13 de abril de 2013

Pandora by Samantha

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Prólogo

Meu corpo caiu com um baque surdo no sofá, eu estava atordoada e confusa.
– O que?!  repeti novamente como uma retardada e minha mãe me olhou receosa. Eu podia ver a tristeza clara em seus olhos.
– É isso mesmo, amor.  ela suspirou e eu torci para que ela não dissesse as palavras.  Você é adotada. Seus pais... Eles se chamam Charlie e Renné, eu tenho o endereço.  ela voltou com um papelzinho.  Eu sinto tanto por esconder tudo isso de você querida, eu só não queria perdê-la.
– Ela sabe disso, querida.  consolou meu pai olhando-me esperançoso. É claro que eu sabia, eu amava meus pais, não tinha do que reclamar, eles me criaram como eu sou, e eu era feliz, sempre fui, mais eitá lá... Vinte e cinco anos pra contar um segredo desses? É coisa de outro mundo.
 Eu...  eu não sabia o que dizer, estava atordoada, a notícia havia me deixado confusa.
 Você tem uma irmã gêmea... Isabella.  continuou meu pai, já que mamãe chorava em seu ombro como uma criança. Isso me abalou, mas eu prestei atenção no que ele dizia.  Ela se casou, há sete anos. Seu pai biológico...  ele engasgou na palavra e eu imaginei que estava sendo difícil pra eles também.  Ele nos pediu para te conhecer, coincidentemente, surgiu a proposta, para trabalhar no hospital de Forks, é lá que ele mora.  terminou e eu olhei chocada para o papel em minhas mãos.
 Eu... Por que eles me deram pra vocês?  para a minha surpresa, minha voz saía calma agora. Eu era conhecida por ser centrada, mesmo que na adolescência eu tivesse sido uma dessas rebeldes sem causa.
Beau se aproximou se enroscando em minhas pernas e eu acariciei sua orelha, vendo-o por a cabeça grande em meu colo e me olhar pidão, como se soubesse de algum modo meu estado de espírito quebrado.
 Parece que eles não podiam te criar, não tinham condições... Renné, ela era impulsiva. Eu a conheci, tinha só 17 anos, não sabia o que fazer ou como cuidar de dois bebês.  eu podia sentir a revolta na voz da minha mãe. – Então ela nos deu você e ficou com a outra criança, é o que eu fiquei sabendo quando ela apareceu aqui dez anos atrás. Disse que não queria vê-la.  se apressou em dizer, e isso de certo modo me magoou um pouco.  Só queria saber se estava bem, eu lhe disse que sim, e ela foi embora. Eu sinto muito amor, se eu pudesse escolher, você teria saído de mim, eu sinto como se fosse assim. Você sempre vai ser minha filha, mesmo se depois disso não quiser mais estar aqui...  choramingou mamãe, e eu assenti, mas bem, eles criaram a outra não é? Talvez tivessem se apegado mais a ela. Resolvi deixar a questão por baixo, eu não era mais nenhuma garotinha e não julgaria meus pais, poxa, eles me queriam tão bem, por 25 anos, mamãe ainda ia ao meu apartamento ver se estava tudo em ordem! Seria um maldito egoísmo ficar com raiva deles justo agora. Então eu me levantei, dei um leve sorriso e os abracei.
 Tudo bem, mãe, pai. Eu amo vocês, isso não muda nada. – eu sorri sentindo algumas lágrimas e eles envolveram meu corpo me apertando em um abraço.  Acho que vou para Forks, não é?
 Você não precisa ir se não quiser, ...
 Não. Tudo bem, mãe...  eu interrompi com um sorriso leve.  Eu acho até que vai ser legal, sabe? Mudança de ares, um hospital mais calmo sem plantão de 54 horas.  debochei com um sorriso.  Um pai que não me conheça o bastante pra me fazer revelar todos os segredos...
Eles riram, beijando minha testa.
– Nós estamos aqui, tudo bem? Volte para casa quando quiser. Charlie já está à sua espera, só precisamos ligar e avisar...  começou minha mãe chorosa.
 Charlie Swan é um bom homem, . Você vai ver. Pode me ligar quando quiser querida, e eu vou buscá-la no minuto seguinte.  meu pai abraçou meus ombros e eu passei os braços por sua cintura.
 Eu não tenho mais quinze anos, pai.  murmurei com o rosto em seu peito.
 Mas continua baixinha.  brincou ele beijando meus cabelos.  E você sempre vai ser minha filhinha.
Revirei os olhos me afastando, tentando não chorar.
 Vai ficar tudo bem?  perguntei.
 Tudo vai ficar bem.  respondeu ele com seu sorriso acolhedor.
Afastei-me dos dois, subindo para meu quarto, já que eu passara os últimos dois dias com a minha mãe, graças a uma reforma no meu apartamento. Nós morávamos em Toscana, na Itália. Eu era uma italiana de convivência, por se dizer assim. Toscana apesar do calor, era um lugar lindo e eu adorava a fazenda em que vivíamos. Mais meus pais do que eu, já que por causa do hospital, eu passava grande parte do tempo na cidade mesmo.
Nossa casa era enorme, mesmo porque tinha Jhon e Melissa, que sempre vinham pra cá nos fins de semana, junto com minhas sobrinhas, Sarah e Kate. Jhon tinha 34 anos, meu irmão mais velho super irritante. Ele é advogado, o melhor de toda a Itália, eu diria. Melissa é sua esposa, decoradora, ela é incrível e iria cuidar do meu apartamento. Jhon era muito parecido comigo na personalidade, apesar da falta de parentesco recém-descoberta. Seus olhos eram verdes e seus cabelos eram negros cacheados, era um homem forte, apesar de velho. Mesmo que não admita a idade avançada. Eu quase ri com meus pensamentos. Era como papai, meu pai, apesar dos 54 anos, era um coroa muito charmoso, altão, corpo bem definido, e por isso mamãe morria de ciúmes do velho. Ah, minha mãe. Ela tinha um sorriso lindo, sempre com um batom vermelho nos lábios, que por incrível que pareça, não a deixava vulgar, pelo contrário, combinava bem com sua pele branca e os cabelos ruivos alaranjados, diferentes dos meus, que eram meio avermelhados com uma ou duas mechas castanho escuro. Ah, euzinha! Meus olhos eram verdes, mamãe disse que era como os de Marie, minha avó biológica, já que por coincidência minha avó por parte de mãe era Mary. Eu era baixinha, terrivelmente baixa. Mas sempre me dei muito bem com os saltos, satisfazíamos um ao outro, sempre.
 Está pronta, amor?  perguntou Bee, minha babá desde sempre colocando a cabeça dentro do quarto.
 Vou tomar um banho, Bee. O táxi já chegou?
 Ainda não, querida. Pode ir lá, acho que será Juan quem irá te levar...
 Papai vai me fazer chorar.  revirei os olhos sorrindo e ela retribuiu.
Tomei meu banho quase como uma despedida, eu estava morrendo de medo do futuro. Uma coisa que eu nunca tive, eu não sabia o que aconteceria, como seria recebida, e já podia sentir as fofocas. "A última Swan perdida de volta à cidade". Quase ri da idiotice.
Depois de tomar banho, me troquei sentindo a textura da roupa de frio. Por incrível que pareça, Toscana amanheceu chuvosa. Bem, talvez ela estivesse me dando boas vindas para o enterro da minha vida antiga.
Ok, eu estava sendo dramática.
Depois de todas as malas arrumadas e cabelo e maquiagem ajeitados, eu resolvi descer e me despedir de mamãe e Bee, eu sabia que elas não iriam. Mamãe e Bee eram duas manteigas derretidas. Para meu alivio, Beau iria comigo, Charlie concordou, obviamente, e eu fiquei com dó que ele tivesse que aguentar um labrador bagunceiro e carente em sua casa. Eu me despedi de mamãe e Bee, então entrei no carro com meu pai.
 ?
 Hum?  eu olhava para a paisagem chuvosa da minha cidade.
 Volte para casa quando quiser.
 Pode deixar, pai.  eu sorri.
O aeroporto estava lotado, milhares de famílias e casais se revendo e se despedindo. Alguns chorando, outros sorrindo. Depois de algumas lágrimas, me despedindo do meu pai, e ouvi-lo fazendo mil e uma recomendações sobre perigos e tudo o mais, como se eu ainda tivesse 17 anos e tivesse fazendo minha primeira viagem, eu revirei os olhos, mas me mantive atenta as suas recomendações, já sentindo várias lágrimas em meu rosto. Eu ouvi o chamado do voo e segui em direção a área de embarque com o coração na mão. Eu não queria ir, mas lá no fundo eu sentia que tinha que ir. Então lá estava eu, na poltrona de um avião, indo em direção ao meu pai Charlie Swan, e meu novo cargo de chefe do hospital de Forks.


Capítulo 1


Assim que desci no pequeno aeroporto de Port Angeles, pude ver Charlie com uma plaquinha escrita "". Eu odiava meu nome, porque quem quer que tivesse escrito meu nome, enfiou esse "i" ai no meio. Mas não era só isso, eu odiava porque era doce demais, suave demais, e isso foi um dos fatos que não mudou na minha fase rebelde.

Charlie tinha cabelos castanhos com cachos, os mesmo que eu tinha nos meus cabelos ruivos, mas a diferença era óbvia, os de Charlie eram curtos. Ele tinha um bigodão, era meio estranho, acho que se ele tirasse, aparentaria uns 10 anos a menos, logo de cara, eu não pude negar que simpatizei com ele. Uma empatia forte, ligação de pai e filha talvez? Acho que não, Juan sempre seria meu primeiro pai, mas acho que Charlie podia ser meu amigo, meu segundo pai. Eu só estava meio velha demais para isso. Ao lado de Charlie tinha uma mulher. Sua pele era morena, os cabelos eram lisos, e ela tinha cara de mãe. Devia ser a esposa de Charlie. Tenho uma vaga ideia de papai ter me dito isso no aeroporto. Forcei minha mente a lembrar de seu nome, mas só o que me vinha a mente era o Su... As? Eu sabia que começava com S.
– Olá, Charlie.  eu sorri cordialmente assim que me aproximei com o carrinho. Veja bem, eu sempre fora uma pessoa extremamente extrovertida, mas acho que passar quase oito dias por semana dentro de salas de cirurgia afetou minha capacidade de interagir com humanos perfeitamente saudáveis. Charlie e sua esposa arregalaram os olhos, em sincronia. Quero dizer, foi assustador, eles me olhavam como se eu fosse o fantasma do natal passado.  Sou  completei quando nenhum dos dois se pronunciou. A mulher pareceu notar a indelicadeza, então me estendeu a mão com um sorriso acolhedor.
 Oh, querida. Sou Sue. Perdão, é que você é realmente parecida com Isabella...  murmurou, e parecia chocada, não entendi o porquê. Éramos gêmeas, não seria normal sermos iguais? Peguei sua mão acenando com a cabeça em concordância e ela continuou.  Charlie está velho, não ligue para ele. Deve estar chocado demais para reagir.  ela sorriu e eu forcei um sorriso, me sentindo meio deslocada no momento.
Se me incomodava o fato de ir pra uma cidade onde todos conheciam Isabella? É claro que sim! Todos reagiriam como Charlie e Sue e eu ficaria desconfortável. Eu estava quase entrando de volta num avião direto para Toscana, onde eu voltaria para meu hospital, para meus pacientes, meu apartamento, minha fazenda, e tudo ficaria lindo. Beau soltou um latido, nos tirando do momento tenso, e tirando Charlie de um torpor assustador.
 Beau! Caramba, eu me esqueci de você, garoto.  peguei a coleira na minha bolsa e tirei a enorme e pesada gaiola do carrinho, pondo-a no chão e a abrindo para Beau sair.
 Vem cá, paixão. Você não pode ficar solto aqui. Quer voltar direto para Toscana sem escala, é?  Beau soltou dois latidos e um muxoxo, parecendo realmente compreender a situação, então se aproximou sentando-se para que eu colocasse nele a coleira. Levantei-me novamente segurando a coleira de Beau com uma mão e o carrinho com outra.
 Bem... Charlie, Sue, esse é Beau. Meu labrador desde os meus 18 anos, né Beau? – Beau latiu para confirmar e Charlie sorriu, ele parecia a ponto de chorar e eu me perguntei se era saudade da filha ou se era por minha causa mesmo.
 Espero que seja feliz aqui,  ele disse com a voz meio embargada.
 Eu vou, Charlie. Obrigada, e me chame de – respondi com o mesmo sorriso cordial de sempre. Mamãe reclamava que eu parecia superficial demais às vezes, mas o que eu podia fazer? Eu não era lá uma garotinha de 16 anos para ficar rindo e sorrindo para quem me olhasse. Elaiá.
Charlie, no meio do caminho, — feito com um carro policial, — me contou que era chefe de polícia. Eu controlei todo o sarcasmo na ponta da minha língua e simplesmente o ouvi atentamente. Ele contou que não via Isabella, ou Bella, há 7 anos desde que ela havia se casado. Parece que eles só se falavam por telefone, e ele ainda não havia contado a ela sobre mim. Charlie contou que agora eles moravam em uma reserva indígena chamada La Push, e eu fiz uma careta mentalmente. Eu não era lá muito fã de mata desde que me perdera no acampamento escolar com Jhon aos 6 anos. Tudo bem, era só um acampamento fechado, mas com um irmão mentiroso de noite, acredite, qualquer um ficaria traumatizado também.
Ironia mesmo foi eu vir parar justo em Forks, onde tem mais mato que asfalto.
Sue e Charlie me contaram sobre Leah e Seth, os dois filhos de Sue, que Charlie também cuidava como se fossem seus. Percebi, quando perguntei a idade dos irmãos, que tanto Sue, quanto Charlie pareceram levemente incomodados, para logo depois responderem que eles tinham 21 e 23, mas essa foi a versão de Sue. Charlie disse algo como 24 e 26.
 Eu não sei nem mesmo meu aniversário.  ele murmurou, mas eu podia perceber a tensão ali, e isso me confundiu por um momento, mas eu resolvi deixar passar, eu simplesmente não forçava as pessoas a não me contarem coisas que elas não querem. Bom, não quando essas coisas não me envolviam.
Quando chegamos a tal reserva La Push, eu pude sentir finalmente um pouquinho de paz, foi uma estranha sensação de lar. Charlie me ajudou a tirar as malas do carro, enquanto eu mantinha Beau firmemente ao meu lado. Algumas crianças brincavam e eu podia ver que meu bebê estava louco pra ir lá, mas talvez elas se assustassem, então eu preferi não soltá-lo. Bem, eu estava redondamente enganada, assim que Beau soltou um latido atraindo a atenção das crianças, várias delas vieram até mim e ele, — mais ele — o rodeando, fazendo carinho, o abraçando, enquanto Beau parecia uma criança na Sorvetelândia.
 Como é o nome dele?  perguntou um garoto moreninho de 7 ou 8 anos com um sorriso enorme.
 É Beau.  agachei-me soltando a coleira de Beau.  Beau, se comporte, tá bem?  meu cachorro abanava o rabo, porém sentado, sem fazer movimentos bruscos, então quando o garotinho — o mais corajoso do grupo — se aproximou, Beau pulou em cima dele lambendo seu rosto. Eu ri junto das outras crianças, que agora se juntavam a farra, talvez vendo que meu cachorro era o mais dócil e bobão do mundo.  Sai, Beau!  chamei e Beau saiu do menino, eu me agachei ao seu lado outra vez, estendendo a mão para ele. – Você está bem?
 Estou. Ele é lindo!  sorriu brilhantemente e eu retribuí.  Sou Gabriel Uley, e aquela é minha irmã Anita Uley.  ele apontou para a garotinha de pele morena também, com sorriso cativante brincando com Beau. – E você, quem é?
 Muito prazer, Gabriel. Meu nome é...
Fui interrompida por um rosnado feroz, Beau latiu se pondo ao meu lado, e eu me levantei atordoada.
 O que ela faz aqui?  rosnou um cara alto e moreno se aproximando de mim, sua voz era feroz, possuía tanto ódio. Elaiá, mas eu mal cheguei e já estou atraindo louco? Olhei para trás procurando saber se era mesmo comigo, e sim, além de uma Sue e um Charlie chocados, um Beau nervoso rosnando, e várias crianças assustadas, não tinha ninguém mais além de mim aqui. Ele se aproximou segurando meus braços e me chacoalhando como uma boneca. – Eu disse que não queria você aqui!
 Hey, hey!  gritei tentando sem sucesso sair de seu aperto esmagador.  Ficou louco, meu filho? Me solta!
Ele parou parecendo atordoado e chocado, com os olhos arregalados e então olhou mais uma vez para mim, dos pés a cabeça e uniu as sobrancelhas em confusão.
 Beleza, parece que a encrenca que a outra Swan arrumou sobrou para mim.  resmunguei comigo mesma e ele pareceu mais confuso.
 O que?!
 O que, o que?!  repeti irritada cruzando os braços e mantendo Beau entre minhas pernas.
 O que, o que, o que?!
 O que, o que, o que, o que?  repeti como uma criança birrenta batendo o pé no chão.  Cada louco que me aparece, eu hein! – gemi em frustração.
 Eu... Quem é você?  perguntou novamente grosso, ok, acho que eu o preferia confuso.
 Madre Teresa de Calcutá.  foi minha resposta ácida acompanhada de um sorriso sarcástico.
O morenão começou a tremer. Só agora eu havia reparado, até que ele era gostoso, bem bonito. Pele morena, braços e traços fortes, usava jaqueta de couro, e uma camisa preta por baixo, jeans escuros e coturnos. Ele era o tipo exato que fazia ressuscitar em mim a -bandida-má-desandada-dos-infernos. Eu não podia voltar a ser rebelde, tanto ioga para nada? Poxa.
 Quem. É. Você?  perguntou como se eu fosse uma lesada, com os dentes trincados.
 Madre. Teresinha. De. Calcutá.  respondi lentamente destacando cada palavra com um sorriso irônico.
Ele jogou os braços irritados para cima e murmurou algo como, "Não é mesmo ela", eu bufei, por acaso ele estava me comparando com a encrenca Swan? Só pode.
 Oh! Ela é , Jacob.  então o nome dele era Jacob. A voz de Sue pareceu acalmar o grandalhão.  Ela é a irmã da Bella. É a nova médica do hospital de Forks.  acrescentou como se fosse um fato importante.
 Gêmea?  perguntou arqueando a sobrancelha.
Bufei.
 Não! Xerocada, idiota. Renné enfiou uma maquina lá na...
  ralhou Sue, e eu lancei a ela um olhar de desculpas.
O tal Jacob voltou a me olhar arrogantemente. Que seja!  trincou os dentes, me dando as costas com seu ar grosseiro.
 Qual é o problema dele?  perguntei me virando para Sue. Só pode ser falta de sexo. Pensei com um sorriso interno, se ele não fosse tão arrogantemente insuportável, eu até que podia resolver.
 Ele não gosta da Bella, ou gostava até demais.  quem respondeu foi outra voz, e um cara igualmente grande apareceu ao meu lado.  Sou Sam Uley. Seja bem vinda a La Push... – estendeu a mão com um sorriso amigável.
 Ah, sim.  eu sorri pegando a mão do pai de Gabriel e Anita.  Sou , e obrigada, Sam.
Depois de uma pequena e breve conversa de Sam com Sue e Charlie, todos entraram com as minhas malas, e eu preferi tomar um ar lá fora, inevitavelmente eu precisava de ar. Eu me sentia sufocando. Soltei um suspiro e me sentei no banquinho de madeira em frente a casinha.
 Ah, Beau. Eu quero ir embora.  lamentei e Beau soltou um muxoxo roçando a cabeça entre meus braços.  Quero voltar para Toscana e para meus pais.  continuei  Eu não quero ficar aqui.  concluí com um sussurro chateado.
Ouvi um barulho de galhos se quebrando, ergui os olhos para a floresta e tive a sensação de ver um grande par de olhos negros ali.

Capítulo 2


Eu entrei e Sue me instalou no quarto de Leah, o que fez o rosto da mesma formar uma careta de desagrado, mas acabar concordando sob o olhar mortal da mãe.
– Sue... Eu estava pensando em alugar uma casa...  comecei e tanto ela quanto Leah me olharam confusas.  É um pouco desconfortável ficar chegando às 3 da manhã, ou outros horários todos os dias... Por causa do hospital... Irei incomodar o sono de todos, além do mais, Beau faz muita bagunça.
 Você não precisa fazer isso,  foi Charlie quem me respondeu com uma cara desapontada.
 Você pode me visitar, Charlie.  disse com um leve sorriso.  Eu posso procurar algo por perto mesmo, eu já morava sozinha em Toscana... São velhos hábitos.
Ele pareceu chateado, e Leah me olhava meio confusa e suspeita, como se esperasse que eu abrisse os braços e gritasse que tudo era uma pegadinha e que eu ainda roubaria seu quarto, chutando-a para fora dele.
 Tudo bem, Charlie. já é uma mulher, ela precisa de seu próprio lar.
 Mas Sue...  começou Charlie, então Sue deu a ele um olhar, e eu fiquei surpresa pelo modo como eles conversavam tão bem sem palavras.  Tudo bem.  suspirou.  Você pode ficar com minha casa em Forks, ela foi reformada recentemente, íamos alugar, você vai gostar de lá.  ele sorriu por debaixo do bigode.– Eu posso pagar...
Fui interrompida por um som irritado de Charlie.
 Nem pensar, ! Ela é mesmo sua, não chega nem perto do que você deve ter com os , mas é sua também, já que Bella não voltará mais para cá...  sua frase que começou constrangida, terminou meio amarga.
 Obrigada Charlie!  eu abri um enorme sorriso, abraçando-o em impulso. Charlie pareceu meio assustado, mas logo retribuiu passando os braços por minhas costas.
 Eu que agradeço,  sua voz saiu baixa, só um murmúrio emocionado, mas eu constatei com surpresa que não me sentia estranha abraçando Charlie como meu pai assim. De certo modo, eu era muito sortuda, tinha dois pais, quando muitas meninas não tinham nem mesmo um.
Depois desse momento, Leah subiu para seu quarto e eu pedi a Charlie para me levar para sua casa em Forks, não se passavam das sete da noite, e eu fiquei feliz por poder finalmente descansar. Charlie começou a me contar sobre as reformas. Aparentemente, a cozinha que antes era pequena e sem graça, foi mudada por uma modulada, o que explicava os móveis arrumados tão perfeitamente que davam até um ar maior e mais claro na pequena cozinha. A maioria das peças eram em tons lilás e branco, igualmente as paredes, a sala era incrivelmente bonita, devo dizer, me lembrava os invernos de Toscana. Tinha uma lareira, tons marrons, e um grande tapete felpudo que Beau faria a festa. No andar de cima ficavam os quartos e o banheiro, eram dois, sendo um suíte, Charlie disse que mudou isso quando a empresa pediu, dizendo ter que valorizar o valor real da casa. Eu tinha que dizer, estava incrível. Meus apartamentos eram sempre muito impessoais, mas essa casa tinha um jeitinho de lar que me deixava em paz. Eu sorri confortando um Charlie que disse não ter comida ou produtos higiênicos na casa, mas que a eletricidade e a tv a cabo tinham sido religadas recentemente, avisou que o telefone e a linha de internet também estavam atualizadas, e logo eu poderia ir para o mercado. Eu assenti para ele, que foi embora, depois disso eu comecei a colocar as fotos nas paredes e os meus quadros com as fotos grandes da minha família. Eu sorri contente, seguindo para o andar de cima, o quarto com banheiro, onde arrumei meus próprios produtos, perfumes, e tudo o mais, assim como meu guarda-roupa. Então eu me joguei na enorme cama com colcha marrom e confortável.
– Eu gosto Beau, e você? – Beau deu um latido animado abanando o rabo e eu tomei isso como um sim.


-x-


– Emily, vem cá. Você precisa me ensinar a cozinhar isso! – eu disse enquanto comia o macarrão com molho de Emy, é claro que eu era boa na cozinha, mas caramba, o tempero da Emily era divino.
– Claro que sim,  ela sorriu limpando as mãos de Anita com um guardanapo.
 só está puxando saco pra comer uma segunda vez.  debochou Leah.
 Qual é, Lee? Não estraga tudo, poxa!  gemi frustrada e todos na mesa riram, exceto é claro, o Black. Ele me encarava mortalmente, e confesso, eu tinha um pouco de medo desse olhar. Era o mesmo que Lee me deu no início. Vou te contar, todos me odiaram logo de cara, o que quer que seja a encrenca-Swan fez, foi muito, muito ruim. Dois dias atrás Charlie ligou para ela contando sobre mim, devo dizer, foi estranho. Ela tinha uma voz bem bonita, mas parecia superficial, tipo, as vozes das aeromoças, que elas forçam a sair suaves. Sei lá, não me pareceu normal.
Estávamos eu, Lee, Seth, Kim e Jared junto com a pequena Alicia, Claire e Quil, Paul, Brady, e mais dois meninos que eu não havia decorado o nome ainda. A mesa estava fora do quintal de Emily e Sam, era uma mesa enorme, Billy Black e Charlie estavam sentados nas pontas. Sue sentada ao lado de Charlie, mas nas laterais. Observei animada todos rirem e contarem piadas. Depois de duas semanas aqui eu me sentia muito bem, principalmente por estar no meio dos meninos, eles não ficavam me comparando com Isabella, pelo contrário, eu até riam quando eles diziam que eu era muito mais "incrível" que ela. Pelo que ouvi, a garota devia ser um zumbi. Mas preferi manter para mim em meus pensamentos. Eu estava ao lado de Lee, e ela custou a me aceitar como "irmã", porque ao que parece, ela é a que nutria um ódio maior pela Isabella.
E quem levava a culpa? Euzinha!
Mas depois de uma conversa estranha em que Lee me pegou chorando por uma grosseria ridícula de Jhon por não ter me despedido, nós duas viramos amigas, e eu podia dizer, nunca, em toda a minha vida, eu tinha tido uma amiga como Lee. Observei Billy Black do outro lado da mesa, quando cheguei. Ele pareceu igualmente chocado como os outros, mas conseguiu disfarçar bem, dando-me boas vindas com um sorriso acolhedor. Fiquei surpresa por ele me tratar como , e não como "a gêmea da Bella", então como se ele lesse meus pensamentos me disse que eu era completamente diferente dela, por incrível que pareça, disse que minha personalidade sobrepõe qualquer tipo de semelhança física e logo todos perceberiam isso. Ele tinha razão, foi incrível o modo como todos passaram a me tratar e gostar de mim como .
Billy lá do seu lado da mesa me deu um sorriso e eu retribuí com uma piscadinha. O velho riu e Jacob olhou de mim pra ele confuso, então seus olhos pararam em mim, e ele ficou me encarando de um jeito estranho, quase como se estivesse lutando com ódio inexplicável que sentia por mim. Arqueei uma sobrancelha pra ele, e por incrível que pareça, ele me deu um sorriso, pequeno. Porém, era um sorriso, um entortar de lábios na verdade, mas já era muito se tratando do Black.
Eu retribuí com um sorriso torto e voltei minha atenção para a mesa, onde todos riam e faziam brincadeiras, é incrível como eu me sentia bem ali, meus pais passaram pela minha cabeça por um momento e meu coração se apertou de saudade, eu falava com eles todos os dias, mais ainda era difícil lidar com a distância. Eu me levantei da mesa pedindo licença e Beau me seguiu para dentro da casa. Beau sempre vinha comigo para La Push, eu começaria no hospital só em uma semana e meu carro havia chegado dois dias depois de me mudar para Forks, então eu passava grande parte dos meus dias na casa de Sue ou Emily, ou de Billy jogando conversa fora com o velho enquanto, por incrível que pareça, tricotávamos. Quem imaginava que o velho Black fazia tricô?
Sentei-me no sofá cruzando as pernas, como é que as professoras dizem mesmo? Posição de Índio. Disquei os números do telefone de casa, esperando ver se alguém atendia. Eu não sabia qual era o fuso-horário de Toscana para Washington, mas eu esperava não ter acordado ninguém.
 Residência  a voz de Bee soou formalmente do outro lado da linha.
 Bee!
  Bee tinha alguns relapsos de "", ela se esquecia do e simplesmente me chamava por esse apelido bobo e carinhoso.  Como você está, menina?
– Oh, Bee!  choraminguei.  Eu sinto sua falta, da mamãe, do papai, até do Jhon!
Bee riu do outro lado da linha.
 Todos aqui sentem sua falta, menina.
 Eu sei.  suspirei.  O pai e a mãe estão, Bee?
 Oh! Não!  ela disse e eu suspirei.  Eles foram jantar fora.  declarou em um sussurro.
 Ah sim.  entendi. Quando meus pais saíam para jantar, geralmente voltavam pela manhã com uma mamãe vermelha e um papai feliz da vida. Era nojento, sem dúvida.  Bem, então eu vou voltar pra festa lá fora.  Buonanotte, Bee.¹
 Ragazza! Buonanotte, ti amo. Si riguardi.²
 Sì, sì.³
Desliguei o telefone depositando-o no gancho outra vez e soltei um suspiro recostando minha cabeça no sofá outra vez. Meus olhos se fecharam e eu joguei meus cabelos sobre a guarda do sofá ouvindo somente as risadas lá fora e o ronronar de Beau em meu colo.
 Você é mesmo diferente...
Eu não precisei abrir os olhos para saber de quem se tratava, eu reconheceria a voz em qualquer lugar, me amaldiçoei por ter deixado meu coração disparar como louco.
 Sim, eu sou.  foi minha resposta em um tom duro.
 Sinto muito...  começou e eu abri meus olhos para ver se ele estava mesmo ali, e sim, ele estava. Um sorriso brincando nos lábios, e notei com pesar para mim mesma o quanto ele ficava incrivelmente lindo sorrindo. Mas seus olhos... Eu podia ver a dor torturada ali.
 Tudo bem, acho que ninguém aqui gostava dela.  murmurei fechando os olhos novamente, lutando com o impulso de gravar suas feições em meu cérebro o máximo que eu pudesse.
 Eu gostava.  ele disse de repente, e eu abri os olhos mais uma vez surpresa.  Eu gostava repetiu mais baixo e em um tom pesaroso, e eu senti uma pontada em meu peito. É claro que ele gostava, eu já tinha percebido o modo como ele me olhava, era como se implorasse para ser ela ali, e não eu. Ainda assim, pateticamente, eu me sentia tentada a puxá-lo para meu colo e fazer o possível para aplacar sua dor. Ele estava ali, sentado do meu lado, claramente lutando com sua própria dor, e eu queria mais que tudo curá-lo, eu queria em um sentimento desconhecido, tirar tal dor de seu coração.
 Tudo bem, Black.  sussurrei baixinho apoiando minha cabeça em seu ombro, ele não pareceu se importar e pegou minhas mãos, olhando por minutos para elas sem realmente ver, suponho eu.  Não sou como ela.  completei.
Eu não sabia bem de onde vinham essas palavras, mas eu sabia que as tinha que dizer.

N/A: Hey meninas, eu ia tipo, mandar o capítulo pra Nina essa semana, mas fiquei muito enrolada com as coisas da escola e tal. Bom, eu adorei os comentários, sério, muito obrigada gatinhas, *-* Bom, é isso, boa leitura. –q

Capítulo 3


— O que é que aconteceu entre vocês? — perguntei finalmente a Jacob enquanto destrancávamos a porta da minha casa. Que antes era de Charlie. Jacob se oferecera para me trazer em casa, e estranhamente, fizemos todo o caminho em silêncio. O que era perturbador. Eu não sabia o que se passava na cabeça dele e o deixava tão pensativo.
— Nós tivemos um tipo de... — ele pareceu procurar a palavra.
— Relacionamento? — arrisquei.
— Não exatamente — ele murmurou entrando e eu tranquei a porta enquanto acendia as luzes. — Eu me apaixonei por ela. — mesmo não sendo surpresa nenhuma não pude deixar de sentir um leve incômodo com a frase. — E ela por mim.
— O que aconteceu então?
— Ela estava apaixonada por outro também...
— Então ela o escolheu?
— Não antes de destruir meu coração. — ele respondeu amargamente e eu o olhei claramente curiosa, eu não forçaria a barra o fazendo me contar tudo, mas eu estava muito curiosa. Então ele vendo a curiosidade em meus olhos me puxou para o meu sofá, onde nos sentamos de frente um para o outro, e ele passou a me contar, exatamente tudo, desde o primeiro encontro, até o beijo na campina, - que revirou meu estômago, - contou-me sobre sua aparição no casamento dela, e depois mais tarde sobre o filho do marido que ela carregava na barriga. Ele pareceu engasgado quanto a isso e eu me perguntei o porquê. Então ele disse que a gravidez era de risco e eles haviam saído de Forks para uma cidade melhor equipada com médicos melhores. — Então eu nunca mais a vi. — finalizou.
— Até eu aparecer e você tentar me estrangular, é claro. — debochei tentando amenizar o clima tenso.
Ele pareceu envergonhado, mas ainda tinha um sorriso firme e meio cínico no rosto.
— Pensei que finalmente estivesse ficando louco.
Revirei os olhos.
— Não seja dramático. Bola pra frente sabe? — murmurei observando o fogo da lareira que eu acendera há pouco. Já devia passar da uma da manhã, mas eu não sentia sono, tão pouco Jacob. — Já faz sete ou seis anos?
— Sete.
— Sete... Então, já são sete anos. Imagino que ainda doa, mas ela não era o amor da sua vida... Se fosse teria dado certo. — continuei. — Ela era só uma adolescente idiota que era indecisa demais para saber o que realmente queria.
— Bella não era egoísta. — contesta ele e eu bufei por ele ainda defendê-la.
— É claro que é! Egoísta e burra. — a última palavra eu sussurrei só para mim mesma, qual é? Quem trocaria Jacob por qualquer um? Eu pelo menos não.
— O que disse?
— Nada! — malditamente, eu senti minhas bochechas ficarem quentes, há quanto tempo mesmo eu não corava? Que droga! Eu não queria me apaixonar por Jacob, primeiro porque era suicídio, ele sempre olharia para mim e veria Bella, e segundo, porque era patético se apaixonar pelo cara que sua irmã gêmea rejeitou, eu tinha que parar de me apaixonar pelos caras errados. Suspirei vendo que ele ainda me olhava interrogativo. — O que eu disse foi que ela era burra. — é claro que eu reformulei. — Você não disse que o cara era problema? Então, ninguém em sã consciência troca algo saudável por algo destrutivo, então você pode parar de se martirizar, ela era louca. Final da história.
Dei de ombros e Jacob deu uma gargalhada, era algo tão bonito e contagiante, que eu não me controlei e ri junto dele, depois de alguns minutos os risos foram parando aos poucos e ele permaneceu em silêncio, arrisquei dar uma olhada e ele estava me encarando fixamente, senti minhas bochechas esquentarem.
— O que tá olhando? — minha intenção não era sair tão rude. — Acho que uma foto duraria mais, só uma dica.
— Você cora. — ele apontou o óbvio.
Só com você. Pensei, porém não disse nada.
— Bingo, descobriu a América.
— E é sarcástica quando está com vergonha. — disse novamente.
— Oh, como ele é inteligente! — resmunguei irritada.
— E está com vergonha agora.
Eu corei ainda mais, se possível, e me virei fuzilando Jacob com os olhos, decisão errada. Ele estava tão perto que eu podia sentir o hálito quente batendo em meu rosto, seus olhos estavam pregados aos meus, e eu podia sentir uma pontinha de dor dilacerando meu coração, porque nunca teria futuro, isso entre Jacob e eu. Eu jamais teria certeza se ele estava vendo a mim, ou a Bella.
— O que está fazendo? — sussurrei baixinho.
— Eu não sei, . Mas eu sei o que está pensando. — respondeu ainda sem se afastar.
— Como pode saber? — minha voz saiu quase chorosa, e eu odiava o Black por isso. Eu era uma mulher, não uma garotinha.
— Eu estou aqui com você, . Não pense nem por um segundo que não.
Ele não me deu tempo para dizer algo, seus lábios tocaram os meus fazendo correr por meu corpo uma onda de eletricidade. Eu fechei os olhos inconscientemente ansiando por mais, porém, foi só um roçar de lábios. O telefone tocando me fez sair do transe em que eu me encontrava. Jacob ainda estava a minha frente. Olhei o relógio, eram quinze pras duas, quem ligaria a essa hora?
— Alô?
— Dra. ? — perguntou a voz anasalada do outro lado da linha.
— Sim, sou eu.
— Graças a Deus! Doutora, sinto muito, sabemos que o combinado seria a senhora começar no hospital só em duas semanas, mas houve uma emergência, e o Dr. Ranson simplesmente foi embora! Precisamos de uma Neuro e só há você na cidade Dra., não queríamos incomodar tão cedo, sinto muito...
— Tudo bem! — disse rapidamente cortando o falatório desesperado da moça no telefone. — Eu estarei aí em 30 min, tudo bem? Chame o enfermeiro mais experiente do hospital e diga a ele para começar os preparatórios.
Desliguei o telefone e abri a boca sem saber o que dizer.
— Tudo bem, vista uma roupa quente, está frio lá fora. — Jacob disse em um tom ameno, não consegui identificar nenhum tipo de sentimento em seu rosto ou sua voz, então assenti subindo as escadas indo em direção ao meu quarto. Peguei a roupa mais fácil que encontrei e desci as escadas encontrando Jacob já em pé.
— Como vai embora?
— Eu me viro, . Pode ir pro hospital. — ele deu um sorriso caloroso beijando minha testa. Então eu saí trancando a porta para mais uma cirurgia de 12 horas. Eu não queria me apaixonar, de jeito nenhum, não por Jacob e não por ninguém. Jacob era problema, eu sentia isso como um alerta vermelho piscando em minha cabeça. Ele era apaixonado pela minha irmã, irmã gêmea. Eu não sabia que podia lidar com isso, e isso era confuso, me deixava completamente paranoica.
Quando cheguei, o hospital estava uma loucura. Sinceramente, eu só vira pior em Seattle, foi o mais movimentado em que eu já trabalhara, mas hoje, o pequeno hospital de Forks não estava muito diferente. Fui até minha sala pegando o jaleco e colocando por cima da blusa, peguei minhas coisas e meu bip indo direto para a sala de emergência, onde me foi informado que o paciente estaria.
— Dra. Swan! — gritou um dos médicos, era gordo e velho, mas tinha uma cara simpática. — Sou o Dr. Gordon! Por aqui, venha. Senhorita Jensen? — a infermeira apareceu atordoada. — Isso, instrua a doutora Swan!
— Dra. Swan! — senti o impulso de corrigi-la, porém me mantive em silêncio. — É um prazer conhecê-la! O paciente é Nicholas Greyson, 42 anos, cirurgia para daqui a 35 minutos, um implante espinhal para controlar a dor da hérnia de disco. É alérgico a qualquer analgésico.
Adentrei a sala do paciente o vendo assistir algum tipo de filme pornô na televisão do hospital, eu quis arregalar meus olhos, mas me mantive impassível diferente da enfermeira ao meu lado que parecia que teria um ataque.
— O que é isso?! — perguntou a residente sob minha guarda entrando no quarto.
— Pornô. — respondi impassível. O homem soltou um "legal" e eu resisti ao impulso de revirar os olhos. Observei chocada a mulher do filme fazer algum tipo de contorcionismo enquanto a residente e a enfermeira entortavam a cabeça, creio, tentando entender o ângulo daquilo.
— Não parece confortável... — murmurou a residente loira.
— Não mesmo. — concordou a enfermeira.
Revirei os olhos bufando irritada.
— As duas, pro corredor, agora. — elas me olhavam chocadas e envergonhadas e então saíram correndo da sala. Suspirei, e lá vamos nós de novo. Deixei todos os problemas fora do hospital, era esse o problema dos médicos, cuidar dos outros e quase não terem tempo para si mesmos. Fui até a sala de raio-x procurando ver o estado do paciente, peguei o documentos ali em cima da bancada e analisei todos com cuidado. Eu tinha uma noite muito longa pela frente.



Capítulo 4


Cheguei a casa jogando os sapatos e tirando a roupa que havia ficado com cheiro de hospital. Já se passavam das duas da tarde, Forks estava nublada como de costume e a cirurgia havia terminado há pouco. Eu estava sentindo meu pescoço e meus braços cansados de estarem na mesma posição por horas. Eu estava sentindo todo meu corpo moído, dolorido e cansado. Eu necessitava de um descanso urgente. Possivelmente, eu tinha perdido o jeito para plantões, nem mesmo os de 48 horas acabavam tanto comigo, ou talvez eu estivesse psicologicamente fraca, o pior de tudo era a pressão familiar. Eles imploravam para que você fizesse milagre, quando não passava de uma mera humana. Eu sabia o quão era difícil estar do outro lado, eu já estivera lá, eu já esperara um milagre quando sabia que a causa era perdida. Olhei por um momento para a minha cama e então para o banheiro, eu necessitava de um banho, mas minha cama parecia me chamar, então sem pensar muito eu me joguei ali, tão macia e quentinha, suspirei sentindo a inconsciência me envolver.
— Mammã?
— Sí amore? — eu me virei de costas, tirando o cinto de segurança, e apoiando meu rosto no banco e sorri para o garotinho de cabelos negros cacheados.
— A nonna fez bolo? — ele perguntou com um sorriso gigante carregado nos lábios rosados e a pele morena.
Então se virou, o sorriso cativante de sempre, voltado para meu filho.
— Claro que sim campeão, cioccolato! Assim como você gosta, no? — respondeu e eu ri ao ver o pequeno bebê de dois anos bater palmas animado. Como se o maior presente do mundo fosse o bolo de chocolate.
— Sí papà! — nós rimos mais uma vez e se virou para frente outra vez, prestando atenção no transito caótico das avenidas do interior de Florença, até a luz dos caminhões no cegar por completo...


O barulho de algo extremamente irritante me acordou, olhei atordoada e confusa para a janela aberta, notando que já era noite. Eu suspirei pegando um roupão fininho de seda e indo até a janela, cruzei os braços sentindo a brisa fria me acalmar do começo do meu pesadelo de sempre, estava aí o motivo pelo qual eu não me importava com os plantões longos. Se eu estava cansada demais, eu não sonhava, e tão pouco tinha pesadelos. Não notara que meus olhos estavam cheios de lágrimas até uma delas pingar em meu braço, o barulho estridente, era do telefone. Eu funguei passando as costas das mãos pelos olhos e fui até o mesmo para atender.
— Sim?
! ! Graças a Deus! Eu estava ficando preocupado! — era Charlie, completamente desesperado.
— Oh, desculpe Charlie! — minha voz saiu rouca e eu tossi para fazê-la sair normalmente outra vez. — Eu cheguei do hospital durante a tarde e simplesmente caí na cama. Sinto muito por te deixar tão preocupado.
Ah! — ele suspirou aliviado. — Tudo bem então, querida. Desculpe acordá-la.
Eu sorri para sua preocupação, mal sabe Charlie que me acordara no momento certo.
— Não tem problema, Charlie. Não se preocupe.
Gostaria de vir jantar aqui? Precisamos conversar. — ele perguntou e eu considerei a possibilidade, eu não estava com clima para socializar, então eu neguei com uma desculpa de que estava cansada demais, e pedi que me contasse amanhã, quando eu aparecesse por lá. Charlie aceitou bem, e eu desliguei o telefone. Eu suspirei, agora pensando no que acontecera com Jacob ontem. Eu não podia me deixar levar assim, não por algo tão destrutivo quando eu mesma já estava destruída o bastante. Na hora, eu não pensava o quanto foi irônico ao mandá-lo seguir em frente. Eu sabia, o quão difícil é às vezes, seguir em frente.
Respirei fundo trancando todas as minhas dores em uma caixa preta no fundo da minha mente, e desci as escadas pegando um dos meus vinhos favoritos. Eu trouxera muitos de Toscana. Papai tinha um vinhedo, um lindo vinhedo. Fazia tanto tempo que eu mesma não ia mais lá, no entanto, eles ainda insistiam em me trazer os vinhos. Eu me tornaria uma velha rodeada de gatos. Certamente. Peguei minha própria taça e subi novamente para a suíte, ligando o som, colocando Edith Piaff. Música francesa, simplesmente divina! Eu passara uma época na França quando tudo aconteceu, uma pena que não pude aproveitar, como deveria, a cidade adorável Os concertos, a culinária. A verdade é que eu não queria estar lá sozinha, então simplesmente vagava como uma fantasma pelas ruas parisienses. Eu liguei a banheira e coloquei alguns sais que eu trouxera de casa, então entrei me afundando sobre a água e degustando meu vinho. Meus pensamentos vagaram para minha irmã, como é possível? Ter uma irmã que nunca soube de sua existência? Como será que fora sua infância? Tão boa quanto a minha? Eu duvido muito. Ela certamente, não tinha um vinhedo enorme para correr com um cachorro ao seu lado, um avô robusto e brincalhão que a tirava de cima das árvores lhe dizendo que damas não poderiam agir feito moleque.
— Mas eu sou moleque vovô. — eu pegava uma mecha do cabelo e botava sob os lábios, entre o nariz. — Vê meu bigode? É mais bonito que o seu!
Vovô ria enquanto me jogava em suas costas dizendo que eu teria que tomar banho, que se era moleque, era corajosa o bastante para enfrentar a água gelada, então eu ria, e assumia que era uma dama. Isabella, pelo que Charlie dissera, não teve vários namorados, e eu me pergunto então, se era esse o motivo que a levou a brincar com dois homens durante anos. Meu vinho já havia acabado, então eu peguei a garrafa enchendo mais uma vez a taça, eu tinha uma boa tolerância a álcool, isso me deixava segura em relação a beber. Notei que meus dedos já estavam feito uva passa, então eu me levantei e saí da banheira, me enrolando no roupão felpudo vermelho sangue. Eram coisas trazidas do meu passado, da antiga , uma mais ousada, mais experiente, tempestuosa, completamente diferente da médica centrada que eu era durante o trabalho. Eu me lembrava de que mamãe reclamava constantemente por eu ter dois anos atrás, trazido a do trabalho, para a vida pessoal também. Agora tocava Bethoven, e eu me sentei no sofá sem me importar com o corpo molhado, observando a lareira crepitar o fogo. Eu me perguntava como é possível se pensar em tantas coisas ao mesmo tempo, eu sentia que ficaria doida. Jacob e invadiam minha cabeça, meu pai e Charlie, Isabella, a gêmea desconhecida, eram tantos pensamentos aleatórios, que qualquer um se sentiria confuso dentro de minha mente. A campainha tocou, e eu me levantei abrindo a porta, querendo realmente expulsar o indivíduo a chutes dali.
— Sim? — minha voz, apesar de estar incrivelmente quebrada por dentro, saiu firme. Eu aprendera a mascarar muito bem meus próprios sentimentos, é o mais fácil quando existe toda uma família ao seu lado te olhando com pena. Esse sim era um sentimento que eu não suportava, poucas pessoas sabiam do ocorrido, mesmo tendo saído nos jornais, os eram influentes o bastante para que não dissessem nomes, ou divulgassem imagens.
— Está bebendo? — perguntou Jacob, e eu focalizei seu rosto, o queixo rijo, a mandíbula travada, ele parecia irritado. Eu dei de ombros. — São nove horas , você nem mesmo jantou, eu aposto. — ele entrou e eu me afastei vendo-o fechar a porta.
— E daí? — perguntei levando a taça de vinhos aos lábios, eu não estava bêbada, só entorpecida, mas não era pelo álcool.
— E daí? Você trabalha por quase 15 horas, e me pergunta e daí? Você precisa comer, tenho certeza que vinho não vai matar sua fome.
— Eu não tenho 15 anos Jacob, tenho 25. Sei bem como cuidar de mim mesma. — rosnei irritada pegando a taça e a garrafa de vinho e levando para a cozinha, pousei os dois sobre a bancada e me recostei ali, senti a aproximação de Jacob e então ele estava a minha frente — 'y a pas d'raison pour qu'tu n'pleures pas¹. — sussurrei a música baixinha em um francês perfeito e sensual. Eu era boa nisso, em usar as coisas ao meu favor, Jacob me prensava contra a bancada, eu tinha um sorriso cínico nos lábios. — Comme si tout mon passé défilait... — continuei, porém Jacob se afastou abruptamente indo em direção ao fogão, eu tinha consciência do roupão curto e do vão que ele deixava entre meus seios, mas eu simplesmente não me importava.
— O que está fazendo? — perguntei pegando outra taça e a enchendo também de vinho enquanto esticava para ele.
— Algo para você comer. — resmungou.
— Você cozinha? —perguntei de novo sorridente ao vê-lo se atrapalhar com as panelas.
Revirei os olhos.
— Tudo bem, eu faço isso. Tome um vinho, é um dos melhores da safra do meu pai, muito bom, o álcool é baixo, não se preocupe com isso. — eu sorri quando a música mudou, Bennie and the Jets! Eu remexia o quadril tendo consciência dos olhos de Jacob grudados em mim, e isso me deixava satisfeita, saber que eu ainda tinha meu poder de sedução, que eu podia ser tão persuasiva o quanto queria. — É um prato de família, tudo bem?
— O segredo está guardado comigo. — ele respondeu roucamente.
E eu ri fazendo o molho da macarronada que vovó ensinara para mamãe e mamãe para mim. — But they're weird and they're wonderful! — cantei ainda me remexendo levemente, quando estiquei os braços para pegar a taça de vinho senti as mãos quentes e fortes de Jacob me segurando, presas a minha cintura, minhas costas em seu peito, ele afastou meu cabelo, jogando para o lado, somente o toque quente dos seus dedos causou uma onda de arrepio por mim me fazendo estremecer, seus dedos desceram o roupão deixando meu ombro desnudo, e eu podia gemer de prazer ao sentir os lábios quentes tocarem meu pescoço, ora beijando, ora mordendo. Suas mãos em minha cintura subiram para um dos meus seios, e eu soltei um gemido, quase inconscientemente me remexendo sobre seu corpo, sentindo sua ereção tocar em mim. Ele estava perto demais, eu sentia todo o calor de seu corpo grudado tão fortemente ao meu, e eu senti que queria desesperadamente nos livrar daquelas roupas, queria sentir a pele morena e quente de Jacob na minha, queria senti-lo em mim, mas havia tanta coisa entre nós, tantos contras. Eu não podia ignorar isso. Eu não sei se conseguia.
— O molho vai queimar. — murmurei ofegante, a frase saiu arrastada, um gemido controlado por meus lábios.
— Então desligue o fogo. — murmurou ele. — Desligue tudo, . — ele disse me virando de frente para si. Os olhos negros me olhando com tanta intensidade que chegava a ser assustador. No momento seguinte seus lábios se chocaram ferozmente contra os meus, um beijo cheio de desejo. Eu passei meus dedos por seu cabelo, o puxando para perto, procurando um contato maior, eu o queria, sem dúvida. Os lábios de Jacob eram deliciosos, seu aperto em meu corpo, nossas línguas brincavam uma com a outra, explorando um ao outro, e podia gemer de prazer somente não seu beijo. Jacob passou as mãos por minha coxas, me levantando e eu entrelacei minhas pernas em sua cintura, sentindo sua ereção pulsar sob meu sexo, deixando-me ainda mais excitada e louca por ele. Ele pôs-me sobre a cama e eu me levantei ficando de joelhos, observando-o tirar a camisa com um sorriso malicioso. O mesmo que enfeitava seu rosto agora. Mordi meus lábios ao vê-lo somente com a cueca box.
Eu sabia que possivelmente estava fazendo uma loucura, mas não me importava, naquele momento, se ele estava vendo exatamente a mim, nós dois tínhamos nossos fantasmas, eu enfrentaria os meus amanhã de manhã, e tenho certeza que Jacob faria o mesmo.

Capítulo 5


Abri meus olhos, sentindo a claridade me cegar. Eu os fechei rapidamente por alguns minutos e então abri lentamente. Eu estava em minha cama, e os braços e pernas de Jake me envolviam, eu sorri inconscientemente me lembrando da noite anterior, onde ele gemera meu nome inúmeras vezes. Passei meus dedos por seu cabelo, fazendo um cafuné, e ele ronronou como um gatinho manhoso.
— Hora de acordar. — sussurrei beijando suas costas nuas.
— Vem dormir mais um pouco, . — ele gemeu mais uma vez e eu ri baixinho encostando meu queixo em suas costas. Noite passada Jacob começou a me chamar de , o que eu pensei que realmente fosse me fazer mal, já que esse era o modo que as pessoas mais importantes da minha vida me chamavam. tinha a chata mania de por vezes me chamar de .
— Vem Black, precisamos repor a energia. — virei-me na cama pegando o relógio na cabeceira. — Já são duas da tarde!
— E daí? Você é médica, ninguém vai desconfiar.. — respondeu com a cabeça enfiada no travesseiro. — Além do mais, você acabou com minhas energias ontem.
Bufei e tirei seu braço da minha cintura, sentindo instantaneamente a falta do calor do seu corpo ali.
— Eu estou descendo, vou preparar algo pra gente comer, certo? — eu sussurrei beijando seus lábios rapidamente e saí da cama pegando a camisa de Jake e pondo uma calcinha. Desci as escadas e atravessei a sala indo em direção a minha cozinha, que estava com cheiro de queimado no ar. Que ótimo! O molho e a massa ainda estavam ali, eu peguei os dois jogando no lixo. Certamente não é seguro comer algo que ficou fora da geladeira durante tantas horas. Abri as janelas da cozinha, esperando entrar um pouco de ar e sair um pouco daquele cheiro horrível. Preparei dois enormes sanduíches sabendo que Jake comeria mais que um touro, e uma jarra de suco natural pra ele, e para mim, minha vitamina de sempre, eu teria que correr durante a tarde hoje, eu sempre corria, ou fazia algum tipo de exercício. Era um hábito adquirido com vovô. Eu suspirei estralando meu pescoço, e voltei para a sala indo até a porta, onde, encontrei meu jornal. Cara, isso era muito estranho, jornal na porta? Será que tinha um menininho de bicicleta também? Jake desceu as escadas com os cabelos molhados e uma toalha enrolada na cintura, eu mordi meus lábios ao ver uma gotinha cair do seu cabelo e deslizar pelo corpo delicioso.
— Apreciando a vista? — perguntou com um sorriso malicioso e eu ri revirando os olhos.
— Seja um pouco modesto, por favor. — murmurei com um sorriso de lado, e segui novamente para a cozinha, me sentei na bancada indicando o lugar a minha frente. — Eu fiz suco, mas se você quiser, tem café ali na cafeteira.
— Suco está ótimo. — ele disse e se sentou a minha frente, devorando todo o prato de comida. Eu tomei minha vitamina enquanto olhava a primeira página do jornal, é incrível como o destino adora estragar minha vida, eu encontrei o motivo que me faria, provavelmente perder o resto do dia.

FUGINDO DO PASSADO?

Fontes confiáveis declaram que viram a caçula da familia pegar um avião direto para os EUA. Será que finalmente a famosa médica cederá aos acontecimentos do passado? Pág.7

Eu bufei, sentindo minha irritação se aumentar, batuquei os dedos na mesa ritmadamente procurando me acalmar. Maldita seja essa repórter, Jane Morrison, era uma vadia desocupada que tomava conta da coluna de fofocas do Jornal, e a vadia, de um jeito ou de outro, conseguiu me por no jornal dos EUA, como ela fez isso? Já não bastava a Itália inteira ficar sabendo sobre tudo da vida da minha família? Morrison possivelmente queria mais um processo para responder, minha paciência se esgotava cada dia mais com ela. Folheei o jornal até a página 7 sentindo o olhar de Jacob sobre mim, mas eu não estava preocupada com isso agora.

Há duas semanas atrás, um dos nossos reportes flagraram nossa querida médica se despedindo do pai no aeroporto de Floresça, e adivinhem só? Em direção aos EUA. Com certeza! A caçula dos agora decidiu experimentar ares americanos! Será que isso tem a ver com a perda do marido e do filho dois anos atrás? A notícia que abalou toda a Itália. O empresário Carter, não podíamos negar, até mesmo eu entraria em depressão, com seus 30 anos, o solteiro mais cobiçado de toda a Itália, foi fisgado e enlaçado pela , juntos há 4 anos, podíamos dizer que esse era o exemplo perfeito de casal 20 e família perfeita. Todos nós sabemos como superou o ocorrido, não deve ser fácil perder um filho, será então, que finalmente cedeu a dor, ou finalmente a superou?

— Cadela! — eu rosnei tacando o jornal no chão, ao mesmo tempo em que o meu telefone tocava, eu me sentia louca da vida. — Alô?
— Querida, se acalme sim? — mamãe estava cautelosa, ela já havia lido.
— Me acalmar? Você viu o que aquela vadia da Morrison escreveu naquela maldita matéria? Eu vou acabar com a vida dela! Como ela pode falar de ? Que inferno!
! — minha mãe alterou o tom de voz e eu suspirei apoiando minhas mãos na mesinha do telefone.
— Um jornal americano, mãe! Ela colocou a notícia em jornais americanos, até mesmo nessa maldita cidade perdida! Ela passou dos limites, todos!
— Sim, eu sei amor. Mas não há nada que possamos fazer. Você sabe que o acidente foi público, conseguimos estancar a notícia até tirá-la de vista, mas é impossível fazer isso. Vocês são duas pessoas públicas, querida. era um grande homem, e você é a filha de um grande homem. — sua voz estava suave, e eu respirei fundo sentindo-me mais leve. — Eu sinto muito, querida. Mesmo.
— Tudo bem mãe, eu me descontrolei. — murmurei envergonhada.
— Você se controlou demais, querida. Eu não esperava outra reação. — eu podia sentir o sorriso doce de minha mãe e a saudade apertou meu coração.
— Sinto sua falta, mamma.
Oh, mia cara! Eu sinto muito sua falta também. — ela respondeu chorosa. — Mas logo você está aqui, ?
— Sí.
— Eu te amo, filha.
— Eu também, mamma. Se cuide, ?
Ela concordou com a voz chorosa e eu desliguei, gemi com a voz embargada me jogando no sofá. Eu fechei os olhos sentindo minha cabeça chei. Na maior parte do tempo era fácil não pensar. Eu estava trabalhando, ou correndo com música alta, ou pintando e fazendo qualquer coisa, era fácil me distrair, mas em momentos assim em que a Morrison resolvia trazer todas as minhas tragédias a tona, era bem difícil ignorar.
— Eu sinto muito. — a voz de Jacob me trouxe novamente a realidade e eu o fitei parado na porta, os braços cruzados, já trajando a calça, já que a camiseta estava comigo.
— Obrigada. — murmurei com um sorriso. Jake parecia sincero, e pela primeira vez, eu acreditei quando alguém me disse "sinto muito".
— Quer conversar sobre isso? — perguntou suavemente e eu neguei balançando a cabeça. — Tudo bem. Vamos para La Push?
Eu assenti.
— Vou me trocar, sí? — ele sorriu e concordou. Eu me levantei beijando seus lábios rapidamente enquanto ia para cima procurando alguma coisa para vestir. Coloquei a camisa por baixo da saia cós alta e calcei os saltos, me virei para o espelho passando o batom e uma maquiagem básica. Eu sorri ajeitando cabelo, e vesti as pulseiras e o relógio. Procurei uma bolsa vermelha dentro do closet e peguei uma preta mesmo quando não encontrei.
— Uau, tudo isso é pra La Push? — perguntou Jake quando apareci nas escadas, eu ri, lhe entregando sua camisa.
— Não, eu vou pro hospital. — respondi pegando as chaves do carro.
— Você acabou de sair de lá, . — censurou ele e eu revirei os olhos enquanto saíamos de casa.
— Eu sou a médica Jake, tenho que acompanhar meus pacientes — respondi e quando me virei Jake estava a minha frente, suas mãos foram para a minha cintura, e eu sorri vendo sua preocupação. — Tudo bem, eu estou acostumada com essa rotina.
— Você tem que se cuidar.
— É claro que eu me cuido, Jake. — murmurei unindo nossos lábios, dessa vez em um beijo calmo, lento e gostoso. Não havia pressa, eu pensei seriamente em voltar com Jacob para dentro de casa, mais resisti ao impulso e quebrei o beijo, dando um selinho demorado. — Charlie está me esperando. — murmurei contra seus lábios.
Jake suspirou e seguiu para o motorista, eu revirei os olhos lhe jogando a chave.
— Cuidado com meu carro, paixão.
Ele riu e eu entrei no lado do passageiro observando Jake dar a partida. Ele virou-se para mim, sorrindo.
— O que foi?
— Você é lindo. — murmurei descontroladamente e senti meu rosto esquentar, Jacob riu e eu revirei os olhos me ajeitando no banco. A mão da Jacob puxou meu queixo de volta para olhá-lo.
— Você é mais que linda, . É sexy, adorável, — revirei os olhos. — Forte, e incrivelmente boa na cama. — murmurou maliciosamente o último adjetivo e eu ri.
— Acho que você dá pro gasto também.
Jacob gargalhou e se concentrou na direção. Eu sorri involuntariamente e me perguntei quando foi a última vez que isso aconteceu com tanta frequência. Quando cheguei a La Push, na frente da casa de Charlie, eu notei um carro diferente ali, era um Volvo prata, era um carro antigo, tinha estado na moda, talvez uns 9 ou 10 anos atrás. Eu desci do carro, e dei dois passos notando que Jacob ainda estava lá, tremendo e segurando com força meu volante.
— Jake? Tudo bem? — murmurei pondo as mãos em seu rosto, ele me olhou por um segundo inteiro, então pareceu relaxar. — Meu carro é novo, ok? Eu ainda estou pagando. — brinquei tentando cortar sua tensão, funcionou um pouco, ele deu uma risada baixa e me olhou preocupado.
, vamos lá pra casa? O velho sente sua falta. — pediu quase implorativo, e eu suspirei baixinho.
— Não dá Jake, eu até queria conhecer seu quarto. — disse maliciosamente. — Mas o Charlie quer falar comigo, e bem, o hospital me espera.
Ele pareceu derrotado quando terminei, então sem mais nem menos saiu do carro e eu o acompanhei meio tropega por causa da terra fofa e o salto. Ele pegou minha mão e começou a subir os degraus da casa.
— Não se assuste. — murmurou e eu o olhei confusa.
! — Sue me abraçou e eu retribuí com a mão livre. — Eu sinto muito. — ela disse baixinho transbordando solidariedade, e eu vi o jornal em cima da mesa.
— Acho que todos já sabem agora. — murmurei. — Obrigada, Sue.
— Venha, Charlie está na cozinha, e bem... Outras pessoas também.
— Quem? — perguntei confusa e Sue me olhou sem responder, eu olhei para Jake percebendo o quão ele estava tenso e fiz um carinho em sua mão, ele me olhou forçando um sorriso, e eu suspirei.
Quando cheguei a cozinha, estaquei. Havia um cara, talvez 18 ou 19 anos, ruivo, cabelos meio acobreados, ele era branquelo e bem bonito. Uma garotinha, notei que ela me lembrava alguém, mas eu não me lembrava, seu cabelo, era da cor do cara ao seu lado, ela parecia ter 15 ou 16 anos. E por último, e mais assustador, estava ali, parada, abraçada a Charlie, uma garota, muito, muito parecida comigo, nos meus 17 anos. Todos eles me olhavam como se vissem um fantasma, e eram lindos. Principalmente a minha, possivelmente, irmã gêmea. Exceto pela beleza quase surreal, ela era linda. Mas parecia tão artificial, eu não conseguia ver nada saudável em si, o cabelo brilhava de um jeito estranho, e a pele, parecia quase plastificada, e era muito branca. Talvez ela não gostasse de sol. Mas eu me perguntei, porque diabos, ela estava com uma aparência de 18 anos, quando já tínhamos 25.
, essa é Isabella, sua irmã. — disse Charlie, e todos me olhavam preocupados. Eu arqueei uma sobrancelha para Jacob.
— Bella, essa é .
. — corrigi seca voltando a olha-lá. Eu já sentia uma certa raiva por ela fazer o que havia feito com Jake, e bom, desde o primeiro momento, eu não fui com a cara ou a fama da encrenca Swan.
? — perguntou Jake.
— O que está acontecendo aqui? — perguntei séria para Charlie e Jacob. Nenhum dos dois se pronunciou. — Ótimo, então eu vou trabalhar. — dei meia volta e segui até a saída da casa, mas Jacob puxou meus braços me arrastando para a cozinha novamente.
— Você precisa acreditar. Antes de tudo, ouça até o fim, então se quiser, pode voltar para Toscana, promete?
Olhei para ele confusa. E relutei um pouco, por fim, prometi.
— Existem lendas....

Capítulo 6


— Espera! Você está mesmo me dizendo que é um lobo... gigante? — arqueei uma sobrancelha, eu sabia que minha voz saíra com um tom debochado, e eu realmente não queria debochar da loucura alheia, mas era incontrolável.
E eu achando que Jacob era normal.
Não era Jacob quem me contava as lendas, era Billy Black, e eu tinha a forte suposição de que o velho estava caduco, ele estava aqui, de frente para mim, na mesa de Charlie, contando baboseiras. — E você mata vampiros? — continuei incrédula. — E vampiros... É a atual espécie da Swan?
Cullen. — corrigiu Isabella irritada, ela há pouco, também me contara sua história, eu não podia negar, era uma história bonita, mas só para livros de romance, ou ela louca ou era burra.
Vampiros?
Simplesmente absurdo. A garota se matou sei lá quantas mil vezes, e ainda teve a monstrinha, que carinhosamente, passou a me chamar de tia . Eu tinha que admitir, eu gostei de Nessie assim que trocamos a primeira frase, ela não era tão sonsa quanto a mãe. E ainda tinha o marido da Swan, que minuto algum parava de me encarar e isso, era definitivamente, muito, muito desconfortável.
— Sim, . É isso mesmo que estamos dizendo. — respondeu Jacob com um suspiro cansado. A encrenca Swan contou que não correu quando descobriu sobre tudo, qual será o problema dela hein? Meu Deus!
— Não consigo acreditar nisso! Ok? Eu até acredito em fadas, a Sininho não pode morrer! — disse debochada e me levantei da cadeira erguendo as mãos. — Olha, eu... Eu não acredito mesmo nessa história absurda! Tudo certo, cada um com os seus não é? Mas... eu não! Estou indo embora!
Eu dei dois passos para trás pegando minha bolsa e meu sobretudo, eu sabia que estava agindo como se eles fossem assaltantes ou algo assim, mas eles eram loucos, não era quase a mesma coisa? Quando estava perto da porta da cozinha, Edward Cullen entrou em minha frente. Eu engoli em seco, ficando receosa automaticamente.
— Pelo menos uma delas tem senso de preservação. — disse com um sorriso torto bem bonito, mas que me irritou muito.
— Você quer dizer sanidade. — retruquei trincando os dentes. — Sai Cullen, eu preciso trabalhar.
, como você acha que Bella ainda está tão jovem? Ela devia estar como você...
— Está me chamando de velha?! — interrompi cruzando os braços, ficando ainda mais irritada com toda aquela ladainha.
— Não! — se apressou em dizer, quase desesperado. — Olhe para ela, parece ainda ter 18, como explica isso? E Nessie? Ela é grande demais para 8 anos, não acha?
Ele tinha razão. Joguei os braços para cima irritada com tudo. É claro que ele tinha razão, a história toda fazia muito sentido, cada mínimo detalhe. Olhei para Charlie acusadora.
Maldição!
— Eu não vou me meter nessa loucura! Ouviu bem? Vocês que fiquem aqui nesse fim de mundo com vampiros e lobos e essa baboseira inteira, eu não quero saber! Que diabos! Eu vim para cá para te conhecer! — Charlie me olhava culpado. — Por que diabos você tinha que ligar para ela, Charlie? — apontei para a Swan que me olhava irritada.
— Não fale assim com meu pai, ! — gritou para mim, e eu me enfureci jogando a bolsa e o sobretudo em cima da mesa, ela se aproximou irritada me encarando como se fosse superior, isso com certeza me enfureceu ainda mais.
— Escuta aqui, bonequinha. Eu não estou nem aí se você é uma vampira fodona com cérebro de amendoim, ouviu bem? Eu não gosto de você, então não entra no meu caminho, eu faço da sua vida um inferno, Swan! Não sou nem de longe uma songa monga que nem você! — minha voz soou tão baixa e fria que até eu senti um pouco de receio com isso. Talvez tendo ido longe demais, Isabella deu um passo a frente fechando as mãos em punho, e eu arqueei uma sobrancelha para ela, Jacob se aproximou puxando-me para trás de suas costas e Edward puxou Isabella pela cintura, pondo-a do seu lado.
— Sua abusada! — ela rosnou ainda sem tirar os olhos dos meus.
— Olha só, a cadelinha Swan rosna. — respondi debochada e ela soltou um urro enfurecido tentando se soltar dos braços de Edward. Jacob estava a minha frente, mas eu podia ver por entre seus braços, eu grunhi irritada me soltando de seu corpo e indo até Charlie, me ajoelhei em sua frente me sentindo culpada por ter gritado com ele. — Oh Charlie, perdono, eu sinto muito! Parece que o ioga deixou de funcionar há alguns anos. — brinquei pegando suas mãos e Charlie sorriu, beijando-as.
— Tudo bem , você estava nervosa. — ele respondeu com um sorriso abaixo do grande bigode.
— Isso não explica nada, mamãe odeia quando eu fico assim, simplesmente irritante não? — brinquei me levantando e beijando os dois lados de seu rosto. — Eu... Tenho que ir para o hospital, Charlie...
— Você volta? — perguntou esperançoso, me olhando com os grandes olhos castanhos, eu suspirei olhando todos na sala, Billy me olhava carinhoso, ele assentiu me incentivando, certamente a fazer o melhor para mim, eu olhei para Sue e ela sorriu igualmente carinhosa, a última pessoa quem olhei foi Jacob, ele me olhava angustiado, e apesar dos primeiros dias de encrenca, Jake não era mal, de modo algum. Mas talvez ele fosse louco. Revirei os olhos mentalmente para meu pensamento infantil. E além do mais, eu não sabia se poderia ficar longe dele, de algum modo completamente absurdo, eu já me sentia dependente de sua companhia, mas é claro que eu não assumiria isso, eu não conseguia ser tão idiota quando a minha irmã e simplesmente ignorar tudo, não é tão fácil, agir como se nada mudasse, isso, esse tipo de reação, só acontecia nos livros de romances patéticos. A realidade era bem mais assustadora.
Eu voltei a suspirar olhando Charlie.
— Eu volto, Charlie. — eu sorri e ele retribuiu com um sorriso gigante.
Eu me aproximei da mesa para pegar minhas coisas, tentando manter meus olhos longe de Jacob, parecia quase impossível, mas eu tentava a todo custo. Assim que eu me virei em direção a saída, um par de braços enlaçou minha cintura. Não eram quentes como o de Jacob, eram frios, quase mornos.
— Renesmee! — gritou o Cullen, repreendendo a menina baixinha de cabelos acobreados, ele se aproximou na intenção de tirá-la, mas eu o parei com o olhar, me virando de frente para ela, e sentindo-me um pouco estranha com a situação, eu já sentia um certo carinho por Nessie, meu instinto de mãe sempre falava mais alto, por fim, eu acabei envolvendo-a em um abraço também, a cabeça de Nessie batia em meu peito, já que ela era baixinha e tão pouco usava salto.
— Eu sei, pai. Eu sei. — ela murmurou erguendo a cabeça e me olhando com os mesmos olhos chocolates de Charlie. Carinhosos e mais compreensíveis do que uma garota da idade dela poderia ter. — Eu gostei de conhecer tia . — ela sorriu e eu não consegui não retribuir.
— Também gostei de te conhecer, Rê. — ela aumentou o sorriso para o apelido inesperado, e voltou a se aconchegar em meu peito.
— Eu sinto muito por seu filho. — murmurou baixinho. — Você parece mais forte do que realmente é. Então leve o tempo que precisar tudo bem? Só volte para nós, eu gosto da ideia de tê-la por perto.
Eu senti um aperto em meu coração, como se estivessem o esmagando, citar a perda de era sempre demais para mim, mas eu me mantive impassível por fora, digerindo suas palavras.
— Oh mia cara! — soltei um suspiro pesado beijando seus cabelos rapidamente. — Grazie, sí? — ela assentiu me soltando e eu me afastei recebendo um último olhar melancólico de Jacob e outro enciumado da Swan. Eu tinha que dar razão a ela, também não gostaria de abraçando outra tão carinhosamente. Ciumes de mãe é a coisa mais poderosa do mundo. Eu murmurei um tchau para todos na cozinha e praticamente corri para fora.
Dio mio!
Eu quase caí da escada ao encontrar um enorme lobo areia na frente da casa de Charlie, rondando meu carro, um grito estridente escapou dos meus lábios antes que eu pudesse controlar, então, diante dos meus olhos o lobo se transformou em Seth, o mesmo garoto brincalhão de sempre, mas nu. Eu ofeguei sentindo minha cabeça girar e rapidamente os braços de Seth me ampararam pondo-me sentada na escada, logo todos estavam ali, envolta de mim.
? — chamou Seth preocupado, e eu olhei seus olhos, voltando a olhar seu corpo.
— Você está nu! — gemi de vergonha, sentindo meu rosto inteiro esquentar. Eu tapei os olhos com as mãos, sentindo-me mortificada de vergonha, era o mesmo que ver Jhon nu depois dos 15 anos, era no mínimo constrangedor. — Oh meu Deus! Que horror!
— Horror a homem é, ? — perguntou Leah aparecendo na frente da casa e se entortando de rir, e eu abri um dos olhos vendo Seth já de bermuda e completamente vermelho. — Não sei quem está mais vermelho, você ou o pirralho!
— Cale a boca, Lee! — ralhei irritada. — É o Seth! Oh meu Deus, que nojo!
Ela riu ainda mais, do tipo, gargalhar tanto, de por as mãos na barriga e se entortar de rir. Eu bufei.
— Você não ficou assim quando chegou com Jacob pela manhã... — comentou maliciosamente.
— Ficou vigiando, Lee? — devolvi com uma pergunta sarcástica. — Ou será que estava fazendo outra coisa? — eu só estava blefando, mas assim que vi Lee engasgar tive certeza que joguei verde e colhi maduro. — Hum, estava mesmo então é? — eu ri gostosamente e foi a vez dela bufar.
— Não é da sua conta, italiana metida. — retrucou sarcástica — Aliás, o que é que Swan faz aqui? — perguntou voltando seus olhos para a família feliz, eu segui seu olhar e vi Jacob e Edward conversando seriamente, enquanto Jacob lançava alguns olhares irritados a Seth, que já não estava mais nem vendo, já que conversava com Nessie, Isabella e Charlie estavam se despedindo. Eu ouvi parte da conversa onde ela dizia que eles ficariam na cidade por mais um tempo. E isso me incomodou um pouco.
— Ela veio me contar que é vampira. — respondi simplesmente. Sentindo que já começava a aceitar os fatos. Era só olhar para Jacob e Lee, e então, eu tinha certeza que podia lidar com o que viesse. Até se eles fossem gnomos, eu acho.
— O que?! — Lee arregalou os olhos e todos pararam suas conversas para nos olhar, ela começou a tremer, e eu notei isso em Jake também.
— Você também é loba, Lee?
Ela parou de tremer imeadiantamente, me olhando receosa por um minuto inteiro, e então assentiu em silêncio. Todos nos olhavam apreensivos, talvez por Lee, com medo que eu a rejeitasse talvez, como se eu fosse fazer isso, eu não faria, com nenhum deles, eu precisava de tempo para pensar, mas eu sabia que isso era mais significativo para eles do que para mim, principalmente para Lee.
— Não vai dizer nada? — perguntou e eu ordenei a mim mesma para parecer natural o bastante, eu era uma ótima mentirosa, hora de por em prática as técnicas de Jhon.
— Você é uma cadela, Lee-Lee. — brinquei com um sorriso de deboche, e ela escancarou a boca, para depois abrir um sorriso enorme.
— Eu te amo, branquela! — riu puxando-me pelos braços em um abraço apertado.
— Ai Lee, que coisa! Eu sei que sou gostosa e tudo mais, mas eu preciso respirar, sí? — gemi em seu abraço de urso. — Além do mais, meu negocio é homem...
Ela me soltou imediatamente e eu ri apertando suas bochechas, ela me olhou irritada e eu revirei os olhos.
— Você não surtou? — perguntou baixinho.
— É claro que eu surtei. Mas você é minha melhor amiga, e Jake... Bom, é o Jake. E bom, ou eu aceito, ou aceito. Não pretendo ficar longe de vocês... — murmurei baixinho enquanto remexia no meu cabelo. Era estranho assumir isso assim, mas me pareceu certo que os dois principalmente soubessem. Os braços quentes de Jacob abraçaram minha cintura, e ele beijou meu pescoço e depois bochecha carinhosamente, eu me arrepiei notando que sentira falta do seu toque, e passei minhas mãos pelas suas entrelaçando nossos dedos.
— Que bom que ficou, branquela. — Lee sorriu carinhosa. — As coisas não seriam as mesmas sem você.
— Claro que não. — brinquei convencida. — Eu sou o raio de sol de La Push. Queria ver o que vocês fariam sem meu sexy sotaque italiano, ragazza!
Jacob e Lee riram e eu os acompanhei. Talvez, só talvez, eu fosse meio bipolar.

N/A: Ei garotas, vocês querem me matar no coração, sério. T.T Eu sempre esqueço de mandar o email pra Nina, mas dessa vez acho que eu podia mandar a fic toda, sério. *-* Que comentários são esses, gente? Quase chorei, sinceramente. Vocês são incríveis, as leitoras mais fofas que existem. Eu espero que continuem lendo e gostando da fic e comentando sempre, que isso me emociona e me coloca lenha pra escrever, *o* Até a próxima, lindonas!

50 comentários:

  1. AWN,AMEI!!
    AMOOO FICS COM O JAKE DELICIA
    CONTINUA

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  2. AMEIIII CONTINUA MUITO BOA JÁ ESTOU ESPERANDO PARA A PROXIMA ATT!!! ♥

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  3. Apenas apaixonada pela sua fanfic! Vou ficar aguardando ansiosa a nova att. <3

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  4. Elaiá! Gostei disso! hehehehe ^_^
    Só não gostei de ser xerocada da Bella. ¬¬ Mas eu sou mais bonita, mais inteligente, mais esperta e tenho um gosto muito, muito melhor também. u.u
    Quem diria, heim? Charlie e Renné tiveram gêmeas, e me deixaram com outro casal. ¬¬ Bom, pelo menos, me deixaram com um casal maravilhoso e que realmente me amam.
    Ain, ameeeei o Beau!! *o* Amooo cachorros! E ele é tão carinhoso e fofo.
    Hum, meu encontro com meu lobão já saiu faíscas, né?! Adooooro, sinal de que a coisa vai pegar fogo. Chamem os bombeiros! rsrsrsrs
    Amandoooooo demais, demais!!!
    Bjinhosss!!!

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  5. otima fic continua por favor.

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  6. Eu to amandoo a sua fic , leio todas as fics com jacob "Taylor Lautner" amoo ele
    Mas eu não comento todas pq eu esqueçoo então Posta logo os próximos capítulos que eu to super ansiosa pra ver ... Bjaoo Linda

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  7. Eu amoo esse site , olho ele todo dia leio e releio as fics sou fã
    Ia há sua fic ta ótima , Minhas amigas já pediram o link pra ler Pandora ♥♥

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  8. Anciosa para os próximos capítulos posta logo

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  9. Enredo incrível, historia perfeita..
    Nunca tinha imaginado, uma "continuação", com essa linha de imaginação...
    Louca pra ver o que o futuro guarda para PP. e Jack...

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  10. Perfeita, muito fofa continua continua mesmo!

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  11. Olá minha flor. Eu simplesmente amei esta fanfic. Me surpreendeu bastante com a história. Não gostei muito de ser irmã gêmea da Bella-Senhorita sem Sal, mas para ficar com o Jacob vale tudo, né flor. Até mesmo ser a gêmea-melhorada da Bella. Até por quê, eu sempre soube que ela era um rascunho.
    Só imagino como a Bella deve ter reagido ao saber que tem uma irmã gêmea. Na verdade, o que eu queria saber é como Edward reagiria com essa história. Eu daria tudo para ver um encontro meu com o Edward ( não por que quero ficar com o Edward), mas por que queria provar que ele nunca amou a sem sal da Bella de verdade.
    Jacob finamente percebeu que não sou como a Bella, até que demorou né. Acho que no fundo, ele ainda arrasta um trem por causa dela. Fazer o quê, né. Quem nasce para sofrer, acaba se acostumando com isso. Mas, agora eu entrei na história para mudar esta situação. Posso afirmar que ele não vai sofrer mais por uma mulher. Nunca mais. Vou curar seu coação ferido. E vou fazê-lo me amar, mais do que amou a Isabella Swan.
    Amei flor. Parabéns!
    Fico no aguardo para o Próximo Capítulo.
    Beijão *-*

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  12. Nossa! Amei i ínicio da fic e o segundo capitulo.Me apaixonei pelo Beau rsrsrs

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  13. Eu sabia que ser uma cópia exata da Bella não seria boa coisa em La Push, a songa deixou marcas terríveis, principalmente no meu lobinho, mas ainda bem que eu sou muito melhor que ela e o povo Quileute, enfim está me aceitando. u.u
    E realmente eu não sou a Bella, Jake! Não mesmo! Eu nunca te trocaria por aquele sanguessuga. ¬¬
    Ain, ele finalmente percebeu que eu não sou a songa monga. Iupiii!!!
    Amandooooo demais, demais!!!
    Bjinhossss!!!

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  14. Ahhhhh, quase acontece o primeiro e esperado beijo. *o* Mas tínhamos que ser interrompidos. ¬¬
    Jake parecia ler os pensamentos da PP?! Omg, acho que eles estão mais unidos do que imaginam... rsrsrs
    Realmente vai ser fogo, ter que aturar a sombra da Swan, mas a PP vai ser a cura para o nosso lobo, :) Logo, a Swan vai ser só uma lembrança péssima de seu passado. u.u
    Amandoooooo demais, demais!!
    Bjinhosss!!!

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  15. Tô gostando muito de ver uma fic diferente, tá muito boa, ri muito com o paciente vendo pornô no hospital...rsrs. Ansiosa pro próximo cap.

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  16. Não gosto de histórias de Jacob com Bella, não acho que combina, mas nesta a personalidade da PP é diferente da personalidade da Bella e podemos ver que ela é muito mais inteligente também por isso vou dar um crédito e vou continuar lendo.
    Por favor continue, pois fiquei curiosa e imaginando a cara da Bella ao ver Jacob apaixonado por alguém que, apesar de parecer fisicamente, não é ela
    bjs pra vc

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  17. adorando a historia, posta mais..

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  19. Oi flor,sou leitora nova e me apaixonei por sua fic,espero que seja atualizada logo!!!Aiinn o Beau é um fofo.Posta mais logo!!!Beijinhos

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  20. A para... Isso com certeza é um sonho. Não é possivel... Assim tão de repente? E mais, numa linha eles estão na cozinha, na outra, estão na cama? Não sabia que cozinhas tinham cama hahahahhaha É um sonho bom, mas não deixa de ser um sonho...

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  21. Estou adorando o seguimento desta fic, adorei este cap.
    muito bom
    Não demore a postar o próximo
    Bjs.

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  22. OMMMMMG! Ansiosa pelo proximooo!! Não demoooore! Crueldade acabar assim, #bolada. hahahaaha.
    Bjs,
    Giulia.

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  23. Isso ai chutar o pau da barraca e viver o hoje sem deixar que os fantasmas do passado a atormente!!!Ameii o capítulo,mas estou super curiosa pra saber o que vai rolar no próximo capítulo!!!Não demora por favor.

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  24. adorei, excelente, não demora pra postar não estou mega mix empolgada.

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  25. Acho, só acho que alguns segredinhos serão revelados. Como será que nossa querida PP ira reagir? Super curiosa para o próximo capitulo, devo dizer que você escreve muito bem, parabéns.

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  26. ME APAIXONEI POR ESSA FIC DESDE O COMEÇO, E POR ISSO VOU CONTINUAR ACOMPANHANDO ELA.
















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  27. Omg, a PP já sofreu um bocado, mesmo sendo tão jovem, não é a toa que ela vive enfiada no trabalho, às vezes ele é a melhor terapia que se pode ter. E ainda bem que também tem uma família que a ama e é muito unida, isso foi a força que ela precisava para não acabar desabando.
    Meu Gzuis Cristinho, que pegada foi essa do meu moreno?! Uia, fui ao inferno, pois estou pegando fogo. rsrsrs Ulálá... Não pega assim que eu gamo, ok, esquece... pega sim que eu gosto. :3
    Affs, mas logo de manhã já temos duas novidades que é para deixar qualquer uma pra baixo. Primeiro aquela vaca da repórter... argh, tem gente que não se importa mesmo com a dor do próximo. Vaca de uma figa, isso sim. ¬¬
    E pra fechar a depressão, dou de cara com a songa. o.O Isso só pode significar que eu deveria ter passado mais tempo com meu lobinho na cama. u.u
    Ô vida!! Vamos ver no que esse encontro vai dar, já vi que vai ser uma manhã bem loooonga! ¬¬
    Amandoooooo demais, demais!!! ^_^
    Bjinhossss!!!!

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  28. AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!! OMG!! QUE FIC DIVA É ESSA? Eu simplesmente adorei!!! Ela é tão diva, please posta mais, vc é diva!!! Amei tudo!! owwwwwwwwwwwwwwwn tão divo u.u

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  29. Nossa eu sabia que a PP já havia sofrido,mas não imaginei que fosse tanto,perder o marido e o filhos deve ter sido demais pra ela.Aff odiei essa repórter,ela é uma vadia que pelo visto ama expor a vida da PP!!!!OMG chegar em La Push e dar de cara com Bella,Edward e Nessie ninguém merece!!!!Amei o capítulo flor!!

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  30. Até que em fim, adorei essa PP, decidida, sabe o que quer, não é como a Bella Swan que cozinhou o pobre do Jacob durante tanto tempo, apesar de ter sofrido um trauma muito grande,não se deixou abater e seguiu em frente, espero que Jacob e ela se curem juntos, mas claro, aposto que haverá intrigas da Sonsa Swan, mas acho que depois desta relação que tiveram vai ficar ruim pra Bella ter argumentos com Jacob
    Vai lá garota, continua com a fic que está esquentando e eu estou em cólicas pra saber o que vai rolar nesta reunião familiar
    Bjs e até a próxima att

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  31. Ameiiii... menina que babado encontrar a Bela, posta logo mais por favor...

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  32. MUITO BOOOOOAAAA!! CONTINUA POR FAVOR!!

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  33. Eita que resolveram contar tudo á PP,bom eu acho que até eu ficaria meio desnorteada com essa descoberta kkkk!!Fico imensamente feliz que a PP tenha aceitado a ideia dos lobos,afinal de contas o Jake é o lindo lobinho que a fez suspirar <3 !!!Flor só uma pergunta:A PP é o imprinting do Jacob né?Eu acho que ele deveria contar isso á ela também!!!Amei o capítulo!!Beijinhos

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  34. ADOREI A PP ENFRENTANDO A SONSA DA BELA, E ACEITANDO NOSSO LOBÃO. O CAPITULO ESTAVA MARAVILHOSO.BEIJOS ATÉ O PRÓXIMO CAPÍTULO.

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  35. Por que tu já não enviou tudo então? Serio eu necessito da continuação dessa fic!!! Simplesmente amei ela!! Ela é muito fiva :3 Amei o cap e morra Isabella u.u Owwn a Nessie é uma fofa mesmo Adorei :3 Posta mais viu?

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  36. Quero agradecer a autora por escrever uma fic que até agora está me conquistando,como já disse, não suporto Jacob e Bella, mas essa PP é das minhas, juro que tento imagina-la como Bella mas nâo consigo, tento imagina-la como Selena ou até mesmo a tl da Mari alguma coisa, é que eu nunca lembro o nome dela, sabe quem é né, a que fará o novo filme com Taylor, então mas como não sei nada personalidade dela também, então fico com a Lili, espero que tenhas me entendido, as vezes eu sou meio confusa mesmo, ms voltando ao que interessa, adorei o capitulo, e saber que ela não tem medo da sonsa Swan ou Cullen como ela prefere ser chamada, mesmo sabendo que ela é uma vanpira, me deu um gás novo para continuar lendo, se vc continuar postando.
    Por hoje é só, bjs e até a próxima att.

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  37. Que capítulo MINUSCULO SENHOR kkkk
    Qse tive um AVC qdo cheguei ao fim.
    POXA coleguinha do meu coração, faça uma criança muito feliz e nao demore de atualizar sim?!

    E Seth nú???? OH GOOD queria estar lá para ver a cena hot rsrsr

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  38. Meu Deus está ótima perfeita continua.<Larissa

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  39. adorei a briga entre as irmãs, melhor ainda foi ver seth nu menina me abana. estou amando, posta mais. bjs

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  40. Estou apaixonada, amei a fic, posta mais logo.

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  41. Meu Senhor cade o balde de agua fria? Linda o que foi isso? Irmãs brigando, Jacob com todo seu jeitinho jacob de ser, ai vc vem com esse seth nu, ainda por cima me segurou .......... e esse olhar que jacob lançou pro seth. Bom vou parando de escrever porque vou ter que me recuperar, mas por favor nao se esqueça de nós e posta logo mais. bjks. :-)

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  42. Menina.. fazia séculos q eu n vinha aqui no site.. e resolvi procurar uma fic.. AMEIIIII a sua!!! Continua logo!!!! bjsss

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  43. VIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIISH! Tadinha da PP =/ perder marido e filho deve ser complicado =/
    E quer dizer que de fato, tudo aquilo aconteceu? Jurava que era sonho... Foi meio rápido sabe? Enfim.
    Quer entender por que diabos a Bella veio me contar que é vampira... Nao faz sentido!!!!
    Minha mente ta começando a bugar rs
    Posta mais logo,bjs

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  44. Oh meu deus! Esta foi a primeira fic que li neste site e adorei!!!!!! Continua! A serio, a fic esta brutal!

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  45. Por favor continua, estou amando esta fic, é uma das melhores que li ate hoje (apesar de nao gostar muito de ter que ser irmã da sonsa, mas os sacrifícios que eu nao faço para ficar com o jakelicia ;))
    Fiquei fã, por favor att logo, nao nos deixe a espera tanto tempo :-) bjinhos espero que poste logo :-)

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