Primeira Parte (Prólogo ao capítulo 12)
Taylor P.O.V.
-NÃO! POR
FAVOR, NÃO!
Acordei
assustado com os gritos de .
Ela gritava muito e muito alto, enquanto se debatia na pequena cama auxiliar.
Em meio aos
gritos, ela implorava, implorava para não baterem nela e...
Devido ao
sono, demorei alguns minutos para perceber que ela estava tendo um pesadelo com
aqueles dois crápulas que tentaram estupra-la.
-.
... !
–eu a sacudia, enquanto a chamava.
Lágrimas
escorriam de seus olhos e caiam pelas bochechas, manchando sua face de
porcelana, apavorada pelo pesadelo.
Uma crescente
agonia crescia em mim, enquanto o que havia acontecido naquele dia voltava a
minha mente como um clarão. A nitidez das cenas... Meus músculos cresceram e
ganharam força e leveza, como se estivessem prontos para lutar, exatamente como
aconteceu naquele fatídico dia. Sim, há anos eu não treinava, mas ainda
lembrava alguns golpes e a força se devia aos músculos que tive que ganhar para
interpretar Jacob, e que depois não larguei mais.
-.
–chamei mais uma vez, desesperado para que ela acordasse e acabasse com tudo.
Aquilo já estava me apavorando... Aquele dia também havia sido traumático para
mim, doía lembra-lo. –,
acorda, por favor.
Em um ofego,
acordou e sentou na cama. Ela tremia e respirava com dificuldade, porém, havia
parado de chorar.
O alívio
percorreu meu corpo. Agora eu sabia que a situação estava sob controle, sob meu
controle, eu podia melhorar aquele ambiente pesado.
Abracei-a e a
abriguei em meu peito da melhor forma que pude, até que ela parar de tremer.
Continuamos abraçados, cada um perdido em seus pensamentos, no exímio silêncio
da noite quente de verão.
-Foi só um
pesadelo, certo? –ela perguntou, quebrando o silencio. Seu corpo já não tremia,
o que significava que ela também havia controlado seu emocional e isso era
extremamente bom para o momento.
Assenti,
erguendo o rosto de pelo
queixo, para que ela pudesse ver meu movimento de cabeça.
-Eram eles,
naquele mesmo beco escuro e... –o pânico foi tomando conta da face delicada da
mulher em meus braços, antes que ela voltasse a enterrar a cabeça em meu peito.
mantinha o rosto em meu peito, não se dando conta, ou não se importando, com
minha nudez. Sua respiração quente em minha pele causava arrepios excitantes,
sua pele fria e anteriormente tremula, acionava em mim um lado protetor, que eu
não sabia existir, a não ser quando a situação envolvia minha irmã. Enfim, a
mulher que eu tinha em meus braços, causava em mim sentimentos divergentes.
-Só mais um
pesadelo. –confirmei, contendo a raiva que crescia dentro de mim e tencionando
os braços a sua volta.
Aqueles
vermes, aqueles monstros... Me causavam asco! Minha vontade era de caçá-los e
matá-los com minhas próprias mãos. Não era só o que
sentia que estava em jogo, o que eles haviam feito com ela importava, mas se
eles tentaram estupra-la, eles haviam feito a mesma coisa com outras garotas.
Esses criminosos mereciam a pior punição para esse crime asqueroso.
-Taylor. –a
voz doce de , chegou suave a
meus ouvidos. Abaixei a cabeça, só para encontrar aqueles grandes olhos azuis
me encarando com inocência. –Obrigada. Obrigada por sempre estar por perto para
me salvar. Você sempre chega na hora certa.
Acariciei sua
face, aproveitando para sentir a maciez de sua pele contra minhas mãos. A puxei
para a cama de casal e a cobri com o lençol com o qual ela estava coberta
anteriormente.
Observei,
enquanto aqueles lindos e expressivos olhos azuis se fechavam a meu toque.
-Sempre vou
estar lá para te proteger, esteja você onde estiver. –falei, deixando toda
minha sinceridade impregnada em cada palavra pronunciada.
deu uma risada curta, leve, sonolenta... Eu sentia por suas reações corporais
como ela estava. Continuei a acariciar sua face, nunca deixando seus olhos, que
piscavam lentamente, se entregando aos poucos ao sono que tomava conta de seu
corpo.
-Bom mesmo.
–ela sussurrou, finalmente fechando os olhos, mas sem se deixar entregar ao
sono. –Mudando de assunto... –ela começou com a voz bem baixinha, mas parando
no meio da frase, para me apalpar por cima do lençol. Quase ri com aquilo.
-Oi. –disse
eu, incentivando-a a continuar. Não consegui disfarçar o tom de riso na voz, o
que fez com que franzisse o
cenho.
Também não
pude conter a mais natural e pura reação do corpo masculino quando é apalpado.
Mas não me constrangi, quem ficou constrangida foi ,
que tirou a mão dali rapidamente e a repousou no travesseiro como
se nada tivesse acontecido.
-Você pode
vestir algo, por favor? –ela pediu com a voz ainda baixinha.
Segurei meu
riso diante daquelas palavras. Era engraçado que, mesmo estando prestes a cair
no sono, ela se incomodasse com minha nudez.
-Pode deixar
que eu visto sim.
Demorei mais
uma pouco acariciando sua face, antes de levantar e ir até o armário, para
colocar uma boxer e uma calça qualquer, antes de voltar para a cama e puxar
para meus braços, mais uma vez.
-Agora durma,
. Eu vou tentar te proteger de
todo mal que a cerca.
Em poucos
minutos, ela ressonava tranquila e segura em meus braços, exatamente como
deveria ser.
_x_
-Bom dia.
–disse eu, adentrando a cozinha onde minha família se encontrava, com
em meu encalço.
Assumi meu
lugar de sempre, ao lado de meu pai, que sentava à ponta da mesa e de frente
para minha mãe, que sentava do outro lado de meu pai.
sentou-se ao meu lado, em frente à Makena, minha irmã.
-Bom dia.
–disse suavemente. –Adorei
sua blusa, Makena. –disse ela, apontando para a camiseta bege que tinha a
estampa de uma boca na frente, que minha irmã vestia.
Minha irmã
sorriu com a boca fechada, para esconder os dentes cheios da panqueca de
chocolate que ela comia. Só podia ser isso, pois Makena raramente sorri sem
mostrar os dentes, é natural dela.
-Vocês se
conhecem? –perguntou minha mãe, olhando questionadora para as duas.
-Conheci seus
filhos por sua sobrinha, a Gabi, senh... Deborah. –Makena pegou os dedos de
por cima da mesa e os apertou levemente, como se fossem velhas amigas e
confidentes.
-Acho que não
fomos apresentados. –disse meu pai, olhando diretamente para a forasteira do
dia, que se movia timidamente, enquanto eu servia seu café.
Minha mãe
sorriu para ela, em seguida para mim e depois para meu pai, dando a entender
que estávamos juntos.
ficou tensa na cadeira, encarando meu pai como se ele fosse alguém perigoso.
-Sou .
.
–ela disse timidamente, estendendo a mão para meu pai, que a pegou com um
sorriso. –Colega de elenco de seu filho.
-E nova
namorada do Taylor? –ele perguntou, com um brilho nos olhos.
O rosto da
mulher a meu lado ficou vermelho, assim que meu pai terminou de pronunciar
aquelas palavras. Também fiquei constrangido, mas me contive, pois se eu fosse
falar algo, eu diria que ela realmente era minha namorada.
-Bem que o
Taylor gostaria que fosse, mas ela é só colega de elenco mesmo. –disse Makena,
do mesmo modo petulante, que fazia quando criança.
-Makena!
–repreendeu , ficando mais
vermelha ainda. Quase ri, mas sabia que sobraria para mim se o fizesse.
De relance,
vi minha mãe baixar a cabeça e rir discretamente, atrás do guardanapo que ela
usou para cobrir a boca. Meu pai, olhava-me sério, indignado... Ele estava
abusando de uma eloquência digna de atores.
-Antes só do
que com aquela tal de Lily. –disse ele, voltando à atenção ao prato a sua
frente.
Cerrei os
punhos ao ouvir aquele nome. Lily Collins. Aquela garota havia me feito de gato
e sapato, só para me trair com o arrogante do Efron mais tarde. Minha raiva não
era nem por ela ter me traído, mas sim por ter me usado para se desligar um
pouco da imagem do pai, o músico, Phill Collins.
-Quem disse
que eu estou sozinho? –falei no calor da raiva, pegando a mão de
por baixo da mesa.
Vi a
cabeleira loira cair em frente a face da mulher a meu lado, quando eu disse
aquelas palavras idiotas.
havia resolvido dar atenção ao seu café da manhã. Mas foi uma única lágrima,
uma lágrima que escorreu pelo seu nariz e caiu em minha mão, que segurava a
dela, que fez eu me arrepender de ter pronunciados aquelas palavras inúteis.
Senti um leve
aperto em minha mão, antes que ela fosse solta.
-Bom dia,
família! –disse Gabi na maior animação, entrando de supetão na sala de jantar e
assustando a todos. –E... ! O
que está fazendo aqui, garota?
-Me
sequestraram! –disse
sarcasticamente, erguendo a cabeça e vestindo sua melhor face de indignação.
Gabi ergueu
uma sobrancelha olhando furiosamente em minha direção. Ela sabia desde o começo
que eu era apaixonado por sua amiga, mas nunca aprovou as coisas que eu fazia
para chamar a atenção daquela mulher.
-Ela passou
mal quando íamos para a entrevista e o médico sugeriu que ela passasse um fim
de semana em um lugar calmo, então eu a trouxe para cá. –falei rápido, tentando
explicar que eu não havia feito nada para magoar sua amiga. –Mas o que você
está fazendo aqui?
Minha prima
sorriu forçadamente e puxou a única cadeira vazia naquela mesa e começou a se
servir, sem me direcionar palavra alguma.
-Seu tio
Frank viajou a negócios filho, e sua tia Carla foi junto, a Gabi queria ficar,
por isso sugeri que ela viesse para cá, já que passaríamos o final de semana
aqui. –minha mãe respondeu no lugar de Gabi, enquanto
arrastava discretamente sua cadeira para mais perto da amiga.
Passei o
resto do café da manhã tentando atrair a atenção da mulher loira para mim, mas
tudo o que consegui dela foi uma risada muito divertida, quando deixei a jarra
de suco cair de minha mão, derramando todo o líquido dela em minha roupa e,
logo em seguida, bati minha mão na colher que estava no pote de geleia, também a
derrubando em minha roupa, que ficou lambuzada como a de uma criança. Depois
disso, a única coisa que consegui fazer foi conversar com meu pai, enquanto ele
comia.
-Então você
não fez parte do plano para me trazer para cá? –ouvi
perguntar para minha prima, a certa altura do café da manhã.
Gabi bufou e
balançou a cabeça negativamente, olhando de relance para mim. Sustentei seu
olhar, mostrando que eu não tinha nada a temer, porque não havia feito nada de
errado.
-Eu nem sabia
que você vinha para cá. –minha prima respondeu. –Não podiam ter feito isso com
você! Seu pai, a ... Aqueles
traidores!
Mordendo o
lábio inferior de uma maneira sedutora,
se ajeitou na cadeira e ficou encarando minha prima por um grande tempo, como
se estivesse transmitindo algo pelo olhar.
-Meninas,
vamos fazer uma massagem com pedras quentes e depois dar um jeito nas unhas?
–Makena perguntou, interrompendo a conversa telepática das duas. –Estou louca
por uma manicure!
-Vamos! –Gabi
respondeu com os olhos brilhando como os de um anime, enquanto
apenas deu de ombros.
-Não estão
esquecendo nada? –perguntou minha mãe, interrompendo o que Makena estava
começando a falar.
Minha irmã
parou, fez uma cara pensativa e ficou olhando para minha mãe de modo estranho.
-Esquecendo o
que? –ela perguntou, após algum tempo. –Ai! –gritou, com a cotovelada que Gabi
deu nas costas dela.
-Acho que a
tia Deborah está falando sobre nós pedirmos a permissão dela para isso. –disse
minha prima de canto de boca, para minha irmã. –Nós podemos fazer essas coisas,
tia?
Minha mãe
encarou a três com face séria, como se estivesse pensando seriamente em seu
pedido, mas eu sabia que era só brincadeira dela.
-Claro que
pode meninas! –disse minha mãe, abrindo um sorriso. –Mas eu quero saber tudo
que vocês querem hoje, pois eu já posso ver o que realmente vai dar. Não posso
pedir para meus funcionários atenderem vocês e dispensarem os hospedes
pagantes.
Elas
assentiram, levantando-se da mesa e agradecendo pela refeição.
-Obrigada por
tudo, Deborah e Sr. Lautner. –disse ,
olhando ternamente para meus pais.
-Daniel, por
favor. –meu pai disse a ela, que assentiu levemente.
-E Taylor,
obrigada por me convidar para tomar café com sua família. –disse ela,
encarando-me ao falar. Seus olhos azuis demonstravam uma sinceridade absurda.
–Eu não teria me divertido tanto se tivesse tomado meu café no restaurante, com
os outros hospedes. –ela completou, olhando para minha camiseta, ainda ensopada
pelo suco e com manchas da geleia.
Fiquei sem
reação diante das palavras dela. Essa mulher me desarmava, me fazia despir-me
de meu véu de ator e me mostrar como verdadeiramente me sentia, um homem idiota
e imaturo, como qualquer um que tivesse vinte anos.
-,
vem logo! –disse Gabi, a puxando pelo braço e a arrastando para longe dali.
O silencio
tomou conta do ambiente quando as meninas saíram.
Fiquei
encarando a porta, ainda com a imagem de
me agradecendo pelo momento em minha cabeça.
-Boa garota
para casar! –disse meu pai, quebrando o silencio. –Por que você não a namora?
Não consegui
conter minha risada irônica naquele momento. Agora, sabendo que rumo minha vida
tomava, o que eu mais queria era compartilhar tudo com a mulher que amo, mas
isso era uma coisa difícil de fazer, já que fui um cafajeste.
-Eu a magoei.
–falei de forma clara, limpa.
Pela primeira
vez, admitia a verdade para mim e para todos em voz alta, tornando aquilo mais
real e palpável do que já era.
Às eu ficava
com raiva de mim e me perguntava por que eu tinha que ser tão impulsivo,
leviano e irresponsável ao lidar com uma mulher que só merecia o melhor.
-Arrependimento
não vale a pena, Taylor. –disse meu pai, olhando fundo em meus olhos. –Se
redima e reconquiste-a.
P.O.V.
As mãos
másculas do massagista, tocavam e apertavam minhas costas em pontos
estratégicos, relaxando meu músculos com eficiência. A sensação da mãos ásperas
e frias contra minha pele quente por conta das pedras, só aumentava o
“relaxamento” que a massagem causava.
-Aproveitando
o massagista, ? –perguntou
Makena, erguendo a cabeça e sorrindo para meu massagista.
Virei minha
cabeça para meu lado direito, que é onde ela se encontrava e revirei os olhos
teatralmente.
-Você não
acha que é muito safada para seu tamanho, Barbie indígena? –Gabi perguntou,
usando o apelido de infância da prima.
Makena bufou
e voltou a deitar a cabeça no colchão de massagem, mas desta vez, com a cabeça
virada para meu lado, cobiçando meu massagista com os olhos.
Era nessas
horas que eu mal conseguia acreditar que ela só tinha quatorze anos. Quando eu
tinha essa idade eu não era assim tão tarada quanto ela, pelo contrário, era
inocente até demais. Só fui ficar um pouquinho mais “informada”, um anos
depois.
-Barbie
indígena, tome muito cuidado para onde olha. –alertei. –Daqui a pouco o Taylor
chega aqui e dá o maior ataque de ciúmes por conta da irmãzinha mais nova dele.
A confusão
tomou conta de mim, quando a garota começou a gargalhar, sendo acompanhada por
aquela que dizia ser minha amiga, mas que ria da minha cara na primeira
oportunidade que vinha.
-O Taylor?
Com ciúmes de mim? –ela disse sarcasticamente. –Se toca!
Ergui as
sobrancelhas, diante das palavras da garota, só para testar até onde ia abusar,
tirando com a minha cara.
-Naturalmente,
ele é seu irmão. –disse eu. –Você aí, semi nua, comendo o... –virei a cabeça em
direção ao meu massagista da melhor forma que pude. –Qual seu nome mesmo?
-Rafael,
senhorita. –ele respondeu, exibindo seus dentes branquíssimos, em contraste com
a pele negra.
Sorri para
ele em agradecimento e prossegui:
-Enfim, você
fica aí, semi nua, comendo o Rafael com os olhos... Ele vai querer proteger a
irmãzinha dele, nem que seja dela mesma.
A gargalhada
veio em alto e bom som, de Makena e de Gabi, que estavam ficando vermelhas de
tanto rir, sendo que a segundo já estava a beira de lágrimas por conta das
risadas. O pior de tudo, é que os massagistas se contagiaram com as duas e
começaram a rir junto com elas.
-Amiga, é
mais fácil meu maninho dar ataque por ver você semi nua, sendo massageada por
um gostoso como o Rafael. –as palavras de Makena foram como um tapa na cara
para mim.
Foi através
de um formigamento nos pés que a irritação foi subindo por meu corpo, até que
chegasse à minha cabeça e explodisse.
-CHEGA!
–gritei, me levantando e usando a toalha para cobrir os seios. –CHEGA! EU NÃO
AGUENTO MAIS, ENTENDERAM? JÁ ME BASTAM AS REVISTAS DE FOFOCAS ME ENCHENDO COM
ISSO! Vocês também não, por favor...
Todos me
olhavam com caras espantadas, enquanto eu tentava controlar a respiração, que
se acelerara com minha explosão.
Saí correndo
pelo SPA, em direção ao meu quarto. Eu mal via por onde passava, apenas corria
pelo caminho que fizera até chegar ali e, sem querer, acabei esbarrando em
alguém, que caiu com tudo no chão.
-Desculpa, eu
não vi...
Estendi a mão
para ajuda-la a se levantar, mas fui rudemente ignorada.
-É, percebi!
–a mulher me cortou, com voz aguda e enjoada.
Suas luzes me
pareciam familiares, assim como o estilo de roupa e o corpo excessivamente
magro. Não tive tempo de avaliar seu rosto, pois ela se levantou com agilidade
e seguiu seu caminho sem olhar para trás.
Balancei a
cabeça, antes de continuar meu caminho, só que agora mais calma. Cheguei ao
quarto e corri para o banheiro. Eu precisava de uma ducha que tirasse o óleo
essencial que fazia parte da massagem, da minha pele. Eu precisava de algo que
arrancasse de mim, aquelas palavras que ouvi. E nada melhor que um banho para
isso.
Joguei a
toalha que me cobria em um canto qualquer do banheiro e fiz o mesmo com o
minúsculo short que eu vestia, antes de ligar o chuveiro numa temperatura
agradável ao corpo e, me jogar de corpo e alma naquele banho, que poderia ser
renovador.
Deixei que a
água escorresse por meu corpo por um longo tempo, antes de começar a me lavar.
A tristeza e
o vazio profundo eram minha companhia naquele banho. Eu queria chorar, mas já
não me restavam lágrimas para chorar por aquilo, elas já havia acabado. Já
estava decidido que eu não cederia ao Taylor, eu deveria seguir minha vida.
Mas... Mas por que aquilo doía tanto?
Lavei-me com
calma, desconectei a mente do mundo e deixei que aquele vazio que eu sentia,
tomasse conta de meu corpo e mente. Apenas me permiti não e pensar e limpei com
intuito de rejuvenescer a mente e alma, me desligar dos maus sentimentos e me
abrir para novos.
-?
Já aqui? –disse Taylor, entrando de supetão no banheiro e me assustando.
Peguei a
toalha, me enrolei nela e desliguei o chuveiro, constrangida com a situação.
Coloquei a cabeça para fora do boxe, encarando-o com a melhor cara de raiva que
pude.
-Não sabe
bater na porta, não?
Eu não sabia
se era raiva ou constrangimento que me tomou conta no momento e jogou para o
alto o vazio que eu tanto me forcei em focar.
-Estava
aberta. –Taylor respondeu com cara de inocente, andando em minha direção. –Eu
não achei que você estivesse no banho.
Saí do
banheiro, esbarrando nele. Fiz questão de fechar a porta e deixa-lo lá dentro,
para que eu pudesse trocar de roupa em paz.
-Qual o seu
problema? –a porta foi aberta com força, antes que eu conseguisse alcançar o
armário para pegar minhas roupas.
-Quer saber
qual o meu problema? –perguntei, me virando em sua direção e transmitindo toda
minha raiva através do olhar. Uma das coisas boas de ser atriz, é que você
aprende a expressar muito bem suas emoções. –Meu problema é você, Lautner,
simplesmente isso.
Um, dois,
três, quatro, cinco, seis, sete passos. Foi o que ele precisou caminhar para
que ficasse face a face comigo, o que é uma coisa difícil de fazer,
considerando minha altura e a dele.
-Por quê?
–foi com a voz sofrida, que aquela pergunta chegou a meus ouvidos, causando-me
um mínimo de pena.
-Você é um
aproveitador. Me “pega”, se gaba e me magoa no dia seguinte, ou melhor, no
minuto seguinte. –falei, fazendo aspas no ar, ao dizer a palavra pega.
Minha toalha
caiu com esse movimento, deixando-me exposta do pior jeito possível diante
daquele imbecil.
-Eu não quero
ser assim. –as palavras de Taylor vieram acompanhadas de um abraço. Não resisti
quando senti seus braços a minha volta, apenas me deixei envolver naqueles
braços fortes e carinhosos.
Instintivamente,
enterrei minha cabeça em seu pescoço e o cheirei, inalando aquele aroma tão
conhecido por mim.
-Prove. –o
provoquei, sabendo que era o único jeito de ter o que eu queria no momento.
E em questão
de segundos, os lábios de Taylor tomaram os meus, levando seu doce sabor para
minha boca, que avidamente correspondeu o beijo. Joguei meus braços em volta de
seu pescoço e o puxei mais ainda para mim, o que fez com que nosso contato
corporal fosse impedido apenas pelas roupas dele.
Me soltei de
seus braços e, saí em disparada pelo quarto, ameaçando sair dali, mas o homem
que infelizmente mexia comigo, saiu atrás de mim, bloqueando minha saída.
Risadas ecoavam pelo ambiente, durante o desenrolar do pega-pega. Aquilo era
algo divertido, perigoso, provocante, colocava à prova todas as minhas
promessas feitas com relação à Taylor, com relação a nós. Segundo minhas
promessas, isso não deveria estar acontecendo por conta do que eu sentia por
ele, mas minha promessa não tinha nada contra eu me divertir com ele...
Continuei
correndo igual a louca que eu era, até me distrair e dar de cara no armário e
começar ir em direção ao chão.
Mas aqueles
braços fortes e quentes me seguraram, antes que eu desse com o nariz no chão.
Ri ao mesmo tempo em que era colocada de pé novamente.
-Te peguei.
–os olhos daquele homem, brilhavam em expectativa e felicidade, assim como sua
voz, que saía forte, feliz e fluída.
Tentei me
conter, mas foi impossível não rir da diversão contida no rosto daquele homem.
Porém, logo fui calada por mais um beijo arrebatador. Um beijo que fez um fogo
desconhecido subir e se espalhar por todo meu corpo e me levou a tomar o
controle da situação e conduzir aquele beijo, ao deixa-lo mais intenso por
pegar as mãos de Taylor e com elas, traçar um caminho por meu corpo.
Conforme eu
ia passando as mãos dele por meu corpo, ele ia se soltando e tomando controle
da situação. Em poucos minutos, eu estava com as pernas em volta de sua cintura
e, tentava tirar sua camiseta, o que estava sendo difícil, considerando que
minhas pernas seguravam a barra da mesma, prendendo-a em sua cintura. Desisti
de tentar e fechei os olhos, me entregando mais uma vez, aos beijos daquele que
me enlouquecia.
Senti Taylor
andar em direção à cama, então cortei o beijo, o clima, ansiosa por falar algo.
Doida eu por cortar um momento desses apenas para falar algo? Talvez, mas eu
não podia deixar de me preocupar com isto.
-Não, para
cama não. –falei, assim que deixei os lábios de Taylor livres para passear por
outros lugares, como o meu pescoço. –Estou toda molhada!
Ele riu
contra meu pescoço, causando arrepios prazerosos em minha pele.
-Isso é
bom...
Bati em seu
ombro e desenrosquei minhas pernas da cintura dele, pousando com suavidade no
chão e lhe dando as costas logo em seguida. O clima havia acabado
completamente! E tudo porque eu não perdia a oportunidade de ficar calada.
-Onde você
pensa que vai? –perguntou Taylor, enlaçando minha cintura por trás, assim que
ameacei sair pelo quarto, procurando minha toalha.
-O clima
acabou, não?
Meu cabelo
foi colocado para o lado, para dar espaço para os lábios de Taylor, que começou
a traçar um tortuoso em meu pescoço e em meu corpo, ao subir as mãos por minha
barriga até chegar aos meus seios, acariciando-os com lentidão e os deixando
mais eriçados do que já estavam.
-Para mim?
–ele soprou as palavras em meu ouvido. –Nem por um segundo.
Inclinei a
cabeça para trás, ávida por sentir mais uma vez os seus lábios contra os meus.
Depois desse movimento, não foi preciso dizer palavra alguma para que Taylor
sugasse meus lábios.
Em meio ao
beijo, carícias eram trocadas. Coloquei minhas mãos para trás e alcancei a
barra da camiseta de Taylor, a puxando para cima da melhor forma que pude, mas
sem nunca parar o beijo, que ficava mais quente a cada segundo.
Não tenho
ideia de como consegui tirar a camiseta de Taylor. Tudo o que eu sei, é que
quando vi, ele estava apenas de boxer branca e me levando –de um jeito meio
torto, para manter nossa posição. –, em direção ao... Tapete turco, que ficava
no meio do enorme quarto.
Ele me deitou
no tapete e me “atacou” logo em seguida, levando-me à loucura, com suas ações.
Seus olhos, fitavam os meus com intensidade, enquanto ele me penetrava com os
dedos de forma ágil e irrevogavelmente prazerosa.
Os suspiros,
gemidos, grunhidos, qual for o barulho que eu emitia, saiam de meus lábios naturalmente,
demonstrando o quanto aquele homem mexia comigo, tanto física, quanto
mentalmente.
Segurei os
ombros dele e o puxei para cima, querendo beijá-lo, mordê-lo... Mas ele parou
na metade do caminho, beijando meus seios, enquanto me estimulava.
-Tay... lor.
–suspirei seu nome em meio a gemidos. Eu queria mesmo era pedir mais, mas o
êxtase que me atingia era tanto, que as palavras ficaram entaladas em minha
garganta. Ele parou os movimentos e, instantaneamente, abri os olhos e olhei
para Taylor, percebendo que seus olhos estavam queimando sobre mim. –Eu
preciso... Agora!
Mas ele não
atendeu meu pedido, apenas parou seus movimentos e voltou a me beijar, calando
todos os meus pensamentos que protestavam diante da atitude dele.
-Tay, eu
preciso... –pedi mais uma vez.
Foi estranho
dizer aquilo, porque... Era a primeira vez que o chamava pelo apelido e, não
era por um motivo sentimental, como eu imaginava que seria, mas sim por uma
coisa carnal.
Taylor fechou
os olhos, encostou a testa na minha e cerrou a mandíbula por um tempo, antes de
dizer:
-Eu não tenho
camisinha.
Fiquei o
encarando por um bom tempo, aquela face dura e irritada que ele fazia questão
de sustentar, enquanto aguardava uma resposta minha, uma resposta, que foi
simples natural e direta: eu caí na gargalhada.
O homem em
cima de mim abriu os olhos e ficou me olhando de modo confuso, enquanto eu ria
incontrolavelmente no chão. Só não rolei de rir, porque ele me segurou no
lugar.
-Eu tomo
pílula, ainda não percebeu? –falei, assim que consegui controlar o ataque de
risos. –Tirando que eu tenho camisinha.
Tentei sair
debaixo dele e ir em direção à mesa de cabeceira, pegar minha nécessaire para
pegar uma camisinha, mas Taylor foi mais rápido do que eu e o fez em questão de
segundos.
Não consegui
vê-lo colocando a camisinha, só sei que quando o fez, ele me penetrou de forma
rápida.
Sorri quando
o movimento foi completo e, comecei a mexer meu quadril, ansiosa por mais. E
foi o que ele fez. Com os olhos nos meus, Taylor começou a me estocar, sempre
alternando entre um ritmo lento e mais rápido.
Arqueei as
costas, me entregando totalmente ao prazer de ter aquele homem só para mim, mas
eu não estava totalmente satisfeita com aquele contato, eu precisava de mais.
-...
–Taylor grunhiu, quando passei uma de minhas pernas em volta de seu quadril.
Ele inverteu
nossas posições, me deixando conduzir nossos movimentos. Deitei contra seu
peito, sem nunca deixar de movimentar o quadril. Senti a camisinha estourar
dentro de mim, mas não me importei, pois tudo o que eu queria era mais e mais
de Taylor, que deslizou as mãos suavemente por meu corpo, antes de segurar meu
quadril com força, guiando meus movimentos.
Meu
corpo estava em combustão. Quanto mais rápido Taylor ia, mais quente e extasiada
eu ficava.
-Mais rápido.
–sussurrei em seu ouvido, em vão, pois ele diminuiu a velocidade e a força das
estocadas. –Você é cruel.
-Cruel, é?
Mais uma vez,
ele inverteu nossas posições. Me aproveitei deste fato para arranhar toda a
extensão de seu corpo, até chegar à aquele glúteo firme e forte, que fiz
questão de apertar e arranhar.
Taylor riu em
meu ouvido, causando-me cocegas prazerosas e aumentou o ritmo das estocadas,
incontestavelmente, coisa que me fez delirar e chamar seu nome várias vezes.
-Tay, eu...
–foi a única coisa que consegui falar, antes de chegar a meu ápice.
Ele continuou
estocando, até chegar a seu ápice, o que me acarretou mais um pico de prazer.
Quando Taylor se derramou dentro de mim, desabou pesadamente a meu lado,
respirando com dificuldade.
-A
camisinha... –ele começou a dizer, tirando aquele pedaço de látex rasgado de
seu pênis.
-Não importa.
–o cortei, colando um dedo em seus lábios, para que ele se calasse. –Não vai
acontecer nada.
Minha
resposta foi um sorriso largo e brilhante, antes de ser puxada para um beijo
que indicava que começaria tudo de novo.
(Continua...)
N/a: Oiiii pessoas!!! Quanto tempo, né?
Então, antes
de falar do capítulo quero dar os mesmos avisos que eu dei em CN. Como meu
tempo anda meio escasso por conta de vestibular/fim de ano/danças/trabalho, vou
postar a fic uma vez por mês. Por favor, não me condenem por isso. Posso até
ter mais capítulos prontos, mas ainda tenho que corrigir e não quero parar por
muito tempo novamente para escrever capítulos novos, então...
Hmmm, o que
acharam do capítulo? Morri para escrever, confesso, foi meio forçado, mas no
próximo capítulo eu compenso ;D
Digamos que
essa camisinha rasgada vai dar confusão! Kkk’ (olha o spoiler!)
O que mais?
Ah, sim! A
Makena e a Gabi terão grande força na história daqui a alguns capítulos, mas
antes tem algumas coisas muito importantes para acontecer, como passado mal resolvido
e desenvolvimento da vida das outras personagens, quero apostas sobre isso,
hein?
Me voy minhas
lindas. Estoy apaixonada demais pela vida para escrever uma n/a maior que o capítulo.
Kkkk (hã?)
Beiijapas, beijinhos,
beiigradeiros, beiiimorangos, biijocas e beiijones!
E até o
próximo capítulo.
Capítulo 14
P.O.V.
Acordei num
pulo, assustada com a claridade excessiva que atravessava as cortinas e batia
em meus olhos. Olhei para o lado, encontrando olhos intensos a me devorar, que
me fizeram lembrar cada segundo do que havia acontecido entre nós, há poucas
horas atrás. Aqueles os brilhantes perfuravam os meus próprios. Eu poderia
dizer que ele estava olhando para o cerne de meus pensamentos, mas visão raio-x
é coisa de super-herói, coisa que eu sei que não existe e que ele está longe de
ser.
-Você
cochilou. –ele disse, se erguendo no antebraço e apoiando o rosto na mão.
Revirei os
olhos, mostrando que nem ligava para este fato. Eu costumava dormir até durante
o banho quando estava cansada, então aquilo não era novidade para mim.
-Que horas
são? –perguntei, ignorando o comentário dele.
Pode ser só
impressão, mas percebi o brilho diminuir nos olhos de Taylor, tornando-os menos
empolgados do que segundos atrás.
-Quase
meio-dia.
Foi
impossível não soltar uma genuína gargalhada. Mais de duas horas? Fizemos sexo
intenso por mais de duas horas seguidas? Era nesses momentos que eu me admirava
com minha resistência física. Pois vamos combinar, isso não é para qualquer um,
não é?
Tentei me
levantar, mas minha musculatura das costas ficou tensa e, caí com tudo no
tapete novamente.
Gemi de dor e
Taylor levantou uma sobrancelha em questionamento. Seu olhar admirador havia
ido embora, dando lugar ao olhar sacana, que eu tanto gostava e muito bem
conhecia.
-Dor nas
costas. –choraminguei manhosa.
-Vamos dar um
jeito nisso. –disse Taylor, levantando-se e logo e seguida, se abaixando em
cima de mim, só para me erguer em seus braços.
Ele me
carregou até a cama e me pousou delicadamente sobre o colchão. Minha mente
pervertida imaginou mil possibilidades, Quando ele me virou de barriga para
baixo e ergueu meus braços acima da cabeça e segurou meus pulsos com uma só
mão. Como o bom ator que era, Taylor aproximou vagarosamente o rosto perto de
meu pescoço e sussurrou contra ele.
-Relaxe. –meu
corpo se arrepiou, quando sentiu sua respiração quente em minha pele.
Rapidamente,
ele soltou meus braços e percorreu as mãos ao longo de minhas costas, iniciando
uma massagem e decepcionando meu eu malicioso, porém, desembolando todos meus
músculos tensos.
Com o rosto
apoiado no macio travesseiro, meus músculos foram relaxando enquanto as mãos de
Taylor percorriam meu corpo de forma suave e firme. Foi impossível conter os
suspiros de bem estar.
-Agora, –ele
disse em voz baixa, se aproximando mais uma vez de meu pescoço e sussurrando
contra ele. –concentre-se em sua respiração, relaxe os ombros, os quadris,
braços, pernas, musculatura do rosto, sinta a língua solta dentro da boca...
Quero ver seu corpo mole sobre a cama, para você poder sentir melhor o que vou
fazer agora.
Não processei
as últimas palavras dele, pois eu já estava relaxando todo o corpo, me largando
contra o colchão e quase me entregando, mais uma vez, ao sono e ao prazer
corporal.
Me assustei,
quando fui virada com tudo de barriga para cima e senti a língua de Taylor
invadindo minha boca e sugando minha língua, até agora inerte dentro de minha
boca.
-Corresponda!
–ele ordenou, durante os breves segundos que sua boca deixou a minha.
Abri os
olhos, e encarei os seus mais uma vez, afundando naquele mar de luxúria.
Desta vez,
não foi ele que buscou o beijo, fui eu. Fui eu quem atacou seus lábios, puxou
seu cabelo a arranhou suas costas, quando suas mãos começaram a passear por meu
corpo, dando pequenos excitantes apertões em minha pele quente e incendiada
pelo desejo.
Senti cada
milímetro da minha pele ser coberta pelas mãos quentes de Taylor. Senti ele
acariciar meu pescoço, meus ombros, meus seios e até mesmo uma pintinha que eu
tinha na barriga, deixando-me mais quente ainda.
Arfei, quando
ele penetrou minha intimidade com os dedos. A surpresa foi o que mais deu
prazer, pois ele não teve rodeios antes de completar o gesto e começar a
movimentar dois dedos dentro de mim.
Ensandecida,
e em um ato impulsivo, percorri minhas mãos por seu corpo bem definido,
arranhando-o o máximo que podia, até minhas mãos chegarem ao seu pênis, que
envolvi com as duas mãos e comecei a estimulá-lo, assim como ele fazia comigo.
Taylor tirou
a mão de dentro de minha intimidade, para pegar uma de minhas pernas e passar
em volta de sua cintura. Fez a mesma coisa com minha outra perna, antes de
envolver minha cintura com um braço, nos colocando sentados na cama. Eu podia
sentir sua ereção roçando em minha intimidade, e aquilo aumentou meu prazer a
ponto de eu começar a movimentar meu quadril, o estimulando sem as mãos.
Mordi seu
ombro, quando ele, de algum modo, colocou a mão entre nós e começou a me
estimular. Segui o gesto dele e coloquei minha mão entre nós, o estimulando com
as mãos novamente.
-Então é
assim? –ele perguntou. Não respondi, apenas mordi seu ombro mais forte ainda.
Depois destas
palavras, ele tirou as mãos de minha intimidade e me penetrou com força,
tirando-me o ar e todos os outros sentidos. Eu estava entregue ao prazer.
Quando
percebi que ele parou, comecei a movimentar meu quadril de encontro ao seu,
ansiando pelo preenchimento completo.
A pressa do
prazer me tomava conta cada vez mais, fazendo-me aumentar a força e a
velocidade com que me movia.
Taylor enfiou
o rosto entre meus seios, enquanto ajudava no movimento de meus quadris com as
mãos. No outro segundo, ele lambia e sugava meus mamilos, levando-me ao céu, ou
talvez o inferno da luxúria, pois era impossível que algo tão prazeroso, um
pecado capital, pudesse levar ao céu.
O quarto
havia virado um estúdio musical, onde sons de grunhidos, gemidos, arfadas e
outros sons de prazer eram muito ouvidos e venerados por nós.
-Mais
forte... mais rápido! –gritei, quando ele travou meu quadril e diminuiu nosso
ritmo.
Ergui sua
cabeça o puxando pelo queixo e encostei minha testa na sua, encarando seus
olhos com fúria. Eu queria mais, precisava de mais. Parecendo ler meu olhar,
meu ator favorito voltou ao ritmo anterior, fazendo-me sair da Terra e viajar
ao mundo de prazer que só ele me proporcionava. Naquele ritmo, eu estava quase
chegando a meu ápice.
Cravei minhas
unhas em suas costas, enquanto meus gemidos aumentavam e preenchiam o quarto.
Taylor aumentou a intensidade das estocadas, fazendo-me chegar rapidamente ao
ápice e me derramar em cima de seu membro, antes de cair molemente sobre seu
ombro e deixar um estranho torpor tomar meu corpo.
Ele estocou
mais três vezes, antes de gozar dentro de mim e cair de costas no macio
colchão.
-O melhor.
–foi a única coisa que o homem que me levou a loucura disse, antes de tomar
meus lábios mais uma vez.
_x_
-Já vai! –gritei
para quem quer que estivesse batendo na porta de meu quarto.
Coloquei a
primeira camiseta que vi e corri para a porta, para abrir para o impaciente que
batia incansavelmente.
Taylor já
havia saído do quarto, avisar sua mãe que eu estava tomando banho e logo
chegaria para almoçar com ele e sua família.
Abri a porta
e dei de cara com a Gabi, que me olhava com os olhos arregalados.
-O que foi?
–perguntei confusa, assim que vi que a mesma estava estática. –Está tudo bem?
Ela
assentiu, pegou minhas mãos e me nos direcionou para divã do quarto, indicando
silenciosamente para que nos sentássemos lá.
-Que
barulhos suspeitos foram aqueles que ouvi, quando passei por esse quarto a meia
hora atrás? –ela perguntou, ainda com os olhos arregalados. Sua voz saiu
sussurrada, como se não estivesse acreditando no que estava perguntando.
Baixei
a cabeça e senti meu rosto esquentar. Sabia que adquiria a cor de um tomate
maduro. Tive que fazer um enorme esforço para não rir e chorar de vergonha ao
mesmo tempo. Sim, vergonha... Não que fazer sexo com Taylor não fosse bom, mas
não é algo que eu queria que alguém tivesse ouvido.
-Estávamos
nos divertindo. –respondi após encarar minhas mãos por um longo tempo. –Mas e
daí, isso é normal! Pessoas fazem isso o tempo todo.
Pela
minha visão periférica, pude ver Gabi assentir levemente, antes de levantar e
se encaminhar para a porta.
-Não
de modo tão escandaloso. –disse ela suavemente para eu não me constranger mais
ainda, mas foi impossível não ficar mais constrangida. –Vamos, a tia Deborah
está nos esperando para o almoço.
Respirei
profundamente, antes de levantar a cabeça e seguir minha amiga para fora do
quarto.
-O
que veio fazer aqui há meia hora, para ter ouvido o que ouviu? –não era minha
intenção ter feito essa pergunta, mas quando percebi as palavras já haviam
escapado de minha boca.
-Bom, depois
que você saiu, Makena começou a se agarrar com um dos massagistas e eu não
estava a fim de ficar segurando vela para minha prima safada. –assenti,
encorajando-a a prosseguir. –Então eu vim pedir desculpas, mas...
Meu coração
acelerou. Eu não queria que ela completasse aquelas palavras, não que minha
amiga comentasse o acontecido novamente, pois os mesmo contradiziam
completamente os meus planos.
-O que é
isso, amiga, já passou! Sei que não foi sua intenção. –me apressei em dizer.
Um brilho
feliz e carinhoso trespassou seus olhos.
-Mas Makena e
eu não deixamos de ter razão, não é, dona ?
–ela disse, com um ar travesso.
Não sei se
fiquei indignada ou qualquer outra coisa, só sei que comecei a andar tão rápido,
que a Gabi quase não conseguia me acompanhar. Com meu andar apressado, a deixei
para trás com muita facilidade.
-,
espera! –ela gritou, quando eu já tinha coberto metade da distância para chegar
à cozinha de Deborah.
Parei no meio
do caminho e esperei Gabi, mas sem me virar em sua direção. Era incrível como
simples palavras poderiam me afetar de tal modo. Acho que isso se deve ao fato
de meu coração querer uma coisa, quando minha mente quer e ordena fazer outra.
-Só não fale
isso de novo, ok? –falei olhando profundamente em seus olhos. Minha amiga
apenas assentiu, percebendo tudo o que acontecia.
Um flash de
compreensão passou pelos olhos verdes de Gabi. As palavras “estou aqui”,
apareceram em minha mente.
Ri de minha
imaginação fértil, fazendo-a me olhar com ar confuso.
-Tudo vai dar
certo, você vai ver! –disse Gabi, ignorando minha recente onda de risos.
Enganchamos
nossos braços e saímos marchando pela SPA. Pulamos degraus, saltitamos pelo
piso, rimos das caras com que as pessoas nos olhavam, cantamos nossas canções
preferidas e conversamos banalidades.
Era bom estar
assim com os amigos, alegre e literalmente saltitante. Isso sempre faz com que
eu me sinta leve, feliz e inocentemente amada. Eu estava rindo exultante, quando
virei para compartilhar com minha amiga minha felicidade e a vi me encarando
com olhos preocupados.
Sem dizer
palavra alguma, Gabi tentou me puxar para outro lado e tomar um caminho
diferente, mas resisti. Mil pensamentos passavam por minha cabeça, criando
hipóteses para o que teria acontecido, mas nenhum fez jus à realidade.
Sinti minha
pressão baixar e o mundo girar, quando me virei e me deparei com a cena
repugnante mais repugnante do mundo: uma garota muito magra, a que eu havia
esbarrado mais cedo, dependurada no pescoço de Taylor, beijando-o obscenamente.
Meu sangue
ferveu, meu corpo tremeu de raiva, minha visão se tingiu de vermelho e meus
músculos adquiriram a resistência adequada para uma briga.
Eu sabia que
seria assim, mas eu ao menos esperava que estivéssemos longe um do outro e que
tivesse se passado algumas horas depois de nossos momentos intensos, antes que
ele fosse procurar outra.
-...
–Gabi chama chorosa, quando me viu andando em direção aos dois.
Mas não dei
atenção, apenas continuei seguindo o caminho que me levaria para cozinha,
passando bem ao lado do casal, que agora se soltara do obsceno abraço. Porém,
não perdi a oportunidade de esbarrar nas costas de Taylor.
-!
–sua voz profunda chama meu nome.
Acelerei o passo.
Em poucos segundos, percebi por minha visão periférica que os primos me
perseguiam, ambos carregavam expressões preocupadas em suas faces. Parei apenas
quando uma mão segurou meu braço com força e me impediu de seguir em frente, ao
me puxar contra um peito musculoso.
-O que foi?
–perguntei virando-me de frente para ele e olhando para cima, para não encarar
seu corpo tentador.
-Não é isso
que... –coloquei um dedo em seus lábios o impedindo que continuasse.
-Sei o que
vai dizer. Mas, falando sério, não precisa se explicar. Somos livres. Você pode
fazer o que quiser e digo o mesmo sobre mim.
A dor em seus
olhos me machucava mais que tudo, por isso, não dei tempo para que ele
respondesse, apenas virei na direção que seguia antes e fui para a cozinha com
Gabi em meu encalço.
Taylor P.O.V.
No momento em
que soube que ela viria para cá, soube que algo de ruim ia acontecer, ainda
mais com por perto.
Por quê? Por
quê? Por quê?
Era a única
coisa que me perguntava desde aquele maldito beijo. Já não bastava Hannah,
agora Lily também tinha de voltar à minha vida?
Fiquei muito
surpreso quando minha mãe me comunicou que quem tinha reservado o quarto que era
para ser de , era minha
ex-colega de elenco e ex-namorada, Lily Collins. Fazia um bom tempo que eu não
a via, pois procurava evitar os eventos que eu sabia que ela ia e coisas do
tipo. Não esperava que ela tomasse a atitude que tomou, não mesmo.
Minha mãe
havia ficado desconfiada, quando viu que a reserva havia sido feita, até chegou
a me perguntar se ainda não tínhamos algo, mas neguei com toda a veemência,
pois era verdade, e agora... Bom, agora ela deve achar que eu estava mentindo,
pois a primeira coisa que
falou quando minha mãe perguntou o motivo dela estar tão nervosa, foi falar que
a esnobe da minha namorada a destratou. Eu podia a ter desmentido na hora, mas
fiquei tão sem ação por ela ter mentido, que não consegui pronunciar palavra alguma.
A cena se
repete em minha cabeça como um filme sem fim. Lembro-me exatamente das palavras
pronunciadas por todos, há algumas horas atrás.
Mini Flashback on
Minha mãe
respirou profundamente e apertou as mãos em punho antes de perguntar:
-Você está
com essa... essa... garota novamente? –ela pronunciou aquelas palavras com
muita raiva. Não era segredo algum que minha mãe não gostava de Lily, mas toda
a situação me assustou, por isso não consegui responder.
Ela tomou meu
silencio como um sim e foi se refugiar na cozinha, enquanto Gabi e
desabavam nas cadeiras, parecendo muito cansadas.
Mini Flashback off
Me joguei de
costas na cama macia e fiquei encarando o teto por um bom tempo, pensando em
tudo o que eu tinha passado desde que conheci .
Foi estranho
que de uma hora para outra, comecei a sentir tudo com maior intensidade, o
desejo sexual a flor da pele, o zelo, ciúmes dela, raiva por ela, inveja
daqueles que estavam constantemente perto dela e, com minha infantilidade criei
uma rixa com a pessoa de quem eu mais queria me aproximar.
-Que porra!
–gritei o palavrão para as paredes, ao me sentar subitamente, socando o ar.
–Por que tem que ser assim? Por que é tudo tão complicado?
-Talvez
porque sua vida seja complicada por causa da fama. –a voz suave de Makena
adentrou o quarto, juntamente com ela.
Fiquei
surpreso com a presença de minha irmã ali. Será que ela havia ido me dar um
sermão, como sempre fazia quando eu era escroto com alguém na frente dela?
Não respondi,
não me mexi, não fiz nada além de encara-la, enquanto ela pegava minhas mãos e
as apertava, antes de me abraçar. Apertei sua cintura, senti seu cheiro
familiar de rosas, que ela possuía desde bebê e busquei conforto na forma
diminuta de minha irmã mais nova.
-Como ela
está? –me vi perguntando depois de algum tempo.
Soltei o
abraço e sentei na cama. Minha irmã sentou-se de frente para mim, pegou um
travesseiro na cama e colocou-o sobre suas pernas, só para bater em cima dele
logo em seguida, me chamando para deitar ali. Fiz o que ela queria e deixei que
suas mãos passassem suavemente por meus cabelos.
-Como você
acha? –Makena respondeu com outra pergunta, mas não tive tempo de responder.
–Ela tenta não demonstrar, mas também está muito mal.
Nunca
imaginei ter minha irmã caçula me consolando, assim como nunca imaginei ficar
mal por uma mulher, mas a vida dá voltas... E estamos aqui, minha irmã e eu,
fechados em um quarto do SPA de nossa mãe, conversando sobre os meus
sentimentos.
-Há uma
solução?
-Dê um tempo
para vocês, apenas isto.
Não fiz a
pergunta aguardando respostas, mas o que Makena disse era verdade, precisávamos
de tempo. Tempo longe um do outro, tempo fora de estúdios de gravação, tempo
longe do foco das câmeras, tempo longe das confusões que sempre nos metíamos
quando estávamos juntos.
_x_
Acordei
disposto a agir normalmente com ,
durante nosso último café da manhã juntos neste SPA. Afinal, depois de hoje não
nos veríamos, a não ser que remarcassem logo a coletiva de imprensa sobre o
filme Para Sempre.
Tomei banho
rápido, apenas para tirar o suor da noite. Vesti as roupas mais simples que
achei, um jeans escuro e uma camiseta branca, juntamente com um tênis estourado
que, por algum motivo, minha mãe havia trazido para mim.
Uma estranha
ansiedade me tomava. Sei que não deveria estar ansioso para vê-la, ainda mais
depois da conversa que tive com Makena ontem, mas era um sentimento de proteção
incontrolável. Não me perdoaria se ela estivesse mal.
Andei
vagarosa e distraidamente pelo SPA, sempre a olhar para as árvores, aproveitar
o som das fontes, dos pássaros, da música relaxante que dançava pelo ambiente.
Andava tão distraído, que nem percebi que alguém vinha em minha direção,
esbarrando acidentalmente nesta pessoa e derrubando-a no chão.
-Desculpa, deixe-me
ajudar. –disse eu, já baixando o tronco e estendendo a mão para a pessoa e
encontrando os olhos falsamente amarelos e cabelos tingidos de Lily.
Nossos
olhares ficaram presos um no outro, enquanto eu a ajudava a se levantar. Eu
sentia raiva. Lily sabia, de algum modo, que eu estaria aqui neste lugar
durante o final de semana, por isso veio para cá, tinha de ser isso. Porque,
para alguém que pode pagar o SPA mais caro que quisesse, dificilmente ela viria
no de minha mãe, onde por ventura ela já havia visitado e saído reclamando do
péssimo serviço aos sete ventos.
-Tay, com
relação ao que aconteceu ontem...
Não dei tempo
para ela terminar a frase, apenas saí de seu caminho e segui o meu, agora
visando chegar o mais rápido possível à cozinha de minha mãe.
Apesar do dia
quente, meus músculos tremiam em expectativa do que estava por vir.
Queria vê-la,
queria tê-la, queria ajoelhar-me e pegar suas delicadas mãos entre as minhas,
implorando perdão por algo que não fiz. Minha mão vacilou na maçaneta da porta
da cozinha, quando parei em frente à mesma. Respirei fundo, segurei a maçaneta
com mais força e a girei, só para empurrar a porta e me deparar com algo muito
inesperado por mim.
Era .
Ela carregava a mala de roupas que fora enviada para ela, assim que a mesma
chegou no SPA. Estava se despedindo de minha mãe e meu pai, enquanto minha
prima a abraçava de lado, pousando a cabeça em seu ombro.
Todos viraram
para mim assim que adentrei o ambiente.
-O que está
acontecendo? –perguntei, com a voz rouca pela surpresa.
Os olhos
azuis brilharam em minha direção, tomados por uma frieza que até hoje não havia
sido dirigida a mim.
-Estou indo
para casa. –anunciou, com um sorriso forçado no rosto.
-Mas já?
–questionou Makena, indo para o lado de
que Gabi não abraçava, e a abraçando também.
-Tenho coisas
a resolver Mah, mas tenho certeza de que vamos nos ver logo.
Foi quando
percebi que mais uma mala estava pousada no chão, ao lado dos pés de minha
prima.
-Tem certeza
de que quer ir querida? –perguntou minha mãe, com os olhos pesarosos pousando
brevemente sobre mim.
A resposta
foi um lindo sorriso que não chegou a seus olhos, demonstrando a obviedade de
que havia algo muito maior do que assuntos pendentes para que fosse embora.
-Tenho sim,
Deborah.
O silencio
reinou sobre o ambiente, enquanto esperávamos algo que eu não sabia exatamente
o que era. Enquanto isso, fiquei a encarando e refletindo sobre todo nosso
tempo juntos mais uma vez.
Um toque
estridente de celular me tirou de meus devaneios, assim como a todo mundo,
fazendo com que a inquietação novamente reinasse naquele lugar, enquanto a dona
do aparelho escutava o que a pessoa do outro lado da linha dizia.
-Já estou
indo. –disse pouco antes de desligar. Focou novamente em meus pais, e delicadamente
se desviou de minha irmã e prima. –Obrigada pela hospitalidade Daniel e
Deborah. –agradeceu, dando um abraço em cada um. –Makena, liga para marcarmos
de sair qualquer dia, ok? –e abraçou-a. –Até a próxima coletiva, Taylor. –disse
virando-se e caminhando em minha direção. Porém, ela passou direto por mim,
atravessando as portas e sumindo de minhas vistas.
-Tchau
Taylor. –disse Gabi, com uma secura contida na voz, antes de me abraçar e sair
pela porta, seguindo a amiga.
Não havia
percebido que a mala no chão era de minha prima, assim como não tinha percebido
o momento em que ela se despedira de meus pais.
Makena me
encarou emburrada e dirigiu-se a mesa, sentando com tal força em sua cadeira,
que causou um baque surdo.
-Deixou o
ouro escapar por suas mãos meu filho. –disse meu pai olhando para mim, antes de
fazer a mesma coisa que minha irmã.
-Mãe? –chamei
esperando uma resposta de sua parte, mas nada recebi além de um olhar
reprovador.
(Continua...)
N/a: Oie peoples, como estão? Primeiramente
gostaria de agradecer as flores que comentaram o capítulo passado. Só não
agradeço cada uma, porque já é quase três da manhã e estou meio grogue! Kkkk’
Esta é a hora
em que entramos em um momento crítico da história. Digo, tanta água já rolou
entre esses dois, não? Como o coraçãozinho partido da PP irá reagir ante esta
traição, sendo que os dois nem ao menos namoravam? Como reage um coração diante
da traição de um grande amor? Só posso adiantar que será tudo ou nada a partir de
agora. Os sentimentos estarão mais a flor da pele...
Damos início
a segunda fase da fic, meus amores. Talvez apareça uma nova capa no próximo
capítulo, ainda não sei.
É isso, peço
que comentem e me digam o que acharam deste curtíssimo capítulo.
Beiijos e até a próxima!
Beiijos e até a próxima!
Capítulo 15
P.O.V.
“Estava flutuando na escuridão, caindo...
Em meio a um fundo negro, via quadros de minha vida passar por mim enquanto eu caía, sem nunca chegar ao fundo daquele lugar.
Em meio a um fundo negro, via quadros de minha vida passar por mim enquanto eu caía, sem nunca chegar ao fundo daquele lugar.
Os momentos mais marcantes se ampliavam e vinham para
minha frente como uma tela de TV a exibir um filme, o filme de minha vida.
O momento de meu nascimento, minhas primeiras
palavras, minha primeira peça de teatro, meu fatídico aniversário de 7 anos,
onde eu cometi a peripécia de quebrar a perna ao cair de uma escada, a
dificuldade de não enxergar direito, por não ter dinheiro para comprar um óculos,meu
primeiro beijo, minha primeira vez, minha cirurgia nos olhos, meus primeiros
testes de elenco, o dia em que recebi a notícia de que iria fazer o papel de
Ever, o dia em que conheci Taylor... Depois, vieram os recentes e tristes
acontecimentos em minha vida, como o dia do quase estupro.
Perdi-me na nostalgia e tristeza, deixando-me afundar
e finalmente caindo em alta velocidade, como se finalmente fosse chegar ao
chão.
Fiquei feliz quando avistei o chão, pois estava mais
do que pronta par pôr um fim em tudo, um fim em minha vida.”
Acordei chutando os lençóis.
Estava ensopada de suor, meu coração batia muito rápido e minha respiração era
curta. Vários minutos se passaram até que minha respiração acalmasse e meu
coração voltasse ao ritmo normal.
Era a segunda vez naquela
semana que aquele pesadelo se repetia. Ele sempre vinha em momentos que
inconscientemente eu me deprimia, mesmo tendo mil e um motivos para sorrir sem
parar.
Ouvi uma leve batida na
porta, seguida por meu irmão atravessando-a e encarando-me com expressão muito
preocupada, assim que viu meu estado deplorável.
-Está tudo bem, ?
–perguntou ele, se jogando com tudo em minha cama e passando a mão por meu
rosto, para verificar minha temperatura.
Seus olhos azuis, como os
meus, irradiavam preocupação, seu cenho estava franzido, deixando sua face
pesada, os cabelos loiros, desgrenhados. Anthony era realmente lindo, menos
quando estava preocupado.
Não consegui responder sua
pergunta, pois minha voz estava presa em minha garganta, como se algo a
impedisse de sair. Tentava gesticular, fazer mímica, para dizer-lhe o que minha
boca não dizia, porém, meu irmão sempre foi péssimo nessas brincadeiras e
acabou interpretando minhas mímicas como um ataque de asma, o que o incitou a
pegar minha bombinha que estava em cima do criado mudo e enfiá-la em minha
boca, estimulando o ar para meus pulmões.
O excesso de ar me fez
engasgar, o que causou um intenso ataque de tosse.
Tive de bater com força na
mão de Anthony, para que ele se tocasse que o que estava me fazendo mal era a
bombinha de asma, para que ela a tirasse de minha boca.
-Está louco? –perguntei com
a voz fraca, enquanto voltava a respirar normalmente. –Falta de ar no corpo
mata, mas excesso também, sabia?
-Não estava com falta de ar?
Seu peito chiava como se estivesse. –disse Anthony, confuso com minha
declaração.
Ele se aproximou de mim,
olhou bem fundo em meus olhos e depois puxou a parte de baixo de um olho meu e
continuou a olhar, como se quisesse encontrar algo de estranho ali. Eu
realmente não entendia aquele exame médico idiota, mas preferia não questionar
o fato de meu irmão faze-lo em mim.
-Não...
-O que estão conversando?
–perguntou minha mãe, abrindo a porta de meu quarto com toda a força, fazendo
com que nos abraçássemos assustados.
Meu coração pulou no peito e
meus olhos se arregalaram com o susto. Minha pele ficou fria e meus músculos
dormentes. Odiava quando minha mãe fazia isto, pois meu corpo sempre tinha
reações estranhas, fazendo-me ficar desnorteada por alguns segundos.
Anthony me apertava com
força, provavelmente tendo as mesmas reações que eu, pois eu podia senti-lo
suando frio, através de seus braços em volta do meu corpo. Reação de família,
fazer o que?
-Nossa, até parece que viram
um fantasma! –disse mamãe atravessando meu quarto e abrindo as pesadas
cortinas, para que o sol adentrasse o ambiente pela janela.
-Quase isso! –meu irmão e eu
exclamamos ao mesmo tempo.
Soltamo-nos do abraço
encaramos um ao outro, impressionados com nossa sincronia na fala e reações ao
medo e caímos na gargalhada.
Peguei meu travesseiro e
bati com ela na cabeça de Anthony com tanta força, que ele caiu de costas em
minha cama e continuei batendo nele, enquanto ele tentava se defender,
colocando os braços em frente ao corpo. Bati nele até meus braços cansarem,
antes de cair de costas na cama, rindo feito a louca que era.
E foi assim que meu irmão
aproveitou a deixa e começou a fazer cócegas em minha barriga, meu ponto fraco.
Não sei quanto tempo ficamos naquela palhaçada, só sei que quando ele parou, eu
já estava vermelha igual a um pimentão e quase sem ar.
-Meu Deus, coloquei dois
loucos no mundo! –disse minha mãe, sentando-se ao nosso lado em minha cama.
Ela apresentava uma face de
medo e sentava-se na ponta da cama, como se fosse fugir de nós ao primeiro
sinal de loucura extrema. Anthony falou baixinho em meu ouvido, que achou
engraçado o jeito de mamãe e, mais uma vez, caímos na gargalhada, assustando-a
ainda mais.
-Qual os planos para hoje?
–perguntou meu irmão, assim que se recuperou da onda de risos.
-Algumas compras para a
viagem de quarta-feira.
-COOOMPRAS! –gritei, pulando
da cama e começando a correr pelo quarto, pegando tudo que eu levaria em minha
bolsa. –Compraas! –Desta vez até Anthony me olhou assustado com minha estranha
reação. –Qual o problema? Só estou feliz por ter meu irmão por perto. –pulei na
cama novamente, ficando entre meu irmão e minha mãe.
-Onde é a festa? –perguntou
meu pai, também entrando no quarto e se apossando do espacinho na cama ao lado
de minha mãe.
Mamãe nada disse, apenas nos
abraçou da melhor forma possível e caiu em lágrimas.
-É bom estar de volta. –disse
Anthony.
Ficamos ali, naquele
estranho abraço, acomodados e felizes com a companhia um do outro. Não havia
maior felicidade do que estar com a família reunida.
_x_
-Filha, atende o telefone
para mim? –minha mãe gritou da cozinha.
Como estávamos prestes a
sair de férias, dispensamos todos os empregados, com a ordem de que só deveriam
voltar para casa dois dias antes de nossa volta, apenas para manter a
residência apresentável, até que chegasse o dia da faxina, onde todos
enfiaríamos a cara nos produtos de limpeza e daríamos um trato na casa.
Já era hora do almoço e
mamãe cozinhava algo com um aroma delicioso. Depois de comer sairíamos para
fazer compras, assim como havia sido anunciado em meu quarto, hoje pela amanhã.
Levantei-me do confortável sofá
de veludo champagne, onde estava acomodada assistindo “O Diário da Princesa” na
enorme TV de 50
polegadas e corri para o telefone que tocava estridente,
em cima de uma escrivaninha de carvalho branco, que se localizava perto da
janela.
-Já vou! –gritei para o
aparelho. Ah tá, como se ele fosse ouvir! –Residência dos Gligeusky.
Ao pegar o aparelho, voltei
a caminhar em direção ao sofá, pois não estava com nenhuma vontade de ficar
perto do local do telefone. Hey, é para isso que serve telefone sem fio, sabia?
-Posso falar com a ?
Diga que é a . –ela pediu, com uma voz extremamente cansada.
-Não reconhece minha voz? O
que acontece? –indaguei sem delongas.
O tom de voz de minha amiga
me assustou profundamente. Há dias não nos falávamos pessoalmente e em todas as
nossas ligações, eu percebia que ela me escondia alguma coisa, mas não fiz
pressão para que ela falasse, pois sabia que ela o faria assim que se sentisse
pronta.
-Eu não vou poder viajar com vocês, amiga.
-Por... –a induzi a falar.
Sabia que ela falaria de qualquer modo, mas quanto antes falasse, melhor seria
para ela e para minha preocupação (curiosidade).
Meu coração acelerou de
nervoso, com o medo de que alguma coisa ruim tivesse acontecido nesse final de
semana em que estive fora.
-Papai está velho. –disse ela, como se aquilo pudesse encerrar a conversa.
Respirei fundo e contei até
vinte.
Sei que disse que a deixaria
contar no tempo certo, mas odiava quando ela fingia que ia contar e ficava
nessa enrolação agoniante.
-O que aconteceu com o
padrinho?
-Papai está velho. – repetiu. –Escorregou na cozinha que a diarista tinha
acabado de limpar e bateu a cabeça de novo.
O alívio percorreu meu
corpo, aliviando os músculos que eu nem havia percebido que havia tensionado.
Arthutr e Tina, pai e mãe de
, respectivamente, e meus
padrinhos, são muito próximos de minha família. Eles cuidaram de mim como se
fosse sua filha, quando meus familiares não podiam fazê-lo por motivos maiores
como a carga extra de trabalho. A ideia de que algo ruim pudesse ter acontecido
a um deles me apavorava muito.
-Então não foi nada grave?
-Não era para ter sido, mas
ele bateu a cabeça bem no lugar onde ele levou os pontos por conta do acidente,
o que quer dizer que os pontos abriram. –ela respondeu chorosa. –,
estou desesperada! Minha mãe não atende ao telefone e quando liguei para o
trabalho dela, disseram que ela não ia atender se não fosse com urgência. Eu
expliquei que era urgente, mas não me deram ouvidos!
Minha amiga chorava
desesperada ao telefone. E assim como
ela, eu não tinha ideia do que fazer, então fiz a coisa que qualquer pessoa
desesperada e sensata faria:
-MÃÃÃÃEEEE!
_x_
A sala de espera possuía
pressão natural, o que me causava uma inquietação maior que o normal. Aquelas
pessoas ansiosas, presas em um desespero interno, os bancos metodicamente
espalhados pela sala, a pequena TV que passava um programa qualquer, mas ninguém
prestava atenção... Isso tudo era totalmente estressante e me deixava com os
nervos a flor da pele.
-Pode parar de andar de um
lado para o outro? –perguntou ,
quando eu estava prestes a completar minha quinquagésima volta pela sala.
Estaquei por um segundo.
-Então pare de enrolar o
cabelo! –rebati antes de voltar a caminhar pela sala.
De um modo ou de outro,
sempre acabávamos no hospital, presas em uma nuvem de ansiedade, dentro da sala
de espera, ou de qualquer outro setor do local. Parecia uma sina feita
especialmente para minha amiga e eu.
Lembro-me de todas as vezes
em que viemos parar aqui. A primeira foi quando
quebrou o dedinho da mão direita, na aula de Ed. Física, ainda no primário.
Fiquei horas com ela até que minha mãe chegasse para nos buscar. Naquela época,
minha mãe cuidava de nós duas, pois a mãe de minha amiga trabalhava dia e noite
num shopping Center, enquanto o pai, passava o dia no banco. A segunda vez foi
quando batemos nossas cabeças, ao corrermos de encontro uma a outra, para nos
abraçarmos. Fazia dias que não nos víamos, e a saudade era grande. Acontece que
a saudade era tão grande que ao nos abraçarmos, batemos a cabeça com tal força,
que ficamos mais tontas que bêbados saindo de boteco, o que resultou num enorme
galo. Outras vezes que viemos para este hospital foi por acidentes
fatidicamente engraçados, assim como os dois primeiros, o que me fez cair na
gargalhada com as lembranças, em plena sala de espera.
-Sua louca! Estamos no
hospital, lembra? –disse se
aproximando de mim e me empurrando para fora da sala logo em seguida.
-Estava lembrando todas as
vezes que paramos aqui NESTE hospital! –consegui falar entre risos.
Ela ficou quieta por longos
segundos, encarando o nada, enquanto eu ria de seu modo e de meus pensamentos
insanos neste momento inadequado. Não demorou muito até que se juntasse a mim e
gargalhasse, fazendo com que passássemos atestado de loucura.
-Peixinho fofinho! –disse a
louca, apertando minhas bochechas com força.
-Não!
Ela apertou com mais força,
dando maior proeminência ao bico em que minha boca se transformou com o aperto.
(?)
-Peixinho fofinhooo!
Sabia que ela continuaria a
apertar minhas bochechas até que eu falasse, mas eu não queria ceder, não
mesmo!
-Peixinho fofinhooo!!!
Fiquei em silencio, lutando
com suas mãos ao tentar repuxar meus lábios em um sorriso, mas de nada
adiantava. Sua mão era mais forte que minha bochecha e, quando a mesma começou
a arder, achei que era hora de ceder.
-Pexinhoofofino. –disse eu
emburrada, tentando pronunciar direito a palavra, por entre os lábios abertos
em “O”.
soltou minhas bochechas, dando-me o prazer de senti-las livres depois do
apertão, mas elas estavam dormentes, o que significava que eu não conseguia falar
direito e isso só fez minha amiga rir mais ainda de mim.
-,
estava pensando... –comecei a falar, assim que senti minhas bochechas voltarem
ao normal.
-Você pensa? –ela me cortou
com mais uma de suas piadinhas, antes de começar a rir feito uma hiena.
Fechei a cara e fiquei a
encarando até que parasse de rir e tratar o assunto com a devida seriedade.
-Estava pensando, –disse
novamente, assim que ela parou de rir. –se sua mãe e seu pai não gostariam de
viajar com a gente também e não só você, como a gente sempre faz.
Fui respondida por um enorme
silencio vindo da parte de minha amiga. Não queria que ela ficasse sozinha com
o pai e a mãe aqui em L.A., ainda mais com a filha do pai dela os importunando
o tempo todo, pisando moralmente nela e na mãe, como se fossem insetos indignos
da companhia do velho Arthur.
Se fosse pela irmã de ,
o pai delas estaria em uma casinha precária, ainda sofrendo com a morte de sua
falecida esposa e cedendo a todo o tipo de depressão, mesmo depois de anos. Eu
achava um belo milagre ele ter conhecido a mãe da
e se casado com ela pouco tempo da morte da antiga esposa. Não conseguia
imaginar o padrinho sozinho e sem um filho que desse atenção para ele, como
minha amiga fazia. Então, mesmo sem ser atingida pelo mal de Samanta, não podia
deixar de odiá-la.
-Pode ir a aproveitar suas
férias com tranquilidade, .
Papai vai precisar de cuidados e ninguém ia aproveitar nada. Aliás, eu gosto de
cuidar do meu velho, e aposto que vou me divertir muito passando as férias aqui
com ele e com a mamãe.
-Tem certeza? –insisti,
pensando que seria muito bom se o padrinho saísse da cidade para espairecer,
largar os problemas que o atormentavam por aqui.
-Tenho certeza de que você
quer descansar depois de tudo o que aconteceu nas últimas semanas.
-O que aconteceu?
–perguntei, fazendo-me de desentendida.
-...Ainda mais depois do que
está acontecendo agora. –
complementou, olhando fixamente para um ponto acima de meu ombro.
E, em um momento de pura
curiosidade com açúcar, olhei para o ponto que minha amiga encarava, dando de
cara com uma cena que poderia ser vista como terna para uns, mas para mim, era
algo repugnante.
Hannah e Taylor, ambos sentados
na espera de consulta. Aquilo me enojou, ainda mais quando ela pegou a mão dele
com delicadeza e colocou-a em cima de sua barriga lisa. Ela havia me visto.
Cheguei a essa conclusão, porque, depois de ter executado aquele “lindo” gesto,
a vadia se jogou com tudo para cima do cafajeste e começou a beijá-lo
libidinosamente, em plena sala de espera!
Senti meu café da manhã me
subir todo à garganta, e saí em disparada em direção ao banheiro. Entrei no
mesmo de supetão, assustando duas mulheres que ali estavam e entrei num
reservado, mal conseguindo trancar a porta, antes que todos os alimentos que eu
havia consumido fossem expelidos garganta a fora.
-Amiga, está tudo bem? –
perguntou batendo a porta, no momento em que dei a descarga, eliminando todos
os vestígios de meu recente mal estar.
Saí do reservado sem dizer
uma palavra, correndo direto para pia e lavando minha boca com água, da melhor
maneira possível. Dei graças por estar em um hospital de bom status e que
possuía recursos como fio dental e enxaguante bucal nos banheiros. Utilizei o
segundo recurso antes de falar:
-Estou bem, foi apenas enjoo
por ver aquela cena de vermes fazendo vermisses.
A palavra inventada veio
naturalmente, dando mais veracidade as minhas palavras. Não havia sido
intencional usar ironias, –pois Hannah realmente parecia um verme ambulante.
–mas elas vieram.
-Vermisses? –perguntou .
-Coisas de vermes. –respondi,
como se real pergunta fosse algo banal, como o significado da palavra risada.
Minha amiga caiu na
gargalhada, logo me puxando junto com ela. Ficamos um longo tempo rindo no
banheiro, até que a louca parou de rir, segurou meu pulso com força e saiu me
arrastando do banheiro, novamente para a sala de espera.
Mal sentamos e minha mãe
apareceu, com a face um pouco abalada.
-Como ele está? –perguntou
pulando de sua cadeira.
Minha mãe respirou muito
fundo, antes de sentar-se, pegando a mão de
entre as dela e fazendo que minha amiga sentasse no lugar vago, a seu lado.
-Arthur está bem. Ele apenas
levou mais alguns pontos na cabeça e precisará de muita atenção nos próximos
dias. Não foi nada grave, mas como a batida foi forte, ele ainda está meio
desorientado.
Um suspiro de alívio escapou
pelos lábios de minha amiga, fazendo com que sua face, antes vermelha de
nervosismo, voltasse à cor normal.
-Posso vê-lo? –perguntou
minha amiga, já se levantando e virando na direção da porta.
-Vai rápido, você só tem 15
minutos até que o horário de visitas acabe. –minha mãe respondeu, empurrando
em direção à porta e logo voltando para se sentar perto de mim.
Olhei bem fundo nos olhos
também azuis de minha mãe, pisquei e deitei minha cabeça em seu ombro,
deixando-me consolar com palavras não ditas, por conta do que vi recentemente.
Uma mão suave passava entre
meus cabelos, naquele delicado momento. Agradecia aos céus todos os dias, por
ter minha família ao meu lado o tempo todo, pois se não fosse por minha mãe,
meu pai e irmão, não sei o que seria de mim.
-Algum problema?
-Nada mãe, apenas uma coisa
na sala ao lado denominada pela mídia de Taylor Lautner.
Não pude evitar o soluço que
me subiu a garganta, ele apenas veio, apenas para me colocar ereta e ver o
momento em que a pessoa cujo nome eu havia acabado de pronunciar, adentrou a
sala de espera que eu estava.
“Em
espanhol, "consciência" é a unidade de medida internacional que, em
noites de insônia, calcula a pressão exercida sobre um travesseiro.” –dizia
certa frase de autor desconhecido. E, ultimamente, sentia que a consciência de
certa pessoa que me encaravam agora, andava tão pesada, que essa tal pessoa
sentia a necessidade de me perseguir para se desculpar, mas sempre acabava
cometendo algum erro e me magoando a um ponto que, “desculpa”, não era uma
palavra que a salvasse de seus erros
para comigo.
-E qual foi a da vez? –mamãe
sussurrou em meu ouvido.
-Cafajeste. –respondi em voz
alta, para que todos ouvissem. Minha mãe ficou vermelha de vergonha e afundou
em sua cadeira.
-Não deixe seu pai saber
disso. –falou mamãe, tentando inutilmente se fundir com a cadeira em que estava
sentada.
-Quero mais é que ele saiba.
–respondi. –Oi Taylor, o que faz aqui? –falei para ele, elevando a voz.
O olhar de surpresa que
recebi do ator foi hilário. Tenho certeza de que ele não esperava a reação
fria, desinteressada e sociável que eu tive ao falar diretamente com ele.
Segurei o riso, enquanto
minha mãe nos olhava perplexa. Acho que depois daquele dia que Taylor jantou em
casa, sendo tratado tão bem, ela não imaginava que eu colocasse meu lado
vingativo em ação na frente dele. Ah, ela não tinha visto nada!
-Vim acompanhar Hannah em
seu primeiro pré-natal. –disse ele, ainda surpreso com minha reação. –Te vi
aqui e...
Levantei para ficar a uma
altura aceitável, para que conseguisse colocar o dedo nos lábios dele, o
silenciando.
-Então o teste de DNA deu
positivo? O filho é seu? –o desafiei. –E não precisa se explicar, baby. Já sei
que quer ficar perto da sua namorada e de seu filho.
Foi nesse momento, o momento
em que vi a raiva passar rapidamente por seus olhos, que eu soube que nossa
rixa estava de volta.
-O filho é meu. E adoraria
acompanhar a MÃE dele em suas consultas. –confirmou friamente. –Sinceramente,
espero que o motivo que a trouxe para este hospital não seja nada de mais.
Agora, se me dá licença Gligeusky, preciso acompanhar Hannah.
Mais uma vez tive de segurar
o riso, enquanto o via dar as costas e começar a se direcionar para a saída da
sala de espera em que eu estava.
Me adiantei em sua direção,
mas minha mãe segurou meu braço com força, fazendo com que eu me atrasasse
alguns segundos, em
alcançar Taylor.
-Calma mãe, depois te
explico tudo. –disse eu mal olhando para ela, antes de me soltar e fazer o que
queria. –Hey, Lautner! Tenho mais uma pergunta! –ele parou, virou-se para mim
novamente e arqueou uma sobrancelha, aguardando a pergunta. –Por que não a
levou em um médico particular de sua confiança?
Ele apertou a mandíbula,
diante de meu questionamento debochado e com segundas intenções.
-Porque ela queria se consultar com seu médico de longa data. –respondeu,
apertando os olhos. –Entendi exatamente o que quis dizer, ok? Sei que desconfia
que o teste de DNA possa ter sido manipulado, mas... E se esse filho realmente
for meu?
Dei de ombros, mostrando
desinteresse, mas a verdade era que eu estava louca para ver a bomba explodir e
causar rebuliço.
Virei as costas e voltei ao
meu lugar. Não fui impedida de fazê-lo, apenas caminhei e sentei onde estava
anteriormente, como se nada tivesse acontecido.
Tirei de minha bolsa meu
velho exemplar de Hamlet e comecei a lê-lo despreocupadamente, como se a cena
anterior não tivesse acontecido.
Sentia os olhares das
pessoas presentes na sala, queimando em cima de mim. Afinal, não é todo dia que
se tem um confronto civilizado entre atores em um hospital, não é? Mas nem me
incomodei, apenas continuei a ler meu livro, até que minha mãe me interrompeu.
-O que aconteceu ?
–perguntou com aquele tom autoritário que só as mães sabem usar.
Contei mentalmente até
vinte, fechei o livro e virei de frente para ela, com um sorriso cadenciado nos
lábios. Não gostava de discutir esse tipo de assunto com ninguém, mas não podia
escapar quando minha mãe perguntava daquele jeito.
-Sabe aquele dia que ele
jantou lá em casa? –perguntei para minha mãe, baixando a voz e imediatamente
sentindo meu rosto queimar de vergonha. Prossegui quando ela assentiu. –Então,
aquele dia, bem... Nós ficamos intensamente, por assim dizer. –Mamãe arregalou
os olhos e olhou para mim, incrédula com o que fiz.
-E por qual motivo não me
contou sobre isso? –ela esbravejou.
Mamãe e eu tínhamos um ótimo
relacionamento. Contávamos (quase) tudo uma para outra, inclusive meus
namorados, casinhos, parceiros sexuais e etc. Ela estava realmente muito
estupefata e brava por eu não ter contado para ela antes. Aquilo já havia
acontecido há semanas! Eu podia ver toda a decepção em seus olhos e aquilo
realmente me incomodou.
-Com o Taylor é diferente,
mãe. Eu realmente achei que ele tinha deixado de ser aquele cara convencido que
eu tinha conhecido nos sets. –respondi às suas perguntas não pronunciadas. –Aconteceram
mais vezes. –ela arregalou ainda mais aqueles olhos azuis, tão iguais aos meus.
–Mas, no final, ele é apenas mais um conquistador barato.
Mamãe estava com seu máximo
ódio estampado no rosto. Sua face vermelha, os lábios apertados em uma linha,
os olhos determinados e insanos. Tive medo do que ela poderia fazer, pois não
seria a primeira vez que ela enlouqueceria por fazerem coisas do gênero aos
seus filhos. Digamos que minha progenitora era uma leoa legítima quando queria.
Mas nossa conversa foi
interrompida por uma a beira
de lágrimas, chegando à sala de espera.
-O que aconteceu querida? –minha
mãe se adiantou para ela.
-Ele está bem! Estou tão
aliviada!
Não pude deixar de me sentir
felicíssima. Apesar de tudo, meu padrinho estava bem, e era isso o que me
bastava para me sentir feliz.
-Agora eu posso vê-lo?
–perguntei, ansiosa para ver pessoalmente como ele estava.
apenas balançou a cabeça negativamente, antes de responder:
-A enfermeira acabou de dar
o sedativo para ele, está dormindo agora. E o horário de visitas já acabou.
–ela fez cara de culpada. Por quê? Eu realmente não sei. –Talvez, se eu não
tivesse ficado tanto tempo... Minha mãe vai poder ficar, porque meu pai precisa
de acompanhante, mas só ela pode ficar.
Ergui a mão, com a palma
virada para seu rosto. Um pedido mudo para que ela parasse de falar.
-Seu pai. Seu direito de
vê-lo é bem maior que o meu.
Baixei a mão, e um silencio
mortal se instalou entre nós três. Eu, ao menos, não sabia o que falar num
momento desses, então nem arrisquei abrir minha boca grande.
-Vamos para cara meninas?
–mamãe perguntou após algum tempo de silencio.
Assentimos, antes de
ajeitarmos nossas coisas e sairmos da sala de espera em silencio. Foi assim
o resto do trajeto até a porta do hospital: mamãe na frente,
do meu lado esquerdo, mas ainda assim um pouco a frente e eu, a dois passos
atrás de minha amiga.
Quando estávamos quase
chegando a porta de saída, senti uma mãe forte e quente segurar meu braço com
delicadeza.
Virei e encontrei aqueles
olhos calorosos, ora negros, ora castanhos, que aquecerem meu corpo e alma. Era
o olhar que eu havia visto um dia, em certo evento que ele nem deveria se
lembrar. Àquela época, eu era apenas uma fã sonhadora, e com muita sorte, por
sinal, pois havia conhecido quase todos os meus ídolos.
-Não faz isso. –ele pediu,
com a voz pesada.
Suspirei, balancei a cabeça,
fechei os olhos e me segurei ao máximo para não chorar.
-Quem sabe, quando você
voltar a ter aquela inocência, calor, felicidade, simpatia... Se algum dia
deixar de ser o ser odioso que hoje você é... –abri os olhos e o encarei o mais
profundamente possível. –Quem sabe se você voltar a ser aquele Taylor que
conheci, aquele que ama o que faz, ama a família, os fãs e sempre faz de tudo
para ser feliz, sem ser mesquinho. O Taylor que me abraçou e disse que eu era
uma garota linda, sendo que eu tinha uma tonelada de espinhas na cara, usava
óculos fundo de garrafa e também usava um aparelho horroroso... Se um dia isso
acontecer, talvez você ganhe uma nova chance. –as palavras travaram em minha
garganta. Sabia que choraria a qualquer momento, então soltei meu braço de seu
aperto, e saí o mais rápido possível atrás de minha mãe e minha amiga, que já
me esperavam na porta do hospital.
(Continua...)
N/a: Hey,
amores! Capítulo cheio de lembranças, não?
Esse é o último capítulo de
nossa primeira temporada, um capítulo que dá o fim a esse rola não rola da PP e
o Taylor e nos leva para novos rumos. Talvez eles se
tornem amigos nessa nova temporada, ainda não posso dar muita certeza, mas...
Também teremos um pouco mais
da história das outras personagens, como da família do Tay, da avó morta da PP,
da , da Gabi e do Anthony. É
isso mesmo, esse lindo e amoroso irmão vai ser bem presente nesta temporada e
vai abalar muitos corações com seu jeito doce de ser.
Ah, e aproveitem bem para
descansar depois desse capítulo, porque o próximo será giganteeeee! E posso
afirmar que suas cabecinhas vão ralar neste próximo capítulo, porque apesar de
ser simples, ele está cheio de sentimentos subjetivos e confusos e isso embola
a cabeça de muita gente, ou pelo menos a minha, sei lá!
Mas então é isso, amoras.
Beiijos e até o próximo capítulo.
;D
Capítulo 16
P.O.V.
As pequenas
peças que jaziam em cima da minha cama gritavam um nome que eu desesperadamente
queria esquecer. Devia joga-las fora, devido às lembranças que me traziam, mas
eu gostava tanto delas que... As peguei com delicadeza e as vesti, aproveitando
a boa sensação do pequeno e gelado tecido deslizar por meu corpo quente.
Caminhei pelo quarto de hotel até o elegante espelho de moldura dourada e
encarei a imagem da garota que Taylor um dia vira na loja de roupas de banho;
biquíni com misto de tons azuis e esverdeados, sobrepostos com fio dourado, que
realçava meus olhos também azuis, o modelo possuía um decote discreto e um
corte não muito cavado na calcinha, que evidenciava um bonito corpo sem
deixá-lo vulgar.
Pensei como
era incrível como um biquíni poderia me deixar tão triste e tão feliz ao mesmo
tempo. Percebendo o quanto aqueles pensamentos me deixavam aérea, balancei a
cabeça em negação e peguei minha escova de cabelo, a fim de ajeitá-los para que
pudesse prendê-los no simples rabo de cavalo, que sempre prendia para ir à
praia.
E antes que
eu pudesse terminar de escovar os cabelos, uma batida soa levemente a porta,
despertando abruptamente do pequeno prazer, que era arrumar o cabelo. Sabendo
que a porta do quarto só abria por dentro, levantei a contragosto e fui ver
quem era.
-Que cara de
enterro. –disse Anthony entrando em meu quarto sem pedir licença e se jogando
na cama e logo em seguida ligando a enorme TV.
Revirei os
olhos e voltei a escovar meus cabelos. Terminei de escová-los e prendi-o em
silencio, antes de voltar para meu irmão e responder:
-É só o sono,
acabei de acordar. –menti, sabendo perfeitamente que minha expressão morta não
era pelo sono e sim, pelas lembranças que minha roupa trazia.
Ele assentiu
em concordância, pois sabia que eu ficava mal humorada logo que acordava pela
manhã. Franziu o cenho para meu biquíni e levantou-se para analisa-lo.
-Que
pedacinhos de pano são esses? –perguntou me rodeando e analisando minha pequena
vestimenta.
Não pude deixar
de rir. Esse era o irmão que eu
conhecia e amava. Gostava dele assim, ciumento, brincalhão e folgado, não o
exageradamente ocupado e indiferente para com a família que vi, quando fui
visitá-lo na faculdade, em um feriado qualquer.
-Um presente.
–respondi indo em direção a cama e tentando desamassar o simples vestido Pink,
feito de malha fria e estampado com um belo arabesco com borboletas na barra,
que Anthony havia deitado em cima. –Eu ia colocar esse vestido por cima, mas
você fez questão de amassar. Agora vou ter que sair assim. –brinquei.
Veio como um
vulto até mim. Só deu tempo de sentir a roupa passando por minha cabeça e
alguém puxando meus braços pelas mangas da roupa e em um tempo inimaginável, eu
estava vestida.
Recuei alguns
passos, enquanto ele avançava para cima de mim. Infelizmente, bati de costas na
parede do quarto, mas não senti sua frieza, pois bati exatamente na parte onde
começava a cortina voal.
-E nunca mais
brinque com isso. –disse brandindo o dedo na minha cara.
-Tudo bem.
Estava sem
fôlego algum para dizer qualquer outra coisa. Apenas peguei algum dinheiro, o
bloqueador solar e meu celular e o segui para fora do quarto em direção aos
elevadores.
Nervosa
demais para sequer encarar meu irmão depois daquela cena estranha, me pus a
analisar o cenário a minha volta. Pela primeira vez desde que chegara ao hotel,
me vi admirando as lindas pinturas de pontos turísticos, contidos em diversos
quadros na parede, ao longo do corredor. Eram lugares como o Coliseu, em Roma;
o Museu do Louvre, na França; a grande Muralha da China; o Big Bang, em
Londes... Fiquei imaginando se aqueles lugares eram tão bonitos quanto nas
pinturas e prometi a mim mesma que assim que possível, iria visitar todos esses
lugares, apenas para provar sua diferente cultura e beleza. Estranhamente
aquela simples atividade de observar os quadros e imaginar como aquelas
paisagens eram na vida real, acalmou meus nervos o suficiente para me fazer
esquecer momentaneamente a estranha ‘explosão’ de Anthony.
O último
quadro que vi antes de chegar ao lugar onde esperaríamos o elevador foi uma
magnífica cachoeira, que criava diversos arco-íris a suas margens. Não fazia
ideia de que lugar poderia ser, mas ao ver a imagem, minha imaginação ganhou
vida e em poucos segundos, eu estava em uma estranha passarela que era próxima
demais a cachoeira. Podia até sentir a água que caía com força no rio sendo
espirrada para todos os lados e me banhando de forma inovadora.
-,
vamos! –ouvi Anthony gritar. –Terra para .
Vamos logo! Não vou conseguir segurar o elevador por muito tempo. Não vê está
apitando? Estão o solicitando em outro lugar.
Dei uma
última olhada no quadro antes de entrar na moderna lata de aço, que era aquele
elevador. Dentro daquela lata de sardinha que nos levaria para qualquer andar
que quiséssemos dentro do prédio, havia um enorme espelho de corpo inteiro e
uma minúscula câmera no canto superior esquerdo. Não entendia porquê tanto luxo
ali dentro, sendo que o único objetivo do elevador era nos levar de um andar a
outro. Era para isso que estávamos ali, não era?
-Não Tony,
não vejo o elevador apitar, eu o ouço
apitar. –respondi com uma pitada de sarcasmo e me aproveitando do apelido que
meu irmão não gostava que usássemos.
Fui fuzilada
por intensos olhos azuis, antes de ganhar a total desatenção de meu irmão.
Confesso que
me senti um pouco mal por isso, mas pouco me importei com meus próprios
sentimentos, pois sabia que isso acabaria em pouco tempo. Anthony me amava
tanto quanto eu o amava e nós nos víamos pouquíssimas vezes no ano, então tinha
total certeza de que essa pequena rixa entre irmãos acabaria em pouco tempo.
Dei graças
quando o elevador finalmente parou no térreo, me libertando da prisão de lata.
Admirava tal invento humano, que nos subia e descia nos andares em pouco tempo,
poupando nossas pernas de grande esforço, mas odiava-o por ser uma pequena
prisão, que parecia fechar suas pequenas paredes a nossa volta, mais e mais a
cada segundo.
Inspirei
profundamente, deixando que o delicioso cheiro de café, bacon e pão torrado com
manteiga, me invadisse. Apesar do cheiro deixar meu estômago inquieto, aquele
cheiro de café da manhã me acalmava, com sua promessa de um delicioso sabor e o
inicio de um novo dia.
-A mãe e o
pai já desceram? –perguntei a meu irmão, que já entrava no restaurante e
começava a se servir. Era hábito de família esperar todos estarmos juntos,
antes de começarmos a nos servir quando estávamos em um hotel. Fui respondida
com o silencio.
Dei de ombros
para o nada e também comecei a me servir, seguindo meu irmão para onde quer que
ele fosse. Sempre fui péssima em procurar pessoas em locais grandes e com
muitas pessoas, por isso, nem arrisquei a procurar meus pais sozinha.
O buffet do
café era extenso e cheio de variedades. Ao longe, eu podia ver diferentes tipos
de bolos, tortas, queijos, cereais, bolos e pães, tirando os recipientes de
metal, que deveriam conter as coisas quentes, como: ovos, bacon e pães quentes.
Eu olhava tudo com a imensa vontade de pegar um pouco de cada, mas cada vez que
me imaginava comendo algo, meu estômago revirava, lembrando-me que se eu
comesse, passaria mal.
-Não vai
mesmo falar comigo? –perguntei quando já nos encaminhávamos para uma mesa.
-Depois
conversamos.
O tom de voz
de meu irmão era sombrio, o que me assustou de verdade, mas me contive, pois
chegávamos à mesa onde meus pais se encontravam e aquele era um assunto entre
irmãos, não sentia a necessidade de incluí-los.
-Bom dia
minhas crianças. –ela nos saudou com voz melodiosa. Mamãe era tão cantante quanto
um passarinho, tinha a voz linda e amava cantar. Nunca entendi o motivo dela
não ter arriscado na carreira de cantora e, sempre que perguntava, ela mudava
de assunto bruscamente, nunca respondendo.
Meu pai
apenas sorriu com nossa chegada e me limitei a fazer o mesmo, totalmente o
contrário de Anthony, que beijou minha mãe no topo da cabeça e bateu no ombro
de meu pai com um forte “bom dia” em sua voz.
Depois de
servida e acomodada, me permiti observar o luxuoso restaurante, com suas mesas
metodicamente arrumadas com duas toalhas cada uma e um plástico de
sobreposição, suas cadeiras de madeira entalhada e os assentos almofadados, o
piso de um branco impecavelmente brilhante, os vasos de flores estrategicamente
espalhados pelo salão e os funcionário muito bem uniformizados. Fiquei
imaginando quanto dinheiro era desperdiçado naquele exagerado luxo e quantas
crianças famintas podia-se alimentar com aquele dinheiro.
-Vejo que
minha boneca resolveu comer como passarinho hoje. –comentou minha mãe, fazendo com
que minha atenção se voltasse para ela. Ela encarava a pequena fatia de bolo, a
torrada com mel e o suco de laranja. –Não é de seu feitio comer assim tão
pouco, filha. O que houve?
E era
verdade. Eu costumava comer horrores em qualquer ocasião, com exceção apenas a
dias em que eu estava atrasada para algo e saía correndo de onde quer que
fosse, com o estomago a roncar como um trator de tanta fome que tinha.
-Só estou sem
fome. –franzi meu cenho para a comida e coloquei a mão sobre a barriga antes de
prosseguir. –Acho que aquele hambúrguer que comi depois do jantar me fez mal.
Quanto mais
eu olhava para meu prato, mais meu estômago revirava.
-Precisamos
de um médico? –perguntou meu pai em tom preocupado. Não pude ver sua expressão,
pois só conseguia olhar para a comida no prato, que parecia falar comigo.
Balancei a
cabeça negativamente, sem desviar os olhos do apetitoso e estranho bolo de
chocolate.
Mesmo estando
insegura com relação ao café da manhã, peguei o garfo e o afundei com vontade
no bolo e o coloquei na boca. Tinha gosto estranho e textura totalmente pastosa,
assim como creme de amendoim. Foi preciso um esforço monumental para fazê-lo
descer pela garganta.
A sensação da
comida descendo pela garganta foi horrível, mas continuei a insistir e mandar
tudo para dentro, pois sabia que seria pior se não comesse.
O café da
manhã passou com conversas amenas e pouca comida, ao menos para mim. Era bom
estar me divertindo em família.
Desde que fui chamada para gravar Os imortais,
minha vida tinha virado uma correria sem fim, o que me tirava completamente
desses momentos em que eu poderia aproveitar meu pai e minha mãe, sem falar em
meu irmão, que só ia para casa em feriados, dias em que também me faziam
trabalhar, fosse ensaiando falas, ou gravando.
Não que eu
não gostasse da vida de atriz, pelo contrário, eu amava. Mas às vezes tinha que
abrir mão de alguns bons momentos, como este que se passava.
Lembrei de
todos os lugares em que vi nos quadros e fiquei pensando em como seria bom ter
um desses momentos naqueles lugares magníficos. Fiquei fantasiando como seria
passar um dia nesses lugares com minha família.
-!
–gritava minha mãe. –Onde está com a cabeça, filha?
Pisquei
os olhos repetidas vezes ao acordar de meu devaneio e fiquei encarando minha
mãe sem saber o que responder.
-Nem
ligue, mãe. Ela está assim desde que acordou. Precisava ver o que tive de fazer
para que ela entrasse no elevador.
-Vai
ter vingança. –sussurrei para meu irmão, enquanto ele e meu pai riam
ruidosamente das minhas proezas.
Minha
mãe foi mais discreta e apenas revirou os olhos, mantendo um leve sorriso nos
lábios.
-Agora
me responda. –disse ela olhando diretamente em meus olhos. –Onde pretende
passar o dia?
Olhei
para meu irmão seriamente, até que ele parou de rir, para eu poder contar
nossos planos para o dia. Foi um longo tempo até que seu riso cessasse e
ficássemos em completo silencio. Silencio que fiz questão de prolongar alguns
segundos, antes de responder.
-O
paspalho e eu combinamos de ir a praia pela manhã, fliperama depois do almoço e
cinema a noite.
-Claro
que respeitando as normas de não gastar muito e comer nas horas certas.
–completou o paspalho. –E paspalho é o senhor seu colega de elenco, o Lautner.
No
começo eu não entendia essa cisma que meu irmão tinha com o Taylor. E isso era
desde que eu era apenas uma tiete dele, na época de Twilight. Meu irmão sempre
franzia o cenho, quando eu suspirava ao ver filmes com ele, ficava feliz só de
vê-lo na TV ou levava alguma coisa que o mencionasse para casa. E assim, tempos
depois, era difícil admitir que Anthony tivesse razão com essas cismas. Taylor
Daniel Lautner realmente não era flor que se cheirasse.
-São
farinha do mesmo saco. –desdenhei, apenas para não sair por baixo.
O
cão sarnento rosnou para mim e cerrou os punhos por baixo da mesa. Fechei os
olhos esperando a bronca. Sabia que havia passado dos limites, pois meu irmão
sempre deixou claro que odiava que o equiparassem ao astro, mesmo que fosse de
brincadeira.
Esperei,
esperei, esperei, esperei... Nenhuma reação vinha do meu irmão e dos meus pais,
até que meu pai resolveu soltar uma longa gargalhada, que chamou a atenção de
muitas pessoas a nossa volta.
-Adorei
a piada! –comentou em voz alta, totalmente sem graça por ter chamado a atenção
de tantas pessoas. – O quê? A
nunca te compararia com o Lautner, não é mesmo? –completou em resposta à
expressão incrédula de meu irmão.
Apenas
assenti, segurando um sorriso amarelo nos lábios. Não queria contrariar meu pai
e muito menos dizer que compararia sim, Anthony ao Taylor.
O
ódio de meu pai por Taylor era extremamente engraçado. Meu pai só o conhecia de
poucas visitas que fazia ao estúdio de gravação e nunca se importara com ele,
até o dia em que o mesmo jantou em casa. E quando perguntávamos a ele de onde
vinha esse ódio, ele dizia que nunca gostara do jeito do rapaz e que havia
confirmado suas suspeitas dele não ser boa pessoa, quando dormiu no portão de
nossa casa. “Nenhuma pessoa decente faria isso”, afirmava. Minha mãe dizia que
isso não passava de ciúmes, mas não fazia diferença alguma para mim, afinal,
Taylor e eu éramos apenas colegas de elenco.
O café da
manhã passou com conversas amenas e pouca comida, ao menos para mim. Foi bom
estar me divertindo com a família.
Ao
final do café, mamãe desatou a falar do lugar onde ela e o papai iriam passar o
dia. Era uma ilha próxima a San Francisco, a Ilha de Alcatraz. Ela contou como
a ilha fora uma base militar no passado e, anos depois, havia se tornado uma
prisão de segurança máxima, que durou apenas 29, por o governo não conseguir
mantê-la. Também contou como anos depois, um grupo de nativos norte-americanos
ocupou a ilha, baseando-se num
tratado federal de 1868, que permitia que os
nativos utilizassem todo o território que o governo não usava ativamente. Após
quase dois anos de ocupação, o governo os retirou da ilha. E por fim,
esclareceu que depois disso o governo tornara a ilha um ponto turístico operado
pelo National Park Service.
-Deve ser incrível. –pensei em voz alta, após
toda a história ser contada.
Meu pai esfregou as mãos, como ele sempre faz em
antecipação a algo.
-E aí crianças? Querem ir também? –perguntou
depois de aquietar suas mãos.
-Não! –respondeu Anthony. Rápido demais... Meus
pais desconfiaram de algo, é claro. Podia ver isso na testa franzida do meu pai
e nos olhos curiosos de minha mãe.
-É que não queríamos mudar nossos planos, mãe.
–respondi revirando os olhos.
-Também
não queríamos atrapalhar seu momento como casal. –completou Anthony.
Tive
que me controlar, para não gritar um “Não estraga!”, para meu irmão na frente
de todos, pois ele só fazia meus pais ficarem mais desconfiados quanto aos
nossos objetivos do dia.
-Então
se cuidem. –advertiu minha mãe apertando os olhos, enquanto se levantava da
mesa. E foi só nesse momento que percebi o quão linda ela estava em seu vestido
longo de frente única, que era preto e adornado com flores brancas. –Ligaremos
pela tarde para saber como estão. –disse minha mãe dando um beijo na bochecha
de cada um de nós e se virando para sair do restaurante.
-E
juízo! –falou meu pai antes de seguir minha mãe. Ele também estava belo em sua
camisa pólo azul clara e seu calção cáqui. Raramente o via metido em roupas
esportivas e vê-lo assim, livre de tantos compromissos de trabalho e leve em
suas férias, só me fez ficar feliz por ele.
-É
bom ver o papai longe do trabalho, não? –perguntou Anthony e eu assenti, ainda
encarando a porta pela qual eles haviam saído. –Ele fez e faz tanto por nós...
Assenti
mais uma vez, me levantei e meu irmão fez o mesmo. Rodeei sua cintura com meu
braço direito e ele pousou seu braço esquerdo sobre meus ombros e assim saímos
do restaurante em direção aos nossos passeios do dia.
_x_
O
calor era maçante e fazia com que eu me sentisse cansada. Não era um dia em que
o sol brilhasse muito, o céu estava até obscurecido com nuvens, mas o mormaço
criava o efeito de uma estufa e entorpecia os sentidos através de sua elevada
temperatura.
Olhei
desejosa para o Museu de História Natural, pensando no quão fresco deveria
estar dentro dele. Nem o ar condicionado do táxi melhorava a temperatura, não
conseguia me sentir mais gelada, nem nada do tipo.
Estávamos
indo para Ocean Beach, praia muito conceituada no mundo do surf e sempre tinha
poucos turistas se banhando por lá, o que era uma mão na roda para mim, já que
ultimamente eu estava sendo um tanto assediada por qualquer lugar que passasse.
A
cidade de San Francisco passava por nós como um borrão através da janela do
táxi e isso me deixava um pouco tonta. Fechei os olhos e tentei sentir o ar
gelado do ar condicionado, enquanto rezava para que chegássemos o mais rápido
possível a nosso destino.
-...
Acorde, chegamos! –alguém
disse ao meu ouvido, mas não dei atenção, apenas ignorei, ansiando voltar para
meu tranquilo sono. –! –e
dessa vez gritou, e acordei com um pulo e o coração batendo forte contra minhas
costelas.
Olhei
para um Anthony que me olhava preocupado do lado de fora do táxi. Observei a
minha volta e estranhei o ambiente. Como havíamos chegado tão depressa? Ocean
Beach era do lado oposto da cidade, do lado oposto de nosso hotel! Ouvi um leve
riso vindo do taxista, que esperava pacientemente minha saída de seu carro.
Ainda
meio confusa por ter acabado de acordar, saí do carro e segui meu irmão até a
mais próxima loja de surf, onde alugavam equipamentos para praia, como
guarda-sóis, cadeiras e obviamente, artigos para surf. Durante nosso pequeno
trajeto do táxi até a loja, Anthony não desgrudou seus preocupados olhos de
mim.
-O
que foi? –questionei, já irritada demais com aquele olhar.
-Nada.
–respondeu aéreo.
-Então
entra logo na loja. –disse eu empurrando-o para dentro. E lá, atrás do balcão,
uma bela surpresa nos esperava. Era ele, o Jude de Os Imortais na vida real,
com sua pele bronzeada pelo sol, os cabelos louros com dreads e olhos
incrivelmente verdes a única diferença gritante era o trabalhado porte físico dele,
porque em minha mente, o verdadeiro Jude era mais magro, não tinha músculos tão
proeminentes como ele.
Meu
irmão limpou a garganta, fazendo-me acordar de meu breve estado de letargia ao
ver aquela personificação da beleza na minha frente. Mas isso foi bom, pois me
fez reparar no resto da loja e me pus a admirar o varejo de pranchas. Estava
louca para surfar!
-Desejam
alguma coisa? –perguntou o cosplay natural de Jude, assim que meu irmão
interrompeu nosso contato visual.
Anthony
olhou para mim e eu olhei dele para uma pranche evolution, que além de ter um
design fashoin, era uma das melhores para manobras, e eu sabia que ele
entenderia esse meu olhar de desejo para a prancha.
Fiquei
admirando tanto a prancha, que mal vi meu irmão se aproximar do balcão e fazer
seu pedido em voz extremamente baixa. Um bom tempo se passou até que “Jude”,
pegasse todos os pedidos de meu irmão, como o grande guarda-sol, as duas
cadeiras e uma prancha evolution para ele.
-E
qual das longboards você quer, mocinha? –perguntou o balconista se aproximando
de mim, após pegar tudo o que fora pedido.
Levei
meio minuto para entender o que ele dizia, por estar hipnotizada por seus belos
olhos verde mar e pela quentura de sua mão, que estava pousada em meu ombro
direito.
-Longboard?
A usada para iniciantes? –perguntei incrédula. Não conseguia acreditar que ele
estava fazendo aquilo comigo.
-Sim...
–disse o vendedor calma e lentamente, como se estivesse falando com uma
criança.
E
foi nesse momento que vi Anthony sair de fininho da loja, carregando uma das
cadeiras debaixo de um braço e o guarda sol debaixo de outro. Respirei fundo,
virei-me para o vendedor e ergui um dedo, como se pedisse para que ele
esperasse um momento e corri atrás de meu irmão.
-Tony!
–e ele se virou em minha direção, a menção de seu odiado apelido.
Corri
para ele, como uma criança corre para os braços da mãe, assim que a mesma chega
de um longo dia de trabalho, mas diferentemente, não era para abraça-lo, mas
sim para enche-lo de pancada. Estava a poucos passos dele, quando o mundo
resolveu dar uma volta de quase 360º e tudo saiu de foco. Eu estava caindo...
Exatamente como naquele estranho sonho que tivera há alguns dias atrás, mas a
diferença é que algum tempo depois, horas talvez, ou segundos – eu realmente
não consegui ter uma noção de tempo –, braços quentes e fortes me ampararam,
impedindo que eu quebrasse o nariz na calçada.
-!
–uma voz preocupada chegou a meus ouvidos, antes que eu caísse na
inconsciência.
_x_
“-Não vê que eu te amo?
–perguntou ele me abraçando repentinamente. –E lembre-se que estamos juntos
nessa. Afinal, eu também sou responsável por isso.
Não soube o que dizer
nem como reagir, pois tudo era muito novo e assustador para mim e... Meu pai
com certeza iria me matar e o mataria depois, eu tinha muito medo.
-Só não me deixe.
–sussurrei, enquanto quentes lágrimas rolavam por meu rosto.
-Nunca.”
-Nunca!
Ela não é de desmaiar assim!
sempre foi forte e extremamente saudável. Ah, que raios de aluno de medicina eu
sou, se nem consigo socorrer minha própria irmã quando ela desmaia?
Tentei
abrir os olhos, mas a luz era forte demais e meus olhos estavam extremamente
sensíveis. Não lembrava onde estava e com quem estava, mas podia arriscar um
palpite pelas palavras que havia acabado de ouvir.
-Anthony?
–minha voz saiu arranhando a garganta seca e imediatamente percebi o tamanho da
minha sede. –Á... água.
-Para
onde a levo? –perguntou uma voz desconhecida que estava próxima a mim. Talvez
próxima até demais, já que senti a vibração da mesma em um peito, e foi nesse
momento que descobri que estava em braços fortes e quentes.
-Pode
leva-la para dentro de sua loja? –perguntou a voz que eu tinha certeza ser de
Anthony.
Não
ouvi respostas, apenas senti meu corpo mole ser elevado do chão e depois o
suave balançar de uma caminhada. Também não sei quanto tempo demorou, só sei
que logo estávamos em um lugar mais fresco e escuro e assim, pude abrir meus
olhos. Abri-os lentamente, piscando várias vezes devido a claridade do
ambiente, mas dei graças a Deus que a claridade deste ambiente era menor que a
do ambiente anterior.
Ao
me acostumar com a claridade, fui surpreendida com incríveis olhos verde mar me
encarando e, em um segundo, tudo veio a minha mente em um flash. Os quadros do
hotel, meu estômago inquieto durante o café da manhã, minha pequena briga com
meu irmão, a história sobre a Ilha Alcatraz, o pequeno cochilo no táxi e os acontecimentos
na loja de surf.
“Jude”
me colocou delicadamente sobre uma cadeira de praia espreguiçadeira e a deitou
completamente.
Logo
meu irmão desesperado chegou e sentou no chão, ao lado de minha cabeça,
segurando um copo que transbordava de tanta água. Ansiosa por esvaziar o copo,
sentei rápido e uma pequena vertigem me atingiu. Meus ombros foram levemente
empurrados pelo vendedor, até que eu estivesse encostada contra o peito de meu
irmão, que havia aproveitado minha ansiedade para sentar na parte da espreguiçadeira,
onde antes estava minha cabeça. Ele posicionou o copo em meus lábios e eu bebi
toda a água.
-Mais.
–pedi. A voz já estava mais forte, assim como meu corpo. Me sentia pronta para
uma maratona, mas a sede ainda era grande.
Mas
ao invés de ir buscar mais água para mim, meu irmão se limitou a acariciar meus
cabelos e depois começar a avaliar minha temperatura. Levantou-se e eu voltei a
deitar, enquanto ele se sentava no chão, ao lado de minha cabeça.
-...
O que aconteceu com você?
Balancei
a cabeça negativamente e desviei o olhar. Ao completar o ato, percebi que o
vendedor se movia pela loja recolocando tudo o que havia tirado para mim e para
Anthony, em seu devido lugar.
-Por
que está guardando as coisas? –perguntei encarando as costas do vendedor,
enquanto ele encaixava uma prancha em seu lugar.
Ele
virou para mim, franzindo as sobrancelhas sobre seus olhos, me encarando de
forma curiosa. Senti que seu olhar me escaneava e reconhecia. Sim, vi o brilho
do reconhecimento em seus olhos, no momento em que eles se encontraram com os
meus.
-Vi
você na capa da Faces and Mouths esses tempos atrás. –disse virando-se para
pegar o guarda sol que estava encostado na parede as suas costas. –É atriz
daquela nova série que está para lançar nos cinemas, não é?
Ignorei
o fato de que poderia ter uma nova tontura e levantei-me rapidamente, me
surpreendendo ao me sentir bem, após me levantar. Caminhei a passos firmes e
decididos até o vendedor e segurei seu braço levemente, obrigando-o a olhar
para mim.
-Não
guarde os objetos, ainda vamos ficar com eles, não é mesmo, Anthony? –disse
procurando meu irmão, só esperando que ele concordasse comigo, mas não foi isso
que veio.
Ele,
em resposta, baixou a cabeça e negou levemente.
-Como
assim? –me exaltei. –Estamos esperando por isso há séculos!
O
vendedor se livrou de minha mão em seu braço e colocou o guarda sol em seu
devido lugar.
-Deveria
procurar um hospital. –disse rudemente.
Fiquei
estupefata, travada no lugar igual a uma estátua. Quem era ele para falar tão
duramente comigo? E por que passara de uma hora para outra, a ser frio comigo,
se há alguns minutos antes fora tão atencioso?
Braços
me rodearam carinhosamente. Não percebi quando Anthony se aproximou de mim,
apenas senti seu abraço, pouco antes dele me virar para encarar sua face, pegar
uma de minhas mãos e tentar me puxar para fora da loja.
-Ele
tem razão. –sussurrou, enquanto me obrigava a dar pequenos passos em direção a
saída. –E desculpe o transtorno. –falou mais alto, para que o vendedor ouvisse.
Meu
cérebro demorou um longo tempo para perceber, não sei se pelo choque de ser
tratada tão mal sem motivo, ou por qualquer outro motivo. Só fui ter uma reação
às palavras daqueles dois homens, quando estava na porta da loja, pronta para
sair.
-Não.
-O
quê? –perguntou Anthony, parando junto comigo.
-Não.
–tornei a repetir, desta vez com mais ênfase. –Eu não vou para o hospital,
estou ótima!
Meu
irmão largou minha mão e segurou meu queixo, obrigando-me a encarar seus olhos.
-,
há menos de 10 minutos atrás você estava desmaiada sem motivos aparentes, você
precisa ser examinada.
Desviei
meu rosto de sua mão e tornei a entrar na loja, indo direto ao vendedor, que já
se encaminhava para o balcão.
-Por
favor, poderia pegar novamente os pedidos de meu irmão? Só com a diferença de
que quero a tenda, ao invés do guarda sol e a minha prancha eu aceito longboard
mesmo, não pretendo passar muito tempo na água.
Ele
me ignorou, foi para trás do balcão, sentou-se em sua cadeira em frente a um
computador, que até o momento eu não tinha reparado, e começou a jogar um jogo
qualquer.
-Desculpe
atrapalhar seu jogo, mas eu fiz um pedido. –insisti. Não poupei o tom azedo na
voz, odiava que me ignorassem e era exatamente isso que aquele vendedor estava
fazendo.
Não
me ouviu, ou se ouviu, ignorou mais uma vez. Continuei ali, parada com um dois
de paus, esperando que aquele homem atendesse meu pedido, como deveria fazer
para qualquer cliente. Olhei a minha volta para me distrair e fiquei
impressionada como era tudo milimetricamente organizado dentro daquela loja,
desde as pilhas com as caixas das tendas, que formavam uma pirâmide, até o
suporte para as pranchas de surf, onde as mesmas eram organizadas por tamanhos
e cores.
Mais
uma vez, Anthony se aproximou de mim e tentou me tirar dali, me puxando pelo
braço, mas desta vez ele não conseguiu me mover, pois finquei meus pés no chão
com toda força dali e repeti um antigo mantra em minha cabeça: “Daqui não saio,
daqui ninguém me tira”.
-Vamos
, isso é loucura, você estava
passando mal há pouco tempo. Pare de insistir nesta loucura e vamos a um
médico.
Respirei
lenta e profundamente, antes de me virar para meu irmão e dizer:
-Estou
ótima. É sério! –completei, quando ele me olhou desconfiado. –Foi só um mal estar
por conta do calor, minha pressão baixou, só isso.
-E
você quer ficar aqui e arriscar que isso aconteça de novo? Nem pensar! Vamos,
–novamente pegou meu braço e tentou me puxar dali. –você precisa de uma
consulta.
O
sangue subiu a cabeça, esquentando ainda mais meu corpo. Como ele não via que
eu estava perfeitamente bem? Aquilo foi apenas... Apenas... Um leve mal estar,
poderia ter acontecido com qualquer um!
-Você
é o médico aqui! –acusei em um impulso. –Olha, eu estou bem e só quero
aproveitar minhas férias, essa brisa do mar e um pouco de calmaria, que não
tenho desde que as gravações começaram. –consertei, quando percebi que havia
magoado aquela incrível pessoa, que tinha olhos azuis tão parecidos com os
meus. –Se quiser, eu posso ficar só na areia, observando a paisagem e todo o
resto, mas voltar para o hotel ou ir para um hospital.... Realmente não sei se
aguento o estresse de ficar no meio de um monte de gente realmente doente,
esperando que um médico me atenda.
-Será
que dá para parar de ser mesquinha e ouvir o seu irmão? –disse o vendedor,
saindo de frente de seu computador e parando as minhas costas, com apenas o
balcão nos separando. E mais uma vez naquele dia, me virei para encarar a
pessoa que impregnava toda sua raiva nas palavras ao se dirigir a mim.
Anthony
se adiantou para ele, estava prestes a falar algo, quando coloquei a mão em seu
peito para tentar para-lo, e isso bastou para que meu irmão calasse as palavras
que estava prestes a pronunciar. Aquela discussão era minha e somente minha.
-Quem
você pensa que é para falar assim comigo? Quem você pensa que é para se
intrometer na minha vida desse jeito?
Vi
a raiva obscurecer seu ser, enquanto seus olhos pareciam soltar raios de puro
rancor. Por um momento, temi que fizesse algo contra mim, mas me surpreendi ao
vê-lo abaixar-se atrás do balcão e levantar-se logo em seguida, segurando um
porta retrato simples e uma revista desgastada. Jogou a revista para mim, mas
ela acabou por cair no chão e aquele que possuía olhos iguais aos meus, correu
para pega-la.
A
revista foi-me entregue, com um olhar sombrio vindo de Anthony. Abaixei dos
olhos para a revista e meu coração perdeu um compasso, ao deparar com a capa da
Faces and Mouths, que falava sobre meu quase estupro e sobre meu salvador.
-Isso
é verdade? –o vendedor perguntou rudemente.
Apenas
assenti, ainda encarando a revista, pois não havia nada a fazer além disso. Mas
minha atenção não ficou na revista por muito tempo, já que uma foto foi
delicadamente posta em minha mão, cobrindo a capa da revista.
A
foto era de uma garota loira arruivada, com cabelos lindamente cacheados, pele
bronzeada e olhos de um castanho intenso e ela segurava um livro nas mãos, um
livro que reconheci como Para Sempre, de Alyson Nöel.
-Essa
era minha irmã, Emma. Ela era muito fã dessa série que você está gravando e te
admirava por estar trazendo a vida uma personagem incrível como a...
-Ever.
–completei sem saber onde ele queria chegar.
-Isso.
Um dia depois dessa matéria aparecer na revista, Emma foi violentada enquanto
voltava para casa. –e aquelas palavras doeram como se fossem facas atravessando
meu coração. –Os assassinos usaram objetos para violenta-la, antes de se
deleitarem no corpo de minha irmã. Não sei de onde veio a denúncia, só sei que
ela foi encontrada morta em uma casa abandonada, aos arredores da cidade. –fique
completamente paralisada, aterrorizada demais, por pensar que aquele poderia
ter sido meu fim, e que aquele não seria o último ataque a mulheres no mundo e
que muitas ainda sofreriam por esse mal.
Horrorizava-me
saber que coisas como essas aconteciam frequentemente. Com tantas coisas boas
na vida, como poderíamos nós, humanos, fazermos coisas tão terríveis como essa?
E saber que as pesquisas apontavam que os estupradores eram em geral pessoas
com boa vida, me enojava de minha própria raça, pois estas eram pessoas que
realmente não tinham o que reclamar da vida, mas ainda assim reclamavam e
cometiam temeridades como essa.
As
primeiras lágrimas desceram quentes e lentas por meu rosto. Nada me entristecia
mais que descaso com a vida, com os sentimentos e dores de outros seres vivos.
Nisso, uma pressão enorme tomou conta de meu peito, transformando minhas leves
lágrimas em um choro incontrolável. E pensar que aquela garota poderia ser eu!
Larguei
a foto e a revista em cima do balcão, antes de me jogar nos braços de meu irmão
e chorar toda minha dor. Lembrei de cada momento que passei naquele horrível
dia, lembrei de como me jogaram no chão e da dor que atingiu minha cabeça,
quando ela bateu no chão. E para ajudar, minha traiçoeira mente imaginou como
teria sido se Taylor não tivesse chegado, como teriam me batido e rasgado tudo
o que tinha, antes de se aproveitarem de meu corpo, como eu me sentiria fraca
após o acontecido e como adoeceria ao ficar largada naquele beco, por não ter
forças para nada. Talvez até morreria se não me encontrassem a tempo,
exatamente como aconteceu com Emma.
-Chega!
–e desta vez não teve quem impedisse que Anthony falasse. –Não vê como ela está
sofrendo? Peça desculpas! Se redima por tê-la lembrado desse dia!
-A
vida te deu uma chance. –insistiu o vendedor. –Aproveite-a, não faça as coisas
que coloquem sua vida e saúde em risco, só porque planejou essas coisas.
Não
vi quando ele atravessou o balcão, apenas senti mãos fortes me tirando dos
braços do meu irmão e segurando meu queixo, fazendo com que eu olhasse para
cima e encarasse olhos cheios de dor. E naquele momento eu soube que também
sofria por mim, que ele via em mim, sua irmã que fora morta por algo que quase
aconteceu comigo.
Aos
poucos minhas lágrimas foram parando e eu meu soltei de suas mãos, peguei na
mão de meu irmão e o puxei para fora da loja, exatamente como ele tentara fazer
muitas vezes comigo, minutos antes.
Mal
via por onde andava. A sorte, era que eu havia decorado todos os
estabelecimentos comerciais, de tantas vezes que já passara por ali. Sabia da
loja de suvenires, da pizzaria, da loja de calçados e de tantas outras que
haviam por ali, mas nenhuma delas me importava, nenhuma a não ser... Andei uma
quadra e meia, até chegar à maior farmácia da região. Quando um dos
farmacêuticos meu viu, ficou assustado com meu estado e rapidamente me levou
para a sala de pré-exames deles e meu colocou sentada em uma cadeira,
perguntando o que acontecera.
Contei
sobre o desmaio e sobre como o calor me afetava. Ele tirou minha pressão e se
assustou ao ver o quão baixa estava. Perguntou se me alimentei pela manhã e
Anthony denunciou minha falta de apetite, assim como denunciou meus maus
hábitos alimentares, ao falar do hambúrguer da noite anterior. Depois de todas
essas perguntas, o farmacêutico me liberou, dizendo que eu deveria comer alguma
coisa saudável. Estava prestes a sair, mas ele fez questão de retardar meu
passo e perguntar em voz baixa como andavam minhas... “regras”. Aquela pergunta
me pegou totalmente desprevenida, tive de pensar por um longo tempo antes de
dizer que já tinha passado cinco dias desde que parei de tomar eu contraceptivo
e nada acontecera, sendo que o normal era descer três dias após eu parar de
tomar a pílula.
Saindo
da farmácia, fomos a uma lanchonete, onde me acabei num sanduíche natural, mas
não parei de pensar na pergunta que o farmacêutico fizera.
Aquilo
ficou rondando minha mente, me tentando a falar algo para Anthony, mas me segurei,
pois sabia que ele surtaria e perguntaria se eu tive relações sem proteção e
surtaria mais ainda, quando eu lhe contasse com quem foi. Ele com certeza o mataria se a suspeita fosse confirmada.
-Anthony,
o que queria falar comigo que tinha que ser longe da mamãe e do papai?
–perguntei, tentando tirar aquele
assunto da cabeça.
Meu
irmão respirou fundo, cruzou os braços e se recostou em sua cadeira, me
encarando profundamente. Era um olhar opaco, sério demais para alguém
eternamente alegre como ele.
-Quer
mesmo falar sobre isso agora?
Assenti,
largando meu sanduíche no prato, pronta para ser toda ouvidos ao que ele tinha
a dizer.
-Então
coma enquanto ouve. –ordenou e eu franzi as sobrancelhas, por conta de que
aquele sanduíche fazia com que meu estômago revirasse. –Ou isso, ou nada feito.
-Você
pode ser um irmão muito mau às vezes, Anthony. –comentei, pegando novamente o
sanduíche e o mordendo pelas beiradas, sem realmente comer muita coisa.
Um
grande silêncio se instalou entre nós, antes que qualquer palavra fosse
proferida e agradeci aos céus por aquilo, pois precisávamos disso mais do que
qualquer outra coisa. Precisávamos, ao início, nos preparar para a longa e
séria conversa que estava por vir.
-Esta
noite tive um pesadelo. –Anthony começou com a voz suave, como orvalho da
manhã. –Nele aqueles... bandidos, te encontravam e faziam com você tudo o que
não fizeram naquela noite em que Lautner te salvou. Foi tão real, tão horrível,
que tive que te ver assim que acordei, porque aquilo me assustou muito. –mais
um longo silêncio, uma longa e fria dor e um sanduíche revirando no estômago.
Parei imediatamente de comer e passei o dedo indicador da barriga até a
garganta, falando silenciosamente que se comesse mais, vomitaria. –Tudo bem.
–meu irmão concordou com minhas silenciosas palavras, antes de continuar. –E
quando você fez aquela brincadeira sobre sair só de biquíni nas ruas, aquele
sonho voltou a minha cabeça rapidamente e fiquei extremamente irritado com
você, porque pensei que estava falando sério e fiquei indignado com o descaso
que fazia de sua vida, pois só chamaria a atenção de mais caras como aqueles
e... Não culpo mulheres que se vestem com roupas ousadas e são estupradas, mas
às vezes, roupas, ou falta delas, realmente chama a atenção.
Em
pleno impulso, levantei de minha cadeira e corri para abraçar meu irmão. Ao
final de tudo, ele só queria me proteger de um mal que já passara e do qual eu
provavelmente estaria protegida, porque depois daquela noite, nunca mais saí à
luz da lua sozinha.
-Não
se preocupe, agora tomo todas as precauções para não sair sozinha a noite.
Ele
respirou aliviado contra meu cabelo. Nós sabíamos que aquilo não era o
suficiente para afastar qualquer tipo de agressor, mas duas pessoas sempre se
defendem melhor que uma, então, já estava valendo.
-E
você fez a denuncia? –perguntou, se soltando de meu abraço.
Aquela
era uma pergunta extremamente difícil de responder, porque eu não havia feito
denuncia alguma, mas tinha meus motivos e não sabia se uma lanchonete seria o
lugar ideal para contar aquilo ao meu irmão.
-É
complicado.
-Como
assim complicado?
Se
me perguntarem, realmente não sei descrever qual foi a cara que fiz diante
dessas, digamos, suaves palavras do meu irmão, só sei que me afastei dele e
voltei a sentar no meu lugar e fiquei fitando a parede. E assim foi por muito
tempo. Novamente, ninguém disse nada, apenas meditamos sobre nossas questões
internas, nesse novo silencio.
-Não
vai me responder? –Anthony me perguntou depois de vários minutos.
Mordi
o lábio, pensando numa maneira simples de dizer aquilo, mas não encontrei.
Teria de ser o jeito difícil. Me aproximei de meu irmão, com o intuito de que
ninguém além dele pudesse me ouvir. Era muito perigoso revelar aquele segredo e
preferia fazer isso em um local privado, mas do jeito que aquele que me
perguntava era, ele não sairia do lugar sem uma resposta.
-No
dia seguinte ao ataque, fomos almoçar em um restaurante e um dos agressores me
viu e ele fez ameaças a mim e ao Taylor. –segredei-lhe aos sussurros. –O médico
que me examinou também contou a história à imprensa, por isso a matéria na
revista. Não posso garantir que a polícia mantenha meu depoimento anônimo, pois
assim como o médico contou, qualquer outro pode contar.
-Isso
é loucura! –ele gritou, após ouvir minha história.
Dei
um tapa na parte de trás da cabeça dele e puxei sua orelha para perto de meus
lábios.
-Está
querendo chamar atenção? Isso é perigoso. Não ouviu o que eu disse? –e soltei
sua orelha, deixando-o livre para se recostar na cadeira novamente.
O
“senhor discreto” ficou um tempão massageando a orelha e a nuca ao mesmo tempo,
ou ao menos tentando fazer isso, já que não tinha coordenação o suficiente.
-E
não tem como pedir para os policiais assinarem um termo concordando em não
falar nada? –perguntou em voz baixa, após algum tempo.
Respirei
fundo, antes de responder. Sabe, às vezes meu irmão, apesar de sua grande
genialidade, era muito ingênuo. Ele realmente acreditava na bondade das pessoas
e isso só o fazia se ferrar constantemente, mas ele nunca aprendia.
-Quando
a mamãe ia fazer nossa matrícula na escola, tinha um termo que dizia que não
podíamos levar celular ou qualquer aparelho eletrônico para escola. –comentei,
aumentando o tom de voz, pois as palavras já não eram algo comprometedor. –E
mesmo assim você nunca deixou de levar seu celular.
-Ok,
mas o que isso tem a ver com a conversa?
Apertei
a ponte do meu nariz e fechei os olhos, tentando absorver a burrice de meu
irmão.
-O
que eu quero dizer, é que regras, leis, termos e etc, são para serem quebrados.
E no mundo, há pessoas que são facilmente subordinadas. Entende isso? –e abri
os olhos, encarando os de meu irmão, profundamente.
Ele
assentiu, franzindo o cenho, como se nada daquilo que eu tivesse lhe dito
fizesse sentido.
-Ainda
acho que é loucura. –falou, por fim. –Mas confio em você e no que está fazendo.
E
depois disso houve um terceiro longo silencio. A conversa tinha acabado e não
tínhamos mais nada a discutir ou fazer e, por conta disso, ficamos mergulhados
no mar das músicas que não podiam ser ouvidas ou recitadas: nossos pensamentos.
Mas fiquei extremamente feliz, pois eu finalmente havia contado a alguém de
minha família, o que acontecera no dia após o ataque.
_x_
-Você
tem certeza de que realmente quer fazer isso? –Anthony me perguntou pela
milésima vez.
Apenas
olhei de canto de olho para ele. Já havia tomado minha decisão e nada me faria
mudar de ideia. Aquelas eram nossas férias, um dos únicos momentos em que
éramos capazes de nos divertir juntos, irmão e irmã e não seria um desmaio a
estragar nossa diversão na praia.
-Vamos
logo. –falei, entrando na mesma loja em que havíamos entrado mais cedo.
O
sino da porta soou e o vendedor ergueu seus olhos do que quer que ele estivesse
fazendo no computador, para ver quem chagava. Quase vibrei de felicidade,
quando ele nos olhou cheio de surpresa.
-O
que fazem aqui?
Me
aproximei do balcão como uma cobra: rápida e pronta para dar o bote.
-Não
pense em fazer desaforos. Tive minha consulta e o diagnóstico foi que tive apenas
uma queda de pressão. Estou bem agora e vim aqui para ter aquilo que você me
negou há uma hora atrás, com aquele seu papinho que me assustou.
O
vendedor ficou atônito ante ao meu ataque verbal a ele. Ficou parado, me
encarando sem saber o que fazer e tive de me segurar muito para não desfazer
minha cara séria e cair na gargalhada.
-Vamos,
faça seu trabalho e pegue as mesmas coisas que pedi hoje mais cedo!
Mesmo
depois destas palavras, ele não se mexeu ou teve reação alguma. Era estranho e
eu estava começando a ficar realmente preocupada, mas ainda assim mantive minha
face séria, pois isso podia ser só mais um joguinho dele.
Anthony
se aproximou de mim e colocou uma mão em meu ombro. E não precisei olhar para
trás, para saber que ele também encarava o vendedor. Agora, éramos uma família
unida contra uma pessoa prepotente, e essa pessoa prepotente, teria de fazer
seu trabalho.
-Hã?
–o vendedor conseguiu “falar” após algum tempo de atordoamento.
Retomando
um gesto de infância, bati em minha testa e escorreguei minha mão pelo resto do
rosto, para demonstrar minha indignação, ante tanta babaquice.
Respirei
fundo, contei até dez, cerrei os punhos, os dentes e tentei de tudo para conter
minha raiva, antes de apertar a mão de meu queridíssimo irmão – que até agora
não servira para nada – e voltei a me direcionar ao vendedor.
-Você
pode, por favor, pegar uma barraca, duas pranchas, e duas cadeiras? –pedi com
delicadeza.
E
finalmente a pessoa estátua resolveu sair de seu modo imóvel e começou a ficar
vermelho, e eu esperava que esse vermelho do rosto dele fosse de vergonha pelo
modo como ele agira mais cedo e pelo modo que agiu há minutos atrás.
-Como
assim veio aqui refazer os pedidos? Não era para estar no hospital? –ele
perguntou, quando já parecia um pimentão maduro ou uma maçã mutante, eu
realmente não sabia diferenciar.
Alguma
coisa estranha aconteceu naquela hora, pois o louco que se dizia da minha
família sentou no chão e começou a gargalhar, mas os sons da gargalhada dele,
pareciam os mesmo sons que os macacos faziam, então foi uma coisa realmente
estranha.
Me
assustei muito com aqueles sons e quase saí correndo da loja, mas o que
realmente aconteceu, foi que de alguma maneira, eu pulei por cima do balcão e
abracei o vendedor pimentão e fiquei gritando e apontando para o macaco. E por
que fiz isso? Só Deus sabe!
Depois
que eu comecei a gritar, o macaco parou de rir e... Olhou para mim de um jeito
estranho, só para começar a gargalhar novamente e eu fiquei com mais medo
ainda.
-Chega
de palhaçada na minha loja! –gritou o vendedor, desfazendo meu abraço e me
colocando sentada em cima do balcão. –E você mocinha, trate de passar para o
lado de lá, atrás do balcão, só funcionários!
Aquelas
palavras foram para mim, a facada da realidade, a realidade de que havia
passado um triste e forte momento com aquele estranho e que depois do
acontecido, criou-se um muro entre nós. E a felicidade e brincadeira que se
instalou ali minutos antes, ruíram em milésimos de segundos.
O
ambiente ficou pesado e mais escuro, ou talvez fosse só impressão minha, mas
algo mudara drasticamente. Quando entramos ali, o vendedor ficou atordoado e
após nossa brincadeira, agressivo demais... Era um mistério o porquê disso, mas
eu estava disposta a descobrir.
A
figura revoltada e desesperada daquele homem não me causava medo ou pena,
apenas me dava uma forte determinação para descobrir o que causava aquilo e eu
tinha certeza que não era preocupação com minha saúde, ia muito além. Minha
vida inteira tive pessoas cuidando de mim, a pobre garotinha fraca, doente e
indefesa, pessoas tentando descobrir meus temores internos, me aparando no
momento em que meu corpo sucumbia por conta de doenças, tentando me dizer que
não podia fazer isso ou aquilo, porque meu corpo era fraco, mas agora esse
tempo passara e eu era forte o suficiente para cuidar de mim mesma. Era chegada
a hora de eu cuidar de alguém, e
esse alguém era o abalado e desconhecido vendedor da loja de surf.
Olhei
para Anthony e percebi que ele me encarava com a mesma intensidade que encarei
o vendedor nos últimos segundos, e esse olhar foi o que bastou para que ele
soubesse o que eu estava prestes a fazer. Sabe, sempre tivemos essa estranha
ligação. Bastava um olhar para que o outro soubesse o que pensava, sentíamos as
dores do outro, ficávamos doentes juntos e nos curávamos juntos, éramos, de
algum modo, dois em um. Ele assentiu silenciosamente, exatamente como fiz
várias vezes nessa curta manhã, antes que eu me virasse para o vendedor e me
aproximasse e colocasse minha mão sobre a sua, que estava em punho em cima do
balcão, e a apertasse levemente.
-Hey,
se sua preocupação é comigo, está tudo bem. Fiz a pré-consulta em uma farmácia
aqui perto e isso determina se o paciente deve ser encaminhado a um médico ou
não, é assim nos hospitais. –enquanto eu falava, subia minha mão lentamente
sobre seu braço. Meu objetivo era chegar ao rosto, para toca-lo como uma irmã,
mas para isso eu precisava acalma-lo através do leve toque e meu coração me
dizia que a melhor opção era essa. –O farmacêutico/enfermeiro que fez minha
consulta, disse que tive apenas uma queda de pressão, ele fez perguntas e até
tirou minha temperatura e nisso ele conseguiu concluir que não era nada e me
liberou, me fazendo prometer que me alimentaria direito antes de fazer qualquer
coisa e foi o que fiz... –minha mão estava em seu ombro, quando ele a afastou
bruscamente.
Ele
colocou as mãos na cabeça, fechou os olhos e deu livres passos de um lado para
o outro, atrás daquele largo e impenetrável balcão. Se o muro que nos separava
fosse representado por algo físico, com certeza seria esse balcão.
Ele
parou, abriu aqueles lindos olhos e me encarou com olhar opaco e cheio de
raiva.
-Vocês
artistas são todos da mesma laia! –acusou, brandindo o indicador a centímetros
de minha face. –Sempre vem um aqui, todo esnobe e cheio de si, achando que é
melhor que todo mundo e que pode tratar qualquer um com desprezo e
superioridade, mas quer saber? Cansei disso! Cansei de baixar a cabeça e
cumprir meu trabalho, olhando para os calçados de marca de vocês. De hoje em
diante, nunca mais ouvirei um desaforo de um famoso.
Respirei
fundo, a fim de conseguir energias para ajudar essa mente perturbada.
Concordava com o que ele disse sobre não se deixar receber desaforos de pessoas
que se achavam superiores. Dignidade acima de tudo, mas não era esse o
problema.
Mãos
seguraram meus ombros com força. Não foi preciso olhar para trás para saber que
era Anthony que me passava suas energias positivas, a fim de me dar forças para
enfrentar esse estranho momento.
-Peço
imensas desculpas se te esnobei, não era minha intenção, é só que você está me
impedindo de aproveitar minhas férias. Se está preocupado com minha saúde, com
medo de que eu passe mal e caia no mar, até aceito fazer o surf acompanhado. –e
desta vez ele olhou para mim com surpresa. Talvez estivesse pensando: “O que
deu na cabeça dessa aí? Primeiro ficou brigando com o irmão porque não queria
uma prancha longboard, queria uma evolution, que permite o surfista a fazer
mais manobras e agora quer o surf acompanhado, pois é mais seguro? O que é
isso?”. Ignorei o espanto dele e apontei o cartaz que estava na parede atrás do
balcão. –Sei que é só para crianças, mas ali diz que é até para 60 quilos e eu
tenho 54, então... Tudo o que quero é me sentir deslizar sobre as ondas, isso
tem efeito calmante sobre mim e estou precisando muito disso, você mesmo já viu
isso na revista. –encerrei meu pequeno discurso com a cartada final.
Não
queria manipula-lo, mas essas palavras acalmariam seus ânimos, eu sentia isso.
De alguma forma, consegui perceber que sua raiva se desencadeou quando eu quis
surfar a qualquer custo, pois naquela hora, eu colocaria minha vida em risco,
não estava nada bem com aquela tontura. E agora eu estava bem, pensei que isso
fosse acalma-lo. Agora era esperar ele absorver as palavras para ver sua
reação.
Aos
poucos sua face foi voltando a cor normal e as mãos relaxaram sobre o balcão.
Ele abaixou a cabeça, fechou os olhos e respirou profundamente por um bom
tempo, antes de levantar e cabeça e me encarar com olhos menos turbulentos,
porém um tanto preocupados.
-Tem
certeza de que está bem o suficiente para fazer isso?
-Você
acha que eu mentiria para você depois daquele susto que me deu hoje cedo?
–perguntei em tom de brincadeira.
Tentei
ao máximo não expressar minha felicidade extrema, pois isso delataria minha
pequena e involuntária manipulação, mas não pude conter um pequeno sorriso,
afinal, também estava feliz por ele estar mais calmo.
O
desconfiado vendedor desviou os olhos para meu irmão, esperando que ele
confirmasse minhas palavras. Não sou uma especialista em Anthony, mas
conhecendo meu irmão tão bem quanto eu conhecia, sabia que ele daria um de seus
discursos diplomáticos sobre como cuidar de sua irmã mais nova.
Um
leve aperto no ombro foi o suficiente para eu saber que aquele que era parecido
comigo, queria conversar a sós com “Jude” e assim, saí e fiquei a porta da
loja, apenas tentando ouvir um fragmento da conversa, mas nenhum som passou
pela porta e chegou até mim.
Dei
uma pequena espiada por cima do ombro e pude ver que estavam conversando
próximos demais, baixo demais, como se estivessem segredando algo de infinita
importância e isso me assustou um pouco. Seria minha ‘segurança’ tão importante
assim?
-?
–uma voz insegura chamou meu nome, com suavidade até agora não ouvida vindo
daquela pessoa.
Virei-me
lentamente, sentindo os raios de sol que batiam na porta, aquecer minha pele e
dar brilho ao meu cabelo, que refletiu esses mesmos raios. Mantive um leve e
sincero sorriso na face, enquanto eu caminhava lentamente até as duas pessoas
que segundos antes conversavam sobre mim.
Tentei
falar algo, mas uma mão foi-me estendida e a peguei em um aperto firme e
delicado.
-Meu
nome é Ethan Grützmacher. Hoje serei seu acompanhante de surf.
_x_
E
era tão bom sentir a água fria contra minha pele... A água salgada e que fazia
arder os mínimos cortes, também refrescava o corpo e acalmava a alma inquieta.
Não me contentando com ter apenas as pernas mergulhadas na água, toquei a água
com a mão e esquerda e, logo em seguida, mergulhei o braço inteiro, gostando a
sensação refrescante que a água causava.
-Ok, .
Vejo que está tudo bem
até aqui. Agora, quando a onda vier, quero que fique sentada, perto da minha
perna frontal, para manter o equilíbrio. –disse Ethan, finalmente subindo na
prancha, depois de nadar muito para levar a prancha até o fundo, para que
pudéssemos pegar uma boa onda.
Assenti,
mesmo estando decepcionada por essa primeira onda que pegaríamos ter que ser
sentada. Eu estava em perfeitas condições para ficar em pé de primeira. Podia
não ser a melhor surfista, mas eu sabia muito bem me virar em cima de uma
prancha.
-Mas
por que sentada?
Ethan
olhos verdes, puxou de leve meu rabo de cavalo e eu fiz minha melhor cara
questionadora para ele, que caiu na gargalhada assim que viu minha face
confusa.
-Para
encontrar o equilíbrio. Precisamos fazer isso duas ou três vezes para encontrar
o balanço ideal entre nossos pesos, para que você possa ficar em pé e desfrutar
da sensação de deslizar em cima da crista da onda, sem cair.
E
desta vez fui eu quem riu ao imaginar o suave deslizar sobre a onda, nesta
maravilhosa água. Em minha mente, não havia melhor sensação.
Muitos
diriam que é simples e pura bobagem, mas sempre que eu surfava, sentia que meus
pecados, traumas e medos eram levados comigo durante o trajeto do fundo do mar
até quase a areia e se desfazia junto com a onda e tudo o que sobrava era um
receptáculo vazio (conta-se corpo e mente), pronto para novas experiências.
Fechei
os olhos, para sentir a brisa marítima, assim como o som sorrateiro do mar.
Fechar os olhos sempre me fazia mais próxima do mar, senti-lo em meu coração e
por um momento, fazer parte dele. Assim eu nunca precisava olhar para saber
quando uma onda estava chegando, bastava ouvir atentamente, que eu a sentia
chegar a mim.
Senti
um leve borbulho nas profundezas do oceano, um movimento a principio tímido,
mas que depois foi ganhando força e velocidade. Era a onda perfeita.
-Está
vindo! –olhos verdes gritou, animado. –E é das boas, você deu sorte! Quando a
onda se aproximar, fique de joelhos e rapidamente sente em cima das
panturrilhas e procure ficar num lugar da prancha em que se sinta segura o
suficiente, é o melhor jeito de encontrar o equilíbrio.
Não
precisei abrir os olhos para ver a onda chegando, pois todos os nervos do meu
corpo sentiam e me alertavam disso. Eu apenas fiz o que Ethan mandou e me movi
levemente para a ponta da prancha, para que ele também pudesse ficar
confortável em cima dela. Suas pernas eram grandes e ele precisaria de um
grande espaço para ficar em pé.
A
onda bateu com toda força em nossa grande prancha e assim deslizamos meio
metro, até que a meu acompanhante ficou de pé e nós caímos no mar gelado.
Talvez tenhamos caído por estarmos perto demais, digo, eu havia me mexido mais
para a ponta, mas talvez não foi o suficiente, assim como não foi suficiente o
tanto que ele se moveu para a parte de trás da prancha e, como estávamos
fazendo peso demais em um só local, tombamos.
Se
eu dissesse que foi ruim tombar, estaria mentindo, pois adorei a sensação do
mar refrescando minha pele. O único porém, era aquela roupa de borracha que
éramos obrigados a usar para manter a temperatura corporal, pelo mar dali ser
gelado demais. Essa roupa esquentava e não deixava eu me refrescar direito. Se
eu contasse isso para uma pessoa sensata, ela diria que era bom, pois me
impedia de ter um choque térmico por estar com corpo quente em água gelada, mas
eu estava com calor demais para considerar a possibilidade de choque térmico.
Emergi,
cortando a calmaria das águas após a incrível onda. Nadei até a prancha, apenas
esperando Ethan voltar à superfície. Talvez ele quisesse me pregar um susto,
mas não conseguiu nada devido a clareza das águas, pois pude vê-lo nadar na
direção de minhas pernas e surgir do meio da água, a meros centímetros de mim.
Arqueei
uma sobrancelha, enquanto ele perdia o fôlego de tanto rir, e ria sem motivos
aparentes. Era um riso gostoso e contagiante, tanto que não pude conter o meu
por muito tempo e o acompanhei em sua alegria sem motivo.
-Adoro
levar vacas! –declarou, rindo mais ainda. –É cada uma mais engraçada que a
outra!
Continuamos
rindo muito, enquanto passava em minha mente um filme com todas minhas vacas,
pequenas ou grandes quedas da prancha, que eu já levara. Concordei com ele, no
quesito de todas serem engraçadas, pois era uma trapalhada só de prancha, pés
batendo loucamente, assim como os braços, todos tentando encontrar a
superfície, apenas para ver a prancha virada para baixo na água, antes de
tentar mais uma vez.
Olhos
verdes colocou as mãos em minha cintura e me ergueu na prancha. Ficamos nariz
com nariz, sentindo a respiração um do outro, encarando intensamente os olhos
do outro. E aqueles olhos verdes brilhavam tanto... Ele desviou os olhos para
meus lábios com desejo e me senti tentada a fazer o que qualquer mulher sensata
faria, beija-lo intensamente, mas por mais que eu quisesse, eu não consegui.
Infelizmente, meu doce e traidor coração batia por outro, e era esse outro que
eu ansiava beijar.
Virei
o rosto para o lado, quebrando aquele olhar e voltando bruscamente a realidade.
Ethan era uma pessoa incrível, quando não estava dando ataques por ser
extremamente protetor. Eu poderia facilmente me apaixonar por ele, mas eu já
estava apaixonada pelo canalha do Lautner e por enquanto, nada mudaria isso.
-Vamos
tentar novamente. –disse ele, voltando a se concentrar na nossa meta, que era
surfar. –Desta vez tente ir mais para frente, assim distribuiremos melhor nosso
peso, ok?
Assenti
brevemente, ainda sem jeito pelo quase acontecido. Estava de frente para a
areia, onde poucas crianças brincavam, quando senti a prancha se deslocar pelas
águas. Olhei para o lado e vi Ethan andando no mar e empurrando a prancha. Ele
era alto o suficiente para que a água batesse apenas na altura do peito dele na
profundidade em que estávamos, mas para mim, ali já não dava pé e se eu caísse
novamente, eu dependeria apenas de meu nado.
Quando
chegamos à altura que estávamos antes de nossa desastrosa vaca, Ethan subiu na
prancha e ficou observando o mar. Eu me ajeitei e fiquei pronta para a próxima
onda, que demorou a vir. Na verdade, fiquei vários minutos de olhos fechados,
sentindo a calmaria do mar, antes que sentisse o borbulhar de uma onda em meu
âmago.
-Na
próxima onda. –meu acompanhante sussurrou em meu ouvido.
E
eu me preparei mais do que nunca, indo para frente o máximo possível. O impacto
da onda na prancha foi suave e logo estávamos deslizando pelo mar em um ritmo
tão gostoso, que me permiti abrir os braços para aproveitar melhor a suave
brisa causada por nossa velocidade.
Chegamos
ao local onde poucas pessoas se banhavam, com leve risos de felicidade. Aquele
simples deslizar pelas ondas fora tão libertador, que até me esqueci dos
recentes acontecimentos ruins desta manhã, desde o surto de proteção, até o
quase beijo.
Sem
uma palavra, voltamos ao local onde pegávamos onda e esperamos muito pouco até
que a próxima onda viesse, mas desta vez fomos somente até meio caminho, pois eu
tentei me levantar e desajeitada, acabei caindo e afundando com força.
Retornamos
ao inicio, comigo levando bronca de olhos verdes, devido a minha “imprudência”
de tentar levantar sem que ele tivesse me dito o melhor jeito de fazer isso.
-Agora
me escute, . –ele disse
segurando meus braços, após ter me colocado sentada na prancha. –O melhor jeito
de levantar, estando você de joelhos, é apoiar primeiro o pé esquerdo atrás,
apoiar as mãos perto do joelho da frente e daí levantar. Minha perna da frente
e sua perna de trás dividirão o meio, enquanto minha perna de trás fica com a
parte traseira e a sua da frente com a frontal, está entendendo?
-Sim
capitão! –tentei bater continência, mas não consegui, por meus braços estarem
sendo segurados por Ethan, que riu assim que pronunciei aquelas palavras.
-Vou
tentar te segurar da melhor maneira possível, mas tente se equilibrar sozinha,
pois não posso garantir nada. –completou.
Assenti
para o que ele disse, antes que a prancha começasse a se deslocar para o fundo.
Não precisei olhar para saber que ele andava ao invés de nadar, já havia
entendido que assim ficava mais fácil para ele empurrar a prancha do que
nadando.
Eu
insisti dizendo que podia nadar até o local, mas ele negou veementemente,
dizendo que era melhor assim e, sendo folgada como sou, simplesmente concordei.
Fiquei
sentada na prancha, enquanto olhos verdes nadava a minha volta, apenas
esperando uma onda boa para irmos. Olhei para o horizonte, observando o sol
subir lentamente no limpo céu azul, ao longe também vi Anthony pegar suas
ondas, fazer suas manobras e levar seus tombos. Fiquei feliz por ele estar se
divertindo, mesmo não sendo aquele um dia com ondas tubo, como as que ele
gostava de pegar.
Deitei
na prancha, apenas esperando que algo de bom ou diferente acontecesse e
aconteceu, mas pela força com que joguei minhas costas na extensão da prancha,
ela virou com tudo e caí de cabeça no mar. Sim, de cabeça, a parte que afundou
primeiro foi minha cabeça, deixando apenas minhas pernas de fora, enquanto eu
afundava.
Minha
garganta ardeu com o tanto de água de engoli, mas eu logo tratei de mexer meus
braços e pernas, já afundadas, para subir a superfície em busca de ar. Quando
minha cabeça cortou a água, inspirei profundamente, antes de tossir um tanto de
água que entrou em minhas vias respiratórias.
-Está
tudo bem? –disse Ethan aparecendo em meu socorro.
-Tudo
certo. –disse eu, com a voz áspera como lixa.
Ele
se aproximou de mim, apoiou um braço na prancha, que apenas virara de cabeça
para baixo com a minha queda e tirou alguns fios de cabelo da minha testa.
-Vamos
para a areia, você precisa de um pouco de água para melhorar essa garganta.
–disse ele, já tentando me arrastar pelo braço.
-Se
você quiser ir, fique a vontade, mas eu vou pegar aquela onda ali. –apontei
para trás, para uma grande onda que se formava. Minha voz ainda estava rouca,
mas pouco me importei.
Virei
a prancha e subi nela, prontíssima para pegar a onda. Ela estava quase chegando
quando Ethan se deu conta de que eu estava falando sério e também subiu na
prancha, para me acompanhar.
Esperamos
pacientemente até que a onda chegasse a nós, para começar nossa grande
preparação. Primeiro, olhos verdes se ergueu lentamente na prancha, como fez da
outras vezes e foi aí que tudo começou. Apoiei a ponta do pé esquerdo na
prancha, o mais perto possível da perna direita dele, apoiei levemente os
braços ao lado do joelho direito, já me sentindo confiante para colocar o pé
esquerdo inteiro na prancha, empurrei meu tronco para cima, com a maior
delicadeza possível e em pouco tempo eu estava com os joelhos flexionados,
costas apoiadas no peito de meu acompanhante, enquanto seu braço direito se
apoiava em minha cintura e braços abertos, como se para dar um abraço no
extenso oceano.
O
vento em meu rosto, o peso leve sobre um material pretenso a afundar, mas que
em verdade, deslizava na água e não exatamente me transportava para um lugar,
mas que me movia pela água, impulsionando somente para frente, para a areia,
que era o fim de seu curso.
Aquilo
aparentemente não tinha finalidade alguma, mas me fazia viajar e esquecer de
tudo de ruim que me acontecera nos últimos meses. Eu estava finalmente livre.
-De
novo! –exclamei como uma criança, quando chegamos ao local dos banhistas. E
repetimos o processo, de novo, de novo e de novo. Inúmeras vezes, incansáveis
vezes, pois cada vez era uma emoção diferente, uma renovação diferente e eu
queria aquilo mais que tudo.
Pegaríamos
uma última onda, já era quase meio dia e o sol estava a pino, eu estava morrendo
de fome e a maioria das pessoas já haviam saído da praia, tanto para almoçar,
quanto para fugir do sol nocivo.
Mas
havia algo de errado com o mar. Apesar do sol estar forte e brilhante, as ondas
estavam fortes demais e instáveis, talvez até um pouco perigosas. Eu estava com
um pouco de medo e totalmente receosa em pegar mais uma onda, mas com as ondas
fortes como estavam, eu não conseguiria vencer a distancia até areia a nado e
ficaria muito difícil para Ethan me carregar e tentar não se afogar, por isso
insisti tanto nessa última onda, porque seria mais fácil de chegar a areia.
-Tem
certeza? –meu acompanhante perguntou, pronto para entrar na próxima onda. Ele
também estava receoso, mas havia concordado com meu raciocínio.
-Não,
mas vamos lá. –disse eu, já me preparando em cima da prancha. Concordamos que
desta vez, ambos ficaríamos sentados nela, não por ser mais seguro, mas por ser
menos perigoso que ficar em pé.
Entramos
na forte onda, clamando para que chegássemos seguros a areia, porém o destino
preparou algo diferente para nós. A onda era forte demais e em contrapeso,
éramos leves demais. Não fomos engolidos pelo mar nem nada do tipo, mas fomos
arremessados para uma pedra, que por sinal era perto da areia, só que isso não
foi boa coisa.
Além
da dor nas costelas por te batido na pedra, Ethan foi empurrado para cima de
mim, o que me tirou totalmente o ar. Eu tentei empurra-lo, mas meus braços não
foram tão fortes como a onda que veio a seguir, que graças a Deus, nos empurrou
para longe da pedra, mas o pesadelo estava longe de acabar. Foi um estranho e
certeiro pressentimento, porque olhei para trás bem a tempo de ver um rastro
vermelho que me seguia na água e uma barbatana ao longe, que logo foi encoberta
pelas ondas. A julgar pelo tamanho, eu tinha certeza que era um tubarão.
A
adrenalina tomou conta de meu corpo, tomei o impulso necessário e comecei a
nadar desesperadamente em busca da areia, tão próxima e tão distante naquele
momento. Felizmente, Ethan seguiu meu exemplo desesperado e começou a nadar tão
rápido quanto eu, em busca do destino final. Não soube se ele também havia
visto o tubarão, mas ele nadava mais rápido do que eu e, quando passou por mim,
tomou um de meus braços e começou a me arrastar com ele. Eu batia o braço livre
e pernas, visando chegar mais rápido, mas o que realmente me preocupava não era
a velocidade com que fugíamos do tubarão, mas sim o rastro de sangue que me
seguia. Tubarões são criaturas totalmente olfativas e o que os atiça é o
sangue, por isso quando sentem seu cheiro, ficam mais agressivos.
Eu
temia que aquela perigosa criatura nos alcançasse, porém isso não era mais
possível, pois depois do que me pareceu séculos, finalmente chegamos à parte
rasa. Levantamos e começamos a correr para a areia, mas para meu desespero eu
não consegui ir muito longe, caí de cara na água e não consegui levantar.
-Ethan!
–gritei para a figura que já estava há muitos passos de mim.
Ele
virou para trás, arregalou os olhos, correu novamente até mim, me tomou em seus
braços e correu para areia mais rápido do que estava correndo anteriormente e
não era para menos, porque de algum modo, o turbarão chegava cada vez mais
perto da areia.
Uma
dor excruciante tomou conta de minha esquerda e eu a olhei, finalmente
descobrindo o motivo do rastro de sangue que me seguia: meu tornozelo estava em
um ângulo totalmente estranho, o osso havia perfurado muito minha pele e eu
perdia muito sangue. Não entendi como consegui nadar e correr um pouco antes de
cair.
O
mundo começou a girar, nada estava em seu devido lugar e isso fez com que
minhas energias fossem lentamente sugadas.
-Tubarão,
tubarão! –foi a última coisa que ouvi, antes que a escuridão recaísse sobre
mim.
_x_
Hospital...
E no final de tudo acabamos no mesmo lugar onde deveríamos ter ido desde o
começo.
Meu
pé já estava imobilizado, o tornozelo exatamente no lugar onde deveria estar.
Eu havia passado por uma pequena cirurgia, tive de colocar pino para que meu
tornozelo pudesse parar no lugar certo, mas por mim estava tudo bem, pois o mais
importante era que eu havia sobrevivido ao susto de quase ser atacada por um
tubarão.
A
única coisa realmente ruim daquilo tudo, era que eu tinha que aguentar o cheiro
de éter do hospital e o sangue da grande bolsa conectada ao meu braço, que eu
era obrigada a ver. Eu havia perdido muito sangue por conta do ferimento
exposto, por isso a bolsa de sangue, mas esse fato não melhorava o amargor
infiltrado em baixo da minha língua, que eu sentia por olhar aquilo que entrava
em minha veia.
Olhei
para o lado e dei de cara com Anthony olhando impacientemente no relógio. Já
fazia meia hora que eu acordara e esperávamos o médico, mas nada do mesmo
chegar.
Eu
até entendia que a demora era porque o médico que me atendeu era o único de
plantão na área ortopedia naquele fim de tarde, mas vai explicar isso para meu
irmão.
Papai
e mamãe haviam ligado perguntando se estava tudo bem conosco, dissemos que
havíamos tido um pequeno acidente, mas não era nada com que se preocupar. É
claro que minha mãe não acreditou e insistiu para que contássemos a verdade,
porém, meu irmão foi firme ao dizer que estava tudo sob controle e que ele lhes
contaria o ocorrido quando chegassem ao hotel.
-Anthony,
por que você ficou tão bravo quando eu te comparei com o Taylor? –perguntei,
querendo nos distrair com relação a espera pelo médico e querendo também
terminar a conversa iniciada durante a manhã.
Meu
irmão olhou para mim, com a face cansada. Ele não havia saído do hospital desde
que eu saíra da cirurgia e só agora que eu acordei, que as enfermeiras o
deixaram me ver. Eu devia manda-lo para o hotel, descansar, trocar de roupa,
mas temia que ele me deixasse. E de qualquer modo, ele não me obedeceria.
-Isso
não é...
-Então
não poderemos conversar. –o cortei, já sabendo que ele diria que não era hora,
nem lugar para aquele tipo de assunto. –Pense bem: quando mamãe e papai
chegarem, eles vão querer pegar o primeiro avião para L.A., mamãe ficará em
cima de mim e ainda tem os preparativos finais do meu aniversário de 18 anos,
depois disso você volta para Harvard, lá em Cambridge e só nos falaremos por
telefone e computador... –iria continuar meu discurso se pudesse, mas fui
interrompida por um violento ataque de espirros, causado pelo forte cheiro de
éter contido ali. –Ok, apenas essa é a melhor hora para falar. –concluí, quando
o ataque passou.
Meu
irmão apertou os lábios em uma fina linha, enquanto assentia para si mesmo.
Silenciosamente, ele admitia que infelizmente eu estava certa. Eu o fiquei
encarando, até que ele encontrasse as palavras certas para proferir seus
sentimentos e pensamentos.
-Não
é novidade para você meu ódio pelo Lautner, não é? –perguntou retoricamente e
suspirou logo em seguida. –O acho arrogante. Ele é exatamente o tipo de cara
que não fica satisfeito até conquistar uma garota, apenas para usa-la e joga-la
fora, assim que se cansa. O pior de tudo é que ele é ator, portanto, tem a
lábia perfeita para fingir o cara apaixonado. Odeio esse tipo de pessoa, odeio
esse tipo de pessoa convivendo com quem amo e... –aquela altura eu já mordia o
lábio com força. Estaria meu irmão certo? –Sei que pensa que ele é diferente,
que ele é atencioso e prestativo, exatamente como ele foi, no dia em que o
conheceu naquela sessão de autógrafos, mas aquilo era só interpretação para
satisfazer a mídia. Não quero desmerecer o fato dele tê-la salvado, mas me
preocupa que ele esteja tão perto de você, penso que ele pode usa-la. –meus
olhos arderam em lágrimas, mas não permiti que elas caíssem.
Todos
os momentos com Taylor desabaram como uma avalanche em cima de mim. Cada olhar,
cada palavra, cada carinho, cada beijo, cada... Eram tantas lembranças boas,
tantos momentos maravilhosos, que eu me recusei a acreditar que era pura e
simples interpretação da parte dele.
-Não!
–gritei em meios as lágrimas, que caíram sem minha permissão. –Você está
errado! Não dá para mentir sentimentos, eu estava lá, eu vi tudo, eu senti
tudo... ELE NÃO MENTIU SEUS SENTIMENTOS!
O
desespero tomou a face de meu irmão. Ele estava desesperado diante de minha
exagerada reação e não era para menos, eu estava abalada por tudo o que tinha
acontecido hoje. Desde manhã havia sido um dia estranho, um dia que me prendeu
a todas as tristezas do passado.
Foi
preciso três enfermeiras e um calmante, para que eu sossegasse. A choradeira
parou e fui ficando mole, era uma casca vazia e desprovida de sentimentos. O
certo era que eu dormisse com aquele calmante, mas não tinha sono, portanto, me
obriguei a repetir para Anthony:
-Ele
não fingiu seus sentimentos.
Meu
irmão tinha o semblante cansado, a testa franzida e olhos opacos de
preocupação. Passou uma das mãos em minha testa, afastando uma mecha de cabelo
que me caía aos olhos. Depois, ficou vários minutos acariciando meu cabelo
antes de prosseguir com nossa conversa.
-Você
se envolveu com ele. –não era uma pergunta.
Me
limitei a assentir, antes de começar a fitar o nada, na esperança de que algo
acontecesse, mas não aconteceu, então fiquei fitando o nada infinitamente.
-Quanto?
–a voz de meu irmão era dura e raivosa. Eu queria responde-lo de modo ousado e
impertinente, mas a julgar pelo meu recente ataque, não era a melhor hora.
Fechei
os olhos, respirei lenta e profundamente, antes de partir para minhas
explicações, que eram complicadas demais para ser falada com leviandade.
-Escute.
–comecei com a mais tradicional das palavras em uma conversa, onde uma pessoa
tenta convencer a outra sobre algo. –Sei que pensa que o Taylor é esse tipo de
cara e realmente ele foi, mas... Alguma coisa mudou no dia em que ele me
salvou, eu fui a maior testemunha disso. Ele foi meu porto seguro durante
muitos dias, me apoiou e me questionou da maneira certa enquanto eu ainda
estava confusa com o acontecido, me protegeu, me irritou profundamente e me
amou. Os olhos não mentem, Anthony e o que eu vi nos olhos dele foi amor. Sei
que nós brigamos e ele fez/faz suas cagadas, mas foi verdadeiro, mesmo que por
pouco tempo. Ele ainda me manda mensagens dizendo que sente minha falta, mesmo
depois de semanas, até os pais dele disseram que ele estava diferente desde que
me salvou. Não pode ter sido mentira.
Meu
irmão olhou pensativo para a parede que eu encarava anteriormente. Ficou muito
tempo em silencio, assim como eu, cada qual com seus pensamentos.
-E
respondendo a sua pergunta, nos envolvemos o mais intensamente possível,
diversas vezes.
Ele
fechou os olhos e nada disse, o assunto estava encerrado. Não sei quanto tempo
se passou, só sei que estava quase dormindo quando o médico finalmente adentrou
meu quarto.
-Onde
está nossa paciente agitada? –perguntou ele se aproximando de mim com o
prontuário em mãos. –Está se sentido bem, querida?
-Forte
como um touro. –respondi com voz pesada. –Um touro sonolento e com o pé
quebrado.
A
risada do médico ecoou pelo quarto, tirando meu irmão de seu profundo devaneio,
que virara cochilo. Ele apenas balançou a cabeça, fingindo que não tinha nada
de errado. O médico percebeu, mas se conteve, colocando um belo sorriso na
face.
-Bom
humor faz bem. –disse por fim, antes de começar a ler o prontuário. –Muito bem,
senhorita, acho que você tem razão, estará livre amanhã no final da manhã. Está
forte como um touro, mas vai sentir dores quando o efeito do analgésico passar.
O médico da manhã passará a receita, assim que te liberar. Vejamos... –largou a
prancheta em cima de meu gesso e manuseou o estetoscópio.
Fez
vários exames básicos, aqueles chatos que eu achava sem sentido, como verificar
meus olhos e testar meus reflexos da perna do pé quebrado.
-Está
tudo certo, Dr.? Eu verifiquei sua pulsação de trinta em trinta minutos, duas vezes,
tentei fazer o tipo de exame manual, mas obtive resultados normais. Isso é bom,
não é?
-Irmão.
–o Dr. afirmou. –Estudante de medicina? Bem, ela está muito bem, só aguardo o
exame de sangue para ver como o corpo dela anda reagindo ao sangue do doador.
Uma
leve batida na porta, antes da enfermeira entrar com um papel em mãos. Não
conseguia ver o rosto dela de tanto sono que tinha, mas consegui presumir que
aquele papel era meu exame de sangue. Ela entregou o papel ao doutor, sussurrou
algo em seu ouvido e saiu de fininho, enquanto o “chefe” analisava meu exame.
-E
ora, vejam só, forte como um touro. –ele disse, sorrindo para mim. –Seu corpo
está aceitando bem o sangue, está tudo bem com o bebê e ele também não rejeita
esse sangue, talvez porque o doador tenha sido seu irmão, então voc... –eu
estava quase dormindo, mas ainda ouvia as palavras do médico perfeitamente e
uma delas me surpreendeu, a ponto de me acordar.
-Bebê?
–Anthony e eu indagamos juntos.
O
médico nos olhou assombrado, talvez com medo por nossa sincronia, ou pelo fato
de ficarmos tão assustados com uma notícia dessas.
-Sim,
a senhora não sabia? –perguntou o médico. –Está esperando um bebê, um saudável
bebê de 6 semanas.
Olhei
para meu irmão e ele olhou para mim ao mesmo tempo, ambos estupefatos com
aquilo. Eu estava perdida.
Capítulo 17
Taylor P.O.V.
Um
latido alto e agudo soou em meu quarto, anunciando a chegada de um tornado em
forma de cachorro ao meu quarto.
-Só
não faça xixi aqui dentro. –falei, como se ela realmente fosse entender.
Um
latido a mais, antes dela saltar com impecável leveza para cima da minha cama e
ir se acomodar nos macios travesseiros. Sentei-me a seu lado e deslizei minhas
mãos por seu brilhoso pelo champanhe. Era incrível como uma criaturinha dessas
pode animar e acalentar uma pessoa. Ela era uma cocker spanil de dois meses,
elétrica e carinhosa, como quase qualquer cachorro. Makena e eu havíamos
comprado ela pela manhã, como presente de aniversário para .
Bom,
esse presente seria entregue em pouco tempo, já que é difícil se entregar um
cachorro como presente em meio a uma festa. Na verdade, estava esperando minha
irmã sair do banheiro para irmos à casa de minha colega de elenco.
No
momento, o que me deixava louco era essa demora de Makena para se arrumar.
Queria sair logo, queria vê-la logo... A preocupação tomava conta de mim e me
impedia de pensar em outras coisas. Desde que vi a foto de
em um site qualquer, tão pequena e frágil com aquela perna quebrada, eu quis vê-la.
Tentei ligar, entrar em contato, perguntar se estava tudo bem, mas a única vez
que ela atendeu ao telefone foi quando Makena ligou de seu próprio celular e
conversou com a amiga e quando eu pedi para falar com ela, a negação foi
imediata, nada mais foi dito.
Peguei
o telefone e digitei mais uma vez os números já decorados por meus dedos.
Chamou, chamou, chamou... Caixa postal!
Levantei
da cama frustrado e soquei a primeira parede que me apareceu a frente. Era
demais para mim! Sabia que havia acontecido algo a mais, não era só a perna
quebrada e nossa última conversa que a impediam de me atender. Mesmo quando discutíamos
- o que era frequente -, ela sempre me atendia, não podia ser diferente desta
vez. Com toda a certeza, havia algo a incomodando.
-Makena!
–berrei a plenos pulmões assustando o cachorro, que saltou de imediato da minha
cama e saiu correndo de meu quarto.
Saí
a passos largos em direção ao quarto de minha irmã e comecei a bater em sua
porta incansavelmente, pois já não aguentava essa demora.
-Não
precisa quebrar a porta do meu quarto. –disse uma voz atrás de mim.
Virei-me
assustado, não esperava que ela estivesse fora do quarto. Tentei usar minhas
habilidades de ator para mascarar meu susto, mas algo naquele olhar me dizia
que já não adiantava, pois meu susto, minha ansiedade e falta de concentração,
eram evidentes.
-O
que está fazendo aqui? –questionei autoritário. –Por que não se apronta logo
para partirmos?
Aquela
criatura que eu chamava de irmã começou a rir sem motivo, até que perdeu o
fôlego. Demorou um tempo antes que ela se recompusesse e respondesse minha
simples e nada engraçada pergunta. Durante esse meio tempo, tentei não esboçar
nenhuma emoção, porém sentia que todos meus sentimentos exalavam evidentemente
de meus poros.
-Calma,
Tay. –disse, pousando a mão em meu braço. –A
está bem, pode ter certeza disso. E respondendo a sua pergunta, eu estava
arrumando os outros presentes dentro do carro, coisa que o Sr. deveria ter
feito.
Engoli
a resposta perfeita para aquilo e respirei fundo, tentando me livrar daquela
angustia e agir como uma pessoa normal. Olhei para o teto e tentei colocar meus
pensamentos no lugar. Esse desespero me fazia mal, só piorava as coisas.
Voltei
minha cabeça no lugar antes de abraçar minha diminuta irmã, em busca de algum
conforto para meu coração machucado. Nunca costumei demonstrar fraqueza alguma,
ainda mais para coisas sentimentais, mas alguma coisa dentro de mim havia
mudado e eu não conseguia voltar ao normal. Eu precisava de mais, eu precisava
de uma nova vida, eu precisava de amor, eu precisava dela mais que tudo nesse
mundo.
Quando
soltei o abraço, não precisei dizer nada antes de sair do apartamento, sendo
seguido por Makena, que carregava o cachorro em seus braços. Em poucos minutos,
estávamos dentro do carro em direção à casa de .
_x_
-Identificação.
–pediu o porteiro, quando paramos em frente ao portão da casa.
-Makena
Lautner e irmão. E você sabe muito bem quem eu sou, Adrian! Estou aqui para
fazer uma surpresa para , nem
pense estragar perguntando se eu posso entrar, ou eu...
Adrian,
o porteiro, riu da irritadinha antes de abrir o portão, liberando nossa entrada
para a mansão .
Mansão
... Era estranho isso,
eles terem uma mansão. Até onde haviam me contado,
vinha de um lugar humilde e a principio não teria muito dinheiro para viver,
mas pouco tempo depois de ganhar o papel principal na série Os Imortais, ela
adquirira essa mansão cheia de empregados e instalações luxuosas, coisas
difíceis e caras de se manter, ainda mais para um ator em início de carreira.
Digo, ela até poderia receber bem com o direito de imagem e derivados, mas pela
lógica ela ainda não havia adquirido tanto dinheiro assim para manter um lugar
como esse. E o salário de seus pais poderia ser até um bom salário para manter
uma família em boas condições, afinal, o pai era advogado e a mãe uma bancária,
mas nem de longe esse salário manteria uma casa tão grande.
Infelizmente,
esse era um charme que minha amada possuía, o mistério. A vida inteira dela era
um mistério para mim. Nunca soube de onde veio, pelo que passou e o que a levou
a ser atriz e isso me atraía muito. Certamente ela não tinha um passado obscuro
a ponto de ser voltado para o crime, mas era um passado misterioso demais para
uma pessoa pública. Algo ela escondia e algum dia eu descobriria.
Tomei
a coragem que precisava, desci do carro e caminhei para a porta da frente, onde
uma pessoa já nos esperava.
Abraçou
Makena com carinho, antes de trocarem algumas palavras. Não sei se foi
imaginação minha, mas eu senti que ele me fuzilou com os olhos antes de virar
as costas e entrar na casa, seguido por minha irmã. Fui atrás, segurando a
cachorrinha nos braços. Entramos na casa, enquanto minha irmã e o outro
conversavam:
-Por
que trouxe um cachorro? –perguntou nosso anfitrião, que eu presumia ser o irmão
de , com olhos curiosos.
Antes
que eu pudesse abrir a boca, a intrometida que eu chamo irmã respondeu por mim.
-O
presente de aniversário da ,
Anthony. Trouxemos também alguns acessórios, como caminha, potinhos de comida e
água e roupinhas. Será que ela vai gostar?
Para
minha surpresa, ele riu.
-Claro
que ela vai gostar. Só não digo o mesmo de meus pais. –aqueles olhos azuis, tão
iguais aos de sua irmã, me encararam glaciais. –Latuner, se esconde em algum
lugar e faz uma surpresa para ela. –assenti e me direcionei para uma porta que
ficava em baixo da escada. Fiquei surpreso ao descobrir que ali ficava um
pequeno lavabo, sempre pensei que era um armário de limpeza ou algo do gênero.
Minha
querida irmã, como a verdadeira folgada que era, jogou-se no sofá, totalmente a
vontade. Até parecia dona da casa, ao invés de visita.
Um
barulho forte soou acima de minha cabeça. Presumi ser o gesso de
batendo contra os degraus da escada. Inconvenientemente, a cachorrinha começou
a latir, assustada com o barulho. Entrei rapidamente no lavabo, me escondendo.
-Quieta!
–sussurrei. – Quer estragar a surpresa?
Como
se compreendesse o que eu havia dito, a cachorra olhou para mim e diminuiu seu
latido para um leve e baixo rosnar. Me assustei com aquilo. Nunca imaginei que
um cachorro pudesse nos entender assim.
O
barulho dos passos na escada foram diminuindo até se extinguirem. Presumi que
ela já tivesse descido. Meu coração disparou ao imagina-la tão próxima a mim
depois de tanto tempo.
-...
–sussurrei, me colando a porta e largando a cachorrinha no chão. –Como você
está? Senti tanto a sua falta!
-Estou
bem na medida do possível, Mah! –ela respondeu alguma pergunta de minha irmã, a
qual eu não prestara atenção. –É difícil, mas estou tentando lidar da melhor
maneira que posso.
Mais
uma vez, não ouvi as palavras proferidas por minha irmã, ela falava baixo
demais, como se quisesse me esconder algo.
Ouvi
risinhos, seguidos de passos pela sala. Colei-me ainda mais a porta, tentando
ouvir alguma coisa. Agora, até a cachorrinha estava apontando o focinho para a
porta, ansiosa para sair e ver o que acontecia ali fora.
-Aqui?
–perguntou , abrindo a porta
pelo lado de fora, fazendo com que eu caísse de cara no chão.
A
cachorrinha, para ajudar, pulou por cima de mim e correu para a dona, que a
esperava com um sorriso enorme no rosto. Fiquei apenas observando ela pegar o
pequeno animal nos braços e deslizar a mão livre pela pelagem sedosa. Tinha um
brilho diferente nos olhos azuis, um brilho mais intenso. Estava mais bonita e
mais simples do que jamais eu a tinha visto, vestia jeans qualquer e uma
camiseta de alças com a estampa do Mickey, um pé descalço e outro coberto pelo
gesso, mais linda do que jamais esteve.
Abaixou-se
e me agraciou com um sorriso. Não havia percebido que ainda estava no chão, até
ela passar o peso da cachorrinha para um braço, antes de me oferecer o outro.
Peguei sua mão, entrando em êxtase ao sentir sua pele contra a minha novamente,
mesmo que por um curto período de tempo. Segurei sua mão apenas como um ato
simbólico, pois sentia que ela estava frágil e precisava de cuidados e apoiar
meu peso para que eu me levantasse, não lhe faria bem.
Virou-me
as costas e voltou para a sala, assim que me coloquei de pé. Esperei um tempo
antes de segui-la e quando o fiz, ela já estava acomodada no sofá, com seu novo
animalzinho no colo. A cachorra, por sua vez, repousava calmamente sobre as
pernas da dona, como se soubesse que ali era seu verdadeiro lugar.
-Como
vocês sabiam que eu queria um cachorro? –perguntou ,
com um sorriso leve.
-Te
conhecemos, amiga. –disse minha irmã, revirando os olhos. –Foi o Tay que a
escolheu, disse que combinava com você.
-Na
verdade, eu escolhi essa porque é da mesma raça do cachorro da foto que você
fez para uma revista uma vez. Aquela foto era de uma propaganda, não era?
–disse eu, passando a mão pelo cabelo. Não queria que ela interpretasse errado
o que minha irmã disse.
colocou a cachorra de lado, levantou-se e correu para me abraçar. Quando ela o
fez, senti a vida correr por minhas veias como um choque elétrico, algo nunca
sentido antes. Senti-me renovado.
Desde
daquele nosso infame encontro no hospital, pensei que quando se encontrasse
comigo, minha garota de olhos azuis me trataria com desprezo, mas pelo
contrário, ela estava leve e serena, como se algo de importância muito grande
estivesse acontecendo com ela. Estava naturalmente mais bela e o melhor de
tudo, estava feliz.
A
cachorrinha, já acorda de sua pequena soneca, latiu chamando a atenção de sua
dona para si e fazendo com que a mesma desfizesse o abraço.
-Não
fique com ciúmes Aia, estava apenas agradecendo por ele ter me presenteado com
você. É um amigo. –disse ela, se aproximando do animalzinho e acarinhando-o,
quando estava próxima o suficiente.
-Aia?
–Makena e eu indagamos ao mesmo tempo.
Não
me leve a mal, Makena e eu nunca tivemos essa sincronia ao falar, mas esse nome
era estranho, até mesmo para um cachorro. Não era de se admirar que o
questionássemos. Ficamos encarando
em busca de respostas, mas a mesma se limitava a acariciar Aia, segurando um
sorriso zombeteiro nos lábios.
-É
a palavra cherokee para “eu”. –a resposta veio do irmão dela, que até agora se
limitara a nos observar. –Também era o nome da cachorra de nossa vizinha,
Downey, ela e sua cachorra passaram muito tempo cuidando da ,
enquanto eu ia para a escola e meus pais iam trabalhar.
“Também era o nome da
cachorra de nossa vizinha, Downey, ela e sua cachorra passaram muito tempo
cuidando da , enquanto eu ia
para a escola e meus pais iam trabalhar.” – essa frase ficou rondando minha cabeça, enquanto a
resposta ficou no ar. Por que motivo
não iria à escola também? Essa era mais uma pista para o passado misterioso
dessa atriz.
A
sala caiu num silencio reflexivo. Ninguém ousou interrompe-lo, exceto Aia, que
latia e corria pela casa como uma criança em um parque de diversões. Ela estava
fazendo a maior bagunça, pois até fazer xixi no tapete ela fez.
ralhou com o animal, fazendo com que ela se encolhesse momentaneamente, como se
soubesse que aquilo era errado. A dona chamou a empregada que se assustou com o
novo membro da família, mas tirou o tapete e o substituiu por outro assim que
se recuperou do choque.
-Você
está se sentindo melhor, ?
–perguntou minha irmã, quebrando o silencio após um longo tempo.
A
loira sorriu e assentiu, colocando em seguida a perna em cima do sofá.
-Só
dói um pouco de vez em quando, por conta de eu não poder tomar todos os remédios,
você sabe... Mas de resto, vou ficar bem. Até o pino já tirei! –disse
sorridente.
-Como
assim não pode tomar todos os remédios? –assustei-me com aquilo. Não era normal
uma pessoa não poder tomar remédios para se recuperar, a não ser que tivesse
uma alergia, ou... Será que estava tudo bem mesmo?
Todos
na sala me olharam com caras estanhas, inclusive Aia. Nesse momento, soube que
ME escondiam mais um segredo.
A
porta bateu na parede com um baque surdo, desviando a atenção de todos para
aquela direção e para uma
vestida como um rapper, incluindo as calças largas, camiseta grande e boné,
também usava uns óculos estranhos. Pouco eu conhecia dela, mas conhecia o
suficientemente em para saber que aquilo era fora do normal.
-Vocês
acreditam que tive de me ridicularizar a esse ponto para conseguir entrar aqui?
–disse ela, andando até onde estávamos, antes de sentar no tapete, totalmente à
vontade. –E ainda tive de entrar pelos portões dos fundos!
Aia,
curiosa, foi até a recém-chegada cheirar-lhe, mas foi afastada com um olhar do
qual até eu teria medo. Agora que havia tirado os óculos, podíamos ver a
maquiagem escorrida da menina, seus olhos estavam totalmente pretos, como os de
um panda.
-Minha
santa maquiadora! O que aconteceu com você? –Makena perguntou, daquele seu
jeitinho todo especial.
-Paparazzi.
–disse a garota, tirando o boné e revelando o ninho de rato que se tornara seu
cabelo. –Por todos os lados. Ao que parece, vazou a falsa informação de que a
está sendo mantida sob forte medicação em casa, doente demais para conseguir ir
ao hospital.
-COMO
ASSIM? –explodiu o alvo dos paparazzi, tropeçando ao se levantar. Corri para
ampará-la, antes que chegasse ao chão e estranhei ao ver que todos correram
para fazer isso também. Agora, estávamos em um estranho abraço coletivo.
–Gente, obrigada, mas acho que podem me soltar agora. –disse ela, com um
sorriso amarelo no rosto.
Ajudei
a colocá-la de pé novamente, apenas para que a mesma se acalmasse e se sentasse
novamente. Sentei-me ao seu lado, a fim de ficar de olho caso ela quisesse
levantar e tropeçasse novamente.
-De
onde surgiu essa informação? –perguntou Anthony.
Mas
apenas balançou a cabeça
negativamente, indicando de que nada sabia.
-Foi
isso que consegui arrancar daqueles que estavam ali na frente do portão
principal, antes de me reconhecerem e fazerem isso em busca de informações.
–disse, indicando a si própria. –Depois arranjei esse kit disfarce dentro
do carro e consegui dar a volta pelo portão dos fundos, como uma pessoa
qualquer. Sorte que o Bill me reconheceu e me deixou entrar.
-Falaram
mais alguma coisa? –estava ansioso por saber tudo o que diziam. Quais mentiras
inventariam... Esses paparazzi faziam de tudo por uma notícia bombástica,
inclusive destruir a vida de alguém.
respirou profundamente, antes de soltar a bomba final.
-Só
inventaram mais uma história digna de Nicholas Sparks. –disse, revirando os
olhos. –Perguntaram se era verdade que a
estava à beira da morte e se você veio passar seus últimos momentos com sua
amada. Viram seu carro ali e... Provavelmente a matéria estará em todas as
revistas de fofoca de amanhã.
Simplesmente
raiva. A sala se tingiu em vermelho sangue, no momento em que aquelas palavras
foram proferidas. Passei anos sendo e vendo meus amigos serem perseguidos pela
imprensa, todos nós sendo ridicularizados nas absurdas histórias que
inventavam, uma pior que a outra, mas isso era o fim! E eu iria acabar com isso
de uma vez por todas.
Como
se lesse meus pensamentos,
levantou e andou firmemente para a porta da frente, sendo seguida de perto por
mim e por todos os outros. Senti que estavam preocupados com nossa atitude
inesperada, mas não tinha tempo para pensar nisso, pois eu tinha que agir. Nós tínhamos que agir.
Andamos
até o portão da casa e ficamos encarando aquele monte de paparazzi, que estava
a nos fazer perguntas, uma mais absurda que a outra.
-É
verdade que estão juntos? –perguntava um.
-,
que tipo de doença você tem? Ouvi dizer que é grave. –dizia outro.
-O
que aconteceu para não sair de sua casa há dias?
-Taylor,
me fale sobre seu relacionamento.
E
por aí ia. Eram tantas perguntas que eu não conseguia assimilar todas. Mas isso
não importava, eram todas absurdas e sem nexo.
Para
minha surpresa, pegou minha
mão e me puxou para mais perto, quase se encostando às grades, onde choviam
microfones e gravadores, ansiosos por um pronunciamento.
-Não
vou chamar os seguranças. –ela sussurrou ao meu ouvido. –Quero que me ajude a
colocar Skeeter para dentro.
-COMO
ASSIM A SKEETER?
deu um sorriso torto e encarou a multidão à sua frente. Não precisamos esperar
muito para que Skeeter aparecesse, acompanhada de seu fiel cachorrinho, Matthew
Klosh.
-,
poderia nos dizer se os rumores são verdadeiros? Está mesmo muito doente? –a
jornalista perguntou gentilmente.
A
garota estava prestes a falar algo, quando eu me coloquei a sua frente e me
colei ao portão, ficando o mais próximo que podia daquelas pessoas sem índole,
que perguntavam tantas coisas e distorciam nossas palavras ao publicar suas
matérias.
-No
portão dos fundos, daqui 10 minutos. Não seja seguida.
Virei
as costas e saí dali, junto com todos os outros. Era a hora do show.
P.O.V.
Pequenos
tecidos e pequenos formatos para um amor e pensamentos tão grandes.
Depois
da confusão em minha casa, resolvi dar as caras nas ruas de Los Angeles, a fim
de mostrar que aquele estardalhaço que faziam era exagero e também para fazer
algumas compras para a festa do meu aniversário, que seria dali a uma semana. Liguei
para Gabi e fomos todos para o shopping mais próximo fazer as compras
necessárias para a festa. Mas não resisti ao passar em frente a uma loja de
artigos infantis, tive de entrar e ver algumas coisas para meu bebê.
-Olha
esse aqui, . –disse Gabi, me
entregando uma roupinha marrom com a touca em formato de urso.
Não
pude deixar de rir ao imaginar eu vestindo meu bebê com aquela roupinha.
Separei aquela roupinha juntos com as outras que iria comprar e fui ver alguns
sapatinhos.
-Acha
que eles voltam logo? –perguntei à minha amiga. –Estou com muita vontade de ver
outras lojas de bebê.
Gabi
olhou para mim e suspirou. Ela achava um absurdo eu esconder minha gravidez de
seu primo, mas não contou nada para ele, desde que lhe contei a novidade e pedi
segredo. Ela passou a mão em meus cabelos, antes de segurar minha mão e me
puxar para dentro de um dos provadores da loja.
Não
disse nada, me deixou no provador e foi atrás de uma vendedora que passava por
ali. Mesmo sem entender coisa alguma, fiquei ali esperando minha amiga voltar
com... Uma barriga de pano e um vestido?
-Aqui,
veste isso e me diz o que vê. –disse ela, empurrando as coisas para mim.
-Mas...
-Nada
de mas, , apenas vista-se. –e
fechou a cortina do provador. –E quanto a sua pergunta, Taylor é um crianção,
ele adora ficar horas e horas jogando naquelas máquinas estranhas do
playcenter, ou seja lá o que for aquilo!
Sem
ter muitas opções, revirei aquele amontoado de tecidos, até saber como vesti-los.
Sabe, é extremamente difícil colocar uma barriga falsa, não sei como as atrizes
lidam com isso com tanta naturalidade nos filmes, porque esquenta e é pesado,
mas isso nem é o pior de tudo, pois colocar a roupa é pior ainda, a barriga lhe
faz perder totalmente a noção do tamanho do seu corpo.
Calei
meus pensamentos assim que vi minha imagem refletida no espelho. Uma série de
imagens sobre meu futuro com meu filho passou em minha mente, pude sentir seu
cheiro, seu delicado toque, enquanto eu o amamentava e admirava seus lindos
olhos castanhos, iguais ao do pai. Meu coração finalmente se inflou e um
sentimento novo nasceu. Até aquele momento, estava apenas conformada com minha
gravidez precoce, amando meu filho de forma vaga, não entendia o verdadeiro
significado de ser mãe. É provável que eu ainda não o soubesse por completo,
porém aquilo me abriu os olhos.
Abri
a cortina do provador com tudo, ansiando mostrar para Gabi como fiquei e
segredar-lhe o que sentia, mas ela já não me esperava em frente ao provador,
mas sim no meio da loja, conversando com .
Não viram eu me aproximar, mas assim como eu, se calaram no momento em que me
viram daquele jeito.
-Pela
primeira vez desde que descobri a gravidez, me senti verdadeiramente mãe.
–confessei para minhas melhores amigas. –Não é apenas estar grávida, é... Muito
maior do que isso!
Me
abraçaram com carinho e eu me senti em paz.
Provavelmente
Gabi sabia o que estava fazendo e sabia como eu me sentiria ao ver meu futuro. Eu,
com barriga de seis meses, verdadeiramente vi o que me aguardava: a felicidade,
o amor e a imensa responsabilidade. Não podia fazer isso sozinha, tinha de
contar ao Taylor, precisava do pai do meu filho por perto, mesmo que como
amigo.
-Então,
você não acha que já está na hora de contar? –Gabi sussurrou ao meu ouvido.
Me
afastei das duas e assenti. Virei-me e fui para o provador trocar de roupa.
Enquanto o fazia, enfiou a
cabeça pela cortina, me assustando.
-Quase
me esqueci, Anthony pediu para que eu viesse chamar vocês para ir à praça de
alimentação, ele disse que você tem que tomar um remédio, mas tem que comer
antes.
-Sério
que você me assusta só para dizer isso? –perguntei, voltando a me vestir.
Ela
se afastou rindo, deixando que eu terminasse o que tinha de fazer.
_x_
É
incrível como um simples gesto pode mudar completamente seu dia, seu modo de
ver as coisas. Agora, tudo era colorido, vibrante e lindo. Não havia coisas
tristes, apenas a felicidade e tudo o que eu via era o amor, coisa mais bela e
preciosa no mundo, coisa que todos merecem, mas poucos o possuem.
Amor
de amante, amor de irmão, amor de amigo, amor de mãe para filho, pai para
filho, filho para pai, amor para desconhecidos, amor compaixão, amor perdão,
simplesmente amor. Eu senti todo esse grande amor, pois a vida me concedeu e eu
abraçaria isso intensamente.
Sua
face confusa com o meu constante encarar só fazia meu coração bater com mais
intensidade de tamanha a minha alegria. No fundo, no fundo, ele sabia que o que
estava por vir e não era apenas uma nova chance, mas algo muito maior que isso.
O plano já estava armado, iríamos ao parque dar uma pequena caminhada ao ar
livre, era bom para minha plena recuperação, assim como era um bom lugar para
uma grande revelação.
Estávamos
agora a caminhar pelo shopping em direção ao estacionamento. Em meio a
brincadeiras, éramos um bando de inconsequentes, amigos se divertindo. Quem via
meu sorriso, não diria que poucas horas antes estava trancada dentro de casa me
martirizando pelo fato da vida ter sido dura comigo.
-Acho
que preciso de uma ajudinha. –disse eu, quando chegamos a uma escada rolante
que estava parada.
Discretamente,
Taylor foi empurrado até mim. Ele me olhou apreensivo, como se estivesse
estranhando minha calmaria. Na verdade, ele havia me olhado assim o dia todo.
Cuidadosamente, passou um braço pela minha cintura e fez com que eu passasse
meu braço pelos seus ombros largos. Derreti-me no calor de seu toque, enquanto
ele sustentava quase todo meu peso com o lado do corpo. Quando finalmente
terminamos de descer a escada, ele me soltou o mais rápido que pode e aquilo
magoou um bocado, porém ergui a cabeça e segui meu caminho, até esbarrar sem
querer em alguém e ir ao chão. Minha perna latejou tanto com a queda, que não
consegui ver em que eu tinha esbarrado.
-!
–um coro de vozes veio ao meu encontro, me segurando delicadamente e me
colocando em pé. Não senti as mãos de Taylor em meio as que me ajudaram.
-O
que está fazendo aqui, Hannah? –ele perguntou rudemente para a pessoa em que eu
havia esbarrado.
Minha
visão foi clareando aos poucos, me permitindo ver a face da mãe do outro filho
de Taylor e de sua amiga ruiva esnobe. Elas me olharam de cima a baixo,
provavelmente avaliando meu frágil estado e minha simples vestimenta composta
por jeans e uma blusa verde de uma alça só, pois vi quando seguraram o risinho.
-Apenas
fazendo algumas compras para nosso filho, Tay. –disse Hannah, passando as mãos
pela camiseta dele.
Sua
barriga de cinco meses já era proeminente, bonita e harmônica com seu corpo.
Ela era com toda a certeza uma grávida muito bonita por fora, mas não por
dentro. Em meus cursos de atuação eu havia aprendido uma coisa: uma verdadeira
grávida inconscientemente tinha brilho intenso nos olhos e mostrava uma beleza
profunda, não apenas superficial, portanto, para representar uma grávida,
deveria acima de tudo, sentir-se uma. Não era o que Hannah aparentava. Estava
grávida apenas de corpo, não de amor, não de alma.
-Vem
junto comigo? –perguntou ela à Taylor, fazendo voz falsamente manhosa.
Ele
olhou para todos nós, fitando um a um. Sabia que ninguém ali gostava de Hannah,
ficava apreensivo com isso, ainda mais com ela demonstrando tamanha e falsa
intimidade publicamente. Implorei-lhe com os olhos para que viesse conosco.
-Vou
dar uma palavrinha com Hannah e já alcanço vocês.
Meu
coração murchou um pouco. Virei as costas e novamente segui meu caminho.
O
amor é maravilhoso, mas muitas vezes machuca mais que vidro quebrado.
(Continua...)
Capítulo 18
P.O.V.
Avaliei-me
no grande espelho de corpo inteiro de meu quarto e decidi que estava bonita.
Meus cabelos caindo em cascatas cacheadas por meus ombros até a altura da cintura,
o batom vermelho combinado com delineador preto e sombras em tons de pêssego, o
vestido azul marcado apenas no busto e caindo em camadas de cetim e crepe voal
abaixo disso, escondendo a leve protuberância em minha barriga, que começava a
ficar evidente.
-O
que acha, Aia? –perguntei para a cachorra, que se encontrava deitada em minha
cama.
-Só
acho o salto um exagero.
Virei-me
e dei de cara com minha mãe na porta do quarto. Ela estava simplesmente linda
em seu tubinho preto, que contrastava com a pele e os cabelos extremamente
claros. Encarava meu pé com receio, achando que eu não seria capaz de andar
suficientemente bem com salto.
-É
pequeno. –disse eu, voltando meus olhos para os sapatos xadrez preto e branco,
estilo boneca que calçavam meus pés.
Havia
tirado o gesso dois dias antes, andava bem, mas teria de fazer fisioterapia
para voltar completamente ao normal. Não sentia dor alguma e tinha perguntado ao
médico se podia usar salto e ele disse que não tinha problema, desde que o
salto não fosse muito alto. Não considerava cinco centímetros alto, mas mamãe
era super protetora e implicou com o sapato desde que eu havia dito que ia
usá-lo no dia da festa.
-Mesmo
assim, filha. –disse ela se aproximando de mim. –Não acha que é melhor usar uma
sapatilha agora e deixar o salto para quando estiver completamente recuperada?
Balancei
a cabeça e a abracei com força. Minha mãe sabia que eu era teimosa e iria com o
sapato que eu usava, não entendia porque insistia naquilo, por isso me calei a
fim de evitar brigas. Ela retribuiu o abraço com força e caiu no choro, quando
eu disse que a amava. Arrastei-a até a cama e logo Aia veio se acomodar entre
nós e mamãe começou acarinhá-la, antes de deixar seu olhar se perder em algum
lugar.
-Como
o tempo passou tão rápido, querida? –perguntou, colocando uma mecha de meu
cabelo atrás de minha orelha. –Lembro-me de ter você em meu peito há pouco
tempo e agora... –virou seu olhar nostálgico para mim. –Agora é uma mulher,
assim como eu fui com sua idade, com um filho no ventre e vida de adulto a
enfrentar.
Arfei
com aquelas palavras. O quarto começou a girar, enquanto as paredes pareciam
estar se fechando sobre nós. Respirei fundo, tentando colocar os pensamentos em
ordem. Como ela havia descoberto? Só se...
-O
Anthony te contou? –perguntei perplexa. Não conseguia imaginar meu irmão me
traindo daquele jeito, mas essa era a única explicação.
Minha
mãe riu, passou a mão levemente por minha barriga de 11 semanas e suspirou
resignada. Levantou-se de minha cama e foi até meu closet e saiu de lá com uma
sacola de uma loja em que eu havia comprado roupas de bebê. Não demorei muito
para perceber que era da loja onde eu decidira contar para Taylor sobre minha
gravidez. Ela tirou de lá a roupinha em forma de urso, apertou nas mãos e a
trouxe até mim.
-Sou
mulher, , além de ser sua mãe,
percebo tudo o que acontece com você. Já havia percebido o início das mudanças
em seu corpo antes da viagem, depois vieram os enjoos e minha desconfiança
aumentou. Esses dias encontrei isso em
meio às suas roupas. –sentou-se novamente a meu lado e encarou-me com olhar de
gelo. – Quando pretendia me contar?
Abri
a boca para responder, mas ,
Gabi e Makena entraram em meu quarto num rompante, interrompendo completamente
a conversa. Minha mãe nada disse, apenas olhou para mim como se dissesse:
“Conversamos mais tarde”, cumprimentou as meninas e deixou o quarto, fazendo
com que um clima extremamente pesado se instalasse ali.
Peguei
a roupinha e a guardei na sacola novamente, antes de me jogar de costas no
colchão e olhar para o teto perdida em pensamentos. Senti
que minhas amigas sentaram-se no colchão a minha volta, deixando Aia incomodada
e fazendo com que ela viesse se deitar em meu peito.
-Minha
mãe já sabe. –disse-lhes o óbvio.
Makena
se aproximou de mim e deixou que seus longos cabelos caíssem em minha face, ao
olhar para mim. Aquilo fez cócegas, mas gostei de ter minha amiga se
solidarizando comigo, fez com que eu não me sentisse só.
-Então
não está na hora de deixar meu irmão saber também?
Assenti,
tirando Aia delicadamente de meu colo e sentando novamente. Uma a uma, abracei
minhas amigas, agradeci por estarem comigo em um momento tão importante de
minha vida.
Hoje era meu
aniversário, meu lindo e maravilhoso dia. Mais um passo, mais um ano de vida e,
mesmo com a pouca idade, já tinha tudo o que eu podia querer, uma família
amorosa, amigos perfeitos, meu grande sonho se realizando através da série Os
Imortais e um animalzinho amoroso e que me fazia rir sem executar nada de
extraordinário.
-Vocês estão
lindas! –disse sem saber se olhava para o belo penteado grego de Gabi, a
delicada pulseira de ou o
glamoroso vestido de Makena. –Se fosse homem, eu pegava todas! –ri e elas me
acompanharam.
Gabi,
sofisticada como sempre, usava um vestido com busto creme e saia azul escuro,
combinado com belíssimos saltos dourados, uma verdadeira mulher, a não ser pelo
penteado, que lhe dava ar mais jovial. Usava pequenos pontos de luz no lugar de
joias, fazendo com que ficasse mais linda e iluminada do que já era.
Já
não havia abandonado o rosa habitual. Usava um vestido de tom bem clarinho, com
o corpo colado e a cintura marcada por uma fita em tom prateado, que combinava
com a que combinava com a que estava sendo usada em seus cabelos, como uma
tiara. Fiquei feliz em ver que usava os quartzos verdes que havia lhe dado em
seu último aniversário. Nos pés, sapatilhas prestas. Parecia uma bonequinha.
Por fim,
passei à glamorosa Makena, com seu curto vestido preto rendado e poderosos
saltos meia pata. Como sempre, estava arrasando e provavelmente abalaria
corações esta noite. Não pude deixar de notar nas lindas pérolas que trazia no
pescoço e orelhas.
Depois da
rápida analise, fui para minha cômoda e coloquei a tiara de strass, com a qual
minha mãe havia me presenteado nesta manhã de 08 de Agosto. Ajeitei-a para trás
da franja e conclui que estava pronta para a festa.
_x_
Mais perfeita
que eu podia imaginar, essa era a minha festa. Os convidados começavam a chegar
e me cumprimentar por meu dia, porém não era isso que prendia minha atenção e
sim o lindo ambiente. Por todo o gramado, foram espalhados tablados para as pessoas
pisarem sem estragar nada. Aqui e ali, flutuavam os balões prata em forma de
estrela, as mesas espalhadas ao redor da pista de dança, que se encontrava no
centro de tudo em forma de círculo, as luzes coloridas, a luz da lua, que
brilhava cheia e intensa naquela noite, a brisa morna de verão... Aquele
ambiente me tomou conta e em poucos minutos estava flutuando em meio a tanta
beleza. Tudo mais simples do que imaginara, porém mais belo também.
Saí correndo
e saltando pelo lugar, admirando cada pequeno detalhe daquilo. Entrei em êxtase
ao perceber que as flores nas mesas se tratavam de lírios brancos, os meus
favoritos. Aproximei meu rosto de uma flor e inspirei profundamente seu doce
aroma, antes de voltar a correr pelo espaço, em completo êxtase.
Com tamanha a
minha distração, esbarrei em uma pessoa que dava duas vezes meu tamanho. Recuei
alguns passos, atropelando desculpas e alegando ser extremamente desastrada
quando estava extremamente feliz, como naquele momento, até que ergui os olhos
e vi a face conhecida. Dei um gritinho de felicidade totalmente atípico e pulei
em seus braços para um abraço de urso.
-Desculpa
interromper o momento dos dois, mas quem é o bonitão aí, ?
–perguntou Makena na maior cara de pau. –Toma cuidado, que o Taylor vai ficar
com ciúmes.
Desfiz o
abraço e virei-me para fuzilar aquela louca com os olhos. O pior de tudo foi
que a indivídua fez cara de inocente e ergueu as mãos na altura dos ombros,
fazendo-se de desentendida. Ethan riu, mas minha vontade era de fazê-la comer
os próprios punhos por me constranger.
Respirei
fundo e olhei para meu amigo surfista, com o melhor sorriso que pude arranjar
naquele momento.
-Ethan,
conheça Makena Inconveniente Lautner. –falei apontando para aquela sem
vergonha. –E essas são Gabi e .
–completei apontando para cada uma, respectivamente. –Meninas, esse é Ethan, o
cara que me tirou da água quando eu quebrei o pé.
-É um prazer
conhece-las, madames. –disse ele, beijando a mão de cada uma, todo galante.
Chegada a vez de Gabi, ela corou profundamente e com isso ele abriu um sorriso
capaz de ofuscar qualquer coisa a sua volta.
Não pude
deixar de sorrir ao vê-los daquela forma. Paixão à primeira vista. Eu realmente
nunca acreditei que existisse, mas vendo aqueles dois era bem fácil mudar de
ideia.
-Não sou
especialista nisso, mas pintou um clima aqui...
-Makena! –
e eu a repreendemos, mas era tarde demais, a bolha dos dois havia estourado e
Gabi tingia-se cada vez mais de vermelho, enquanto Ethan passava a mão
distraidamente pelos dreads.
Eu estava
pronta para tentar iniciar uma conversa com todos ali, na tentativa de acabar
com o clima constrangedor que havia se instalado ali, quando Anthony chegou
para salvar o dia.
-Ethan! O que
está fazendo aqui, cara?
Eles
apertaram as mãos firmemente.
Logo depois
que saí do hospital, meu salvador pediu nossos contatos para se manter
informado sobre meu estado de saúde, estava realmente preocupado comigo. Foi
dessa preocupação que nasceu essa amizade. A família inteira fazia gosto, pois
o surfista era boa pessoa e se mostrara solidário quando precisamos. Papai até
disse que adoraria tê-lo como genro, mas tirei completamente a ideia de sua
cabeça, pois meu sentimento por ele era apenas fraternal e era claro que isso
era recíproco. O clima que rolou entre nós aquele dia na praia fora apenas uma
fatalidade derivada da carência de cada um, nada mais.
-A
me convidou e eu vim. –respondeu, voltando os olhos verdes momentaneamente para
mim. –Queria ver como extava essa baixinha.
Fiz uma
careta para ele, expressando meu ‘desprezo’ pela sua escolha de palavras. Ele
sabia que eu odiava ser chamada de baixinha. Meu irmão riu.
-Mas venha
comigo, meu pai vai adorar saber que está aqui. –disse Anthony passando o braço
por volta dos ombros de seu novo amigo e o conduzindo para longe dali.
-,
Makena, , Gabi... –disse
antes de se deixar ser levado para outro lugar. Pude ver como minha amiga, cujo
nome fora o último mencionado estava visivelmente derretida pelo tom de voz e
cordialidade de Ethan.
Makena riu da
face sonhadora dela e e eu a
acompanhamos, o que fez minha amiga que era o motivo da piada corar mais um
tantinho. Recuperada do encantamento, ela começou a ralhar conosco sobre nossa
grosseria ao constrangê-la daquela maneira. Foi para cima de Makena e soltou
leves xingamentos em cima da prima.
Nesse
momento, começou a tocar Eyes On Me da Celine Dion. Essa música realmente não
tinha muito a ver com uma festa jovem como aquela, já que tinha um toque
Marroquino, mas havia algo nela que fazia com que eu me sentisse mais mulher.
Corri para a pista de dança e comecei a movimentar meu corpo naquele ritmo
estranhamente libertador, improvisei passos que eu achava ser de dança do
ventre e libertei a energia acumulada em meu corpo.
Passei as
mãos pelos cabelos e as deixei ali, enquanto tremia o quadril no ritmo da
música, tirei a mão direita de meu cabelo e a deixei a poucos centímetros do
osso lateral de meu quadril, institivamente mexi apenas o lado direito do
quadril para cima e para baixo, deixando que minha mão acompanhasse o
movimento, sem nunca encostar nele. Ergui meu olhar e comecei a movimentar os
ombros em pequenas chacoalhadas para frente e para trás e foi aí que finalmente
avistei Taylor. Ele me encarava fixamente, com olhar penetrante e faminto,
baixou os olhos por meros segundos e voltou a me encarar. Caminhei pela pista
de dança, movimentando os quadris, enquanto o chamava para dançar apenas com
movimento das mãos e dos braços. Vagarosamente, ele caminhou até a pista de
dança, fui de encontro a ele, sem nunca parar de dançar. Quando chegou perto o
suficiente, peguei a gola de seu terno e o puxei para o meio da pista, para
dançar junto comigo. Sem nunca tirar os olhos de mim, Taylor começou a se
movimentar timidamente no ritmo daquela música, que provavelmente era
desconhecida para ele. Coloquei as mãos no quadril e o rodeei dançando, depois
parei de frente para ele e fiz movimentos pouco mais lentos, destacando meus
olhos, o que só fez com que o ator me encarasse de maneira ainda mais intensa.
-Better keep
your eyes on me. –cantei junto com a música, dançando mais lentamente nos
acordes finais. –Your eyes on me.
Respirei
fundo depois da dança e voltei para o mundo real. Quando olhei a minha volta,
fiquei surpresa com o número de pessoas que olhavam para nós com a boca
escancarada. Corei ao perceber que mais uma vez havíamos dado um show de dança.
Abaixei levemente a cabeça, rodeei os ombros de Taylor, que rodeou os braços em
minha cintura e me conduziu no ritmo da música lenta que veio a seguir. Depois
de algum tempo de dança, dei um jeito de espiar por cima de seu ombro, fiquei
feliz ao constar que mais ninguém nos olhava.
-Você
demorou, não veio com Makena... –disse eu, recostando a cabeça em seu peito.
Inspirei seu perfume másculo e relaxei nos braços fortes. –Pensei que não
vinha.
Sua risada
rouca me arrepiou e me transportou para um mundo tranquilo, muito longe dali.
Ele acariciou meus cabelos e depositou um leve beijo no topo de minha cabeça.
-Precisava
passar em um lugar antes de vir para cá. –disse me afastando de si e segurando
uma minhas mãos com uma das suas, enquanto a outra buscava algo no bolso da
calça. Tirou de lá uma pequena caixinha de veludo, colocou na mão que ele
segurava e fechou meus dedos a seu redor. –Feliz aniversário, .
Com um
sorriso de criança no rosto, abri a caixinha e encontrei lá um fino aro de
prata com uma delicada pedra azul em forma de gota no meio. Ergui meus olhos
para ele, totalmente encantada com o presente, não havia palavras para
agradecer.
Em um ato
inesperado, Taylor tirou o anel da caixinha e colocou minha mão direita sobre a
sua só para em seguida deslizar o pequeno objeto por meu anelar. Existiam
grandes possibilidades do anel não caber, porém o encaixe era perfeito, ele
havia acertado na mosca.
Estava
prestes a agradecer, quando minha mãe apareceu e me encarou com olhos frios. De
repente meu mundo encantado ruiu e a realidade me atingiu em cheio,
lembrando-me da conversa que tivera com minha mãe mais cedo. Senti meus olhos
se arregalarem e minha pressão descer minimamente, pois sabia que ela estava
prestes a continuar a conversa ali, na frente de Taylor. Provavelmente ela
achava que ele era o pai (e estava certa) e já sabia de tudo, contando que
depois daquele dia no shopping, nos encontramos todos os dias.
‘Não!’, eu
queria gritar para minha mãe. ‘Ele não sabe de nada!’, mas era tarde e ela já
abria a boca para falar algo.
-Oi, Taylor!
–disse ela, toda simpática. –Que bom te ver por aqui, já estava com saudades.
Não pude
evitar fazer uma careta de confusão. Aquela não era minha mãe! Calculei as
possibilidades de um alienígena ter abduzido ela enquanto eu estava longe, mas
como as possibilidades eram baixas, concluí que algo havia acontecido. Procurei
a minha volta algo que pudesse me dar respostas mais concretas sobre o que
havia acontecido, encontrei a mesa em que meu irmão e meus amigos se
encontravam e todos nos encaravam com faces preocupadas. ‘Vocês conversaram?’,
perguntei a eles apenas movendo os lábios e como resposta recebi um aceno da
parte de Anthony.
Eu realmente
queria fazer algo, mas estava totalmente sem ação ante a tagarelice de minha
mãe. Meu medo era que ela falasse algo para ele, antes que eu pudesse contar,
sabia como ela era bem capaz de fazer isso só para me punir por minha
irresponsabilidade.
Fiquei lá,
olhando-os de boca aberta, como se algo houvesse me petrificado. O bom era que
eu tinha amigos de ouro, que vieram me ajudar.
-Hey, Tay! A
Skeeter está no portão e quer falar contigo. –disse Makena, pegando o irmão
pelo braço.
-Mais tarde
nós conversamos Sr.ª .
–disse ele, deixando-se arrastar pela irmã. –Mas comigo, não com a ?
–perguntou para a irmã enquanto se afastavam.
Respirei
aliviada. Fora graças a Deus e a Makena que Taylor não descobrira sobre minha
gravidez por minha mãe. Por falar nela, assim que Taylor saiu de perto, ela
voltou a me fuzilar com os olhos, indicou com a cabeça uma mesa vaga e se
encaminhou para lá, sendo seguida de perto por mim.
-Por que não
contou para ele? –perguntou indo direto ao ponto.
Mordi o lábio
e pesei a maneira certa de contar. Era um assunto extremamente delicado,
precisava ser tratado com extremo cuidado, ainda mais com minha mãe estando
chateada daquela maneira. Doía vê-la assim comigo, mas não podia fazer nada até
que ela se conformasse com a ideia.
-Porque...
–comecei, ainda sem saber o que dizer. –Porque... Eu estava com medo! –minhas
amigas se aproximaram e sentaram-se a mesa também. Se minha mãe não as queria
por perto naquele momento, ela disfarçou bem.
apertou minha mão com força e eu prossegui. –Quando eu tomei coragem para
contar, veio a idiota da Hannah e estragou tudo! Ele nem me deu mais atenção
naquele dia! Tentei lhe contar nos dias que se seguiram, mas sempre havia algo
que me cortava na hora! –despejei tudo em uma avalanche. O ar me faltou ao
terminar de falar, mas não me importei, pois me senti extremamente mais leve
depois de contar isso a minha progenitora.
-Quando você
pretendia contar a mim e ao seu pai, querida? –perguntou em tom mais leve. Ela
sabia de minha rivalidade com Hannah e também sabia como a gravidez da ‘desgramenta’
me abalava.
-Depois que
contasse ao Taylor, eu acho. –respondi balancei a cabeça negativamente e ergui
os ombros para complementar a resposta.
Encarei todos
ali naquela mesa, mas apenas um olhar me prendeu e esse era o da irmã do
assunto. Ficamos nos encarando por um bom tempo, o que me fez reparar em como
seus olhos eram extremamente parecidos, tanto na cor, quanto no formato. Ela
deslizou a mão pela mesa até pagar na minha e olhou ainda mais profundamente em
meus olhos. Senti-me invadida.
-Você tem que
contar logo.
-No final da
festa eu conto. –consegui responder em um fio de voz.
Minha mãe
encarou-me compreensiva e aquilo me trouxe ainda mais paz. Era tão bom saber
que a fúria dela não durou por muito tempo...
-Vocês
deveriam ter se cuidado. –falou após um curto silencio. –Não que seja ruim, mas
ainda é muito nova e eu sempre te ensinei a importância da camisinha... Não
estava tomando seus remédios?
Fechei os
olhos e aquele dia voltou à minha mente em um flash. Podia sentir seu cheiro, a
maciez do tapete, seu corpo quente contra meu, sua voz rouca em meu ouvido e a
sensação de me sentir completa. Suspirei e respondi:
-Provavelmente
o remédio que o médico me deu por conta da asma era algum tipo de antibiótico,
a camisinha estourou e bem, a explicação já está aí, eu acho. –dei de ombros.
–Essa gravidez foi inesperada, mãe. Eu me cuidei, mas aconteceu.
Em um
segundo, Makena e largaram
minhas mãos e todas sentaram-se relaxadamente em suas cadeiras, começaram
conversas paralelas. Não entendi o porquê disso, até sentir uma mão quente em
meu ombro desnudo.
-Você está
grávida? –aquela linda voz chegou até mim em tom furioso.
Lentamente,
virei a cabeça para trás pronta para dizer algo, mas a raiva em seus olhos me
emudeceu. Abri a boca, mas som algum saiu. Repeti isso várias vezes na
esperança de encontrar minha voz, mas nada aconteceu. Meu coração batia
freneticamente pelo susto, a respiração estava suspensa e meu corpo inteiro
tremia.
-,
você está grávida? –repetiu, apertando a ponte do nariz.
Num primeiro
momento, não consegui expressar reação alguma, mas logo comecei a gesticular
freneticamente, porém sem conseguir soltar uma palavra que fosse. Abruptamente,
parei de gesticular, tomei coragem e fiz o que deveria fazer. Apontei
primeiramente para mim, para ele e finalmente para a casa. Sem esperar
respostas, levantei-me e saí andando, sendo seguida de perto. Parava quando
necessário, cumprimentava os convidados, ria quando era preciso... Demorou um
tanto até que conseguíssemos entrar em casa, mas quando conseguimos, ele já foi
se exaltando.
-Esse filho é
de quem? –perguntou um tanto rude.
Fiquei
indignada com sua pergunta. Gritei de raiva e comecei a subir a escada, porém
ele não me seguiu.
-Você não
vem?
-Por quê?
Gritei mais
uma vez e desci para busca-lo. Desta vez, o puxei pela manga do terno e ele
veio sem resistir. Transpusemos a grade
que fora posta no alto da escada para segurar Aia lá em cima e logo fomos
atacados por um pequeno furacão peludo, que pulava em nossas pernas e mordia
levemente nossos tornozelos.
Abaixei-me
para pega-la nos braços, antes de entrar no quarto. Lá dentro, sentei-me na
cama e indiquei o divã aos pés da cama para Taylor, mas ele permaneceu de pé,
ainda na soleira da porta. Esperei alguns momentos para ver se ele se sentava,
mas como não o fez, respondi a pergunta que ele havia feito na sala:
-É claro que
esse bebê é seu.
Ele me
estudou atentamente, caminhou pelo quarto e parou a minha frente. Seu olhar
duro fixo em mim me dava calafrios e raiva ao mesmo tempo. Não disse nada,
apenas ficou me encarando sem descanso, até que eu me irritei e comecei a andar
pelo quarto, completamente sem rumo. Coloquei Aia no chão. Seu olhar me seguia
o tempo todo, não me dando descanso algum. Aquilo fez a raiva subir pela boca e
deu-me impulso para correr em sua direção e bater em seu peito o mais forte que
pude. Como estava desavisado, consegui derrubá-lo na cama. Levantou-se rapidamente, os lábios brancos em
uma linha extremamente fina.
-Como posso
saber que é meu?
-PORQUE NÃO
SOU COMO AS ‘MULHERES’ QUE VOCÊ ESTÁ
ACOSTUMADO A ESQUENTAR SUA CAMA! NÃO TRAGO UM POR NOITE PARA MEU QUARTO!
–gritei, totalmente estupefata com o tratamento que ele dirigia a mim. Nunca,
nem quando tínhamos aquela velha rixa, ele havia me tratado tão rudemente. –
Estou de 11 semanas, você sabe muito bem onde e com quem eu estava há onze
semanas.
-Por que não
me contou antes? –a raiva ainda era evidente em sua voz, mas o desprezo se
fora, deixando a fala pouco mais suave. Ele acenou uma vez, como quem tivesse
entendido meu raciocínio, porém em momento algum deu a entender que acreditava
em mim. – Ia contar só quando a barriga aparecesse?
Avistei a
sacola com as roupinhas de bebê, bem no momento em que Taylor proferiu a pergunta.
Andei até a sacola e peguei a roupinha de urso de lá de dentro, me aproximei
dele novamente e estiquei para ele, que a pegou confuso. Eu realmente não sabia
no que aquilo faria diferença, mas eu tinha que fazê-lo.
-Eu ia contar
no dia em que comprei essa roupinha. –falei olhando a pequena peça. –Ia contar
quando chegássemos ao parque, só que você ficou distante de todos depois que
encontrou aquela maldita Hannah na saída do shopping. Apesar de termos nos
aproximado depois disso, ela estava sempre lá para atrapalhar. Sempre que ia
abrir a boca para te contar, ela ligava ou mandava uma mensagem para você. Teve
até aquela vez que ela apareceu na sua casa na hora do café. Lembra que Makena
havia nos deixado a sós sem motivo aparente? Era para que eu contasse, mas ela apareceu bem nessa hora. –disse eu,
colocando o desprezo em minha voz cada vez em que tinha de mencionar aquela
víbora.
-Devia ter
arrumado uma maneira de contar. –falou agressivamente. –Eu tinha o direito de
saber. Hannah pode até não ser flor que se cheire, mas ela me contou quando
descobriu sua gravidez.
Taylor estava
totalmente fora de si e isso me apavorava. Nunca o havia visto assim, tinha
medo do que ele pudesse fazer.
Ele jogou a
roupinha na cama e partiu para cima de mim como um troglodita, segurou meus
braços com força e me sacudiu várias vezes. Tentei lhe dar um chute entre as
pernas, mas o que eu tivera antes foi apenas sorte dele estar distraído, por
isso consegui derrubá-lo, porém agora ele estava totalmente atento e conseguiu
desviar meu joelho com a própria perna. O bom da minha tentativa foi que ele me
soltou.
Afastei-me
totalmente amedrontada com sua reação. Instintivamente, coloquei as mãos em meu
ventre de forma protetora, com medo de que ele fizesse algo. Ele olhou para
onde minhas mãos estavam, finalmente descobrindo a pequena protuberância
naquele local, se aproximou com a mão estendida e eu corri para a porta.
-Você é um
monstro. –falei dando pequenos passos para trás. –Meu filho nunca terá seu
nome! Nunca, nunca mesmo imaginei que fosse me agredir dessa maneira... –de uma
hora para outra, sua expressão passou de raiva e frustração para surpresa. –Nem
que você quisesse eu o deixaria assumir essa criança. –ele se aproximou alguns
passos. –Fique longe de mim!
Saí
apressadamente do quarto, com Aia em meu encalço. Não liguei para seus latidos,
quando transpus a grade e comecei a descer rapidamente a escada. Não era o medo
que me invadia naquele momento, mas sim a raiva por conta de sua reação idiota
e a raiva por saber que ele estivera prestes a fazer mal ao meu filho.
Chegando à
porta que dava para os jardins da frente, respirei fundo, me recompus e voltei
para a minha festa, já não tão perfeita como antes.
_x_
Depois do
choque pelo acontecido ter passado, eu havia me animado e até estava
aproveitando bem a festa, que ainda estava apenas no começo.
Minha mãe e
minhas amigas até haviam tentando saber no que tinha dado a conversa, após me
verem saindo completamente arrasada de dentro de casa, mas tudo que fiz foi
balbuciar algumas palavras tranquilizadoras, antes de sair andando sem rumo
pela festa. E foi exatamente isso que me fez bem. Conversar com pessoas que já
não via há algum tempo, ouvir felicitações por meu aniversário, dentre outras
coisas. Isso fez minha cabeça se desligar daquele problema e focar na festa, no
que realmente deveria ser aproveitado. Neste momento estava tão entretida em
uma conversa com uma ex-colega de classe, que quase não ouvi me chamarem.
-?
–chamou o rapaz loiro de olhos castanho mel.
A princípio
não o reconheci, mas depois de analisar os traços tão estranhamente familiares,
foi impossível não lembrar. Tive vontade de gritar de alegria ao vê-lo, porém
me contive antes de fazê-lo e pedi licença à menina com que conversava, antes
de correr para abraçar o tão mudado Dylan.
Soltei-me de
nosso abraço e me coloquei a analisa-lo melhor. Estava um tanto mais encorpado,
o rosto havia ganhado linhas pouco mais profundas e másculas, estava mais um
tanto mais alto também, porém o cabelo extremamente liso ainda continuava a
cair teimosamente em seus olhos.
-Wow! –disse
eu estupidamente, após minha analise. –Você mudou, meu brownie.
Ele riu de
minhas palavras e me abraçou mais uma vez, apenas para sussurrar em meu ouvido:
-Você também
mudou muito, morango. Está mais bonita e aparentemente mais saborosa. –me
afastei e bati em seu ombro. –Dá cada vez mais vontade de morder.
-Cuidado,
cuidado, moço. –falei colocando as mãos na cintura e batendo um pé, igual a
aqueles desenhos estranhos. –Sua vez acabou no momento em que saí de Downey.
–ele riu, passou um braço pelo meu, antes de me conduzir pelo ambiente,
exatamente como fazíamos no passado. –Falando em Downey, como estão as coisas
por lá?
Ele deu de
ombros. Avistou a mesa onde minha família se encontrava e se direcionou para
lá, me levando junto consigo. Dylan engajou numa conversa animada com toda
família, contando as aventuras que teve, após deixarmos a cidade. Nessa
conversa, descobri que ele havia saído da cidade para ir morar com uma tia
perdida em Nova York
e que desde então nunca havia voltado para a casa dos pais. Disse que só soube
da minha festa, pois os pais mantiveram o mesmo endereço e o avisaram quando o
convite chegou.
Cansada de
tanta conversa, levantei-me da mesa e corri para o canto onde minhas amigas
estavam na pista de dança. Chegando lá, elas nem me deram tempo para respirar e
já foram perguntando todas curiosas quem era o meu acompanhante da vez. Quando
eu contei quem era, abriu a
boca tão enormemente, que me imaginei colocando um bolinho inteiro ali dentro. E
quando as primas pediram mais explicações sobre a pessoa, foi minha amiga de
infância quem contou a maior parte da história. Quando contei a elas que ele
foi o meu primeiro... Aí que o estardalhaço foi feito e elas começaram a gritar
feito um bando de doidas, enquanto dançavam. Quiseram saber tudo sobre ele,
desde qual a cor preferida, ao tamanho do calçado. Respondi-lhes tudo o que
podia, mas não pareceram satisfeitas até que ele apareceu ali na pista e me
convidou para dançar.
Estranhei
aquilo, pois sempre odiara dançar. Aceitei seu convite, totalmente desconfiada,
porém esqueci a desconfiança no momento em que o vi se movimentando como uma
lombriga descontrolada, sua frustrada tentativa de dança. Para não fazê-lo
pagar tanto mico assim, comecei movimentar meu corpo estranhamente também, fingindo
estar sensualizando e logo nós dois pagávamos o maior mico na pista. Fiquei de
frente para suas costas, coloquei minhas mãos em seus ombros, desci-as por toda
extensão do tronco, até chegar aos glúteos e dar-lhe o maior tapa na bunda de
todos os tempos. Rindo incontrolavelmente, voltei a ficar de frente para ele e
me requebrar loucamente. Me senti flutuar durante isso, totalmente liberta e
feliz. Era bom rir e me divertir com algo tão maluco assim.
Ao final da
música, ambos estávamos exaustos de nos sacudirmos como bonecos de posto de
gasolina. Saímos da pista de dança rindo feito idiotas, um segurando o peso do
outro, para não cairmos. Parecíamos uma bela dupla de bêbados. Paramos
encostados numa das paredes da casa, olhei para Dylan e ele retribuiu meu
olhar, porém de forma mais intensa. Foi baixando a cabeça até deixa-la na
altura da minha, se aproximou lentamente, podia sentir seu hálito em meu rosto,
sabia o que ele queria fazer. Virei o rosto para o lado abruptamente, o que
ocasionou um olhar confuso da parte de meu ex.
-Eu nunca te
esqueci, . –disse, pegando meu
queixo e me obrigando a olhá-lo. –Tentei várias vezes, mas foi impossível... Eu
ainda te amo e quero começar de onde paramos.
Sacudi a
cabeça e me livrei de sua mão. Como eu poderia explicar que não daria certo
entre nós? Respirei profundamente, tomando coragem para falar.
-Não dá!
Minha vida mudou, eu...
-Não me
importo! –disse exasperado. –Não me importo com os boatos que soltarem sobre
você estar com outro quanto estivermos juntos, não me importo com a imprensa
nos perseguindo ou com o pouco tempo que terá para mim durante seus
compromissos. Nós nem terminamos direito, ainda nos amávamos! Você só quis
terminar porque...
-Porque eu
iria embora para sempre. –completei sua frase. Ele abriu a boca para responder,
mas o impedi. –Eu mudei, Dylan. Sabia que isso aconteceria, no momento em que a
família decidiu se mudar para cá por... Você sabe qual motivo. Sei que você
prometeu ser fiel em um namoro a distancia, sei que prometeu me visitar
frequentemente, mas eu sabia que mudaria completamente no momento em que
pisasse nessa terra em que vivo hoje. Sei que também mudou e quero conhecer
esse novo você, mas apenas como amiga.
-Eu não me
importo que tenhamos mudado. Amaria você de qualquer jeito. –balancei a cabeça
negativamente e pousei uma mão sobre seu rosto, mão que ele pegou de prontidão
e levou aos lábios, mas soltou assim que viu meu novo anel. –Você tem outro?
–perguntou, com olhos aflitos.
-Eu não tenho
outro. –eu disse, vendo uma pequena chama de esperança se acender em seus
olhos. Doeu pensar em acabar com aquela esperança ao contar a triste realidade.
–Na verdade, estou grávida de outro.
O choque
trespassou seu rosto, deixando-o paralisado. Olhava para mim fixamente, de boca
escancarada e olhos arregalados, como duas pequenas bolas de gude. Estava
completamente travado e aquilo começou a me preocupar de uma maneira grandiosa,
pois apesar de fazer um grande tempo que não via esse garoto, sabia que esse
tipo de reação não era normal nele. Poucas coisas assustavam esse meu ex.
Aflita,
abanei as mãos em frente a seu rosto, gritei em seu ouvido, belisquei suas
bochechas, empurrei-o, tentei tudo que podia, porém nada parecia fazer efeito.
Estava prestes a chamar por ajuda, quando ele começou a piscar rapidamente,
voltando a seu estado normal.
Totalmente
aliviada pelo homem em choque ter se recuperado, desci a mão em sua face com a
maior força que consegui reunir, fazendo com que o tapa estalasse e seu rosto
virasse com tamanha força da batida.
-E nunca mais
faça isso comigo! –gritei raivosa, assim que o desespero passou.
Ele piscou os
olhos repetidas vezes e deu vários passos para trás, procurando o apoio na
parede a suas costas. Depois encarou-me incrédulo, colocou a mão na bochecha
que ainda estava vermelha e falou:
-Sua mão está
mais pesada do que eu lembrava.
Indignada,
dei-lhe as costas para voltar para a festa, mas ele me puxou para um abraço,
antes que eu desse um passo sequer. Senti-me segura naqueles braços que
recordavam minha infância.
-Desculpa, .
Eu só... Só fiquei surpreso com a notícia, principalmente sendo você, sempre
tão cuidadosa... –fiquei em silêncio, enquanto ele me embalava em seus braços
de forma reconfortante. –Você já contou a ele?
Respirei
profundamente e me afastei de meu namorado de anos atrás.
-Já, mas...
-Ele não
reagiu muito bem, não é?- ele deduziu antes que eu terminasse de falar e eu
assenti, confirmando. –Escute, -disse ele colocando as mãos em meus ombros. De
repente sua voz estava ansiosa e animada ao mesmo tempo. –se você aceitar
namorar comigo, eu assumo a criança e cuido dela como se fosse minha. Podemos
dizer que nasceu prematuro e...
-Dylan!
–exclamei, tirando suas mãos de meus ombros. –Eu não vou ficar com você. Eu não posso ficar com você! Nem quero isso.
–disse a última frase, quase sussurrando.
-Por quê?
–perguntou, deixando transparecer em sua voz aquela criança que conheci anos
atrás. –Eu te amo! O que mais é preciso?
-Seria
injusto. Eu mudei, já não sou apaixonada por você e se começássemos a namorar,
logo você perceberia que também não é mais apaixonado por mim, mas sim pela
pessoa que eu era em Downey.
-Prove.
–disse com voz forte. Seus olhos estavam em chamas e desafiadores. Aquilo me
causou um frio intenso no estômago, que foi o impulso que me levou a empurrá-lo
na parede e esmagar meus lábios contra os seus.
Não demorou
muito para que correspondesse, movendo seus lábios junto aos meus de maneira
suave. O beijo era familiar, mas parecia errado. Necessitava de lábios mais
vorazes, braços mais quentes e fortes ao redor de meu corpo, eu precisava do
Taylor!
Como se
ouvisse meus pensamentos, aqueles braços
envolveram meu corpo e me afastaram abruptamente de meu primeiro amor. Meio
momento depois, vi Dylan gemendo com as mãos sobre a mandíbula e um Taylor
tremendo de raiva, parado em sua frente.
-E lembre-se
disso antes de beijar uma mulher que pertence a outro. –disse com voz ácida.
Não havia
visto muito, mas tinha visto o suficiente para também ficar tremendo de raiva.
Caminhei até Taylor e fiz a coisa que mais gostava de fazer quando estava com
raiva de alguém, dei-lhe um tapa na cara. Com a mão na face em que eu havia
batido, olhou-me atordoado.
-Você tem
merda na cabeça? –perguntei, esticando o braço em direção ao que estava caído
no chão.
-Ele estava
te beijando!
Por um
momento achei que, de alguma forma, estivesse brincando comigo, porém descartei
essa hipótese assim que vi seus olhos sérios.
-Era
exatamente isso que eu queria que fizesse! Do contrário, não o teria tomado a
iniciativa! –vi a incredulidade trespassar seus olhos, mas não dei tempo para
que expressasse uma reação, antes de prosseguir. –Só queria mostrar a ele que
nossa história foi uma paixão de infância, que ele não me amava mais, ao
contrário do que dizia. Queria mostrar que eu mudei e que amava outro. –gritei
exasperada.
-E precisava
beijar? –perguntou, fuzilando o pobre Dylan com os olhos.
-Palavras às
vezes não adiantam, exatamente como aconteceu. Por vezes, é preciso do toque
para entender os sentimentos. –revirei os olhos para mim mesma. –Como se você
se importasse. –disse eu, dando de ombros e me virando para ajudar aquele que
eu beijava anteriormente, mas Taylor me puxou para si.
-Você é a mãe
do meu filho. –seu rosto cada vez mais próximo do meu.
-É mesmo?
Você não pareceu se importar com isso quando fez menção de meu bater. E só para
lembrar, Hannah também carrega um filho seu. –joguei. O nojo e a fascinação
começavam a tomar conta de mim. Odiava Taylor por tudo que havia feito hoje,
principalmente por me agredir, mas não conseguia deixar de amá-lo.
Ali, com os
corpos quase fundidos através daquele abraço, queria confrontá-lo, queria
perguntar o porquê de tanta hostilidade anteriormente e de tanta paixão e
possessão agora. Mas tudo que conseguir pensar era em como desejava que ele me
tomasse como sua. Com nossos lábios a milímetros de distancia, estávamos
perdidos em um mundo totalmente nosso.
-A diferença
é que eu te amo. E me arrependo muito do que quis fazer lá em cima. –rebateu,
sem hesitar. –Sempre foi meu sonho ter um filho com a mulher que amo e você
estava me privando disso, fiquei com raiva, não pensei direito. Peço mais do
que desculpas, peço perdão, minha Ever, meu amor imortal.
Minha Ever...
Amor imortal... Alyson certa vez havia nos contado que mesmo reencarnando
diversas vezes, Damen e Ever sempre se encontrariam, pois estavam mais do que
destinados a serem um do outro. Um amor que superava a morte, assim tinha dito
a autora.
Ao ouvi-lo me
chamar assim, derreti. Derreti como chocolate derrete em dia quente. Questionei
tudo que ele havia dito em meu quarto. Como ele podia ter tanta certeza de que
eu era sua Ever?
-Taylor?!
–aquela voz chegou ao ouvidos, quebrando nosso momento.
Diferentemente
de como acontece nos filmes e livros, não nos separamos como se tivéssemos
levado um choque, mas sim lentamente, deixando nossas peles em contato pelo
maior tempo possível. Era visível para qualquer um que não queríamos nos
separar, eu podia ver isso refletido nos olhos dela.
-O que faz
aqui, Hannah? –perguntei me aproximando dela. –Como conseguiu entrar sem convite?
-Vim aqui ver
o pai do meu filho, vadia. –ela respondeu com desprezo. –Que você está tentando
roubar de mim, por sinal.
-O que você
está...? –Taylor começou a perguntar, mas o cortei:
-Não preciso
tentar roubar ninguém. Taylor está aqui por livre e espontânea vontade.
–respondi, já ficando irritada. –Ainda não me respondeu como entrou sem
convite.
Me ignorando
completamente, ela foi em direção à Taylor e se esticou ao máximo para
sussurrar-lhe algo ao ouvido. Puxou a mão dele e a colocou em sua barriga.
Aquilo me atingiu em cheio. Uma cena aparentemente tão linda e comum: uma mãe
grávida e um pai admirando e amando um filho ainda por nascer. A verdade era
que eu estava com inveja.
-Saia daqui.
Agora. –falei por entredentes.
Ela
simplesmente olhou para mim com desprazer e disse:
-Saia daqui
você, querida. Deixe-me aqui com o pai do meu bebê e vá cuidar dessa porcaria
de festa.
Por um
milésimo de segundo, fiquei estarrecida com sua audácia. Era quase impossível
acreditar que ela havia invadido minha festa apenas para me destratar. Vi tudo
vermelho, pois não aguentava mais aqueles desaforos. Ela não falaria mais assim
comigo, ao menos não hoje. Avancei lentamente para Hannah e, como um puxão,
afastei-a daquele que a segurava com possessão. Minhas mãos voaram para a parte
de trás de seu pescoço, os dedos posicionados sobre pontos de pressão que a
fariam desmaiar ao mínimo aperto. Ela me encarou com os olhos arregalados,
entendendo exatamente o que eu queria fazer. Senti-me poderosa com aquele
controle que estabeleci sobre ela.
-,
não pode se exaltar. Isso faz mal para o nosso filho. Lembre-se do nosso bebê!
–apelou meu colega de elenco, ao meu ouvido.
Fiquei ali,
tremendo de raiva e respirando superficialmente pelo que me pareceu um longo
tempo. Assim que a raiva abrandou um pouco, larguei a mulher e afastei-me dos
dois.
-Você é
convidado, Taylor. –falei, sem conseguir encará-lo. –Se quiser ficar, é
bem-vindo, mas se for ficar com ela terá
que ir. –um gosto ruim me subiu a boca depois de ter pronunciado aquelas
palavras.
-Os
seguranças estarão aqui em 10 minutos. –disse Dylan, se pronunciando pela
primeira vez desde que fomos separados brutalmente.
Olhei-o,
curiosa pela forma estranha que sua voz saíra. Meu coração apertou fortemente
com a imagem que vi: estava com o nariz sangrando. Sangue que escorria pelo
rosto e pescoço, se acumulando no colarinho da camisa, anteriormente branco.
Quando o vi no canto, segurando a parte inferior do rosto, imaginei que
estivesse o fazendo pela dor na mandíbula, em momento algum imaginei que um
lugar tão sensível como o nariz tivesse sido atingido.
Corri para
ele e fiz o máximo que pude em analisar seu rosto. Apesar de ser em pequena
quantidade, não parava de escorrer sangue de seu nariz. Segurei seu braço com
força e comecei a arrastá-lo dali, precisávamos ver Anthony, só ele saberia o
que fazer.
-Finalmente
alguma sensatez de sua parte! –disse Hannah sarcástica. Pelo jeito ela já tinha
se recuperado do susto de quase ter apanhado. –Vá cuidar de seu concubino e nos
deixe em paz!
Não parei de
andar, apenas impregnei todo o desprezo que sentia por ela em minha voz e
disse: “10 minutos”, assim que passei por ela, enquanto levava Dylan à meu
irmão.
Desconhecido P.O.V.
A bebida
explodiu em minha boca com o gosto da vitória. Hannah já estava na festa há
algum tempo. Taylor, e um
garoto que a acompanhava estavam fora de vista. Conclui, portanto, que o
trabalho de hoje estava feito, ou ao menos sendo concluído.
Vi o irmão da
aniversariante passar correndo pela pista de dança em direção a casa.
Extremamente preocupante... Disfarçadamente, pousei a taça numa mesa qualquer e
o segui até a casa, escondendo-me atrás de uma porta de vidro, coberta por uma
pesada cortina.
-O que
aconteceu com ele? –perguntou o irmão, colocando toalhas no rosto daquele que
sangrava.
A menina nada
disse, apenas os encarou raivosa e saiu dali o mais rápido que podia, em
direção a porta abaixo da escada. Sem a irmã para responder, o futuro médico
olhou para o outro garoto, aguardando respostas.
-Foi aquele
namorado famoso dela... –começou a falar com uma voz anasalada.
-Eles não são
namorados. –cortou o irmão.
-Tanto faz.
–retrucou o outro antes de prosseguir. –Ela me beijou e o outro apareceu lá do
nada, arrancou-a de mim e me bateu.
-Só isso?
–perguntou Anthony.
O
ensanguentado abriu a boca para falar mais alguma coisa, porém se calou quando
a garota voltou carregando uma caixa de primeiros socorros. Ela sentou-se ao
lado dele, embebeu uma toalha em uma vasilha de água que eu não a havia visto
carregando e a colocou delicadamente sobre o nariz do rapaz, limpando o sangue
seco. Repetiu o processo várias vezes, até ele ficar de rosto limpo.
Não consegui
ver muito que acontecia, já que o irmão tapou parcialmente minha visão. Alguns
minutos depois, ele saiu da minha frente e declarou:
-Ele não
quebrou o nariz. O que ocorreu foi uma dilatação dos vasos sanguíneos devido ao
calor. –pigarreou. –E outras coisas. Voltando, alguns desses vasos sanguíneos
se romperam devido a colisão.
olhou para ele com face extremamente confusa. Não sei se era burrice ou pelo
estresse que provavelmente sentia, mas era óbvio que ela não havia entendido
uma palavra sequer do que ele havia dito.
-Algumas
veias do nariz dele estavam sensíveis e estouraram quando ele levou o soco.
–explicou novamente, revirando os olhos. –Não é nada grave, tanto que o ar
condicionado daqui da sala está ajudando as veias a se retraí... diminuírem.
-Eu sei o que
é retrair! –exclamou a garota, parecendo ofendida.
O irmão
apenas deu de ombros e riu.
-Ok! Tenho
que voltar para a festa! –e saiu pisando duro.
O desespero
me tomou conta por alguns segundos. Ela estava vindo em minha direção, eu seria
descoberto!
Aprumei-me e
alisei o terno, fiz pose e comecei a andar elegantemente para longe dali. Pouco
tempo depois, vi uma
raivosa passar por mim, sem me dispensar a mínima atenção.
Sorri para
mim mesmo. Tudo ocorrera melhor do que planejado, a sorte estava a meu favor.
(Continua...)
N/a: Essa é uma note unusual, onde
comentarei brevemente o capítulo e depois contarei o motivo do atraso que é um
tanto pessoal.
Bem, vamos
lá!
Como sempre
pergunto: o que acharam? Preciso de sua opinião.
Esse capítulo conta apenas parte da festa de aniversário da nossa PP. Ainda tem muito mais por vir e muitas coisas vão mudar a partir do próximo capítulo.
Esse capítulo conta apenas parte da festa de aniversário da nossa PP. Ainda tem muito mais por vir e muitas coisas vão mudar a partir do próximo capítulo.
Esse “Desconhecido”
esteva aí o tempo todo, porém bem escondidinho. No final descobrirão quem é,
porque agora nem imaginam! Kkkkkk’
E a reação o
Tay, o que acharam? Ele estava estressado por alguns motivos, depois ouviu
aquilo... Acabou descontando em quem não deveria. O que será do nosso casal principal
agora? Façam suas apostas!
Quanto ao
capítulo, os comentários acabam por aqui.
Motivos do atraso:
Sinto muito,
muito mesmo pelo atraso. Sei que disse que ainda tinha 15 dias até minha vida
ficar corrida, mas estava enganada. Passei por uma semana muito corrida de
médicos e aulas de inglês, acabei não tendo muita cabeça para lidar com minhas
fics.
Logo depois
comecei um curso pela manhã, voltei às aulas a tarde e muitas vezes tive aula
de inglês a noite, tirando as aulas dos sábados! Escrevi nos intervalos entre
as aulas, mas o progresso era lento, havia muito a aprender. Aí veio a semana
bombástica, fui pisada, chutada, perdi parte de mim para através da morte de...
Bem, eu perdi. Foi muito difícil, foram semanas pesadas e que quase sucumbi a
certa doença de novo.
Mesmo fazendo
mais de um mês, ainda não superei. Nunca superarei, penso eu. A morte não é dura
para quem vai, mas para quem fica, pois esses são os que mais sofrem.
Acabei me
distanciando de tudo, mas agora voltei e voltei com tudo! Dedicarei meu tempo a
estudar e escrever, escrever muito! Minhas fics, meu livro, poesias, a vida...
Mas não pensem que os capítulos vão sair rapidinhos, não. Kkkkkkkkkkk’
Me dedicarei a uma história por vez, um capítulo por vez, então pode demorar um pouco. Mas não se preocupem, não abandonarei vocês.
Me dedicarei a uma história por vez, um capítulo por vez, então pode demorar um pouco. Mas não se preocupem, não abandonarei vocês.
Espero que
compreendam.
Beiijos e até
os próximos capítulos.
Uhuuuuu!!! C&B voltou com tudo... ebaaaaaa!!!
ResponderExcluirCamy, que capítulo esplêndidooooo!!!
Estava com tanta saudade de dar uns pegas nesse Tay... mas a saudade foi compensada com louvor... minha nossa "senhora das pervas" (liga não... ¬¬ estou meio empolgada aqui... hehehehe)
Deixa eu me estabilizar e voltar ao que interessa. rsrsrs
Pelo visto os pesadelos ainda perseguirão e muito a PP, não?! Hum, ainda acho que teremos sérios problema quanto a isso. ¬¬
Eita, Taylor levou a PP para tomar café com a família?! Uhuuuuu!! Foi hilário demais e tenso também. srrsrs
Meu sogrinho disse que eu sou para casar... ain, já conquistei o sogro, isso é bom, muito bom!! :)
Makena é uma perva de primeira... rsrsrsrs não perdeu tempo e apreciou com vontade os massagistas. rsrsrs Essa garota sabe o que é bom. hehehehehehe
E mesmo querendo manter distância daquela perdição do meu moreno, a PP não consegue e cai nas graças da perfeição... também quem consegue resistir? ¬¬ Missão impossível, completamente impossível. rsrsrs
E eu sabia que essa camisinha estourada iria dar confusão... ai, ai, já estou vendo tudo...¬¬
Camy, você mais uma vez arrasou no capítulo.
Amandoooooooooooooooooo demais, demais, demais!!!!!
Bjssss e até o próximo!! Estarei aguardando ansiosamente como sempre.
EITAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA NOSSSAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!! Ui, to quente, to quente, to quente... minha cabeça ta zonza. TTudo por causa deste final. E um pouco pelas reações explosivas da pp tbm, mas taaaa legaaaalll...
ResponderExcluirO "tomolhada e istoébom" me aqueceu aqui mulhere!
Ounnnn... eu amei o começo, foi tão fofo, foi tão meigo, eles fizeram um casal tãooo lindinho.... ai, e ele lá, nú?? me consolando?? Oh, céus! to tendo pesadelo aqui, cade um Tay nu e gostoso pra me acordar, cadê???
kkkkk... E que coisa foi aquele coffe break familiar hã? Gente, a família me aprovou ou foi impressão minha? Simpatizei com o sogrão quando ele falou aquilo da Lilly, aquela taturana piriguete! É isto aí sogrão!
E por ultimo esta cena maraaaa de pegação! Mas viu, a pp vai ficar grávida?
E o que vai acontecer com a criança da Hanna? (é assim o nome da lambisgóia?)
Bem que a lambisgóia e sua gravidez podia ser uma fraude né?
E fico me perguntandoooo o que vai acontecer depois do prazer... a pp vai dar a loca e esnobar o gostosão novamente? Uiiii... pensa Tay, seja inteligente pra não me deixar escapar de jeito maneira!
Ai, ai... como é bom conseguir comentar!
Nos vemos na próxima, vc com mais um capítulo e eu com minhas pirações no comentário! hahahaha...
Bjssss e posta mais!
Camyyyyy querida você quer que eu entre em combustão!!!!! Serio que Cap. ótimo!!! To ansiosa por mais!!
ResponderExcluirAgora eu não vou dar a louca e esnobar o Tay não né! Pow ele esta todo fofo com ela se preocupando consolando dando provas de que me ama e eu não vou abaixar a bolinha e passar por cima desse orgulho idiota não? Deh to contigo nas suposições!!! Bjos esperando mais um Cap. ansiosamente!!!!!!!!
Adorei o capitulo. A ultima parte então, nossa! quero ver quais são as consequencias que Taylor e eu vamos enfrentar depois.
ResponderExcluirbjss
Que saudade de CB que eu tava, hum posso dizer que valeu apena ter esperado o tempo que esperei, por que esse final, ha esse final...
ResponderExcluirHum, que consequencias serão essas, me deixa pensar, um serzinho moreno de olho castanho?
Tava doida para ver o que ia acontecer nesse SPA, adorei oi café da manha com a familia dp Tay, e o conselho que o pai dela deu tomara que ele preste atenção nele e que no fim tudo de certo, esse casal é tão lindo...
Vou esperar pela proxima atualização, e para ver o que vai acontecer.
Beijjos
EEEEEEEEH. C&B voltou bombandoo .. Que retorno mais que legaal .. kkkkk . Essa SPA vaai dar o qe falar hein .. Em poucoos diias ja deu pra fzer tdo isso imagina só em mais alguns ... E u estou reclamando ?!?!?!? NAO. EU ESTOU É ADORAANDO. Tomara que o Taylor siga o conselho do pai hein. To curiosa pra saber se eles vao se reconciliar pra valeer . Uii ...Vamos ver nos proximos caps.
ResponderExcluirBeijooos
Qndo eu li q a camisinha estourou eu sabia que ia dar merda! A sua nota só me confirmou isso hahahahaha
ResponderExcluirAdorei esse capitulo! Desde o momento fofo do pós pesadelo até o final mega gostoso hahahaha
Eu estive relendo os capitulos anteriores e percebi uma coisa, td o q aconteceu com os dois foi durante uma semana(ate a festa do trailer lá), levando-se em conta que o Taylor pegou a bitch da Hannah no meio disso, é IMPOSSIVEL que o filho seja dele... Ela pode até estar gravida, mas não é dele. A menos q eles ja tenham se envolvido alguma vez antes...
Quero ver o q acontece! Estarei esperando ansiosamente! Bjos
Que saudades dessa Fic e eu ainda demoro pra vir comentar ne?! Háha
ResponderExcluirDesculpa.. Não era pra demorar tanto!
Taylor sempre tão lindo, carinhoso, amoroso!! Mesmo ele, as vezes, deixando a gente com raivo.. Adoro ele!!
E que café da manha em.. A PP já conheceu ate os sogros!! Háhaha
Muito fofo tudo isso...
E espero que o Taylor escute o pai dele e que ele tambem pare de fazer burradas e magoar a PP!!
Quando que a PP vai parar de negar e assumir que gosta do Taylor e que esta apaixonada por ele?!
Se bem que suas ações não condizem com seus pensamentos!! Háha..
É isso que a trai... Rs'
Quente.. Foi quente esse momento deles!!! E como o Tay esquece a camisinha?! Se não fosse a PP...
E ainda mais a camisinha estoura e vai ter confusão por causa disso?! *o*
Já to curiosa pra saber...
Espero que a Gabi e a Makena ajudem esses dois a verem que se amam e não vive sem o outro!!
Por mim não tem problema em você postar uma vez por mês.. Já que tambem esta dificil de ler... Tambem por causa do vestibular e final de ano!!
Aguardo ansiosa o proximo capitulo!!
Kiss Kiss
Omg!!!
ResponderExcluirNão acredito que o Tay foi capaz de mais um absurdo desses. Ahhhhhhh, que ódio monstruoso...
E tudo começou tão maravilhosamente bem. Puxa! Aquilo que é massagem, eita nós!! Estou sem fôlego até agora... ¬¬
E quando tudo parecia que iria ficar bem... pronto, aparece a vaca com sobrancelhas de taturana. Isso é carma viu?! Só pode!
Ain, Camy, você me deixou com o core apertadinho, apertadinho. :(
Mas pelo menos eu tenho o consolo da família Lautner, eles realmente gostam da PP. :)
Amandoooooooo demais, bjssss!!!
é a terceira vez q tento postar....
ResponderExcluirCamy, o q foi isso, passou um furacão por ai? aqui passou um chamado Taylor, e vou usar as palavras deles NO FINAL DA TRANSA: 'O MELHOR' kkkkkkkkkk
essa Lily heim, vaca, magrela, fdp! pronto falei.
essa ficada sem camisinha, hum... sei naum!
Bjo
Não vai postar mais ?? To amando o fic quero mais Parabéns pelo trabalho
ResponderExcluirNao consigo acreditar em como o universo parece conspirar pra atrapalhar o casal... PQP! Essa vaca taturana traidora e com mal gosto tinha que aparecer? O que foi? o Efron nao foi suficiente??? Sai pra lá, fuba!
ResponderExcluirE o Taylor nao consegue ter uma reação decente...Ele é homem, ele é forte! Tirar uma garota magrinha de cima dele é super facil... Aff! Esse Taylor ta mto molenga pro meu gosto! Atitude, rapaz!!!!!
Louca por mais Camy! Posta mais
Ai Meu Deus!Nem sei o que dizer... Putz essa Lily... Não gosto dela nunca gostei!!! Ela só trás problemas!!! Taylor cade você? Não, porque esse molenga ai que fica olhando o ouro escorrer pelos dedos não é o Taylor que eu conheço. Não mesmo!!! Bom espero que rudo se resolva logo né!!
ResponderExcluirPosta mais logo Camy to esperando ansiosamente!!!!
Ow q me deeu uma pena do Tay agoora! Coitado, nada nunca dá ceerto com ele a PP. Por isso qe nunk gostei dessa Lily até aki na ficção a garota faz merda ! Essa meniina só tras problemas. Poxa viida . To esperando eles se acertarem. Posso dizer qe adorei a personalidade do pai do Tay. Demais. Essa última frase dle foi tudo.
ResponderExcluirPosta mais Camy, fiqueei com saudade da fiic.
Beijoos !
=D
Amei Amei Amei
ResponderExcluirVai ser quando os proximos capitulos, eu e minhas amigas estamos anciosas !!
ResponderExcluirParabéns :)
ResponderExcluirPor que vc ñ posta agora no mês de Janeiro os outros capitulos ♥
ResponderExcluirEssa foi uma das melhores historias que eu ja li na minha vida !! Nossa o Taylor tá super apaixonado e a pp tbm ñ vejo ah hora de ler os proximos capitulos..Pra ver o q vai acontecer.Meu sexto sentido diz que ela vai engravidar, e que o filho q a Hanna ta esperando ñ é do Taylor...Ñ passa de uma farça...Omg!!Por favor poste logo ñ aguento mais de curiosidade:))Bjs
ResponderExcluirA sua criatividade e simplismente De mais ..Eu mostrei essa historia a minha amiga e ela amou ..Ela ainda leu as outra mais ela disse que essa foi linda de + kkkk Concordo com ela foi incrivel..Poste logo s outros capitulos Parabéns...
ResponderExcluirEu to OLHANDO A HISTORIA TODO SANTO DIA DESDE O INICIO DO MES , EU QUERO SABER O RESTO MAS VC Ñ POSTA POR FAVOR POSTE LOGO ♥ e pAREBÉS
ResponderExcluirEu to OLHANDO A HISTORIA TODO SANTO DIA DESDE O INICIO DO MES , EU QUERO SABER O RESTO MAS VC Ñ POSTA POR FAVOR POSTE LOGO ♥ e pAREBÉS
ResponderExcluirPosta Posta Posta LOGO OS OUTROS CAPITULOS
ResponderExcluirVai postar quando os outros capitulos?
ResponderExcluirParabéns
ResponderExcluirPosta Posta Posta ...kkkkkk Amei As mina pirando em 321 Parabéns !! Esse Taylor Muitoo gatoo kkkkk
ResponderExcluirAmei
ResponderExcluirQuando vc postar os proximos capitulos manda vc vai mandar o link pro tlm?? Que nem mandou da outra vez
ResponderExcluirHistoria Linda
ResponderExcluirEpero q a pp engravide dele ....
ResponderExcluirAnciosa
ResponderExcluirñ vejo a hora de vc posta logo
ResponderExcluirEsperandoo o resto, tão louca de ansiedade, é esse mês né??
ResponderExcluirOMG A PP nao ta muito bem..... mais o Camy Quando vai sair a outra parte da fanfic eu to muitissimo ansiosa para ver o final dessa historia manda logo o link para a outra parte bjs Amy
ResponderExcluirCamy continua logo por favor, adoro a sua fanfic!!!
ResponderExcluirMinha nossa, essa fanfic é TUDOOOOO DE BOMMMM, flor continuaPOR FAVORRRRR, super anciosa .
ResponderExcluirMuler posta logo os proximos capitulos (diretamente de al ,tou louca pra ver o resto0 ,vc é muito talentosa parabéns
ResponderExcluircaramba esse capitulo foi emocionante cara espero que a proxima temporada seja melhor ainda parabens a autora!
ResponderExcluirComo foi fofo a cena com meu irmão e minha família, foi simples e perfeita, todo o cuidado que ele teve para comigo, só mostra o quanto somos unidos e nos amamos ao máximo.
ResponderExcluirE de volta os pesadelos, omg, isso é problema a vista com certeza. ¬¬
O capítulo também mostrou o quanto eu e minha amiga somos unidas, praticamente irmãs, é tão bom ter amigos que possamos contar, mas pelo visto já vi que elas terão problemas com uma certa Samanta. ¬¬
Agora, ela tinha que ver o Tay com a biscate e sua gravidez?! Nuss, isso foi realmente o fim de um relacionamento que ainda nem bem começou, affs!! E pelo visto já temos um sinal de que algo está mudando no corpo da PP... hum, o que será, heim?!
A PP jogou um senhor balde de água fria no meu moreno, mas agora depois de tanta canalhice ele terá mesmo que rebolar para conquistá-la de volta. Quem mandou não dar um chega para lá na lambisgóia da Hanna... agora aguente as consequencias. u.u
Amandoooooooo demais, demais!!!
Bjksssss!!!!
Adooooro !! Confesso qe estava com saudades de CB . Dessa richa do Taylor com a PP kkkkk ás vezes fica até engraçado . kkkkkk . Adoreei esse confronto da PP com ele lá no hospital. Ela bem qe podiia fzer a Hannah lamber o chao um dia desses HAHAHAHAHA, eu particularmente iria adora ! kkkkkkk . Será qe dpois dessa lição qe a PP deu ao Tay ele põe um pouco de juízo na cabeça ! Ainda tenho certeza qe esse bb nao eh dele, mas ... o qe se pode fzer !? =/
ResponderExcluirBeijoos Camii e até prox Cap. !
A quanto tempo eu não apareço por aqui?! Acho que muito em!! Peço desculpas Camy!! A culpa não foi toda minha.. Parte dela é da falta de tempo!
ResponderExcluirAntes tarde do que nunca, não é?! E eu vim aqui ler e comentar o capitulo 14!!
Que digo que o final foi tenso!!
Taylor não dá uma bola dentro!! Quando eu acho que tudo vai se resolver e ficar bem.. Acontece algo!!
Um dia é a Hanna e no outro a Lilly!! Tay tem uma pessima escolha pra mulheres!! Menos a PP, é claro!!
Essas mulheres que só sabem ficar no pé!! Ohh Odio!
Tadinha da PP!! Tanto medo pra se entregar e quando se entrega, acontece isso!
Vai chegar uma hora que ela não vai aguentar!! Seu coração foi partido em muitos pedações.. Vai ser dificl o Tay conseguir refaze-lo!
E vai ser dificil o Tay conseguir a confiança nela novamente!!
Ate seus pais veem isso!
Mas mesmo assim eu fico com dó do Taylor!
Em partes ele não tem culpa dessas mulheres ficarem em seu pé e de ser tão lindo!!
Amei esse capitulo!
Em breve volto para ler o capitulo 15!
Beijos Camy'
Wow!! Um dia que era apenas para aproveitar o sol e o dia com o irmão, teve mais que apenas conforto e diversão. Nossa PP sentiu um dia e tanto de adrenalina pura.
ResponderExcluirEncontrou nos olhos verdes, mais um bom protetor, diga-se de passagem. E deveria tê-lo escutado e ido ao médico antes, assim evitaria uma perna fraturada e toda aquela tensão com o tubarão. u.u
Adoro vê-la com o irmão, são tão unidos e amor entre eles é irradiado a quilômetros. E agora a raiva que ele tem do Taylor acho que será aumentada em dobro. rsrsrsrs
Omg, lá vem um baby a caminho. ^-^
Como será que a família dela e o Tay reagirão ao saberem? Louquinha para descobrir.
Amandooooooo demais, demais!!!
Bjksssss!!!!
Com a reação dela a comida e o desmaio eu já sabia. Mas, realmente foi bem arriscado surfar com uma criança no ventre, hein... Olha a ideia de girico kkkkkkk
ResponderExcluirE essa parada do tubarão, vei? A pessoa quase morre...
E esse Ethan hein? Super interessante e ironico o fato dele ser o Jude em pessoa hahahahaha Damien e Jude na vida real... Eita q essa PP ta vivendo msm como a Ever hahahahahha
Agora a coisa mais ironica de todo esse capitulo é o fato que ela e o Taylor se separaram pq a vaca da Hannah se diz grávida de uma filho dele, e agora é a PP quem ta gravida kkkkkkkkkk
Ô vida miserável, viu kkkkkkkkkk
Posta mais plis
Minha primeira reação ao terminar de ler o cap. foi: AHHHHH! é eu sei exagerada... mas foi fazer o que? *encolhendo os ombros* To adorando a Fic! no inicio do cap eu já sabia que a pp estava gravida! Cara como o Tay vai reagir? Eu acho que ele vai ficar em choque no primeiro momento mas vai amar a noticia!! os pais da pp? acho que vão ter a mesma reação do pai da criança mas, que podem ficar meio contra a situação! a mídia? vai cair em cima com certeza. agora o resto é só lendo pra saber então por isso eu te peço Camy... Posta logo!!! não me faça esperar!! bjos e até a próxima!
ResponderExcluirPerfect...Amandoo a fic, posta logo os próximos capítulos Gata
ResponderExcluirAmeii estou acompanhado a historia ..Posta logo os próximos capitulos
ResponderExcluirPerfect...Beautful
ResponderExcluirAmando a fic , posta logo a fic super ansiosa para os próximos capítulos ;
ResponderExcluirAmando a fic , posta logo a fic super ansiosa para os próximos capítulos ;
ResponderExcluirAmando a fic , posta logo a fic super ansiosa para os próximos capítulos ;
ResponderExcluirAmando a fic , posta logo a fic super ansiosa para os próximos capítulos ;
ResponderExcluirAmando a fic , posta logo a fic super ansiosa para os próximos capítulos ;
ResponderExcluirAmando a fic , posta logo a fic super ansiosa para os próximos capítulos ;
ResponderExcluirAmando a fic , posta logo a fic super ansiosa para os próximos capítulos ;
ResponderExcluirAmando a fic , posta logo a fic super ansiosa para os próximos capítulos ;
ResponderExcluirAmando a fic , posta logo a fic super ansiosa para os próximos capítulos ;
ResponderExcluirque dia vc vai postar o novo capitulo em ???????????????????????????????
ResponderExcluirPor favor atualizar logo *-*...
ResponderExcluirNossa, estou amandoo essa Fic *_*
ResponderExcluirPosta logo o proximo capitulo por favor! Estou muito curiosa !
Bjos :*
Cade o proximo cap????
ResponderExcluirAhhhhh que vontade de esganar a Hanna. Argh!!! Que ódio dessa vaca.
ResponderExcluirTinha que aparecer e estragar tudo. ¬¬ Espero que para desgosto dela a PP não volte atrás e que conte logo ao Tay que espera um baby. *o* Ain, tenho certeza de que ele vai amar essa notícia e a lambisgóia da Hanna vai surtar de raiva. u.u
Omg, que cachorrinha mais linda, também quero uma. *o*
Realmente, ás vezes uma pequena coisa, ou um pequeno detalhe em nossa vida pode mudá-la totamente. A falsa barriga fez a PP enxergar coisas que até aquele momento não passavam de meras circunstâncias da vida. ela sabia o que eram e o que significavam, mas era tudo superficial. Agora não, agora ela está vivendo a gravidez e tenho certeza de que sua vida vai se abrilhantar ainda mais depois disso. ^_^
Amandooooo demais, demais!! E torcendo para que tenhamos mais um capítulo logo.
Bjinhossss!!!
Amei, ai e aquela idiota da hannah
ResponderExcluirestá de parabéns bjão acompanhando
Surfista bonitão, gravidez, fuga de tubarão... E o que vem a seguir? Ela bem que podia ter dado uns pegas nos "olhos verdes". rsrs E aquele sentimento da onda vindo, Camy? Tá querendo pagar de filha de Poseidon, garota? hhueheuheueh
ResponderExcluirO Anthony podia ter um romance com a Gabi, né? kkkk
Você sabe quem comentou, Tuco. ;)
Ahhhhh! Que lindo!! Amei o Cap. Só não gostei de a pp não ter contado a verdade pro Tay!
ResponderExcluirEla tem que contar!! o Tay vai AMAR a noticia tenho certeza! e sim ela vai contar, tem que contar! A fic ta cada Vez melhor! Espero ansiosamente pelo próximo cap. Posta mais bjos!!
Affs! Essa Hannah sempre tem q atrapalhar... q odio! Justamente agora q a PP ia contar pro Tay do bebw...Acho q depois dessa, ela vai desistir =/
ResponderExcluirPosta mais logo, bjs
Amei amei amei vc merece um oscar Taylor danadinho com ciúmes adoro, eu tenho uma vontade absurda de dar na cara da hannah atrapalhando a nossa pp vey
ResponderExcluirGente... Quanta violência! Kkkk'
ExcluirMas verá, Hannah terá o que merece.
Só acho q a Hannah merecia mesmo uma porrada! u.u Falo mermo! Que ousadia entrar na MINHA festa, e dar showzinho... Eu fiquei bem assustada com a reação do Taylor sobre o bebê...Mas, ainda bem que ele se redimiu... Alias, O QUE FOI AQUILO DELE CHAMANDO ELA DE EVER? *-------------* Derreti total! E aquela dança "do ventre" na pista? hahahaha Eu confesso que fiquei semi-dançando aqui na cadeira hahahahha me julgue! E esse Dylan hein? Interessante... E esse desconhecido? WTF? Alguém armando contra os dois, é isso? Que motivos alguém teria, além da Hannah pra querer impedir o casal? Estranho... Muito estranho. Posta mais logo, bjs
ResponderExcluirQuanta violência! Kkkkkk'
ExcluirÉ, ele chamando ela de Ever foi "how cute". E Taylor não é muito romântico, mas mais momento vem por aí!
Quanto a dança, para mim é super normal dançar do nada, então... Kkkk' Enjoy it!
O desconhecido é alguém próximo, só o que digo
Beiijos
Aleluia! Aleluia!..... Ela contou!!!! É eu meio que acertei na reação do Tay!!! Só não previa o pequeno surto do nosso ator preferido!! A vaca da Hannah tinha que aparecer né? Fala serio! Cara como a pp conhece tanto cara bonito? É porque pelo que é descrito na fic todos os amigos, ficantes, ex- ficantes, namorados, ex- namorados dela são uns deuses gregos, americanos, britânicos etc...
ResponderExcluirTo amando a fic!! Posta mais Camy! E por favor...(eu entendi o porque da demora mas......) vê se não demora tanto de novo.... Ook? Estarei esperando ansiosamente por mais principalmente agora com esse pov. desconhecido... Bjos e até a próxima att!!
Ela não conhece tanto cara bonito assim. Até porque o Dylan é normalzinho :/
ExcluirO Tay mais do que amou a notícia, porém está preocupado e agora está mais ainda... O que será que ele sabe, hein?
Vou tentar, começar a escrever a partir de sábado.
Beiijinhs
Céus, capítulo bombástico e cheio de reviravoltas.
ResponderExcluirNossa, por pouco minha mamis não abre o bico, mas de um jeito ou de outro a verdade chegou aos ouvidos do Tay. :\
Ain, e ele reagiu de uma maneira bem estúpida, realmente aquele não era o Tay que conhecemos, com certeza estava muito, muito estressado e ficar sabendo daquele jeito da gravidez foi o fim da picada. u.u
E tudo estava indo tão bem, até o anel... *o* Que coisa mais linda! Minha mamis podia ter deixado para falar do bebê depois, né?! ¬¬
E dois convidados para lá de especiais chegaram. Ethan e Gabi?! Own que fofos!! Adorei!!
E o ex de volta?! Omg, espero que depois do beijo ele tenha mesmo entendido que não pode ter mais nada com a PP, se não, certamente será sofrimento na certa. u.u
Gzuis! Nunca vi o Tay tão agressivo. o.O Já chegou com tudo no espancamento. rsrsrs
Mas uma que merecia uma surra não levou. ¬¬ Affs, mais uma vez escapou de uns belos tabefes naquela fuça. u.u
Vaca, e ainda por cima vaca penetra. ¬¬
Hum, sabia que a vaca da Hannah tinha um cúmplice, só podia ser, já que sempre estava lá para atrapalhar. ¬¬ Que ódio!
Agora quem será? Hum, louquinha para saber. :3
Amandooooo demais, demais!!!
Bjinhossss!!!
Mãe é mãe, né? Sempre fala mais do que deve ¬¬'
ExcluirKkkkkkkk'
(Que minha mãe não leia isso :p)
Digamos que o Tay está sabendo mais do que revela, então está ficando muito estressado, preocupado...
O Dylan chegou para marcar a história. Ele vai ser muito importante, apesar de aparecer pouco.
Quanta violênciaa!!! Todo mundo querendo espancar a Hannah! Kkkkkk'
Só lembrando que o bebê dela não tem culpa.
Só rindo do "Vaca de Penetra"
E... Hannah tem cúmplice, ou ela é cúmplice?
Hmmmm, esse desconhecido é alguém próximo, muito próximo.
Beiiijos, Binhaminha!
Amo essa fic, posta o proximo cap logo nao me castigue com a demora por favor... bjs
ResponderExcluirOlá! Que bom que gosta da fic ^_^
ExcluirBom, como eu disse, posso demorar um pouco por motivos pessoais. Mas não se preocupe, o próximo capítulo vem.
Oi gostaria de saber aonde encontro a continuação??
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirFic muito perfeita *--, eu gostaria de saber quando que vai sair a continuação..
ResponderExcluir