coração batia forte e rápido superior aos meus batimentos.
Ela deu um rosnado alto e ameaçador mostrando todos seus dentes brancos e perfeitos, virando–se e indo a direção à janela que dava para a floresta, era realmente muito rápida, mas por um momento paralisou após ouvir Carlisle, voz que saiu quase como um sussurro.
- ? – Carlisle disse quase soletrando seu nome. Seu nome? Ela manteve as mãos apoiadas na janela pronta para pular, mas por alguma razão não o fez. Carlisle tinha se aproximado mais deixando somente a cama entre eles, seu rosto parecia confuso.
- ... ... é você? – ele disse tremendo um pouco a voz cada vez que pronunciava seu nome os batimentos dela correspondiam a voz de Carlisle.
Um segundo se passou, seus batimentos estavam descompassados, parecia que ela estava decidindo se iria embora ou não então sem que esperássemos virou-se com os olhos marejados.
- Pai? – sua voz saiu como um sussurro repleto de angustia, mas espera ai o quê ela disse? Carlisle abriu levemente os braços.
- Pai! – ela gritou atravessando a distancia entre eles pulando em seus braços.
Todos nós ficamos perplexos enquanto ela chorava e soluçava em seus braços apertando-o. Com certeza se Carlisle fosse humano já teria sufocado pela força e a urgência que era abraçado. Edward suspirou despertando a todos. A ficha estava caindo agora.
- Ela por acaso disse pai? – Emmett conseguiu dizer o que todos nós pensávamos. Edward que estava com a boca aberta apenas acenou com a cabeça.
Tentei levantar, mas precisei da ajuda de Seth e Jasper para me manter em pé, ela realmente tinha acabado comigo! Ficamos parados observando a cena, ela continuava a chorar e a dizer coisas sem sentido.
- Procurei tanto... eu... eu... não... deixem... eles... não quero voltar... pai! – seu choro era angustiante Carlisle tentava acalma-la, mas ela só conseguia repetir isso e chorar mais.
- Tudo bem criança, agora estará a salvo! – Carlisle dizia alisando seu cabelo. – ... ... ... – ele começou a cantarolar em seu ouvido tentando controlar o choro e os soluços dela.
- Jasper, por favor? – Edward disse baixo o fazendo entender o que queria.
Uma sensação de paz e tranqüilidade pairou no ar enquanto Jasper estava tentando acalmar a situação. Como esperado os ânimos se amenizaram até que Carlisle a segurou no colo cantarolando ainda seu nome fazendo-a dormir. Delicadamente Carlisle a colocou na cama já completamente adormecida a cobrindo com o cobertor. Quando ele virou-se todos nós ao mesmo tempo perguntamos.
- Pai? – Carlisle simplesmente colocou as mãos nas têmporas massageando.

Capítulo 6
Bônus






Carlisle teve que cuidar dos meus ferimentos antes de esclarecer a todos o que estava acontecendo, enquanto Esme, Bella e Nessie tentavam arrumar o caos que estava o quarto. Não quis pressionar Carlisle então o deixei apenas trabalhar nos meus curativos.


Na queda ganhei um braço quebrado, um ombro deslocado, três costelas quebradas, pulso quebrado e alguns dedos da mão esquerda, fora os hematomas, ela com apenas uma mão acabou com o meu dia! Ficaria bom em algumas horas, mas mesmo assim era bastante desconfortável tudo aquilo.


A pedido de Carlisle fomos todos para a sala de jantar, Bella olhava intensamente para Edward provavelmente deveria estar com o campo aberto perguntando a ele sobre tudo isso. Com certeza ele já sabia de tudo desde quando a trouxe para cá.


Os Cullens usavam a sala de jantar apenas para reuniões por maneiras obvias. A sala era aconchegante com uma mesa de madeira maciça para doze pessoas posicionada no centro e um lustre que parecia ter vindo do século passado acima da mesa dando um toque a mais para a iluminação que passava pelas duas paredes inteiramente de vidro.


Carlisle sentou-se na ponta direita da mesa de costas para a janela, Esme sentou ao seu lado esquerdo, Edward e Bella ao seu lado direito seguido por Alice e Jasper. Sentando na frente deles estavam Nessie, Seth, Emmet e a loira aguada. Preferi ficar em pé estava inquieto de mais com o que tinha acabado de acontecer.


Todos esperavam pelas palavras de Carlisle e depois de alguns segundos fiquei nervoso com o silêncio que faziam, Seth também parecia incomodado, então pigarrei fazendo todos olharem para mim. Quando abri minha boca para começar a fala Carlisle interveio.


- Acho que devo desculpas a todos. Apenas não consegui dizer o que sei até o momento por não achar a melhor hora para isso.


- E como você pode esconder durante todo esse tempo que tinha uma filha? Achei que nossa família não tivesse segredos! – Rosalie estava enfurecida, Edward interveio.


- Se você acalmar seu temperamento Carlisle contará tudo, Rosalie! – ela o fulminou com os olhos. OPS! A coisa ia ficar feia agora! A loira burra rosnou para Edward, Emmet tentava mantê-la sentada.


- Não ouse dirigir a palavra a mim! Você sabia de tudo como sempre! – Bella estava ficando nervosa com a maneira que Rosalie fala com Edward, na verdade todos nós estávamos, mas antes de alguém revidar Carlisle levantou a mão.


- Rose se acalme, por favor. Vou contar tudo desde o começo. – tirando Seth e eu todos se tornaram como pedras para prestar atenção.


– Nas décadas que passei junto com Aro, Caius e Marcus tentei convencê-los de que a nossa alimentação era a mais adequada melhorando nosso convívio com os humanos. Nós constantemente discutíamos muito sobre o assunto até que um dia a encontramos. – Carlisle pausou concentrando-se nas lembranças de séculos atrás.


– Ela tinha apenas três anos de idade e estava abandonada debaixo de uma ponte. Mesmo suja e vestindo trapos ela era linda, suas bochechas rosadas contrastavam com seu cabelo liso e preto e seus olhos incrivelmente azuis. – senti um aperto em meu peito ao imaginá-la indefesa daquela maneira.


- Tive compaixão pela criança, mas Caius a queria, então para protegê-la decidi ficar com ela. Sabia não me sentiria tentado a mordê-la e por estar sobre minha proteção eles não fariam mal nenhum. Nós a levamos para minha casa, ela estava traumatizada, mal conseguia sabia falar, apenas dizer seu nome; Elizabeth. – Carlisle falava com um certo orgulho nos olhos.


- Os anos se passaram e eu a criei como minha filha, a cada dia que passava ficava mais bonita e mais inteligente, lhe ensinava tudo o que sabia, desde arte, música à ciência. Sentia-me realmente como seu pai e não estava mais solitário como antes, mas não sabia dizer o que aconteceria quando ela se tornasse adulta qual caminho escolheria. Não pensava em transformá-la, mas queria estar ao seu lado.


Carlisle fez uma pausa como se sentisse dor ao contar isso para nós, agora entendia o espanto quando a trouxe naquela noite. Seu lado paterno não havia morrido, ele a reconheceu no primeiro instante!


- Quando completou 12 anos alguma coisa mudou. Nós organizamos como em todos os outros anos a comemoração de seu aniversário, sempre fazíamos algo simples. era dotada de um temperamento muito forte e naquele ano ela não queria comemorar seu aniversário dizendo que todo ano ficava mais velha e nós continuávamos como antes. – Edward olho intensamente para Bella como se estivesse lembrando de algo.


- Caius sempre que podia a atormentava e daquela vez não foi diferente mesmo Aro e eu o repreendendo. Ele a provocou até seu limite. Quando Elizabeth estava extremamente nervosa as luzes da casa estouraram, na época não entendi nem como ou o porquê de ter acontecido isso, mas ali naquele momento Aro viu o potencial que ela poderia ter se tornasse uma de nós. Me opus imediatamente a sua decisão e como eu era seu tutor, Aro concordou pelo menos até que completasse 18 anos. Quando isso acontecesse ela optaria pelo caminho que seguiria. – não contive minha risada era claro que Aro gostaria de tê-la como mais um de seus brinquedinhos.


- Dois anos se passaram desde então, Elizabeth influenciada por Aro acreditava que a única solução para nossa relação seria ser uma de nós. Discutimos constantemente sobre o assunto até que no ápice ela fugiu não deixando rastros. – Carlisle falava baixo e com um pesar em sua voz. Ele se sentia como um pai rejeitado. – Passei semanas a procurando, Aro e Marcus também, mas sem sucesso. Três meses depois Aro a encontrou morta, não queria mais continuar ali, então fui para o novo continente.


Se pudesse Esme estaria chorando ao lado de Carlisle com absoluta certeza ele não havia omitido isso dela, mas mesmo assim ela sentia a dor pelo que Carlisle tinha passado, os outros continuavam imóveis, não consegui me conter e perguntei, trazendo todos para a realidade.


- Há quanto tempo isso aconteceu Carlisle?


- Cerca de 150 anos. – ele respondeu sem humor.


- Então por que eles continuam azuis? – perguntei tentando digerir tudo o que tinha acabado de ouvir.


- O que você disse cachorro? – a loira burra rosnou em minha direção.


- Vocês viram os olhos dela, são azuis!


- Essa é uma pergunta que teremos que perguntar a ela. – Edward disse refletindo sobre a nossa pequena discussão.


CAPITULO 7 - VIDA E MORTE

P.O.V

Duas semanas atrás...

Preciso correr, preciso correr! Dizia para mim mesma ofegante enquanto forçava minhas pernas a moverem-se mais rápido pela floresta, precisava ter forças para continuar, mas não estava fácil despistar Demetri. Ele era implacável!

A vegetação a minha volta estava mudando deveria estar entrando no estado de Washington. Tive que fazer o caminho mais longo que pude para despistá-lo passando pela América do Sul, América central, México e fazendo um verdadeiro zig-zag entre os estados americanos, acho que estava funcionando já que fazia três dias que não sentia seu cheiro.

Não podia me dar o desfrute de relaxar agora, precisava pensar em todas as possibilidades, não podia deixar passar nada caso acontecesse estaria morta meio segundo depois. E eu prometi a Dean que não morreria, não agora!

Era crepúsculo quando cheguei a um vilarejo, achei melhor parar de correr e me misturar um pouco às pessoas, assim disfarçaria meu cheiro um pouco além que também precisava ter um pouco de necessidades humanas, comer, dormir e com certeza tomar um banho. Fazia uma semana que não fazia nada direito.

Parei a corrida bruscamente na beira da estrada, precisava de um carro para parecer normal naquele fim de mundo, mas isso não seria problema para mim, tirei o sobretudo e fiz uma pose bem sensual. Não demorou muito e um Infinit FX50 preto parou. Tive que me segurar para não rolar os olhos para o idiota do carro ele me olhava como se fosse uma vadia qualquer.

Tudo bem eu não estava muito comum com botas de couro, macacão de vinil justíssimo, corpete de couro e sobretudo, quem me visse assim acharia que não era normal, mas infelizmente para o que fazia essa roupa me protegia. Ele abriu a porta do carro com um sorriso enorme e eu entrei. Sua aparência não era a das piores, mas não fazia meu gênero. Loiro! Eca!

- Então gata pra onde você quer ir? – disse se insinuado para mim, eu ia para algum lugar, ele não! Apenas olhei nos seus olhos e sorri um pouco, mas sem mostrar todos os meus dentes não queria amedrontá-lo agora.

- Você um belo par de olhos azuis gata!

- Obrigada. – disse fechando a porta atrás de mim.

Não podia fazer nada ainda ali pelo movimento na estrada então deixei que ele seguisse o caminho, por cerca de uns 15 minutos tive que ouvir sobre sua vida medíocre e normal de humano, parecia que nunca teria fim até que observei que só havia o nosso carro na estrada.

Falei com a minha mais sensual voz para ele parar o carro, e como era esperado o fez rapidamente. Homens! Ugh! Ele já estava soltando o cinto provavelmente achando que conseguiria algo comigo então sem que ele esperasse o peguei pelo pescoço, seu rosto foi ficando vermelho quase roxo. Podia sentir o cheiro do sangue pulsando em suas veias, mas isso não me apetecia.

- Olhe bem nos meus olhos idiota! Vou deixar você aqui sem te machucar se cooperar! – ele tentou fazer um gemido de confirmação, mas não saiu nada, covarde! – Desça agora! – simplesmente ordenei mostrando todo o meu lado feroz.

Ele desceu caindo de costas no meio do acostamento, não podia me preocupar como sairia de lá tinha coisas mais importantes para pensar. Mudei de lugar fechando a porta do motorista e pisando fundo no acelerador. Já era noite e Demetri deveria estar me procurando, droga! Precisava achar uma maneira de despistá-lo definitivamente, mas não queria matá-lo, nossa relação tinha até sido suportável no último ano.

Depois de rodar mais um pouco parei em um motel de estrada estacionei o carro e segui para a recepção. Abri a porta fazendo um pouco de barulho, os humanos não gostavam de ser surpreendidos, me dirigi ao balcão observando rapidamente o local.

A recepção era pequena com móveis velhos e mal iluminada, sentia a poeira no ar. Uma mulher sentava atrás do balcão mascando vulgarmente um chiclete, seu cabelo descolorido parecia mais um emaranhado de nós e aparentava ter cerca de 50 anos e, diga-se de passagem, muito mal aproveitado.

Debrucei-me no balcão e pedi um quarto, tive que estralar varias vezes o dedo na sua frente para tirá-la do transe, às vezes ficava irritada com o efeito que causava nas pessoas.

- Pode ir para o quarto nº 5. Fica no andar superior no fim do corredor à direita. – ela disse ainda piscando ofuscada.

- Obrigada.

Subi e fui à direção ao quarto, chovia um pouco deixando a noite ainda mais escura, entrei jogando minha bolsa na cama e tirando o sobretudo. Precisava descansar um pouco, pelo menos essa noite teria que dormir. Liguei para recepção e pedi um sanduíche e um refrigerante, estava faminta poderia comer um boi se quisesse, mas aquilo teria que servir.

Esses meses foram terríveis, desde quando matamos Alec para fugir não tive mais paz e o pior não conseguia me comunicar com meu pai. Era estranho todos com que tinha fortes laços afetivos não importava a distância sempre mandava mensagens, tudo bem que nunca havia tentado me comunicar com alguém de outro continente, mas sempre que tentava me comunicar com ele havia uma interferência.

Um moreno com cabelos bagunçados, aparecia toda vez que tentava me comunicar com Carlisle e o mais estranho era como se o conhecesse realmente, por alguma razão sabia seu nome; Jacob. Talvez meu pai não seja mais tão ligado a mim, afinal ele tem outra família isso já era de se esperar, não é? Mas isso não explicava o porque desse cara parecer toda vez!

Decidi não pensar nisso, iria me deixar melancólica e precisava ser forte para continuar. Entrei no banheiro e me olhei no espelho, realmente era bonita, mas não da forma que queria. Minha pele extremamente pálida constratava com meu cabelo negro e meus olhos azuis, malditos olhos! Eu não os queria, queria os olhos dourados dele! Bufei balançado a cabeça, talvez um banho me relaxasse um pouco.

Deixei a água cair em meu rosto sentindo-a escorrer por meu corpo. Desde que Carlisle foi embora, esse era o único momento reconfortante para mim, não precisava pensar em nada, não precisava ser nada era apenas eu e a água. Fiquei assim por um bom tempo até que o serviço de quarto bateu na porta, irritada desliguei o chuveiro e abri a porta.

O entregador prendeu um suspiro ao ver-me de roupão com o cabelo molhado, apenas rolei os olhos e fechei a porta na sua cara, hoje não estava com paciência para ser educada com estranhos!

Deitei na cama e comi o sanduíche assistindo tv não dei muita atenção para o programa que passava apenas vivi o momento humano. Olhei no relógio e eram 22h30min então resolvi tentar contato novamente, mas estava muito cansada seria melhor no outro dia pela manhã, ajeitei-me na cama de roupão mesmo e cai em um sono que há muito tempo não tinha.

Sonhei com o ultimo natal que passara com Carlisle, com os carinhos e brincadeiras de pai e filha e os presentes que me dava, era tudo perfeito, mas algo não estava certo. Meu instinto dizia isso. Me mexi levemente na cama, recobrando lentamente a consciência abri um pouco os olhos e levei um susto. Rapidamente levante da cama me encostando no criado mudo, ele sorria cinicamente para mim.

- Você é tão indefesa dormindo . Tão delicada. – Demetri disse dando um passo em minha direção. Precisava pensar rápido!

- Obrigada Demetri, mas há quanto tempo está ai babando? – perguntei sarcasticamente, tinha que enrola-lo um pouco para escapar. Droga!

- A tempo suficiente. – ele disse simplesmente dando dois passos em minha direção.

Fiquei paralisada sem saber o que fazer, não podia sair batendo nele como queria aqui tinha gente demais e não controlava meus poderes tão bem assim a ponto de colocar tantas pessoas em risco e o pior que ele sabia disso.

- Então o que vai ser? – perguntei seca dando um passo para o lado.

- Na realidade acho que você escolhe, tenho minha preferência, mas vou deixar escolher.

- E quais são as opções? – perguntei dando mais um passo ao mesmo tempo que ele.

Estávamos andando em círculos agora, os músculos do meu corpo estavam todos tensos, mas precisava manter a calma. Precisava raciocinar rápido.

- As opções são simples ou você morre aqui lutando comigo ou você morre quando voltar para Volterra. Você escolhe, mas eu gosto mais da primeira para ser sincero. – ele disse vindo deliberadamente na minha direção, me esquivei levemente. Nisso estava em vantagem era mais rápida.

- Bom Demetri acho que não vou escolher nenhuma das duas. Eu já fiz minha escolha: A minha liberdade! – disse andando devagar em direção das minhas coisas, precisava sair o mais rápido dali.

- Escolha errada garota! – ele disse cinicamente.

Neste momento Demetri pulou em minha direção segurando meu pescoço com uma de suas mãos erguendo-me vários centímetros do chão. A pressão no meu pescoço era inacreditável se fosse totalmente humana teria morrido ali mesmo. Precisava sair dali antes que me descontrolasse.

- Viu como disse que estava errada, agora vai morrer do jeito que disse que gostaria... – ele disse dando risinhos abafados enquanto apertava mais sua mão no meu pescoço.

Sentia o ar faltar, mas não podia me dar por vencida assim tão fácil. Demetri era grande e forte, mas era apenas um e se me esforçasse poderia com ele. Então buscando forças naquilo que amava enrolei violentamente meus pés em seu pescoço o torcendo.

Ele urrou pela dor, mesmo não podendo quebrar seus ossos podia causar dor pela torção! Cai no chão com a mão no pescoço e tossindo pela ardência na garganta. Pense , pense!

Me levantei rapidamente indo em direção da minha mochila, aquela era a deixa para ir, mas Demetri parou-me agarrando meu cabelo. Fui arremessada em direção ao guarda-roupa o quebrando em dois. Merda precisava sair dali agora! Não demoraria muito para alguém aparecer ali por causa do barulho!

- Demetri você não pode me matar aqui! Não se esqueça que Aro ficaria furioso com você se expusesse a todos desta maneira! – disse enquanto levantava-me tirando alguns pedaços da madeira que entraram na minha pele.

- Sinceramente não me importo com o que vai acontecer depois, apenas quero você morta AGORA!! – ele gritou correndo velozmente em minha direção.

Consegui esquivar-me e revidar dando um chute em seu rosto, o que pareceu enfurecê-lo ainda mais, eu continuava mais rápida que ele, porém estava cansada conseguindo apenas me defender de seus ataques. Sentia meu sangue escorrer pelos meus ferimentos.

Estávamos destruindo todo o quarto até que enquanto tentava fugir de um golpe Demetri agarrou-me novamente pega garganta me afundando alguns centímetros no chão. Tentava me soltar, mas ele usava as duas mãos para me sufocar. Fiquei impedida de lutar estando daquela maneira. Demetri prendia no rosto já deformado um sorriso diabólico enquanto me via perder o ar.

- Sabe aberração... nós sempre soubemos que seu fim seria assim. Você sempre foi fraca demais, louca demais. Todos nós, sem exceção, achamos que você era defeituosa! Nunca foi e nunca será digna dos Volturi! – ele gargalhava no meu rosto, sentia as lágrimas quentes descerem por meus olhos, minha garganta ardia terrivelmente.

- Até Carlisle teve vergonha de você! Ele nunca a considerou realmente como filha dele! Você foi apenas um passatempo para ele! Um passatempo!

Aquilo despertou algo em mim que nunca havia sentido, era como se despertasse de um pesadelo! Sempre entendi que não era uma Volturi, mas nunca aceitaria alguém falar desta maneira sobre meu pai, NUNCA!

Derrepente senti meu corpo quente e uma força veio de dentro de mim. Estava alerta e descansada como se não tivesse vivido o que vivi nesses últimos meses. Com facilidade segurei as mãos de Demetri e arranquei-o de cima de mim. Violentamente saltei em sua direção e agarrei seu braço arrancando-o como se estivesse cortando papel.

O som metálico veio junto com um grito ensurdecedor de dor, Demetri sem o braço direito correu em minha direção mordendo o meu, não consegui conter o grito ao sentir a dor pela mordida. Ela ardia, mas não podia esmurecer justamente agora, então com um ultimo impulso agarrei sua cabeça arrancando-a.

Cai no chão sentindo a dor enlouquecedora da mordida, precisava agüentar! Vamos força! Levantei-me cansada enquanto o corpo de dele se debatia sem a cabeça. Tinha que dar um jeito de queimá-lo.

Fui em sua direção e o cortei em tanto pedaços quanto foi possível e procurei um saco para coloca-los, tinha que agir rápido antes que os eles se juntassem novamente. Pude ouvir aquela mulher do balcão bater desesperada na porta me chamando. Droga, Demetri conseguiu chamar atenção suficiente!

Arrumei tudo que foi possível rapidamente e sai pela janela do quarto, nessa hora a velocidade vampira veio bem a calhar. Corri em direção ao carro antes que a loira oxigenada abrisse a porta do quarto e como estava esperando os gritos vieram de lá. Liguei o carro rapidamente e sai em cantando pneus em direção a rodovia.

Parei o carro somente quando amanheceu, corri mais para dentro da floresta, que por milagre não estava chovendo, depois de correr por uns 5 min pela floresta encontrei um bom lugar para queimar os restos de Demetri.

Depois da fogueira formada sentei em um tronco caído, estava exausta, machucada e com fome. O veneno da mordida estava se espalhando e precisava arrumar um jeito de tirar aquilo de mim. Tentei sugar o veneno várias vezes, mas a dor atrapalhava meu desempenho, não sabia quanto tempo aguentaria antes de cair me contorcendo de dor como nas outras vezes.

Esperei o fogo consumir seus restos e voltei para o carro agora poderia ir mais tranqüila em direção ao meu pai, mas teria que seguir pela estrada, não agüentaria correr no estado em que estava.

Durante todo esse tempo que estive com os Volturi nunca havia me sentido tão livre como hoje, para eles eu era apenas uma assassina fria e calculista sem direito de escolha ou opinião, simplesmente limpava a sujeira deles e nada mais. Hoje estava seguindo, depois de tanto tempo, o caminho que havia escolhido. As lágrimas de felicidade escorriam pelo meu rosto, enfim a liberdade!


Quatro dias depois...



Era noite de lua nova estava escuro e a garoa fina molhava meus cabelos, ouvia o barulho das folhas secas em baixo dos meus pés, já não sabia mais por quanto tempo estava andando, fazia três dias que não comia ou bebia nada e o veneno estava se alastrando cada vez mais juntamente com a dor. Quanto mais fraca ficava mais rápido o veneno se alastrava.

Sabia que já estava perto de Carlisle, mas a dor estava afetando meu sentido de direção e não tinha mais forças para andar, cai de joelhos no chão jogando minha mochila ao lado ofegante precisava descansar um pouco, sentia meus braços tremerem.

O veneno estava fazendo efeito tinha que chegar em Carlisle antes que perdesse a consciência, abri os olhos não sabendo em que momento os tinha fechado e tentei levantar, mas meus braços e pernas não me obedeciam. Agora não! Estava perto, não podia ficar aqui!

Então a duas milhas ouvi uma movimentação, a droga do vento não estava a meu favor! Um lobo gigante e avermelhado sentiu meu cheiro e começou a correr na minha direção! Merda!

Juntei minhas ultimas forças e escondi rapidamente minha mochila, não poderia correr com ela, estava fraca e o peso me atrapalharia na corrida. Levantei-me e fugi o mais rápido que pude, mas o lobo era muito rápido. Em tantos lugares, justo aqui deveria existir animais gigantes?

Meus músculos ardiam e sentia meus machucados abrirem novamente, a dor e o cansaço estavam consumindo minhas forças, mas não poderia parar antes de encontrar meu pai. Forcei mais um pouco enquanto o lobo enraivecido rosnava e latia atrás de mim, forcei ainda mais!

Estava ofegante e tremendo um pouco, mas consegui despistar a criatura então ouvi a algumas milhas de distância o barulho do mar, mudei o curso em sua direção, talvez pela água conseguisse apagar meu rastro. O vento continuava contra mim e a chuva que estava mais forte aumentava minha dificuldade. Por fim depois de alguns segundos consegui visualizar um penhasco. Isso!

Minhas pernas começaram a falhar, estava sem forças, tropeçando algumas vezes, mas não podia parar! O lobo gigante voltou a minha procura dando um rosnado alto em fazendo tropeçar em um tronco e cair.

Senti cada parte do meu corpo gritar em dor e agonia pelo meu cansaço, o veneno estava quase me dominando, não teria muito tempo antes de desmaiar pela dor, o sangue escorria por meus ferimentos formando uma poça no chão!

Com dificuldade me levantei cambaleando um pouco indo o mais rápido que conseguia para a ponta do penhasco, neste momento ouvi o lobo desascelerar, fiquei confusa ele não iria me atacar?

Agora o vento estava a meu favor e enfim pude sentir seu cheiro, não era apenas um animal hiper desenvolvido, tinha um cheiro forte e amadeirado, seria uma criança da lua? Como? Era lua nova e não lua cheia! Não era possível! Me desesperei, tinha que sair o mais rápido dali, no meu estado não duraria nem dois segundo em combate! Tinha que pular agora!

Assim o fiz, a queda foi rápida, mas era tarde demais já não tinha mais forças sentia nada mais além da dor latente do veneno e do meu cansaço! As águas negras me empurravam e puxavam contra as pedras da encosta, senti o ar esvair de meus pulmões. Apenas deixei acontecer, aquele seria meu fim. Pelo menos morreria com a sensação que amava; liberdade.

Não sabia quanto tempo havia se passado, a dor me dominava, mas tinha algo diferente uma pressão no meu peito dizia isso. Sentia o ar ser empurrado dentro dos meus pulmões e então a pressão urgente no meu voltava.

Um liquido salgado veio pela garganta me forçando a colocá-lo para fora, a ardência dominou minha garganta e nariz, tentei abrir um pouco meus olhos e então pude vê-lo, estava tudo embaçado, mas era ele!

Estava molhado com cabelo grande, olheiras em baixo dos olhos e um tanto abatido, mas com certeza era o homem que sempre atrapalhava minha comunicação com meu pai. Não consegui manter os olhos abertos por muito tempo me entregando para a dor que consumia meu corpo!


Capítulo 8 – Revelações






O silêncio chegava a ser palpável na sala, todos os olhos estavam vidrados em mim esperando que começasse a contar tudo. Jacob me olhava com um misto de dor e devoção nos olhos, preferi não encará-lo muito por causa de seus batimentos cardíacos, aquilo já era incomodo o suficiente. Precisava de foco, mas por onde poderia começar?


- Pelo começo estaria bom. – Edward disse respondendo meu pensamento será que ele não desligava nunca?


- Não! Infelizmente eu não desligo! – ele respondeu novamente meu pensamento rindo alto. Que inconveniente! Bufei um pouco nervosa fazendo-o rir ainda mais.


- Ok já entendi! Vai me deixar contar ou não? – disse irritada, ele apenas acenou com a cabeça confirmando fazendo os outros rirem um pouco da situação continuei os ignorei completamente.


– Há um pouco mais de seis meses fui mandada para uma missão com Jane, Alec e Demitri. Nós convocaríamos um casal de vampiros na Ucrânia que os Volturi entendiam ter algo para acrescentar a realeza, normalmente eles não aceitavam logo de inicio então eu era utilizada para deixá-los mais maleáveis para a aceitação. - não quis explicar como fazia isso, era vergonhoso demais ter que fazer sempre o trabalho sujo deles.


- Como já havia planejado muitas outras vezes minha fuga, quando saía, era sempre escoltada por Demitri e Jane por razões obvias e dessa vez não foi diferente. – vivi naquele momento cada sentimento que passei no dia da fuga.


– Tinha planejado fugir junto com Dean dessa vez, nós iríamos para a África, ele mantinha alguns contatos lá e então ficaríamos escondidos por um tempo em Serra Leoa. Demitri não conseguia seguir seu rastro e a dor que Jane causava para mim era suportável então tínhamos esperanças que dessa vez conseguíssemos. - via a cena diante dos meus olhos como se a vivesse novamente, senti minhas mãos mais frias e meu coração bater mais acelerado pela adrenalina.


- No dia combinado armamos uma emboscada e conseguimos escapar matando Alec e levando suas partes conosco. Não poderia ter falhas nessa fuga se não estaríamos mortos queimando em fogo, Aro já estava farto de mim por não conseguir me enquadrar nos padrões que queriam. – Senti todos enrijecerem ainda mais e os corações dispararem.


– Corremos por dias, mas Jane e Demitri estavam em nosso encalce até que quando chegamos ao Irã, Dean e eu nos separamos para despistá-los, prometendo nos comunicar para marcar um novo ponto de encontro. – fui o mais sucinta possível não queria lembrar daquilo agora.


- Mas o que aconteceu com Demitri e Jane? – Jasper perguntou com intensidade.


- Jane seguiu Dean em direção do oriente e Demitri me seguiu indo para a África, como ele estava me seguindo não pude ficar no esconderijo e fugi para outro lugar. – foi o que consegui dizer, mas eles me olhavam ansiosos por mais então prossegui. – E agora Demitri não existe mais. – as palavras saíram da minha boca sem vida.


- Você matou Demitri? – Emmet falou mais alto com a surpresa estampada no rosto, apenas confirmei com a cabeça.


- Se ele visse para onde ia com certeza todos os outros estariam aqui nesse exato momento e vocês morreriam. Não tive escolha. – disse abaixando o tom de voz, isso foi sempre o que fiz; matar pessoas. Com ele não teria sido diferente.


- E como você nos encontrou? – Rosalie interveio curiosa.


- Vocês são famosos pelo habito alimentar então não foi tão difícil encontrá-los, mas quem me direcionou para cá mesmo foi Nahuel. – Carlisle sorriu quando disse esse nome.


- Nahuel está na África? – Nessie perguntou empolgada, não consegui evitar o sorriso para sua reação.


- Não Nahuel continua no Brasil. Para despistar Demitri fiz o caminho mais longo possível. África, América do Sul, América Central, México e quase todos os estados americanos. Na época que cheguei à Amazônia cruzei seu caminho por acaso e ele me ajudou a despistar Demitri durante meu tempo no Brasil.


As feições de Jacob e Seth se contorceram um pouco, provavelmente ambos não sejam bons amigos de Nahuel, Edward parecia se divertir com isso, confirmando com a cabeça minha suposição.


- E esse Dean? Vocês já fizeram contato? – a voz rouca de Jacob ecoou na sala, sua feição era estranha e suas mãos tremiam levemente. Fiquei confusa com o tom da sua voz e sua expressão dura.


- Não ainda não conseguimos nos falar. Desde que foi para o oriente consegui mandar apenas uma mensagem. – não consegui esconder minha preocupação. – Acho que estava muito fraca porque não consegui me comunicar com meu pai também. – disse olhando para Carlisle.


- Como você faz isso? – Nessie perguntou curiosa.


- Bom eu sou psíquica e com a telepática eu falo com os outros, mas depende da distância e da ligação. – eles me olharam curiosos. – Quanto mais ligada a alguém maior é a distância que me comunico.


- E onde vocês estavam quando se comunicaram? – Seth perguntou.


- Ele estava em Hong Kong e eu estava no Brasil. – disse um pouco sem graça, pela minha visão periférica vi Jacob endurecer o rosto e tremer um pouco mais, esse cara tinha algum problema?


- Para um amigo ele é bem ligado a você! – Emmet riu de algo que não entendi enquanto Rosalie cotovelava suas costelas.


- Não Emmet, Dean não é meu amigo. – disse olhando agora para Jacob que tremia ainda mais. – ele é meu irmão.


- Irmão? – Carlisle perguntou surpreso.


- Sim, meu irmão de sangue. – disse olhando para Carlisle, mas ainda analisando Jacob, que agora parecia relaxado. Era impressão minha ou ele estava com ciúmes? – Há dois anos ele me encontrou e se juntou aos Volturi para ficar ao meu lado.


- Mas como? Seu irmão é um de nós? – Bella perguntou entusiasmada.


- Dean não é um vampiro, mas é especial. Ele consegue se projetar como um holograma para as pessoas e se comunicar, além que ele pode sentir os outros.


- Como eu? – Jasper perguntou.


- Não como você, ele apenas sente sua família. É quase como se fosse uma bússola o direcionando, por isso não nos preocupamos em separarmos.


- Quantos anos seu irmão tem? – Edward perguntou.


- Dean completou 180 anos. – mordi o lábio sem saber como continuar, mas tinha que ser sincera com eles. – Depois que o encontrei entendi o porquê não me transformei completamente. Nosso pai biológico não era humano e minha mãe era especial. – olhei para minhas mãos tentando achar a melhor forma para dizer isso a todos. – Meu pai era um licantropo e minha mãe era paranormal, mas de baixa escala.


- Dean me contou que ele era um nômade, não conseguia ficar por muito tempo em um lugar pela falta de controle na época da transformação. Badru era sozinho e não se conformava com a vida que levava, por mais que fosse imortal como os vampiros ele sofria muito pela solidão. Então em uma de suas viagens seu caminho cruzou com de minha mãe, Dean me disse que ela fugia para não ser queimada como uma bruxa. Foi amor a primeira vista e um mês depois estavam casados, mas minha mãe não sabia o que meu pai era. – dei uma pausa tentando lembrar de todos os detalhes.


- Toda lua cheia Badru fugia para longe e só voltava quando era lua nova, eles tinham uma vida simples, mas eram felizes. Alguns anos depois ela ficou grávida e nasceu um menino. Ele ficou muito feliz com o nascimento de Dean e por muitos anos levaram uma vida pacata na fazenda. Depois de 15 anos ela ficou grávida novamente. – todos estavam estáticos ouvindo a história da minha vida, a pior parte ainda estava por vir, suspirei e me forcei a continuar.


- Durante a gestação minha mãe ficou muito doente e quando chegou a hora de nascer ela não suportou e morreu logo após. – mesmo não a tendo conhecido me senti mal por ela. – Badru não suportou a dor e tentou me matar achando que fosse a culpada, mas Dean não deixou fugindo comigo e até Carlisle me encontrar ele cuidou de mim. – senti uma lágrima escorrer timidamente por meu rosto, não deixei que prolongasse muito o caminho passando a mão rapidamente.


- E por que você estava debaixo daquela ponte? – meu pai perguntou.


- Dean fugia constantemente de Badru e naquele dia ele tinha me escondido enquanto procurava comida, quando voltou e não me viu lá ele se desesperou e me procurou por toda a cidade. Um tempo depois me encontrou com você e achou melhor deixar assim, parecia feliz e saudável então decidiu me procurar quando fosse adulta. – sem querer encontrei com o olhar de Jacob, sua mente era um mistério para mim, quando me olhava parecia ter um brilho diferente.


Passei o resto da tarde respondendo as perguntas incansáveis deles, já estava ficando exausta quando inesperadamente meu estômago roncou. Coloquei as mãos na barriga tentando conter o barulho, se houvesse um buraco no chão me afundaria rapidamente ali e não sairia mais! Todos riram da minha reação e Esme veio preocupada como uma mãe faria.


- Está com fome querida? – apenas lhe dei um sorriso amarelo. No momento fiquei curiosa, por quanto tempo será que dormi?


- Três dias. – olhei para Edward sem entender. – Dormiu durante três dias depois que falou com Carlisle a primeira vez.


- Estava muito cansada. – refleti.


- E agora está com fome vamos! – Esme me puxou tirando da sala onde todos estavam, sentia os olhos de Jacob nas minhas costas. De repente Esme parou.


– Querida o que você come? – ela perguntou preocupada e arrependida por não ter feito essa pergunta antes. Quase ri de sua expressão.


- Existe muito de humano em mim e a comida é uma delas. – disse sorrindo.


- Então vou preparar algo na cozinha.


- Esm... er... Mãe realmente não precisa se preocupar sei muito bem me virar sozinha. – não estava acostumada a ser cuidada dessa maneira.


- Oh minha criança deixe-me preparar algo para você, deve estar cansada de toda essa conversa e dessa viagem.


Por fim acabei cedendo as suas vontades não faria mal nenhum agradá-la um pouquinho. Me dirigi à cozinha e os outros voltaram aos seus afazeres, mas continuava incomodada com a presença de Jacob.


Ele tinha um ar misterioso, mas não entendia o motivo de nossa ligação, toda vez que nossos olhos se cruzavam parecia que recebia um choque elétrico e o coração dele disparava. Precisávamos conversar sobre as mensagens que pelo jeito não as repassou. Esme me despertou do devaneio colocando um prato na minha frente. Era peixe frito com purê de batatas e salada, isso não daria para nada! Ela me olhava ansiosa.


- Mãe me desculpe, mas isso não vai nem chegar a forrar meu estômago! – ela arregalou os olhos e pude ouvir uma risada rouca atrás de mim.


- Esme sinceramente ela deve comer como um lobo! – ele disse rindo me deixando ainda mais sem graça, sabia que comia muito, mas não queria que todos soubessem.


- Tudo bem querida coma isso enquanto eu preparo mais! – ela disse com satisfação. Jacob sentou-se ao meu lado controlando o riso.


- Então comilona como está se sentindo? – ele perguntou em um tom casual, mas sentia seu nervosismo sair por seus poros.


- Primeiro não sou comilona e em segundo estou muito bem obrigada. – sorri para ele tentando entrar na brincadeira para amenizar a atmosfera.


Ele me olhava tão intensamente que às vezes parecia lhe faltar o ar, queria saber mais sobre ele, me sentia atraída como o metal é atraído pelo imã. Enquanto comia fiquei decidindo o que perguntaria a ele então me lembrei do dia em que acordei, ele deveria estar em um hospital e não aqui!


- Me desculpe! – ele fez uma cara de quem não entendeu, então expliquei melhor. – Pelo dia que acordei, você deveria estar em um hospital!


- Ah... é que saro rápido! – ele apenas conseguiu dizer isso abaixando os olhos.


- Você não é humano. – apenas afirmei. – O que você é?


- Eu já não sei mais. – Jacob disse pensativo parecendo responder outra pergunta interna enquanto olhava para a maçã em suas mãos, subitamente ele virou para me ver com um olhar especulativo. – E você é o que?


- Bom eu me classifico como A.R.I.!


- Que significa?


- Animal de raça indefinida! – ele riu como esperei que fizesse.


Continuamos conversando sobre coisas sem importância era fácil falar com ele, mas não sabia até que ponto essa aproximação seria boa para mim.


Esme ficou espantada com o quanto de comida eu ingeri, Jacob disse que era até mais que um lobo. Já tinha associado sua pessoa com o lobo de pelagem avermelhada que tinha me perseguido no dia em que cheguei aqui, mas ainda não via a conexão da transformação já que não era uma criança da lua.


- Como funciona com você? Digo a sua transformação? – perguntei enquanto colocava uma colher de soverte na boca.


- Que transformação? – ele tentou dar um de desentendido.


- Jacob não sou idiota! Sei que foi você que me perseguiu no dia em que cheguei. Você era aquele lobo tamanho família! – disse arqueando minha sobrancelha, sua expressão era de espanto, ele realmente achou que não tinha percebido nada?


- Bom nós somos protetores da reserva e naquela noite eu estava voltando para casa quando senti seu cheiro.


- Vocês são uma alcatéia? – perguntei interessada.


- Somos e você vai conhecê-los. – ele disse com uma convicção estranha, como se apenas tivesse constatando um fato e não abrindo a possibilidade.


Estava tentando decifrar seus pensamentos quando Seth apareceu. Somente nessa hora percebi que estávamos sozinhos na casa, pude apenas ouvir um coração pulsando na porta da casa fora os nossos na cozinha. Jacob se despediu a contra gosto e mim indo na direção ao Seth silabando algo que não entendi.


Não dei importância estava muito cansada, realmente precisaria de uma semana de sono para repor totalmente minhas energias. Subi para o quarto de hóspedes e me dei conta que não tinha nenhuma roupa e a que estava usando era emprestada. Fui até a porta bufando, sabia que iria me arrepender de fazer isso no momento que dissesse, mas não tinha escolha.


- Alice me ajuda, por favor! – falei mais alto que o normal por não saber onde ela estava exatamente, mas um segundo depois a fadinha estava pulando na minha frente com os olhos brilhando.


- Sabia que você iria me chamar! Sabia! Sabia! Apenas diga pra mim! – droga já estava arrependida!


- Eu não tenho o que vestir e realmente estou precisando! – sem que esperasse ela pulou no meu pescoço gritando de alegria no meu ouvido.


- EBA! Vamos às compras! Compras! Compras! – ela cantava no meu ouvido. Nessie estava no corredor observando a cena com um sorriso de orelha a orelha.


- Nessie amanhã vamos às compras! – Alice disse para ela enquanto soltava meu pescoço, no mesmo momento Nessie deu o mesmo grito de Alice e abraçou a nós duas.


- COMPRAS! – elas pulavam me espremendo entre elas quase tive que gritar para elas parassem com aquilo.


- Alice nós vamos fazer isso, mas eu tenho uma condição. – ela tentou contestar, mas não dei abertura. – Sem saias ou vestidos, isso está absolutamente fora de cogitação, entendida? – fiz a expressão mais séria que pude, precisava impor limites serão acabaria me tornando uma Barbie.


Ela e Nessie concordaram com a condição de incluir no meu guarda roupa a palavra “Short” aceitei um pouco a contra gosto, mas era melhor do que nada. Dei-me conta que a casa continuava muito vazia.


- Onde estão todos?


- Bella e Edward foram para casa deles, Rose, Emmet, Jasper e Esme foram caçar e Carlisle está de plantão no hospital. – Alice disse simplesmente.


Despedi-me delas e entrei no quarto, o luar entrava pela janela deixando tudo em tons de cinza, não podia acreditar que este seria meu lar agora. A paz que sentia aqui era sem igual, como se nascesse novamente.


Fui até a janela e me encostei no vidro, o céu estava com poucas nuvens dando para ver perfeitamente a lua. Lembrei-me de Jacob e de seus olhos penetrantes e misteriosos. Definitivamente tinha que ter cuidado com sua aproximação, um dia só acordada e ele já estava me arrancando suspiros. Não podia deixar isso continuar, nunca amoleci para ninguém não seria agora com ele!


Ao longe pude ouvir um uivo de solidão pela floresta com toda certeza era ele, não sabia como, mas era ele! Saí da janela e fui me preparar para dormir amanhã seria um dia cheio!


Capitulo 9 – Deconfiança

P.O.V. Jacob


Sai da casa dos Cullens como se flutuasse, nada era comparado a voz angelical dela. Seth até tentou me levar para casa, mas não dei ouvidos para o que dizia apenas via o rosto de na minha frente.

O deixei falando sozinho e corri nem me importando com a roupa que usava rasgando-as durante a transformação. Queria correr até que conseguisse voar de felicidade. A noite estava perfeita para isso, quase sem nuvens olhei para a lua e vi seus olhos azuis e intensos! Não me contive e soltei um uivo.

Tive que me controlar a tarde inteira para não tocá-la, abraçá-la ou fazer qualquer coisa parecida, não podia assustar a garota. As coisas tinham que acontecer com calma, Lizzy era desconfiada e arisca, podia ver isso em seu olhar então qualquer coisa que fizesse de errado teria que começar do zero novamente.

Corri por toda a reserva, mas tinha que voltar para casa e descansar um pouco. Entrei em casa e olhei em volta, estava uma verdadeira “zona”! Durante esses dois meses que enlouqueci por causa dela tinha deixado tudo de lado, demoraria pelo menos uma semana para colocar as coisas em ordem.

Fiquei pensando no que havia dito à tarde “Quanto maior a ligação maior à distância!” ela sabia que estávamos ligados, mas provavelmente não sabia nem como ou por que. Não poderia contar logo de cara toda a coisa do imprinting, do jeito que ela era provavelmente teria uma reação contraria a que eu queria, mas eu teria tempo para isso.

Estava eufórico demais nem o banho conseguiu me relaxar queria ir lá e ficar ao lado dela, mas por enquanto teria que esperar! Fiquei a noite inteira deitado na cama com os braços cruzados em baixo da cabeça pensando nela, suas feições, reações, olhares!

Agora entendia o que todos os outros diziam sobre o imprinting para saber era realmente só sentindo, não havia palavras suficientes para explicar aquilo que estava no meu peito. Não sei que horas havia dormido, mas cai da cama ao ouvir algumas batidas na porta. Levantei mal humorado e abri a porta quase rosnando.

- Então quer dizer que você apareceu! – Leah estava com cara para poucos amigos, ela entrou empurrando meu braço e batendo os pés.

- O que você quer Leah? – perguntei cruzando os braços.

- O que eu quero Jake? – ela praticamente espumava de raiva, acho que ela não tinha tomado a vacina anti-rábica esse ano! Tive que conter o riso se não ela faria picadinho de mim. – Eu quero que você volte a ser o Alfa do bando, só isso que eu quero! Enquanto você fica ai curtindo sua paixonite, o bando está desestruturado! Eu sou somente uma Beta não se esqueça disso Jake! Você é o Alfa então aja como tal! – ela gritava andando de um lado para o outro na sala.

- Leah eu reconheço que larguei um pouco o bando, mas eu voltei e vou concertar as coisas pode acreditar em mim! – ela me olhou ainda mais furiosa.

- ÓTIMO! Então comece com as escalas das rondas! Não vou cobrir mais ninguém! – disse saindo e batendo a porta atrás dela.

Desisti de conter o riso ao ver Leah furiosa daquele jeito fazia um bom tempo que ela não agia assim, talvez o noivo mala dela já não tivesse mais dando conta! Sentei o sofá enquanto gargalhava precisava que dar o braço a torcer, o imprinting deixava as pessoas um pouco abobalhadas.

Olhei para o relógio e eram 7hs30min queria vê-la, mas era muito cedo para as pessoas que dormiam então tinha que fazer alguma coisa para ocupar o tempo. Fui para a cozinha e abri a geladeira, vazia. Fui para a dispensa, vazia também. Que merda! Eu não comi durante todo esse tempo?

Cocei a cabeça olhando em volta, a pia estava lotada de coisas sujas parecia que um furacão tinha passado por lá, decidi colocar a mão na massa para ocupar o tempo.

Arrumei toda a cozinha lavando a louça, arrumando os armários, varrendo o chão e todas aquelas coisas que deveria pagar para alguém fazer por mim.

Estava começando a arrumar a sala quando Quill, Embry e Seth entraram. Eles ficaram paralisados na porta gargalhando do meu estado que não era um dos melhores. Estava de avental, luvas de limpeza, chinelo e uma bermuda segurando uma vassoura, se fosse outro em meu lugar também riria, mas não podia deixar que eles debochassem de mim.

- Tão rindo do quê? Não tenho direito de arrumar minha casa? – disse cruzando os braços ainda segurando a vassoura.

- O que uma mulher não faz, não é Embry? – Seth disse limpando as lágrimas no rosto de tanto rir e sentando na minha poltrona.

- É Jake bem vindo ao time! – disse Embry batendo no meu ombro.

- Não to entendendo essa? Só por que to tentando organizar um pouco as coisas? – me fiz de desentendido.

- A Jake corta essa, o Seth contou pra gente do imprinting! Quando a gente vai conhecer a azarada? – Quill disse indo para a cozinha procurando algo para comer.

Olhei furiosamente para o Seth será que ele não conseguia guardar nada para ele? Agora a reserva inteira devia estar sabendo, ÓTIMO!

- Cadê a comida Jake? – Quill e Embry perguntaram juntos enquanto Seth estava largado no sofá mudando os canais da tv.

- Vocês não tem casa? Vão comer lá e me deixem em paz! – rosnei para eles.

- Ei mano calma! – Quill disse tentando amenizar o meu nervosismo.

- É a gente veio ver como você ta lidando com toda a coisa. Você tava completamente pirado antes dela aparecer! – Embry disse empurrando Seth do sofá para se sentar.

- Vocês já viram que estou bem, agora podem ir embora! Tenho que arrumar as coisas aqui! – senti um clik na minha cabeça – Seth o que você ta fazendo aqui? Por que você não está lá nos Cullens?

- Três palavras: SHOPPING. MENINAS. COMPRAS! – Seth quase vomitou ao dizer isso, tive que rir dele! – Eu agüento ficar um dia sem ela.

- Quem foi? – não consegui conter a pergunta.

- se é isso que está perguntando. Todas foram dessa vez, conseguiram até arrastar Bella também! – murchei na hora não agüentava nem em pensar estar longe dela durante um dia inteiro.

- Não faz essa cara de cachorro molhado Jake! Olha o lado bom se elas podem ter um dia de luluzinha a gente vai ter um dia de cuecas! Que acha? – Quill disse tentando me animar, mas acabou só piorando meu humor.

- Cala a boca Quill! Tá deixando tudo pior cara! Jake não fica assim, vamos lá comprar umas cervejas e alguma coisa pra comer, por que definitivamente sua casa ta zerada! – Embry disse batendo nos meus ombros, que opção mais eu tinha?

No fim acabei passando o dia com os três bebendo, comendo e dando muita risada. Se alguém entrasse aquela tarde na minha casa choraria de tanto rir em ver quatro caras tamanho família faxinando. Eles concordaram em colaborar comigo se isso ficasse somente entre nós! Claro que aceitei afinal eram seis mãos a mais!

Quando olhei no relógio eram 18h15min e a casa estava brilhando limpa como nunca fui até a cozinha oferecendo mais uma rodada de cervejas, mas Quill e Embry precisavam ir sobrando apenas Seth e eu.

Estava ficando impaciente com o silêncio na sala, só a televisão fazia barulho e eu nem estava prestando atenção, Seth parecia incomodado como eu então não me contive.

- E se a gente fosse jogar vídeo-game com o Emmet, não que eu espere que elas já tenham chegado... o que acha? – falei a desculpa mais esfarrapada que passou pela cabeça os olhos de Seth brilharam com a proposta.

- É... provavelmente não devem ter chegado... não to preocupado, mas o vídeo-game seria uma boa! – disse sorrindo de orelha a orelha.

- Quinze minutos? – me levantei rapidamente jogando a lata de cerveja na lixeira.

- Quinze minutos! – Seth já estava correndo em direção da porta confirmando.

Subi correndo para o banheiro precisava de um banho, passei pelo espelho e me olhei. É precisava fazer a barba também! Tomei o banho mais rápido que pude, fiz minha barba correndo, nessas horas a velocidade dos sanguessugas daria uma vantagem.

Fui para o quarto e abri o guarda-roupa procurando algo para vestir, droga eu só tinha bermudas! Maldita hora que não aceitei aquelas roupas da Alice! Revirei tudo e acabei achando uma camiseta preta com alguns detalhes em prata, isso teria que servir. Coloquei minha única calça jeans, passei perfume, isso teria que dar certo!

Desci as escadas e fui correndo para a porta, quando abri Seth estava com a mão preparada para bater.

- Emmet e vídeo-game?! – disse eufórico tentando nos enganar.

- É! – Seth disse balançado a cabeça freneticamente.

Fomos para a casa dos Cullens no meu carro dessa vez, Seth dirigia devagar demais e estava com pressa, muita pressa. Chegamos lá em 10min cravados.

Seth desceu do carro se ajeitando mais uma vez enquanto eu respirava fundo para me acalmar teria que inventar uma boa desculpa para começar a vir aqui todos os dias, mas isso eu pensaria depois agora eu queria vê-la!

Desci do carro e fui praticamente correndo para dentro da casa, Seth já tinha sentado no chão da sala com Emmet para jogar, um aperto tomou meu coração elas não tinham chegado ainda?

- Não Jacob, talvez mais uma ou duas horas. – Edward respondeu aos meus pensamentos sem largar do piano. Droga! Bufei desmontando no sofá frustrado, meu dia tinha acabado!

- Ei Seth veja só quem ficou desapontado! Tem gente que vai ficar na coleira logo, logo! – Emmet disse rindo e cutucando Seth com o cotovelo.

Não dei a mínima importância estava preparado para mofar ali no sofá e não demorou muito já estava cochilando. Não sei por quanto tempo dormi, mas acordei com a porta batendo e ouvindo as risadas femininas. Ainda meio sonolento me ajeitei no sofá limpando os olhos, quando a vi entrando.

Meu maldito coração denunciava meus sentimentos, toda vez que olha em sua direção era na lata, o maldito acelerava fazendo meu peito parecer com aquelas escolas de samba do Brasil!

Aquela era a visão dos céus, teria que agradecer a Alice depois por aquilo! estava com um salto gigantesco, short cinza, camiseta bege e um blazer cinza, cabelos presos em um rabo de cavalo e muitas sacolas nas mãos.

Não tive reação a aquilo, fiquei simplesmente estático esquecendo tudo até de respirar. Edward parou do meu lado fechando minha boca que nem tinha percebido que estava aberta, ele tentou dizer ao parecido com “Respire, Jacob!”, mas não estava me importando com nada apenas queria tê-la na minha frente pelo resto da mina vida.

- Jake... JACOB! – Nessie estava na minha frente me chacoalhando, desde quando ela estava lá? Recobrei a sanidade balançado a cabeça e olhei para ela.

- Fala monstrinho! – ela socou meu ombro e deu um risinho.

– Está na sua vez de jogar!

- Ah! – foi a única coisa que consegui responder, estava entorpecido anestesiado pela presença da na sala.

Troquei de lugar com Seth e pude observar pela minha visão periférica ela olhar curiosa para mim, não demorou muito para se jogar no sofá a minha esquerda enquanto me via jogar com Emmet. Seu rosto era como um imã para mim e acabei perdendo por não conseguir me concentrar no jogo.

Tentei me focar no jogo enquanto me acalmava. Deus! Parecia um adolescente daquele jeito! Teria que relaxar e me acostumar com sua presença e parar com esses ataques cardíacos.

Depois de certo tempo relaxei um pouco mais e consegui jogar com Emmet tranquilamente, Edward ensinava piano a Bella enquanto se divertia a minhas custas. PARE DE RIR DE MIM! Gritei em pensamente para ele, mas a risada que ele tentava segurar tornou-se uma gargalhada alta.

Todos olharam para ele sem entender por que ria, não consegui conter o rosnado em sua direção chamando a atenção automaticamente para mim. Droga! Edward você é inconveniente de mais!

- Desculpe Jacob. Apenas não consegui conter. – Ele disse um pouco mais controlado.

- Odeio quando vocês tem essas conversas! – Bella disse enquanto olhava para nós.

- Esquece Bella, esquece! – disse me voltando para o jogo novamente.

- Esquece você também Jake! Perdeu cara! – Emmet dizia rindo de mim por ter ganhado o jogo.

- Obrigada Emmet! – disse um pouco sarcástico.

- Não reclame com ele Jake! Você está distraído demais hoje! – Alice disse em um tom zombeteiro sentando no sofá que estávamos apoiados.

- Não enche você também Alice.

- Ah não cachorro, só comentando. Só comentando. – ela cantarolou para nós.

Já estava me preparando para atacar a cozinha quando olhei para o outro sofá e encontrei dormindo profundamente. Ela estava deitada de lado no sofá com uma das mãos encostada no rosto e outra na sua cintura fina, seu rosto era tão tranqüilo e sua respiração tão calma e quieta que ela parecia quase uma pintura. Alice seguiu o meu olhar e voltou a me encarar.

- Você não quer levá-la para o quarto Jake? – me assustei com a pergunta, mas antes que respondesse algo ela continuou – estava cansada demais hoje e acho que não acharia ruim a sua ajudinha. – ela disse piscando para mim com o rosto travesso.

- Eu acho que posso fazer isso. – disse um pouco sem jeito me levantando e indo na direção ao sofá em que ela dormia.

Andei calmamente parando na sua frente por um momento pensei em deixá-la ali para não perturbar seu sono merecido, mas o impulso de tocar sua pele foi maior. Coloquei delicadamente uma das mãos sob seus joelhos e quando fui colocar a outra mão em baixo de sua cabeça para carregá-la senti ser arremessado pela sala.

Bati na parede indo em direção ao chão tudo tinha sido muito rápido, menos de um segundo, me sentia um pouco atordoado e quando ergui minha cabeça entendi menos ainda.

O sofá estava derrubado para trás e rosnava em posição de ataque um pouco atrás dele. Estava me sentindo lento, com toda a certeza dessa vez foi bem mais forte que a ultima em que ela me jogou longe.

Olhei para ela, meus olhos um pouco sem foco ainda, mas pude ver que ela derrepente parou de rosnar e piscou abismada como se acordasse de um sonho. Todos da casa estavam na sala ao redor dela esperando que ela fizesse algo.

Esme correu em minha direção com um pano e o colocou na minha testa, ardeu. Somente nesse momento pude perceber que estava sangrando.

- O-o-o que aconteceu? – disse com a voz tremula enquanto piscava os olhos sem parar.

- Essa é a pergunta pra você responder? – a loira burra disse irritada ainda em posição de defesa.

- E-e-eu? – a confusão era aparente no seu rosto, mas que diabos aconteceu?

- Calma, ela não vai fazer nada. Não estava consciente até agora. – Edward disse se aproximando dela relaxado. – Certo ?

- Eu... desculpe... o que aconteceu? – ela parecia um pouco atordoada olhando a sua volta. Edward apontou com a cabeça na minha direção.

- Acho que você se assustou um pouco. – ele explicou enquanto ela olhava para mim com espanto.

- Oh Deus! – sussurrou enquanto correu em minha direção.

- Eu não queria! Eu não queria! Sinto muito! – ela continuou a sussurrar com uma expressão preocupada. Esme fazia um curativo na minha testa que já parara de sangrar enquanto ela continuava a se desculpar.

- Você dormiu no sofá e eu pedi pra ele te colocar na cama. – Alice disse enquanto se aproximava.

- Eu sinto muito. – disse fitando o chão. – Vai demorar um pouco para me acostumar com vocês... eu nunca fui tratada assim. – ela sussurrou ainda mais com uma expressão quase dolorosa.

Edward se aproximou um pouco mais parecendo compartilhar da dor que ela sentia, os outros apenas observavam sem entender muito do que estava acontecendo. Pude sentir Jasper controlando a situação deixando o ambiente mais calmo.

- Jane a torturava enquanto dormia, por isso quando você tentou carregá-la ela se defendeu dessa maneira. – Edward contou os pensamentos dela.

- Sinto muito! É uma coisa automática, não queria isso. – ela disse ainda preocupada.

Meu coração se apertou ao pensar no que tinha sofrido durante o tempo que esteve com os Volturi. Prometi mentalmente fazê-los pagar por todo sofrimento.

- Não se preocupe , dessa vez você nem me fez atravessar a parede. – tentei fazer piada da situação para amenizar sua culpa – Minha cabeça é muito dura pra quebrar assim, além que eu saro rápido se lembra?

Ela deu um sorriso amarelo, mas logo retornou a distância que mantinha de mim. Esme já tinha terminado o curativo então me levantei do chão enquanto os outros tentavam voltar ao que estavam fazendo antes.

Fui para a cozinha minha cabeça doía, mas o estômago reclamava mais, Esme percebeu minha intenção e foi na minha frente para preparar algo. Me sentei no banquinho perto do balcão pegando uma maçã enquanto ela preparava algo pra os que comiam.

- Vai ficar tudo bem, Jacob! – Esme sussurrou no meu ouvido me entregando uma xícara de café e dando um breve sorriso.

- Eu sei. – disse me ajeitando no banco um pouco sem graça – É que ainda estou pensando na melhor maneira de lidar com isso.

- Isso o quê? – pulei da cadeira assustado.

estava parada com os braços cruzados de maneira casual nos olhando de maneira curiosa. Fiquei sem ação ao vê-la tão perto de mim abri a boca, mas não saia som nenhum. Esme percebendo meu desespero interveio.

- Isso do casamento de Nessie e Seth. Jacob estava me dizendo como isso pode afetar o bando, não é Jacob? – ela disse me dando um leve cutucão com o pé.

- É isso mesmo, Esme. – estreitou os olhos desconfiada, mas não tocou mais no assunto.

- Eu vim ver como está. – ela disse se aproximando ainda mais.

- Estou bem. – bati na testa, dando um sorriso. – Curo rápido lembra?

- Eu sei, mas mesmo assim não posso viver jogando você contra as paredes. – disse se sentando no outro banquinho mexendo no arranjo da mesa.

- É verdade, mas ainda tem as janelas e portas também. – disse tomando um gole do café.

- Verdade. – disfarçadamente olhou ao redor percebendo que estávamos sozinhos na cozinha. – Precisamos conversar. – com um tom serio na voz ela olhou fixamente nos meus olhos. – Acho que você me deve algumas explicações.

- Eu acredito que sim. Você quer fazer isso agora? – perguntei um pouco incerto do que queria que ela respondesse.

- Não, agora não. Quando chegar a hora vou querer saber por que você não contou a eles! – sussurrava com os olhos tensos fitando meu rosto.

Continuamos a olhar um nos olhos do outro sem dizer nenhuma palavra enquanto a tensão aumentava. Os olhos azuis de eram tão intensos que me prendiam completamente fazendo esquecer até de respirar.

Aos poucos ela foi eliminando o espaço entre nós, meu coração pulsava violentamente no peito cada vez mais acelerado, nossos rostos estavam apenas cinco centímetros afastados seu cheiro entorpecia meu rosto, seus olhos fixos nos meus intensos e azuis. Senti meus lábios se separarem involuntariamente ansiando fechar o espaço entre nós. Subitamente seus olhos se estreitaram me surpreendendo.

- Não gosto de ser enganada Jacob. Se você fizer isso vai se arrepender, não se esqueça disso! – sussurrou contra meu rosto, seu hálito doce e apimentado me invadiu paralisando meu corpo ainda mais. – Durma bem.

Ela disse se afastando rapidamente com uma maçã nas mãos, me sentia congelado no lugar sem respirar, falar ou pensar. sorriu sarcasticamente mordendo a maçã que pegara e indo em direção da sala.

- Ah Jacob... da próxima vez inventa uma desculpa melhor ok! – disse saindo da cozinha.


N/A A partir de agora os POVs são simultâneos. Os pensamentos de Jacob estarão sempre em itálico.

Capítulo 10 – Irritação


Por mais que dormisse meu corpo pedia mais, mesmo depois de uma semana ele ainda reclamava. Droga! Porque meu lado humano era tão forte ainda? A claridade invadia o quarto, mas não queria acordar virei para o outro lado cobrindo o rosto com o outro travesseiro.


- Por quanto tempo você ainda vai dormir preguiçosa? – a voz soprano de Alice ressoou pelo quarto.


- Por quanto tempo for preciso Alice! – resmunguei me cobrindo com o edredom.


- Ah não! Você já dormiu demais! São 8hs está uma manhã maravilhosamente nublada em Forks e você não vai passar o dia inteiro na cama! – ela disse puxando o edredom.


- Alice você é insuportável! Urgh! – gritei me sentando na cama.


- Eu sei! Também te amo! –disse estalando um beijo em minha bochecha. – Esme já esta preparando o seu café e Carlisle está te esperando na biblioteca então ande! – cantarolou saindo do quarto.


A contra gosto levantei-me arrastando meu corpo lentamente para o banheiro. Olhei para o espelho minha aparência estava mais saudável, mas meus olhos ainda se mostravam cansados pelos últimos meses. Acho que depois de um tempo isso melhoraria também.


Bufei e fui tomar um banho para despertar já que toda a noite Jacob aparecia em meus sonhos para perturbar minha mente. A situação entre nós estava complicada, cada vez que me aproximava dele ou ouvia sua voz meu corpo tinha reações estranhas junto com o constrangimento de seu coração descompassado.


Precisava me afastar dele o mais rápido possível nunca ninguém tinha mexido comigo desse jeito e definitivamente ele não tinha o direito de fazer isso!


Hoje meu humor estava pior que os outros dias e isso se definia em um nome e sobrenome; Jacob Black! Urgh! Por algum motivo não conseguia ficar um dia livre de sua presença aqui, ele sempre aparecia com Seth inventando as mais diversas desculpas esfarrapadas. Precisava de um tempo para formular meus pensamentos e idéias sobre nossa conexão, mas não... Jacob Black não fazia isso!


Terminei de me arrumar e desci para tomar café tentava da melhor forma possível evitar que os outros percebessem meu mau humor afinal ninguém tinha culpa de Jacob Black existir! Somente Jasper e Edward sabiam por maneiras obvias, mas eles não comentavam sobre o assunto, graças aos céus! Não suportaria ter que discutir com ambos sobre meus sentimentos ou pensamentos.


- Bom dia! – disse entrando na cozinha.


- Bom dia querida! – Esme disse colocando o prato de panquecas na mesa, ela era uma mãe perfeita em tão pouco tempo já sabia tudo sobre mim mesmo sem que eu precisasse dizer uma só palavra, todos os dias fazia meu prato preferido. Panquecas, bacon, ovos, café com leite, suco, frutas, torradas e geléias! Geléias! Humm!


- Onde estão todos? – disse forçando um sorriso afinal ela não tinha culpa do meu péssimo humor.


- Acabaram de sair para caçar, mas voltam logo. Está tudo bem querida? – disse com ar de preocupação. Droga! Ela precisava ser tão perceptiva assim?


- Está tudo bem mãe só um pouco de mau humor matinal. – disse tentando manipular a verdade Esme não precisava saber que o meu mau humor matinal tinha nome.


- Carlisle quer conversar com você então coma logo, vai. – atendi prontamente seu pedido, a fome era outra coisa que sempre me atormentava.


Depois de devidamente alimentada me dirigi ao escritório de Carlisle parei em frente à porta de madeira escura enquanto decidia em continuar ou não, mas fui interrompida de meus devaneios quando ele abriu a porta convidando-me a entrar.


A sala era grande e repleta de livros pelas paredes os tons de marrom brincavam com a claridade que entrava pela janela-parede da sala, em cada pedaço dali a personalidade de Carlisle gritava aos meus olhos. Acabei parando em frente ao quadro dele com Aro, Caius e Marcus, só de olhar para aquelas figuras me corpo tremeu levemente reconhecendo o perigo nelas.


- Me disseram que queria falar comigo. – disse tentando me livrar do olhar que as figuras do quadro me transmitiam.


- Estavam corretos, achei melhor esperar que descansasse um pouco antes de conversarmos sobre isso e agora como vejo que está melhor não há motivos para adiar certo? – Carlisle disse amigavelmente enquanto sentava-se na cadeira atrás da mesa de mogno.


- Sobre exatamente o que quer conversar pai? – perguntei temendo que ele me fizesse lembrar de coisas do passado que gostaria de enterrar eternamente.


- Não quero falar sobre o passado e sim sobre o futuro. – disse como se adivinhasse meus pensamentos. – Gostaria que me deixasse realizar uma pesquisa sobre você.


- Sobre mim? – perguntei um pouco surpresa.


- Sim minha filha, hoje você consiste em um ser único carregando três raças em seu DNA, se me permitir gostaria de analisá-la.


Senti um pouco incomodada com a proposta, mas ao olhar os olhos dourados de Carlisle todos os receios que haviam aparecido desapareceram em um misero segundo.


- Pode fazer o que for preciso, pai. Eu também gostaria de entender melhor a anomalia que sou. – disse brincando com as palavras. – Aro uma vez me disse que só poderia saber o que realmente era quando me transformasse totalmente. – me lembrei à contra gosto de suas palavras.


- Talvez nisso ele tenha razão, mas prefiro tirar minhas conclusões depois de algumas analises. – Carlisle abriu o seu melhor sorriso aliviando minha tensão.


Falar com ele era muito fácil às palavras fluíam de maneira inconsciente sem esforço algum, continuamos assim não sei por quanto tempo. Conversávamos sobre minha infância, sobre sua vida depois de mim e muitas outras coisas.


Percebi que estávamos assim há muito tempo quando meu estômago roncou novamente reclamando pela falta de comida, rimos pelo barulho inesperado.


- Acho melhor comer alguma coisa antes que o barulho aumente . – Carlisle disse ainda rindo.


- Também acho. – sorri levantando-me da cadeira. – Você não trabalha hoje? – perguntei curiosa por vê-lo ali até agora.


- Não querida hoje trabalho somente no período da noite. Agora vá se alimentar que depois iniciaremos os testes.


Acenei com a cabeça enquanto saia do escritório indo à direção a cozinha meu estômago continuava a me envergonhar reclamando pela falta de comida. Quando cheguei lá toda minha paz foi por água a baixo.


Era três da tarde e estava com Seth e Nessie na cozinha procurando algo para comer de verdade, mesmo que tivesse caçado junto com Nessie pela manhã carne crua não substituía um bom sanduíche.


Debrucei-me no balcão da cozinha enquanto ela preparava algo para mim e Seth quando senti aquele cheiro inconfundível uma mistura doce e apimentada em nossa direção. Respirei fundo tentando me controlar para não a incomodar como sabia que fazia.



- Olá meninos. – disse enquanto pegava uma maçã da fruteira e dando uma boa mordida. – Vocês já comeram toda comida da casa de vocês? – perguntei sarcasticamente.


Estava me controlando melhor agora na presença de , mas não pude deixar de prender a respiração quando a vi. Ela estava deslumbrante com botas pretas sem salto por cima de uma calça jeans cinza absurdamente justa, uma regata branca comprida e um colete preto, seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo deixando seu pescoço delicado à mostra. Precisei me concentrar mais ainda antes que meu coração explodisse em meu peito. Talvez não tivesse escolha seria assim pela eternidade toda vez que a visse. Seth olhou-me rapidamente e sorriu para .


- Comemos sim e agora vamos acabar com a sua comida. – Seth disse abrindo o sorriso e olhando expressivamente para Jacob, talvez pelo fato dele estar com o coração quase saltando pela boca. Vergonhoso!


- Sou a única dessa casa que ainda come e bem mais que vocês, diga-se de passagem, então reponha o que comer senão matá-lo-ei! – ela disse tentando brincar com a situação, mas na realidade ela tentava esconder o incômodo por estar perto de mim.


- Ai ! Assim vou ficar viúva antes mesmo de casar! – Nessie disse abraçando Seth tentando fazer aquele beicinho que ninguém resistia, mas nessa eu não caia!


- Nessie querida isso não é problema, você é linda arrumamos outro rapidinho! – disse piscando para ela, Seth rosnou automaticamente largando o sanduíche e puxando Nessie pela cintura não consegui conter a risada ao ver aquela cena.


- Relaxa Seth ela não está falando sério, a intenção é pegar sua comida. – Jacob disse me denunciando enquanto eu lançava minha mão em direção ao lanche.


- Dedo duro! – disse laçando um olhar furioso enquanto Seth puxava o lanche de volta.


Nessie ria de nós enquanto brigávamos por comida pelo menos assim não prestava muita atenção em Jacob, era mais fácil assim, mas minha real vontade era socá-lo até que parasse de me incomodar da forma que fazia. Sentia nossas mentes conectadas tudo o que pensava fazer ele já sabia, tudo que sentia ele sabia e mesmo assim nós não conversávamos sobre isso. Uma verdadeira merda!


Durante essa semana a minha convivência com não foi da mais fácies sentia sua irritação pulsando em seus olhos e meu coração ainda teimava em envergonhar com a sua aproximação e isso a incomodava muito. Por mais que eu tentasse amenizar a situação toda vez que estávamos sozinhos fazia questão de demonstrar toda sua fúria. Desconfiava que por trás de tanta irritação tivesse algo mais, mas ela não me deixava aproximar o suficiente para saber, apenas sentia a “salada” de sentimentos confusos.


- Onde você estava ? – Nessie me perguntou enquanto fazia um sanduíche para mim.


- Estava conversando com Carlisle, decidimos fazer mais tarde alguns testes sobre mim. - pela minha visão periférica pude ver Jacob ficar tenso com o comentário observando cada movimento que eu fazia. – Vamos começar quando terminar com isso aqui. – disse mordendo o sanduíche que ela havia me entregado.


Enquanto comia percebi a presença dos outros na casa como já tinham voltado da caça então poderíamos começar realmente com os testes. A única coisa que me preocupava era em perder meu controle. Durante todo o tempo que estive com os Volturi não explorei realmente todo o meu potencial, talvez agora fosse a hora para isso acontecer.


Fui para a sala esperar pelos outros para aquele tal teste, não me sentia a vontade com aquilo, não poderia simplesmente ser testada como um ratinho de laboratório! Edward entrou na sala tentando manter uma expressão neutra, mas sabia que ele não estava muito a vontade com isso também.


- Pelo contrário Jacob isso será bom, mas devemos ser cuidadosos. – disse enquanto ia ao escritório de Carlisle.


- Do que vocês estão falando? – Bella me perguntou curiosa.


- Estão falando de mim Bella. – disse entrando na sala antes que Jacob respondesse. – Carlisle quer fazer alguns testes comigo para analises futuras eu acho.


- Mas isso é necessário? - Rose perguntou sentando no outro sofá.


- Acho que sim. – disse mordendo meu terceiro sanduíche – Eu também quero saber como reajo a isso... vai ser legal, vai ver! – disse enquanto me sentava no tapete.


Olhei enquanto comia, ela tentava mostrar uma tranqüilidade que não tinha e eu sabia o quanto nervosa estava com isso. Podia sentir isso correndo nas minhas veias.


Por mais que ela tivesse força comparada a nossa sua aparência era frágil demais, seus braços eram finos tanto quanto os de Alice os ossos da clavícula aparecendo mais que o necessário. Simplesmente não poderia deixar nem a possibilidade dela se ferir acontecesse.



- Isso não vai acontecer Jacob temos tudo sob controle. – Edward disse entrando na sala e respondendo ao pensamento do lobo irritante.


Ele olhou para mim automaticamente apenas encolhi os ombros. Não vou ficar controlando meus pensamentos Edward! Ele é irritante mesmo! Pensei enquanto terminava com o resto do lanche. Jacob percebeu a minha conversa interna com Edward, mas preferiu não comentar provavelmente já sabia sobre o que se tratava. Incrível como ele sempre sabia e isso o tornava mais irritante! Edward apenas sorriu com isso.


- Estão todos prontos? – Carlisle disse entrando na sala.


- Estamos. – disse antes que eu pudesse contestar toda essa história.


Forcei-me a levantar e ir para fora da casa junto com eles. Edward se alguma coisa acontecer a eu faço você em pedaços! Pensei com toda a força que tinha. Ele pareceu se contorcer como se alguém tivesse gritado em seu ouvido.



- Mais baixo Jacob, mais baixo eu entendi! – ouvi Edward dizer atrás de mim enquanto descia as escadas da entrada da casa.


Estávamos todos do lado de fora Emmet, Rosalie, Alice, Jasper parados perto da porta Bella, Nessie e Seth sentados na escada Jacob com um olhar apreensivo logo atrás deles Esme em pé no ultimo degrau e por fim Edward e Carlisle perto de mim no gramado em frente da casa.


- Então que comecemos os testes. – disse tentando me concentrar.


estava no gramado junto com Edward e Carlisle parecendo insegura do que fazer sentia em mim pulsar seus medos e receios, mas não entendia exatamente o porquê disso.


Carlisle olhava para mim e para Edward provavelmente estavam conversando mentalmente sobre mim, mas não era isso que me preocupava. A única coisa que se passava na minha cabeça era o receio do possível descontrole que teria sobre se fossemos muito longe com esses testes.


- Queria você sabe aquela clareira que jogamos beisebol? – Carlisle me perguntou carinhosamente.


- Sei.


- Ótimo então vocês apostarão uma corrida até lá. Nós iremos logo atrás de vocês. –Carlisle só podia estar brincando Edward era um vampiro e ela era mestiça eu lembro no dia que a encontrei, ela corria bem, mas não a ponto de ganhar dele!


Senti a descrença de Jacob crescendo dentro de mim, coitado, ele não sabia do que eu era capaz! Não consegui conter o sorriso que se formou em meus lábios. Ele não deveria me subestimar assim! Olhei para todos rapidamente e me posicionei para a corrida. Edward me olhava estranhamente.


- E aí você vai amarelar agora? – perguntei sarcástica levantando uma das sobrancelhas.


- Quem disse isso? – Ele se posicionou da mesma forma que eu mantendo o mesmo sorriso torto. – Vai comer poeira!


Ri de seu descaso fechando os olhos e respirando fundo esperando o sinal de Carlisle. mantenha o controle, não esqueça disso menina! Falei comigo mesma.


Ouvi Carlisle, que estava com um cronômetro nas mãos, dar o sinal. Nem meio segundo depois senti a leve brisa com a partida de Edward, me mantive ainda mais dois segundos com os olhos fechados dando a ele uma vantagem na corrida.


Senti Jacob ficar mais tenso com a minha atitude, coitadinho, agora ele veria do que eu era capaz! Respirei fundo e finalmente abri os olhos explodindo em uma corrida acelerada. Era agora ou nunca!


Capítulo 11



e Edward estavam posicionados lado a lado esperando o sinal de Carlisle, ela estava estranhamente relaxada com aquilo sentia sua respiração concentrada e seus olhos fecharem-se lentamente. Meu corpo estava tenso com o medo dela se machucar consumindo cada centímetro do meu ser.

Carlisle por fim deu o sinal para iniciarem, mas somente Edward correu ela continuou com seus olhos fechados respirando tranquilamente dando vantagem a ele. Não entendi a mistura de seus sentimentos dentro do meu peito apenas me deixando mais preocupado.

Depois de dois segundos, ela abriu os olhos e... NÃO ERA POSSÍVEL! No dia em que a encontrei ela não corria daquele jeito! correu tão rápido que mal consegui acompanhar seus movimentos. Nunca tinha visto nada assim!

Corri para a floresta tirando minha roupa para a transformação largando tudo lá mesmo e explodindo enquanto seguia nu em meio às árvores. Senti o cheiro dos outros logo atrás de mim indo à direção da clareira já conhecida, forcei minhas pernas para correr mais arrancando tufos de grama e folhas secas por onde passava. Ao longe pude enxergar Edward, mas não estava com ele. Merda onde ela estava?

Sentir o vento acariciar meu rosto dava uma incrível sensação de liberdade já fazia algum tempo que não me deixava aproveitar assim uma corrida, meus pés quase não encontravam o chão por tamanha a velocidade que corria. Passei por Edward facilmente olhando rapidamente para seu rosto sorrindo, já que isso era um teste queria saber meus limites não faria nenhum esforço para me conter hoje! Não demorou muito para que chegasse à clareira.

Era fim de outono e o tempo estava perfeito para ficar ali. As folhas secas cobriam o chão deixando tudo em tons marrons e a clareira formava um circulo perfeito com apenas uma pedra grande na direção norte da clareira. Fui até a pedra e sentei esperando que Edward e os outros chegassem, o que não demorou muito, em um minuto ele entrou na clareia com uma expressão indecifrável não consegui conter o sorriso no meu rosto ao ver um vampiro perplexo. Um pouco depois Jacob em forma de lobo e os outros chegaram com a mesma expressão.

- Então como me sai? – perguntei cinicamente contendo o riso, já sabia que tinha superado as expectativas mesmo.

- Como? – foi a única coisa que Edward conseguiu sussurrar, todos nós estávamos sem ação pelo o que acontecera, nunca ninguém havia ganhado dele.

estava sentada em uma pedra ao norte da clareira com um sorriso estampado no rosto. Não consegui conter o orgulho por ela, realmente havia superado minhas expectativas!

- Em quanto tempo eu fiz até aqui? – ela disse levantando-se da pedra e andando em direção de Carlisle.

- Você fez em dois minutos. – disse Carlisle com um sorriso no rosto.

- Então Eddizinho quem ia comer poeira mesmo? – disse cinicamente para Edward.

- Sorte de principiante. – Edward disse para entrando na brincadeira.

Estava inquieto e o pior que não podia dizer nada estando como lobo, apenas grunhi para chamar a atenção de , mas ela apenas lançou-me um olhar rápido. Senti sua alegria correr por minhas veias queria poder compartilhar o meu orgulho por ela também.

- Vamos então para o próximo teste. Emmet você poderia vir aqui? – Carlisle o chamou enquanto Edward se aproximava de Bella e Nessie.

Jacob e Seth estavam como lobos um pouco mais a frente de Nessie observando a movimentação, tentei de todos os modos evitar o olhar pidão de Jacob. Deus! Ele não podia me evitar somente um pouquinho? O maldito lobo tamanho família andava de um lado para o outro emitindo sons baixos pedindo por atenção.

Eu estava feliz por ter conseguido até agora, mas droga, ele não estava me ajudando daquele jeito! Olhei rapidamente na sua direção para quem sabe ele se acalmasse um pouco e nada, assim não conseguiria me concentrar!

- Jacob acalme-se. – Edward disse em um tom duro para o lobo avermelhado.

Olhei para Edward tentando controlar meu impulso de correr em direção de e arrasta-la para longe de tudo aquilo. Será que você não vê como isso pode ser perigoso Edward?

- Está tudo sob controle Jacob, então se acalme. – olhei novamente para que estava no centro da clareira com Carlisle e Emmet. Se algo acontecer a ela Edward se considere um homem morto!

- Tenho certeza disso. – Edward respondia aos pensamentos de Jacob não pude deixar de ficar curiosa sobre o que falavam, mas agora precisava manter o foco.

- Edward. – Bella sussurrou com os olhos pedintes, curiosa como eu.

- Mais tarde, meu amor. – ele disse dando um beijo em sua testa.

- Lizzy? – Carlisle a chamou fazendo que despertasse de seus pensamentos.

- Desculpe pai... prossiga. – disse constrangida por ter sido pega. – Emmet irá jogar essas pedras para testar meu reflexo, certo?

- Correto nós aumentaremos a dificuldade aos poucos apenas se concentre em desviar de todas. Pronta? – ele disse um pouco receoso por fazer aquilo quase arrependido eu diria.

- Pai você não tem que perguntar isso para mim e sim para o Emmet. – me virei para ver o rosto de Emmet. – Ele pode ter todo esse tamanho, mas ainda é muito fraquinho comparado a mim!

- É isso que vamos ver magrela! – Emmet disse enquanto forçava desnecessariamente os músculos dos braços e do peito, pude ouvir mais atrás de nós as risadas.

- Dê o seu melhor, irmãozinho! – ironizei o máximo que pude contendo o riso.

 Observei Carlisle se afastar calmamente deixando somente os dois no centro da clareira. Emmet tinha as mãos cheias de pedras pequenas e um sorriso no rosto. Aquelas pedras não iriam machucar , mas só em pensar na ameaça meus pelos levantavam.

- Cara tenha calma, Edward e Carlisle sabem o que estão fazendo Jacob. – Seth me disse deitando mais próximo de Nessie.

- Eu sei Seth, mas se coloca no meu lugar...

- Jake eu te entendo, mas ela não está em perigo realmente ninguém aqui vai realmente machucar .

Tive que concordar com ele, naquele momento ninguém tinha a real intenção de machucá-la, mas então por que essa angustia e o sentido de alerta me inundavam?

Senti a aceitação de Jacob em meu peito, pelo menos assim poderia me concentrar melhor. Passei a venda por meus olhos e a amarrei na minha cabeça tranquilamente afinal eles estavam pegando bem leve comigo, quando treinava com os Volturi enquanto não caísse pela exaustão eles continuavam cada vez mais impetuosos.

- Pronto Emmet, quando quiser. – disse respirando fundo.

Agucei mais meus outros sentidos, procurando ouvir cada misero detalhe ao meu redor, todos estavam surpreendentemente quietos somente os corações acelerados cortavam o silêncio completo. O cheiro característico impregnava o lugar me fazendo ficar alerta.

Sem que esperasse o som do ar sendo cortado chegou aos meus ouvidos, mas não consegui reagir a tempo de desviar com o corpo apenas levantei a mão apanhando a pedra no ar.

- Tente outra vez. – disse para Emmet enquanto me concentrava mais.

Lizzy parecia um pouco nervosa talvez eu realmente a estivesse atrapalhando com meus sentimentos, Emmet quase a acertou com a pedra e eu precisava fazer algo por ela, talvez conseguisse ajudar de alguma forma. Tudo o que sentia ela sentia também então comecei a pensar em coisas calmas e alegres para deixá-la mais relaxada o possível.

Alguns segundos depois Emmet jogou outra pedra que passou de raspão em mim. Droga! Não estava concentrada como deveria e meus reflexos eram inferiores ao de um vampiro.

De repente uma calma invadiu meu coração e o rosto de Jacob veio imediatamente na minha mente, talvez a nossa ligação servisse para alguma coisa, afinal!

- Comece novamente Emmet. – disse me sentindo mais segura e concentrada, graças a Jacob.

Emmet jogou duas pedras de direções diferentes para sabia que ela estava se apoiando aos meus sentimentos então tentei mandar uma onda ainda mais forte para ela.

Rapidamente ela conseguiu desviar das duas pedras com facilidade sorrindo em resposta. Edward olhou para mim impressionado com o que havíamos feito apenas sorri colocando a língua para fora da boca.

Emmet continuou a jogar pedras de diversas direções e se desviou de todas então Carlisle lhe deu um olhar significativo e ele se afastou ainda mais colocando mais pedras nas mãos.

O silêncio tomou conta da clareira novamente, graças a Jacob eu tinha desviado de todas as pedras, mas tinha uma sensação estranha com todo esse silêncio. Emmet não fazia nenhum ruído e os sentimentos de Jacob estavam muitos confusos para mim.

- Acabou Emmet? –  perguntou dando um passo à frente. Ela estava vendada e Emmet estava preparando as pedras para jogar em sua direção.

- Emmet? – chamei novamente esperando que ele pelo menos risse.

Algo em minha mente me deixou mais alerta que antes, tentei convencer a mim mesma que aquilo era desnecessário mesmo que estivesse vendada ninguém me machucaria. Ainda assim fiquei em posição de ataque só para prevenir.

estava desconfiada do que aconteceria se posicionando para um possível ataque, Emmet apenas sorriu lançando todas as pedras que estavam nas mãos de uma só vez. Mesmo concentrada não conseguiria parar todas de uma vez. As pedras voaram em uma velocidade impressionante na direção de ela não teria a menor chance!

Respirei fundo me concentrando ainda mais quando senti a brisa mudar com alguma coisa que vinha na minha direção rapidamente, não havia tempo para esquivar então teria que agir de outra maneira.

Rapidamente levantou a mão na direção de onde as pedras estavam e paralisou todas no ar e logo após fechando a mão pulverizando todas se tornando apenas farelos misturados ao vento. Realmente teria que tomar cuidado com o que pensava, ela era muito mais poderosa do que todos nós imaginávamos!

Sabia o que tinha feito e sorri tirando a faixa dos olhos, olhei ao meu redor todos estavam um tanto espantados com o que tinha feito, mas não era para mostrar o que sabia fazer? Então eles tinham que se preparar para muito mais.

- Então vamos para o próximo teste? – perguntei jogando a faixa no chão e colocando a outra mão na cintura.

- Cla-claro! – Alice disse olhando para mim e para Carlisle.

- Nos mostre seus poderes extras, filha. – Carlisle disse se recompondo.

- Ok. – disse simplesmente. Agora seria engraçado!

Lizzy estampava um sorriso enorme no rosto, ela ria internamente de nossa reação, podia sentir isso. Os fatos que aconteceram em seguida me mostraram que realmente ela era única e extremamente especial, de repente me senti estranhamente leve olhando atentamente para Lizzy, mas ela apenas sorria levantando uma de suas sobrancelhas ela sempre fazia isso quando provava que estava certa por fim olhei a minha volta e vi que todos nós estávamos suspensos no ar.

Olhei rapidamente para Edward que estava tão espantado quanto eu. Todos estavam sem ação!Tentei me mexer, mas apenas consegui balançar as patas no ar.

- Isso é demais! – Nessie disse enquanto sorria.

nos desceu devagar e começou a movimentar as folhas ao seu redor, sem o menor esforço ela nos mostrava do que era capaz brincando com os objetos ao seu redor. Depois de alguns minutos ela finalmente parou satisfeita.

- Só pra dar um gostinho! – disse piscando o olho esquerdo mantendo o sorriso no rosto, coisas simples assim eram muito fáceis de fazer sem o menor risco do descontrole então valia a pena brincar com eles.

- isso foi demais! – Alice disse saltitando no lugar. Bella e Nessie estavam estarrecidas com a minha pequena performance.

- Uma verdadeira jóia, minha filha. – Carlisle disse se aproximando.

- Acabou pai? – perguntei estava começando a ficar com fome novamente, talvez Esme fizesse aquele ravióli maravilhoso para mim.

- Não ainda não, gostaria de ver suas habilidades em luta. – olhei para seus olhos dourados procurando por segurança. – Isso se você quiser, não iremos forçá-la a nada querida. – Carlisle continuou confiante.

- Então vamos começar logo a fome está começando a me consumir. – disse sorrindo se ele queria um último teste não teria nenhum mal nisso, só precisava me concentrar e não matar ninguém.

Edward me olhou abrindo levemente a boca, mas fechou logo em seguida desistindo de falar. Carlisle tomou a frente chamando Jasper para perto de nós explicando o que iríamos fazer então voltou para perto dos outros.

Não podia deixá-la lutar contra Jasper por mais que fosse habilidosa ele era um militar corri em direção de Carlisle rosnando um pouco preferia ficar em seu lugar e apanhar do que ver ela se machucar.

Vi Jacob correndo em nossa direção e entendi exatamente o que queria. NÃO! Ele era quebrável demais com um expiro acabaria com Jacob! Já tive muita vontade de matá-lo, mas agora não era a hora para fazer de verdade!

- Não Jacob! Não vou fazer isso com você! NÃO MESMO! – estava furiosa demais por mais que ele merecesse isso não conseguiria fazer.

Lizzy ficou furiosa comigo por tentar me colocar no lugar do Jasper os seus sentimentos eram confusos demais sentia que ela tinha a vontade de acabar comigo, mas também a preocupação em me machucar gritava dentro de mim. Será que no fundo ela sentia algo por mim?

EDWARD! Gritava mentalmente. VOCÊ NÃO PODE DEIXAR QUE ELE FAÇA ISSO! NÃO COMIGO! Ele tinha que fazer alguma coisa, sei lá, qualquer coisa para que Jacob parasse com aquela idéia idiota de ficar no lugar de Jasper.

- Jacob você não pode ficar no lugar dele, entenda. –Edward disse calmamente como se tivesse sentado à mesa do café da manhã pedindo a geléia que está do outro lado da mesa. QUE SUA CALMA VÁ A MERDA EDWARD!

- JACOB VOLTE E SENTE SEU TRASEIRO! NÃO QUERO VOCÊ AQUI! – rugi para que ele voltasse e... ele me obedeceu?

Ela tinha me dando uma ordem direta e por causa da impressão não tinha como fugir disso era obrigado a obedecer consegui apenas choramingar enquanto voltava para perto de Seth deitando no chão enquanto Bella coçava atrás da minha orelha para me animar.

- Vai ficar tudo bem Jake. – Bella disse para ele enquanto o confortava, por mais que me doesse falar com Jacob daquela forma era melhor assim. Ele ficaria bem e eu não ficaria com peso na consciência.

- Você prefere isso como? – Jasper me perguntou cortando meus pensamentos sabia que ele sentia os meus sentimentos também então não tinha o porquê mentir.

- Só quero fazer isso da maneira mais rápida estou realmente com fome Jasper. – sorri de volta me aproximando um pouco, ele e Edward podia até saber o que acontecia de verdade, mas os outros não precisavam saber.

- Ok. Então vamos do meu jeito. Boa sorte .

Não senti um bom pressentimento com aquilo, por mais que conhecesse Jasper algo não estava certo. Vi se posicionar esperando o ataque dele, só pela posição dela podia dizer que não lutava como era igual a aqueles filmes de kung fu, normalmente nós apenas corríamos para cima por instinto e experiência.

Jasper era o mais experiente neste aspecto que todos nós tanto antes como depois da transformação, mas talvez não fosse páreo para ela. Como em uma explosão ele partiu para cima de socos, chutes e pontapés embora ela apenas se defendesse dos golpes sem fazer esforço mantendo o sorriso no rosto.

Ela era incrivelmente ágil e flexível, mas não estava atacando Jasper. Fazia os mais elaborados bloqueios quase como se tudo aquilo fosse apenas passos de dança e não uma luta.

<script>
document.write(Lizzy)
</script> se você continuar desse jeito vamos só demorar mais do que o necessário. –
<script>
Jasper disse se aproximando um pouco mais de document.write(Lizzy)
</script>
.

- Desculpe Jasper, eu realmente prefiro você vivo. – aquela declaração despertou novamente em mim o sentimento de ameaça não tinha um bom pressentimento com aquilo alguma coisa ia dar errado, tinha certeza disso!

- Eu já morri há muito tempo , pare de falar e ataque de verdade.

- Ah Jasper pare de reclamar daqui a pouco vai parecer um velho rabugento! – não consegui deixar de zombar dele afinal tinha tentado de tudo um pouco e ainda não tinha quebrado meu bloqueio.

partiu para cima de Jasper usando vários golpes elaborados de artes marciais, nunca havia visto alguém lutar daquele jeito, ela era muito forte. Jasper tentava se defender, mas nada adiantava sendo constantemente atingido pelos golpes dela.

Inesperadamente ela deu uma voadora chutando sua cabeça e o jogando a metros de distância deixando um grande rastro no chão por onde passou. Ela parou um pouco ofegante e se ajeitou caminhando calmamente em sua direção parando e oferecendo a mão para ajudá-lo a levantar.

- Então Jasper já foi o suficiente? – disse com um sorriso no rosto para mim era quase inacreditável ainda estar no controle das coisas, normalmente já teria colocado tudo pelos ares estava feliz por ter conseguido até agora talvez pela ajuda dos sentimentos de Jacob, mas não podia abusar poderia explodir a qualquer minuto.

- Não você ainda tem muito a mostrar e eu sei que ainda nem começou. – ele disse simplesmente evitando minha mão e levantando sozinho Jasper estava um pouco sujo de terra, mas não estava machucado tinha tomado cuidado suficiente para não fazê-lo.

- É eu tenho que admitir que estou me segurando, mas como já disse gosto de você assim vivo não de outro jeito. – confidenciei a ele.

Eles estavam conversando muito baixo conseguia entender poucas palavras e meu pressentimento gritava dentro de mim tentava camuflar o máximo possível para que isso não atrapalhasse sua alegria, aquilo estava muito forte em mim e mesmo sem conseguir entender o porquê conseguia amenizar um pouco a minha angústia.

Da mesma forma que a conversa começou terminou e eles voltaram a lutar rapidamente tinha algo diferente parecia mais violenta com uma expressão dura e seus sentimentos estavam confusos e um pouco enraivecidos chegando a rosnar para Jasper.

Estava agindo por puro instinto uma raiva tomava meu corpo, uma raiva que não era minha! Então me lembrei do que Jasper podia fazer aquilo deu um clik em minha mente.

- PARE! PARE COM ISSO AGORA! – gritei com ele, Jasper não tinha o direito de manipular meus sentimentos!

- Não você está evitando fazer o que realmente sabe. – não estava entendendo, olhei para Edward e ele estava tenso. O que estava acontecendo?

- VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE FAZER ISSO! PARE AGORA ANTES QUE EU ACABE ARRANCANDO A SUA CABEÇA! – rugi furiosamente.

- Pare com isso Jasper antes que ela perca o controle! – Edward disse para Jasper, mas não consegui me controlar e corri em sua direção.

Os sentimentos de estavam me atormentando era tanta raiva que comecei a rosnar para Jasper imediatamente andando de um lado para o outro não podia chegar mais perto por causa da ordem que dera.

- Edward faça alguma coisa! – Alice gritou desesperada.

- Carlisle! Ela está fora de controle! – Esme estava chocada com as mãos no rosto.

Nesse momento suspendeu Jasper no ar rosnando furiosamente jogando-o para o outro lado da clareira Carlisle, Emmet, Rosalie e Edward correram na direção dela, mas uma coluna de folhas se formou atacando-os.

- SETH LEVE BELLA E NESSIE PARA A CASA, AGORA! – ordenei com o comando alfa.

Tentava ir até , mas minhas patas não me obedeciam. Com uma facilidade surpreendente ela deteve a todos os jogando longe da clareira apenas segurando Jasper, que parecia incosciente.

De repente o chão começou a tremer sob minhas patas, Carlisle gritava para que recobrasse a razão, mas ela apenas rugia enlouquecida. Em um piscar de olhos ela jogou Jasper muito longe formando depois disso um tornado a sua volta, tive que cravar minhas garras no chão para me manter no mesmo lugar enquanto os outros se seguravam como dava.

Sem que esperássemos a grande pedra que estava na clareira foi arremessada em nossa direção chocando-se com Emmet e Rosalie. Cada vez mais o tornado aumentava a velocidade arrancando as árvores ao nosso redor! De repente uma dor alucinante atingiu minha mente fazendo um rugido sair de mim olhei ao meu redor e percebi que todos estavam no chão se contorcendo de dor, provavelmente sentindo o mesmo. Tentava manter-me em pé, aquela dor era parecida com o primeiro contato e talvez eu conseguisse suportar dessa vez.

- EDWARD! VOU TENTAR CHEGAR ATÉ ELA! – gritei mentalmente enquanto reagia ao ataque psíquico.

Forcei minhas patas a seguirem em frente e estranhei não ter sido bloqueado, olhei para Edward sem entender o que tinha acontecido será que o que tinha por não era realmente uma impressão? Se fosse eu teria que ter mantido a ordem ou não? Deixei essas questões para depois e caminhei com dificuldade em direção de .

A cada passo as rajadas de vento ficavam mais fortes sendo atingido por árvores, pedras e outras coisas mais uma vez juntei todas as minhas forças para atravessar o tornado, mas o vento foi mais forte levando-me do chão.

Girei perdendo a noção do espaço e a dor pelo meu corpo era tão intensa quanto os constantes ataques em minha mente, precisava arrumar um meio de sair dali antes que tudo acabasse para mim. Consegui enxergar em minha direção um tronco o agarrando rapidamente na esperança de ter alguma solução, mas uma rocha grande me atingiu lançando meu corpo para dentro da clareira.

Cai seco no chão a uns 20 metros de . Tentei manter meus olhos abertos, mas a dor era demais para meu corpo sabia que perderia a consciência logo, logo. Respirava com dificuldade podia ter certeza que tinha pelo menos três costelas quebradas fora as outras partes do corpo.

Vi um pouco embaçada a imagem de virando em minha direção e novamente aquela dor insuportável tomou conta de mim, a única coisa que pensava era em morrer somente aquilo me daria a paz novamente! A dor era tão intensa que não consegui manter a forma animal deixando a terra mexida encostar em meu rosto humano.

- Levante-se Transformo! – abri meus olhos que estavam úmidos pela dor e senti meu corpo leve, flutuando no ar, não tinha forças para nada minha boca abria, mas nenhum som saia dela. Apenas o grito mudo de dor.

Observei enquanto ela caminhava em minha direção sua fisionomia desfigurada com veias saltadas por seu corpo, roupas rasgadas, seus cabelos selvagens, sua íris branca e morta. Definitivamente não era a que conhecia aquela era outra pessoa completamente louca.

- Então Transformo como quer morrer? – não acreditei no que ouvia suas palavras se misturando à risadas macabras.

Senti uma rajada de dor por meu corpo pude ver, ao abaixar meus olhos, partes da minha pele serem esfoladas deixando em carne viva, a dor era latente dentro de mim e quando percebi meus gritos de dor preenchiam toda a clareira.

- Me diga Transformo você morreria por eles? – me surpreendi com aquela pergunta ela havia enfatizado bem a palavra eles, entendi o que quis dizer, mas não conseguiria morrer por ninguém mais que não fosse ela.

- Por eles não, somente por você! -  não esperava minha resposta, pelo menos não daquela maneira, e um pequeno traço de lucidez passou em seus olhos.

- Morreria... por mim? –  parecia confusa me dando mais espaço para interagir com ela sentia meu corpo mais pesado e vi que não estava mais me prendendo.

- Sim, somente por você e ninguém mais! – sussurrei enquanto dava um passo em sua direção.

- VOCÊ MENTE TRANSFORMO! Ninguém morreria por mim! – a loucura pareceu tomá-la novamente enquanto rosnava para mim não me intimidei e dei mais um passo em sua direção ficando apenas uns 40 cm dela.

- Morreria por você , somente por você! Seria apenas mandar que eu faria para deixá-la feliz! – disse me aproximando mais dela fitando seus olhos praticamente brancos olhos que começaram a marejar e a dar indicio de lucidez.

- Jacob me salve! –  conseguiu apenas sussurrar enquanto uma lágrima descia por seu rosto. Não esperei por mais nada, mesmo com ossos quebrados, todo esfolado, ensangüentado e nu fechei o espaço entre nossos corpos e a beijei.

Seus lábios eram macios e mentolados, deslizei umas de minhas mãos para sua cintura e a outra para sua nuca, a sensação de sua pele era maravilhosa, extremamente macia e delicada e sua temperatura apenas um pouco mais baixa que a minha dando pequenos choques quando entravamos em contato, sua boca já havia dado passagem a minha língua me aceitando apertando seus braços mais contra meu corpo.

Quando separei nossos lábios tive uma visão absurda, tudo a nossa volta estava congelado as árvores, pedras, pedaços de terra parados no ar olhei para baixo e vi que estávamos a metros do chão, voltei a observar e seus olhos estavam fechados ainda.

- acorde! – sussurrei preocupado com o que veria a seguir, mas ela apenas abriu os olhos um pouco mais azuis.

- Jacob! – sussurrou meu nome me dando outro beijo carinhosamente.

Aos poucos fomos descendo até que senti meus pés tocarem o chão, então tudo que estava congelado ao nosso redor caiu no solo remexido, percebi que desfalecia em meus braços não tinha muitas forças, mas consegui segura-la para não cair diretamente no chão. Ajoelhei-me ali mesmo aninhando-a em meus braços acariciando seu rosto adormecido levemente. Olhei procurando os outros e vi Edward com Emmet vindo em nossa direção.

- Acabou. – sussurrei sem forças para continuar, olhei para que dormia tranquilamente em meus braços e senti meus olhos e meus músculos relaxaram em um sono profundo.


Capítulo 12 - Eternidade




Fazia um dia que tudo havia acontecido e continuava dormindo e o clima continuava tenso, Carlisle se culpava pelo acontecido além de Jasper ter quase ido embora por ter causado o descontrole dela. Depois de muita conversa conseguiram convence-lo a ficar mesmo que constrangido.
Tive que ficar de repouso um pouco para cicatrizar meus ferimentos no fim de toda a coisa ganhei três costelas quebradas, um tornozelo trincado, um joelho estourado, hematomas por todo o corpo e tórax, ombros, braços e rosto esfolados.
Por mais que meu corpo incomodasse minha mente relembrava o nosso beijo, a sensação de sua boca, a delicadeza de seus toques por minhas costas aquilo anestesiava meu corpo de qualquer dor! Ansiava a hora em que ela acordaria teríamos que conversar muito e quem sabe...

- Acorde Jacob! Seus devaneios estão começando a me irritar. – o irritante leitor de mentes estava resmungando sentado no piano.
- Se não quiser me ouvir vai pra outro lugar Edward! – cuspi as palavras ele estava me devendo! Ela estava daquele jeito por que o idiota insistiu em não me ouvir naquela maldita clareira! Edward veria o que faria quando terminasse de me curar.
- Você queria o que Jacob? Nem Alice poderia ter previsto o que aconteceu! Nessa história ninguém tem culpa o fato apenas aconteceu e por fim estamos todos bem! –respondeu andando em direção da sala.
- Todos menos alguém não é Edward! – sentia meu corpo tremer pela raiva que corria em minhas veias.
Sem motivos aparentes ele parou um pouco surpreso no meio do caminho e meu coração foi preenchido por algo estranho, acho que era o medo e a angústia de novamente.

- Ela acordou. – sussurrei olhando para todos que estavam na sala.
Estava com uma enorme dor de cabeça e mesmo os passos silenciosos no andar de baixo incomodavam meus ouvidos essa era uma ressaca e tanto! Onde tinha acontecido a balada para me deixar assim? Perguntei a mim mesma enquanto gemia cobrindo o rosto com o travesseiro, dei um salto da cama quando lembrei o que realmente havia acontecido, rápido demais para minha cabeça fazendo meus joelhos cederem.
Droga! Lembrava apenas de flash do que tinha acontecido, mas aquilo era o suficiente para saber que tinha perdido totalmente o controle a ponto de quase matar a todos! Merda, merda, merda!
De repente ouvi os passos que pareciam mais marteladas em minha cabeça subirem a escada, não queria enfrentá-los agora. Minha angústia, medo e vergonha pelo ocorrido aumentavam a cada segundo em meu peito. Virei para janela e saltei sem olhar para trás mal tinha chegado à vida deles e já estragara tudo! E Carlisle? A dor aumentou ainda mais e senti as lágrimas caírem me fazendo correr ainda mais rápido para longe de tudo aquilo.
Quando dei por mim estava na clareira parei chocada com o que vi tudo estava arruinado, troncos destroçados por todos os lados, a terra remexida mostrando toda a agressão que havia passado, cai de joelhos chorando copiosamente.
- O que foi que eu fiz? – soltei as palavras tão silenciosamente quanto à brisa que passava entre meus cabelos. Passei as mãos no rosto limpando inutilmente o choro incessante. – Não posso ficar mais. – disse com a voz rouca pelo choro decidida que deixa-los seria a melhor maneira de vê-los bem.
Ouvi novamente alguns passos em minha direção pude distinguir Carlisle, Edward e Esme levantei-me preparando para fugir aumentando a dor em meu peito. Corri até o outro lado da clareira destruída, mas pude ver quando Carlisle entrou nela.
- não! – ele gritou com dor em sua voz me fazendo chorar ainda mais.
- Vá embora Carlisle antes que você possa ser destruído também! – disse de volta assumindo a máscara da indiferença no lugar do meu rosto.
- Está tudo bem filha... isso... isso foi apenas um acidente. – Esme tentava manter a calma, mas em sua voz aparecia o chiado característico do choro dos vampiros.
- Não! Voltem para casa antes que precise fazer algo desagradável. – tentei conter as lágrimas que se acumulavam em meus olhos precisava também manter minha mente limpa para que Edward não visse o que pretendia fazer.
Sem mais nenhum aviso joguei todos para longe da clareira tomando certo cuidado para não machuca-los e corri o mais rápido que minhas pernas conseguiam. Agora que estava sozinha pude deixar a máscara cair junto com um rio de lágrimas, corri sem rumo apenas com a vontade de acabar logo de uma vez com tudo aquilo.
Lembrei da mochila que havia escondido na floresta logo quando cheguei à Forks, forcei minhas pernas a correrem mais mudando o curso indo à direção de onde tudo começara. Rapidamente cheguei ao local e comecei a cavar sem me importar com a terra levemente molhada sujando minha roupa e meu corpo.
Olhei a minha volta e as lembranças inundaram minha mente o lobo gigante de pelos avermelhados dançava ao meu redor, em tão pouco tempo todos já haviam preenchido meu coração aumentando ainda mais a dor que sentia por ter que deixa-los.
As lágrimas rolaram quentes por minhas bochechas sufocando meu coração, mas a decisão já tinha sido tomada não voltaria atrás aquilo seria melhor para todos nunca mais seria uma ameaça para alguém estariam a salvo e eu finalmente encontraria a paz!
O tempo passaria mais rápido enquanto estivesse correndo em direção da morte, correndo em direção ao meu julgamento. Sentiria saudade de todos, mas saberia que estariam bem sem mim e os Volturi poderiam vingar a morte de seus aliados.
Pensar assim deixava meu coração insuportavelmente apertado não pelos Cullens, mas por algo que não sabia identificar meu corpo pedia por algo que minha mente não entendia! Faltava um pedaço de mim que por alguma razão havia ficado naquela clareira. Algo tinha mudado dentro de mim e minha falta de memória não estava ajudando a entender o que era! Eu estava com a alma pela metade!
Balancei a cabeça espantando esses pensamentos para longe piscando os olhos várias vezes reparei que já era noite, por quanto tempo será que esteve ali daquele jeito?
Coloquei a mochila nas costas e corri em direção ao riacho próximo dali a lua iluminava a noite deixando tudo ao meu redor em tons de cinza parecendo compartilhar da mesma tristeza que sentia pulsando em meu peito.
Cheguei ao riacho jogando a mochila no chão e fechando os olhos por alguns segundos, o barulho da água correndo pelas pedras em direção ao mar parecia ter tido um efeito calmante em minha dor deixando-me mais tranqüila, abri os olhos lentamente e fui me lavar relaxando um pouco e deixando o sono tomar conta do meu corpo aos poucos.
Adormeci ali mesmo à beira do riacho acordando assustada quando senti uma fruta cair em minha cabeça não tinha causado nenhum dano em mim, mas foi o suficiente para me despertar.
O sol não havia nascido ainda então me permiti ter uma ultima despedida daquele lugar pegando minha mochila e correndo em direção ao mesmo penhasco daquele dia. Queria ver o sol nascer ali e depois iria de encontro ao destino que escolhera. Corri mais rápido para não perder nenhum segundo da minha despedida.
Passei boa parte da noite esperando a hora que pudesse procurá-la e quando meu corpo se recuperou totalmente foi a primeira coisa que fiz. Estava correndo pela reserva vasculhando cada pedaço de terra em busca de uma pista ou algum cheiro, já estava quase amanhecendo quando senti seu cheiro indo à direção do penhasco corri mais rápido mudando o curso de minhas patas.
Minutos depois cheguei ao penhasco soltando minha mochila no chão e sentando em forma de flor de lótus esperando o sol nascer me despedindo de cada pedaço do lugar que em tão pouco tempo já amava, mas aquela sensação de falta ainda estava lá dentro de mim.
Queria vê-la antes que algo ruim acontecesse, antes que a perdesse para sempre. Quando cheguei ao lugar onde vira seu rosto pela primeira vez meu coração ficou apertado ao vê-la sentada ao lado de uma mochila observando o sol nascer. Transformei-me rapidamente colocando o short que carregava e fui calmamente me sentar ao seu lado. Por mais que doesse em meu peito não a prenderia aqui.
De repente senti sua presença, mas me mantive com os olhos fechados que nem sabia quando havia feito isso, suas emoções eram fortes misturando angústia, medo e... amor? Jacob sentou ao meu lado sem dizer nenhuma palavra tê-lo assim tão perto me fez ter reações estranhas e não pude segurar a lágrima que rolou por meu rosto.
Estávamos tão próximos que mesmo sem nos tocarmos sentia o calor emanando de sua pele, ela mantinha a mesma posição como se eu não estivesse aqui ao seu lado, pude ver uma lágrima tímida escorrer por sua bochecha a minha vontade era de pega-la no colo e acalmar seu coração tão apertado quanto o meu, mas precisava me conter e dar espaço a ela.
Finalmente senti o calor do sol atingir meu corpo fazendo meus olhos abrirem para ver pela última vez aquele lugar, as nuvens mal deixavam o sol aparecer, algo bem característico de Forks, mas sabia que ele estava lá.
- Estão todos preocupados com você. – disse tentando puxar algum assunto.
- Eu... eu vou embora. – sussurrei tentando controlar minha voz disfarçando a dor descomunal que sentia no peito por falar isso a ele.
Virei para encarar seu rosto e senti a dor aumentar conforme ela sussurrava as palavras não conseguiria viver sem ela ao meu lado e não queria viver!
- É isso que você quer? – perguntei com medo da resposta, mesmo sentido seus sentimentos, não sabia o que passava dentro de sua cabeça.

- O que eu quero não está relacionado com o que é preciso fazer. – respondi dura tentando manter o controle para não desabar em lágrimas ali mesmo.
- Tem tudo haver ! É isso que você quer? Quer ir embora e nos deixar para trás? –perguntei sentindo a raiva aquecer minhas veias com ela podia achar que uma coisa não era ligada à outra?
- Você não sabe o que está falando! Vou fazer o que deveria ter feito há muito tempo e todos vocês vão poder viver suas vidas tranquilamente como se eu nunca tivesse existido! – respondi com a mesma raiva levantando rapidamente pegando minha mochila seguindo meu caminho sem olhar para trás, talvez assim fosse melhor sem despedidas.
Se meu coração antes doía agora senti que iria implodir de tanta dor por vê-la levantar colocando a mochila nas costas indo embora, não podia deixar ir daquele jeito! Precisava pelo menos deixar uma boa memória entre nós. Corri atrás dela o mais rápido que pude sem me transformar, como lobo ela não me ouviria.
- ! volte! – ele gritava enquanto corria atrás de mim se quisesse poderia ter despistado facilmente, mas algo em meu coração não me deixou prosseguir.
- O que você quer Jacob Black? – gritei parando de correr e virando para encarar seus olhos escuros e intensos.
- Quero que você fique! – fui o mais sincero possível olhando profundamente em seus olhos, não podia deixá-la ir! Seu rosto se contorceu em uma dor que não entendia logo após ser substituído por uma máscara de fúria.
- QUER QUE EU FIQUE? SERÁ QUE NÃO VÊ A MERDA QUE ESTÁ DIZENDO BLACK? – queria chorar, mas a raiva estava maior em mim como alguém poderia ser tão idiota? – CADA SEGUNDO QUE PASSO A MAIS AQUI É UM SEGUNDO A MENOS PARA TODOS MORREREM!
- você não é uma ameaça! Nós podemos te ajudar com isso! - tentei soar o mais suave possível controlando a raiva dela que pulsava dentro de mim.
- SEU IDIOTA NÃO SOU A AMEAÇA! – será que realmente pela cabeça dele isso não tinha sido cogitado? Ugh! Bufei tentando me controlar antes que explodisse a cabeça dele. – Será Jacob Black que nunca pensou que os Volturi estão por ai procurando para me queimar viva? Será que nunca passou por sua cabeça que todos vocês serão condenados juntos comigo por terem me acobertado? Será que você esqueceu que EU MATEI DOIS DELES?
Ela estava extremamente nervosa rugindo as palavras se aproximando de mim a cada pergunta ficando apenas um palmo de mim quando gritou a ultima. Fiquei atônico com a sua aproximação, meu coração disparou e meu corpo entorpeceu ao sentir seu cheiro levemente doce e apimentado. A única coisa que consegui fazer foi me abaixar um pouco e abraça-la.
Não havia reparado nossa aproximação pelo fato da minha raiva, mas foi completamente inusitado o que Jacob fez. Senti seu corpo abaixar lentamente enquanto seus braços alcançaram minha cintura a enlaçando e eliminando o espaço entre nossos corpos, sua respiração em meu pescoço causou um efeito inesperado em meu corpo me deixando um pouco anestesiada.
- Eu sempre soube de tudo isso, mas mesmo assim não quero que vá. – sussurrei próximo ao seu ouvido e pude sentir o leve tremor que causei em seu corpo e sem esperar pela reposta levantei seu corpo do chão nos aproximando anda mais.
Meu Deus o que está acontecendo comigo? Nunca fui assim! Apenas com algumas palavras no meu ouvido e eu já estava mole! Definitivamente isso não poderia acontecer! Não mesmo, mas as minhas forças eram inexistentes apenas consegui passar meus braços em seu pescoço e descansar minha cabeça em seu ombro.
- Você precisa entender que agora nós somos uma família e se um de nós estiver com problemas, todos nós também estaremos e eu sempre estarei com você, mesmo que não queira. – disse enquanto a embalava nos braços e acariciava seu cabelo.
Estava com os olhos fechados tentando me concentrar em acalmar meu coração que teimava em bater descompassado por nossa aproximação, mas aquilo realmente não esperava ouvir o que fez a situação piorar ainda mais. Senti as lágrimas escorrerem por meu rosto denunciando ainda mais meu estado ele apenas me apertou ainda mais contra seu peito tentando acalmar meu choro que já se misturava a soluços.
Não sei por quanto tempo ficamos naquela posição e nem me importaria em ficar ali para sempre, mas depois de mais controlada se soltou de meu pescoço fazendo com que a devolvesse para o chão. Não queria perder o contato com sua pele totalmente então mantive minha mão em seu rosto secando as ultimas lágrimas que teimavam em descer.
- Fique, por favor. - Jacob disse acariciando minha bochecha e olhando firmemente em meus olhos, seus olhos eram tão intensos e tão escuros que dispararam meu coração novamente. Mais que merda! O que estava acontecendo comigo?
- Desculpe. – sussurrei para tentar manter minha voz firme, o que não adiantou em nada, ela saiu muito mais tremida do que pretendia. Dei um passo para trás, afim de, me desvencilhar completamente daquele ser lindamente perturbador.
- Fique. – disse me aproximando mais percebi seu coração acelerar novamente e fiquei feliz com aquilo, finalmente causava alguma reação nela. – Pelo menos hoje fique... por mim. –completei a frase, inseguro da reação que ela causaria.
Não acreditava que isso estava acontecendo comigo, desde quando eu ficava sem ação ou sem palavras? Tentei abrir minha boca algumas vezes sem sucesso, minha mente queria mandá-lo para os quintos dos infernos, mas meu corpo e meu coração não respondiam assim. E como em uma batalha perdida apenas assenti com a cabeça em resposta.
- Vem vamos pra minha casa. – disse sorrindo pelo primeiro seu primeiro sim para mim.
- Desde quando você tem casa? – perguntei sarcasticamente feliz por ter voltado ao normal finalmente.
- Vem. – disse rindo e balançando a cabeça antes de puxá-la pela mão e pegar a mochila que estava no chão.
O caminho até a casa dele foi rápido, mas um tanto estranho. Nós corríamos de mãos dadas e o pior era que meu corpo aceitou isso muito bem! Isso estava realmente ficando fora de controle! CULLEN SEU CORPO NÃO DOMINA SUA MENTE E SIM O CONTRÁRIO! Comecei a recitar essa frase mentalmente para que quem sabe, parasse de ter esses impulsos e justamente com esse lobo!
Chegamos à frente a minha casa sem largarmos as mãos parecia que elas eram moldadas uma para a outra, o que não era mentira havia sido criada para mim assim como eu para ela e ninguém mais. Sem soltar nossas mãos abri a porta de casa e a convidei para entrar primeiro.
Essa foi a deixa para largar de sua mão já tinha sido conflitante demais para um dia. Entrei na casa devagar observando o lugar que mostrava bem a personalidade de Jacob, era tudo bem arrumado, mas os móveis velhos mostravam o que ele era além do superficial. Ali me transmitiu um pouco de solidão, por quanto tempo será que ele vivia ali assim? Com toda a certeza fazia anos que uma mulher não freqüentava esse lugar.
- Você mora sozinho há quanto tempo? – aquela pergunta me pegou de surpresa não esperava que ela reparasse nisso afinal a casa estava toda arrumada.
- Sozinho mesmo um ano, mas antes eram somente meu pai e eu.
- Eu sinto muito por seu pai.
- Mas eu não...
- Não precisa dizer pela forma que falou deu para perceber. – disse levantando os ombros. De repente um barulho veio me envergonhar novamente, o ronco do meu estomago.
- Vou preparar algo para nós comermos – disse rindo de seu constrangimento era bom estarmos juntos e não brigarmos pela primeira vez. Fui para a cozinha e tentei preparar um espaguete, sabia que ela adorava massas, mas nunca fui um bom cozinheiro então hoje teria que acontecer um milagre.
Sentei na sala tentando relaxar um pouco, porém sem sucesso fui até a cozinha ver o Jacob aprontava, não precisava ser um gênio para saber que ele era um leigo quando o assunto se tratava de cozinhar, mas foi engraçado vê-lo tentar.
Depois de certo tempo apanhando do macarrão consegui colocar tudo na mesa para comermos.
- Jacob você tem noção que são 7hs da manhã e você preparou um espaguete para nós? – ela disse se divertindo as minhas custas enquanto me sentava na cadeira na sua frente.
- Pra quem está com fome isso não tem hora! – ele me respondeu abrindo um sorriso de orelha a orelha, com nunca havia reparado naquilo? Volte para terra ele é o lobo se lembre disso!
Ela me olhava com os olhos um pouco desfocados e com a boca aberta levemente, parecia com a Bell’s há uns anos atrás, totalmente deslumbrada. Isso era muito bom! Quem sabe esse negócio de imprinting estava funcionando!
- Coma vai esfriar. – disse me aproximando um pouco e deixando seu coração acelerado novamente. Será que o imprinting só funcionou para ela depois do beijo? Teria que perguntar ao Sam depois sobre isso.
Pisquei várias vezes, ofuscada por aquele sorriso e meu coração já batia acelerado novamente. Que merda! Agora toda vez que a gente ficasse perto seria assim? Abaixei minha cabeça cortando meu contato com ele e peguei uma garfada generosa do espaguete colocando com gosto na boca.
- Argh! – disse correndo em direção da pia e colocando tudo para fora. – Nossa Jacob, agora entendi o porquê você sempre ataca a nossa geladeira! – virei rindo quando percebi sua expressão de decepção.
Merda! Nem isso para ela eu conseguia fazer! Peguei um pouco para experimentar... Argh! Horrível! Pelo menos ela estava rindo.
- Ah Jake não fica assim! – disse rindo ainda mais quando ele experimentou a comida.
- Do que você me chamou? – aquela pergunta me pegou de surpresa.
- Hãm? – ela se fez de desentendida, mas não consegui me conter afinal ela nunca me chamou assim tão carinhosamente.
- Eu chamei por seu nome, Jacob, ou você mudou e eu nem estou sabendo? – disse nervosa sentindo minhas bochechas queimarem retirando meu prato da mesa e jogando a comida no lixo, desde quando eu menti assim tão mal? Argh!
- Pensei que tivesse ouvido outra coisa.
- Não sabia que você pensava. – disse sarcasticamente enquanto voltava ao normal. – Agora me deixe preparar algo para comer antes que morra de fome. – continuei ainda sem fitar seus olhos.
Era engraçado vê-la assim tão encabulada por ter sido pega em um deslize. Deixei que ela arrumasse a mesa apenas observando e decorando seus movimentos e costumes apoiando minha cabeça com uma das mãos.
- O quê? – perguntei sem entender enquanto preparava o café.
- Nada é que você parece à vontade só isso. – respondi sinceramente.
- É... aqui eu sou mimada por eles, mas antigamente a coisa era bem diferente. – tentei ser gentil, mas o meu tom seco por tocar nesse assunto teve força maior.
- Você pode continuar aqui e ser mimada eternamente se quiser. – respondi brincando com as palavras tentando amenizar a tensão que se instalou.
- Jacob não quero falar sobre isso. – disse largando a panela e fitando seus olhos.
- Mas você não pode fugir para sempre . – disse desistindo de amenizar o clima.
Ele realmente não entendia, larguei o que estava fazendo e sentei novamente à mesa. Bufei e pensei em uma maneira de explicar da maneira mais fácil.
- Jacob, não estou fugindo de problema algum pelo contrário estou tentando resolvê-lo da melhor maneira possível. Existem apenas duas soluções para o meu problema. – fiz uma pausa para ver se ele estaria preparado. – Ou eu morro assumindo tudo o que fiz liberando tanto vocês como meu irmão ou teremos que matar todos os Volturi e eu já fiz minha escolha.
- Você não vai morrer por nós . – a raiva passava por minhas veias, podia sentir a mesa tremendo em baixo de minhas mãos. Como ela podia pensar em se sacrificar e me deixar aqui?
A reação de Jacob me assustou, sentia sua raiva em mim e a mesa parecia que iria partir em duas. Isso me fez lembrar de outra coisa para perguntar mais tarde.
- Por que não? – perguntei receosa.
- Já disse você não vai se sacrificar por nenhum de nós! – repeti entre os dentes tentando controlar minha raiva.
- Não eu... – não consegui terminar a frase após sentir o cheiro de queimado vindo do forno. – Ai não meu biscoitos!
Ela levantou correndo tentando salvar nosso café da manhã enquanto tentava me controlar. Seus sentimentos estavam confusos talvez eu a tenha assustado com a minha reação.
Dentre mortos e feridos consegui salvar alguns bolinhos para o café aproveitando o tempo para ver se Jacob se recompunha e para também formular algumas perguntas. Tudo colocado na mesa esperei que ele tomasse a conversa novamente, mas não aconteceu, suspirei e então eu mesma o fiz.
- Jacob olhe para mim. – esperei que ele o fizesse e então continuei. – Vocês tinham uma vida aqui antes que eu aparecesse não é justo simplesmente... – a raiva transpareceu por seu rosto.
- Você não sabe o que diz! – a mesa estava tremendo novamente precisava me acalmar já sentia o receio de em mim também. Bufei tentando me concentrar. se você ainda não entendeu estamos todos juntos e nenhum de nós vai concordar com essa sua loucura em morrer. Fora que eles dariam um jeito de não matar você e sim em usá-la como uma arma. Você sabe que é mais poderosa que todos nós juntos apenas tem que controlar isso melhor.
- Jacob eu não sei... eu...eu sempre apago quando me descontrolo é como se não fosse realmente minha mente ali se é que me entende. – disse olhando para a mesa envergonhada em admitir minha falha.
- Você... você não se lembra? – talvez isso explicasse o porquê que consegui quebrar a ordem dela será que ela não lembrava de nós? Senti meu coração apertado pela angústia. A única coisa que ela fez foi assentir com a cabeça.
-Então você não lembra de absolutamente? – podia sentir em sua voz um desespero que não entendi.
- A ultima coisa que me lembro é de ter atacado Jasper e então alguns flash, mas fica tudo muito bagunçado na minha memória. Está tudo bem Jacob? – ele parecia atônico. – Tinha algo para me lembrar?
Precisava entender ou pelo menos saber se havia algum pedaço de nós ali dentro dela. NÃO PODERIA TER ESQUECIDO NOSSO BEIJO!
- Do que exatamente você lembra ? – não entendi sua pergunta estranhando principalmente a ênfase.
- Já disse Jacob só do ataque à Jasper e algumas coisas, sentimentos confusos só isso! – levantei irritada com a insistência dele não queria conversar sobre aquilo.
- Desculpe pela insistência. – disse me aproximando dela e encostando no balcão da cozinha. – Você sabe que não quero causar mal apenas quem sabe as coisas melhorem se falar um pouco sobre o assunto.
Virei meu rosto para encontrar seus olhos que eram transparentes e sinceros, nós éramos conectados de alguma forma talvez ele fosse a única pessoa que me entenderia então suspirei procurando palavras para descrever o que lembrava.
- São apenas flashs do que aconteceu em um momento senti Jasper mexer com meu humor, então eu explodi lembro de ter batido muito nele, mas era como se meu corpo não obedecesse minha mente meus olhos apenas viam minhas ações sem ter nenhum comando. - fiz uma pausa tentando me lembrar dos detalhes.
Ela voltou-se novamente para a janela fechando os olhos para lembrar, suas emoções foram pouco a pouco me invadindo nos levando de volta para a clareira.
- Em um piscar de olhos tudo se foi fiquei apenas no escuro sentindo muita raiva mesmo que sem motivo então as coisas ficaram mais confusas haviam gritos só que muito longe não entendia nada, me sentia mergulhada em uma piscina de águas bem geladas e um turbilhão de sentimentos tomaram meu corpo ódio, angustia, desprezo, inveja, alegria, amor tudo de uma só vez! – estava tão concentrada que algumas coisas pequenas da cozinha começaram a levitar. ¬ – A loucura tomava minha mente colocando e tirando as sensações dentro de mim enquanto tentava me livrar de toda aquela água e de repente algo aconteceu não sei exatamente como, mas o calor me abraçou puxando meu corpo para fora aquela tortura. Era uma sensação tão boa estava tão aquecida, mas a escuridão continuou até que não perdi tudo e acordei no meu quarto.
Isso era inacreditável! Seu coração se lembrava de mim, não como queria, mas se lembrava! Era o que importava, não estava tudo perdido ela iria se lembrar mais cedo ou mais tarde!
Por um momento senti falta daquele calor e da paz que ele me trouxe, queria aquilo novamente em mim mesmo sem saber de onde vinha meu corpo o reconhecia como se fosse a peça que faltava em mim. O pedaço da minha alma que faltava!
Não cabia em mim de felicidade por saber que ela lembrava algo e sem me importar com sua reação me virei para , que ainda estava com os olhos fechados e as mãos apoiadas na pia, e a puxei abraçando sua cintura e a tirando do chão.
Surpreendi-me quando Jacob me agarrou em um abraço levantando-me do chão. Meus braços instintivamente passaram em torno de seu pescoço repousando minha cabeça em seu pescoço aquilo me pareceu tão familiar que por um momento quis que aquilo fosse eterno e senti que ele queria o mesmo.
- Obrigada Jake. – sussurrei contra seu pescoço me sentindo em paz.
Meu corpo arrepiou-se em resposta ao seu sussurro me fazendo aperta-la um pouco mais para que não percebesse minha reação.
- Não precisa agradecer eu vou estar aqui sempre por você. – sussurrei em seu ouvido feliz por sentir seu coração descompassado como o meu. Mais cedo ou mais tarde seria minha para sempre e um pedaço de mim acreditava que ela já sabia disso. Não pude evitar de sorrir com tudo aquilo abraçado à minha eternidade!


Não sei por quanto tempo ficamos abraçados daquele jeito, despertei apenas pelo barulho do meu estômago reclamando a falta de comida, Jacob riu me colocando no chão delicadamente.

- Vem vamos alimentar esse monstrinho. – disse me puxando novamente para sentarmos à mesa.

Começamos a tomar nosso café da manhã normalmente e tenho que admitir sua comida era muito melhor que a minha. A mesa estava repleta de cokeis, torradas, panquecas, bacon, suco, café e até ovos mexidos, tinha comida suficiente para o bando todo, mas se tratando de isso daria só para nós dois.

- tenho que confessar uma coisa. – ele disse enquanto eu comia minha quinta panqueca. – Nunca pensei que fosse encontrar alguém que comece mais que um lobo, mas estava redondamente enganado. – dessa vez eu tive que rir.

- Então quer dizer que nunca pensou que fosse ser passado para trás por uma mulher Jacob? – provoquei um pouco. – Isso por que ainda não tínhamos nos encontrado.

- É verdade encontrar você mudou muita coisa para mim. – disse fitando seu rosto logo rindo por tê-la encabulado.

Deus esse menino não parava nunca? De onde ele tirava essas coisas para falar a mim? Se fosse antes teria ignorado completamente como todos os outros como sempre fiz, mas agora algo estava diferente e eu não conseguiria ignorá-lo. O que consegui foi engasgar com o suco que tomava totalmente sem graça!

Decidi não encabulá-la mais por um tempo, comemos até não agüentar mais, o clima esta leve entre nós enquanto limpávamos a cozinha até que ela parou deliberadamente me fitando com um ponto de interrogação no rosto.

Era agora, tinha passado a manhã inteira pensando em alguma forma de começar esse assunto, mas nada parecia surtir efeito então tinha que ser objetiva mesmo. Parei de lavar os pratos e me virei olhando fixamente em seus olhos me preparando para perguntar.

- Jacob acho que chegou a hora de entender algumas coisas. – disse séria analisando minhas reações.

- Do que você está falando? – ele perguntou ainda sem entender. Lerdo!

- Por que eu sinto você? – sua pergunta foi como um soco no meu estômago esperava tudo menos aquela conversa agora.

- Como assim senti? – falei a primeira coisa que apareceu na minha cabeça essa não era uma boa hora para falar sobre o imprinting estava tudo indo muito bem e se falasse isso ela não entenderia da maneira certa. Cortei nosso olhar e fui à direção à mesa para tentar orientar meus pensamentos.

- Pergunta errada Jake? – me aproximei por trás dele falando o mais suavemente possível para tranqüilizá-lo, mas acho que surtiu um efeito contrario. Seu coração disparou aterrorizadamente caindo antes de sentar-se na cadeira.

Sua voz foi tão intensa que por um instante perdi o equilíbrio e cai da cadeira, não estava preparado para esse tipo de atitude e muito menos em ouvir “Jake” de sua boca novamente. Precisa pensar rápido antes que fizesse uma besteira.

- Tudo bem ai? – perguntei gargalhando por sua posição e oferecendo a mão para ajudá-lo a levantar.

- Tu-tudo! – ótimo a gagueira ajudaria muito agora! acho que esse não é um assunto para ser tratado agora, temos coisas mais importantes para resolver. – respondi tomando um pouco do controle que ainda restava me afastando lentamente da sua súbita aproximação.

- Jacob eu lhe disse uma vez que quando achasse melhor nós teríamos essa conversa e agora creio que seja à hora mais propícia a isso! – disse me apoiando na mesa enquanto o via se desvencilhar de mim.

- Não! Essa realmente não é à hora certa pra isso! As coisas não precisam acontecer quando você quer . – respondi procurando um meio desesperadamente para acabar com aquela conversa.

Tive que suspirar. Às vezes ele era muito teimoso e em uma coisa ele tinha razão, essa não era hora para isso, decidi então usar outra tática. Sempre soube do efeito que sob os outros, vamos ver se Jacob Black resistiria por muito tempo a mim!

Senti ela se aproximar vagarosamente e quando virei para encará-la não consegui me controlar. Meu coração disparou desastrosamente e senti arrepios por todo corpo e isso tudo com apenas um olhar! Droga estava muito ferrado! Não conseguiria negar nada que ela pedisse.

- Desculpe por isso, mas pensei que fossemos amigos agora e... que poderíamos falar sobre tudo, mas se você acha o contrario tudo bem. – disse com a minha melhor cara de choro, isso sempre funcionava. Chorar sempre foi muito fácil e meus olhos já lacrimejavam.

Sua voz era tão suave e seus olhos mostravam tanta tristeza que senti uma imensa vontade de carregá-la no colo e confortá-la eternamente. Aproximei-me colocando delicadamente minha mão em teu queixo fino para que ela olhasse em meus olhos.

O olhar de Jacob era tão poderoso que quase me esqueci de onde estávamos, havia somente aquele par olhos negros, quentes e profundos em minha direção. Meu prazer em olhá-lo era tão imenso quanto o dele que ignorando nossos corações acelerados, toquei levemente seu rosto fazendo com que meu corpo sentisse uma descarga elétrica com isso.

Aquilo era tão forte que não consegui evitar o gemido de antecipação pelo que viria a seguir! Meu corpo sofria enquanto minha mente tentava me manter no lugar para não fechar rapidamente o espaço que ainda existia entre nós.

Estava tudo perfeito nossos corpos próximos e os olhos fechados, podia sentir sua respiração amadeirada em meu rosto e seu corpo se inclinando para o meu encontro até que um barulho nos interrompeu.

- Jake? – abri os olhos rapidamente me afastando de pelo susto que levara. Leah estava parada na porta sem entender nada.

Olhei com fúria para quem estava na porta e quando vi meu rosto se contorceu ainda mais. Ela era morena de estatura razoável, talvez uns três centímetros mais baixa que eu, pele levemente morena com os cabelos e olhos castanhos, corpo curvilíneo, não tanto quanto o meu seios pequenos quadris um pouco maiores, cabelos ondulados um pouco abaixo dos ombros. Tinha que concordar que era bonita, mas não se fosse comparada a mim e o principal isso não lhe dava o direito de nos interromper! Não mesmo!

- Diga Leah. – disse enquanto observava a raiva de . Como pode uma pessoa mudar tão rápido de humor?

- Desculpe Jake, não sabia que tinha visitas. – ela disse ainda parada na porta me olhando de cima a baixo. Quem ela pensa que é?

- Tudo bem Lee pode dizer. – estava praticamente espumando e fiquei pensando se isso seria por Leah nos ter interrompidos ou por ciúmes, mas isso teria que descobrir mais tarde.

- É que Seth me disse o que aconteceu com vocês e vim ver se precisava de mim, mas já vi que não. – aquelazinha disse me encarando ainda mais.

- Ainda bem que você enxerga. – cuspi as palavras cruzando os braços e levantando o queixo.

Ow! Isso não ia acabar bem as duas se encaravam quase rosnando, sentia a raiva de em minha cabeça e pelo rosto de Leah, ela também não ficava para trás.

- Olha que péssima educação a minha nem apresentei vocês. – disse enquanto ficava entre as duas. essa é Leah Clearwater minha beta e Leah essa é Cullen minha amiga. – aquilo realmente não foi o que esperava ao invés de amenizar a situação acho que acabei deixando as coisas mais tensas.

Como assim ele me apresentava como uma simples amiga? Tudo bem que a gente nunca tinha tido nada nem... Urgh! Do que você está reclamando ? Você até hoje mal falava com ele! Mesmo assim não me sentia como uma simples amiga! Isso nunca!

lançou um olhar enfurecido para mim quando a chamei de amiga, mas o que ela queria? Qualquer coisa que dissesse ali ela reagiria assim não tenho dúvida!

- É um prazer te conhecer Leah. – disse transbordando cinismo enquanto ia ao encontro daquelazinha para apertar sua mão.

- O prazer deve ser todo seu, . – Lee respondeu no mesmo tom enquanto apertava sua mão. Podia ver que elas apertavam com força provavelmente alguns ossos já deveriam estar quebrados.

- É que bom! Já que vocês se conheceram agora nós podemos ir até os Cullens não é ? ?

- Eu ouvi Black, mas quem disse que vou para lá agora? A Leah não teve ainda todo o prazer em me conhecer. Estou correta? – disse enquanto apertava a mão da cachorra, ouvi ao fundo os ossos se quebrando lentamente. Tinha que admitir até que isso daria uma boa briga, essa agüentava bem!

- Sim está. Nós podemos nos conhecer melhor, não acha Jake? – aquilo ia dar merda com certeza! Precisava de algo e rápido.

A vaca me olhava com desprezo enquanto eu ia quebrando lentamente cada osso de sua mão, deveria estar sentindo uma dor alucinante, mas mesmo assim tentava forçar sua mão a fechar na minha como se nada tivesse acontecendo.

- Leah já viu que estou bem, então acho que pode ir para sua ronda quem sabe um outro dia você fica para conversar. – disse olhando fixamente para ela, mas elas continuaram na mesma posição.

- Leah? – continuei colocando minha mão em cima das mãos delas.

O toque de Jacob em minha pele causou um leve choque em mim fazendo despertar de tudo aquilo. O que estava acontecendo comigo? Tanta raiva para nada. Soltei a mão de Leah devagar com medo de causar mais algum dano, ao fazer isso ela pareceu soltar o ar aliviada, mas retomando sua expressão dura.

- Se você prefere assim, até mais tarde Jake. – ela disse indo em direção da porta, sabia que mais tarde Leah voltaria e comeria meu fígado por tê-la dispensado. Assim que ela desapareceu me voltei para .

- Então você pode me dizer o que foi isso? – ele me perguntou cruzando os braços em seu peito com uma sobrancelha levantada.

- Não sei do que você está falando. – disfarcei enquanto voltava para cozinha pegando um copo de água.

- Ah sabe sim! Mais um pouco teria amputado a mão da Leah! disse não acreditando em sua mentira esfarrapada.

- Nossa que exagero! Foi só um apertinho de mão você fala como se ela fosse de porcelana.minha cabeça borbulhava pela irritação de enquanto ela andava de um lado para o outro batendo nas coisas e arrumando. Não entendia o porquê de tudo aquilo.

- Por que você está agindo assim? Pra que toda essa irritação? – ele perguntou segurando meu pulso obrigando a parar de andar.

- Estou agindo como Black? Quer que eu chame sua amiguinha para ficar aqui com você enquanto dou uma volta por aí? Vocês devem ter muitas coisas para conversar não é Jake?cuspiu cada palavra enquanto se soltava de minha mão. Não podia ser... mas... estava com ciúmes?

Ele se sentou chorando de tanto rir fiquei parada olhando a cena sem entender nada e ficando mais irritada.

- Você por acaso viu algum palhaço por aqui Black? – perguntei sentindo meu sangue ferver.

- Você. Está. Com. Ciúmes! tentei pronunciar as palavras enquanto me acalmava e limpava as lágrimas que escorriam pelo rosto.

- VOCÊ ACHA QUE ESTOU COM CIÚMES DAQUELA COISA? – gritei praticamente voando em seu pescoço, como ele poderia achar um absurdo daqueles, eu... NÃO! Não podia! Fiquei louca de vez agora! Eu estava com ciúmes de Jacob Black!

De repente parou de gritar e ficou paralisada com os olhos arregalados na minha frente, mas sem me enxergar. Parei de rir imediatamente e fechei o espaço entre nós.

- fala comigo! Você ta sentindo alguma coisa? – ele me perguntou sacudindo meus braços. Olhei para seu rosto e vi o que parecia ser inevitável. Eu estava apaixonada por Jacob Black!

O desespero de corria em minhas veias e ela me olhava cada vez mais assustada. Estava quase a carregando até Carlisle quando ela despertou piscando várias vezes.

Precisava sair dali e me afastar dele o mais rápido possível, aquilo tinha ido longe demais! A nossa ligação, os sentimentos dele em mim, tudo estavam afetando minha sanidade. Apoiei-me na pia da cozinha tentando coordenar meus pensamentos e sentimentos.

Virei para trás e vi seus olhos preocupados em mim, olhá-los me dava a certeza que era realmente isso e só de pensar em me afastar deles uma dor sem predicados dominava meu peito. Porque isso tinha que acontecer agora?

- fale comigo, por favor. Diga qualquer coisa. – sussurrei entrando em pânico pela confusão que passava dentro dela, um aperto em meu coração dizia que ela estava decidindo algo importante naquele momento.

- Eu... eu quero ir para casa Jacob. – sussurrei também tentando amenizar a dor por pensar em partir. No mesmo instante seu sorriso abriu mostrando seus dentes brancos e reluzentes, senti meus lábios se mexerem involuntariamente respondendo de imediato seu sorriso.

Não pude controlar o sorriso ao ouvir falando em voltar para casa, mas ela continuava agindo estranhamente seus olhos ficaram por um segundo desfocados abrindo um sorriso tão grande quanto o meu.

- Fico feliz por você querer ficar... mas você está bem ? perguntei enquanto me aproximava colocando minha mão delicadamente em seu rosto fazendo seu coração disparar assustadoramente.

Só percebi o que estava acontecendo quando meus ouvidos doeram pelo barulho do meu coração. Merda isso não iria parar mais!

- Estou bem Jacob, só quero voltar para casa só isso! – disse tentando me desvencilhar de seu toque o que fez meu corpo reclamar pedindo o contato novamente.

- Se você quer isso então vamos. – respondi tentando amenizar a tensão que pairava no ar. O que havia de errado com ela?

Capítulo 14


Fazia uma semana que voltara para casa, minha recepção tinha sido muito melhor do que imaginava. Como Jacob havia dito todos estavam preocupados comigo principalmente Jasper que entendia ser sua culpa o que tinha acontecido.

Depois de conversarmos muito chegamos à conclusão de que ninguém era culpado e Carlisle retomou a pesquisa sobre mim, tudo voltou ao normal exceto por minha situação em relação a Jacob.

Tentava evita-lo ao máximo depois que descobri o que sentia, ficou insuportável estar no mesmo lugar que ele, não conseguia controlar meu coração e muito menos minha respiração como ele em todas as vezes que me via. Apenas Edward via meus pensamentos, mas todos podiam ouvir muito bem meu coração escandaloso, um verdadeiro constrangimento. Nunca ninguém havia feito isso comigo e não podia deixar isso tomar conta a minha vida.

Precisava me focar no que realmente me importava agora, meu irmão. Nessa semana que passou tentei me comunicar com ele diversas vezes e nada de resposta. Podia sentir que algo estava errado, mas o quê?

- Não se preocupe ele irá aparecer. – Edward disse encostando-se ao patamar da janela que estava sentada.

- Você não tem como saber Edward, Alice não pode nos ver. – disse fitando a floresta.

- Não preciso que Alice veja o que vai acontecer para ter certeza. - olhei para ele sem entender onde queria chegar. – Estou dizendo que certas coisas são mais fáceis de deduzir do que outras, se ele estivesse com problemas nós já saberíamos ou os próprios Volturi teriam nos procurado.

- Talvez você tenha razão, mas... não sei. – observei a chuva que caia tentando imaginar onde Dean estaria.

- Fique tranqüila , talvez você precisasse se preocupar com outras coisas nesse momento. – ele disse se sentando no patamar.


- Que tipo de coisa seria mais importante que meu irmão agora?

- Seu coração e sua teimosia eu acho. – senti borboletas no meu estômago.

- Não sei do que você está falando Edward. – neguei vendo o mar verde que estava em nossa frente.

- Tem certeza que não sabe?

- Pra que tudo isso Edward? Onde você está querendo chegar afinal? – disse nervosa. – Já não basta estar na minha cabeça 24hs por dia? – ele suspirou e levantou-se do patamar.

- o que você está passando eu já passei e negar o que sente não irá adiantar, apenas machucará os dois ou você acha que ele não está sofrendo? – fiquei sem ação olhando para as gotas da chuva que escorriam pela janela.


- Não é tão simples assim. – sussurrei encostando minha cabeça no vidro.

- Nunca é simples, no meu caso Bella ainda era humana. O que impede você de ser feliz? – me perguntou sentando no chão abaixo de mim.

- Eu não sou esse tipo de pessoa... sabe que espera por alguém, que se apaixona... não gosto de me sentir presa a nada e nem a ninguém e é justamente isso que está acontecendo. Eu já vi o mundo Edward, conheci muitas pessoas estive com vários homens, mas nunca quis me firmar. Quando ficavam melosos demais era a deixa para sumir, foi assim que sempre vivi e só de pensar em casar, ter filhos, constituir família... Urgh! Isso realmente me deixa alérgica! – não sabia por que estava falando tudo aquilo, mas no fim foi até bom desabafar. Edward começou a rir enquanto ouvia minhas palavras.

- Isso é só uma questão de tempo, você vai desistir de lutar contra isso e quando parar vai se arrepender por não ter feito antes. – disse enquanto se levantava caminhando em direção da porta do quarto. – Não tenha medo de ser feliz Elizabeth. – falou antes de sumir corredor abaixo.

Voltei a olhar a chuva que caia do lado de fora pensando em nossa conversa. “Não tenha medo de ser feliz .” Será que era isso que estava acontecendo?


Fiquei naquela posição pensando em tudo o que havia passado desde minha fuga e quando percebi o dia já havia ido embora. Resolvi levantar e tomar um banho para sair do quarto, ainda estava de pijama e estranhei Alice e Nessie não terem vindo me perturbar como faziam todo dia, talvez Edward ou Carlisle tivessem pedido para não me atormentar.

Andei até o banheiro me espreguiçando e rindo da tortura que deveria ser para elas não virem aqui me encher de perguntas e coisas para fazer. Estava aproveitando o banho quando ouvi passos leves entrando pelo quarto, sabia que estava contando vitória cedo demais.

- O que você quer Alice? Sei que é você! – disse enquanto continuava meu banho calmamente, porém não houve resposta o que ela estava aprontando, afinal? Já estava fechando o chuveiro e me preparando para sair quando ouvi sua voz.

- Não reconhece mais meu cheiro querida? – aquela voz... não poderia ser! Coloquei a cabeça para fora do box e pude vê-lo encostado na pia do banheiro com o sorriso mais safado que alguém poderia dar.

- Nahuel! O que está fazendo aqui? – perguntei rezando para que ninguém mais aparecesse.

- O que ? Um amigo não pode vir dizer oi? – disse se aproximando do box jogando sua trança para trás.



- Saia daqui agora! – sussurrei com vontade de gritar e expulsa-lo dali.

- Nossa quanta agressividade ! Como se tudo isso não fosse meu. – se aproximou mais passando os dedos delicadamente por minha bochecha.


- Isso aqui não tem dono Nahuel e nós estamos em uma casa cheia de vampiros que ouvem pelas paredes então pode, por favor, dar o fora daqui! – sussurrei praticamente rosnando enquanto tentava me desvencilhar de sua mão saindo do banheiro enrolada na toalha mesmo.

- Senti saudade também. – continuou como se não tivesse ouvido o que havia dito me puxando fazendo nossos corpos colarem. – Seu cheiro fica muito melhor depois do banho sabia? – sussurrou no meu ouvido enquanto passava o nariz por meu rosto.

- Nahuel eu juro se você não me soltar eu vou gritar. – já estava ficando cansada daquilo.

- Como se você realmente quisesse isso. – ele olhou fixamente nos meus olhos. – Você poderia se soltar caso realmente quisesse, mas acho que isso acabaria com o joguinho que tanto gosta. – suspirou em meus lábios e depois me soltou. – Pode terminar de se arrumar tranquilamente que eu estarei lhe esperando na sala.

Fiquei paralisada olhando-o ir embora do quarto ele realmente me conhecia bem e sabia que se quisesse realmente teria me desvencilhado logo da primeira vez, mas tinha que admitir adorava fazer esses joguinhos com ele. Merda! Nahuel sempre foi bom nisso! Como se já não tivesse problemas suficientes apaixonada por Jacob! Ugh!

Voltei para o banho tentando me acalmar e pensar em alguma maneira de me livrar do possível problema instalado no andar térreo da casa. Estava ferrada! Terminei de me arrumar e suspirei torcendo para que Jacob não estivesse lá também.

Ao chegar à sala minhas esperanças foram por água abaixo. Nahuel estava conversando tranquilamente com Seth enquanto Jacob jogava vídeo-game com Emmet. Olhei para o piano e vi Edward me encarando. Não saiba que ele viria antes para o casamento! Pensei levantando os ombros em resposta ao seu olhar. Uma ajudinha teria sido boa não acha Edward! Disse mentalmente fazendo-o rir do meu desespero. Ótimo, isso era tudo o que precisava!

- Boa noite. – disse finalmente notando que ninguém havia prestado atenção em nossa conversa mental.

Estava me segurando para não virar o rosto e olhá-la, se queria espaço eu daria seria paciente em esperar que ela aceitasse o que sentia. Sabia que o imprinting tinha surtido efeito, mas não entendia o porquê relutava tanto, seu coração denunciava o que sentia disparando toda vez que me via e mesmo assim continuava fugindo. Vai entender essa mulher!

- Oi ! Resolveu sair da toca hoje? – Alice disse aparecendo ao meu lado, pronto já sabia o que me aguardava agora.


- Oi Alice e sim resolvi sair do quarto. – falei enquanto ela começava a sorrir assustadoramente.

- Ótimo! Agora você vai poder nos ajudar! – cantarolou enquanto me puxava em direção da sala de jantar. Nahuel apenas me olhou de relance segurando o sorriso no canto dos lábios, pude ouvir os corações acelerados dos dois enquanto saia da sala. Aquilo não iria prestar.

Olhei de canto de olho enquanto Alice a puxava dali, não deu outra, acabei perdendo o controle e lá estava meu coração acelerado novamente, mas o que me irritou foi que não era só o meu ou o de . Nahuel a olhava também com o coração levemente descompassado, seu olhar era de cobiça e desejo como se ela já lhe pertencesse. Comecei a tremer tentando controlar o rosnado que se formava na minha garganta.

- O que foi Jake já cansou de perder? – Emmet me perguntou rindo observando minha mudança.

- Acho que ele nem começou a perder realmente. – ouvi sua voz azeda e sarcástica, quem ele pensava que era para falar assim? Tentei me controlar para não explodir ali mesmo, levantei como os olhos fechados e parei em sua frente. Não fiz a menor questão de controlar a cara de nojo que se formou em mim ao sentir seu cheiro.

- Você acha que sabe demais não é? – disse entre os dentes.

- Apenas falo daquilo que conheço bem e com certeza algumas coisas aqui conheço muito melhor do que você. – ouvi Nahuel dizer na sala, ele sabia ser inconveniente quando queria e era exatamente aquilo que temia acontecer. Edward é melhor você fazer alguma coisa antes que Jacob mate Nahuel! E se conheço bem os dois, isso não demoraria muito para acontecer.

- Seth por que você não mostra a Nahuel os novos carros na garagem? – ouvi Edward dizer enquanto vinha em nossa direção. Seria bom mesmo aquele mestiço sair daqui antes que eu arrancasse a cabeça dele, talvez Nessie ficasse triste comigo, mas depois ela se acostumaria sem aquilo por perto.

Alice estava me chamando, mas a ignorei voltando para a sala para ver melhor o que estava acontecendo. Jacob tremia enquanto encarava Nahuel que por sua vez deveria estar com o sorriso mais cínico que poderia dar. Bem típico!

Ele já estava se levantando para ir com Seth, que não estava entendendo nada, quando a vi parada um pouco mais a frente nos observando.

- Estou indo. – voltei a observá-lo que sorria cinicamente para mim. – Saiba que já perdeu antes mesmo de começar a luta, cachorro. – sussurrou antes de sair da minha frente.

- Nahuel! Acho que Seth está lhe esperando! – não me controlei e praticamente rosnei colocando as mãos na cintura para que ele parasse com aquela ceninha idiota! Ele apenas me olhou sorrindo e foi em direção da garagem junto com Seth. Edward me encarava assim como Jacob. Droga será que era muito pedir um pouco de paz e tranqüilidade?

nos olhou e voltou para a sala de jantar visivelmente nervosa, continuava observando seus movimentos quando senti a mão de Edward em meu ombro.


 Tente se controlar mais as coisas não são exatamente o que parecem ser. – ele sussurrou subindo as escadas. Será que eles estavam envolvidos?

Voltei para sala de jantar e encontrei todas as mulheres da casa entretidas com o planejamento do casamento de Nessie e Seth. Bella parecia mais entediada no meio de todos aqueles papéis então fui me juntar a ela para compartilhar do mesmo tédio.

Faltava uma semana para o casamento e provavelmente estaria tudo já mais ou menos resolvido, mas se tratando de Renesmee isso não funcionava assim. Ela era muito pior que Alice nesse sentido, cada vírgula tinha que ser meticulosamente elaborada o que era realmente um porre!

- o que achou? – ouvi Alice me perguntar sobre algumas amostras.  Apontei para uma sem o menor interesse o que fez Bella rir do meu descaso.


- Argh! Será que você pode ser mais animada estamos decidindo coisas importantes aqui! – Alice bufou suplicando por atenção.

- Ah me desculpe Alice! – disse cinicamente fazendo a minha melhor expressão de arrependimento. – Entendo que será muito importante para todos nós se decidirmos entre laços rosa acetinado e rosa perolado, talvez os convidados nem percebam a mudança drástica na cor das fitas!

Bella gargalha tenho certeza que se pudesse estaria chorando de tanto rir, Alice me mandava um olhar assassino então achei melhor concertar.

- Alice me desculpe se fui má, mas acho que seria mais interessante se decidíssemos a despedida de solteiro da Nessie que acha? – continuei enquanto apoiava a cabeça em uma das mãos e com a outra brincava com os petiscos da mesa. Sabia que os olhos dela estavam brilhando com a idéia.

- Que despedida? Eu não preciso... – Nessie tentou reclamar, mas já era tarde.

- Claro que precisa! – Alice silabava enquanto praticamente explodia de felicidade. – Você é meio humana então vai ter uma festa com direito a tudo!

- Mas eu...

- Nada de “mas”, nós vamos fazer uma festa de pijama só de meninas. – Bella falou piscando com o olho direito tentando salvar a filha, eu acho.

- Ah Bella nem vem com essa historinha de festa de pijama! A nossa maravilhosa Nessie precisa de algo muito maior! – Rose interveio enquanto passava esmalte vermelho nas unhas.

- Meninas não vão cometer excessos aqui, Nesse irá casar em alguns dias. – Esme disse sentando-se novamente a mesa trazendo mais petiscos para experimentar para a festa.

- Não vamos cometer excessos, apenas acho que deveríamos levar Nessie para uma boa noitada. Sabe uma verdadeira balada, música alta, homens sarados, bebidas alcoólicas e tudo que se tem direito. Será sua ultima noite como solteira então tem que experimentar os prazeres da vida. – comentei escolhendo o que comer primeiro.

- Você fala até como se fosse experiente no assunto. – Nessie debochou de mim enquanto cheirava e fazia careta para uma casquinha de siri. Com isso eu tive que rir.

- E quem disse que não sou? – perguntei pegando a casquinha da sua mão e colocando inteira na boca, muito boa por sinal.

Estava na sala tentando prestar atenção no jogo de beisebol, mas confesso que meus ouvidos prestavam mais atenção na conversa da sala ao lado até que ouvi a declaração de e paralisei no mesmo instante. Como assim experiente? Ela não viveu todo o tempo trabalhando para os Volturi? Então como ela havia experimentado baladas, bebidas e o principal como ela conhecia do termo “homens sarados”?



Senti a casa parar por um segundo, havia me esquecido completamente que não estávamos sozinhas e que todos poderiam ouvir muito bem a nossa conversa. Na sala de jantar todas me olhavam um tanto incrédulas enquanto o coração de Jacob batia descompassado, com certeza ele estava prestando o máximo de atenção na nossa conversa. Droga!

- O que foi? – tentei disfarçar, já tinha feito merda mesmo, não iria mentir e muito menos omitir os fatos da minha vida.

- Isso está ficando interessante, não nos poupe de nada! – Rose disse sorrindo parando o que estava fazendo e se ajeitando na cadeira para ouvir melhor, como se isso fosse mudar algo! Rolei os olhos.

- Não há nada para contar apenas vivi alguns momentos como todas aqui. – continuei fingindo desinteresse não queria minha vida aberta assim para todos.

Não! Não! Não! Aquilo não podia estar acontecendo! Precisava de ar, tinha que sair dali antes que ela comentasse algo maior! Não estava preparado para ouvir sobre seus envolvimentos com outros caras e ficar parado sem caçá-los e matar um por um. Apenas levantei e corri para fora dali.

- Ah tá! E eu sou a branca de neve! – Alice disse rindo de mim foi quando percebi que ele estava saindo pela porta. Nossa ligação me fazia sentir seu coração apertado, me senti mal por não ter pensando no que ele acharia dessa conversa antes de começar. Sempre fazendo as coisas do modo errado, sempre!

- Foram momentos Alice e nada mais. Uns melhores outros nem tanto, mas apenas momentos. – disse por fim vencida, elas não me deixariam sair sem uma explicação.

- Mas como? Achei que você fosse uma prisioneira. – Esme interveio me impedindo de ir atrás de Jacob.

- Eu nunca fui uma prisioneira realmente Esme, maltratada sim, mas prisioneira não. No começo não queria acreditar que Carlisle não me queria e em todas as coisas que eles me diziam, mas depois de um tempo não via outra resposta e me envolvi no que faziam realmente. Aprendi sobre tudo, fui instruída para a guerra e eram para lá que sempre me mandavam, mas eu também saia para aproveitar e confesso que fiz coisas certas e erradas. – confidenciei, afinal, sabia que nessa família nunca haveria segredos mesmo.

- Aproveitou? – Nessie me perguntou com curiosidade no olhar, às vezes não acreditava como ela poderia ser tão inocente, mas isso não vem ao caso.

- É Nessie, aproveitei muito. Tudo o que disse antes para você fazer eu já fiz e posso dizer que pelo menos nos últimos 50 anos conheci homens de todas as formas e gostos, mas nenhum nunca conseguiu me prender. Prefiro continuar livre pela eternidade! – terminei sorrindo ao lembrar as minhas aventuras.

- Todos nós um dia encontramos alguém, você não quer? – Bella indagou me observando.

- Não nunca quis e acho que nunca vou querer. Toda vez é a mesma coisa, quando começam a ficar melosos e carinhos de mais planejando o futuro essa é a deixa para Cullen escapulir pela tangente. – confidenciei comendo outro petisco. – Agora chega de falar do meu passado e vamos planejar a festa de despedida da nossa Nessie! – despistei fingindo entusiasmo.

- Claro, mas antes... – Alice dizia me dando um olhar significativo.

- O quê? Alice Cullen não venha com tramóia nenhuma por que não vou ceder! – interrompi me levantando da mesa queria andar um pouco quem sabe pudesse encontrar Jacob e tentar concentrar a besteira que fizera. – E esquece esse biquinho. – disse rindo.

- Você não vai escapar de mim assim tão facilmente . – ela rebateu com um sorriso maquiavélico no rosto, pronto era o que faltava quando voltasse teria que agüentar Alice me perseguindo.



Sai sorrateiramente pela cozinha e fui correr um pouco pela floresta, procurei por Jacob, mas parei quando encontrei o mesmo riacho da outra vez. Fiquei sentada em uma pedra vislumbrando a noite de Forks, apesar de nublada tinha seu charme.


Estava correndo um pouco para digerir tudo o que havia acontecido quando senti seu cheiro a 100 metros de distância, suas palavras ainda martelavam minha cabeça, mas o que me afetava era a sua indiferença comigo. sabia como me sentia então por que não reagia sobre isso? Antes de voltarmos passamos um dia maravilhoso juntos e agora era como se nem existisse.



Transformei-me e fui a sua direção irritado e pronto para colocar um fim em tudo, por mais que fosse meu imprinting não podia deixar que me fizesse de capacho. Jacob Black não era brinquedo de ninguém!

Estava pensando em ir falar com Jacob amanhã quando senti sua presença atrás de mim, sua irritação chegou antes que seu corpo, talvez eu merecesse isso afinal ele deveria estar confuso com minhas atitudes.

Podia ter certeza que ela me sentia como eu também era invadido por seus sentimentos. Estranhei a confusão que eles estavam; medo, insegurança e nervosismo predominavam em seu coração, será que aconteceu algo depois que sai? Sentei-me no chão ao seu lado sem dizer nada apreciando a paisagem e esperando que ela começasse o assunto coisa que não aconteceu.

Ficamos sentados ele no chão e eu na pedra por um tempo que não contei a indecisão de tomar a iniciativa em uma conversa me corroia por dentro até que ele mesmo quebrou o maldito silêncio.

- Até quando você continuará me evitando? – aquilo veio como um soco no meu estômago não sei se pelas palavras ou pela sua voz ácida.

- Não estou. – foi a única coisa que consegui sussurrar.

- Faz-me rir. – disse rouco e cínico, sentia meu sangue ferver pelas veias. – Posso ter apenas 28 anos, mas sei muito bem quando evitam minha presença. – continuei levantando para encarar seu rosto.

Não sabia o que fazer e muito menos o que dizer, Jacob me encarava esperando por explicações que nem sabia como dar, podia sentir a tortura que fazia com ele, mas o que eu poderia fazer?

- Jake eu... – tentei começar algo, mas ele me cortou ferozmente.

- Jacob, meu nome é Jacob. – não entendia o porquê de tanta raiva, não sabia mais se era pelo fato de ter sido ignorado ou pelo que ouvi ou ainda por Nahuel. E o pior estava despejando tudo nela.

- Por que você me tortura ? – ele disse me pegando pelos braços e eu idiota não conseguia fazer absolutamente nada muito menos contar a verdade. Estou apaixonada por você Jacob Black! Pensei em dizer, mas sem forças para formular as palavras.



Podia sentir o medo crescendo dentro dela o que me deixava com mais raiva por continuar daquela maneira não reagindo a nada que fizesse. Para tudo que fazia ela nunca demonstrava o que queria realmente!


- O que você quer de mim ? O que você quer que eu faça? Vamos me diga! –estava praticamente rosnando em seu rosto, meu corpo começava a dar sinais de descontrole tremendo levemente. - Quem sabe assim eu tenha um pouco de paz!



Ele praticamente me jogou no chão virando-se para o riacho, nunca havia visto Jacob tão nervoso e aquilo realmente me assustou. Sentia meus olhos umedecerem, mas precisava ser forte não podia demonstrar fraqueza para ninguém e muito menos para ele, isso seria o deslize final.

- Eu quero que você me deixe em paz. – sussurrei sem forçar para nada, um pouco mais estaria chorando.

- É isso que você quer realmente ? – perguntei ainda com a voz dura, mas receoso pela resposta.


Queria gritar que não que preferia estar em seus braços, que queria sentir seus lábios nos meus, mas sou uma covarde e apenas balancei a cabeça confirmando a minha mentira.


Se fosse aquilo que ela quisesse eu faria, mas sentia que era tudo uma grande mentira. Por que ela teimava tanto em não me aceitar?


- Ótimo. – ele respondeu seco de ácido, fechei apenas os olhos. Não conseguiria vê-lo partir aquilo já doía o bastante.


O tempo passou e eu continuei na mesma posição já não ouvia seus batimentos por perto sabia que estava finalmente sozinha então pude colocar para fora tudo o que estava preso no meu peito.


Chorei como nunca havia chorado, sentia as lágrimas quentes descerem por meu rosto molhando minha roupa, soluçava em desespero e brigando comigo mesma por tê-lo deixado ir sem nenhuma explicação. Foi aí que senti braços quentes me envolvendo e me apertando contra seu corpo, levei um choque ao sentir seu calor me envolvendo abrindo os olhos rapidamente.


Corri para longe, mas não consegui continuar meu coração doía demais com a nossa distancia. Voltei sorrateiramente e fiquei observando tortuosamente seu choro que estava preso, a cena era desesperadora vê-la daquele jeito jogada no chão soluçando de tanto chorar. Não agüentei mais e a abracei por trás envolvendo meus braços por sua cintura fina trazendo seu corpo para mais perto de mim transmitindo todo o meu amor e carinho para ela.


Subitamente suspirou abrindo os olhos e endurecendo o corpo em resposta. Uma onda de seu arrependimento me preencheu então soube que havia feito a coisa certa.


-
Por mais que você queira essa será a única coisa que não poderei cumprir . – ele sussurrou calmamente em meu ouvido. – Vou estar para sempre aqui ao seu lado. – perdi o fôlego com sua declaração, não sentia mais nada além do toque de Jacob e de seu cheiro estava completamente inebriada por sua presença.


Senti-a amolecer em meus braços e fechar os olhos, novamente estava no caminho certo precisava apenas ter mais paciência. Se soubesse esperar a teria antes do que pensava.


Capitulo 15 – Certo e Errado

Jacob me colocou delicadamente em seu colo aninhando meu corpo ao seu, não tinha e nem queria ter forças para resistir ao seu toque era como se aquilo tivesse sido feito somente para mim. Nossos corpos se moldavam tão naturalmente como em nenhum outro havia feito. Seria cômico se não fosse trágico que o único por quem já me apaixonei fosse o único por quem ainda não havia me envolvido.

Meu choro já estava controlado, mas minha necessidade do contato com Jacob apenas aumentava precisava fazer algo antes que perdesse a razão e simplesmente agisse.

Seu cheiro era como uma anestesia para meu corpo e tê-la assim aninhada em meus braços trazia uma sensação de paz que nunca havia sentido. Estava com o rosto na volta de seu pescoço assim como o dela enquanto acariciava delicadamente seu cabelo e suas costas, suas mãos repousavam em meu peito o que fazia meu corpo ter reações perigosas para o momento.


Meu raciocínio cada vez mais entregue aos instintos, gritavam para que não ultrapassasse os limites, mas a urgência por contato com sua pele estava falando mais alto sabia que perderia o controle em questão de minutos.

Sua respiração em meu pescoço estava me levando à loucura, nossos corações gritavam em nossos ouvidos assim como minha respiração descompassava se não largasse seu corpo acabaria fazendo uma merda ali mesmo.

Estava perdendo o controle e acabei fazendo a primeira merda para desencadear as outras; rocei meu nariz em seu pescoço desenhando o caminho desde sua orelha até sua clavícula depositando ali um beijo fazendo seu corpo estremecer.

Pronto estava feito! Jacob começou a beijar minha clavícula fazendo meu corpo ter tremores involuntários, não deu outra respondi com um beijo em seu pescoço subindo até sua orelha fazendo-o soltar um leve gemido. Droga aquilo era bom demais!

mordeu levemente meu lóbulo e não consegui segurar o gemido e o leve arrepio por meu corpo, passei minha mão bruscamente por sua cintura apertando-a na esperança de me controlar o que foi realmente em vão, ela entendeu aquilo como um incentivo e voltou ao meu pescoço depositando chupões e beijos mais quentes!


Como alguém pode levar você ao total descontrole tão rápido? Era isso que minha mente gritava enquanto Jacob apertava minha cintura com força fazendo meu corpo pedir por mais! Minhas mãos começaram a explorar seu peitoral escultural e desnudo fazendo seu coração disparar ainda mais. Tinha que criar forças para parar antes que acontecesse o pior ou o melhor, sei lá!

Já não tinha mais forças para resistir a ela enquanto brincava explorando com os dedos minha pele deixando um rastro quente por onde passava. Passei uma de minhas mãos por sua nuca e apertei seus cabelos a puxando levemente para me encarar enquanto trazia-a para mim pela cintura com a outra mão.


Estava com os olhos fechados quando senti as mãos dele me ajeitarem em frente ao seu rosto, sua respiração próxima a minha me levava à loucura me fazendo querer terminar com aquela tortura! Minha respiração estava ofegante tanto quanto a dele, em todos os espaços apenas sentia Jacob em mim e mesmo assim não era o suficiente, precisava de mais!

abriu um pouco os olhos brilhando cheios de desejo o que para mim foi o estopim para trazê-la mais para mim e fechar o espaço entre nossos corpos com um beijo! Colei nossos lábios com a voracidade e a fome que sentia há muito tempo presas em mim e sendo recebido da mesma força como se ela quisesse isso há muito mais tempo que eu.


Ele invadiu minha boca sem a menor delicadeza buscando saciar as nossas vontades me apertando, se ainda fosse possível, mais para ele sentia a urgência sem saber se era a minha ou a dele em matar o desejo preso há muito tempo em nós. Minhas mãos apertavam seus ombros e nuca sem me preocupar com a força que fazia a única coisa que queria era saciar minha vontade e a dele e por sinal que vontade!

Não sei exatamente que hora isso aconteceu, mas praticamente rosnou me jogando de costas na grama fazendo um baque seco ficando por cima de mim como uma verdadeira caçadora que era devorando-me com seus lábios, suas mãos apertavam e me puxavam para mais perto como se quisesse fundir nossos corpos, suas pernas uma de cada lado do meu corpo me prensavam na grama levemente molhada, mas de repente estava sozinho!

Em um momento de lucidez vi o que estava realmente fazendo ali, já tinha jogado Jacob no chão praticamente engolindo-o para acabar com minha necessidade de tê-lo, não que estivesse ruim, mas não podia me entregar a ele assim! Estava apaixonada e para acabar sofrendo por aquele idiota seria como um mais um são dois! Sai rapidamente de cima dele e me sentando na pedra um pouco mais afastada tentando voltar ao normal, buscando raciocinar novamente!

Levantei a cabeça confuso e a vi sentada de costas para mim encolhida na pedra com as mãos na cabeça tentando controlar sua respiração. Fui à sua direção calmamente me recompondo esperando que virasse seu rosto para me olhar, coisa que não aconteceu.

Como podia ser tão burra? Será que em mais de um século de vida não havia aprendido nada? Não podia me deixar envolver assim por ninguém! Homens nunca querem algo mais que sexo e definitivamente não poderia amar um deles.

Estava parado em sua frente esperando que olhasse para mim, porém achei melhor me aproximar continuava com a cabeça baixa parecendo travar uma batalha interna.

- , está tudo bem? – ele disse levantando a mão em minha direção. Rapidamente me desvencilhei parando a alguns metros de distância dele fitando seu rosto.

Sua reação não foi uma das melhores que poderia esperar, ela simplesmente fugiu parando metros para trás de onde estava apenas me encarando. Por que meu imprinting tinha que ser tão complicado?


Olhei seu rosto buscando algum motivo para ter raiva dele, mas apenas senti de novo a vontade de tê-lo nos braços. Era estranha a familiaridade daquele momento ele me transmitia o mesmo calor que havia sentido na clareira, porém antes que pudesse assimilar a situação Jacob começou a se aproximar novamente o que agora não poderia permitir caso quisesse me manter em sã consciência.

- Fique onde está! – ela me ordenou fazendo meu corpo paralisar imediatamente.

- ... – ele suplicou com certa dor nos olhos.

- Jake sinto muito... foi um erro. Não posso continuar com isso. – suas palavras foram como uma facada em meu coração, aquilo não podia estar acontecendo!


Ele abriu os lábios como se quisesse reclamar, mas não saiu nenhum som. Precisava ser forte o suficiente para mandá-lo embora da minha vida por mais que isso me matasse por dentro.

- Não sou o que você espera Jacob e o que aconteceu hoje deve ser esquecido! Como disse foi um erro que não será cometido novamente. Sinto muito. Você me perguntou o que realmente queria eu já te disse e vou repetir agora; deixe-me em paz! – disse isso com dor no meu coração, porém não poderia cometer o mesmo erro e fui embora correndo o mais rápido que minhas pernas agüentavam.

Fiquei ali sem reação suas palavras me atingiram com uma força descomunal transformando meu coração em pedaços aquilo não poderia estar acontecendo há instantes estávamos nos beijando cheios de desejo e agora ela me destruía! Como poderia ser possível?


Cai de joelhos na grama molhada pela chuva que começava a engrossar atônico com a cena que acabara de acontecer, podia simplesmente correr atrás dela, mas para que? Levar mais um fora? Será que era meu destino ser desprezado por todas amasse? Merda!

Corri sem enxergar nada sentindo as lágrimas quentes voltarem aos meus olhos e inundarem meu rosto e coração! Sempre tudo errado, droga! Não demorou muito até que chegasse a casa dos Cullens, mas não queria ver ninguém apenas ficar sozinha então decidi pular direto na janela do meu quarto, pelo menos era o que eu queria até encontrar Nahuel parado na entrada como se estivesse me esperando sem se importar com a chuva que caia sob nossas cabeças.

Ele brincava levianamente com sua trança mantendo o mesmo olhar de antes para mim. Queria evitá-lo, mas não seria nada fácil conhecendo bem como conhecia.

- Gostou da corrida? – perguntou largando a trança e vindo em minha direção.

- Não estou querendo conversar agora Nahuel, então vamos parar por aqui ok! – disse ignorando sua pergunta e fazendo a volta.

- Já vai? Pensei que pudéssemos matar as saudades, o que acha? – veio até mim e segurou levemente meu braço impedindo que continuasse o caminho.

- Que saudades? – soltei seca.

- Não está com saudade de mim? Faz meses que não nos falamos. – perguntou sinceramente. Tive que suspirar essa noite não seria fácil.

- Onde estão todos? – perguntei percebendo que estava tudo silencioso demais.

- Edward e Bella foram para a cabana, Nessie saiu com Seth e os outros foram caçar eu acho. – disse encostando-se na porta da entrada.

- E deixaram você aqui sozinho? – perguntei surpresa, isso não era uma atitude normal dos Cullens.

- Não eu que insisti para irem disse que você voltaria mais tarde e ai nós poderíamos colocar a conversa em dia, esse tipo de coisa. – devaneou me olhando dos pés a cabeça. Urgh! Homens!

- Pena perdeu a viagem. – soltei enquanto entrava e ia à direção da cozinha para comer algo.

- Você sabe que não me dou facilmente por vencido. – sussurrou em meu pescoço me abraçando por trás.

- É eu sei que você é bem inconveniente quando quer. – rebati abrindo a geladeira procurando algo para comer.

- , inconveniente não apenas persistente. – olhei em sua direção friamente enquanto ele se secava com uma toalha.

Suspirei e voltei para a geladeira pegando alguns ingredientes para preparar um sanduíche para nós afinal já sabia que essa era uma discussão perdida.

- E então o que foi aquilo há pouco tempo hein? – perguntei colocando um lanche para ele e outro para mim na bancada.

- Do que está falando? – perguntou desinteressado, lhe dei uma olhada significativa que ele entendeu muito bem. – Ah está falando da crise de ciúmes do cachorro? Desculpe-me não tenho culpa de você ser extremamente gostosa! Ele achou o que? Só ele iria te secar e eu não? – soltou rindo da situação, politicamente incorreto, bem típico dele.

- Nahuel! – exclamei me fazendo de indignada enquanto tentava secar minhas roupas e cabelo.

- Pare com isso você sabe muito bem que é e nunca se sentiu culpada em demonstrar para os outros, não sou ciumento se ele quiser você pode até ter, mas você será para sempre minha. – falou me olhando com possessividade.

-Nahuel eu não sou sua propriedade e nem de ninguém, sabe muito bem disso. E o que tivemos no Brasil deixei bem claro para você que ficou lá ou se esqueceu? – falei enquanto colocava o suco no copo para nós. Levei um susto quando senti suas mãos na minha cintura me virando para ele.

- Brasil uma ova! Quero você eternamente para mim , sabe disso! Posso brincar e até ser um pouco safado, mas por você eu largo tudo e tenho uma vida pacata! – ele soltou me apertando contra ele e se posicionando entre minhas pernas.

- E quem disse a você que quero uma vida pacata? – perguntei olhando em seus olhos, tinha que sair dali rápido antes que ele me beijasse.

- O que quiser eu faço! Vida pacata, agitada o que for eu faço por você! – sussurrou enquanto depositava leves beijos no meu pescoço, mas diferente de Jacob aquilo não me causou tantas reações.

- Nahuel é melhor você parar com isso, antes que eu tenha que parar você. – falei pegando suas mãos e forçando-o me olhar nos olhos.

- Você está envolvida com o cachorro? – soltou enquanto aproximava nossos corpos fazendo os narizes se encostarem.

- Não. – menti descaradamente. Se fossem em outras épocas estaria fazendo tudo com Nahuel menos falando, ele realmente fazia meu tipo; moreno, alto, bom de cama, inteligente, um pouco safado, mas agora Jacob havia preenchido o que faltava em mim e sinceramente ele não teria nenhuma chance se os dois fossem competir.

Ficamos nos olhando por não sei quanto tempo, talvez ele estivesse analisando se o que havia dito era verdade ou não até que sem esperar ele literalmente me atacou, beijando-me do seu jeito já conhecido.

Diferentes de outras vezes, não senti meu corpo corresponder o que tornou a cena ainda mais péssima para mim. Não relutei para me soltar do beijo, poderia dar esse gostinho para ele sem me afetar, mas seria apenas isso e nada mais.

Ele me prensava contra a bancada apertando minhas coxas e cintura com uma das mãos enquanto a outra se embrenhava em meus cabelos, então apenas repousei minhas mãos em seu peito e deixei que ele aproveitasse um pouco mais.

Acho que percebendo que não estava agindo normalmente Nahuel parou subitamente fitando meu rosto como se tivesse tirado suas conclusões.

- Você pode mentir bem com as palavras, mas não sabe mentir com o corpo. – sussurrou enquanto me soltava e ajeitava minha blusa que tinha levantado um pouco.

- Falei a verdade Nahuel nós não temos nada. – rosnei cada palavra.

- Talvez nada sólido o que para mim é bom. – falou sorrindo e me dando um selinho. – Ainda posso lutar por você. – agora tive que rir.

- Você fala de mim como se fosse um objeto. – disse enquanto pegava a outra metade do lanche para comer.

- Mas você é! – voltei meus olhos para ele surpresa. – Você é o prêmio do vencedor, o mais maravilhoso troféu! – ao dizer isso ele me pegou no colo e rodopiou no ar me fazendo rir.

- Você é incorrigível, sabia? – disse enquanto mordia o lanche ainda em seu colo.

- Eu sei. – confessou levantando os ombros e me levando para fora da cozinha.

- Ei! Não terminei de comer ainda! – falei nervosa, pensava em comer pelo menos mais quatro lanches.

- Eu também ainda não! – Nahuel sussurrou me fitando com uma expressão cheia de malicia. Droga!

- Não estou disponível! – silabei nervosa.

- Não custava nada tentar! – riu enquanto sentava no sofá ainda comigo no colo.

- Safado!

- Eu lhe disse que não desistiria de você. – falou docemente enquanto arrumava meu cabelo atrás da minha orelha. – Eu amo você , como nunca amei ninguém e quero você eternamente para mim!

Não estava preparada para declarações de amor tão descaradas quanto essa e senti meu rosto queimar em resposta, maldito lado humano! Nahuel apenas acariciou minhas bochechas fitando carinhosamente meus olhos.

E como esperado nossos lábios se colaram novamente, dessa vez me deixei levar por seu amor e carinho, não era totalmente fria em relação a ele, mas como disse nunca havia amado até encontrar Jacob. Nahuel era diferente gostava dele mais que dos outros, mas só isso nada de paixão ou amor, apenas gostava.

Sentia suas mãos passearem delicadamente por meu corpo fazendo um caminho já conhecido por nós, não sei como, mas quando ele me soltou do beijo já estávamos no meu quarto deitados na minha cama. Sempre rápido no gatilho!

- Se aceitar vou te amar para sempre e farei de você a mulher mais feliz que já houve na face da terra. – disse docemente enquanto beijava delicadamente meu rosto e pescoço.

- Nahuel eu... – não sabia o que dizer, mas graças aos céus ele selou minha boca com um beijo cheio de amor.

- Não quero que diga nada agora, só quando tiver certeza. Apenas entenda o quanto eu a amo! – balancei a cabeça já levemente incoerente devido as caricias. – Deixe-me amá-la hoje . – ele sussurrou em meu ouvido fazendo meu corpo arrepiar levemente e sem forças para negar me entreguei novamente a Nahuel.

Meu corpo estava ali entregue a um homem conhecido, mas minha mente e meus olhos apenas viam outro em minha frente me fazendo a pior mulher de todas, traindo os dois ao mesmo tempo.
___________

Acordei na manhã seguinte sozinha na cama, me espreguicei vendo a claridade entrar através da cortina fechada da janela lembrava claramente do que havia acontecido o que fez o peso da culpa cair sobre mim.
Fique encarando o teto pensando em como eu era imunda! Descubro que estou apaixonada por Jacob, parto seu coração mandando-o me deixar em paz e no momento seguinte durmo com Nahuel que diz me amar, pessoa por quem não consigo nem ao menos desejar realmente! Inferno! Algo poderia piorar ainda mais a minha situação, ou melhor, a minha burrice?

Levantei nervosa e me enrolei nos lençóis, ainda estava nua, e fui à direção do banheiro, quem sabe um banho frio melhorasse meu raciocínio praticamente inexistente tratando-se do assunto “homens”!

A irritação por ser tão idiota me dominava, fiquei ali debaixo do chuveiro olhando os azulejos até ouvir a porta do quarto se abrir. Agucei meus ouvidos, porém não havia nenhum batimento cardíaco menos mal. Continuei o banho e voltei enrolada na toalha encontrando Alice sentada na minha cama.

- Bom dia. – disse tentando ser simpática.

- Escolhi sua roupa. – soltou enquanto me analisava com os olhos curiosos.

- Obrigada Alice, agora pode soltar. – sorri afinal sabia que ela queria algo.

- Não é nada. – falou abaixando a cabeça.

- Alice. – repreendi rolando os olhos era tão mais fácil ser objetiva.

- Está bem! Por que você não me conta o que há entre vocês? – fiquei sem entender.

- Como assim? – perguntei enquanto me vestia.

- Ora não me venha com essa de desentendida, sabe muito bem de quem estou falando e ontem as coisas ficaram mais em evidência! Vamos conte-me! – ferrou agora não sabia qual dos dois ele se referia!

- O que você quer saber? – joguei para tentar descobrir exatamente o que queria.

- A verdade! Ele mal chegou aqui e já causou uma briga com Jacob. – Nahuel! Certo, Alice queria saber sobre ele.

- Alice não há o que contar, somos amigos e mais nada. – soltei a velha história de sempre.

- Não sou idiota ! Nenhum amigo olharia como ele te olha! – isso é verdade, mas nunca tive amigos homens mesmo.

- Está bem Alice! Quando estive no Brasil nós tivemos algo, satisfeita? – para que segurar a informação, ela me torturaria se fosse preciso para saber a verdade!

- Só no Brasil? – perguntou um tanto incrédula.

- É, digamos que temos uma história antiga, mas somente isso. – soltei me sentando ao seu lado na cama. – Mais que isso não vou dizer, não quero minha vida amorosa no ouvido de todos!

- Não se preocupe a casa está vazia eles voltarão em vinte minutos eu é que vim antes para saber. – me senti mais relaxada.

- E por falar nisso onde ele está. – perguntei curiosa, não lembrava de ele ter levantado da cama.

- Está lá embaixo preparando o café para você. – disse analisando minha reação. Um sorriso amarelo se formou em meus lábios.

- Ok! Satisfeita com as informações? – perguntei brincando para despistar.

- Na realidade não, mas por enquanto está bom. – disse levantando o dedo indicador para mim.

- Certo, quando quiser estarei aqui! – ri levantando as mãos me rendendo.

Alice levantou-se da cama e foi dançando graciosamente até a porta, mas parou virando-se para mim como se quisesse dizer algo, porém desistiu no final. Suspirei e desci criando coragem de encará-lo, talvez hoje fosse mais fácil se Jacob não viesse, tinha pelo menos essa esperança.

- Bom dia? Como foi a noite senhorita? – Nahuel me perguntou sorrindo com a brincadeira.

- Muito bem e o senhor? – entrei na brincadeira sentando-me na cadeira que ele havia puxado para mim.

- Ótimo sonhei que havia dormido com um anjo de olhos azuis! – riu beijando minha bochecha e colocando suco em nossos copos.

- Que pena ter sido apenas um sonho. – flertei com ele enquanto dava um gole no suco e cortava um pedaço da panqueca que havia no prato.

- Realmente acho uma pena! Gostaria de repetir esse sonho incansavelmente, se fosse possível. – sussurrou com um sorriso estampado no rosto aproximando-se mais do meu.

- Isso é uma coisa que não sei se acontecerá Nahuel! – disse séria, quando ele pensou em revidar Esme entrou na cozinha.

- Bom dia crianças! Já estão tomando café? Querem que faça algo para vocês? – perguntou prestativa como sempre, uma verdadeira mãe.

- Não Esme obrigada eu mesmo fiz o café. – Nahuel disse cheio de si pelo feito.

- É verdade mãe estamos bem. – afirmei para que ela se tranqüilizasse.

Quando ela saiu da cozinha Nahuel veio em minha direção e sussurrou no meu ouvido depois de morder meu lóbulo.

- De verdade, quero você como ontem para todo o sempre. Estarei esperando por você a hora que quiser.

- Nahuel não quero quebrar seu coração, mas isso não vai mais acontecer talvez a palavra amigos seja a melhor opção. – soltei tentando acabar com o assunto.

- O que você fala não condiz com suas ações e sinceramente para mim o que importa são suas atitudes. – sussurrou novamente olhando intensamente em meus olhos.

As investidas de Nahuel não eram a pior coisa e sim me conhecer tão bem! Se soubesse manter uma palavra firme com ele não teríamos dormido juntos ontem. Estava perdida!

- Vamos coma acho que você vai ter muitas coisas para fazer hoje. – ele disse sorrindo sem esperar que respondesse sua afirmação anterior, simplesmente me deu um beijo na testa e saiu da cozinha indo falar com os outros que estavam chegando.

Não consegui sentir fome, estava apenas com nojo de mim por ser tão fraca. Joguei as coisas fora e comecei a arrumar a cozinha para evitar o trabalho de Esme quando senti sua presença. Olhei para trás e vi seus olhos dourados me reprovando provavelmente Edward já havia lido nossos pensamentos e estava a par de tudo.
- Esta correta, posso inclusive afirmar que ele tem memórias muito fortes e vivas! – apenas consegui colocar a mão na testa abaixando a cabeça em vergonha.

- Não contou nada à Carlisle, contou? – perguntei desesperada.

- Não, acho que esse tipo de coisa nosso pai não precisa saber. – fiquei mais aliviada, pelo menos conseguiria encará-lo.

- Eu só faço as coisas erradas Edward. – suspirei apoiando as duas mãos na pia e olhando pela janela, poderia ficar pior?

- só vai piorar se você continuar a se enganar. – afirmou ficando ao meu lado e secando os pratos lavados. – Até você escolher o que quer vai continuar a se ferir e fazer o mesmo com todos os interessados no assunto.

- O que faço então? – perguntei mesmo sabendo a resposta.

- Ouça seu coração. – bufei em resposta.

- Edward o coração é burro, não é uma coisa confiável! – falei alterada.

- Enquanto estiver com medo de experimentar o que o coração pode fazer continuará da mesma maneira; fazendo tudo errado. – suspirei enquanto ele ia embora.

Durante todos os meus 164 anos de existência passei por vários obstáculos e encruzilhadas, mas nenhuma se comparava ao que estava vivendo hoje. Estava parecendo como aquela menina de doze anos indefesa e completamente inexperiente tentando escolher entre o certo e o errado. Agora ficava a pergunta na minha mente qual deles era o certo e qual o errado?


Capitulo 16 - Entrando no jogo
P.V.O. Jacob

Sentia a chuva molhar meus cabelos, escorrendo por meu corpo como se tentasse me acariciar igual à mãe que consola o filho triste, mas nada poderia amenizar a dor que sentia pulsar em meu peito.
Deixei meu corpo cair para frente apertando minhas mãos contra a terra lamacenta. Por que isso tinha que acontecer comigo? Não que minha vida antes fosse ótima, mas pelo menos era melhor do que agora!
A dor dominava cada centímetro do meu corpo. “ não quer você!” era a frase martelava em minha cabeça. Como um imprinting poderia não amar? Não querer o seu parceiro?
As lágrimas se misturavam a chuva e a lama enquanto eu deixava minha cabeça pesar sobre a grama. Meu mundo estava acabado como poderia sobreviver sem ela ao meu lado?
Não sei por quanto tempo fiquei ali, mas quando abri novamente os olhos estava no meu quarto com um pijama que há séculos não usava, me mexi na cama sentindo minha cabeça pesar.
- Pode continuar deitado e descansar, não vou mais ficar te carregando pelos cantos! – ouvi a voz de Leah entrando no quarto. Abri os olhos para vê-la enquanto colocava na minha cômoda uma bandeja com comida e se sentava ao pé da cama.
- Quer conversar? – ela me perguntou receosa fitando meu rosto.
- Não há nada para conversar. – rebati seco virando meu rosto para parede.
- Soube que você teve um imprinting. Era aquela que estava aqui no outro dia Jake? – Leah insistiu se aproximando mais de mim.
- Não importa mais. – sussurrei tentando controlar a dor que sentia no meu peito.
- Jake... – ela disse segurando meu rosto virando-o para ela. – Não pode desistir de você assim tão facilmente.
- Pra que lutar? Ela não me quer Lee. – disse desviando o olhar, não queria encará-la agora.
Nesse momento ela rosnou soltando meu rosto e se levantando visivelmente nervosa.
- Pare de choramingar Jacob! Até parece um menino reclamando de ter levado um fora da primeira namorada! Aja como um quileute de verdade! Seja o alfa que é! – ela gritava andando de um lado para o outro no quarto, sabia que ela tinha razão só que meu corpo não respondia aos comandos da minha mente. Meu único desejo agora era definhar aqui até morrer.
- Jacob você está me ouvindo? – Leah gritou furiosa na minha frente com as mãos na cintura.
- Lee eu... – tentei formular algo em minha defesa, mas ela me cortou seca.
- Lee nada! Não passei esses últimos anos ajudando você a troco de nada! Se continuar sendo esse medroso e bundão, vou falar com o conselho e pedir que Sam volte! – isso realmente me surpreendeu, não era do feitio de Leah falar sobre o Sam. Ela passou as mãos nas têmporas e sentou-se novamente ao meu lado na cama soltando um suspiro. – Jake ontem quando o encontrei lá jogado no chão chorando igual a um bebê foi à pior cena da minha vida... – a encarei incrédulo.
– Tudo bem eu estou mentindo, foi a segunda pior. Você é meu amigo e também o nosso alfa não pode se dar por vencido assim tão fácil! Lute por aquilo que ama e acredita meu amigo. – ela terminou sussurrando e se levantando para dar um beijo em minha testa. Não sabia o que responder, Leah estava certa, mas como ganharia uma batalha aparentemente perdida?
- Vamos coma um pouco e descanse. Hoje eu dou uma folga para você, mas amanhã vai voltar a ser o que era antes, entendeu Jake? – disse suavemente colocando a bandeja de comida ao meu lado com um sorriso verdadeiro, apenas assenti com a cabeça.
- Que horas são? – perguntei enquanto atacava a comida.
- São 4 da tarde. Encontrei você ontem por volta da meia noite e desde lá tudo o que fez foi dormir. – ela falou observando o movimento da floresta pela janela.
- Humm. – foi tudo que consegui responder.
- Seth me contou sobre Nahuel e você. – Leah disse fingindo desinteresse.
- E? – falei tomando um gole do suco.
- Nada, só evite confusões ok! – nesses momentos Leah parecia mais minha mãe do que minha amiga era até engraçado.
- Ok, mamãe! Sem brigas com o mestiço! – soltei em tom brincalhão a fazendo rir.
- Lee preciso perguntar algo, na realidade, eu iria falar com o Sam, mas faz um tempo que não consigo ir até lá.
- Solta logo Jake. – ela disse voltando a sentar na cama.
- Você sente o Nick na sua cabeça? Eu digo os sentimentos dele em você? – perguntei sem saber como explicar o que acontecia comigo.
- Não. Você sente isso? – Leah falou um pouco surpresa.
- Sinto. Todas as emoções, desejos ficam aqui dentro da minha cabeça é parecida à ligação que temos quando estamos como lobos, entende? – falei sem saber mais o que deveria acontecer definitivamente meu imprinting era defeituoso.
- Talvez seja porque você é o alfa, mas realmente não sei o que dizer. Seria melhor procurarmos o conselho para ver o real motivo ou se existe alguma lenda sobre isso. – ela disse pensativa.
- É talvez seja melhor. Você faz isso para mim? – perguntei enquanto terminava meu lanche.
- Claro a beta está aqui para quê, não é! – disse sarcasticamente depois começamos a rir.
Ficamos conversando por um bom tempo até que ela precisou ir embora ver o mala do noivo, me prometendo que voltaria com noticias sobre o assunto dos sentimentos, eles estavam decidindo algumas coisas sobre o casamento que aconteceria no próximo ano. Leah não me contava, mas sabia que a sua verdadeira vontade era ir embora de La Plush e acho que isso não tinha acontecido até hoje por minha causa.
Muito antes mesmo de meu pai morrer, logo quando Sue e Charlie casaram, Leah se aproximou muito de mim se preocupando muitas vezes como uma verdadeira mãe. Tudo bem que nós temos apenas três anos de diferença, mas era bom ser cuidado por ela.
Toda a história do imprinting ter acontecido a eles menos comigo a afetou bastante, tinha a convicção que ela só iria embora quando eu me acertasse realmente assim ficaria tranqüila. Mas infelizmente nem meu imprinting estava ajudando.
Pensei no que havíamos conversado e resolvi fazer o que ela disse fazendo de hoje seria meu dia de fossa, mas amanhã daria um jeito em tudo. Conquistaria de qualquer maneira a faria perceber que eu sou o único que lhe deixaria realmente feliz.
Estava na sala assistindo acho que ao terceiro filme seguido e me entupindo de pipoca quando Seth entrou sem bater na porta, ele ficou parado me olhando com uma expressão que preferi não decifrar.
- Cara por que toda essa deprê? – soltou enquanto sentava na poltrona ao lado do sofá que estava.
- Está tão evidente assim? – perguntei levantando o olhar, ele confirmou balançando a cabeça.
- Apenas mais um problema para colocar na lista dos outros. – disse enquanto pegava mais pipoca e o controle para mudar de canal.
- Ah você ta falando de Nahuel não é? – ele disse com um sorriso estranho no rosto.
- Um pouco mais que isso, mas por que você está aqui? – falei sem me interessar muito, apenas para desviar o assunto.
Seth ficou parado observando meu rosto como se tentasse encontrar uma melhor maneira para dizer o que queria, não agüentei a expectativa e me sentei no sofá soltando a pipoca e buscando em minha mente algo que pudesse ser preocupante ao ponto dele estar recuando ao falar logo.
- Anda Seth desembucha o que veio falar? – perguntei um pouco mais tenso.
- Bom Jake... – ele não continuou me deixando mais nervoso.
- Fala de uma vez Seth o que está acontecendo!
- É sobre ontem. – falou simplesmente, mas como assim sobre ontem?
- Desembucha logo! Exatamente sobre o que? – disse tentando controlar minhas emoções.
- A Ness me contou que Nahuel e estão meio que juntos. Achei que fosse importante que você soubesse antes de ver. – sussurrou as palavras com a cabeça baixa provavelmente com medo de ver minha reação.
- Como assim juntos? – perguntei em choque.
- Eu não sei exatamente, mas ela me disse que ouviu uma conversa deles hoje de manhã e acha que eles passaram a noite juntos. – senti meu corpo tremer involuntariamente a dor na minha espinha me dizia que a qualquer segundo eu entraria em fase ali mesmo na sala da minha casa.
Como isso seria possível nós estávamos juntos ontem e depois ela foi dormir com Nahuel? Que tipo de imprinting foi esse que arranjei? Isso não deveria ser uma coisa normal, por mais que eles tivessem o senso de escolha sempre escolhiam o dono do imprinting!
Não comigo não seria tão fácil assim! A maldita lei de Murphy não me abandonava sempre apareceria algo para piorar minha situação se já não bastasse ter uma mulher confusa como imprinting ela também tinha que ter um caso com o cara que definitivamente detestava.
- Mais alguma coisa para piorar? – falei encarando Seth, mas realmente dizendo isso para mim.
- Bem elas estão planejando uma despedida de solteira para Nessie em balada de Tacoma, mais conhecida como Touch. – ele soltou entre um riso sem graça.
- Despedida? E daí? – perguntei sem humor.
- Na realidade vai ser a minha despedida e a dela também. – ele me olhou um tanto sem graça, bem típico do Seth.
- Mas a gente não ia fazer por aqui mesmo na reserva? Como você deixou... – ele me cortou rapidamente.
- Alice. – suspirou levantado os ombros completamente derrotado, essa menina era realmente o demônio personificado.
- Entendi. E você quer que eu faça? – perguntei sabendo que vinha algo por ai.
- Nós vamos ter que levar o Nahuel conosco. – congelei ao escutar o maldito nome.
- Não vai ser preciso. – disse secamente. – Até lá ele estará morto. – soltei me levantando para pegar uma camiseta, decidido a ir até os Cullens e matar aquele desgraçado.
- É justamente nesse ponto que eu queria chegar Jake. Eu vim aqui para falar que deixe o mestiço no canto dele. – Seth disse levantando e indo a minha direção bloqueando o caminho até a porta.
- De que lado você está Seth? Saia da minha frente que eu tenho uma cabeça para arrancar. – rosnei enquanto colocava minha camiseta que estava no sofá.
- Jake espere um pouco, apenas me escute. Também não sou o fã número um de Nahuel, mas Nessie gosta dele ela o considera praticamente como um irmão de sangue. Por isso que eu vim para tentar ajudar você de outra maneira que nem você e nem o Nahuel fiquem sem algum membro ou mortos. – ele dizia cada palavra calmamente.
- E o que você espere que eu faça? Assista ele levar minha assim tão facilmente? – perguntei empurrando suas mãos para fora de meus ombros.
- Mano Nahuel é muito cheio de si e sinceramente eu acho que ele quer uma boa briga, mas você conhece melhor do que ninguém sabe que assim não conseguiria ficar de boa com ela. Talvez até piorasse a situação entre você ou estou errado? – era incrível como Seth estava ficando parecido com Edward, até na forma de abordar uma conversa estava igualzinho. Que grande merda!
- Tá ok! O que eu faço então? – perguntei me sentindo um completo idiota por entrar nesse joguinho.
- De um gelo na , Leah me contou a conversa de vocês, faça o que disse finja que ela nem existe. Quem sabe a psicologia reversa funcione com ela. – Seth soltou me fazendo refletir é talvez essa idéia desse certo.
- É já tentei de tudo vamos ver o que acontece. – disse pegando novamente a pipoca.
- Tá cara, mas você não vai conseguir fazer isso sem aparecer na frente dela. – disse rindo e pegando a bacia da minha mão. – Vai se arrumar que a gente vai lá agora.
- Nem ferrando que apareço hoje lá Seth! Vou fazer qualquer coisa menos ir lá hoje! – sabia se fosse possivelmente minhas mãos não se controlariam e apertariam até sufocar o pescoço daquele mestiço nojento.
- Alice me mandou levar você hoje lá para provar sua roupa de padrinho ou se esqueceu que meu casamento é sábado?
Bufei e me levantei para ir aos Cullens viver meu inferno particular, chegando lá sofri realmente uma sessão de tortura levando várias alfinetadas de Alice, mas para a minha alegria ou desespero, sei lá, nem Nahuel e nem estavam em casa.
Alice chegou a me dizer que Nahuel havia ido para o hospital com Edward ver Carlisle e que havia saído com Bella e Rose para fazer umas compras em Port Angeles, talvez fosse verdade talvez não, mas resolvi não me importar com aquilo. Se para ter teria que jogar então eu jogaria e muito sujo para tê-la.
Já passava das nove horas e eu estava comendo os muffins que Esme havia preparado para Seth e eu, enquanto observava ele e Emmett jogarem um jogo de luta no Nintendo wi quando ouvi um batimento diferente entrar pela porta da sala sabia em meu inconsciente que era ela, mas continuei olhando o jogo ignorando sua presença completamente.
Vi por minha visão periférica Nessie e Alice se entreolharem e olharem para mim e que subitamente ficou paralisada na porta de entrada, agora veríamos que era um bom jogador realmente.
- Esme você tem mais muffins pra comer? – perguntei indo em direção da cozinha fingindo que ninguém havia chegado.
- Claro Jacob! Eu também fiz pizza para vocês comerem o que acha? – ela me perguntou sorridente enquanto apontava para o forno que acabara de desligar.
- Ótimo, eu estou morrendo de fome. – disse sorrindo enquanto devorava o ultimo muffin da bandeja.
- Jake que bom encontrar você aqui. Edward queria conversar com você. – Bella disse delicadamente enquanto entrava na cozinha.
- Oi Bell’s, você sabe o que é? – perguntei desinteressado enquanto sentia o nervosismo de tomar meu ser.
- Nós precisamos passar para você a lista de vampiros que virão para o casamento de Seth e Nessie. Alguns devem começar a chegar amanhã à noite. – falou um pouco entusiasmada e nervosa.
- Tudo bem, sem problemas. Passe os nomes para mim ou para o Seth mesmo para avisarmos todos os outros lobos. Prometo que nenhum de seus amigos será barrado, apenas os lembre de onde devem caçar. – falei enquanto colocava um pedaço de pizza no prato e mordia o outro na minha mão.
- Ok, mais tarde então.
Fiquei alguns minutos sozinho na cozinha sentindo o dilema de .
- Isso é ridículo para não dizer impossível, nós sabemos muito bem que eu sou o mais controlado de todos. Nem mesmo no casamento de Bells eu perdi a cabeça Alice! – falei completamente indignado com a situação.
- Jacob eu sei, mas achei melhor avisar e como eu não posso ver realmente o que vai acontecer seria muito bom se preveníssemos algum problema. – ela disse como se soubesse mais do que dizia.
- Se vou ter algum problema maior do que já tenho então Alice acho melhor morrer, minha vida já está bem complicada no momento.
- Eu sei – ela sussurrou olhando para o chão. – talvez isso acabe influenciando na sua decisão, mas não consigo ver realmente.
- Não fique desapontada com você Alice, nós sabemos que não consegue ver mesmo se quisesse. – falei colocando minha mão em seu ombro pequeno e gelado.
- Tudo bem. Vem vamos embora. – disse simplesmente.
- Antes de voltarmos gostaria de saber uma coisa Alice. – tentei me manter centrado o suficiente para que ela não percebesse a pergunta que faria por trás dessa pergunta.
- Fale Jacob, nunca iria descobrir mesmo. – ela disse sorrindo.
- O que você acha de Nahuel? – perguntei tirando o sorriso de seu rosto.
- O que isso tem haver com você? – soltou especulando minhas intenções.
- Só me responda ok! – falei cruzando os braços no peito.
- Alguém um pouco enigmático, extrovertido, vaidoso, competitivo, charmoso e confiante. Acho que ele é uma pessoa que sabe o que quer. Por que a pergunta? – perguntou por fim curiosa como sempre.
- Talvez nós tenhamos começado com o pé errado, das outras vezes que ele veio aqui não tivemos tempo para conversar e quem sabe agora eu possa arrumar isso. – falei dando tanta credibilidade a minha mentira que quase acreditei nela.
- É verdade, quem sabe dessa vez vocês se acertem. – ela sorriu se preparando para correr, mas parou quando percebeu que eu não a seguiria para voltar.
- Vou para casa Alice, diga para Bells que entregue a lista dos nomes para Seth, certo! – me despedi e corri de volta para casa agora poderia finalmente começar esse jogo. E que vença o melhor: eu.

Capitulo 17 – Preparativos

Como você definiria o certo do errado? Nossas vidas são cheias de escolhas e decisões esperando por nós, mas quando e como entender qual é o melhor caminho, decisão ou escolha correta? Era isso que estava me perguntando enquanto brincava com o cereal que Esme colocara em meu prato.
Estava cansada de pensar e tentar escolher o que era “o melhor” para mim! Bufei afastando o prato e dentando minha cabeça no mármore gelado, acho que esperando que a resposta caísse do céu.
- Ficar assim não vai resolver nada. – Alice falou pulando no banco ao meu lado.
- Não quero resolver nada. Quero apenas um pouco de paz é pedir demais? – resmunguei sem levantar a cabeça da mesa.
- É só você escolher que isso vai acabar acontecendo, mas o que não pode acontecer é ficar aqui mofando nessa cozinha! Já faz três dias que ele não aparece então levante e aja! – podia até ver, mesmo com os olhos fechados o sorriso estampado no rosto de Alice. Totalmente desprezível!
- Não vou correr atrás de ninguém Alice, se é isso que está insinuando! – falei levantando a cabeça para encará-la.
-Ninguém aqui citou essa palavra, mas não custa nada você dar uma olhadinha, não acha? – disse mantendo ainda o mesmo sorriso no rosto.
-Custa sim! Custa muito! Definitivamente não tem o porquê fazer isso por ele... quer dizer por alguém.
- Se você diz. – ela disse se levantando e caminhando para fora da cozinha. – Ah! Estava quase esquecendo, Jacob confirmou comigo que os meninos irão hoje à despedida de solteiro de Nessie e Seth. – falou com o dedo indicados na boca. Repito novamente, totalmente desprezível!
Voltei a colocar minha cabeça no mármore gelado, Murfh realmente me odiava se não bastasse a tortura mental que tenho sofrido por ter dispensado o único por quem já me apaixonei e ter que viver nesses últimos dias fugindo das investidas esperançosas de Nahuel devido a minha estúpida idéia de dormir com ele dias atrás, agora tinha que encará-los ao mesmo tempo em um lugar que provavelmente me traria problemas fora que a intragável Leah estará lá para se jogar de pernas abertas em cima do meu Jacob. Meu Jacob? Eu realmente devo ter pirado!
Saí da cozinha antes que minha raiva quebrasse alguma coisa todos da casa estavam atarefados com os preparativos do casamento Emmet, Jasper, Rose e Esme estavam no jardim construindo o altar, Alice havia previsto que faria sol nesse fim de semana, então optaram em fazer a cerimônia ao ar livre e a festa dentro da casa.
- não fique parada aí, venha me ajudar com as cadeiras, por favor! – Alice disse dentro da casa.
Voltei para a entrada e recebi da empresa que entregava as cadeiras e mesas para o casamento, os entregadores até estranharam quando disse que não precisavam levar para dentro da casa, mas não seria nada bom ver vampiros brilhando no sol concorda?
Depois de irem embora levitei todos os objetos e os transportei para os seus devidos lugares, aos poucos a decoração foi tomando forma e a casa foi se transformando em um verdadeiro salão de festas.
Tudo bem que eu nunca fui a um casamento antes, mas estava sendo o que esperada de um. Por mais que isso me espantasse seria um casamento intimista sinceramente de Nessie espera até fogos de artifício, mas assim é até melhor.
Nesses últimos dias muitos vampiros que conhecia apenas por nome -quando estava com os Volturi- foram chegando; primeiro os Delani depois as amazonas entre muitos outros nômades. Se Aro aparecesse aqui com certeza ficaria tentado em adicioná-los a sua coleção de “agregados especiais”. Totalmente horripilante!
Graças a Alice passei a manhã inteira organizando a casa, levitando coisas para todos os lados, carregando madeira, mudando e entalando lustres, uma transformação total! Estava tão entretida na mini reforma que somente à tarde notei a falta de Nessie. Pelo pouco que a conheço ela estaria aqui dando mais trabalho para que deixássemos tudo perfeito.
- Onde está Nessie, Bella e Edward? – perguntei para Emmet enquanto lhe entregava a seda para fazer de cortina para o altar.
- Alice não deixou que ela viesse e mandou Bella e Edward caçarem para manterem a fedelha bem longe!- respondeu rindo.
Fiquei o resto da tarde ao lado de Emmet rindo de suas brincadeiras, mas nunca em paz realmente. Por causa dos outros convidados Nahuel amenizou um pouco suas investidas e Alice tratou de nos dar tarefas separadas, o que eu realmente estava agradecendo!
Acabamos trocando poucas palavras, mas sempre sentia seus olhos em mim, por outro lado, minha conexão com Jacob estava cada vez mais forte agora mesmo longe podia sentir suas emoções, o que não era nada agradável, diga-se de passagem. Uma coisa é se sentir culpado por algo que fez ou sentiu, mas é uma coisa completamente diferente sentir culpa pelo sentimento do outro.
Nesses três dias Carlisle tentou conversar comigo percebendo que havia algo errado, porém não era uma situação para tratar com ele, seria embaraçoso demais! Urgh!
Já eram 18hs e tudo estava arrumado, Alice preferiu deixar para o outro dia somente a comida e as flores. Encostei-me na porta de vidro que dava para o jardim e observei que lhe havíamos feito.
No jardim estava posicionado na direção do por do sol o altar branco com uma tenda delicada de madeira cor mel e cortinas de seda branca, oitenta cadeiras brancas de ferro trabalhado em detalhes dourados se posicionavam enfileiradas formando duas colunas abrindo apenas um corredor central tendo como tapete a grama verde e fofa do próprio jardim, fitas de cetim em tons de pérola laçavam as cadeiras definindo o corredor juntamente com quatro grandes vasos espalhados em ambas as laterais do corredor.
Na porta que estava pendia uma cortina de seda branca como ao altar, presa em ambos os lados pela mesma fita de cetim perolada. A sala estava repleta de mesas bem posicionadas abrindo espaço no centro do salão para uma singela pista de dança. Em cada mesa de ferro branco caia delicadamente uma toalha de crepe branco e um tira mancha de cetim perolado, os pratos devidamente posicionados na mesa mostravam todo o requinte da ocasião com um vaso alto e branco no centro, nas costas das cadeiras pendiam um laço de cetim perolado enfeitando docemente. Todo o chão estava com folhas verdes meticulosamente espalhadas entre as mesas, um lustre de cristais reluzia no centro da pista dando um toque retro ao casamento e por último estava próxima a parede de vidro a mesa que seria do bolo repleta de folhas verdes e dois candelabros em suas pontas contratando com a estrutura de ferro branco e o tampão de vidro. Cada detalhe pensado por Alice e Nessie agora ganhavam vida e tinha que dar o braço a torcer, estava esplendido!
- Agora me diz se esse não será o casamento do século? – Alice disse aproximando-se de mim olhando o trabalho feito.
- Até que dá para o gasto! – disse fingindo desdém, mas sem agüentar a expressão de seu rosto comecei a rir. – Claro que está maravilhoso Alice!
- Agora sim, já estava cogitando arrancar sua cabeça! – ela falou enquanto ria. - Mas meu trabalho ainda não terminou. Vamos temos que ir para a cabana para arrumar vocês! – continuou com um sorriso estampado no rosto consegui apenas gemer em protesto cogitando o que ela faria comigo.
A cabana não era longe e quando chegamos Nessie já estava subindo pelas paredes, Bella nos olhou com os olhos pedintes por socorro.
- Alice você não pode me manter aqui! Eu sou a noiva! – Nessie praticamente gritava andando de um lado para o outro da sala pequena da cabana.
- Deixe de manha e vá se arrumar nós temos uma despedida ainda para fazer! – os olhos de Nessie arregalaram-se e eu tive que colocar as mãos na boca para não rir, ela soltou apenas um gritinho de horror.
Alice e Rose foram arrumar Nessie e Bella e eu pela primeira vez no dia consegui me jogar no sofá e relaxar um pouco, por mais que tivesse uma super força estava cansada e mal tinha conseguido ter uma refeição decente. Senti o sono começar a vir e me aconcheguei melhor ao sofá, mas foi tudo por água abaixo quando a porta abriu e aquele cheiro fétido invadiu meus pulmões. Leah!
- Vai assim para festa querida? – a voz ácida e cínica daquela vadia fazia meu sangue ferver.
- Não importa a roupa que vou estar com certeza se colocar até roupas sujas e rasgadas ficarei melhor que você! – soltei levantando minha cabeça e abrindo os olhos devagar, a resposta dela foi apenas um rosnado preso na garganta.
Tudo bem que a vaca estava bonita usando uma minissaia azul marinho e uma frente única prata com apenas uma tirinha nas costas, toda aquela roupa mais mostrava do que escondia suas partes o que me deixou mais nervosa ainda ao pensar em Jacob olhando para aquilo. Quando pensei em me levantar e acabar com aquela vadia Alice desceu a escada junto com Nessie, Bella e Rose todas já estavam maravilhosamente arrumadas. Um verdadeiro escândalo serem tão bonitas!
Nessie usava um vestido justíssimo tomara que caia inteiro bordado em paetês dourados, Bella usava um vestido azul em camadas com apenas um ombro de seda, Rose estava com um vestido frente única vermelho com um decote generoso e Alice vestia um tomara que caia balonê de cetim roxo com um cinto preto enorme na cintura. Estavam todas divinas, maquiadas e com leves penteados nos cabelos, um humano que olhasse acharia que estaria no céu.
- Vamos agora é a sua vez. – Alice disse me puxando pelo pulso, percebendo que todas estavam de vestido paralisei no lugar entendendo o que possívelmente aconteceria comigo.
- Alice eu não vou colocar um vestido! Se você tiver separado isso para mim pode esquecer! – falei enquanto era arrastada escada acima, apenas consegui ouvir as risadas das outras inclusive Leah enquanto Alice fechava a porta do quarto.
- Vá tomar um banho e coloque isso depois e não quero ouvir nenhuma reclamação, ouviu! – a cara que Alice fez foi tão assustadora que nem consegui contestar a lingerie minúscula que me entregara.
Tomei um banho rápido, porém relaxante e coloquei a lingerie, olhando atentamente para o espelho gigante do banheiro estava literalmente vestida para matar, como se hoje eu conseguisse alguém para matar desta maneira, já estava complicado demais com quase dois casos imagine um terceiro! Tive que rir desse pensamento.
- Estou pronta Alice. – disse enquanto terminava de fechar o roupão.
Sem dizer uma palavra e com um sorriso no rosto ela entrou no banheiro com tantos aparatos que quase me assustei. Imediatamente me sentei na cadeira que trouxera e esperei enquanto ela brincava de boneca.
Estava tão cansada que só percebi que havia cochilado quando Alice cutucou-me braço despertando meu sono bem vindo.
- Eu sou demais não sou? – Alice perguntou enquanto me mostrava o que havia feito com meu cabelo e maquiagem, esta que era escura e forte nos olhos destacando o tom azul deles ainda mais, bochechas rosadas e gloss enquanto no cabelo apenas uma boa escova o deixando mais leve e liso do que já eram.
- Claro, claro, mas minha beleza ajudou bastante! – soltei sorrindo e me levantando da cadeira ela apenas me mostrou a língua saindo do banheiro rapidamente.
- Agora venha se vestir.
- Alice eu não vou por um vestido. – falei quase chorando.
- Mas... mas... ele é perfeito! Você não me ama mais? Tudo o que eu faço é para te ver feliz e você faz assim comigo? – aquela menina era o demônio personificado, não dava para acreditar.
- Tá! OK! Qualquer coisa para você parar com isso! – falei enquanto puxava o vestido preto de suas mãos.
- Ah! – Alice soltou um gritinho de felicidade enquanto me abraçava e corria em direção da porta. – Só coloque as sandálias antes ok! – foi a ultima cosa que disse antes de sumir andar abaixo.
Senti raiva de mim por cair nas artimanhas de Alice, mas por fim, me dei por vencida. Não havia maneira de sair daquela cabana sem estar nesse vestido, então fiz o que ela pediu, coloquei as sandálias pretas que me deixavam 15 cm mais alta e fui em direção do vestido me sentindo péssima por colocá-lo.
O vestido era bonito com um detalhe na altura do quadril, alças finas e um decote moderado na frente, mas quando virei para ver a parte de trás quase gritei em desespero, o decote era gigantesco! Eu iria matar Alice! Urgh!
A contragosto coloquei o vestido que se moldou perfeitamente ao meu corpo mostrando todas minhas curvas ao mesmo tempo em que não era justíssimo com um leve evasê na saia, mas quando vi minhas costas praticamente sem tecido e o comprimento do vestido que dava no máximo cindo dedos abaixo da minha bunda foi o fim!
- vamos logo! – ouvi Ness falar da sala.
- Eu não saio desse quarto enquanto Alice não me der outra roupa! – gritei irritada por mais que estivesse agindo como uma vadia em relação à Nahuel e a Jacob eu não precisava me vestir como uma.
- Você já tem uma roupa então desça! – foi a vez de Rose gritar provavelmente deveríamos estar atrasadas, mas com isso eu não iria!
- Se você chama esse pedaço de pano de roupa eu não! – falei me sentando na cama. – Não saio daqui vestindo isso!
- Tudo bem você não sai, mas eu vou chamar duas pessoas para tirar você daí ou ficar com você no quarto. Como preferir. – Alice gritou de volta fazendo meu sangue congelar.
Frustrada e derrotada por seus argumentos nada persuasivos abri a porta do quarto e desci as escadas vagarosamente. Todas e inclusive Edward que não sabia o porquê estava ali, pararam para me olhar de cima a baixo deixando-me mais desconfortável ainda.
- Isso foi golpe baixo! – falei entre os dentes para Alice que sorria ainda mais.
- Agora vocês tem que concordar comigo! Eu sou demais. – disse ignorando o que havia dito.
- Bom divertimento para todas! – Edward disse segurando a mão de Bella.
- Ela não vai? – perguntei para Alice olhando para as mãos de Bella e Edward.
- Sinto muito, mas vou me aproveitar de Bella hoje! – Edward sorriu enquanto Nessie fazia careta.
- Pai! Não preciso ouvir esse tipo de coisa! – nós rimos da inocência da noiva.
- Deixe seus pais se divertirem Nessie em menos de 24 horas será você, então relaxa! – falei batendo em seu ombro a deixando mais vermelha que antes.
- É Nessie hoje vamos te ensinar como tratar um homem! – Rose disse sorrindo maliciosamente.
- Calma lá com o que vocês vão ensinar para ela, é do meu irmão que estamos falando aqui! – Leah se intrometeu rindo de Nessie.
O que mesmo me impedia de matar Leah? Ah, ser irmã de Seth! Travei os dentes para não responder a vaquinha vendo Edward segurar o riso.
- Vamos meninas que a noite ainda é uma criança! – Alice disse parada na porta nos esperando.


Capitulo 18 – Visita Inesperada

Não havia entendido o porquê Alice deixara Bella ficar depois de ter sido arrumada a força, mas com toda certeza ali tinha muito mais do que uma simples bondade alheia.
- Alice, o que você está tramando hein? – perguntei enquanto corríamos até a casa.
- Euzinha? – ela me respondeu inocentemente.
- É você mesma! – respondi enquanto segurava seu braço na porta da casa.
- Aí ta bom! Você é apressada demais ! Não vá estragar tudo agora, por favor! – fiquei sem entender e parecendo perceber isso ela explicou melhor. – Você realmente achou que Bella nos deixaria fazer uma despedida de solteira para Nessie?
- E porque não? – perguntei sinceramente.
- Você não conhece Bella como eu conheço. Como mãe ela é realmente mais perigosa que Edward e provavelmente nos daria problemas essa noite tentando tirar Nessie da boate. – Alice sussurrava sendo praticamente impossível para outra pessoa ouvir além de mim. – E nós ainda vamos ter que lidar com Rose, mas para ela já tenho algo preparado. – sussurrou ainda mais se aproximando do meu rosto.
- Você é o demônio, sabia? – disse sorrindo.
- Eu sei! – ela riu e foi saltitando em direção do carro.
Acompanhei Alice a passos lentos até para um humano e aos poucos pude ver outro carro parado próximo à garagem, as portas abriram-se e de lá saíram três mulheres de origem indígena todas vestidas apropriadamente para a despedida.
- Que saudades Alice! – a mulher que estava dirigindo disse abraçando Alice.
- É verdade faz tanto tempo que nós não nos vemos. Como estão as crianças? – Alice perguntou depois de se soltar do abraço.
- Estão ótimas. – a mulher continuou sorrindo.
Observei enquanto Rose entrava na garagem evidentemente incomodada com a presença das mulheres indígenas e Nessie conversava eufórica com as outras duas mulheres. Alice virou sua cabeça até nossos olhos se cruzassem e me chamou para me apresentar.
- Emily essa aqui é minha irmã Elizabeth. – ela falou empolgada como uma criança que mostra para outra seu brinquedo novo.
- Pode me chamar de . – disse gentilmente enquanto levantava minha mão para cumprimentá-la.
- Seus olhos... – Emily disse quase em um tom de espanto, mas sorriu depois acho que tentando amenizar o embaraço da situação. – sã-são lindos.
- Obrigada. – ela pegou minha mão e o espanto se tornou mais evidente em seu rosto marcado por uma enorme cicatriz. – É eu sei... sou um pouquinho diferente se assim pudermos dizer. – expliquei.
- Mas não menos bonita. – com essa eu tive que rir.
Alice me apresentou também as outras duas mulheres, Kim e Agatha explicando que elas eram esposas dos lobos Quiloutes e que eu conheceria os outros da reserva quando chegássemos a Tacoma.
Seguimos em dois carros Alice, Emily, Rose e eu no porshe amarelo de Alice e Agatha, Kim, Leah e Nessie em seu BMW M1 azul exclusivo.
Tacoma era um pouco longe para uma viagem humana, mas se tratando de Alice o caminho foi até rápido, em apenas duas horas de viagem nós já podíamos ver as luzes da cidade a olho humano.
A excitação começou a crescer em mim fazia um tempo considerável que não saia assim, na verdade, com tantas mulheres e de forma tão aberta nunca tinha feito. As minhas saídas na minha estadia com os Volturi sempre foram com duas intenções; ou levar humanos inocentes para a morte ou para causar a raiva em Aro. Em nenhuma deles realmente conseguia aproveitar com calma, a adrenalina era uma coisa constante em meu sangue.
- Alô? Terra chama ! – Rose falou enquanto passava a mão de um lado para o outro em frente ao meu rosto.
- Hãm? – resmunguei me focando em seu rosto.
- Você está tão avoada! Depois chamam a mim de loira burra! – ela fez graça enquanto balançava uma mecha de cabelo.
- Desculpe Rose, mas você vai continuar sendo a loira burra da família. A morena aqui esta apenas devaneando. – falei sorrindo e piscando para ela, Rose resmungou irritada mostrando a língua para mim antes de virar para frente em seu acento, nós três caímos na risada.
- Pensando em alguém? – Emily perguntou sorrindo.
- Se você quer dizer a palavra homem, não! – soltei rindo. – Já tenho problemas demais sem pensar então a resposta é não! Definitivamente não!
- Nossa! Temos uma desiludida aqui! – Emily falou rindo.
- Desiludida não, Emy. Complicada sim! – Alice entrou na conversa nos olhando pelo retrovisor.
- Eu não sou complicada Alice! Sei muito bem o que quero! – falei embaraçada.
- Claro! Todas nós sabemos disso e os dois também. – ela disse rindo. – Bom você pode até decidir ficar com os dois e fazer um ménage a trois se quiser, mas duvido que eles aceitem. – continuou fazendo todas rirem.
- Alice! – gritei sentindo minhas bochechas quentes.
- Estou vendo como você é decidida. - Emily disse ainda rindo.
- Ah! Deixem-me em paz! – falei levantando as mãos para o céu desistindo de brigar com elas.
- Eles quase brigaram esses dias, Emy. Você precisava ter visto. – Alice continuou se divertindo do meu constrangimento.
- Os homens morreriam por ela quase tanto que por mim. – Rose disse remexendo no cabelo.
- Temos então uma verdadeira loba aqui! Devoradora de homens! – Emily disse rindo.
- Você não sabe quanto de verdade essa frase tem Emily. – falei para ela me lembrando do que eu deveria ser realmente.
- Como assim? – Emily perguntou intrigada.
- Nós estamos com uma verdadeira descendente de criança da lua Emy. – Alice disse e ela me olhou sem entender.
- Lobisomem original. – falei apontando o dedo para mim e soltei um uivo tirando risadas das três.
- Mas eu pensei que você fosse igual a elas. – Emily disse depois que terminou de rir.
- É complicado. Sou as três coisas ao mesmo tempo; humana, vampira e filha da lua.
- Como Alice disse antes; complicada! – Rose falou virando para nós com um sorriso.
- Agora está explicado porque tantos ficam aos teus pés! Você consegue agradar qualquer raça. – sorri para seu comentário, não podia negar que isso era verdade.
- É, mas eu prefiro o Nahuel, pelo menos ele não fede. – Rose disse enquanto olhava sua maquiagem no espelho.
- Eu não vou escolher nenhum deles! Será que vocês podem mudar de assunto? – disse desesperada, Emily apenas ria de nós.
- Isso é verdade, mas ela chama o Jacob enquanto dorme. – Alice falou me ignorando completamente.
- ALICE! Eu não falo dormindo! - gritei furiosa.
- Fala sim. Vive chamando por ele enquanto dorme.
- Mais que droga! – suspirei encostando minha cabeça no encosto do banco e fechando os olhos.
- Jacob? – Emily sussurrou. – Você é ela? – ela parecia espantada por algum motivo que não entendi Alice e Rose petrificaram em seus lugares fazendo o silêncio se intensificar no carro me deixando mais desconfiada.
- Ela quem Emily? – perguntei ignorando o silêncio repentino e olhando para ela.
- É que... – ela parecia embaraçada e espantada por causa dessa informação.
- É nada! – Alice interrompeu.
- Como assim nada? O que vocês estão escondendo de mim? – perguntei nervosa.
- Isso é uma coisa que você vai saber, mas não por nós. – Alice disse encerrando o assunto. – Chegamos!
Nós paramos o carro em frente da boate que realmente estava lotada, a música batia forte em nossos ouvidos mesmo do lado de fora e holofotes iluminavam o céu escuro e tomado por nuvens. O manobrista abriu a porta de Alice que entregou a chave em suas mãos enquanto nós saiamos do carro. Nessie parou seu carro logo atrás e fez o mesmo.
Havia uma fila gigantesca na porta da balada, mas nós passamos direto causando um verdadeiro alvoroço pelas pessoas da fila, os homens assoviavam enquanto as mulheres vaiavam enciumadas.
- Realmente a noite promete. – Nessie disse empolgada do meu lado.
- Você tem toda razão Ness, muita coisa ainda vai acontecer pode acreditar em mim. – falei a frase cheia de significado do qual ela não entendeu apenas Alice, Rose e Emily que estavam um pouco mais a frente entenderam o que realmente queria dizer. Elas estavam me escondendo algo, mas não por muito tempo.
Quando passamos pelo hall e entramos realmente pela boate esqueci por um minuto meus pensamentos e apenas observei o lugar que literalmente estava pegando fogo.
A música batia alta contra meus ouvidos fazendo sentir o bit se ritmar aos meus batimentos o cheiro de álcool, suor, perfumes e fumaça se misturavam ao meu corpo. Meus olhos percorreram o lugar fazendo a caçadora acordar dentro de mim, todos dançavam freneticamente colando os corpos suados, havia tochas espalhadas pelo lugar se misturando as luzes coloridas dos holofotes que dançavam pelo lugar.
Várias barras de pole dance se espalhavam pela pista umas sendo usadas para dançar e outras para verdadeiros amassos, o fundo da pista dava para a entrada do andar superior onde ficavam os camarotes que Alice havia reservado para nós e a parede da direita tinha um palco com alguns degraus descendo para a pista ele era decorado por uma cortina de correntes finas e douradas que brilhavam na luz da pista. Totalmente perfeito!
O bar ficava de frente para o palco e todos os garçons andavam sem camisa apenas com um avental vermelho e calça preta como também as garçonetes com um vestido preto curtíssimo.
- Alice que lugar é esse? – Nessie perguntou com um sorriso enorme no rosto, mas sem conseguir evitar as bochechas rosadas.
- Isso querida, chama-se paraíso! – falei enquanto apontava para um dos dançarinos sem camisa apoiado na barra de pole dance.
- E-eu não posso ficar aqui! Alice eu vou casar amanhã! – Nessie gritou histérica.
- Relaxa Ness olhar não mata. – Leah falou se apoiando em seu ombro.
- É querida temos bastante tempo só para olhar. – Kim disse rindo.
- Bom como eu sou oficialmente a única mulher solteira aqui posso experimentar todos! – disse enquanto percorria meus olhos pela pista. – Mas antes temos que beber tequila Nessie! Vamos!
Puxei Nessie e Alice em direção ao camarote e as outras meninas nos seguiram, chegando lá pedi uma rodada de tequila para todas nós, menos Alice e Rose, obviamente. Nessie torceu o nariz, mas bebeu tossindo horrores depois.
- Agora veja uma profissional em ação! – falei enquanto ria de sua expressão de tortura.
Peguei o pedaço de limão e chupei primorosamente virando de uma só vez o copo de tequila com sal na borda logo em seguida, foi bom lembrar-se do fogo queimando minha garganta e estomago como não fazia há um bom tempo.
- Ah! Isso é bom demais! – soltei enquanto colocava o copo na mesa.
- Isso é horrível! – Nessie falou chorosa.
- Nem tanto assim. – Agatha disse sorrindo, essa foi uma das poucas vezes que a tinha ouvido falar.
- Então vamos lá! – Kim disse pedindo outra rodada para todas. – À última noite de solteira de Renesmee! – falou enquanto nós erguíamos os copos de tequila e pegávamos o limão.
- À Nessie! – gritamos juntas batendo os copos e chupando o limão para beber o liquido quente.
- Horrível! – ela esperneou novamente. Alice e Rose apenas riam de nós. – Eles estão demorando demais, será que devemos ligar?
- Eles já devem estar chegando Nessie, não se preocupe. – Emily falou com certeza na voz me fazendo lembrar quem não queria enfrentar hoje.
- Bom eu não sei vocês mais eu vou me acabar na pista agora! – disse a primeira coisa que veio à mente para fugir de mais uma possível conversa desagradável.
Kim, Alice e Nessie vieram comigo para a pista enquanto as outras preferiram continuar a beber ou pelo menos fingir isso. A música pulsava em minhas veias entorpecendo minha mente deixando apenas meu corpo reagir a suas batidas frenéticas.
Nós estávamos dançando juntas em uma roda, mas quando abri os olhos novamente nenhuma delas estava por perto olhei rapidamente ao meu redor e depois para o camarote, Rose apenas me lançou um olhar que foi suficiente para entender; eles haviam chegado. Preferi continuar lá, quanto mais tempo pudesse passar longe de Jacob minha sanidade agradeceria.
Desliguei-me completamente sentindo apenas a música novamente, mas duas mãos fizeram despertar rapidamente me trazendo de volta para a realidade. Quando virei para ver quem era apenas recebi um selinho me espantando ainda mais.
Tive que me lembrar que estava em um lugar público e não poderia jogar quem quer que fosse através das paredes apenas me afastei controlando minha força para encarar quem se atrevia a me roubar um beijo.
- Olá mon cherry! – ele falou com sua voz afeminada fazendo minha mente borbulhar.
- Julian? – gritei eufórica.
- E quem mais poderia ser gatissíma? – disse colocando uma das mãos na cintura não consegui me conter e soltei um grito pulando em seu pescoço.
Julian me girou no ar como foi possível no meio daquela multidão e ficamos assim por alguns segundos.
- Como você me achou aqui? Por onde você esteve? Isso... isso é simplesmente inacreditável! – soltei eufórica enquanto pulava como uma criança de 5 anos ele apenas ria de mim.
- Gatissíma você que deve ter um monte de coisas para me contar, por que pelo que eu saiba você deveria estar em Volterra e não aqui em uma balada em Tacoma! – falou com um sorriso enorme no rosto. – Você veio sozinha ou o gostoso do Demitri está aqui? Aquilo é um pedaço de mau caminho! Ui!
- Julian não delira! Estou acompanhada, mas não como você espera. Vem a gente tem muita fofoca para colocar em dia! – falei enquanto puxava seu braço em sentido ao camarote.
Já estávamos quase no fim da escada quando ele me puxou e deu uma boa olhada de cima a baixo.
- você está de vestido? Para o mundo que eu quero descer! O que está acontecendo aqui? Quem é você e onde está minha amiga? – ele disse enquanto terminava de subir os últimos degraus.
- Cala a boca Julian! Eu sou eu, ok! – disse tentando lutar contra seu olhar em mim.
- Não é o que parece! Estou rosa chiclete! – ele falava enquanto me analisava. – E desde quando você tem bunda Elizabeth? Choquei! – soltou antes de bater sua mão gigante nela.
Nesse momento todos estavam parados olhando aquela cena desprezível e eu queria apenas um buraco gigantesco para me enfiar lá e nunca mais sair. Quando criei coragem para tirar a mão do rosto meus olhos deram diretamente com os de Jacob que tremia levemente. Ótimo!
- Julian se comporte ok! Você vai conhecer minha família. – disse empurrando meu dedo indicador em seu peito.
- Certo vadia nada de bichiches! – ele soltou tentando segurar o riso e fazendo continência para mim. Tentei, mas não consegui segurar o riso e ele já foi me puxando do chão me prendendo em um só braço como se fosse um pacote de arroz.
- Julian eu estou de vestido! Coloque-me no chão sua bicha maldita! – falei rindo e tentando tampar com a mão o que o vestido não cobria, depois com um pouco de dificuldade fui colocada no chão na frente da mesa onde quase todos estavam sentados.
Todos os olhos sem exceção estavam cravados em nós e eu precisava fazer algo antes que Julian começasse a falar sem parar e a me embaraçar ainda mais.
- Meninas? Humm... bom gente esse é meu amigo Julian. Julian essa agora é minha família. – falei constrangida, mas ninguém se moveu até que ele o fez.


Capitulo 19 – Alucinante

Já estava com a paciência no limite, mas por ser a despedida de solteiro de Seth teria que agüentar um pouco mais aquele mestiço. Por todo o caminho tive que ouvir seus comentários sobre e seus planos com ela, mesmo duvidando que ela aceitasse era repugnante a ideia.

Dei graças a Deus quando chegamos à boate e pude me afastar de seu cheiro podre. Alice havia reservado para nós o camarote no andar superior uma coisa que seria estranha de se ver, vampiros e lobisomens inimigos naturais participando da mesma festa e casando entre eles.

Quando passei pela pista de dança seu cheiro me atingiu e a dor por não tê-la visto esses dias me invadiu novamente, não controlei meu corpo e apenas segui em sua direção. Parei a dois metros de distância vendo seu corpo balançar sensualmente enquanto seus braços erguiam seus cabelos, ela mantinha no rosto um sorriso maravilho me fazendo esquecer qualquer palavra negativa que tenha saído dela, minha única vontade era eliminar o espaço entre nós e selar nossos lábios para sempre.

Não consegui dar nenhum passo e rapidamente um cheiro estranho invadiu o lugar e duas mãos foram parar na sua cintura a girando no ar terminando com um selinho nos lábios. Congelei no lugar ao vê-la nos braços de outro, o calor queimou minhas veias, minha coluna começou a estralar involuntariamente pedindo pela transformação, meu corpo tremia por inteiro. Agora entendia o motivo da visão de Alice eu iria me transformar ali mesmo e acabar com aquele vampiro ali mesmo.

- Cara o que está acontecendo? – ouvi a voz de Quill ao longe, mas não conseguia me mexer e muito menos responder apenas sentia meu corpo tremer terrivelmente.

- Jake o que aconteceu? Você precisa se acalmar! – a voz de Quill começava a ficar mais forte, mas eu sabia que se fizesse qualquer movimento explodiria ali mesmo.

Não sei por quanto tempo fiquei ali parado com Quill ao meu lado tentando me acalmar, mas aos poucos com a sua ajuda consegui subir em direção do camarote. Todos estavam tensos com a possibilidade da minha transformação, depois de Sam eu sempre fui o mais controlado e agora parecia mais com um novato do que comigo mesmo.

Leah veio ficar ao meu lado junto com Quill para tentar me acalmar, mas quando estava quase parando de tremer eu os vi parados na ponta da escada conversando.

Aquele vampiro idiota estava com a mão na sua bunda me fazendo tremer ainda mais, Leah e Quill seguraram meus braços para me impedir de avançar neles e arrancar a cabeça daquele idiota. Foi nesse momento que ela olhou fixamente para mim e aquela partezinha da minha mente em que ela habitava abriu a porta deixando suas emoções inundarem meu ser novamente.

Embaraço, alegria, saudade, duvida e tristeza se confundiam em mim e isso me trouxe a realidade novamente, finalmente consegui apurar meus ouvidos para ouvir sua conversa e vi algo estranho. Ele era gay?

Totalmente impossível! Ele fez um movimento todo floriado e carregou a minha em direção da mesa onde as meninas estavam sentadas. Podia ouvir Leah ao fundo tentando dizer coisas para me acalmar, mas não consegui prestar atenção em absolutamente nada queria apenas ter a certeza que aquele vampiro idiota era gay mesmo.


- Oi gente sou Julian August III, mas vocês podem me chamar só de Julian que eu deixo! – as meninas estavam relaxando, mas foi por água abaixo quando ele gritou. – Para o mundo que eu quero descer! De quem é essa bolsa Marc Jacob’s exclusivíssima?

Como alguém com o tamanho dele poderia ser gay eu não sei, mas isso ficou totalmente comprovado quando ele gritou histericamente por causa de uma bolsa que provavelmente deveria ser de Alice.

- Você conhece? – Alice perguntou já do lado dele.

- Choquei perua! Que bicha eu seria se não soubesse quem é Marc Jacob’s? – eles começaram a rir me fazendo sentar com as mãos no rosto, pronto agora que eu não teria paz. Julian + Alice = Eu embaraçada!

Finalmente consegui relaxar ao lado de Leah que percebeu soltando um suspiro de alivio. Ela quis conversar, mas apenas fiz um gesto para que se calasse e me deixasse absorver o que tinha acabado de acontecer.

- Por que você nunca me contou de seu amiguinho ? – Nahuel sussurrou ao meu lado enquanto mexia no meu cabelo.

- Pelo simples fato que não devo satisfações a você! – rosnei chamando um pouco a atenção para nós, ele apenas sorriu e deu mais um gole em seu uísque.

Ver Nahuel levando um fora me ajudou ainda mais a me acalmar, talvez estivesse me preocupando demais.

- Nossa como está arrisca hoje! Se quiser posso acalmar você basta apenas pedir. – soltou se aproximando ainda mais.

- Não enche Nahuel! Por que você não procura outra para se divertir? – disse me levantando da mesa.

- Pelo simples fato que não quero me divertir. – ele sussurrou levantando-se e aproximando nossos corpos. – Quero apenas você.

- Sinto muito, mas seu desejo não vai se realizar. – serrei os olhos e sai bufando.

Passei por Jacob que apenas observava nossa conversa sentado ao lado da Leah vaca! Como ele poderia se esquecer assim tão fácil? Só me mostrava o quanto eu estava sendo estúpida por ter me apaixonado por ele. Cheguei perto de Alice e Julian que riam como se fossem amigos de longa data e o puxei pelo braço.

- Eu. Você. Pista. Agora! –foi o que consegui dizer entre os dentes apontando para nós e para a pista.

- Tá certo vadia to indo, to indo! – o vampiro idiota tentou dizer enquanto era literalmente empurrado escada abaixo em direção da pista. Agora que estava mais calmo conseguia raciocinar melhor nos acontecimentos de hoje:

Fato 1. Está evidente que não quer o “tal-que-se-acha-gostosoel”.

Fato 2. Está cada vez mais difícil de nos aproximarmos.

Fato 3. Estava desesperado e talvez um pouco perturbado por não estar próximo a ela.

Conclusão. É hoje!

Aproximei-me de Leah e a agarrei pelo pulso a arrastando em direção da pista de dança.


- Jacob o que você está fazendo? Eu não quero dançar, eu... – ela tentou argumentar, mas não dei a oportunidade.

- Hoje você vai me ajudar com aquela mulher Lee, essa é a minha única opção! – falei me aproximando ainda mais. – Me diga o que fazer para que ela sinta o gosto do seu próprio veneno! – Leah apenas sorriu aquele sorriso maquiavélico que só ela tinha.

- Pode deixar que eu vou fazer o que estiver ao meu alcance e com certeza isso vai ser muito divertido.

A balada estava realmente fervendo e se eu pudesse suar estaria pingando de tanto dançar, Julian entendeu muito bem a minha intenção de fugir do camarote e por mais que estivesse quieto dançando ao meu lado sabia que a curiosidade o estava corroendo por dentro.

Por mais que dançasse não conseguia aliviar a tensão do meu corpo fora a total invasão dos sentimentos de Jacob em mim, por algum motivo que não sabia aquilo estava mais forte que nos outros dias e me incomodava mortalmente. Precisava ficar inerte a isso e por mais que fosse demorar eu sabia exatamente o que fazer.

- Julian vamos beber! – disse em seu ouvido e me virando em direção ao balcão sem esperar por sua resposta.

Cheguei ao balcão e pedi três doses de tequila virando-as sem nem ao menos pensar, tinha consciência que demoraria em ficar bêbada por causa da metade vampira, mas valia a tentativa em ficar um pouco mais alterada. Pedi mais cinco bebidas diferentes junto com a tequila fazendo até o barman estranhar.

- Ei louca! Você sabe que não pode ficar chapada! Aqui tem gene demais se você ficar muito alegre pode fazer algo errado. – Julian tentou me alertar, mas eu não lhe dei ouvidos.

- Eu sei que não posso ficar bêbada, mas tenho que pelo menos ficar um pouco alterada para melhorar as coisas Jul! Até parece que você nunca me viu fazer isso. – falei pegando o ultimo copo do balcão.

- É por isso mesmo vadia! Sei muito bem como isso vai terminar e não quero ter que bater em ninguém hoje ainda mais tendo aqueles caras lá em cima. Você por acaso não reparou que eles fedem? Eles simplesmente não são normais. – ele disse enquanto mexia no canudo de seu drink.

- Eu sei muito bem disso, mas eles não vão fazer nenhum mal a nós. E por que você está com isso na mão? – perguntei reparando na bebida.

- Ai é tão colorido e com esse guarda-chuva e maravilhoso, combina como adereço, quem sabe eu descolo um gostoso por aqui! – ele falou afeminadamente enquanto me mostrava o guarda-chuva colorido.

- Totalmente gay! – disse rindo, podia sentir a letargia passando por minhas veias deixando-me exatamente como queria com a mente leve e lenta, totalmente afastada de Jacob!

Um pouco mais lenta puxei Jean para pista novamente, agora eu iria me divertir realmente!

Sentia a mente de um pouco diferente do normal até mais lenta me deixando até meio zonzo enquanto dançava com Leah.

- O que foi Jake? – ela perguntou segurando meu braço.

- Não sei, é como se eu tivesse acabado de beber muito, mas muito mesmo. – falei balançando a cabeça um pouco para fugir da brisa que me invadia.

- Vem vamos achar ela para provocar como você queria. – Leah foi me puxando pela pista até que eu a vi e entendi o porquê da letargia, estava totalmente bêbada dançando em um dos postes no meio da pista de dança.

- É Jake provocar aquelazinha vai ser mais complicado do que eu achava, se ela esta dançando de vestido assim no poste provavelmente não vai se incomodar em me ver dançando com você. Vamos ter que improvisar um pouco.

- O que você quer dizer com improvisar? – perguntei incerto se queria continuar com aquilo, minha vontade real era tirar dali e colocá-la em um lugar seguro tanto para ela como para mim, para não acabar matando qualquer um que olhasse para ela dançando ali.

Leah me puxou em direção a outro poste que ficar um tanto próximo de e subiu no mini palco para dançar também, olhei de relance para o camarote e pude ver Nahuel observando todos os movimentos que fazíamos como os de também e por sua expressão tinha a certeza que ele não estava gostando disso também.

Subi no palco e comecei a dançar com Leah tentando ignorar a presença de para dar resultado a minha farsa. Leah se movia tão sensualmente quanto eu poderia até dizer que se não fosse por nossas impressões tiraria proveito, mas nunca conseguiria fazer isso amando como amava.


- Jake está dando certo, olha só a cara dela. – Leah me chamou a atenção fazendo meus olhos percorrerem até .

Mesmo dançando com Leah não conseguia me concentrar no que fazia, meus olhos permaneciam hipnotizados nos movimentos de , com aquele vestido indecente ela ousava nos movimentos pendurando-se no poste não era possível que ela estivesse apenas dançando por dançar, ela estava ali para me provocar, me irritar na verdade, mostrando porque tinha aquele controle sob o sexo oposto!


- Jake você não está ajudando em nada aí parado! Acorda! – Ouvi Leah dizer bem lá no fundo da minha cabeça, fazendo perceber que havia parado de dançar e até de respirar.

- Jake você me ouviu? – ela insistiu novamente passando rapidamente as mãos na frente dos meus olhos.

- Desculpa Lee, mas não tem como me concentrar com aquilo na minha frente! – respondi sem graça.

- Você é um idiota mesmo! Nem ciúme consegue fazer direito! – ela soltou inconformada.

- Talvez você tenha razão... talvez eu seja um idiota mesmo! – confessei enquanto descia do mini palco.

Só quando fiz isso percebi naquele espaço reservado só para ela na minha cabeça o quanto estava bêbado, isso não deveria acontecer afinal era praticamente uma vampira. Olhei em sua direção procurando por algum indício de que estivesse errado, o que não aconteceu. Não podia deixá-la ali completamente bêbada com certeza ela teria problemas e logo!


- Jake onde você vai? – ouvi Leah gritar enquanto eu me embrenhava novamente na pista lotada, apenas consegui olhar para trás levantando os ombros vencido.

Com certa dificuldade consegui penetrar na roda de homens que observavam com cobiça o que era meu por direito. A mente de estava longe, quase como se estivesse dormindo, movimentando seu corpo no piloto automático.


- Vem vou te levar pra casa! – disse enquanto a puxava do mini palco.

- Me solta! – ela tentou falar enquanto eu a pegava no colo.

- Você não está em condições de ficar aqui! Onde está aquele seu amiguinho gay? Não devia ter te deixado aqui nesse estado! – dizia enquanto passava esbarrando nos caras que reclamavam pelo fim da apresentação.

- Jacob me solta agora! Eu sei muito bem o que estou fazendo! Me solta! – se debatia enquanto gritava, a bebida a tinha deixado com a força de praticamente uma humana para meu espanto.

Depois que saímos da pista a coloquei no chão observando os olhares atentos de todos que estavam no camarote, principalmente Nahuel, senti meu rosto queimar depois de perceber que aquilo tinha sido uma tentativa frustrada de em me bater. Ela realmente parecia muito mais humana do que já havia visto.


- Você não tem o direito de me tratar assim! Se quiser carregar alguém vá atrás daquela loba vadia que você estava se esfregando!

Mesmo completamente bêbada podia ver o ciúmes no seu olhar, não tive como segurar a risada diante daquela cena. Quem diria que Leha estava certa com aquele negócio de ciúmes!

- Você me dá um fora e agora está com ciúmes da Leah, definitivamente isso é muito engraçado!

- Você quer ver algo engraçado Jacob? Eu vou te mostrar algo para você rir muito! – ela me disse indo novamente em direção da pista lotada.

- Para com isso ! Você está completamente bêbada, me deixa te levar para casa! – tentei parecer o mais convincente possível enquanto a seguia peça pista. – ... ! – falava sem ter resposta, na minha mente podia sentir sua raiva misturada a lentidão causada pela bebida!

- Para de me seguir! Vá ser o cãozinho de outra! – ela dizia enquanto parecia procurar por alguém no meio da multidão.

- pare! – falei mais alto a segurando pelo braço, não podia deixar que ela continuasse com quer que fosse seu plano.

- Para você Jacob! Será que não foi o suficiente o que eu te disse antes? Vá embora! Não quero você perto de mim, não quero sentir seu cheiro de cachorro molhado, não quero ouvir sua voz ou seu nome! Quantas vezes vou ter que repetir pra você que não estou interessada em você ou em qualquer cosa que venha de você? Quer que eu desenhe pra você? – gritava cada palavra como se estivesse cravando uma faca em meu peito ferindo meu coração e orgulho.

Não sabia o que mais aumentava em mim se era a raiva por estar ali me sujeitando aquilo ou a raiva por não conseguir deixar de amar aquele ser que me desprezava tanto! Não tive tempo de formular uma resposta e aquele amigo de chegou a despertando da raiva que brotava em seus olhos.


- Que bom que chegou! Preciso de sua ajuda! – ela disse o arrastando antes mesmo de obter alguma resposta me deixando ali no meio da pista congelado pela dor e raiva.

Não sei por quanto tempo fiquei parado ali, apenas me dei conta que estava congelado no mesmo lugar quando alguém no palco anunciou que haveria uma apresentação especial em instantes, meus olhos vagaram pela multidão procurando por ela, mas apenas encontrei os olhos cheios de pena do meu bando. Mesmo com a música alta todos devem ter ouvido os gritos de e a discussão toda. Ótimo tudo o que eu mais precisava agora era de pena!


- Som... som... isso aqui está funcionando? – ouvi a voz de Julian vindo do palco. – Meninos! Atenção aqui, por favor! – olhei para o palco sem entender o que estava acontecendo, as luzes acenderam e a música parou causando certo alvoroço.

- Calma fofíssimos! Hoje é um dia muito especial para certo casalzinho aqui, daqui algumas horas será o enforcamento, digo, casamento deles, por favor, uma salva de palmar para Reneesme Cullen e Seth Clearwhater que estão ali no camarote! – o lugar inteiro aplaudiu meus amigos fazendo por um instante me lembrar o motivo de ter vindo nesse lugar.

- E para homenagear esses pombinhos minha amiga aqui vai fazer uma apresentação digna do momento! Apreciem com os olhos essa diva maravilhosa! Esse bafo de mulher! Cullen! – Meus ouvidos pareciam estar debaixo d’água quando ouvi seu nome.

Olhei para o palco e tudo aconteceu como se estivesse em câmera lenta, as luzes se apagaram e a batida da música tocou forte no meu peito. só podia estar louca, não havia outra explicação para aquilo apenas a loucura!

Aos poucos enquanto cantava sensualmente ela parecia no palco com uma roupa mais indecente que seu vestido, se é que podia chamar aquilo de roupa! Pareciam mais dois pedaços de trapos amarrados ao corpo cobrindo apenas o necessário para não ser presa por atentado ao pudor.

Todos os homens do lugar observavam sua performance feitos urubus em cima da carcaça de um animal morto. Assobios, gritos entre outras coisas apareciam do meio da multidão.

Ela queria aquilo, queria ser desejada e esfregar isso na minha cara! Por um instante olhei para trás e vi Nahuel em uma reação parecia com a minha, ela estava brincando e pisoteando em nós dois, totalmente desprovida de coração ou qualquer sentimento! A raiva que senti acabou com o entorpecente que me dominava até então, como alguém podia ser tão egoísta e infantil assim?

Ouvi alguém perto de mim gritar “gostosa” fazendo um rosnado brotar do meu peito. Acertei um soco no primeiro urubu que apareceu na minha frente, iria matar todos se fosse preciso, mas ninguém iria falar algo ou olhar para o que era meu!


- Jake pare! – ouvi Leah junto com Alice gritando para que parasse, mas agora era tarde demais.

Sam junto com Embry vieram para me segurar enquanto outras brigas começavam na pista.


- Cara você precisa se acalmar! – ouvi Quill dizer, mas eu estava longe apenas focado em que continuava a dançar e rir no palco.

- Temos que tirar ele daqui antes que se transforme! – alguém disse enquanto me arrastavam para fora da boate.

- Alguém tire ela lá de cima, pelo amor de Deus! – outro gritou enquanto me arrastavam.

Quando chegamos no lado de fora o ar gelado da madrugada me fez despertar um pouco da loucura que estava a minha cabeça.


- Me soltem! – consegui falar enquanto voltava à realidade, na verdade, somente agora conseguia separar de verdade nossos sentimentos. A loucura e a raiva excessiva eram dela e não minha.

Sentei na grama tentando respirar fundo com os olhos fechados, mas ciente que todo o bando estava aqui fora vendo seu líder literalmente enlouquecer de amor.


- Nossa cara essa foi por pouco! – ouvi Quill dizer baixinho para alguém. Fiquei naquela posição por mais alguns minutos esperando normalizar minha mente e respiração, mas quando senti seu cheiro alo do lado de fora meu controle foi embora.

Prevendo meu possível descontrole Embry e Quill vieram mais perto me segurar caso fosse necessário. Olhei na direção de onde o cheiro vinha e vi o que poderia classificar como um verdadeiro barraco.

Julian tentava segurar enquanto ela gritava e rosnava para Nahuel que era segurado por Jasper e Emmet, a expressão amarga e dura de Nahuel não era convencional ao que sempre vira nele. Não quis ver mais nada virei a rua e comecei a andar.


- Jake! – pude ouvir Leah me chamando, mas Sam a parou.

- Deixe-o sozinho Leah, ele precisa esfriar a cabeça. – ouvi Leah suspirar derrotada, mas Sam estava certo eu precisava ficar um pouco sozinho e teria tempo o suficiente para resolver o que fazer no caminho de volta para casa.


Capitulo 20 – Erros e Conseqüências

P.O.V.

Não sabia se estava sonhando ou se estava relembrando o que havia acontecido, misturando as cores fortes aos cheiros de suor, perfume e bebida por todos os cantos, Jacob gritava comigo, Nahuel gritava comigo, Julian ria totalmente nervoso, gritos, assobios e tudo girando freneticamente. Se era um sonho tenho que admitir que era bem psicodélico faltando apenas homenzinhos verdes andando no teto daquele lugar!
Tentei forçar meus ouvidos para entender o que todos falavam, mas conseguia apenas ouvir um “Tic” que gritava em minha mente, quanto mais eu forçava mais o “Tic” me perturbava e de novo e de novo! O barulho incessante atrapalhava meu raciocínio que insistia em me abandonar!
Subitamente outro barulho ensurdecedor seguido por uma claridade anormal chegou a mim acompanhada pela voz que conhecia bem.
- Vadia você não pode dormir pela eternidade! Temos um casamento para ir esqueceu? – Jul parecia calmo, mas sua voz era como uma bomba na minha mente. Consegui apenas resmungar sem abrir os olhos cobrindo minha cabeça com o que parecia ser um lençol.
- Ah não! Você pode estar com a maior ressaca do mundo, mas não pode ficar aí o dia todo! Anda vamos! – ouvia seus passos como se fossem martelas em mim, era isso então, a ressaca!
- Julian me deixe dormir! Preciso dormir. – resmunguei como consegui.
- Não! Você precisa levantar tomar um banho, comer e ir a um casamento , isso sim! – ele praticamente gritava machucando meus ouvidos enquanto arrancava o lençol da cama.
- Jul você é insuportável! – gritei sentando-me na cama para logo em seguida cair deitada novamente pela dor latente em minha cabeça.
- O que aconteceu comigo afinal? – perguntei temendo a resposta de Julian.
- Querida você deu o maior espetáculo ontem! Nenhum desses anos supera a loucura de ontem! Você estava completamente surtada! Foi o bafo do século! – ele falava empolgado, quase eufórico enquanto andava de um lado para o outro.
- Jul pare de andar que estou ficando enjoada e me diga logo o que aconteceu! – falei tentando me sentar sem abrir os olhos já que tudo girava a minha volta.
- Ok, vamos lá. Você, cherry, encheu a cara, chutou o gostoso do Jacob, quase saiu no tapa com Nahuel e uma tal de Leah, beijou um monte de caras gostosões, dançou polle dance, fez um poket show no melhor estilo Pussycat em um palco levando os homens a loucura! – ele despejou tudo de uma só vez enquanto lixava sua unha e sentava ao meu lado.
- Você só pode estar brincando comigo. Eu não posso...
- Ah você pode! Não só pode como fez! Só não fez mais por que Jacob enlouqueceu e começou a socar todos os caras que te chamavam de gostosa!
- Eu quero morrer! – soltei enquanto me escondia no travesseiro.
- Não seja tão dramática cherry, você tem muita coisa ainda para fazer depois te deixo pensar melhor se quer morrer mesmo ou não, mas agora você precisa ir para casa antes que Alice me queime vivo! – ele falou enquanto me puxava para fora da cama.
- Que horas são? – perguntei derrotada.
- Exatamente 13hs, então trate de correr! Já era estar nos Cullens!
- Você vai estar lá mais tarde? – perguntei enquanto era empurrada para fora do quarto de hotel.
- Liz vou estar lá antes que você sinta minha falta! Agora vá embora! – disse isso enquanto me mandava um beijo e fechava a porta do quarto me deixando no corredor olhando para o nada.
Peguei os sapatos e a bolsa que estavam no chão, passei a mão pelo vestido e cabelo tentando tirar um pouco do amassado em vão e fui em direção da recepção descalça mesmo sem me importar com os olhares de reprovação das pessoas ao meu redor. Minha cabeça latejava ainda, mas as coisas começavam a se encaixar melhor na minha memória.
Em toda a minha existência nunca tinha ficado de porre desse jeito e não sabia como encarar ou o que iria encontrar nesse casamento, com certeza não seria nada agradável.
Para meu constrangimento Julian estava hospedado no centro da cidade, então não havia a possibilidade de correr até em casa, pelo menos os próximos 5 km teria que andar o que seria bom para atrasar minha chegada em casa.
Durante a minha estadia nos Cullens nunca tive tempo de andar por Forks, Alice sempre nos levava para fora da cidade e tenho que admitir o fato de não ter perdido absolutamente nada andando por aqui.
As pessoas olhavam para mim e cochichavam umas com as outras, concordo que para uma cidade pequena alguém como eu e ainda com esse maldito vestido chama atenção, mas só por hoje eu poderia ser completamente invisível!
Pude reconhecer alguns rostos enquanto passava por uma loja de artigos esportivos, rapazes do bando talvez, minha mente ainda estava um pouco confusa por causa do porre então apressei o passo para evitar um possível encontro, mas senti seus olhos em mim, só consegui respirar novamente quando cheguei à beira da floresta.
Era um alivio não ser observada ou criticada, mesmo que isso fosse por pouco tempo. Enfiei os dedos dos pés na terra molhada pela chuva da manhã, fechei os olhos e senti os cheiros a minha volta e os barulhos da natureza definitivamente não havia lugar melhor para encontrar paz que meu corpo e mente tanto precisava naquele momento. Suspirei mais uma vez me despedindo da tranqüilidade e corri em direção aos problemas que estavam me esperando.
A corrida não foi muito longa para meu desgosto e quando cheguei a casa encontrei Nahuel parado na escadaria de entrada e seu rosto era de poucos amigos sabia que merecia isso, mas dele não era o que esperava.
Parei na sua frente fitando seu rosto esperando o quer que fosse. Ficamos assim por alguns intermináveis minutos até que ele suspirou vencido.
- O que você quer ? – ele perguntou fechando os olhos.
- Se eu te responder que não sei você acreditaria? – tentei ser o mais sincera possível, sabia que ele já tinha se machucado o suficiente.
- E o que você acha que eu devo fazer? – Nahuel falou pesadamente voltando a me encarar.
- Você pode me bater se quiser. – tentei fazer brincadeira com a situação para aliviar a tensão do ar.
- Isso não seria suficiente, mas acabaria com um pouco da minha raiva. – ele respondeu com um meio sorriso no rosto.
- Obrigada. – suspirei e sem me conter o abracei recebendo o mesmo carinho de volta. – Você sempre foi um bom amigo. – falei enquanto me aconchegava em seu peito.
- Se é isso que você quer que eu seja então vou ser. – ele falou puxando meu rosto para que nossos olhos se encontrassem. – Mas , você sabe que se quiser mais do que temos eu estarei esperando pronto para te fazer feliz.
Nahuel me olhava tão intensamente que não tive como protestar quando ele me beijou, não um beijo de desejo, mas de amor e carinho quase singelo.
- Eu sei que você me faria feliz, mas eu só te causaria dor como ontem. – disse francamente sem medo da reação que as palavras pudessem causar.
- Eu sei disso também, mas não custava tentar. – ele falou tentando brincar com a situação.
- Você vai encontrar alguém que te mereça Nahuel e que não te faça sofrer como eu. – disse enquanto me desvencilhava do nosso abraço.
- Se você acha. – soltou levantando os ombros derrotado, mas com o mesmo sorriso que eu já conhecia. – Agora vá se arrumar antes que Alice apareça.
- Sim senhor! – falei fazendo continência. – Falando nisso onde estão todos? Não estou ouvindo os gritos de Alice e Nessie.
- As mulheres estão arrumando Nessie no 3º andar e os outros estão espalhados por aí.
- O que você vai fazer? – perguntei incerta se deveria pensar em confortá-lo de algum jeito.
- Acho que vou dar uma volta por ai, quem sabe encontro algo interessante pelo caminho, se é que você me entende! – Nahuel falou estampando seu sorriso mais safado. Apenas bati em seu ombro e subi as escadas, ele iria se recuperar muito bem sem mim.
Quando abri a porta da entrada pude ver Carlisle sentado ao piano o que era algo de se estranhar já que toda vez que estava em casa à sala era o ultimo lugar para encontrá-lo.
Sem que precisasse de convide sentei-me na poltrona ao seu lado pensando em como começar uma conversa, estava me sentindo deslocada por toda confusão que tinha causado e uma possível conversa de pai e filha atenuava ainda mais o meu constrangimento.
Acho que percebendo meu constrangimento Carlisle começou a dedilhar no piano me chamando com a cabeça para sentar ao seu lado no banco. Ficamos assim por alguns minutos até que ele iniciou a conversa calmamente.
- Fazia anos que não sentava ao piano, quase havia me esquecido como era prazeroso tocá-lo. - apenas assenti muda de vergonha.
– Soube que foi uma despedida de solteiro bem divertida. – ele continuou com o mesmo tom desinteressado.
- Para alguns acho que sim. – falei olhando para as teclas do piano com certo medo em encará-lo.
- Você faz parte deste grupo? – ele perguntou ainda tocando calmamente.
- Em alguns momentos sim, mas em sua grande parte acho que não. – confessei ainda de cabeça baixa.
- Por quê? – Carlisle perguntou parando de tocar virando para fitar meu rosto.
- Eu... eu não sei. – tentei inutilmente me esquivar de sua pergunta.
Nesse momento não houve resposta continuamos nas mesmas posições apenas aumentando o silencio e a tensão que pairava a nossa volta, por fim me deixei olhar em se rosto esperando ver seus olhos me repreendendo por ser a vadia que eu tinha sido na noite anterior, mas não foi isso que encontrei.
- Tem certeza que não sabe filha? – ele me perguntou carinhosamente me surpreendendo completamente, seus olhos não me repreendiam apenas esperavam por respostas que só eu poderia dar.
- Ah pai! Eu realmente não sou uma pessoa boa! Definitivamente não sou! – disse enquanto o abraçava e deixava as lágrimas escorrerem por meus olhos.
- Claro que é ! Nunca duvide disso filha, nunca! – Carlisle me dizia enquanto acariciava meu cabelo.
- Não sou pai! Eu apenas machuco todos que gostam de mim! Cada passo que dou faço apenas o que é errado! Sempre escolho o errado, sempre! – dizia agora em meio aos soluços, totalmente entregue a maldita verdade.
- olhe para mim!- disse enquanto segurava meus braços me forçando a encará-lo. – Filha olhe para mim! Você não é má! Você é apenas uma pessoa que cometeu um erro! Todos nós os cometemos às vezes, isso faz parte da vida, do amadurecimento!
- Gostaria que as coisas fossem mais fáceis sabe. – falei mais para mim do que para ele.
-Normalmente as situações em nossa vida não são difíceis as pessoas que as complicam. – ele soltou enquanto acariciava meu rosto. – Tudo vai se resolver mais cedo ou mais tarde vai ver!
- Isso eu sei, mas como será resolvido isso já é outra historia! – disse com um sorriso amarelo.
- Com certeza vai ter seu lado bom pode acreditar filha. – Carlisle disse voltando a dedilhar o piano.
- Ah pai! Por que eu sempre tenho que ser tão cabeça dura? – suspirei enquanto me encostava em seu ombro. – Pensar antes de agir nunca foi meu forte.
- Tudo vai se resolver. Tenha calma, dê tempo ao tempo e vai ver. Jacob não vai ficar com raiva por muito tempo, seu coração é muito bom para guardar rancor de alguém ainda mais se tratando de você.
- Como assim Jacob? Eu nunca falei nada sobre ele! Eu... – levantei a cabeça de seu ombro surpresa.
- E nunca foi preciso, sou seu pai e te conheço melhor que você mesma. Já sabia que isso aconteceria antes mesmo que acontecesse, era algo inevitável se apaixonar por ele. – Carlisle falou com uma convicção que me assustou um pouco.
- Quem disse que estou apaixona? Eu... eu... eu não estou! Eu... – falei nervosamente.
- Foram seus olhos suas ações que me disseram isso então não precisa negar isso para mim. Fico muito feliz que tenha encontrado alguém para estar ao seu lado pela eternidade e ele é um ótimo rapaz. – Carlisle dizia tudo sorrindo tanto com os lábios como com os olhos o que me deixava ainda mais sem graça.
- E mesmo que se fosse verdade acho que depois da confusão de ontem ele não iria mais me querer. – soltei sinceramente o que fez meu peito doer pela possível rejeição.
- Está enganada, minha filha. Ele sempre a amará! Pode acreditar em mim. – fiquei parada digerindo suas palavras sem saber se rebatia sua resposta ou ficava feliz em ter uma possível luz no fim do túnel. – Agora vá se arrumar antes que Alice venha procurá-la. – apenas assenti com a cabeça recebendo um beijo na testa antes de Carlisle sair dali.
Estava confusa, por que todos tinham tanta convicção nos sentimentos de Jacob por mim? E mesmo depois de ter me comportado como uma vadia mantinham a mesma posição. Não era possível em tão pouco tempo alguém amar outro com tanta intensidade!
Pra quem você está tentando mentir ? Você sente exatamente a mesma coisa por aquele lobo! Só sua teimosia não deixou ver isso antes!
Levantei derrotada e fui em direção ao meu quarto, teria que pensar em alguma maneira de concertar a merda que havia feito durante todo esse tempo. Bom pelo menos eu teria teoricamente a eternidade para fazer isso e se Jacob me amasse realmente iria amolecer uma hora.
Quando cheguei ao meu quarto vi em cima da cama uma caixa branca enorme ao lado de um par de sandálias prata e brincos de safira enormes. Aproximei-me da caixa branca e em cima havia um pequeno bilhete endereçado a mim.
“Não quero ouvir reclamações! Você ficará perfeita nele, então diga que me ama e use-o por mim! Garanto que você vai me agradecer depois! Beijos. Alice”
Bufei em resposta, como ela podia manipular as pessoas assim? Joguei o bilhete de volta na cama e fui em direção ao banheiro, quem sabe um bom banho conseguiria me relaxar o suficiente para enfrentar a noite que estaria por vir.
Agucei um pouco meus ouvidos e consegui ouvir a movimentação no terceiro andar, as vozes de Rose, Alice e Nessie eram as mais evidentes, mas acho que Bella e Esme estavam lá também afinal era a princesinha da casa que estaria casando em poucas horas. Tive que rir com aquilo quem diria que eu entraria em uma família grande assim.
Deixei a água fria bater em meu rosto e corpo buscando acalmar meus pensamentos que teimavam em buscar lembranças de Jacob, sem muito sucesso em me acalmar abri a porta que levava aos sentimentos dele em minha cabeça e por mais que esperasse não gostei do que senti.
Um mar de emoções invadiu meu cérebro fazendo com que caísse no box do banheiro, Jacob sentia tudo ao mesmo tempo, se é que isso fosse possível, e com tanta força que me desnorteou. Fiquei sentada lá até que conseguir controlar melhor o turbilhão que passava dentro de mim, definitivamente tinha que dar espaço a ele e esperar a poeira abaixar. Com toda certeza hoje não seria uma boa hora para cruzar seu caminho e muito menos para puxar uma conversa amigável.
Levantei do box me enrolando na toalha, procurei fechar a portinha de seus pensamentos em minha cabeça antes que enlouquecesse, mas mesmo assim só de pensar em encontrá-lo hoje meu corpo arrepiava-se todo não sei se pela ansiedade ou pelo medo.
- É você está extremamente ferrada! – disse a mim mesma enquanto passava a mão pelo espelho embaçado.
Entrei no quarto e fui em direção da caixa branca, resolvi abri-la e acabar logo com a possível tortura que seria usar o que quer que estivesse lá dentro. Como já esperava era outro vestido, mas pelo menos esse cobriria minhas pernas.
Ele era longo, exatamente da cor dos brincos, com drapeado no corpo e apenas uma alça fina bordada que saia do meio do decote, tenho que confessar que era bonito, mas algo bem diferente entre achar bonito e usá-lo.
- Alice eu não vou usar! Não mesmo! – disse enquanto devolvia o vestido para caixa.
Mal virei para procurar outra coisa quando a fadinha enviada pelo capeta parou na minha frente.
- Você não leu o bilhete que deixei? – ela perguntou já com sua carinha de choro.
- Eu li, mas eu não...
- Sem “mas” você tem que usá-lo! Ele é perfeito para hoje! – ela falava praticamente soluçando e acredito que se pudesse estaria chorando.
- Alice quando cheguei aqui o nosso combinado era nada de saias ou vestidos, mas não é o que tem acontecido! Não pode ficar tentando me manipular dessa maneira! – falei o mais séria possível, talvez conseguisse convencê-la a me deixar ir com outra coisa.
- Você não entende! Ele é perfeito! Eu vi...
- Você viu o quê? Pensei que não conseguisse me ver. – cortei enquanto ela caia em si do que havia falado.
- Eu não vi você, exatamente você não, mas vi algo relacionado e não vou contar! – Alice falou arregalando os olhos. – Apenas confie em mim, prometo que não vai se arrepender !
- É pelo jeito não tenho muita escolha, se não for por bem sei que vai me forçar a usá-lo de qualquer jeito. – falei sem muitas esperanças. – Venha Alice pode começar a me torturar, sei que essa como as outras já é uma guerra perdida.
-Não diga isso você perdeu uma batalha, mas não a guerra! E hoje querida vou vesti-la para ganhar de uma vez por todas. – Alice falou com tanta convicção que chegou a me dar medo, o que aquela diabinha estava pretendendo?
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P.O.V. Jacob

A raiva me consumia mesmo depois de ter andado até em casa. Tive muito tempo para pensar no caminho e só consegui me perguntar quando isso iria acabar.
Tinha que haver alguma maneira para quebrar esse imprinting ou de suportar estar longe dela pelo menos, definitivamente não podia mais ficar me submetendo a esse sentimento que só acabava comigo. A real função do imprinting era mostrar ao lobo sua alma gêmia, porém eu não agüentaria passar a eternidade ao lado daquela doida de pedra!
Pronto estava resolvido eu vou colocar um ponto final em toda essa história! Não vou mais procurá-la, nada de joguinhos, chega de tentativas de aproximação agora o que mais quero é manter distancia dela e faria tudo o que precisasse para isso! Por mais que ela fosse como um imã eu a evitaria ao máximo mesmo que isso significasse cortar o vinculo com os Cullens também!
Deveria ser 9h da manhã quando cheguei em casa, mas não podia simplesmente entrar lá e esperar encontrá-la novamente precisava agir antes disso. Entrei na garagem peguei a moto e fui até a casa de Sam talvez ele conseguisse me ajudar antes de ir falar com o conselho.
O caminho foi rápido e por sorte seu carro estava na porta de casa desci e fui até lá, mas não precisei bater ele veio até mim.
- Está melhor Jacob? – perguntou encostado no batente da porta.
- Na realidade não. Preciso falar com você, será que podemos entrar? – soltei curto e grosso, estava com os nervos por um triz e não iria enrolar com gentilezas.
Sam acenou com a cabeça percebendo meu humor, entramos na casa e ele sinalizou para que Emily saísse e nos deixasse a sós.
- Pode falar Jake. O que está acontecendo? – perguntou com o ar sério.
- Eu não quero isso pra mim! Preciso quebrar esse imprinting! Tem que haver alguma maneira para acabar com isso! – vomitei as palavras andando de um lado para o outro.
- Jacob você sabe que não temos como fazer isso, o imprinting é a maneira que temos de encontrar nossa parceira! Você deveria estar feliz de ter finalmente encontrado a sua.
- Não Sam! Eu não estou nem um pouco feliz! Na verdade posso dizer com toda a certeza que era muito melhor antes dela aparecer! Estou enlouquecendo! Não sei por quanto tempo vou agüentar isso! Você mesmo viu o que ela fez ontem, como é possível que ela tenha sido feita para mim? Não pode ser verdade! – falei enquanto me sentava na poltrona passando com força as mãos pelos cabelos.
- Jacob eu não sei exatamente o que acontece com vocês, mas é uma questão de tempo pra se acertarem. Não pode ser tão ruim assim. – Sam tentou me animar.
- Não Sam é bem pior! Pode acreditar, bem pior! – falei encostando a cabeça na poltrona.
- Cara eu não sei o que falar pra você, não é algo natural vocês não se darem desse jeito. Deveriam estar grudados agora e não querendo se matar.
- É nem precisa me falar isso. – suspirei derrotado.
- A relação entre o lobo e seu imprinting tem haver com a necessidade do momento, você viu Seth e Quill. Somos pais, irmãos, amigos e por fim amantes tudo evoluindo de acordo com a necessidade deles, Seth está, digamos que no ultimo estágio e o Quill está no penúltimo, talvez você não esteja visualizando a necessidade que ela tem nesse momento. – Sam dizia procurando algo com fundamento para tentar me acalmar eu acho.
- Talvez ela precise ser internada em um manicômio isso sim! Sabe Sam eu não agüento mais seus sentimentos invadindo minha cabeça, por mais que tente fechar eles gritam dentro de mim e isso está me deixando louco! – confessei procurando por alivio.
- Você a sente? – ele perguntou espantado.
- Você não sente a Emily ai dentro? – perguntei dissolvendo minha ultima explicação para aquilo.
- Na verdade não, o que exatamente você quer dizer com isso Jacob?
- Bom eu tinha uma explicação pra isso, mas ela foi por água abaixo. Há um tempo perguntei a mesma coisa para Leah e ela também me respondeu que não, então achei que só os alfas pudessem se conectar assim com sua parceira da mesma forma como nós nos conectamos com o bando quando estamos transformados, mas nunca tive tempo de vir perguntar para você. – falei meio encabulado. – Eu tenho 24hs por dia dentro da minha cabeça, com seus sentimentos confusos gritando para mim.
- Isso é completamente impossível! – Sam falava sem acreditar com os olhos arregalados.
- É também achei no começo, mas ela está aqui dentro. – falei batendo na testa. – Exatamente agora ela está dormindo. – constatei.
- Inacreditável! Nunca ouvi falar sobre essa possibilidade. – ele disse ainda em choque.
- E esse é mais um motivo para tentar quebrar o imprinting, definitivamente não a quero dentro da minha cabeça! Deve haver algum jeito de acabar com isso. – disse indo para a janela.
- As lendas não falam nada sobre isso Jake você pode ir até o conselho se quiser, mas não vai adiantar muito. Você está destinado a ser dela e ela a ser sua Jake isso é inevitável. – Sam falou com certo pesar na voz.
- Obrigado por me ouvir Sam, mas mesmo que isso seja verdade eu vou tentar evitar o máximo possível, não vou passar o resto da minha vida ao lado de uma louca narcisista. – disse voltando a observá-lo com um sorriso amarelo no rosto. - Talvez seja meu destino ser azarado com as mulheres.
Sai de lá sem esperar que Sam me respondesse, não queria ficar discutindo algo que ele na verdade não gostaria que mudasse, caso eu conseguisse quebrar o imprinting isso mudaria muita coisa e talvez se sentiria um fraco por não ter conseguido causado tanta dor a Leah quando conheceu Emily.
Voltei para casa esperando que alguma resposta caísse do céu, mas apenas encontrei o carro de Quill parado na porta.
- Você não deveria me esperar lá fora pelo fato de não estar na sua casa? – perguntei jogando as chaves da moto na estante.
- Eu sou da casa, pensei que soubesse Jake! – Quill fez piadinha enquanto dava mais um gole na minha cerveja.
- O que você quer?
- Vim ver como você tava. Nossa cara você devia ter visto a sua cara ontem! Totalmente transtornado! Acho que por muito pouco você não se transformou lá na pista mesmo. – ele falava como se estivesse contando a ultima fofoca de Forks e não uma quase ameaça para todos nós.
- Agora que você já viu que estou bem já pode ir embora então. – rosnei para ele, não estava afim de ficar batendo papo como duas vovozinhas fofoqueiras.
- Nossa cara que humor! Tudo bem eu vou antes que você me morda. – ele disse fazendo piadinha novamente.
- Cai fora Quill! – falei abrindo a porta.
- To indo mano! Mas eu pensei que você fosse querer saber da sua mina.
- Que mina Quill? Não viaja cara, eu não tenho nenhuma garota! – soltei enquanto pegava uma cerveja na geladeira.
- A garota de ontem te lembra alguma coisa? – paralisei ao ouvir suas palavras, não estava preparado para ouvir falar sobre , minha raiva ainda estava quente por minhas veias.
- Embry e eu fomos falar com a Leah nas lojas dos Newton e a vimos passar do outro lado da rua totalmente acabada.
- Como assim acabada? – perguntei entre os dentes me controlando ao máximo.
- Parecia que tinha acabado de acordar, estava andando descalça pela rua com o mesmo vestido de ontem toda descabelada. A Leah ficou falando um monte no nosso ouvido, mas eu nem dei bola você sabe como ela é né! – a cada palavra de Quill a raiva dela e por ser tão inútil preso a ela aumentava, sentia minhas veias esquentarem e ao fundo ouvi a latinha estourar na minha mão.
- Jake você está bem cara? – ouvi Quill me perguntar com uma expressão de espanto.
- Vai embora Quill! - falei travando a mandíbula tentando conter o tremor que começava dentro de mim.
- Você precisa de alguma coisa cara? – Quill continuou perguntando preocupado.
- Vai embora! – rosnei fazendo com que ele percebesse que não estava para brincadeira.
- Calma Jake! Eu já estou indo embora. Tente não pirar por causa daquela garota ok! – ele falou enquanto saia fechando a porta logo em seguida.
A raiva em mim era tão grande que quando percebi já estava jogando o que tinha por perto nas paredes. Precisava me acalmar mesmo como Quill havia dito estava começando a perder o controle. E esta noite eu precisaria de muito controle, muito controle.


Capitulo 21 – O grande dia
P.O.V.
O clima da casa era de plena felicidade todos corriam para fazer os últimos ajustes, que para mim eram totalmente desnecessários. Tudo estava perfeito! O cheiro das flores inundava todo o lugar, Alice realmente tinha caprichado.
No jardim as crianças dos Quiloutes corriam de um lado para o outro fazendo com que os nômades torcessem um pouco o nariz evitando o cheiro do sangue tenho que admitir que o casamento ao ar livre veio a calhar por fazer o cheiro dissipar um pouco mais, mas mesmo assim os vampiros evitavam veemente a aproximação com os lobos.
Tentei ao máximo evitar que meu pensamento voasse em direção de Jacob, mas estava difícil com sua fúria batendo constantemente na portinha que tinha criado em minha mente e isso ficaria ainda mais difícil quando nós nos encontrássemos hoje.
Terminei de ajudar Esme na cozinha e fui em direção ao jardim implorando mentalmente para evitar qualquer conversa sobre o vexame de ontem como também os possíveis olhares reprovadores dos lobos. Logo na entrada do jardim encontrei Emily parada com uma criança no colo.
- Olá ! Como está bonita! – ela disse amigavelmente com um sorriso meigo no rosto deformado.
- Oi Emily! Obrigada, tudo graças à Alice! – agradeci tentando esconder meu constrangimento. – E ela quem é?
- Minha filha, Andy. Diga oi para a moça Andy!
- Oi. – a menina de olhos expressivos respondeu timidamente.
- Oi Andy! Sabia que você é muito bonita? – falei fazendo graça com a menina.
- Bligado. – disse se escondendo timidamente nos cabelos da mãe.
Deixei Emily e Andy e fui procurar Julian, ele disse que estaria aqui, mas até então não tinha dado as caras. Sentia os olhares inconvenientes de Leah sobre mim se fosse a outras ocasiões eu faria comer essa grama, mas hoje era um dia especial para minha família então teria que me segurar.
Para onde olhava havia lobos me observando o que me incomodava terrivelmente parecia que eu era uma criminosa em condicional, cada movimento que fazia eles praticamente anotavam para, sei lá, usar no tribunal contra mim. Cansada de fazer sala sentei em uma das cadeiras esperando que a cerimônia começasse logo.
- Mais que desânimo cherry. Sorria hoje é festa! – ouvi sua voz característica me tirando dos devaneios da mente.
- Jul! Pensei que não viesse mais! – falei subitamente aliviada por não estar sozinha.
- Falei que não iria deixar você vadia. Acha que eu não cumpro minhas palavras? – fiz uma expressão incrédula com o comentário. – Tá bom eu nem sempre cumpro, mas estou aqui não estou?!
- Sim está muito obrigada! – falei sorrindo.
Felizmente a cerimônia não demorou muito para começar, ao mesmo tempo em que estava ansiosa em ver minha mais nova e única sobrinha casar também estava terrivelmente nervosa em rever Jacob, apenas senti-lo estando tão perto de mim me causava reações estranhas, precisava vê-lo para manter minha sanidade mesmo que ele quisesse minha morte eu tinha que dar, digamos, uma verificada nele antes.
Todos os convidados tomaram seus lugares incluindo o que havia restado da família Cullen, Seth estava indo para seu lugar quando eu o vi. Não podia acreditar que era o mesmo Jacob que conhecia, deveria ser um irmão gêmeo almofadinha! Tentei, mas meus olhos não obedeceram minha mente esquadrinhando cada milímetro de seu corpo escultural escondido dentro daquele meio fraque. Ignorei completamente o que estava a minha volta incluindo sua incessante raiva guardada dentro da minha cabeça e sorri para aquela visão esplendorosa, ele havia cortado o cabelo deixando-o levemente arrepiado em cima, barba feita e um sorriso inacreditavelmente bonito. Deixei meus olhos se fecharem apenas para aguçar meu nariz e sentir o cheiro de seu perfume. Deus! Eu estava enlouquecendo! Só podia ter essa explicação, um dia eu o odeio e lhe dou um belo pé na bunda e no outro fico como uma adolescente apaixonada! Preciso urgentemente de terapia.
Quando abri os olhos novamente senti que ia vomitar ao ver seus olhos enraivecidos em mim. Seu rosto estava duro, fechado, completamente diferente do Jacob de momentos atrás, não consegui manter o olhar sentindo meus olhos arderem e encherem de lágrimas teimosas.
- acorda! A Nessie está entrando. – Julian disse me cutucando e me puxando para ficar em pé.
Para mim o casamento passou como um suspiro, nada conseguiu prender minha atenção além da presença de Jacob parecia um sonho em terceira pessoa e quando dei por mim já estava sentada à mesa dentro da casa.
Pisquei repetidamente olhando ao meu redor em seguida, rostos felizes, risadas, pessoas conversando tudo acontecendo como deveria ser algumas pessoas cumprimentavam Seth e Nessie que estavam perto da entrada do jardim enquanto outras ameaçavam alguns passos na pista de dança.
Por mais que tentasse ficar feliz a raiva de Jacob dentro de mim não deixava, mas tive que sorrir ao ver Nahuel sentado ao lado de Tânia Delani conversando cheio de carinho e manha que eu já conhecia. Isso era realmente ótimo uma loira o faria esquecer uma morena.
- Por quanto tempo você vai ficar aí viajando ? – Julian me perguntou passando as mãos na frente do meu rosto.
- Hãm? – falei desinteressada.
- Você está no piloto automático desde o inicio do casamento, dá pra trazer minha amiga de volta, por favor! – disse com as mãos na cintura.
- Eu estou aqui Jul, só não estou com o pique de festa. – soltei desanimada.
- Ah isso não tem problema louca! Eu arranjo uma bebidinha esperta para você rapidinho. – Julian falava com seu jeito afeminado.
- Sem bebidinha esperta hoje Jul, prefiro ficar aqui no champagne mesmo. – falei dando um gole na bebida.
- Chata! Então vamos pelo menos dançar? – soltou enquanto balançava o quadril.
- Não sua bicha! Pode ir você, eu fico olhando daqui ok! – falei rindo da sua performance.
Julian saiu me mostrando a língua indo em direção a pista de dança. Fiquei ali olhando para a taça esperando que tudo aquilo acabasse e que pudesse fugir de algo que já sabia ser em vão, por mais que tentasse me distanciar ele sempre estaria na minha cabeça sempre.
Decidi me movimentar para fazer o tempo passar, pensei em ir falar com os noivos, mas já o tinha feito mesmo que no piloto automático então fui para o jardim olhar o crepúsculo que aparecia.
Andei lentamente pelo jardim olhando a decoração e recapitulando toda a minha estadia por aqui, fui até o altar passando a mão lentamente pelos tecidos e flores espalhados pelo lugar, não entendia o porquê de tanta dor dentro de mim. Talvez isso se desse pelo fato da partizinha de Jacob dentro de mim não estar colaborando muito, mas havia algo mais também uma angústia crescia dentro do meu peito me sufocando a cada momento, sabia que algo não estava certo, mas o que?
- Moça bonita puque dói aí? – ouvi uma voz infantil me perguntar.
- Hãm? – perguntei me abaixando para ficar frente a frente com Andy.
- Dói aqui, não dói? – ela falou com cara de choro enquanto colocava a mão pequena em meu peito.
- É... dói um pouquinho, mas já vai passar. – disse tentando sorrir para disfarçar meu incomodo por ter sido pega por uma criança. – E você por que está com esse rostinho tão triste?
- Eu sinto tia. Dói aí e dói aqui. – ela dizia colocando as mãos nos nossos peitos fazendo com que eu arregalasse os olhos de espanto.
- C-como assim você sente a mim? – perguntei sem saber exatamente do que se tratava.
- Andy venha para dentro está começando a escurecer! – ouvi Sam dizer fazendo com que a menina se assustasse.
- Vá, seu pai está chamando. – sussurrei a incentivando enquanto me levantava, ela saiu correndo em direção ao pai, mas para minha surpresa voltou correndo e abraçou minhas pernas.
- Vai passa tia, eu sei. – ela sussurrou me deixando sem reação.
Depois do abraço voltou correndo e pulando no colo do pai, Sam me olhava desconfiado enquanto eu tentava me recompor. Resolvi voltar para dentro da casa e deixar aquilo para pensar depois. Antes que conseguisse entrar Alice me brecou.
- os noivos vão dançar em 5 minutos, você sabe o que fazer não é? – ela perguntou quase histérica.
- Eu sei Alice pode ficar tranqüila. – falei sem humor.
A vi sair eufórica para o outro lado do salão próximo a mesa do bolo sentindo o nervosismo crescer dentro de mim. Quase havia esquecido que tinha combinado de fazer uma surpresa para Nessie e Seth e com a raiva de Jacob latente em minha mente dificultava ainda mais querer fazer algo romântico para eles. Suspirei sem animo procurando por Edward, bom pelo menos teria meu constrangimento compartilhado com ele.
- Às vezes você parece com a Bella, fugindo da já conquistada atenção. – ele falou ao meu lado.
- Hoje eu não posso ter a atenção para mim Edward, esqueceu que hoje é o casamento da sua filha? – soltei me dirigindo ao piano.
As pessoas passavam por mim como em câmera lenta, não via seus rostos apenas queria terminar com aquilo o mais rápido possível, eu estava começando a cogitar que Alice tinha mais uma habilidade além de ver o futuro, a de manipular pessoas para o seu bel prazer.
Todos estavam dançando e se divertindo quando bati delicadamente na taça para chamar a atenção me encostando ao piano enquanto Edward se posicionava, fazendo as luzes coloridas da pista se apagarem e a música parar.
- Desculpe interromper a diversão de todos, vai ser rapidinho... Como sou tecnicamente o membro mais novo desta família Alice pediu para que fizesse uma surpresa aos noivos. – comecei a falar olhando para Nessie e Seth. – E eu pensei: o que poderia dar para alguém que tem tudo e a eternidade para conseguir tudo o que quiser? – olhei para a taça de champagne na minha mão procurando as palavras certas. – Eu descobri que não tinha nada para oferecer, pelo menos nada físico. Então eu dou como meu presente algo apenas para ser aproveitado com o coração... ok eu sei que não sou uma mulher romântica e essas coisas, mas sou mulher e sei do que a maioria delas gostam... enfim eu espero que esse seja um momento mágico para vocês tanto como eu gostaria que um dia fosse para mim. – falei incerta se as minhas palavras tinham sido as mais certas me sentindo nervosa como uma verdadeira adolescente. – Por favor, aplaudam os noivos em sua primeira dança como marido e mulher.
Disse fazendo Nessie e Seth virem para a pista de dança, surpresos enquanto todos aplaudiam o casal.
- Essa música eu deixo como música tema para vocês, espero que gostem. – falei para eles antes de dar a deixa para Edward começar a tocar, enquanto fechava os olhos para espantar um pouco o nervosismo e sentir a essência do que iria cantar.
Todo mundo precisa de inspiração
Todo mundo precisa de uma essência
Uma bela melodia
Quando a noite é longa
Por que não há nenhuma garantia
De que esta vida é fácil
Sim, quando meu mundo está caindo
Quando não há luz para quebrar a escuridão
É quando eu, eu, eu olho para você
Quando as ondas estão inundando o litoral e eu
Não consigo encontrar o meu caminho de casa
É quando eu, eu, eu olho para você
Conforme as palavras musicais saiam da minha boca me lembrava de Jacob e do que havíamos passado até agora, meu coração se encheu de dor por não ter feito o que era certo antes, por não estar ao seu lado nesse exato momento. Abri meus olhos e vi Nessie e Seth dançando romanticamente no centro da pista e percebi que não teria esse momento para mim, que eu estava fadada a estar sozinha pela eternidade e tudo isso se dava apenas por erros meus, somente meus.
Quando eu olho para você
Eu vejo o perdão
Eu vejo a verdade
Você me ama por quem eu sou
Como as estrelas seguram a lua
Bem ali onde elas pertencem e eu sei
Eu não estou sozinha
Fechei novamente meus olhos com força para não chorar na frente de todos, apenas mergulhei em minha tristeza misturando-a com a raiva de Jacob em mim. Eu o havia mandado embora e tinha que agüentar as conseqüências.
Sim, quando meu mundo está caindo aos pedaços
Quando não há luz para quebrar a escuridão
É quando eu, eu, eu olho para você
Quando as ondas estão inundando o litoral e eu
Não consigo encontrar o meu caminho de casa
É quando eu, eu, eu olho para você
Quando abri os olhos novamente foi inevitável cruzar com os dele e por um instante me perdi no calor e na profundidade do castanho de seus olhos e percebi a tamanha saudade que sentia em vê-los sorrir para mim. Por um segundo deixei minha máscara cair fraca demais para quebrar nosso olhar e senti uma lágrima quente escorrer pela minha bochecha. Os sentimentos confusos de Jacob começaram a gritar em minha mente me despertando de seu olhar voltando meu foco para o que realmente importava no momento a felicidade dos noivos.
Fechei os olhos novamente para não correr o risco de deslizar outra vez e usando minhas habilidades trouxe do jardim as pétalas e folhas que estavam jogadas no chão fazendo com que dançassem ao redor de Nessie e Seth enquanto os levitava também, tornando tudo o mais romântico e perfeito para eles.
Você parece como um sonho para mim
Como as cores de um caleidoscópio
Provam para mim
Tudo que eu preciso
Cada respiração que eu dou
Você não sabe?
Você é lindo
Yeah...
Yeah...
Quando as ondas estão inundando o litoral e eu
Não consigo encontrar o meu caminho de casa
É quando eu
Eu, eu olho para você
Eu olho para você
Ooo...
Você apareceu como um sonho para mim.
When I look at you
Miley Cyrus
Abri os olhos me sentindo subitamente sufocada por estar ali no meio de tanta gente e aproveitei enquanto todos aplaudiam a performance dos noivos subi rapidamente as escadas procurando meu quarto como refúgio para tudo aquilo.
Entrei correndo no quarto trancando a porta em seguida, meu peito subia e descia rapidamente, mas o ar não era suficiente. Droga o que estava acontecendo comigo? A rejeição de Jacob estava me abalando mais do que esperava, só de pensar nisso meu coração se apertava de uma maneira tornando a dor quase que palpável.
Fui até o banheiro, meu estomago revirava como se tivesse comido algo estragado e mesmo com ele vazio vomitei, sentando no chão frio em seguida. Não podia deixar me abater assim por uma simples rejeição, que de simples não tinha nada.
Nós não tínhamos nem ao menos chegado no estágio de Jacob me dar um fora, muito pelo contrário ele estava apenas fazendo o que eu havia ordenado a ele: Ficar longe de mim. Então por que continuava a agir assim? Ultimamente estava mais humana do que nos meus últimos 100 anos.
Levantei lentamente tirando o gosto de bili da boca com a água da torneira, me olhei no espelho e não gostei do que vi. Eu estava longe de ser a de antigamente, a que arrebentava por onde passava eu estava mais apagada do que os humanos normais. Não podia deixar que um homem fizesse isso comigo, tinha que dar a volta por cima ou pelo menos fingir que tinha dado.
Retoquei a maquiagem respirei fundo e fui em direção a festa que acontecia no andar de baixo. Desci devagar me misturando as pessoas enquanto fugia dos olhos curiosos de Bella e complacentes de Edward, percorri meus olhos pela pista procurando Julian, mas me deparei com Nahuel vindo em minha direção.
- Poderia tirar para dançar uma das mais belas flores do jardim? – falou estendendo a mão para mim.
- Pode se não causar problemas maiores com outra flor de seu jardim. – sorri entrando na brincadeira.
- Ela não vai reclamar, confie em mim. – soltou enquanto me puxava pela mão para a pista de dança.
A música era lenta com uma pitada latina que tanto Nahuel gostava o deixando ainda mais confortável para me guiar e dar o seu showzinho particular.
- Então você vai me dizer por que está tão quieta? – ele falou enquanto me fazia girar a sua volta.
- Eu? Deve ser a ressaca que me deixou assim. – dei de desentendida.
- Está assim por causa do pulguento? – ele tentou novamente.
- Não tenho razões para isso Nahuel. Você veio aqui para falar ou para dançar? – falei ríspida demais.
- Aí! Calma gatinha arisca estava só perguntando. – soltou fazendo graça enquanto me aproximava mais de seu corpo.
- Desculpe, eu não quis falar assim.
- Não precisa se desculpar, . Agora você tem que concordar comigo que ele é um idiota por te deixar aqui abandonada, linda e totalmente disponível. – falou fazendo graça enquanto me fazia dar voltas.
- Sempre irreverente não é Nahuel? – disse rindo de suas observações.
- É sempre bom poder fazer você sorrir, mesmo que seja pouquinho. – ele falou me fazendo sorrir ainda mais. - Agora eu tenho que admitir Alice hoje preparou você para matar.
- Pare Nahuel a loira não vai gostar de você me elogiando. – falei um pouco mais séria.
- Ela vai entender, já que somos amigos não é? Pelo menos foi isso que você quis de nós.
- Nahuel nós somos amigos e vamos continuar assim. – soltei rindo.
- Era isso que queria ouvir. – ele disse rindo também enquanto nos parava.
– É bom ver você agindo normalmente e não calada em um canto. – soltou antes de beijar minha testa e ir em direção de Tânia Delani.
- Obrigada por tentar. – sussurrei antes de solta-lo.
Fui em direção a mesa dos doces quem sabe eu achasse algo que adoçasse um pouco mais a minha vida, precisa pensar em algo para fingir estar feliz e Julian provavelmente seria perfeito para isso, mas naturalmente ele havia evaporado como sempre fazia toda vez que precisava dele realmente.
Subitamente alguém mudou a música colocando algo muito mais agitado, mais precisamente colocando Maneater de Nelly Furtado, olhei novamente para a pista e vi Julian dançando em minha direção fazendo a mais hilária performance. Não consegui segurar o riso enquanto ele fazia os movimentos mais gays que eu havia visto!
- O que é isso Jul? – silabei para enquanto ele tentava me puxar novamente para a pista.
Larguei o doce que comia na mesa e fui arrastada para a pista enquanto ria de sua cena.
- É sua hora diva, brilhe para nós! – ele falou enquanto dançava a minha volta.
Entrei na brincadeira e comecei a dançar esquecendo completamente dos meus problemas que estavam a alguns metros de mim. Aos poucos as pessoas que estavam sentadas observando o show vieram para a pista tornando a festa de casamento uma quase balada.
Quando percebi alguns Quiloutes iam embora por ser altas horas da madrugada, os vampiros continuariam por muito mais tempo, mas resolvi que essa era também a minha hora. Procurei por Esme para ver se precisava de ajuda em alguma, mas Julian me deteve.
- Alice precisa falar com você . Vamos. – disse me arrastando escadaria acima.
- Calma Julian eu já vou, mas vou ver se Esme precisa de algo antes. – falei de desvencilhando de suas mãos.
- Não, deixe que eu faço isso. Agora suba e vá para biblioteca que ela está lá. – ele falou um tanto nervoso me fazendo desconfiar daquilo.
- O que vocês estão aprontando Julian?
- Não estou aprontando nada, agora vá para a biblioteca ! – soltou me empurrando em direção da biblioteca.
Com certa relutância eu fui até a biblioteca tendo a certeza que Julian e Alice estavam aprontando algo. Quando cheguei à porta fiquei incerta se deveria entrar não estava com um bom pressentimento. Entrei sem acender a luz fechando a porta em seguida e deparei com a sala vazia, Alice não estava lá. Mas o que estava acontecendo?
Fui em direção a janela olhar a noite e a lua que iluminava a sala esperando que ela aparecesse e não demorou muito para que a porta abrisse novamente me chamando a atenção.
- Alice?
- Leah?
Perguntamos ao mesmo tempo enquanto eu petrificava no lugar ao vê-lo entrando na sala. Como eu não ouvi seu coração batendo ou não senti seu cheiro? Estava distraída demais com meus devaneios que nem imaginei a possibilidade disso acontecer.
- O que você está fazendo aqui? – ele falou duro travando sua mandíbula e me atravessando com seus olhos frios como facas.
Não consegui falar, apenas paralisada no lugar sem conseguir formular alguma resposta.
- Deveria ter imaginado que Quill estava aprontado algo quando não senti o cheiro dela. – Jacob não pareceu falar comigo estava mais constatando um fato.
Tentei abrir minha boca repetidas vezes, mas nenhum som quis sair. Desesperei-me quando o vi virar para ir embora, não podia deixar ir assim.
- Jacob... – chamei em um tom quase inaudível. – Jacob, espere. – falei um pouco mais alto criando forças.
- Não dirija a palavra a mim. – rosnou sem virar.
- Jacob espere eu... – falei segurando seu braço.
- Você não queria que eu saísse de sua vida, pois então é isso que estou fazendo agora me solte. – Jacob disse puxando o braço com força, seus olhos cheios de raiva e dor me penetravam ferindo meu coração.
- Eu sei o que disse e eu sinto muito por... – tentei explicar, mas não tive tempo sendo interrompida novamente.
- Sente muito, sente muito ? Não seja hipócrita e não tente pedir desculpas por algo que você não se arrepende de verdade. Ou será que está arrependida só pelo fato do seu Nahuel estar com outra hoje? – ele cuspia as palavras na minha cara me deixando totalmente sem ação.
- Não tem nada haver com Nahuel e eu sinto muito de verdade. – soltei nervosa com suas acusações.
- Ah é você sente muito então? Sente muito por ser uma narcisista egoísta além de vadia nas horas vagas? Ou diria que sente muito por manipular os homens a sua volta? Faça você um favor para mim , me deixe em paz. Agora sou eu que não quer saber de você, suma da minha frente. Eu não quero você!
A cada palavra que saia de sua boca meu coração se apertava ainda mais, sentia meus olhos arderem pelas lágrimas que se formavam e quando percebi estava encostada contra a parede sem forças ou fôlego pela dor.
- E quem você quer Jacob? É a Leah não é? – sussurrei para conter a raiva, a dor e as lágrimas.
- Não seja absurda garota! – ele falou vacilando um momento em sua máscara de raiva.
- Agora eu sou absurda? Você até ontem sentia algo uma coisa e hoje isso muda completamente, para mim isso não tem outra explicação! E eu sinto muito do fundo do meu coração por ter feito você sofrer tanto, sinto muito por não ter feito a escolha certa antes. Jacob eu...
- Cale a boca ! Não quero suas desculpas ou seus sentimentos, pode entregar eles para qualquer um aí na esquina! Agora saia você está na frente da porta! – soltou agressivamente me empurrando para o lado.
- Eu sinto muito. – sussurrei sem força.
Ele bateu a porta fazendo a parede tremer com sua força, sentia meu peito subir e descer, mas o ar faltava dentro de mim não conseguia conter as lágrimas que pareciam mais cachoeiras e o silencio na casa denunciava que provavelmente todos tinham ouvido a nossa discussão me deixando pior ainda.
Olhei para a janela e não pensei duas vezes em atravessá-la correndo sem me importar com mais nada além da dor que sentia no peito apertado. Não sei quanto corri, mas parei apenas quando a dor e o choro foram mais fortes que minhas pernas. Encostei-me em uma árvore tentando me manter em pé enquanto ouvia meus próprios soluços. Estava tudo acabado e o pior era que estava acabado por minha culpa.


Capitulo 22 – Confissões

Estava sentada no sofá da sala passando os canais da TV a cabo totalmente entediada e entregue a depressão depois do acontecido no casamento de Nessie. Ninguém tocou no assunto a meu pedido, mas estava difícil esquecer as palavras que saíram da boca dele e para onde olhava via seu rosto dizendo que não me queria.
Além disso, também tinha brigado com Julian, ele havia planejado o nosso encontro na biblioteca junto com um dos lobos achando que nós poderíamos nos acertar, doce ilusão, por mais que alguns seres da fantasia humana existissem isso não significava que sempre existiam finais felizes, muito menos no meu caso.
Fazia uma semana que não o via e isso me corroia por dois motivos; um por ele não me querer e dois por eu saber que merecia isso e um pouco mais.
Não me dava o direito de chorar mais por ele, chorei tudo naquele dia na floresta e se era daquela maneira que ele queria eu respeitaria estava decidida a deixá-lo em paz nem que para isso tivesse que sofrer mais do que já estava sofrendo.
- Ficar aí mofando não vai adiantar nada . – ouvi Rose falar atrás do sofá.
- Eu sei, mas ele deixou bem claro o que queria. – disse sentindo a dor aumentar em meu peito.
- Mas isso não significa que tem que ficar nesse estado, você tem duas opções além de ficar aqui, ir até o cachorro fedorento ou seguir em frente você escolhe. Só, por favor, não escolha ficar assim é deprimente demais ver alguém igual a você. – ela disse acho que tentando a sua maneira me animar.
Rose não me deu tempo para formular uma resposta indo em direção da garagem. Tinha que admitir que ela estava certa, não podia ficar aqui nesse estado, mas ao mesmo tempo não tinha animo para me mover dali. Havia trancado a porta dele em minha mente, mas só de pensar em não dizer seu nome meu coração doía como se estivesse acontecendo novamente.
Resolvi sair um pouco quem sabe talvez ares novos amenizassem minha dor. Corri para meu quarto precisava separar algumas coisas para poder acampar, ficar isolada de tudo e de todos talvez me trouxesse o equilíbrio que estava faltando ultimamente. Coloquei na mochila algumas roupas e desci correndo em direção da garagem.
- Aonde vai filha? – Esme me perguntou saindo da cozinha.
- Vou passar uns dias fora mãe. Vai ser melhor assim.
- Tem certeza? Você não me parece bem e depois de... –ela não precisou terminar para mudar a expressão acho que vendo a minha de dor.
- Tenho certeza, preciso ficar um pouco afastada. Quando estiver melhor eu volto prometo. – sussurrei para não transparecer ainda mais minha dor enquanto dava um beijo na testa dela.
- Avise a todos por mim ok! – falei enquanto corria para a garagem.
Chegando a garagem vi quem queria encontrar, Emmet estava ajudando Rose a consertar o Porshe de Alice, fui à sua direção implorando para que ele aceitasse meu pedido.
- Emmet era você que eu queria ver! – falei rapidamente.
- Gata eu sou branco demais pra você. – soltou fazendo Rose sair debaixo do carro chutando sua perna.
- Você não faz meu tipo, mas precisa de um favor. – disse tentando me entusiasmar com a idéia.
- Manda. – falou enquanto passava a chave de fenda para Rose.
- Preciso de seu jipe por alguns dias. Prometo que ele volta inteiro. – disse rapidamente sentindo a depressão vir novamente.
- Pode levar se isso for melhorar sua cara, não agüentaria ver você desse jeito por muito mais tempo. – ele falou me surpreendendo.
- É eu... – tentei formular alguma resposta sem resultado.
- Não precisa explicar nada pode ir. – Rose disse saindo de baixo do carro novamente.
- Obrigada. – silabei enquanto corria em direção ao jipe o acelerando rapidamente.
Aumentei a velocidade sentindo o vento entrar cortante pelas janelas abertas não deixando que minhas lágrimas escorressem pelo meu rosto.
Estava sufocada e a falta dele só aumentava fazendo meu coração se apertar ainda mais, Carlisle dizia que quando um vampiro se apaixona realmente sua natureza muda completamente e uma vez modificada isso seria eterno cruzei os dedos para que isso não acontecesse também comigo. Preferiria morrer a continuar dessa maneira não suportaria por muito tempo amá-lo e não poder tocá-lo, ouvi-lo ou ao menos olhá-lo! Agora entendia o que Edward havia sentido no tempo que se afastou de Bella Jacob era meu vicio, era minha droga.
Ao pensar em seu nome minha dor se tornou insuportável e quando vi havia perdido o controle do jipe. Freie bruscamente dando um cavalo de pau na pista molhada, por sorte não havia mais nenhum carro na estrada.
Reassumi o controle e estacionei no acostamento respirando rapidamente buscando colocar um pouco de ar nos meus pulmões apertados de dor me permitindo chorar o que não havia me deixado fazer durante toda essa semana.
- Não posso ficar aqui. Reaja . – falei comigo mesma enxugando as lágrimas teimosas dos olhos.
- Vai me fazer bem ficar afastada por um tempo. – disse olhando no espelho do retrovisor.
Respirei fundo ligando o jipe voltando para a estrada, tinha resolvido que iria fazer tudo o mais humanamente possível talvez essa lentidão me colocasse em ordem. Então lembrei da loja de artigos esportivos que havia passado no dia do casamento mudei o curso da viajem indo em direção de Forks, se iria acampar como uma humana precisaria de utensílios humanos.
Parei no estacionamento da loja olhando novamente para o retrovisor tentando inutilmente esconder minhas olheiras e os olhos cansados de tantas noites em claro, desisti de tentar consertar o que era impossível colocando óculos escuros para apenas esconder.
Entrei na loja e senti o cheiro característico dos lobos olhei rapidamente em direção do balcão e os vi parados olhando para mim, Leah estava atrás do balcão e dois homens- lobos conversavam com ela do outro lado. Ótimo! Era tudo o que eu precisava; lobos!
Separei o que precisaria para um acampamento humano e fui rapidamente ao caixa contando até mil mentalmente para manter-me calma, sabia que Leah não deixaria barato a minha presença aqui.
- Oi. – falei para os meninos. – Vou levar isso, por favor. – disse para Leah.
- Vai querer mais alguma coisa, ? Talvez algo como vergonha na cara? – ela soltou acída e totalmente irônica.
- Leah... – ouvi um dos lobos falar em tom de reprovação.
- Se precisar de algo fora isso falo com você. – disse me controlando.
- Eu insisto , ou melhor, como todos a chamam, acho que seria bom você levar um pouco de vergonha na cara ou quem sabe eu posso tirar um pouco das suas penas se você quiser. – ela falava cinicamente fazendo meu sangue ferver.
Não me contive e em um piscar de olhos já havia jogado Leah no balcão imobilizando seu braço com uma mão e apertando seu pescoço com a outra.
- Leah não me provoque. – sussurrei bem próxima ao seu rosto. – A única coisa que me impede de separar sua cabeça do corpo é unicamente o fato de que por alguma maneira totalmente desconhecida para mim, Jacob gosta de você e somente por não querer machucá-lo ainda mais eu não o faço entendeu, Leah? – rosnei seu nome sem me dar conta que os lobos me seguravam tentando evitar que eu fizesse o pior.
Soltei-a tentando controlar o tremor por todo meu corpo, por sorte não havia mais ninguém na loja além de nós quatro. Ela estava caída no chão atrás do balcão tossindo e segurando o pescoço tentando se recuperar do susto, seus amigos me soltaram olhando abismados para mim.
Andei rapidamente até a porta, minha única vontade era sair dali o mais rápido possível estava ficando cada vez mais difícil me controlar.
- Volte aqui vagabunda! Não pense que você vai sair assim! Volte aqui! – ela gritava enquanto tremia segurada por seus amigos.
- Sabe Leah você não é tão durona quanto parece é aquela velha história cadela que ladra não morde. – falei tirando os óculos para olhá-la melhor.
- Eu poderia morder você, mas não doeria tanto quanto o que vou te dizer: Jacob não quer você! Entendeu ? Jacob não quer você! Ele não ama você! – ela cuspiu cada palavra em meu rosto com um sorriso nos lábios.
Paralisei ao ouvir aquilo, o que eu estava fazendo? Ela tinha razão, eu não valia nada. Leah tinha motivo de me tratar daquele jeito e não podia reclamar de estar defendendo-o talvez fosse melhor assim, Jacob ficaria muito melhor com ela do que comigo.
Coloquei meus óculos novamente para que eles não vissem meus olhos lacrimejando e fui novamente em direção a porta querendo sair dali o mais rápido possível.
- Eu sei disso há muito mais tempo que você Leah pode acreditar. – sussurrei antes de fechar a porta. Queria fugir dali, não melhor, eu queria deixar de existir!
Ouvi seus amigos a repreenderem enquanto saia em direção do estacionamento. Entrei no jipe sem forças para ir além daquilo e me deixei chorar novamente segurando forte o volante tentando arrumar forças para sair dali conseguindo apenas chorar mais.
De repente ouvi batidas no vidro levantando a cabeça do volante assustada colocando os óculos em seguida para que não me vissem chorando. Abaixei o vidro vendo os dois amigos dele no lado de fora.
- Você esqueceu suas coisas. – um deles me disse.
- Obrigada. – falei tentando mentalmente lembrar o nome deles. – Vocês não deveriam estar com sua amiguinha nervosa lá dentro?
- Nós queríamos pedir desculpas pela Leah, ela anda meio nervosa com toda essa história... – o mais baixo falou.
- Não precisa se desculpar por ela... hum... Quill certo? – cortei chutando o nome.
- Isso mesmo sou Quill e ele é o Embry.
- Você vai viajar? – Embry me perguntou colocando as sacolas no banco do passageiro.
- Vou passar um tempo fora. – disse tentando acabar a conversa.
- Não! Você não pode! – Quill soltou abrindo a porta do jipe.
- Claro que posso! – falei nervosa.
- Calma Quill. – Embry sussurrou em seu ouvido. – Olha a gente não quer tomar seu tempo, mas será que podemos conversar em outro lugar? Tem uma lanchonete legal na reserva que acha? – ele perguntou tentando ser o mais simpático possível.
- Vocês estão me chamando para sair? – perguntei abismada.
- Se você quiser. – Quill completou.
- Por que eu faria isso? – perguntei tentando achar alguma lógica naquilo.
- Queremos falar sobre o Jake. E aí vai ser ou não? – Embry falou cruzando os braços.
- Entrem logo. – sussurrei enquanto colocava o cinto.
O caminho foi silencioso me sentia nervosa não sabia o que esperar deles, afinal eles eram amigos do cara que havia me dado um fora e que possivelmente me odiava agora. Apertei o volante com mais força com certo medo do que aconteceria nessa conversa.
- É aqui, pode estacionar ali do lado. – Embry falou apontando para as árvores a nossa direta.
Parei o jipe e entramos na lanchonete, era um lugar sem muito luxo, mas aconchegante. Eles pareciam conhecer todos ali cumprimentando as pessoas pelo nome enquanto caminhavam para ultima mesa perto dos banheiros.
- O que vão querer hoje meninos? – a garçonete perguntou praticamente se jogando para cima de Quill. Qual era o problema dessas mulheres da aldeia?
- O de sempre Maya e você vai querer o que? – me perguntou apontando para o cardápio.
- Quero um expresso grande, uma porção grande de fritas e um X-baicon, uma torta de maçã. – falei rapidamente enquanto passava os olhos pelo cardápio.
– Ah e pode me trazer antes disso uma vitamina mista, por favor. - quando levantei os olhos os três me olhavam assustados.
- O que foi? – perguntei sem entender.
- Hum... nada senhora, vou trazer seu pedido. – a garçonete disse indo embora. Olhei novamente para Embry e Quill esperando o que eles iriam me dizer.
- O que exatamente vocês querem de mim? – perguntei cruzando os braços.
- Fala você Embry. – Quill disse cutucando-o com o cotovelo.
- Humm... você sabe que somos amigos do Jacob e estamos aqui justamente por causa dele.
- Sei e exatamente por isso acho que vocês não deveriam estar aqui, Leah tem razão quando diz que ele me odeia... – falei desviando o olhar enquanto a garçonete colocava minha vitamina e as cervejas deles na mesa.
- Jacob não a odeia, na verdade, ele está sofrendo muito com tudo o que aconteceu. – Quill falou antes que Embry pudesse continuar.
- Quill pode confiar em mim quando digo que ele me odeia, eu sei! – enfatizei bem lembrando o que ele havia sentido no casamento de Nessie além da dor ao ter que repetir isso.
- Não tem como odiar um impr... – Embry falou mordendo seu lanche.
- Um o que? – perguntei fazendo com que ele engasgasse com pedaço da boca.
- Nada! Ele quis dizer... ele, ele... – Quill parecia nervoso com alguma coisa.
- Como você pode ter certeza que ele te odeia? – Embry cortou parecendo desesperado tanto quanto Quill.
- Eu apenas sei... vocês estão bem? Olha não quero ficar aqui discutindo se sei ou como sei. – falei enquanto comia meu lanche. – Vocês disseram que iriam falar sobre o Jacob, mas até agora só disseram coisas sem nexo.
- Nós ajudamos seu amigo no dia do casamento e vimos o que aconteceu, o Jake está sofrendo com tudo isso e se você fosse falar com ele talvez...
- Você viu o que aconteceu da outra vez! – falei sentindo meus olhos arderem. – Todos nós já nos machucamos muito com toda essa história, talvez seja melhor assim e, além disso, tem também a Leah. Talvez seja melhor eles ficarem juntos mesmo, ela não vai machucá-lo como eu fiz. – sussurrei tentando me manter forte.
- Leah e Jake juntos? – Embry falou espantado.
- É! Por que não? – falei enquanto eles riam.
- Além do fato que eles não dariam certo, a Leah também é noiva e ela não iria trair... – Quill tentava falar enquanto ria de mim.
- Tem absoluta certeza? Por que eu não! – interrompi nervosa enquanto tirava meus óculos.
- pode acreditar na gente, não tem como Leah fazer algo assim. – Embry falou convicto de algo por trás de suas palavras.
- É verdade, ela mais parece mãe dele ainda mais depois do que aconteceu anos atrás. Ele nunca mais foi o mesmo depois que Bella casou, nós achávamos que ele nunca mais se apaixonaria novamente. – Quill contou me deixando totalmente perplexa.
- O que? Bella e Jacob juntos? Mas c-como?- perguntei aumentando um pouco o tom da voz.
- Eles não te contaram? Na época em que Bella era humana eles tiveram um lance, mas ela quis o sanguessuga a ficar com ele. – Embry contou enquanto bebia outra cerveja.
- Então ele e Leah não tiveram nada? Eu entendi tudo errado desde o começo. Mas ele ama Bella? – perguntei enquanto minha cabeça borbulhava.
- Não desde que ela virou sanguessuga, hoje eles são apenas amigos. – Quill confessou.
Fiquei tentada em entrar nas mentes deles, mas isso iria contra meus princípios eles tinham o direito de ter privacidade em seus pensamentos.
- Olha eu não vou ficar aqui discutindo sobre o passado, acho melhor eu ir embora. – falei me levantando.
- Não! Espera estamos falando sério, Jacob precisa de você. – Quill disse segurando meu pulso.
- Ele não precisa de mim Quill. – sussurrei segurando as lágrimas que se formavam.
- confie na gente ele está pior depois do que aconteceu no casamento. Vá até lá, vocês precisam se acertar. – Embry falou em pé ao nosso lado.
- Sinto muito, foi escolha dele. – soltei enquanto colocava novamente os óculos para não verem minhas lágrimas.
Sai da lanchonete segurando o choro que se formava em meu peito certa de que não havia outra maneira para nós dois.
- tente pelo menos. O não você já tem! Não tem mais nada a perder. – Embry gritou na porta da cafeteria me fazendo parar antes de entrar no jipe.
Ele tinha razão já o tinha perdido de qualquer forma, mas o que poderia fazer para mudar isso? Ir até lá e conversar apenas não iria adiantar. O que eu diria para ele? “Olá Jacob! Estou aqui para me humilhar e rebaixar porque finalmente entendi que amo você?” Isso não adiantaria em nada, seria apenas tempo perdido.
- E então você vai tentar? – ele pressionou ainda mais.
- Não sei se consigo sozinha. – sussurrei tentando me manter forte enquanto as lagrimas teimosas rolavam por meu rosto.
- E não vai. – Quill disse ao meu lado.
O caminho até a casa de Jacob não demorou muito, mas o frio na minha barriga só aumentava o medo de uma nova rejeição só aumentava. Aquilo era uma situação totalmente nova para mim e não sabia como lidar com tanto nervosismo.
- Se acalme assim você vai ter um ataque cardíaco. – Quill falou tentando me acalmar.
- Isso não é tão simples assim. Não dá para simplesmente bater na sua porta e dizer: “Oi Jacob, por favor, não me mate eu vim pedir desculpas e dizer que gosto de você.” – soltei em tom irônico.
- E vai ser exatamente isso o que você vai fazer agora. – Embry falou enquanto parávamos próximo à casa.
Parei o jipe enquanto avistava melhor a casa, resolvi abrir a porta dele em minha mente para prever o que poderia acontecer fazendo com que levasse um choque pela intensidade dos sentimentos.
- você está bem? – Quill perguntou apertando meu braço.
- E-eu estou bem... – sussurrei sem abrir os olhos apoiando minha cabeça no encosto do banco. – Digamos que ele pensa muito alto. – soltei enquanto esfregava a testa tentando amenizar a dor de cabeça.
- Você pode entrar na mente dele? – Embry falou surpreso se remexendo no banco traseiro.
- É algo inevitável... nós estamos meio que conectados... – disse fechando novamente a porta invisível.
- Como ele está? – Quill perguntou.
- Na verdade eu não sei, seus sentimentos estão muito confusos e gritando ao mesmo tempo. Não consegui separar todos eles, então fechei novamente a barreira mental que criei.
- Então vai logo lá e acaba com a confusão deles. – Embry soltou fazendo piada da situação.
Sorri brevemente enquanto criava coragem para seguir em frente. Desci do jipe olhando rapidamente para os lobos buscando incentivo e fui caminhando devagar em direção da casa de madeira avermelhada. Não sabia como começaria ou o que falaria, mas era um caminho sem volta.
Mofar não era mais uma palavra que me definiria eu estava definhando, apodrecendo isso sim! Sentado na minha cama eu só pensava em formas melhores de morrer, por que era isso que aconteceria comigo.
Sam tinha razão não havia maneira de evitar um imprinting, fazia uma semana que me torturava em continuar afastado dela, mas como poderia inverter essa situação se simplesmente tinha acabado com ela durante o casamento de Seth?
Sabia que tinha toda razão em tratá-la daquela maneira, mas falar tudo aquilo não melhorou em nada na realidade ver chorando apenas piorou ainda mais a situação.
De repente senti seu cheiro invadir meus pulmões, não podia ser verdade! Era um sonho, não melhor, uma alucinação! Ela não poderia estar parada aqui na porta!
Parei em frente da porta sem saber o que me aguardaria atrás dela, agucei mais meus sentidos e pude sentir seu coração acelerado. Ele já sabia que estava aqui, era agora ou nunca!
Bati na porta sentindo meu coração palpitar ainda mais. Deus! Estava parecendo uma adolescente. Podia sentir seu coração acelerado próximo, mas mesmo assim não atendeu a batida.
- Jacob? – falei baixo tentando manter a voz firme enquanto batia novamente.
Estava parado no meio da sala sem saber o que fazer era realmente e não uma alucinação. O que deveria fazer? Seria muito bom ter o poder do leitor de mentes aqui no momento para me ajudar! Precisava ser firme, se ela visse como estava realmente provavelmente zoaria novamente com minha cara!
Depois da terceira tentativa ouvi a maçaneta se mover, Jacob abriu a porta brevemente seu rosto era uma máscara dura e sem emoção deixando a situação ainda mais difícil.
- O que você quer? – perguntei tentando ser o mais sério o possível.
- É e-eu vim ver como está. – falei incerta de como começar. – Embry e Quill falaram comigo que você não estava muito bem e eu resolvi vir...
Aqueles traidores! Eles não tinham o direito de ir até a casa dos Cullens e falar o que bem entendiam sobre mim! Eles iriam pagar e muito caro!
- Bom agora que você já viu que estou bem pode voltar. – ele falou frio e quase raivoso.
- Na verdade eu... eu... queria conversar com você. – falou aparentemente nervosa com algo sua pulsação gritava em meus ouvidos além do rosto corado e as mãos levemente suadas.
- Pode falar, estou ouvindo. – soltou parecendo inquieto.
- É que eu... bem... eu queria... eu... – tentei falar, mas as palavras não saiam me deixando ainda mais nervosa enquanto Jacob me olhava inquieto.
- Será que você pode entrar? – ela disse nervosa.
- O que?
- Isso mesmo. Volta... volta e fecha a porta. – falei enquanto o empurrava casa adentro deixando a porta fechada entre nós.
- o que é isso? Eu não tenho tempo pra suas idiotices! – gritei através da porta fechada, essa mulher era louca mesmo!
- Cala a boa Jacob! – soltei nervosa. – Oh Deus por que tem que ser assim tão difícil? – falei andando de um lado para o outro.
- Como assim calar a boca? Você está louca? – disse começando a ficar nervoso com a situação.
- Você não entende! Eu fui preparada para tudo durante todos esses anos, mas não para isso! Nunca para isso! É algo totalmente novo, inusitado pra mim! – as palavras saiam sozinhas da minha boca. – Estava tudo certo como deveria ser antes de você aparecer, mas aí você veio e urgh!
Não estava entendendo onde ela queria chegar dizia tudo muito rápido, podia senti-la andando de um lado para o outro na varanda.
- E isso dói aqui dentro consumindo cada pedaço do meu corpo, consumindo minha energia! Eu simplesmente não entendo como deveria funcionar! – disse nervosa enquanto jogava a jaqueta no chão da varanda. – Me mata o fato de não conseguir controlar... de... de não ter o controle da situação.
- não estou entendendo nada. – confessei batendo minhas mãos na porta fechada entre nós.
- O que estou tentando dizer Jacob é que... é que... – senti meu peito ficar apertado quase sem ar. – Eu não posso... simplesmente não consigo mais ficar longe de você.
Congelei no lugar, o que ela acabara de dizer? Não era possível!
- Não sei mais e na verdade não quero estar em outro lugar que não seja ao seu lado Jacob! Você mudou algo em mim... era como se antes estivesse faltando uma peça em mim... e agora eu estou completa com você... – agora eu sussurrava encostada na porta tentando conter as lágrimas que teimavam em esquentar meu rosto.
- Mesmo que pra você isso tenha mudado eu precisava dizer... dizer que sinto muito por ter percebido isso agora e não antes. Estava com medo e tentei lutar contra esse sentimento o máximo que pude.
A cada palavra que saia da sua boca o meu sorriso e a vontade de acabar com o espaço entre nós só aumentavam, parecia que finalmente as coisas se acertariam.
- J-jacob eu... eu amo você. – as palavras saíram praticamente inaudíveis enquanto encostava minha cabeça na porta.
Por mais que tenha sido apenas um sussurro para mim parecia que ela estava gritando aos quatro ventos que me amava! Resolvi por um fim naquela tortura abrindo a porta e fechando o pouco espaço que restava entre nós.
Me surpreendi quando Jacob me puxou pela cintura enquanto selava nossos lábios cheio de saudades, pela primeira vez sentia em um beijo o verdadeiro amor e não apenas desejo carnal.
- Finalmente! – ouvi Quill gritar longe fazendo com que eu interrompesse nosso beijo para rir enquanto ele e Embry gritavam e assoviavam.
- Deixe-os pra lá Jake. Vem cá! – falei com nossos lábios juntos aos seus colando ainda mais nossos corpos pulando em seu colo causando alvoroço entre seus amigos.
- Vão procurar um quarto! – Embry gritou rindo enquanto Jacob me beijava sem pudor.
- Calem a boca! – gritei para Embry e Quill enquanto carregava para dentro da casa. A única coisa que me importava agora era tentar compensar o tempo perdido cada beijo, cada carinho, cada palavra não dita.
Nunca havia pensado como era bom viver um amor, era a melhor sensação que já havia sentido por que será que quis lutar por tanto tempo contra aquilo?
Quando percebi nós já estávamos em seu quarto. Jake me colocou delicadamente em sua cama parando para me olhar quase que como em adoração.
- O que foi? – ela perguntou enquanto a admirava.
- Estou tentando ter certeza de que isso não é apenas a minha imaginação, que amanhã eu vou acordar e você não vai estar aqui. – disse com sinceridade nos olhos.
- Não vou a lugar algum Jake. – ela sussurrou sorrindo. – Eu te escolhi como meu companheiro, sou sua agora e para sempre.
- Minha? – perguntei fazendo graça.
- Sua Jacob, somente sua. – intercalava cada palavra com beijos em seu rosto. – Me faça sua Jacob. – pedi olhando o castanho quente de seus olhos.
- Somente minha... eternamente. – sussurrei antes de dar fim a nossa tortura.



Capitulo 23 – Diferente

Eram 7h da manhã e a luz entrava pela janela batendo em suas costas nuas. Fazia algum tempo que olhava dormir ao meu lado não conseguia acreditar que isso estava realmente acontecendo, ela ali totalmente entregue a mim. Tentava gravar mentalmente cada pedacinho de seu corpo mal coberto pelo lençol. Sua respiração era leve, tranqüila não se comparava em nada com o jeito que chegou aqui na tarde anterior.
Levantei devagar para não acordá-la procurando minha cueca no meio das roupas espalhadas no chão do quarto, sorri ainda mais ao lembrar a noite que havíamos passado isso ia muito além do que já havia imaginado!
Fui até a cozinha preparar algo para comer, confesso que ela tinha consumido mais energia minha do que qualquer outra com quem já estive em toda a minha vida e isso se mostrava ainda mais com o barulho que meu estomago fazia, aposto que quando ela acordasse estaria no mesmo estado então precisava preparar algo e rápido antes que isso acontecesse.
Comecei a fazer os ovos mexidos tentando assimilar melhor o que havia acontecido ontem, ela parecia alguém completamente diferente acho que posso afirmar que era a primeira vez que era ela mesma em todo esse tempo que a conheço, totalmente leve sem preocupações ou máscaras.
Terminei de preparar tudo, mas ainda faltava algo para deixar tudo perfeito. Sai pela porta dos fundos e andei um pouco na mata até encontrar, não era especialista em flores, mas aquela iria servir.
Voltei rapidamente colocando a flor amarela junto na badeja e fui em direção ao quarto silenciosamente. ainda estava na mesma posição dormindo pesadamente, poderia ficar a eternidade apenas olhando-a dormir, mas o estomago me lembrou do que realmente precisava.
Coloquei a bandeja no pé da cama e me deitei ao seu lado passando devagar a flor em suas costas nuas, mal se mexeu e não me contive puxando seu cabelo de maneira que poderia chegar a sua orelha mais facilmente.

- Está na hora de acordar dorminhoca. – ouvi Jacob sussurrar em meu ouvido depositando um beijo em seguida fazendo com que meu corpo se arrepiasse instintivamente.
- Só mais cinco minutinhos. – resmungou se aconchegando um pouco mais no travesseiro.
- O café vai esfriar meu amor. – Jacob sussurrou enquanto beijava e roçava o nariz nas minhas costas.
- Isso é jogo sujo! – reclamei me virando na cama o vendo rir ao meu lado.
- Você é linda quando está emburrada! – zombei dela enquanto tirava uma mecha teimosa de cabelo que caia em seu rosto.
- Bom dia pra você também seu bobo. – sorri me sentindo leve, olhei a nossa volta vendo uma bandeja enorme cheia de comida. – O que é tudo isso?
- Isso se chama café da manhã, caso você não conheça! – falei rindo enquanto pegava uma maçã na bandeja.
- Eu sei o que é um café da manhã Jake! O que estou querendo dizer é que tem muita comida. – ela soltou enquanto se enrolava melhor no lençol e sentando ao meu lado.
- Imaginei que estaria com fome depois de tanto esforço físico. – Jake riu novamente me deixando um pouco sem graça.
- Nunca tinha visto você tão feliz assim antes... – falei tentando alcançar as uvas na bandeja.
- E eu tenho motivos, muitos motivos! – soltei jogando-a novamente na cama fazendo cócegas em sua barriga me deliciando com suas gargalhadas. – E todos tem haver com você Elizabeth Cullen! - parei com as cócegas e fiquei observando seu rosto delicado sem saber o que era melhor nele.
- O que foi? – perguntei enquanto ele me observava.
- Nada apenas estou vendo como sou sortudo em ter alguém como você, simplesmente perfeita! Seus lábios rosados, nariz fino e por fim seus olhos incrivelmente azuis tão profundos quanto o oceano. – Jake falou cravando seus olhos nos meus, não sabia como tinha resistido todo esse tempo a ele.
- Eu te amo. – disse afagando seu cabelo. – Me desculpe por ter feito você sofrer tanto. – sussurrei. Nunca me perdoaria por ter o machucado tanto.
- Esqueça isso o importante é que você está aqui agora e eu nunca vou cansar de ouvir que me ama.
- Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! – sussurrava enquanto o beijava.
- Acho melhor deixarmos o café da manhã pra mais tarde... – falei me rendendo aos seus encantos ignorando a fome e voltando para debaixo do lençol.
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Essa já era a minha terceira tentativa de ir tomar um banho, mas Jacob insistentemente me prendia a cama. O sol já estava indo embora e nós nem havíamos saído do quarto ainda, tenho que confessar que ele tinha um apetite e tanto!
- Jake eu realmente preciso tomar um banho! – falou acho que pela décima vez enquanto eu a jogava novamente na cama fazendo-a rir.
- Eu gosto de você assim! Totalmente impreguinada com meu cheiro! - falei cheirando seu pescoço.
- Jacob sério eu estou suada! Não reparou que já está anoitecendo e nem saímos da cama? Fazem mais vinte e quatro horas que estamos aqui! – disse tentando novamente levantar da cama.
- Ok então eu vou junto! – soltei pulando pra fora da cama.
- Não mesmo! – falei rindo. – Se você for junto aí que não vamos tomar banho mesmo! Eu vou e você vai no jipe pegar minhas coisas que ficaram lá! – continuei enquanto corria enrolada no lençol em direção do banheiro fechando a porta logo em seguida.
- Isso vai ter volta Elizabeth! – disse tentando pega-la no meio do caminho, mas ela foi mais rápida me deixando do lado de fora. Desisti e fui colocar uma bermuda para pegar as coisas dela no jipe.
Aproveitei para relaxar um pouco no banho, liguei o chuveiro deixando a água escorrer por meu rosto por mais que quisesse continuar como cheiro dele precisava realmente de um banho.
Tudo aquilo parecia um sonho para mim, nada se comparava aquilo! Durante todos esses anos nunca vivi o que passei nessas ultimas vinte e quatro horas, era como se Jacob fosse moldado a mim me sentia em êxtase como se tivesse existido até agora apenas para esperar o momento de conhecê-lo e viver esse amor ao seu lado!
Algo havia mudado em mim, podia sentir isso em minhas veias no momento que realmente escolhi Jacob como meu parceiro, meu medo era apenas que isso acabasse.
Depois de um tempo sai do banheiro enrolada na toalha procurando alguma roupa para vestir, achei uma camiseta do Jake e resolvi ir ver por que ele estava demorando.
O cheiro de comida vindo da cozinha me fez perceber o tamanho da minha fome, quando cheguei lá não consegui fazer mais nada fiquei apenas admirando Jake de bermuda e avental preparando uma macarronada.
Senti a presença de na cozinha enquanto preparava o nosso jantar, fechei os olhos para aproveitar melhor o cheiro da sua pele doce e apimentada misturado à baunilha do sabonete.
- Pensei que fosse demorar mais no banho. – ele soltou ainda virado para o fogão mexendo o molho.
- A fome não me deixou. – ela disse enquanto eu virava para olhá-la melhor.
O que eu vi foi a visão do paraíso estava com uma camiseta velha minha e os cabelos molhados, nunca havia a visto assim tão simples e maravilhosa ao mesmo tempo!
- O que foi? – perguntei sem entender a expressão de Jacob.
- E-eu... nossa! Você está simplesmente deslumbrante assim sabia! – confessei totalmente enfeitiçado por sua beleza, até parecia que estava tendo o imprinting novamente.
- Obrigada, mas não deixe o molho queimar por mim isso seria horrível. – sussurrei me aproximando mais dele sem resistir ao cheiro dele misturado aos temperos da comida.
- Evolui muito depois daquela vez, não vou deixar nada queimar vai ver. – ele disse ainda com o mesmo olhar de adoração de antes.
- Você às vezes olha pra mim de um jeito tão estranho. – falou me fazendo despertar do transe que estava.
¬- Eu olho para você como merece. – Jake sussurrou próximo a mim me deixando inebriada com seu cheiro acelerando meu coração.
- E o que mereço? – sussurrei sem ter forças para nada, além disso.
- Todo meu amor. – disse enquanto passava meus braços por sua cintura vendo que suas pernas fraquejavam evidenciando seu estado além dos olhos desfocados e o coração acelerado, totalmente deslumbrada.
Senti minha cabeça girar com a aproximação de Jacob era como se fosse desmaiar, mas de um jeito bom! Talvez fosse isso que o amor fazia realmente com as pessoas deixando-as totalmente incapacitadas de qualquer outra coisa além de servir seu objeto de amor.
Beijei-a sem pudor algum deslizando minhas mãos por seu corpo sentido ela amolecer a cada toque meu! Cada minuto que se passava parecia que estávamos vivendo a primeira entrega novamente, algo que não conseguia entender ou explicar, mas isso não me importava agora queria apenas saciar minha vontade de tê-la em meus braços.
Depois de algum tempo Jacob me soltou sentindo o cheiro de molho queimado e com certa relutância resolvemos matar primeiro nossa fome fisiológica para depois saciarmos a fome por nós mesmo.
Era estranho como depois de ter batido em sua porta sentia que estava diferente tanto por dentro como por fora, não sabia explicar o que era exatamente, mas não era a mesma Elizabeth Cullen.
Durante todo o resto da noite ficamos conversando, claro que uma boa parte dessa conversa era mais precisamente dizendo que meu lugar não era na cozinha por meu macarrão ter estragado novamente.
Estar ao lado de me fez perder totalmente a noção do tempo e espaço, passamos horas a fio conversando e quando percebi já estava amanhecendo novamente.
- Você tem alguma noção de que horas são? – perguntei vendo a claridade entrar novamente pela janela.
- Hora de te beijar? – perguntei fazendo piada enquanto acariciava seu rosto.
- Não seu bobo! Já está amanhecendo e nós ficamos até agora conversando. – falei olhando em direção da janela.
- E... – disse roçando meu nariz em seu pescoço.
- Nós não podemos ficar aqui no quarto o resto de nossas vidas, por mais que isso seja bom. – confessei me aconchegando em seu peito.
- Isso é verdade, e eu deveria trabalhar hoje. – Jake reclamou passando as mãos em minhas costas.
- Você trabalha? – perguntou levantando para me olhar.
- Claro que trabalho, meu amor. Só os Cullens tem dinheiro suficiente para não precisar trabalhar. – ele riu como se tivesse perguntado algo absurdo.
- Mas você não sai de lá, por isso eu pensei...
- Eu sou mecânico, trabalho aqui na garagem de casa e Seth também me ajuda. – expliquei vendo seu olhar confuso. – Mas confesso desde que você apareceu os negócios não vão tão bem assim. Você virou minha vida de cabeça para baixo!
- Vou concertar isso, prometo. – falei dando um beijo em seu rosto e virando para levantar. – Começando agora!
- Ei! Onde você pensa que vai? – perguntei a puxando novamente para cama.
- Vou ajudar você a arrumar sua vida começando por sua garagem abarrotada de trabalho atrasado.
- Não quero você na minha garagem, quero você na minha cama isso sim! – disse me puxando novamente para a cama deitando-se sobre mim.
- Jake! Você não pode passar fome por minha causa.
- Não estou morrendo de fome, engraçadinha! Pelo menos não dessa fome. – brinquei apertando sua cintura.
- Bobo! – falei acariciando seu rosto. – Eu causei mais mal a você do que imaginei e mesmo assim agora você está aqui comigo em sua cama dizendo que me quer, não mereço isso. Para ser sincera nunca pensei que você fosse me aceitar ou perdoar assim tão facilmente.
- Na verdade não estava me agüentado de saudades! – confessei aconchegando-a melhor em meu peito. – Estava arrependido de ter dito todas aquelas coisas para você no dia do casamento, tinha colocado na minha cabeça que iria te esquecer, que a afastaria definitivamente da minha vida...
- Senti sua raiva pulsando em minha mente naquele dia, nunca seu sentimento tinha sido tão forte assim me deixando pior ainda. – falei o abraçado ainda mais.
- Eu sinto muito. Estava com muita raiva, mas não só por você. Estava com raiva da minha fraqueza em continuar amando você, com raiva por você me ignorar, raiva pelo que você havia feito na noite anterior, raiva por ser algo fora do meu controle, raiva pelo simples fato de você ter aparecido na minha vida! – vomitei tudo sem olhá-la com vergonha do que estava confessando. – Mas quando vi você com aquele vestido simplesmente fantástica tudo sumiu, fui incapaz de manter toda aquela raiva em mim! Você estava tão maravilhosa e ao mesmo tempo tão triste que minha vontade era apenas em esquecer tudo o que havia acontecido e ir atrás de você, mas aquilo seria mostrar ainda mais minha fraqueza e provavelmente você me enxotaria dali como fazia sempre, então preferi manter a pose de durão.
- Você fez uma bela atuação mesmo! – soltei me levantando um pouco para ver seu rosto.
- Mais ou menos. – Jake disse ainda sério. – Ficou ainda mais difícil quando fez a surpresa para Seth e Nessie pude sentir sua dor em mim e estava disposto a por um ponto final naquilo, porém quando vi você dançando com Nahuel totalmente entrosados meu ciúme foi ao limite fazendo meu coração endurecer novamente. – ouvir dizer essas coisas me fez ver o quanto tinha sido idiota por ter perdido tanto tempo para estar ao seu lado.
- Depois de um tempo quando quis ir embora Embry e Quill me disseram que Leah precisava conversar comigo na biblioteca então fui até lá esperando que ela aparecesse, mas ao invés disso foi você que entrou por aquela porta! Pensei que você tinha armado para mim e a raiva voltou com tudo falando todas aquelas coisas sem me importar como elas te afetariam! Queria apenas colocar para fora tudo aquilo que estava entalado na garganta, mas depois quando sai da sala e ouvi você chorando esqueci-me de tudo e voltei correndo, porém era tarde você já tinha pulado a janela. Só consegui ver seu vestido balançando ao longe enquanto corria! – contei me sentindo péssimo por não ter tido coragem de correr atrás dela naquele dia.
- Quis morrer quando me disse todas aquelas coisas... – sussurrei sabendo que se aumentasse o tom da voz ele perceberia o quanto me doía lembrar daquilo. – A cada palavra sua era como se fossem facas entrando em meu peito, não conseguia respirar naquela sala quis apenas fugir o quanto minhas pernas agüentavam para não cair no chão na sua frente. Corri o quanto agüentei e fiquei lá no meio da floresta chorando sem ter coragem para voltar e encarar a minha nova realidade, isso era algo que merecia, sabia disso, mas doía demais! – confessei sentindo uma lágrima teimosa escorrer até Jacob.
- Você está chorando? Não ! Não quero que fique assim! Isso é passado, nós estamos aqui juntos! Não precisa ficar remoendo essas coisas. – falei puxando seu queixo para cima afim que ela me olhasse nos olhos.
- Não estou chorando Jake... – tentei me esquivar.
- Vamos mudar de assunto ok! Já falamos demais sobre o passado, agora eu quero falar sobre o presente! – achei melhor brincar para melhorar a atmosfera tensa que estava sobre nós.
- Humm... o presente está bom para mim. – sorri dando um beijo estalado em sua bochecha.
- Vem que eu quero te mostrar minha oficina. – Jake falou levantando e me puxando com ele.
Coloquei um short e o segui para o lado de fora. A garagem ficava no lado direito da casa um pouco mais próxima da floresta e tenho que admitir era até ajeitadinha apesar de todas aquelas ferramentas espalhadas e a poeira.
- Você está um pouco atrasado com o trabalho, não é? – brincou um pouco apontando para as motos paradas na oficina.
- Mais ou menos, mas eu dou conta do serviço. – disse batendo no peito.
- OK senhor mecânico, pode começar então a se organizar que eu preciso fazer uma ligação. – disse voltando para a casa.
- Ligação? – perguntei sem entender.
- Eu saí para acampar Jake e prometi a Esme que avisaria quando estivesse tudo bem.
- Você ainda quer acampar? A gente pode ir para algum lugar. – sugeri pensando no que fazer.
- Não Jake, estou bem aqui. – falei lhe dando um selinho. – Já volto.
Entrei pegando meu celular na mochila que estava no sofá da sala digitei o número conhecido, tocou apenas uma vez e pude ouvir a voz aguda de Alice do outro lado da linha.
- Alô? – disse deitando no sofá.
- Como você desaparece assim sem me avisar? Você não me ama mais? Nem tive tempo para separar algumas roupas para você! – Alice praticamente gritava no telefone.
- Calma Alice! – disse rindo. – Estou bem e eu avisei a Esme que sairia por alguns dias. Disse para ela que quando estivesse bem ligaria avisando.
- Onde você está? – ela perguntou meio emburrada.
- Eu estou na casa do Jacob desde o sábado. – confessei um pouco envergonhada ouvindo-a gritar do outro lado da linha.
- QUERO SABER TUDO! Vocês se acertaram? O que disse a ele? O que ele te disse? Por que não ligou antes? Você não disse que ia acampar? Você definitivamente deveria ter me dito que ia até aí, pelo menos teria separado algumas lingeries! – ela falava sem parar, podia imaginá-la andando de um lado para o outro totalmente histérica. Ouvi uma leve discussão e alguém tomando o telefone de suas mãos me fazendo rir ainda mais.
- Você está com o cachorro fedorento? Finalmente fez alguma coisa certa . – Rose falou enquanto ouvia os gritos de Alice ao fundo.
Não estava conseguindo me concentrar na garagem então resolvi ir atrás dela para fazer algo depois que desligasse o telefone, não conseguiria trabalhar com ela por perto.
- É verdade Rose e estamos bem ok! Liguei apenas para avisar como tinha combinado com Esme antes. – disse vendo Jacob parado na porta me observando.
Vê-la ali deitada no sofá falando ao telefone e sorrindo para mim me fez perceber que era um homem feliz, ela estava ali por mim e para mim e somente isso bastaria pelo resto da minha vida.
- Não pense em desligar antes de me contar o que aconteceu nos mínimos detalhes Elizabeth!
– Alice disse roubando novamente o telefone de Rosalie.
- Parem com isso! Dê-me esse telefone Alice! – ouvi Edward dizer no outro lado da linha. – Está realmente tudo bem ? – ele perguntou calmo.
- Está tudo bem Edward pode acreditar. Vou passar mais alguns dias aqui e depois volto para casa, certo? Avisa nossa mãe para mim. – falei vendo Jake se aproximar com um sorriso enorme no rosto.
- Fique tranqüila que avisarei! Pode ficar e aproveitar o tempo que quiser só não se esqueça de nós! – ele pediu desligando o telefone em seguida.
- Pensei que fosse trabalhar hoje. – disse colocando o telefone no chão.
- Não consigo me concentrar. – confessei beijando sua testa. – Talvez pudéssemos fazer outra coisa.
- Humm... o que? – perguntei sem conseguir raciocinar totalmente inebriada com seu cheiro.
- Que tal fazer outra coisa além de me ver trabalhar naquela garagem? – perguntei segurando o riso a vendo desnorteada.
- C-claro! O que tem em mente? – perguntei sentando e tentando me concentrar.
- Quer conhecer a reserva? Podemos ir para a praia, acampar de verdade, sei lá. – ofereci apesar de estar mais tentado a voltar para o quarto.
- Praia? – perguntei empolgada. – Adoraria ir até a praia! Faz anos que não curto um dia de praia! – falei levantando e pulando em seu colo.
- Certo a praia então! – confirmei rindo de sua espontaneidade.
- Vou me arrumar rapidinho! – disse pulando de seu colo e correndo para o quarto me arrumar.
Troquei de roupa rapidamente colocando um biquíni por baixo me sentindo leve, olhei no espelho do quarto dele e pela primeira vez reparei em minha aparência com calma e me assustei.
Apalpei meu rosto e meu corpo para ter certeza que era eu mesma e para meu espanto aquela era eu! Estava tão absurdamente diferente que tive que sentar em sua cama para não cair no chão totalmente sem reação.
Ouvi os batimentos de acelerarem bruscamente e seu espanto tomou conta de mim fazendo com que corresse em direção do quarto preocupado.
- O que foi? – Jake me perguntou entrando no quarto.
- Jake olhe para mim! – falei um tanto desesperada.
- Estou olhando. – a olhei sem entender.
- Não Jacob! Me olhe realmente, preste atenção em mim! – ela gritou levantando-se visivelmente nervosa.
Fiz o que mandou e olhei atentamente para e percebi o que ela estava tentando dizer. Ainda era ela, mas algo estava diferente antes parecia muito mais uma humana, claro que muito mais bonita que uma humana normal, porém ainda humana. Agora ela parecia muito mais vampira do que antes, a pele estava mais clara e seus traços estavam mais perfeitos se isso poderia ser possível!

- Isso é realmente possível? – ele me perguntou abismado.
- E-eu não sei! Isso nunca aconteceu antes mudei apenas uma vez quando fui mordida na primeira vez, mas depois disso nunca mais aconteceu! – falei me sentando novamente.
- Fique calma isso deve ter uma resposta plausível! Vamos agora até o Carlisle e ele vai saber o que fazer. – sugeri tentando achar uma solução.
- Não! Eu estou me sentindo bem, vamos esperar e se acontecer mais alguma coisa nós vamos até ele. – disse tentando me acalmar.
- Tudo bem, mas se acontecer mais alguma coisa vamos falar com ele, certo? – falei fazendo-a concordar comigo. – Agora vem, vamos para praia.
- Ok. – concordei incerta do que deveria fazer.

86 comentários:

  1. OI flor, nem sei o que dizer...... Ta demais!
    O que aconteceu? O que fizeram com o meu lobinho solitario?
    Já estou morrendo aqui.
    POsta logo.

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  2. Gente, eu tenho que falar, como beta dessa fic DIVA, eu já li bastante (não, não vou contar o que aconteceu com o Lobinho solitário), e digo que vocês podem apostar nessa fic!

    É isso ai pessoal,leiam porque a cada capitulo ela vai ficar melhor!!!!!

    Gaby minha flor você tem o dom de escrever, você consegue pender o leitor em cada linha da história!

    PARABÉNS! E Bem Vinda ao Blog!

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  3. amei muito bom fiquei curiosa o que acontece com Jacob?????????
    posta mais logo por favor

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  4. Ceussssssss o que acobteceu com meu lobão? Billy, morreu? Todo mundo ta feliz menos Jake...Quando vou aparecer para alegrar a vida dele? Bjus!

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  5. CARACA! Que é isso, que é isso, que é isso? O que está acontecendo com o meu Jake! Aaaaaaaaaaahhh! eu vou matar alguém se o Jake não ficar bom logo! Aaaaaaaaaahhh1 amei o cap!
    Kisses da Baby

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  6. Uhhhhhh!!! 10 anos e meu lobo ainda ta sozinho??? Quando ele vai me conhecerrrrrr??? To louca pra ler o resto amore. bj

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  7. Tô sem palavras p/ descrever esses capítulos *.*

    10 anos se passaram e o Jake ainda tah sozinho =/ Tadinho...mas eu já estou chegando!

    Nossa mas o que eu trago de tão tenso assim p/ os sonhos dele e até msm o "ataque" terem sido daquele jeito??

    Tah muito PERFEITA essa fic!
    BjaO

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  8. NOSSA! SOU EU QUE ESTOU FAZENDO ISSO COM O MEU JAKE? Quero me bater!!!
    Foi hilário ver o Edward surtando pelo casamento da sua filhinha e do Seth! kkkk
    Kisses da Baby

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  9. Nuss. Isso tá muito tenso! Avisar o quê? A quem? Sobre o quê? Tanta pergunta e nenhuma resposta! E o Jake que fica sempre nesse sufoco! OMG! Vou chorar! kkkk
    Kisses da Baby

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  10. Meu deus!O que diabos eu sou? Nao sou vampira, mas corro mto rapido... O que diabos eu sou?
    Posta logo, preciso de explicações...

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  11. Agora é que eu nao to entendendo mais PORRA NENHUMA o.O
    Preciso de um capitulo explicando PRA ONTEM!
    Mega necessitada aki

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  12. Carlisle meu Pai... Que tenso! Tô louquinha para ver a explicação dessa cena toda... O que foi que aconteceu comigo? Pq parecia que estava me transformando? Qtos anos tenho? de quem eu fujo? Nossa são tantas questões... vou surtar aqui esperando o próximo capítulo.

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  13. como assim Carlisle meu pai??????? nossa to curiosa para sabe minha historia posta mais por favor !!!

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  14. Que virada mais louca!? O que será que vai acontecer... Estou curiosa para ver como isso irá desenrolar.

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  15. A cada capitulo eu surto mais ainda!
    Quando eu penso q vai vir uma explicação, me aparece mais coisa sem explicação AHHHHHHHHHHHHH
    vc ainda vai me matar cara...
    Posta logo por favor
    Essa fic é viciante dude!

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  16. AHHH quando eu penso que o mistério está se resolvendo....BAM! Outro mistério aparece!!!

    Quando o Jake finalmente me acha...eu tÔ quase morrendo, e quando eu pareço morta...eu acordo mais forte que todos e dou uma surra no Jake! Como se não bastasse o Carlisle é o meu pai!!

    Comoassim?!! E se eu estava morta a 150 anos atrás, como é que eu estou bem viva e nova ainda, e o mais tenso...meu coração bate, eu tenho os mesmos olhos azuis, e ao que parece eu me machuco!!! WHAT?!!!

    Isso tah bom demais!!!!
    Sua fic é viciante ^^

    BjaO

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  17. OMG, que capítulo mais tenso... A briga com Demetri me levou à loucura. O meu ponto de vista do encontro com Jake foi muito legal. Tô super curiosa e ansiosa aguardando o que está por vir.

    ResponderExcluir
  18. OMG, que capítulo mais tenso... A briga com Demetri me levou à loucura. O meu ponto de vista do encontro com Jake foi muito legal. Tô super curiosa e ansiosa aguardando o que está por vir.

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  19. Oh.My.Gosh!!
    Esse capítulo ficou tri-divino! Fiquei completamente sem ar aqui...então quer dizer que eu estava tentando esse tempo todo me comunicar com o Carlisle?! Tadinho do Jake, quase ficou louco com um negócio que nem deveria ter acontecido com ele...rsrsrs

    Nossa e o que foi aquela luta com o Demetri? TENSO! Mas agora ele tah morto e queimadinho u_u

    Eu quero mais!!!

    BjaO

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  20. bem feito pro demetri agora ele ta morto que tipo de criatura eu sou?
    o Dean que vc falou é o Dean Winchester?
    doida pelo proximo cap.
    bjs:Gabhy amando a fic

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  21. A minha história foi muito maneira!!
    Putz' não tive um dia de folga desde que eu nasci hein?!! Mãe morta tecnicamente por minha culpa, meu pai querendo me matar, meu irmão fugindo cmg e me protegendo, pega pelos Volturi...a única coisa boa foi o Carlisle ter me 'adotado'!

    Mas agora tah tudo certo, pq eu já encontrei os Cullen e eles já me tem como parte da familia XD
    E de quebra ganhei um lobo p/ mim ^^

    Comoassim eu não vou amolecer por causa dele?? EU VOU SIM!! huahauhauha

    Adorando muito :)
    BjaO

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  22. what the fuck? O.o O que eu quis dizer com isso? Como assim: "Quando chegar a hora vou querer saber por que voce não contou a eles" ?
    Essa eu dessa fic é mto doida cara...
    Posta logo bjos

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  23. WTH?!!Eu sou muito louca e desconfiada né?!! Tbm vivendo com os Volturi por tanto tempo tem que ficar assim msm!!!
    Já arremessei o Jake p/ tudo quanto é lugar e ainda eu ameaço ele?!!

    A visão do Jake com roupa de faxina deve ter sido cômica demais!! HAUHUAHUA
    O Edward é muito inconveniente msm né?!! HAUHUAHAU Fica rindo dos outros assim...u_u

    BjaO

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  24. ameiiii ameiii muito curiosa quero mais

    ResponderExcluir
  25. Amei!!!

    Nossa, eu tÔ msm muito puta com o Jake né?!! Mas por trás dessa irritação toda rola um sentimento que eu sei...XD

    Nossa..eu vou ganhar do Edward na corrida? Para eu ter ainda dado 2 seg de vantagem p/ ele é pq eu tÔ bem confiante '-'

    BjaO

    ResponderExcluir
  26. OMG eu amo essa fic ^^
    Esperandu o proximo cop.
    Bjsss

    ResponderExcluir
  27. Genteeee, o que foi isso? *leitora não tão nova se manifestando*
    Baixou o Bin Laden em mim!!!
    Eu queria destruir tudooo
    Tá certo que sou poderosa, *sorriso colgate* mas isso...
    AAAAAAHHHHHHHH
    E o que foi aquele beijo?
    Ameii
    Ansiosa por mais.
    Beijos, Camy.

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  28. Esse capítulo foi maravilhoso. A confusão de sentimentos... a provocação do Jasper... e finalmente o beijo com o Jacob. Depois desse turbilhão de sentimentos só esperando pelo próximo capítulo e pelo que vai acontecer entre a PP e o Jake para me tranquilizar.

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  29. PERFEITO, ESSA FIC É MARAVILHOSA.
    BJSSSS!!!!!!

    ResponderExcluir
  30. OMG OMG OMG OMG OMG OMG OMG OMG!!!!!!!

    MANO!! Esse capítulo foi o mais ÉPICO e PERFEITO de TODOOSSSS!!
    Tudo foi perfeito, o Jake me ajudando com os sentimentos, o Jasper me forçando até eu perder o controle...eu louca e alucinada matando todo mundo...
    GENTE! O que que houve cmg?? Pq eu fiquei igual a uma deusa vingadora? Perfeito demaiiiisssss!!
    O Jake foi o melhor...se declarando e me salvando, msm eu tendo quase matado ele, ele ainda assim conseguiu me acalmar e ainda com um beijo ;*

    ÉPICAMENTE PERFEITO!!!!Eu quero o resto logooo!!!

    BjaO

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  31. OMG!OMG!OMG!OMG!OMG!OMG!OMG!OMG!OMG!OMG!OMG!OMG!OMG!OMG!OMG!OMG!OMG!OMG!OMG!OMG!OMG!OMG!OMG!OMG!OMG!
    *MOMENTO WHAT THE FUCK*
    O que foi isso meu deus! *O*
    eu sou poderosa demais cara kkkkkkkkkkk
    Jasper fez a maior merda... Eu quase matei o meu caramelinho T-T
    Ao menos o primeiro bjo aconteceu *-------------------* gente do ceu... a cena que eu imaginei aki foi taooooo... UI!
    jacob em carne viva,costela quebrada,dor alucinante, NUZINHO COMO VEIO AO MUNDO, e me beijando? Puts! Seria grotesco demais achar isso sexy? :P
    O capitulo foi MTO perfeito! O melhor de todos até agora! Voce se supera a cada capitulo cara... Vc é demais!
    Continua a postar pelo amor de deus!

    ResponderExcluir
  32. Que porra de ideia de ir embora foi essa? Eu sou lesada ou oq? ARGH!
    Ainda bem q o caramelinho me impediu, temporariamente ao menos...
    Como eu nao lembro do bjo dele? AHHHHHHHHHHH IMPOSSIVEL! Nessa puxada dele, eu jurava q ele ia me beijar kkkkk mas nao, ele vai la e me abraça u.u Jacob ta lento né kkkkk

    Finalmente to começando a perceber a maravilha q eu tenho ao meu lado... Ainda bem, ja nao era sem tempo!

    Louca por mais posts!
    Bjinhos

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  33. Que capítulo lindo... O Jake tá mto maduro nesta fic, ele esta indo devagar, no ritmo da PP, fazendo que a PP sinta e reconheça o amor que sente por ele. Please, posta rápido, tô louca para ver esses dois se acertarem.

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  34. Ai que linds esse capítulo *.*
    Eu achei que o Jake não ia conseguir me achar a tempo ó.ò
    Mas ele achou \O/

    Que fofo, eu tô me aproximando dele aos poucos mais tô ;)

    Lindo demais

    BjaO

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  35. Ai que loucura esse capítulo!!
    Eu e a Leah numa luta silenciosa...muito bom ;)
    Gente o Jake não tem medo da morte não né?!! Como é que ele ousa rir assim na minha cara e com a raiva que eu estava ò.ó HAUHAUHAU'
    Eu fui meio tapada agora p/ só ter percebido agora que eu estou apaixonada por ele :|

    Ahhhh Perfeitoooo

    BjaO

    ResponderExcluir
  36. Amandoooo!!!!
    Essa fic é maravilhosa, bjsssss!!!!

    ResponderExcluir
  37. Leah FDP!Pq tinha q aparecer justo agora? ARGH!
    O jake foi mto sem noção de ficar rindo enquanto eu tava puta ali kkkkkkkkkk nao tem noção do perigo!
    Tomara q eu nao fuja!
    Nao posso adiar o inevitavel : eu e o jake <3 hahahahahaha
    posta logo plis

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  38. Essa fic definitivamente me prende de uma forma... inacreditavel!
    esse final do cap foi tao lindinho...
    eu tenho q parar de ser cabeça dura e deixar rolar logo u.u
    Esse Nahuel aparecendo pra atrapalhar...
    ARGH!Infeliz!
    posta logo bjs

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  39. Ainda bem que o Jacob voltou.
    Por que sou tão cabeça dura? Está mais do que na hora de aceitar que estou perdidamente apaixonada por ele e deixar rolar.
    Amandoooo, bjsssss!!!!!

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  40. Ain que agonia, eu achei que o Jake realmente fosse embora e eu ia ficar sem ele T.T Ainda bem que ele voltou *-*

    Esse Nahuel maldito...sempre querendo estragar a vida dos outros ò.ó

    Ai eu sou muito cabeçuda...quase perdi o Jake por causa da minha covardia e teimosia u_u

    BjaO

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  41. Quase morri quando ele disse que ia embora!
    Ai não aguento mais essa insistencia em resistir ao JAKE GOSTOSO BLACK!
    E o o Nahuel, mais essa agora como se nun bastasse resistir ainda vem esse cachorro pra atrapalhar! Mas flor ta muiiiiito BOM! Ansiosa por mais, mais e mais! ;)

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  42. Estou adorando a fic. Até quando vou resistir ao meu lindo amor?

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  43. Até quando vou continuar a ser uma fraca e negar que amo o Jacob.
    Amandoooo, bjssss!!!!

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  44. Não aguento mais essa resistencia ao jake!
    E ainda vem essa de dormir com o Nahuel!
    Posta logo flor!

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  45. Amei! :)
    E toda essa prepotencia do Jake que vença o melhor jogador: Eu! Pirei nessa hora, incrivel amei! :)

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  46. Ameeeei!!
    O Seth deu ótimos conselhos ao Jake; agora sim a PP vai tomar um choque de realidade. Quem sabe o Jake agindo desse jeito ela deixe de ser tão estúpida e pára de negar o óbvio.
    Adorandooooo, bjssss!!!!

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  47. O Seth e a Leah estão super maduros nesta fic. Adorei o nível de conversa que tiveram com o Jake, mostrando que ele deveria se portar como um verdadeiro lider e lutar por aquilo que realmente quer, e se para isso precisar joga, ignorar e se aproximar do inimigo, que assim seja feito. É esse Jake (forte, determinado e lindo) que me facina.

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  48. UI!AGORA Q VAI FICAR BOM... mentira ja tava otimo tá kkkkkkkk
    Quero ver como isso vai se desenrolar...bjs e posta mais

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  49. Adorei como a Leah e o Seth deram uma sacolejada no Jake...Que negócio é esse de desistir assim tão fácil? Tudo bem que fácil é a ultima palavra p/ se usar né?! mas msm assim u_u
    Nossa, foi mara o jeito como ele nem deu atenção a minha existência...ou melhor, fingiu...eu sou muito idiota msm e mereço esse gelo u_u

    Agora a coisa vai esquentar mais, se é que é possível *O*
    BjaO ;)

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  50. nossa.... adorei o capitulo....
    e esse Julian.... quero só ver..
    a PP fala o nome do Jacob dormindo.. ela ta apaixonada e ela quase descobriu sobre o que aconteceu com o
    Jake e ela...

    Sou nova por aqui.. mas já li todos os capitulos.. você escreve mto bem...
    adorando a fic

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  51. Nem acredito q vc nao desistiu dessa fic *-----* to tao felizzzzzzzzzzz!
    essa fic é foda cara... nao pode ser interrompida!
    e essa biba hein? jesus! kkkkkk q amigo lokoooo
    posta logo mais plis

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  52. Concordo com a Raquel, essa fic não pode ser interrompida, ela é mais que demais!!!
    Adoreeeei o capítulo!!! E o Julian apareceu para abrilhantar ainda mais a fic.
    Bjsssss!!!! Não demore a postar não, please!!!

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  53. Oi que bom que vc voltou a postar estava com muita saldadaes e não pare de postar!
    Gente a PP acha que pode ficar longe do Jake,só sei que ela vai ter muito trabalho para segurar o Jake quando ele souber que ele dormiu com o Nahuel ele vai surtar tadinho.
    Minha nossa essa despedida de solteira da Nessie vai pegar fogo to sentindo que vai dar confusão e que o Jake delicia segure a barra e não se mostre fraco e deixe que a PP veja por si so o homem maravilhoso que ela esta querendo abrir mão e espero que a Leah de uma ajuda a ele.E a chegada desse amigo da PP logo de cara agarrando-a se bem que que tem que tomar cuidado são as mulheres,pois da fruta que elas gostam ele chupa até o caroço*aloca*Bjos e até a proxima*_*

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  54. Ahhhhh!! Eu achei que vc tinha desistido!! Que bom que voltou ;D

    Gente, e esse Julian? Bicha totalmente alucinada...ADOROOO!!
    Como é que eu consigo ficar sem ver o Jake e não sair correndo atrás dele na 1ª oportunidade? Haja auto-controle hein?!
    Nossa! Essa despedida vai pegar fogoo!!!! Vejo confusões e altas pegações no ar...espero que o Jake se controle e me torture muitooo, até eu querer cair de joelhos e implorando por ele..quero msm u.u

    AHH ISSO TAH MUITO BOMM!
    BjaO ;D

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  55. N-O-S-S-A! Menina que capitulo mais incrivel, eita ceninha da PP, e o Jkae nossa é tão ruim ver ele assim ;/!
    Posta logo flor quero saber no que vai dar essa historia"

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  56. Nossa!! Essa despedida de solteiro deu o que falar. Até streptease a PP fez.
    Coitado do Jake a PP o maltrata tanto, quando é que ela vai deixar de ser tão cabeça dura e parar de magoar o Jake e ela mesma?! Isso é masoquismo!!!
    Amandooooo, bjsss!!!

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  57. Ai sério?! O Jake tem razão...que coisa mais infantil e egoísta! Não me interessa que ela esteja bêbada...quando o Jake dá um gelo nela, ela fica toda cheia de saudade e quando ele tah perto ela fica fazendo ceninha? Ahh tenha dó!!
    Não me entenda mal flor, eu adoro a sua fic e tÔ adorando a estória...eu só fico nervosa é com essas garotas que não sabem o que querem e ficam magoando os outros ao redor e é assim que a PP tah parecendo p/ mim ultimamente u.u

    Tomara que o Jake realmente dê um basta com ela até que ela cresça de verdade e pare com esse orgulho idiota...vai ser difícil p/ os dois, mas quem vai sofrer mais vai ser ele se isso continuar assim =/

    PS: ADOREII O JULIAN!!

    BjaO

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  58. Gente a PP é bipolar, só pode! ela não se decide: uma hora quer o Jake, outra quer afastá-lo... Tadinho, não precisava ser humilhado daquele jeito!!!
    Mas a parte boa deste capítulo foi o amiguinho da PP Julian, gostei da personagem!

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  59. Não demore tanto para atualizar de novo, please.
    BJudds.

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  60. Ain, amandoooo!!!
    Finalmente a PP está caindo em si. Já não era sem tempo. Só espero que não seja tarde demais, pois Jake está decidido a tentar esquecê-la, também, ela fez por merecer. Se ele a ignorar, será bem feito!! Mas não precisa ignorar por muito tempo não, só o bastante para ela sentir o que ele passou durante esse tempo todo.
    Amandooooo, bjssss!!!!!

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  61. OMG!!! Quando esses dois vão se entender... tô ansiosa para os dois finalmente se acertarem e começarem um romance.
    Nem a PP, nem o Jacob merecem sofrer tanto!!
    Quero mais...posta logo!!

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  62. Esta maravilhoso, você me deixou com gosto de quero mais, me identifiquei totalmente. Estou ansiosa pelos próximos capítulos. Beijo beijo

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  63. Omg! Finalmente esses dois se entenderam. E foi PERFEITOOOO!!!!
    Aliás que sova a PP deu na Leah, sei que ela estava defendendo o Jake, mas ela pegou pesado, mereceu a lição.
    Amandooooooo e louca pelo próximo, bjsssss!!!!

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  64. OMFG! Morrendo em 3,2,1... X_X

    O que foi esse final meu deus! *-*
    O jeito mais estranho de se declarar hahahahaha com uma porta entre eles, que legal hahahahahha

    Finalmente eu deixei de ser cabeça dura!Por favor! Continua e logo

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  65. Nossa que capítulo lindo!!!
    Eu ameii!!
    Sua fic é mtoOooo boa!
    Posta mais looooogooo!!
    Bjooos

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  66. Nossa que capítulo lindo!!!
    Eu ameii!!
    Sua fic é mtoOooo boa!
    Posta mais looooogooo!!
    Bjooos

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  67. Adorei o cap. Finalmente eles se entenderam!!

    Beijo.

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  68. Surtando em 3,2,1...AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!
    O que foram esses capítulos? Eu tava meio atrasada, então eu li tudo a partir do dia do casamento e devo dizer...MEU DEUS!!! Gente! Eu chorei, ri, fiquei depressiva junto com a PP, fiquei com raiva do Jake por ser tão mau :C Ahh Pq a Leah tem que ser tão vadia tbm?? Já basta a PP ok?!! Ainda bem que o Embry e o Quill são bons amigos e tentaram ajudar!! E esse final? Ain, nem acredito que eles vão se acertar :3 Por favor, deixe eles curtirem um pouquinho esse amor antes de colocar alguma confusão na estória ok?! Thanks ;D

    FOI MARAAAA!!! POSTA MAIS!
    BjaO

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  69. S I M P L E S M E N T E A M E I !
    Esses dois capítulos foram uma explosão de emoções... senti arrependimento, saudades, raiva, mas acima de tudo, o amor...
    Ainda bem que a PP e o Jacob se acertaram... já tava na hora dos dois pararem de sofrer.
    Adorei a forma como a PP se declarou, toda confusa e separada do Jake por uma porta.
    O final foi muito fofo... aguardo o próximo capítulo ansiosamente, quero ver esses dois assumindo o romance para todos.

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  70. Amei a reconciliação deles, foi linda.
    Até o próximo.
    BJudds.

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  71. Aaah eu AMEI!!
    Muitoo Boom e eu chorei muito na parte da briga deles no casamento, e estou curiosa pra saber oq vai acontecer agora !! Então Continue... Por Favoor !!

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  72. OMG OMG OMG!!! Que capítulo linds *-*
    FINALMENTE eles estão bem!!! E eu devo dizer....QUE LOBO MAIS INSACIÁVEL!!! ADOROOO!!!
    A Alice sempre me faz rir com os xiliques dela ;D

    E para tudo!! A PP tah se transformando?? Comoassim?!! Será que é grave??? AI CÉUS!!

    EU QUERO MAIS!!!

    BjaO

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  73. Ain, é maravilhosso ver os dois assim tão bem. E como esses dois são insaciáveis, heim, um dia inteiro dentro do quarto e ainda acham pouco?! Também pelo tempo que ficaram afastados, só poderia dar nisso, né?! rsrsrsrs
    Alice, sempre Alice, isso não muda. rsrsrsrsrs
    Agora também fiquei assustada, a PP está se transformando? Isso sim é uma tremenda surpresa, só espero que essa surpresa não influêncie demais no relacionamento do nosso casal, eles demoraram tanto para se acertarem, seria uma tremenda sacanagem. rsrsrs
    Amandoooooo, bjsssss!!!!

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  74. OMG... Ter Jacob por dias trancado no quarto é um sonho maravilhoso do qual nem gostaria de acordar... Sou insaciável quando diz respeito a Jacob.
    Rachei de rir ao ver a histeria da Alice ela sempre é uma personagem light e divertida!
    Mas o final me deixou com a pulga atrás da orelha... Como assim a PP tá se transformando? Espero que essa mudança pare por aí porque se a PP se transformar em Vampira como que ela e o Jake vão ficar juntos? Nem gosto de imaginar essa possibilidade!!!

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  75. AHHHHH QUE TUDO ESSA FIC.AMO MUITOOO E ATÉ QUE ENFIM ESSES DOIS SE ACERTARAM,JÁ ESTAVA NA HORA.BJOSSSS

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  76. ate que enfim esse dois estao juntos..
    e ainda passaram o dia inteiro no quarto... que maravilha..kkk
    e essa mudança da PP?!?!
    curiosa para o proximo capitulo

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  77. Continua, que mudança foi essa?
    Continua, por favor!

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  78. Meu Deus! mais que fic perfeitaaa
    como vc consegue fazer uma fic tão linda assim??
    posta outro capítulo logoo meu Deus a PP ta mudando?? porque?? a PP e o Jake vão continuar juntos ???
    eu preciso de respostas!!!!!! ......

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  79. Bom Dia!!! Como faço para falar com o autor do blog?

    Beijos

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  80. vc tem q continuar cara eu to amando!!!!!!! No começo e meio eu peguei uma raiva da PP(Ela estava fazendo meu Jake sofrer), mas nesse finalzinho eu passei a gostar dela pq ela esta com o Jake! Ansiosa pra a proxima ATT, Parabéns

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  81. Amei sua história. Quero saber o que vai se passar. 😊😍💙💖💓☆☆☆

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  82. Adoooreii!!!! Quero mais, pena q parou de postar:/

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