23 de junho de 2011

Intercâmbio by Camy Caroline

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Intercambio










Prólogo

21 de Junho de 2011—Curitiba-Paraná-BR [Casa dos ]


-... ...... ... ACORDA!!!! –gritou Kyara.

-Ãhãã... dá um tempo Kyh, hoje é sábado. – respondeu a irmã olhando o relógio do celular e constatando que eram 8:30hs da manhã.

-Ok, se você não quer terminar de organizar os detalhes para a sua festa de despedida... – respondeu Kyara dando de ombros e indo para a sua cama.

Só 5 segundos pensou Kyara. E começou uma contagem regressiva.

5...

-Festa de despedida? –perguntou virando para o lado da irmã.

-Sim...

4...

-Despedida de quem? –perguntou um pouco mais desperta, porém ainda de olhos fechados.

3...

-Sua, domingo você vai para La Push, lembra?

2...

-Para que vou para La Push?

1...

-Fazer intercâmbio, você passou na prova há mais ou menos uns 6 meses. –respondeu Kyara segurando a gargalhada, ela estava se divertindo muito com o estado de sono e lento de sua irmã gêmea.

Zero

-AAAAAAAAAAAHHHHHHHHHH...


21 de Junho de 2011-- La Push -Washington-EUA [Casa dos Black]

-Jacob! Venha aqui garoto, precisamos conversar - chamou Billy chamou o filho da cozinha enquanto o mesmo adentrava a pequena sala.

Jacob virou-se irritado, que era seu estado natural nos últimos meses. Ele só queria correr, correr era a única coisa que o fazia esquecer a dor.

-Fala pai. –disse controlando-se, afinal não queria descontar sua raiva em seu pai.

-Jacob, quero que nos próximos meses você se controle, pois teremos visitas. –disse Billy olhando apreensivo para o filho.

-Que visitas? Rebecca? –perguntou Jacob com uma pontada de animação, havia tempos que não via a irmã e estava com saudades.

-Não filho, é uma garota. Ela estará fazendo intercâmbio aqui na reserva e nossa casa era a única disponível e com um quarto vago para hóspede.

-Não acredito que deixou isso acontecer. Uma desconhecida, aqui em casa? Ficou louco Billy? –Jacob falou por entre os dentes. Porém, não conseguia sentir tanta raiva assim, pelo contrário. Era como se a raiva se amainasse com esta notícia.

Billy manteve-se calmo e respondeu ao ataque de “raiva” do filho de forma diplomática.

-Sim Jacob. Uma estranha em nossa casa e quero que cuide dela. Os avós dela são Quileutes, velhos amigos meus.

-Era só o que me faltava, - respondeu Jacob dirigindo-se à porta. – agora serei babá. – E saiu correndo pela porta explodindo em sua forma de lobo.

Ele não estava realmente com raiva, só não queria segredos em sua própria casa. Mas isso não importava no momento, tudo o que importava eram aqueles lindos olhos castanho esverdeados que apareceram em seu sonho. Manter segredo pouco o importava, afinal a notícia da adolescente que moraria em sua casa o trazia uma estranha calma era como se algo bom fosse acontecer no meio deste monte de tragédias.


Capítulo 1

P.O.V
Estava parada no meio do salão de festas hiper decorado. Minha festa de despedida. Nunca imaginei que isso aconteceria. Nunca imaginei que sairia da minha cidade, do meu estado, do meu país e deixaria tudo o que amo para trás: Meu quarto, meus avós, minha irmã, meus amigos, sonhos, lembranças de minha irmã mais nova e minha mãe... Minha irmãzinha e minha mãe; duas pessoas que eu amava e que nunca mais iria ver.

Flashback on
6 meses atrás...
Era noite, Kyara e eu estávamos nos preparando para dormir quando ouvimos um grito desesperado. Era minha mãe! Corremos em direção à cozinha que era de onde vinha o grito.
Chegando lá vimos o início da destruição de nossas vidas. Nossa casa estava começando a pegar fogo e minha mãe tentava controlá-lo.
-, Kyara, peguem uma mochila e coloquem um par de roupas para cada uma e fujam, vou buscar sua irmã, vão, rápido, vão.
Corremos em direção à escada, socamos algumas roupas em nossas mochilas escolares e corremos para fora de casa. Ficamos a espera de nossa mãe e irmã no meio da rua enquanto ligávamos para os bombeiros. Mas mamãe e Thaylyne nunca vieram, nem os bombeiros. Vimos nossa casa ser consumida pelas chamas.

Flashback off.

Segurei as lágrimas que teimavam em querer sair e fui me arrumar para a festa, já estava quase na hora.

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A música rolava alta e os convidados dançavam freneticamente. Eu me divertia apesar da tristeza. Estava vestida com um look básico: vestido preto de corte reto, um anel com uma pedra preta e sapatos de um tom estranho de roxo pouco mais claro que o normal e brilhante.
Fazia alguns minutos que procurava Gustavo, meu namorado. Ele tinha dito que iria pegar uma bebida para nós e que logo voltaria, mas isso foi há meia hora trás.
-Flávia, você viu o Gustavo? – perguntei a uma amiga minha que passava.
-Não , não vi. Será que ele não está no banheiro?
-É, pode ser. –respondi começando a ficar preocupada. Onde será que ele estava?
-Viu, . Você viu a Thaíssa por aí? –perguntou Flávia quando eu tinha começado a me afastar.
-Ixxiii, flor. Não vi não.
-Ok. Se vir ela me avisa, está bem?
Assenti e fui em direção aos banheiros. Afinal, também estava um pouco apertada.
Andando em direção aos banheiros, ouço gemidos estranhos vindos de um canto escuro. Ando silenciosamente até lá para ver o que estava acontecendo. E vi o que achava impossível de acontecer.
Gustavo e Thaíssa se agarravam obscenamente. Eu disse se agarravam? Não! Eu quis dizer transavam. Sim, eles transavam obscenamente, na minha festa de despedida.
-Que putaria é essa? –gritou Naran colocando as mãos em meus ombros e me dando apoio. Naran era meu amigo, cunhado e guitarrista da mesma banda que Gustavo.
Gustavo e Thaíssa pararam na hora o que estavam fazendo e olharam para nós sem nem um pingo de vergonha e com sorrisinhos que eram puro sarcasmo.
Aquilo foi um choque para mim. Não consegui mover um músculo sequer, as palavras fugiram de minha boca e lágrimas começaram a rolar de meus olhos sem a minha permissão.
- Expliquem-se – ordenou Naran com sua melhor voz de presidente de nossa organização.
- Explicar o que? Vocês já estão vendo tudo. –respondeu Gustavo debochado.
-Por quê? –consegui perguntar em um fio de voz.
-Se olhe no espelho . Veja como está. Chorando, chorando e chorando. Só o que você tem feito é chorar. Não aguentava mais! Não sou psicólogo para ouvir seus problemas e ficar te vendo chorar o tempo todo. –disse ele deixando escapar sua raiva em cada uma das palavras – Tudo isso tirando o fato de que você nunca queria fazer sexo comigo. Nunca cedendo, sempre alegando não estar pronta. Eu cansei. Quero uma mulher de verdade, e não cacos de uma. Acabou. –finalizou Gustavo jogando nossa aliança no chão. Depois disso não vi mais nada.

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Algum tempo depois do acontecido consegui me recompor e aproveitar um pouco da festa. Gustavo e Thaíssa foram expulsos da festa levando consigo Flávia, que infelizmente era irmã de Thaíssa.
Depois de algum tempo começou a homenagem que alguns amigos e familiares prepararam para mim:
-... Minha pequena, o que posso dizer sobre você? –dizia meu avô. –Sempre estudiosa, inteligente e dedicada para com as coisas que faz. E agora, que está indo realizar seu sonho longe de nós, tenho que agradecer, não só a você, mas a sua irmã também. Vocês são o nosso alicerce, nossa base. Obrigada por tudo, te amamos muito. Um beijo da sua avó e do seu avô.
[...]
-, pessoa loira, cunhadinha. Olha, você é chata, mas você sabe que eu te amo. –todos riram das palavras de Naran – Só posso dizer que vou sentir sua falta, vou sentir falta das canetas que você me empresta no colégio, de quando você me dá aulas particulares e eu não presto atenção para ficar beijando a Kyara. Das suas risadas, de seu senso de humor sombrio e de sua mente lógica e poluída. Haha. Sentirei falta do seu jeito de mãe, sempre cuidando de todos nós. Enfim, sentirei muito sua falta cunha. Beijos Camy, e se cuida lá em La Push, vou estar de olho, hein.
[...]
-... Minha irmã, minha gêmea. Nem acredito que vamos nos separar. Minha irmã mais nova / velha. Você pode até ser mais nova que eu por um minuto e meio, mas parece ser mais velha um ano e meio ou mais, você é mais cabeça eu mais avoada. –Kyara gargalhou – Já sinto sua falta minha irmã, você é minha outra metade, você me completa, somos iguais e somos totalmente diferentes ao mesmo tempo. E é isso que nos completa, não sei como conseguirei viver sem minha metade, mas acho que vou sobreviver. Vá e viva seu sonho, seja feliz.
A o discurso de Kyara foi o mais emocionante, eu amava minha irmã mais que tudo e as palavras dela me tocaram profundamente, pois era a mais simples e pura verdade.
Ao final da homenagem, tivemos muitas músicas e diversão, que não foram aproveitadas devidamente por causa da recente decepção amorosa. Quando a festa acabou, minha irmã, meus avós e alguns amigos mais próximos ficaram para me ajudar a retirar as coisas do salão. Terminamos de tirar as coisas do salão ao amanhecer e fomos para casa descansar, afinal, tínhamos mais uma longa semana de trabalho e organização até a minha viagem.

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A semana que se seguiu passou rapidamente. A maioria dos meus pertences como o computador, os livros e filmes (deixando apenas um de cada, afinal, eu não vivo sem um bom livro *---*), DVD e sapatos já haviam sido mandados para La Push na semana passada.
Vocês devem estar se perguntando: “Para quê tanta coisa?”
Mas fiquem tranqüilos, eu respondo. Sou uma garota que sempre gostou de fazer análises de filmes e livros. E é por isso que não vivo sem meu computador para ler reportagens e livros que não consigo comprar; meus livros, para viajar nas histórias contadas; e meus filmes, para observar o comportamento humano e como no caso de alguns fimes, o sobrenatural. Estranho, eu sei. Mas fazer o que? Eu gosto!
P.S. Os sapatos só haviam sido mandados para não fazer volume na mala e me dar mais espaço para as blusas forradas e grandes.
Era uma sexta feira estranhamente quente em Curitiba. Tinha ido com alguns amigos ao cinema para nossa última sessão juntos. Minha despedida definitiva.
Assistimos Kung Fu Panda 2. Sei que é estranho um bando de adolescentes entre 16 (os mais novos, como eu) e 23 anos assistindo filmes de desenhos, mas é legal. E eu adoro.
Muitas risadas rolaram. Iria sentir falta disso, das pessoas, da cidade. Largar tudo que eu amo não seria uma coisa fácil. Porém, as coisas que amo estavam manchadas com minhas tristezas do passado que ficavam voltando toda hora deixando-me triste.
Não poderia viver assim, me lamentando. Precisava tentar uma nova vida.
Saímos do shopping e fomos em direção ao centro da cidade a fim de pegarmos os devidos ônibus e cada um ir para sua casa.
-Gente, vamos tomar um café no Paço*. – sugeriu Louise – Para a se despedir, afinal lá é o seu lugar preferido. Não é?

*O Paço da Liberdade Sesc Paraná é um centro cultural localizado na cidade paranaense de Curitiba, na praça Generoso Marques. É gerido pelo Sistema SESC (SESC, SENAC e Fecomércio).
Reinaugurado em 29 de março de 2009 após passar por uma minuciosa restauração custeada, custeada pelo SESC.
De terça a sexta-feira, das 10 às 21 horas, sábados das 10 às 18 horas e domingos das 11 às 17 horas com os serviços Café do Paço, Biblioteca, Internet Livre, Loja do Paço, Serviço de Atendimento ao Cliente e Visitas Monitoradas.

-Que pergunta Lou. –respondi rindo.
Chegando a Paço fiquei olhando admirada para a beleza da praça onde ele se encontrava. Tinha esquecido como esta parte da cidade era bonita à noite. Aliás, toda a cidade é assim à noite. Magnífica com sua estrutura e luzes antigas dando um brilho especial ao lugar.
-O que deseja senhorita? –perguntou-me o garçom um tempo após termos nos acomodado e olhado o cardápio.

-Um Mocha** por favor, e também um quiche de 4 queijos. –pedi os meus preferidos.
**O café Moca ou Mocha é uma variante do café com leite. É normalmente feito com um terço de expresso e dois terços de leite evaporado,mas uma porção de chocolate é adicionada em forma de chocolate em pó adoçado, embora algumas variantes utilizem xarope de chocolate. Mocha pode conter chocolate escuro (meio amargo) ou ao leite.
-Um chocolate quente e um quiche igual o dela. –disse minha irmã, e assim, todos fizeram seus pedidos.

Minutos depois...

- Vamos Kyh. Toca... por mim. – pisquei meus olhos em direção à minha irmã.
Tentávamos convencer Kyara a tocar o piano que tinha no café. Minha irmã tocava muito bem, mas tinha vergonha do público.
Ficamos mais algum tempo tentando até que Naran disse algo em seu ouvido e ela por fim cedeu. Não quero nem saber o que é.
-Eu toco –disse –Mas com uma condição.
Travei na mesma hora, já imaginava o que era.
-Quero que a dance. –concluiu.
E um coro seguiu:
DANÇA...DANÇA...DANÇA...
Engoli a vergonha, ergui a cabeça e falei:
-Tudo bem, eu danço. –meus amigos aplaudiram fazendo-me rir.

http://www.youtube.com/watch?v=LA3YtIIbokY

Afastaram as mesas do salão para mim e eu me posicionei no meio do salão enquanto Kyh ia para o piano e Naran ia para seu lado, provavelmente se preparando para tocar.
A música começou e eu me movia agilmente com os passos de ballet que aprendi desde pequena. O ballet era o meu hobbie. Quando dançava, era como se minha alma liberasse tudo, já não havia mais passado, era como se tudo algum dia fosse dar certo, era como se tudo fosse possível.

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Era domingo. Dia 03 de Julho de 2011.
Estávamos a caminho do Aeroporto Afonso Pena, a paisagem passava rápido pelos vidros do carro. Kyara estava deitada com a cabeça em meu colo enquanto eu acariciava seu cabelo.
Chegando ao aeroporto fui fazer o check- in e despachar as malas. Ficamos uma hora sentados nos bancos aguardando o horário para o embarque. Não tive coragem de olhar para meus avós, constar isto com os meus olhos seria bem pior. Só tornaria mais difícil minha partida.
Só levantei quando chamaram meu vôo. Minha família me acompanhou até o portão de embarque.
-... –disse minha avó com a voz embargada. Não tinha o que dizer, apenas corri para ela e a abracei. –Se cuida filha. Vou ficar com muitas saudades. Quem sabe até o seu aniversário nós não compremos uma casinha em La Push para nós e passemos o natal contigo. –terminou me afastando de seus braços e olhando em meus olhos, mas eu sabia que isso era quase impossível, mesmo nascendo lá. Minha avó odiava La Push. Ela só sugeriu que eu fosse para lá porque eu estava procurando uma cidade pequena.
-Claro vó. –respondi. –Vô... –disse abraçando-o. –Te amo.
-Também te amo pequena – respondeu ele. –Nós vamos te visitar.
Assenti e me virei em direção à Kyara. Ela não olhava para mim. Ela olhava para o lado, em direção a algo que só ela via, na mesma hora entendi.
-Kyh... Não fica assim. –disse eu virando-a para mim. E vi algo inédito, Kyara, minha irmã, a durona, chorando. –Você está chorando? –perguntei como uma retardada e começando a chorar junto.
-Não, estou treinado para lavar o rosto. –respondeu seca. –É claro que estou chorando ! Vem aqui. –e me abraçou. –Vou sentir sua falta gêmea.
-Também vou sentir sua falta. –atestei o óbvio. Ela riu.
-Agora vai, antes que eu me arrependa de ter te deixado ir.
Sorri para ela e caminhei em direção a entrado do portão de embarque. Virei –me –ei uma ultima vez e acenei um último adeus. Assim, dei as costas a minha antiga vida e apenas caminhei. Caminhei em direção a minha nova vida, ao novo começo que desejei desde a primeira tristeza.

Capítulo 2



Jacob P.O.V



Eu corria rápido. Corria de um modo nada natural, nem mesmo para um transmorfo. Eu sentia que deveria ir mais rápido ainda. A vida dela dependia disso. A vida DELES dependia disso. Se algo de ruim acontecesse, eu não me perdoaria.


Sentia que mais pessoas corriam ao meu lado. Ou seriam lobos?


Não sei ao certo. E agora não importava.


Foi quando vultos negros apareceram e tudo perdeu o foco.




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Acordei na penumbra da noite assustado. Olhei para o relógio em minha escrivaninha e ele marcava 4:50hs . Estava chovendo, para variar. Levantei fui tomar um banho para despertar. Tinha um novato no bando e eu deveria treiná-lo. Leah, minha beta, não tinha paciência para ensiná-lo as coisas básicas de ser um lobo.


Logo após eu teria ronda com Collin, Paul, Embry e o novato. Não gostava de fazer ronda com eles, mas esse era o melhor horário que eu tinha. Ou isso, ou era fazer a ronda da tarde e perder o emprego.


Muita coisa mudou desde o casamento de Bella. Resumindo: Bella e Edward voltaram da lua de mel alegando que Bella estava com uma suposta “doença tropical” para que Charlie não pudesse visitar Bella. Com raiva, fui à mansão Cullen para ver com os meus próprios olhos e provar minha teoria de que Bella tinha voltado transformada. Mas vi o que meus olhos nunca imaginaram ver; uma Bella inchada na parte abdominal. Ela estava grávida. É, é isso mesmo. Grávida. Com menos de dois meses ela já estava com uma barriga enorme. Ver aquilo me doeu mais do que qualquer coisa.


Doeu por pensar que poderia ser um filho meu se ela tivesse me escolhido e me doeu mais ainda por ver que aquela coisa a estava matando por dentro. Arrasado, voltei para La Push para por a matilha a par dos últimos acontecimentos. Vendo o acontecido, Sam decidiu que a matilha iria atacar os Cullen para eliminar coisa, consequentemente matando Bella. Sam alegava ser para a proteção de todos.


Nesse momento eu surtei. Bella poderia ter feito as escolhas erradas, mas eu ainda a amava, de algum modo, “assumi” minha posição de alpha e corri para alertar os Cullen do ataque. Seth me seguiu. Na manhã seguinte Leah apareceu para ficar junto do irmão e longe de Sam. Uns dias depois, quando a maioria dos Cullen saiu para caçar, a criatura resolveu “nascer”.


Foi uma grande confusão. Seguiu-se uma sequência de acontecimentos que não consegui assimilar na hora e minha memória não registrou. A única coisa que lembro foi que vi Bella morrer aos poucos enquanto o sanguessuga nerd e mauricinho do Edward tentava salvá-la transformando-a em um monstro. E o pior, com a minha permissão!


Desci as escadas da mansão Cullen derrotado, só tinha uma coisa em mente. Matar. Eu só queria matar aquele monstrinho que Bella tanto amava. Quando cheguei ao pé da escada vi a cena mais estranha do mundo e estaquei. Era Embry com a monstrinha nos braços. Ele olhava-a com certa veneração no olhar. Na mesma hora entendi que Embry tinha sofrido o impriting com a monstrinha. E sim, era ela.


Embry tinha fugido da matilha de Sam porque não aguentava mais não saber das fofocas. Era uma velha mesmo, bem a cara dele. E também porque nunca largaria um amigo, tendo a escolha de ir com ele. E este amigo seria eu, no caso. Mas isso era ele quem dizia.
Depois dessa confusão toda, a sanguessuga “vegetariana” do Canadá viu a monstrinha, Embry e Bella caçando.


A louca achou que a monstrinha era uma criança imortal, que era uma lei rigorosa da realeza dos sanguessugas que essas crianças são proibidas. Enfim, vendo a monstrinha, ou melhor, Nessie, a loucona(leia-se Irina, acho que esse era o nome) foi e dedurou os Cullen. Isso desencadeou uma um monte de transformações dos meninos da reserva, pois os Cullen trouxeram um monte de testemunhas sugadores de vida para provar que a Nessie era meio humana.


Depois de um século de ladainha sem sentido provaram que a monstrinha não era perigosa. A partir disso tudo se acalmou. Os lobos não podiam matar a Nessie (ainda achava que monstrinha era melhor) porque ela era o impriting de um irmão lobo, e não se pode matar um imprinting de um companheiro. Quem diria que Embry Call, um mulherengo incurável viraria babá algum dia.


Algumas semanas depois, Sam e Emily descobriram a gravidez da mesma. Sam deixou o bando para parar de se transformar e envelhecer com sua família. E, de praxe eu fiquei como responsável pelos dois bandos que tornou a se unir.


Rachel juntou as tralhas e foi morar na casa de Paul. Como se isso adiantasse, eles viviam mais lá em casa do que na casa deles. Agora (pelo menos em alguns momentos) éramos o velho e eu. Mas isso não seria por muito tempo, logo teríamos uma intercâmbista em casa.


Terminado de narrar o resumo dos últimos meses de minha vida, percebi que o novato estava demorando muito para chegar. Novato cujo nome eu nunca lembrava.


-É Bernardo. Não acredito que esqueceu o nome do imprinting da sua beta! – Respondeu-me Leah por pensamento aparentando uma falsa irritação. Ela estava em seu horário de ronda. Assustei-me um pouco. Estava tão perdido em meus pensamentos que nem me lembrava mais que estava como lobo.


-Percebe-se. – Respondeu Jared rindo/ladrando.


-Calem-se os dois!


-Tudo bem chefinho. – Responderam em uníssono.


Tive que usar todas as minhas forças para não dar uma ordem para eles cortarem as línguas. Estava tentando me acalmar quando... Qual era o nome dele mesmo? Ah, lembrei. Quando Bernardo chegou.


-Por que demorou Bernardo? – Perguntei tentando ainda controlar minha irritação.


-Desculpe, ainda demoro a me transformar quando não estou com raiva. – Respondeu.


-Tudo bem. Vamos ao treino.


Tive de mandar Leah para sua casa, ela não deixava Bernardo se concentrar. Depois do imprinting Leah ficou insuportavelmente feliz, mas é claro que ela não abandonou seu humor sarcástico. Graças a Deus.




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Treinamos por volta de uma hora. Lá pelas 06:00 hs, Collin, Quil e Paul chegaram para a ronda. Geralmente neste horário éramos Collin, Quill e eu apenas, mas agora com o novato tive que chamar Paul para eu poder ensinar ao Bernardo o que se deve fazer e como se comportar em uma ronda.




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Ficamos na ronda até mais ou menos 07:15hs quando os outros chegaram para nos substituir.


A entrada do colégio da reserva era 07:30hs e a saída era as 12:00hs, diferente dos outros colégios, tínhamos apenas 5 aulas por dia. Todos iam para suas casas comer algo e trocar de roupa antes de ir para o mesmo. Com exceção de Paul que ia para o trabalho.


-Jacob. – Chamou Billy assim que cheguei a casa. O velho estava assistindo ao canal de esportes e devorando um sanduíche que provavelmente Rachel havia deixado na geladeira.


-Fala pai. – Eu disse assaltando a geladeira que por sinal estava às moscas. Teria de pedir a Rachel para fazer as compras por mim.


-Esteja em casa às sete horas. – Disse com uma voz totalmente autoritária. Ele só usava este tom quando sabia que eu não iria fazer o que ele queria.


-Por quê? – Não estava nem um pouco a fim de ficar em casa esta noite. Era segunda-feira e eu estava entediado. Eu queria mesmo era assistir a um show de automotor que teria em Seattle esta noite. Eu tinha dito ao grandalhão do Emmett que iria com ele e com a loira aguada (leia-se Rosalie).


-Camila chega hoje. Temos que buscá-la no aeroporto de Port Angeles. –respondeu calmamente.


-Quem?


-, a neta de Dália e Jason . Ou como prefere dizer... A menina do intercâmbio. – Respondeu com um sorriso zombeteiro nos lábios. Desde quando o velho era assim?


-Dália e Jason ? Esses não eram os antigos anciãos que foram embora de La Push porque queriam dar uma oportunidade de vida melhor para os filhos? – Perguntei curioso. Será que a menina estava com os sintomas pré-transformação?


-Sim. - Billy respondeu. –Naquela época os Cullen ainda não haviam chegado a Forks. Eles não sabem de nada. Por isso não voltaram.


-Ah. – Respondi sem saber o que falar.


-É melhor correr garoto. – Disse Billy mudando de assunto. –Está atrasado.


-Puta que Pariu! – Soltei sem pensar. –Tchau pai. – Corri porta a fora cortando caminho pela floresta e fui colocando uma camisa no caminho. O sanduíche eu teria de deixar para depois.





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As aulas foram monótonas e entediantes, como sempre. E como sempre eu não entendi nada em literatura e história. Essas matérias eram o meu mártir escolar. Ainda bem que eu estava no último ano.
Saí da escola e fui direto para o trabalho parando apenas para almoçar em uma lanchonete de La Push. Fui em minha forma de lobo mesmo ignorando aqueles que estavam na ronda.


Eu trabalhava em uma pequena loja de bicicletas em Port Angeles. Não era uma mecânica, mas dava para o gasto. Eu cuidava da loja e da parte “mecânica” das bicicletas. E a filha do dono ficava no balcão de atendimento. Ela se atirava descaradamente para cima de mim. Mas eu não ligava. Ela não era Bella e nem chegava perto de ser. Pensar em Bella quando humana me entristecia. Ela não tinha mais o mesmo cheiro, a mesma risada ou a mesma voz. Eu sentia falta de sua falta de coordenação. Mas nem mesmo a falta disto nos impediu de sermos amigos. Porém, o amor que sinto por ela ainda continua.




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-Jacob, tem alguém querendo falar com você. – Disse Karla, a filha do dono da loja entrando em meu espaço de trabalho.


-Quem? – Perguntei sem interesse.


-Ah, é um garoto lá da sua reserva. – Estranhei o fato de virem até aqui querendo falar comigo sendo que meu horário de trabalho acabaria em pouco tempo. Já eram cinco e meia. Eu saia às seis.


-Manda entrar. – Falei visivelmente preocupado.


Era Seth ele mal entrou e começou a falar sem ao menos uma pausa para respirar.


-Jake, mano. – Disse esbaforido. –Carlisle quer falar contigo. Eu não entendi direito o que era, mas parecia importante.


Além de Embry, Seth também vivia na casa dos Cullen. Isso se devia ao seu estranho companheirismo com a família de vampiros.


-É algo que dá para esperar? – Perguntei. –Billy quer que eu vá a um lugar hoje. Pode ser depois?


-Carlisle disse que era urgente. – Falou Seth pulando de tanta ansiedade. Esse menino tinha tomado quantos litros de café para ficar tão “elétrico” assim?


-Merda. – Disse eu colocando a camisa enquanto saia do galpão e ia para a parte da frente de loja com Seth em meu encalço.


-Já está indo Jake? – Perguntou Karla fazendo um biquinho estranho que imaginei que era para ser sexy.


-Sim. – Respondi. –Problemas na reserva.


-Mas você ainda tem meia hora de trabalho. – Disse Karla se aproximando e apoiando sua mão em meu abdômen.


-Desconta do meu salário. – Falei me afastando em direção a porta. –Até amanhã.


E corri em direção à floresta que ficava perto da estrada em direção a Forks. Chegando a floresta nos transformamos. Corremos o mais rápido possível, na metade do caminho encontramos Leah. Alguma coisa deveria estar acontecendo.


-O que aconteceu? – Perguntei a Leah preocupado. Se Leah tinha vindo até aqui a coisa deveria ser séria mesma.


-Alice previu um ataque em massa para hoje. Os sanguessugas vão atacar na campina de sempre. Os Volturi contaram aos vampiros do mundo todo sobre a nossa existência.


Não respondi. Apenas corri para a reserva os mais rápido que pude. Tinha que proteger minha reserva. Não dava tempo de avisar mais ninguém. Meu pai que me perdoasse, mas eu tinha de proteger nosso povo. Algo muito maior e muito mais importante que a garota do intercâmbio.



Capítulo 3

P.O.V Billy


Olhei em meu relógio de pulso mais uma vez. Ele marcava seis horas. Iríamos nos atrasar. Onde estava Jacob? Deveríamos estar no aeroporto às sete horas. com certeza ficaria nos esperando por algum tempo.

-Jacob, onde você está garoto? –perguntei em voz alta para o nada.

Cansado de esperar desci a varanda e fui o mais rápido que pude para a casa de Sam. Ele era o único que poderia me levar a Port Angeles para buscar .

O tempo estava estranhamente quente para o outono de Washington. Não chovia e fazia um pouco de sol. Um bom presságio. Voei com minha cadeira de rodas para a casa de Sam. Quando estava chegando lá ele estacionava seu carro. Ótimo, cheguei na hora certa.

-Billy? –perguntou Sam. –Algum problema?

-Sam, terei de abusar um pouco de sua boa vontade. –disse eu com um pouco de pressa. –Poderia me levar a Port Angeles? Tenho de buscar a menina do intercâmbio, digo, , e Jacob não chegou até agora. Não quero deixá-la esperando.

-Claro Billy. –respondeu. –O que aconteceu para o Jacob não vir a tempo?

-Não sei e isso me preocupa. Pois sei que se fosse algum problema com vampiros ou algo relacionado a isto ele teria avisado a alguém.

-Se fosse isso ele teria me chamado. –disse Sam franzindo o cenho. –Eu pedi a ele que me chamasse se algo acontecesse.

-É, creio que sim. Vamos?- eu estava morrendo de pressa.

-Sim, só vou avisar a Emily. –disse Sam e desapareceu pela porta de onde uma Emily ansiosa observava e ouvia nossa conversa.

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Em menos de dez minutos corríamos pela estrada principal em direção a rodovia que nos levaria a Port Angeles, tirei do bolso uma foto que Jason tinha me mandado por correio de sua neta . Tentei gravar suas feições em minha mente. Afinal, seria difícil encontrar ela em um aeroporto apinhado de gente.

Estava ansioso com a chegada de . Jason e Dália me contaram em um telefonema que ela estava começando a ter os primeiros sintomas pré-transformação. Segundo eles haviam tido ataques de vampiros no bairro que moravam. E só , agora depois da morte de sua filha, sua neta mais nova tinha sido afetada. A irmã mais velha de , Kyara. Não aparentava nenhuma mudança. Segundo eles o corpo de estava se desenvolvendo rapidamente e seu humor variava constantemente. Eles só não sabiam se este último era pela transformação que estava em sua fase inicial ou se era por sua recente depressão.

Fiquei tão perdido em meus pensamentos que quase não percebi que estávamos chegando.

Sam estacionava o carro quando comecei a sentir uma felicidade estranha. Algo bom iria acontecer. Sam saiu do carro e posicionou minha cadeira ao lado da porta aberta e me tirou de lá. Apesar de estar acostumado, era estranho que aqueles garotos me erguessem como se eu tivesse o mesmo peso que uma pena.

Corremos pelo aeroporto o mais rápido possível visando chegar à sala de espera e ver o portão de desembarque de .

Chegando a sala de espera me desesperei, o vôo de havia chegado quinze minutos adiantado, ela deveria estar nos esperando há tempos.

Corremos novamente, só que desta vez foi em direção ao portão 6. Ao chegar ao local o esquadrinhei com os olhos e foi aí que a vi. Era muito parecida com a menina da foto, porém, ela estava mais alta, a pela parecia mais limpa e o cabelo mais brilhoso. É, ela estava em fase de transformação. Ela parecia triste e solitária demais, apesar de eu saber que ela tinha muitas pessoas, ela parecia com o meu Jacob neste aspecto. Sempre com um sorriso por fora, mas com um banho de lágrimas por dentro. Seus olhos vagavam distraidamente pelo local. Até que ela nos viu indo em sua direção. Ela ajeitou a postura e tirou os fones do ouvido. Agarrou seu carrinho de bagagens e esperou alcançarmos ela. Eu podia não conhecer esta menina, mas só pelo que ouvi dela, pelos seus gestos e pela boa impressão que me causou, sabia que ela valia ouro. E este era o meu radar de ancião do povo Quileute que falava.

P.O.V

Estava sentada em um banco próximo ao portão em que tinha desembarcado. Já tinha apanhado minhas malas e estava ouvindo música em meu ipod enquanto esperava o Sr. Black vir me buscar. Ele estava demorando. As pessoas passavam por mim no aeroporto e me olhavam com desprezo. Eu deveria estar um caco mesmo. Havia passado um dia inteiro vagando de aeroporto em aeroporto para chegar até aqui. Chorei muito durante minha viagem. Estava com medo desta minha nova vida e totalmente sem consolo. Estava sozinha.
Fiquei cerca de meia hora esperando o Sr. Black chegar. Estava cansada e entediada. Não podia ler agora, pois o livro que tinha levado para ler durante a viagem já havia terminado e não queria lê-lo novamente, pelo menos não agora. Era um romance, e minha vida não estava nada parecida com romances, lê-los me entristecia.
Olhava ao redor pouco interessada com o que acontecia a minha volta. Só precisava de um chuveiro, uma cama e é claro, comida de verdade. Nada de fast-food. Espero que o Sr. Black deixe-me mexer na cozinha, ou tenha algo de bom na geladeira. Estava quase cedendo ao sono e dormindo sentada quando vi um Sr. de idade e um homem gigante vindo em minha direção. Supus que eram o Sr. Black e seu filho. Endireitei-me no banco e puxei minhas malas mais para perto e os observei se aproximar. O homem era lindo, tinha traços indígenas e era muito forte. Os músculos eram evidentes em sua camisa. O Sr. tinha feições jovens apesar da idade aparente. Eles pararam na minha frente.
-? –ele perguntou.
-Sim, sou eu. O Sr. é o Sr. Black, estou certa?
-Billy, me chame de Billy. –respondeu com um lindo sorriso.
-Billy. –repeti tentando sorrir de forma educada. –E este deve ser seu filho… -continuei curiosa.
Billy e o rapaz riram.
-Sou apenas um morador da reserva, amigo da família. –falou o homem gigante. –Meu nome é Sam, Sam Uley.
-Ah, desculpe Sam. –respondi constrangida. Podia apostar que estava da cor de um tomate maduro.
Ficamos alguns segundos em silêncio. Silêncio que foi quebrado pelo barulho de meu estômago roncando. Fiquei mais vermelha ainda.
-Vamos. –disse Billy rindo da minha desgraça.
Assenti totalmente constrangida e pegando meu carrinho de bagagens.
-Deixa que eu levo. –disse Sam.
-Não precisa. –respondi tentando ser educada. –Deixe que eu lido com minhas malas, elas estão pesadas. Leve o Sr... Billy.
Billy riu.
-Vamos garota, deixe Sam levar suas malas, posso ser velho mas aguento empurrar minha cadeira.
-Tudo bem. –respondi constrangida. Era melhor irmos logo cada segundo a mais que passávamos aqui ficava cada vez mais constrangida.
Sam pegou meu carrinho e eu peguei minha bolsa de mão da qual eu não largava e fomos saindo do aeroporto.
_x_
Estávamos na rodovia principal. Esta parte do estado de Washington era linda, as estradas eram cercadas de árvores e tinha bastante verde. Fiquei admirada com a beleza das florestas do local. Eu poderia não apreciar “mato”, mas isto não me impedia de achá-lo lindo.
Fiquei o caminho inteiro observando a paisagem enquanto Billy me fazia perguntas sobre meus avós e meus tios que moravam no Brasil. Ele era simpático e atencioso, como meu pai antes de fugir de casa pela segunda vez. Pelo menos com ele eu sabia que iria ser bem tratada, só esperava que eu convivesse bem com o filho dele, geralmente eu brigo com adolescentes de minha idade que passam muito tempo (leia-se moram) comigo com exceção da minha irmã, é óbvio.
-Billy, desculpe já de cara me intrometer na sua casa, mas... –desisti de falar, era intromissão demais!
-Mas... ? –perguntou ele visivelmente curioso e virando-se para trás para me olhar.
-É melhor deixar para lá. É muita intromissão na sua casa. –falei desviando seu olhar.
-,...
-. –interrompi. –Me chame de .

-, agora a casa também é sua. Seu avô foi o meu melhor amigo, seus filhos são como meus filhos e seus netos são os meus. –Billy sorriu gentilmente olhando para mim de forma paternal. Isso me deu segurança.

-Billy, eu poderia cozinhar para vocês? –perguntei um pouco mais feliz. –Digo... Todos os dias, eu ajudava minha avó cozinhar em casa.

Todos nós rimos.

-Se isto te faz feliz... –disse Billy rindo. Ele era estranhamente risonho, me assustava um pouco, ignorei este fato. –É melhor para mim e Jacob. –completou.

-Por quê? –perguntei segurando uma gargalhada. –Preguiça de cozinhar?

-Não... É que... Não sabemos cozinhar direito. –disse constrangido.

Segurei a risada por educação.

-Ainda bem que tenho a Emily. –disse Sam que até o momento manteve-se calado.

-Vai ser uma honra cozinhar para vocês. –disse eu feliz só pelo fato de saber que iria cozinhar sempre.

_x_

Demoramos um pouco para chegar a La Push, o carro de Sam era lento e tinha um pouco de trânsito na estrada.

Chegando à casa de Billy, Sam tirou-o do carro com uma facilidade surpreendente e o colocou em sua cadeira, depois ele tirou minhas malas do porta malas e deixou-as na varanda da casa de Billy deixando-nos a sós alegando que ia se encontrar com a esposa.

Entramos na pequena casa que era de uma cor vermelha e desbotada. O seu interior era aconchegante, tudo ali dentro era pequeno e aparentava ser confortável.

A casa em si tinha um calor próprio, tornando o ambiente mais aconchegante ainda. Billy me conduziu até o cômodo que seria o meu quarto. Era pequenino, como o restante da casa, mas era meu. E apenas isto bastava. Era estranho ter um quarto só para mim, sempre dividi meu quarto com Kyara. Era muito vazio saber que eu estava sozinha li dentro.
Billy me deixou ali em meu quarto para eu me ajeitar. Minhas coisas já haviam chegado e estavam dispostas dentro de caixas que estavam no chão do quarto, com exceção do meu travesseiro e de minha colcha de retalhos que estavam em cima da cama. Billy deveria ter arrumado.
Cansada de olhar o quarto peguei minha toalha e meus produtos de higiene pessoal e corri para o banheiro, eu estava com fome, mas primeiro precisava de um banho relaxante. Billy disse para eu ficar a vontade, disse que a casa era minha. Eu, super folgada, levei isto ao pé da letra.
Entrei no banheiro e liguei o chuveiro e fui me ajeitando enquanto esperava a água esquentar. Mas isso durou no máximo um minuto. Tomei um banho relativamente rápido para os meus padrões, Billy poderia ter dito que a casa era minha, mas não queria assustá-lo ou fali-lo com a conta de luz e água.
Terminando o banho tratei de retirar minha maquiagem metodicamente não deixando nem um risquinho de lápis nos olhos, eu tinha alergia a maquiagem e se ficasse muito tempo com ela a alergia me impedia de enxergar e colocar minhas lentes. Minha visão era péssima. A alergia estava começando a se manifestar, meus olhos estavam começando a ficar vermelhos. Parei de me olhar no espelho e de pensar em meu corpo magro e mal desenvolvido e coloquei meu pijama. Já era noite e eu pretendia ir dormir logo após o jantar.
Saí do banheiro e fui para a cozinha, mas não sem antes passar no quarto deixar meus pertences e pegar o meu celular prendendo-o em uma corrente e colocando-o no quadril. Esperava que minha família me ligasse.
-Billy... –comecei um pouco temerosa. –Posso fazer o jantar?
-Claro . –Billy respondeu. –Como eu lhe tinha dito antes não sou bom cozinheiro e acredito que esteja com fome. Então faça algo decente para você. A cozinha é sua.

Nós rimos. E comecei a procurar algo nos armários. Billy realmente tinha razão. Ele e o filho não sabiam cozinhar. Só havia comida enlatada ali! Continuei a procurar por algo nos armários até encontrar um pacote de macarrão perdido ali no meio. Teria de servir. Fui procurar algo que pudesse ser o molho e achei uma caixinha de creme de leite. Bem, iria ser macarrão ao molho branco. Pelo menos não era hambúrguer e refrigerante. Melhor do que nada.
Enchi uma panela com água e coloquei para aquecer enquanto eu preparava o molho em outra. Depois de ter feito o molho coloquei o macarrão na panela com água. Ouço batidas na porta. Quem seria à uma hora dessas? Isto seria um costume aqui em La Push? Ótimo! Fui trocar de roupa, afinal, não queria que ninguém que não fosse de casa me visse de pijama.
Corri para o quarto e revirei minhas malas, aquele moletom tinha de estar li. Depois de muito procurar eu achei. Era um moletom simples, porém apresentável. Era uma blusa lisa, sem estampas, toucas, tinha apenas um bolso na frente, não possuía touca. A calça também era lisa, porém preta. Nos pés coloquei o meu crocs do Mickey. Penteei os cabelos e voltei para a cozinha. A casa estava cheia de garotos como o Sam, altos, fortes, com cabelos curtos e bem bronzeados. Com exceção de um que tinha a pele clara, estavam todos sem camisa apesar do frio Quando cheguei ao ambiente às conversas cessaram. Agora todos olhavam para mim. Corei envergonhada.
-Garotos, essa é a . –disse Billy quebrando o silêncio que havia se instaurado ali. –Ele veio à reserva fazer intercâmbio.
-Olá. –disseram em coro, ok, sinistro. Continuei em silêncio.
-, estes são Quil, Seth, Collin, Brad, Paul, Jared, Jonathan, Joseph, August, Erik, Rupert, Damien e Bernardo. –apresentou Billy enquanto apontava para cada um. Mas só um nome e um rosto ficaram gravados em minha cabeça. Seria possível?

Continuei a analisar Bernardo descaradamente, não parecia ser o meu primo que tinha deixado o Brasil com os meus tios há alguns anos, mas os olhos... Os olhos eram idênticos.

-Bernardo? –perguntei com uma voz aguda e que não parecia ser minha. –Be, é você?

-? –perguntou surpreso, era quase a mesma voz, só podia ser ele.

Corri e pulei no colo do meu primo, ele surpreendentemente conseguiu manter o equilíbrio. Se meu primo estava ali eu estava feliz. Enchi Bernardo de beijos pelo rosto e selinhos, sempre fazíamos isto quando morávamos na mesma cidade.

Bernardo estava diferente, ele havia cortado o cabelo emo. Ele também havia crescido e ganhado muitos músculos, os olhos continuavam os mesmos, porém mais brilhantes, mais felizes. Continuei a beijar meu primo no rosto e até a mordê-lo, era a nossa brincadeira.
-Que porcaria é essa? –perguntou uma moça linda adentrando a casa. Todos olhavam a cena assustados. Ela era linda, tinha os mesmos traços indígenas dos garotos, era alta e tinha o corpo de dar inveja a qualquer uma. Seus cabelos eram sedosos e brilhantes, dignos de um comercial de shampoos.
-Oi amor, esse é minha prima . Ela veio fazer intercâmbio e vai se hospedar aqui na casa do Billy. –disse Be me descendo de seu colo e indo em direção a moça.
Neste momento todos ficaram estáticos, acho que não haviam associado Bernardo e eu. Todos ficaram quietos enquanto ouviam a discussão dos dois. O nome da moça era Leah, coisa que descobri enquanto ouvia a conversa. A sala da pequena casa, que no momento estava muito apertada com aquele monte de garotos gigantes estava paralisada, cena que só se desmanchou quando lembrei que tinha posto a água para ferver com a intenção de fazer macarrão.
Me apressei em direção a cozinha e despejei o pacote inteiro dentro da panela, pelo jeito os garotos iriam jantar ali, não queria que faltasse comida, imagina que vergonha. Não me incomodava de cozinhar para tanta gente, para falar a verdade, eu até gostava, me mantinha ocupada.
-É melhor fazer mais. –disse um dos garotos me pagando de surpresa, pulei com o susto e nisto bati com a colher nele.
-Desculpe. –disse eu. –Qual seu nome mesmo?
-Seth. –respondeu. Ele até que era bonitinho, tinha um corpo desejável e era muito alto, mas ao olhar para seu rosto dava para perceber que ainda era uma criança. Foco , foco.
-Seth, eu coloquei o pacote inteiro, é meio que impossível faltar comida. –respondi tentando tirar os olhos do seu peitoral bem definido.
-É melhor fazer mais, esses caras comem como bois. –disse ele rindo, porém seus olhos eram estranhamente sérios. Seth levou uma almofada na cara com esta frase e voltou para a sala para revidar enquanto eu procurava mais um pacote de macarrão nos armários.
Resolvi fazer o macarrão de minuto que minha avó havia me ensinado, ele enchia bastante. Não me leve a mal, mas eu não queria que faltasse comida, imagina que vergonha. Enquanto procurava milho nos armários ouvi o barulho de conversas, o ambiente anterior a minha chegada havia voltado. Onde estava esse milho? Juro que vi algumas latas no armário.
Depois de algum tempo de procura achei o milho e depois fui procurar queijo e presunto na geladeira, achei apenas o queijo.
Comecei a picá-lo. Depois que a briga entre Leah e Bernardo acabou ela veio se desculpar comigo por ter achado que eu uma vadia que pegava o namorado das outras. Expliquei para ela que eu não era esse tipo de garota e que eu só tinha essa intimidade com o Be porque fomos criados juntos e ele foi meu primeiro beijo, primeiro namorado, mas que isso tinha passado, hoje só havia uma amizade fraternal. Ela perguntou se eu tinha sido a primeira vez dele, respondi que não com uma naturalidade anormal para mim. Nem fiquei vermelha!
Leah me ajudou a fazer o outro pacote de macarrão e o molho para a nova porção e de praxe ela ganhou uma aula de culinária. O clima na sala era leve e divertido. Os garotos eram bem legais, hora ou outra um deles vinha falar comigo, o que mais veio foi o Seth, ele era mais simpático do que pensei ele seria um bom amigo.
-Então... Gosto muito de literatura, eu poderia te ajudar na escola se quiser. –dizia eu a Seth que tinha comentado comigo ser péssimo em literatura e linguística.
-Se você quiser, mas só vou avisando que...
Seth foi interrompido por um barulhinho estridente vindo do meu bolso. Fui verificar meu celular, o número era da minha casa! Pedi licença e retirei-me da sala para atender.
-Alô. –falei explodindo de felicidade por dentro.
-Oi uvinha, como você está louca? –disse minha queridíssima irmã me lembrando do meu vicio incontrolável por suco de uva.
-Bem, apesar de cansada e você? –respondi decidindo ignorar as loucuras de minha irmã gêmea.
-Bem e antes que você pergunte está tudo normal, todos estão bem. A única coisa que mudou é que agora estamos com saudades do você gata. –rimos das palavras de minha irmã, era bom poder falar com ela novamente, ela era minha outra metade.
O zumbido de conversas na sala havia cessado. Estranhei o fato de eu perceber isto, mas ignorei e continuei a conversa com minha irmã.
-Mas está tudo bem aí mesmo? Como estão todos? –perguntei tentando ignorar o assunto que surgia na sala, nada do que falavam fazia sentido. Voltei à conversa.
-Ah, está tudo bem. –falou Kyara. –Só o Naran que estava meio estranho comigo hoje, sabe, daquele jeito. Acho que é algum problema com o pai dele.
-Calma. –disse tentando tranqüilizar minha irmã. –Amanhã ele estará de volta ao normal. Mas, mudando de assunto, que horas são aí no Brasil, hein mocinha. –disse eu fingindo estar irritada.
-... Pare com isso, sou grandinha o suficiente para saber a hora que tenho que ir dormir ok?

-Ah, claro senhorita eu respondo por meus atos. –debochei de Kyara.

-E respondo mesmo. –disse ela com uma voz de vitória.

-O quê? –perguntei incrédula, como isto podia ter acontecido, ela só tinha 16 anos, assim como eu. A não ser que...

-Vovó e vovô nos emanciparam. Lembra aquele papel que eles pediram para nós assinarmos, mas que não era para a gente ler?

-Lembro, perfeitamente.

-Enfim, eram os papéis de nossa emancipação. Os seus documentos provavelmente vão chegar em alguns dias. –disse Kyara feliz da vida finalizando a frase com um bocejo.

-Kyh, vai dormir se não amanhã você não acorda para ir a aula. –disse eu processando a informação de que respondia por meus atos, finalmente eu era livre, perante a vida e a justiça.

-Mas ...

-Nada de mas, amanhã eu vejo o horário daí bem certinho e entro no MSN a hora que você entrar também para conversarmos. –disse eu agora ouvindo a conversa que vinha lá da sala, aos poucos ela começava a fazer sentido.

-Ok então. Beijos gêmea, tchau.

-Beijos para você também. Diz para a vó e para o vô que eu mandei um beijo.

-Está bem. –disse Kyara com uma voz de que queria ceder ao sono.

-Tchau. –e encerramos a ligação.

Guardei meu celular em meu bolso e colei meu ouvido na parede, a conversa da sala estava estranhamente tensa, como se algo ruim fosse acontecer.

-...Mas qual o motivo de aparecerem aqui na reserva e não atacar? –perguntou Billy. Do que será que estavam falando?

Estranhamente meu corpo ficou tenso com a conversa, como se toda aquela desconhecida loucura de que falavam fizesse parte do meu universo, apurei meus ouvidos enquanto trocava de blusa, a que eu estava tinha fica repentinamente quente demais.

-Jacob foi ver este assunto com os Cullen. Teremos de colocar mais proteção em volta da reserva. –disse uma voz um pouco mais forte, deveria ser um dos garotos mais velhos.

Ouve um pequeno silêncio de concordância. Voltei à minha posição junto da parede.

-E a garota? –perguntou Leah quebrando o silêncio.

-? –perguntou Billy. –Ela está começando a ter os sintomas pré-transformação.

-Mas como é possível? Ela nem é da reserva. –disse a voz de um dos garotos que não soube identificar.

-Ela é minha prima Erik. –respondeu Be. –Ela tem sangue Quileute correndo nas veias.

-Mas ainda assim, como vamos manter o segredo até a transformação da garota? –perguntou uma nova voz.

-Do mesmo jeito que mantivemos todos esses meses. –respondeu Leah, a voz dela era calma e decidida.

Estava começando a ficar com raiva, por que falavam assim de mim? E sobre o que falavam?

Meus braços começaram a tremer e perderam o apoio que eu fazia na parede, fui ao chão fazendo muito barulho. Ouve um momento de silêncio após minha queda antes das conversas paralelas e animadas voltarem.

Voltei para a cozinha e comecei a servir a mesa. Separei pratos e talheres dispensando a ajuda de qualquer um que vinha se oferecer. Se eu aceitasse provavelmente perderia o controle novamente e meu corpo começaria com os estranhos tremores.

Depois de tudo pronto servi os garotos. Eles comiam demais, quase não sobra comida para o filho de Billy que chegaria só mais tarde.

O jantar seguiu com um clima leve de brincadeiras e piadas, todos se divertindo onde quer que estivessem. Passei a maior parte do tempo conversando com Be, Leah e Seth. Contei todas as novidades do Brasil para o meu primo e ele em troca me contou de todas as novidades de sua família desde que eles haviam se mudado para La Push. Terminado o jantar todos foram para suas respectivas casas aos poucos. Eles conversaram entre eles um pouco no momento em que me ausentei para ia ao banheiro. Pelo que entendi da conversa teria uma reunião na casa de Sam amanhã. Entendi que os Cullen estariam presentes também. Mas afinal, quem eram esses Cullen?

Guardei o que sobrou do macarrão em um pote para Jacob (sim, era este o nome do filho de Billy, estranho, não é? A tradução deste nome para o português era Jacó, e Jacó em minha visão era nome de velho) e coloquei-o na geladeira. Fui para “meu” quarto arrumar algumas coisas antes de me ajeitar para dormir, Billy foi assistir um pouco de televisão antes de dormir, não me surpreendi quando o vi assistindo o canal de esportes, meu avô era igualzinho. Homens, quem entende?

Depois de ter arrumado minhas coisas em meu quarto fui ao banheiro a fim de fazer minha higiene e colocar meu pijama antes de dormir. Escovei meus dentes calmamente até tirar todos os vestígios de macarrão dos dentes, escovei meu aparelho móvel e coloquei-o na boca, lavei meu rosto com meu sabonete especial para tratar a acne, este sabonete tinha se mostrado eficiente, quase não tinha mais nenhuma espinha no rosto. E por fim, não menos importante, coloquei meu queridíssimo e muito amado pijama, a blusa desceu deslizando por meu corpo enquanto a calça parava perfeitamente em meu quadril. Pronto, agora é só ir para a cama.

-Tudo bem pai, só vou ao banheiro e depois eu como. –disse uma voz que me encheu de vida, era a voz mais linda que eu já havia ouvido. Seria o Jacob? Filho de Billy. Respirei fundo e abri a porta do banheiro.

Ele estava lá, parado com a mão na maçaneta da porta, tinha pernas bem torneadas e musculosas, o abdômen era bem definido, mais definido do que o abdômen de todos os garotos juntos eu diria, tinha um rosto bem delineado, com os traços indígenas bem evidentes, era o homem mais lindo que eu já tinha visto em toda minha vida e seus olhos, seus olhos eram de um breu intenso, pareciam dois poços sem fundo. Seus olhos brilhavam em minha direção, e neste momento eu soube que tudo em minha vida havia mudado, mudado para melhor.

Capítulo 4

Jacob P.O.V


Cheguei à clareira em que lutamos com os recém-criados atacando. Mas no caso era diferente, era um grupo de vampiros fortes e experiente, teríamos de ser mais cuidadosos.

-Collin, atrás de você. –disse eu em pensamento enquanto atacava um sanguessuga pelo lado esquerdo e Seth atacava pelo direito.

Collin foi salvo por Quil que estava perto dele e tinha acabado de liquidar com um sanguessuga idiota.

Quanto mais eu lutava com os sanguessugas, mais minha raiva aumentava. O que eles queriam em nossas terras? Por que motivos eles, nômades, formariam um grupo só para invadir e atacar La Push/ Forks?

Mas não importava agora. A única coisa que importava no momento era acabar com estes sanguessugas e descobrir por que motivos eles vieram aqui para um ataque em massa.

A luta demorou pouco mais de meia hora, o bando estava maior agora, isto nos dava mais vantagem e eram apenas 10 sanguessugas, mas já era o suficiente para nos preocuparmos.

-Alguém ferido? –perguntei preocupado.

-Só o Brad. –disse Leah. –Ele quebrou a pata, temos que ser rápidos e colocá-la no lugar antes que o processo de cura comece.

Me transformei ali mesmo não me importando em ficar nu na frente de todos, os rapazes não davam importância, e Leah não ligava, ela já tinha o seu grande amor.

-Calma garoto. –disse eu em um sussurro preocupado para Brad enquanto pegava sua pata e a puxava para o local certo. Fiquei triste em fazer isto, eu sabia que iria doer, mas era necessário.

Passados alguns segundos o processo de cura começou. Quando o processo terminou, incentivamos Brad e se transformar ali mesmo e ir para a casa descansar a mão,que era o que ele tinha quebrado, coisa que descobrimos apenas quando ele voltou à sua forma humana.

Mandei todos à suas casas e segui em direção à casa dos Cullen, Embry foi junto, ele queria ver Nessie.

Embry correu na minha frente em sua forma de lobo enquanto eu ia caminhando em um passo pouco mais rápido que o humano. Não queria correr, só queria parar e pensar por um minuto, queria tentar entender em quanto isto interferia nas calmas vidas em todos que estavam a minha volta, e na vida das pessoas de cidades próximas, o que realmente acontecia?

Às vezes eu me perguntava onde estava o garoto alegre, brincalhão e que levava todos estes ataques de vampiros na esportiva. Depois de pensar por um tempo, eu lembro que este garoto ainda existe, ele só aderiu a pensamentos adultos a pensamentos de líder.

Cheguei ao gramado dos Cullen em pouco tempo, apesar de ter ido em minha forma humana. Edward me esperava na varanda. Subimos a escada em silêncio, passamos pela sala onde não havia ninguém e fomos direto para a sala de jantar. Todos estavam em uma forma estática nada natural, pelo menos para nós. Sentei-me na ponta da mesa contrária a de Carlisle. Nessie, agora com a aparência de uma criança de sete anos, contorceu-se no colo de Embry e veio me dar um abraço, para logo em seguida para ir ao colo de Bella que a esperava.

-Creio que Embry já tenha contado parte da história. –disse eu quebrando o silêncio.

-Ele passou a história em sua mente e Edward passou para nós. –respondeu Carlisle sem expressão ou emoção alguma. –Mas, nos diga Jacob. Como isto começou, Embry disse que ainda não estava em sua forma de lobo no momento.

-Seth, Collin e Brad estavam fazendo ronda quando sentiram um cheiro muito forte de vampiro. Segundo Brad, era como se tivesse um congresso de vampiros, havia muitos naquela clareira. Eles tomaram cuidado para não deixar rastro, Collin e Brad voltaram a suas formas humanas para avisar a matilha sem chamar a atenção dos sanguessugas, com todo o respeito; foi esperto da parte deles. Seth foi correndo à loja onde trabalho me avisa, chegamos à clareira já atacando, eram 10 no total e não eram recém-criados.

Durante meu relatório os Cullen mantiveram sua máscara sem expressão, até a pequena Nessie/ monstrinha estava tensa, ela sabia que o perigo nos rondava.

-É estranho que eles não tenham vindo nos procurar. –disse Edward. –A maioria dos nômades sabe que vivemos aqui.

O sanguessuga mauricinho estava certo. Aguardamos a decisão de Carlisle, ele era o chefe da família, e se acontecesse algo à matilha, isso iria atingir diretamente à eles, a “batalha” que houve aqui por causa da monstrinha já havia sido espalhada, todos os vampiros já sabiam que os Cullen estavam ao lado dos lobos.

-Tem razão, Jacob. É isso que está acontecendo. –disse Edward.

Olhamos para ele confusos, ninguém sabia do que estava falando.

-Ah! –exclamou Alice prevendo o que ele ia falar, odiava essas conversas entre os dois, odiava não saber.

-Vejam, -começou Alice empolgada, ela nunca parava de pular? –foram os Volturi que espalharam a história do “confronto” que houve aqui...

-Eles provavelmente mandaram algum nômade de nossa espécie espalhar a história de uma forma diferente, devem ter dito algo a mais sobre os lobos, alterando a história. –concluiu Edward.

-E por que Alice não viu isto acontecer? –perguntou Bella verbalizando a pergunta que eu tinha em mente.

-Tem algo faltando nesta história. –respondeu Alice. –Algo que está interligado com os lobos, por isso não vejo.

-Vou aumentar o ritmo das rondas e estendê-las até Forks. –disse eu já formando novos esquemas de rondas. Edward leu minha mente e repassou para Jasper em voz baixa, mas todos tínhamos boa audição e ouvimos tudo.

Jasper olhou para Carlisle e ele assentiu brevemente. Eles tinham ou plano.

-Jacob, quero que nos permita fazer a ronda com vocês, pelo menos por enquanto. A segurança de nossa família também está em jogo. –disse Carlisle. –Um acordo, até tudo isto acabar.

Pensei por alguns segundos, se eu permitisse, também estaria permitindo a entrada dos Cullen em nosso território, por outro lado, pensei, eles nunca quebraram o acordo, sem permissão, pelo menos. Se for pela segurança pelo povo de La Push, eu devo fazê-lo.

Assenti lentamente.

-Amanhã terá uma reunião em minha casa para mudarmos os esquemas de ronda, estejam lá.

-Mais uma coisa Jacob. –desta vez foi Jasper quem falou quando eu ia me levantar para sair. –Quero planejar as rondas baseadas em estratégias de guerra, é difícil algo passar barreiras de planos militares, sinto que está cansado de planejar rondas.

Agradeci mentalmente a Deus, eu poderia descansar sem me preocupar com trajetórias ou coisas do tipo. Jasper sentiu meu alivio e tomou isto como um sim, saindo rapidamente da sala e indo, acredito eu, montar os esquemas.
-Tenho que ir para casa, quebrei um compromisso com Billy hoje, o velho deve estar querendo ficar a par das novidades. –disse eu levantando da mesa e indo em direção a porta.
-Pelo menos como alguma coisa Jacob. –disse Esme toda atenciosa. Fiquei tentado com a proposta, para quem não comia nada, os Cullen cozinhavam bem, bem até demais.
-Esme, eu... –comecei a falar meio sem jeito. Esme sempre foi meio que uma mãe para mim e era muito difícil recusar um pedido de mãe.
Esme me olhou com um olhar tão mãe que tive que ceder, comi rapidamente com Rosalie zombando de minha pressa o tempo todo. Ela estava irritada por eu ter dado o bolo nela e no Emmett não indo ao show de automotor.
-Mano, não acredito que vai fazer esta desfeita comigo logo hoje. –disse Emmett aparentando tristeza. Dentre todos os Cullen, tirando Bella, cuja a amizade eu tinha reatado da mesma maneira, Emmett era o que eu mais gostava. Quem diria que Jacob Black, o garoto que odiava os Cullen, agora era amigo deles.
-É, também queria ir, mas sabe como é, o velho vai ficar me enchendo o saco se eu não voltar agora. –ri da expressão de incredulidade de Emmett.
-Virou criança de novo? –perguntou ele zombeteiro. –Tem que obedecer ao papai?
Ri com vontade.
-Amanhã você descobre porque estou obedecendo desta vez.

-É uma garota! –disse Embry estragando o verdadeiro sentido do acontecido, ele que me aguarde.

-Está pegando quem agora Sr. Black? –brincou Bella.

-Embry, o que é teu está guardado. –disse eu fingindo raiva para logo em seguida gargalhar da cara de espanto dele. Todos do bando tinha um pouco de medo de mim desde que eu tinha mandado Erik correr atrás de ma bola de basquete, ele só parou depois que eu mandei, foi hilário. –É uma garota que veio fazer intercâmbio em La Push e está hospedada na minha casa.

-Quem em santa consciência viria para este fim de mundo fazer intercâmbio? –perguntou Rosalie horrorizada. Opa! Esta era a primeira vez que eu a via assim.

-Me apresenta? –disse Alice com os olhos brilhando enquanto saltitava a minha volta.

Bella arregalou os olhos imaginando o que Alice iria fazer com ela.

-Claro. –respondi, tinha medo do que a baixinha seria capaz de fazer se eu dissesse não.

Esme apenas balançou a cabeça negativamente enquanto os outros riam.

-Bem, já vou indo. –disse indo em direção a porta. –Até amanhã.

-Espera Jake! –ouvi Embry gritar quando eu ia entrando na floresta. Esperei-o.

-Não vai ficar aqui? –perguntei me despindo para me transformar. Eu senti que deveria chegar em casa o mais rápido possível.

-Não posso, -respondeu Embry já em sua forma de lobo também. –Estou de castigo, lembra?

-Você sempre está de castigo. –respondi sarcástico.

O restante do caminho até La Push foi silencioso e curto, cada um ficou disperso em seus próprios pensamentos. O pessoal da ronda não perguntou nada, eles sabiam que tudo seria esclarecido amanhã na reunião.

Eu só precisava tirar a menina do intercâmbio de casa, não daria para fazer a reunião com ela ouvindo todos os nossos segredos.

Parei na orla da floresta e me vesti novamente. Enquanto caminhava em direção a minha casa, percebi um cheiro diferente nela, quanto mais perto eu chegava, mais forte eu ficava. Era um cheiro agradável de... Camomila e Aloe Vera tive que forçar minha mente a lembrar dessas plantas da aula de botânica, matéria que era obrigatória na escola de reserva por conta da floresta que nos cercava, os professores diziam que tínhamos que conhecer bem o lugar onde vivíamos.

-Oi pai. –disse entrando em casa e cumprimentando o velho que estava vidrado na TV.

-Oi Jacob. –disse ele virando-se para mim. –Tem comida na geladeira, é só esquentar.

-Valeu. –disse eu indo à cozinha, eu poderia ter comido na casa dos Cullen, mas sabe como é, fome de lobo nunca acaba.

-Não agradeça a mim, agradeça a . –respondeu meu pai com um enorme sorriso, percebi na hora que ele tinha simpatizado muito com a garota. –Ela fez um ótimo trabalho cozinhando para os garotos, acho que eles vão querer até largar a Emily. –disse o velho caducando, isso era uma piada, eles adoravam a Emily.

Coloquei o estranho macarrão no prato e coloquei para esquentar em nosso microondas recém-adquirido.

Precisava “tirar a água do joelho”, então andei em direção ao corredor, meu pai veio atrás, provavelmente querendo falar algo a mais comigo. Quando encostei a mão na maçaneta da porta do banheiro meu pai disse:

-Não... –então a frase morreu em sua garganta, a porta foi aberta pelo lado de dentro revelando aquele cheiro maravilhoso e uma mulher mais maravilhosa ainda.

Meus olhos se prenderam aos dela e neste momento me senti firme, senti que tinha um lugar na terra. Cabos de aço me prendiam a ela, não era mais a gravidade que me segurava. Tudo se resumia a ela, a aqueles lindos olhos castanho esverdeados, os mesmos do meu sonho.

Meu impriting tinha os cabelos loiros em um tom dourado, verdadeiros fios de ouro, era mais ou menos uma cabeça mais baixa que eu, seu corpo possuía algumas curvas que ficavam bem evidentes em seu pijama colado. Suas feições eram delicadas como as de uma anjo, rosto fino, olhos grandes e amendoados, nariz pequeno e lábios delicados e um tanto tentadores.

Billy pigarreou obrigando-nos a quebrar o contato visual olhando para ele.

-Bem. –disse ele. –Vejo que já se conhecem.

Olhamo-nos novamente, eu queria gravar cada milímetro de meu impriting, da mulher da minha vida.

-, este é Jacob. –percebi que ela também me analisava, ela parecia entorpecida. – Jacob, está é ...

-. –disse ela em meio ao impulso, aquilo parecia automático.

O barulho do microondas avisando que a comida estava pronta pareceu despertá-la.

-Err... –disse ela. –Boa noite. –e correu para o antigo quarto de Rachel e Rebecca.

Quando ela entrou no quarto, meu sorriso que tinha surgido em meu rosto quando eu a vi se alargou, meu pai sorriu igualmente feliz, ela sabia o que havia acontecido.

Agora minha vida mudaria, mudaria para melhor.

P.O.V

Deus! O que foi aquilo? Quem era ele?

Eram as perguntas que rodavam minha cabeça desde a hora que entrei no quarto.

Pele morena, muitos músculos, sorriso de sol, traços indígenas fortes, olhos expressivos e de um negro imensurável e com aproximadamente dois metros de altura, ele fez meu coração pular de uma maneira inédita.

Deitei-me pensando no que esse homem, Jacob, mudaria em minha vida, não queria me apaixonar novamente, pelo menos não agora. Mas Jacob entrou de supetão em minha vida e causou-me um turbilhão de sentimentos com um simples olhar, coisa que nenhum garoto/ homem, havia conseguido até hoje.

Fiquei perdida em pensamentos sobre minha vida que iam se interligando. Quando minha mente processou a parte de mim que tinha medo, medo de tudo isso que estava acontecendo, de todas as mudanças e de todo meu triste passado, eu chorei. Chorei como uma criança que tem medo do escuro, chorei pela falta que minha mãe me fazia, chorei de saudades, chorei por tudo.

E foi assim que adormeci, tive um sono com muitos sonhos, sonhos tranquilos e reveladores.
_x_

...” –chamava minha mãe ao longe. Estava na floresta, na floresta em La Push.
“Mãe?” –eu perguntei indo procurá-la.
“Aqui .” –disse ela saindo de trás de uma árvore.
“Mãe, o que está acontecendo?” –perguntei sentando-me no chão e me encostando em uma árvore, minha mãe me acompanhou. –“Porque estou sempre com o humor alterado? Com febre e com o corpo mudando o tempo todo? Eu cresci muito no ultimo mês!” –disse eu indo direto ao assunto.
“Filha, lembra das lendas de nossa tribo? Aquelas histórias que sua avó e seu avô sempre contava para você e sua irmã?”
“Claro que lembro! A minha história preferida é a da terceira esposa” –meus olhos vagaram pela floresta vendo a história se desenrolar diante de meus olhos. Eu admirava o altruísmo da terceira esposa.
“Lembra da história dos espíritos guerreiros que se transformavam em lobo?”
Assenti confusa, onde minha mãe queria chegar? Eu queria saber, mas ao mesmo tempo eu temia a resposta.
“A história é verdadeira, ela realmente aconteceu.” –disse minha mãe séria.
Gargalhei descrente, mesmo em sonho minha mãe era uma comédia. Parei depois de um tempo, minha mãe não tinha rido comigo, então o negócio era sério mesmo.
“Então... É verdade? Existem mesmo os espíritos guerreiros? Onde?” –perguntei curiosa, eu me divertiria escrevendo uma história sobre eles.
“Vai perceber querida.” –disse minha mãe já desaparecendo.
“Mas como?” –perguntei desesperada, minha mãe não poderia ir, não novamente.
“Perceba os sinais de diferença, perceba as mudanças que estão acontecendo contigo desenvolvidas nos adolescentes a sua volta.”
“Mãe... Não vá” –disse eu correndo em sua direção. Eu não conseguia alcançá-la e ela desaparecia indo cada vez mais para trás rapidamente.
“Eu sempre estarei com você meu anjo” – e assim minha mãe desapareceu em um clarão de luz.


_x_

Acordei assustada, minha face tinha uma trilha quente. Foi tão real. Ouvi a porta de “meu” quarto ser fechada com leveza.

Jacob P.O.V

Depois que foi para o quarto (eu percebia que ela ainda não dormia, ela estava agoniada, isto doía em mim também), Billy me contou sua história enquanto eu apreciava a deliciosa comida que tinha feito, ele contou sobre sua irmã gêmea, a morte da mãe e da irmã, o sumiço do pai e os sintomas de pré-transformação.

A cada parte da história eu ficava mais impressionado com sua história e triste por ela. Billy contou também que ele sofreu uma grande decepção com seu ex-namorado, só não me disse o que era. Meu pai contou como ela foi simpática e engraçada com os garotos, e como foi impulsiva ao ver o primo. Ri com tudo, é claro que Leah chegaria e faria uma cena, fiquei impressionado com a parte da história que Leah simpatizou com ela, geralmente Leah era fechada.

Depois de tudo, fui tomar um banho antes de dormir. Até cantei no chuveiro! Coisa que eu não fazia há tempos. Em seguida fui observar dormir, sua respiração denunciava que ela dormia tranquilamente, seu coração batia em um compasso lento e ritmado, sinal de bons sonhos.

Sua cabeça estava deitada delicadamente no travesseiro, ela tinha a mão na bochecha que estava “apoiada” no travesseiro formando um biquinho com seus lábios deixando-os mais tentadores ainda. Acariciei seus cabelos e sai do quarto fechando a porta com leveza. Também precisava dormir.

-Jacob? –ouvi a voz de me chamar embargada pelo sono.

-Sim? –perguntei me virando em sua direção, nossos corações aceleraram.

-Pode dormir comigo? –perguntou ela e depois corou. –Digo... No quarto, me fazer companhia. Não estou acostumada a dormir sozinha. –quis se justificar.

-Claro. –respondi, seria uma ótima oportunidade para conhecê-la.

Adentrei o quarto e me joguei na cama que estava arrumada. Me cobri com o lençol para disfarçar. entrou no quarto logo em seguida e deitou-se pesadamente na cama. Ela deveria estar cansada pela viajem. Fiquei admirando-a, ela virou de frente para mim.

Quando nossos olhos se encontraram novamente, nos prendemos um ao outro de uma forma quase palpável. Resolvi aproveitar o momento para conversar.

-Então... –comecei meio sem jeito. –Bem-vinda a La Push. – eu realmente não sabia o que dizer.

-Obrigada. –ela sorriu de um modo que só o brilho de seu aparelho móvel apareceu. Não sabia que ela usava aparelho.

-Gostando da cidade? –perguntei a primeira coisa que veio a minha mente, ao menos era algo que eu tinha a falar.

Ela demorou um pouco a responder, acredito que estava escolhendo as palavras certas. O que ela estava pensando?

-Eu vi pouco da cidade. –respondeu com sinceridade. –Todos têm sido muitos simpáticos, mas...

-Mas...? –perguntei não querendo pressionar.

-Melhor deixar para lá.

-Tudo bem. –respondi apesar da curiosidade, eu estava sentindo o quanto estava confusa.

-Não, eu preciso falar. –disse ela mais para si mesma do que para mim. Sufoquei o riso.
-Eu odeio mato, florestas, essas coisas me entende? –perguntou ela meio exasperada.

Eu estava me divertindo. Assenti depois de um tempo e esperei ela continuar.

-Só que eu gosto daqui, e a floresta me atraiu e olha que só vi da janela deste quarto e da janela do carro. Aqui eu me sinto em casa. –disse com os olhos brilhando em minha direção. –Mas eu sinto falta da minha casa, da minha família, minha irmã, meus avós, minha mãe...

-Sente falta da sua vida lá no Brasil? –eu queria saber cada detalhe sobre ela.

-NÃO! –gritou ela assustada. –Pelo amor de Deus, nunca mais fale isto, por favor. – respirou fundo e continuou. –Desculpe por isto, só que minha antiga vida é um assunto delicado.

-, saiba que não precisa ter receio de falar sobre qualquer assunto comigo. –respondi tentando demonstrar seriedade.

-Ok. –respondeu , ela pensou por alguns segundos. –Qualquer assunto mesmo?

Ela riu.

-O que está pensando? –perguntei.

Ela riu novamente.

-Nada, é só que sou muito curiosa; tão curiosa a ponto de perguntar coisas constrangedoras. –disse ela levantando-se da cama.

ajoelhou-se ao meu me lado e fitou meus olhos. Após alguns segundos ela bocejou e me deu um beijo na bochecha.

-Boa noite. –disse e voltou para sua cama.

-Boa noite. –respondi.

Adormeci imaginando como contaria a nossa ligação devida ao impriting.

Capítulo 5

P.O.V


Acordei um pouco atordoada. Não sabia onde estava, mas logo o dia de ontem veio com um clarão em minha cabeça, isto aconteceu quando virei na cama para o lado direito e vi Jacob dormindo na cama ao lado.
Ele estava lindo; sua face demonstrava tranquilidade, parecia uma criança. Levantei, peguei minha necessaire silenciosamente e fui para o banheiro.
A casa estava silenciosa, Billy ainda deveria estar dormindo. Esgueirei-me para o banheiro rapidamente não querendo acordar ninguém. No banheiro, tomei um rápido banho, troquei de roupa e escovei os dentes o mais depressa possível. Queria preparar o café da manhã para Billy e Jacob.
Voltei para o quarto com passos leves, coisa que consegui com meus muitos anos de ballet, coloquei minha necessaire em cima da cama e fui para a cozinha. Novamente revirei os armários em busca de pó de café. Surpreendi-me ao achar café normal ao invés de instantâneo. Coloquei a água para ferver enquanto preparava algo para comermos; havia pão fatiado no armário; fui tirando tudo o que havia de leve e comestível dos armários e da geladeira.

(ouçam = http://www.4shared.com/audio/ycHel5op/John_Mayer_-_Gravity.htm
ou http://www.youtube.com/watch?v=tIn_EvuNEh4 )

Ouvi passos em direção a cozinha enquanto eu terminava o café, minha audição, que há pouco tempo estava aguçada, permitia-me ouvir tudo. Ouvi um coração batendo rapidamente, um batimento cardíaco anormal, era Jacob.
-Bom dia. –disse ele enquanto pegava os pratos e talheres necessários, coisa que eu não tinha feito até agora.
-Bom dia. –disse eu admirando-o. Pus-me a analisá-lo, reparei em seus cabelos molhados, reparei em seus olhos profundos e expressivos, olhos que me analisavam. Sem minha permissão, meus olhos desceram e viram seu peitoral e abdômen bem definidos, ele vestia apenas um calção deixando todo o seu corpo trabalhado exposto. Jacob exalava um cheiro de sabonete e árvore, ele possuía o cheiro da floresta. Um cheiro quente e amadeirado.
Uma gota d’água escorreu de seus cabelos e fez uma trilha tentadora por seu corpo. Apenas observei a gota escorrer enquanto ele se aproximava cada vez mais de mim.
Estávamos a poucos centímetros de distância, eu podia sentir o calor excessivo que emanava de sua pele. Nossos olhares agora eram fixos, eu via em seus olhos o que ele queria fazer; e estranhamente para uma pessoa com o coração recentemente destroçado, eu também ansiava por isso.
Jacob inclinou-se em minha direção enquanto eu fui subindo na meia ponta para alcançar seus lábios o mais depressa possível, meus dedos se embrenharam em seus cabelos o puxando cada vez mais para mim; eu até podia ter crescido bastante nos últimos meses, mas não era o suficiente para ficar da altura de Jacob. No meio do caminho nossos lábios se encontraram, seus lábios eram macios, doces e gentis. Jacob apreciava meus lábios com se fossem o coquetel mais delicioso que ele já havia provado na vida, já eu apreciava a calmaria do beijo e seu delicioso gosto de chocolate. Era incrível como nossos lábios se encaixavam perfeitamente, era como se fossem desenhados um para o outro. Porém, essa calmaria foi embora quando nossas línguas se encontraram foi nesta hora o beijo ficou intenso, ardente. Depois de um tempo Jacob afastou-se um pouco de mim para que pudéssemos respirar, ele estava arfante e eu também, mas não quebramos o contato visual e corporal. Suas mãos ainda estavam em minha cintura e as minhas em seu cabelo. Porém, este pequeno momento durou pouco, pois logo seus lábios devoraram os meus com voracidade novamente. Sua língua brigava com a minha, como uma dança envolvente, ele ocupava cada espaço da minha boca.
Ouvimos um pigarro e nos separamos assustados, afogueados. Corei intensamente. Havia sido o melhor beijo da minha vida, a única coisa que estragou foi Billy ter chegado deixando-me constrangida, coisa que eu percebi que Jacob não estava. Para falar a verdade, ele estava sorridente demais para quem tinha sido pego no flagra.
-Bom dia. –disse Billy sorridente.
-Bom dia. –respondi um pouco mais baixo que o normal devido ao constrangimento.
-Bom dia pai. –disse Jacob, ele mantinha um lindo sorriso nos lábios, um lindo sorriso devo dizer, um sorriso de sol.
Sentamos-nos a mesa em silêncio, eu não conseguia tirar meus olhos de Jacob. Minha cabeça trabalhava rapidamente, perdida em pensamentos e teorias. Não poderia ser possível, ou poderia?
Eu tinha mudado muito nos últimos meses, mas considerar a história de meu sonho real não era natural, ou eu não queria que fosse? Mas, mesmo nesse pouco tempo que estive em La Push eu pude perceber, era verdade; eu era a prova disto, visão e audição aguçadas da noite para o dia, olfato, crescimento acelerados, mudanças no corpo, mudanças que só deveriam acontecer mais para frente, temperamento explosivo e o principal de todos, corpo quente. Eu não tinha ideia se eu estava com a pele quente, a única coisa que eu sabia era que eu estava com calor, algo anormal para um dia como hoje, constei olhando para a janela e vendo as árvores balançarem com o vento.
É, ele era. Jacob era um dos guerreiros descritos nas lendas Quileutes. Ele era um lobo.
-Não vai comer ? –perguntou Jacob quando fui levantar da mesa.
-. –respondi automaticamente.
-Hein? –perguntou ele confuso, tive vontade de rir, mas me segurei.
-Me chame de . –respondi sorrindo amavelmente. Ok, esta com certeza não era eu. –E já comi. –respondi Jacob apenas assentiu processando minha primeira resposta.
Billy, que apenas observava até agora se manifestou:
-, tem planos para hoje? –perguntou um pouco incomodado enquanto eu levantava. Resolvi sentar novamente e responder, também queria perguntar-lhe algo.
-Tenho Billy e aproveitando a deixa, que ônibus vai para Port Angeles? –perguntei um pouco ansiosa, afinal, eu não largaria minhas aulas de dança, isto era a minha vida.
-Port Angeles , por quê? –perguntei Billy ele estava visivelmente curioso e lançava olhares estranhos para Jacob.
-Quero continuar minhas aulas de dança. –respondi um pouco sem jeito, eu não era o tipo de pessoa que gosta de compartilhar a vida com os outros, mesmo que seja algo simples como isto. –E eu vi enquanto pesquisava sobre esta região antes de vir apara cá que aqui não tem esse tipo de coisa. –corei, não queria desmerecer a cidade.
-Ah, então é só em Port Angeles mesmo. –disse Billy sorrindo, acho que ele entendeu porque corei. –Jake pode te levar.
Arregalei os olhos surpresa, mas logo me recompus. A ideia de ficar sozinha com Jacob me tentava e me assustava ao mesmo tempo. Tínhamos um magnetismo inexplicável, mas depois do que aconteceu hoje eu queria evitá-lo, não queria outro relacionamento, pelo menos não tão cedo assim.
-Imagina, não quero incomodar. –respondi. Por mais que eu quisesse que ele me levasse, não era o certo.
Jacob me encarou profundamente nos olhos, colocou sua mão em cima da minha que estava na mesa e disse:
-, você nunca irá atrapalhar. –disse com tamanha intensidade que eu poderia apalpá-la se quisesse. –Além do mais, eu trabalho em Port Angeles, é o meu caminho.
Assenti lentamente, estava aturdida, completamente confusa. Que poder este homem tinha sobre mim? Olhei discretamente para Billy, ele parecia estar alheio a nossa conversa, mas eu sabia que prestava atenção a tudo.
-Vou trocar de roupa. –disse eu me dirigindo a Jacob. –Que horas você sai?
-Não se preocupe. –respondeu ele. –Eu só trabalho a tarde.
Fitei-o confusa.
-Tenho aula agora. –respondeu dando de ombros.
Fiquei paralisada com a informação. Jacob não parecia ser adolescente, ele aparentava ter ao menos uns 20 anos.
-Quantos anos você tem? –perguntei de supetão. Eu e essa minha maldita boca, sempre sendo mais rápida que meu cérebro e fazendo perguntas impertinentes. Mas para meu alívio ele riu.
-Tenho dezessete. –respondeu sorridente. Sério, me assusto com isto, esse garoto é tão feliz assim? Controlei um tremor que ameaçava me dominar, meu espírito anti-felicidade gritava por provocá-lo e tirar aquele sorriso constante ao menos por alguns minutos daquele rosto (diga-se de passagem) perfeito.
-Em que ano está? –perguntei de novo sem a minha permissão. Sabe, às vezes tenho vontade de cortar minha língua, só não corto porque... Bem, vocês já devem imaginar.
-Segundo. –respondeu prontamente. –E você?
-Vou para o terceiro quando as aulas voltarem. –respondi não acreditando, provavelmente cairíamos na mesma sala. Sendo que esta era a última semana de aula antes das férias.
Seu sorriso se iluminou, tenho quase certeza que ele pensou o mesmo que eu, mas ao contrário de mim, não estava num um pouco confuso, ou temeroso. Jacob abriu a boca para falar algo, mas foi interrompido por Billy.
-Filho, você tem que ir para aula. Já está quase na hora. –disse Billy olhando para um relógio na parede.
O sorriso se Jacob se desfez momentaneamente, ele foi para seu quarto e voltou rapidamente com uma regata branca que contrastava com sua pele morena avermelhada e deixava seus músculos destacados e com uma mochila surrada nas costas. Ele estava incrivelmente, irremediavelmente sexy.
-Tchau pai. –disse acenando para Billy. –Tchau .
Jacob veio em minha direção, se abaixou e beijou-me mais uma vez. Desta vez o beijo foi calmo e suave, ele se separou de mim rapidamente e me dando mais um selinho saindo assim pela porta da frente.
Não corei novamente, apenas olhei para Billy demonstrando todas minhas dúvidas em meu olhar.
-Jacob te explicará mais tarde. –respondeu entendendo o recado.
Balancei a cabeça e fui para o meu quarto pegar minhas caixinhas de chá. Só eles mesmo para me acalmar em um momento de dúvidas com este.

Jacob P.O.V

Saí de casa leve, a era incrível, seu jeito quase formal de falar e sua inocente curiosidade me maravilhavam, ela era perfeita, perfeita para mim.
Fui andando calmamente pela trilha que me levaria mais rápido a escola. Não me transformei com das outras vezes, fui como humano, apreciando cada árvore, cada “raio de sol” que iluminava e dava brilho à floresta.
-Oi chefinho. –disse Seth. Eu realmente deveria mandar todos pararem de me chamar assim, isto já estava ficando irritante.
-Fala Seth. –respondi o cumprimento bagunçando seus cabelos.
-A pé hoje? –perguntou o fofoqueiro mirim (leia-se seguidor de Embry no club da fofoca) tentando saber o motivo de minha felicidade.
-Uhum. –respondi evasivo. Iria deixar para contar a novidade na hora da reunião.
-Por que não foi fazer ronda hoje? –perguntou o pirralho me cobrando.
Gargalhei estrondosamente e o som ecoou pela floresta.
-Eu não sou o chefe agora? –fiz uma pergunta retórica olhando-o com humor. –Não posso fazer o que eu quero agora?
-Claro que não,você é o chefe, é por isso que tem que dar o exemplo. –disse Seth rindo juntamente a mim.
-Mais tarde eu explico. –falei enquanto adentrávamos o estacionamento da escola da reserva tentando não sermos notados, o que foi fácil, pois o sinal anunciando o início da primeira aula havia acabado de bater e os poucos que estavam ali corriam para suas aulas.
Seth apenas assentiu e foi para sua aula, já eu fui andando calmamente. Nada iria me tirar o prazer de apreciar a vida hoje, nem os horários e muito menos a pressa.
-Sr. Black, que bom que chegou, é um prazer ter sua ilustríssima presença conosco. –falou Sr. Zech sarcasticamente quando adentrei a sala.
Sr. Zech era nosso professor de geometria, ele odiava todos os alunos, qualquer coisa para mandar um aluno para a detenção.
-Eu sei que o Sr. não vive sem mim. –disse querendo provocá-lo como não fazia a algum tempo.
Sr. Zech ficou lívido, ele não tinha esse “problema” comigo há muito tempo, por isso eu me tornei um de seus alunos favoritos (leia-se um de seus alunos menos odiados).
-Acho melhor sentar em seu lugar Sr. Black, ou eu serei obrigado a mandá-lo para a detenção. –não falei?
-Claro Sr. Zech, será uma honra sentar-me e assistir a sua aula. –disse eu fazendo uma pequena reverência para o meu pior professor.
Todos riram, não pude esconder meu sorriso de satisfação, fazia séculos que não me divertia assim. Eu e os garotos da matilha éramos os únicos com coragem e cara de pau o suficiente para enfrentar o Sr. Zech.
Fui para o meu lugar no fundo da sala, sentei-me em minha cadeira e fiquei divagando durante a aula enquanto eu fingia estar prestando atenção na explicação do Sr. Zech.


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-Oi Jake. –disse Ariel assim que o sinal anunciando o fim da aula bateu.
-Oi Ariel. –falei levantando-me de minha carteira.
Quil olhou-me do outro lado da sala e fez uma cara safada, provavelmente ele achava que eu iria levar Ariel para um lugar isolado. Ele era um dos que queria que eu arranjasse uma namorada e por isso ficava jogando suas amigas para cima de mim. Eu até gostava antes, elas satisfaziam minhas necessidades biológicas, nada mais que isso, mas agora eu tenho a e eu não queria outra que não fosse ela.
Balancei a cabeça olhando para Quil e fui saindo da sala. Ariel me seguiu, eu apenas ignorei-a, eu sabia o que ela queria e isso ela não ia ter mais; pelo menos não de mim.
-Jake vamos sair. –disse Ariel fazendo uma cara sexy quando percebeu que o caminho que eu tomava era para minha próxima aula. Apesar de toda a sua beleza, não consegui sentir nada, nem mesmo a atração física que eu sentia antes.
-Melhor não Ariel. –respondi esperando que ela entendesse o fora.
-Por que não? –ela perguntou me abraçando por trás quando estávamos na porta de minha segunda aula.
Parei um pouco, não tinha como explicar para ela o que acontecia, se eu o fizesse me mandariam para o hospício. Resolvi ser evasivo.
-Porque não Ariel, simplesmente isso. –respondi me soltando de seu abraço e entrando na sala.
Sentei em meu lugar habitual ao lado de Damien, mas não pude cumprimentá-lo, o professor logo entrou na sala e começou a entediante aula de Geografia.

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Eu tentei, juro que tentei, mas não consegui. Era algo tão novo, tão forte e tão verdadeiro para mim, era quase impossível controlar. Eu só consegui pensar nela, na , minha .
Enquanto o professor passava para nós uma pequena revisão sobre a Europa eu fiquei pensando nela, desejando mais que tudo que o tempo passase rápido e pudéssemos nos ver.

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A segunda terminou depois de um longo tempo de tortura, a terceira aula começou e terminou do mesmo jeito que a segunda, mas, apesar do tédio, eu não conseguia parar de sorrir, eu já não caia de amores por Bella não me doeria mais olhar para ela vampira e com uma família e pensar como poderia ser nossa vida se ela tivesse me escolhido.
-Fala cara.
-E aí Jake!
-Oi chefinho.
Fui cumprimentado por cada um dos caras do bando assim que cheguei à cantina e sentei a nossa mesa. No total éramos 8 que ainda estudavam.
A cantina do colégio estava como sempre, apinhada de alunos que conversando e às vezes beliscando algo, algumas meninas em volta de nossa mesa e nós conversando coisas banais e atacando qualquer comida que víamos pela frente.
-Jake, eu vou voltar contigo cara. –disse Seth depois de algum tempo. –Vou almoçar na tua casa, a disse que iria me ajudar em literatura.
Respirei fundo e contei até dez, eu sabia que os garotos haviam ido a minha casa na noite anterior. Só não sabia que Seth havia se engraçado em . Admirei a boa alma dela, afinal ajudar uma pessoa que nem conhece não é para qualquer um. Respondi tentando não demonstrar meus sentimentos por .
-Não vai dar Seth, ela quer ir a Port Angeles a tarde resolver algumas coisas. –respondi tentando disfarçar.
-Ah. –respondeu Seth sem saber o que dizer.
Todos olharam para nós curiosos.
-Jake, como estão as coisas lá com os Cullen? –perguntou Jonathan.
Olhei para todos os lados e baixei um pouco o corpo para perto da mesa e falei o mais baixo possível:
-Eles vão se juntar a nós nas rondas. –caras de espanto e indignação me rodeavam, com exceção de Embry que já sabia de tudo. –Reunião na minha casa às 19:00hs. Vamos redistribuir os grupos de ronda.
-E a ? Ela vai estar na sua casa. –falou Bernardo preocupado.
-Eu dou um jeito. –falei evasivo, sorri para tranquilizá-lo, apesar da pontada de ciúmes que bateu. Ele falava de como se tivesse intimidade com a mesma.
-Olha lá o que vai fazer com a minha prima Jake. –disse Bernardo em tom ameaçador.
Sorri aliviado. Prima? Era algo que nem havia passado por minha cabeça.
-Pode ficar tranquilo, você vai ver como ela ficará bem.

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As aulas que se passaram após esse período foram tranquilas, com exceção a educação física, na qual eu não medi muito minha força e acabei jogando a bola forte de mais na cesta e entortando um pouco o aro. Porém o treinador não me deu detenção, ele apenas ficou um pouco sem ação no começo e depois alegou que o arco estava velho. Ri internamente, se ele soubesse o real motivo...
Estava saindo do vestiário quando Seth aparece do além e começa a conversar comigo, fomos a pé mesmo pela trilha, eu queria ir rápido, mas me acalmei e fui a um ritmo humano.
-Até mais tarde Seth. –disse eu querendo dispensá-lo.
Ele hesitou por um minuto, mas resolveu ir para sua casa.
-Tchau Jake. –disse e por fim foi para sua casa.
Entrei em casa apreciando o cheiro de , ela estava dançando e cozinhando a batida de alguma música que vinha de algum lugar. Meu pai estava sentado em frente a TV assistindo ao canal de esportes todo sorridente, coisa que ele só fazia em seus dias de pescaria com Charlie. Eu não o via assim durante o dia a dia desde que... Desde que minha mãe morreu e Rachel e Rebecca haviam ido embora.
Corri para o meu quarto e joguei a mochila em cima da cama e fui para a cozinha. Sentei-me à mesa silenciosamente e esperei. Dois minutos se passaram e virou-se, quando ela me viu, parou de supetão e colocou a mão no pescoço, seu coração estava acelerado, eu só não sabia se era pelo susto ou por minha presença.
Ela tirou os fones do ouvido e perguntou com uma voz fraquinha:
-De onde você brotou Jacob? –ri com o que ela tinha dito, era a primeira pessoa que eu tinha visto usar brotou como sinônimo para apareceu do nada.
-Jake. –disse eu depois que parei de rir.
-Ok. –disse ela com uma voz um pouco mais forte. –De onde você brotou Jake? –perguntou reformulando sua pergunta.
-Eu já estava aqui há algum tempo. –respondi.
Ouvimos uma risada estrondosa, Billy olhava para nós com ares divertidos, mas logo sua atenção se voltou para a TV quando o apresentador de um programa esportivo deu uma notícia na qual eu não prestei atenção.
-Aham, e eu sou a Barbie. –disse ela com cara de quem não estava acreditando.
Ri e ergui minhas mãos em sinal de rendição, mas não falei mais nada. Vários minutos se passaram até que voltasse sua atenção para o meu lado, e quando o fez foi apenas para colocar uma travessa com salada de algumas folhas que não consegui identificar na hora.
-Que horas vamos? –perguntou se abaixando para pegar algo que tinha caído no chão permitindo-me ver o decote de sua blusa em um ângulo, digamos assim... Tentador.
Ela estava com uma regata branca simples, um jeans todo rasgado e um all star de couro branco, seus cabelos estavam soltos e caia todo desfiado até o meio de suas costas, os olhos estavam bem marcados pelo delineador preto contrastando com uma sombra cinza clara, deixando a cor de seus olhos mais evidentes ainda, ela estava tentadora.
Ela ergueu o olhar esperando a minha resposta e percebeu para onde eu olhava. Rapidamente levantou-se e corou ao mesmo tempo, deixando seu rosto pálido ainda mais bonito.
-Dez para a uma. –disse eu ainda hipnotizado por sua beleza.
colocou os pratos e talheres na mesa enquanto dizia:
-O almoço está pronto. –ela olhou para mim com intensidade e foi se aproximando, mas deu-me apenas um selinho e foi se servir.

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Estava esperando na sala de casa, ela tinha ido pegar a bolsa e colocar um casaco antes de irmos.
-Estou pronta. –disse chegando em nossa pequena sala enquanto colocava um livro em sua bolsa. –Vamos?
-Vamos. –disse eu estendendo a minha mão para ela.
Ela pareceu-me meio relutante a princípio, mas depois pegou em minha mão e virou-se para trás.
-Tchau Billy. –disse ela sorrindo.
-Tchau . –respondeu o velho. –Tchau Jake. –disse o velho me dando uma leve piscadela que com toda a certeza possuía um duplo sentido.
-Tchau pai. –disse eu enquanto passava pela porta rumo a um longo dia de trabalho e mudanças.
(Continua...)


(N/a: Capinha nova *---*. Congratulações a Baby, muito obrigada pela capa flor.)
Capítulo 6

Jacob P.O.V


Estávamos há uns cinco minutos no carro, o silêncio pairava sobre nós, eu estava tentando a todo custo falar com , mas ela estava concentrada demais lendo seu livro que eu até agora não havia visto o título e ouvindo música em seu ipod. ouvia tudo em um volume absurdamente alto, até eu que não estava com seu fone no ouvido podia ouvir claramente as músicas, acredito que até um humano normal que não tinha uma super audição como eu poderia ouvir bem as músicas de .
Continuei a dirigir em silêncio tentando pensar em como falaria para sobre minha condição de lobo, eu teria de contar isto hoje, não queria que ela saísse de casa durante a reunião, principalmente à noite, pois era à noite, com todos em reunião que o perigo que nos rondava tentaria atacar um dos nossos que estivesse sozinho e exposto.
ficou tensa repentinamente e olhou com os olhos um pouco arregalados para meu lado, ela fechou seu livro e o guardou na bolsa tão rapidamente que mal pude ver; tentei ignorar e prestar atenção a estrada, não queria bater o meu carro. Pouco tempo depois também tirou seus fones, desligou o ipod e ficou me olhando intensamente, continuei com meus olhos na estrada, um deslize e eu bateria o carro, ainda mais se fosse a pessoa que eu olhasse.
-Desculpe. –disse ela com a voz carregada de arrependimento. –Estou tão acostumada a ler e ouvir música no carro... Sinto-me tão à vontade aqui que quase me esqueço que não estou em casa. –concluiu com o olhardistante.
Ri com vontade, ela se sentia bem aqui, porém ela só errou quando disse que se sentia como se La Push “fosse” sua casa, mas La Push É a sua casa e sempre será.
-Fique a vontade. –falei parando em um sinal na rodovia principal de Forks. –E aqui é a sua casa, não se esqueça disso. –falei aproveitando para olhá-la enquanto o sinal estava fechado.
Ela sorriu e foi se aproximando, fiquei feliz por ela tomar as rédeas e vir me beijar, mas fomos atrapalhados por uma buzina irritante, o sinal tinha aberto; respirei fundo várias vezes e segui em frente. Ficamos mais alguns minutos em silêncio, ainda tínhamos vinte minutos de estrada, queria aproveitar este momento com , mas nada me vinha à mente.
-Então... –começou tentando quebrar o silêncio. – Trabalha em que Jake?
-Em uma bicicletaria. –respondi dando um leve sorriso torto em sua direção.
-Você não tem cara de quem trabalha em uma bicicletaria. –disse arqueando uma sobrancelha.
Gargalhei alto, geralmente ninguém perguntava coisas do meu trabalho ou questionava onde eu trabalhava.
-Você acha que tenho cara de que trabalha com o quê então?
Ela me analisou por um curto tempo antes de responder.
-Você tem cara de quem trabalha com construção civil. –respondeu inclinando um pouco a cabeça enquanto me olhava. –Ou com automobilística.
Ela tinha acertado em cheio.
-Se eu tivesse alguma oportunidade eu trabalharia com automobilística. –falei sincero, bicicletas eram simples demais, eu preferia a engenhosidade dos motores.
-Eu adoro motos e carros. –falou com uma enorme empolgação. –Eu só não entendo nada de mecânica, eu vou mais pelos modelos.
Rimos.
-Posso te ensinar algo se quiser. –falei já planejando as “aulas” de mecânica.
-Eu adoraria. – sorriu lindamente.
Voltei meus olhos para a estrada, estávamos quase chegando em Port Angeles, eu teria de contar logo para ao menos minha condição de lobo, talvez o imprinting tivesse de esperar um pouco para ser revelado, o mais importante agora é que ela ficasse em casa e protegida durante a reunião.
Passaram-se vários minutos; o silêncio pairava sobre nós, nenhum se arriscava em iniciar outra conversa, mas tanto eu quanto sabíamos que isso teria de acontecer uma hora ou outra.
Mais alguns minutos e chegamos à entrada da cidade de Port Angeles, eu teria que quebrar o silêncio, mesmo me sentindo desconfortável com isso.
-Aonde você quer ir ? –perguntei indo em direção ao centro da cidade.
-Sabe onde tem uma academia de ballet ? –perguntou ela fazendo uma careta engraçada.
Segurei o riso.
-Tem uma escola de dança na avenida principal, mas de todos os tipos de dança. –respondi.
-Pode ser. – respirou fundo e assentiu.
-Se você quiser eu posso te deixar na Rua Piçarras (N/A: Nome inventado pela autora, eu estava super desesperada por um nome de rua que acabei colocando a primeira coisa que me veio à cabeça. Kkkk’).
-Rua Piçarras? – me olhou curiosa.
-A rua das escolas de dança. –expliquei. –Lá tem todo o tipo de escola de dança que você pode imaginar.
mordeu o lábio inferior e assentiu para logo em seguida soltar um “ah...” bem baixinho.
-Vai querer ir para a Rua Piçarras ou na avenida principal? –eu perguntei tirando de seus pensamentos.
-Na avenida principal, não quero correr o risco de me perder. –ela deu um sorriso torto resplandecente.
_x_
-Que ônibus eu pego para voltar para La Push? –perguntou assim que estacionei o carro em frente à escola de dança.
-Não precisa voltar de ônibus, pode voltar comigo. –respondi.
Ela balançou a cabeça e disse:
-Não sei que horas vou terminar.
-Pode ficar esperando no meu trabalho. –retruquei. –Os garotos fazem isso às vezes. –disse lembrando os dias que tive de levar os novatos para cortar o cabelo e fazer a tatuagem.
Ela balançou a cabeça.
-Vou atrapalhar. –disse.
-Não vou deixá-la sozinha em uma cidade que nem conhece.
Ela ficou me encarando, mantínhamos o olhar. Eu estava decidido.
-Adianta eu discutir? –perguntou cedendo.
-Não. –respondi já sorrindo com a minha vitória.
-Ok. –disse ela abrindo a porta. –Ah, como faço para chegar ao seu trabalho?
-Me liga, eu venho te buscar.
Ela travou.
-Eu não quero...
-Não vai atrapalhar. –interrompi sua frase, ela era sempre educada demais, pelo jeito não queria parecer uma aproveitadora.
Ela riu e tirou o celular do bolso.
-Me passa seu número então.
-98722450 –disse eu automaticamente, isso sempre acontecia quando perguntavam meu telefone.
-Não vai anotar o meu? –perguntou enquanto colocava as pernas para fora do carro.
-Não precisa, quase não me ligam, vou saber que é você.
Ela riu e me deu um selinho.
-Até mais tarde. –disse antes de sair do carro e entrando na academia de dança, levando o meu coração consigo.
Tirei o carro da vaga e sai em direção a bicicletaria, hoje seria um dia cheio.

P.O.V

Entrei na academia de dança denominada Studio D1, o lugar era enorme, tinha várias cadeiras, revistas e TV’s disponíveis ali. O balcão da recepção era de uma madeira clara e bem entalhada, as paredes eram brancas e possuíam vários quadros de bailarinos famosos, as recepcionistas sorriam de modo acolhedor. O local era incrível e de fácil acesso por ser na avenida principal, cheguei ao balcão para pegar todas as informações necessárias antes de fazer a matricula.
-Bem- vinda ao Studio D1. –disse uma das recepcionistas. –Em que posso ajudá-la?
-Eu queria saber dos custos para aulas de ballet. –falei tentando não ficar tímida, coisa que normalmente acontecia quando eu ficava na presença de desconhecidos, mas isso não aconteceu em La Push, o que é um milagre.
-Iniciante 1? –perguntou a recepcionista.
Ri, havia esquecido que os preços variavam conforme o nível que se cursava.
-Não, não, é... Intermediário 2. –falei na expectativa, esperava que não fosse tão caro.
Ela assentiu, pegou um panfleto que fazia a propaganda das aulas de ballet e anotou os preços.
-Para 1 vez na semana é $70, 00; para 2 vezes, $140,00 e para 3 vezes custaria $200,00. As aulas têm duração de uma hora e temos turmas de segunda a sábado. –disse a recepcionista me espantando com o preço e passando informações que eu nem havia pedido. Estava meio caro, mas eu não tinha do que reclamar, no Brasil também era caro, mas não sei se tanto assim, ou isso não é caro aqui? Não sei, só sei que preciso de um conversor.
-A academia tem uniforme, ou algo do tipo? –esperava não ter que comprar mais coisas de ballet, eu já tinha muita roupa de aula.
-Nosso uniforme é composto por: collant preto, meia calça rosa e sapatilha clara, tanto a de ponta quanto a de meia ponta.
Assenti com mais uma pergunta em mente.
-Quanto é a aula experimental? –perguntei, precisa saber se o local era realmente bom.
-Nossa aula experimental tem o custo de $15,00. E quem faz a aula experimental não precisa pagar a taxa de matrícula.
Assenti mais para mim mesma do que para a recepcionista e perguntei:
-Qual o horário das aulas?
-Do intermediário 2 temos a turma da 13:45 às 14:45hs , 15:45 às 16:45hs e também temos a turma da noite, que seria da 19:45 às 20:45hs. –disse circulando cada horário no panfleto enquanto falava.
-Tem vaga para a turma de 15:45hs? –perguntei, não custava nada, né.
-Temos vagas para todas as turmas e para quem faz a aula experimental, não tem taxa de matrícula.
Beleza. Olhei em meu relógio e ele marcava 13:50hs, uma das aulas tinha acabado de começar, era melhor eu fazer outra coisa primeiro.
-A Sr. ª poderia me dizer onde tem uma lan house, um banco ou um mercado?- perguntei, queria deixar tudo pronto para quando saísse daqui eu pudesse chamar o Jake sem ficar enrolando-o para voltar a seu trabalho.
-Tem uma lan house na rua ao lado, é só sair e seguir para a direita, no final desta quadra você vira a direita novamente e você acha a lan house. –disse a recepcionista super simpática.
-Ok. –respondi. –Volto para a próxima aula. –disse eu já me virando para saída.
Quando abri a porta uma rajada de vento passou por mim, mas não senti frio mesmo estando com a jaqueta aberta. Há dias eu já não sentia frio, eu sabia que era um dos sintomas da pré-transformação, coisa de lobo, ou loba, como no meu caso; mas a questão era: Eu queria ser uma loba?
Balancei a cabeça dispersando esses pensamentos e segui meu caminho, era melhor não pensar nisso agora, eu ainda tinha tempo.
Virei a esquina e estaquei, era algo estranho e confuso de se ver, pelo menos para mim. Aquela rua era muito parecida com a que tinha perto da minha casa no Brasil, uma lan house na segunda “loja” depois da esquina, um pet shop ao lado, uma loja de roupas, uma locadora e uma sede de correios para depois dar espaço para uma sequência de casas de madeira de lei*. Fiquei embasbacada com a enorme semelhança.
-A gatinha quer ajuda? –perguntou um homem de dentro de um carro esporte olhando descaradamente para meu decote.
Ajeitei minha postura que havia caído, fechei a boca que só àquela hora percebi estar aberta e disse:
-Não. –respondi dura percebendo no olhar deste homem o que ele queria. –Não preciso de ajuda nenhuma.
E fui em direção a lan house. Era melhor ignorar, não queria repetir o episódio da vez que um “secão” como esse teve a audácia de perguntar quanto eu cobrava a hora e eu o mandei para o hospital espancando-o. Acabei tendo que fazer minha avó assinar um monte de papéis para me liberar da polícia. Tinha que me controlar ou eu explodia.
Entrei na lan house e me segurei para não olhar para a direção da rua, sabia que aquele idiota ainda me observava.
Cheguei no balcão e fiquei esperando o atendente terminar com o cliente que estava a minha frente. A voz do atendente me parecia familiar, eu sabia que tinha a ouvido poucas vezes, mas...
-? –perguntou o rapaz assim que terminou de atender o cliente que estava a minha frente.
Olhei para ele, é claro que eu o conhecia, ele era um dos garotos da reserva, aquele que havia me tratado como uma intrusa na casa de Billy ontem, Erik.
-Oi Erik. –falei tentando conter a raiva pelo modo como ele se referiu a mim ontem. –Quero uma hora.
-Computador 6. –respondeu ele rudemente, não sei por que, mais eu tinha a impressão, é só impressão mesmo, de que ele não gostava de mim.
Contive o impulso de revirar os olhos e bater de frente perguntando o porquê dele me tratar assim, mas respirei fundo e fui em direção ao computador de número 6, tinha coisas mais importantes que isso.
Sentei em frente ao computador e rapidamente me conectei ao MSN, a Kyara já estava online, com certeza me esperando para saber as novidades. Abri a janela e disse:
diz:
“Oi maninha.”
A resposta foi quase imediata.
Kyh diz:
“Não enrola, conta tudo.”
Minha irmã e sua interminável pressa...
diz:
“Sim, eu estou bem. Que bom que perguntou.”
Kyh diz:
“Ah, que bom que você está bem. Mas agora desembucha logo.”
Ri alto esquecendo-me de que não estava sozinha. Olhei para os lados e vi que várias cabeças tinham se virado em minha direção, senti minhas bochechas ficando vermelhas, olhei para onde Erik estava e vi-o olhando-me com uma cara confusa, provavelmente achando que eu não era normal; bem, ele tinha razão.
Concentrei-me em responder minha irmã.
diz:
“Eu vi o Be e ele está namorando sério.”
Joguei na lata, sabia que ela ia pasmar com essa.
Abri uma guia no you tube e digitei: “Hatuna Matata”. Eu sei, é uma música de filme infantil, mas eu precisava ouvir algo alegre.
Kyh diz:
“To choquita. A única vez que o Be namorou sério foi com você, depois disso ele voltou a ser o galinha de sempre. Tem certeza de que esse namoro é sério mesmo?”
Fiquei com dó da minha irmã, era uma notícia e tanto e eu jogo assim com tudo, ela deveria estar paralisada na cadeira. Ri baixinho para não chamar a atenção para mim de novo.
diz:
“Parece que é sério mesmo. Isso até me rendeu um baita mico ontem.”
Contei a ela toda a cena com Be até e Leah chegar e toda a confusão que deu. Ela morreu de rir da minha cara, desgraçada, ri porque não é com ela.
Kyh diz:
“E esse garotos, como eles são? E o Billy?”
Ri de minha irmã, mesmo namorando ela não conseguia deixar de pensar em outros garotos, mesmo sabendo que ela não ia deixar o Naran por outros, eles eram até noivos!
diz:
“Ah, a maioria deles é bem legal, com exceção de uns que são mais fechados. O Billy é bem legal, ele me trata como o vovô nos trata, ele foi bem querido comigo até gora, até me deixa cozinhar! Kkkk”
É, concordo que a risada que uso no mundo virtual é bem estranho.
Kyh diz:
“Você está feita então!!! HUASHAUHAUHSUAHSA. E o filho do Billy? Aquele que o vovô e a vovó nos falaram, aquele que tinha a nossa idade.”
Abri a página do you tube novamente e pesquisei pela música “Because of You” de Kelly Clarckson.
diz:
“O Jake? Ele é bem legal.”
Respondi querendo encerrar esse assunto, a Kyh havia chegado bem na parte proibida, a parte que me causava dúvidas, me torturava.
Kyh diz:
“Huummm, cheguei à parte interessante da história, não é?”
Merda, ela sabia que havia algo mais aí, não queria contar para ninguém, mas precisava desabafar sobre como com apenas um olhar ele havia me deixado inebriada ontem e como me senti com seus beijos hoje.
diz:
“Ok, eu conto, mas se você contar para alguém eu te mato, principalmente se for para o Naran ou para o Gustavo (sei que o Gustavo não tem nada haver com isso, mas é melhor ele não saber.”
Grande merda essa que eu fui me meter, até uma semana atrás eu estava dizendo que ia morrer sozinha e seca, que não iria namorar nunca mais e não iria ter filhos e agora eu estou confusa, talvez até apaixonada por um cara que eu mal conheço e a pior parte é que minha irmã vai saber de tudo e provavelmente vai contar para o meu ex-namorado que me traiu e ele provavelmente vai me odiar mais do que já odeia por ter “superado” ele tão rápido. Ótimo!
Kyh diz:
“Ok, eu não conto. Mas agora para de enrolar e fala de uma vez.”
Porque será que eu não confiava na minha queridíssima irmã e sua pressa?
diz:
“Eu me sinto atraída de certo modo por ele. E hoje de manhã ele me beijou, estou confusa com isso, aconteceu tudo muito rápido, não sei o que fazer.”
Abri novamente a janela em que estava o you tube e coloquei para tocar “Unwell” do Matchbox Twenty, essa música expressava muito bem o que eu sentia no momento.
Kyh diz:
“Wow, mas tão rápido assim? Você gosta dele?”
Li o que Kyara me disse e abri mais uma guia na internet, só que desta vez abri no Google e digitei “Lendas Quileutes”. Cliquei em um dos resultados da pesquisa que me pareceu ser o que explicaria tudo sobre as lendas de meus antepassados.
diz:
“Sim, rápido assim. É difícil dizer se gosto dele, mas posso dizer que tenho sentimentos fortes pelo Jacob; parece tão surreal, é tão diferente de tudo que já senti, é tão diferente de como era com o Gustavo.”
Kyh diz:
“Como assim? Como era com o Gustavo?”
Ri do desespero da Kyara, eu sabia que ela estava preocupada comigo, pois nesta ultima semana eu fiquei um tanto depressiva com tudo que aconteceu e acontecimentos rápidos não ajudariam a me livrar das dúvidas tão fácil assim.
diz:
“O Gustavo sempre foi meio frio comigo, eu achava que era seu jeito de ser, fechado, mas pensei errado. O Jake é sempre feliz, doce, tranquilo, só de ter ele por perto me sinto mais leve, as coisas fluem mais naturalmente. Com o Gustavo eu tinha que pensar em cada coisa que ia fazer antes de acontecer, eu achava que o amava, mas agora vejo que isso não era amor e sim...”
Deixei a frase no ar pois nem eu sabia o que era aquilo.
Kyh diz:
“E eu achava que estava indo rápido com o Naran. HASUAHSUAHSUAHSUASHUAHSUAHS.”
Ignorei a loucura de minha irmã e comecei a ver as Lendas Quileutes, elas estavam separadas em tópicos no site, fui passando pelos nomes, já conhecia todas e conhecia suas histórias também. Fui falar com a Kyh.
diz:
“E o que tem acontecido de bom aí no Brasil?”
Perguntei louca para saber sobre meus amigos e família, consequentemente desviando os pensamentos da minha irmã das coisas que tinha contado a ela.
Kyh diz:
“Eu não estou mais falando com a Flávia, para falar a verdade, a maioria das pessoas do nosso grupo não está.”
Estranhei esse fato, Flávia era uma das mais queridas do nosso.
diz:
“Por quê?”
Kyh diz:
“Ela está namorando o Gustavo. Ela e a puta da Thaíssa ao mesmo tempo. A Flávia disse que já estava ficando com o Gustavo desde que ele te começou a te trair com a Thaíssa também.”
Estaquei, eu já não tinha nada haver com o Gustavo e nem sentia mais nada por ele, a não ser raiva. Mas eu nunca esperei essa atitude de uma pessoa que eu considerava uma amiga.
diz:
“What?”
Abri novamente a janela da internet e comecei a procurar por outras lendas da tribo Quileute no site, até me deparar com a lenda de nome Imprinting, mas não pude ver essa lenda, pois a janela de internet foi fechada abruptamente, assim como a janela de meu MSN onde eu conversava com minha irmã e a janela em que eu ouvia música. Olhei para o relógio, minha hora na internet tinha acabado e eu nem tinha percebido. Mandei uma mensagem para Kyara pedindo desculpas por ter saído desse jeito e dizendo que depois terminávamos a conversa.
Levantei e fui em direção a mesa de Erik com a intenção de pagar e tirar uma satisfaçãozinha com relação a sua hostilidade para comigo.
Cheguei e apoiei minhas mãos na mesa, ele apenas levantou os olhos para mim por um instante e depois voltou a olhar seu computador. Sem minha permissão, meus olhos voltaram-se para o computador de Erik também, rapidamente meus olhos passaram pelo horário que o computador marcava 14:45hs, ainda faltavam 15 minutos para mim no computador, então por que...?
-Por que cortou a internet do meu computador? –perguntei a Erik com mais hostilidade do que pretendia usar, meus braços começaram a tremer.
-Você estava se intrometendo em algo que não é da sua conta. –falou ficando em pé e chegando perto de mim. Meu corpo todo começou a tremer de raiva.
-É claro que é de minha conta, já logo serei uma de vocês. –disse eu triunfante vendo traços de surpresa passar rapidamente por sua face. –Eu sei o seu segredo, eu sei o que você é.
Ele começou a tremer junto comigo, acho que ele não esperava por essa.
-Diga. –disse ele. –Diga o que sou.
-Um lobo, um transmorfo. –disse eu friamente encarando seu olhar sem desviar por um segundo sequer. –Quanto devo por usar o computador?
-Dois dólares.
Paguei os dois dólares e fui me virando em direção à saída, mas parei por alguns instantes quando Erik disse:
-Espero que não esteja na casa de Jacob esta noite.
-Pode deixar. –falei virando-me em sua direção novamente. –Eu ESTAREI lá com toda a certeza.
E saí daquele antro, nunca mais entraria neste lugar, não enquanto Erik trabalhasse lá pelo menos.
Havia algo de muito errado com esse Erik, ele era muito diferente dos outros garotos Quileutes, ele parecia ter seu próprio segredo obscuro e eu fazia questão de descobrir o que era.

_x_
Andei em direção ao enorme mercado que havia ali perto, apenas segui reto, estava totalmente distraída olhando a vitrine das lojas e tal.
Entrei no mercado e comprei coisas básicas, só para a semana, qualquer dia eu precisaria pedir a Jake para me levar no mercado e daí sim eu faria a compra do mês, o que me renderia muitas sacolas. Na saída, eu passei em uma loja de celular e comprei uma internet móvel. Fui à loja de ballet e comprei uma sapatilha de ponta e uma de meia ponta novas, o resto das coisas eu já tinha.
Todo este percurso teve a duração de meia hora, voltei para a academia de dança e entrei no vestiário que a recepcionista que havia me atendido antes me indicou. Não tive pressa no vestiário, me vesti calmamente ajeitando cada detalhe de minha roupa.
Depois de trocada, fui prender o cabelo, ao olhar-me no espelho suspirei, meu cabelo estava começando a me incomodar, sempre gostei de ter cabelo comprido, mas agora... Meu cabelo era inteiro repicado, só que nunca aparecia por ele ser extremamente liso, ele batia um pouco acima da cintura em um caimento reto e sem vida. Balancei a cabeça e prendi-o metodicamente passando gel e colocando grampos para prender a minha franja que batia na altura do queixo.
Fiquei um tempo encarando minha imagem no espelho, o que eu poderia dizer do que estava refletido? Bem, pele extremamente clara, cabelos loiros de um tom estranho, quase chegava a ser dourado, tudo isso contrastado com uma maquiagem escura. Revirei os olhos para mim mesma e fui quebrar a sapatilha nova**.
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Quando deu o horário entrei em sala e fui me aquecer na barra, tinha quase certeza de que a professora fosse pedir alguma variação de ballet*** para mim. Pelo menos foi assim em todos os primeiros dias de aula nas escolas de ballet em que estive.
-Olá garotas. –disse uma senhora que aparentava ter uns 40 anos. –Vejo que temos uma aluna nova hoje, qual o seu nome?
-.
-Muito bem , de onde você vem? –perguntou docemente, adorei ela, minhas professoras de ballet geralmente eram meio rígidas demais.
-Vim do Brasil. –respondi vendo a cara de espanto da maioria das garotas ali presente. Acho que pessoas de fora não são tão comuns aqui. Ri internamente com este pensamento.
-Bem, mostre-nos o que sabe. –disse a professora. – E aliás, meu nome Bridget.
-Olá Bridget. –falei. –Que tipo de variação quer que eu faça?
-É livre, totalmente de sua escolha. –respondeu.
-Que músicas têm? –perguntei, pois uma variação de ballet que já está pronta é ruim de ser dançada sem música.
-Aqui querida. –disse a professora me entregando uma lista. Escolhi a música de número 7, era a canção da Fada Lilás, mostrei discretamente para a professora e fui me posicionar na sala enquanto ela colocava a música.
_x_
Saí da aula mais leve, fazia tempo que não dançava com tamanha leveza, livre de toda culpa e sofrimento. Bridget era ótima, ela não brigava quando errávamos algum movimento, ela apenas corrigia com uma paciência interminável.
Troquei minha roupa, soltei somente a franja e peguei o celular, precisava ligar para o Jake. Disquei o número e apertei a tecla verde, chamou apenas três vezes antes de Jake atender.
-Alô. –falou com uma voz meio cansada, mas que mesmo assim me fez estremecer, sua voz tinha muita intensidade e a rouquidão nela só aumentava isso.
-Oi Jake.
-! Quer que eu te busque? –perguntou com uma voz um pouco mais animada do que quando atendeu.
-Não precisa é só me passar o endereço que eu vou de táxi, ou se for perto eu vou a pé. –disse eu pegando aquele monte de sacolas que continha as compras do mercado; o resto eu havia colocado na bolsa.
Passaram-se alguns segundos de silêncio até Jake me responder.
-Você já saiu? –estranhei a pergunta, mas respondi:
-Não, ainda vou demorar um pouco, por quê?
-Por nada, deixo que eu ligo daqui e mando um taxi, daí já passo o endereço daqui. –falou.
Tem caroço nesse angu, por qual motivo, causa, razão ou circunstancia Jacob faria isso? Bem, eu já desconfiava que ele queria vir me buscar, mas mentir por isso... Muito estranho.
-Tudo bem. –falei, afinal estava começando a ficar curiosa. – Tchau, até daqui a pouco.
-Até .
E desligamos.
Segui para a recepção e fiz minha matrícula; a minha sorte na hora de pagar a aula experimental e a primeira mensalidade foi que eles aceitavam cartão, o que me poupou uma ida ao banco, o que seria totalmente desastroso com a minha falta de senso de direção.
Saí da academia de dança e dei de cara com Jake encostado em um Rabbit vermelho, o mesmo em que tínhamos vindo, isso me fez revirar os olhos, ele não precisava ter vindo me buscar.
-Não precisava ter vindo me buscar, eu poderia ter ido de táxi. –falei enquanto me aproximava.
-É melhor assim, acredite. –falou me puxando para um abraço.
Enterrei meu rosto em seu peitoral definido coberto por apenas uma regata branca que fazia um lindo contraste com sua pele morena. Ele afagou meus cabelos presos pelo coque e puxou meu queixo para cima, fazendo com que eu olhasse em seus olhos.
-Em cidades como Port Angeles não se pode deixar uma moça tão linda quanto você sozinha, mesmo durante o dia existem perigos por aqui. –disse ele sério.
Eu ri, eu sabia que não era nada engraçado mas eu ri, sempre soube me cuidar em Curitiba, sempre peguei táxi sozinha e nunca me aconteceu nada e olha que Curitiba era 5 vezes maior que Port Angeles, que mal poderia me acontecer.
-Desculpe. –disse eu quando ele fez uma cara resignada por eu estar rindo. Me recompus. –Bem, se você prefere assim...
Fiquei na meia ponta para beijá-lo, a última coisa que eu queria quando vim para cá fazer este intercâmbio era me envolver com alguém, mas como me deram limões, farei uma limonada, não faria mal aproveitar e ser feliz por apenas alguns instantes.
Este beijo foi maravilhoso, tanto quanto o primeiro este beijo, como o outro foi sincero, demonstrava verdades reveladas. Mesmo já sabendo da verdade, eu queria que Jake contasse, precisava ouvir a sinceridade da voz dele. Nos separamos cedo demais, porém era melhor assim, estávamos em um lugar público e Jake ainda tinha que voltar para o trabalho.
-É melhor irmos. –falei.
-Infelizmente, acho que você sabe que eu queria poder fugir daqui. –ele deu aquele sorriso que iluminava tudo, sorri junto e desfiz o nosso abraço e fui em direção ao carro.
Entrei no carro esperei Jake, eu tinha que ouvir ele logo, senão eu iria achar que aquele meu sonho não havia passado disso mesmo, um sonho.
Jake entrou no carro e ligou o motor, era agora ou nunca, eu tinha que começar esse assunto.
Jacob P.O.V.

estava calada desde que havíamos entrado no carro, o que não fazia muito tempo, mas já era o suficiente para me deixar nervoso. Ela parecia estar querendo falar algo, mas estava receosa, eu sentia isso. Estávamos quase chegando na loja quando o eu perguntei:
-, o que aconteceu para você estar tão calada? Parece querer falar algo. –perguntei tentando quebrar o gelo. Eu esperava que ela falasse qualquer coisa, tudo, tudo mesmo; menos o que ela disse.
-Jake, o que é um imprinting? –perguntou na lata, apertei o volante tentando controlar a força para não quebrá-lo.
-Imprinting? –me fiz de desentendido.
-É. –disse ela. –Sabe, é uma das lendas da tribo, essa é a única que eu não conheço.
Apertei o volante mais uma vez e resolvi contar o que ERA o imprinting e não que eu o havia sofrido com ela, não ainda, primeiro precisava falar da minha condição de lobo.
-Não me lembro da lenda direito. Você teria que perguntar a Billy para saber a história certa. –falei sincero.
-Não quero saber a lenda, só quero saber o que é. –disse começando a ficar impaciente com a minha demora para responder.
Ri com isso, era determinada, parecia ser o tipo de pessoa que não desistia até conseguir o que queria.
-Lembra da lenda dos espíritos guerreiros? Dos lobos? –perguntei.
apenas assentiu.
-O imprinting acontece quando esses lobos encontram sua alma gêmea. –ri internamente com o modo como e referi a mim mesmo. –É uma ligação muito forte, é como se você estivesse atado a ela, quando se olha nos seus olhos você percebe que não é mais a gravidade que te prende a Terra, é ela que te segura. –falei meu mais verdadeiro sentimento, falei o que eu sentia por ela.
-Nossa Jake, isso é lindo. –falou com os olhos brilhando.
Estacionei o carro na frente da loja.
-Nem imagina o quanto. –falei enquanto me inclinava em sua direção, precisava sentir o gosto daqueles lábios maravilhosos outra vez.
Beijamo-nos calmamente, sem pressa alguma, só saboreando os lábios um do outro. Nunca imaginei com uma coisa que eu considerava “simples” como uma beijo (tudo isso na época em que meus hormônios adolescentescos me dominavam) fosse me fazer tão feliz.
Interrompi o beijo sem vontade quando ouvi a voz de Karla atendendo ao telefone de dentro da loja.
Entramos na loja indo direto para os fundos, passamos reto por Karla, não estava a fim de mais uma sessão de charme jogado fora, sempre deixei claro para Karla que nunca a quis, mas ela ainda insistia.
entrou e jogou sua bolsa ao lado da porta e foi olhando por todos os cantos admirada com as peças de bicicleta. Expliquei algumas coisas sobre a montagem de uma bicicleta para ela, até deixei ela me ajudar a montar uma.
parou de me ajudar e foi sentar no canto, estranhei isso e fui atrás dela.
- , o que foi? –perguntei.
-Achei que você ia me contar. –falou bufando. –Contar o que você é.
Retesei, não poderia ser possível, não tinha como ela saber nosso segredo, a não ser que alguém houvesse contado.
-Contar o quê? –perguntei, afinal o que haviam contado a ela? Minha condição de lobo ou sobre a imprinting? Poderia ser até os dois.
-Tudo. –respondeu. –O que você é e o que eu me tornarei. Para falar bem a verdade, eu já sei, mas... Poxa, acho que ouvir você falar iria tornar isso mais real, mais fácil de aceitar. –falou levantando-se e indo para o lado oposto do galpão e ficando de costas para mim.
Fechei os olhos massageei minhas têmporas, seria mais fácil se ela não soubesse de nada, se ela não estivesse esperando que eu contasse algo que ela já sabia.
-, eu...eu... –comecei era difícil falar em voz alta, principalmente nesta situação.
Abri os olhos e me aproximei de , ela mantinha a cabeça abaixada fazendo com que os poucos raios de sol que entravam pela janela do galpão refletisse em seu cabelo fazendo-o ficar com um tom dourado, coloquei a mão em seu ombro fazendo com que ela se virasse para mim.
-Eu sou um lobo, um transmorfo. –falei assim que vi seus olhos faiscarem em minha direção.
Ela assentiu de leve, fechou os olhos e respirou lenta e profundamente.
-Melhor, bem melhor. –falou abrindo os olhos. –Não gosto de viver em meio a mentiras e segredos, ainda mais quando os mesmos envolvem a mim.
Fiquei admirado com mais uma vez, ela era tão determinada, tão adulta para sua idade.
-Tem mais uma coisa que preciso te contar. –falei colocando a mão na base das costas de e conduzindo-a em direção a umas cadeiras que estavam dispostas pelo galpão.
Era agora, eu precisava contar para ela sobre o nosso imprinting ou, ela ficaria com raiva de mim; tive um vislumbre disso quando ela pediu para contar a verdade, ela tinha um gênio forte.
-O que é? –perguntou enquanto sentava-se em uma das cadeiras, ela mantinha uma expressão de mais tranquila que anteriormente com traços de curiosidade.
-Lembra do imprinting? Quando nós lobos descobrimos as mulheres de nossas vidas com apenas um olhar... –deixei a frase no ar, assim ficaria obviamente obvio o que eu queria contar.
-E... –ri com a demora de , geralmente não vemos as coisas que acontecem conosco, mesmo que isso esteja de baixo de nossos narizes.
-Eu sofri o imprinting com você por isso sentimos essa estranha atração um pelo outro mesmo sem nos conhecermos. –falei rápido.
Vi o pequeno sorriso de desmoronar e seu rosto perder a cor, seus olhos se arregalaram levemente e sua respiração ficou suspensa, demorou vários segundos para ela voltar e respirar e falar fraquinho:
-É muita informação para processar.
Fiquei em silêncio, ela se levantou e foi colocar sua jaqueta junto a sua bolsa.
-É por isso que fiquei tão confusa. –falou mais para ela mesma. –Eu achei estranho ficar tão confusa sendo que eu mal conheço você. Eu não deveria estar me envolvendo, eu não queria isso, até ver você.
Fiquei olhando-a fixamente, não havia entendido nada do que falou.
-Ai que burra sou eu, você não entendeu nada, não é? –perguntou batendo em sua própria testa.
Ri de seu jeito.
-Pode ter certeza. –respondi sorrindo me aproximando mais uma vez dela.
-E cheguei aqui não querendo me envolver com ninguém, namorar, sabe? Ter algo sério. –falou, ela não se aproximava de mim também. –Preciso de um tempo para entender isso. –nesse momento eu parei onde estava. – Vai estar me esperando?
-Vou. –falei relaxando um pouco, ela não estava dizendo que não me queria, ela só estava me dizendo que precisava entender isso. –Vou te esperar sempre, eu só quero você, as outras não me interessam.
-Me fale sobre o bando. –pediu. –Os garotos, eles são...?
Ri de seu receio de falar a palavra lobo, lembro que no começo eu tinha esse mesmo receio.
-São, todos que você viu ontem são. –respondi voltando as minhas obrigações, me seguia observando cada coisa que eu fazia.
-Eu sou a primeira garota do bando? –perguntou um pouco receosa.
Entendi seu receio, não ter alguém para se espelhar é horrível, ter as primeiras sensações sozinho sem alguém para compartilhar é... Bem, não sei a palavra certa para descrever.
-Não, temos a Leah.
Ela riu.
-Eu deveria ter imaginado. –falou gargalhando.
-Posso saber a piada? –perguntei com sarcasmo que era o meu humor negro natural.
Ela não respondeu até acalmar a crise de riso e sua respiração.
-Ontem, –começou. –quando eu vi o Bernardo, meu primo, eu meio que tive um ataque e me joguei em cima dele, daí Leah chegou e...
-Jake, pode vir aqui um instante? –pediu Karla da entrada do galpão.
-Claro. –respondi sem vontade. –Já volto. –falei para . Ela apenas ficou me observando, mas nada disse.
Karla me levou até a loja que ficava na frente do galpão e começou a uma série de perguntas sem nexo.
-Quem é ela Jacob? –perguntou irritada e apontando na direção da porta dos fundos que levava até o galpão. –O que ela está fazendo aqui?O que ela quer com você?
Estranhei, Karla nunca foi assim, principalmente comigo.
-Karla, calma. –falei colocando as mãos em seus ombros e fazendo-a sentar. –Agora me fale o que acontece.
-Só quero saber quem está na loja do meu pai. –falou ainda irritada.
-Não se preocupe,podemos confiar na , ela veio fazer intercâmbio e está instalada em minha casa. Eu apenas trouxe ela aqui para ela poder fazer ballet.
Karla bufou e cruzou os braços.
-O que essazinha quer com você? –falou desdenhosa.
-Não te entendo. –falei fechando a cara, ela não deveria tratar assim, ainda mais não a conhecendo.
-Ain, claro que você me entendeu Jacob. –falou revirando os olhos. –O que ela é sua?
Aquela pergunta me deixou com raiva, por que Karla estava falando de desse jeito? O que ela tinha haver com a minha vida? E me deu mais raiva ainda porque eu não poderia dizer à Karla que era minha namorada, porque ela não era e eu não poderia mentir sem contar para .
-Ela é minha amiga. –respondi amargo.
-Ótimo! –exclamou Karla levantando-se e em seguida pulando em cima de mim e me beijando feito uma fã desvairada faz com seu ídolo.
Cerrei os lábios e empurrei-a delicadamente fazendo com que isso se tornasse um movimento lento. Instintivamente olhei para a porta de acesso ao galpão e vi ali, estática. Quando meus olhos se encontraram com suas orbes castanho esverdeadas, que agora estavam úmidas pelas lágrimas, ela saiu correndo. Sem processar meus pensamentos, corri atrás dela. corria muito rápido, os humanos a nossa volta estava começando a desconfiar de nossa velocidade.
Quando adentrou na floresta, ela diminuiu um pouco a velocidade parecendo querer não tropeçar. Ela só parou quando chegamos a uma pequena clareira.
-Jacob, pare de me seguir. –disse virando-se em minha direção, seus olhos brilhavam de pura raiva, seu corpo inteiro tremia, a transformação estava próxima.
-, deixe-me explicar. –falei me aproximando mesmo sabendo que era perigoso, até mesmo para mim.
Ela recuou alguns passos.
-Explicar o quê? Que você me promete algo e alguns minutos depois está quebrando esta promessa? –falou gesticulando em minha direção. –E ainda me deixa aquela lá me chamar de “essazinha”, nem para das pessoas que não gosto falo assim e nunca deixei ninguém a minha volta falar. É uma tremenda falta de respeito!
agora mantinha os braços ao lado do corpo, ela tremia, estava quase convulsiva. Abaixei a cabeça, como eu falaria para ela que se eu enfrentasse Karla um pouquinho mais que seja eu seria demitido? Eu precisava muito deste emprego, mesmo não o querendo.
- , ela iria me demitir. –falei tão baixo que mal eu ouvi minha voz, mas sabia que havia ouvido.
Neste momento o ar tremulou, ergui minha cabeça e vi explodir, ela havia se transformado e ali onde segundos antes havia uma linda garota de cabelos dourados e olhos castanho esverdeados que pareciam nossas florestas, estava uma linda loba que tinha os pelos da mesma cor dos cabelos de .
*Madeira de Lei significa, no Brasil, as madeiras que, por sua qualidade e resistência, são empregadas em construção civil, confecção de móveis de luxo, instrumentos musicais e artigos de decoração. É ligeiramente amarelada, superfície lisa e lustrosa.
* ”Quebrar” a sapatilha de ponta é moldar a sapatilha em seu pé para que ela faça uma curvatura para trás dando evidência ao peito do pé e para dar o equilíbrio necessário esticando os joelhos.
Para mais informações consulte sites especializados.
***Variação de ballet é uma sequencia de passos que forma uma pequena coreografia que muitas vezes é repassada em um espetáculo de ballet como o Lago dos cisnes.
Para mais informações consulte sites especializados.

(Continua...)

N/A: Hey peoples, quanto tempo. *se esconde das pedradas*. Peço desculpas pela demora, mas acho que este capítulo gigantesco compensa um pouquinho, não compensa? Mas, e aí? O que acharam do capítulo? Muitas emoções acontecerão, muitas brigas também. Bem, espero que tenham gostado, quero ver muitos comentários. Kkk’
Até o próximo capítulo(espero que este saia rápido, isso se eu não tiver muita prova e a professora de dança me livrar de alguns ensaios ¬¬’).
Beijos.





Capítulo 7


P.O.V


Quando Karla chamou Jake para ir falar com ela eu fiquei tentada a segui-lo, mas eu me segurei por um tempo antes de ir até a porta e ouvir aquela conversa. Quando estava chegando à porta, ouvi coisas que me estressaram um pouco.

-O que “essazinha” quer com você? –falou Karla desdenhosa.

Que absurdo! Ela estava falando de mim! É claro que ela estava falando de mim, quando chegamos aqui, vi que ela me lançou um olhar mortal e antes de ouvir isso eu já havia ouvido meu nome. Voltando ao assunto, quem era ela para falar assim de mim? Ela nem me conhecia! Que vadia...

Cheguei à porta e fiquei olhando de um ângulo em que eu não podia ser vista, vi Jacob de pé ele estava de lado para mim, Karla estava sentada, também de lado para mim, inclinei-me um pouco tentando ver a expressão dos dois.

-Não te entendo. –falou Jake, ele fechou a cara, estava irritado.

-Ah, é claro que você me entendeu Jacob. –falou a Karla revirando os olhos. –O que ela é sua? –Que audácia! Guria intrometida, a minha vontade foi de aparecer ali na frente dela e dizer que sou namorada dele, só para ela levar na cara; comecei a tremer de raiva.

-Ela é minha amiga. –respondeu Jacob amargo.

-Ótimo! –exclamou Karla levantando-se e em seguida pulando em cima de Jake e beijando-o feito uma prostituta desvairada.

Neste momento apareci completamente na porta. Mesmo Karla e Jacob estando grudados, vi-o mexer os lábios e empurrá-la bem devagar alguns segundos depois. Estaquei com a cena, ele também a beijou, o que significava que ele não estava esperando por mim; a raiva subiu pelo meu corpo deixando-me cada vez mais quente. Senti umidade em meus olhos, o que significava que as lágrimas estavam vindo, quando Jacob virou-se e nossos olhos se encontraram, saí correndo o mais rápido que pude, não me importei com os sinais de trânsito ou com as pessoas que olhavam com cara estranha por eu estar correndo tão rápido e por não estar agasalhada em um dia frio como esse. Eu sentia e ouvia Jacob me seguindo, mas eu não queria ninguém comigo, tudo que eu queria era entrar nessa floresta, me encostar numa árvore e chorar até não aguentar mais, mas até isso Jacob tinha que atrapalhar.

Quando adentrei a floresta, diminui um pouco a velocidade, minha coordenação motora podia até ter melhorado nos últimos meses, mas era melhor não arriscar, parei na primeira clareira da floresta.

-Jacob, pare de me seguir. –disse eu me virando em sua direção, meu corpo inteiro tremia, a raiva dominava meu ser.

-, deixe-me explicar. –falou Jacob se aproximando de mim.

Recuei alguns passos, não queria ele perto de mim.

-Explicar o quê? Que você me promete algo e alguns minutos depois está quebrando esta promessa? –falei gesticulando em sua direção. –E ainda me deixa aquela lá me chamar de “essazinha”, nem para as pessoas que não gosto falo assim e nunca deixei ninguém a minha volta falar. É uma tremenda falta de respeito! –cuspi tudo o que ameaçava explodir dentro de mim.

Mantive meus braços eretos ao lado do corpo, sentia todo ele tremendo muito, parecia que eu estava tendo uma convulsão.

Jacob manteve-se calado e de cabeça baixa, ele não tinha argumentos plausíveis, exatamente como eu pensava.

-, ela iria me demitir. –falou baixíssimo após alguns segundos. Fiquei pasma, ele estava se importando se iria ser demitido? Eu havia ouvido direito? Ele nem gosta daquele maldito emprego, que arranjasse outro!

E foi com esses pensamentos que minha raiva aumentou e senti um fogo subir pela minha coluna para logo após ter uma sensação de como se estivesse explodindo.

Depois da “explosão”, senti minha cabeça mais pesada e meus pulmões precisavam de mais ar que antes.

-? –ouvi a voz de Seth na minha cabeça. Olhei assustada para Jacob, ele me olhava admirado. –Não se preocupe você se acostuma. –Seth falou em minha cabeça novamente, eu só não sabia sobre o que ele estava falando.

Várias vozes adentraram minha cabeça, eu comecei a ficar tonta, baixei a cabeça com a intenção de me sentar e colocar a cabeça entre as pernas, mas o que eu vi me assustou mais ainda, no lugar dos meus pés, havia... havia... patas! Pastas grandes e peludas exatamente da cor de meus cabelos. Tive vontade de chorar, não poderia ser possível, eu era uma loba.

-! –disseram Collin e Brad em uníssimo.

–O Jake já te explica o que está acontecendo. –falou Brad.

-Como sabem que o Jake está comigo? –perguntei estúpida, estava morrendo de medo disso tudo, mesmo já sabendo o que era. –Saiam da minha cabeça!

Via várias imagens passarem por minha cabeça e sabia que essas imagens não viam de meus pensamentos já que eu nunca havia visto esses lugares. Quando fui chorar um ganido saiu de minha garganta, isso só piorou minha situação.

Olhei para Jacob desesperada, tentei passar meu desespero para meus olhos de loba e acho que funcionou, porque Jacob fugiu. Isso mesmo, ele fugiu! Deve ter ficado com medo de mim, mas logo deletei esse pensamento lembrando-me de que ele também era um lobo.

Fiquei olhando a minha volta tentando achar Jacob, mas o que vi foi um lobo com pelos castanhos avermelhados, quando olhei em seus olhos soube que era Jacob, ele era muito maior do que eu, me senti muito pequena perto dele, mas não deixei isso me intimidar.

-Jake. –pensei. –Me ajuda, por favor. –Gani baixinho, estava desesperada, não queria ser loba.

-Calma . –respondeu ele por pensamento.

Me horrorizei quando me dei conta de que todas aquelas vozes e imagens na minha cabeça realmente eram dos garotos que vi ontem. Lobos podiam ler os pensamentos uns dos outros? Isso era trágico. Continuei a ganir baixinho, era tão injusto! Por que eu tinha que ter virado loba?

-É algo genético , está no nosso sangue. –respondeu Jacob a meus pensamentos novamente.

-Como faço para voltar ao normal? –perguntei sentando em minhas patas (AaahhH, isso não pode estar acontecendo comigo, não quero ter patas AaahhH).

-Você só tem que se acalmar. –disse Jake centrado. –Mas é melhor ir para casa antes. –concluiu.

-Por quê? –perguntei querendo chorar.

-Bem... –começou ele meio sem graça. –É que quando nos transformamos se estamos vestidos, nossas roupas meio que explodem e...

-Ficamos nus quando voltamos a nossa forma normal. –completou Collin.

-O QUÊ? –gritei em pensamento, vi Jake se encolher. –ISSO NÃO PODE SER VERDADE, EU ADORAVA AQUELA BLUSA!

-, mais baixo, por favor. –disse Seth.

Bufei, só tinha uma solução.

-Alguém pode, por favor, chamar o Bernardo e pedir para ele trazer alguma roupa para mim? –pedi em um tom totalmente azedo, sei que não estava sendo educada, mas essa situação já tinha chegado ao limite para mim, depois de tudo que aquela Karla fala de mim ainda me acontece isso! É para acabar mesmo.

-Eu vou. –disse Seth. –Ele está na minha casa mesmo. Daí eu já aproveito para comer alguma coisa.

-Obrigada Seth. –agradeci, esse garoto era muito educado, mesmo eu não merecendo. Senti sua mente se desligar da minha.

Deitei no chão e coloquei as patas em cimas dos meus olhos tentando me decidir se eu matava Jacob pelo o que ele fez, se eu ficava desesperada com esse negócio de ser loba ou se eu aproveitava para tirar algumas dúvidas sobre esta minha nova condição.

-Se eu fosse você eu tiraria as dúvidas. –disse Jacob com descaso.

Neste momento meu sangue ferveu e eu pulei em cima dele sem nem me importar com nossa diferença de tamanho. Tentei mordê-lo várias vezes, mas fui impedida pelo mesmo, o que só aumentava minha raiva.

-Essa aí vai ser boa de briga. –pensou Brad para Collin.

-COMO É? –gritei em pensamento novamente saindo de cima de Jacob.

Vi Jacob se encolher e ouvi um baixíssimo “ai” vindo dos garotos.

-Quem mandou cutucarem a onça com vara curta? –ouvi a “voz” de Bernardo em minha cabeça.

-Bernardo . –falei. –Se você não quer que eu te mate, é melhor você chegar aqui rápido.

Ele riu por pensamento. (Ok, isso foi estranho)

-E você. –disse virando meu focinho (chora) para Jacob. –É melhor ficar na sua, bem quietinho que temos algumas coisas para conversar depois.

-. –disse com uma voz tão triste que quase caí em seu truque e o perdoei. –Eu sei que você está com raiva de mim, e tem todos os motivos para isso, mas me perdoa, por favor. Eu te amo.

As suas últimas três palavras me pegaram de surpresa, tive vontade de gritar que também o amava e que o perdoava. O que raios estava acontecendo comigo? Era como se eu quisesse atirar em Jacob e me jogar em sua frente para salvá-lo, isso era totalmente contraditório, não era de meu feitio.

Bufei com raiva, só não sabia se tinha mais raiva de mim ou de Jacob.

-Depois nós conversamos. –falei deitando-me em cima de minhas patas novamente.

Respirei profundamente acalmando-me um pouco, eu errei em tratar mal Seth, Collin, Brad e Bernardo, eles não tinham culpa do acontecido, quanto a Jacob, ele não tinha tanta culpa assim, mas com ele eu me resolveria depois.

-Sem problemas. –disse Bernardo. –Sua vida está uma bagunça e ainda acontece isso, acho que se fosse eu, também enlouqueceria.

-Obrigada Be, é bom ter alguém que me entenda. –falei um pouco arrependida do que tinha feito antes.

-Perdi alguma coisa importante? –perguntou Seth assim que voltou a sua forma lupina.

-Nada. –respondeu Brad. Acho que ele e Collin haviam ficado realmente ofendidos com minha grosseria, precisaria conversar com eles depois.

-, aqui. –disse Be parando na minha frente e colocando uma mochila no chão.

-Obrigada de novo. –agradeci.

Ele apenas assentiu desta vez e voltou por onde veio, eu sabia que ele iria se encontrar com Leah.

Peguei a mochila com a boca e fui de para trás de uma árvore para que ninguém pudesse me ver.

Ok, agora é só me acalmar. Sentei em minhas patas traseiras deixando minha mente leve, apaguei momentaneamente tudo o que me fazia mal e deixei aquela calmaria tomar conta de mim, o ar a minha volta tremulou e quando percebi estava de pé atrás da árvore, completamente nua.

Rapidamente, abri a mochila e fui tirando de lá de dentro um jeans rasgado, uma regata estampada e um tênis preto (é claro que tinha calcinha e soutien lá dentro, mas eu não iria falar deles). Coloquei as roupas rapidamente, queria sair dali o mais rápido possível. Quando saí de trás da árvore, Jacob já estava em sua
forma humana me esperando.

Parei em sua frente e tentei colocar uma máscara em meu rosto não deixando transparecer minha irritação para com ele. Jacob pegou em minha mão e disse:

-É melhor irmos.

Assenti soltando sua mão e começando a correr pelo caminho que tinha vindo, sentia Jacob me seguindo, aumentei a velocidade, Jacob também aumentou emparelhado comigo, resolvi não tornar isso uma competição e mantive minha velocidade, quando entramos na cidade não me importei com os humanos que nos olhavam assustados por não estarmos de blusa neste dia frio e por nossa incrível velocidade, não estava me importando com isso, pelo menos não agora.

Chegando perto da loja eu parei, precisava fazer algo antes de enfrentar Karla.

-Jacob. –chamei quando vi que ele não havia parado também.

Ele parou e se virou em minha direção, eu iria fazer algo que odiava.

-Desculpa. –falei rápido para não me arrepender do que estava fazendo. –Desculpa por gritar com você, no fundo eu sei que você não teve culpa, mas uma demissão desse lugar bem que seria uma boa.

Ele assentiu com uma expressão um pouco mais leve do que antes.

-Você vai me desculpar então? –perguntou voltando a caminhar, acompanhei-o.

Esperei até chegarmos a calçada que ficava em frente e loja e parei em sua frente impedindo-o que prosseguisse.

-Estou indo contra todas as minhas convicções. –falei. –Mas eu te perdôo.

Jacob acariciou meu rosto com o dorso de sua mão, tinha tantos significados ali naquele toque, fechei os olhos entregue a aquela sensação. Inconscientemente fui subindo na meia ponta e enlacei sua nuca, alcancei seus lábios beijando-lhe com calma, mas com intensidade; tentei passar naquele beijo tudo o que estava sentindo, a confusão de meus sentimentos, o quanto me sentia atraída por ele, a tristeza quando o vi com a Karla, a raiva e a decepção depois do acontecido e por fim a felicidade e leveza que sentia quando estava ao seu lado, como se tudo fosse certo e apenas o momento existisse.

Separamo-nos um pouco ofegantes, Jacob encostou sua testa na minha, nossos olhos demonstravam a intensidade do que estávamos sentindo, eles nunca se largavam. Ficamos ali presos em nossa bolha até que a voz irritante de Karla chegou até nós.

-Sinceramente Jacob, não se foge do trabalho sabia? Ainda mais para ir atrás de alguém que nem você conhece direito. Da próxima vez eu peço para o meu pai te demitir. –falou colocando as mãos no quadril e batendo o pé, ela havia visto nosso beijo e sua cara era impagável.

Karla me fuzilava com os olhos, ri internamente. Olhei para Jacob novamente e ele fez o mesmo, dei um selinho rápido nele e fomos entrando na loja.

-Que horas são Karla? –perguntou Jacob com os olhos ainda grudados em mim.

Para falar a verdade eu ainda não o havia perdoado completamente, mas ele não precisava saber disso.

-Seis horas. –respondeu, via sua face ficar vermelha enquanto ela observava Jacob acariciar meu rosto.

-Já estou indo. –avisou Jacob. –Amanhã eu compenso o dia de hoje, ou melhor, desconta do meu salário.

Não esperamos a resposta de Karla e fomos direto para o galpão para apanhar nossas coisas, quando peguei minha bolsa e minha jaqueta de couro dei graças a Deus por ter tirado a jaqueta antes da transformação, seria uma tragédia se aquela jaqueta explodisse, ela tinha me custado dois meses de um estágio que fiz.

Coloquei minha jaqueta e pendurei a bolsa no ombro, fiquei esperando Jacob sentada na mesma cadeira que havia sentado mais cedo enquanto o esperava. Jacob saiu do pequeno banheiro que tinha nos fundos do banheiro surpreendendo-me, era como se a cada segundo eu me sentisse mais ligada a ele, quando ele parou na minha frente eu verdadeiramente olhei em seus olhos desde minha transformação e senti todas as ligações que ele havia descrito de como era o imprinting e nesse momento tudo fez sentido, o meu passado, onde aconteciam coisas inexplicáveis; o meu presente, onde tudo parecia confuso a primeira vista; e o meu futuro, o qual eu nem sabia o que iria acontecer, mas estando com Jacob, eu sabia que seria feliz.

Ele estendeu a mão para mim em um silencioso convite. Peguei-a e saímos do galpão em perfeita sincronia.

-Até amanhã Karla. –disse Jacob sem expressão alguma assim que saímos do galpão.

Ela nada respondeu, apenas olhava raivosa enquanto íamos em direção a saída.

-Tchau querida. –disse eu ironicamente quando chegamos à porta, Karla abriu sua boca em um “0” assim que eu o disse.

Quando chegamos ao carro não pude evitar uma série de gargalhadas, elas saíam de mim naturalmente.

Passaram-se vários minutos até que minhas gargalhadas cessarem, Jacob olhava para mim como uma cara que claramente dizia : “Nem acredito que sofri o imprinting com essa louca” . Eu ia começar a rir novamente com esse pensamento, mas me segurei.

Jacob deu a partida no carro e dirigiu tranquilamente pelas ruas que nos levariam de volta a La Push. Eu olhava a paisagem refletindo, tanta coisa mudou em minha vida e tudo em apenas dois dias, mas eu sentia como se fosse meses. Tudo passou como um flash em minha mente, a traição de Gustavo, as homenagens na festa, a despedida de minha família, o carinho de Billy, a alegria dos garotos, o reencontro com Be, a fúria de Leah, a felicidade e o incomodo por ter que dividir o quarto com Jacob, a hostilidade de Erik, as notícias do Brasil, o ballet, as confissões de Jacob, Karla, a transformação... E outras coisas pequenas que se fosse para lembrar a agora eu ficaria horas nisso.

-Algum problema ? –perguntou Jacob franzindo o cenho sem desgrudar os olhos da estrada.

-Não. Nada de mais. –fui evasiva.

-Parece incomodada. –insistiu.

Desisti de esconder, uma hora meu bocão enorme iria falar mesmo.

-Eu não queria virar loba. –falei rápido. –E também fico meio sem jeito por ter que dividir o quarto contigo, não queria invadir seu espaço.

-Como assim dividir o quarto comigo? –perguntou Jacob confuso.

É impressão minha ou eu perdi alguma coisa aí?

-É que quando eu acordei vi você dormindo na cama ao lado da minha, aquele é o seu quarto, não é? –perguntei esperançosa torcendo para que fosse.

-Não, aquele era o quarto que minhas irmãs dividiam, eu durmo no quarto dos fundos. –explicou. –Você não se lembra de ontem?

Merda! Eu não me lembrava de nada, isso só tinha uma explicação.

-O que aconteceu ontem? –perguntei pressionando minhas pálpebras.

-Você saiu no corredor dizendo que não conseguia dormir e perguntou se eu não podia dormir com você. –falou me fitando pelo canto dos olhos.

Tive vontade de gritar, mas me contive. Não estava acreditando no que ouvia.

-Olha, me desculpe. –comecei a me explicar ficando vermelha. –Mas eu sou sonâmbula, faço isso de sair pela casa a noite e ficar conversando, depois não consigo lembrar de nada. –fechei os olhos e respirei fundo várias vezes; qualquer dia o fato de eu ser sonâmbula me mataria de vergonha, eu fazia cada coisa nesse estado...

Jacob gargalhou e olhou para mim enquanto dirigia, lancei-lhe um olhar mortal pela risada e pela desatenção no trânsito.

-Sério? –perguntou após ter contido a vontade de rir.

-Infelizmente. –falei bufando.

-É interessante. –falou. –Nunca tivemos um sonâmbulo no bando, só quero ver no que isso vai dar.

E gargalhou novamente. Apenas bufei mais uma vez, pois sabia que nada do que fizesse mudaria o fato de meu sonambulismo.

-O que os lobos fazem? –perguntei quando estávamos quase chegando.

-Lutamos contra os frios. –disse Jacob colocando uma máscara em sua face que ia contra toda sua felicidade e espontaneidade de agora pouco.

-E o que mais? –perguntei curiosa, eu poderia até não gostar de ser loba, mas isso não queria dizer que não queria participar da ação.

-Fazemos rondas para verificar se não tem frios em nossas terras. –abri a boca para perguntar o que era feito com os frios encontrados por aqui, mas Jacob foi mais rápido e falou na frente. –Se encontrarmos, nós os matamos. Com exceção dos Cullen, é claro.

-E como são as rondas? –perguntei tentando tirar da cabeça a ideia de matar alguém, mesmo esse alguém sendo um frio, um sugador de vidas.

-Corremos pelo perímetro de La Push e Forks. –respondeu. Jacob parecia estar no automático.

Jacob estacionou o carro em frente a sua casa sem nem ao menos se preocupar em colocá-lo na garagem. Ele saiu do carro batendo a porta com força e ficando parado ao lado da mesma enquanto eu pegava minha bolsa e as sacolas de compra.

Quando terminei de pegar as sacolas fui para o lado de Jacob, ele pegou algumas sacolas de minhas mãos para diminuir o volume de coisas que eu carregava e entramos juntos na casa, Billy não estava ali. Jacob estava muito quieto, ele parecia perdido em pensamentos e com medo, eu podia sentir. Coloquei as sacolas que carregava a mesa da cozinha e fui para o quarto, deixar minhas coisas lá. Coloquei minha bolsa e jaqueta em cima da cama ao lado da minha e deitei-me. Fiquei olhando o teto deixando meu corpo pesar na cama e fiquei ouvindo os ruídos da casa. Ouvi passos no corredor e uma porta ser aberta, ouvi o barulho do chuveiro sendo ligado, Jacob estava no banho. Fiquei ouvindo o barulho da água do chuveiro e deixei minha mente viajar para um tempo que já não existia.

Lembrei de quando meu pai ainda morava comigo, como ele, Kyara e eu éramos ligados, parecia ser algo muito maior que o laço de sangue, que o amor de família; várias imagens de meu pai brincando comigo, com a Kyara e a Thaylyne passavam por minha cabeça, estranhamente, uma coisa que eu mal lembrava do meu pai me veio a mente; lembrei do quanto ele ficava perturbado quando via sangue, isso me causou arrepios, mal ouvi o chuveiro ser desligado, sentia como se estivesse sendo observada, instantaneamente me coloquei em estado de alerta.

Me coloquei em pé num pulo quando ouvi o clique de duas portas ao mesmo tempo.

-Jacob? –escutei Billy falar, relaxei e deitei novamente.

-Fala pai. –disse Jacob que já havia saído do banheiro e ido para a sala.

-A reunião vai ter que mudar aqui para casa filho. –falou Billy. Reunião, que reunião? Apurei meus ouvidos curiosa para saber do que falavam.

-Aconteceu algo? –Jacob assumiu um tom de voz preocupado.

-Emily vai dar a luz daqui a pouco. Sam acabou de levá-la para o hospital. –disse Billy. –Aconteceu alguma coisa Jacob? Parece-me preocupado.

-Vou falar na reunião. –respondeu Jacob. –Vou avisar aos outros que a reunião vai mudar para cá.

-Não precisa. –disse Billy rapidamente.

Jacob riu.

-Mais é um velho fofoqueiro mesmo. –disse Jake rindo do pai. –E os Cullen? Eles já foram avisados?

-Seth já os avisou.

-Ótimo.

Passarem-se alguns minutos até o silencio ser quebrado por Billy.

-E a ? –perguntou.

-No quarto. –respondeu Jacob.

-Já contou a ela?

-Já.

Pouco tempo depois ouço passos pela casa para logo depois a porta de “meu” quarto ser aberta. Abri os olhos e vi um Jacob só de toalha adentrar o quarto.

-Está tudo bem? –perguntou sentando-se na beirada de minha cama.

-Aham. –respondi sentando-me também. –Por que está tão quieto?

-Nada. –respondeu sorrindo, um sorriso que não chegou a seus olhos.

-Tem certeza? –perguntei cruzando os braços na altura do peito puxando minimamente meu decote para baixo.

Vi Jacob engolir em seco. Eu o faria contar o que o incomodava de um jeito ou de outro.

-Cl...Claro. –respondeu gaguejando.

Ri internamente. Fiquei de joelhos na cama aproximando meu rosto do dele. Eu sei o que eu disse sobre ser rápido de mais para termos algo, mas eu podia me divertir um pouco enquanto me acostumava com a ideia do imprinting, não podia?

-Certeza absoluta? –sussurrei em sua orelha e mordendo o lóbulo da mesma logo em seguida.

Jacob soltou um gemido audível enquanto via a toalha subir um pouco. Corei pensando que Billy poderia ter ouvido, mas logo voltei a meu foco principal.

Jake ficou um tempo em silencio enquanto eu esperava sua resposta, já estava indo em sua direção novamente quando ele viu que eu não iria desistir e contou o que o afligia.

-Só estou preocupado. –falou levantando-se e sentando na outra cama de frente para mim.

-Preocupado com o quê? –perguntei triste por Jake ter se afastado.

-Com você.

-Comigo? Por quê? –perguntei levantando a cabeça, eu havia abaixado para pegar meu brinco que caiu, vi que ele encarava cobiçoso meu decote que estava maior que o normal. Corei e arrumei o decote.

-Não queria que tivesse se transformado, não queria que você tivesse virado loba. –Falou lamentando.

Lancei-lhe um olhar inquisidor e na mesma hora Jake continuou.

-É perigoso demais. Você é tão sensível, tão... tão... frágil. –disse ajoelhando na minha frente e pegando meu rosto entre suas mãos. –Tenho medo de te perder. –concluiu colando sua testa a minha.

-Não tenha. –falei encarando seus olhos intensamente. Sentia seu hálito quente em meu rosto, eu ansiava para que ele me beijasse. –Você não vai me perder.

Jake encurtou o pouco espaço entre nossos lábios e me beijou com sofreguidão passando todo seu medo para mim. Também tinha medo de perdê-lo, mesmo isso sendo estranho para mim por nos conhecermos a tão pouco tempo.

O beijo ficava cada vez mais intenso, Jacob me deitou na cama e continuou a me beijar carinhosamente. Mas esse beijo carinhoso não durou por muito tempo, logo ele mudou para um beijo mais quente, sensual; nossas línguas travavam uma batalha onde não havia vencedor ou perdedor, nesta batalha havia apenas dois apaixonados que ansiavam um pelo outro mais que tudo. O beijo se quebrou apenas quando o ar já nos era escasso, mas Jacob não parou por aí, eles apenas desceu os beijos para o meu pescoço e clavícula, eu soltava pequenos gemidos, ele havia descoberto meu ponto fraco.

-Jacob, eu acho melhor... –disse Billy entrando no quarto. Eu nem havia percebido, mas Jacob deixara a porta entreaberta.

Saltamos uma para cada lado, Jacob foi para os pés da cama enquanto eu me espremi contra a cabeceira da mesma. Ambos coramos arfantes pela falta de ar e pelo flagra.

-Acho melhor vocês estarem prontos logo, os garotos já estão vindo para cá. –continuou Billy extremamente constrangido por ter visto e atrapalhado nosso momento.

Jacob apenas assentiu tentando esconder do pai sua enorme excitação. Corei novamente quando reparei. Estávamos indo rápido demais mesmo.

Levantei-me indo pegar uma muda de roupa e lingerie limpas em uma de minhas malas; peguei as primeiras peças que vi a minha frente.

-Vou tomar banho. –falei baixinho ainda extremamente vermelha e saí o mais rápido possível da casa evitando o olhar de Billy quando atravessei a sala em direção a lavanderia indo pegar minha toalha.

Voltei para a casa e fui correndo para o banheiro, ainda tinha que cozinhar depois, eu estava com uma fome...

Tomei um banho rápido e coloquei a roupa que tinha separado, o short que eu tinha pegado era tão curto que mais parecia uma calcinha, corri para o quarto, tirei o short assim que fechei a porta e fui procurar outro um pouquinho maior em minhas coisas.

-, o seu primo já chegou, ele quer falar contigo. –disse Jake, que agora estava devidamente vestido, entrando em meu quarto enquanto eu colocava o short.

Pulei de susto e peguei a toalha que estava aos meus pés e cobrindo minha calcinha. Pedi para ele se virar fazendo um sinal com as mãos, assim que ele o fez vesti meu short rapidamente.

-Não comente com ninguém o que você viu. –falei baixinho quando passei por ele.

-Oi Be, oi Leah. –falei assim que cheguei à sala. Evitei olhar para Billy, ainda estava muito constrangida por ele ter visto o que viu.

-Oi . –disse Leah formalmente, estranhei isso ontem ela havia sido super simpática comigo.

-, será que podemos conversar? –pediu Bernardo me olhando seriamente.

Travei por um momento e num impulso olhei para Jake, ele não desgrudava seus olhos de mim, a não ser por um momento que ele virou seu rosto na direção de Bernardo e assentiu levemente.

Meu primo veio em minha direção e me conduziu para fora da casa levemente, saí da casa olhando para Jake e Leah que nos encaravam, só me virei para o Be quando a porta se fechou as nossas costas.

Fomos para a floresta, mas sem perdermos as casa de Jake de vista.

-O que está acontecendo entre você e Jacob? –perguntou Be com um semblante cansado.

Olhei para baixo, é claro que ele iria querer saber, ele sempre cuidou de mim e de Kyara como se fossemos suas irmãs.

-Não sei. –respondi sincera.

-, não adianta me esconder, a Kyara me contou o que Gustavo fez para você. –falou fazendo-me amaldiçoar minha irmã por ter aberto a boca. –Não acha muito cedo para se envolver com alguém novamente?

Olhei para baixo, não sabia como responder, não sabia como contar sobre o imprinting para meu primo, ainda era tão estranho para mim, imagina para ele então.

-É complicado. –falei querendo desviar da pergunta.

-O que é complicado? –perguntou não me deixando escapar do assunto.

Respirei profundamente e resolvi por contar a verdade, eu queria mentir, mas nunca fui boa em mentir mesmo.

-Eu sei que estamos indo rápido demais, mas é como se eu precisasse dele para respirar, para viver. Nós temos o imprinting, é isso. –falei tudo de uma vez para não me arrepender depois.

-COMO ASSIM ELE TEVE O IMPRINTING COM VOCÊ? –me encolhi, Bernardo me tratava como uma irmã mais nova e isso eu até aceitava, mas odiava que gritassem comigo.

-Pára de gritar Bernardo. –falei fechando os olhos para controlar os tremores que passavam por meu corpo. –Aconteceu, ok? Não tenho culpa.

Começou a chover. Be socou uma árvore causando uma pequena cratera em seu tronco.

-Mas que droga. –falou depois de algum tempo. –Entendo como é ter um impriting, mas por que justo agora? Por que com você?

Não respondi, a resposta estava perfeitamente clara, não é algo que se escolhe, mas sim que acontece.

-Tente se controlar. –falei colocando a mão no ombro do meu primo. –A época Gustavo passou no momento em que vi Jake. Sinto que agora vai ser diferente, Jacob não vai me magoar.

-Bom mesmo. –falou Be dando um pequeno sorriso. –Ele até pode ser o meu alfa, mas se magoar minha prima ele vai ter que se ver comigo.

-Alfa? –perguntei sem saber.

-É, ele é nosso “chefe” –falou Be fazendo aspas com os dedos no ar.

Revirei os olhos e o puxei em direção a casa novamente, alguns garotos começavam a chegar.

Assim que entramos na casa Jake olhou para mim questionando-me como havia sido a conversa. Apenas sorri e balancei a cabeça afirmativamente indicando que não havia nada com o que deveria se preocupar.

Fui para a cozinha e comecei a guardar o que tinha deixado em cima da mesa deixando de fora apenas o que iria usar. Fiz uma lasanha qualquer em grande quantidade enquanto todos iam chegando e acomodando-se na sala, a maioria dos garotos olhava-me como se eu não devesse estar ali, eles ainda não deviam saber que eu havia me transformado.

Conforme os garotos iam chegando eles viam me cumprimentar, com exceção de Collin e Brad, eles deveriam estar realmente chateados comigo, também tinha outro que estava alie não me cumprimentou, mas este eu não conhecia.

Logo após Seth chegar, um fedor estranho que invadiu a casa e fez meu nariz arder, meus braços começaram e tremer automaticamente, eu teria me transformado ali mesmo se Jake não tivesse meu acalmado.

-, esses são os Cullen. –falou olhando da direção de um grupo de pele extremamente branca, era o cheiro deles que fazia o meu nariz arder. –Eles são vampiros.

Fiquei tensa, o que vampiros estavam fazendo ali?

-Eles estão do nosso lado. –falou Jake sussurrando em meu ouvido fazendo-me relaxar novamente.

-Olá. –falei sem saber direito como me dirigir a eles.

-Olá. –falou o loiro que pareceu ser o líder deles. –Eu sou Carlisle e estes são meus filhos Edward, Emmet, Jasper, Alice, Rosalie e Bella.

Eles apenas deram um aceno de cabeça conforme Carlisle iam falando seus nomes.

-. –apresentei-me assim que Carlisle terminou.

-Podemos começar? –perguntou Jake olhando todos, que assentiram esperando que ele começasse.

-Mas a vai ver a reunião? –indagou Erik.

Ignorei, mas não pude evitar pensar na pequena discussão que tivemos na lan house.

- é uma de nós agora. –falou Jake enlaçando minha cintura. –E também o meu imprinting.

Alguns olhos se arregalaram, tive vontade de rir, mas me contive. A vampira que se chamava Bella me olhou de um jeito estranho, quase como se estivesse com ciúmes, devolvi seu olhar sem entender o que acontecia.

-Finalmente desencalhou cachorro. –falou Emmett, o vampiro grandalhão, em tom de brincadeira.

Fiquei vermelha, agora eu era o foco naquela sala. Meus olhos vagavam pela pequena sala tentando achar um lugar vazio para olhar sem ter de encarar ninguém, meus olhos pararam em Seth quando percebi que ele não me olhava, era impressão minha ou ele parecia triste?

-Foco. –falou Jake assumindo uma voz de comando que eu ainda não tinha ouvido. –Viram algo de diferente nas rondas?

-Logo depois que você se transformou de volta pegamos um rastro de vampiro, mas esse rastro foi interrompido, não conseguimos achar nada depois. –falou Brad.

-Deveriam ter me chamado. –falou Jacob incrivelmente sério.

-Não deu tempo, o rastro era muito curto, quando vimos já tinha acabado. –Collin quis defender o amigo.

Jacob assentiu meio contrariado.

-Mais alguma coisa? –perguntou puxando uma cadeira da cozinha e sentando-se.

-Nada, desde o ataque de ontem tem estado tudo tranquilo. –Leah resolveu falar por todos.

-Os grupos de ronda ficam praticamente os mesmos. –falou Jake depois de alguns minutos de silencio. –As únicas coisas que mudam é que Paul vai para o grupo da noite junto com Damien, Erik e August, Bernardo vai para a ronda da tarde junto com Seth, Collin e Brad, vai fazer a ronda da manhã comigo para eu poder treiná-la e...

-Treiná-la, sei... –falou Erik sarcástico fazendo alguns rirem, revirei os olhos e ignorei.

-Os Cullen vão entrar nas rondas conosco. –falou Jacob ignorando o comentário idiota. –Carlisle, como querem se dividir?

-Podemos nos revezar. –falou Carlisle. –Dois de nós podem fazer rondas de doze horas por dia.

-Tudo bem. –falou Jake um pouco mais aliviado por ter acertado tudo. –Isso é só. –falou dispensando todos, mas apenas os mais novos como Collin, Brad e Rupert foram para suas casas.

Logo conversas paralelas começaram a ser ouvidas na sala, Jacob ficou conversando com Billy e Carlisle tentando achar sentido no ataque de ontem, Billy até podia não ser lobo, mas ele adorava discutir estratégias, pelo menos foi o que Jake disse quando perguntei o que Billy estava falando quando o vi conversando com Carlisle.

Fui para a cozinha a fim de terminar o jantar, desta vez ninguém foi me ajudar e tive de encarar fazer comida para um batalhão inteiro de lobos sozinha, tinha que admitir que o apetite de lobo também começava a me dominar, estava morrendo de fome.

As lasanhas se foram em questão de minutos, isso que eu tinha feito três receitas em tamanho família, o apetite de lobo era uma coisa assustadora.

-Sabe uma coisa que achei muito estranha? –falou Bernardo, conversávamos há algum tempo com Emmet (que descobri ser o maior palhaço), Seth, Rosalie e Leah, sendo que as duas últimas trocavam farpas o tempo todo.

-O que? –perguntei desviando momentaneamente meus olhos para Jacob que ainda conversava com Billy e Carlisle; Jasper, Edward, Bella e Alice haviam acabado de se juntar a eles.

-A cor da sua pelagem. –falou atraindo minha atenção para si novamente.

-Como? –perguntei sem entender nada.

-Seus pêlos são da mesma cor de seus cabelos. –falou Seth.

-E isso é estranho? –perguntou Rosalie, ela havia falado que tinha adorado a cor de meus cabelos anteriormente, acho que era por isso o interesse dela, pois ela parecia odiar os lobos.

-Muito. –respondeu Be cortando o que Leah iria dizer. –Pelo menos nenhum de nós tem os pêlos da mesma cor que o cabelo.

Franzi o cenho, até como loba o tinha que ser “a estranha”?

Emmet cheirou meu ombro fazendo-me inclinar para o lado estranhando seu ato.

-Você também não tem um cheiro tão ruim quanto o dos lobos, é como se você tivesse um cheiro único, como a Nessie. –falou depois de me cheirar. –Nada pessoal, mas os lobos não cheiram bem para nós. –completou explicando-se para mim.

-Nessie? –perguntei ainda interessada na primeira parte da frase de Emmet.

-É. A filha de Edward e Bella. –respondeu.

-Vampiros podem ter filhos? –perguntei, a essa altura algumas conversas em volta de nós pararam e alguns riam de mim, ou melhor, o grupinho de Erik ria de mim. Ignorei.

-Bella a teve quando ainda era humana. –falou Rosalie com os olhos brilhando.

-E você queria essa criança a todo custo. –falou Leah pronta para começar uma discussão.

Balancei a cabeça e fui em direção a cozinha pegar um copo d’água.

Abri a geladeira tirando uma jarra de vidro contendo água gelada, fui surpreendida com um abraço por trás de Jacob assim que fechei a porta da geladeira.

-Já se socializando? –perguntou referindo-se ao grupo em que eu conversava há alguns segundos atrás.

-Quase is... –parei em meio à frase por ter sentido um cheiro estranho, um cheiro muito diferente daqueles que eu vinha sentindo desde que a reunião começara, esse cheiro vinha do meu quarto.

Soltei-me dos braços de Jake e corri para meu quarto, quando abri a porta vi as cortinas totalmente encharcadas por causa da chuva, estranhei, eu tinha fechado a janela antes de sair esta tarde e não a tinha aberto novamente, fechei-as rapidamente impedindo que molhasse o resto do quarto. Quando virei dei de cara com o Jacob estático segurando um papel na mão e alguns vampiros e lobos na porta. Arranquei o papel da mão de Jacob e o li rapidamente em voz alta:

-Sei o que você é , mas também sei o que pode ser, é só deixar de negar o seu desejo de sangue e poderá ser muito poderosa. Pense nisso.



Ass. Por alguém que te ama muito.

Ergui meus olhos do papel e encontrei vários olhares confusos e amedrontados recaídos sobre mim.


Capítulo 8

P.O.V

Assim que vi todos os olhares recaídos sobre mim, veio uma enxurrada de perguntas que pareciam sem nexo no momento, por serem feitas todas ao mesmo tempo, mas eu percebia os tons de dúvida, curiosidade a até acusação contida naquelas perguntas. Tudo ao meu redor começou a girar e nada mais estava no lugar, minha cabeça doía tanto que parecia que estavam apertando-a dos lados, minhas pernas ficaram bambas e fui ao chão, mas não desmaiei, ainda estava consciente. Rapidamente Jake me colocou na cama e sentou-se ao meu lado.

-Deixem descansar um pouco. –pediu calmamente. –Agora. –completou usando aquela voz de comando quando percebeu que muitos ainda estavam ali em volta.

-, tudo bem? –perguntou assim que todos saíram do quarto, mesmo ciente de que ainda ouviam toda a conversa da sala.

Apenas balancei a cabeça afirmativamente, ainda não tinha forças para falar.

-Eu não sei de nada. –falei baixinho assim que consegui, preferi falar antes que Jake perguntasse algo.

-Nada mesmo? –perguntou entendendo o que eu me referia ao bilhete.

-Nada. –afirmei.

Ficamos em silêncio por um tempo interminável, meu corpo estava cansado pelo longo dia de surpresas, e minha mente estava cansada pela confusão que o bilhete me causou. Quem poderia ter o mandado?

Mas essa sensação de cansaço passou logo dando lugar a ansiedade e ao medo, isso com certeza interferiria em minha vida, mas isso não tinha problema, o problema era que eu atrapalharia a vida de todos que estavam a minha volta agora, eu acabaria com toda a “paz” e “sossego” de La Push dando lugar ao pânico e ao caos total.

-Sabe que não é assim. –disse Edward que estava parado na porta do quarto. Como ele foi parar ali tão rápido? Balancei a cabeça lembrando-me de que ele era um vampiro, e para vampiros coisas como super velocidade era possível.

Mas não pude evitar uma careta de espanto. Levantei a cabeça o fitando sem entender nada.

-Você não trouxe os problemas para La Push. –explicou Edward deixando-me mais confusa ainda. Como ele sabia que eu estava pensando isso?

-Você acha que trouxe problemas para La Push? –perguntou Jake me indagando com um pouco de... raiva?

Fiquei em silêncio totalmente espantada.

-Alguns vampiros têm poderes. –explicou Edward novamente. –Eu sou um deles, posso ler a mente das pessoas.

Arregalei os olhos espantada, isso poderia ficar mais estranho do que já estava? Até ontem eu achava que isso só acontecia em filmes, livros e seriados. Mas agora eu vejo que tudo tem um fundinho de verdade.

-Eu vivo em um mundo sobrenatural. –admiti debilmente para mim mesma. –Sempre vivi, mas nunca soube.

Levantei-me bruscamente e sai correndo da casa sem nem me importar com a chuva, alguns me seguiram, mas antes que pudessem me alcançar escondi-me atrás de uma árvore e me despi, deixei o fogo da transformação tomar meu corpo e em poucos segundos eu era uma loba. Continuei a correr incansavelmente até achar um pequeno rio no meio da floresta. Sentei-me sobre minhas patas e fiquei observando o rio, nenhum dos garotos ou Leah falaram algo para mim quando se transformaram, eles apenas sentaram-se ao meu lado em silêncio. Os Cullen também se juntaram a nós em silêncio, cada um perdido em seus pensamentos.

Sempre sonhei com um mundo sobrenatural, sempre quis que existissem, digo, seria legal enfrentar os problemas desse mundo porque não são só os problemas que existem, mas também há a emoção e a adrenalina na hora de resolvê-los. Se eu queria tanto viver num mundo como este, agora que vivo, agora que faço parte dele, por que relutava tanto em aceitá-lo?

Com esses pensamentos, levantei meu focinho para o alto e uivei como um modo de aceitação a quem eu era, a loba que existia dentro de mim. Os garotos e Leah uivaram comigo fazendo um coro, eles estavam felizes por eu ter me/os aceitado plenamente um ser sobrenatural, eu podia ver isso nos pensamentos deles.

-Não se preocupe , você é uma irmã loba agora, os seus problemas também são nossos. –disse Leah para mim referindo-se ao momento em que nos transformamos e eu pensava sobre os problemas que estava trazendo para a reserva. Os garotos concordaram, todos menos Jake.

-Mesmo que quisesse eu não conseguiria te deixar. –falou Jake após algum tempo. – Não importa os seus problemas e nem se você é a causa dos problemas aqui da reserva, vou estar ao seu lado onde você estiver. –disse encostando-se em mim deixando eu descansar minha cabeça ao lado da sua.

-Obrigada. –foi a única coisa que consegui dizer.

Agora eu sabia que finalmente havia encontrado meu lugar, minha verdadeira família; as únicas coisas que faltavam para eu me sentir completa era ter minha irmã e meus avós comigo, mas eu sabia que não demoraria muito para isso acontecer.

_x_

A tensão dominou o bando aquela semana, todas as manhãs Jacob me levava para treinar e fazer ronda com ele, o que estava me deixando um pouco cansada, pois se iniciava muito cedo. Jacob também me levou com ele para seu trabalho quase todos os dias, o que deixou Karla com muita raiva, pois ela não podia fazer nada, ela até tentou fazer seu pai ameaçar demitir Jacob, mas o pai, diferentemente da filha, era um bom homem e adorou que eu ficasse fazendo companhia para Jacob, ele disse que se eu aprendesse algo sobre bikes ele me contrataria para ajudar Jake, eu amei a ideia e tratei logo de começar a aprender algo.

Minha vida, apesar de diferente e estranha de certa forma, estava finalmente entrando nos eixos, eu me sentia mais calma, mais leve, sempre estava assim, bom... com exceção ao dia seguinte da minhas transformação.

Flashback on

-Não, nem pensar, não vou cortar o cabelo. –eu falava para Jake em nossa primeira “discussão”.

-Mas , é preciso, seus pêlos ficam enormes quando você se transforma e isso pode te atrapalhar. –Jake tentava me convencer.

Cruzei os braços, bufei e fiquei encarando-o, eu sabia que este era um comportamento infantil, mas eu amava demais meu cabelo para cortá-lo, ainda mais do jeito que ele queria. Jacob devolveu meu olhar, no fundo, no fundo eu sabia que ele tinha razão e que ele iria ganhar, então desisti.

-Ceeeeeeeerto. –falei eu revirando os olhos. –Mas só vou cortar na altura do ombro, nada como o cabelo de Leah, está bem?

-Fazer o quê? –falou rindo, aquele riso que eu amava. –Quem mandou eu arranjar um imprinting tão vaidoso?

Ri gostosamente sendo acompanhada por ele.

Eu já aceitava bem a ideia de nosso impriting, ainda não namorávamos, mas pode-se dizer que estávamos “ficando”.

Estar com Jacob era muito bom, ele fazia-me sentir mais viva e amada.

_x_

Estávamos parados na porta de uma das casas da reserva, Jacob dizia que era a casa da mãe de um dos garotos e que ela sabia tudo sobre os lobos, mas mesmo assim fiquei receosa de entrar, não estava tão confiante assim para cortar o cabelo, eu achava que iria ficar feia.

-Entrem. –disse a Sr.ª Jones, mãe de Damien.

Entramos em silêncio, me pus a observar a sala/ salão, era muito bem arrumado, mas mesmo assim não me passava confiança alguma.

-Sente-se querida. –falou para mim apontando aquela cadeira de salão onde se lava o cabelo e que eu nunca soube o nome. –E sinta-se a vontade Jacob, você sabe que já é de casa.

-Obrigada Jenna. –agradeceu Jake enquanto sentava no sofá ali disposto.

-O mesmo corte de Leah, querida? –perguntou a Sr.ª Jones começando a lavar meus cabelos.

-NÃO. –gritei sem a mínima intenção de ser mal educada, mas logo consertei. –Desculpe, não, na altura dos ombros, por favor.

Ela riu entendendo o porquê de meu desespero.

-Sem problemas. –respondeu.

Após lavar ela me conduziu a cadeira que ficava de frente para o espelho, não consegui impedir um tremor de medo. E se Jake não gostasse?

A cada mecha que Sr.ª Jones cortava eu mordia os lábios ou fincava minhas unhas em minhas próprias mãos cada vez mais forte, eu podia sentir o sangue que saia de mim, mas não me importei, logo aqueles locais se curariam mesmo. Fechei meus olhos a fim de não ver o estrago.

-Está pronto querida. –falou Sr.ª Jones após algum tempo. –Já pode abrir os olhos. –completou rindo.

Abri os olhos letamente me preparando para ver uma careta de desgosto refletida no espelho assim que os abrisse. Mas meus olhos me traíram, eu amei o que vi. Meu cabelo mantinha o mesmo padrão de repicado e uma franja de lado também toda repicada, isso era novidade para mim, mas eu adorei.
-Gostou? –perguntou Sr.ª Jones em expectativa.

-Muito. –respondi sorrindo e me virando para Jake, queria saber a opinião dele. –E aí?

-Linda. –falou ele com os olhos brilhando.

Corei, ainda não estava acostumada com a intensidade com que Jacob falava.

-Obrigada Sr.ª Jones. –falei pegando a carteira para pagar.

-De nada querida.

Sorri.

-Tchau Jenna. –falou Jake me conduzindo para porta.

-Tchau crianças, se cuidem. –falou acenando.

Apenas sorri e também acenei.

-Pronta para a tatuagem? –perguntou Jake assim que passamos pela porta.

Novamente não pude evitar uma careta, eu tinha pavor de agulhas. Jacob riu de minha careta, ele sabia que eu tinha medo, havia deixado isso bem claro ontem a noite quando ele mencionou que eu iria ter de fazer tatuagem.

-É mesmo preciso? –perguntei tentando fazer minha melhor cara de gato de botas do Shrek na esperança que ele me dissesse que não.

-, a tatuagem não é apenas um símbolo para demarcar quem é do bando, é uma tradição. –Jacob falava a sério, mas mantinha a expressão leve. –Ela representa todo nosso povo, magia e história. Ela representa força e magia, poucos podem ter a honra de usá-la.

Assenti entendendo o significado, poderia até não ter nascido aqui, mas esse era o meu povo, minha história e agora também era minha vida, a loba que existia em mim reconhecia isso.

_x_

Entramos num Studio de tatuagens que ficava numa ruela muito suja e escura de Port Angeles. Aquele lugar me causava uma má impressão e até medo, de um certo modo. Eu sabia poderia me defender perfeitament, mas... Balancei a cabeça tentando tirar essa má impressão, devia ser só o medo de agulhas começando a me subir a cabeça. Sentei em um dos bancos da “recepção” enquanto Jake ia falar com um funcionário que possuía muitas tatuagens e piercings por toda e face e braços.

-Jonathan já está vindo. –falou Jake vindo se juntar a mim.

-Jonathan? Um dos garotos? –perguntei sentindo tremores vindos dos meus braços, e eu tinha certeza de que não era de frio, já que minha temperatura corporal era de 42º.

-Sim. –respondeu olhando-me preocupado. –, você está se sentindo bem?

-Claro. –respondi meio incerta. –Foi só uma má impressão, coisa da minha cabeça, sabe? Eu fico assim quando penso em agulhas. –falei tentando sorrir, mas não obtive sucesso.

Jacob olhou-me desconfiado, mas nada disse.

Eu ainda tinha a impressão de que algo ruim iria acontecer.

Flashback off.

-, ... Terra chamando . –falava Bernardo.

-Oi. –falei balançando a cabeça tentando esquecer aquele dia, nada havia acontecido mesmo, era só uma impressão boba.

-Tchau. –falou Bernardo zombeteiro enquanto Embry e Seth rolavam de rir. –Onde você estava? Estamos te chamando há horas.

Estava conversando com eles sobre a fogueira que teria na noite de segunda-feira, seria o aniversário de meu primo, e segundo eles, havia uma festa na fogueira sempre que um dos membros da matilha faziam aniversário.

-Pensando. –respondi com descaso, fingindo que não era nada de mais.

-Em quem? –perguntou Embry rindo.

Revirei os olhos. O novo hobbie dos garotos agora era atormentar meu relacionamento com Jake, se é que o que temos é um relacionamento, nem namorávamos ainda.

Os idiotas riram mais ainda por eu não ter respondido, tomando meu silêncio como um sim.

-O que é tão engraçado assim? Também quero rir. –disse Jake se juntando a nós.

-Estamos rindo da cara da quando ela estava pensando em você. –disse Bernardo provocando mais uma onda de risadas entre ele Seth e Embry.

Revirei os olhos novamente.

-Verdade? –perguntou Jake começando a rir também, pelo que eu conhecia dele, ele bem havia imaginado minha cara.

-Talvez. –respondi omitindo, não queria pensar ou falar sobre aquilo que lembrei novamente.

_x_

Eu estava em meu quarto escolhendo uma roupa para ir a fogueira na praia, a noite estava nublada, como sempre, porém sem previsões de chuva.
Aquela segunda-feira dia 09 de Julho chegou rapidamente, mal tive tempo de ver um presente para o meu primo fazendo com que eu comprasse um presente qualquer durante a tarde quando fui para a aula de ballet e Jake foi trabalhar.

Os garotos já haviam pegado férias no colégio, porém teriam mais essa semana inteira de trabalho.

Depois de muito escolher, acabei colocando um vestido simples, azul que ia até a altura de meus joelhos e uma sandália sem salto da mesma cor.
Passei uma maquiagem leve que consistia em uma sombra clara, lápis, rímel e meu gloss de menta, peguei minha bolsa e saí do quarto.

-Vamos? –perguntei para Jake assim que entrei na sala. Ele estava lindo, usava uma camiseta verde musgo, jeans escuro e um tênis surrado, fiquei admirando-o.

-Está linda. –falou fazendo-me “acordar” e ir até ele.

-Você também. –Puxei-o pela mão e ele levantou do sofá.

Não perdi tempo, beijei-o com todo meu amor e paixão. Eu havia desistido de tentar ter um relacionamento normal com Jake e o conhecer melhor antes de namorarmos, eu o pediria em namoro hoje depois da festa, seria uma surpresa para ele.

Assim que terminamos o beijo nos demos entrelaçamos nossas mãos e saímos de sua casa, presumi que Billy já havia ido quando vi Jake trancando a porta.

Fomos trocando carícias e conversando pelo caminho, era tão fácil estar com Jake.

Quando chegamos à praia estavam todos em volta da fogueira, parecia que eles iam começar algo sem nós.

-Que bom que o casalzinho do ano resolveu se juntar a nós. –ri da piadinha infame de Jared e me senti em um troco ao lado de Jake, essa seria uma longa noite.

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-Incrível. –falei mais para mim mesma quando Billy terminou de contar as principais lendas de nossa tribo. Não que eu já não as tenha ouvido antes, mas vi essas lendas com outros olhos agora que eu sabia que tudo era verdade.

-Não conhecia as lendas? –perguntou Erik debochado.

Respirei fundo e respondi educadamente, não iria me rebaixar ao nível dele e falar algo idiota.

-Claro que conhecia, mas vejo tudo com outros olhos agora que sou uma loba. –falei sorrindo como se estivesse falando com alguma pessoa sociável.
O velho Quil, avô do Quil, olhou para mim e sorriu, sorri também. O avô de Quil havia me dito que havia gostado de meu jeito de falar quando fui a sua casa para acompanhar Jake e Quil em uma ida até Port Angeles no final de semana passado.

Fui conversar com Bernardo e lhe dar parabéns, não havíamos nos visto o dia inteiro.

-Parabéns primo. –falei meio cantando em português abraçando-o logo em seguida.

-Obrigado baixinha. –respondeu na mesma língua retribuindo o abraço.

-Baixinha é a tua irmã! –esbravejei ainda falando em português ao mesmo tempo em que lhe entregava meu presente. Ai como senti falta de falar minha língua, tinha que encontrar com o Be e falar em português mais vezes.
-Pior que ela é mesmo. –respondeu já rasgando o pacote. Ô delicadeza!
-Posso saber o que estão falando? –perguntou Leah meio curiosa, meio brava por não estar incluída na conversa.

- estava apenas me dando os parabéns, amor. –Bernardo respondeu para Leah em inglês, ele falou com ela totalmente meloso.

Leah apenas lançou-lhe um olhar sarcástico com quem diz: “Sei...” e voltou a conversar com sua mãe que estava sentada a seu lado.

Quando Bernardo terminou de rasgar o pacote, seus olhos brilharam. Eu havia comprado o perfume Hugo Boss que ele tanto queria, mas não tinha dinheiro para comprar, havia me custado “os olhos da cara”, mas se era para ver meu primo feliz assim valia à pena.

-Valeu . –disse me abraçando novamente. –Como adivinhou que eu queria esse?

-Tenho meus contatos. –respondi rindo em brincadeira, ele me acompanhou. –Ah, tem mais um presente.

-Mais um? Está podendo, hein prima, cheia da grana...

-Idiota. –falei dando um leve tapa em sua cabeça. –É da vovó e do vovô, chegou ontem para mim.

Estendi a pequena caixinha, Bernardo a pegou meio desconfiado e abriu com cuidado.

-O relógio do vovô? –perguntou admirando o antigo relógio de bolso.

-É. Ele ganhou do pai dele quando completou dezoito anos também. Agora é seu. –falei ajoelhando-me para ficar da sua altura.

-Eu tenho que agradecer para eles agora. –falou Bernardo emocionado. Era estranho ver meu primo que sempre fora o durão sendo tão... sentimentalista.

-Quer ligar? –falei oferecendo-lhe meu celular.

-Mas não é muito tarde no Brasil? –perguntou voltando um pouco a seu estado normal.

-Sei lá. –dei de ombros.

Rimos.

-Agora vai, liga e aproveita seus presentes. –falei levantando-me e dando um beijo em sua bochecha.

-Vai aonde? –perguntou Be quando eu começava a me afastar.

-Caminhar um pouco. –respondi em inglês interrompendo nossa linha de diálogo que até agora havia sido em português.

Fui atrás de Jacob, eu o pediria em namoro agora.

Jacob P.O.V.

Estava parado a beira do mar a poucos metros da fogueira onde acontecia uma festa. Havia me afastado um pouco dali para pensar, pensar em . Meu relacionamento com ela estava começando a ficar sério. Mesmo não admitindo muito isso, ela sabia o que acontecia. Eu a queria pedir em namoro oficialmente havia dias, mas tinha medo de sua reação, às vezes ela parecia meio receosa quanto a nós dois.

-Vamos caminhar? –perguntou cortando meus pensamentos assim que se aproximou, estranhei não ter ouvido ela se aproximar.

-Claro. –respondi e de vagar fui virando para ela e erguendo minha cabeça que até o momento estava baixa.

estendeu-me a mão e eu apeguei automaticamente, isso já era tão normal para nós.

-Parece cansado. –comentou analisando minha face.

-Cansado não, apenas pensativo. –respondi e depois sorri, analisando sua face também. –E você parece bem animadinha. –falei rindo abertamente. me acompanhou.

-Estou feliz, apenas isso. –respondeu parando e ficando de frente para mim.
-Posso saber o motivo? –perguntei sorrindo convicto, eu já sabia o que ela ia responder. –É por estar comigo?

-Talvez. –respondeu fingindo fazer pouco caso.

-Talvez? –fingi-me de indignado entrando em seu jogo.

assentiu e depois ergueu uma sobrancelha desafiando-me.

-Então me deixa te fazer mudar de ideia. –disse eu correndo atrás de que já estava pouco longe, ela havia começado a correr quando percebeu minhas intenções.

era rápida, até mesmo em sua forma humana. Eu mal conseguia alcançá-la, mesmo tendo as pernas mais longas que as dela fazendo consequentemente minha passada ser maior. Eu estava quase a alcançando quando se embrenhou na floresta, ela não parou de correr ou diminuiu a velocidade, mas estar na floresta era uma grande vantagem para mim, pois eu conhecia cada pedacinho da floreta, podia distraí-la por alguns instantes fazendo com que fosse pega de surpresa.

Me desviei da trilha que seguia e fui um pouco para leste fazendo uma curva e chegando antes a uma clareira que ficava no fim da trilha que seguia.

Parei em pé no meio desta clareira e esperei alguns segundos. Logo vi adentrar a clareira olhando para trás, podia perceber que ela estava sorrindo, ela estava achando que tinha me deixado para trás. virou de costas para mim ainda sem perceber minha presença. Tentei caminhar até ela o mais silenciosamente possível enquanto ela caminhava de costas em minha direção sem nem perceber minha presença ali. Mas tudo foi estragado por um passo em falso, eu pisei em um galho que estalou alto, virou-se em minha direção rapidamente e em reflexo se colocou em posição de ataque, ela tremia.

-Jacob, como...? –perguntou enquanto voltava a ficar de pé.

-Peguei um atalho. –respondi indo a seu encontro e tomando seus lábios nos meus. Eu me sentia desesperado por ter ficado longe dela por boa parte da festa, eu precisava do contato pele a pele com .

Quando o beijo começou a ficar quente prensei em uma árvore e fui descendo meus beijos para seu pescoço e seu colo que estava exposto devido ao vestido tomara-que-caia.

Soltávamos pequenos gemidos quase sincronizados, ouvir gemer meu nome era a melhor coisa que eu havia experimentado até agora, com exceção é claro da textura de seus lábios e sua pele macia.

Subi meus beijos novamente para seus lábios, suguei-os com vontade e paixão mais uma vez antes de cortar nosso beijo.

-Você ainda não me respondeu, está feliz por estar comigo? –perguntei ofegante, eu já sabia a resposta, mas ouvir da sua boca só tornaria tudo bem melhor.

-Quer namorar comigo? –perguntou depois que conseguiu acalmar um pouco sua respiração, seus olhos ardiam sinceros e desejosos.

Não consegui desviar meus olhos dos seus ou lhe dar uma resposta, tinha me pegado de surpresa. Não tive tempo de pensar mais, atacou meus lábios, e muitos dos seus sentimentos foram transmitidos a mim, o amor, a sinceridade e o medo, o medo de receber uma resposta negativa; como se isso fosse possível. Correspondi com a mesma intensidade, tentando passar para ela meu sim, meu amor e minha felicidade por ela ter finalmente ter tomado sua decisão.

-Você aceita? –perguntou sorrindo assim que quebramos o beijo.

-. , –falei sério, o que eu diria era extremamente importante. Vi seu sorriso diminuir um pouco quando percebeu minha seriedade. –eu te amo mais que tudo, e não é só por causa do imprinting, mas sim por quem você é. Você tem as qualidades que sempre quis que a mulher da minha vida tivesse, você é tudo que eu sempre quis.

estava cobrindo a boca com as mãos, seus olhos brilhavam; vi uma lágrima escorrer de seu olho esquerdo, ela chorava de felicidade.

-Ninguém havia falado algo tão bonito assim para mim até hoje. –disse tirando as mãos da boca, ela tinha um sorriso enorme estampado no rosto.

-Se ninguém nunca disse, é porque ninguém havia reparado ainda no quanto você é perfeita. –falei sinceramente, estranhamente tinha a sensação de que essa era uma das poucas vezes em que eu poderia dizer isso a ela.
O sorriso de se apagou e sua face assumiu um tom sério.

-Não sou perfeita. –disse respirando profundamente, ela ainda deveria ter seus conflitos internos.

-Você pode não ser perfeita para os outros, mas é perfeita para mim. –disse eu olhando profundamente em seus olhos.

Enlacei a cintura de e a puxei para mais um beijo quente.

P.O.V

Jake me puxou para mais um beijo quente. Devo dizer que não era só o beijo que estava quente, nossos corpos também transmitiam esse calor, um calor fora do normal (até mesmo para nós, transmorfos, que temos a temperatura acima da média humana). Nossas peles ardiam em desejo, Jake me prensara novamente contra uma árvore, eu podia sentir sua excitação e podia dizer que não ficava muito atrás, eu o queria, mas este não era o momento certo.
Afastei Jake lentamente, assim ele entenderia o recado: “Não aqui, não agora”, que eu tentava passar.

-É melhor voltarmos. –disse eu um pouco ofegante.

-Tem razão. –respondeu Jake conferindo o horário em meu relógio de dedo. –Já faz uma hora que sumimos.

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Ri alto.

-Acho que já perceberam que sumimos? –perguntei ainda rindo, já imaginava a nova onda de piadinhas que viram.

Eu devia estar horrível, podia sentir que meu cabelo estava todo bagunçado e meus lábios inchados.

-Tenho quase certeza. –disse gargalhando. –Se prepare para mais piadas.
Ri e revirei o os olhos enquanto o puxava para a trilha. Jake não reclamou por eu ter escolhido a trilha ao invés de seu atalho, ele sabia que se fossemos pela trilha nosso tempo sozinhos seria maior, então...
Corremos lado a lado, nossos movimentos eram sincronizados, eles completavam um ao outro de certa forma.

-Espera! –disse eu assim que pisamos na areia da praia. –Quero que fique com isso.

Tirei meu cordão e coloquei em volta de seu pescoço, era um cordão simples, continha um pingente de madeira que possuía minha inicial. Como eu disse antes, era simples, mas possuía um grande significado para mim, pois eu o tinha ganhado de meu pai um dia antes dele sumir e nada mais justo que ele ficasse com a pessoa que tinha meu coração.

-Seu nome? –perguntou Jake pegando o pequeno pingente de madeira que continha meu nome entre o polegar e o indicador.

-E o que mais poderia ser? –minha voz era puro sarcasmo, não pude evitar, foi mais forte que eu, porém eu ri no final indicando que era apenas uma brincadeira idiota.

Jake riu, ele gostava desse meu estranho humor.

-Agora realmente me sinto um cachorro. –comentou Jake.

-Por quê? –perguntei curiosa, o que ele havia dito não tinha sentido.

-Estou amarrado e até coleira eu tenho agora. –brincou apontando para o cordão em seu pescoço.

-Bobo. –disse eu rindo e batendo de leve em seu braço.

Estendi minha mão e ele a pegou. Caminhamos lentamente até a fogueira trocando carícias no caminho. Era tudo tão simples, mas tão significativo, nunca havia experimentado uma felicidade assim.

Em um ato impensado começamos a correr, mas sem nunca soltar nossas mãos. O vento passava por nós jogando meus curtos cabelos para trás, isso passava a sensação de liberdade.

Paramos de correr apenas quando chegamos perto da fogueira, nos juntamos a todos em silêncio, ninguém ousou se pronunciar nosso sumiço, eles apenas nos incluíram na conversa.

Voltamos para a casa de Billy por volta das onze da noite. Quando chegamos a casa estava escura e silenciosa, Billy havia voltado mais cedo que Jake e eu, ele deveria estar dormindo.

Fiz um chá e o tomei calmamente enquanto esperava Jake sair do banheiro. Quando Jake saiu do banheiro, eu entrei no mesmo, me “desmontei” rapidamente e fui para meu quarto.

No quarto, fiquei um grande tempo rolando na cama, eu até estava com sono, mas não conseguia dormir, meu cérebro não queria parar de pensar, e era só em Jake que eu pensava.

Cansada de tentar dormir, levantei a fim de ir para cozinha fazer um lanche, a fome já ameaçava a me dominar. Ao chegar à cozinha fui abrindo os armários atrás de algo pronto, estava demasiadamente sonolenta para cozinhar.

-Sem sono? –perguntei para Jake assim que ouvi ele entrar na cozinha.
Ele balançou a cabeça negativamente e disse:

-Só não consigo dormir. E você? –perguntou chegando perto e me dando um selinho.

-A mesma coisa. –respondi tentando esconder um bocejo que me escapou. –Já estava com saudades. –disse o abraçando e me afundando no calor de seu peito desnudo. Percebi que ele não havia retirado o cordão eu havia dado.
Sorri encostando meu indicador no pingente.

-Você não tirou. –acusei feliz.

Jake apenas sorriu, ele não precisava falar nada para dizer o porquê de não o ter tirado, pois eu sabia muito bem que era por ele me amar e aquilo era um marco para nosso relacionamento.

_x_


Eu estava deitada do peito de Jake enquanto comíamos pipoca no sofá da sala. A TV estava ligada, um filme de comédia romântica passava, Cartas para Julieta, eu amava este filme, mas mal prestávamos atenção a ele, no momento eu só tinha olhos para Jake.

-O nosso amor, é mesmo para sempre, não é? –perguntei pela milésima vez para Jacob.

Ele riu relaxado, ele percebia que eu perguntava isso apenas pelo medo de perdê-lo e eu precisava constatar de que realmente ficaríamos juntos pela eternidade, ou enquanto vivêssemos.

-Nunca duvide disso. –disse Jake com os olhos brilhando de modo muito intenso.

Eu sabia que o que Jake dizia era verdade, mas mesmo assim eu temia que algo nos separasse.

Eu o beijei provando mais uma vez a verdade de nosso amor. O beijo foi calmo, lento, apaixonado.

Deitei mais uma vez em seu peito permitindo-me relaxar, Jake tinha esse efeito em mim, e assim me aprofundei mais uma vez no mundo dos sonhos.

_x_

Estava correndo o perímetro leste em minha ronda, tudo parecia calmo demais para o meu gosto, muito diferente dos dias anteriores.

-Muito estranho mesmo. –concordou Embry.

Jake manteve-se quieto, eu sabia que ele concordava, acredito que ele optou não falar nada com medo de que aquilo se tornasse mais real.
Continuei correndo pelo perímetro leste por mais uns cinco minutos até que captei um cheiro diferente, era o mesmo cheiro que estava em meu quarto quando encontrei o bilhete.

-Estamos a caminho, . Não ataque se o encontrar. –alertou Jacob assim que viu em meus pensamentos que eu havia encontrado o rastro.

Continuei correndo atrás do cheiro, mas ele era muito rápido, muito mais rápido do que eu, o que era muito estranho, já que eu era a mais rápida do bando.

Parei de correr quando cheguei a beira de um penhasco, cheguei a tempo apenas para ouvir um corpo colidir com a água. Fiquei observando o mar enquanto tentava avistar a o dono do cheiro, mas de uma coisa eu sabia, o dono desse cheiro não era humano e muito menos vampiro.

_x_

Terminei a ronda exausta, nós havíamos ficado na ronda até mais tarde hoje, os garotos que vinham nos substituir chegaram atrasados.

-Estou morrendo de fome. –falei para Jacob assim que saí de trás da árvore após ter me vestido.

-Somos dois. –respondeu meio no automático.

Olhei Jake meio de lado, sua expressão estava um pouco pensativa.

-Não é humano, nem vampiro, então o que será... –sussurrou para si mesmo.

-Jake. –o chamei, ele olhou para mim. –Vamos sair hoje? –convidei, nossa semana havia sido estressante e o que aconteceu hoje só dizia que tudo iria piorar, então eu teria que aproveitar enquanto era tempo.

-Pode ser. –respondeu ainda meio aéreo.

Parei de andar e esperei Jake ficar a alguns metros de distância, ele mal percebia que eu havia ficado para trás, o que significava que ele realmente estava muito distraído.

Corri acabando com os metros que nos separavam e pulei em suas costas.

Jake conseguiu ficar em pé devido ao seu perfeito equilíbrio.

-Esquece os problemas um pouco. –falei ao pé de seu ouvido, enquanto o via se arrepiar. –Pense em nós. –depositei um beijo em seu pescoço.

Rapidamente Jake me passou para frente de seu corpo fazendo-me rodear sua cintura com as pernas.

Jake me prensou na árvore com no dia em que eu o havia pedido em namoro. O beijo que já havia começado quente começou a esquentar cada vez mais. E aí eu já não tinha mais controle sobre o meu ser, era como se meu corpo tivesse ganho vida própria. Eu sentia a excitação de Jake em minha bunda, mas ele não era o único, eu também estava, eu o desejava.

Quando percebi Jake já havia arrancado minha blusa e meu soutien, eu estava apenas de short e calcinha. Corei intensamente quando vi Jake encarando meus seios com olhos desejosos.

Jake não perdeu tempo e começou a beijar meu colo descendo para os meus seios. Meu gemidos eram audíveis e incontidos, fiquei com medo de que alguém nos visse/ouvisse ali.

Quase delirei de desejo quando Jake abocanhou um de meus seios e começou a beijá-lo e lambê-lo, aquilo era o paraíso.

Jake beijava e mordiscava toda minha pele exposta enquanto eu só me deixava levar pela sensação. Quando percebi eu já estava nua, eu tinha de parar com isso agora antes que o ato se consumasse, eu estava com vontade, mas ainda não era a hora.

-J...Jake, pára. –disse eu com a voz meio trêmula por conter meus gemidos de prazer.

Jacob parou subindo uma de suas mãos para o meu rosto. Ele me beijou delicadamente, o que foi meio estranho depois de todos nossos beijos quente de alguns minutos atrás.

Desenrosquei minhas pernas de seu quadril e desci me apoiando na árvore. Olhei para baixo e corei ao ver minha nudez, o que era totalmente diferente de sentir que estava nua, corei mais ainda quando vi a enorme ereção de Jake, mas dei graças por ele ainda estar vestido, porque se não estivesse eu não saberia onde enterrar a cara, esse tipo de assunto ainda era extremamente delicado para mim.

Em uma velocidade maior do que o normal eu peguei minhas roupas que estava jogadas no chão e as vesti rapidamente evitando o olhar de Jake, ele ainda esperava que eu explicasse o por quê de eu ter pedido para pararmos.

- ... –falou Jake em voz baixa e colocando a mão em meu queixo e levantando meu rosto assim que terminei de me vestir.

Corei mais uma vez, não que fosse vergonhoso, mas eu não me sentia confortável em falar isso para Jake.

-Sou virgem. –falei baixinho querendo baixar o rosto novamente, o que não consegui, pois Jake ainda segurava meu queixo. –Ainda não me sinto pronta.
Nunca tive problemas em admitir isso, mas com Jacob era diferente, eu tinha medo que ele, um homem certamente experiente, me rejeitasse e não sei se eu aguentaria uma rejeição dele.

Jacob beijou minha testa e me puxou para um abraço.

-Eu sempre vou te esperar. –falou afavelmente, ele deveria ter visto o medo transpassar meus olhos.

Apenas assenti aproveitando o calor de sua pele, eu me sentia tão bem com Jake, eu me sentia segura.

-Me perdoa? –pediu assim que nos soltamos do abraço.

-Pelo que? –respondi com outra pergunta.

-Por não ter te esperado antes, por não ser mais... –falou sem jeito enquanto passava a mão que não segurava a minha pelos cabelos.

Ri, Jacob às vezes era tão inocente, tão doce que eu tinha certeza de que não merecia tanto.

-Sem problemas. Afinal, seria impossível um cara assim como você ser virgem e eu deveria ter falado disso antes. –falei já relaxada.

Jacob me olhou confuso.

-Um cara como eu?

-É. –respondi como se estivéssemos falando do clima. –Bonito, educado, carinhoso, gostoso... –falei rindo e corando novamente ao dizer a ultima parte.

Jake gargalhou alto; saímos da floresta dando de frente com a pequena casa vermelha desbotada.

-Acha que sou tudo isso mesmo? –perguntou Jake dando um sorriso convencido.
Gargalhei alto.

-Vai sonhando querido. –respondi brincando, ele sabia a resposta.

_x_

Estava esperando Jake na porta do cinema, ele havia ido comprar nossos ingressos. Viemos a Port Angeles assistir Cowboys & Aliens.

Eu tinha a estranha sensação de estar sendo observada, sentia o peso dos olhos de alguém em mim.

Um vento gelado soprou em minha direção fazendo-me arrepiar, o que era estranho, pois eu não sentia frio. E foi nesse momento que eu senti; senti aquele mesmo cheiro que estava em meu quarto e na floresta hoje pela manhã.
Me coloquei em estado de alerta, estava atenta a cada ruído a minha volta. Meus braços tremiam, mas eu tinha que me controlar, pois estava em público, não dava para me transformar sem revelar meu segredo.

Sentia o cheiro se aproximar cada vez mais, só que ele vinha de todos os lados, o que tornava difícil saber por onde essa “criatura” viria.

Relaxei um pouco no momento em que senti o cheiro de Jacob vindo em minha direção, eu não estava sozinha nesta.

-, o que está acontecendo? –perguntou Jake assim que chegou a mim. –Esse cheiro é...

Assenti cortando a pergunta de Jake, a tensão dominava o ar, esperávamos que fosse acontecer algo a qualquer momento. Eu tinha medo, porém ansiava para o momento que essa criatura aparecesse.

-? –disse uma voz mais do que familiar chamando meu nome as minhas costas.

Jake e eu viramos e vimos a pessoa que eu menos esperava encontrar ali.

Capítulo 9

Jacob P.O.V


Era um homem de aparência rude, ele era alto, loiro e aparentemente normal, mas seu cheiro, a batida rápida do coração e seus formatos angulosos como dos vampiros o denunciavam; ele não era humano.
-Pa... Pai? –perguntou gaguejando. Fiquei surpreso, o analisei novamente reparando em suas feições; elas eram um tanto parecidas com as de . –O que está fazendo aqui?
Tive de segurar pela cintura, suas pernas tremeram um pouco pela surpresa quase a levando ao chão.
-Tanto tempo sem nos vermos e você recebe seu pai com uma pergunta dessas. Não foi essa a educação que eu te dei . –falou o homem levemente.
-Desculpe pai, só estou surpresa. –respondeu saindo da segurança de meus braços para abraçar o pai.
Fiquei tenso automaticamente, eu sentia o perigo rondar . Talvez fosse só impressão pelo cheiro peculiar de seu pai, mas meu inconsciente dizia que era algo a mais.
-Não vai me apresentar o seu amigo? –perguntou o pai de assim que eles se soltaram do abraço.
bateu na testa e voltou para o meu lado.
-Pai, este é o Jacob, meu namorado. –vi o pai de trincar os dentes. –Jake, este é Giovanni, meu pai.
Aproximei-me e apertei a mão de Giovanni com uma força um pouco maior do que o necessários, mas ele devolveu na mesma intensidade provando novamente que não era humano. Perguntei-me silenciosamente se não desconfiava disso.
-Jacob Black, Sr. –repeti meu nome para ele.
-Giovanni Milani. –respondeu o pai de . –Então são namorados, hein?
-Sim, Sr. –falei tentando parecer o mais relaxado possível, ele ainda não me parecia confiável.
-Pode me chamar de Giovanni rapaz.
Apenas assenti, eu calculava cada palavra minha, então preferi não falar desta vez.
Olhei para , ela se mantinha um pouco tensa desde que seu pai apareceu. apertou minha mão devolvendo meu olhar.
Ficamos alguns segundos em silêncio, até que resolveu quebrá-lo, dava para perceber que era uma fraca tentativa para dissipar a nuvem de tensão que havia se formado sobre nossas cabeças.
-Mas você ainda não me contou o que veio fazer aqui, pai. –disse falsamente animada.
-Vim a negócios, a empresa de seu avô está tentando abrir uma fifilial aqui nos Estados Unidos. –respondeu Giovanni fechando um pouco a expressão.
-Ah! Claro, a empresa do vovô. –falou baixando a cabeça.
-Eu estava indo jantar quando a vi aqui. Querem me acompanhar? –ofereceu Giovanni.
-Não vai dar. –disse eu me retesando.
-Nós já compramos os ingressos para o filme. –disse tentando contornar meu tom rude. –E a nossa sessão começa daqui a pouco.
-Então marquemos um dia. –disse Giovanni.
-Claro pai. –disse com a voz um pouco mais suave. –Me ligue então. –e o abraçou novamente.
Giovanni apertou minha mão novamente assim que se soltou do abraço com .
-Até breve... –disse Giovanni afastando-se enquanto me encarava duramente.
-Vamos. –disse eu a enquanto a conduzia para dentro do cinema. Esperava sinceramente que este filme me distraísse.
_x_
No final das contas o filme realmente me distraiu e distraiu a também. O filme chegava a ser engraçado de tão fictício que era, desde quando existem alienígenas? Foi fácil me perder em seu enredo, pois os problemas dos personagens desse filme faziam os meus parecerem meros grãos de areia e isso me fez relaxar um pouco.
(N/a: Eu não assisti ao filme, então estou inventando. Para quem assistiu o filme peço desculpas por não ter escrito no enredo da história)
se divertiu muito, ela ria como uma criança brincando com seu presente de natal e isso me fazia bem.
Apesar de todas as coisas estranhas e que futuramente viriam a ser ruins –eu só sabia que seria ruim porque todas as coisas ruins que aconteceram no passado começaram deste modo, estranhas. –,eu era feliz por ter ao meu lado, ela me dava forças para continuar.
Agora estávamos na fila do drive – thru do McDonald’s comprando o nosso jantar e o do meu pai.
-Boa noite, o que desejam? –perguntou a moça do drive-thru com um sorriso maior que o rosto quando chegou a nossa vez.
me deu um rápido beijo e sentou em meu colo inclinando-se para a janela. O porquê disso? Não faço a menor ideia.
fez nossos pedidos demoradamente, aproveitando para me lançar olhares intensos e fazer-me perguntas enquanto não terminava de pedir. A mulher que fazia os pedidos logo triou o sorriso do rosto. Ela arregalou os olhos quando terminou de pedir, era muita comida. Mas mal sabia ela que aquilo não era nada para nosso apetite de lobo.
-Jake, posso dirigir? –perguntou assim que saímos do drive – thru. Ela ainda não havia saído do meu colo.
Olhei-a desconfiado, nunca havia me pedido para dirigir e eu duvidava que ela tivesse carteira.
-Eu sei dirigir, caso esta seja a sua dúvida. –falou revirando os olhos após ver minha cara de desconfiança.
Apenas assenti passando imediatamente para o banco do passageiro.
dirigiu lentamente até a praça central de Port Angeles. Não questionei, apenas esperei pelo que viria a seguir.

P.O.V

Dirigi até a praça central de Port Angeles. Jake manteve-se calado durante todo o trajeto, isso me incomodava um pouco, mas ignorei, o mais importante agora era que ele soubesse a história do meu pai.
Eu sabia que era má hora para tocar neste assunto, ainda mais agora que tínhamos esquecidos esses problemas temporariamente, mas isso não era algo para se deixar para depois.
Estacionei o carro e saí em direção ao banco no meio da praça. Jake me seguiu.
Ficamos vários minutos em silêncio, faltava-me coragem para contar toda a verdade.
-Jake, sobre o meu pai... –comecei, mas fui prontamente interrompida.
-Não precisa explicar nada. –disse Jake, embora sua ansiedade por saber fosse visível.
Balancei a cabeça e continuei o que havia começado.
-Meu pai sempre foi uma incógnita para mim. Sempre muito retraído, fechado, porém amoroso, mas a seu modo, claro. –rimos. –Porém ele sempre se mostrou diferente de todos, se alimentava pouco e era extremamente forte, rápido e gracioso, sempre pareceu mais um modelo de revista do que qualquer outra coisa. Havia vezes que ele sumia o dia inteiro e voltava só voltava na manhã do dia seguinte, sem explicações ou qualquer outra coisa. E não podíamos tocar no assunto, éramos veementemente impedidas. –minha mente viajava pela minha infância, parecia que tudo se passava a minha frente novamente. –Às vezes ele saia para viajar e voltava apenas um mês depois, ele dizia que era para cuidar dos negócios de seu pai, pai do qual ele pouco falava, nunca o conheci, e até onde sei minha mãe, irmãs e eu sempre fomos indesejadas pela família de meu pai.
Jacob ouvia tudo atentamente, ele havia vestido uma máscara, sua expressão se mantinha calma.
-Meu pai nos abandonou pela primeira vez quando eu tinha seis anos, foi muito difícil no começo, eu via minha mãe chorar pelos cantos da casa. Três anos depois ele voltou, parecia que o tempo não o havia afetado. Minha mãe o aceitou prontamente, apesar de tudo o que havia acontecido ela ainda o amava. Vivemos mais cinco anos juntos, agora tínhamos Thaylyne, minha irmã mais nova. Meu pai nos abandonou novamente depois destes cinco anos. Nunca mais tivemos notícias, até... hoje.
Olhei para Jacob o mais inexpressiva possível, ele também se mantinha do mesmo modo. Ficamos algum tempo nos encarando sem saber o que falar.
-Você sabe que seu pai não é humano, não sabe? –perguntou Jacob cortando nosso silêncio.
-Sei. –falei fechando os olhos. –Eu desconfio do que ele seja, mas o cheiro não bate, digo, não é tão forte quanto o dos outros. –balancei a cabeça para dissipar a imagem de meu pai ficando tenso sempre que via alguém se cortar e o sangue escorrer. –Ele sempre ficava esquisito quando via sangue, ele ficava meio... descontrolado. –Abri os olhos e fitei Jacob. –Acha... acha que ele é um vampiro?
Temi a resposta. É difícil ver algo que você julga conhecer tão bem desmoronar. E saber que meu pai era uma criatura sobrenatural e provavelmente maligna me machucava muito.
-É possível. –respondeu Jacob. –Mas...
Trinquei os dentes, sempre odiava ouvir este “mas...”.
-Mas... –o instiguei a continuar, mesmo que isso me doesse.
Jacob suspirou, ele sabia como eu me sentia com relação a isso, pois eu deixava meus sentimentos transparecer em minha face.
Demorou alguns minutos até Jacob perceber que eu não iria ceder até que ele falasse.
-Mas é bem provável que não. –seus braços começaram a tremer. –Você sentiu o cheiro dele, não é o cheiro de um vampiro.
Soltei o ar que estava acumulado, eu não havia percebido que estava prendendo a respiração.
Abracei Jake no intuito de acalmá-lo e funcionou.
-Não conte isso a ninguém, por favor. –pedi enquanto apertava nosso abraço. –Pelo menos por enquanto.
Soltei-me do abraço.
-Não sei se posso fazer isso. –disse Jake baixando a cabeça. –Eu devo sinceridade para com o bando, ainda mais agora que sou o alfa.
Respirei fundo e fui me aproximando lentamente. Beijei-o com intensidade, calma, apenas aproveitando o momento.
Separamo-nos.
-Por favor. –sussurrei com a voz falha pelo bolo que começava a se formar em minha garganta. –Pelo menos até eu descobrir mais coisas sobre o passado de meu pai, apenas isso.
Incontáveis minutos de silêncio se passaram, estava desistindo da ideia de que Jacob iria ceder a meu pedido egoísta. –no fundo eu sabia que estava fazendo aquilo só para não ser tachada de “a filha da criatura desconhecida”. –Levantei-me, estava quase na metade do caminho para chegar ao carro quando Jake me pára e me vira bruscamente.
-Tudo bem. –respondeu ele com o semblante cansado. –Mas só até você descobrir mais sobre o passado dele.
Ergui meu rosto para o céu deixando a garoa que começava “lavar-me” me dando a sensação de alívio.
-Obrigada. –agradeci. Senti que um pequeno sorriso brotava de meus lábios.
Jake suspirou e na hora percebi que teria mais uma condição.
-Mas tem outra condição. –disse Jake falando em voz alta o que e
eu havia pensado.
-Qual? –perguntei baixando meu rosto enquanto abria meus olhos. Encarei-o.
-Se a situação ficar forçada de mais, alarmante de mais, eu terei de contar. –impôs Jake em tom sério. Eu sabia que ele não queria fazer aquilo, mas entendia que não contar em uma situação ruim seria deslealdade para com o nosso povo.
-Tudo bem. –concordei.
Enlacei seu pescoço e lhe dei um leve beijo nos lábios.
-Também não quero colocar ninguém em risco. –completei com um sorriso meio duro. Meu tom de voz poderia até ser meio brincalhão, mas eu realmente falava sério.
O estômago de Jake e o meu roncaram em sincronia.
Ri encabulada, ainda não estava acostumada com essa fome constante.
-Vamos? –perguntei quando meu estômago roncou pela segunda vez.
Jake apenas riu.
-Mas agora eu dirijo. –falou meio sombrio. Retesei achando que algo havia acontecido sem eu perceber. –Você é uma tartaruga no trânsito.
Rimos enquanto eu dava um “leve” tapa em seu ombro.
-Bobo. –disse eu enquanto revirava os olhos e ia em direção ao carro.
_x_
Pode-se dizer que o clima entre Jacob e eu dentro do carro não foi dos mais felizes, mas também não foi dos mais tensos.
O silêncio predominava ali, cada um estava preso em sua própria bolha, em seus próprios pensamentos.
O caminho de volta foi incrivelmente curto, eu acredito que demoraria mais se eu estivesse dirigindo. Isso me fez admitir que Jacob tinha razão, eu dirigia muito de vagar, ou apenas fosse ele que digerisse muito rápido.
Chegando a casa de Billy fui direto tomar um banho, talvez isso tirasse toda a tensão que havia se instaurado em meu corpo.
O banho morno teve exatamente o efeito que imaginei, ele dissipou a tensão de meus músculos, mas nada mais que isso.
Saindo do banho fui para a cozinha. Jacob e Billy já comiam o que havíamos comprado. Eles ainda não haviam percebido minha presença ali, então apenas encostei-me na parede e fiquei-os observando. Era tão engraçado o modo afobado que Jacob comia, parecia uma criança. Não consegui evitar um pequeno riso.
Jacob parou de comer imediatamente e olhou em minha direção. Sua boca suja de hambúrguer só me fez rir mais ainda. Billy, percebendo o motivo pelo o que eu estava rindo juntou-se a mim rapidamente.
-Posso saber o que eu tenho de tão engraçado? –perguntou Jake com a cara “amarrada”.
-Você parece uma criança comendo. –respondi rindo enquanto pegava um guardanapo em cima da mesa e ia na direção de Jake com o intuito de limpá-lo. –Agora fiquei quieto. –falei encostando o guardanapo em sua boca.
Limpei-o com calma e sem fazer força enquanto esfregava o guardanapo em seus lábios. Sem perceber fui chegando cada vez mais perto.
Jacob alternava olhares entre meus olhos e meus lábios, eu podia sentir sua respiração em meu rosto. Acho que eu nunca iria me acostumar isso, era tão bom, tão intenso, tão verdadeiro, tão... Minha coerência e meus pensamentos se perderam assim que nossos lábios se encontraram; era algo indescritível.
O beijo só foi interrompido pelo som de meu estômago. Corei por isso e olhei para baixo; nessa hora eu constatei que estava sentada no colo de Jake, como eu havia ido parar ali?
Levantei-me encabulada e fui esquentar meus sanduíches. Billy havia ido para a sala, eu podia ouvir o som da TV.
Olhei a quantidade de comida que esquentava e não pude evitar uma gargalhada.
-Se há uma semana atrás me dissessem que eu comeria tudo isso eu riria até perder o ar. –comentei com Jake.
Jake gargalhou.
-É assim mesmo. –falou com um sorriso enorme, eu amava aquele sorriso. –Num dia você é uma pessoa normal, que come tudo na quantidade certa e às vezes até deixa de comer algo porque não aguenta mais, e no outro... –Jake deixou a frase no ar e me senti impelida a completá-la.
-No outro você seria capaz de comer um boi inteiro.
Dei um riso seco, não me levem a mal, eu até gostava de ser loba, pois isso tinha suas vantagens, como a força e a velocidade, mas essa coisa de fome constate me irritava um pouco.
Sentei-me a mesa com meu jantar já quente.
-Vai trabalhar amanhã? –perguntei a Jake depois de um tempo de silêncio.
Jacob apenas maneou a cabeça positivamente.
-Vai junto? –Jake perguntou levantando-se, ele jogou as embalagens descartáveis no lixo e colocou a louça na pia.
-Acho que não. –respondi franzindo a testa. –Ainda tenho que organizar minhas roupas no armário.
Suspirei ao lembrar a enorme quantidade de roupa que ainda estava nas malas.
-Eu posso te ajudar. –falou Jake sentando-se novamente a mesa.
-Só se for agora. –ri imaginando em como ele me “ajudaria”.
Terminei de comer e fomos para meu quarto “arrumar” minhas coisas.
Liguei meu computador a fim de colocar uma música para ouvirmos.
Coloquei uma coletânea de músicas clássicas qualquer e diminui a um volume que fizesse com que a música ficasse com um som ambiente.
Saí dançando levemente pelo quarto, peguei uma bolsa pequena e joguei para Jacob.
-Na primeira gaveta, por favor. –pedi com olhos inocentes apontando para a primeira gaveta do guarda-roupa enquanto tirava os cabides do mesmo.
Coloquei os cabides em uma das camas e fui pegar uma das malas que ainda estava cheia. Ouvi Jake ofegar e soltei um risinho, o conteúdo daquela bolsa era mesmo para causar essa reação.
-, o que é isso? –perguntou Jacob erguendo uma lingerie vermelha.
-Uma calcinha, oras. O que mais seria? –respondi com uma falsa inocência tentando segurar uma gargalhada.
Jacob e eu já tínhamos avançado muito em nosso relacionamento mesmo que em pouco tempo, achei que ele ver minhas lingeries causaria uma reação engraçada nele. Mas o que eu via me assustava um pouco, Jacob tremia e engolia em seco. Corri para o seu lado preocupada. O que eu havia feito?
-Jake, Jake, Jacob! Está tudo bem? –perguntei sacudindo-o.
Não sei se isso foi melhor ou pior, pois ele ficou estático, eu mal podia sentir sua respiração. Continuei a dar pequenos tapas em sua face enquanto chamava seu nome, e assim, do nada, Jacob se vira rapidamente agarrando minha cintura e me jogando na cama que estava vazia. Seus olhos brilhavam maliciosos, Jacob havia me enganado direitinho.
-Safado! –exclamei batendo em seu ombro. –Não se aproveite assim de minha inocência. –disse eu rindo de mim mesma.
-Te amo. –Jake sussurrou fazendo com que eu me calasse. Aquele som e aquelas duas simples palavras encherem meu coração.
-Prove-me. –também falei sussurrando.
Beijamo-nos com sofreguidão e intensidade, era como se não tivéssemos este contato há tempos, necessitávamos um do outro.
Quando o ar nos ficou escasso, Jake desceu seus beijos para meu pescoço e clavícula. Me deixei levar pel

-Jake, Jake, Jacob! Está tudo bem? –perguntei sacudindo-o.
Não sei se isso foi melhor ou pior, pois ele ficou estático, eu mal podia sentir sua respiração. Continuei a dar pequenos tapas em sua face enquanto chamava seu nome, e assim, do nada, Jacob se vira rapidamente agarrando minha cintura e me jogando na cama que estava vazia. Seus olhos brilhavam maliciosos, Jacob havia me enganado direitinho.
-Safado! –exclamei batendo em seu ombro. –Não se aproveite assim de minha inocência. –disse eu rindo de mim mesma.
-Te amo. –Jake sussurrou fazendo com que eu me calasse. Aquele som e aquelas duas simples palavras encherem meu coração.
-Prove-me. –também falei sussurrando.
Beijamo-nos com sofreguidão e intensidade, era como se não tivéssemos este contato há tempos, necessitávamos um do outro.
Quando o ar nos ficou escasso, Jake desceu seus beijos para meu pescoço e clavícula. Me deixei levar pelas sensações.
Em um ímpeto impulsivo, abri meus olhos, não sei porque fiz aquilo, só sei que meus olhos se depararam com uma sombra. Travei imediatamente empurrando Jacob pelos ombros. Meus olhos fixos na sombra que estava na janela.
-, o que...? –Jacob começou a perguntar, mas foi interrompido por um Embry que entrou esbaforido pela janela.
Jacob se colocou de pé em questão de segundos. Me juntei a ele.
-Jake, pegamos um novo rastro. E é um vampiro! –disse Embry apressado.
Embry não precisou dizer mais nada, meus braços tremeram automaticamente enquanto nós pulávamos a janela em corríamos em direção a floresta para nos transformamos.
(Continua...)
N/a: Hey peoples, como vão? Desta vez eu não demorei tanto, não é? Foi um capítulo pequeno, admito, mas agora vou tentar mandar capítulos menores por que daí eu consigo enviá-los mais rápido. ^^
Agora quero agradecer pelos comentários do capítulo anterior, eu sei que vocês quiseram me matar, mas tudo bem, eu mereci. Kkk’
E aí, o que acharam da história de vida do pai da PP? O vocês acham que ele é? Já tem muitas dicas aí.
E antes que eu me esqueça, leiam A Crazy Destiny, minha nova fanfic que vai estar aqui no blog, é team Robert, hein?
Ah, estou mandando um presentinho para vocês também, é um vídeo com a música tema de Intercâmbio, está bem simples, mas com o tempo vou aprimorando e mandando junto com os novos caps, ok?
P.S. Todas as garotas loiras que aparecem no vídeo é para representar a PP, desculpem, mas não consegui fotos o suficiente de uma só XD.

Espero que tenham gostado.
Beijos e até o próximo capítulo.


Capítulo 10

P.O.V.

-Relatório. –pediu Jake assim que nos transformamos. Todos os outros já perseguiam o sanguessuga.
-Estava fazendo a ronda ao norte quando peguei o rastro. –falou Erik. –A sanguessuga sentiu meu cheiro e começou a correr, estou em seu encalço. –ele repassou a cena em sua cabeça para que víssemos a sanguessuga morena e de cabelos longos.
-Não ataque. –ordenou Jake. –Espere até chegarmos aí.
O Erik podia não ser o preferido de Jake, como ele havia confessado uma vez, mas Jake zelava muito pela segurança do bando, se não ele teria mandado Erik atacar junto com Paul e Rupert, que estavam perto dele.
A floresta passava rápido por mim, eu podia sentir o cheiro da vampira e os garotos do bando cada vez mais perto.
Imprimi mais força em minhas patas empurrando o chão. Eu quase voava por aquela floresta, a adrenalina corria solta em minhas veias, que queria ver a vampira. Não sei o porquê, mas me senti tentada e fazer isso, era como se alguma força estranha me puxasse para ela.
Quando avistei as costas da vampira eu vacilei um pouco, mas recuperei o ritmo e emparelhei com os garotos que estavam na frente.
-Podemos atacar agora? –perguntei a Jake.
-Não! –rosnou Jacob. –Apenas quando eu der o sinal.
-Mas ela está quase no Canadá, logo ela entrará na água! –exclamei, tínhamos que pegá-la.
-Aí nós assumimos. –falou Edward de algum lugar a minha direita.
Me assustei um pouco, deveria estar tão concentrada na vampira que nem havia visto os Cullen chegarem.
Não aguentava mais esperar a ordem de Jacob, eu precisava atacar.
Imprimi mais força em minhas patas novamente e ultrapassei a todos.
-, NÃO! –gritou Jacob em pensamente, mas não era uma ordem, então nada me impediu de pular em cima dela.
Rolamos uma por cima da outra, eu fiquei por baixo. Ela estava prestes a me atacar quando vi uma corrente com o símbolo da família de meu pai. Nessa hora ela focalizou meu olhos, parou de rosnar e seus olhos ganharam um brilho intenso. Aquele brilho era horripilante, e por um momento desejei que ela me matasse.
Senti o corpo da vampira sair de cima do meu ao mesmo tempo em que ouvia um rosnado grutal; vi um vulto castanho-avermelhado passar a centímetros de meu corpo, só poderia ser Jacob.
Olhei para a direção em que senti a vampira ser lançada e vi que ela e Jake brigando; ele estava em desvantagem. O bando ainda não havia chegado no local, então mesmo sem saber muito o que fazer comecei a partir para cima.
-Fique onde está . –Jacob deu seu comando de alfa.
Instantaneamente senti minhas pernas paralisarem enquanto a raiva me consumia. Jacob não podia me impedir de salvá-lo!
-Jacob, não faça isso! –implorei, mas Jacob me ignorou. –E vocês seus palermas, porque não vem rápido? –gritei em pensamentos, estava irritada com a demora da matilha.
-Hey, quem é palerma? –perguntou Embry ofendido aparecendo e correndo para cima da vampira.
Deixei-me cair de medo. Não podia deixar nada de ruim acontecer com nenhum deles, ou eu me sentiria culpada pelo resto de minha vida.
Jacob soltou um ganido de ferir a audição de qualquer um quando a vampira pegou uma de suas patas traseiras e o arremessou contra uma árvore. Eu podia sentir sua dor, tentei me mover, mas nada pude fazer. E então aquela sanguessuga nojenta chutou Embry no ombro também o arremessando em um momento de distração e fugiu.
Tentei correr atrás dela, mas felizmente (ou não) tudo o que consegui foi dar alguns passos cambaleantes na direção de Jacob.
-Jake, me libere, por favor. –choraminguei olhando-o enquanto ele tentava se levantar.
Jacob havia batido com a cabeça na árvore, ainda deveria estar meio tonto.
-Só se me prometer que não vai atrás dela. –disse raivoso.
-Eu... Eu prometo. –falei a contragosto. O que mais queria agora era me vingar daquela maldita sanguessuga por ter machucado meu Jake.
-Se esqueceram de mim, é? –perguntou Embry com dor em sua voz.
Olhei para ele com culpa. Seu ombro parecia estar em um ângulo estranho, provavelmente estava deslocado, ou quebrado.
Olhei para Jake, ele entendeu meu olhar rapidamente e disse:
-Pode se mexer agora. –e se transformou ali mesmo, vestindo-se rapidamente.
Eu até que queria me transformar para ajudá-lo, mas na pressa de me transformar em loba antes de vir para cá foi tanta que acabei jogando minhas roupas em algum lugar da floresta ao invés de amarrá-las em minha perna como Jake havia me ensinado.
-Pergunte aos outros o que aconteceu para não terem chegado aqui ainda. –Jake pediu a mim indo tentar fazer Embry voltar a sua forma humana.
Me virei de costas para eles e me concentrei na confusão de vozes em minha mente. Estava tudo tão silencioso.
-Leah? –chamei. –O que aconteceu? Por que não estão aqui conosco? –perguntei ansiosamente enquanto passava a imagem de Jake e Embry lutando com a vampira que fugiu.
-Era uma emboscada. –respondeu Leah rapidamente começando a passar os acontecimentos em sua mente. –Seth, Be, os Cullen que estavam na ronda e eu fomos para um lado perseguindo um grupo de vampiros e o resto do bando foi para o outro seguindo a outra metade do grupo. Nós conseguimos matar dois, mas os outros... –Leah nem precisou terminar a frase, pois eu podia ver em sua mente um monte de vampiros fugindo do ataque.
-E os outros, onde estão? –perguntei tentando captar mais alguma mente além da de Leah, mas parecia que só ela estava em sua forma de loba.
-Be, Seth estão em sua forma humana, acabaram de se transformar. Nós três e os Cullen estavamos esperando vocês voltarem para podermos repassar o acontecido a Jake, detalhadamente.
-Pode ir para a casa se quiser. –disse eu tentando imaginar o que Jake iria achar desta atitude, pouco me importei com isso, Leah parecia cansada demais. –Acho que Jake vai convocar uma reunião para amanhã mesmo, ele vai querer saber o que aconteceu.
-Tem certeza? –perguntou Leah receosa pensando na reação de Jake, mas muito tentada a ceder a minha ideia.
-Pode ir. Com o Jake eu lido. –respondi lembrando-me da cara de Jake quando viu minha calcinha.
Leah riu em pensamento. Senti sua mente se desligar da minha.
Me virei na direção de Jake e Embry novamente, mas mantive meu focinho erguido.
-, me ajude aqui, por favor. –falou Jake após algum tempo tirando sua camisa e deixando-a a meus pés.
Entendi o sinal, corri para trás de uma árvore e me transformei, me vesti rapidamente e voltei para ajudar Jacob.
-Qual o problema? –perguntei me abaixando junto dele ao lado de Embry.
Jacob maneou a cabeça na direção do ombro de Embry, ainda estava quebrado.
Estendi a mão para encostar no ombro de Embry mas a recolhi logo em seguida temendo machucá-lo mais ainda. Estranhamente o processo de cura não havia começado.
Olhei para Jacob, ele não devolveu meu olhar como eu imaginava, na verdade ele estava olhando fixamente para Embry. Jacob estava sendo estranhamente frio comigo.
-Onde estão os Cullen? –perguntou distante.
-Foram para casa, acho que foram avisar os outros do acontecido. –respondi pensando na merda que fiz ao falar para Leah ir para sua casa, fazendo com que não tivesse ninguém de ronda. –Mas acredito que logo eles voltam para fazer ronda.
Jacob balançou a cabeça afirmativamente. Eu estava ficando apreensiva com a sua falta de palavras.
-Vá chamar Carlisle. –ordenou em um comando de alfa.
Aquilo chegou a mim como um chicote, ele realmente estava com raiva de mim. Jacob sempre evitava usar sua voz de alfa comigo. Me encolhi minimamente com a dor interna que aquilo me causou.
-Tudo bem. –respondi já de costas.
Estava começando a tirar sua camiseta para me transformar quando Jacob me pára com suas palavras.
-, apenas se cuide, ok? –falou um pouco tenso.
Me virei em sua direção novamente para dar uma resposta malcriada quando vi seus olhos. Eles estavam cheios de dor, e foi aí que eu percebi que eu o havia magoado com minha atitude precipitada de atacar a vampira, Jacob apenas queria me proteger.
Corri de volta em sua direção e dei-lhe um abraço apertado. Agora eu via a situação pelos olhos dele. Jacob não suportaria me perder, assim como eu também não suportaria perdê-lo.
Soltei-me do abraço e corri na direção da casa dos Cullen dando apenas uma última olhada para trás. Embry precisava de ajuda.
Tirei a camiseta de Jake e pendurei-a em uma árvore próxima de onde eles estavam e me transformei. Não foi difícil achar a casa dos Cullen, eu conhecia bem o cheiro deles, era só seguir o seu rastro.
Corri, mais rápido do que eu achava possível, as árvores passavam quase invisíveis por mim devido a minha grande velocidade.
-Edward, precisamos de Carlisle. –pensei assim que atravessei o rio que dava para o território dos Cullen. Torci para que Edward estivesse ali, torci para que este meu pensamento não tenha sido em vão. Passei todas as imagens de Embry pela minha cabeça.
Logo Edward apareceu na janela rapidamente. Sua expressão mostrava dúvida e incredulidade.
-Carlisle. –chamou Edward quando terminou de ver os acontecimentos por meus pensamentos.
Edward explicou a Carlisle o ocorrido e em questão de minutos Carlisle já estava correndo a meu lado em direção a Embry. Edward, Emmett e Bella iriam de carro até o local para poder remover Embry do local com mais segurança.
Cheguei ao local e deixei Carlisle passar a minha frente. Ainda fiquei um curto tempo em minha forma de loba para verificar o que Carlisle faria. Quando tive certeza de que Embry estava sendo bem tratado peguei a camiseta de Jake com os dentes e fui para trás de uma árvore para poder vesti-la.
-Dr., o que está acontecendo? Por que Embry não está se curando? –perguntei preocupada me aproximando deles.
-É estranho. –respondeu Carlisle intrigado com que havia descoberto. –Parece que ele está se recuperando em um ritmo humano.
-Mas isso não é possível! Nós não somos totalmente humanos! –exclamou Jake exasperado. Ele não estava preocupado apenas com um dos membros do bando, mas sim com um amigo também, um irmão.
Carlisle assentiu concordando. Isso era totalmente inacreditável.
-Vou ter que levá-lo para fazer os procedimentos normais. –informou.
-Vão querer me levar para o necrotério! –Embry falou rindo em uma voz baixíssima.
Olhei-o com reprovação. Como ele conseguia brincar com algo sério assim?
-Vou levá-lo para minha casa, Embry. –respondeu Carlisle cortando a brincadeira, mas sem perder o sorriso.
-Vou falar para sua mãe que você vai dormir na casa de Jacob, para ela não se preocupar, você sabe. –falei seca quando vi que Bella estava chegando e se aproximando de Jacob.
-Ah, . Vem com a gente, assim você conhece a Nessie. –falou Embry tristonho, ele vivia dizendo que eu deveria ir a casa dos Cullen conhecer a menina. Eu estava até inclinada a ir, mas desisti no momento em que vi Bella encostar em Jacob.
-É melhor não, estão esperando notícias suas. –falei já me afastando.
Embry assentiu. Jacob manteve-se quieto, pelo jeito ele iria acompanhá-los.
Respirei fundo.
-Deixa para outra hora. –falei dando um leve sorriso. –Nem vestida direito eu estou.
-Rose e Alice adorariam te vestir. –falou Bella simpática. Mas que vampira falsa!
-É, e você pode jogar Guitar Hero comigo. –falou Emmett com aqueles incríveis olhos dourados brilhando.
Tive que rir com essa.
-É melhor deixar para outra hora mesmo. –falei ainda rindo. –Quem sabe amanhã a tarde eu não passe lá. Você vem comigo Jacob? –conclui um pouco a contra gosto olhando para Jacob e Bella. Infelizmente tive de admitir que eles ficavam lindos juntos. Edward me olhou deixando um leve traço de dor transpassar em seus olhos, mas isso durou apenas alguns instantes.
-Vou acompanhar Embry. –Jacob respondeu meio frio. Apesar de tudo, dava para perceber que ele ainda estava irritado comigo.
-Tudo bem. –respondi baixinho me virando de costas e me embrenhando na floresta, tudo o que eu queria era meu quarto, minha cama e meu travesseiro para poder chorar um pouco.
Não me transformei para voltar, corri em minha forma humana mesmo. Não queria me transformar e correr o risco que tivesse alguém em sua forma de lobo e essa pessoa visse os pensamentos que passavam por minha cabeça.
No meio do caminho minha mente me desobedeceu e começou a pensar em algo que eu estava tentando reprimir desde que pedi para que Jacob me contasse sobre Bella quando vi uma foto deles em seu quarto.
Imaginei como seria se ela o tivesse escolhido ao invés de Edward, será que ele olharia para mim e me aceitaria como seu imprinting ou ele lutaria contra isso com todas as suas forças para poder ficar com Bella?
Parei de correr por uns instantes para me recompor. Eu tinha de ser forte, eu sabia que isso apenas seria o começo de uma longa jornada, eu teria de superar esta história de que Bella e Jake tiveram no passado, não poderia ficar sofrendo por antecedência.
Respirei fundo fazendo com que as lágrimas que haviam se acumulado nos cantos dos meus olhos secassem aos poucos e corri novamente em direção a casa de Billy.
_x_

Entrei na casa pela janela de meu quarto que havia ficado aberta, coloquei uma roupa qualquer e fui colocar a minha roupa que havia ficado na floresta para lavar, eu tinha parado para pegá-la em minha volta para casa.
-, onde está Jacob? –perguntou Billy enquanto eu passava pela sala. Eu deveria saber que ele havia percebido nossa saída.
-Na casa dos Cullen. Ele foi acompanhar Embry, ele se machucou na perseguição. –respondi não escondendo nada, Billy saberia de um modo ou de outro mesmo.
-Mas ele está bem? –perguntou Billy já ficando preocupado.
-Não sei, ele quebrou o ombro. –me encolhi lembrando da demora que aquele ombro estava levando para se curar.
-Ele logo vai se curar. –falou Billy tentando me convencer.
-É... –concordei vagamente indo para a lavanderia deixar minha roupa. Depois disso liguei para a mãe de Embry avisando que ele dormiria aqui, quando ela pediu para falar com ele aleguei que o mesmo estava no banheiro, ela apenas agradeceu e desligou o telefone.
Voltei para o quarto completamente exausta, mas mesmo assim me obriguei a terminar o que havia começado antes e me pus a ajeitar minhas roupas no armário.
Quando terminei de ajeitar a maioria das coisas, me preparei para dormir. Deitei-me achando que o sono cairia sobre mim rapidamente, mas estava enganada. Mesmo depois de muito tempo deitada o sono não vinha, tentar dormir estava se tornando algo ainda mais cansativo, então me levantei e fui esperar Jacob, ele ainda não havia chegado em casa.
Peguei um livro e fui para a sala, Billy já havia ido dormir, o que me deu mais tranquilidade, pois poderia deixar minha mente vagar em paz sem ninguém para fazer perguntas.
Estava chegando ao clímax do livro quando o telefone toca.
-Residência dos Black. –atendi sem a mínima vontade.
-, o Embry está bem? –perguntou Leah indo direto ao assunto.
Me joguei na conversa e contei a ela o que havia acontecido.
-Leah, tem alguém fazendo ronda? –perguntei receosa lembrando-me da cagada que havia feito anteriormente.
Leah riu.
-Eu fui atrás daqueles covardes antes de voltar para casa, não deixei a reserva sem proteção. –falou orgulhosa.
Ri fraquinho decidindo comentar isto.
-Sério, Le... –mas minha fala foi interrompida pelo barulho da porta de entrada que se abria, só poderia ser Jacob. –Tenho que desligar, Jake chegou, amanhã te conto o que aconteceu.
-Ok. –respondeu. –Beijos, tchau.
E desligamos.
-Jake, estava te esperando. –falei indo em sua direção. Apenas nos encaramos. –Embry está bem?
-Está. –respondeu Jake desabando no sofá, ele também estava exausto. –Ele vem mesmo dormir aqui hoje, pode ser? Só para o caso da mãe dele querer verificar.
Assenti sem precisar usar palavras para responder.
-Liguei a ela avisando. –falei calmamente. –Aliás, onde está Embry? –perguntei olhando pela janela.
-Ele já chega. Carlisle disse que ia trazê-lo de carro, para que ele não precisasse se esforçar ao vir correndo.
-Ah. –foi a única resposta decente que consegui formular.
Desabei no sofá junto de Jacob e me encolhi no canto oposto ao qual ele estava.
-Posso dormir com você no seu quarto? –perguntou Jacob depois de alguns minutos de silêncio.
-Como? –devolvi com outra pergunta, minha mente estava distante demais para entender qualquer coisa.
-Ou você prefere dormir no meu quarto e deixar o seu para Embry e eu? –perguntou Jacob novamente se aproximando.
Ainda assim levei alguns segundos para entender.
-Ah! Pode dormir comigo mesmo. –falei encolhendo as pernas e enterrando o rosto nos joelhos.
Cansada de tanto silencio e de nosso afastamento mutuo, me aproximei de Jacob e selei nossos lábios demoradamente.
-Desculpa. –falei encarando profundamente seus olhos. Eu poderia me perder neles.
-Sabe que foi imprudente. –respondeu Jake com a face mais leve.
Desviei seu olhar envergonhada.
-Agi por impulso, era como se algo me pedisse para atacá-la rápido. –expliquei-me culpada.
Jacob deu um riso seco.
-Espírito de lobo. –falou colocando a mão em meu coração. –Mas não me faça passar por isso de novo. Não posso te impedir de lutar, pois está no seu sangue.
-Como assim? Como não vou correr riscos lutando? –perguntei meio sarcástica. Meu nervosismo fez meu sarcasmo aflorar.
-Só não ataque sozinha. –falou me puxando para seu braços. –Pelo menos assim meu medo de te perder em batalha diminuiu. –Jacob me apertou mais ainda em seus braços.
-Também faça isso. –falei enterrando meu rosto em seu peito nu.
Jake me afastou um pouco, ergueu meu queixo e deixou sua confusão transparecer em sua face.
-Não ataque sozinho, não faça eu ter medo de te perder. Já perdi pessoas de mais nesta vida, não quero ariscar que isso aconteça contigo.
-Você nunca vai me perder. –me garantiu. –Juntos. –Jake entrelaçou nossas mãos na altura de nossos corações nos aproximando mais ainda. –Para toda a eternidade.
Batidas na porta romperam nossa pequena bolha. Pelo cheiro, só poderia ser Carlisle e Embry.
Jake foi atender.
-Obrigado por trazê-lo. –falou Jake a Carlisle assim que abriu a porta.
-Não há de que meu amigo. –Carlisle respondeu. –Apenas algumas semanas de repouso e seu braço melhorará. –falou dirigindo-se e Embry.
-Pode deixar doutor. –respondeu Embry, ele me parecia bem melhor, sem dor. A única diferença nele era seu ombro que estava todo enfaixado. –Agora é só o chefe me dar uma folga.
Ri enquanto me aproximava.
-Deixa que se o Jake não te der folga eu mando ele para a casinha, como um legítimo cachorro. –falei para Embry, eu ria cada vez mais. –Obrigada Carlisle.
-Só fiz o meu trabalho, . –Carlisle deu aquele sorriso cintilante que faria qualquer mulher desmaiar, mas é claro que eu era uma exceção.
Sorri novamente.
-Bem, eu tenho que ir. Já é tarde e tenho plantão daqui a pouco. –falou descendo as escadas da varanda.
-Tchau e obrigado novamente. –disseram Embry e Jake em uníssimo enquanto eu me mantive calada.
Jacob fechou a porta.
-Que história é essa de cachorro? E que história é essa de me mandar para a casinha? –perguntou levemente indignado.
Ri lembrando-me vagamente desta brincadeira.
-Era uma brincadeira minha com o Gustavo. –falei deixando minha mente vagar para um tempo distante, uma outra vida.
-Quem é Gustavo? –perguntou Jake emburrado. Sua cara se ciúmes era lindamente perigosa.
-Ixxi, vou indo dormir, não quero assistir a briga de casal. –disse Embry já se dirigindo ao corredor. –Aliás, onde vou dormir?
-Vai para o meu quarto. –falou Jacob carrancudo.
Ri discretamente.
-Vai lá Embry, que já levo algo para você comer. –falei indo para a cozinha.
-Opa! Agora ficou bom. –falou Embry já entrando no quarto.
Comecei a revirar os armários em busca de algo fácil de fazer. Achei macarrão instantâneo.
-Você ainda não me respondeu , quem é Gustavo? –perguntou Jacob me encarando exigente da entrada da cozinha.
Ignorei. Meu gênio de escorpiana não permitia que eu lhe respondesse enquanto a pergunta viesse autoritária.
Continuei em silêncio enquanto colocava o macarrão para cozinhar.
Estranhamente comecei a pensar em Gustavo, coisa que não fazia desde que conheci Jacob.
Gustavo não se dava bem com meu pai no começo de nosso namoro, isto rendeu muitas brigas entre nós e em minha família. Mas com o tempo Gustavo começou a ser uma ótimo amigo de meu pai, e foi bom, no começo, mas depois de algum tempo ele e meu pai se tornaram autoritários, e as vezes... as vezes pareciam que eles estavam me testando. Muitas vezes eles me propunham desafios que eu cumpria com uma eximia agilidade, mas agora que observo, vejo que esses testes só uma pessoa com habilidades sobrenaturais desenvolveria sem precisar fazer muito esforço, então será que...
-? –perguntou Jake preocupado parado em frente a mim.
-Jacob, já te contei quem era o Gustavo? –perguntei sem responder a pergunta.
Lembrei-me do macarrão instantâneo e corri para o fogão antes que o mesmo queimasse.
-Era isto que eu estava te perguntando. –respondeu Jake assumindo um tom sério.
-Gustavo é o meu ex- namorado. –comecei sem saber muito bem o que dizer. –Uma pessoa misteriosa e fechada, assim como o meu pai.
Jacob ficou esperando eu continuar, mas tive que dar um tempo, precisava formular o que iria dizer.
-Acho que ele sabe sobre nós. –continuei passando o macarrão para um prato. –Digo, sobre nossa condição de lobo, também acho que ele sabe o que o meu pai é.
-COMO? –Jacob gritou deixando seu corpo começar a tremer involuntariamente.
-Calma! –falei sussurrando para lembrá-lo de que Billy dormia. –É só uma teoria.
Jake ainda tremia. Deixei o prato na mesa e abracei-o e pulei para seu colo sem avisá-lo, mas Jacob me pegou no ar com seus ótimos reflexos.
-Agora vamos, temos um lobo faminto para alimentar! –falei rindo para Jacob e apontando para o prato em cima da mesa.
Jake me carregou até o seu quarto para podermos levar a comida a Embry. É óbvio que viramos motivo de piada. Depois de algum tempo de diversão para o Embry as nossas custas, Jake levou o prato de Embry para a cozinha e foi se preparar para dormir.
Fui arrumar o quarto para Jake e eu dormirmos. Na porta do quarto fiquei observando as camas, estavam tão distantes... Com um sorriso um tanto quanto malicioso fui arrastar a cama desocupada para o lado da minha.
Comecei a puxar a cama sem dificuldade alguma, era incrível como tudo me parecia extremamente leve agora. Juntei as camas, ajeitei os lençóis e deitei-me esperando.
Ao ver Jake parado na porta tive que rir. Nossa cama improvisada iria ficar apertadíssima!
-O que foi? –perguntou ainda parado.
-Quando casarmos teremos de comprar duas king size para cabermos bem em nossas camas. –respondi rindo enquanto imaginava a cena.
-Já pensando em casar futura Sr.ª Black? –perguntou Jake se jogando na cama. Eu rolei para cima dele.
-Talvez. –falei dando leves mordidinhas em seu lábio inferior. –E eu gostei do futura Sr. ª Black.
Continuamos por mais um tempo nos beijando antes de adormecermos e nos entregarmos ao mundo dos sonhos para finalmente termos algumas horas de paz.

Capítulo 11

Jacob P.O.V


Acordei meio grogue. Estava com sede. Olhei para o relógio digital do criado mudo, ainda era muito cedo. dormia agarrada a meu braço esquerdo; empurrei-a delicadamente e sentei-me na cama.
Quando fui levantar escorreguei em algo que parecia um tapete liso. Caí com um baque surdo, observei por algum tempo para ver se não acordava. Quando percebi que dormia profundamente, direcionei meus pensamentos ao objeto que havia me feito cair. Estranhei, não lembrava de nada ali que pudesse me atrapalhar de algum modo.
Olhei para o chão a procura do objeto e encontrei um caderno com capa de couro preso com uma fivela. Peguei o caderno do chão, coloquei ao lado do computador e fui para a cozinha.
O caderno não saiu da minha mente enquanto eu tomava água, ele me intrigava, parecia antigo de mais para ser um dos cadernos de estudos da . Voltei para o quarto e deitei-me na cama. Fiquei encarando o teto, mas o sono não vinha novamente, pois minha mente estava ocupada de mais pensando naquele caderno.
Irritado pela falta de sono, levantei, peguei o caderno e me direcionei para a sala, afinal não faria mal nenhum ler o caderno.
Soltei a fivela e abri o caderno. O folheei rapidamente, mas nada aconteceu, nenhuma folha solta...
No meio da primeira página estava escrito: Diário de ... altamente sigiloso.
Estranhei o nome estar riscado, era quase como se a pessoa não quisesse que lessem o diário, pois a falta de um nome atiçava a curiosidade de qualquer um, atiçou a minha pelo menos.
Mudei de página.
“26 de dezembro de 1692
Hoje atingi o auge de minha vida, completei dezoito anos. Meu pai disse que agora que atingi minha maturidade, eu assumiria o comando junto com minha mãe se algo acontecesse a ele ou a um de meus tios. Não quero isso, para falar a verdade tudo o que eu quero é aproveitar minha vida, mesmo sabendo que ela vai ser longa, quero que cada minuto seja aproveitado plenamente, não quero me desperdiçar mofando em cima de um trono como meu pai.
Eu só queria ser normal, como se isso fosse possível. Eu nem deveria existir, sou uma aberração da natureza!
Ainda vou fugir de casa e aproveitar um pouco a vida mesmo que seja por meros dias. Ainda terei filhos e...”
A partir daí haviam várias páginas que foram arrancadas, e os próximos escritos estavam datados de dezessete anos atrás.
“02 de maio de 1994
Exuberante dia! O melhor de minha vida devo dizer. Casei-me com a mulher que amo e vou tê-la pela eternidade.
Há dois anos consegui fugir de meu pai, viajei pelo mundo todo até parar nesta cidade maravilhosa, onde conheci a mulher de minha vida e consegui ter uma vida normal por um período de tempo que eu julgava ser impossível. “

“18 de maio de 1995
Eu deveria ter desconfiado. Não acredito que fui ingênuo a ponto de acreditar que meu pai me deixasse tanto tempo em plena paz. Até poderia ter sido assim, mas não, ele estava lá o tempo todo, a espreita, só esperando o momento mais oportuno para atacar, para tornar a minha vida um inferno novamente.
Jantarei com meu pai esta noite. Ele finalmente vai conhecer minha esposa, pessoalmente, digo, pois ele já deve ter o dociê completo dela. Enquanto o jantar não chega, o que me resta é esperar.”

“19 de maio de 1995
O jantar de ontem foi estranhamente normal. Meu pai tratou Serena excelentemente bem, e no final da noite disse que ela tinha o porte perfeito para ser uma de nós. Não gostei disso, pois o que eu mais amo em Serena, é a sua humanidade, não quero transformá-la num monstro.
A verdadeira surpresa da noite veio quando Serena e eu chegamos em casa. Serena me mostrou um exame seu; e lá dizia que ela estava grávida; grávida de três meses. Uma enorme alegria para mim, enfim eu teria minha tão sonhada família, uma família de verdade; não aquela que eu tinha com meu pai. Agora era uma questão de contar os dias, as horas, os minutos e os segundos que faltavam para a chegada de meu filho.”
“18 de novembro de 1995
Serena deu a luz a duas meninas lindas e saudáveis. Mal podia acreditar que eu era pai. Meu sonho estava completo, eu tinha uma família linda e saudável. Meu pai estava sendo convalescente com isso, sendo educado, alegre e não se impondo a nenhuma de minhas decisões. É, nada poderia estar mais perfeito, se bem que essa perfeição me assusta, eu temo que ela acabe em futuro bem próximo, porque no meu mundo, nada é perfeito por muito tempo e também não existe o felizes para sempre.”
“18 de novembro de 2002
‘Parabéns meus amores, hoje vocês fazem 5 anos, uma data muito importante, pois hoje vocês saíram das fraldas oficialmente! *risos*. Infelizmente não pude estar com vocês hoje; eu ainda não encontrei um meio de enfrentar o avô de vocês, mas o eu vou conseguir, podem ter certeza disso.
Amo vocês, papai.’
Essa era a carta que eu deveria ter mandado para minhas filhas. Hoje era seu aniversário de cinco anos, e tudo que consegui fazer por elas foi deixá-las.
Ter abandonado Serena e minhas filhas foi a coisa mais difícil que fiz em minha vida inteira, mas foi melhor assim. Era melhor poder vê-las de longe e vivas, do que não vê-las nunca mais. Foi essa a escolha que meu pai me obrigou a fazer.
Meu pai havia descoberto que Serena e sua família eram Quileutes, descendentes de transmorfos, um povo que era supostamente inimigos de nossa espécie. Então meu pai ameaçou matar Serena e minhas filhas se eu não cortasse relação com elas, foi aí que eu me afastei.
Eu ainda fugiria de meu pai para poder viver com a minha família.”
E novamente haviam muitas páginas arrancadas.
“23 de abril de 2005
Consegui! Depois de três anos finalmente consegui voltar para minha família! Serena me aceitou de volta de braços abertos, mas ela pediu a verdade em troca. Eu contei tudo, poupei apenas os detalhes mais sangrentos e cruéis de minha espécie. Ela acreditou e aceitou prontamente. Serena disse que mesmo os seres de minhas espécie sendo cruéis em sua maioria, ela via bondade em meu coração.
A parte mais difícil de minha volta foi a reação de minhas filhas, elas relutavam em me aceitar, eu não as culpava, que pai eu era sendo que abandonei minhas filhas sem explicação alguma? Mas eu ainda reconquistaria a confiança delas.”
“29 de Junho 2005
Meu pai e eu tivemos uma feia discussão, até que minha mãe tomou partido me apoiando e por fim ele cedeu e entendeu como Serena e minha filhas são importantes para mim. Meu pai ainda não frequenta minha casa e não tem participação nenhuma na criação de Kyara e , porém sempre que posso eu vou visitá-lo, o que não está sendo muito bom ultimamente, pois ele está tentando me empurrar para sua nova secretária. Não posso negar que acho a garota bonita, mas nada neste mundo pode me separar de Serena agora, ainda mais ela estando grávida novamente e Kyara e me aceitaram plenamente. Espero que minha vida continue assim por muito tempo.”
A cada parágrafo que eu lia ficava mais impressionado com o pai de . Não poderia ser o mesmo que conheci, pois este estava tão alegre com sua vida simples, e amava sua família. Eu precisava saber mais.
“29 de Janeiro de 2006
Thaylyne nasceu no sétimo mês de gestação tendo um quilo e novecentos. É claro que eu preferia que fosse um menino, mas com toda a certeza eu amaria esta meninha com todo o meu coração pela eternidade. Kayara e estão um pouco enciumadas por toda a atenção que a irmã recebe, ás vezes é engraçado de ver, elas fazem cada coisa para chamar a atenção...
Meu pai não quer saber de minha família; ele ainda fica me empurrando para sua secretária. Infelizmente tenho que dizer que ele está conseguindo um pouco, a cada segundo que passo com a garota ela se torna mais encantadora. Não sei, mas tem uma coisa nela que... Ela me faz querer eu me apaixonar por ela, é quase como se alguém estivesse me obrigando, como um poder.
Uma coisa era certa, quando esta garota fosse uma de nossa espécie, ela possuiria um grande poder.”
-Jake? –chamou com uma voz sonolenta e me assustando. Estava tão concentrado que nem a tinha ouvido ali. Escondi o diário rapidamente esperando que ela não tivesse o visto. –O que está fazendo aqui?
-Nada. –respondi tentando soar convincente. –Eu ouvi um barulho e vim ver se tinha alguém aqui. Mas deve ter sido só impressão minha. –Eu estava me matando por mentir para , mas acho que ela não gostaria de saber que eu estava lendo o diário de seu pai.
-Tem certeza? – perguntou um pouco mais acordada.
-Claro. –respondi tentando me desviar de seu olhar.
-Então vamos dormir. – convidou se aproximando.
-Já vou. –falei. –Só vou tomar água antes.
-Tudo bem. – se espreguiçou fazendo sua blusa subir um pouco dando-me uma melhor visão de suas lindas curvas. –Vou estar te esperando. –dito isto ela se virou e foi para o quarto.
Procurei algum lugar onde eu poderia esconder aquele diário. Eu queria lê-lo mais, mas não queria que ninguém soubesse disso. Meus olhos finalmente bateram no armário sob a TV, ninguém nunca abria este armário, era perfeito.
Escondi o diário, finalmente tomei água e fui para o quarto, acho que eu poderia me permitir algumas horas a mais de sono para digerir todas as novas informações.
_x_

Um mês havia se passado desde a noite em que a vampira havia nos atacado. O ombro de Embry já estava curado e nenhum das nossas dúvidas sobre isso havia sido saciadas.
Tivemos alguns nômades em nosso caminho neste meio tempo, mas nenhum sinal daquela vampira.
Hoje era o primeiro dia de aula e não sabia o que esperar, pois iria para o colégio da reserva, não queria os marmanjos daqui dando em cima da minha namorada.
-Bom dia. –disse para mim adentrando a cozinha. –Não quis me esperar para fazer o café? –perguntou indo pegar os pratos e talheres para colocar a mesa.
Fui por trás e peguei sua cintura.
-Queria te fazer uma surpresa. –sussurrei em seu ouvido e plantando um beijo em seu pescoço exposto por seu cabelo preso. Senti se arrepiar. –Está linda. –completei me afastando.
virou e semicerrou os olhos em minha direção ficando mais linda ainda. Ela estava com um jeans de lavagem escura, uma camiseta branca estampada, uma jaqueta jeans de lavagem clara por cima e um sapato de salto preto fazendo com que ela ficasse quase da minha altura, completamente irresistível.
andou lentamente em minha direção e se colou em mim.
-Obrigada. –falou mordendo o lábio ao mesmo tempo em que arranhava meus braços levemente. –Você também não está nada mal.
Fui puxado pela frente da camisa até a pia. sentou-se e afastou as pernas para eu me encaixar no meio delas. Começamos a nos beijar vorazmente e só um pensamento vinha a minha cabeça: “Qualquer dia essa mulher me enlouquece.”

P.O.V

Empurrei Jake lentamente enquanto mordia seu lábio inferior levemente. Soltei seu lábio, desci da pia e fui preparar algo para comer deixando Jake com “cara de tacho”.
-Quem mandou provocar? –perguntei tentando segurar a risada.
-Qualquer dia essa mulher me enlouquece. –Jake murmurou.
Gargalhei altíssimo. Hoje com certeza seria um dia daqueles que você ri até a barriga doer.
_x_
Respirei fundo tentando tomar coragem para descer do carro. Eu conseguia fazer grandes apresentações de dança, nocautear uma pessoa maior que eu e conviver com vampiros e lobos normalmente, mas se tinha uma coisa que me colocava medo era a escola. Eu odiava a escola, ainda mais no primeiro dia de aula, pois é sempre onde o inferno começa. Não me levem a mal, eu sempre gostei de estudar, por isso resolvi fazer este intercâmbio, mas odiava ter que ir para um ambiente com adolescentes cheios de hormônios descontrolados e professores malucos e por vezes até “militares”.
-Uma hora você vai ter que sair. –falou Jake segurando a risada, ele achava esse meu medo hilário.
-Pode ir, vou ficar mais um pouco. –falei tentando transparecer segurança.
Jake segurou meu queixo e me obrigou a olhá-lo.
-, não precisa ter medo, é só a escola, você veio aqui para estudar. Você gosta de estudar, não gosta? –Jake falava do mesmo modo com que se falaria com uma criança de cinco anos. –Além disso, estou aqui, não vou sair do seu lado.
-Promete? –perguntei em um tom baixíssimo.
Jake pareceu pensar por um momento e saiu do carro. Baixei a cabeça e comecei a encarar os meus sapatos. Era humilhante ter medo da escola. Ouvi a porta do carro que ficava do meu lado ser aberta.
Levantei a cabeça.
-Vem, vou te levar para a sua primeira aula. –falou Jake sorrindo, ele ofereceu a mão para eu sair do carro, peguei ela de pronto. Foi impossível não sorrir com este gesto. –Aliás, qual é a sua primeira aula?
Abri a bolsa e cacei meu horário.
-Química. –falei franzindo o cenho para meu horário, tinha muitas aulas de exatas.
Jacob gargalhou.
-Posso saber a graça? –perguntei fazendo cara feia.
-Você vai adorar o Sr. Kiolo, mas já vou avisando, ele gosta de fazer piadinhas. –falou Jacob fazendo cara de mistério.
-Como assim? –uma fagulha de curiosidade se acendeu dentro de mim deixando meu medo temporariamente em segundo plano.
-Você vai ver. –falou Jacob me deixando mais curiosa ainda.
-Nossa! Belo namorado fui arranjar, nem me ajudar ele quer! –falei falsamente indignada. Percebi que havia chamado a atenção de algumas pessoas e em poucos minutos eu era o assunto do momento, a novata.
-Vamos entrar. –falou Jake percebendo que a atenção de todos estava voltada para nós.
Do trajeto do estacionamento até a entrada, consegui ouvir todo o tipo de comentário. Desde elogios ao meu corpo a comentários maldosos de inveja da parte das garotas, tudo isso apenas por eu estar andando de mãos dadas com Jake.
-Onde estão os garotos? –perguntei tentando desviar a atenção dos comentários direcionados a mim.
-A maioria deles deve estar em suas salas. –respondeu Jake meio desconfortável, ele também estava visivelmente incomodado com os comentários. –Já vai bater o sinal. –completou conferindo o horário no relógio do celular.
-Chegamos. –falou Jake assim que chegamos à sala 8B. –Boa sorte. –e se virou para ir para a sua sala.
-Hey Jake, espera! –falei puxando seu braço. –Não está se esquecendo de nada não?
-Ah, é! –respondeu pegando minha bolsa e retirando uma caneta.
Ri de sua palhaçada.
-Só você mesmo para me fazer rir num momento deste. –falei. Beijei-o brevemente e me virei na direção da porta da sala de aula. –Tenho que entrar. Nos vemos no intervalo?
Jake balançou a cabeça positivamente.
-Venho te buscar para a próxima aula. –falou sério, seu olhar era distante, duro e possessivo. Quase ri com a ideia de imaginá-lo com ciúmes.
-Ok. –dei um selinho nele e entrei na sala.
Todos os olhares caíram sobre mim. Engoli a vergonha e o medo, ergui a cabeça e procurei um lugar vago. Dei graças quando vi que Bernardo também estava nesta classe e o lugar ao seu lado estava vago. Assim como eu, Be não era muito bom em química, mas era melhor ter um parceiro mediano e conhecido, do que um bom e totalmente desconhecido.
-Oi Be. –falei abraçando-o depois de colocar minha bolsa em cima da bancada.
-Oi . –respondeu devolvendo o abraço. –Tudo bem? –perguntou preocupado. Bernardo sabia mais que todo mundo do meu medo de primeiro dia de aula.
-Levando. –olhei em volta. –As pessoas já estão comentando, acho que já ganhei algumas inimigas também. –ri baixinho.
-Por causa do Jacob?
-Sim e também por ser diferente, eu acho. Imagine o que elas pensaram quando viram uma menina que não tem nada a ver com elas? Sou loira, muito branca, olhos amendoados e claros... –falei tudo rapidamente e em português, pois eu realmente me sentia muito diferente delas e isso me incomodava.
-Pára de viajar . –Be falou em português me cortando. –Se elas te desprezarem não vai ser por você ter a aparência diferente da delas, vai ser por inveja.
-Só se for inveja de eu ser a namorada do Jake. –falei revirando os olhos. Nosso diálogo ainda se mantinha em português.
-Você não se enxerga direito, não é? –disse Be deixando-me confusa.
-Como assim? –perguntei.
-E aí pessoal? Agora quero todos sentados para a aula. –falou o professor entrando na sala e tirando uns “ahs” de alguns alunos. –É isso mesmo, a moleza acabou, então façam-me o favor de tirar as suas bundas grandes e gordas da folga e vamos trabalhar.
Ficamos em silêncio depois disto, cada um perdidos em seus pensamentos.
Esperei o professor fazer a chamada para entregar a caderneta que ele deveria assinar.
-Hmm, Srtª. , a garota do intercâmbio, então? –falou sem me encarar. Permaneci em silencio. –Me diga uma coisa, você vende artigos do seu país?
-Como? –perguntei sem saber o que pensar, esse professor era louco?
-Não, é porque dizem que todo brasileiro que vai morar fora, só vai para fazer venda de produtos piratas e falsificados. –respondeu Sr. Kiolo dando uma risada de palhaço no final.
Arregalei os olhos assustada com a sua risada. E finalmente entendi o que Jake quis dizer quando esse professor era piadista, ele queria dizer que Sr. Kiolo gostava de assustar os alunos e fazer piadas constrangedoras. Agora toda a turma ria de mim.
-Não sou o estereótipo de brasileiro. –respondi ao máximo não ser grosseira. Sr. Kiolo poderia ter feito uma piada sem graça e um tanto quanto maldosa, mas afinal, ele era um professor e eu não queria sujar minha imagem como aluna. –Com licença.
Fui me sentar mantendo a cabeça erguida. É, esse seria um ano letivo e tanto.
_x_
-Finalmente! –exclamei me sentando a mesa dos garotos. Já era a hora do intervalo, mas ainda era muito cedo, eu estava contando os minutos para a tortura chamada primeiro dia de aula acabasse.
-O que aconteceu? –perguntou Seth todo prestativo.
Encostei a cabeça no ombro de Jake e respirei profundamente. Jake se mantinha quieto tentando me acalmar com seus toques. E ele estava conseguindo, pois meu corpo aos poucos perdia a tensão.
-Olha em volta. –falei e ele obedeceu. –Sou o assunto do momento. Simplesmente isso.
-Não é deve ser tão ruim assim. –disse Jonathan, que ouvia a nossa conversa.
-Isso melhora com o tempo? –perguntei encarando fixamente o grupinho de garotas que estava em volta de Erik que me olhava e riam.
-Calma , vai melhorar sim. É só uma questão de tempo. –falou Jake pegando meu queixo e virando meu olhar para ele.
-Assim espero. –respondi encostando minha cabeça em seu ombro novamente e me permitindo desfrutar dos minutinhos de paz que a presença de Jake me proporcionava.
_x_
Educação Física, a pior e mais inútil matéria da face da terra. Pelo menos era isso que eu pensava antes de ter virado loba. Espero que a minha concepção para esta matéria mude. E eu iria ver isto agora.
Estava em minha última aula, a única do dia com Jake. No momento eu estava no vestiário trocando de roupa para a aula. Algumas garotas murmuravam sobre mim em um canto do vestiário, mal sabiam elas que eu ouvia, ignorei e continuei a me trocar. Quando estava amarrando o cadarço dos tênis uma das garotas que falavam sobre mim me interrompe.
-Oi, eu sou Charlotte Parker, você é , não é?
-Sou. –respondi tentando ser simpática, o que era difícil devido ao fato de que minutos antes ela estava especulando sobre quem eu era sem ao menos me conhecer.
-Posso te fazer uma pergunta? –perguntou Charlotte.
Mordi a língua para conter o impulso de dar uma resposta mal educada, então apenas sinalizei um sim com a cabeça.
-É verdade que está na casa dos Black?
-É verdade sim, por quê?
-As meninas e eu estranhamos o fato de você estar na casa de um dos anciãos da tribo. Geralmente eles são bem rigorosos com pessoas de fora. –falou Charlotte tentando tirar algo de mim.
Apenas dei de ombros. Fui saindo do vestiário, eu estava louca para encontrar Jake e acabar com aquela conversa estranha.
-É verdade que você está com Jacob Black? –perguntou Charlotte me travando em meu segundo passo. Que menina insuportável! Será que ela não tinha mais nada para fazer além de ficar perguntando sobre a minha vida?
-Estou. –respondi sorrindo cinicamente. –Estou indo ficar um pouquinho com ele agora mesmo. Foi um prazer conhecê-la Charlotte. –virei e saí dali o mais rápido possível.
Assim que sai do vestiário fui procurar Jacob o mais rápido possível. E o encontrei se alongando juntamente de Embry e mais duas garotas que conversavam com eles.
-Oi amor. –disse eu abraçando Jacob por trás.
-Oi. –respondeu ele virando com uma cara confusa por eu tê-lo chamado de amor pela primeira vez. Fiquei na meia-ponta para beijá-lo rapidamente.
Embry tossiu tentando disfarçar um riso. As garotas se calaram por alguns momentos.
-O que temos marcado para esta tarde? –perguntei a Jacob assim que terminei de beijá-lo.
-Estávamos marcando de ir à praia. –falou uma das garotas. Ela era morena e tinha os cabelos lisos e compridos, ela era linda, o que só me deixou com mais ciúmes ainda. –Parece que a temperatura vai aumentar.
-Que peninha, acho não vai dar. –respondi.
-Por quê? –perguntou a outra garota, a de cabelos cacheados fazendo biquinho e olhando na direção de Embry.
Me segurei para não rir.
-Lembra que temos que trabalhar? –perguntei me referindo a nossa pequena reunião com os Cullen, eu revezava os olhares entre Jacob e Embry.
-Ah, é. –falou Jacob passando a mão pelos cabelos, o que só o deixou mais sexy, o que era bom para mim, mas ruim ao mesmo tempo porque um bando de garotas ficou babando em cima do MEU namorado.
-Podemos deixar para o fim de semana então, talvez até lá o tempo esteja melhor do que hoje. –falou a de cabelos cacheados.
Quando eu ia inventar outra desculpa para escapar destas meninas o professor entra na quadra apitando.
-Chega de moleza seu bando de preguiçosos. Já ficaram as férias inteiras sentados no sofá ganhando peso. Agora quero que vocês dêem três voltas na quadra. –falou em voz de comando. –Já. –esbravejou assim que viu alguns alunos darem uma travada.
Comecei a correr com vontade, aumentando minha velocidade aos poucos. Eu sabia que se corresse rápido de mais nos exporia, mas não fazia mal correr um pouco mais rápido.
-, diminua a velocidade. –disse Jacob emparelhando comigo no final na primeira volta.
Suspirei. É, educação física vai continuar sendo ruim. Diminui a velocidade e continuei a correr sem vontade nenhuma.
_x_
-Então você vai me buscar quando eu sair da academia de dança para irmos fazer compras? –perguntei a Jacob enquanto saia da casa dos Cullen após nossa inútil reunião que havia sido adiada para a noite.
Hoje eu retomava as aulas de ballet. Jacob só voltaria a trabalhar semana que vem. Então ele teria que me buscar de carro para podermos fazer as compras do mês.
-Não, eu vou com você agora. –respondeu me segurando pelo pulso.
-Tem certeza? –eu estava receosa, pois a cada segundo que eu passava com Jacob em um lugar onde as garotas predominavam, eu me sentia cada vez mais insegura.
-Tenho, vou aproveitar cada segundo que eu tenho com você antes de voltar a trabalhar. –falou Jacob me puxando para um beijo.
Me entreguei ao beijo, também queria aproveitar cada segundo ao lado dele, ainda mais com essa sensação de que em breve algo nos separaria.
_x_
A aula de ballet havia sido tranquila. Não precisei me preocupar com nenhuma garota se jogando em Jacob. É claro que tive de ouvir vários sussurros sobre o quanto ele era bonito e gostoso, mas não me incomodei tanto, pois isto não passava da mais pura verdade.
Saindo da academia de dança fomos direto fazer as compras. Aproveitei para encher o carrinho, os armários da casa de Billy estava às moscas, mas eu não podia culpar a ninguém, afinal dois lobos moram naquela casa.
Quando estava no caixa pagando as compras vi meu pai com uma mulher desconhecida.
-Jake, vai levando as coisas para o carro, eu já te alcanço. –falei deixando o dinheiro na sua mão sem nunca desviar os olhos de meu pai e da mulher.
-Tudo bem. –respondeu enquanto seu olhar recaia sobre o mesmo lugar onde o meu estava.
Caminhei rapidamente até meu pai. A cada passo que eu me aproximava dos dois, meu nariz ardia, eu tinha certeza de que aquela mulher era uma vampira. Para a minha sorte, começou a chover. Não pude evitar pensar que a garota da aula de educação física estava errada.
-Oi pai. –disse eu quando cheguei perto o suficiente para que ele me ouvisse.
Corri para a cobertura na qual eles estavam abrigados da chuva.
-Oi filha, tudo bem? –disse meu pai me abraçando.
-Tudo. –respondi cordialmente. Ignorei a mulher em uma tentativa de parar de tremer.
-Deixe-me te apresentar Gianna, minha namorada. –disse abraçando a mulher.
Ela era de uma pele morena, mas totalmente pálida, tinha os cabelos compridos, lisos e sedosos e seus olhos eram de um marrom opaco, constei que isso se devia a mistura da cor da lente com a cor de seus olhos rubi sangue.
-Oi. –falei seca para Gianna.
-É um prazer finalmente te conhecer , seu pai fala muito de você e de Kyara. –falou Gianna com um falso sorriso. Ela até poderia estar sendo simpática, mas eu sabia o que e como ela era realmente.
-. –chamou meu pai fazendo-me desviar os olhos de Gianna. –Que tal este final de semana irmos para o Brasil visitar sua irmã? Ou eu poderia buscá-la para passar o final de semana conosco.
-Não sei pai, agora que as aulas começaram vai ser difícil, eu tenho muita coisa para estudar. –menti descaradamente. Eu sabia que na primeira semana de aula quase não tinha matéria nova.
-Vamos , não seria nada mal se vocês pudessem se conhecer, afinal, logo Gianna será parte de nossa família. –falou meu pai todo inocente.
-Como? –perguntei incrédula. Ele não podia, meu pai não podia se casar com uma vampira.
-É isso mesmo querida, logo eu serei sua nova mãe. –falou Ginna toda querida.
Balancei a cabeça negativamente.
-Não, não terei uma nova mãe. Só se tem uma mãe nesta vida e eu já tenho a minha, mesmo que ela esteja morta. Ninguém vai roubar o lugar dela. –falei tentando segurar as lágrimas. Eu ainda não acreditava que meu pai queria casar com aquele mostro.
-Não fale assim . –falou meu pai totalmente irritado com o que eu disse. –Peça desculpas a Gianna.
Comecei a me afastar de costas, estava quase fora da cobertura quando ouvi uma buzina atrás de mim. Me virei; era Jacob, ele estava com a janela do lado do motorista aberta, na certa ele ouvira toda a conversa.
Dei a volta no carro até o lado do carona.
-Ligue-me quando mudar de ideia. –disse eu a meu pai. –Mas se não mudar, seja feliz.
Entrei no carro sem dizer uma palavra, sequei as lágrimas que teimaram em escapar, deitei a cabeça no ombro de Jake e deixei minha mente viajar para um lugar distante dali.


Capítulo 12


P.O.V



Um mês havia se passado desde a última vez que vi meu pai e nada dele me telefonar ou tentar fazer qualquer outro tipo de contato.


(N/a: Eu sei que estou pulando os meses muito rápido, mas é só para encaixar certinho no contexto. Só para esclarecer, agora estamos no final de Outubro)


-, o que vem agora? –perguntou Seth me tirando de meus devaneios.


-Ache o sujeito da frase. –falei voltando ao presente. Eu estava ajudando Seth com a gramática e literatura da língua inglesa.


Seth largou os lápis e papéis que estava segurando e me encarou seriamente.


-Seth, sem os papéis e canetas você não aprende nada. Agora, ache o sujeito da frase. –disse eu com monotonia.


-Chega .Eu não vou estudar enquanto você não melhorar essa cara de quem comeu e não gostou. –disse Seth ainda me encarando seriamente. –Além do mais, se você não melhorar logo, Jacob vai me matar quando chegar e ver você assim. Vamos, me diga, o que aconteceu?


Jacob. O único que podia me acalmar totalmente agora; e ele estava longe de mim. Jacob estava trabalhando. E tenho certeza de que neste exato momento aquela maldita da Karla ainda está insistindo e se esfregando no meu namorado, enquanto eu fiquei na reserva para ajudar Seth com os estudos.


-Meu pai vai casar de novo, sendo que não faz nem um ano que minha mãe morreu. A noiva é uma falsa e ela é aprovada pelo pai de meu pai, o que significa que ela é uma metida da alta sociedade. Ah, tem mais, a noiva do meu pai quer roubar o lugar da minha mãe. Mas nem eu nem a Kyh vamos deixar. –falei tudo em um só fôlego. Eu estava torcendo para não me arrepender de nada que eu havia dito, mas mesmo que eu me arrependesse, seria tarde demais para voltar atrás.


-Não é tão ruim assim. –falou Seth franzindo os lábios. Estava claro que ele estava se segurando para não rir de minha histeria.


-Acredite querido, isto não é nem o começo. –falei jogando os braços para o alto.


Toda essa agitação havia me deixado com os nervos a flor da pele. Comecei a pular de um lado para o outro dentro da pequena sala de Billy. Dei graças por ele não estar em casa para ver a destruição que isso causaria.


Seth gargalhou e eu lhe lancei um olhar mortal que o calou na hora.


Rabisquei um bilhete para Billy avisando que eu sairia, prendi-o na geladeira e corri para o meu quarto pegar minha bolsa, catei as chaves do carro de Jacob e saí da casa arrastando um Seth muito confuso comigo.


-Para onde vamos? –perguntou quando joguei as chaves do carro para ele, eu não estava com paciência para dirigir.


-Qualquer livraria de Port Angeles. –falei apressadamente.


Tentei conter minha ansiedade durante todo o trajeto, mas pouco consegui fazer. Muitas vezes eu me senti tentada a sair do carro e ir correndo, mas eu não poderia deixar nem Seth e nem o carro ali.


-Não tem como ir mais rápido? –perguntei a Seth quando vi que o mostrador marcava 80 km/h.


-Tem certeza de que quer ir mais rápido? –perguntou Seth sem desviar os olhos da estrada.


Quando eu ia responder que sim, vi um carro parado e uma súbita vontade de sair daquele carro me apareceu.


-Pára o carro. –falei já quicando no banco.


Seth obedeceu sem hesitar, mas ele me olhou preocupado no momento em que voei para fora do carro. Seth me acompanhou.


Eu me embrenhava cada vez mais naquela floresta, só parei quando cheguei a uma árvore caída. Comecei a bater na árvore com raiva e força. E somente neste momento eu percebi que o que eu procurava desde que vi meu pai com aquela sanguessuga era algo para descontar minha frustração.


Só parei quando a árvore ficou em pedaços. Minhas mãos e pés estavam inchados, meu corpo doía pelo ataque súbito, mas não me importei, eu sabia que em alguns instantes minha dor física passaria. O que importava agora era que eu havia conseguido aliviar a minha raiva.


-? –Seth se aproximou de mim temeroso.


Neste momento caí no chão e comecei a chorar como se tudo estivesse perdido.


-Sabe o que é pior? –perguntei com dificuldade em meio as lágrimas. Continuei quando não obtive nenhuma resposta. –O pior de tudo é saber que tudo isso é por minha causa e eu não posso fazer nada.


Seth me puxou para si em um abraço de consolo.


-, nada disso é por sua culpa, você só está envolvida em algo que não queria estar. Você não teve culpa desses sanguessugas aparecerem.Você não tem culpa de a noiva do seu pai não ser uma mulher adequada para você e sua irmã. Você apenas está no meio disso tudo. –Seth falou carinhosamente enquanto acariciava meus cabelos.


-Tem muito mais coisa que isso Seth, tem coisas que nem você nem eu sabemos. Essas coisas, esses segredos, vieram junto comigo, como DNA e isso só se ativou quando cheguei aqui. Nada disto estaria acontecendo se eu não estivesse aqui. –eu sentia a camisa de Seth se encharcar cada vez mais.


-Sabe que pode contar qualquer coisa para mim. –disse Seth me afastando e me olhando nos olhos.


Levantei e fiquei de costas para Seth enquanto secava as lágrimas que escorriam.


-Seth, você é um ótimo amigo, mas... –disse eu depois de alguns instantes.


-Não vou te obrigar a falar nada , eu só não quero te ver assim. –disse Seth colocando a mão em meu ombro.


Um pequeno sorriso surgiu em meus lábios enquanto eu me virava em sua direção.


-Obrigada.


-Pelo que? –perguntou Seth perdido.


-Por ser um bom amigo. –falei sincera, esse era o tipo de amizade que eu raramente pegava com as pessoas.


-Seus olhos! –exclamou ele.


-O que tem meus olhos?


-Eles estavam completamente castanhos e depois...


-E depois...? –estimulei-o a completar.


-Esquece, deve ser coisa da minha cabeça. –ri da careta que Seth fez.


-Vamos. –apertei suas bochechas enquanto falava. –Temos compras a fazer.


-Compras? –perguntou Seth confuso. E não era para menos, do jeito que eu saí histérica se La Push, havia esquecido de contar a Seth o que íamos comprar.


-Seus livros do semestre. Vou te ajudar com eles. –falei já o arrastando pela mão até o carro.


Seth fez uma careta e eu ri.


Ao chegar ao carro, senti um cheiro familiar, era o cheiro da vampira que tinha atacado La Push recentemente, a vampira que havia ferido Embry.


Seth e eu nos encaramos rapidamente antes de corrermos para a floresta novamente e nos transformarmos.


Seth uivou enquanto eu gritava em pensamentos para os lobos que estavam na ronda.


-É o cheiro dela!É o cheiro dela! –pensava enquanto passava a imagem da vampira em minha mente. –O cheiro ainda está forte, não deve estar muito longe.


Eu me sentia impelida a seguir o rastro, mas sabia que se fosse sozinha eu levaria mais uma bronca de Jacob e seria extremamente perigoso.


-, vai avisar Jacob, ele não ouve nada da bicicletaria. Já estamos a caminho daí. –falou Leah tentando me tirar dali antes que eu fizesse outra cagada.


-Ok. –respondi já pegando o caminho para a bicicletaria.


Cheguei à bicicletaria esbaforida, nem dei atenção as idiotices de Karla, apenas entrei como um furacão naquele galpão.


-Jacob! Ela estava no seu carro! Temos o rastro dela! –eu falava tudo rapidamente, estava desesperada por causa desta vampira, ela me dava medo e fascínio ao mesmo tempo. É como se ela tivesse alguma informação muito importante sobre o meu passado, ou o passado de meu pai, no caso.


Não precisei dizer mais nada, Jacob saiu em disparada da loja, ignorando Karla como eu. Ele parou apenas para se despir antes de se transformar. Corremos na direção em que os outros estavam. Demoramos algum tempo para alcançá-los.


Os cabelos longos e cacheados da vampira esvoaçavam com a velocidade. Apesar da capacidade de ouvir e sentir o nosso cheiro, ela dava breves olhadelas para trás.


-Jared, Jonathan e Joseph ficam por trás. –disse Jacob assumindo uma estratégia. – Damien, Collin, Brad e August vão para a esquerda. Paul, Erik, Rupert e Embry pela direita. Quil, Bernardo, Leah, e eu vamos pela frente.


Todos obedeceram rapidamente. A vampira mal percebeu nossa estratégia pela sincronia do bando. Quil, Leah, Bernardo, Jake e eu saímos pela lateral, nos escondendo como possível entre as arvores até ultrapassarmos todos. Pulamos em frente à vampira a encurralando dentro de um circulo. Fomos nos aproximando, fechando o circulo cada vez mais. Todos nós estávamos sedentos pela morte desta sanguessuga, principalmente Jake, Embry e eu.


-, por favor, pare, eu só quero ajudar. –falou a vampira me travando em meu lugar. Como ela podia saber o meu nome?


Jacob também parou, me encarando intensamente.


-Parem! –ordenou a todos., você a conhece? –indagou nervoso.


-Não! –respondi tentando puxar algo pela memória, mas nada me vinha.


Foi só neste momento que encarei verdadeiramente a vampira. Ela era linda como os outros, mas seus olhos... Seus olhos agora estavam de um dourado intenso, diferentemente da primeira vez que a vi.


-Eu preciso falar com ela Jacob. –falei sem desviar os olhos dela.


-Está louca? Ela é uma sanguessuga, não é confiável. –eu podia sentir que ele estava se segurando para não atacar.


-Olhe os olhos dela. São dourados, como os Cullen. –tentei convencê-lo, eu senti intimamente que o que essa vampira falaria seria importante.


-Isso não a torna menos perigosa. –retrucou Jacob irreversível.


-Vamos atacar ou não? –perguntou Erik impaciente. –Parem de enrolar e vamos matar essa coisa de uma vez!


-Cala a boca Erik, espere o meu comando. –respondeu Jacob extremamente nervoso.


-Então venha comigo, eu preciso muito falar com ela. –pedi a Jacob quase implorando.


Jacob assentiu brevemente e foi para trás de uma árvore voltar a sua forma humana e se vestir. Fiz o mesmo depois de alguns segundos. Não pude deixar de me sentir mal pelo o que estava acontecendo. Afinal, se eu não tivesse ido para La Push, provavelmente eu não teria me transformado e arrastado os segredos de minha vida junto comigo.


-Jake, eu... –comecei a falar com Jacob assim que trocamos de roupas, mas não pude terminar, pois ele saiu em direção ao círculo.


Suspirei cansada e o segui. Entramos no círculo.


-O que você quer sanguessuga? –perguntou Jacob indo direto ao ponto, eu me mantive calada para não piorar a situação.


-Eu vim avisá-los. Vocês tem uma grande batalha pela frente. –falou a vampira em tom sombrio.


-Se você está querendo ajudar, por que então nos atacou com seu exército? –novamente Jacob foi rude. E a cada segundo que se passava essa vampira ficava estranhamente familiar.


-Eu não ataquei, aquele exército era um caso a parte. Eu teria avisado se seu bando não tivesse atacado. –disse a vampira.


-Então porque machucou Embry? –perguntei. Agora era a minha vez de ficar com raiva. Se ela queria nos ajudar, por que ela havia machucado Embry?


-Se eu não tivesse o feito vocês teriam me matado. –quando ela me encarou novamente eu tive certeza de quem ela era. Ela foi a última babá que tivemos antes do meu pai desaparecer novamente.


-Era você. Você foi minha última babá. –disse eu surpresa.


-Sim criança, era eu. Que bom que você lembra. –falou ela sorrindo afável para mim.


-Mas... Como? Por quê? –perguntei totalmente aturdida.


-Eu conheço seu pai desde que ele nasceu. Conheço os pais dele melhor ainda, eu sei de seus planos e não são nada bons. –respondeu minha ex-babá.


-O que você quer dizer com isso? –perguntou Jacob se aproximando de mim e enlaçando a minha cintura. Pelo o que eu conhecia dele, ele não estava acreditando nesta história de ex-babá.


-Isso eu só posso dizer na presença dos Cullen. Carlisle também vai querer saber, já que isso também envolve a família dele. –respondeu minha ex-babá.


Embry ganiu, eu sabia que ele estava pensando em Renesmee.


Quil e Leah abriram o círculo para minha ex-babá passar.


-Estarei na casa dos Cullen. Quero que todos estejam presentes. Às oito horas deste mesmo dia na semana que vem. –falou ela saindo do círculo indo em direção a floresta.


-Hey, qual é o seu nome mesmo? –perguntei curiosa. Apesar de ter convivido alguns anos com ela, ela nunca havia nos dito seu nome, sempre nos pedia para a chamarmos de tia.


-Gabriella. Gabriella Dachner, ou Gabriella Volturi, se preferir. –dito isto ela entrou na floresta nos deixando com mais dúvidas do que antes.


_x_


-Cinza ou Preto? –perguntei a Alice alternando de um vestido cinza soltinho e um preto tubinho na frente do corpo.


Estávamos em meu quarto nos arrumando para o jantar de noivado de meu pai. Ele havia me ligado me convidando no dia anterior logo após Gabriella nos deixar. Todos estavam convidados, inclusive os Cullen, que mais tarde descobri serem velhos conhecidos da família de meu pai.


Alice havia ido me socorrer, pois como filha do noivo, eu teria de me vestir bem, mas não achava nada em meu guarda-roupas que fosse bom o bastante para esta festa. Não que eu gostasse disso, digo, do noivado do meu pai, mas eu queria me vestir bem e aparecer com o queixo erguido nesta festa para mostrar a eles (leia-se meu pai e Gianna) que esse noivado não me abalava.


-Você sabe que seria mais fácil se me deixasse escolher. –respondeu Alice sabida enquanto remexia e virava meu pequeno armário de sapatos.


-Eu me rendo! –disse eu me jogando em minha cama totalmente exausta. Me arrumar para um evento assim nunca foi o meu forte. –O que você me sugere?


Alice parou por alguns segundos olhando para a cama ao lado da minha que agora estava ocupada com roupas sociais de todos os tipos.


-Esse aqui! –exclamou quando pegou um vestido de um ombro só com o corpo branco e a saia goiaba.


-Esse? –perguntei temerosa. Aquele era um vestido que eu nunca havia usado por não ter corpo o suficiente. Usar roupas assim me deixavam insegura.


-, você me disse que queria parecer forte e confiante neste noivado, estou certa? –apenas confirmei com a cabeça sem tirar os olhos do vestido. –Então é isso, . Para você parecer confiante neste noivado, você não precisa apenas de uma roupa bonita, você precisa se sentir segura, você não precisa ser uma modelo para usá-lo, você tem apenas que acreditar que ficará bem nele, coisa que eu tenho certeza que vai. –Alice terminou seu pequeno discurso com um sorriso leve, o que quase me fazia acreditar que eu ficaria bem neste vestido.


-E se eu não ficar bem, ou não gostar? –perguntei com a voz fraquinha, eu ainda tinha medo.


-Então eu escolherei um daqueles que você me mostrou. –respondeu Alice levemente.


-Tudo bem. –falei enquanto me levantava e começava a colocar o vestido. Quando terminei, fui vagarosamente até o espelho para ver o resultado e me surpreendi ao ver que tinha gostado. Aos poucos a confiança e segurança de que Alice havia me falado surgia em mim.


-Ficou incrível. –admiti maravilhada com o resultado.


-Vai ficar mais incrível ainda com estes sapatos. –disse Alice me entregando um par de sapatos pretos de veludo. Coloquei os sapatos. Eles deram um glamour extra ao meu Look.


Fiz uma maquiagem que consistia em uma sombra branca esfumada com um tom de rosa antigo na parte externa da pálpebra, lápis preto, delineador e rímel, dando um destaque para meus olhos e para finalizar, coloquei um gloss clarinho nos lábios.


-É disso que estou falando garota! –disse Alice quando viu minha maquiagem.


Ri com ela.


-Posso saber se as senhoritas estão prontas? –perguntou Jake batendo na porta.


-Não! –respondemos juntas, causando uma nova onde de risos entre nós.


-Ok. Estou esperando na sala. –disse Jake. Ouvi seus passos se distanciando do corredor.


-E agora Alice? Nem trocada você está! –disse eu olhando desesperada para os lados. –Não tem nenhum dos meus vestidos que seja suficientemente bom para você? –perguntei enquanto cavava inutilmente a pilha de roupas em cima da cama.


-Já que você mencionou, tem uma que eu vi que está até com a etiqueta e provavelmente não serve em você. –respondeu Alice com cara pensativa.


-É seu. –falei rapidamente mexendo cada vez mais rápido na pilha de roupas.


Alice riu.


-Vai terminar de se arrumar que eu me viro. –falou Alice tomando meu lugar para procurar na pilha de roupas.


Eu fui arrumar meu cabelo. Prendi-o em um coque despontado dando ao look um ar de casual chique. Coloquei brincos e uma pequena corrente ponto de luz. Estava pronta.


Neste meio tempo ouvi Alice se mover quase silenciosamente pelo quarto. Quando olhei para onde ela estava vi-a totalmente arrumada. Ela estava usando os mesmo saltos com que havia chegado aqui, prata brilhoso. Usava também um vestido verde que dava a ela um ar de fadinha. Ela também já estava toda maquiada e usando um par de brincos verdes, seu cabelo continuava do mesmo jeito, mas ela estava ótima.


-Desse jeito vai deixar o Jasper com ciúmes. –falei rindo.


-Ele sabe que sou só dele. –respondeu Alice. –Mas o cachorro... Ops, desculpe força do hábito. –disse ela rindo. –Bem, mas o Jacob que se cuide com você desse jeito.


Apenas ri dela e sai do quarto encontrando um Jacob mais lindo do que nunca parado no meio da sala nos esperando.


Jacob esta perfeito em um terno grafite. Ele usava uma camisa preta, estava sem gravata, o que o deixava com um visual sério e descontraído ao mesmo tempo.


-Não vou te deixar sair do meu lado hoje. –sussurrei em seu ouvido assim que cheguei a seu lado. Beijei seus lábios levemente.


-E eu vou arrancar os olhos de todos que te olharem com segundas intenções. –falou Jake sem me largar.


Alice pigarreou.


-Vamos? –perguntou toda saltitante.


Suspirei.


-Prontos para uma noite de falsidade? –perguntei aos dois me referindo aos falsos sorrisos que receberíamos de Gianna e aos nossos falsos sorrisos direcionados a ela.


Jacob maneou a cabeça positivamente e Alice apenas deu de ombros e saiu da casa.


-Louca. –murmurei e a segui abraçada a Jacob.


_x_


Estava sentada a mesa observando os casais dançarem na pista de dança, Jacob havia saído com a desculpa de que iria ao banheiro há mais de meia hora e ainda não tinha voltado.


Eu não via meu pai desde a hora que eu cheguei e ainda não havia visto Gianna. Tudo que vi foi um monte de pessoas da alta sociedade vestidas elegantemente.


Vi um pequeno tumulto na entrada, o que era estranho e aos mesmo tempo típico para estas festas chiques. Conhecendo meu pai como eu conhecia, ele deveria ter contratado algumas celebridades para seu noivado, nada que ele não tenha feito em minha festa de 15 anos.


O tumulto se dissipou assim que os seguranças chegaram. Mas não eram famosos que estavam ali. Se eram, eu não os conhecia, o que era estranho, pois eu costumava ser ligada no mundo dos famosos, mas para toda regra sempre tem sua exceção, não é? Bem, os convidados que causaram o tumulto consistiam em seis homens e quatro mulheres. Todos eram extremamente pálidos, na hora percebi que eram vampiros, assim como muitos outros convidados. Porém, estes não se preocuparam em disfarçar os olhos vermelhos.


Eles se acomodaram a duas mesas de distancia da minha. Tremi internamente. Aqueles vampiros me colocavam medos mais do que qualquer outro.


Quando eu estava pronta para abandonar a mesa e procurar Jacob, todos os Cullen chegam a nossa mesa e Rosalie senta ao me lado e me segura.


-O que foi? –perguntei confusa.


Sem dizer uma palavra, Carlisle me levantou delicadamente e me levou para o lado de fora.


-O que foi? –tornei a perguntar. –Por que me trouxe até aqui?


-, tem uma coisa que você precisa saber. –falou Carlisle me encaminhando para um dos bancos ao redor do jardim do hotel.


Fiz um gesto indicando para que ele prosseguisse.


-Quando recebemos o convite da festa de noivado de seu pai, me surpreendi completamente. Acreditei que realmente o conhecia, mas imaginei que era de algum dos hospitais que trabalhei. Cheguei aqui esperançoso em reencontrar um velho amigo e me surpreendi novamente ao encontrar um completo estranho. –falou Carlisle calmamente. E era essa calma e agoniava. –Conversei com Giovanni; ele disse ser filho de um velho amigo meu, disse também que eu reencontraria seu pai, só que agora em condições mais agradáveis. –A cada coisa que Carlisle falava, mais confusa eu ficava, queria que ele chegasse logo ao ponto. –A princípio não entendi o que ele quis dizer, porém eu aguardei. E reencontrei esse meu velho amigo. Ele é Aro Volturi, o vampiro de cabelos longos e negros, o que causou um pequeno alvoroço quando chegou. –Carlisle terminou me analisando, esperando uma reação, mas nada veio.


Fiquei completamente paralisada, meu corpo estava inerte, mas minha mente estava a mil. Como isso era possível? Como meu avô poderia ser um vampiro? Por que meu pai escondeu isso de mim desde que nos vimos aqui? Porque se ele era um hibrido, como seu cheiro denunciava (coisa que só consegui imaginar agora), provavelmente ele sabia sobre minha condição de loba. Mas esses apenas eram os questionamentos mais básicos, o que realmente me assustava era que se meu pai era um híbrido de humano e vampiro, o que eu era? Uma híbrida entre humano, vampiro e lobo?


Eu não conseguia acreditar, era muita informação para a minha cabeça. Que tipo de aberração eu era?


Sem pensar muito no que estava fazendo, corri para dentro do salão tentando conter as lágrimas, tudo o que eu queria era que tudo isso fosse um pesadelo, mas não era. E foi neste momento que eu mais senti falta de minha mãe, ela saberia o que fazer, ela saberia o que dizer. Será que ela sabia? Será que ela sabia que era casada com um monstro? Pois era assim que eu via meu pai agora, um verdadeiro monstro. Sem perceber, acabei dentro do banheiro.


Rosalie entrou no banheiro e correu direto para mim. Caí em seus braços, cedendo por fim as lágrimas.


Ela nada disse e nada fez além de me levar para o sofá do chique banheiro e acariciar meus cabelos.


-Você já sabe? –perguntei a ela assim que parei de chorar.


-Sei sim, meu amor. –respondeu Rosalie e uma nova onda de lágrimas inundou meus olhos.


-Que tipo de aberração eu sou? –perguntei quando as lágrimas acabaram novamente.


-Sua genética não determina quem você é, . São suas ações que fazem isso. Você só tem que aprender a usar essa herança genética que você carrega do modo certo. –falou Rosalie com voz de mãe, a voz que eu tanto senti falta. É claro que não chegou nem perto da voz da minha mãe, mas foi o suficiente para eu me acalmar.


-Você acha que eu consigo? –perguntei como uma criança.


-, há quanto tempo você me conhece? –perguntou Rosalie desviando do assunto.


Não entendi direito a pergunta, mas resolvi responder mesmo assim.


-Há mais ou menos uns três meses, por quê?


-Então você sabe que só falo as coisas quando estou convicta delas, não? –falou Rosalie indicando sua resposta a minha segunda pergunta.


-Então você confia em mim. –atestei o óbvio.


-Mais do que isso, eu confio em minha convicção. E eu estou convicta de que você consegue. –disse Rosalie me deixando confusa novamente.


-Sério?


-Sabe por que eu me aproximei de você tão rapidamente? –perguntou e eu maneei com a cabeça negativamente. –Você me lembrou muito de quem eu era antes de Royce King aparecer em minha vida. –falou com o olhar distante, provavelmente pensando naqueles tempos. Ainda lembro muito bem do dia em que Rosalie me contou sobre seu noivo da adolescência. –Eu era assim como você, bonita, cheia de vida, sonhos e expectativas. Eu tinha garra, quando colocava algo na cabeça, não havia nada que me fizesse desistir disso, eu era inteligente, gentil e inocente, porém eu tinha mania de grandeza, foi isso que me fez noivar com Royce, o dinheiro, a beleza dele... Isso acabou comigo, me fez virar o que sou hoje. Eu mudei segundos antes de ser transformada, , isso me fez ser o que eu sou hoje. Você faz me lembrar de como eu era. É isso que me faz ter certeza de que irá conseguir, não deixe isso acabar com você. –Rosalie terminou com um sorriso terno.


Sorri levemente.


-Obrigada. –sussurrei sinceramente.


Passado algum tempo de silêncio, fui para frente do grande espelho do banheiro e fui me recompor. Rosalie foi buscar o kit de maquiagem que havia deixado no carro para me ajudar a retocar a minha que havia ficado toda borrada. E não me perguntem por que ela tinha um kit de maquiagem dentro do carro, sendo que ela não precisa de maquiagem, eu também não fazia a mínima ideia. Mas, se bem que ela, Alice, Esme, Bella e todas as outras vampiras que eu havia visto também estavam usando maquiagem. Ignorei este fato.


-Rose, só mais uma pergunta. –pedi eu. Também me senti mais a vontade para usar seu apelido agora que ela tinha dito tudo o que disse.


-Sim. –falou enquanto finalizava minha maquiagem.


-Você acha que Jake vai me aceitar, digo, quando souber de minha origem? –eu sabia que a pergunta era boba, mas não custava nada confirmar, não é?


-Se ele não aceitar, eu arrebento o focinho daquele cachorro. –respondeu normalmente. O que causou uma onda de risadas em mim.


É, tudo daria certo.


_x_


Saí do banheiro com o queixo erguido e confiante. Eu iria passar por esta festa sem dar o mínimo sinal de que eu sabia a verdade sobre o meu pai e sobre o que eu era.


-! –exclamou Jacob aliviado assim que me viu. –Onde você estava? Fiquei te procurando um tempão. –falou a segunda frase em voz de repreensão.


Apenas apertei suas mãos duas vezes indicando que depois conversávamos sobre isso.


-Estava por aí com a Rose. –respondi como se fosse algo corriqueiro. – E você?


-Conversando com seu pai. –respondeu Jacob do mesmo modo que eu.


Tentei controlar minha cara de espanto. Nunca imaginei Jacob conversando com meu pai, não depois do que eu havia contado sobre ele. O máximo de contato que eu imaginei que eles teriam seria em uma briga.


-Conversaram o que? –perguntei inocentemente.


-Sobre você. –respondeu Jacob. –Seu pai quis me passar aqueles sermões de que se eu magoar você eu vou me arrepender amargamente e essas coisas. –finalizou rindo.


Tentei rir junto, mas tudo o que saiu foi um som irônico mal contido. Jacob teria que me contar esta história inteira.


_x_


Passamos a festa inteira no nosso canto conversando banalidades. O clima era falsamente leve entre nós e os Cullen, mas nós sabíamos que não era.


-. –chamou a voz de meu pai há certa altura da festa. –Quero te apresentar meu pai e alguns amigos.


Olhei angustiada para cada um da mesa, deixando Jacob para o final. Eu queria poder levá-lo junto comigo, mas sabia que eu teria de enfrentar isso sozinha.


Levantei-me ficando ao lado de meu pai e já me virando junto com meu pai para ir onde ele queria.


-Esperem, vou junto. –falou Carlisle me socorrendo quando já nos encaminhávamos. –Quero trocar umas palavras com Aro, vai ser bom conversar com ele.


-Ótima ideia Carlisle. –disse meu pai.


Nos encaminhamos silenciosamente para a mesa dos vampiros. Eles estavam ali, parados, tão... Imóveis!


Aquilo me assustou mais ainda. Não sei se era pela convivência com os Cullen, mas não estava acostumada a vampiros assim.


-Pai, esta é , minha filha. –falou meu pai olhando para o vampiro que parecia ser o líder, o de cabelos longos e negros. –, este é Aro, seu avô e estes são Caius e Marcus, seus tios, Sulpicia, sua avó e Athenodora, sua tia, Alec, Demetri, Renata e Jane, membros da guarda da família. –conforme meu pai ia falando, ele apontava para cada um.


-Oh, então esta é uma de minhas netas? –perguntou Aro falsamente animado. Eu sabia que era só uma encenação. –Que moça encantadora! E Olá Carlisle, quanto tempo meu amigo, é um imenso prazer rever-te.


-Pena que não posso dizer o mesmo Aro. –respondeu Carlisle ressentidamente. –Devo perguntar se não teremos mais problemas com Renesmee? –foi direto ao assunto.


-Sua neta é uma criatura curiosa Carlisle, assim como as minhas. -Aro sorriu para mim. –Uma peça rara. Quando ela atingir a maturidade seria honroso ter ela em minha guarda.


-Ainda falta um bom tempo para Renesmee atingir a maturidade, mas isso será totalmente da escolha dela, Aro. –falou Carlisle categoricamente.


-Uma pena Carlisle, uma pena. Espero que um dia esse ressentimento todo passe. –disse Aro falsamente arrependido do passado.


-Quem sabe um dia Aro. –respondeu Carlisle em um tom cansado, o que era impossível para um vampiro, a não ser que ele estivesse psicologicamente cansado.


Me mantive calada durante todo o diálogo, queria a todo custo desviar a atenção de mim. Mas duas das mulheres não desgrudavam os olhos de mim, o que já estava fazendo eu me sentir um pouco desconfortável. Acho que era Athenodora e Jane o nome delas.


-Espero que se junte a nós na festa aniversário de e Kyara. –falou Aro me assustando.


-Que festa? –perguntei meio engasgada.


-A sua festa de aniversário, é claro! Ela será esplendorosa, digna de uma Volturi. Quero compensar cada segundo perdido. –respondeu Aro todo carinhoso para comigo.


-Não sou uma Volturi, não tenho esse sobrenome em meus documentos. –falei baixinho.


-Não importa o documento minha querida. –falou Aro. –O que importa é que você tem os genes e o sangue Volturi, portanto, é uma Volturi.


Neste momento olhei para Jacob. Ele olhava para mim também, estava angustiado, ficamos com nos encarando por alguns segundos. Eu estava agitada e sabia que ele sentia isso, assim como eu sentia sua angustia.


-Com relação à festa, acho que não vai dar. –falei voltando ao assunto. Eu ainda estava temerosa.


-, não faça uma desfeita assim para seu avô. –repreendeu-me meu pai.


-Não, não é isso. É que meu aniversário é em novembro, em a escola e... –tentei me explicar, mas não sabia o porquê de estar fazendo isto.


-Tudo bem minha querida, você tem toda a razão, a inteligência deve ser tratada em primeiro lugar. –disse Aro ainda afável. –Ainda temos a festa de natal e a de ano novo.


Fiquei surpresa ao saber que eles comemoravam estas datas.


-Bem, estou voltando para minha família. –anunciou Carlisle. –Você vem ? Acho que Jacob está te esperando. –convidou Carlisle. Olhei para Jacob novamente, ele ainda me olhava. Dei graças por ele ter me fornecido uma válvula de escape para esta tortura.


-Jacob? –indagou Aro. –O Jovem transmorfo que era apaixonado por Isabella?


Tentei me controlar para não trincar os dentes, não me agradava o fato de Jacob e Bella terem uma ligação, tanto no presente quanto no passado.


-Sim, o transmorfo, ou melhor, o namorado de . –acusou meu pai.


-Um transmorfo e uma Volturi? –perguntou o loiro que eu imaginava ser o Caius totalmente indignado.


-Eles tem o impriting. –respondeu meu pai sem reação alguma. –Digamos que a parte Quileute de ajudou nisso.


-Ah, a maravilhosa magia do imprinting. Tão subjetiva, tão bela... –Aro expressou poeticamente.


-Bem, tenho que ir. –falei receosa. –Até.


-Até daqui a pouco minha neta. Carlisle. –falou Aro.


Carlisle apenas deu um aceno de cabeça, colocou suas mãos frias em meus ombros e me conduziu para nossa mesa.


Eu estava paralisada. Aquela havia sido a conversa mais estranha e mais amedrontadora que eu havia tido.


Carlile me sentou na cadeira vaga ao lado de Jacob, que por sua vez pegou minhas mãos entre as suas.


-Quer ir para casa? Posso emprestar o carro. –ofereceu Edward.


-Ainda não posso. –disse eu sinalizando um não com a cabeça. –Devo esperar o pedido oficial.


Ninguém falou mais nada. Estavam todos presos em suas próprias bolhas, fosse em casal ou não.


Jacob continuava a segurar minhas mãos, então apenas levantei e o puxei comigo. Fomos andando pelo salão em direção as portas, eu precisa de ar puro.


Parei quando cheguei ao jardim. Sentei-me a beira da fonte puxando Jacob junto comigo.


-Não posso acreditar nisso. –falei fechando os olhos.


Jacob me puxou fazendo com que eu deitasse minha cabeça em seu peito, de costas para ele.


-Também não posso acreditar nisso. –disse Jacob. Aquilo foi como uma facada para mim. –Não posso acreditar que estou com você aqui, neste lugar maravilhoso, um lugar que eu sempre sonhei poder te levar, e não estarmos aproveitando o momento. –completou me deixando imensamente aliviada.


-Sério? –perguntei maravilhada. –É sério que queria me trazer em um lugar como este? –olhei em volta para ver se não era uma pegadinha.


-, pelo que vi, esse sempre foi o seu mundo e não quero te tirar nada. Você vê todo dia como o meu mundo é simples. –disse Jacob com uma sombra de tristeza nos olhos.


Ri encabulada. Ele estava pesaroso pensando que sua vida estava tirando todo este luxo de mim, mal ele sabia que esse luxo não me fazia falta.


-Jacob, eu tenho de admitir que amo este mundo, todo este luxo, festas e essas coisas. –vi-o baixar os olhos. –Mas isso não me faz a menor falta. Alguma vez reclamei da simplicidade da sua casa? –perguntei retoricamente. –Não, pois é disto que eu realmente gosto, calma e simplicidade. E outra, estar com você me impediu de vir nesta festa luxuosa? É claro que não, estou aqui, não é? Ter um pai como o meu é estar em festas como esta diariamente, e sinceramente? É cansativo. É sério, não é nada legal estar cercada de pessoas que fingem gostar de você só pelo seu dinheiro, ou melhor, pelo dinheiro do seu... –Jacob calou minha tagarelice com um beijo arrebatador. Estávamos tão colados que parecíamos fundidos um ao outro, ninguém sabia onde um começava e o outro terminava. Mas, como ainda éramos parte humanos, o beijo não durou muito, nós precisávamos de ar, então, infelizmente (e coloca infelizmente nisto), tivemos que nos separar para respirar.


-Nunca mais diga isso. –completei arfante.



(Tão Perto: )



Ficamos alguns segundos em silêncio até recuperar o ar completamente. Ouvíamos apenas a música que vinha do salão, nada além disso. Como será que estavam as coisas lá dentro?


Ouvimos um toque de uma música romântica. Eu conhecia aquela música, era uma de minhas preferidas.


Arrastei Jacob de volta para o salão. Quando ele foi em direção das mesas, eu o puxei para a pista de dança.


-Vem, vamos dançar. –chamei calma. Meu coração palpitava de um jeito não conhecido comigo. Era como se aquela música tivesse despertado em mim desejos adormecidos, um principalmente: o desejo de viver intensamente, o desejo de viver cada dia como se fosse o último.


Enlacei seu pescoço enquanto Jacob delicadamente envolvia minha cintura. Nossos movimentos eram leves e fluidos. Logo Jacob apoiou a mão direita na base de minhas costas e com a outra, segurou minha mão direita fazendo com que apenas minha mão esquerda ficasse em seu ombro.


Nos balançávamos embalados pelo ritmo da música, por nossos sentimentos. E o que no começo era pequenos passos tímidos, virou uma verdadeira dança de amor, onde todos os nossos sentimentos eram refletidos nos olhos e nada mais no mundo importava além da pessoa amada, nada mais.


Estávamos tão presos em nossas própria bolha, que mal percebemos que a música havia acabado.


-Concede-me a dama? –perguntou meu pai a Jacob.


-Claro, claro. –respondeu Jacob voltando de nossa bolha.


Meu pai assumiu o lugar de Jacob. Era bom dançar com meu pai, ele era um ótimo dançarino, mas... Algo parecia errado, pois tudo nele gritava para que eu corresse, para que eu me afastasse. Imaginei que fossem os meus instintos de loba que estivessem gritando isso, imaginei que eles estivessem gritando para eu me afastar emocionalmente do inimigo, mas... se fosse realmente assim, meus instintos de vampira não deveriam gritar para que eu me afastasse de Jacob ou dos outros lobos? Tudo o que eu sabia era que havia alguma coisa errada com meu pai, e isso eu iria descobrir, custe o que custar.


-Gostou do pedido oficial, ? –perguntou meu pai me tirando de meus pensamentos sombrios.


-Já foi? –perguntei assustada. Será que eu estava tão concentrada em Jacob logo após eu ter conhecido “minha família vampira” que eu nem havia visto o pedido?


-Então você não viu? –perguntou meu pai ofendido. Eu sabia que isto era importante para ele.


Baixei a cabeça e olhei para nossos pés.


-Desculpa pai, mas você já sabe a minha opinião. –falei me referindo ao fato dele noivar com Gianna.


-Gianna é mulher certa para mim. –falou meu pai sério. –Ela é de minha espécie. Você também deveria escolher um homem que é de sua espécie.


Fiquei quieta por um tempo para formular uma resposta.


-Pai, a única pessoa que eu conheço que é de sua espécie, é a Nessie, a filha de Edward e Bella. –falei calmamente e fazendo pausas profundas. –Assim como a única pessoa de minha espécie é a Kyara, isso que ela nem se transformou em loba ainda.


-Não! –falou meu pai entre dentes. –Ela não vai se transformar. Ela não vai ser desta espécie imunda.


Aquilo foi como uma bofetada para mim, mas mantive a máscara de calma.


-Não é como se pudéssemos negar o que está no nosso sangue. –disse eu retrucando.


-É? Então por que você não se alimenta de sangue? Faz parte do que você é. –falou meu pai me pegando desprevenida. Eu ainda não tinha tido tempo para pensar nisto.


-Essa é uma resposta que só o tempo nos dará. –repeti uma das frases mais faladas por minha avó quando não sabíamos a resposta de algo.


A música acabou. Dei um beijo carinhoso na bochecha de meu pai e fui em direção a Jacob. Eu não aguentaria ficar ali por mais nem um segundo.


_x_


-Jacob, tem uma coisa que preciso te contar. –falei assim que Jacob estacionou o carro em sua garagem.


Jacob olhou para mim e me incentivou a continuar.


-Eu, eu sou... –as palavras queriam travar em minha garganta, mas as forcei a sair. –Eu sou meia vampira. Também sou neta de Aro Volturi. –falei sabendo que Jacob entenderia quem era.


Mas não ouve nenhuma reação de surpresa ali, em seus olhos havia apenas... Compreensão.


-Eu ouvi a conversa de vocês quando seu pai te levou da mesa. –falou Jacob lembrando-me de que nossos ouvidos eram mais sensíveis do que o dos humanos e que quando queríamos ouvir algo mais a distância ainda bastava se focar no sentido exato.


Assenti firmemente esperando a repugnância, mas ela nunca veio.


-Não vai falar nada sobre isso? –perguntei após algum tempo.


-Falar o que? –Jacob me respondeu com outra pergunta. –Nada disso importa.


Aquelas simples palavras me fizeram esquecer tudo. Tudo o que eu havia descoberto na festa, visto ou ouvido, pois o que realmente importava era que Jake me aceitava do jeito que eu era, seja meia vampira e meia loba ou não.


Não sei bem como começou, mas estávamos nos beijando calmamente, apaixonadamente e este beijo foi aos poucos ganhando intensidade. Quando percebi, eu já estava sentada no colo de Jacob de frente para ele. A medida que o ar foi ficando rarefeito, Jacob desceu os beijos para meu pescoço.


-, também preciso te contar uma coisa. –falou Jacob se afastando repentinamente.


Suspirei insatisfeita com a interrupção. (O que? Não tenho culpa se a carne é fraca. Eu também queria um momento mais profundo com meu namorado. HUMPF!)


O incentivei a continuar.


-Er... Eu... Eu li... –Jake começou gaguejando. Coisa boa é que não deveria ser. –Eu li o diário do seu pai. –soltou de repente.


Comecei a gargalhar.


-Pára de contar piadas e fala logo. –disse eu tentando controlar o riso.


-Estou falando sério . –ri mais ainda da cara de sério que ele estava fazendo.


-Ok. –disse eu séria fingindo acreditar. –Digamos que supostamente você tenha lido o diário. –assenti para mim mesma tentando controlar o riso. –Então onde o diário está?


-No armário embaixo da TV. –respondeu Jacob saindo do carro. –Vem, vou te mostrar.


Saí do carro e fui seguindo Jacob. Havia um bilhete na porta, era de Billy, ele disse que havia ido dormir na casa de Sue por insistência dela, alegando que chegaríamos tarde e era perigoso ficar sozinho em tempos como este. Jacob arrancou o bilhete da porta e destrancou a casa rapidamente. Me surpreendi ao ver que Jacob tirava um caderno de couro muito parecido com o que meu pai um dia me mostrou como sendo seu diário.


-Mas... Como? –perguntei atordoada, eu não via como o diário de Giovanni havia parado ali. –Onde você o encontrou?


-Estava no seu quarto no dia que Embry dormiu aqui. –respondeu Jacob sério. –Eu li tudo sobre seu pai.


Respirei fundo apertando as pálpebras em uma tentativa de me acalmar.


-Isso foi há mais de um mês. –falei com a voz controlada.


-Foi melhor assim. –respondeu Jacob.


-FOI MELHOR ASSIM? –explodi no momento em que ouvi essas palavras. Meus tremores estavam ficando quase incontroláveis. –COMO VOCÊ PODE DIZER ISSO? É SOBRE A MINHA VIDA QUE ESTAMOS FALANDO. VOCÊ TEM IDEIA DE COMO MINHA NOITE FOI HORRÍVEL? DE COMO FOI TRAUMATICO SABER QUE EU SOU UMA ABERRAÇÃO?


-Eu só fiz isso para te proteger. –dizia Jacob tentando se aproximar, coisa que ele não conseguiria tão cedo.


-PARA ME PROTEGER DE QUÊ? –eu continuava a gritar. –DA ABERRAÇÃO QUE EU SOU? DESCULPE TE INFORMAR, MAS NÃO É A MIM QUE VOCÊ TEM QUE PROTEGER. –fui irônica ao máximo. Como Jacob pôde esconder a verdade de mim este tempo todo?


-VOCÊ NÃO É UMA ABERRAÇÃO. –Jacob gritou também se alterando. Ele estava me defendendo de mim, mas no momento eu mal conseguia processar isso. –CARAMBA , EU SÓ FIZ ISSO PARA EVITAR VER SEU SOFRIMENTO.


-Pois eu tenho uma novidade para você. –disse eu parando de gritar, porém minha voz ainda continuava ácida. –Eu estou sofrendo com a situação. E você só fez tudo ficar pior do que já estava. –falei sem pensar. Eu sabia que ia acertá-lo na ferida.


-Então é assim? Eu estou te fazendo sofrer? –perguntou Jacob cerrando os punhos para acalmar os tremores dos braços.


-É. –respondi seca.


-Ótimo. –disse ele.


-Ótimo. –repeti indo para o meu quarto batendo a porta logo após passar.


Segundos depois ouvi Jacob indo para o seu quarto.


_x_




00: 48 hs


Eu virava de um lado para o outro na cama. A briga com Jacob me impedia de relaxar o meu corpo e dormir.


Eu sentia falta do corpo de Jacob ao lado do meu, do seu toque forte e gentil, do calor de seu corpo... Enfim, eu sentia falta de... Jacob. Mas nada me tirava da cabeça que ele errou feio ao omitir o fato de saber minha natureza há algum tempo.


Argh! Como meus sentimentos poderiam ser tão contraditórios? Eu queria que Jacob estivesse ao meu lado e ao mesmo tempo não queria vê-lo nem pitado de ouro.


Estou perdida!


01:10 hs


Eu podia ouvir cada movimento no quarto de Jacob, cada mínimo ruído. Seu coração acelerado e seus movimentos bruscos pelo quarto denunciavam que ainda estava acordado.


Meu coração dizia para eu levantar da cama e ir acalmá-lo, acabar com sua inquietação, mas minha mente e meu orgulho, que normalmente eram mais fortes que o coração, queria deixá-lo lá, pensando no seu erro, se culpando.


Meu coração e minha mente estavam em guerra e eu não sabia qual dos dois iria ganhar esta batalha.


01:20 hs


É, é isso. Jacob teria de arcar com as conseqüências e ficar sem mim. Amanhã eu terminaria com ele e não seriamos nada mais que vizinhos de quarto e colegas de bando.


Mas... Será que eu conseguiria ficar sem ele?


01:25 hs


Agora era EU que andava de um lado para o outro dentro do quarto. A inquietação de Jacob havia puxado a minha. Eu estava quase cedendo ao meu coração e indo pedir desculpas a Jacob por sei lá o que.


Não! Eu não posso fazer isso. Não posso me humilhar por algo que não fiz. Não posso!



(All Of This: )



01:30 hs


Já chega! Eu já não aguentava a falta que Jacob me fazia. Eu iria pedir desculpas por algo que não fiz. Se o preço para ter Jacob agora era esse, eu o pagaria com louvor.


Arrumei minha camisola e ajeitei o cabelo antes de colocar a mão na maçaneta.


Ok, no três. –pensei comigo mesma.


Um...


Dois...


Três...


Abri a porta num rompante me surpreendendo ao ver Jacob fazendo o mesmo na porta de seu quarto.


Sem pensar corremos um para o outro e nos beijamos loucamente.


-Não vou pedir desculpas. –falou Jacob ofegante.


-Nem eu. –disse eu. Sorri ao constar que não era a única orgulhosa dali.


Beijamo-nos novamente com sofreguidão. Fazia apenas poucas horas, mas para mim era como se fossem semanas.


Ah, como eu sentia falta daqueles lábios, do seu gosto, das suas mãos passeando por meu corpo.


Jacob foi me empurrando em direção ao meu quarto sem nunca nos separarmos. Fui tateando até abrir a porta.


Entramos no quarto sem nos preocupar com os móveis em que íamos esbarrando. Jacob me imprensou na parede ao lado da minha cama, ele foi descendo seus beijos para o meu pescoço, mas eu queria mais de sua boca. Então o puxei para mim. Nossos lábios se procuraram, aprofundamos o beijo com pressa. Nossas línguas faziam uma sensual batalha onde não havia perdedores ou ganhadores. Circundei a cintura de Jacob com as pernas enquanto ele me imprensava mais forte na parede aumentando nosso contato. Cada centímetro de nossa pele se colava.


Quando percebi estava apenas de calcinha. Jacob se deleitava em meus seios enquanto eu chamava incansavelmente seu nome. Eu sentia sua enorme excitação colada ao meu corpo, o que mostrava que Jacob me desejava tanto quanto eu o desejava.


Jacob nos levou para minha cama. Ele me depositou ali com carinho, diminuindo nosso ritmo intenso e acalorado, passando para algo calmo e suave, mas ainda assim desejoso.


Jacob agora beijava cada parte de meu corpo como se estivesse apreciando uma iguaria. Era incrível o modo suave que ele descia os lábios por meus seios, barriga e baixo ventre.


Não agüentando mais, puxei seus lábios novamente para os meus aumentando o ritmo novamente. Enquanto o beijava aproveitei para ajudá-lo a se livrar de suas roupas. Jacob se livrou de minha calcinha com destreza, apenas arrebentando-a pelo elástico do cós.


Jacob parou para encarar meus olhos.


-Tem certeza? –perguntou ofegante. Seus olhos brilhavam.


-Sim. –sussurrei com a voz trêmula, o que acabou totalmente com o tom sexy que eu queria.


Jacob me penetrou lentamente sem nunca desviar os olhos dos meus. No começo senti uma dor aguda, uma ardência estranha, instintivamente fechei os olhos.


-Estou te machucando? Quer que eu pare? –perguntou Jacob preocupado assim que fechei os olhos.


-Não! Você só vai me machucar se você parar. –respondi sincera. A dor de nada me importava. Tudo o que eu queria era ser dele.


Jacob hesitou de hora, mas logo prosseguiu. Quando ele entrou totalmente, ficamos um tempo nos encarando amorosamente antes de Jacob começar a se movimentar. E quando ele o fez...


Éramos apenas um ser. Conectados de corpo e alma. Nós não estávamos fazendo sexo, nós estávamos fazendo amor.


Eu chamava seu nome a cada estocada que ele dava, assim como ele chamava o meu. Nos mexíamos em sincronia. Meu corpo inteiro se arrepiou, comecei a ter espasmos; Jacob não estava muito longe disto também.


-Jacob, eu... –comecei a falar quando senti que chegava a meu ápice.


Percebendo que eu estava chegando lá, Jacob aumentou o ritmo.


-, eu... –sussurrou Jacob segundos antes de chegarmos ao ápice juntos.


Desabamos cansados na pequena cama. Jacob estava com os olhos e sorriso brilhantes. Ele estava radiante e eu estava igualmente feliz.


-, eu te amo. –Jacob terminou a frase que havia começado instantes antes.


-Também te amo Jake. –falei deitando a cabeça em seu peito.


-Cansada? –perguntou com uma cara pervertida.


-Só te deixando respirar um pouco antes de pedir BIS. –respondi igualmente.


Naquela noite, nos amamos mais duas vezes antes de cedermos ao cansaço e darmos vez ao sono. E neste momento eu soube que seria em Jacob que eu buscaria forças para enfrentar cada obstáculo da família de meu pai e de quem eu era.



(Continua...)



N/a: Hey peoples, como vão? Gostaram do capítulo? Desculpem a demora e desculpem por enrolar para chegar a esta parte final, mas sabem como é, me empolguei escrevendo e daí já viu, não é? O que vocês acham que vai acontecer agora que as coisas estão um pouco mais claras? Quero a opinião de todos.


Ah, com relação as músicas. Eu sei que a primeira é uma música de filme infantil, mas eu adoro. Tirando que ela é super romântica. *---*


E a segunda, na minha opinião, a letra expressa bem o que eles sentia. Mas me digam, o que acharam?


Beijos e até o próximo capítulo.


P.S. Ah, leiam a minha one de natal Eu Pedi Você =D.


Capítulo 13
Jacob P.O.V
Acordei com o bip infernal do despertador, fui conferir o horário e era quinze para a seis da manhã. Ronda! Olhei para que dormia agarrada a mim. Foi impossível não sorrir ao olhar para ela e lembrar da nossa noite.
dormia levemente, sua respiração era leve e compassada, era uma pena ter que acordá-la. Por mim, dormiria até quando ela quisesse e quando acordasse, repetiríamos a noite de ontem. Mas tínhamos um compromisso importante para com a reserva. E também hoje era sexta-feira, dia de aula.Comecei a beijá-la no pescoço levemente. Ela deu leves resmungos antes de abrir os olhos.-Jake. – disse assim que abriu seus brilhantes olhos. –Então não foi um sonho? –perguntou já sorrindo.Soltei um leve riso.-Não. Foi mais real do que pode imaginar. –respondi. Agora era inteiramente minha.Ela sorriu brilhantemente e me puxou para um beijo me surpreendendo.-Que horas são? –perguntou sorridente assim que terminamos de nos beijar.-Quase seis horas. –respondi me deitando ao seu lado novamente. olhou pela virou na direção da janela e soltou um muxoxo. -Não acredito que me acordou às seis da manhã. –falou resignada.A puxei para mais perto de mim e ela apoiou o queixo em meu peito.-Ainda temos ronda. –respondi cansado. As poucas horas de sono combinada com os estudos, trabalho e ronda me deixava exausto. –E depois temos aula.-Ah, não! Aula não! –disse escondendo o rosto em meu peito. , em uma atitude contraditória as suas vontades, levantou-se e começou a catar suas coisas que estavam espalhadas pelo quarto.-Já para o banho Jacob. –ordenou jogando minhas roupas para mim. –Vou fazer o café.Apenas ri e obedeci. Eu sei como esta loba fica possessa quando acorda cedo.Tomei meu banho rapidamente para entrar logo após que eu saísse. Quando saí do banheiro, já esperava impacientemente na porta sua vez.Ela não falou nada, apenas entrou no banheiro e bateu a porta. Saiu poucos minutos depois enrolada apenas em uma toalha e exalando limpamente seu cheiro de aloe vera, simplesmente encantadora.-Posso saber o porquê deste mau humor sem motivo? –perguntei um pouco receoso. Eu temia que ela estivesse arrependida da nossa noite.-Não é sem motivo. –respondeu com um suspiro enquanto procurava algo para vestir em seu guarda-roupas. –É só que... eu fico irritada com isso. Digo, tanta coisa que passamos, que temos que fazer e enfrentar e ainda temos que ir à escola. –seu suspiro agora foi resignado. –Acho que merecemos um descanso, merecemos mais tempo para momentos só nossos. – terminou com um pequeno sorriso.-Esta é uma das conseqüências de ser um adolescente. –respondi a abraçando por trás. –E o que importa é que estamos juntos. virou e selou nossos lábios.-Tem razão. –disse saindo dos meus braços para colocar a roupa que tinha escolhido. –Vamos nos atrasar para a ronda. –disse mudando de assunto ao dar uma rápida olhada em seu relógio.-Não tem problema. –falei enquanto seguia para a cozinha junto com , que terminava de vestir sua blusa. –O “chefe” tem direito de um descanso. –completei fazendo aspas no ar ao dizer a palavra chefe. riu pegando as coisas para preparar nosso café da manhã.-Jake, hoje podemos ir de carro para Port Angeles? –perguntou enquanto começava a colocar a mesa.-Podemos. –respondi franzindo o cenho. Que estranho, sempre gostou de ir até Port Angeles correndo. –Por quê?-Tenho que fazer algumas compras hoje. –respondeu colocando um sanduíche em meu prato. –Daqui a alguns dias é aniversário da minha avó e quero mandar um presente para ela. Tirando que a geladeira aqui já está quase no zero.Ri alto.-Também, agora que você e a Emily ficam trocando receitas e se revezando, todos vem aqui para comer. –respondi lembrando-me dos momentos em que o bando “prendia” a na cozinha. me acompanhou rindo.Ficamos algum tempo em silêncio enquanto comíamos rapidamente.-Você sabe se a casa dos meus avós aqui está bem conservada? –perguntou pegando-me de surpresa enquanto colocava a louça na pia.-Não sei.-Minha avó e meu avô disseram que vinham passar o natal e o ano novo conosco. E eles queriam ficar em sua antiga casa, para matar a saudades dos velhos tempos, sabe? –explicou me dando uma ideia.-Poderíamos ver e arruma-la. –falei fazendo os olhos de brilharem.-Ótima idéia. –falou correndo para o quarto pegar sua bolsa.Saímos para a ronda. Quando nos transformamos muitas insinuações vieram de Collin e Quill.-Se enrolaram na cama, foi? –perguntou Quill.-Problemas. –respondi tentando ao máximo fazer com que a noite de ontem não me viesse a cabeça. –Avisem aos outros que hoje tem reunião na casa dos Cullen. Vai ser no horário de sempre.-Pode deixar! –respondeu Collin animado. Ele pensava que iríamos armar uma nova estratégia.-Ok. –respondeu Quill desconfiado, ele sabia que eu escondia algo. estava pensando em uma música em português desde que os garotos haviam feito as insinuações; dava para perceber que ela tentava mascarar os pensamentos de nossa noite, mas às vezes ela deixava escapar pensamentos com uma classificação livre, por assim dizer.A ronda terminou logo. Cada foi para um canto para pegar sua roupa e ir para a escola. e eu aproveitamos um pouco e nos atrasamos para a primeira aula.Fomos recebidos com típicos “hmmm’s” adolescentescos por nossa turma de história, uma das únicas aulas que tínhamos juntos.-Sr. Black, Srt.ª , queiram se sentar, por favor. –falou Sr. ª Cambraia para nós rispidamente.Eu estava pronto para responder fazendo piada, mas pisou no meu pé fortemente e me arrastou para nossos lugares.Assistimos a aula sem trocar uma palavra, pois não tivemos oportunidade alguma._x_-Oi. –falou animadamente quando nos encontramos na cantina no intervalo.-Oi. –respondi beijando-a logo em seguida.-De onde vem tanta animação? –perguntei puxando a cadeira para ela. –Você não estava assim até agora pouco. –comentei desconfiado lembrando da primeira aula.-Ah! Aquilo? –perguntou ela retoricamente. –Eu só sou uma “típica nerd” como diz a minha irmã, não gosto de receber bronca de professores. Mas surgiu uma notícia boa agora há pouco. –falou com um sorriso de orelha a orelha.-Pensou naquilo que eu te falei? –perguntou Bernardo chegando à nossa mesa antes que eu pudesse perguntar que coisa tão boa era essa.-Pensei. –respondeu . –E acho uma ótima ideia. Já está mais do que na hora mesmo.-O que é uma ótima ideia? –perguntou o fofoqueiro do Embry. e Bernardo se olharam por um longo momento antes de acenarem positivamente com a cabeça um para o outro e responderem.-Natal na praia de La Push. – respondeu como se fosse a coisa mais simples do mundo.-Nossa avó sempre nos contava como adorava ir as festas da fogueira. Ela dizia que a mais marcante tinha sido uma que aconteceu no natal, foi quando ela começou a namorar com o nosso avô. –explicou Bernardo.-Desde então, juntamos dinheiro para pagar uma viagem para eles para cá no natal. Íamos conversar com os antigos amigos deles para organizar a festa, então... –disse na maior animação. Até que uma festa da fogueira na noite de natal não era má ideia, o ruim era para os humanos que teriam de agüentar o frio.-Então vocês querem que nós ajudemos. –completei.-Sim. –responderam os dois em uníssono.-É claro que vamos pagar tudo. Vocês nem precisam se preocupar com nada. Ah, nós também já pensamos na parte do frio; nós poderíamos alugar uma tenda que eu vi na loja de artigos esportivos; e quanto a fogueira, poderíamos fazer uma fogueira baixa lá dentro. – falou tão rápido que mal parecia respirar. Era engraçado como ela ficava linda desse jeito. –E antes da festa vamos ao Brasil busca-los. –completou fazendo com que o sorriso que eu tinha desaparecesse.-Quando? –agora era a minha vez de perguntar.-Na semana do natal. – respondeu como se aquilo como fosse obvio. –Por favor, me digam que têm passaporte. –falou preocupada para todos.-, eu não acho boa ideia todos sairmos de La Push. –falei cautelosamente tentando esconder os ciúmes. Se ela tivesse apenas convidado a mim, tudo bem, eu entenderia que ela queria um tempo a sós comigo, mas convidar a todos?-É, tem razão. Mas você tem passaporte? -Tenho. –respondi. –Fiz quando fui para o casamento de Rebecca, no Havaí.-Então temos uma longa viagem a preparar. –disse .-O natal é só daqui a um mês e meio. –falou Erik sarcástico. pareceu ignorar, assim como todos. P.O.V-O natal é só daqui a um mês e meio. –falou Erik sarcástico.Cretino, ele só dizia isso porque não iria para o Brasil, mas ele iria ter troco. Ah, se ia!O sinal bateu me tirando dos meus pensamentos. Ótimo, Ed. Física, a pior aula de todos os tempos. Nem quero ver o que aquela vaca da Ariel iria aprontar nesta sexta-feira para dar em cima de Jake.-Vamos? –perguntou Jacob animado.Eu o fuzilei com o olhar. Não deixaria a Ariel chegar perto dele hoje.-Vamos. –falei ignorando os comentários dos garotos, eu já estava acostumada com isso.Levantei e fui na frente. Quando cheguei ao vestiário fiz questão de entrar no vestiário rapidamente e acelerando ao máximo para colocar a roupa de aula.Na saída do vestiário encontrei Ariel entrando com sua pequena corja de seguidoras que faziam esta aula conosco.Todas as sextas-feiras eram assim, aula de educação física= com ciúmes.Por quê?É simples, temos duas aulas de ed. física por semana, infelizmente (ou felizmente) Jacob e eu fazemos esta matéria juntos, mas sexta-feira, a vaca da Ariel também fazia.Por que tanto ciúme dela?Ela se jogava, literalmente, nos braços do meu namorado.Corri para frente do vestiário masculino esperar Jacob assim que não o vi na quadra.-Pontual como sempre. –disse Jake me puxando para seus braços assim que saiu do vestiário.-Você acha que eu vou dar bobeira? –perguntei lhe dando um selinho.-Não sei, eu ainda tenho esperanças. –respondeu. Ele sabia do meu ciúme, nunca fiz questão de esconder, mas devo dizer que ele abusava ao provocar.Fingi que ia dar um beijo nele e me afastei subitamente.-Então vai atrás dela. –falei indo em direção as arquibancadas.-Não, ! Espera! –disse Jacob acreditando em meu teatrinho.Agora eu corria a um ritmo humano em direção a arquibancada. Olhei em volta. Havia muita gente ali, eu não poderia correr mais rápido, então deixei Jacob me alcançar propositalmente.-Era só brincadeira. –desculpou-se ele me abraçando por trás e plantando um beijo em meu pescoço exposto por meu cabelo preso.-Tanto faz. –respondi indiferente. Afinal, um pouco de indiferença iria ajudar Jacob a não prestar atenção em Ariel, pelo menos hoje.Saí de seus braços e comecei a me alongar. Não que eu precisasse, mas eu gostava. Essa era uma das coisas que se aprende a gostar quando se faz ballet. Jacob começou a se alongar junto comigo ignorando a qualquer um que passasse por nós e tentasse puxar conversa.A aula transcorreu tranquilamente, foi até engraçada. Jogamos basquete. Ariel fingiu cair umas três vezes ao lado de Jacob, mas ao contrario das outras vezes, ele não a segurou. Devo dizer que os tombos foram hilários.A última aula foi uma sessão de piadas. Era a aula de inglês, e estávamos estudando crônicas. Muitas destas crônicas eram de humor, o que tornou tudo mais divertido.Agora eu estava na entrada da escola esperando por Jacob. Minha aula havia acabado mais cedo e eu resolvi sair ao invés de esperá-lo em frente a sua sala, eu precisava de um pouco de ar fresco.Vi Jacob saindo conversando com Ariel e Charlotte, eles falavam algo sobre uma experiência de química. Eu sabia que era algo para a escola, mas seja o que for, não será com essa lambisgóia moída (leia-se Ariel), que ele fará.-Oi amor. –falei pulando nos braços de Jacob e o beijando. –Estava te esperando.-Então a gente se fala Jake. –falou a lambisgóia passando a mão no MEU namorado.-Não! Espera Ariel, quero falar com você sobre aquela tese de geografia. –falei sendo falsamente simpática.-Claro, pode falar. –respondeu no mesmo tom.-Jake! –gritou Seth o chamando do meio do estacionamento.-Vai lá. –falei dando mais um beijo em Jake. –Te alcanço depois.-Ok. Tchau Ariel, Charlotte. –despediu-se com uma educação não merecida pelas duas.-Tchau Jake. –responderam as duas juntas.-Pode falar fantasmagórica. –disse Ariel carinhosamente usando o apelidinho sem graça que ela arrumou para criticar minha natural palidez.-Escuta aqui lambisgóia moída, se você se jogar em cima do meu namorado mais uma vez eu não respondo por mim. –falei apontando o dedo em sua cara.-Eu cheguei primeiro. –falou convencida. –Ele me quis primeiro.-É, pode até ser, mas agora isso mudou. Jacob não te quer mais. –falei me afastando. –E que isso sirva de aviso.-Eu sou a última bolacha do pacote, todos me querem. –falou fazendo charme para um bando de garotos que passaram quase babando por ela.Virei e mirei bem seus olhos.-Que bom para você. –respondi pronta para dar minha última cartada. –Só não se esqueça, a última bolacha do pacote sempre vem quebrada.Não parei para ver sua expressão, apenas segui o caminho que Jacob havia feito. Agora Ariel era um caso de orgulho, ela não ia mais dar em cima de Jacob, não mesmo.Jacob P.O.V.O dia se passou estranho. estava um tanto quanto fria pela manhã, e a tarde estava tão feliz que quase dançava ao andar. Eu apenas cumpri com minhas obrigações e no trabalho e depois fui para casa quieto.Agora já era sete e meia da noite, eu esperava terminar de se arrumar para irmos até a casa dos Cullen para conversar com Gabriella e ver que mudança dos horários de ronda faria no bando.-Kyh, sinceramente? A melhor coisa que fiz foi ter vindo para cá, juro que você não vai odiar como está dizendo. – vinha falando em português com a irmã ao telefone. Eu não entendia uma palavra do que ela falava.-Ele pode vir junto. –ela respondeu alguma pergunta da irmã ainda em português. –Vamos? –perguntou para mim em inglês.-Você vai falando no celular? –perguntei incrédulo. Não era para irmos como lobos? bateu na testa com a mão que estava livre.-Às vezes me esqueço deste detalhe, nem sei como. –respondeu provavelmente pensando o mesmo que eu havia pensado. –Kyh, tenho que desligar. –falou para a irmã. –Também te amo, beijos, tchau. –e desligou.-Então hoje você vai de carona. –falei pegando no colo com facilidade. Ela apenas riu.-Billy, amanhã eu compenso sua janta. – falou para o meu pai que ria de nós.-Não se preocupe, pode deixar que eu me viro. –Billy respondeu sorridente. –Tchau crianças.-Tchau pai. –falei saindo de casa.Saí correndo pela floresta. Parei apenas para me transformar. Apesar de meus protestos, também se transformou e correu junto comigo, só paramos quando chegamos perto da mansão dos Cullen para voltarmos a nossa forma humana.Andamos tranquilamente até a entrada da casa. Eu sabia que todos já haviam percebido nossa presença, mas mesmo assim bati a porta.-, Jacob, entrem. –disse Carlisle abrindo a porta com um sorriso cordial como sempre. –Estão todos esperando na sala de jantar. –completou acompanhando-nos a passos humanos.Todos já haviam chego mesmo, até os mais relaxados do bando.Olhei para Gabriella que estava sentada na ponta da mesa. Sentei-me a seu lado puxando para meu colo. Ela ficou envergonhada, adquirindo um lindo tom rosado. Neste momento me pus em alerta, a tal de Gabriella poderia até ter sido babá de , mas eu não confiava nela, ainda mais sabendo que o cheiro de era diferente do nosso.-Todos devem estar se perguntando o porquê da reunião de hoje. –Carlisle tomou a frente quando todos ficaram em silencio. –Gabriella poderá explicar tudo.Carlisle apontou para Gabriella na ponta da mesa, onde a mesma levantou-se.-Minha presença aqui se resume a explicar o que vem acontecendo aqui nos últimos meses e um alerta. –disse Gabriella pouco antes de começar uns burburinhos entre os membros da matilha. –Silêncio, por favor! –disse chamando a atenção de todos. –Os ataques vêm acontecendo a mando dos Volturi. Eles prometeram recrutar para sua guarda o grupo que conseguisse capturar ao menos dois dos transmorfos. Como a maioria sabe, os Volturi são a realeza vampirica, então todos querem ser um Volturi.-Dá para traduzir? –perguntou Erik desdenhoso. Com essa pergunta ele irritou até a atualmente calma, Leah.-Fála sério, Erik! O que a sanguessuga nova quis dizer é que esses vampiros loucos fariam qualquer coisa para serem um Volturi, até enfrentar nossa matilha que atualmente está bem reforçada. –disse Leah irritada. Se eu bem conhecia minha beta, ela estava com raiva pelos Volturi quererem nos “domesticar”.-Mas não é só isso, estou certo? –perguntei me direcionando para Gabriella enquanto uma atmosfera de calma invadia o ambiente. olhou agradecida para Jasper enquanto eu apenas segui seu olhar e dei um breve aceno de cabeça.-O grande problema está nos membros da família Volturi aqui presentes e outros que ainda virão. –Gabriella respondeu e baixou levemente a cabeça. –Eles estão preparando uma guerra eles mesmo; eles farão tudo para ter esses membros e seus prometidos, tanto quanto farão de tudo para ter os vampiros mais talentosos daqui.-Como assim Gabi? –perguntou Bella curiosa. Ela sabia sobre a parte dos membros talentosos, mas não fazia ideia da parte dos membros da família Volturi.-Eles tentarão convencer de todas as formas os mais talentosos a partirem com eles, assim como os membros da família. Se os membros da família não concordarem eles...-Eles pretendem captura-los. –completou Alice abrindo os olhos.Gabriella assentiu.-Eles estão esperando dois eventos acontecerem, mas o porquê eu não consegui ver, ainda não foi decido, é muito estranho... –Continuou Alice cautelosa.-Eles precisam de mais um membro da família aqui. – falou surpreendendo a todos.Edward parou a encarando confuso.-Sua irmã? –perguntou em voz alta. assentiu.-Minha irmã e eu somos Volturi de sangue. –explicou com a voz fraca.-Eu sabia que esta garota seria um problema. –falou Erik me tirando do sério.-Cale a boca, Erik. –falei em tom de alfa, ele rapidamente obedeceu.Gabriella contou-nos toda a história, desde o nascimento de Giovanni até o momento em que encontrou na floresta.-Mas ainda temos tempo antes dos Volturi virem. –falou Alice. –Eu consigo ver a decisão deles, só não consigo ver o que acontecerá na hora.Mas mal prestei atenção no que ela disse, pois minha atenção estava totalmente voltada para o modo com os garotos da matilha olhavam para . Alguns olhavam com confusão, repulsa (da parte de Erik), pena e compreensão da parte dos mais próximos.-O que não entendo é porque eles queriam matar Nessie quando sabiam que ela não faria mal a ninguém. –disse Embry abraçando a menina.-Para mostrar que estavam aplicando justiça, um demonstração de poder. –falou Gabriella chamando a atenção para si novamente.-Quem é minha avó? –perguntou subitamente. –Ela morreu, ou...?-Ninguém sabe, ela pode ser qualquer membro feminino da Guarda Volturi, ou não, muitas mulheres foram recrutadas no mesmo dia em que seu pai apareceu no castelo. –explicou Gabriella.Eu estava angustiado, em chamas. estava sofrendo com todo este mistério e guerras que a envolviam por algo que ela não escolheu ser, e eu sofria junto. olhava para todos tentando conforta-los, passar com o olhar que ela estava bem, mas só eu realmente sabia o que ela sentia.-Venha, , quero te contar uma coisa. –disse Gabriella estendendo a mão para que a pegou de pronto e foi se levantando. –Só a . –disse Gabriella quando comecei a me levantar também.Procurei o olhar de e ela apenas assentiu quando nossos olhos se encontraram. Fiquei ali na mesa perdido em pensamentos enquanto a maioria discutia sobre o que tinham acabado de ouvir. P.O.V.Gabriella me levou até os jardins nos fundos da casa dos Cullen.-, o que você sabe sobre seu pai? –perguntou ela parando no meio do jardim.-Pouca coisa. –respondi tristemente me abaixando para admirar as flores de perto.-Seu pai te amou, ainda ama, muito. –Gabriella falou se abaixando junto a mim.-Duvido muito. Ele não esteve perto quando eu mais precisei e em momento algum me contou a verdade.-Ele se afastou de você e suas irmãs para salva-las. –disse Gabriella pondo mais força que o necessário em suas palavras.-Não vou entrar neste assunto. –falei me levantando e virando as costas para voltar a casa.-Ele e sua avó quase morreram por isso! –Gabriella praticamente rosnou essas palavras para mim.-O quê? –perguntei com a voz ficando aguda pela surpresa. –Quem é você para me falar isso?-Ex-membro da guarda Volturi. –falou com orgulho. –Eu vi tudo o que se passou, vi toda a luta que seu pai e sua avó tiveram para manter você e suas irmãs vivas.-Mas falharam. –coloquei todo o desprezo possível em minha voz. –Thaylyne está morta. E que avó é esta que nunca se importou em aparecer?-Quem você menos imagina criança. –disse Gabriella agora afável. –E a morte de Thaylyne foi uma conseqüência dos planos maléficos de Aro.-Espero que isso não se repita. –falei com voz baixa, porém raivosa. –E espero sinceramente que Giovanni pense um pouco mais em mim e na Kyara. Virei as costas e rumei para a mansão Cullen novamente, não ficaria ali nem mais um segundo.-Até mais querida. –ouvi Gabriella sussurrar antes que eu entrasse._x_-Então é isso? –perguntei a Jacob ao fechar o diário de meu pai.-Foi o que li. –respondeu me puxando para si.Estávamos sentados na floresta aproveitando a pequena trégua que a chuva deu para lermos o diário de meu pai.Jacob e eu lemos apenas duas páginas a mais do que ele havia lido anteriormente. Estas páginas continham apenas pequenas conquistas que eu e minhas irmãs havíamos conseguido; não tive coragem de ir adiante.-O que acha? –perguntei curiosa para saber sua opinião sobre meu pai.-Eu acho que seu pai apesar de te amar muito, tinha medo, medo de Aro. –disse Jacob olhando para algum ponto inexistente na floresta.Fitei o nada por alguns segundos absorvendo o que havia sido dito.-Vem, vamos para a casa dos meus avós. –disse eu ficando de pé em um pulo. –Ainda temos que ajeitar os móveis.Fomos até a pequena casa apostando corrida. Propositalmente, deixei Jacob passar a minha frente só para ver o sorriso de vitória em seus lábios.-Eu ganhei. –Jacob falou se achando o máximo.-É, você ganhou. –concordei. –Mas quem tem a chave sou eu. –ri de sua cara enquanto saia da orla da floresta lenta até para um humano.Joguei as chaves para Jacob e corri em sua direção. Cheguei a ele ao mesmo tempo que as chaves.Jake abriu a porta rapidamente.Durante a arrumação o provoquei diversas vezes, mas fugi no último segundo.-Não sei como o Be conseguiu fazer isso em tão pouco tempo. –falei passando a mão nas paredes que meu primo havia pintado ontem durante a tarde logo após a menção de arrumarmos a casa para nossos avós. –Fiquei sabendo que ele pegou todos os garotos que não estavam na ronda e colocou-os para trabalhar.Jacob riu.-Ele nem teve tanto trabalho assim. –falou mostrando a cozinha mal acabada. –Tirando que eles nem precisaram mexer na estrutura da casa.-Não? -Só precisa trocar a fiação elétrica e a tubulação do banheiro. –Jacob respondeu encarando meus olhos profundamente.-Ah. –respondi. Se eu quisesse ajudar, eu teria de ficar com a parte da arrumação, pois da parte de instalações eu não entendia nada.-Que outro cômodo foi pintado além da sala? –perguntei me dirigindo ao pequeno corredor.-Os quartos. –respondeu Jacob me seguindo. –Até o colchão já trocaram, só falta colocarem tudo no lugar.-Então mãos a obra! –falei já puxando a cômoda para o lugar certo.Durante a arrumação dos quartos eu continuei a provocá-lo, era impossível me controlar; deixa-lo louco era engraçado.-, vem ver isto aqui. –chamou Jacob debruçado no colchão que havíamos acabado de arrumar. Ele estava com a cabeça pendurada para fora da cama olhando alguma coisa em baixo dela.-O que é? –mal tive tempo de formular essa frase e Jacob me puxou para a cama fazendo-me cair em cima dele.-Jake! –arfei ao cair de encontro ao seu peito hoje vestido com uma camiseta branca colada que deixava todos os seus músculos a amostra. -Você me provocou desde o momento em que chegamos nesta casa. –disse me roubando um beijo e virando por cima de mim. –Agora sofra as conseqüências. –ele sorriu matreiro.Eu ri de sua expressão.-Tenta. –provoquei mais ainda, eu adorava estes nossos joguinhos.Quando Jake foi me beijar, eu rolei minimamente para um lado da cama ficando fora de seu alcance por alguns segundos. E o fiz de novo quando Jake fez uma segunda tentativa. Na terceira, ele prendeu meus braços acima da cabeça e prendeu minhas pernas com as suas.-Agora você não escapa. –falou tão próximo, tão intenso, que era quase impossível ser racional com aqueles lábios tão próximo aos meus.-Sabe que eu ainda consigo escapar. –falei quase sem ar, mas não resisti quando ele tentou me beijar novamente.Um beijo doce, calmo e apaixonado no começo, sem pressa ou sofreguidão, mas aos poucos foi ganhando intensidade.Com os braços e pernas já soltos, puxei Jake pela nunca e enlacei seu quadril com uma de minhas pernas.As mãos de Jacob passeavam pelo meu corpo demoradamente, decorando cada parte. Puxei sua camiseta pela barra, esbarrando minha mão sem querer e arranhando levemente sua barriga.Jake logo imitou meu gesto e fez o mesmo com meu vestido. Suas mãos passaram demoradamente por minhas pernas, provocando um gostoso arrepio em meu corpo.Nos livramos facilmente de nossas roupas. Jacob beijou todo meu corpo, desde os pés até as pontas dos dedos de minhas mãos. Ele demorou-se nas partes internas da minha coxa, depositando um beijo terno em minha intimidade antes de subir para minha barriga. Jake beijava e mordiscava meu seio direito enquanto sua mão brincava com o outro, era enlouquecedor! Logo ele trocou e começou a beijar meu seio esquerdo enquanto brincava com o direito.Jake foi descendo novamente e começou a beijar e sugar minha intimidade com voracidade, proporcionando-me algo nunca experimentado antes.-Jake! –consegui exclamar. –Eu quero você. –disse eu puxando-o pelos cabelos.Jacob me beijou misturando meu gosto ao nosso beijo e me preenchendo ao mesmo tempo. Jake quebrou nosso beijo mudando nossa posição fazendo com que eu ficasse por cima. Ele me guiava com as mãos em meu quadril. Agora eu entendia quando usavam a expressão cavalgar neste sentido.Chegamos ao nosso ápice juntos novamente.Eu caí arfante sobre seu peito sem nos desconectarmos.-Já disse que eu te amo? –perguntei após beijá-lo.-Não hoje. –respondeu acariciando meus cabelos.-Eu te amo. Eu te amo. Eu te amo. Eu te amo. –falei rindo repetidas vezes.-Acho que eu não acredito. –falou usando a expressão séria que ele sempre usava quando ia falar algo para o bando.-Eu te amo. –repeti encarando profundamente seus olhos.-Também te amo . –respondeu fitando desejosamente meus lábios.Nos beijamos demoradamente, apaixonadamente, desejosamente, carinhosamente e todos os outros sentimentos conflitantes que pode conter em um beijo.Sai de cima de Jake e deitei a seu lado na cama que era um tanto quanto pequena para nós, mas demos um jeito e ficamos nos acariciando por algum tempo.-O que é isso? –ouvimos uma voz raivosa perguntar.“Que não seja quem eu estou pensando!” –Mentalizei com todas as minhas forças.Olhei para a porta.-Bernardo? –perguntou Jake tentando me esconder a todo custo.-Be? O que está fazendo aqui? –perguntei escondida as costas de Jake.-O que estou fazendo aqui? Acho que o mesmo que você deveria estar fazendo . Eu vim para arrumar a casa. –respondeu cruzando os braços e se apoiando no batente da porta.-Bernardo, saia para poder se vestir. Depois vocês conversam. –ordenou Jake.-Estou te esperando na sala. –disse Bernardo olhando diretamente para mim antes de sair.-Merda, merda, merda! –disse eu indo pegar minhas roupas que estavam espalhadas pelo quarto.-Não vejo qual é o problema. –disse Jake vestindo-se.-Nem eu. Mas pelo jeito Bernardo vê algo errado. Provavelmente vou ouvir o maior sermão! –joguei minhas mãos para o alto.-Hey, se acalma! –disse Jake acariciando meu rosto. Fechei meus olhos a seu toque. –Vai dar tudo certo.Assenti antes de sair do quarto e enfrentar a fera.Quando cheguei à sala, cruzei os braços e me encostei a parede para esperar o sermão.-O que você pensa que estava fazendo ? –Bernardo perguntou esbravejando.-Nada que você já não tenha feito. –respondi de forma infantil e petulante. Quem era ele para se meter na minha vida deste jeito?Bernardo ficou vermelho de raiva; ele respirou fundo por um tempo que me pareceu interminável antes de voltar a sua cor normal.-Tudo bem, tudo bem. –falou por fim acalmando-se. –Mas você queria o quê? Que eu visse minha priminha daquele jeito e não falasse nada? É claro que fiquei com ciúmes.Ri de Bernardo, sempre agindo como um irmão mais velho para comigo. -Sabe que não precisa ficar com ciúmes, vou ser sempre a sua priminha. –falei abraçando-o.-É impossível, sabia? Ver um marmanjo com você deste jeito é uma bela injeção de ciúmes para mim. –falou retribuindo um abraço. –Mas vocês foram imprudentes. –voltou a falar como se estivesse me passando um sermão.-Como assim? –perguntei me fazendo de desentendida, eu tinha quase certeza que ele falava sobre o uso da camisinha. Coisa que só agora percebi que ainda não havíamos usado.-Vocês ficaram totalmente dispersos, nem me ouviram entrar. –falou Be sabiamente. –Podia ser qualquer outro.Franzi o rosto ao constar esse nosso outro erro. -Isso não acontecerá novamente. –disse Jake aparecendo na sala.-É só uma forma de precaução. Eu sei que é difícil nestas horas, mas é bom ficar atento. –disse Bernardo direto para Jacob. Me senti invisível com a conversa dos dois. Como poderiam falar algo que me envolviam sem consultar ou se direcionar a mim?-Vamos tomar mais cuidado. –falei, mas mal fui ouvida com a entrada de Seth na casa.-Cuidado com o que? –perguntou curioso.-Com os ataques. –respondeu Jake rapidamente mudando de assunto. –Se algum Volturi vier a reserva eles com certeza vão tentar capturar a .-Concordo. Não é melhor a tirarmos da ronda? –perguntou Be indignando-me.-Nem pensar! -É uma boa ideia. Jacob e eu falamos ao mesmo tempo.-Sem chances. –falei como uma criança teimosa. –Eu não paro de fazer as rondas de jeito nenhum. Eu sei muito bem me cuidar se alguém vier atrás de mim.-Mas e se... –Jake começou a falar, mas interrompeu a frase assim que viu uma de minhas sobrancelhas erguidas.-Tudo bem. –cedeu por fim. –Mas eu quero que chame ajuda se algum sanguessuga aparecer. –ordenou com voz de alfa.-Tudo bem. –cedi a contragosto, sabia que não poderia burlar esta ordem.O resto da tarde se passou tranquilamente, sem mais nem menos. Quando os que não estavam em ronda chegaram, fomos arrumar o que havia ficado pendente a arrumar na casa. Foi uma tarde divertida. No final da tarde fomos a casa de Sam e Emily; ela ficou muito feliz em ver todos e cozinhou toneladas de para nós.Aparentemente tudo estava bem, mas eu sabia que ainda havia muita coisa por vir.

Capítulo 14


P.O.V


Faltava apenas uma semana para meu aniversário e três para o natal. Todos estavam felizes com a festa da fogueira que iria ter, mas também estavam tensos com os ataques de vampiros na região. Até agora haviam tido cinco mortes, Lauren Mallory, Hillary Robbins, Adam Brown, Shane e Matthew Kobalkys, todos eram estudantes que faziam trilhano lugar e hora errada.


Todos estavam tensos com essas mortes, não era para isso acontecer, ainda mais com as rondas estando mais reforçadas do que nunca.


Jacob estava me deixando preocupada ultimamente. Com as mortes, ele estava fazendo o máximo de rondas possível e se dedicando ao bando de corpo e alma; ele mal comia, dormia ou parava em casa. Nós nos víamos apenas na escola e em seu trabalho quando eu voltava do ballet.


Quando eu acordava, ele já havia saído e quando eu ia dormir ele ainda não tinha voltado.


Suas olheiras agora eram quase permanentes em sua pele, o que me deixava mais preocupada ainda.


-Jake! –exclamei preocupada ao vê-lo quase dormindo em pé no intervalo. –Chega! Acabou a palhaçada! Hoje você vai ficar em casa e dormir um pouco.


-Mas, eu tenho que...


-Mas, nada Jacob! –Jake começou a falar, mas o interrompi. –Me diga, há quanto tempo não ficamos um pouco juntos?


-, isso é para segurança de nosso povo. –Jacob falou tentando me convencer.


-Eu sei Jacob, e é por este mesmo motivo que você tem que descansar. –falei acariciando suas olheiras. –Como você vai defender seu povo se não tem forças nem para ficar em pé? Tirando que temos todos os garotos atentos.


Jake ficou em silencio por um tempo que parecia interminável.


-Mas as mortes... –começou a falar novamente.


-Nada disso é culpa sua Jake. –o interrompi novamente, só que desta vez com a voz suave.


-Tudo bem. –cedeu por fim me puxando para um abraço. Senti que Jake cheirava meus cabelos. –Não sei o que faria sem você.


Ri baixinho.


-Provavelmente faria ronda até desmaiar de cansaço e fome. –disse eu em tom de brincadeira, mas de brincadeira aquilo não tinha nada.


_x_


Tudo voltou a ser como era antes depois daquela conversa que eu tive com Jake. Ele voltou a agir com responsabilidade apesar de ter aumentado um pouco seu horário de ronda.


-O que temos para o almoço? –Jacob perguntou abrindo uma das panelas.


Bati em sua cabeça com uma colher de pau colocando um pouco mais de força que o necessário.
-Ai, ! –reclamou. –Doeu!


-Então faça o favor de sentar e esperar. –apontei para uma cadeira com a colher, rindo de seu jeito de criança ao reclamar. –Já estou quase terminando.


-Está toda turrona assim por que vai ficar mais velha amanhã? –Jake brincou.


Dei a língua para ele.


-Talvez. –falei me voltando para as panelas. –Pode colocar a mesa para mim? –perguntei. –Vou dar um telefonema.


-Para quem? –Jake perguntou se levantando e começando a colocar a mesa.


-Para uma amiga. –disse eu já discando o número. –Ela está de aniversário hoje.


Peguei o celular e disquei.


-Alô. –ela atendeu no segundo toque.
-Oi Carol, é a ! –falei me identificando. –Parabéns! (N/a: Eu realmente tenho uma amiga chamada Carol; diminutivo de Caroline, meu segundo nome; que faz aniversário um dia antes que eu, ou seja, 17/11).
-Oi ! Nossa, quanto tempo! –falou um pouco mais animada. –Obrigada!


-Recebeu seu presente? –perguntei animada verificando as panelas. (N/a: Nunca sigam esse mau exemplo. Foi assim que eu quase perdi meu celular).


-Ai, . Você sempre exagerando, não é? –Carol reclamou. Eu sabia que ela iria reclamar do valor do presente. –Sabe que não precisava comprar nada.


-É claro que precisava! –disse eu em tom de indignação.


-Quem disse?


-Eu! –respondi rindo. Olhei as panelas mais uma vez. –Carol, tenho que desligar, amanhã eu te ligo de novo, ok?


-Então ta, amiga. Beijos. –disse Carol já encerrando nossa ligação.


-Outros para você também. Tchau! –e desligamos.


-Só a Carol mesmo para reclamar dos meus presentes. –falei ainda em português.


-O quê? –perguntou Jake confuso.


-Ah, a minha amiga. –voltei a falar em inglês. –Eu vivo comprando presentes caros para as pessoas, ela é a única que reclama do preço. –ri revirando os olhos.


Jacob ficou em silêncio e sentou a mesa.


-É a história do dinheiro outra vez? –perguntei me sentando a seu lado. –Sabe que eu não ligo. –falei pegando sua mão. –Um dia você vai trabalhar na empresa da minha família, junto comigo. E daí esse dinheiro também vai ser seu.


-É um ruim saber que você está tendo uma vida diferente do que está acostumada. –disse Jacob erguendo os olhos.


-Você acha mesmo que estou tendo uma vida muito diferente, não é? –perguntei retoricamente. –Eu estudei em escolas públicas minha vida inteira, nunca soube como é uma instituição particular, eu morei no mesmo bairro simples e humilde desde que nasci, eu trabalhava na pequena loja dos meus avós, que hoje virou uma grande empresa. –balancei a cabeça. –Quando vai entender que o dinheiro nunca me fez mais feliz? Eu nunca fui mais feliz do que sou hoje, Jake.


-É difícil de acreditar, as pessoas geralmente saem por aí se gabando por terem dinheiro. –falou Jacob jogando um garfo na mesa. –Mas você é diferente.


-E é por isso que você me ama. –falei sorridente sentando em seu colo.


Nos beijamos demoradamente.


-Agora vamos almoçar que você tem que trabalhar e eu tenho que fazer compras para esta casa. –falei pegando seu prato e enchendo de comida.


O almoço foi tranqüilo, brincamos e rimos muito, tirando a parte em que Seth apareceu perguntando se poderia ir conosco para Port Angeles para poder comprar algo que sua mãe havia pedido que só tinha lá e eu o convidei para fazer compras comigo, pois Jacob ficou meio carrancudo nesta hora, nem sei bem por que.


-Tchau Billy! –falei dando-lhe um beijo na bochecha quando já estávamos de saída.


-Tchau , tchau garotos! –disse mal olhando para nós, ele estava muito atento no jogo de basquetebol que passava em um de seus canais esportivos preferidos.


-Posso dirigir hoje? –perguntei a Jake tentando imitar os olhos do gato de botas do Shrek.


-Pode. –falou Jacob confuso, quase nunca eu pedia para dirigir quando ele estava por perto.


Fomos o caminho inteiro conversando amenidades. Jacob e eu trocamos carinhos algumas vezes durante o caminho e eu senti Seth desconfortável com isso.


Deixamos Jake na bicicletaria e fomos rumo a minha escola de dança, mas não antes de eu mandar um recadinho com o olhar à Karla.


Durante a manhã a secretaria da escola de dança havia me ligado me dizendo que minha encomenda havia chego.


-Quer esperar no carro ou quer ir comigo? –perguntei a Seth assim que estacionei em frente a escola.


-Eu fico. –respondeu com o sorriso de sempre.


-Ok, já volto. –e saí em direção a escola.


-Oi Drina. –cumprimentei a secretaria. –Chegou mesmo? –perguntei me referindo a minha encomenda.


-Sim, está aqui, . –Drina respondeu colocando uma caixa em cima do balcão. –E as sapatilhas. –falou colocando um pacotinho ao lado da caixa.


-Obrigada Drina, você é um anjo! Quanto fica? –perguntei já pegando a carteira.


-Se quiser você pode pagar junto com a mensalidade. –respondeu passando um folheto com os valores do meu pedido. –Daí você pensa direitinho se quer parcelar ou não.


-Acho que vou pagar junto com a mensalidade mesmo. –falei pegando a caixa e a sapatilha.


-Quer ajuda para carregar a caixa? –perguntou Drina preocupada.


-Não precisa. –falei sorrindo para ela. –Tchau Drina, até amanhã.


Saí da escola correndo em direção ao carro por causa da chuva.



-Viu como foi rápido? –perguntei a Seth logo após ter colocado a caixa no porta malas e ter entrado no carro.


-Estou vendo. –falou me olhando de rabo de olho. –O que tem na caixa?


-Barraca. –respondi fazendo com que ele me olhasse com uma cara confusa.


-Para quê?


-Espere e verás. –respondi em um tom enigmático.


_x_


-Onde é que você tem que ir? –perguntei a Seth depois de explora-lo me ajudando a carregar o grande volume de sacolas do mercado até o carro.


-Na loja de instrumentos musicais. –respondeu como quem não quer nada.


-Na loja de instrumentos musicais? –perguntei desconfiada. –Engraçado, eu tinha falado para o Jake esta manhã que ia lá.


-É, coincidência. –disse dando de ombros. Minha mãe disse que é para eu comprar cordas novas para o violão do meu pai.


-Mas seu pai não está...? –não tive coragem de completar a frase.


-Morto? É, ele está. Não se preocupe, nós já superamos um pouco. –falou vendo a culpa em meus olhos por tê-lo lembrado disto, eu sabia como era difícil perder um de seus entes mais queridos. –Eu tocava também. –explicou. –Mas desde que ele morreu não toquei mais nenhuma nota, e você conhece a dona Sue, ela não quer que eu pare por causa disto.


-Eu sei, mas se você não quer tocar, ela não deveria te obrigar. –falei lembrando de quando minha mãe morreu e eu parei de fazer ballet por algum tempo; todos queriam me obrigar a voltar, mas nada me fez a mudar de ideia até o dia que eu quis voltar por conta própria.


-Também acho que já está na hora. –disse Seth sorrindo. –Tenho que seguir em frente, afinal, estou vivo e sou humano, não é?


Rimos da parte do “ser humano”, coisa que nem ele e nem eu éramos completamente.


Tive que estacionar na rua por falta de um estacionamento na loja.


-Vai ver alguma coisa? –perguntou Seth quando viu que eu me encaminhava para o fundo da loja.



-Vou comprar um piano digital para minha irmã. –falei parando por um instante. –Para deixar aqui na casa dos meus avós caso ela venha passar o natal conosco. –expliquei.


-Quer ajuda? Eu entendo um pouco de piano. –Seth se ofereceu prontamente. Estranhei, não sabia da experiência musical de Seth.


-Não precisa. Já comprei um piano uma vez. –respondi me lembrando de quando minha mãe e eu fomos escolher um piano para a Kyh.


-Tudo bem. –disse se encaminhando para o caixa rapidamente.


Estranho. Fui para os fundos da loja de olho no piano preto a minha frente.


Era lindo, de madeira boa e durável. Bem lustrado, nenhum dano aparente e um preço muito bom. Bem mais barato que no Brasil, apesar de ser o mais caro da loja, mas eu levaria este de qualquer jeito.


-Achou o que você queria? –perguntou Seth aparecendo pelo meu lado esquerdo.


-Sim, vou levar este. –respondi dedilhando algumas notas que minha irmã havia me ensinado.


-Ótima escolha! –disse o vendedor que veio junto com Seth. –O melhor piano digital da loja, só perde para o acústico.


-Eu sei. –suspirei baixinho lamentando não poder comprar um daqueles. Minha avó tinha sido bem clara ao falar que era para comprar um que fosse para usar temporariamente.


-Quando vocês entregam? –perguntei me virando para o vendedor.


-Até amanhã a tarde. –respondeu prontamente.


-Ótimo.


_x_


-Tem certeza que já vai? –perguntei a Seth depois que eu estacionei em frente a bicicletaria.


-Sim, se não a dona Sue me mata! Ela disse que se eu não fosse ajudar a terminar a pintura de fora da casa dos seus avós hoje ela iria quebrar todos os meus ossos. –respondeu fazendo uma careta engraçada.


Ri alto.


-Você gosta, não é? –perguntei que nem uma idiota. –Digo, gosta de mais da sua mãe para não inventar uma desculpa.


-Tenho que dar valor ao que tenho.


-É... –respondi lembrando que eu tinha bem menos do que uma mãe.


-Não fica assim, , você tem a mim. –disse Seth me abraçando de lado.


-Obrigada. –agradeci.


-Pode contar comigo... sempre!


Olhei profundamente em seus olhos e assenti.


-Obrigada por ser um bom amigo.


-Sempre estarei aqui para você, . –e dito isto ele saiu do carro correndo em direção à floresta.


Tranquei o carro e fui em direção a bicicletaria.


-Não Karla! –ouvi a voz de Jake alterada pouco antes de entrar na loja. –Só me veja as peças que pedi.


-Jake? –chamei-o chamando atenção para mim.


-! –seu semblante suavizou um pouco. –Vem! Quero te contar algo.


Fui em sua direção esticando o braço antes de chegar em Jake para acariciar seu rosto. Puxei-o pela mão até as cadeiras do galpão.


-O que aconteceu? –perguntei voltando a acariciar seu rosto. Seus olhos se fecharam ao meu toque, porém a tensão não se dissipou.


-Houve mais duas mortes. –respondeu abrindo os olhos.


Mordi minhas bochechas para reprimir um grito de agonia. “Tudo por minha causa”. –pensei.


-Daqui a pouco tudo vai acabar. –falei tentando acreditar com todas as forças em minhas palavras. –Mas quando?


Quando me dei conta eu já havia falado em voz alta.


-Também gostaria de saber. –falou Jake puxando sua cadeira para mais perto da minha.


Fiquei olhando a minha volta por um tempo para dar a Jake um tempo para esfriar a cabeça.


-O que é aquilo? –perguntei apontando para um amontoado de bicicletas velhas.


-Bicicletas sem conserto. –respondeu levantando-se e voltando ao seu trabalho.


Fui em direção a aquele monte e tirei algumas bicicletas do lugar, depois fui pegar a lixa dentro da caixa de ferramentas ali perto.


Comecei lixando o metal das enferrujadas para tirar toda aquela crosta.


-O que está fazendo? –perguntou Jake me encarando com o cenho franzido.


-Restaurando. –respondi sem tirar os olhos de meu “trabalho”. –Acho que isso tem conserto sim.


-Como?


-Não para virar bicicletas de novo, mas como trabalho artístico, dá para moldar algo neste metal. –respondi novamente com precisão. –Aprendi com a minha mãe.


Antes que Jake pudesse falar algo, meu celular tocou.


Atendi sem olhar quem era.


- , boa tarde, com quem falo? –atendi do mesmo modo que fazia quando trabalhava.


-Kyara . –disse Kyh tentando imitar minha voz.


-Engraçadinha. –falei fazendo uma careta e me sentando perto de onde Jake havia voltado a trabalhar. –O que você quer?


-Nossa, quanto mau humor! –disse Kyh com uma voz falsamente magoada. –Sua queridíssima irmã te liga e é assim que você me atende?


Reprimi o impulso de revirar os olhos.


-Ok queridíssima irmã, o que você deseja que eu faça por você? –perguntei em tom sarcástico.


-Que me busque no aeroporto. –falou me fazendo questionar sua sanidade.


-Kyara, eu não estou em Curitiba, lembra? –perguntei como se estivesse lembrando alguém com memória a curto prazo. –Aliás, para onde a senhorita viajou no meio da semana.


-, você acha que sou o quê? Uma retardada? Eu sei que você não está em Curitiba. –eu quase podia vê-la estalando os dedos na minha frente. –Estou pedindo para você me buscar no aeroporto de Port Angeles.


-O quê? –soltei agudamente fazendo com que Jake me olhasse preocupado.


-É isso mesmo que você ouviu, eu estou em Port Angles. –falou impaciente. –Mas será que dá para você vir logo? Eu estou cansada.


-Ok, já estou indo. –foi a única coisa que consegui dizer.


-Então beijos e até, conversamos melhor quando você chegar. –falou Kyh encerrando a ligação.


Fiquei olhando atônita para o telefone por alguns segundos.


-O que aconteceu? –perguntou Jacob olhando-me preocupado.


-Minha irmã está aqui em Port Angeles. –falei em português sem perceber.


-Como?


-Ah, desculpe, eu disse que minha irmã está aqui em Port Angles. –disse eu me ajeitando para sair. –Ela me pediu para buscá-la no aeroporto. –falei agachando-me ao lado de Jake para beijá-lo. –Posso levar o carro? –perguntei quando encerramos nosso rápido beijo.


-Pode. –Jake respondeu. Ele parecia tão surpreso quanto eu.


-Daqui a pouco passo para te buscar. –falei selando nossos lábios antes de sair.


Corri a maior parte do caminho até o aeroporto, desacelerando apenas perto dos radares que eu avistava ao longe.


Foi difícil encontrar uma vaga para estacionar no aeroporto. Era impressão minha ou todos haviam resolvido viajar aquele dia?


Peguei meu celular e disquei o número de minha irmã assim que consegui estacionar o carro.


-Onde você está? –perguntei assim que ela atendeu.


-Deu pressa agora? –perguntou Kyh zombando de minha pressa. -Estou perto do portão 6 e você?


-Saindo do estacionamento. –respondi. –Já chego aí. –e desliguei, sem esperar pela resposta.


Eu quase voei dentro daquele aeroporto até o portão de desembarque.


Quando a vi soltei um gritinho de felicidade, totalmente atípico de mim, e corri para abraçá-la.


-Que saudades, Kyh! –falei encarando minha irmã de cima abaixo. –Você está linda! –exclamei tentando fazer aquilo soar como um elogio, mas tudo o que consegui reparar era como os sinais da pré-transformação estavam aparentes nela.


-Obrigada. –disse Kyara também me encarando de cima a baixo. –Você também está ótima.


-Acho que o clima de La Push fez bem para mim. –brinquei.


-Mas como? –Kyh me questionou desconfiada. –Se Curitiba também é frio?


-Aqui é bem mais. –fingi um arrepio me encolhendo no casaco que carregava para disfarçar minha falta de frio.


-Eu não estou...


-E elas nem olham para mim! –exclamou Naran cortando Kyara e chamando a atenção para ele.


-Cunhadinho! –exclamei correndo para abraçá-lo. –Que saudades.


-Também estava com saudades, baixinha. –disse ele.


Soltei-me do abraço e arqueei uma sobrancelha.


-Ok, não tão baixinha assim. –falou vendo o questionamento em minha face.


-Mas agora me digam, o que fazem aqui? –perguntei tomando o carrinho de bagagens deles e empurrando-o.


-Viemos passar o nosso aniversário. –respondeu Kyara com um sorriso radiante, assim como eu imaginava estar o meu.


-Que presentão eu ganhei! –falei olhando para eles enquanto parava o carrinho na saída. –Já volto, vou buscar o carro.


Eles olharam um para o outro espantados, mas não falaram nada.


Corri um pouco mais rápido que um humano para o estacionamento em direção ao carro, agora com minha irmã e meu cunhado aqui, a pressa era minha companheira quando eles estavam longe.


Em poucos minutos eu estava parando o carro na saída do aeroporto para carregar suas bagagens.


-De quem é esse carro? –perguntou minha irmã como quem não quer nada.


-Do Jacob. –respondi simplesmente. –Ele me empresta às vezes.


-Jacob? –perguntou Naran confuso. E só neste momento percebi que ele não sabia de nada. Dei graças a Deus por Kyara ter mantido a promessa de que não contaria nada a ninguém do nosso grupo de amigos sobre meu namoro com Jake.


-Meu namorado. –neste momento entrei e liguei o carro evitando seu olhar. –Falando nisto, eu tenho que buscá-lo no trabalho antes de voltar para a La Push. Aliás, onde vocês vão ficar? –perguntei mudando rapidamente de assunto.


-Não sei. –respondeu Kyh me salvando da pergunta que Naran estava prestes a fazer. –Mas acho que no hotel de Forks.


-Não, não e não. –neguei veementemente. –Com tantas casas disponíveis vocês vão pagar? –perguntei retoricamente.


-Então senhorita temos casas disponíveis, onde sugere que fiquemos? –ignorei a palhaçada de Naran.


-Vocês podem ficar na casa dos meus avós. –falei olhando de rabo de olha para Kyh que estava no banco da frente. –O que acham?


-, sua louca, você sabe que a casa da vovó e do vovô está desabitada há anos! –exclamou Kyh arrancando uma gostosa gargalhada de mim.


-Eu sei Kyh, mas Bernardo e os garotos a reformaram, está novinha em folha. –falei com um sorriso, essa reforma era uma vitória para todos que participaram dela.


-Você quer dizer que teremos uma casa inteirinha, só para nós dois? –perguntou Naran com um sorriso sacana. Ai, esse meu cunhado só pensa besteira...


-De jeito nenhum! –falou Kyara me deixando confusa. –Eu não fico sozinha em uma casa em uma cidade desconhecida.


Olhei torto para Kyara. Será que minha mãe a havia deixado cair do berço quando pequena? Ela estava a beira de um surto só com a ideia.


-Ok, então o que sugere? –perguntei temerosa que Kyh “explodisse” mais uma vez.


-Podemos ficar com você? –perguntou batendo os cílios para mim. Ok, definitivamente minha irmã não era normal.


-Acho que sim. –respondi estacionando o carro na frente da bicicletaria. –Só um minuto, vou buscar o Jake. –falei saindo do carro em direção à loja.


Passei por Karla ignorando seus xingamentos e entrando direto no galpão.


-Estão aí? –perguntou Jake se levantando e vindo em minha direção.


Assenti enlaçando seu pescoço e o beijando levemente.


-Pronto para conhecer sua cunhada? –perguntei o soltando e ajudando a arrumar suas coisas.


-Acho que sim. –respondeu tranqüilo indo para o banheiro se trocar. Eu tinha quase certeza de que ele iria se surpreender com a personalidade de minha gêmea.


Olhei para o galpão mais uma vez a fim de pensar um modo para que Kyara e Naran não desconfiassem de minhas saídas madrugueiras com Jake para a ronda. Se eu não fizesse isto, o único jeito era deixar Kyara e Naran na casa de minha tia, mãe de Bernardo, e mesmo assim ele teria de encontrar um jeito de distrair os dois.


-Você acha que Billy deixa a Kyh e o Naran ficarem lá em casa? –perguntei a Jake assim que ele saiu do banheiro devidamente vestido.


Ele abriu um sorriso, Jacob adorava quando eu me referia a sua casa como também sendo minha.


-Se arrumarmos um lugar para eles dormirem eu acho que sim. -respondeu com uma expressão confusa. –Por quê?


-Eu não quero que eles paguem um hotel e Kyara não quer ficar na casa de nossos avós. –expliquei já na porta do galpão esperando que Jake me alcançasse, ele estava demorando para fazer isto. –Não me pergunte por quê. –falei antes que ele perguntasse.


-Nós podemos dar um jeito. –falou enfim me alcançando. –Podemos pegar um colchão na casa dos seus avós e colocar no seu quarto, o que acha?


-Pode ser. –respondi pouco antes de Karla chamar Jake.


-Jake, seu pedido estará aqui pela manhã. –falou enrolando o chiclete no dedo em uma frustrada tentativa em ser sexy.


-Está bem Karla, amanhã falamos sobre isso. –disse Jake me puxando para a saída da loja.


Não pude conter um riso.


Quando chegamos ao carro, Kyara saiu de dentro do mesmo saltitando.


-É este o meu cunhadinho? –perguntou em português com um sorriso.


-Sim. –respondi rindo do seu jeito de criança. –Kyh, este é Jacob, meu namorado. E Jake, esta é Kyara, minha tão mencionada irmã gêmea.


-Muito prazer, Kyara. –falou Jake estendendo a mão.


-O prazer é todo meu, cunhadinho. –disse Kyara ignorando sua mão e o surpreendendo com um abraço que Jake devolveu desajeitado.


–E este é Naran, meu cunhado. –completei quando o mesmo resolveu se juntar a nós.


-Jacob. –disse Jake apertando sua mão. Naran o encarava com uma cara estranha.


-Vamos? –perguntei tentando tirar a tensão do ar.


-Claro, claro. –falou Jake com os olhos em Naran, eu sabia que ele via algo de errado em Naran.


- não exagerou quando disse o quanto você era bonito. –Kyara falou para Jake me constrangendo.


-Kyara! –exclamos Naran e eu, mas cada um a seu tom de voz, é claro.


-Disse é? –Jake perguntou com um sorrisinho prepotente.


-Talvez. –disse eu com um olhar que encerrava o assunto.


Entramos no carro e saímos da vaga vagarosamente. Eu odiava quando Jake dirigia assim.


-Vocês são muito mais parecidas pessoalmente do que nas fotos. –comentou Jake alternando olhar entre nós assim que parou no primeiro sinal antes de pegar a rodovia principal. –Até daria para confundir as duas, se não fosse o cabelo.


Instintivamente passei as mãos em meus curtos cabelos e olhei para os de Kyara, longos e brilhantes, como estavam os meus antes de eu me transformar.


-Está se esquecendo dos olhos. –falou Kyara toda animada.


-Pode crer que não esqueci. –respondeu Jake me dando uma leve e cúmplice olhadela, pois foram os olhos que nos conectaram.


Fomos o caminho inteiro conversando amenidades. Kyara contava tudo que eu havia perdido desde minha partida do Brasil, incluindo aquela história de Gustavo ter virado bígamo.


-Mas uma coisa que eu não esperava era a Flávia namorar ele. –comentei.


-É, ela está completamente mudada. –falou Kyara concordando com a cabeça. –Ela está até fumando e andando com outro grupo agora, às vezes ela nos visita ou fala conosco.


Fiquei em silêncio digerindo a informação, minha ex-amiga estava totalmente diferente do que era.


-Chegamos. –anunciou Jacob parando em frente a casa.


-Vem. –chamei Kyara e Naran. –Vou apresentar vocês ao Billy.


Eu entrei em casa sendo seguida por Kyara enquanto Jake e Naran tiravam as malas do carro.


-Billy? –chamei fazendo-o desviar a atenção da TV por algum tempo. –Esta é a minha irmã, Kyara, ela acabou de chegar do Brasil. –falei puxando Kyara pela porta, ela estava totalmente envergonhada.


-Oi. –ela falou vermelha.


Não pude deixar de rir, minha irmã estava totalmente extrovertida há alguns minutos atrás e agora...


-Prazer, sou Billy Black. –disse Billy estendendo a mão.


-Kyara , mas acho que já sabe quem sou. –Kyh falou extremamente vermelha.


-Billy, minha irmã e o namorado dela estão sem lugar para ficar, eles podem ficar aqui? –perguntei constrangida pelo abuso.


-Claro! Vocês só precisam achar um jeito para colocar todos para dormir nesta casa. –ele riu.


-Essa parte é fácil. –falei o acompanhando.


Ouvimos o trinco da porta girar pouco antes de Jacob e Naran entrarem com as malas.


-Deixa que eu levo isto para o quarto. –falei para Naran assim que ele passou pela porta.


-Você não vai agüentar, entojo. –disse ele fazendo graça e levando um tapa meu.


-Ai! –reclamou ele. –De onde tirou tanta força?


-Andei treinando. –soltei um riso nervoso e trocando um olhar com Jake. Acho que eu tinha colocado força de mais. –Não vai cumprimentar o dono da casa? –perguntei para Naran gesticulando em direção à Billy.


-Desculpe senhor, sou Naran Takeda. –disse estendendo a mão para Billy que a apertou com força.


-O senhor está no céu, rapaz. –falou com sua voz trovejante um pouco forçada, ele estava desconfiado. –Billy Black.


Rapidamente peguei as malas que estavam no chão e corri para meu quarto junto com Jake para largá-las lá.


-Seu cunhado é um pouco hostil, não? –disse Jake se jogando em minha cama.


-Normalmente ele não é assim. –respondi sentando-me. Jake olhou-me desconfiado. –O quê? Eu conheço meu amigo! Ele ficou assim depois que soube que eu estava namorando novamente, eu acho. –falei fitando o nada.


-Ele age como se isso fosse algo ruim.


-E de certa forma é.


Jacob pegou meu queixo e virou meu olhar para o dele.


-Nunca mais diga isso. –falou olhando-me furioso.


Ri fazendo-o ficar mais bravo ainda.


-Não é assim. É que aparentemente sou de porcelana e todos meus primos e amigos querem me proteger. –expliquei rindo cada vez mais. Se eles soubessem que sei me proteger mais do que eles imaginam...


-E o que isso tem haver com a história? –perguntou Jake emburrado. Tão... fofo!


-Ele não quer que eu saia magoada da história. Ou você não se lembra que eu te contei que fui traída no meu último namoro? –perguntei sorrindo. Era estranho sorrir em uma situação dessas, mas eu tinha Jake agora, e nada mais me importava. –Tirando que o Gustavo é o melhor amigo dele. Então imagine o pensamento do Naran, se ele não pode confiar nem no melhor amigo, que dirá num estranho. –falei a última palavra fazendo aspas no ar.


-Se ele soubesse do imprinting. –falou Jake me puxando para deitar com ele.


-Estamos incomodando? –perguntou Kyh entrando no quarto junto com Naran.


Sentei rapidamente fazendo com que Jacob soltasse um pequeno resmungo. Contive um riso.


-Imagina, podem entrar. –falei me acomodando melhor na cama enquanto Kyara e Naran sentavam na outra. –, sua vaquinha, nos deixou lá na sala com o Billy, eu nem sabia o que falar! –reclamou Kyara.


-Desculpa por trazer suas malas para o quarto. –ironizei. –E se acostume a conversar com Billy. A vovó e o vovô virão aqui muitas vezes quando eles se mudarem para cá e você vem me ver. –falei encostando a cabeça na parede.


-, quer ser a nossa madrinha de casamento? –perguntou Naran mudando de assunto.


-Como? –perguntei me sentando ereta. –Vocês vão casar?


-Não, estamos te convidando para madrinha porque vamos nos divorciar. –falou Kyara no tom de sempre.


Ignorei e comecei a pular sentada.


-, a Alice não está aqui, não precisa agir assim. –falou Jake zombando do meu jeito, mas novamente não liguei.


-Estou tão feliz por vocês! –falei abraçando minha irmã e meu cunhado ao mesmo tempo.


-Aceita ser nossa madrinha? –Naran refez o convite.


-Com uma condição. –falei erguendo um dedo. –Que Jacob seja o padrinho. –completei antes deles terem a chance de perguntar o que era.


-Claro. –respondeu Kyara enquanto Naran tentava reprimir uma cara de desgosto.


Meu celular começou a tocar. Atendi no terceiro toque, era o Be.


-Alô.


-Oi, . O que você está fazendo? –perguntou.


-Conversando com a Kyh. –respondi. –Ela está aqui, acabou de chegar.


-Como assim a Kyara está aí? –Bernardo perguntou incrédulo.


-A louca pegou um avião e só foi me avisar quando já estava no aeroporto daqui. –falei balançando a cabeça ao me lembrar.


-Caracaaa. O tio Giovanni vai pirar. –comentou Be sabendo do pai que eu tinha.


-Nem me fale. –comentei. –Vou tentar atrasar esta noticia ao máximo. –falei voltando a me sentar. –Ligou para falar o quê? –perguntei tentando faze-lo contar o motivo da ligação.


-Eu queria perguntar se você e o Jake não queriam sair.


-Quem mais iria?


-Vocês, o Seth, a Lee, o Quill, o Embry, o Jared, a Kim, o Damien e eu. O resto ou não quer ir ou está na ronda. –respondeu Be fazendo-me pensar por alguns segundos.


-Espera, vou colocar no viva a voz daí você repete. –falei tirando o celular da orelha e apertando um botão. –Pode falar.


-Aê Kyarinha, como vai? –falou Be fazendo graça.


-Bem e você? –respondeu Kyh se animando.


-Perfeitamente bem.


-Faça o convite. –lembrei Be antes que eles engatassem uma conversa.


-É o seguinte, vocês querem sair? –perguntou Be.


-Seria uma boa. –falou Jake sentando-se. –Quem tanto vai?


-Vocês, o Seth, a Lee, o Quill, o Embry, o Jared, a Kim, o Damien e eu. –repetiu Bernardo.


-Legal, assim nós podemos conhecer os outros. O que acha, Naran? –perguntou Kyh.


-Ah, não sei. Nós acabamos de chegar de viagem. –disse Naran fazendo cara de cansado.


-Nós podemos descansar amanhã. –falou Kyh fazendo cara de choro. –Vamos, por mim.


-Tudo bem, nós vamos. –falou Naran. –Onde é o banheiro? Preciso de um banho. –perguntou.


-A porta em frente a esta. –falei enquanto ele pegava suas coisas e se encaminhava para o banheiro.


-O que acha Jake, você vai? –perguntei puxando-o pelo braço.


-Claro, só vou avisar o meu pai. –falou saindo do quarto.


-Ok, então todos nós vamos. –falei em direção ao celular me lembrando de que Bernardo ainda aguardava uma resposta.


-Vamos nos encontrar em frente a casa da Lee, às sete.


-Ok, estaremos lá, tchau. –respondi encerrando a ligação.


-Aaahhh, vou conhecer a minha prima! –falou Kyh se referindo a Leah.


-É, Kyh, esta será uma noite e tanto. –falei pensando em como seria difícil manter a identidade de lobo camuflada com humanos tão perto.


(Continua...)


Capítulo 15
P.O.V.
Kyara e eu nos arrumamos separadamente, o que ocasionou que usássemos roupas parecidas. Coisa que evitávamos desde os dez anos de idade.

Ambas estávamos com uma blusinha listrada preto e branco com uma estampa no meio e jeans. As únicas coisas que mudavam era o modelo da blusa, a minha sendo uma regata e a dela sendo uma pólo e os sapatos.

Em uma tentativa de diferenciar um pouco melhor, prendi o cabelo em um rabo de cavalo e coloquei brincos de argolas médias.

Saímos do quarto juntas e fomos para sala onde os garotos nos esperavam.

-Acho que não vou te deixar sair desse jeito. –falou Jake ao pé do meu ouvido.

-Me obriga. –provoquei baixinho.

Alguém limpou a garganta e me soltei de Jake imediatamente.

-Bem, como eu estava dizendo... –começou Billy me constrangendo. –Bernardo acabou de ligar, disse para vocês irem de carro.

Jacob assentiu e se despediu de Billy saindo apressado na chuva para pegar o carro.

-Tchau Billy. –falei me despedindo de meu jeito habitual dando um beijo em seu rosto.

-Tchau, , se cuide. –falou Billy me assustando um pouco, ele quase nunca falava isto para mim. –Só se cuide, por Jacob. –falou ainda sério. –Tenho a impressão de que algo ruim vai acontecer. –acrescentou quando Kyara e Naran já estavam fora de vista.

Assenti e corri da chuva para o carro que já estava parado na entrada da casa.

-Aconteceu alguma coisa? –perguntou Jake desconfiado.

Eu deveria falar para ele o que Billy havia me dito, mas eu não podia. Pelo menos não na frente de Kyara e Naran.

-Nada. –falei tentando suavizar minha expressão que só neste momento eu tinha percebido ter ficado séria. –Só estava pensando.

-No mundo da .com? –perguntou Naran fazendo graça.

Revirei os olhos.

-Ali. –disse eu mudando de assunto, apontando para Leah pela janela do carro a mostrando. –Ela é a namorada do Be, Kyh.

-Sério? –perguntou Kyara com os olhos brilhando ansiosos para conhecer a nova “prima”.

-Vamos nos encontrar no cinema de Port Angeles. –gritou Leah de seu carro para nós e para Damien, Quill, Kim, Jared e Embry que estavam no outro carro. –Lá combinamos o que fazer.

Ninguém questionou, afinal, com aquela chuva era melhor nos encontrarmos em um lugar seco. –pelos humanos que estão conosco. –pensei.

O caminho até o cinema de Port Angeles foi incrivelmente curto, o que fazia com que uma pequena sensação de medo que havia se instalado em mim na hora que Billy falou que sentia que algo ia acontecer crescesse.

-Tudo bem, ? –Jake perguntou novamente preocupado assim que saímos do carro.

Balancei a cabeça.

-Apenas uma impressão. –falei baixinho verificando a minha volta.

Jacob assentiu também verificando a nossa volta antes de ir em direção aos outros.

-Noossaaaa. Mas vocês são parecidas mesmo! –exclamou Embry de forma exagerada alternando o olhar entre mim e Kyara.

-Se não fosse o cabelo... –completou Quill também de forma exagerada. Estes dois formavam uma dupla e tanto.

-E os olhos. –falamos Kyh e eu ao mesmo tempo.

Olhamos uma para cara da outra e caímos na gargalhada.

-Isso não! –exclamei.

-Vai começar tudo de novo. –completou Kyh lendo meus pensamentos.

Todos nos olhavam para nós como se fossemos abobadas, com exceção de Naran, que já estava acostumado.

-Começar o que de novo? –perguntou Damien visivelmente curioso. –Aliás, eu já disse que vocês estão divinas?

-Obrigada. –agradecemos ao mesmo tempo, nos causando uma nova onda de risadas.

Todos nos olhavam questionadores.

-Nós temos a estranha mania de falarmos juntas. –expliquei. –Não é por querer, mas...

-Mas sempre acontece. –terminou Kyh.

Ninguém mais falou nada, fazendo-me ficar vermelha.

-Cinema e depois pizza? Pizza e depois cinema? Ou só um dos dois. –Leah nos deu sugestões. –Pode ser outra coisa também.

_x_

Estávamos na pizzaria agora. Eu comia meu terceiro pedaço de pizza. Eu observava Seth. Ele estava tão calado, era quase como se algo ruim tivesse acontecido.

-E aí, Seth? Foi bem na prova de inglês? –perguntei tentando chamar sua atenção.

-Bem. Obrigada pela ajuda. –ele respondia quase que automaticamente.

-E em história? –perguntei. –Você ainda está com dificuldade? Posso dar aulas para você.

-Não, estou bem melhor. As aulas que você me deu já ajudaram. –falou e olhou para minha irmã. Notei algo ali.

Continuamos nossa pequena confraternização como se nada tivesse sido dito. Com exceção de Naran e Kyara, todos estavam um pouco preocupados com Seth, dava para sentir no ar que ele estava triste, sabíamos que ele não era assim. Mas uma hora ou outro ele teria que dizer o que era. Não?

_x_

-Kyara? –perguntou uma voz e um cheiro mais do que familiares para mim assim que saímos da pizzaria.

-Oi pai. –falei com um sorriso aparentemente verdadeiro, mas que no fundo era falso como uma nota de três reais. Pois eu não sabia pensar dele.

-Pai? –perguntou Kyh exultante, mas também um pouco receosa por só agora perceber seu cheiro exótico.

-Não sabia que estava aqui. –meu pai se aproximou de nós sorrindo a abraçando cada uma, se demorando mais no abraço com Kyara.

-É, eu cheguei de surpresa. –Kyara falou sorrindo. –, tinha mencionado que você estava por aqui, mas não imaginei que fosse encontrá-lo.

-Eu trouxe minha noiva para um passeio e vi vocês. –ele se explicou apontando para o carro.

O clima ali era tenso. Leah e os garotos tinham os músculos retraídos, prontos para atacar. Os únicos ali que se mantinham calmos era Naran, Kyara, Jacob e eu. Mas os dois primeiros só se mantinham assim por não ter ideia do perigo.

-Jacob, não acha melhor nós irmos? –perguntou Leah se aproximando. –Amanhã cedo vocês tem aula e eu tenho que trabalhar. –disse Leah tentando ser casual. –Olá, Sr. Volturi.

-Olá, Srt.ª...
-Clearwater. –disse ela estendendo a mão em um gesto formal.

-Muito prazer. –disse meu pai sorrindo. –Bem, se você acha melhor ir agora, então podemos marcar outro dia. Ainda vamos nos ver mais vezes, não concordam? –disse a ultima parte se virando para Kyara.

Kyara apenas concordou com uma aceno e abraçou-o de novo.

-Cuide bem da minha filha, rapaz. –disse Giovanni para Naran. –E você também, Jacob. –concluiu, mas desta vez com um olhar um pouco mais severo. Era evidente que meu pai não gostava de Jacob.

-Não será necessário pedir mais uma vez. –disse Jacob me apertando ainda mais contra si.

-Tchau, meninas. –disse meu pai dando um beijo na testa de Kyara e outro na minha.

-Tchau, pai. –disse Kyh enquanto ele ia em direção a seu carro estacionado do outro lado da rua.

-Então, este é seu pai? –perguntou Embry com os punhos cerrados.
-O próprio. –falei dando um pequeno chute em sua canela. Ele não podia demonstrar nada na frente de Kyara.
-Vamos? –chamou Damien destravando seu carro.
Ninguém falou nada, apenas cada um foi para o carro com o qual veio e tomou rumo a La Push sem dizer uma palavra.
_x_
-Onde vamos colocar? –perguntou Jacob trazendo para meu quarto o colchão que havíamos pego na casa de meus avós.
-Acho que podemos juntar as camas e colocar ao lado da parede. –falei analisando o espaço. –O que acha?
-Por mim tanto faz. –falou Kyh puxando suas malas para o canto.
-Naran?
-É, pode ser. –disse entediado.
Dei de ombros em direção a Jacob e puxei uma das camas para juntar com a outra enquanto Jake trazia o outro colchão para dentro do quarto.
-Assim. –falei já colocando um lençol do colchão que estava no chão.
Deitei no colchão e puxei Jake comigo.
-Vai para a aula amanhã? –Jake perguntou. Mas eu sabia que não era da aula que ele queria saber.
-É melhor. –respondi. –A responsabilidade em relação ao colégio é maior quando se faz intercâmbio. –mas o que eu queria dizer era que era minha obrigação ir para a ronda quando eu era um dos motivos desta confusão estar acontecendo.
-Sabe que não precisa, amanhã é o seu dia. –falou rolando por cima de mim.
Ouvimos um pigarro.
-Ainda estamos aqui, sabia? –falou Kyh me deixando constrangida.
-Vai se arrumar para dormir, vai, Kyh. –falei balançando a mão em direção a porta para ela.
-E eu? –perguntou Naran.
-Ok, vocês venceram, vou dormir. –falou Jake rindo enquanto se levantava. –Boa noite. –disse me dando um beijo e por fim saindo do quarto juntamente com Kyara que ia para o banheiro.
-Você não gosta muito de Jacob, não é? –perguntei me virando para Naran que digitava alguma coisa no computador.
-Tem certeza de que ele é tudo isso que você pensa? –perguntou sem desviar os olhos da tela,
-Isso e muito mais. –respondi tranqüila. Eu sabia que com Jacob eu não precisava me preocupar.
Ele deu de ombros.
-Então por mim está tudo bem. –Naran disse isto meio travado.
-Não se preocupe. –disse eu abraçando meu cunhando o surpreendendo. –Agora eu sei que devo me cuidar melhor.
-Você que sabe, . Eu só não quero te ver daquele jeito de novo. –falou finalmente desviando os olhos da tela e revelando uma expressão preocupada.
-Pode deixar que isso não vai acontecer de novo. –falei confiante.
-Assim espero. –e esta foi a última coisa que ouvi dele aquela noite.
_x_
-Bom dia. –ouvi a voz de Jake sussurrada em meu ouvido.
-Bom dia. –falei no mesmo tom e olhando para o lado das camas onde Kyara e Naran dormiam pesadamente.
Percebendo meu olhar, Jacob me pegou no colo e me levou para seu quarto onde começamos a nos beijar. O clima esquentava cada vez mais.
-Jake, nós temos ronda. –falei fazendo de tudo para não cair na tentação de ficar ali o dia inteiro.
-Não antes disso. –disse Jake se virando em pegando uma caixinha de veludo e colocando em minha mão.
-O que é? –perguntei sem coragem de abri-la.
-Feliz aniversário. –disse ele abrindo-a por mim e revelando um lindo anel com uma pedra solitária lápis-lazúli. –Era da minha mãe. –explicou quando percebeu meu olhar questionador. –Meu pai deu a ela no dia em que a pediu em casamento. , o que eu quero dizer é, casa comigo? –perguntou olhando profundamente em meus olhos.
Sem minha permissão, lágrimas começaram a escorre de meus olhos.
-Si...sim. –respondi com a voz tremula.
Delicadamente, Jacob pegou minha mão direita e colocou o anel com carinho. O tamanho do anel era perfeito para mim.
-Espera um pouco. –falou saindo do quarto e voltando rapidamente com uma enorme bandeja na mão.
-Jake! –exclamei surpresa.
-Não fala nada, só aproveita. –disse ele se sentando na cama.
Depois disto fomos para a ronda onde fui recebida com um parabéns pelos garotos.
No escola também não foi muito diferente, ganhei presentes até dos professores!
A única coisa que aconteceu de ruim no colégio foi Ariel, mas isso sempre era a mesma coisa.
A tarde se passou rapidamente, pois aquele dia fiquei proibida de ir ao ballet só para ficar em casa com Kyara e descansando para a festa na fogueira a noite.
Então, entediada de ficar sem fazer nada, fui a casa da minha tia levar Kyara e passar um tempo com ela. Mas depois de um tempo, com a ajuda de Bernardo, consegui escapar para a casa dos Cullen onde passei a tarde jogando vídeo-game com Emmett e ouvindo sermões de Alice por não estar me preparando para a festa.
-Não acredito que está trabalhando hoje. –falou Jake assim que chegou em casa e me viu lavando a louça do café da tarde que fiz para nós.
-Naran até quis lavar, mas eu não deixei. –falei me virando e me surpreendendo com o buquê de tulipas vermelhas que Jake segurava.
-São lindas. –falei enquanto ele entregava para mim. –Assim vou ficar mal acostumada.
-Pois esta é a ideia. –falou ele me beijando e me colocando em cima da pia.
-É melhor nós... –começou Billy entrando na cozinha mas se interrompendo ao se deparar com a cena. Corei.
-É melhor nós irmos agora. –falou tentando segurar a risada por meu constrangimento.
A reunião na fogueira foi incrível como sempre. Kyara e Naran ouviam cada lenda atentamente e se impressionavam com tudo, apesar de Kyara já ter ouvido todas as lendas antes.
Por falar em Kyara, ela havia adorado o piano.
-O que aconteceu, Seth? –perguntei sentando a seu lado a certa altura dos comes e bebes. –Está tão quieto desde ontem.
-Preciso mesmo falar sobre isso com você, . –falou se levantando. –Tem um minuto?
-Claro. –respondi o encarando confusa. –Pode falar.
-A sós. –disse se encaminhando para longe da fogueira.
Meu olhar encontrou e de Jacob e ele assentiu, dava para perceber que também andava preocupado com Seth desde ontem a noite.
Segui Seth para longe dali.
-Sabe, . –falou depois de algum tempo de caminhada. –Eu senti uma estranha por você desde a primeira vez em que te vi. –falou me assustando.
-Como?
Ele olhou de rabo de olho e começou a rir de minha reação.
-Não precisa se preocupar, isso passou ontem e agora entendo o porquê. –falou se sentando em um tronco caído enquanto eu o incentivava a continuar. –Não sei se você percebeu, ou se eu consegui disfarçar bem, mas eu sofri o imprinting com Kyara. –falou me surpreendendo. Pelo que vi, ninguém havia percebido.
-Estou...boba. –falei. –Então é por isso. É por isso que tem estado triste. Você... –não completei a frase, iria machucá-lo demais.
-Não posso tê-la? É isso que queria dizer? –perguntou desviando o olhar para o céu nublado.
-Desculpe não poder ajudá-lo. –falei sentando-me no tronco ao seu lado e passando a mão em seus cabelos como eu costumava fazer com Thaylyne quando ela estava triste, pois era assim que eu via Seth, um irmão mais novo.
-Se eu posso estar ao lado dela, seja como amigo, namorado, ou qualquer outra coisa, para mim está mais do que ótimo. –falou tentando acreditar na própria mentira.
-Seth, sinceramente? Eu adoro o Naran, mas ele nunca foi um bom namorado para minha irmã, apesar de ser um bom amigo. –falei chamando sua atenção. –Então no que depender de mim, você vai ter toda a ajuda para se aproximar dela.
-Você é uma ótima amiga, . –ele repetiu a frase que eu havia dito a ele ontem.
-Também só uma questão de até ela se transformar e... Bem, você já sabe. –falei cabisbaixa. Não queria que minha irmã se transformasse nestes tempos de guerra.
-Eu sei. –Seth falou baixinho provavelmente pensando o mesmo que eu.
-Me sinto culpada com relação a isso, sabe? –falei querendo desabafar. Há tempos isto me sufocava. –Não que eu tenha escolhido isto, mas é por minha causa que eles vem.
-Os Volturi são inescrupulosos, . Eles só querem o poder e não medem forças para conseguir isto. –disse Seth me abraçando. –Mas agora vamos voltar para a festa, que ainda é seu aniversário e você não deve ficar se preocupando com essas coisas.
_x_
O resto do mês se passou rapidamente e dezembro chegou trazendo um inverno com direito a neve e tudo. Kyara e Naran já haviam voltado para o Brasil para realizar as provas finais antes virem morar para cá juntamente com meus avós que viam daqui a alguns dias.
Era uma noite de sábado e eu estava em casa deitada em minha cama tentando dormir, mas o sono nunca chegava.
Eu sentia falta de Jacob.
Com a correria de escola, ronda (que havia aumentando, e muito), ballet, cozinha e os pequenos embates que tínhamos com alguns poucos vampiros que se arriscavam, quase não tivemos tempo para ficar juntos.
Fazia quase duas semanas que nós não fazíamos amor.
Eu estava inquieta, era quase meia noite e meu corpo e mente pediam por Jake.
Involuntariamente olhei para mão direita e deixei meus olhos pousarem no anel de noivado que eu nunca tirava.
Eu ouvia seu coração acelerado, ele ainda também não tinha dormido e foi neste momento que eu tomei uma decisão.
Jacob P.O.V.

O rádio relógio ao lado da minha cama marcava quase meia noite e eu ainda não havia conseguido dormir. Eu sentia falta de , da sua voz, do seu cheiro, do seu corpo... Eu sabia que ela também não havia dormido ainda, eu podia ouvir seu coração um pouco acelerado e seus passos de seu quarto para o corredor e do corredor para...meu quarto. Vi a porta ser aberta lentamente.
Meia noite no meu quarto
Ela vai subir
Ouço passos na escada
Vejo a porta abrir.

entrou em meu quarto me tentando a tirar aquele hobby de seda branca. Ela vinha lentamente em minha direção.
chegou a mim e me beijou enquanto eu estava sem reação. Mas quando sua língua pediu passagem, a parte de mim que estava adormecida despertou e a puxou junto a mim fazendo-a deitar.
O abajur cor de carne
O meu sono azul
Cortinhas de seda
O seu corpo nu.

me beijava fogosa, com desejo, provocante. Abri seu hobby revelando seu belo corpo sem nada mais.
Menina Veneno
O mundo é pequeno demais para nós dois
Em toda cama que eu durmo só dá você
Só dá você, só você...
Seus olhos verdes no espelho
Brilham para mim
Seu corpo inteiro é um prazer
Do principio ao fim

Girei para que ficasse em baixo de mim. Seus olhos brilhavam, revezando-se entre o verde, o castanho e às vezes os dois ao mesmo tempo. Minhas mãos passeavam livres pelo seu corpo enquanto as dela se ocupavam em me arranhar, mas eu não me importava.
Sozinho no meu quarto
Eu acordo sem você
Fico falando com as paredes até anoitecer.
Eu temia que aquilo não passasse apenas um sonho criado por minha mente que tinha falta de . Me livrei de minhas roupas.
Menina veneno
Você tem um jeito sereno de ser
E toda noite no meu quarto vem me entorpecer,
Me entorpecer, me entorpecer...

me entorpecia com sua voz chamando meu nome enquanto eu beijava-lhe o corpo. Suas unhas me arranhavam cada vez mais, mas isto até ela virar o jogo e começar a me estimular.
Menina Veneno
O mundo é pequeno demais pra nós dois
Em toda cama que eu durmo só dá você
Só dá você, só dá você...

Essa mulher me enlouquecia. Não conseguia imaginar como consegui viver tanto tempo sem ela em minha vida.
Menina Veneno... (menina veneno)
Menina Veneno...
Menina Veneno
Menina Veneno... (menina veneno)
Menina Veneno...
Menina Veneno.

era, meu remédio para todos os meus problemas, minha cura, minha droga, meu veneno...
Menina Veneno
Você tem um jeito sereno de ser
E toda noite no meu quarto vem me entorpecer
Entorpecer, entorpecer...

Já não agüentando mais, a penetrei lentamente.
Este já era um de nossos joguinhos, começávamos de vagar, um provocando o outro, até criamos um ritmo próprio. Mas apesar da sensualidade, havia uma veneração, uma inconfundível reverencia em cada um de nossos toques.
Menina Veneno
O mundo é pequeno demais pra nós dois
E em toda cama que eu durmo só dá você,
Só dá você, só dá você...

Aumentamos o ritmo aos pouco, nos deliciando um com o outro. chama meu nome incansavelmente enquanto arranhava minhas costas, ela parava apenas quando eu a beijava.
Menina Veneno... (menina veneno)
Menina Veneno...
Menina Veneno
Menina Veneno... (menina veneno)
Menina Veneno...

Chegamos ao ápice cansados, porém satisfeitos. logo adormeceu em meus braços e eu comecei a observá-la. era minha, inegavelmente minha. E esta noite eu sentia que isto havia se provado mais ainda.


(Continua...)


N/a: Ufa! Capítulo pequeno mais sofrido. Eu juro que até agora este foi o capítulo mais difícil, chato, sem graça e pequeno de todo o mundo. Minha imaginação estava a zero. A única parte que eu acho que fiz direito foi a do final, que eu já tinha pensado em escrever desde que comecei a escrever intercâmbio. 66’
Mas e aí, o que acharam? Eu não gostei, mas e vocês? Agora no capítulo 16 vai ter o natal e algumas coisitas vão acontecer, então espero que seja mais legal. Kkkk’
Beijos e até o próximo capítulo.

Capítulo 16
P.O.V
Era dia 23 de dezembro, sexta-feira. Estávamos na cozinha preparando o almoço quando Carlisle ligou.
Dava para perceber que Carlisle falava rápido pela freqüência do zumbido que vinha do telefone. Ignorei e continuei fazendo o almoço.
-Tudo bem, estarei aí. –falou Jacob para o telefone franzindo o cenho e desligando logo após.
-O que era? –perguntei preocupada. Só agora eu havia me tocado que se Carlisle ligou era porque era algo realmente importante.
-Nada. –disse Jacob ainda com um olhar estranho. –Carlisle quer mudar algumas rotas de ronda. Eles vão receber visitas e não querem que eles sejam atacados por nós. Só por precaução. –falou de um modo que fiquei desconfiada, Jacob devia estar escondendo algo.
-Tudo bem, eu vou junto. –falei desligando o fogão e saindo da cozinha em direção ao quarto com o intuito de colocar alguma roupa mais prática para me transformar.
-Não, não precisa. –falou Jake me segurando pelo braço. –É apenas a noite. Agora só se concentra em seus avós.
Sem minha permissão minha mente viajou para a imagem de meus avós se despedindo de mim no portão de embarque do aeroporto no dia em que vim para cá. Sorri voltando às panelas.
-Eu mal posso acreditar que eles estão chegando.
-Nem eu, . –disse Billy entrando na cozinha e se acomodando a mesa para conversar conosco e almoçar logo em seguida. –Vai ser bom rever velhos amigos, matar a saudade.
-E depois de hoje você nunca mais ficará com saudade deles, Billy. –falei sorrindo mais ainda ao me lembrar que depois do natal meus avós só voltariam para o Brasil mais uma única vez para deixarem seu negócios na mão de meu tio que ficaria lá e assinar o alvará de transferência da filial de sua loja para cá.
-Isso é ótimo! –disse Billy provavelmente lembrando o mesmo que eu. –Charlie e eu teremos uma companhia a mais para pescar. Joseph sempre pegava o maior peixe.
Jacob e eu rimos abertamente. Billy sem pescaria não era Billy.
Desliguei as panelas e comecei a servi-los. Normalmente eu não faria isso, mas hoje eu estava mais do que feliz apenas com o fato de saber que logo, logo meus avós e minha irmã estariam a meu lado.
_x_
Eu quase pulava no mesmo lugar olhando para o portão de desembarque esperando minha família. A única coisa que me mantinha presa ao chão era a mão de Jacob em minha cintura. Era engraçado as vezes que ele tentava me beijar. Ele não conseguia faze-lo porque eu não consegui desgrudar minha atenção do portão de desembarque.
No momento em que meus avós passaram pelo portão eu corri desembestada em sua direção, nem Jacob conseguiu me segurar.
Abracei-os cheia de saudades. Eu finalmente estava completa, minha família estava aqui.
Foi impossível segurar as lagrimas, afinal, fazia seis meses que não nos víamos.
-Como você está linda minha filha. –disse minha avó me avaliando. Ela estava linda e elegante como sempre. Dono Dália poderia estar em meio a uma tempestade e ainda assim estaria linda.
-Deixe-me ver. –disse meu avô dando um passo para trás. –Está mais do que linda.
-Vocês também estão. –falei finalmente olhando para os lados. –Onde está Kyara? –perguntei confusa.
-Ela já está vindo, filha. –disse minha avó sem largar minhas mãos. –Ela foi ao banheiro. Naran está a esperando.
Balancei a cabeça positivamente ansiosa para contar a eles que havia me transformado.
-Vó, vô, eu me transformei! –disse eu pegando uma mão de cada um. –Digo, em loba. Eu agora protejo a tribo!
-Eu percebi. –disse vovô pegando em meus braços. –Está pelando de tão quente! –exclamou arrancando uma risada de mim.
-Desde quando? –perguntou minha avó atenciosa. Só ela mesmo para se ater a estes detalhes.
-Desde quando ela chegou aqui. –disse Jacob finalmente vindo até nós. –Jacob Black, filho do Billy. –falou apresentando-se e apertando a mão de meus avós separadamente.
-Como você está grande, Jacob! –disse minha avó surpresa. –Lembro-me da última vez que vim aqui. Você ainda era um bebezinho.
Rimos. Tentei imaginar Jacob como um bebê. Ele sempre dava um jeito de esconder suas fotos antigas para que eu não achasse.
Meu avô ficou olhando um tempo olhando o modo como a minha mão e a de Jacob estava entrelaçadas.
-Imprintig? –ele perguntou surpreso. –Eu pensei que era apenas um mito no meio de lendas verdadeiras. –disse ele de um modo incrédulo e ainda avaliando com agíamos juntos.
-Pelo que parece é mais comum do que se imaginava. –respondeu Jake.
-A Kyh está demorando. –comentei mudando de assunto. Eu mal havia prestado atenção as últimas palavras de meu vô.
-Serve aquela ali? –perguntou minha vó olhando para o portão de desembarque a um grupo de adolescentes onde minha irmã estava no meio.
Por um momento fitei os adolescentes ali. Eram todos mais do que familiares, eram todos meus amigos.
Soltei um grito de alegria a novamente corri em direção a eles, só que desta vez puxando Jake junto comigo.
-Kyh! Naran! Carol! Thiago! Mayara! Paixão! Aanna! Yasmim! ! Anderson! Amanda! Alessandra! Júlio! Danilo! Tadash! –eu exclamava o nome de cada um enquanto abraçava-os. –Não acredito que vocês todos vieram! Este é Jacob, meu namorado. –apresentei. Jake apenas sinalizou um olá em direção a eles e encarou três pessoas ali que eu não havia visto até agora.
-Não vai nos cumprimentar? –perguntou Gustavo abraçado a Flávia e Thaíssa ao mesmo tempo. –Vejo que já me superou.
-O que eles estão fazendo aqui? –perguntei baixinho para Kyara enquanto Jacob agarrava possessivamente minha cintura. Ele já havia deduzido quem eram.
-Naran abriu a boca de que vôo iríamos pegar e Gustavo comprou passagens para eles logo em seguida. Eu não pude impedir. –respondeu Kyara no mesmo tom. –Eu queria avisá-la, mas só os vi quando o avião já estava quase decolando e depois não pude ligar o celular.
Assenti para ela e coloquei um sorriso na cara para meus amigos.
-Gente, só uma perguntinha, onde vocês vão ficar? –perguntei indiscreta, mas era algo que eu precisava saber.
-No hotel de Forks. –respondeu a Carol rindo. –Onde mais seria?
-Não sei... –respondi em tom de brincadeira. –Tem camping na reserva, Jake? –perguntei para logo em seguida perceber a burrada que eu havia dito. As mortes haviam acontecido na floresta, nas trilhas, onde geralmente costumavam ficar os campings.
-Não que eu saiba. –respondeu ele tentando disfarçar, mas conseguindo esconder muito pouco.
-Então só sobra o hotel, ou se quiserem ficar de favor na casa dos outros... –brinquei.
Alguns riram.
Voltei a abraçar todos.
-Nos vemos mais tarde? –perguntei ansiosa.
-Com certeza, madame. –falou Júlio, primo do Naran fazendo uma reverencia em minha direção.
Todos riram.
-Ok, então até de noite. –falei me virando e pegando o carrinho que minha avó carregava enquanto Jake pegava o outro.
-Tchau, ! –ouvi alguns dizerem enquanto eu caminhava de volta para casa com a minha família.
_x_

-Estão entregues. –Jake brincou com minha família enquanto colocávamos as últimas malas no chão da casa de meus avós.
-Obrigada mais uma vez, Jacob, a casa ficou perfeita. –agradeceu meu vô analisando a sala pela milésima vez e se demorando na TV ali disposta.
Segurei o riso enquanto Jake respondia.
-Não agradeça só a mim, Jason, agradeça a Bernardo e aos outros garotos também, eles ajudaram bastante.
-Por falar no Bernardo, como ele está? –perguntou minha vó. Eu sabia como ela sentia saudade dele, tendo ela me confessado isto várias vezes desde sua partida para cá.
-Mudado. –respondi sentando-me ao lado dela no sofá e apoiando a cabeça em seu ombro. –Muito mudado, vó.
-Mudado como? –perguntou meu vô. –Para pior ou melhor?
Todos riram. Até Kyara e Naran que já estavam em seus quartos e ouviram a pergunta.
-Para melhor. –respondi ainda rindo. –Muito mais responsável e com a cabeça no lugar que antes. Querem que eu o chame?
-Que pergunta filha! –respondeu meu vô. –É claro que você deve chamá-lo. Chame Billy também.
-Ok, já volto. –disse eu pegando Jacob pela mão e o arrastando até a porta.
-Mas vocês não querem descansar antes de receberem visitas? –perguntou Jake preocupado com o visível cansaço deles. Meus avós poderiam até serem duros na queda, mas já estavam velhos.
-Rever as pessoas sempre é revigorante. –disse meu vô sabiamente encerrando o assunto.
Passei pela porta arrastando Jake pela mão antes que ele falasse mais alguma coisa.
Não que eu não tivesse gostado que ele tivesse se dado bem com meus avós, mas seria bom que ele não esquecesse que eu estava ali enquanto conversava com eles.
-Corrida? –perguntei assim que atravessamos a porta e disparando sem esperar uma resposta.
Estava chovendo, como sempre, por isso aproveitei que ninguém estava na rua para me ver e corri o mais rápido que eu conseguia em minha forma humana. Mas sendo pega por Jake no meio do caminho.
-Pega novamente pelo lobo mau, chapeuzinho. –brincou enquanto me colocava em suas costas.
Ri livre como uma criança.
-Primeiro o Billy? –perguntei voltando ao foco.
-Melhor falar para Bernardo primeiro, porque ele pode ir mais rápido. –disse Jake tomando o caminho da casa de meu primo.
-É melhor mesmo, assim podemos tomar um banho. –disse eu mordendo seu ombro de leve. –Mas só um banho mesmo. –completei.
-Disse isso só por que eu estava pensando em fazer algo mais neste banho? –perguntou Jake fazendo uma cara falsamente emburrada.
Ri abertamente e incrivelmente alto. Não me importei que pudessem nos ouvir. Jacob me acompanhou.
-Posso saber o motivo de tanta felicidade? –perguntou com meu sorriso favorito.
-Agora minha vida está completa. –respondi fitando seus olhos na medida do possível. –Todos que eu amo estão por perto. Meus avós, minha irmã, meus amigos, você... –falei soltando-me de suas costas em parando em sua frente assim que ele parou em frente a casa de Bernardo.
-Eu? –perguntou com um sorriso totalmente convencido.
-Você. –sussurrei ao vento antes de beijá-lo intensamente.
-Estou interrompendo alguma coisa, crianças? –perguntou minha tia abrindo a porta de sua casa.
Ela deveria estar olhando pela janela.
-Tia! –exclamei corando. Fui até a porta. –Só viemos para avisá-los que a vó e o vô acabaram de chegar. Eles querem ver vocês, especialmente o Be. –falei como se tivesse essa fala decorada em minha mente.
-Ai meu Deus! A mãe e o pai já estão aqui em La Push? –perguntou minha tia felicíssima.
-Acabamos de chegar do aeroporto com eles. –respondeu Jake enlaçando minha cintura e apoiando seu queixo em meu ombro.
-Eu tenho que avisar Bernardo! –exclamou minha tia olhando furtivamente para dentro da casa. –Mas ele está na casa de Leah e...
Olhei para Jake enquanto minha tia desatava a falar fiz uma pergunta silenciosa para ele: “Nós os chamamos?”
-Nós vamos chamá-los. –falei para minha tia que parecia que ia ter um ataque.
-Obrigada, . –falou com um olhar que transmitia muito mais do que gratidão. –Nos vemos mais tarde?
-Pode ter certeza que sim, tia. –falei já saindo em direção a casa dos Clearwater. –Assim já temos uma desculpa para o Seth ver Kyara. –falei esta última parte apenas para Jacob.
Desde que Seth me contou sobre seu imprinting bem escondido com Kyara, eu só havia contado para Jacob que me pôs contra a parede um dia que eu saí com Seth apenas tramando para ele ficar perto de minha irmã. Depois disto eu não havia contado nada a ninguém e fazia de tudo para esconder, assim como Jacob e principalmente Seth.
Corremos mais uma vez até chegarmos a casa dos Clearwater. Paramos apenas quando chegamos a porta, ficamos um bom tempo batendo insistentemente na mesma.
-O que foi agora? –perguntou Leah azeda.
Eu tinha a leve impressão que havíamos atrapalhado algo. Mas era só uma impressão.
-Lee, o Be está com você? –usei seu apelido para amansá-la. (N/a: Eu acho esse apelido da Leah tão fofo.)
-Sim, por quê? –perguntou desconfiava. Ela sabia que eu estava querendo algo, pois só uso seu apelido para pedir um favor.
-Nossos avós chegaram! –anunciei feliz enquanto Jacob ria da minha cara. –E eles querem ver o netinho querido deles. –disse eu enquanto Bernardo aparecia na porta. Apertei sua bochecha mais forte do que devia deixando uma marca ali.
-Que bicho mordeu essa menina? –perguntou Leah para Jacob se esquecendo que havíamos atrapalhado ela e o Be enquanto ria de mim.
-Felicidade anormal. –respondeu ele me apertando contra si e me dando um rápido beijo.
-Bem, a vó e o vô estão esperando. –falei voltando ao foco principal. –Também já avisei a tia Alexia.
-Minha mãe já foi? –perguntou Be mudando sua postura sabendo que a mãe não gostaria que ele atrasasse.
-Ainda não. Mas provavelmente ela vá daqui a pouco. –disse eu já arrastando Jake que me seguia sem pestanejar. –Nos vemos lá. –falei esta última parte pulando nas costas de Jake e rindo como uma criança quando ele começou a correr.
-Upa! Upa, pangaré! –brinquei rindo mais ainda quando vi sua cara de desgosto. –Você parece um cavalinho deste jeito.
-Oh, fui promovido de cachorro a cavalo?
Respondi com mais risadas ainda e eu nem sabia de onde eu tirava tanta graça das coisas.
-Billy! –exclamei descendo das costas de Jacob assim que cheguei em casa. Fui em sua direção fingindo querer abraça-lo só para ver ele dando a “ré” na cadeira de rodas para fugir de mim e ri mais ainda quando ele o fez.
-Jacob, o que você fez com aquela menina quietinha e comportada que saiu daqui junto com você? –perguntou Billy rindo de mim assim como todos.
Nossa, será que eu estava com cara de palhaço para rirem de mim desse jeito?
-Dália e Jason acabaram de chegar. –respondeu Jacob da lavanderia.
Ele jogou uma toalha para mim.
-Eles estão te esperando, Billy. –falei sorrindo para ele. –Se quiser nós podemos te levar daqui a pouco.
-Claro, claro. –respondeu Billy do mesmo jeito que Jake fazia. –Não vejo a hora de revê-los.
-Ótimo, daqui a pouco vamos lá. –falei indo para a lavanderia pegar outra toalha para tomar banho.
Corri até o banheiro para Jacob não chegar antes e tomar meu lugar. Mas como a tranca da porta estava quebrada, não pude impedir que Jacob entrasse enquanto eu estava lá dentro.
-Quer ajuda? –perguntou ele assim que fechou a porta.
Eu revirei os olhos sabendo que aquilo não iria prestar, mas cedendo mesmo assim.
-Pode esfregar as minhas costas? –pedi abrindo uma fresta no box com uma mão e segurando a esponja cheia de espuma na outra.
Demorou algum tempo até Jacob tomar a esponja de minha mão.
Não me surpreendi nem um pouco quando vi que ele entrou no box junto comigo. Então eu apenas virei de costas e afastei meu cabelo para o lado enquanto ele esfregava delicadamente as minhas costas.
-Está bom assim. –ele sussurrou em meu ouvido substituindo a esponja por seus dedos fazendo-me uma massagem. Lentamente, senti os músculos relaxarem debaixo da água quente.
Encostei-me em seu peito fazendo com que Jake parasse a massagem. Procurei seus lábios trocando um beijo delicado, gentil e carinhoso.
Terminamos o banho rapidamente entre muita espuma e leves brincadeiras, mas sem fazer nada além, pois tínhamos pressa.
-Trouxe o carro? –perguntei para Jacob enquanto ele abria a porta de meu quarto.
-Antes de você entrar no banho. –respondeu sentando-se em minha cama. Me sentei ao seu lado assim que terminei de pentear o cabelo.
-Obrigada. –agradeci sem bem saber o por que no primeiro momento. –Obrigada por me receber em sua casa quando comecei o intercâmbio. Obrigada por me proporcionar o que eu buscava. Obrigada por me aceitar como sou. –aos poucos as palavras se formavam em minha mente e eu logo tratava de reproduzi-las. –Obrigada por...
Fui interrompida pelo dedo de Jake em meus lábios que logo foi substituído pelos seus lábios.
-Obrigada por me amar. –completei a frase interminada.
-Eu é que agradeço. –disse colando sua testa a minha. –Você é quem eu sempre procurei, minha garota do intercâmbio.
Ri baixinho.
-É melhor irmos. –falei me levantando e cortando totalmente nosso momento. –Vamos? –perguntei a Billy assim que chegamos a sala.
-Só se for agora. –respondeu Billy animado. –Convidei Charlie, algum problema? –perguntou enquanto eu abria a porta.
-Meu vô vai gostar. –respondi sorrindo.
A viagem de carro até a casa de meus avós foi incrivelmente curta. Bem, só fomos de carro pela chuva, mas mesmo indo a pé o caminho seria curto, pois tudo em La Push/Forks é incrivelmente perto.
-Oi de novo para todos! –exclamei entrando na casa.
Fui cumprimentada com risos. Revirei os olhos.
-Vó, vô, olha quem está aqui. –disse eu enquanto Jake ajudava Billy passar pela porta com a cadeira.
-Billy Black. –disse minha avó séria assim que passou a cozinha para a sala, onde todos estavam.
-Dália . –disse Billy no mesmo tom abrindo os braços.
Minha avó balançou a cabeça e foi abraçá-lo.
-Billy, ainda está inteiro, pelo que vejo. –brincou meu avô aparecendo na sala.
-Os anos me fizeram bem, meu amigo. –respondeu Billy rindo. –Você também está inteiro.
Não parei para ouvir mais nada, apenas deixei-os conversando e fui para o sofá me sentando entre Jake e Seth.
-Atrapalho? –perguntei na maior cara de pau enquanto eu sabia que estava atrapalhando. –E aí, Seth? Como está indo com Kyara? –perguntei baixinho mudando de assunto.
-Nada. –ele respondeu visivelmente decepcionado.
-Já tentou falar com ela sobre algo que ela goste? –perguntou Jake querendo ajudar. –Geralmente funciona.
-Já tentei. Mas o namorado dela sempre atrapalha. –disse Seth encostando a cabeça na parede.
-Mas o Naran nem está aqui. –falei olhando em volta. –As únicas pessoas que estou vendo são: o meu avô, o Billy, minha avó na cozinha junto com Leah, Bernardo e a tia Alexia. E vocês, é claro.
-Ele saiu pouco antes de vocês chegarem. –disse Seth com a feição ainda abatida. –Depois disso ela se trancou no quarto e não saiu mais de lá. Nem a dona Dália conseguiu tirá-la de lá.
Sem dizer uma palavra me levantei e fui para o quarto de minha irmã. A encontrei tocando piano. Seus dedos tremiam e as notas saiam incrivelmente erradas. Era visível que ela estava nervosa.
-Kyh, o que foi? –perguntei sentando-me ao seu lado e passando a mão em seus cabelos.
-Naran e eu brigamos de novo. –respondeu deixando uma lágrima escapar de seus olhos.
Puxei-a para mim e encostei sua cabeça em meu ombro.
-Conte-me o que aconteceu. –pedi enquanto a puxava para sua cama.
-Acontece que somos gêmeas até em situações amorosas. Com a diferença de que agora você achou alguém que te respeite.
-Como assim? –perguntei não sabendo onde ela queria chegar.
-Lembra que você e Gustavo estavam brigando um monte antes dele... Você sabe! –disse ela trazendo-me a lembrança daquela fatídico dia em que fui traída. Assenti para que ela prosseguisse. –Então, Naran e eu estamos brigando na mesma proporção com a diferença que...
-Com a diferença que...?
-Com a diferença que eu me entreguei a ele e ele me traiu pouco tempo depois e eu perdoei! –Kyara falou tudo rapidamente fazendo-me ficar estática.
Apesar de tudo, eu rezava para que pelo bem de Naran, Seth não estivesse ouvindo nossa conversa.
-Me diga que não fez isso em um impulso, digo, ter se entregado a ele. –disse eu massageando as têmporas esperando por uma resposta, apesar de intimamente já saber.
-Foi em um impulso. –respondeu ela deitando-se no meu colo e apertando minhas pernas com força.
Assenti para mim mesma. Fui para o piano e comecei a tocar uma das músicas que Kyara havia me ensinado.
Logo Kyara se juntou a mim tornando a música uma sonata a quatro mãos.
-Melhor? –perguntei olhando-a. Só comecei a tocar esta música, porque eu sabia que a acalmava e a mim também.
-Um pouco. –respondeu ela começando a tocar outra música enquanto aumentava o volume do piano.
Saí do quarto em direção a sala.
-Seth, vai lá e pede para tocar junto com ela. –falei para ele enquanto sentava no braço do sofá.
-Não sei se... –começou, mas foi interrompido por Jacob.
-Vai lá agora. –ordenou fingindo usar o tom de alfa. Ri baixinho. –Você consegue.
-É, eu consigo. Eu consigo. –repetiu inúmeras vezes antes de ir em direção ao quarto.
-Acha que ele realmente consegue? –perguntou Jake.
-Do jeito que Kyara está? Qualquer um conseguiria. Pode ter certeza de que Seth terá uma boa chance.
-Querem chá ou café? –perguntou minha avó aparecendo na sala.
-Quero chá. –respondi já me encaminhando para a cozinha sendo guiada pelo delicioso cheiro de bolo e pão caseiro.
-Pode trazer aqui? –perguntou meu avô enquanto ia abrir a porta. –Charlie! Não sabia que vinha.
-Jason, quanto tempo meu amigo! Billy me convidou. –disse o chefe Swan entrando e sentando-se no lugar que eu ocupava logo após cumprimentar Billy.
-, pode levar para mim, filha? –perguntou minha avó entregando-me uma bandeja com três canecas (gigantes diga-se de passagem) de café e três pratos com biscoitos, pães e bolo.
-Deixa que eu levo. –disse Jake tomando a bandeja de minha mão.
-Mas eu quero servir meu vô! –disse eu como uma criança birrenta.
E era bem assim como eu estava me sentindo hoje. Uma criança. Apesar de não ter toda a atenção dela, eu via os mimos que ela fez para mim, como o pão caseiro e o chá que eu tanto gosto.
-Então você vem comigo e fica com seu vô um pouco, enquanto eu converso com Charlie. –disse Jake pacientemente. Algo admirável perante meu comportamento.
Ele me devolveu a bandeja
-Olá Jacob. –disse Charlie se levantando e o cumprimentando enquanto eu coloca a bandeja na mesinha de centro. –E você deve ser a , a tão falada namorada de Jacob. –disse Charlie estendendo a mão para mim. E eu peguei por minha vez.
-Tão falada? –o olhei confusa.
-Culpado. –falou Billy. –Charlie vivia me perguntando da garota do intercâmbio e eu acabei por falar de mais.
-E mais uma vez ele coloca a culpa em mim. –disse Charlie rindo.
-Os anos se passaram e vocês continuam como duas crianças na frente da mãe se acusando por um vaso quebrado. –disse meu avô também rindo.
-E você continua um velho ranzinza. –disse Billy por sua vez.
Balancei a cabeça e saí dali. Eu deveria ter imaginado que com os amigos ali meu avô iria querer matar a saudade deles primeiro, sabia que depois ele teria muito mais tempo para mim. Voltei para a cozinha sendo seguida por Jake.
-Eles são sempre assim? –perguntei enquanto me sentava.
-Estão piorando com a idade. –respondeu enquanto enchia a mão de biscoitos.
-Quem? –perguntou Leah curiosa.
-Billy e Charlie. –respondi e dei uma mordida na minha torrada com geléia de damasco.
-É bem capaz que agora que Jason está aqui eles piorem muito mais. –disse Be dando uma gargalhada tão escandalosa que não me assustaria se alguém ouvisse lá de fora.
O som do piano em conjunto com o de um foi preenchendo o lugar enquanto tomávamos nosso café da tarde. Não pude evitar de me sentir mais leve. Era o que acontecia sempre que eu ouvia minha irmã tocar.
-Espera aí, se Seth não está aqui, aquele namorado da sua irmã saiu então só pode... –Leah começou, mas não conseguiu terminar a frase. Ela estava boquiaberta.
-Então só pode ser Seth tocando. –Be completou a frase. –Qual o problema?
-Nada é só que... Faz tempo que ele não toca. –respondeu ela com um sorriso radiante que geralmente ela só guardava para Bernardo.
Não que eu fosse enxerida, mas às vezes era impossível não olhar para eles e se impressionar como tantas diferenças poderiam ser tão complementares como era no caso deles.
Minha avó apareceu em nosso campo de visão um pouco assustada.
-É a Kyara que está tocando? –perguntou um pouco pálida.
-Dona Dália, tudo bem? –perguntou Jake ajudando-a a se sentar.
-Sim, é só que... Bem, Kyara não toca esta música desde que você veio para cá. –disse minha avó assustada. –Foi quando as coisas começaram a ficar ruins para ela, Kyara teve um semestre difícil longe de você. O que mais me assusta é que ela toque essa música agora. Ela disse que só tocaria esta música quando estivesse plenamente feliz e não é como ela me parecia há poucos minutos.
Apesar da culpa por ter deixado minha irmã e só agora saber que ela passou por momentos difíceis, não pude deixar de me sentir feliz. O imprinting de Seth com ela estava funcionando; ele a estava ajudando a se curar da sua dor; e isso sem interferir no namoro dela.
Troquei um olhar cúmplice com Jacob. Ele sabia exatamente o que eu estava pensando.
-Vou dar uma olhadinha. –falei já me levantando e sendo seguida por Leah. Cada uma querendo ver seu irmão em um estado de paz.
Kyara tocava a música totalmente entregue. Ela havia aumentado o volume do piano e colocado mais força em suas mãos, o que fazia com que o som saísse mais alto ainda. Seth apenas dedilhava as notas no violão acompanhando-a, o que tornava a melodia mais bonita ainda, apesar da composição ser supostamente triste.
Esta era a minha música favorita, Moonlight Sonata de Beethoven, e era por este mesmo motivo que Kyara não a havia tocado desde a minha partida, pelo menos era assim que eu imaginava.
Quando a música chegou a seus acordes finais não pude deixar de me sentir plena e feliz, pois nunca havia visto minha irmã tão entregue a música como ela estava agora.
Entrei no quarto aplaudindo os dois sendo seguida novamente por Leah, Bernardo, minha avó e Jacob, meus olhos se demorando nos dele, lendo o que eles queriam dizer.
E quando o fiz não pude deixar de me sentir preocupada.
Nós precisávamos partir.
_x_

Chegamos a mansão dos Cullen correndo como loucos.
Jacob mal estacionou o carro e já estava saindo apressado em direção a entrada da casa enquanto eu apenas o seguia.
-Carlisle, o que houve? –perguntou ele assim que o vampiro abriu a porta.
-Eles tomaram a decisão. –disse Alice do sofá ainda com o olhar perdido. –Eles vêm daqui a duas semanas.
Senti o sangue deixar meu rosto enquanto eu via as coisas escurecerem junto com minha consciência que me deixava aos poucos.
Jacob foi rápido e me pegou antes que eu caísse. Aos poucos minha visão foi voltando e tudo o que sobrou foi um zumbido em minha cabeça.
-Quem vem? –consegui perguntar por cima do zumbido que estava em minha cabeça.
-A maior parte da guarda, Aro, Marcus, Caius, as esposas e uma criança. Eu não entendo... –Alice falava tudo em piloto automático, assim como eu me sentia.
-Como era a criança? –perguntou Carlisle pegando papel e lápis e colocando na mão de Alice enquanto Jasper segurava a outra. –Pode desenhá-la?
Senti uma superfície gelada em minha pele e vi que Jacob havia se sentado comigo em uma poltrona de couro perto do sofá. Eu estava tão atordoada que nem havia percebido a movimentação.
Alice assentiu enquanto já traçava no papel o rosto da criança. A medida que o rosto da criança ganhava forma eu percebi que era uma menina. E a cada linha a mais que Alice traçava a menina me parecia mais familiar, mas eu não conseguia identificar no ângulo em que eu estava.
Assim que Alice terminou me levantei e fui ver o desenho e mal pude acreditar no que meus olhos viram. Jacob também esboçou a mesma expressão, pois apesar de conhecê-la ele também sabia de quem se tratava.
-Vocês a conhecem? –perguntou Jasper lançando uma onda de calma para aplacar minha quase palpável agitação.
-Esta é... –comecei a falar, mas minha voz perdeu as forças. Eu ainda não conseguia acreditar no que meus olhos viam.
Quando comecei a falar novamente Emmett e Rosalie entram correndo na casa.
-Gabriella fugiu. –anunciou ele pingando a gota que faltava para o copo transbordar.
Estávamos perdidos.
(Continua...)
N/a: Hey peoples, como foram de férias? Um capítulo bem legal e agitado para compensar o último. Eu gostei, vocês também gostaram? Quero saber. Próximo capítulo festa de natal, reunião dos lobos e muitas surpresas.
Dêem uma passadinha em minha nova fic, Caras e Bocas, ela é team Taylor, hein?
Kkk’
Beijos e até o próximo capítulo.



Capítulo 17


P.O.V.


-Tem certeza? –eu perguntava a Edward pela milésima vez.
Eu não conseguia acreditar que Gabriella, a pessoa em que eu havia confiado nos últimos dois anos tivesse fugido desse jeito.
-O rastro dela sumiu no mar. –respondeu ele novamente.
Passei a mão pelo rosto e me sentei novamente.
-Ok. Vou para casa, Jacob deve estar me esperando. –falei me levantando.
Jacob havia ido mais cedo avisar a todos o que estava acontecendo e olhar o perímetro procurando Gabriella enquanto eu fiquei discutindo com os Cullen o que deveria ser feito. Eu sei que esse deveria ser o trabalho de Leah, mas como a principal envolvida era eu, Jacob me deu este direito temporariamente.
Eu estava indo em direção a porta, mas me detive quando Carlisle me chamou.
-Tem certeza de que não precisaremos de ajuda? –perguntou Carlisle novamente.
Neguei com a cabeça.
-Eu só espero que eles tenham bom senso e isso seja uma conversa de família. –falei abrindo a porta. –Mas se acha prudente pode chamar alguém. Eu só não quero que ninguém saia machucado.
Carlisle assentiu enquanto Esme veio a meu encontro.
-Vai dar tudo certo, querida. –falou em uma voz tranqüilizadora. –Você vai ver.
-É o que eu mais quero. –falei dando uma última olhada para todos antes de sair da casa.
Já estava na orla da floresta quando Embry me chamou.
-Espere, ! Vou com você. –disse ele se juntando a mim.
Embry estava com Edward, Bella e Renesmee caçando quando Alice teve a visão e Gabriella fugiu.
-Só um minuto. –disse eu correndo para trás de uma árvore e logo voltando como loba. Ele também já havia se transformado.
E foi só eu me transformar para todos me encherem de perguntas.
Eu não sabia o que responder, minha cabeça estava cheia demais e ameaçava explodir.
Enquanto eu corria senti enormes lágrimas correrem por meus olhos. Embry apenas deu uma boa olhada para mim antes de pensar:
-Chega! Não vêem que não consegue responder? Jake vai ficar uma fera se descobrir isso. –foi o que bastou para todas a vozes cessarem em minha cabeça.
-Deixa, Embry. Eles não têm culpa. –falei colocando mais força em minhas patas.
Mesmo com o que eu falei ninguém me perguntou mais nada. Tudo o que eu via de suas mentes era o caminho que passavam.
Fui direto para casa, ignorando tudo o que estava a minha volta. Nem passar na casa da minha avó eu passei, muito menos no hotel de Forks para visitar meus amigos.
Jacob me esperava na varanda de casa. Já havia parado de chover, mas o céu ainda estava pesado, como se houvesse mais chuva pela frente, mas era como se ele não conseguisse liberá-la.
Era assim que eu me sentia com relação as minhas lágrimas, elas estavam ali, em algum lugar dentro de mim, mas elas se recusavam a sair tanto quanto eu me recusava a soltá-las.
Corri para os braços de Jacob, que me receberam com um carinho imensurável.
-Não fica assim, não fica triste, . –disse ele me pegando no colo e me aninhando como um bebê.
Recostei minha cabeça em seu peito.
-Você me acharia louca se eu dissesse que apesar de tudo eu estou feliz? –perguntei me deixando relaxar em seus braços enquanto ele entrava e me levava para meu quarto.
Quando não obtive resposta, continuei.
-Digo, apesar de tudo que aconteceu, apesar de Gabriella ter fugido e com toda essa guerra que vem pela frente eu fiquei feliz por saber que ela está viva. –falei me ajeitando em minha cama na qual eu acabara de ser depositada. –É uma morte a menos para eu me culpar, ou melhor, para os culpar. –completei em tom aliviado.
-Você nunca teve culpa. –disse Jacob puxando a outra cama para juntar com a minha e deitando-se nela logo em seguida.
-Eu sei. –respondi calma, sentindo as lágrimas presas se foram antes que saíssem. –Mas eu só consegui ver isso agora.
Sorri para o nada ao sentir o peso da culpa deixar meus ombros.
-Que tal lermos mais do diário do seu pai? –sugeriu Jake atraindo minha total atenção para seus lábios. –Talvez esclareça melhor as coisas.
-Acho que agora não. –falei subindo em seu peito e lhe beijando totalmente entregue.
Foi assim que começamos aquela dança. Mesmo com todas essas coisas acontecendo eu consegui me ater ao momento e aproveitar cada toque ao nos amarmos aquela noite.
E naquela noite eu descobri; não é para superar nossos problemas e medos que estávamos vivendo, mas sim para aproveitar momentos como este, pois eles faziam a vida parecer e se tornar bem mais fácil do que ela realmente é.
_x_
-Bom dia. –disse eu beijando Jake para acordá-lo. –Hora de viver. –falei depositando uma bandeja com um café da manhã que daria para seis pessoas no criado mudo.
-Como assim hora de viver? –perguntou ele com a voz ainda embargada pelo sono, mas com um pequeno sorriso nos lábios.
Dei de ombros e sentei na cama pegando a bandeja e colocando-a entre nós.
-Você acha que Kyara vai demorar muito para se transformar? –perguntei pegando um pedaço de bolo enquanto Jake ainda se sentava.
-Não sei dizer. –respondeu se servindo de café. –Tudo depende de como ela é/está emocionalmente.
-Temperamental. –falei suspirando. Pois esta era a terrível realidade de minha irmã ultimamente. –Mas não mais que eu. –acrescentei rindo lembrando-me de todas as peripécias que eu havia cometido nesses últimos seis meses aqui em La Push.
-Se ela tiver um terço do seu temperamento ela se transformará logo. –disse ele com a boca cheia de bolo.
Dei um leve tapa em seu braço.
-Não fale de boca cheia! –ralhei. –Eu só me preocupo como vai ser a situação do Naran no meio desse imprinting com o Seth. –falei voltando ao assunto.
-É uma coisa inevitável, . Ela vai se sentir muito mais ligada a Seth depois que se transformar.
-Assim como eu me sinto por você. –falei pegando uma de suas mãos.
-, se você concordar eu quero tornar nosso noivado oficial hoje. –falou encarando profundamente meus olhos. –Quero a benção da sua família.
Assenti encarando-o intensamente.
Passamos o café da manhã brincando. Só paramos quando era perto do meio dia e eu fui fazer o almoço, mas o clima de brincadeiras continuou.
Billy ligou avisando que almoçaria com meus avós. Ele só havia saído de lá ontem a noite para vir dormir e voltou para lá hoje cedo. Era realmente engraçado ver isso. Mas eu entendi que a saudade de seus amigos era imensa.
-Agora vai lá com os garotos montar essa tenda, vai. –falei para Jake empurrando a todo o custo até a porta. –Vai que eu vou para a casa de Emily ajudar com a comida.
-Mas, ... –começou fazendo cara de cachorro que caiu da mudança.
Eu também não queria que ele fosse, mas se ele queria ter uma festa de natal com fogueira, ele teria de ir.
-Nada de mas. –fiquei na meia ponta para beijá-lo rapidamente. –Agora vai que Seth e Bernardo tem umas coisas a mais para montar e eles querem ajuda.
-Seth e Bernardo? –perguntou confuso. Sabe, eu acho que havia me esquecido de contar para ele essas coisa a mais que teria que fazer.
-É. Agora vai que a barraca é enorme e difícil de montar. –empurrei-o pela porta. –Até depois, Jake. –fechei a porta e a tranquei mesmo sabendo que isso não o impediria se ele quisesse entrar novamente.
Só fui para meu quarto colocar um calçado e pegar meu celular quando ouvi Jake saindo dali da varanda.
-Agora, é só correr até a casa da minha avó um pouquinho e depois correr até a casa de Emily. –falei para o vento enquanto corria em alta velocidade pelas trilhas que me levariam até a casa de minha avó assim que fechei a porta de casa.
-Vó, adivinha, adivinha, adivinha! –falei assim que a vi fazendo tricô na varanda da casa.
-Fala, filha. –disse ela levantando os olhos de seu tricô.
-Jake vai fazer o pedido oficial de casamento esta noite. –falei quase pulando no mesmo lugar.
-Parabéns. –disse minha avó vindo me abraçar. –E o seu pai? –perguntou deixando-me confusa.
-Como assim meu pai?
-Vocês não querem a benção dele?
Balancei a cabeça negativamente.
-Meu pai não entende, vó. Tirando que ele não tem mais tempo para mim desde que noivou com aquela víbora da Gianna. –comentei entrando na casa e sendo seguida de perto pela minha avó.
-Eu ouvi direito? –perguntou Billy assim que meu viu. –Depois de mais de um mês finalmente meu filho vai fazer o pedido oficial de casamento?
-É sim, Billy. –respondi vendo-o abrir um sorriso.
-E para quando é o casório? –perguntou meu avô vindo me abraçar.
-Ainda não sei, vô. Depois pensamos nisso. –respondi olhando por cima do seu ombro e vendo Kyara aparecer na sala.
Mas esta apenas me puxou para seu quarto assim que meu avô me soltou.
Estendi minha mão esquerda para ela mostrando o anel de noivado. Ela soltou um gritinho agudo em conjunto comigo.
-Quando isso que você nem me contou? –perguntou me puxando junto com ela para nos sentarmos na cama.
-No dia do nosso aniversário. –respondi enquanto a via arregalar os olhos.
-Nossa, como eu sou idiota, eu nem percebi. –falou pegando minha mão e arrancando o anel dela. –É lindo. –falou admirando-o.
-Era da mãe dele. –falei me lembrando do dia em que ele o havia me dado.
-Da mãe dele? –Kyara perguntou ainda mais admirada do que nunca. –Onde converto o Naran para ser que nem Jake?
Eu ri não querendo contar a verdade.
-Falando nisso, como vão as coisas com Naran? –perguntei mudando de assunto.
-Na mesma. –respondeu Kyara cabisbaixa me devolvendo o anel. –Brigamos de novo.
Afaguei seu braço em um gesto solidário.
-Logo tudo vai melhorar. –falei torcendo para que a transformação de minha irmã ocorresse logo para que ela se livrar de uma vez por todas de Naran.
Não que eu não gostasse do meu cunhado, ele era um ótimo amigo, sempre foi, mas agora ele estava fazendo minha irmã sofrer e eu não gostava nada disso.
-E o Seth? –perguntei por curiosidade, eu queria saber o que havia ocorrido ontem a noite.
-O Seth é ótimo, . –respondeu com os olhos brilhando. –Ele ficou a noite inteira tocando comigo, até meu ensinou um pouco de violão.
-Jura? –perguntei tentando demonstrar surpresa.
Seth era uma pessoa carinhosa por natureza e era óbvio que ele seria bem mais carinhoso com seu imprinting, dando valor a coisas pequenas a que geralmente as pessoas consideram banais, como uma simples melodia.
-É, ele é um ótimo amigo. –disse ela baixinho enquanto seu sorriso desmanchar aos poucos. –É assim que eu queria que o Naran fosse.
Peguei suas mãos entre as minhas e disse:
-Em breve tudo vai mudar Kyara, você vai ver.
-Como pode ter tanta certeza? –perguntou desconfiada.
Assim como acontecia comigo quando Kyara mentia ou escondia algo de mim, eu sabia que seu radar de irmã apitava indicando que algo estava errado.
-Não tenho. –respondi rindo. –Mas quando der meia-noite é natal, não é? Então tudo pode acontecer. –usei meu amor pelo natal como desculpa.
Kyara riu jogando sua cabeça para trás.
-Sério , se você não conseguir se dar bem com esse negócio de psicologia como você quer, você pode ser piadista.
Fiz uma careta.
-Muito engraçado dona Kyara, mas agora eu tenho que ir. –falei me levantando.
-Por quê? –perguntou fazendo biquinho.
Rimos.
-Vou ajudar Emily a cozinhar para nossa festa na fogueira. –respondi pegando minha bolsa e me encaminhando para a porta. –A vó também vai. Você vem?
-Eu? Cozinhar? –perguntou arqueando uma sobrancelha.
-Você pode auxiliar. Não precisa cozinhar. –falei voltando para puxá-la.
-Tudo bem, só me deixe trocar de roupa.
-É por isso que eu te amo irmãzinha. –disse eu enquanto a abraçava. –Estou esperando com a vó.
Kyara apenas assentiu enquanto eu saia do quarto.
_x_
Estacionei o carro em frente a casa de Emily. Havíamos passado o dia cozinhando para a festa desta noite e eu peguei o carro para poder levar toda aquela comida para a grande tenda que os garotos montaram, pelo menos eu esperava que tivessem montado.
-Acho que terei de fazer ao menos três viagens para levar toda comida e bebida. –falei ao entrar na casa.
Aparentemente era comida demais, mas com o apetite dos lobos, o que demais sempre acaba sendo pouco.
-Leah também foi pegar o carro dela, . Talvez consigamos levar tudo em uma só. –disse Sue da cozinha enquanto a ajudava a embalar a comida. –O que sobrar talvez dê para levar na mão.
Assenti.
-Onde estão as bebidas? –perguntei já querendo levá-las para o carro. –Vou começar a carregar o carro enquanto vocês terminam.
-No quarto pequeno. Primeira porta a direita. –indicou Emily. Eu estava pronta para ir para lá quando fui interrompida.
-Você não vai agüentar carregar tudo sozinha! –disse Kyara incrédula.
Troquei um olhar rápido com as anciãs e os imprintings ali presente antes de responder.
-Você pode me ajudar se quiser, Kyh. –falei lembrando de que ela estava prestes a se transformar e que tinha força o suficiente para achar as caixas cheias extremamente leves. –Mas eu consigo levar sozinha sim.
Ela entrecerrou os olhos e disse:
-Eu levo os pacotes com latinhas que são mais leves.
Dei de ombros e fui para o quarto.
Peguei uma caixa de refrigerantes. Eu sei que conseguia carregar pelo menos mais umas três ou quatro de uma vez, mas preferi assim para não causar desconfianças.
Em poucos minutos o porta malas e o chão do carro tanto da frente, como o de trás estavam lotados de caixas, deixando livre apenas a parte do motorista.
-Já posso carregar a comida? –perguntei vendo se tinha comida embalada o suficiente para eu ir o mais rápido possível. Já estava morrendo de saudades de Jake.
-Ainda não, , se você quiser ir se arrumar antes de voltar aqui para carregar as coisas. –disse minha avó concentrada em seu trabalho.
Balancei a cabeça para os lados mesmo sabendo que ela não veria o gesto e me encaminhei para a mesa, que era onde tinha mais pratos sem embalar e comecei a ajudar.
-Assim vai mais rápido. –respondi quando todas pararam para olhar o que eu estava fazendo.
Continuamos embalando a comida em silencio. Devo dizer que aquele cheirinho de comida estava me matando, ainda mais com a fome que eu estava.
-Cheguei atrasada? –perguntou Leah entrando com tudo na pequena casa. Seus olhos brilhavam intensamente e seus cabelos estavam um pouco desgrenhados.
Apenas esbocei um pequeno sorriso e voltei meus olhos para o que eu estava embalando.
-Um pouco, filha. –disse Sue rindo amorosamente.
-Tem algumas caixas de bebidas que não couberam no carro do cunhadinho. –Kyara falou arrancando um riso zombeteiro de Leah.
-Ok, vou carregar.
-Estão no quarto pequeno, precisa de ajuda? –perguntou Kyara.
Leah gargalhou.
-Pode continuar com o que está fazendo, Kyara. –disse indo em direção ao quarto.
-Ela está louca. –falei baixinho enquanto ria.
-Eu ouvi isso! –sibilou Leah de dentro do quarto me fazendo rir mais ainda.
Minha avó, Sue, Emily, Rachel e Kim apenas me olharam confusas enquanto Kyara me acompanhava, ela com certeza ouvira.
Balancei a cabeça e continuei meu trabalho não querendo dar maiores explicações.
Rapidamente terminamos e embalar e comida. E o próximo trabalho foi levá-las para o carro. Enchemos os dois carros e cada uma de nós foi fazer o que tinha de ser feito, no meu caso e de Leah, era levar a comida, descarregar e voltar para casa se arrumar.
Dirigi para Firt Beach o mais rápido possível. Eu estava ansiosa por ver Jacob, já que havíamos ficado uma tarde e parte da noite sem nos vermos.
Quando cheguei lá quase fui arrancada do carro por ele quando estacionei o carro. Fui recebida por um beijo avassalador seguido de vários pigarros dos garotos.
Separei-me de Jake subitamente ficando vermelha. Em seguida, me virei para o carro pegando algumas travessas e me encaminhando para a tenda, parando apenas para dar um recado aos garotos.
-Cuidado com as travessas e as caixas com os pratos e talheres. –Leah rosnou para eles para que entendessem que era uma ordem, não um pedido.
–Sem brincadeiras quando tiverem isso em mãos. –completei e logo depois sumi dentro da tenda começando a posicionar as travessas em cima da grande mesa.
-Precisa relaxar priminha. –falou Bernardo se juntando a mim para organizar as travessas que eram colocadas na mesa.
-Falei daquele jeito só para me levarem a sério. –falei me defendendo. –Leah também falou do mesmo modo. –lembrei-o.
-A diferença é que Leah é sempre assim. –retrucou soltando uma gargalhada. Não pude evitar acompanha-lo.
-Qual era mesmo a mesa do fogão portátil, ? –perguntou Leah entrando na tenda.
Apontei para uma que ficava atrás da mesa principal.
-Deixa que eu ajudo. –disse Be indo em sua direção.
-Eu faço isso sozinha, Bernardo . –rosnou Leah de seu canto.
Eu apenas ri e continuei arrumando as travessas na mesa. A cada leva que os garotos traziam, o número de travessas parecia ter se multiplicado desde a casa de Emily. Me perguntei internamente onde Emily, Sue e minha avó haviam arrumado tantas delas.
Passado algum tempo senti o maravilhoso cheiro de Jacob misturado a vários beijos em meu pescoço. Me virei para beija-lo.
-Estava com saudades. –sussurrei em seu ouvido. –Vamos para casa?
-Parece-me uma boa ideia. –respondeu beijando-me mais uma vez.
-Nem pensar! –esbravejou Leah agora na mesa ajudando a organizar as travessas.
-Diz isso porque escapou do serviço. –disse eu fazendo questão de olhar sua cara de indignação.
Todos ali riram.
-Vai se arrumar, . –disse Bernardo pegando uma travessa e a trocando de lugar para dar espaço aos pratos. –Já que você é demorada.
Suspirei.
-Tem uma mesa vazia ali. –apontei para um canto perto da mesa grande. –Coloque os partos e talheres ali. Deixe essa parte apenas para a comida.
Ele assentiu e devolveu a travessa a seu lugar.
-Acho que eu vou mesmo. –disse eu já saindo da tenda.
-Eu vou também. –disse Leah me seguindo. –Quero ter um tempinho extra para me arrumar.
-Quer que eu vá junto? –perguntou Jacob me parando ao colocar a mão na minha cintura.
Olhei para os lados e vi que os garotos estavam quase acabando a arrumação, só faltava colocar as bebidas na caixa com gelo e a lenha ali para fazer a fogueira.
-Vamos. –falei o puxando pela mão. Leah já tinha ido. –Desta vez eu vou ganhar a corrida. –falei já partindo em velocidade máxima.
_x_
-Como estou? –perguntei para Billy e Jacob enquanto chegava à sala.
-Linda como sempre. –disse Jacob pegando uma de minhas mãos e fazendo-me dar uma volta.
-Você é suspeito para falar. –respondi rindo enquanto ajeitava a alça de meu vestido azul petróleo.
-Mas eu tenho que concordar com Jacob, . Você está linda. –disse Billy.
-Vocês também estão uns gatos. –falei olhando Jacob de cima a baixo.
Desde os sapatos lustrados, até a camisa branca com os últimos botões abertos.
Ajeitei a gola de sua camisa que estava erguida.
Olhei para Billy e fui ajeitar a manga de sua blusa que estava torta.
-Agora sim. –falei olhando os dois enquanto eles riam de mim. –Vamos?
Andamos lentamente até First Beach. Incrivelmente não chovia naquele dia, mas o céu estava nublado.
Jacob empurrava a cadeira de Billy, fomos conversando pelo caminho. Chegando lá, fomos conversar com as pessoas que ainda não tínhamos visto hoje. A festa estava animada, todos comiam os aperitivos com gosto.
A fogueira foi acesa logo após a meia noite. Nos sentamos em uma roda em volta dela. Todos os membros da matilha e seus imprintigs ficaram perto dos anciãos, assim como sua família, enquanto o restante se dispunha nos outros lugares.

Assim como nas outras vezes, eu me encantei com as histórias. Eu podia sentir a magia no ar, a magia de meu povo.
Depois de tudo acabado, começamos a jantar. Nós lobos, juntamente com Kyara atacamos sem dó. Estávamos morrendo de fome.
Saí da tenda e sentei em um tronco jogado ali na areia. Jacob até queria ter vindo comigo, mas foi interrompido por Jasper que queria falar com ele sobre algumas estratégias que poderíamos usar caso houvesse uma batalha.
Os Cullen, assim como meus amigos estavam todos aqui. Com nossa recente parceria, os lobos da matilha que não os suportavam estavam ficando mais tolerantes e os que gostavam dos vampiros vegetarianos, ficavam cada vez mais felizes com a proximidade. Aos poucos os Cullen mostravam que o que eles eram não os tornava quem são, mas sim suas escolhas, a escolha de não machucar nenhum humano.
-Abandonada pelo namorado? –perguntou em português uma voz que eu conhecia muito bem.
-Isso não te diz respeito, Gustavo. –respondi seca.
-Eu sei o que você é, híbrida de cachorro com sanguessuga. –sussurrou ele em meu ouvido com o intuito de me assustar por saber minha real identidade.
-Eu sei que você sabe. –respondi rosnando. Havia algo de sombrio em Gustavo naquele momento.
-Quer saber com eu sei? –perguntou ele erguendo meu cabelo e beijando meu pescoço.
Peguei seus ombros e com minha agilidade sobre humana, joguei-o na areia e o prendi lá.
-Conte. –sibilei. Não estava escrito nada a respeito no diário de meu pai, mas estava explicito que Gustavo tinha uma identidade secreta.
-Sou um caça-vampiros, ou melhor, caça-criaturas. Eu caço e mato criaturas sobrenaturais, assim como você. –falou com um brilho nos olhos que fez minha pele se arrepiar.
-Como faz isso? Você é apenas um humano fraco e ambicioso. –falei soltando-o.
-É o que você pensa, . –falou pulando em mim e tomando meus lábios.
Empurrei-o fortemente para a areia enquanto Flávia e Thaíssa saiam da tenda.
-Você ainda vai ser minha, . –disse fazendo eu lhe mandar um olhar zombeteiro. –Guarde as minhas palavras.
-Nem em meus piores pesadelos. –respondi antes que eles se embrenhassem na floresta.
-Fique longe de mim! –ouvi Kyara falar enquanto corria para fora da tenda em direção a floresta. Seu corpo tremia inteiro.
-Merda! –sussurrei e voltei correndo para a tenda. –Acho que Kyara vai se transformar. –falei no ouvido de Jake antes de sairmos em disparada para a floresta logo em seguida com Seth e Naran em nosso encalço.
-O que aconteceu? –Seth perguntou para mim nos alcançando enquanto deixávamos Naran para trás.
-Kyara vai se transformar. –Jacob respondeu por mim enquanto se impulsionava para correr mais rápido.
Logo avistamos minha irmã logo a frente. Ela havia parado de correr e seu corpo parecia estar em convulsão de tanto que tremia. Me perguntei se era assim que fiquei antes de me transformar.
Ouvi barulhos de tecido se rasgando e logo depois uma loba de pelagem da mesma cor de cabelo de minha irmã havia tomado seu lugar.
Corri para trás da árvore mais próxima e me transformei enquanto Jake e Seth faziam o mesmo, mas no mesmo lugar onde havíamos parado.
-Como vocês estão na minha cabeça? Saiam daí! –Kyara falava assustada com aquilo tudo.
-Calma, Kyh. –disse eu aparecendo para ela.
-! Como está fazendo isso? O que está acontecendo? –perguntou assustada.
-Pode cuidar disso sozinha? –perguntou Jake olhando para mim.
Olhei para Kyara e depois voltei meu olhar para ele novamente.
-Posso. –disse eu já me aproximando de minha irmã.
-Vamos Seth. –disse Jake assim que viu que Seth não havia se movido.
-Mas, Jake... –começou Seth.
-Depois você explica para ela. –Jake respondeu.
Seth apenas ficou em silêncio e saiu dali.
-Me explicar o quê? –perguntou Kyara assim que eles saíram.
Esperei suas mentes se desligarem da minha antes de falar algo.
-Kyh, daqui a pouco tudo será explicado. –falei pausadamente. –Mas agora você precisa se concentrar em voltar ao normal.
-E como faço isso?
-Relaxe. Pense em uma música calma e deixe-a tomar conta de si. –falei sabendo que esta analogia iria funcionar com minha irmã.
Logo ouvi o toque da música White Horse da Taylor Swift tomar conta de minha mente para em seguida sentir a mente de Kyara deixar a minha. Voltei ao normal também.
-Minhas roupas! –exclamou ela tentando cobrir o corpo nu com as mãos.
Coloquei meu vestido e peguei minha bolsa.
-Vamos, vou te arranjar roupas novas. –falei estendendo a mão para ela.
Começamos a andar em direção a minha casa.
-O que aconteceu? –perguntou após algum tempo de caminhada em silêncio.
Respirei fundo antes de responder.
-Sabe as lendas da tribo? –perguntei esperando apenas ela assentir para continuar. –Elas são verdadeiras, somos lobos, nascemos para proteger a tribo.
-Todas? –perguntou ela assustada.
-A maioria. –respondi sorrindo.
-A do imprinting também? –perguntou corando. –Eu achei ela tão bonita.
-A do imprinting também. –confirmei deixando minha mente vagar para o momento em que eu tive o imprinting com Jacob e para os momentos em que nossos olhos se encontravam.
-E você já teve? –aquilo saiu mais como uma afirmação do que uma pergunta.
-Com Jacob. –confirmei assim que chegamos a orla da floresta em frente a minha casa.
Olhei bem para ver se não avistava ninguém antes de correr com Kyara para a varanda e abrir a porta rapidamente.
-Já experimentou olhar para os olhos de Seth depois que se transformou? –perguntei enquanto a arrastava para meu quarto deixando que ela abrisse meu guarda-roupas e escolhesse algo para vestir.
-Não, eu só olhei para você e para Jacob, por que?
-Nada. –respondi desviando do assunto. –Agora se veste logo porque eu quero voltar para festa e comer mais alguma coisa antes de começar a te explicar.
Kyara se vestiu e fomos correndo para a festa novamente.
-Vó, vô, Billy, Sue, Quil, vocês podem explicar essa história de lobo para a Kyara? –perguntei baixinho para que os meus amigos que estavam ali próximos não pudessem ouvir. –Ela acabou de se transformar.
-É verdade, filha? –meu avô perguntou para Kyara com um brilho de orgulho nos olhos.
Kyara assentiu.
-Sente-se aqui, Kyara. –Billy indicou uma cadeira próxima a eles. –O que quer saber?
-Primeiro quero saber o por quê. –ouvi Kyara dizer enquanto eu me afastava.
-Presta atenção que quando eles terminarem é a sua vez. –falei para Seth.
-Será? Acho que ainda ela não está pronta para ouvir isso. –disse ele temeroso.
-Acredite em mim, ela está mais do que pronta para ouvir. –falei batendo em seu ombro e indo em direção a Jacob que havia voltado a conversar com Jasper.
-Tudo certo com a Kyara, ? –perguntou Jake assim que me sentei a seu lado.
Assenti.
-Desculpa atrapalhar a conversa de vocês. –falei tomando coragem para falar sobre Gustavo. –Mas Jake, eu descobri como o Gustavo sabe o que somos.
Jacob ficou tenso enquanto Jasper nos olhava confuso.
-Como assim, ? –perguntou.
Apertei a mão de Jake.
-Gustavo é meu ex-namorado. O do cabelo comprido e cacheado. –especifiquei. –Quando lemos o diário de meu pai, descobrimos que de alguma forma Gustavo sabia da existência de nosso mundo, mas no diário não dizia como, e hoje... –deixei meus olhos vagarem por meus amigos humanos. Tão inocentes, tão ignorantes sobre o que há lá fora, tão ignorantes sobre mim, tão ignorantes sobre meu mundo.
-E hoje o que, ? –perguntou Jake nervoso.
Deixei passar o modo como ele falou comigo, eu sabia que se não fosse tão crucial assim ele não falaria comigo deste modo.
-Ele caça criaturas sobrenaturais, é isso. –falei sombriamente.
Jacob tensionou os músculos.
Peguei suas mãos e comecei a apertá-las entre as minhas; logo senti ele se acalmar.
-Ele representa algum perigo? –perguntou Jasper.
-Aparentemente não. –respondi repassando em minha cabeça as cenas onde o imobilizei e depois a cena onde ele ia em direção a floresta.
-É melhor verificar o que ele foi fazer na floresta. –disse Edward entrando na conversa. Ele com certeza tinhas lido minha mente.
-Deixa que eu vou. –disse Jake se levantando.
O segurei em seu lugar.
-É melhor não. Já saímos uma vez, assim só vamos causar mais suspeitas. –disse eu olhando para meus amigos.
-Vamos fazer o seguinte, Carlisle, Esme, Bella e eu vamos para casa levar Nessie para casa. Ela está morrendo de sono, então enquanto Esme fica cuidando de Nessie, nós os vigiamos. –disse Edward baixando o tom de sua voz.
É um bom plano. –pensei esperando que Edward ouvisse. –Tente convencer Jacob, vou despistar meus amigos.
Levantei-me e fui em direção ao grupo de loucos dos meus anos no Brasil.
-Fala lôra do tchan. –falei chegando por trás da Carol assustando-a.
- sua louca! –exclamou colocando a mão sobre o coração e se apoiando no Thiago. –Quase me mata de susto.
Ri bem alto chamando a atenção de todos os meus amigos.
-Passaram no vestibular? –perguntei sentando-me perto deles.
-Se não fosse o nerd do meu namorado eu não teria passado. –brincou Carol beijando Thiago. Era lindo de ver o amor daqueles dois.
-Passei só em um. –disse Mayara cabisbaixa. –Meu pai queria que eu passasse no mínimo em dois para estudar manhã e tarde.
-Dois cursos ao mesmo tempo! –exclamei asustada. –Isso é masoquismo! Eu já estou quase me enforcando porque meu curso é manhã e tarde, ou pelo menos era, no Brasil –não que eu não gostasse de estudar, pelo contrario, eu adorava, mas estudar manhã e tarde é muito cansativo, assim como trabalhar manhã e tarde. Eu via isso por Jake e por experiência própria. –Não se preocupe. –falei. –Você ainda terá outros anos para fazer a outra faculdade, tirando que você pode optar por um curso técnico.
-Gente, o papo está ótimo e tudo mais, mas já não está na hora de voltarmos para o hotel? Estou morrendo de sono. –disse Yasmim aparecendo ao meu lado.
-Já? –perguntei triste mas ao mesmo tempo aliviada, só nós lobos,vampiros e famílias ficariamos ali, assim poderiamos discutir todos os acontecimentos.
Tadash assentiu.
-Nosso vôo sai pouco depois do horário de almoço amanhã, temos que descansar um pouco. –disse já se levantando.
-Querem carona? –perguntei pegando as chaves do carro em minha bolsa.
-Nós viemos de van. –falou Aana mostrando as chaves. –Alugamos uma antes de vir para cá.
-Alguém sabe onde está Gustavo e as meninas? –perguntou Danilo perguntando pelo primo.
-Vi-os saindo a horas atrás. –falei tentando camuflar meu tom de voz. Não queria ter que contar a história.
-Eles que se virem. –disse vindo em meu apoio. É isso aí chará! –Eles voltam junto com Naran mesmo.
Alessandra deu de ombros.
-Então vamos. –disse Júlio já correndo para fora da tenda.
Balancei a cabeça em sinal de desaprovação.
Me despedi de cada um deles com a promessa de que logo nos veríamos novamente. Uma promessa que eu não sabia se poderia cumprir.
Me joguei no colo de Jake dramaticamente assim que meus amigos saíram da tenda.
-Finalmente. –disse eu desmonstrando cansaço. –Muitos acontecimentos para uma noite só.
-E não é nem a metade. –disse Paul sério. A roda de lobos estava formada e Kyara já se incluia nela.
-O que aconteceu? –perguntei sentando ereta rapidamente.
-Edward encontrou as meninas que estavam com seu ex-namorado. –disse Alice com a voz sombria. –Mortas, sem nenhuma gota de sangue no corpo. Elas estavam com o cheiro de Gianna.
Senti o sangue fugir de meu rosto.
-E Naran e Gustavo? –Kyara perguntou o que eu estava pensando.
-Os Volturi os levaram. Eles vão transformá-los. –Alice respondeu.
-Então a batalha começa agora. –disse Jacob sério.
Agora era para valer, a guerra estava declarada.


(Continua...)


N/a: A cada capítulo que eu escrevo eu mesma fico com medo do que vai acontecer. *treme dramaticamente*
Gostaram da transformação da Kyara? Louquinha que nem ela, né? Kkkk’. Mas falando sério, o que vocês acham que aconteceu para ela ficar daquele jeito? Pois posso dizer que para ela pensar naquela música para voltar a sua forma humana, coisa boa é que não era. (Fica a dica para quem quiser descobir. É só ver a tradução da música.)
Mas o que vocês acharam? Quero saber.
Mil beijos e até o próximo capítulo.




Capítulo 18


P.O.V.


Contamos toda a história para os que estavam ali e ainda não sabiam inteiramente o que acontecia.


-E mais uma vez uma híbrida nos causa problemas, olha que essa é pior que a outra, porque essa além de trazer a realeza dos sanguessugas, se originou lá mesmo. –disse Erik sarcasticamente.


Jacob, Edward e Embry precisaram ser segurados, eles rosnavam e se debatiam contra Emmet, Jasper e Quil que os seguravam, respectivamente, em direção a Erik.


-Jake, não deixe ele te atingir. Tudo o que Erik quer é atenção e encontra isso falando esse tipo de coisa. –disse eu acariciando seu braço enquanto o sentia se acalmar.


-É o que você pensa híbrida. –disse Erik mais uma vez.


-Erik, cale sua boca imunda. –ordenou Jacob em seu tom de alfa. Todos os lobos tremeram mediante sua voz, que estava mais forte e amplificada do que nunca.


-Foco pessoal. –pediu Carlisle chamando a atenção do burburinho que começou pouco tempo depois e estava crescendo aos poucos. –Alice, quando especificamente eles vem?


Alice fechou os olhos e ficou em silencio por dois longos minutos.


-Exatamente daqui a quinze dias. Quando o sol voltar a Forks. –disse ela ainda de olhos fechados. –Eles vão trazer a guarda, a criança, as esposas e sua avó. –Alice disse a última parte olhando para mim.


-Minha avó? –perguntei deixando minha mente vagar para o momento em que Gabriella a havia mencionado ha semanas atrás. –Você a vê? Quem é ela?


Alice balançou a cabeça negativamente e eu desabei na cadeira ao lado de Jake.


-Que avó? –perguntou Kyara confusa.


-Lembra que te contamos a história de sermos híbridas? –perguntei retoricamente só para vê-la assentir antes de continuar a explicar. –Ela não morreu no parto de nosso pai como as outras mulheres que deram a luz a híbridos de humanos com vampiros.


-E o que você acha que vai acontecer com a gente? –perguntou Kyara temerosa. Fazia apenas algumas horas que ela havia se transformado; ela não deveria estar passando por isso. –Além do mais, por que eles nos atacariam? Somos sua família e eles nunca nos quiseram, por que iriam querer agora?


-Porque eles sabem que faríamos de tudo para proteger um membro do bando, para protegê-las. –respondeu Jacob olhando duramente para o nada. –Até nos entregaríamos para salvar vocês.


-Eles não estão em busca apenas de vocês, Kyara, eles também querem poder. Eles sabem que aqui temos talentos e lobos de sobra. –disse Leah olhando para todos, até para os vampiros.


-Então não há esperanças de não haver batalha? –perguntou Seth com uma expressão que eu nunca havia visto em seu rosto.


Fiquei imaginando se foram assim as outras vezes em que houve alguma batalha e incrivelmente uma imagem de Jake sendo machucado por um vampiro me veio a mente, seguida de uma onde do outro lado havia vários vampiros com mantos escuros e pesados.


Ofeguei assustada.


-O que foi, ? –perguntou Jake preocupado assim que viu minha reação. –O que aconteceu?


-Eu acho que ela leu minha mente. –respondeu Edward pasmo.


Eu estava confusa, assustada, mas mesmo assim consegui lhe dar um olhar questionador, assim como Jacob e os outros que estavam a nossa volta.


-Eu acho que leu minha mente. –Edward repetiu ainda pasmo com a situação.


-Mas como é possível? Nossos poderes se revelam logo no começo de nossas vidas. –contestou Jasper.


-E de que isso importa? O que importa é que a adestradora mostrou mais uma habilidade para nosso time. –Emmett disse aquilo como se estivesse se referindo a um jogo de futebol a que esporte que seja.


Eu estava angustiada, travada. Não sabia se queria ler a mente das pessoas.


-O que você acha disso? –Jacob perguntou em minha direção, fascinado e até feliz posso dizer.


-Eu não sei. –comecei temerosa. –Digo, isso acontecia de vez em quando com Kyara, quando eu queria falar com ela de alguma maneira que ninguém além de nós ouvisse, ou... Eu achei que isso acontecia naturalmente entre irmãos! –exclamei me levantando a começando a andar de um lado para o outro.


-Calma, . Controle-se mulher! Não deve ser tão ruim assim. –olhei furiosamente para minha irmã. Ela só estava tornando tudo pior.


-Não me venha com essa conversinha, Kyara. –respondi voltando meu olhar para Edward que nos olhava ainda pasmo. –Ok, agora estou me sentindo mais estranha ainda com essas coisas. Jaaaake, me ajudaaa.


-Te ajudar com o quê? –perguntou Jacob.


-Como? –perguntei. Ele me ouviu?


-Incrível. –escutei uma voz que parecia ser a de Carlisle, mas não vi seus lábios se mexerem.


Tudo em que eu pensava agora era em como isso era estranho, bizarro. Foi aí que eu senti uma dor de cabeça excruciante. Eu ouvia todos os tipos de vozes ao mesmo tempo, cinco vezes pior do que quando todos falavam juntos quando estávamos transformados.


Coloquei minhas mãos sobre a cabeça ao mesmo tempo que pela minha visão periférica eu via minha irmã fazer o mesmo. Então, no momento em que eu dei mais atenção a dor, tudo sumiu.


Aos poucos me endireitei e respirei profundamente. Meus gestos e dos de Kyara pareciam espelhados.


-Com o tempo vocês se acostumam com isso. –falou Edward com um sorriso. Ele parecia já ter desvendado o mistério do que acontecia comigo.


Todos ali presentes olharam para ele questionadores.


-Algum de vocês já sentiram algum pensamento, um querer de ou de Kyara mesmo quando elas estavam em sua forma humana? –perguntou deixando ali um enigma. Eu não queria enigmas, eu queria respostas.


-Bem, já que mencionou, eu já senti as duas me chamarem ou pedirem alguma coisa sem nem pronunciar uma palavra. –falou minha avó chamando a atenção para ela.


Levantei-me deixando que a ansiedade tomasse conta de meu corpo e me fizesse andar de um lado para o outro questionando tudo o que eu sempre pude fazer mas que nunca teve explicação.


-Eu sabia que você era especial de algum modo. –surpreendeu-me Rosalie me abraçando.


Olhei em seus carinhosos olhos e assenti minimamente. Apesar da ideia de ler mentes ser excitante, eu não sabia se eu queria, assim como a ideia de ser meia vampira e meia loba.


-Elas lêem a mente das pessoas só quando querem. –explicou Edward me deixando mais confusa ainda. –É quase como o poder da Nessie, juntamente com o meu. Elas só conseguem usar esse poder quando decidem conectar com outra. –o fascínio brilhava em seus olhos. –Nunca vi talento parecido.


Me encolhi. Esse era mais um motivo para os Volturi me quererem de qualquer jeito.


-Jake, estou com medo. Esse poder só vai fazer os Volturi quererem a mim e a Kyara mais ainda. –coloquei essas palavras na mente de Jacob abusando de meu poder recém – descoberto mesmo tendo medo dele.


-Isso não vai acontecer. –respondeu-me em minha mente.


-Só espero que isso não interfira em nada quando os Volturi vierem. –Kyara verbalizou meu medo.


_x_


Os dias se passaram voando até o ano novo. Nada aparentava estar fora do lugar para quem visse de longe, nada estava fora do lugar para quem não tinha a verdadeira consciência do mundo em que habitava. Mas como eu disse, era apenas aparência.


La Push, Forks e a alcatéia juntamente com os Cullen estavam o caos.


Todos agitados, ansiosos, nervosos e temerosos. Eu sentia o chão escapar de meus pés, meu mundo cair diversas vezes com a incerteza do que aconteceria. A única coisa que me mantinha viva era o amor. O amor que eu tinha por Jacob, pela minha família, meus amigos e minha nova família de lobos e vampiros.


Era por todos eles, por esse amor que eu seguia de queixo erguido e lutando contra todos os monstros que me apareciam em sonhos e na realidade.


Para falar a verdade, desde que soubemos que os Volturi viriam para cá, nenhum outro vampiro havia nos atacado. Era quase como se os nômades soubessem que os Volturi viriam até nós e que nós pertenceríamos a eles.


Tremi involuntariamente com este pensamento.


-Jacob, pode vir até aqui um momento? Eu estou pronta e gostaria de partilhar isto com você. –chamei assim que conectei minha mente com a dele.


Na noite de natal, assim que voltamos para casa, havia alguns papéis jogados em minha cama impregnados com o cheiro de meu pai juntamente com um bilhete que dizia:


, estes papéis contém a verdade para todas as suas perguntas desde que sua mãe morreu e você se transformou.
Espero que você e sua irmã não me odeiem após lerem isto, pois contar a verdade crua e nua para as pessoas que mais amo neste mundo não é uma escolha fácil, porém é a correta a se fazer; a primeira escolha certa que faço em anos.
Para sempre seu pai,
Giovanni Milani Volturi.
P.s. Amo vocês, minhas filhas.”



Kyara teve um ataque quando viu o bilhete. Ela disse que se lesse o que havia naquelas folhas, ela faria algo que não queria; e eu respeitei sua escolha, mas eu precisava lê-las.


Jacob me apoiou de todo modo quando viu o bilhete, porém me disse para ler o que meu pai havia deixado apenas quando eu estivesse pronta.


E agora, depois de dias em discussão comigo mesma sobre o conteúdo destas folhas, eu me senti pronta para ver quem havia virado minha vida de cabeça para baixo.


-Quer lê-las? –perguntou Jacob entrando em meu quarto sem bater.


Assenti olhando-o e pegando as folhas que jaziam na cama ao lado da minha.


-Jake. Jacob. –comecei deixando as folhas de lado por um momento pegando suas mãos enquanto ele se sentava ao meu lado. –Eu quero que saiba que independente do que eu ler aqui hoje, eu quero que nosso noivado aconteça.


-E se você não estiver em condições? –perguntou ele puxando-me para seu colo e acariciando meu rosto.


-Eu estarei em condições. –respondi contradizendo minha aparência cansada e sofrida. –Por que mesmo que eu queira fazer algo, nada vai mudar o passado. –sorri dando-me conta de algo. –E é por causa deste passado sombrio que estou aqui com você. Além do mais, não quero adiar nosso noivado mais uma vez, ter adiado da festa de natal para hoje já foi o bastante para mim. Tirando que noivar contigo na noite de ano novo é um ótimo jeito de começar o ano, é um ótimo jeito de recomeçar.


Jacob me beijou em resposta. Eu estava começando a ficar com calor, começando a me afoguear. A vida começava a voltar a mim, pois apesar de todas as coisas ruins que aconteceram, era por causa delas que eu estava aqui, era por causa delas que eu havia conhecido o amor da minha vida. Pois se não fosse pela morte da minha mãe, eu nunca teria a ideia de fazer um intercâmbio.


Ouvi um barulho de papel sendo amassado as minhas costas quando Jacob deitou-me em minha cama.


-Acho que devemos continuar isso depois. –disse Jake tirando os papéis das minhas costas.


Eu apenas ri em concordância e sentei-me corretamente.







Conectei novamente minha mente com a dele.


-Não sei se consigo ler isso em voz alta. –pensou.


-Deixa que eu leio então. –respondi tomando as folhas de sua mão e me surpreendendo ao ver que aquelas folhas eram as folhas que faltavam no diário, folhas que relatavam homicídios que ele cometeu atrás de sangue. Joguei todas elas de lado pegando apenas as duas últimas, que se referiam a minha mãe.


Deixei a conexão entre minha mente e a de Jacob, não queria ler aquilo em voz alta.


“05 de janeiro
Meu pai me colocou em uma terrível encruzilhada. Nem minha mãe, meu tio Marcus (que é o mais sensato daqueles três), ou minha madrasta conseguiram impedir que ele fizesse o que fez comigo.
E aqui estava eu, no meio na noite, escondido em uma penumbra da minha antiga casa cogitando se eu realmente havia feito a escolha certa.
-Faça logo Giovanni, ou eu o farei e assim Aro vai matar a sua mamãe, ou as suas filhinhas do coração. –Gianna dizia o tempo todo para mim pouco antes do acontecido, eu já estava farto disso.
Naquele momento, respirei fundo e peguei o galão que ela segurava, eu não queria fazer isso, mas se era preciso para manter minhas filhas a salvo...
‘Te amo, Serena, independente do que vou fazer agora, eu sempre vou te amar.’ –pensei como uma despedida para minha antiga vida.
Comecei a jogar o liquido em volta da casa. Logo passei para a parte de dentro, jogando o líquido apenas na sala e fingindo jogar na cozinha e nos quarto, afinal, eu não teria culpa se elas escapassem, não é?
Quando terminei meu trabalho, saquei o isqueiro no bolso da calça e joguei-o na parte de fora da casa, onde eu havia colocado pouca gasolina.
Ouvi um grito desesperado e logo ouvindo passos agitados pela casa seguidos de gritos estridentes de Serena:
-, Kyara, peguem uma mochila, coloquem um par de roupas para cada uma e fujam. Vou buscar sua irmã. Vão, rápido, vão!
Mais passos agitados. Estava na hora, eu precisava salvar minhas filhas como havia planejado.
Entrei em desespero quando não vi mais Kyara e em seu quarto. Imaginei que elas já haviam fugido e então eu corri para o quarto de Thaylyne. Peguei-a no colo, a embalei com um lençol e peguei sua mala de roupas que eu havia feito hoje mais cedo e havia deixado em baixo de sua cama.
Minha pequena dormia tranquilamente, mal sabia ela sua vida estava prestes a mudar drasticamente.
Voltei para a cozinha com a intenção de avisar Serena que a saída dos fundos estava livre, mas eu não a via em lugar algum, então corri para fora de casa deixar Thaylyne em segurança nas mãos de Gianna antes de voltar. Mas eu nunca consegui voltar, o fogo já estava muito alto.
-Procurando por ela? –disse Gianna atrás de mim.
Me virei rapidamente só para vê-la com Serena no colo. Ela estava queimada e sangrando nas articulares. Gianna havia bebido seu sangue.
Larguei Thaylyne no gramado e ajoelhei em frente a minha amada chorando. Eu planejava salvá-la contrariando meu pai, mas nunca cogitei que isso poderia acontecer. Nunca cogitei que meu plano poderia dar errado.
-Aro não ordenou que e viesse junto com você a toa, Giovanni. Ele sabia que você a salvaria. –jogou Serena no chão. Não pude evitar chorar mais ainda ao ver que seu coração não batia mais. Não havia chances. –E a menos que você se case comigo, ele saberá de seus planos e as filhotinhas de lobo, vão morrer... –completou olhando para Thaylyne que dormia tranqüila no gramado e para duas garotas que choravam ao ver a casa queimar. Tarde demais eu percebi que eram minhas filhas mais velhas, minhas gêmeas.
-Gianna, você aceita ser minha esposa? –pedi sem olhá-la nos olhos. Eu não queria casar com ela, eu não queria casar com aquele monstro que matou o amor da minha vida.
-Aceito. –respondeu esfuziante.
E eu a beijei para selar nosso compromisso. O beijo tinha o gosto do sangue de Serena, aquele foi e sempre será, o beijo de minha morte.”



Eu estava estarrecida com o que havia lido. Eu não podia acreditar, não... Odiei Aro e Gianna mais fortemente do que já odiava. Mas eu não queria deixar aquele sentimento crescer em mim, então olhei para Jacob, que estava tão pasmo quanto eu, e respirei profundamente.


-Acho que preciso ler a outra folha para ter certeza de que meu pai realmente não queria que minha mãe tivesse morrido. –falei calma e controlada.


Apesar de abalada, eu estava me sentindo bem. Era bom saber a verdade, era bom saber o verdadeiro motivo para tudo aquilo ter acontecido. Pois como eu sempre dizia:


“Quer entender e derrotar algo? Então a conheça sua história do principio e você achará seus pontos fracos.”


-Tem certeza? –perguntou Jacob tomando a folha de minhas mãos.


-Tenho. –respondi deixando minha resposta pairar no ar.







-Então agora eu leio. –disse Jacob e eu abri minha mente para a sua para poder ver o escrito.


-Pode ler. –falei em sua mente quando ele hesitou.


Logo ouvi as palavras de meu pai pela mente de Jacob.


“05 de Julho
Hoje vi uma de minhas filhas ao visitar Port Angeles para obter informações sobre os Cullen. Foi uma facada ver o desprezo e a dúvida em seus olhos; ela achava que eu as havia abandonado. Mal sabe ela que eu estive o tempo todo ali, a espreita, eu nunca deixei ela e sua irmã completamente.
Os últimos seis meses foram os piores de minha longa vida. Eu não via motivos para viver, tudo o que eu conhecia e amava estava desmoronando. Era o inferno.
Quando vejo meu pai, eu apenas finjo, finjo ser quem eu não sou. Quanto a Gianna? Eu sinto nojo ao tocá-la. Eu sei que ela percebe e que usará seu poder para me persuadir a amá-la, mas eu tinha que tentar, tinha que lutar, não podia amar o monstro que matou o amor de minha vida.
Vivo hoje em busca de tentar fazer a felicidade e segurança de minhas filhas mais velhas, mesmo que para isso eu tenha que me afastar delas. Não vou deixar meu pai pega-las e fazer o que ele está fazendo com Thaylyne.
Meu pai adorou a ideia de eu casar-me com Gianna, foi ele quem abençoou nosso casamento, já minha mãe... Bem, ela sempre teve uma rixa com as outras mulheres que rodeavam meu pai. E mesmo quando ela achava que outra tomaria seu lugar... Bem, dona Jane continuava sendo a menina dos olhos de Aro desde que nasci.
Meu pai e o tio Caius agora querem os transmorfos amigos dos Cullen, juntamente com minhas filhas gêmeas e os mais talentosos dos Cullen para poder usufruir de seu poder e serem invencíveis, mas eu não deixaria isto acontecer, e Kyara teriam uma vida feliz a qualquer custo.
Eu faria isto pelo meu amor a Serena.
Esta é minha última palavra.”



Desliguei minha mente da de Jacob impedindo que ele visse as imagens que iam e viam a minha cabeça.


Respirei profundamente antes que eu desabasse em lágrimas.


-Ele queria salva-la. –declarei sorrindo. –Meu pai não me odeia ou odeia o que sou. Foi tudo culpa de Aro.


-Você ainda tinha dúvidas? –perguntou Jake sorrindo ante minha reação.


Apesar de todos os pensamentos tristes que eu havia formado sobre a morte de minha mãe, eu me sentia mais leve agora que soube da verdade.


-Não é isso. –disse eu sendo impedida por uma onda de beijos de Jake. –É que... É que eu achava que meu pai havia mudado. Eu tinha medo que ele não fosse o mesmo de antes. –falei entre arfadas. –Pára de fazer cócegas em mim.


-Só se você me der um beijo. –falou com a boca em meu ouvido.


-Você não deveria brincar com fogo, Black. –fugi e sentei na beirada da janela.


-E você não deveria provocá-lo, . –falou no mesmo tom partindo para cima de mim.


Pulei a janela e corri pela floresta a toda velocidade.


-Você não me pega. –gritei por cima do meu ombro e dando um tempo de vantagem para ele e voltei a correr assim que o senti se aproximar.


Após mais uns metros, Jacob pousou no chão a minha frente.


-Assim não vale. –falei dando leves passos para trás enquanto ele se aproximava. –As árvores dão vantagem se você for por cima delas, isto é trapaça.


-Agora você não me escapa, Sra. Black. –Jacob falou me pegando antes que eu tivesse a oportunidade de fugir novamente.


Ri alto, mas logo fui silenciada pelos lábios de Jacob.


Agora eu sabia que tínhamos uma vantagem na batalha que estava por vir, esta vantagem era o amor. E era isso que bastava para acabar com todos os meus medos.


_x_


-, você já está pronta? –perguntou Billy batendo na porta do meu quarto.


Eu havia me atrasado alguns minutos e agora Billy e Jacob não queriam sair sem mim.


Corri pegar uma sandália prata qualquer e a coloquei em tempo recorde.


-Agora eu estou. –disse eu abrindo a porta com tudo e fazendo Billy se assustar. –Desculpe.


-Não importa. –disse Billy me puxando para um abraço. –Está cheirosa.


-Obrigada, vamos? –perguntei procurando por Jacob.


-Estou no quarto. –Jacob falou em meus pensamentos. Eu não gostava disso, mas já estávamos naturalmente conectados, era quase impossível controlar seus pensamentos que vinham a minha mente.


-Jake, vamos. –chamei evitando usar meu poder.


-Estou pronto. –respondeu aparecendo no corredor enquanto colocava outra camisa de botões. Não era das preferidas dele, mas ele ficava lindo daquele jeito.


Tranquei a porta e coloquei a chave na minha bolsa para não perdê-la.


-Quer tirá-lo já? –perguntou Jacob cutucando o anel que ele havia me dado.


Fechei os olhos e tirei-o. Eu não conseguia ficar muito tempo longe de meu anel. Ele era a prova real de que Jacob estaria ao meu lado para sempre.


-Me devolva o mais rápido possível. –pedi com os olhos de gato de botas do Shrek.


Jacob apenas riu, deu-me um beijo singelo e continuou andando em direção a praia onde poderíamos ver as danças da reserva que eram ensaiadas especialmente para este dia.


-Oi, . –disse Kyara me abraçando assim que chegamos.


-Que carinha triste é essa? –perguntei erguendo seu rosto pelo queixo. –Hoje não é dia de ficar assim.


-Você disse que tudo ia melhorar e não é isso que tem acontecido. –respondeu cabisbaixa. –Eu perdi o Naran, nosso pai nos traiu e... –Kyara foi interrompida por suas próprias lágrimas.


Procurei pela mente de Seth enquanto levava Kyara para sentar em um tronco ali perto. Eles não haviam se visto ainda desde que Kyara se transformou, pois quando ela soube que Naran havia sido transformado pelos Volturi ela começou a evitá-lo para ficar longe de seu carinho e não ceder a magia do imprinting.


-Seth, me ajuda. –pensei para ele assim que encontrei sua mente. Mandei junto a imagem de como Kyara estava. –Não se aproxime. –Falei para Jacob que vinha em nossa direção logo após cumprimentar a todos nossos amigos e entes queridos. –Seth já está a caminho.


-Tudo bem. –respondeu em meus pensamentos enquanto ia em direção a Rachel que explodia de felicidade ao contar que estava grávida.


-Kyara. –chamou Seth. E pela primeira vez em uma semana minha irmã o olhou.


-Seth. –sussurrou, seus lábios mal se movendo, seus olhos presos aos dele.


Saí dali para deixá-los a sós e fui cumprimentar os outros, já que eu havia ido direto a minha irmã após ter chego ali.


-Parabéns Rachel e Paul. –falei abraçando cada um deles. Eu os havia deixado por último. –Esse meu sobrinho vai ser muito mimadinho pela tia aqui. –brinquei.


-Então estamos perdidos. –respondeu Rachel entrando na brincadeira. –Já não bastava um avô e um tio para mimá-lo?


-Não tenho culpa se é função da tia mimar os sobrinhos. –rimos. Esta era uma das frases que minha mãe pronunciava quando era pega mimando o Be ou a Bruna, sua irmã mais nova.


-Por Favor, peço um minuto de silêncio a todos para podermos dar inicio a nossa dança. –disse Billy fazendo um gesto abrangedor para um grupo de garotas que entrava na área isolada.


Ariel estava no meio delas, ela se exibia toda para Jacob que estava na frente, assim como eu. Mal sabia ela o que aconteceria após aquela dança. Com toda a certeza ela ficaria possessa. Ri internamente.


Eu tinha sede de vingança a todas as vezes que ela quis me humilhar na escola. Ela iria pagar por tudo esta noite.


A dança era linda, devo admitir. Ainda mais que demonstrava as lendas da reserva. Ela representava a humana que sofria nesta história. Então eu, a malvada da história, a criatura sobrenatural, a mataria internamente esta noite.


-Já volto. –falei rapidinho no ouvido de Jacob e corri para casa antes que ele pudesse me parar.


Quando já estava fora de vista, me embrenhei na floresta e fui pela trilha correndo a toda velocidade.


Chegando em casa, coloquei um colant segunda pele e coloquei meu vestido por cima novamente, peguei minhas sapatilhas de ballet e voltei o mais rápido que consegui para a praia.


-Billy, eu poderia fazer uma dança que preparei para hoje? –perguntei hesitante só agora tomando coragem para pedir algo que eu já planejava há semanas, mas ainda não tinha tido coragem de fazê-lo. –Eu sei que está em cima da hora, mas só agora tive coragem de perguntar e...


-Eu não sei, ... –começou ele. –Depois desta dança nunca temos mais nada.


-É sobre o imprinting. –dei minha última cartada, minha última esperança de participar daquilo hoje.


Vi os olhos de meu sogro brilharem, eu havia ganhado o jogo.


-Tudo bem, . Depois que eles saírem você entra. –disse Billy voltando a sua atenção para a dança que ocorria ali em frente.


Corri para minha irmã, ela teria que me auxiliar com a música.


-Desculpa atrapalhar o momento ternurinha dos dois. –falei me sentando entre ela e Seth. –Mas preciso que você me ajude com a música. –falei estendendo o celular e as caixas de som dele para Kyara. –Volume máximo, aquela música que eu falei para você dois dias atrás.


-Você vai dançar? –perguntou ela com os olhinhos brilhando. Assim como eu adorava vê-la tocar, Kyara adorava me ver dançar.


Assenti para ela.


-Espera aí, você vai dançar? –perguntou Seth confuso, mas ao invés de dar uma resposta sarcástica como normalmente daria, eu abri um sorriso maior que eu rosto.


-Vou. Vou! –respondi já tirando as sandálias dos pés e colocando minhas sapatilhas.


Eu não me importava de sujá-las, eu não me importava se eu conseguiria dançar bem com elas estando na areia, a única coisa com que eu me importava é que iria dançar.


Voltei para o lado de Jacob e terminei de assistir a apresentação. Aplaudi normalmente, não deixei o ciúme transparecer quando Ariel jogou um beijo para Jacob.


Conectei minha mente com a de Ariel.


-Agora é a minha vez de brilhar, queridinha. –como falo para os que dizem que meu poder é o máximo; eu não gosto dele, mas ele sempre vem a calhar em todo o tipo de situação; foi hilariante ver Ariel arregalar os olhos.


Desconectei-me de sua mente e conectei a de Jacob.


-Jake, essa dança que vem agora eu fiz para você. Dança comigo?
-Como? –perguntou confuso antes de Billy assumir a frente novamente enquanto Kyara começava a preparar o som.


-Hoje teremos mais uma apresentação, uma inscrição de última hora por assim dizer. –disse Billy em direção ao povo da reserva. –Então, fiquemos com a apresentação sobre o imprinting feita por , a garota que está fazendo intercâmbio aqui na reserva.



(Polonaise – Chopin: http://www.youtube.com/watch?v=L6S0VIy4SdY)


Ele deixou a área isolada enquanto eu entrava lá sob leves aplausos, a face perplexa de Ariel e um Jacob confuso enquanto eu o puxava pela mão junto comigo.


O posicionei no meio do palco improvisado e fui para o canto me posicionar.


-Jake, essa é para você. –disse em pensamentos para ele enquanto dava um pequeno aceno para Kyara poder soltar a música.


Comecei a me mover conforme a música. Primeiro timidamente e no mesmo lugar, para logo após soltar-me e correr delicadamente até onde Jacob estava.


Comecei a dar piruetas a sua volta enquanto ele tentava me acompanhar com os olhos, e quando nossos olhos se conectaram, eu parei.


Nos encaramos intensamente, apaixonadamente por longos segundos, então eu fugi. Encarei-o de longe fazendo uma dança suave, porém sedutora.


Jacob esticou a mão e deu dois passos em minha direção, ele parecia fascinado, os olhos fixos em mim.


-Solte o lobo que existe em você. –falei em sua mente enquanto fingi que pegaria sua mão e fugia novamente.


As minhas palavras foram o que bastou para Jacob se soltar de vez e elegantemente pegar minha cintura. Olhei para baixo e depois para seus olhos, dando um sorriso que foi retribuído com prontidão.


Voltei a dançar, agora sem soltar-me de Jacob. Hora ou outra ele me mudava de lugar ou apenas me apoiava.


Jacob me ergueu no ar pouco antes dos acordes finais da música e me girou. Colocou-me delicadamente no chão, apoiou sua mão do lado direito de minha cintura e eu me inclinei contra ele, um pé no chão e outro suspenso no ar, Jacob segurou minha coxa para me ajudar a sustentar o peso de minha perna. Olhei em seus olhos enquanto ele me girava em meu próprio eixo. Quando o giro terminou, desci de minha pose, recostei-me em seu peito, de costas para ele e usei um de meus braços para fazer um meio arco em volta de minha cabeça. A música acabou e fomos avidamente ovacionados pelo público presente. Esta era a emoção dos palcos, emoção qual eu não sentia ha muito tempo.


-Esta representação indireta do imprinting, demonstrou o reconhecimento de seu parceiro através dos olhos, a conexão que um tem pelo outro, o cuidado, a proteção e o amor interminável e gentil que há ali. –disse Billy tomando a frente novamente enquanto Jacob e eu nos colocávamos atrás dele. –A melhor representação sobre esta lenda que eu já vi. –disse a última parte sorrindo para nós.


Sorri de volta e vi que Jacob fazia o mesmo.


-Agora, se vocês me permitirem, tenho algo a declarar. –disse Jacob tomando a frente e me surpreendendo. O que será que viria a seguir?


Todos ficaram em silêncio esperando as próximas palavras de Jacob, inclusive eu.


-Este ano que passou, mudou muita coisa em minha vida. No começo eu achava que tudo havia mudado para pior, mas me enganei. –ele virou de frente para mim e olhou profundamente em meus olhos, enquanto eu mergulhava na profundidade dos seus. –Hoje vejo que foi tudo para estar aqui, falando estas palavras e apesar de todas as dificuldades que passei e vou passar, eu ignoro e me ajoelho aqui, pedindo: , você quer casar comigo? –ele se ajoelhou no chão diante de mim tirando dos bolsos uma caixinha de veludo e meu anel.


-Sim. –respondi sorrindo em meio as lágrimas que saiam silenciosamente de meus olhos. Era tudo o que eu mais queria.


Jake abriu a caixinha e tirou de lá uma aliança dourada e a deslizou delicadamente pelo meu dedo anelar da mão direita e logo em seguida colocou o anel de sua mãe novamente em minha mão esquerda. Ele se levantou, enlaçou minha cintura e me beijou ao mesmo tempo em que ouvíamos aplausos e os fogos de artifício que vinham de Forks e do Canadá.


-Eu te amo. –sussurrei contra seus lábios e guardando a promessa de que o amaria para sempre.


Capítulo 20

P.O.V.

-Acho que vou precisar disso. –disse eu pegando uma bolsa pequena e colocando ali um short curto junto com uma regata. –Você quer que eu pegue para você também?
Kyara assentiu e saiu do quarto me deixando sozinha com meus pensamentos.
-Está pronta? –perguntou Jacob entrando no quarto e fechando a porta atrás de si.
Assenti sem olhá-lo. Não queria pensar que essa poderia ser a última vez que nos veríamos.
-. –disse Jacob pegando meu braço e fazendo-me virar em sua direção.
-Jake. –respondi encarando seus olhos profundamente.
Por um momento consegui deixar a raiva, medo e ódio dentro de mim em segundo plano dando lugar ao amor.
Nos beijamos apaixonadamente, desejosamente. O medo estava explicito naquele beijo, tanto de minha parte quanto da de Jacob.
-Eu te amo. –sussurrei de olhos fechados, minha testa colada com a sua.
-Também te amo. –Jacob sussurrou do mesmo modo.
Saí do quarto o puxando pela mão. Seth e Kyara nos esperavam na sala.
Assentimos para eles em um gesto indicativo para irmos e eles repetiram o gesto dando a entender que também estavam prontos.
Trancamos a casa deixando tudo para trás antes de nos embrenharmos na floresta andando a passos humanos.
A certa altura do caminho, Jacob e Seth agacharam e falaram em conjunto na minha mente e na de Kyara.
-Suba. Vou te levar até lá.
Não discutimos ou questionamos, apenas subimos em suas costas antes deles darem partida em sua maior velocidade no corpo humano.
Deixei a sensação da pele de Jacob contra a minha tomar conta de todo meu corpo. Absorvi seu calor, força e amor.
Eu aproveitava cada segundo como se fosse o último.
Chegamos a clareira. Ela estava lotada com todos os lobos e vampiros que estavam ali para nos ajudar.
Observei ao meu redor. Aquela clareira emplacava tragédias, força, morte, discórdia, rancor e muitas outras sensações do gênero. Segundo Jacob, foi naquela mesma clareira que houve dois confrontos antes e eu tinha quase certeza de que esse não seria o último.
Desci das costas de Jacob quando ele parou no amontoado que era a matilha. Até Sam, que recentemente havia virado pai, estava ali para nos ajudar. Ele estava arriscando sua vida, arriscando não poder ver seu filho crescer apenas para nos ajudar. E internamente, me curvei diante de seu gesto.
-Como lobos ou humanos? –Sam perguntou a Jacob assim que ele parou a roda.
-Como lobos, é mais prudente. –falou se retirando para se transformar.
Segui-o e o beijei mais uma vez antes de deixar o calor natural de meu corpo aumentar para dar forma a imensa loba de pêlos loiros que eu era. Mas não sem antes deixar minha bolsa junto e minhas roupas em um lugar seguro.
Voltamos a clareira lado a lado. Jacob e eu nunca deixávamos um fio de pêlo nosso se desgrudar. Nos colocamos na linha de frente enquanto os outros lobos ainda se transformavam e se organizavam no espaço em meio aos vampiros.
-Eles estão chegando. –disse Alice assim que o sol atingiu seu pico, fazendo com que todos se organizassem melhor no espaço.
Kyara, Sam, Seth, Jacob, eu e os Cullen ficamos na linha de frente formando um semicírculo enquanto os Volturi avançavam para nós em uma formação perfeita de um “V” brilhante, coisa que se originava de sua pele exposta ao sol.
Meu coração acelerava a cada passo que eles avançavam, meus pêlos se eriçaram e um rosnado se formava em meu peito.
-Ainda não, . –disse Jacob assim que fiz menção de dar um passo a frente.
Eles pararam.
O “V” se abriu revelando sete pessoas com capas pretas e opacas.
-Meus amigos! Nos encontramos aqui novamente. –disse Aro abrindo os braços em um gesto abrangente.
Meu instinto me dizia para pular e estraçalhar sua pele marmórea, mas a razão me mantinha presa ao lugar na esperança de que não houvesse luta.
-Pena que em uma ocasião nada boa. –disse Carlisle calmo, porém firme. Era estranho vê-lo assim, Carlisle sempre fora tão calmo e gentil, assim como sua aura medicinal.
-Não sei do que está falando, Carlisle. –disse Aro falsamente decepcionado. Aro não é do tipo que se decepciona fácil. –Viemos aqui para conversar, viemos aqui para propor-lhes algo.
-Se é uma simples conversa, então por que trouxe a maior parte de sua guarda? –desafiou Carlisle e nós lobos rosnamos em concordância.
Encarei cada figura ali isoladamente assim que todos baixaram os capuzes. Meus pêlos de eriçaram a cada par de olhos escarlates que eu via. Mas nada foi tão traumático quanto ver Thaylyne com uma postura altiva e pronta para atacar, aquela não era a minha irmã.
-Aquela é a Thaylyne? –perguntou Kyara surpresa, ela também não conseguia crer que aquela era a nossa pequena irmã.
-Infelizmente é. –respondi quando a pequena devolveu meu olhar com a mesma intensidade.
-? Kyh? –perguntou com a voz doce examinando a Kyara e a mim, que estávamos lado a lado.
Soltei um ganido em conjunto com Kyara.
-Precaução meu amigo, nunca vamos saber se seremos desafiados, a não ser se tivermos uma vidente em nossa guarda. –seus olhos brilharam em direção à Alice ignorando completamente a mim e as minhas irmãs.
Cutuquei Jacob com o focinho enquanto pensava:
-Jake, preciso voltar a minha forma humana.
-Não! , eu não posso arriscar. –exclamou desesperado. Eu podia ver em sua mente que ele queria ordenar para que eu ficasse em forma de loba, mas relutava em fazê-lo.
-Eu preciso. –disse eu ignorando o que se passava em nossa frente por um momento e encarando seus olhos. –Thaylyne precisa de mim. –Jacob assentiu brevemente e eu me virei para Kyara. –Vamos.
Eu saí dali e me embrenhei na floresta parando apenas no local onde eu havia deixado a bolsa e minhas roupas.
-Onde minhas netas foram? –ouvi Aro perguntar.
-Elas já voltam. –falou Edward abraçando Bella e a filha em um gesto de proteção.
-Hipócrita. –Kyara e eu pensamos juntas pouco antes de voltarmos a nossa forma humana.
-Aqui. –disse eu lhe passando um short e uma regata. –Veste logo. –falei já vestindo a minha e voltando para a clareira.
-Ora, ora. Vejo que Kyara é tão bela quanto . –disse Aro abrindo os braços. –Idênticas! A não ser por seus lindos cabelos.
Peguei a mão de Kyara e a apertei forte antes de voltar para o lado de Jacob e pressionar minha mão contra seu pêlo castanho avermelhado.
-Não vão abraçar o seu avô? –perguntou Aro falsamente decepcionado novamente.
-Diga o que quer de uma vez, sem enrolações. –disse Kyara. Ela mal podia conter a sua raiva.
-Vejo que sua mãe não a educou direito. –Aro deu um meio sorriso horripilante. –Fico feliz que Gianna a tenha eliminado.
Avançamos em direção a Aro, mas rapidamente fui impedida por Jacob, assim como Kyara foi impedida por Seth.
-Por favor, Aro. Sejamos civilizados indo direto ao assunto. –disse a amazona Senna aparecendo na linha de frente.
-Tudo bem. –disse respirando fundo e dando alguns passos para trás como que para visualizar nosso grupo ao todo. –Viemos aqui para lhes fazer uma proposta.
Ele fitou cada rosto ali esperando algo antes de prosseguir, mas tudo o que encontrou foi silêncio.
-Eleazar, você que já me conhece, não gostaria de se juntar a mim novamente?
-Não. Já conheço muito de você e sua guarda para saber que não me sentiria bem com vocês. –respondeu Eleazar tomando e frente e voltando para o lado de Carmen assim que terminou.
Aro assentiu e mudou seu foco para Benjamin, o vampiro que conseguia controlar os elementos da natureza.
-Sabe que seria muito bem-vindo em minha guarda, Benjamin, assim como Tia. –disse Carlisle afável. Eu tinha certeza de que Benjamin era um objeto de desejo para sua guarda pessoal.
-Agradeço pelo convite Aro, mas já temos uma bela vida no Egito. –disse Benjamin dando um passo mínimo para frente de Tia.
Aro assentiu novamente e se voltou para os irlandeses.
-Maggie, Siobhan e Liam, gostariam de se juntar a nós?
-Eu sei quando as pessoas mentem Aro. –disse Maggie simplesmente.
-E diga-me Maggie, por que eu estaria mentindo agora? –perguntou Aro com uma fúria contida nos olhos enquanto Caius ria sarcasticamente.
-Eu sei que não está mentindo Aro. Mas isso não quer dizer que não venha a mentir futuramente. –disse Maggie transformando seu rosto delicado com a mesma fúria de Aro. –Meu talento é uma maldição, me afasta das pessoas, mas também é algo bom porque me afasta dos mentirosos.
-Eu entendo. –disse Aro já se virando para os outros dois. –Siobhan e Liam.
-Não. –disse Siobhan.
Aro suspirou dramaticamente e se virou para os nômades.
-Alistair?
-Não. –disse Alistair se aproximando de Carlisle. Dos que estavam ali, era o que mais temia ser morto.
Aro o ignorou ante a sua resposta.
-Meu caro Carlisle, seria uma honra ter você e sua família junto de mim. –disse Aro com sua voz se transformando para um tom mais suave.
-Eu dispenso Aro, tenho muitos pacientes aqui que dependem de mim, mas quem decide sobre meus filhos são os próprios. –disse Carlisle calmo, porém frio.
Aro suspirou como se estivesse arrependido e triste com essa frieza de Carlisle sobre sua antiga amizade e se virou para Alice e Jasper.
-Minha cara Alice, nos daria a honra de ter sua ilustríssima presença em nossa guarda? Mas antes saiba que admiro muito seu talento. Prever o futuro é uma coisa rara e estupenda. –disse Aro. –Você também, Jasper, influenciar sentimentos, como isso poderia nos ajudar numa situação de raiva. Acalmar os ânimos é sempre bom.
-Repetindo as palavras de Benjamin, temos uma bela vida aqui em Forks. –disse Alice abrindo um daqueles sorrisos estonteantes, porém oco.
-E eu apenas sigo Alice, Aro. Me perdoe. –disse Jasper a abraçando. Se fosse qualquer outra situação, eu iria me emocionar com tanto amor e carinho.
-Edward, Bella e Renesmee. –disse Aro abrindo os braços novamente. –Pessoas raras, talentos raros. Vocês nos dariam a honra de se juntar a nós?
-Quem sabe algum dia Aro. Quando Renesmee crescer. –disse Edward.
-Bella? –o olhar de Aro recaiu sobre Bella, eu só não havia entendido o motivo.
-Concordo com Edward, Aro. Apesar de Renesmee ser muito inteligente, ela deve crescer primeiro. –disse Bella segurando mais forte ainda a filha contra o peito.
-Mas veja minha neta, por exemplo, ainda é pequena e cresce a um ritmo humano, mas ainda assim faz parte de nossa guarda treinando e consegue ter uma vida de princesa, não é mesmo Thaylyne?
Thaylyne nada respondeu. Ela continuava com os olhos fixos em mim, em Kyara e em nossos lobos.
-Minha resposta continua a mesma. –disse Bella após longos minutos de silêncio.
-Muito bem. –disse Aro se virando para nós com um brilho maligno no olhar.
-Agora vem a parte interessante. –disse Caius fazendo-nos desviar os olhos para ele.
-Transmorfos, criaturas fascinantes e poderosas. –disse Aro com um brilho maligno no olhar. Ele estava prestes a atacar. –Nos dariam a honra de se juntarem a nós?
Nós rosnamos, mas eu me contive e apertei os pêlos de Jacob para nos conter.
-Acho que isso foi um não. –Edward disse por nós.
Kyara e eu podíamos estar em nossa forma humana, mas não tínhamos a mínima vontade de falar com Aro.
-Nem vocês, ? Kyara? –falou Aro avançando um passo em nossa direção. –Veja como Thaylyne está bem, linda, saudável...
Endireitei meu corpo e olhei para Jacob. Ele devolveu meu olhar profundamente.
Kyara apenas negou duramente e olhou para um garoto que estava na ponta do “V”.
Olhei para o garoto e me assustei quando percebi que era Naran, não precisei olhar para saber que era Gustavo a seu lado o lado. Eles sorriram para nós.
-Para ficar como eles? –gesticulei em direção à Naran e Gustavo. –Não.
-Deixe-me ver o que está pensando. –disse Aro estendendo-me a mão.
Respirei fundo antes de sair das bordas do escudo brilhante de Bella em direção a Aro.
-Ele não. –sibilou um cara alto com a capa cinza escuro quando viu que Jacob me seguia.
Aro fez um gesto com a mão para que ele parasse.
-Deixe o garoto vir. –disse estendendo a mão para mim novamente.
Andamos lentamente até Aro, eu não queria que ele lesse a minha mente, que desvendasse todos os meus segredos, mas adiar a batalha era o mínimo que eu poderia fazer para salvar quem deveria ser salvo, e isso com toda a certeza o atrasaria um pouco.
Estiquei a mão direita para ele quando estávamos perto o suficiente. Aro agarrou a minha mão e tombou a cabeça em sua direção e em um segundo todos os meus segredos foram revelados.
Eu podia ver cada detalhe, cada pedaço de minha vida sendo exposto, revelado e entregue a Aro.
-Esplendido! Simplesmente maravilhoso! –disse Aro abrindo os braços para me abraçar.
Saltei para trás e me coloquei em posição de ataque.
-Esplendido? Esplendido? Você mandou matar a minha mãe! –gritei sabendo que ele poderia ouvir claramente mesmo que eu sussurrasse.
-Você acabou com nossas vidas. –disse Kyara disfarçando ao olhar para Naran. Eu sabia que ela se sentia nostálgica por ter perdido o namorado. E isso era uma coisa que só com o tempo ela aprenderia a mudar.
-Fizemos isso para o seu bem, minhas queridas. –Gianna tentou se aproximar, mas foi impedida por Jacob.
Voltamos para o nosso lugar em passos cautelosos sem nunca desgrudar os olhos dos Volturi.
-Quem é a minha avó? Quem é Jane? –perguntei mudando de assunto. Esta era uma dúvida que me assolava desde que eu li o diário de meu pai.
Vozes surgiram dos dois lados. Ninguém esperava esta pergunta. Ponto para mim.
-Eu falei que esse segredo não iria durar para sempre irmão. –disse Gabriella tirando Thaylyne do chão e a segurando contra o peito.
-Irmão? –foi esse o som que saiu da boca de meu pai e de muitos outros ali.
Gabriella deu um sorriso torto e disse:
-Deixe-me contar a história. –ela encarou a todos, até mesmo os Volturi antes de falar alguma coisa.
-Há três milênios atrás, quando todos os humanos ainda acreditavam na existência de vampiros e monstros, a família Volturi eram os reis. Os reis da Itália, admito. Vivíamos todos em perfeita harmonia, Marcus cuidava dos negócio junto a meu pai, enquanto eu, a segunda mais velha, cuidava de Aro e Caius, e minha mãe cuidava da organização do palácio. Vivíamos todos em perfeita harmonia, mas isso foi até o mal adentrar nosso palácio. –disse Gabriella fazendo-me ficar desconfiada, eu não acreditava num milímetro do que ela falava. –Um filho da lua mordeu meu pai numa noite que ele saiu para caçá-los. –ela olhou diretamente para nós. –A família ficou assustada, com certeza, mas combinamos de que a condição de nosso pai seria mantida em segredo, afinal, ele seria destronado caso isso viesse a tona. Rumores de que o rei era um filho da lua surgiram de todo o canto de nosso país, até que um dia, em busca de vingança por meu pai ter matado um dos seus em uma noite de lua cheia, vieram até nosso palácio em busca de vingança. Foi aí que... –Gabriella parecia estar com as palavras entaladas na garganta, mas não as conseguia colocar para fora.
-Foi aí que aconteceu o pior. –o líder que eu presumia ser Marcus tomou a vez e continuou a história. –Esses vampiros mataram nossos pais e nos transformaram para envergonhar-nos perante nosso povo. A partir daquele momento procuramos voltar ao topo, voltar a realeza, e assim conseguimos destronamos os romenos e subimos à realeza vampírica. –seu dedo magro se ergueu em direção aos romenos atrás de nós.
-Lembro muito bem deste dia. Ao menos nos fizeram um favor, pois paramos de deteriorar a partir do momento que nos tiraram de nossos tronos, assim não ficamos iguais a vocês, pedra pura. –disse Setefan, eu imaginava que ele se referia à aparência desgastada, a pele poeirenta e os olhos leitosos de Aro, Marcus e Caius.
-Assim ficamos como estamos até hoje, Aro governa, Caius dita e eu auxilio, nunca quis o trono. –continuou Marcus ignorando o romeno. –Gabriella não assumiu um lugar a época porque era mulher; as mulheres eram submissas naqueles tempos. Depois disto, nunca mais tocamos no assunto.
Vários segundos se silêncio se passaram. E a cada segundo que se passava, mais tensos nós ficávamos.
-Linda história. –disse Kyara. –Mas e a minha avó? –perguntou voltando a nosso foco.
-Séculos se passaram desde então. –Aro continuou sem ao menos se importar com a pergunta. –Um belo dia, nossa secretária, Antônia, levou os sobrinhos a nosso castelo, um tremendo erro, mas eu a perdoei no momento em que coloquei meus olhos em Jane. –disse baixando o capuz de uma moça loira que não aparentava ter muito mais idade do que eu. –Nos apaixonamos e assim o inesperado aconteceu, Jane engravidou. Fiquei assustado, temeroso, não sabia que isso era possível. Eu não podia perdê-la, mas eu sabia que se matasse a criança que carregava em vosso ventre, eu a perderia de qualquer modo, então eu a escondi. Revelei meu segredo a seu irmão e ele concordou em me ajudar se eu a salvasse no último momento e foi o que eu fiz. Assim que seu pai nasceu, eu a transformei. Um milagre; um poderoso milagre. E mesmo comigo e com o filho, Jane não queria morar conosco até ter o irmão por perto e assim eu o fiz, transformei Alec. Outro acerto em minha vida. E cá estamos hoje, um século e meio depois. Ganhei netas, coisa que eu não imaginava que teria, mas elas se recusam em se unir a mim.
Revirei os olhos e soltei um riso irônico.
-Não pode nos obrigar a ir com você. –falei em um tom controlado, bem diferente dos meus pensamentos que corriam soltos.
-Você duvida? –perguntou Gustavo baixando seu capuz, seus olhos esmeralda foram substituídos por uma cor de sangue que me causava arrepios. –Eu ainda posso caçá-la.
Jacob rosnou a meu lado enquanto eu fechava os olhos e balançava a cabeça negativamente.
-Não, Gustavo. Você não pode. –disse eu simplesmente enquanto dava um passo em sua direção. –Você pode até ter sido um caçador de vampiros, ou criaturas como você mesmo disse, mas agora você é uma dessas criaturas.
Jacob correu para a floresta.
-Onde quer chegar com isso, ? –disse dando um passo em minha direção. –Não vejo ligação com a conversa. Mas voltando ao assunto, seria muito fácil te capturar, pois você está sozinha, até mesmo seu namorado/cachorro te deixou.
Voltei meus olhos para onde Jacob tinha sumido na floresta.
-Eu não teria tanta certeza disso. –disse Kyara. – tem a mim, e a todos aqui presentes ao nosso lado.
-E eu não abandonei. –me virei para a voz e sorri ao ver Jacob voltando. –Eu apenas me adaptei melhor ao momento, por assim dizer. –disse enlaçando minha cintura. –Então Aro, porque quer que nos juntemos a você? –perguntou diretamente surpreendendo a maioria dos ali presentes.
-Questões de segurança, cuidado e poder meu caro Jacob. –respondeu rindo. –Afinal, não é isto que todos tanto procuramos?
-E nos tornamos seus cachorrinhos de estimação? Nunca! –disse Jacob raivoso. Os motivos de Aro eram claros e ele iria nos matar se não aceitássemos.
Ignorei os dois e me abaixei olhando para minha irmã mais nova agora que Gabriella a havia colocado no chão.
-Lyne. –chamei do mesmo modo que nossa mãe a chamava. –Estou com saudades de você. –falei de mansinho. Eu queria conquistá-la e trazê-la para junto de mim.
Kyara imitou meu gesto.
-Lyne, eu também estou com saudades. Estou com saudades do tempo em que nós brincávamos tocando piano e bagunçávamos sem querer o escritório da mamãe e de como ela ficava brava. Você lembra da mamãe, não é? –perguntou baixinho.
Agora todos prestavam atenção em nós. Eu tinha que ser rápida, ou eles atacariam.
Jacob apertou meu ombro enquanto Thaylyne assentia.
-Vem com a gente, Lyne. –pedi já derrubando algumas lágrimas quando ela deu alguns passos em nossa direção, mas foi impedida por Gianna.
-Se você vier conosco, tudo vai ser como era antes. –disse Kyara mais controlada do que eu, sorrindo.
Sorri enormemente quando Thaylyne empurrou Gianna e veio em nossa direção atravessando o escudo mental de Bella.
-Também senti falta de vocês. –disse ela quando a ergui em meus braços e a enchi de beijos.
Kyara a tomou de meus braços e a abraçou mais forte do que o comum.
-Agora tudo vai voltar ao normal, você vai ver. –falei passando a mão por seus cabelos negros e sedosos.
-Só que sem a mamãe. –Thaylyne falou baixinho. Fiquei mais tranquila sabendo que ela sabia da verdade, assim ficaria mais fácil.
Assenti voltando para Aro que nos olhava incrédulo pelo fato, ao menos creio eu, de ter perdido alguém assim.
-Pois muito bem. –disse indignado. –Agora que conseguiram tirar de mim a única neta que eu tinha temos uma decisão a tomar, Marcus, Caius, venham comigo, por favor. Vamos decidir se esses transmorfos são ou não um perigo para nós e para os humanos, é claro. –disse indo para a ponta do “V”, quase chegando a orla da floresta.
-Mas que absurdo, os lobos protegem a humanidade! –exclamou Bella em nossa defesa, mas ela foi ignorada.
Olhei para Jacob e depois para Thaylyne no colo de Kyara. Peguei Thaylyne e pedi para que os dois me seguissem até Edward, Bella, Embry e Renesmee.
-Pronto? –perguntei para Embry passando a mão em seu focinho. –Cuide de minha pequena, está bem?
Embry ganiu enquanto eu abraçava minha irmã mais uma vez antes de passá-la para Kyara.
-Até breve, Lyne. –Kyara se despediu a colocando em cima de Embry e na frente de Renesmee que era mais alta.
-Os documentos tanto quanto dinheiro e uns dois pares de roupas estão na bolsa de Renesmee. –Bella avisou quando olhei em seus olhos dourados em busca de informações.
Abracei-a agradecendo. Minha irmã mais nova era uma de minhas preciosidades, eu a amava muito e não suportaria perde-la.
-Não é segredo que não gosto de você, mas obrigada por salvar minha irmã. –sussurrei em seu ouvido antes de solta-la. –Isso nunca aconteceu. –falei em voz alta voltando para perto de Jacob que me olhava perplexo.
-, olha aquilo. –disse Kyara apontando para o local onde estava Aro, Marcus e Caius, porém agora com três novas adições: Gabriella, Jane e mais um outro que era parecido com Jane.
-Alec. –Edward respondeu a minha pergunta não dita.
Assenti apurando os ouvidos.
-Ataque, Jane. –dizia Caius.
-Não! Eu me recuso a atacar minha família. –Jane respondeu ficando mais imóvel do que antes.
-Mas é preciso querida. Nós devemos aplicar nossa justiça. –disse Aro carinhoso.
Meu pai e Gianna se aproximaram deles.
-Não é preciso! –exclamou Gabriella. –Aro, nem tudo é questão de poder.
-Não ataque, pai. Não posso perder minhas filhas. –meu pai implorou.
-Ouça Giovanni, Aro. O poder também pode significar perdoar, dar uma chance. Atacando, nós poderemos ser tachados de inescrupulosos. –disse Marcus se afastando. –Esse é o meu voto.
-Já sabem meu voto. –disse Caius totalmente rude. –Se Jane não quer fazê-lo, então faça você, Alec.
-Não, Alec. –disse Aro quando Alec começava a se afastar. –Ainda não decidimos nada.
Conectei minha mente com a de Aro.
-Estamos esperando. –pensei para ele.
Aro se virou e me encarou friamente.
-Eu revogo o meu direito a voto. –disse Gabriella fazendo com que Aro voltasse a atenção para si.
-O quê? Depois de tanto tempo.... –começou Caius, mas logo foi cortado por Aro.
-Os tempos mudaram meu irmão. Já estava mais do que na hora de que nossa querida Gabriella assumisse seu devido lugar.
-É agora. –falei para os que estavam próximos de mim.
-É agora. –Kyara repetiu quando o grupo se virou para nós.
-Vamos aos votos. –disse Aro nos encarando intensamente. –E neste caso, teremos algumas adições no conselho, portanto, também teremos votos de nossa irmã Gabriella e teremos também o voto de Jane, Alec, Giovanni e Gianna, como futuro membro definitivo da família Volturi.
Silêncio. Foi isso o que ocorreu nos minutos que se seguiram, ninguém ousou falar. Por choque? Surpresa, talvez; ou medo? Aguardamos as próximas palavras de Aro.
-No poder concedido a mim, dou inicio as votações. –disse Aro se virando para Caius.
-Como criaturas desconhecidas e extremamente perigosas, eu digo que devemos eliminar os transmorfos. –disse Caius com aquele sorriso irônico que me irritava mais que tudo.
-Jane?
-Não tivemos problemas com eles até hoje, devemos dar uma chance. –disse sorrindo para nós. E pude desconfiar que por trás daquele rostinho de boneca havia muito mais história do que todos imaginavam.
Sorri de volta.
-Alec?
-Podemos observar por mais alguns meses. –disse sem esboçar expressão alguma.
Aro suspirou.
-Gianna?
-Devemos nos prevenir caso venha acontecer uma catástrofe. Concordo com Caius, devemos acabar de vez com essas feras. –ela nos enviou um sorriso frio e malicioso que devolvemos com o olhar em uma intensidade igualada.
Aro sorriu brevemente.
-Espero que faça a escolha certa, filho. –disse Aro virando-se para meu pai.
-E eu farei. –meu pai devolveu. –Por isso digo que eles devem ter mais uma chance. Pelo que pude observar, ele não fazem mal ou prejudicam a ninguém que não se meta em seu caminho. –disse com um sorriso vitorioso.
Devolvi o sorriso, agora estávamos na frente.
Aro suspirou mais uma vez.
-Gabriella?
-Dê uma chance a eles, eles farão por merecer. –disse ela evitando olhar para nós. Afinal, o que Gabriella realmente queria?
Aro assentiu antes de dar a próxima resposta.
-Minha opinião seria a prevenção contra o mal. –agarrei a mão de Jacob e a apertei fortemente. –Mas diante de toda a situação e de todos os votos até agora, concordo que os transmorfos merecem uma chance.
Respirei aliviada.
-Só não se enganem. Eu disse que vos daria uma chance, apenas isto. –disse Aro antes de se virar para sua guarda. –Vamos! Não temos mais nada a fazer aqui.
-Estaremos de olho. –disse Gustavo antes seguir a guarda Volturi.
Me virei lentamente na direção de Jacob.
-Não acredito nisso. –sussurrei pulando em seu pescoço.
-Eu te entendo. –falou me girando no ar.
Olhei para Embry e pulei em cima dele para pegar Thaylyne enquanto Bella entregava a bolsa de Renesmee para Kyara.
-Tem algumas roupas de Nessie aí dentro, acho que Thaylyne vai precisar. –disse pegando a filha e saindo com o marido dali.
-Kyh, pode levar Thaylyne para casa? –perguntei olhando para Jacob.
-Claro. –ela respondeu pegando a menina de mim. –Vamos, Lyne. Vamos para casa.
-Você volta ? –perguntou Thaylyne assim que viu que Jacob e eu não a seguíamos.
Assenti.
-Só vou roubar sua irmã um pouquinho, mas logo voltamos. –disse Jacob me pegando pela cintura e se pondo em frente a todos que ainda estavam ali.
-Eu queria agradecer... –as palavras fugiram de minha mente e dei uma pequena pausa antes de continuar. –Eu queria agradecer a todos que vieram aqui hoje para nos dar apoio. E que se dispuseram para lutar ao nosso lado caso ocorresse uma batalha.
Respirei fundo sem saber mais o que dizer.
-Também queria agradecer por vocês terem nos protegido. Como sabem, a matilha só quer proteger a humanidade e consequentemente a si mesmos. Vocês podem até não gostar de nós, mas mesmo assim... Obrigado. –disse Jacob com seu semblante de alfa.
-Toda essa confusão também se remete a nós. –disse Senna falando por todos. –Ficarei feliz em ajudar caso isso ocorra outra vez.
Sorri junto com todos os outros. E ouso dizer que meu sorriso brilhava tanto quanto suas peles que refletiam o sol como diamantes.
-Obrigada. –agradeci mais uma vez.
Jacob se virou para matilha e assentiu uma vez. Todos estavam dispensados.
-Vamos para a casa da árvore? –perguntou em meu ouvido.
-Eu acho uma ótima ideia. –devolvi o sussurro roubando-lhe um beijo.
Corremos para a orla da floresta.
-. –chamou Zafrina pouco antes de nos embrenharmos na floresta. –Se quiser desenvolver melhor seu dom eu estarei aqui por mais uma semana.
Mentalmente mandei-lhe uma imagem de um campo florido junto com as palavras:
“Então nos vemos ainda esta semana, obrigada.”
Sorri mais uma vez antes de empurrar Jacob com o ombro e começarmos a correr para a nossa felicidade.

N/a: Hey peoples, vocês também estão nostálgicos ou eu sou a única aqui?
Bem, explicações do capítulo; eu quis fazer um capítulo com um final semelhante ao de BD porque... porque... Bem, vocês vão entender quando eu postar o epílogo.
Pode ser que o epílogo demore um pouquinho para sair agora que vou voltar as aulas.
Agora quero comentários. Muitos; muitos mesmo.
Beijos e até o epílogo. *cry*

Epílogo
La Push – 2 meses depois do confronto

P.O.V.

-, pára quieta. Desse jeito vou borrar sua maquiagem. –Alice ralhou comigo pela enésima vez.
-Alice, parar quieta como? Estou nervosa! –disse eu estendendo o braço para minha irmã. –Kyh, pode pegar minha bala, por favor?
-Bala não! –exclamaram as duas ao mesmo tempo.
-Ok, ok. Eu me rendo. –disse eu fechando a boca por uns instantes.
Meus nervos estavam a flor da pele. Eu mal podia acreditar que iria casar em poucas horas.
-, você passou pela mesma coisa ontem. –disse Kyara ante a meus pensamentos.
Eu odiava essa ligação que nós tínhamos. Eu queria ter privacidade ao menos em minha mente.
-Mas ontem era diferente. Sei lá, parece que hoje é mais definitivo. –falei gesticulando e batendo em uma palheta de sombra sem querer.
-Rose, pode vir aqui fazer o cabelo da ? Talvez assim ela fique quieta. –disse Alice irritada.
Rezei internamente para que Alice não fizesse nada que fosse ME irritar; essa baixinha poderia ser muito diabólica.
-Tudo bem. –disse Rosalie aparecendo em meu quarto, tirando os modeladores de cacho de meus cabelos e começando a trabalhar neles com as mãos firmes e delicadas.
-Como assim hoje é mais definitivo? –Kyara perguntou após alguns minutos.
-Vamos casar perante as leis da reserva, Kyh. Um casamento espiritual. É bem mais forte que o comum. –expliquei tentando ao máximo ficar parada.
Fechei os olhos para Alice passar o delineador.
-Se é tão definitivo assim, por que vocês não casaram pela lei Quileute antes? –Kyara perguntou petulante.
As mãos de Rosalie deixaram meu cabelo ao mesmo tempo que as mãos de Alice deixaram meu rosto.
-Pronto. –disseram as duas ao mesmo tempo. Pude ver pelo reflexo do espelho que uma sorria para a outra e depois baixei meu olhar para mim.
A estranha diante do espelho abriu sua boca em um pequeno “O” ao mesmo tempo que eu.
Minha pele estava normal, ela já era bem bonita assim devido a minha parte vampira (perfeita), porém com uma aparência um pouco mais saudável com aquele blush pêssego. Ela estava perfeita. Mas o que realmente chamou a atenção foram meus olhos, eles estavam com a sombra em um misto de preto e branco, o que destacou ainda mais o castanho esverdeado deles.
-Pode me agradecer mais tarde. –disse Alice com um sorriso triunfante no rosto.
-Jake. –sussurrei me virando na cadeira para olhar pela janela pouco antes de um vulto passar.
Alice fechou as cortinas rapidamente e saiu do quarto como um foguete.
Levantei para sair, mas fui prontamente interrompida por Rosalie pouco antes de ouvir:
-Não ouse encostar um dedo nesta porta, Black, ou você será um cachorro quente. Eu mesma vou fazer questão de te queimar. –esbravejou Alice. –Agora vá tomar um banho antes de ir para a casa dos se trocar. –ordenou.
-Jake. –falei me soltando dos braços de Rosalie e me encostando a porta. –Eu te amo.
-... –ele respondeu, mas pude ouvir que ele foi empurrado para longe dali.
-Só na hora do casamento. –disse Alice. Pude ouvir seus passos em direção a porta do meu quarto e me afastei para que ela entrasse.
Me joguei em minha cama tomando o cuidado para não amassar o cabelo.
-Você me tortura Alice. –falei fechando os olhos.
-Que seja. –respondeu trancando a porta atrás de si.
Olhei para a três a minha volta, peguei um livro e comecei a ler.
-Não senhorita, agora você vai é cobrir esta tatuagem. –Alice falou apontando para meu ombro que estava coberto pelo kimono.
Kyara balançou a cabeça em meu lugar e respondeu:
-Não dá para fazer isso Alice. É o símbolo do nosso povo, ele deve ficar exposto num evento como este.
Alice assentiu e sentou na cadeira que eu ocupara anteriormente.
-Algo mais para fazer? –perguntei levantando os olhos do livro. Eu não queria ficar esperando.
-Bem, tem a presilha de sua mãe. –disse Rosalie fazendo-me olha-la assustada. –Sua avó disse que traria a presilha azul que sua mãe usou em seu casamento.
Assenti com os olhos arregalados.
-. Abra, sou eu. –minha avó disse batendo a porta de meu quarto após algum tempo.
Rosalie que estava mais perto da porta abriu.
-Que noiva mais linda. –disse minha avó abrindo os braços enquanto eu corria para eles.
-Vó. –sussurrei emocionada.
-Aqui, querida. –ela disse me entregando uma presilha com pequenas pedras azuis. –Algo emprestado, algo azul. –ela colocou na palma de minha mão e fechou meus dedos em torno da presilha.
-Quer que eu coloque? –perguntou Rosalie estendendo a mão.
Me virei e esbarrei em algo, ou melhor, alguém.
-Thaylyne, como você está bonita. –falei olhando para minha irmã que subia na cama e abraçava minha cintura.
Analisei seu vestido lavanda que contrastava bem com sua pele morena, juntamente com seus cabelos presos em um coque e uma tiara de pedrinhas.
-Não mais que você. –disse ela soltando-se de mim.
-Ok, agora que estamos todas prontas podemos colocar nossos vestidos, não? –disse Alice passando um pacote para Rosalie, outro para Kyara e ficando com um para si.
-Hey! –falei apontando para o vestido de Alice. –Esse modelo caiu bem em você.
-Obrigada. –agradeceu fechando o zíper nas costas do vestido com um super malabarismo.
Alice alisou o vestido verde e foi fechar o zíper do vestido roxo de Kyara enquanto eu ajudava a fechar o vestido famme fatale vermelho de Rosalie.
-Agora só falta você. –minha avó colocou meu vestido de noiva na minha frente de um jeito que eu só precisaria colocar os pés dentro dele para que elas o subissem e o fechassem.
Suspirei uma última vez antes de colocá-lo. O vestido foi deslizado por meu corpo de baixo para cima.
Fui para frente do espelho.
-Lindo. –sussurrei admirada com o que via.
-Alfred adorou desenha-lo. –disse Rosalie colocando as mãos em meus ombros.
-Vamos? –perguntou Kyara animada. Pude ver em seus pensamentos que ela já estava ficando entediada de ficar ali esperando.
-Mas e Jacob? –perguntei olhando para todas.
-Tenho quase certeza de que ele já está lá. –disse Alice abrindo a porta para sairmos.
-Quase certeza? –Rosalie zombou. –Eu aposto que o cachorro já está se descabelando no altar.
-Como assim? –Kyara e eu perguntamos ao mesmo tempo.
-Estamos cinco minutos atrasadas. –disse minha avó me passando um buquê de tulipas vermelhas que estava em cima da mesa da cozinha.
Arregalei os olhos.
-Rápido. –disse eu correndo para a porta e parando na varando sob o braço de Alice.
-Não, não e não. Eu não tive todo este trabalho de encomendar este vestido com Alfred e de colocar tablado na praia para que você o sujasse ao sair de casa. –disse me erguendo, o que era engraçado, pois eu era bem mais alta do que ela com meu metro e setenta e dois em cima de um salto quinze.
Minha avó, Thaylyne, Kyara e Rosalie riram livremente enquanto Alice me colocava no banco do carona de seu porsche amarelo canário.
-Já que não sou tão rápida quanto as duas eu vou de carona com Alice. –minha avó falou para Rosalie e Kyara. –E você mocinha, vem comigo. Eu não quero que suje seus sapatos. –disse minha avó pegando Thaylyne com colo com certa dificuldade.
-Mas vovó! –exclamou indignada. Eu bem sabia como minha pequena adorava correr.
Alice deu partida no carro e em cinco minutos estacionava em first beach.
-Pronta noiva? –perguntou Alice me erguendo em seus braços e me levando até o inicio do tablado, onde meu avô me esperava, enquanto eu ria.
-Acho que não. –respondi pegando o braço que meu avô me oferecia logo que coloquei os pés no chão.
-Para a tenda! –disse Alice me apontando a tenda com flores rosa que eu presumi ter sido feita exclusivamente para mim. –Os padrinhos e Jacob vão entrar a qualquer instante.
Revirei os olhos e fui para a tenda pouco antes de ouvir a música dos padrinhos e a do noivo ser tocadas.
(Gravity –John Mayer: http://www.youtube.com/watch?v=5K3EEmfWomI)
Depois que todos os padrinhos e Jacob entraram, eu segui Thaylyne que estava com dama de honra juntamente com Alice e Rosalie que iam a frente.
De inicio eu baixei o rosto e corei. Os convidados eram muitos, mas logo ergui o olhar lembrando-me que Jacob me aguardava no final daquele corredor.
Senti a brisa do mar encontrar meus cabelos pouco antes de meus olhos encontrarem com os seus.
Ele me chamou sem realmente pronunciar meu nome e eu repeti seu gesto.
Continuei seguindo para o altar totalmente atraída por seus olhos.
Quando chegamos ao altar meu avô entregou minha mão para a de Jacob e disse pouco antes de tomar seu lugar:
-Cuide bem de minha neta.
Jacob nada disse, assim como eu.
Kyara pegou meu buquê e voltou a seu lugar.
-Neste tão belo dia em La Push, estamos aqui perante um casal que conheceu o amor em sua verdadeira face, o amor que acima de tudo assegura a felicidade da pessoa amada e que muitas vezes coloca a própria em sacrifício para que isto aconteça. –disse o velho Quil olhando nossas mãos ainda unidas. –Protegendo a tribo, a vida alheia e salvando vidas. Um trabalho cansativo, mas mesmo assim encontravam um motivo para sorrir no final do dia; ver o sorriso um do outro.
Olhei para Jacob e sorri ao ver que ele fazia o mesmo.
-É uma escolha de vocês estar aqui perante o conselho, fazendo esta união no dia de hoje?
-Sim. -respondeu Jacob confiante.
-Sim. -respondi deixando rolar minha primeira lágrima do dia.
-O imprinting, o amor em sua mais pura forma, parece forçado a primeiro momento, mas com o tempo vemos que não. –Billy continuou, agora era a sua vez. –Hoje estamos aqui para testemunhar o amor. Então, como ancião da tribo Quileute, eu vos abençôo através do espírito de Taha Aki e da terceira esposa para que esta união seja firme, feliz, plena e que gere muitos filhos e felicidade para vocês. –Paramos para colocar a aliança enquanto Billy colocava um tipo de trança de palha em volta de nós antes de continuar. –Espíritos unidos uma vez, unidos serão pela eternidade. Selemos esta união com um beijo, a demonstração mais pura e genuína do amor.
Virei para Jacob sorrindo e ele também sorria como nunca. Nos aproximamos vagarosamente.
Nossos lábios se tocaram de modo suave, puro e amoroso. Era como apreciar um brinde. Todos aplaudiram.
Viramos para os presentes ali e Kyara entregou meu buquê e nos parabenizou mais uma vez antes que os outros convidados viessem fazê-lo.
-Parabéns de novo minha irmã. -disse me abraçando.
-Obrigada. -sussurrei para ela antes de ter seus braços substituidos pelos de Seth.
-Parabéns, . Muitas felicidades para você e para o Jake. -disse me abraçando cada vez mais forte.
-Obrigada cunhadinho. -agradeci brincando. -Muitas felicidades para você e para a Kyh também.
-Assim espero. -disse antes de sair dali.
Em seguida abracei e agradeci tantas pessoas que eu mal me lembrava, foi tudo muito rápido e só agora eu tive um tempo com Jacob.
Peguei uma taça de chanpagne para mim e outra para ele.
-Um brinde a nós? -perguntou pegando uma das taças de minha mão.
-Sempre! -disse eu levantando a minha taça. -Um brinde ao amor.
-Um brinde a nós. -disse Jacob antes de bater sua taça na minha, cruzar nossos braços e levar o chanpagne a boca.
-Mãe, posso trocar de roupa para brincar com a Nessie? -perguntou Thaylyne puxando a barra do meu vestido.
Era assim como ela me chamava agora, mãe.
Me desenrosquei de Jacob e abaixei até ficar da sua altura.
-Pede para a vó, querida. -falei a pegando no colo.
-Mas eu não sei onde ela está. -Thaylyne falou tão formal e corretamente que cheguei a me assustar. Mas isso era normal, ele havia ficado assim desde que viera morar conosco. Os Volturi haviam mudado minha irmã completamente.
-Vem que eu levo você. -disse Jacob estendendo os braços para ela. Thaylyne foi para seu colo de pronto. -Já volto, . -disse Jacob saindo dali.
-Pai, onde vou ficar esses dias que você e a mamãe vão viajar? -pude ouvir Thaylyne perguntar a Jacob.
Ri sozinha admirando a perfeição de nossa família.
-Qual a piada? -Kyara perguntou arrastando Seth consigo até a mesa.
-Jacob está mimando excessivamente nossa irmã. -respondi olhando os dois de mãos dadas. -Resolveram assumir o namoro?
-É melhor assim. -respondeu Seth ante uma Kyara emburrada.
Ri dos dois.
-Escondido era mais legal. -sussurrou para que só Seth ouvisse, mas com minha audição aguçada também consegui ouvir.
Conectei minha mente com a sua e infelizmente vi imagens que eu não queria ver.
-Kyh, tem certas imagens que não dá para pensar em público. -falei em sua mente.
-É isso que dá olhar a mente alheia. -Kyara respondeu pouco antes de Jacob chegar junto com Emmett.
-Não está na hora da adestradora e o cachorro dançarem a valsa dos noivos? -perguntou me puxando da cadeira.
Balancei a cabeça negativamente, mas de nada adiantou, pois fui puxada para o meio da pista de dança do mesmo jeito.
-VALSA DOS NOIVOS! -Emmett gritou para todos ouvirem e eu tive vontade de arrancar sua cabeça.
Kyara assumiu o teclado ali disponível e começou a tocar.
Jacob enlaçou minha cintura com uma mão e com a outra segurou uma das minhas, enquanto minha mão que estava livre ia para o seu ombro.
Dançamos suavemente por um longo tempo e a cada rodopio eu aproveitava para olhar minhas famílias, a de sangue, e a que eu adquiri aqui.
-Te amo minha garota do intercâmbio. -disse Jacob fazendo-me desviar meus olhos para ele.
-Também te amo. -devolvi com um sorriso.
Há meses atrás eu havia feito o intercâmbio em busca de uma nova vida, mas posso dizer que consegui isso e muito mais aqui em La Push.

Volterra - 2 meses depois do confronto
P.O.V Narrador
-Já está na hora, mestre? -perguntou Gianna à Aro.
-Ainda não minha querida. -respondeu sem ao menos olhá-la, ele estava mais interresado na recente revolta de sua amada Jane contra si.
-E quando chegará a hora? -agora Gianna perguntou rude perante ao desinteresse de seu "mestre".
-Em breve Gianna, em breve. -respondeu deixando o olhar perder-se ao lembrar das lembranças da neta .
Ainda havia muita coisa pela frente.

(Continua em Chama Negra)

N/a: Oi gente, tudo bem? Lencinhos em mãos? Porque eu estou chorando aqui. Não liguem, autora boba. Tem continuação, viu?
Kkkk'
E aí, o que acharam do epílogo? Eu amei, mas sou suspeita para falar.
Quero muitos, muitos,muitos comentários mesmo, viu?
Agora deixa eu ir escrever a continuação.
Kkkk'
Beijos e até Chama Negra.

136 comentários:

  1. First? AEEEEEEEEEE!FRIST!O//////
    *dancinha* ta ta bom, acabou o momento doida rs

    A sua sinopse me interessou... Nao sei pq mas essa coisas de os dois estao sofrendo, sempre acaba sendo boa kkkkk Tem meu voto de confiança!
    Veremos se vc fará por merece-los...*Ui falei como se fosse a fodona hahaaha*

    Enfim, quero posts dessa fic logo hein *-*
    bjinhos

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  2. Parece ser legal. aguardarei próximos caps pra tirar uma 2ª opinião!
    Kisses da Baby

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  3. AHHHH!! Eu tava aki começando a sentir o gostinho dessa fic, quando....BAM!acabou o prólogo.

    Eu queria mais *fazendo beicinho e olhinhos do gato de botas* *.*
    Mas...o enredo parece ser interessante,vou apostar na fic. Aguardo os próximos caps p/ maiores informações e opiniões ^^

    BjaO

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  4. OMG!!!
    Amei na espera para o próximo capítulo!!!

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  5. O inicio está muito interessante veremos o que tem por vir... não demore a postar e não abandone a fic. Nós os leitores agradecemos.

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  6. muito linda apesar de a historia de vida da pp ser mt triste amei o cap bj GABHY

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  7. Esperando pelo próximo capítulo!!!

    *cruza os dedos*
    BjaO

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  8. Nossa, que namorado mais FDP! Eu não acredito que aquele calhorda fez aquilo na mh festa de despedida! Aff.
    Kisses

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  9. 2 votos para a Suh! Que cara filho da puta! Ainda fala aquelas coisas... tipo, puts é pra morrer.
    bjos

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  10. aaaaaaaaah, que emoçaao :D
    To doidinha pra ler o proximo, quero ver como vai ser o encontro dos dois ;)*pulando....
    aoskaposkaposkpaosk
    Beijooos e até o proximo.

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  11. - Ahhhh DE MA IS!
    - Jacob está mais maduro nessa fic *Adoreii*..
    - "Garota do intercâmbio" Ruum! Espero que a Camy faça com que EU bagunce totalmente a sua vida Jacob Black! =D
    - Algo me diz que esse sonho do Jake será mais do que um simples pesadelo! =/
    - Vai demorar muuito pra acontecer o nosso encontro? vai rolar impriting? *quicando na cadeira alá Alice Cullen!*
    - A fic está Ó T I M A ! Esperando ansiosamente o próximo capítulo! *.*
    kiss kiss bye bye! sz

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  12. OOOWWW.
    De mais divaa.
    Jake mega maduro.Oh dlç.
    Hello,garota do intercâmbio não néh filho.Ae fere o ego.
    Tu ainda não sazbe,mais minha pessoa vai abalar sua vida lobinho gostoso hehe.
    Opa,ataque em massa.Volturi do mal.
    Mais mais mais
    XOXO

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  13. Nuss, qta informação. Embry imprint de Renesmee? Essa é nova para mim! Sempre foi o Seth em substituição do Jake! tô boba!
    e que ataque é esse? OMG! Vou chegar no meio de uma guerra! CREDOOO! Salve-se quem puder!
    kkk
    Gostando da fic.
    Kisses da Baby

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  14. droga! eu jurava q ia encontrar com ele hoje u-u
    meu deus! Ataque em massa? FUDEU!
    pq nao nos deixam em paz né u-u

    realmente, o embry, O MULHERENGO, com imprinting com a nessie é novo msm... tipo nunca aconteceu... pelo menos eu nunca li em nenhuma fic

    posta logo
    quero mais

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  15. Bosta! Eu achava que ia ver ele hoje u_u
    Mas tudo beem!!!
    Comoassim o Embry teve um imprint com a Nessie?? Super inusitado =O

    Putz!!Os Volturi são uma maldita pedra no sapato alheio hein?!! Saco ¬¬


    Posta mais!!
    BjaO

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  16. nossa me pegou de surpresa em to amando , eu ñ espera por isso ,
    lol >.<

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  17. Finalmente *-*Imprinting! Imprinting!
    E o que foi akela cena com o Bernardo? kkkkkk Imagina, meu primeiro namorado ser meu primo... que coisa! Doideira total!
    Seth sempre fofinho *-* Simplesmente amo esse lobinho... Ele é tao legal com todo mundo *-*
    Doida por mais!

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  18. Gentee!!!

    Ai que linds esse capítulo *.*
    Adoreiiii eu tive o meu imprint finalmente!!! Eu vi o Jake!!!

    Nossa a minha cena com o meu primo foi tipo: UAU!
    Eu achei que a Leah ia me partir em 2!!

    Gente..será que eu já vou me transformar? Só de ouvir falar no ataque eu já fiquei tremendo igual a um não sei o que...

    Quero mais!!!

    BjaO

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  19. OMg! Amei esse cao! Adorei todos os acontecimentos sucedentes nele!
    A fic está ficando cada vez melhor. Parabéns Camy!
    Kisses da Baby

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  20. Menina como assim você para bem na hora que eu dou de cara com Jake? Ai fiquei tensa aqui... Posta mais flor eu to amando sua fic!

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  21. OMFG!
    Divaa,como assim tu para beem na hora em que eu dou de cara com o Jake:
    Ahh essa maguo tá.
    Mas mesmo assim.
    Oh pai as coisas estão melhorando néah hehe
    Quero maiss
    XOXO

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  22. Ahhhhhhhh que lindo, adorei está perfeito, só estou muito curiosa para o próximo capítulo.


    Bjos

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  23. Ahh eu adorei o capítulo...só achei um pouco curtinho ó.ò
    Mas eu tÔ MEGA curiosa sobre o que vai acontecer no próximo cap XD
    Quero saber quando eu vou me transformar e como é que o Jake vai me conter sobre o imprint '_'

    BjaO

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  24. Nuss! Ameeeeiii! Adorei o POV do Jake e o imprinting dele comigo.
    Só achei a parte em que eu vou dormir para o quarto dele rápida demais. Tipo assim. Num segundo eu tava sonhando e no segundo seguinte já estava me enfiando no quarto de um estranho? Ok, Jake não é um estranho, mas é quase. Acabamos de ser apresentados e apesar do imprinting...ok, vou calar meus dedos. tô falando bobeiras.
    Amei o cap
    Kisses da Baby

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  25. - Demoreeeei mais chegueeeeeei! =D
    - impriting ahhhhhhhhhh! já disse que sou do team Edward é da Bella Jacob é MEU ?
    - Oque? vou conquistar todo mundo primeiro pelo estomago? assim não,tenho que cozinhar só pro meu lobinho favorito!
    - E esse sonho com a minha mamis? será que vou descobrir o segredo bem antes de me transformar? Vou ser uma loba loira ou com o pelo branco feito a neve? suahsuah..
    - Euu amoo o Jake, mais já estou dormindo com ele? O.O rápido demais não? mais mesmo assim adoreeei o capítulo!
    *esperando ansiosamente o próximo*
    - Kiss kiss bye bye! sz

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  26. simplesmente perfeito!!!!
    Estou adorando a fic, bjssss!!!!

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  27. AHHH!
    Sabiaaa que ia acontecer o impriting.HEhe
    Que coisa mais lindaaa.
    Ah,raivinha dos Volturi viuu.
    Tipo sou Teamo Jake *suspira*,e ahh to amando a fic.
    Coisa rápida não?Ja to dormindo no mesmo quarto que ele hehe.*pensametos pervertidos on*
    Mais mais mais
    XOXO

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  28. Amei*_*
    Próximo capítulo sexta please?
    Não me faça esperar mais se não eu surto!!

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  29. Saidinha eu hein... KKKKKK ja querendo dormir com o Jake kkkkkkk enfim
    essa coisa do ataque dos vampiros tem algo a ver com algo q vai acontecer mais pra frente? Ou é só uma desculpa pros Cullens ficarem proximos a La Push tbm, me fazendo ficar mais propensa a transformação?
    Enfim, eu a fic ta mto legal! Continue

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  30. Estou adorando flor... às vezes me pego meio confusa com o passado da PP,mas creio que mais pra frente vou entender. A fic tá ótima e eu adorei ser o imprinting do Jake. Bjos.

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  31. Como sou assanhada... logo no primeiro dia já durmo com o Jake... To ansiosa pelo próximo capítulo.

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  32. Aaaaaahhhhhhhh que lindo, adorei posta mais.

    Bjos

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  33. Ahhh que MARA!!
    Esse Jake é bem impulsivo né?!! Já no 2º dia de convivência me tasca um beijo avassalador desses?!! Nem gostei ;)
    O Billy é o melhor cara, não tem comparação XD

    TÔ louca pelo resto...*abrindo mais um espacinho no coração p/ essa fic DIVA*

    BjaO

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  34. ameiiiii o novo capitulo!!
    Tenho uma seria impressão de que essa Ariel vai me causar problemas...

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  35. Uauuuu! que beijo hein, que loucura é essa, eu não vou conseguir ficar longe dele, mesmo que eu queira! ai, ele é lindo, amando a ficção! bjs

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  36. Ma-ra-vi-lho-so!!!!
    Adoooorei o capítulo, bjsssss!!!!

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  37. Ai muito bom! Primeiro beijo muito lindo! To muiiito anciosa pela transformação! Proximo Capitulo logo por favor! ;D

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  38. Meu primeiro beijo com ele *-*
    Jacob foi bem direto ne? KKKKKKKKKKKKK
    Quero ver como vai ser qndo ele me contar e descobri q eu ja sabia hahahahahhahaha capricha nessa cena hein... eu quero rir um monte! Essa cena promete! =B

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  39. Adorei o primeiro beijo direto que o Jake me deu, sem dramas, sem rodeios... simplesmente ele foi chegando e marcando presença. Espero que ele consiga abrir seus segredos para mim com a mesma simplicidade e diretamente como fez com o beijo. Estou aguardando o próximo capítulo ansiosamente.

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  40. Amei, amei, amei demais! Esse capítulo foi sensacional! Parabéns Camy! Ficou lindo e perfeito!
    Mas já vi mesmo que vai haver mtas vadias! E eu quero ver Jake dar pé em todas só pra ficar cmg! XD
    Kisses da Baby

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  41. AHHH que lindo, adorei esse capítulo está maravilhoso. Ansiosa para o próximo.

    Bjos

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  42. - Que beijo foi esse? o.O ai minha santa Stephenie Meyer,me ajuda que eu já vi que nessa fic vamos ter muuuuita emoção! *olhar malicioso* [/suahsuahs..
    - brotou? putz até eu ri! shaushaushuah...
    - Ri muuito vendo o Jack provocando o professor Zech! Me identifiquei com ele nesse momento adooooooooro irritar meus professores!
    - Capitulo PERFEITO! =D
    Kiss kiss bye bye! sz

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  43. Amei o último cap!
    Será que ela vai perguntar para o Jake se ele é um lobo?
    Bjs, Cat.

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  44. Ahhh eu virei loba? Adooooro as fics que eu viro loba, uhhh é tudo de bom! Mas hein, da pra pegar essa Karla e jogar ela na fogueira santa? Aquela mesma fogueira que eu já joguei a Bella Sam Sal Swan e a Renesmonstra Sem Sal Cullen Filha... Gente que piriguete mais safada! Ahhh Jake tem dó filho dá um berro nessa cabeçuda e e arranja outro emprego!

    Mudando de assunto flor... Esses Erik é do mal não é? Eu acho que é.... sei lá fiquei com meda dele.... *UI*

    Adorei flor tudo mas principalmente os beijoquitos que dei no Jake Delicia Black! bjo e não demora a postar mais não!

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  45. Ameeeeei!!!
    Agora que eu virei loba, posso arrancar a cabeça dessa Karla?! Tenho certeza que ninguém vai sentir falta dessa piriguete.
    Bjsssss!!!!

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  46. Caraca! Quanta emoção. O capítulo ficou fantástico!
    Erik começa me irritando profundamente.
    E Jake...oh serzinho mais complicado. Enrolação para contar que é lobo e que eu sou seu imprinting e ainda pra mais é um pau mandado. Medinho de ser demitido. Aff. Irritei aqui.
    Agora seria legal eu pular nele, como loba, e dar mtos cascudos! kkkk
    Amei o cap linda, posta mais logo
    Kisses da Baby

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  47. Pq sempre tem q ter uma piriguete no meio da parada? ARGH!
    Eu to sentindo que esse Erick vai me dar problemas tbm...
    posta logo plis

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  48. tipo assim:WHAT THE FUCK?
    esse bilhete foi mega estranho... to doida p/ saber o significado desse bilhete
    eu juro q tbm pensei q o sonambulismo vai dar merda posteriormente...e acho q ate ja sei o q q é
    o seth ficou triste pq ele gosta de mim,obvio rs
    posta logo por favor
    eu adoro essa fic,nao desanime

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  49. amei essa fic pois gosto de mistério e esse caitulo foi demais espero que não demore a postar o proximo beijos.

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  50. Esse capítulo foi demais!!!!
    Agora esse bilhete me deixou com a pulga atrás da orelha...deixar de negar meu desejo por sangue, o que isso quer dizer?
    Estou curiosíssima, bjssss!!!!

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  51. OMG! Esse cap foi CHEIO de emoções. e que final foi esse? surtei aqui, gente! Ame demais! XD
    Kisses da Baby

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  52. Adoreii a fic!!

    Pleseaa.. Não demor a postar maiss!!
    =**

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  53. Adoreii a fic!!

    Pleseaa.. Não demor a postar maiss!!
    =**

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  54. Muito Show !
    Adoreei a parte do beijoo.. UI !
    kkkkkk
    Posta Maiis Amoree

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  55. OMG!! Eu amei os 2 últimos capítulos - não sei pq eu não tinha visto o penúltimo na att, mas.. - FOI MUITO SHOWW!!!
    Adorei a minha briga com o Jake e depois a minha tranformação...O Jake dizendo que me ama foi tão linds *.*
    Depois, nossa pegação tbm foi tudo (666.. E GENTEEE, ele tava só de toalha *O*
    Cara..qual é o problema desse Erik? Vô dar na cara dele U_U
    E não vai me dizer que o Seth tah gamado em mim tbm?!
    Oh god! Eu tô achando que o meu pai é um vampiro, esse sumiço dele foi muito estranho e esse negócio dele ficar meio estranho perto de sangue...sei não u.u
    AIMEUDEUS!! Tah muito diva essa fic \O/

    BjaO

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  56. Esse capítulo foi realmente fodástico...primeiro a crise de ciúmes, depois a transformação, logo após a PP marcando território; de volta a La Push e dando uns pega no Jake com o titio Billy cortando o barato, e no fim esse bilhete completamente maluco... Meu Deus estou delirando em devaneios esperando ansiosamente até o próximo capítulo. Please, não demore Flor.

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  57. - Aii que tuudo, estou perdidamente incondicionalmente apaixonada pela FIC! *olhinhos brilhando*
    - Esse Erik é um completo idiota, RUUM!
    - Bella com ciumes? Adorei! Pelo jeito o Seth tem uma quedinha por mim,hum isso vai dar problema. Rose indo com a minha cara? o.O CUMA ASSIM?
    - Suspeitava deis de o principio que eu ia ser uma loba loira rs.. Não tenho o cheiro como os outros lobos? Já vi que isso também vai dar confusão mais para frente..
    - Agora dando uma de Sherlock Holmes, meu pai era um vampiro certo? minha mãe era uma quileute (descendente de lobos) e eu sou uma hibrida, mais por algum motivo meus instintos só se despertaram agora, estou no caminho certo autora? (e minha irmã, não vai fazer parte do wolf pack?)Juntando os genes vampirescos com os de lobos vai me transformar em uma hibrida temida e que no futuro vai ser caçada pelos volturis,acertei? rs..
    - Mal me transformei e já briguei com o Jake? que trágico [/sauhsuah.. Loba durona eu não? [/kkk.. Ninguém reparo que eu também sofri um imprinting pelo Jake? nem ele mesmo? aiii G-zuis que pegação foi aquela? O.o poxa Billy atrapalhando o próprio filho, assim não dá néah?
    - Ameei o capitulo e me desculpa por eu não ter comentado no cap 6 *olhinhos iguais ao do gato de botas do Sherek* prometo que isso não vai mais acontecer! c:
    Kiss kiss bye bye! sz

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  58. Esse capítulo foi maravilhoso, além de ser bem cumprido, foi também bem emocionante. O que me deixou confusa foi esse recado que deixaram, o que será que eu sou?
    Não demora a postar e continua a fazer capítulos bem grandes. Sou sua fã.
    Bjos

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  59. AMEI O CAP nossa acho que quem deixou o bilhete foi o pai da pp to loca para saber oq vai acontecer bjs Gabhy

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  60. Adorandoooo!!!!!
    Que mistérios são esses que envolvem a PP? Estou cada vez mais curiosa com tudo o que esta acontecendo comigo, principalmente esse ser que é totalmente estranho e que deu para aparecer, assim do nada.
    Bjsssss!!!!

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  61. - Foi só eu que me perdi no capitulo? *olhar confuso* em um momento nós estávamos na ronda atrás do vampiro e no outro eu estava confessando para o Jake que era virgem o.O o que aconteceu na floresta? como foi a pegação? poxa autora como você faz isso comigooooo O.O isso é uma puta falta de sacanagem *para quem escuta a rádio 89.1 * [/suhsuahsuash....
    - Eu tomando a iniciativa e pedindo aquele lobo em namoro? ADOREI.. ri muitooo quando ele disse que estava se sentido como um cachorro, mais agora que ele tem um cordão com o meu nome, seria justo que ele também fizesse algo de madeira e me desse néah? rs.. *ciumes da Bella on*
    - Trabalhar na bicicletária [/suahsuah.. coitada da Karla *ironia pesada* kkkkkkk..
    - Quem será no cinema, tchan tchan tchan tchan *tentativa inútil de uma música de suspense [/suahushaushau...
    - Capítulo divinooo!
    Kiss kiss bye bye! sz

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  62. Concordo com você Crasi.. acho que faltou algo.. (Foi só eu que me perdi no capitulo? *olhar confuso* em um momento nós estávamos na ronda atrás do vampiro e no outro eu estava confessando para o Jake que era virgem o.O o que aconteceu na floresta? como foi a pegação?)
    Mas, no todo o cap. foi otimo!

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  63. Mata a autora.....kkkkkk como pode parar o cap. assim?????
    Agora grita comigo: EU NAMORO O JAKE....EU NAMORO O JAKE.... KKKK
    Tô achando que a pessoa do cinema é o Gustavo.... tô achando

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  64. PQ?PQ VC FAZ ISSO COMIGOO??
    Como vc termina o capítulo assim?!!!!

    Meu Deuss!! Pq eu acho que é o pai dela? O.O
    Sei lá, esse lance dele ter sumido assim like a ninja não tah batendo...e nesse final ela disse que era uma voz familiar /pensa

    E OMG!!! Eu e o Jake quase consumamos o ato ali na floresta msm!! ADOOOROOO
    E o Jake não é mais virgem? Faz sentido, ele é gostoso demais p/ ser 0km HUAHUAHAUH

    Ai flor, posta mais pq tah SUPER!!
    BjaO

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  65. Ameiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

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  66. Adoreiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

    ResponderExcluir
  67. Aaaaaaaaah
    Oq foi que eu te fiz pra vc me deixar curiosa desse jeito ?
    Não creiio !
    Ansiosa pakas !
    Bjks
    Posta Maiis Plis !

    ResponderExcluir
  68. Momento surto on @$#%¨@%¨&@ ... Como pode um capítulo tão legal terminar assim? Quem será que irá retornar na minha vida? Meu Deus quase entrei em combustão espontânea com esse quase ato sexual com o Jake, imagine como será a pegação quando os dois resolverem consumar o ato... vou ter que chamar os bombeiros... Estou ansiosa para ver o desenrolar dessa fic no próximo capítulo.

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  69. Poxa vida devia ser crime as autoras acabarem assim as fics KKKKK. Brincadeira adorei continua logo.

    Bjos

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  70. AMEI! Esse cap foi demais!
    Duas cenas hots ali...eu jurava q aconteceria dessa vez kkkkkkkk enfim
    quem é essa pessoa cara... eu preciso saber D:
    NAO DEMORA PRA POSTAR
    eu preciso de mais
    bjnhos

    ResponderExcluir
  71. Amandooo!!!
    Quer dizer que meu pai apareceu e veio cheio de suspense. O que será que ele esconde? Estou curiosa!
    Esses meus pegas com o Jake ainda vão me causar um infarto.
    E agora mais vampiros aparecem na área. Aff!!!
    Bjssss!!!!

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  72. aHH Eu sabia que era o pai dela!!!
    Ele é um híbrido né??! Eu acho que é u.u

    Putz gente, como é que o Embry entra assim na casa dos outros? Tudo bem que tinha um vampiro por ali, mas né?!!Eu tava lá no bem bom com o Jake...já pensou se fosse algo mais intenso que estivesse rolando?
    Aiaiai...


    Posta mais..e logo.
    BjaO ;)

    ResponderExcluir
  73. Meu pai é um Vampiro? Como minha mãe sobreviveu à gravidez por duas vezes? Como agora sendo híbrida consigo me transformar em loba? São muitas dúvidas... preciso de mais capítulos logo para começar a montar esse quebra-cabeças.

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  74. Oieeeeee..... amei o capitulo, principalmente os momentos pegando fogo com o Jake..... aiaiaiaiaiaiai Jake, Jake, Jake....

    Mas hein.... eu acho que meu pai é um hibrido... como a Nessie... mas o pior... quem será o pai dele? talvez o Aro? Ou Caius.... eu acho que o pai dele é alguem do mal.... só pode, pra não aceitar os netos... ahhh mas agora eu to mega curiosa... então flor manda mais capitulos dessa fic linda de morrer...

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  75. Leitora nova aqui \o/
    E to AMANDOOOO!!!
    é linda a história *-*
    QUERO MAIS!!!!!!!

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  76. Leitora lova!!!!! To amando!!! Ta muito perfeita, pena que agente sempre para as melhores coisas na metade né? 666' Sou assim mesmo ok? KOPAKAOP, Posta logo que eu to morrendo pra ler mais

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  77. Aii..eu não gosto quando o Jake fica triste comigo :(

    Meninaaaa..que mistério todo é esse??
    Essa vampirona ai e o Gustavo...ai que medo!!!
    Amei o ataque de ciumes do Jake, só não gostei da Bella já encostando no meu love..u.u
    adorei o cap.
    QUERO MAIS!!!!!

    ResponderExcluir
  78. OI flor.... Fiquei triste com o Jake bravo comigo....mimimimimimimimi mas as reconciliações são sempre ótimas!!!! Agora vamos às suposições... Digamos que Gustavo é um híbrido (como eu acho que o pai da PP tb é) e ele sabe sobre os lobos... ok até a PP já descobriu... mas digamos tb que ele e o pai da PP estão juntos e armando contra os lobos, só não sei o motivo pra isso, mas como gente malvada não precisa de motivos... continuando, ai eles sabendo sobre os lobos decobriram sei lá tipo um ponto fraco... afinal o Embry se feriu com um chute da vampira....

    Bom essa é minha teoria... da pra ver que eu viajo bastante né.... kkkkkkk.... mas hein eu adorei o capitulo flor.... ô inspiração da Camy, faça o favor de voltar de folga logo, pq nós queremos mais capitulos! BjaO flor!

    ResponderExcluir
  79. Também não gosto quando o Jake briga comigo, mas concordo com a Nannah, as reconciliações são tudo de bom.
    Agora mais um mistério, quem será esse Gustavo realmente e o que ele sabe sobre esse mundo sobrenatural?
    Hum, estou curiosíssima!!
    Adorandoooo, bjsss!!!!

    ResponderExcluir
  80. Não gostei do Jake bravo cmg, mas reconciliações são tudo de bom [3] XD
    Bom, quanto as teorias...eu concordo com a Nannah, acho que o Gustavo e o pai dela são híbridos e por isso ele sabe sobre lobos...mas sei lá né! Pq o pai não gostava dele e depois os dois viraram aliados?Hm...E essa vampira morena aí hein...ficou estranho, eu fiquei achando que poderia ser a mãe, mas eu posso ter viajado na "maional" rsrsrs...but acho que ela tem algum poder maquiavélico igual a Jane, por isso o Embry pode não ter se curado normalmente u.u

    Essas são minhas teorias loucas e please que sua inspiração na fique de pirraça pq eu estou curiosíssima aki!!

    BjaO

    PS: Acho o nome ELIZE um nome legal p/ colocar na mãe da PP ~fikdik~ ;D

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  81. Ai nem vou dar minha opinião pq é bem capaz d vc fazer o contrario kkk...
    Sentiu minha falta??kkk(até parece)
    Pois é voltei e amei muito esses caps.que eu ainda não tinha lido e menina da pra aprofundar esse relacionamento logo??kkkk

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  82. Perfeitooo!
    também não gosto de primeiros dias de aula =]
    menina enxerida essa da ed.f. hein!
    Ow eu viajo nas partes q tem Jake ele ainda vai me enlouquecer !!!

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  83. Adorandoooo!!!
    Esse professor é bem folgado, não?!
    Ain, o primeiro dia de aula é terrível, ainda bem que já passei dessa fase!!
    Agora, esse diário revelou muita coisa, mas ainda tem muitos mistérios a serem revelados.
    Bjssss!!!!

    ResponderExcluir
  84. Oh Gosh!
    gente..que diário é esse?? quero saber mais!!

    eu odeio essas piriguetes em cima do meu lobinho!
    Já to vendo que a escola vai ser difícil :s
    Não demora pra postar PLEASEEE
    Amei o capítulo

    QUERO MAIS!!!!!!!!!

    ResponderExcluir
  85. Oh Gosh!
    gente..que diário é esse?? quero saber mais!!

    eu odeio essas piriguetes em cima do meu lobinho!
    Já to vendo que a escola vai ser difícil :s
    Não demora pra postar PLEASEEE
    Amei o capítulo

    QUERO MAIS!!!!!!!!!

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  86. NOVA LEITORA AQUI! *o*
    Amei a fic gente. O Jake é tão tentador...kkkkk
    Quero maaaaaaaaais, muito boa!

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  87. OMG!! Esse diário, que BAFÃÃÃOOO!!
    EU QUERO SABER MAIS SOBRE ELE E O QUE QUE TEM NAS PÁGINAS RASGADAS!!
    E essa mulher meio feiticeira que roubou o meu pai?? Será que é a Gianna depois de virar vampira?? Seja quem for, já não gostei dela u.u
    E por falar em não gostei, qual é a dessas meninas invejosas e enxeridas hein?!! Só fez o 1º dia de aula ser pior...e que piadinha sem graça a do professor, ainda bem que eu não saí por baixo u_u

    HOHO³..como assim a nossa primeiríssima vez vai ser no próximo cap?? =O
    Eu vou ter um AVC akii *O*
    PS: Eu adorei o nome Serena tbm flor ;)

    BjaO

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  88. adorei sua fic ela ta incrivel
    Eu so ñ digo d+ porque tudo o q é d+ sobra e tudo q sobra vai pro lixo e eu ñ jogaria nenhum pedacinho da sua fic fora
    Amo quando o Jake ta com ciume ele é lindo!!!

    ResponderExcluir
  89. Neta de Aro Volturi??!!!!!!!!! Gente tô surtando!!!!!!!!!!! Meu pai um hibrido????????!!!!!!!!!!!!!!! Outro surto!!!!!!! Que família complicada essa minha...
    Mas, vamos comentar a melhor parte do capítulo, ou seja a pegação com o Jake, sabia que quando esses dois se entregassem de corpo e alma ia dar numa cena caliente e altamente sensual, que vc soube escrever tão bem! E ainda incansavelmente os dois repetiram a dose mais duas vezes (que invejinha *-*). Um dia ainda encontro um desses pra mim!!!
    Amo muito essa fic!

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  90. Uau, que família a minha né, nada mais que neta de Aro Volturi. Isso que foi surpresa.
    Agora que cena foi aquela, Jesus me abana. Foi perfeito, fiquei até sem ar.
    Amandooooooo, bjssss!!!!

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  91. Uau que final é esse, e que familia que fui arrumar? Vampira, Hibrida e ainda opr cima viro loba!
    Adorando.

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  92. Nossa que cena linda, e a musica então ajudou muito. Estou curiosa para saber o que vai dai está historia toda de vampiro e lobisomem.
    Amando a fic.
    Bjos

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  93. NOSAAAAA muito maneiro. eu sou uma humana/vampira/loba rsrs. Tô adorando a fic. *esperando o próximo cap*
    Bjs

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  94. Nossa..sou muito burra..nem percebi que eu sou meia vampira pelo diário..kkkkkkkkkkk'
    Que surpresa gente, Aro Volturi, meu vovô..hahhahaha
    Uii..adorei essa reconciliação gente..amei amei
    Que lindo essa primeira vez *-*
    me apaixonei de novo e essa vampira doida/babá??
    QUERO MAIS!!!!!!

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  95. MeuChapeudeAbaLargaComUmBuracoNoMeio!
    *amei a fic >>e o final ..huhum!!
    cONTINUA!!

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  96. Eu amei esse capítulo, principalmente a "arrumação" na casa dos avós da PP. Bem inspirador!!! Só não contava com a chegada do Bernardo... que mico!
    Mas, voltando à Gabriela, ela sabe ou não sabe quem era a avó da PP? Primeiro ela disse não saber quem ela era, depois veio com aquele papinho que a avó e o pai queriam proteger a PP e as irmãs... Não entendi muito bem... O que será que ela está escondendo? Será que esta avó está mais próxima que a PP pensa?
    São muitas perguntas que necessitam de respostas... mas, precisamos esperar os próximos capítulos para sabermos. Bjos

    ResponderExcluir
  97. O capítulo foi muito bom, e a cena também, pois não foi exagerada e nem sem sal foi perfeita apesar da chegado do Bernardo esse empata foda kkk. Estou adorando.
    bjos

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  98. OMG!!!]
    Tá querendo infartar as leitoras???kkk
    Maravilhoso Cap12 e 13!!
    Continua>>

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  99. Caracolis o que foi isso, estou tão curiosa para saber o mistério da PP que não estou me agüentando kkk, são tantos mistérios e uma pessoa só, e coitado do Seth ia acabar apanhando de graça kkk. Mas espero que no final tudo se resolva e a PP fique com o meu lobinho.

    Bjos

    ResponderExcluir
  100. Ansiosa demais pra ver como essa confusão com os Volturi vai se resolver!
    Esse cap 13 mostrou o quanto meu lobinho é QUENTE! :9
    Posta maaais!

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  101. Uiii..ser pega no flagra desse jeito não é legal..hahhaha
    E o que os Volturi vão fazer?!
    To morta de curiosidade..ahhhh
    QUERO MAIS!!!

    ResponderExcluir
  102. Por que será que eu estou com a ligeira impressão de algum dos lobas vai ter uma impressão pela Kyh?
    continua a fic esta otima :D

    ResponderExcluir
  103. Eu tb estou com a impressão que o Seth vai ter um imprinting com minha irmã gêmea e o meu cunhadinho vai dançar... uma futura loba merece um lobinho pra chamar de seu!!!

    ResponderExcluir
  104. A Kayla vai se transformar! FATÃO! E talvez ela tenha imprinting com algum dos lobos... tadinho do meu futuro-ex-cunhado =/
    continua por favor

    ResponderExcluir
  105. ADOREIIII
    Minha gêmea tá em La Push comigo *_*
    Posta maisss
    Bjs

    ResponderExcluir
  106. Aiaiia.. minha irmã gêmea está em La Push, o que me remete a pensar que vão nos confundir de manerias engraçadas!!
    Nossaa.. ela vai se transformarr!! E quem sabe sofrer um imprinting!!
    vai ser bem legal!!
    Beijo

    ResponderExcluir
  107. minha irmã é muito louco...
    curiosíssima pro proximo capitulo...
    e essas mortes??? aonde vai dar???
    posta mais

    ResponderExcluir
  108. Adorei o capítulo, só não entendi o porque do Billy e o Jake estarem desconfiando do cunhado da PP, e também o porque do Seth estar estranho. Estou curiosa pra saber o que vai acontecer no próximo capítulo, por isso não demore muito, por favor, (olhinhos do gato de botas kkk).

    Bjos

    ResponderExcluir
  109. Camy flor que irmã piradinha que tenho...kkkkk.... mas hein fiquei com medo agora.... sei não primeiro o Seth apareceu e sinceramente achei ele meio estranho.... e depois minha irmã chega... primeiro pensei num imprinting deles dois, mas ai apareceu o Naran e eu lembrei que minha sister tem namorado... o Naran também tá estranho.... não tem nada errado com ele não né? Sei lá... vc surpreende a gente com cada uma.... (eu adooooooro isso..kkkkkkk)... e esse casamento? Como assim? Adorei!!!! Principalmente meu momento Alice... Nossa vai ser um sufoco esconder a identidade lobo da minha sister, mas acho que ela se transforma logo... to com essa suspeita.... enfim, vou aguardar aqui o proximo capitulo.... vou tentar não roer as unhas... kkkkkkk.... Capitulo ótimo flor... Bjos!

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  110. Eu espero que minha gêmea tenha um impriting com algum dos meninos e deixe esse Naran chupando o dedo! Até eu to meio desconfiada dele agora, não dei do quê mas tô! hahahaha
    Não demora, flor! ;**

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  111. Nossa..que gêmea..hahhaha
    achei meio estranho o Noran :S
    E essa noite promete..uhul' \o/
    agora espero que a gêmea não tenha um imprinting com algum lobo :D
    QUERO MAIS!!!!!!

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  112. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
    continuee, estou amandoo a historia, garota vc e tudo OK..
    Pelo amor de deus poste os proximos capitulos, to colada aqui todos os dias oks.
    bejim, e parabens, sua fic e D E M A I S !!!


    Aproposito, meu nome e Michelle, vou fazer uma conta agr ! rsrs =)

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  113. Adorei a postagem dupla!
    O Jake mimando a PP no aniversário dela, pedindo ela em casamento com o anel da mãe dele, a pegação dos dois ao som de menina veneno foi maravilhoso.
    O Seth confessando o imprinting pela Kyara e descobrindo que ambos tem a música em comum foi muito legal... O Seth merece ser feliz e a irmã da PP também.
    Agora lá vai a bronca... Como você conseguiu terminar o capítulo assim? Quem é essa criança? Agora morrerei de curiosidade até o próximo capítulo!!!

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  114. Essa fic é DIVINAAAA!!! Não me canso de ler.
    Adoooro os momentos do Jake e da PP, eles são perfeitos juntos.
    A aproximação do Seth e da Kiara foi emocionante.
    Amandooooooo, bjssssss!!!!!

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  115. Ain que cap divo.
    Essa menina será que é quem estou pensando?! huuuuum, vou esperar o próximo cap para descobrir.
    Já to ansiosa aqui esperando,aiai*
    Amo muito a fic..
    beeeeeeeeeeeeeeijos

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  116. Amora eu gostei dos capitulos,mas eu queria saber se vc ja tinha os escrito a mto tempo...pq inconcientemente eu associe a parte em q ela pula nas costas do jake e ele diz q de cachorro ele passou pra cavalo à parte da minha fic Um sonho muito louco que tem uma cena igualzinha...só queria saber se sei la, vc nao se baseou nela... ;)
    Enfim, quero saber que criança é essa... posta logo =D

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  117. Ai adoro quando vc faz isso...posta dois cap. de uma vez só *-*
    Amei os cap. foi tãoooo fofoo
    e adorei o imprintg do Seth..e eles tocando piano então own
    QUERO MAIS!!!!!

    ResponderExcluir
  118. Ahhhhhh eu acertei! Eu acertei! Eu acertei!!!!!! Menina não é que Seth teve mesmo um imprinting com minha sister!!!!! OMG nem acerdito que eu chutei e fiz um mega gol.... ok, agora to calma.... mas hein Naran é um FDP dos grandes! Como pode fazer uma merda dessa com minha sister??? e ainda vem na cara de pau me perguntar se Jake é tudo o que eu penso dele.... ah vá.... humpf, ainda bem que minha sister tem o Seth pra fazer ela ficar happy.... adooooooro!!!! Amei ter os meus avós e minha sister comigo em La Push... menos o Naran... acho que vou jogar ele de um penhasco... tô decepcionada com ele.... mas estou amando Intercambio... pricipalmente o Jake.... ainnn eu to mesmo noiva dele.... ahhhhhhh que alegria.... ok acho que chega de escrever néh? kkkkkkk Camy sua fic ta cada dia mais diva!!!! Bjos flor...

    Ahh ia esquecendo, quem é a criança? POr que eu to com a impressão que é a minha irmãzinha que 'supostamente' morreu no incendio???? não sei é a unica criança que veio na minha cabeça.... ainda mais sabendo que minha antiga babá fugiu.... sei não.... OMG fiquei tensa nessa parte... quero mais.... Bjos....

    ResponderExcluir
  119. primeiro irei falar do cap 15...
    adorei... ficou mto bom... meio parado... mas eu gostei..kkk
    o pedido de casamento em meu aniversario foi tudo...
    eu amo tulipas vermelhas... sao minhas preferidas..
    e a revelacao do Seth me pegou desprevinida... mas gostei... ele sera meu cunhado..kkk
    gostei da atitude de PP em ir ate o quarto do Jacob.. é assim msm... não temos que esperar dos homens... sentiu vontade vai lá e pronto..kkkkk

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  120. cap 16 foi legal, cheio de coisas e um final que me deixou curiosa..
    o Seth e a Kyara tão começando a se entender... quero muito ver os dois juntos....
    agora isso... o que sera que vem por ai... CURIOSÍSSIMA...
    posta mais...kk

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  121. Leitora nova! UAU. Nossa é.... PERFEITO!!
    Eu não conseguia parar de ler!! Quando eu não estava lendo tava pensando no que ia acontecer, nas opções etc!!!
    Esse Cap. 16 ta muito bom, me deixou muiiiito curiosa.
    Seth e Kyara se entendendo, e a Gabriella...
    A menina dos Volturi, a Kyara com os sinais da pré tranformação... muita coisa pra atiçar a curiosidade da gente!!!!
    Pasta mais querida porque eu Vicicei total.

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  122. nossa como eu adoro ,amo essa fic a cada capitulo mais eu me apaixono mais adoro adoro adoro e nossa essa saída promete ... kkk esperad nova att bjs

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  123. É impressão minha ou eu acertei de novo????? A criança que Alice viu com os Volturi é a irmazinha da PP mesmo???? OMG que estou me sentindo Alice Cullen....kkkkk.... Flor me responde uma coisa, fui eu que pulei em algum capitulo atrás ou você não colocou que o Naran foi transformado? A ultima coisa que me lembro dele é que Kyara contou que ele tinha a traido... mas não lembro de mais nada... bom mesmo assim, adorei esse capitulo... o Erik é um fdp dos grandes, será que é possivel assim eu dar uns dois socos bem no meio da fuça dele? Ahhh e eu amei a dança... deixei Ariel no lugar certinho dela, bem debaixo dos meus pés... Toma distraida, JAke é meu e ninguem tasca! kkkkkkk.... Menina do céu, quer dizer que eu papis é do bem???? OMG que alegria..... tudo bem que eu fiquei muito triste por Gianna ter matado minha mãe, mas algo me diz que ela vai ter troco.... e a Kyara e o Seth.... ownnnn bem que podia ter assim POV especial deles dois néh... *olhinhosdogatodebotas*
    Ahhhh o amor, o amor... um capitulo recheado de boas noticias e onde nós vemos que o amor vai prevalecer.... A.D.O.R.E.I cada linha, exceto onde vc falou que a fic ta acabando.... mimimimimimimi, mas como ainda temos dois capitulos e o prólogo... eu vou saboreá-los com muita calma.... Bjoks flor!

    ResponderExcluir
  124. Adorei o capítulo, o Seth e a Kyara se entendendo, o Jacob e a PP declarando na frente de todos, até mesmo ver o carinho que o pai da PP sentia pela sua família, nos dá a certeza que o amor sempre prevalece.
    Já tô sofrendo por antecipação ao saber que a fic já vai acabar... snif, snif... mas espero que você escreva mais para nós reles leitores!

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  125. nao acredito que ja esta acabando...
    ela vai fazer muita falta...
    amei os capitulos... mto lindo
    os folhas reveladoras...
    saber que o pai da PP nao teve culpa..
    saber como ele se sentiu... mto bom
    e a dança... lindo
    o mais lindo foi o pedido... toma Ariel...kkkk

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  126. Ahhhhhhhh!! Perfeito!! To tão feliz!! Eu vou me casar com o Jake!!!! O papai é do bem!!! Minha irmã ta viva!!! A Kyh e o Seth tão juntos(finalmente!)!!! A dança foi tão perfeita! Ah e no cap. anterior quando eu descubro o meu poder! As pags do diario do papai reveladoras que só! A unica coisa que eu não gostei foi saber que a fic ta no fim cry...cry...cry...

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  127. Achei mto fofo esse final *-* Desde a dança ate o pedido!
    A historia do Giovanni naquelas folhas me deixaram surpresa e com raiva ao mesmo tempo.
    Finalmente Kyh se transformou e vai se acertar com o Seth *-*
    Estou louca para a batalha. Apesar de nao querer q seja q nem amanhecer, e sim haja uma luta, eu nao quero q pessoas queridas morram :S O que fazer? rs
    Att logo pls

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  128. como assim "intercambio esta acabando"? como ousa usar essas palavras? o meu mundo vai acabar "fazendo drama na lan house e todos olhando" vou morrer *-*

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  129. Meninas, cliquem no link:
    https://www.fanfiction.com.br/historia/147140/Intercambio_-_Em_Busca_De_Uma_Nova_Vida/capitulo/21

    É o capítulo 19. Eu já pedi para a meninas arrumarem, mas para quem quiser ler agora está aí.

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  130. Adorei a fic, foi perfeita do início ao fim.
    Aguardo ansiosa pela continuação!!!

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  131. Alguém ai tem um lencinho???? Tudo bem, tudo bem eu sempre choro em casamentos....

    OMG dessa vez eu não choro por causa do casamento... eu choro pq acabou! mimimimimimimimimi... mas tem continuação né? *serecompondo*...

    Precisa falar que eu amei os dois capitulos??? Claro que precisa! CAMY EU AMEI!!!!!!

    Mas vamos lá comentando sobre a batalha...

    1. Gente existe pessoa mais cinica que Aro Volturi??? O bicho tá p
    pegando, o mundo tá acabando e ele tá lá... na maior calmaria... como se estivesse tudo bem e ele fosse a Branca de Neve esperando o principe encantado... e os outros, os DO BEM, são a bruxa malvada com a maçã envenenada na mão... affff....

    2. What??? Jane minha avó???? Choquei! Bem que eu sempre suspeitei do 'carinho' de Aro por ela (se é que aquela criatura sente carinho por alguém....)

    3. Quer dizer que a danada da Gabriela era uma Volturi... me enganou legal...

    4. Posso falar... uma das coisas que mais gostei em BD foi ver os Volturi voltando pra Itália com o rabo entre as pernas... ahhhh foi o máximo, e rever isso aqui foi DIVINO.... adooooro quando Aro dá com os burros n'água....

    5. Olha só eu já falei nuns capitulos atrás que ia dar uns tapas no Erik, agora eu vou decer o cassete (desculpa o linguajar) no Gustavo.... ai que ódio desse menino.... e pensar que eu o amei uma vez na vida.... afff como a gente é cego... ainda bem que meu lobão gatão fortão apareceu... aiaiaiaiaiai...

    O que me leva a falar do epílogo (e não prólogo como colquei no meu coment da semana passada kkkkk).

    1. Posso falar... amo casamentos em finais felizes.... *souromanticassumida*, e esse final feliz (pelo menos por enquanto) foi tãooooo lindo... Eu com Jake e minha little sister como nossa filhotinha... Seth e Kyara juntos (eu ainda sonho com um cap especial deles tá....), todo mundo feliz... Aí eu fico feliz também! #FATO.

    2. Não sujar o vestido tinha que vir da Alice né??? kkkk Adoro ela gente, acho que um dia vou escrever uma oneshot dela...

    Enfim voltando à Intercambio... nem preciso falar que eu vou ser figuinha carimbada na continuação né??? É flor vc vai ter que me aturar lá ta.... eu e meus coments gigantes... kkkkk

    Bjos flor nos vemos em Chama Negra...

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  132. Nao consigo acreditar q acabou :S Foi tudo tao rapidoooo...
    tenho q confessar q o final parecido com BD me entristeceu um pouco... Juro! Uma das coisas q eu nao gostei foi justamente essa coisa toda de muita tensao,ladainha,cinismo e bla bla bla pra nada u.u nem uma lutinha siquer... =/ rs
    mas esse final com o casamento em la push foi fofinho... minha irma chamando o jake de pai e a mim de mae, me emocionou rs fico interessada em ler essa continuaçao...sempre quis saber o q os Volturi fariam dps dessa titica de confronto... Lerei com certeza (: bjs e até

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  133. ai PERFEITO....
    nossa amei tudo dessa fic...
    to sem palavras aki...
    amei a irmanzinha da PP...
    ela chamando de mae... que fofo
    e o casamento.. ate que enfim saiu...
    mais pelo o que eu vi... a paz tem hora marcada pra acabar...
    esses Volturi nao tem jeito... sempre arrumando um jeito pra um briga...
    e fiquei pasma ao saber que a vó da PP era a Jane... ela ficou do lado da PP... que lindo
    e o que vem agora em???
    vamos pra Chama Negra...
    estarei lá te acompanhando...
    muito bonito o final de Intercambio..
    que venha o Chama Negra

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  134. Myh faço das suas as minhas palavras e com isso acho que não tenho mais nada a dizer a não ser é claro que com certeza estarei esperando chama negra e irei com toda a certeza acompanhar e incentivar a vocês autora e leitoras em todos os cap. bjos e nos vemos na continuação!!!!

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