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4 de maio de 2012

Coffee Girl - Jessica F.

185 comentários: | |







Primeiros Capítulos

Capítulo 15

Taylor POV


Incomunicável?

Como, por tudo que é mais sagrado, uma pessoa pode simplesmente sumir do mapa por quase duas semanas?

Tudo bem, pode ser que ela esteja na casa de outras pessoas, tentando fugir de tudo que lhe causei... Mas sem deixar rastros ou notícias?

- Tem certeza que procurou em todos os lugares? Conversou com todos os parentes?

Joe me olhou de cara feia. Era – provavelmente – a décima vez que eu fazia a mesma pergunta.

- A melhor amiga não sabe ou NÃO quer dizer onde está. Os pais estão pouco se lixando, os tios também querem descobrir e uma das colegas da faculdade disse que nos contaria se eu a trouxesse para te conhecer.

- Sim, e por que não a trouxe?

Seus olhos tediosos de repente se arregalaram. Ele pôs as mãos no peito, arfando de tanta descrença. Eu sei, sei que minha situação estava ficando cada vez mais absurda. E havia um nome para isso... Desespero.

- Você está mesmo louco. Se dispor a conhecer uma fã aproveitadora só para obter informações... – ele rolou os olhos. –Para sua sorte, reconheço cada tipo de pessoa só de olhar. E aquela menina estava mentindo.

- Claro que estava. – abaixei a cabeça. – Mas e agora? Se ninguém sabe dela, como poderei encontrá-la?

- Vai ter que esperar, meu caro. Ela vai surgir uma hora ou outra, os papparazi cuidarão disso. – Ele ergueu uma das sobrancelhas. – Agora se livre dessa cara de tristeza e vá para o estúdio gravar amanhecer... Não queremos que perca seu papel de ouro.

- É... Não queremos mesmo.

Soltei um riso amarelo, peguei minha carteira e sai do restaurante em que estávamos. Quase dois passos depois, percebi que flashes vinham de várias direções. Estava sendo assim desde a matéria na revista, eles não me deixavam em paz nem um minuto sequer.

Meu celular tocou insistentemente em meu bolso. Pensei seriamente em não atender, como vinha fazendo a alguns dias, mas pensando bem, tinha que colocar logo um ponto final nessa história.

- Oi.

- Taylor? Você ficou esse tempo todo sem me atender, achei que não...

- Lilly, vamos direto ao assunto. – cortei seu monólogo dramático.

- Precisamos conversar, aquilo que disse para mim... Ainda quero entender algumas coisas.

- Se quer saber, fui o mais específico que pude naquele dia. Mas se você quer falar comigo de novo, - bufei bem alto, rolando os olhos. – tudo bem, a gente conversa.

- Ótimo! Venha hoje a noite no meu apartamento. Vou estar te esperando, tchau!

Aquele tom de voz, animado e esperançoso, não podia significar coisas boas para mim... Afinal de contas, nós tínhamos “terminado” o namoro. Pelo menos achei que ela tinha entendido a mensagem quando eu disse que não estávamos dando certo.

E mesmo assim eu iria até lá de novo, discutir sobre a mesma questão. Mas antes tinha muitas cenas para gravar e por falar nisso, nem havia decorado as falas do meu roteiro. Eu estava ferrado em tantos sentidos que comecei a sorrir. Sim, a sorrir... Sentar e chorar nunca foi do meu feitio.

Engoli dúvidas e lembranças durante todo o caminho em que dirigi até o set de filmagens. Apenas pensei sobre como estava cada vez mais difícil manter o lado profissional no trabalho quando tudo que eu queria era ver alguém de novo. E por isso eu andava gaguejando, errando falas, soltando palavrões grotescos nas gravações... Tudo porque não me saia da cabeça, e dia após dia, a situação só piorava.

- Recebeu alguma notícia sobre nossa linda brasileira?

Robert me abraçou de lado e caminhou ao meu lado até o frigobar. Ele me encarou com aqueles olhos divertidos, ao mesmo tempo em que eu enrugava a testa.

- Não, nenhuma novidade sobre o paradeiro da MINHA garota. – frisei a palavra, para que não restassem dúvidas.

- E o assunto do dia continua sendo aquela gata? – Kellan já apareceu mostrando todos aqueles dentes brancos, como de costume. – Ela te fisgou mesmo, hein!?

- E como! – torci o bico e peguei uma cerveja. – Não agüento mais sentir falta dela, todos os dias.

- O que será que ela fez? – Lutz coçou o queixo de leve, mas logo voltou a gargalhar. – Que mandinga poderosa!

- Vocês não a viram. Aposto que se a conhecessem, teríamos que duelar pra ver quem ganha o coração dela. Aqueles olhos, aquela boca, o corpo tão bem desenhado... – De repente, percebi que eles pareciam perdidos em suas próprias imaginações. – E é só minha. Já tem dono, babacas.

- Mulheres não são animais, não somos posses de vocês.

Nikki foi dizendo e se sentando ao mesmo tempo, fazendo aquela sua famosa cara de superior para todos nós. Sempre assim, por ser mais velha e mais madura que a maioria do elenco.

- Chegou a feminista! – brinquei. – Como é que seu marido te agüenta?

- Se ele não quiser, não suportar... Eu procuro outro que esteja afim do desafio, simples assim.

- Outch! – Kellan riu ruidosamente. – Essa é Rosalie Hale, pessoal.

Todos começaram a rir escandalosamente da minha cara de tédio, até mesmo minha melhor amiga traidora. Sim, eu e Nikki Reed éramos totalmente amigos. Nos damos muito bem desde o início, quando eu ainda era um magricela tentando um papel maior na saga.

- Você vai encontrá-la Taylor. – ela disse, de repente. – Não se preocupe.

- Obrigada. – cocei a cabeça de leve. – Acho que precisava ouvir isso.

- Deixa de ser gay! – Kellan gritou.

- Cale a boca! – Nikki lhe deu um tapa na cabeça.

- Se ser gay é ficar completamente obcecado por uma linda garota, então nunca me senti tão homossexual antes. – Todos sorriram e suspiraram levemente. – Agora vamos filmar, antes que um de vocês decida chorar comigo.

POV


A casa dos Cox era inacreditável. Desde o piso aos lustres, era tudo tão exuberante que eu tinha medo de simplesmente tocar em qualquer objeto.

Eu estava lá há quase duas semanas e ainda não me acostumara ao luxo excessivo. Meu quarto, enorme como qualquer outro da mansão, era composto por uma cama de casal e um dossel enorme envolta. Isso mesmo, um quarto de conto de fadas para uma simples babá.

Não posso dizer que era ruim, mas não era aconchegante como minha casa um dia foi. Senti falta de Bia, do calor infinito do Brasil, e dos olhos de Taylor. Sim, mesmo depois de tudo, não conseguia esquecer aquele filho da mãe e sentia saudades como se tivéssemos tido um namoro de dois anos inteiros.

O que me curava de todo esse estado depressivo era Daniel. Uma criança maravilhosa e cativante, que sinceramente, merecia todo o meu amor.

Mal havíamos chegado e seus pais fizeram uma viagem para Paris. Danny dormiu comigo naqueles dias, e não estou brincando, me senti protegida porque um menino de sete anos estava embolado junto a minha barriga. Senti que precisava dele para espantar o medo de ficar sozinha.

- , será que vou poder mudar minha cama pra cá? – ele disse entre bocejos, ao acordar pela manhã.

- Meu bem, não acho que sua mãe vai concordar com isso... Mas pode fugir da sua cama sempre que quiser e vir correndo para a minha. – ele sorriu. – Sem fazer barulho, é claro. Ou ela daria uma bronca daquelas em nós dois!

Ele deu uma gargalhada gostosa, provavelmente imaginando sua finíssima mãe gritando as alturas conosco. Era bem difícil de imaginar a cena, na verdade. A Sra. Julia era rica demais, silenciosa demais e fria demais, até para corrigir o filho.

Mas me acostumei com o jeito de todos. Só não me acostumei com o espaço vazio em meu coração. Eu não conseguia superar Taylor, e isso era o pior para mim. Afinal, depois de sacanear tanto com minha cara, eu ainda estava mesmo apaixonada por ele?

Em meio a tantos outros pensamentos, ouvi Daniel me pedir para levá-lo ao parque. O motorista poderia nos levar, mas sinceramente, uma caminhada faria bem a minha mente.

Concordei e o menino pulou em mim, me enchendo de beijos. Não demorou muito e estávamos a apenas uma quadra do parque central de Los Angeles, quando vi uma cena que pareceu acontecer em câmera lenta.

Havia um restaurante belo na esquina, por onde passávamos. As cadeiras bonitas do lado de fora e o bom gosto das mesas me chamaram a atenção. Havia um cara com uma revista, apreciando seu chá da tarde. Seus olhos pousaram em mim por meio segundo e logo ele cuspiu o liquido que bebia.

Suas mãos foram até uma máquina de fotografar pendurada em seu pescoço e antes que eu tivesse qualquer reação, um flash estourou ao longe. Ele deixou um bolo de notas na mesa e caminhou atônito até nós.

- Corre! – gritei para Daniel, que me seguiu mesmo sem nada entender.

Mas eu sabia que era tarde demais. Eles já sabem onde estou agora.

N/A: Flores, me desculpem pela demora. Além de um estado critico de falta de criatividade, ainda tive dificuldades para betar a fic. Mas agora que eu estou entendendo um pouquinho mais de tudo, pretendo postar todas as quartas-feiras. E alguns capítulos surpresas na sexta!

MUITO obrigada por todos os comentários lindos de vocês, adorei cada um deles *.* E me desculpem pelo capítulo morno, prometo esquentar os ânimos no próximo kkkkk' bjs:**

Capítulo 16



POV

- Pode me explicar o que exatamente significa aquela multidão lá fora?

Suspirei fortemente após o surto silencioso da Sra. Cox. Ela não era do tipo que gritava, mas seus olhos eram quase como o mar num dia de chuva. O azul líquido estava escuro e frio, revolto.

- Vou tentar explicar desde o início. – ela assentiu e se sentou na poltrona macia de sua própria sala. – Eu ganhei uma promoção, na qual poderia conhecer meu ídolo, no México. Taylor, o homem que salvou seu filho, é um ator de muito sucesso. Nós nos beijamos e agora, parece que o mundo inteiro sabe.

- Bem... – Julia parecia um tanto quanto desconcertada. – E você ainda gosta do rapaz?

Não era o tipo de pergunta que eu esperava ouvir da mulher, afinal, quase 100 jornalistas estavam a sua porta e de uma maneira estranha, ela estava preocupada com meus sentimentos.

- Não, não gosto dele. – meu coração contestou. – A matéria foi comprada, porque ele me beijou a força. Então pareço uma biscate... Mas sou vítima. Desculpe-me pelo transtorno senhora, tive tanto cuidado para não ser descoberta.

A senhora Cox arqueou uma sobrancelha perfeitamente desenhada.

- Parece que ainda gosta dele, mas está chateada. E com razão. Mas porque ele manipularia uma notícia?

- Eu não sei... Sou latina, desconhecida, faria mal para sua carreira? Ah, e ele tem uma namorada. Não sabia disso até ler as revistas.

- Que situação! Bem... Quanto aos fotógrafos, vou mandar que meus seguranças os expulsem. – ela sorriu levemente, com o que eu chamaria de pena. – O que pretende fazer em relação ao ator?

- Ah, vingança. Sem dúvida. Não sei como vai ser, mas quero acabar com a imagem dele assim como fez com a minha. Ainda não posso acreditar que ele me fez passar por isso... Me senti um lixo.

Quando vi, já tinha contado toda a história. Encolhi-me, envergonhada, mas de certa forma sentido certo alivio, afinal, vinha planejando vinganças malignas sem o menor sentido e conservando sentimentos dolorosos no coração. Guardando tudo isso sozinha, era como sentir o peso de um cavalo em minhas costas. E finalmente tinha desabafado com alguém que não fosse a louca da .

- Eu tenho uma ideia interessante, algo que o vai ensinar a nunca mais humilhar uma pessoa ingênua. – ela cruzou as pernas. – Vamos ver o que é que esse garoto acha de ser passado para trás.

O brilho em seu sorriso... Havia algo doentio ali. Passou pela minha cabeça que alguém tenha feito mal a senhora Cox, mas não imaginava quem poderia, pois a mulher parecia tão inteligente e confiante de si, que ninguém jamais ousaria depreciá-la.

De qualquer modo, ainda me parecia pessoal a forma como ela pegou minhas dores e as fez sua.

- E o que a senhora propõe?

Não custava nada dar azas a sua frieza. Meus planos eram horríveis e descabidos. Fazer Taylor implorar por perdão na frente de muita gente, como diabos eu faria isso?

- Faz dois dias que esse telefone não para de tocar. Todas as emissoras dos Estados Unidos querem falar com você. – ela sorriu. – É claro que podemos usar isso a nosso favor.

- Ah não, n-não. – Gaguejei pateticamente. – Aparecer num programa de televisão vai me fazer parecer ainda mais ridícula.

- , vê-lo na mesma situação em que esteve... Não é o que você quer? Pelo que me contou, ele também merece uma humilhação pública!

- É verdade, mas não vou saber o que dizer... E se ele, se ele me ridicularizar? – minha voz começou a falhar. – E se ele negar tudo? Claro que acreditariam mais na palavra de um astro.

- Querida, já tenho tudo aqui. – Ela apontou para a cabeça. – Só preciso dar uns telefonemas, acionar alguns contatos, e será mais fácil do que pensa.

- Como?

- Simples. Vamos deixar a cobra engolir seu próprio veneno. – outra vez aquele sorriso diabólico. – Quer ouvir o nosso plano?

Aquela vingança era minha, dela... Ou nossa?

Taylor POV


Toquei a campainha daquele imenso apartamento e logo ela abriu a porta, com um sorriso confiante. Roupas casuais? De forma nenhuma. O vestido vermelho era curto e tinha um decote profundo no colo. Percebi - rapidamente – o rumo para o qual ela pretendia levar nossa conversa.

- Que bom que veio! – sua voz fina declarou.

- Vim acertar o nosso término, só por isso. – seu sorriso murchou por alguns segundos e então me senti culpado. – Posso entrar?

- Claro, entre.

Pigarrei, ainda mais desconcertado que ela quando percebi que a casa toda estava cheirando a sândalo. E minha nossa, tinha uma trilha de pétalas vermelhas pelo chão. Virei-me lentamente.

- Mas o quê sig... – Fui calado por lábios vorazes e descontrolados.

Seus braços foram diretamente ao meu pescoço, seu corpo cambaleando contra o meu. Ela começou a puxar meus cabelos avidamente e me senti incomodado, tanto quanto assustado.

Lilly era canceriana, calma, delicada. Nada daquela agressividade tinha haver com ela... Aquilo apenas me lembrava uma outra pessoa, o que fazia tudo parecer pior. Porque não era aquela boca que eu queria, nem aquele gosto, nem aquele cheiro.

Eu queria que estivesse me beijando daquele jeito, e isso ficou tão claro em minha mente que tive que me afastar.

- Não foi pra isso que vim. – encarei seu batom vermelho, totalmente borrado. – Vestida assim, maquiada assim... Nem parece você.

Ela deixou que seus braços caíssem do lado de seu corpo e sues olhos, de repente, se encheram d’água. Não estava em meus planos, mas quando percebi, já estava abraçando seu corpo magro.

- T-Taylor, eu só queria que você voltasse para mim.

Aquele choro me machucou, aquelas palavras também. Cara, ouvir uma garota chorando era a pior coisa do mundo.

- Lilly, sinto muito... – acariciei seus cabelos. – Mas o nosso namoro acabou. Ainda podemos ser amigos.

- É por causa daquela estrangeira, não é?

Ela se soltou de mim e me empurrou. Era pra ser algo forte, mas não me moveu nem centímetros. Fiquei estarrecido com o fato de que em meses, nunca a tinha visto perder o controle.

- Como é que você arranja uma vadia qualquer por aí e termina um relacionamento que tinha tudo para dar certo? – ela apontou um dedo na minha cara. – Você vai voltar para mim, eu sei que vai.

Afastei-me de suas mãos, recuei vários passos. Será que aquela era a mesma garota doce que eu chamava de namorada um tempo atrás?

- Ela só quer o seu dinheiro e sua fama. Pode ir, vai atrás daquela puta, mas eu sei que você vai voltar... E por mais que eu te odeie agora, - ela soluçou. – ainda vou te querer de volta, porque sempre amarei você.

- Deixa eu te contar uma coisa... Duas na verdade. – parei em frente a porta. – Eu não te reconheço mais, e nunca, nunca mais vou voltar com você.

Abri a porta e a fechei com rapidez, ainda ouvindo um choro agudo e um barulho de um vaso se chocando contra uma parede. Eu não queria que ela sofresse ou se ferisse... Mas também não queria presenciar outro de seus ataques de raiva.

Eu estava estarrecido, aquela não era a garota com quem eu tinha me encantando meses atrás.

Ela foi tão meiga quando nos conhecemos, tão diferente de que me perguntei, enquanto descia as escadas, como pude me apaixonar por alguém tão inconseqüente. Eu sempre preferi as garotas certinhas e refinadas, pelo menos até duas semanas atrás.

Alguém pode me dizer por que justamente eu fui me apaixonar pela mulher bomba relógio?

Senti um objeto vibrar no bolso da minha calça.

- Fala, Joe?

- Taylor? – ele parecia indignado. – Tenho uma notícia boa para você.

- Pode me falar agora?

- É melhor conversarmos pessoalmente. Esteja aqui em 15 minutos, é do seu total interesse.

- É sobre ? – minha voz ficou ligeiramente rouca.

- 15 minutos. – e desligou. Miserável.


POV



- Eu não sei se isso vai dar certo mesmo.

Praticamente gaguejei, enquanto uma mulher retocava meus cabelos com uma chapinha, acentuando os grandes cachos nas pontas dos meus cabelos.

A Sra. Cox tinha chamado sua cabeleleira profissional, pedicure, manicure, estilista e maquiadora. Eu estava sendo, sem exagero, rebocada, só para aparecer num programa de televisão.

- Claro que vai dar certo, sou amicíssima da Jannet. Só lembre-se de fazer todo o combinado, o resto é com ela.

- Outch! – reclamei, quando alguém pinçou um fio de minha sobrancelha. – Pode falar de novo, só pra ficar bem frisado na minha mente?

Julia suspirou fortemente, ainda que como uma Lady. Nada que ela fazia era grotesco ou mal educado. Deus, eu queria ser tão elegante quanto ela.

- Assim que chegar, te encaminharão ao backstage, o lugar onde os artistas e demais atrações ficam até serem chamados ao palco do programa. – eu assenti levemente. – Taylor também ficará nessa parte, e portanto, vocês se encontrarão momentos antes de entrarem em cena.

Engoli em seco e sorri nervosamente, mas ela ignorou e continuou com seu discurso.

- Vocês provavelmente vão discutir, e quando isso acontecer, você deve arrancar todas as verdades que conseguir, pois ele vai achar que o programa não começou, mas as câmeras já estarão ligadas há muito tempo, focadas na briga de vocês. Não diga nada comprometedor e não se esqueça, quanto mais ele falar, melhor.

- E quando formos chamados ao palco?

- Bem... Aí a apresentadora, a platéia e o mundo inteiro já saberão o quão canalha ele é. Tudo será transmitido ao vivo, e ele só vai tomar conhecimento disso quando Jannet colocar o replay.

- Ele vai me odiar...

- Isso é ótimo, querida. Você não quer um cara desses por perto, quer? Ele acabou com sua imagem e com a privacidade que você tinha, está na hora de devolver na mesma moeda.

- É, a Sra. está certa. – fechei os olhos. – Ele merece tudo o que está por vir.

E que o meu programa gringo favorito, Jannet Flowers, não virasse, no fim das contas, meu pior pesadelo.

N/A: Oi Caféeeezinhas :) Como estão minhas leitoras? Espero que muito bem! Kkkk Sobre a fic... Todo mundo tem um trauma em CG, o que será que aprontaram com a finíssima Sra. Julia Cox? Vamos ver se alguém chuta e acerta!

É isso girls, continuem comentando e fazendo a minha alegria. E prometo que a próx. Att vai pegar fogo, afinal, é o REENCONTRO! BEIJOS:**

Ps: Binha Black, eu AMO seus comentários enooormes, cheios de expectativas, ideias e emoções. Você comenta em todas as fctions que eu escrevo, então agradeço pelo carinho. Adoro o fato de você estar sempre por aqui, kkk bjs flor.

Capítulo 17

Taylor POV

Eu estava andando freneticamente de um lado para o outro no meio do enorme backstage daquele programa de TV. Em ocasiões normais, eu jamais aceitaria aparecer num Talk show de fofocas, mas os produtores deram certeza absoluta ao meu agente de que também estaria lá.

E eu iria até ao inferno se fosse pra ver de novo aquela garota.

Quase não acreditei, quando Joe me disse, que ela tinha aceitado comparecer, ainda mais sabendo que eu era um dos convidados. Mas ela iria. E sinceramente? Além de ansioso, eu estava (literalmente) tremendo de medo.

Minha idéia inicial de reaproximação não consistia em uma DR pública, mas acho no fim das contas, essa foi a chance mais perfeita que pôde surgir. JAMAIS me ouviria se eu fosse atrás dela. Só que no meio de tantas câmeras, entretanto, ela não poderia fugir de mim.

E sim, eu estava disposto a me declarar em rede nacional. Que o mundo inteiro soubesse que eu queria ser dela, e Deus... Tomara que ela me perdoe e também queira ser minha.

Sentei na poltrona amarela e escorei meus braços sobre meus joelhos, tentando ficar pelo menos um pouco tranqüilo. Baguncei o cabelo de leve e respirei fundo. Como ela consegue me deixar assim?

Suspirei fortemente e logo ouvi alguns sons. Eram mulheres conversando. Levantei numa fração de segundo, enquanto ouvia meu próprio coração bater num ritmo ridiculamente acelerado. Era ela, eu até podia sentir.

Engraçado como assim que vi seus olhos, meu coração quase parou. Eu estava certo de que estava sofrendo uma parada cardíaca, mas quem se importa? Eu poderia morrer feliz depois de ter novamente visto seu sorriso incrível, que a propósito, foi murchando gradualmente quando ela percebeu que eu já estava ali, esperando.

- Senhor Lautner, eu estava justamente explicando a senhora Fernandes que um de nossos equipamentos quebrou e que, por esse motivo, atrasaremos 15 minutos para o começo do programa. Sentimos muitíssimo pelo transtorno, então prometemos encurtar a sua entrevista caso tenha algum compromisso.

- .

Foi tudo o que saiu da minha boca, enquanto a assistente falava sem parar sobre algo quebrado e um atraso técnico. Nada daquilo me importava. Eu estava praticamente babando na minha garota do café. Tão linda, tão incrível.

Continuei analisando seu rosto e corpo, tentando até descobrir quais eram os sentimentos que ela sentia e escondia tão bem naquele momento. E assim que nossos olhos se encontraram, ela virou a cabeça para a direita e cruzou os braços sobre o peito, evitando qualquer contato. Qualquer tentativa minha de aproximação.

- Então, senhor Taylor, podemos combinar assim?

Combinar o que? Eu nem sabia do que diabos ela estava falando, mas assenti mesmo assim. Apenas queria que ela saísse e me deixasse um pouco sozinho com . No final das contas, tudo saíra melhor que o planejado. Esses minutos de atraso me dariam a chance de uma conversa em particular com ela.

- Então vou deixá-los aqui até que o problema seja resolvido. Sentem-se, sintam-se a vontade, e por favor, me perdoem pelo contratempo. Até logo. – Ela sorriu e saiu depressa, fechando a porta atrás de si.

Fitei por um momento. Ela olhava para qualquer lugar, menos para mim. Demorou seu olhar sob uma mesa repleta de frios, doces e etc, e quando se cansou deles, passou a observar suas unhas como se fossem mais interessantes que qualquer outra coisa na sala.

- . – minha voz saiu tremula e pra piorar, ela sequer me deu atenção. – , olhe para mim.

Ela me encarou apenas parcialmente, com uma das sobrancelhas erguidas. Vi um misto de raiva e desgosto, uma frieza que certamente reservara apenas para mim.

Desencostou da parede e se sentou num dos sofás. Fiz o mesmo, ficando de frente para ela.

- Eu sinto muito.

- Sente muito? – ela sorriu levemente. – Eu é que sinto. Sinto muita pena de mim mesma por ter sido tão idiota a ponto de acreditar nas suas mentiras, e muita pena de você, por ser tão vazio a ponto de acabar com a vida de uma pessoa desse jeito.

- Você não entende. – cocei a cabeça e a balancei de um lado para o outro. – Eu não queria aquilo, nunca quis. Não foi ideia minha.

- O que não foi ideia sua? – ela se inclinou para perto. – No dia que nos conhecemos, você achou que eu era sua fã número um, e que meu maior sonho era te beijar.

- Eu estava errado, sei disso.

- Exatamente. Você quis me beijar e eu disse que NÃO, estou certa?

- Sim, mas...

- E mesmo assim você me beijou, a força. – ela praticamente rosnou.

- Eu sei, eu... Eu te beijei. Eu quis aquilo, ainda quero e sempre vou querer. É o que estou tentando te dizer, eu estou...

- Pare. – ela ergueu uma das mãos. – Pare com suas mentiras, eu não acredito em mais nada que sai da sua boca.

- Deixa eu te explicar o que aconteceu, por favor, só me escute. – praticamente implorei.

Ela não disse nada, apenas me olhou intensamente. Apesar de parecer um não, tomei aquele silencio como brecha para um SIM. Eu tinha que fazê-la acreditar, e para aquilo ela teria que ouvir.

- Antes de qualquer outra coisa, é melhor que saiba que estou apaixonado por você, e acredite ou não, essa é a maior verdade dentro do meu coração desde que nos encontramos pela primeira vez.

POV

NÃO. NÃO era pra ele falar aquilo. Taylor deveria me dizer que apenas queria me beijar, e que fui um passatempo enorme, uma brincadeira boba. Eu queria que ele parecesse um canalha diante das câmeras, queria que ele se mostrasse o cafajeste que foi. Sua verdadeira face.

Mas ali estava ele se declarando sutilmente. Seus olhos estavam brilhantes, seu rosto contorcido de... Dor. Como se ele precisasse que eu o perdoasse.

Por fora eu me fazia de forte, fingia não acreditar em uma palavra, mas por dentro... Eu estava balançada, como sempre. Sua voz, o jeito que ele movia as mãos e principalmente suas palavras... Elas estavam acabando comigo. Fazendo outro estrago no meu coração.

Afinal, porque ele estava me enganando de novo? O que ele ganharia com isso?

- Eu não acredito. – minha voz tremulou e ele percebeu como eu estava mexida. DROGA!

- Tudo bem, só me deixe explicar... Eu só quero a sua confiança de volta, por isso contarei toda a verdade.

- Estou esperando. – me recostei sobre a poltrona, enquanto ele se inclinava pra perto e me olhava nos olhos.

- Nós sabemos que eu te beijei a força, e também sabemos que você gostou. – fiz menção de reclamar, mas ele continuou com seu discurso. – Nós também nos beijamos outra vez, e não precisei te forçar a nada, foi incrível. Eu estou apaixonado por você desde a primeira vez, mas percebi que queria que fosse minha, naquele dia, quando conversamos sobre o luar.

- Taylor, vamos direto ao assunto “MATÉRIA COMPRADA”. – enfatizei o problema.

- Certo. - ele suspirou. – No dia em que partiu, eu acordei horas mais tarde pensando em você e na nossa discussão, e quer saber? Estava disposto a cruzar o atlântico e te trazer de volta pra mim, por sua própria vontade ou não. Mas aí eu recebi as notícias... Quando você já deveria estar longe.

Sua testa estava franzida, provavelmente a minha também. Era uma lembrança ruim. Foi o dia em que descobri que ele só queria brincar comigo, da pior maneira possível.

- Joe, meu agente, me mostrou a revista e eu quase não acreditei. Eu percebi, naquele momento, que você jamais me perdoaria. Te conheci o bastante para saber que nunca mais iria querer olhar na minha cara, e afinal, a culpa era minha, de certa forma. Apenas saiba que eu não modifiquei a revista, pois não me importaria de ter sido pego em flagra beijando a garota dos meus sonhos, eu...

- Então porque aquela simulação toda? A fã brasileira “agarra” o ídolo? Quem inventou aquilo senão você mesmo? – meu tom de voz começou a se elevar.

- Joe achou que prejudicaria minha imagem. Eu não sei porque diabos ele não me consultou e muito menos porque prejudicou alguém inocente, mas... Não foi eu. Acredite, só fiquei sabendo quando elas já haviam sido impressas e distribuídas. Veja bem, eu preferia mil vezes ter encarado centenas de paparazzis e programas de TV a ter te perdido. Agora você me olha assim e isso me mata!

- Você não espera que eu confie nessa historinha mal contada, não é? – levantei e comecei a andar de um lado para o outro. – Teve mais que duas semanas para concertar o que fez. Se estava tão arrependido, porque não fez uma declaração para a imprensa contando toda a verdade?

- E causar ainda mais tumulto, mais histórias falsas, mais agonia? Meu agente seria demitido e rechaçado, e apesar desse erro enorme, ele não é uma pessoa ruim. – Taylor também ficou de pé. – Os paparazzis te perseguiriam ainda mais, afinal, seria a garota que roubou o coração do lobo, como se eu precisasse de mais rótulos...

Tentei me afastar quando ele se aproximou, mas reagi devagar demais. Em um átimo de segundo, ele já estava segurando minha mão.

- Depois inventariam que nós íamos nos casar no Havaí sem que ninguém soubesse, e que você já estaria grávida de quadrigêmeos. – ele sorriu de lado, talvez imaginando tal situação. – Seja como for, eu só quis evitar mais problemas. Meu único plano foi te encontrar e te pedir perdão, eu nunca quis que aquilo acontecesse a você.

- E quanto a sua namorada, quando ia me dizer que tinha uma?

- Ex-namorada. – Ele sorriu e me puxou para mais perto, ignorando minha resistência. – Ainda não entendeu que eu só quero uma mulher na minha vida, e que por acaso, essa mulher é você?

- Eu ainda não acredito. – sussurrei

- E o que mais eu preciso fazer para te fazer confiar em mim? Te pedir em casamento – ele se ajoelhou, para o meu completo desespero. – Eu peço. Fernandes...

-Levanta já daí. – avisei entredentes, dando tapas em seus ombros largos. – Levanta!

- Tudo bem. Calma aí, senhora Lautner! – ele riu amplamente.

Então ouvimos uma barulheira frenética do lado de fora daquele estúdio. WOOOOOOOW misturado com OWNNNNN! É claro que a platéia estava ouvindo tudo aquilo, e minha nossa, eu até havia esquecido por alguns instantes que as câmeras já estavam ligadas.

- Depois eu vou querer saber se vou ser perdoado ou não, só depois. – ele me deu um beijo na testa. - Porque agora parece que o programa já vai começar.

- Na verdade... – dei cinco passos pra trás, sem saber o que fazer, falar ou pensar. ERA MUITA INFORMAÇÃO. – Já começou.

N/A: Amooooorinhas :) Quem gostou da ATT levanta a mão! Isso mesmo, quero todas as minhas leitoras bem participativas, comentando lindamente.

Me perdoem pela demora, criatividade em alerta vermelho. E quando começou a aflorar acabei escrevendo demais, teria sido um capítulo enorme. Então eu dividi em dois e na próxima vez tem a continuação do programa, que vai ser FOGOOO! Kkkk

Beijos lindaaas:**

Ps: Paulinha, obrigada por dizer que eu escrevo bem , QUASE QUE EU CHORO LENDO O COMENTÁRIO *.* KKKKKKKKKKKKKKKK :**

Capítulo 18

Mal fechei a boca e a assistente de produção entrou na salinha para nos avisar que deveríamos entrar no ar. Nem preciso dizer que quase vomitei naquele momento. MERDA!

Taylor estendeu a mão na minha direção, na intenção de me guiar até o palco. Olhei para ela demorados segundos, e depois para seu rosto, seus olhos intensos, seu sorriso largo. Será que ele falou toda a verdade? Ou será que estava apenas me enrolando novamente?

Balancei a cabeça negativamente e segui em frente sem sua ajuda, sem sequer responder a seus chamados. Tudo o que eu mais queria era ter tocado sua pele, mas quer saber? Nunca tive tanto medo de quebrar o coração. Duas vezes é mais do que posso agüentar.

A tristeza naquele másculo rosto logo foi substituída por um sorriso falso, quando entramos ao som de aplausos entusiasmados no programa de Jannet Flowers.

Nos sentamos lado a lado numa enorme poltrona, enquanto a apresentadora se mantinha numa cadeira espaçosa a nossa direita. Ela era realmente incrível, ainda mais ao vivo e a cores.

O engraçado é que nunca me imaginei dentro do programa dela, ainda mais tão perto assim de Jannet. Era como um sonho... Um sonho que provavelmente se tornaria um pesadelo.

- Estamos aqui com o astro Taylor Lautner e a famosa fã brasileira Fernandes. – os aplausos continuaram firmes. – Sejam bem vindos.

Taylor assentiu e eu agradeci. Jannet esperou o alvoroço diminuir para continuar a falar:

- Esta tarde, falaremos sobre a polêmica que envolve o nome dos dois, estampando todas as capas de revistas Americanas. Em primeiro lugar,, como foi beijar Taylor?

Que diabos?! Eu tinha certeza que estava roxa de vergonha até a ponta dos pés. Esse programa estava ou não a meu favor? Cheguei a conclusão de que não nutria mais nenhum amor e admiração pela apresentadora.

- Como foi ser beijada por ele? – repliquei. – Meio agressivo, já que fui obrigada a tal ato.

- É verdade. Nós discutimos por uma besteira qualquer, e então percebi que ela gritava sem parar. Em algum momento, apenas parei de prestar atenção em suas palavras, quando seus lábios me pareciam muito mais atraentes. E então eu a beijei.

A platéia quase foi ao delírio. Porque aquilo parecia tão lindo para todas aquelas mulheres? OI?! Eu estava sendo difamada no mundo inteiro por causa de um beijo... idiota.

- Então a matéria publicada na revista é falsa?

- Sim, nunca me forçou a nada e é ridículo acreditar que poderia ter acontecido, já que sou quase duas vezes maior que ela. – ouvi gargalhadas a fundo. - Fotos nem sempre contam a verdade, e além disso, aquelas estavam fora de um contexto, fora de uma ordem.

- E qual era a ordem ?

- Essa é fácil. – respondi por ele. – Nós discutimos, ele me beijou. Acho que discutimos de novo depois disso.

- Uau, esse é mesmo um casal bomba! – Jannet comentou e meu ódio por ela cresceu mais um pouquinho. – E agora vamos a outra pergunta. Porque seu agente editou as fotos e colocou a reputação da moça na lama?

- O que? Como você sabe disso? – ele ficou sério, de repente.

- Põe o replay produção!

Ela gritou e segundos depois eu quase me afundei na poltrona. Meu deus, eu queria fugir. Quis ainda mais quando aparecemos na tela. Foi a situação mais horrível e constrangedora do mundo.

O vídeo mostrava a parte em que Taylor falava sobre Joe não ser uma pessoa ruim, apesar do terrível erro. Ele olhava para as imagens sem realmente acreditar que estávamos sendo filmados desde o começo.

Quando a tela voltou ao branco novamente, quase senti os olhares dele me perfurarem, de tão intensos.

- Você sabia sobre isso?

- Eu...eu... – gaguejei, olhando para o chão.

- , olhe para mim e responda.

Levantei a cabeça devagar. Mesmo que ele tivesse aprontado comigo, eu tinha vergonha de ter participado daquela “traição”. Ele tinha se saído bem, com a imagem pessoal intacta... E mesmo assim eu me sentia mal por ter atentado contra sua pessoa. Porque me sentia a pior pessoa do mundo?

- Eu sabia, desde o começo. – seus olhos nublaram no mesmo instante. – Aceitei essa trama porque achei que você tinha planejado aquela matéria. Achei que havia sido proposital manchar minha imagem para salvar a sua. Eu achei tantas coisas... Tive certeza de que você apenas havia me usado, eu acreditei tanto nisso que acabei cultivando um sentimento de ódio. Quando tive que me esconder para que nenhum paparazzi me encontrasse, acabei passando um bom tempo isolada. E eu só pensava numa maneira de me vingar, afinal, meu coração estava partido em mil pedaços por sua culpa.

Olhei para seu rosto indecifrável e depois para a platéia. Alguns pareciam a ponto de chorar e outros me ouviam com atenção... Jannet estava prendendo a respiração, talvez com medo de que qualquer barulho fosse me fazer fugir. Mas eu não me acovardaria dessa vez. Tinha que terminar de falar tudo.

- Eu sinto muito pelas câmeras escondidas, foi horrível da minha parte. Ao menos aprendi algo importante. Não importa se está falando a verdade ou não, compreendi que não sou eu a pessoa que deve te dar uma lição, é a vida que cuida disso. Definitivamente não faz parte da pessoa que sou tentar diminuir os outros... Então peço desculpas. - uma lágrima rolou pelo meu rosto. – E peço outra coisa também: Não me procure mais. Está claro que isso nunca... Daria certo. Olhe envolta Taylor, apenas observe. Isso realmente jamais funcionaria.

Agora sim eu podia fugir. Limpei o rosto com as costas da mão enquanto me levantava e procurava uma saída em algum canto daquele palco. Ouvi Taylor me chamar, mas não ousei virar. Chorar em rede nacional era... Realmente o fim da minha integridade.

Corri entre os bastidores, ignorando toda a balburdia sendo formada ao meu redor. Gente gritando VAMOS PARA OS COMERCIAIS e FAÇAM ALGUMA COISA! Ignorei tudo aquilo e corri entre todas as câmeras. Quase consegui chegar até o final do estúdio, quando uma mão me puxou de repente.

O resultado todo mundo sabe, afinal, de um jeito ou de outro ele sempre fazia com que eu esbarrasse em seu peitoral musculoso. Aquilo sempre me deixava P da vida, mas não dessa vez. Hoje simplesmente achei que aquele era um ótimo lugar para chorar.

Então não agüentei. Quando vi, já estava sendo amparada por Taylor e seus braços quentes. Eu podia jurar que havia JURADO a mim mesma jamais tocar nele novamente.

- Shh.... – ele alisou meus cabelos. – Não precisa ficar assim, está tudo bem.

- Não está tudo bem! – minha voz saiu abafada – Eu sou uma pessoa horrível, além de ser um fracasso completo.

- , eu não estou chateado.

Me separei dele e enxuguei meu rosto. Taylor tentou me abraçar de novo, mas dei dois passos para trás.

- Isso não é mais sobre você, é sobre mim! Eu fui mesquinha arquitetando esse plano ridículo, não sou esse tipo de pessoa. Acho que fiquei cega pela vingança, pelo ódio... Como eu pude me expor dessa forma? Eu mesma me coloquei nessa situação.

- Porque todo esse desespero? O público te adorou, você viu como eles apóiam nosso namoro? Como eles querem que você me perdoe? Eles acham que somos um casal perfeito.

- Taylor, acorda! Eu não pertenço ao seu mundo. Mesmo que eu quisesse, jamais conseguiria lhe dar com essa vida cheia de holofotes. Eu gosto de privacidade e respeito. Nós nunca teríamos isso. A matéria sobre o beijo é o exemplo perfeito de que nunca teremos um relacionamento comum.

- Não diz isso, não diz que nunca vamos dar certo. Você não entende que estou aqui nesse programa de TV por sua causa? Eu dei minha cara a tapa, ouvi suas acusações em rede nacional, eu disse que estava apaixonado e levei um fora. Mas continuo aqui, querendo que dê certo. Eu estou tentando Jess, porque não pode fazer o mesmo?

- É complicado Taylor.

- O que é complicado? Eu estou apaixonado e sei que sente algo forte por mim, apesar de nunca demonstrar. Ouça bem, nós só precisamos tentar. Eu sei que posso fazer isso dar certo, eu quero muito que funcione.

- Não quero mais me magoar. E eu sei que a forma mais fácil de deixar acontecer de novo é permitir que você se aproxime de mim. Então eu decido ficar longe de você, pra salvar meu coração e toda a pouca dignidade que me resta.

- Meu Deus, o que aconteceu com a mulher que eu conheci? Onde está a forte, intensa e devastadora? Você não ligava para o que os outros pensavam, não tinha medo de enfrentar um desafio, uma complicação, ou um cara prepotente e arrogante - ele chegou mais perto, me olhando de cima. – A minha verdadeira paixão, minha explosiva garota do café estaria dizendo, nesse exato momento, que poderia me dar outra chance.

Eu posso até ser resignada, mas não sou de ferro. Aqueles olhos, a certeza contida neles, a esperança... Bem, talvez Taylor gostasse de mim de verdade. E acho que ele me conhece bem demais, melhor do que qualquer outro conheceu, e isso em apenas um dia...

Então ele tem razão, eu sou a garota que corre atrás do prejuízo, sou a garota que corre com os lobos.* Eu também vou querer pagar pra ver.

- Jura? Pois a sua garota do café também diria que qualquer vacilo – também ergui a cabeça em sua direção. – qualquer único e pequeno vacilo seria motivo para um chute bem dado no...

- É, isso é exatamente o que ela diria. – ele sorriu, e deslizou a mão pelo meu rosto. – Que bom que voltou, eu estava com saudade das suas mal criações.

Ele ia me beijar, mas me afastei apenas um pouco, só pra reavaliar minhas opções uma última vez. Eu tinha que ter certeza do que estava fazendo né, porque se ficasse com ele, estaria assinando meu passaporte para o inferno.

E agora minhas alternativas: Correr e me refugiar na Arábia ou namorar um astro do cinema em Los Angeles? Está mais do que claro que minha vida seria mais pacata no oriente médio, mas quer saber? Com ele me olhando assim eu até poderia viver no meio de uma grande confusão.

Sorri de lado e passei a mão pelo seu pescoço. Ele continuava alto exatamente como eu me lembrava, pois até na ponta dos pés era difícil alcançar aquela boca. Fiz um esforcinho e suspirei levemente quando nossos lábios se tocaram.

Aquela era a melhor sensação do mundo.

Como podia ser tão bom assim? Tenho certeza que Taylor era a pessoa errada para mim, justamente por isso nosso beijo parecia se encaixar tão perfeitamente. Não costumam dizer que os opostos se atraem?

Pois bem, eu tinha o cara errado exatamente certo com o corpo coladinho no meu.

Nós paramos o beijo e nos olhamos fascinados. Acho que ele também sentia... Quer dizer, as correntes de eletricidade e as manadas de elefantes no estomago. Rimos levemente e encostamos nossos narizes um no outro de leve.

- Eu quase enlouqueci sem isso. Nunca mais vou deixar você fugir pra longe de mim.

Ele me deu um cinqüenta celinhos rápidos enquanto eu gargalhava. Foi quando ouvimos barulho de movimentações. Taylor me soltou parcialmente e olhamos para o lado.

Minha nossa!

Câmeras, produtores e até a apresentadora Jannet segurando um lencinho branco. Nós havíamos sido filmados, o nosso momento romântico compartilhado com toda a América do Norte.

Taylor se encolheu quando eu o fitei, parecendo se desculpar por tudo aquilo. Mas não era culpa dele. Seria assim dali pra frente, se quiséssemos estar juntos. Papparazi, programas de TV, revistas de fofocas e fãs desesperadas.

PUTA QUE PARIU, eu estava mesmo pronta pra lhe dar com tudo isso?

- Que casal maravilhoso! – Jannet arfou e se virou para a câmera mais próxima. – Temos aqui um casal perfeito platéia, Fernandes e Taylor Lautner. Aplausos!

- Nós não somos um casal! – Protestei, aparecendo no canto da filmagem.

- É claro que somos!

- Opa, temos uma pequena discordância aqui. – a apresentadora riu. - , a paixão entre vocês já é evidente, mas agora quero saber... Estão juntos ou não?

- Não estamos namorando! Nós somos... Somos apenas amigos.

Sorri amarelo e vi Taylor arquear as sobrancelhas no maior estilo de: Todo mundo sabe que isso é mentira.

- É verdade. – ele confirmou e o encarei sorrindo, em agradecimento. – Só que nossa amizade é diferente das demais, pois tem tons de amarelo, lilás, verde e vermelho.

- O que quer dizer com isso?

Meu rosto esquentou automaticamente. Eu havia agradecido cedo demais. Até parece que Lautner perderia a chance de me constranger em publico.

- Ora, ora. – Jannet nos interrompe pela milionésima vez naquele dia. – Temos aqui uma das amizades mais coloridas que já vi na vida, pessoal. Lindo casal, lindo!

Ela bateu palminhas animadas e eu escancarei a boca, enquanto Taylor gargalhava copiosamente.

- Foi um prazer apresentar esse maravilhoso programa, foi uma honra testemunhar o amor desses jovens. Jannet Flowers acaba aqui, boa tarde!

Pronto. Fim do programa. Junto com ele... Fim da minha vida, fim da privacidade, fim de qualquer carreira que eu pudesse ter, fim de liberdade, fim de tudo.

Como matar Taylor Lautner? Porque se tudo ia mesmo ter um fim, talvez eu pudesse dar um fim nele também.

N/A: A demora pra atualizar é mato nessa fic hein, aooooooo lerdeza :( KKKKKK Meninas, eu estou sem criatividade. Apesar dos lindos comentários de vocês, a inspiração demora a vir. Preciso de idéias, preciso de BRIGAS! Quando está tudo tão bem assim, não sei escrever mais nada de interessante! Kkkkkkkkk E podem falar a verdade, vcs gostam de uma confusão tanto quanto eu! hahaha'

Mas espero que ao menos tenham gostado da reconciliação dos dois... Eu acho que gostei do desfecho. Continuem comentando Coffe Girls, beijos:**

PS 1: Sim, o Taylor quase pediu a PP em casamento. Mas era brincadeirinha dele, só pra fazer mostrar que faria "qualquer" coisa pra que ela voltasse a acreditar nele. PS 2: Déh, eu ri DEMAIS com esse seu comentário EXPLOSIVO kkkkkkkk adorei!

Capítulo 17


- Quer ir tomar um café?

- Eu não gosto muito de café. – respondi. – E lugares públicos me dão dor de cabeça, desde algumas semanas atrás.

Ele se encolheu, sentindo-se culpado, mas mesmo assim sorriu. Exatamente como alguém que pede desculpas e ao mesmo tempo gosta do que ouve.

- E se nós fossemos ao meu apartamento?

- Deve ter um zilhão de fotógrafos lá. – Fechei os olhos. E dessa vez ele também parecia triste. – Acho melhor você me levar para casa. Para a mansão Cox.

- Devem estar te esperando também. Agora todos sabem onde mora.

- Que droga. – grunhi. – E agora? Vamos passar o dia inteiro no seu carro? Acho melhor me levar até a mansão mesmo, o que eles poderão dizer de tão interessante sobre isso?

- Olha... – Ele voltou a sorrir e eu encarei, totalmente desconfiada de seu bom humor. – Tem um outro lugar, que ninguém além de mim conhece.

- Ah não! Você não vai me levar a nenhum parque ou caverna como nos filmes de romance né? Porque eu estou cansada, feia e sem paciência. Então vai tirando qualquer ideia maluca de se entrosar com a natureza da cabeça, porque eu não sou do tipo que...

- Meu deus mulher, como você fala! – ele me cortou, gargalhando em seguida. – É só uma casa, que nenhuma pessoa no mundo sabe que tenho. Agora você saberá.

- Outra casa? Além do apartamento?

- É só um lugar onde costumo relaxar quando não quero ver gente. – Taylor levantou os ombros. – Não é tão luxuoso ou bonito quanto o apartamento em L.A, mas é confortável.

-Não ligo para luxo, só quero um lugar onde possa te beijar em paz sem flashes estourando na nossa cara.

- Wow! – ele arregalou os olhos e me deu um sorriso contagiante. – Agora estou convencido, estamos indo para lá imediatamente!

- Por um segundo cheguei a achar que era eu quem estava sendo persuadida.

- E era... Mas depois do que falou, a pessoa mais cheia de expectativas quanto ao local sou eu. – ele afirmou. – E quero chegar rápido, muito rápido.

- Bobo. – revirei os olhos, mas não pude deixar de sorrir.

E é claro que ele me acompanhou na risada. E depois soltou uma das mãos do volante para acompanhar a curva de meu rosto com os dedos. Eu quase me esqueci do toque, apenas analisando seus traços e percebendo que aquele era o homem mais bonito que eu já tinha visto na vida. E era meu.

- E a propósito, você nunca está feia.

- Ainda não viu nada. – brinquei. – Ei, porque estamos parando aqui?

Vi que ele estacionava o carro numa das inúmeras vagas, de frente há alguns comércios.

Los Angeles era mesmo uma coisa, porque até as pequenas conveniências eram esplêndidas. A padaria da esquina, por exemplo, parecia uma Loja filial da Burberry, só que vendia pães ao invés de roupas.

- Preciso comprar umas coisas... Pra nós dois.

- Tipo o que? Comida? – indaguei.

- Não vou fazer uma compra grande... Tenho uma arrumadeira que vai à casa três vezes por semana e deixa tudo limpo. Às vezes ela leva comida, então sempre tem alguma coisa por lá.

- Então o que viemos fazer por aqui? – arfei, seguindo-o pela calçada. – Podemos ser reconhecidos!

-. – ele parou e me encarou com docilidade. – Nós já estamos quase fora da cidade, não percebeu? É muito difícil que tenham nos seguido até aqui, fique tranqüila.

- Tá, tudo bem. – passei as mãos por meu longo cabelo. – Ao menos me diga o que há para se fazer aqui, porque ainda não entendi!

- Vamos comprar algumas roupas. – Taylor respondeu, casualmente.

- Roupas? – tive a sensação de que o meu tom de voz tinha aumentado uns sete oitavos. – Roupas? Estou saindo com você para comprar roupas?

- Nós vamos precisar. – ele rolou os olhos. – Tem essa mania sua que já vi que será um grande problema. Porque sempre tem que gritar quando não está de acordo com alguma coisa?

- Não é que não esteja de acordo, só não estou ENTENDENDO.

- Viu? Já está discordando novamente. – ele me puxou para uma loja que vendia roupas femininas. – Escolhe algumas peças enquanto vou ali na esquina comprar uma outra coisa. Eu volto para pagar.

- Taylor... O que você está planejando? Eu não posso passar mais de um dia lá, e muito menos deixar você comprar coisas para mim!

- Por quê? – abri a boca para argumentar, mas ele a fechou com o próprio indicador. – Quase esqueci que você tem um argumento chato para tudo.

- Taylor! – ralhei, batendo em sua mão.

-, relaxe. Ao menos hoje, ok? – beijou minha testa de leve. – Ainda é sexta, vamos deixar todas as preocupações para segunda. E quase me esqueço de avisar, escolha um biquíni.

- Mas...

- Sem mas, porém ou entretanto. Volto daqui a 15 minutos, escolha depressa.

E saiu rapidamente, me deixando no meio de uma loja com a maior cara de tacho do mundo, ao lado de uma vendedora que encarava a porta pela qual ele tinha saído cheia dos suspiros apaixonados. ÓTIMO. Vou querer a loja toda, pra ver se ele fica esperto.

Taylor POV

Velas aromáticas, rosas, champanhe e morangos. Estava atrás de uma loja que pudesse me vender todos esses artigos de uma só vez, mas acho que era pedir demais.

Antes de entrar numa perfumaria, coloquei o boné, para que não fosse reconhecido. Seria estranho se alguém visse Taylor Lautner comprando sais de banho. Não sei, mas acho que não é bom para minha masculinidade. Macho que é macho toma banho com sabão, lava cabelo com sabão, escova os dentes com... Bem, é melhor eu parar por aqui.

- Oi Senhor, como posso ajudá-lo?

Uma atendente ruiva de cabelos bem curtos me abordou assim que o sino da loja tocou.

O que eu queria mesmo? Escolher todos os meus itens em paz e sem constrangimentos. Mas por outro lado, talvez ela me ajudasse com o quesito tempo. Eu estava meio apressado, se é que me entende.

- Certo. Eu preciso de Velas aromáticas, gel espumante para banho, sais... – levantei a cabeça para continuar com a contagem e com o canto do olho, percebi que ela me olhava fascinada. Droga. – E é pra agora!

- Oh, sim!

Lucy, segundo o que seu crachá dizia, se moveu rapidamente para perto das prateleiras e foi pegando todos os itens numa velocidade impressionante. Antes que eu pudesse me dar conta, já estávamos no caixa.

- Tomei a liberdade de acrescentar esse estimulante feminino, garanto que sua mulher irá adorar!

Ela sorriu e eu aposto que devo ter ficado meio vermelho. Tava na cara que eu estava planejando algo do tipo clima romântico.

- Eu acho que ela não precisaria, quer dizer, nós não precisaríamos disso, porque eu...

- Ah, tem razão. Aposto que não precisa de nada a mais para satisfazer uma mulher. – ela apoiou o cotovelo no balcão e suspirou, enquanto eu arregalava os olhos. – Digo,er... Aqui estão suas compras Senhor, agradecemos a preferência.

Dei um sorriso meio estranho a ela e saí da loja o mais rápido que pude. Não sei se ela tinha me reconhecido, mas definitivamente, com toda a certeza DO MUNDO, queria meu corpo nu. O que me fez gargalhar durante cinco minutos na calçada.

Depois do choque de ter sido flertado de maneira tão sexual, praticamente corri até um mercado pequeno. Nele eu encontraria todas as outras coisas que estava procurando.

E então, logo depois de ter saído de lá, deixei as sacolas no carro, antes de buscar Jessica. Seria estranho se ela me visse com tantas compras, sendo algumas tão íntimas.

Bom, o que eu diria? , comprei isso porque planejo fazer sexo com você hoje a noite! Bem... Isso me traria um olho roxo, pois estamos falando da minha garota.

Por isso eu gostaria de fazer uma surpresa. Queria que ela se sentisse especial e confortável... e seria bom se tudo acontecesse naturalmente. Além disso, transar hoje com ela não era a coisa mais importante do mundo. Ok, era! Mas se não quisesse, com muita tristeza da minha parte, nós não faríamos.

Mas eu continuo torcendo para que as velas lhe convençam. Quer dizer, eu queria muito, muito mesmo fazer todas aquelas coisas com que venho sonhando todas as noites, desde que a conheci. Não quero mais ter que acordar de madrugada e tomar um banho gelado só por que... Porque ela me deixa louco.

É, eu estou louco por ela. Então adiar isso também seria uma loucura bem grande a minha parte. Sendo assim, tomara que ela também queria curar minha insanidade.

Pensando bem... Acho que eu devia ter comprado aquele estimulante feminino.

Balancei a cabeça levemente, e tirei qualquer sorriso sacana do rosto antes de entrar na loja em que eu a havia deixado antes. Logo vi seu rosto compenetrado em uma revista de moda, e algumas sacolas ao seu redor.

- Comprou tudo? – Beijei seu ombro e ela se exaltou.

- Céus Taylor, eu me assustei! – ela me deu um tapa de leve. – O que é que você foi fazer hein? Estou aqui te esperando há tempos!

- Mulheres costumam demorar fazendo compras. Não sei por que fui achar que você era como a maioria, já que nunca é... não é mesmo?

Ela gargalhou, me deu um celinho e pediu ajuda para pegar as compras. Eu lhe ajudei e chamei a atendente para que eu pudesse pagar a conta.

- A Sra. Fernandes já pagou por elas, senhor. – eu e franzimos a testa no mesmo instante.

- Senhorita!

- Já pagou? – dissemos juntos. – Porque não me esperou, como eu havia pedido?

- Taylor, eu avisei que não o deixaria pagar. São roupas para mim, e não para você.

- Mas você concordou quando eu saí. Porque é tão orgulhosa assim? – eu nem estava acreditando em tamanha desconsideração.

- Não, não concordei. Nunca disse que deixaria você pagar, e afinal, odeio que comprem presentes para mim. A não ser que seja o meu aniversário.

- Como você é arrogante! O que aconteceria se eu tivesse lhe dado essas coisas? Devolveria?

- Olha quem fala, por favor. Estamos discutindo porque você é um machista que provavelmente não aceita uma mulher comprando as próprias coisas. E sim, eu devolveria.

E quando ela aumentou o tom de voz gradativamente, percebi que estávamos num lugar publico. Ou seja, em nossas condições, um lugar muito ruim para discutir. Ainda mais por uma coisa tão boba. Da parte dela, obvio. Que mulher não aceita presentes fora de datas?

Ah, claro. !

- Venha.

Agradeci a vendedora e a puxei pelo braço, tendo um trabalho danado para lhe dar com todas aquelas sacolas e as contestações ridículas de . Ouvi as palavras Ultraje, imbecil e estúpido, todas na mesma frase.

- Eu não vou mais! – ela sibilou, quando chegamos perto da minha picape Ford Super Duty. Falando nisso... Meu bebê!

- Vai sim senhora. E sem reclamar, sem se debater! – coloquei as compras no banco traseiro e corri para segurá-la. – Você está mesmo tentando fugir?

- Eu já disse que não vou com você. Nunca, em toda a minha vida, imaginei arranjar um namorado tão idiota. Eu não mereço isso! – ela gritou na minha cara e xingou ainda mais alto quando a coloquei no banco do passageiro a força, mesmo sob seus protestos indignados.

Entrei rapidamente e tranquei as portas, antes que aquela louca resolvesse saltar dali. Duvidei disso por apenas alguns segundos, afinal, aquela era .

- Você só está fazendo cena, sei que quer ir. – eu gargalhei. – E tenho certeza absoluta agora, acabou de me chamar de namorado.

N/A:Amoooorinhas :) Saudade de vcs *.* Está aqui minha linda att, espero que tenham gostado como gostaram da anterior. Adorei todos os comentários. Pamy, vc foi uma fofa. Deia, veronica e todas as outras, vocês são maravilhosas e é um prazer escrever CG pra vcs ! Mil beijos:**

Capítulo 18


Ignorar Taylor não era fácil... Por isso eu tinha decidido fechar os olhos, na tentativa de dormir e não mais ouvir todas as suas piadinhas acerca de uma palavra idiota: Namorado.

Não sei de onde diabos tinha tirado aquilo, mas tinha cometido a gafe de dizer, entre outras palavras, que ele era meu. E obviamente que ele não deixaria que essa situação passasse em branco. Afinal, aquele era Taylor Irritante Lautner.

- Então... Agora que sou seu namorado, quero saber as reais intenções da senhorita comigo. – ele falou, enquanto tentava prender o riso.

- Me deixa dormir?!

- Eu sei que não está com sono. Só está querendo fugir das perguntas do seu namorado.

- Minha nossa, quantas vezes mais você vai dizer essa palavra?

- Qual? Namorado?

- Ughhhhhhhhhh! – grunhi de irritação e joguei a cabeça para trás, enquanto ele gargalhava as alturas.

Até que era engraçado. Digo, eu não estava gostando tanto das brincadeiras, mas aquela risada rouca e contagiante era uma coisa. Eu tive uma vontade insana de beijar aquela boca, que sorria tão abertamente.

- Estamos perto de chegar, namorado?

Ele parou de rir e apontou os dedos para mim, soltando o volante por alguns segundos.

- O que? Você admitiu? – Taylor gritou.

- É, mas vou ser sua ex em menos de um minuto. Você vai nos matar desse jeito. – Gesticulei nervosamente, apontando para suas mãos e para seus olhos. – Presta atenção na pista, ok?

- Relaxa princesa. – ele piscou. – Eu sou o melhor motorista do mundo.

- Com quem você competiu, pra ter tanta certeza?

- Não preciso. Eu SIMPLESMENTE sei que... Sou o melhor. Eu sempre sou, em tudo.

- Quanta modéstia. – ironizei. – Eu gostaria muito que o Senna estivesse aqui para provar o contrário.

- E quem é Senna? Uma pessoa?

- Não uma pessoa qualquer querido, mas o melhor piloto do mundo. Airton Senna foi um ícone no Brasil, e as pessoas ainda o amam e se lembram dele. – suspirei. – Ele morreu num acidente, na formula 1.

- Então ele não era o melhor.

Ele comentou, mas apertou os lábios um contra o outro quando me viu franzir os olhos, em fúria.

- Será que pode respeitar o povo brasileiro?

- Eu respeito. – Taylor se defendeu. – Eu só acho que...

- Não fala nada. Você vai estragar tudo mais uma vez e eu vou ficar irada. – ele abriu a boca, mas eu protestei. – Nem mais uma palavra.

Olhei para seu rosto e ele parecida meio transtornado. Bem... Transtornada estava eu, depois de ouvir uma frase tão insensível sobre um de meus ídolos.

- E o que diz sobre Pelé? Vai dizer que ele não foi o melhor jogador? – acho que não era um bom momento para provar meu patriotismo, mas eu queria saber se ele tinha algo contra meu país.

- Ele é o melhor do mundo, até onde sei. – suspirei aliviada. – Mas a seleção brasileira de hoje em dia está uma merda.

Ah, claro. E o pior era que ele não estava totalmente errado. Eu adorava futebol, mas estava evitando ver os jogos do Brasil. Eles jogavam sem... Paixão.

- Você tem algo contra o Brasil? E seja sincero.

- Claro que não. A garota mais linda do mundo veio de lá.

- Gisele Bündchen? Óbvio. A modelo mais bem paga do mundo. Ela é uma pessoa...

- . – ele me cortou. – Eu estava falando de você.

Aquilo me fez – finalmente – calar a boca por alguns instantes. Foi... Como posso dizer? Foi incrível ouvir aquilo de um cara como ele. Famoso, rico e lindo. Desejado, requisitado. Oh meu deus. Ele me acha tão linda assim?

- Você ficou vermelha. – ele passou o dedo pela minha bochecha. – Isso demora a acontecer, por isso eu gosto tanto. É como se eu tivesse vencido a barreira que você coloca entre nós.

- Como assim Taylor?

- Você não aceita nada com muita facilidade. Nem ordens, nem criticas, nem situações inusitadas e nem... Elogios. Quando você aceita, ruboriza. E é lindo de se ver.

- Oh, ainda bem que se diverte com a minha vergonha, Lautner! – Lhe dei um leve tapa no braço e ele riu.

- Não é bem Diversão ... A palavra certa é encantamento.

Capítulo 19


- Chegamos! E aí, o que me diz?

Taylor Estacionou a casa num lindo gramado verde, que se estendia até onde minhas vistas podiam alcançar. Algumas árvores rodeavam a casinha pintada de vermelho e na lateral dela, havia uma enorme piscina.

- Uau! – eu não conseguia parar de repetir o quanto tudo era incrível. – Isso tudo é seu? Até onde vai aquela cerca?

- Que bom que gostou. – ele ficou todo animado. – Sim, e ainda tem mais lá atrás. Daqui não dá pra ver... Mas ainda tem a casa do caseiro e um celeiro.

- O que vocês criam aqui? – de repente, me senti até mais animada que ele. O que o fez sorrir.

Eu amo amo amo animais. Minha mãe não me deixava ter bicho nenhum, então sempre fui frustrada quanto a isso. Mas quando meu pai decidia me deixar ir pra fazenda... Ah, era um sonho. Eu brincava até com as galinhas.

Não que eu ainda gostasse tanto delas como quando tinha 10 anos. Agora eu me contentava apenas com cães. Ou lobos, como Taylor.

- Cavalos. Eu gosto muito, desde que era um pirralho.

- Oh meu Deus! – meus olhos podiam estar enchendo d’agua, e me senti terrivelmente boba. – Eu adoro cavalos. São Selvagens ou...

- Nós podemos montar e falar sobre eles depois , mas não agora. Nesse momento, vamos descansar um pouco. – ele colocou os braços sobre meus ombros. – Vou te mostrar a casa primeiro.

Era pequena, mas parecia mais aconchegante que qualquer outra casa que eu já tivesse visto na vida. Senti aquela sensação estranha de lar doce lar e tive que refrear meus pensamentos. Afinal, aquele lugar pertencia a Taylor... E nós jamais moraríamos juntos ou coisa parecida.

- Eu também gostei muito dela, na primeira vez que a vi. – ele se referia a meus olhares fascinados. – Ela me lembra a casa que vi quando interpretei meu personagem lá em La Push. A cor, a simplicidade, o conforto, a calma. Quando preciso pensar ou descansar, esse é o primeiro lugar que me vem a cabeça.

- Você não prefere ir para a casa dos seus pais?

- Aquele é meu lar também... Mas não, nenhum outro lugar me acalma como esse aqui.

- E ninguém mais conhece? Quer dizer, nenhum de seus amigos? Sua ex... – minha voz foi falhando. – namorada?

- Lilly não gostaria daqui. – ele riu de minha expressão confusa. – Ela prefere luxo. E quando digo isso, estou me referindo a grandes pilastras gregas, escadas de mármore e sacadas elaboradas. Então a resposta é não, ela não conhece. Você é a primeira pessoa que vem aqui.

Depois de ouvir algo assim, só consegui ficar quieta e imaginar se, de alguma forma, eu era mesmo especial para Taylor.

- Vamos ver se também vai gostar do interior. – Ele girou o trinco e me empurrou para dentro.

Bem... As coisas de dentro não condiziam bem com a imagem exterior, mas quem reclamaria?

O primeiro cômodo era a sala. O chão coberto por um tapete felpudo, as paredes cheias de quadros incríveis, uma TV enorme e mobílias bonitas e caras. Ele me puxou para a cozinha.

Inox com certeza não era a melhor definição de simplicidade, mas tudo era muito bonito, organizado e limpo. Havia até uma pequena adega, que eu tinha confundido com uma despensa.

- E agora o meu quarto. – ele sussurrou.

As paredes de seu quarto eram marrons ou beijes. E aquilo em qualquer outro lugar me pareceria impessoal, mas não para ele. Eu sabia que aquelas eram as cores de Taylor. Marrom combinava com ele de uma forma absurda.

Soltei-me dele e iniciei uma vistoria pelo quarto, andando devagar sobre o chão de madeira. A colcha creme da cama king size era convidativa, visto que o clima ficava mais frio a cada momento... Mas os retratos em cima da estante me entreteram ainda mais.

- Esses são seus pais? – apontei para a foto e ele assentiu, me abraçando por trás em seguida. – Acho que você puxou a sua mãe.

- É o que a maioria diz... E minha irmã – ele apontou para outra fotografia. – Saiu ao meu pai.

- Vocês são unidos?

- Sempre fomos. Agora está difícil encontrar tempo, mas eu os amo muito e sempre escuto o que eles têm a dizer. Eu... dou valor a família. É uma parte importante de nós, certo?

- Certo.

O que eu queria dizer era: Errado! Minha família era um caos, um drama... E não um porto seguro, como deveria ser ou como eu queria que fosse. Senti vontade de chorar naquele minuto e agradeci aos céus por Taylor não poder ver meu rosto. Então continuei olhando para o lado, até perceber um outro porta retrato, praticamente escondido entre tantos outros.

Taylor seguiu meu olhar e senti que seus músculos se retesaram. Ele me apertou com mais força, como se quisesse me impedir de fugir.

- Você tem uma foto com... Taylor Swift?

Não uma foto comum, mas uma daquelas de casal, onde a mocinha está nos braços do rapaz, e eles olham um para o outro como se nada mais existisse ou importasse.

Eu senti ciúmes, curiosidade, raiva... E o pior de todos os sentimentos: Medo. O que será que aconteceu entre os dois?

N/A: Ai, eu amooooooo escrever essa fic. Gente, eu morro de rir quando estou escrevendo novos capítulos. Esses dois são hilários, fala a verdade? KKKKK Mas agora vamos falar sobre essa última bomba... Meninas, não se desesperem, porque a PP não vai surtar, ok? Pela primeira vez na vida, nossos pombinhos terão uma conversa “madura” sobre o que rolou no passado de Taylor e TAYLOR(fêmea) kkkk Eu lembro que na época fiquei super curiosa e fiz várias suposições, então vou inventar o que eu (na verdade) acho que pode ter acontecido KKKK É isso amoras, espero que tenham curtido a att dupla. Beijones<3 data-blogger-escaped-br="">
Ps: Deia, adoro o fato de vc pedir att CG em metamorfose, e att de metamorfose em CG. eu acho super engraçado e lindo kkkkk essa att saiu mais rápido por sua causa! Obg pela inspiração, Bjs:**

Capítulo 19

- É só uma foto, sério. Nós namoramos há um tempo e eu tenho isso como... Recordação. Faz meses que eu não venho aqui, senão já teria jogado isso fora.

- Acho que não. Parece ser importante pra você, não tente me enganar. – fechei os olhos. – Pode me contar o que realmente houve entre vocês?

A expressão no rosto dele jamais sairia de minha mente. Ficou mais do que claro para mim que aquele assunto era um campo minado para Taylor. E... talvez para mim também, pois prendi a respiração no exato momento em que ele começou a falar.

- Nos conhecemos em outubro do ano passado, durante as gravações de um filme. – ele suspirou. – Taylor é uma garota doce e alegre, então o sorriso fácil dela me cativou no primeiro minuto em que a vi.

Nem preciso dizer que a essa altura já estava engolindo a seco. Eu queria apenas ouvir suas palavras, e não sentir o amor e o ressentimento que estava sendo transmitido por elas. Estava mais do que obvio para mim que ele ainda gostava dela.

- O que aconteceu depois? – perguntei, depois de pigarrear para conter a rouquidão que se apossara da minha voz.

- Começamos a namorar e a fazer todo tipo de coisa juntos. Eu nem me preocupava mais com câmeras ou revistas, e ela também não parecia se importar. – ele sorriu. – Iamos da sorveteria aos jogos de futebol, baseball, basquete... Não era bem a praia dela, mas ela me acompanhava como se fosse, entende?

- Então Taylor fazia tudo por você?

- Quase tudo. Eu achei que ela me amava, mas na verdade, eu gostava dela muito mais do que ela gostava de mim. Nós nos dávamos muito bem, mas ela não estava pronta.

- Pronta para o que?

- , não quero que isso fique entre nós, de verdade. Eu não sinto mais nada por ela... Não mais.

- Pronta para o que? – repeti a pergunta, observado-o abaixar a cabeça e respirar fundo.

- Eu a pedi em casamento, e ela negou.

Eu achei que saber uma coisa assim me faria correr pela porta aos prantos, afinal, ele amara o suficiente uma mulher para querer passar o resto da vida com ela... E a segunda pessoa que você ama será sempre a segunda, jamais a primeira. Mas eu não chorei e nem corri, eu vi a dor nos olhos dele e fiquei triste por nós dois.

- Eu sinto muito. – foi apenas o que consegui dizer.

- Não está brava comigo?

- Não Taylor, como poderia? O que aconteceu foi... Horrível. Eu não acredito que a pediu em casamento com apenas três meses de namoro, entretanto... Ela foi louca de ter recusado você mesmo assim.

Eu argumentei avidamente e vi seus olhos brilharem, e anuviarem logo depois. Fiquei confusa por um instante.

- Como sabe que ficamos três meses juntos? Eu acho que nunca lhe disse isso.

Ah sim... Que fora! Seria constrangedor admitir exatamente o porquê de eu saber o desfecho dessa história, ainda mais vendo a testa de Taylor se franzir enquanto eu me enrolava com as palavras.

- É que e-e-eu gosto das músicas dela, e a letra de uma me chamou a atenção. – de repente ele pareceu saber sobre o que eu estava falando. – Procurei a tradução de ‘Remember December’ e descobri que falava sobre você. Se vocês se conheceram em outubro, então presumo que...

- É, você está certa. É mais esperta do que eu imaginava, tenho que tomar cuidado. – Taylor piscou. – Qual foi sua primeira impressão da canção?

- Eu não te conhecia e dessa forma não poderia saber dos dois lados da história... Então sempre achei que o cara da musica foi muito injusto por não ter dado a ela uma segunda chance. Afinal, ela diz que dezembro foi o melhor mês de suas vidas.

- Você não pode estar falando sério . – o preto de seus olhos se acentuou e eu engoli seco.

- Acabei de dizer que não sabia dos dois lados da história. Eu não quero que volte para ela. Taylor Swift teve seu momento e jogou fora, agora você é meu.

- Por isso me apaixonei por você. – ele me deu um Celinho forte. – Vocês são parecidas e ao mesmo tempo muito diferentes. São as duas mulheres mais indefesas que eu conheço, mas você se faz de forte, ela não.

- Tá querendo dizer que eu sou fraca?

- Justamente ao contrário ... Estou querendo dizer que você é forte e determinada. E eu prefiro alguém assim, alguém que tem coragem de apostar as fichas em algo que tem mais chances de dar errado do que certo.

- Foi você que me convenceu que poderíamos funcionar, esqueceu?

- Não, não esqueci. Mas saiba que foi você que me mostrou que valia a pena.

- Então me responsabilizo pelos meus atos. Eu vou dar o máximo de mim, Taylor. Você tem razão, eu quero mesmo ser sua namorada.

Os olhos dele ficaram ainda mais pretos, se é que era mesmo possível. E, no entanto, agora o brilho era totalmente diferente, algo como desejo e outro sentimento que não sabia bem explicar. Talvez paixão.

- Deve estar cansada de ouvir isso de mim, mas vou dizer novamente: Você é inacreditável.

- É mesmo? – engatinhei sobre a cama e me deitei no lado direito. – Nunca me explicou porque sempre diz isso.

- Eu achei que você brigaria comigo por causa da minha história com Taylor, achei que ia querer ir embora e... Sei lá, achei um monte de coisas ruins. Mas a única coisa que mudou é que você falou com todas as letras que me quer e também está me olhando diferente agora.

- Eu não estou te olhando diferente!

- É claro que está. – ele se deitou ao meu lado e me analisou profundamente. – Você está comigo, mas parecia não estar. Eu vi que estava insegura e procurando um motivo, esperando qualquer erro da minha parte para me deixar.

- Isso não é verdade Taylor, eu só...

- Sabe que é sim, . Mas eu entendo, eu gerei essa desconfiança quando “permiti” que seu nome saísse nas revistas, eu deveria ter feito algo.

- Tudo bem, mas não é só culpa sua. Tem haver comigo também, ok? Eu só tive um relacionamento sério e foi um desastre... Eu não sou boa em se tratando de amar pessoas.

- Por quê?

- Não estou pronta para te contar ainda, mas um dia eu vou.

- Tem haver com o seu medo de entrar em piscinas? – ele segurou meu rosto. – Não sei por que teria, mas eu tenho uma sensação estranha de que...

- É, você está quase chegando lá! – me levantei da cama num pulo. – Mas essa não é a hora e nem o lugar. Que tal esquecermos isso pelo fim de semana?

- Tudo bem, você manda. – ele sorriu e levantou as mãos, em sinal de rendição. – Está com fome?

- É, estou sim. Vamos preparar alguma coisa?

- Claro, e depois piscina!

Engraçado foi como fiz uma carranca imediatamente e ele rolou pelo colchão morrendo de rir. Sinceramente, se ele soubesse que estava fazendo piada de uma grande tragédia... - Me desculpe. – ele percebeu meu mau humor repentino. – Só os pés na água então? O que me diz? Vamos ... Por favor, eu estarei com você. Não vou deixar que nada de mal te aconteça.

Eu queria que alguém tivesse me dito isso naquele dia, mas ninguém estava lá comigo. Ninguém.

N/A: Oi meninas! Gostaram da att? Sei que foi curtinha, mas ainda essa semana postarei a segunda parte, cheias de cenas hot SIM :9 VIVAAAAS! Kkkkkkkkk

Verônica, adorei seu comentário sobre esses dois serem o casal mais quente do blog, acho que é verdade. E também ameeei todos os outros comentários! Adriana MB (ex-desaparecida), Binha Black (sempre muito fofa), Gabih (que se pudesse lia todo dia *.*), Pammy, Deia, Déh, Raquel, Jessiiica... vocês são... como é que o Taylor diz? Ah sim, INACREDITÁVEIS! Kkkkk <3>
Beijos e até a próxima atualização!

Capítulo 20


- Sabe, até que não ficou tão ruim.

Comentei enquanto comia e prendi o riso assim que ele me fitou com aqueles lindos olhos cerrados. Será que ele sabia que era só provocação?

- Se não tivesse ficado bom, não teria comido tanto. – Taylor debochou do fato de que meu prato estava quase vazio. – Mas se acha que não está gostoso o suficiente, então esta noite você prepara o jantar.

- Ah, sinto muito. Eu não posso cozinhar para você.

- É claro que pode. – ele largou o talher. – Hoje você não escapa dessa!

-Olha.. podemos resolver isso? É só pedir desculpas, certo? Tudo bem, me perdoe querido Taylor, seu macarrão estava magnífico, nunca comi nada melhor!

- Não vem com essa, agora a janta fica por sua conta. Não pode recusar esse pequeno favor . – ele riu.

- Taylor... – murmurei. – Eu não quero que você tenha uma indigestão alimentar. Eu sei fazer gelo perfeitamente e esquento água muito bem, mas é só.

Eu estava morrendo de vergonha. Quando minha mãe ainda falava comigo, tinha me contado que conquistara meu pai pela barriga. Eu faria Taylor ir embora pelo mesmo motivo, se tentasse mostrar meus ‘dotes’ culinários.

- Quer dizer... – ele comprimiu os lábios por alguns instantes, o que me deixou apreensiva. – Que você sabe fazer gelo?

Ele jogou a cabeça para trás e deu uma daquelas gargalhadas estrondosas que te assustam e depois... Bem, depois elas fazem seus olhos brilhar. Eu gostava do som da risada dele, era incrível.

- Não ria, ok? – dei um tapa em seu braço. –costumava fazer as refeições, ela adora essa coisa de receitas.

- Então não sabe fazer nada?

- Nada é um termo muito amplo. – franzi a boca. – Pensando bem Taylor, eu sei fazer uma coisa que você vai amar.

- Ah é? E o que seria? – ele se inclinou para perto de mim e fez uma cara terrivelmente maliciosa.

- Brigadeiro.

-Brugai... – ele tentou, enquanto eu ria descontroladamente e levava os pratos para a pia.

- Brigadeiro!

- Eu não vou conseguir falar isso.

- Tudo bem, não vai precisar saber do nome. Só vai precisar dessa sua linda boca para quando for comer.

Eu só me dei conta do que tinha dito quando a frase toda já tinha escapulido. Ugh! Pensar antes de falar, quando é que eu aprenderia a mais básica lição de convivência?

- Quer dizer que a senhorita acha minha boca linda?

Senti suas mãos segurarem meus quadris, enquanto eu continuava de costas a lavas os talheres.

- E porque não acharia? Alguém em perfeito estado mental já disse que ela é feia?Eu duvido que isso algum dia tenha acontecido.

- Bem... A maior parte dos homens não gosta.

- Inveja. – Eu ri. – E lembre-se ainda de que a outra parte dos caras que restaram faria de tudo para beijá-la.

Eu achei que o que tinha dito era engraçado, mas gargalhei sozinha por cinco minutos.

- Você quebrou o clima com essa última frase, eca! – me virei para ele e o vi balançar a cabeça. – Mas aí você sorriu e eu fiquei com vontade de recomeçar com todo o flerte novamente. E de novo. E de novo. Eu percebi que adoro ficar perto de você.

- Eu também gosto da sua companhia. – cheguei mais perto de seu corpo forte. – E eu adoraria conversar por mais tempo, mas não vou ficar em paz enquanto não fizer isso...

- Isso o que?

- Isso! – passei sabão em sua bochecha e me desvencilhei de seus braços, correndo para a escada. – Obrigada. Sua expressão de choque foi melhor que o imaginado.

BAM. Palavras erradas. Observei – quase como se fosse em câmera lenta – Taylor cerrar aqueles olhos pretos, enrijecer a postura corporal e soltar uma risada maléfica de filme de terror. Ele era lindo, mas parecia perigoso naquele momento.

Um jato de adrenalina irrompeu em minhas veias e eu corri pela casa sem realmente saber para onde estava indo. Achei que estava salva quando entrei no quarto e fechei a porta, mas entrei em total desespero quando notei que ela não tinha chave para ser trancada. Que droga!

Os passos pesados de Taylor me fizeram rir de nervoso e eu me escorei contra a porta para que ele não conseguisse entrar. É claro que aquilo era ridículo. Ele era lutador de karatê e diversas outras artes marciais, segundo o Google... Então como eu, uma garota de 53 quilos poderia detê-lo?

- Eu estava brincando, me desculpe! – Gritei assim que ele bateu na porta, na esperança de que ele desistisse de me pegar.

- Agora é tarde para de desculpar. Abra a porta eu eu arrombo.

- Você não seria louco, afinal, a casa é sua! – meu coração deu um solavanco. – Taylor... Eu estou ficando com medo.

-Mas já? – ele empurrou a porta com mais força e eu apertei os olhos. – Você ainda não viu nada.

Primeiro foi apenas uma brechinha, depois um espaço maior, e logo ele tinha metade do corpo para dentro enquanto eu pulava sobre a cama, gritando, jogando todos os travesseiros que eu encontrava em cima dele e rindo sem parar.

- Sai daqui, sai! – me sacudi quando ele agarrou meu pé.

De nada adiantava espernear. Taylor segurou minhas pernas e me virou de frente, de modo que deitada de frente para ele, eu estava totalmente indefesa. Foi aí que ele começou com as malditas cócegas.

E eu odeio cócegas.

- Pede penico! – ele ordenou, ainda gargalhando sobre o meu corpo.

- Penico. PENICOOOOO!

Taylor franziu as sobrancelhas grossas e parou de movimentar as mãos, me olhando de um jeito engraçado.

- Eu não sabia que ia desistir não rápido.

- Eu só... Só quero que você pare. Eu odeio isso, me faz lacrimejar, além da vontade de fazer xixi. Eu não quero fazer xixi em você, seria traumatizante para nós dois.

Ele riu amplamente e enxugou uma lagrima que rolava livremente sobre o meu rosto. E então seu olhar encontrou o meu, e logo depois traçou um caminho até minha boca. Menos de um segundo depois estávamos rolando sobre a cama de casal. Nosso beijo, como sempre, era cheio de surpresas e de calor. Ele mordeu meu lábio inferior, meu queixo, meus ombros... E depois sorriu quando eu resmunguei.

Taylor não precisava dar uma de lobo nesses momentos né? Aquelas mordidinhas foram fortes e poxa vida, eu não era um osso!

- Desculpe, é inevitável!

- Pois trate de tirar esses caninos da minha pele, estou mandando!

- Eu não consigo, você é tão... Gostosa.

- Ora, você também é gostoso e eu não estou tentando de comer no sentido literal.

Ele gargalhou sobre meu pescoço e eu me arrepiei fortemente.

- Então não se importaria se tentássemos o sentido figurativo? Quer dizer, eu acho que seria interessante se...

- Taylor, só me beija tá? Se não eu te dou um murro e saio daqui bem depressa.

- Tudo bem, mandona!

E logo continuou a me beijar e soprou de leve em meu ouvido enquanto eu praticamente me revirava debaixo dele. Deixei minha mão caminhar livremente naquele peitoral, que mesmo por cima da camisa, me parecia perfeito.

Seus beijos fortes e apaixonantes desceram de encontro ao meu pescoço e eu me encolhi quando ele levantou a barra da minha blusa. Meus músculos abdominais se retesaram quando tocados e aquilo o estimulou automaticamente. Taylor se esfregou em mim, e aquilo foi bom para que eu percebesse o quanto aquele deus grego realmente estava louco de tesão, o quanto me queria. Eu já estava sentindo sua excitação, mas ela crescia mais a cada segundo... E eu cheguei a me perguntar quando é que pararia.

Ele devia ser bem... Grande.

Parei de imaginar o tamanho da ‘coisa’ quando minha camiseta foi retirada em questões de segundos. Antes que eu pudesse pará-lo, sua boca estava sob meu peito esquerdo, ainda coberto pelo sutiã. Senti seus dentes arranharem aquela pequena parte descoberta do meu colo.

- Uma última mordida?

N/A: Olá meninas! Antes de mais nada, gostaria de chamar a atenção de vocês para o nome que dei a esse capítulo... Foi em homenagem a fiction que eu mais amo no mundo, e que acho que todas aqui deveriam ler pelo menos 3 vezes na vida. É Bite me, da Chaos... E ela está postada no fanfic obsession... Agora obsessões a parte, vamos ao que interessa. Eu prometi fogo não foi ? Pois bem, tomara que tenham gostado. E quero ver muitos comentários ok? Assim, quem sabe eu me inspiro para provocar explosões do capítulo 21 de CG. Beijos para todas :***

Capítulo 16- Garota Malvada


É claro que não deixei que me mordesse de novo. Dei um tapa em seu braço e ri fraco quando ele chiou baixinho, como uma criança irritada. Segundo Taylor, eu era uma estraga prazeres. E merecia um castigo por isso.

- Eu? Quem tá bancando a criança é você Lautner. Onde já se viu praguejar tanto enquanto me beija? Estou até me sentindo ofendida.

Na verdade não. Eu estava me divertindo muito assistindo aqueles olhos pretos se anuviarem cada vez que eu escapava de qualquer intenção que ele tivesse. Se tentava me morder, eu esquivava. E agora fazia o mesmo quando ele tentava me beijar... Só porque era engraçado vê-lo com raiva.

- Você é uma garota muito má! – ele prendeu meus pulsos acima de minha cabeça numa agilidade inacreditável.

E novamente o fato de eu não o levar a sério estava o deixando irritado. Eu gargalhei e me contorci, mesmo com os braços presos por mãos de ferro. Provavelmente Taylor sabia que tinha força o suficiente para me deixar incapacitada, por quanto tempo quisesse.

- Se eu deixar que me beije... Soltará meus braços?

- Acha que eu faria um acordo com você depois de todo esse descaso comigo? – me lançou um riso debochado. – Agora que te tenho exatamente onde quero, sou eu quem estipula as regras.

- Eu estava só brincando, você sabe. – rocei meus lábios nos dele. – Pare de ser tão vingativo.

- De modo nenhum. Merece tudo o que estar por vir, não finja que discorda... Você sabe que foi malvada. E além do mais Srta. Jonasson, não vai ser de todo ruim... Acho até que pode começar a gostar quando eu começar a aplicar sua punição.

Fiquei arrepiada da ponta dos pés até meu último fio de cabelo na cabeça. Aquela voz grossa, aqueles lábios tão convidativos enquanto ele dizia AQUILO... Naquele momento, me senti uma presa indefesa, cercada por um urso. Ou devo dizer pelo lobo?

- Se é assim, o que está esperando para começar? Sabe o que dizem, não é? Cão que ladra... Não morde. E já que tocamos no assunto, eu não tenho medo Taylor. Isso porque você é como um São Bernardo, só tem tamanho.

Eu sei que deveria ter parado de provocar a vários minutos atrás.

Eu sei.

Taylor apertou mais meus braços, e cerrou os olhos em fendas antes de beijar minha boca com violência. Eu tentei corresponder do jeito que pude, mas a forma grotesca como me beijava me deixou meio confusa... E é claro, alucinada.

Com a única mão livre que tinha, explorou a pele nua de minha perna com vigor e então a puxou para cima, de modo que acabei enroscando-a em sua cintura. E deu pra sentir o quão excitado estava. Obviamente era uma faca de dois gumes, já que me senti pronta para enlouquecer.

Arranhei suas costas com vontade e ouvi um ruído rouco e alto que parecia animalesco, mas tinha saído da garganta dele. Preocupei-me apenas por um segundo, afinal, eu poderia tê-lo machucado. Mas só durou um segundo mesmo.

Antes que eu pudesse perguntar que ele estava bem, Taylor (com seus 90 quilos muito bem divididos) resolveu desabar com todo o seu peso sobre mim para logo depois me empurrar contra a cama de maneira sexual.

O nome daquilo era fricção. E eu já estava quase tendo um orgasmo apenas por sentir seu membro roçando no meu, por cima de tantos panos. Que vergonha Jessica, que vergonha.

Gemi seu nome involuntariamente e vejam só, foi a vez dele de se contorcer em cima do meu corpo. Eu não sei que poder tinham nossos ruídos, mas pareciam bem poderosos a essa altura do campeonato. Toda vez que um de nós dizia, ou pelo menos tentava dizer algo, uma explosão de sentimentos e sensações irradiava. Sem contenção alguma, sem pudor algum. Éramos como animais, e de forma assustadora, me parecia muito bom.

Até que o celular dele tocar. Nós tentamos ignorar, mas até nossa infindável conexão tinha limite. O toque do telefone era aquele da família Adams. Ninguém em sã consciência consegue transar ouvindo algo do tipo.

Suspirei fortemente antes de dizer:

- Atende logo essa merda.

Não fui tão educada quanto gostaria de ter sido, mas oi? Eu estava realmente frustrada. Poxa, fui quase ao auge do prazer, sem ao menos haver penetração. E eu estava há quase um ano sem fazer sexo, de modo que estava sim ESPERANDO ANSIOSAMENTE por isso.

Só me senti mais solidária quando vi a carranca que Lautner tinha colocado no rosto. Eu não parecia a única enfurecida no quarto.

- Fala!

- É o Robert cara, to precisando de você.

- Não pode ser depois? – ele suavizou a voz ao perceber que era o amigo. – Eu estava... Er, ocupado.

- Eu preciso agora, não te incomodaria se não fosse urgente.

- O que foi? Que tom de voz é esse?

- É melhor eu falar pessoalmente, eu... – até mesmo eu podia perceber que as coisas não iam nada bem.

- Brigou com Kristen de novo?

- Não foi uma briguinha boba, desta vez ela me traiu. E o mundo inteiro tá sabendo.

- Como é? – vi os olhos de Taylor se arregalarem.

- Por favor... Será que pode passar na minha casa agora?

- Estou indo cara, estou indo. Mas não vou chegar aí tão rápido, eu estava na casa de campo. – percebi que não ia dar detalhes de com quem ou por que. – Daqui a duas horas eu chego, ok?

- Certo. Valeu Daniel.

Depois de desligar o telefone, ele olhou para mim como um cachorro que acaba de cair do caminhão de mudança. E eu fiquei com tanta pena pensei em coçá-lo atrás das orelhas, pra ver se aquele rastro de tristeza ia embora.

-Estarei pronta para ir em dez minutos, não se preocupe.

- Me perdoa por isso ... – ele abaixou a cabeça. – Eu queria tanto ter passado o fim de semana aqui com você, juro que era o que eu mais queria. Mas Robert, ele está mal.

- E é seu amigo, você está coberto de razão em ir visitá-lo. Não se preocupe comigo, teremos outras oportunidades.

Ele deu um sorriso de lado que ainda parecia chateado, mas por outro lado, conformado com a situação. Fui pega desprevenida com um Celinho quente, enquanto observava seu rosto anguloso.

- Porque ele te chamou de Daniel?

- É meu segundo nome. – Taylor deu de ombros. – Só ele e minha mãe me chamam assim as vezes.

- Entendi. – dei um risinho afetado. – Que tal eu te chamar de Dan agora?

- Menos na frente de outras pessoas, pelo amor de Deus. Isso iria enterrar toda a minha masculinidade.

- Minha nossa, você continua um machista de primeira. – Soltei uma gargalhada, enquanto levantava da cama. – Vou vestir minhas roupas e então poderemos ir, acho que seu amigo precisa mesmo de você.

- Pelo que ouvi... A coisa toda não deve estar fácil.

- Ele parece ser um homem bom, sabe? Mesmo pela televisão. Não pude deixar de ouvir o que vocês conversaram e... Nossa, acho que Robert não merece. Não merece nem mesmo uma namorada horrorosa daquelas, e ainda por cima, ela o trai!

Tudo bem, acabei falando mais do que devia. Mas aquela era minha opinião sobre a tal Stweart, uma atriz feia e pra piorar sem talento. Coloquei o vestido sobre os olhos atentos de Taylor e joguei a camiseta branca na cara dele quando percebi que estava quase em estado vegetativo.

- Kristen é legal. – ele começou a se vestir também. – Mas sempre foi claro para mim que ele gosta mais dela do que ela dele. Será que é sempre desse jeito?

- Não sei... – acho que ele estava comparando a situação do amigo com a própria, digo, em relação a Taylor Swift. – Mas quer saber? Acho que é perfeitamente possível que possa existir alguém no mundo capaz de amá-lo com a mesma intensidade. Todo mundo tem uma alma gêmea.

- Acha que isso existe? Você parece a mais cética das mulheres em relação ao amor. Estou surpreso.

- Bom, eu costumo romantizar a vida dos outros... Mas a minha é mais complicada. Eu não sei se eu...

- Se tem uma alma gêmea? – ele piscou umas três vezes antes de continuar. – Se ainda não percebeu que sou eu, vou ter que pegar mais pesado com as declarações.

- Taylor...

E então ele soltou uma risada divertida, como aquela em que alguém claramente curte com sua cara. Mas eu sabia que havia um outro sentimento mascarado ali.

- Relaxa, não vou te pedir em casamento. – ele sorriu de novo, mas sei que havia uma sombra leve de tristeza e duvida nos olhos. – Só quero que seja diferente de como foi com ela. Eu queria que você se apaixonasse por mim.

- E porque diabos acha que não estou?

- Você está? – seus ombros irrijeceram. – Quer dizer, você não demonstra quando...

- Oi ? será que você percebeu que eu aceitei fazer uma pequena viagem com você sem ao menos saber pra onde iamos?! Posso garantir que não foi por caridade ou por causa do meu espírito aventureiro, porque ele nem existe. – sorri de leve. – A essa altura do campeonaro, você já deve saber que não sou a melhor pessoa do mundo em expor sentimentos Taylor. Acho que passei a vida inteira tentando calcular e controlar a força do que sentia. Mas eu estou tendo dificuldades em fazer isso com você, principalmente quando estou perto de você. Não percebe que às vezes eu perco a capacidade de... Raciocinar? Eu não quis aceitar no começo, só que acho que não tenho mais porque mentir.

- Pra você mesma ou para mim. – seus olhos pareciam brilhantes ônix.

- É, não quero mentir pra nenhum de nós dois, não mais. Eu estou realmente apaixonada por você.

Bam. Pronto. Tinha saído. E quer saber? Senti aquela leveza maravilhosa que a gente sente quando sai da sala de depilação. Eu sei que não foi a metáfora mais romântica do mundo... E quem se importa?!Só estou descrevendo exatamente a sensação do momento. LIBERDADE.

N/A: Olá chicas!!! Aposto dez pratas todas vocês sentiram um calorzão num determinado ponto da fic e a verdade seja dita, como nós gostaríamos que aquela cena acontecesse ao vivo e a cores! Mas sonhos e devaneios a parte, quero dizer que fico triste quando vocês dizem que a PP é chata. Sabem porque? Porque ela é baseada em mim KKKKK Eu sou psicótica, excêntrica, cética, fria, calculista, escondo meus sentimentos ao máximo, sou petulante e pra piorar... burra. Sim, eu deixo as oportunidades passarem, por medo. E acho que já fiz isso um bucado, mesmo sabendo que não é nada bom. De qualquer forma, o que quero dizer é que essa personagem é qualquer coisa, menos chata... porque minha nossa, se ela é chata eu sou um porre tbm! kkkkkkkkk #desabafo. Mas tirando isso, espero que comentem... e que acompanhem a fic para ver o amadurecimento dela, e que Deus queira, o meu também :DD Ps: Me desculpem por não ter rolado sexo. Eu simplesmente não sou boa em descrever o ato e acho que estragaria o capítulo inteiro tentando formular algo decente. Quer dizer, não decente, mas bem escrito kkkk Beijos lindaax:*

Capítulo 21

Depois de quase duas horas de viagem, o carro de Taylor estacionou em frente a mansão dos Cox. Ele olhou para mim de um jeito totalmente diferente no momento em que íamos nos despedir. Não arrogante, não cauteloso... Apenas apaixonado. Taylor estava mesmo apaixonado. Por mim.

- Eu sinto muito ter estragado nosso fim de semana. – seus dedos longos e morenos contornaram meu rosto e meus cabelos com leveza.

- Eu já disse que está tudo bem. Não vou fugir para o Brasil durante as próximas semanas... Você terá muito tempo para marcar um segundo encontro.

- Está me chamando para sair? – ele brincou.

- De forma nenhuma.

- Não tente me enganar. – diante disso, não consegui segurar uma gargalhada. - Você estará livre amanhã à noite?

- Eu acho que sim. O que tem em mente para nós?

- Terminamos de gravar amanhecer quinta-feira passada e por isso faremos uma festa mais intima para comemorar. Eu apreciaria muito se fosse minha acompanhante.

- Mas a festa não é intima?

- Sim, por isso eu levarei você.

- Mas o que eles pensarão? Eu não posso ir de penetra Taylor, vai ser estranho se eu aparecer lá sem ter sido convidada. Eu não conheço essa gente, não sou nem ao menos famosa e...

- . – ele cortou meu monólogo atordoado. – Você vai como minha namorada.

Só nesse instante percebi que os vidros estavam fechados. O ar condicionado, que até então vinha funcionando bem, estava agora parecendo ter o efeito contrario. Impressão minha ou o ar estava ficando escasso? Por acaso ele tinha ligado o aquecedor? Minhas bochechas queimaram para confirmar que todo o calor repentino se devia a vergonha.

- Bom... Eu, nós... Taylor, nós não chegamos a conversar sobre isso.

- Eu deduzi que estávamos namorando depois daquelas “revelações” de hoje cedo. Quer um pedido formal ou ainda está resistente quanto a ser minha garota?

Minha garota. Uau, como ele era direto. Sem entrada, sem saladinha, sem nada... Direto ao prato principal.

- Eu só acho que precisamos ver se vai dar certo antes de tomar uma decisão tão precipitada.

- Eu não tenho mais dúvidas Jess, mas se você quer esperar um pouco mais, eu respeito isso.

- Tem certeza? – mordi o lábio, me sentindo ridícula por recusar um namoro com aquele deus grego.

- Absoluta. Já começo a me perguntar o que eu não faria por você... Estou começando a achar que a minha maior fraqueza está diante de mim. Minha criptônita. – ele sorriu.

- E enquanto isso você vai me dobrando com tantas palavras bonitas. Tenho que tomar cuidado, Clark Kent... Ou estarei fazendo tudo o que você quer quando eu menos esperar.

- Vou aguardar ansiosamente por esse momento e te pedir as coisas mais absurdas da face da terra.

Dei um tapa em seu ombro, mas ri no seguinte momento. Eu nunca gostei de romantismo, mas com ele era diferente. Taylor estava sempre brincando e então eu não sabia se sua paixão era verdade ou não, mas torcia para que fosse. Estava mesmo torcendo que ele gostasse de mim tanto quando dizia.

Mas sempre soube que palavras e atitudes estão correlacionadas. Só o tempo iria dizer.

- É melhor você ir, Robert deve estar te esperando. – soltei o cinto de segurança e me inclinei levemente para lhe dar um Celinho.

Que acabou virando um beijo cinematográfico. Eu deveria ter previsto que ele não me deixaria sair sem enroscar a língua na minha como se estivesse fazendo isso pela última vez na vida, afinal, Taylor sempre me beijava com uma sede irracional e ânsia por mais. Eu gostava daquilo, me sentia desejada toda vez que nos beijávamos tão ardentemente.

- Bom, agora acho que já posso ir. – encarei sua boca levemente vermelha e imaginei que a minha deveria estar do mesmo jeito. – Até amanhã.

Virei-me rapidamente para abrir a porta, mas senti sua mão grande circundar meu pulso esquerdo quando tentei sair do carro. Parei para vê-lo e descobrir o que ele queria, e acabei me surpreendendo com olhos preocupados e uma postura hesitante.

Como se ele quisesse contar algo e estivesse com medo.

- ... – ele sussurrou, em tom de segredo. – Você disse que me contaria sobre aquele seu problema com piscinas quando voltássemos. Sei que chegamos mais cedo do que o previsto, mas não consigo parar de tentar imaginar o que aconteceu e isto está destruindo minha cabeça.

Suspirei e voltei a me afundar no banco macio de sua Land Rover. Dentre todas as coisas que eu imaginei que ele quisesse falar, meu “trauma” não estava dentre as opções. Odiei o fato de ter prometido contar a ele. E se Taylor ficasse com nojo de mim? Ou pior, pena? Bom, agora era tarde para voltar atrás.

- Meus pais estavam praticamente em processo de separação. Ele passava a maior parte do dia trabalhando fora e sempre chegava tarde da noite, enquanto minha mãe se trancava em seu quarto e dormia por horas a fio por causa da depressão. Em resumo, eu não via nenhum deles quando chegava da escola. Era como se nós nem tivéssemos uma família.

- Nós? – ele perguntou cautelosamente.

- Eu tinha uma irmã mais nova, Amanda. – meus olhos se encheram de lágrimas. – Era uma garotinha feliz e carinhosa que na época tinha só sete anos. Ela não tinha atenção do meu pai ou da minha mãe, então era muito apegada a mim. Só que eu estava chegando naquela fase difícil de adolescência, a fase rebelde. Não gostei de receber tarefas que não condiziam com minha idade... Eu estava fazendo papel de mãe e dona de casa enquanto a responsável por tudo isso dormia no quarto de cima.

As lágrimas agora já corriam livremente pelo meu rosto. Eu pensava nisso todos os dias da minha vida e não chorava, mas falar em voz alta era diferente. Senti todas as dores e culpas como se tivesse acontecido de novo. Eu jamais me perdoaria por ter sido tão egoísta.

- Um dia eu cheguei emburrada da escola e não quis fazer mais nada além de deitar na minha cama e colocar os fones de ouvido. Amanda apareceu lá algumas vezes insistindo que eu brincasse com ela na piscina, mas eu neguei em todas e mandei ela me deixar em paz. – minha voz embargou. – Eu ouvi de longe as risadas e achei que ela tivesse achado outra brincadeira, mas depois de alguns minutos, fechei os olhos e percebi que estava tudo muito quieto. Minha audição sempre foi boa, como você sabe, então ao ouvir apenas o ressonar baixo de John Mayer, percebi que algo estava errado. Nenhuma criança era tão quieta.

Olhei para fora da janela do carro, lembrando exatamente de como uma sensação de pânico me atingiu quando ela não respondia aos meus chamados. Foi o pior momento da minha vida, porque ali eu descobri que havia um lugar onde ela poderia estar.

- Quando eu cheguei à piscina, minha irmã estava lá no fundo, inerte. Eu tentei salvá-la Taylor, mas parte de mim já sabia que era tarde. Pulei na água e tentei trazê-la de volta, ela estava tão pesada... Quase me afoguei também – funguei - Mas consegui tirá-la de lá. Eu fiz a reanimação, mas Amanda simplesmente não abria os olhos. Gritei tanto de pavor e tristeza naquele dia que fiquei sem falar por uma semana. Foi tudo culpa minha. Meus pais também concordam com isso. Ela estava na minha responsabilidade, se eu não tivesse sido tão idiota e egoísta, se eu tivesse ido brincar com ela...

- , você não podia imaginar que isso aconteceria.

- Eu tinha que ter imaginado! – exasperei. – É isso que uma pessoa responsável faz. Minha mãe estava doente, eu tinha que ter...

- A culpa não foi sua. – ele me puxou para um abraço forte e eu chorei alto em seu ombro. – Acidentes acontecem o tempo todo, a culpa não foi sua.

- Mas minha mãe disse que Amanda estaria viva se eu tivesse sido uma boa filha.

- Ela estava jogando as próprias culpas e inseguranças em você,. Deve ser mais fácil dizer que a culpa foi sua do que assumir que se ela estivesse cuidando dos próprios filhos, a tragédia jamais teria acontecido. – ele passou a mão por meus cabelos longos. – E seu pai? Ele também deve se sentir culpado por ter estado longe de casa quando Amanda estava precisando dele. O que eu quero dizer é que todos vão sentir essa culpabilidade, mas como eu disse, foi um acidente. Nenhum de vocês sabia o que ia acontecer naquele dia. Se você soubesse, teria brincado com ela. Se sua mãe soubesse, teria saído do quarto. Se seu pai soubesse, teria tirado o dia de folga. Entende?

- Sim. – olhei nos olhos dele, e ao invés de me sentir envergonhada, apenas me senti bem por ter colocado aquilo para fora. – Obrigada por ter me ouvido e me ajudado a entender. Ainda me sinto responsável pelo que aconteceu, mas pelo menos agora entendo que essa culpa pode ser dividida por três. Ninguém nunca me fez encarar dessa forma.

- Os seus pais deveriam ter te dado um suporte maior, ao invés de fazer você acreditar que o que aconteceu foi sua culpa. – ele franziu as sobrancelhas. – Isso não foi correto.

- Eles me odeiam e não querem saber se foram injustos ou não. Aquele dia fatídico marcou o fim de duas vidas para os meus pais. Eliza disse que eu não era mais sua filha e passou a me ignorar desde então. Meu pai foi um pouco mais caridoso... De vez em quando ele me dava um bom dia. Mas isso não importa mais. – falei, ao perceber a cara de espanto de Taylor. – Eu já me curei dessa dor, pelo menos.

- ... Eu quero que você saiba que tenho orgulho por você estar aqui hoje em dia firme e forte. Qualquer outra pessoa teria desistido depois de passar por tantas coisas traumatizantes. Só preciso deixar claro que eu estou aqui, tudo bem? Para quando você precisar.

- Obrigada Taylor, de verdade. Eu não sabia que ficaria tão mais leve depois de colocar isso para fora. – suspirei levemente. – Obrigada por não me julgar ou sentir pena. Obrigada.

- Eu é que tenho que agradecer, pequena. Hoje você me deixou chegar mais perto daqui. – ele apontou para o meu coração. – Você confiou em mim, e isso era tudo o que eu queria.

Taylor chegou mais perto, colocou a mão em minha nuca e me puxou de modo suave... De um jeito que raramente fazia. Nossos lábios se tocaram e algumas emoções simplesmente se desprenderam em um único beijo. Senti-me segura de verdade pela primeira vez depois de um longo tempo andando na corda bamba. Aquele cara arrogante que eu tinha conhecido de uma hora para a outra tinha virado meu porto seguro. Eu ainda preferia ter os olhos arrancados do que admitir isso em voz alta, mas agora existia essa pequena realidade dentro de mim: Eu precisava dele para me reerguer.

N/A: que saudade eu estava de vocês, minhas cafézinhas. Eu adoro escrever CG para minhas leitoras, mas ultimamente muita coisa deu errado e agora é que eu voltei cm tudo. Mas voltei pra ficar e com muuuuita criatividade. Espero que tenham gostado e que comentem. Esse é o GRANDE trauma da nossa PP, inspirado em um episódio de Ghost Whisperer. Triste, não?? Sim, mas temos Taylor DELICIA Lautner para nos consolar ...

PS: Vocês viram que capa incrível? Ganhei esse SUPER PRESENTE da capista Nina Alves. Eu não poderia ter amado mais. Nossa PP é tão problemática e tão cheia de traumas que aquela frase fofa na capa(ideia GENIAL da Nina) caiu como uma luva. As imagens se encaixaram perfeitamente, nosso Taylor está pura sedução e ai, vou parar de tagarelar. Eu amei viu flor ?? Obrigada!!! Beijoooos:**

Capítulo 22

Entrei na mansão pela porta dos fundos e segui pela escada na ponta dos pés. Ainda eram sete da noite, mas eu não queria ter que encarar a senhora Julia e admitir que nosso plano deu errado porque eu estou apaixonada por Taylor Lautner. Não dei tanta sorte assim. Coloquei as mãos na boca para reprimir um grito quando a encontrei encostada na parede de frente para o meu quarto. Não tinha cara de brava, nem de feliz. Era sempre só aquela máscara fria e indecifrável.

- Senhora Cox!

- . – saudou-me – Podemos conversar no seu quarto por alguns minutos?

- É... Claro, claro.

Então contornei sua silhueta rapidamente e girei o trinco da porta de madeira, revelando um quarto organizado e limpo (graças aos céus), ou eu não sei onde enfiaria minha cabeça se a bagunça usual do Brasil tivesse se mudado comigo para Los Angeles.

- É que eu tenho algumas perguntas importantes para você, e não podia esperar até amanhã para saber.

- Bem, posso responder a todas as suas dúvidas senhora. Sente-se na poltrona ou na cama, se assim desejar.

Julia seguiu para a poltrona beije sem pestanejar e sorriu de lado com a minha excessiva educação. Eu usava as melhores palavras do dicionário inglês quando estava conversando com ela. Acho que era só medo de parecer deselegante perto de uma mulher que... Bom, parece a própria rainha da Inglaterra no quesito comportamental. Não dava pra ser informal com alguém assim.

- Para começar, gostaria de dizer que não estou chateada com o fato de que fez as pazes com aquele rapaz famoso. Eu vi todo o programa, e como todas as pessoas que assistiram, percebi que há algo sério acontecendo entre os dois. O jeito como se olharam, falaram um com o outro... Não existe outro nome para isso senão paixão. – abri a boca para falar, mas ela me interrompeu. – Em segundo lugar, o quanto está apaixonada por ele ?

- Acho que muito, senhora Cox. – suspirei profundamente. – Muito.

- Ótimo. – ela sorriu delicadamente. – Como disse, não me oponho a nada sobre esse relacionamento. Mas preciso te avisar que vocês vivem em mundos muito diferentes. Ele está acostumado com festas, belas mulheres e fãs enlouquecidas... Terá que lhe dar com isso muito bem se quiser que dure, ou acabará como eu.

- Como você?

- Exatamente. Fui namorada de um cantor famoso. – Julia se limitou a rolar os olhos quando disse isso. – Ele era bonito, sexy e fazia todas as garotas pirarem num raio de 10 km.

Impressão minha ou ela falou a palavra pirar?!

- E o que aconteceu com vocês?

- Obviamente não estamos casados. – deu-me um riso nasalado. – Eu não consegui controlar o ciúmes e fiz da vida dele um inferno. Acho que ele gostava de mim, mas não o bastante para suportar uma mulher tão controladora. Então Jason me traiu e todos os habitantes do universo souberam da notícia como eu, por uma maldita revista. Nós ficamos juntos por seis meses e de repente, eu era só uma fã que tinha dado sorte. Bem... Era isso que ele falava nas entrevistas.

- Eu sinto muito Senhora, agora entendo porque ficou consternada quando ouviu minha história... Afinal, são meio parecidas.

- Não, nem tanto. – ela me olhou. – Ele não correu atrás de mim, nem quando eu disse que estava indo embora para sempre. Já o tal rapazinho estava disposto a ser humilhado publicamente para voltar com você, isso eu chamo de amor.

- Eu não tenho certeza. – dei de ombros. – Talvez ele só tenha se encantado comigo porque fui difícil desde o começo.

- Não seja tão modesta querida. Você tem personalidade forte, é tão atraente quanto essas atrizes de Hollywood e totalmente capaz de fisgar um homem daqueles. Não faça como eu, não ache que é menos do que as pessoas que convivem com ele. Você é especial, e o garoto te escolheu por um motivo.

- Obrigada senhora. – pisquei os olhos com força. – Posso te fazer uma pergunta.

- Sim.

- Foi por isso que a senhora ficou tão séria e fechada? Foi porque Jason te traiu?

- Ah, eu era uma adolescente boba e ingênua... E Jason tirou isso de mim. – ela evitou olhar em meus olhos. – Eu fui a um show dele, com exatos 17 anos. Ele chamou umas garotas ao palco e fui uma das escolhidas. Quando peguei na mão dele... Não me lembro de ter sentido uma sensação melhor na vida até aquele momento. Meu coração bateu freneticamente, minha boca ficou seca e eu desmaiei. Aquele foi o começo de nossa história.

- Mas... Como assim?

- Ele cantou apenas mais umas duas músicas e finalizou o show. Depois, só soube que ele correu até o backstage para saber como eu estava. Seus funcionários tinham me colocado do sofá e me deram água para que eu melhorasse. Quando ele entrou pela porta do camarim e pôs os olhos em mim, quase achei que desmaiaria de novo. Mas ao invés disso, nós conversamos durante toda a noite. E no dia seguinte ele me pediu em namoro. – Julia sorriu fraco. – Ele nos assumiu publicamente, fez uma música para mim, me levava a todos os shows. Nós fomos os queridinhos da mídia por algum tempo... Mas é claro que tudo pode mudar de uma hora para a outra. Ele foi o primeiro cara com quem eu transei, e isso me fez amá-lo de um jeito obsessivo. Obsessivo demais, se é que isso é possível, e foi o que estragou nosso relacionamento.

- O que aconteceu? – perguntei, sentindo-me apreensiva novamente.

- Eu não queria mais que ele fosse aquelas festas regadas a álcool, não queria aquelas fãs idiotas por perto... Quase me esqueci de que havia sido uma. E então ele também mudou, acho que sentiu muito pressionado. Saiu escondido de mim e pegou uma vadia qualquer. – ela riu sem humor. – Eu passei a odiá-lo. Ele me fez ir contra minha família para namorá-lo, tirou minha virgindade, tinha me humilhado perante todo o mundo. Mas houve uma coisa boa, ele havia me tornado famosa. Sabe aqueles quinze minutos de fama? Bem, eu os tive. E foram preciosos para mudar minha sina.

- Como?

- Eu estava ficando sem dinheiro, minha família havia praticamente me deserdado e meus amigos desapareceram assim que rompi com Jason. Eu estava em total estado de calamidade quando me chamaram para uma entrevista na TV. James, meu marido, disse que no momento em que me viu ali desconcertada diante das câmeras, se apaixonou. Ele é o sócio majoritário da emissora, ou seja, fiquei rica. Tão rica quanto era na época de Jason. – ela abaixou a cabeça. - Não sou uma pessoa interesseira , mas naquele momento... Eu não tinha mais nada, nenhuma outra esperança. Então me casei.

- Mas você se casou sem amá-lo? – meus olhos se arregalaram.

- Eu gostei do jeito como ele me olhava, como se nunca fosse me tratar mal. Eu me apaixonei e passei a amar James com o tempo. Ele é um bom homem.

- Entendo. – torci o lábio inferior. – Bem, senhora Cox... Obrigada por dividir seus sentimentos comigo, e obrigada também por seus conselhos.

- Não foi nada querida. – ela sorriu. – Mas eu não vim só contar minha história, vim te pedir uma coisa.

- E o que é? – Estava tão estarrecida com sua história que agora era capaz de fazer qualquer coisa para ajudá-la.

- Eu e James estamos um pouco... Hm, distantes. Eu pretendo concertar isso com uma viagem, uma segunda viagem de Lua de Mel. Nós tentamos fazer isso no México, mas querendo ou não, Daniel atrapalha um pouco. O que eu quero saber é se você pode tomar conta dele enquanto viajamos.

- Ah, é só isso? Mas claro que posso Senhora Julia! Quanto tempo ficarão em viagem?

Foi a primeira vez que vi Julia corar.

- Cerca de três meses. – ela tratou de se explicar quando eu arfei. – Daniel não vai sentir tanta falta de mim com você por perto, aquele garoto te venera. Então, o que acha? Posso dobrar o seu salário para que cuide dele durante o tempo em que estaremos em Paris.

E como eu poderia negar uma coisa daquelas? Se eu não aceitasse, quem diabos ficaria com Danny?

- Tudo bem Senhora Cox, fique o tempo que precisar.

Capítulo 23

Passava das nove, o que significava que Taylor estava atrasado. Isso me fez ficar com menos vontade ainda de ir a tal festinha íntima de encerramento da saga crepúsculo. Afinal, por que é que euzinha me enfiaria num lugar com tanta gente desconhecida e famosa? Não que eu seja anti-social, só não estava realmente afim de sair e deixar Daniel dormindo sozinho em seu quarto. A senhora Julia estava em viagem há dois dias com o senhor James, e meu pequeno estava especialmente choroso por causa disso.

- Acho que não vou mais. – suspirei . – Tenho que ficar com Danny.

- Não, . – Rita, a cozinheira da casa, pegou um banco e se sentou ao meu lado. – Você está tão bonita, não pode ter se arrumado tanto para nada! E já lhe disse que se Daniel acordar, eu estarei por perto para fazê-lo voltar ao sono.

- Mas e se ele voltar a chorar como fez por toda a tarde?

- Ora, você não é a única de quem ele gosta nessa mansão. Eu sei acalmar o menino, pode ir e ficar despreocupada!

Eu ia encontrar algum outro argumento plausível para ficar quando meu celular vibrou. Pela primeira vez desde que conheci Taylor, meu coração não parou quando vi seu nome na tela do meu celular. Eu não estava especialmente ansiosa para sair esta noite. Sabe aqueles pressentimentos ruins? Pois é.

- Oi?

- , me desculpa pelo atraso. – ele respirava fortemente, como se tivesse corrido duas maratonas. – Já estou aqui na frente, pode descer?

- É claro, saio em cinco minutos.

Os cinco minutos mais longos da minha vida. Enquanto descia as escadas, tentei elaborar desculpas convincentes para não ir ao avento, mas nada me parecia bom o bastante. A minha roupa estava bonita, ele não estava tão atrasado assim e o céu estava totalmente limpo... Nem mesmo ventava. Então engoli a seco e encarei o trinco da porta. Porque mesmo eu não queria ir? Talvez fosse só um medinho bobo de ser jogada nesse meio de celebridades.

Bem, fosse isso ou não, desci os degraus da frente e dei de cara com a caminhonete vermelha dele. Taylor estava de braços cruzados encostado nela, tão bonito quanto o próprio Adônis. Ah, minha nossa. Meu estomago deu cinco mortais para frente e mais dois para trás. Como ele pode ser assim tão lindo a ponto de me fazer esquecer todos os meus problemas em segundos?

- Uau. – ele me olhou da cabeça aos pés. – Você está maravilhosa.

Soava como um elogio, mas suas sobrancelhas estavam quase unidas e sua voz um pouco mais grossa que o normal.

- Tem certeza? – mordi o lábio inferior. – Parece que não gostou tanto assim.

- Eu adorei. – Taylor desfez a carranca involuntária. – Gostei tanto que estou até preocupado. Você é bonita demais para o próprio bem. Aqueles caras vão te secar a noite inteira, eu sei que vão.

- De quem está falando?

- De todos eles. – deu-me um riso nasalado. – Especialmente Kellan e Jackson, ah... Aqueles dois idiotas.

- Não acha que está sofrendo por antecipação?

Quebrei o clima tenso colando meu corpo junto ao dele, dando um longo beijo no canto de sua boca. Taylor relaxou boa parte dos músculos instantaneamente e eu tive uma vontade quase incontrolável de sorrir. Aparentemente, eu tinha um poder sobre ele... Acalmá-lo, ou deixá-lo bem irritadinho.

- Eu acho é que devíamos ir logo, antes que eu decida te levar para outro lugar.

- E porque não? – minha voz tremulou de excitação.

- Embora queira você bem longe de todos os homens de lá, não posso deixar de ir. É importante para mim. Essas pessoas estiveram comigo durante três anos, no trabalho que mudou a minha vida por completo.

- Hm, é, tem toda a razão. – abaixei a cabeça. – Então vamos?

- Eu prometo que não será ruim. Venha Jess.

Ele abriu a porta do carro para mim como um verdadeiro cavalheiro... Coisa que, convenhamos, nem era a cara dele. Mas ri de qualquer forma, principalmente no momento em que ele beijou a minha mão. Vi em seus olhos que, não só o evento era importante, mas também minha presença ali. Eu não queria ir desde o começo, mas passei a querer quando vi que Taylor dirigia completamente satisfeito em me ter ao seu lado.

E depois de notar isso, o sorriso nunca mais se foi da minha cara. Cheguei a festa estonteante, sorridente e espontânea. Conheci a maior parte do elenco, ignorei todas as olhadelas masculinas e suportei como uma dama os ataques de ciúme que Taylor deu. Não foi tão ruim quanto eu pensava. Muitas pessoas eram gentis, e as que não eram se limitaram a me esnobar de forma limpa. Quer dizer, não sorriam... E nem faziam cara feia.

Foi o caso de Kristen Stewart. Houve uma antipatia mutua entre nós, desde o momento em que fomos apresentadas. Eu já tinha certo preconceito com a moça de péssimo talento, mas ao vivo foi bem pior. O nosso santo simplesmente não bateu.

- Hm, oi. – ela respondeu sem ao menos me olhar, enquanto Taylor nos apresentava.

- Olá.

- Tay, me diga – ela me ignorou completamente. – Sabe se o Rob vai... Aparecer hoje?

- Eu não sei kris. Ele disse que não, mas você sabe, Robert é totalmente imprevisível.

- Então não sou a única a achar que ele vai dar as caras por aqui. É bom, porque temos muito a conversar.

E devem ter mesmo. Não foi você, sua piranha, que colocou um chifre enorme naquele gato? Pelo amor de deus, o homem é lindo, talentoso e podre de rico. Porque diabos você, que é feia e chata, não se contentou com o que tinha? Ah sim, eu queria gritar tudo isso em voz alta e talvez até sacudir essa mulher que tanto falava idiotices a minha frente.

- Bom, parece que sua oportunidade acaba de surgir. – Taylor comentou em alto tom, assustando-me. – Ele não morre mais.

- Ah, droga.

Foi a primeira vez que eu a vi fazer uma cara diferente do que a habitual cara de sonsa. Kristen abriu a boca várias vezes, injetou os olhos e projetou todo o corpo de uma vez só para o porta de entrada. Robert Pattinsson estava lá, com as mãos no bolso e um sorriso de lado dirigido a mim, e não a ela.

Espera, volta a fita. Dirigido a MIM?

A garota demorou um pouco a entender o que acontecia, tanto, que seu sorriso largo só foi morrendo aos poucos quando ela percebeu que ele caminhava em nossa direção, mas com os olhos fixos em mim. Estranhando tal atitude, dei alguns passos inseguros para trás. Achei que tinha tropeçado em algo, mas Taylor foi ágil, me enlaçando pela cintura.

Só nesse momento, percebi que o par de olhos verdes que vinham até mim estavam de fato arregalados, como se não acreditassem no que estavam vendo. Robert estancou e deu meia volta no minuto seguinte, enquanto o homem ao meu lado franzia as sobrancelhas levemente. Eu não entendi nada. Eram todos tão estranhos assim?

- Taylor, não seja tão egoísta. Pare de esconder a garota atrás de si. – uma gargalhada estrondosa fez cada um de nós arfar de susto inconscientemente.

- Gosto de manter minhas preciosidades longe de olhares invejosos.

Taylor também sorriu, mas não vi qualquer graça ali. EU NÃO ERA UMA PROPRIEDADE.

- Ah, não seja tão ridículo, não quero roubá-la de você. – o gradalhão piscou para mim. – Só gostaria de ter a honra de uma dança.

- Kellan...

- Eu aceito. – coloquei-me rapidamente entre os dois e ofereci minha mão a Kellan Lutz. – E então, como vai ser grandão? Eu te conduzo ou você me conduz?

A gargalhada que ele deu depois disso ficaria ressoando em minha cabeça por séculos. Para alguém com o tamanho dele, era uma risada proporcionalmente alta e forte, tão alegre que me fazia querer rir também. Ah, eu sabia que seriamos grandes amigos a partir daquele momento.

Nós começamos a dançar um ritmo latino, que por acaso, caiu como uma luva para nós. Quer dizer, Kellan era todo animado (atitude indispensável no cha cha cha) e eu entendia um pouco de dança latina, afinal, eu nasci na América do sul. E quem nasce por aquelas bandas já tem esses ritmos impregnados no sangue.

- Você dança muito bem! – ele comentou entre risos, enquanto me rodava de um lado para o outro.

- É o sangue Brasileiro.

- De onde você vem tem outras como você? – Kellan seria considerado pedreiro na minha terra, com essa cantada infame.

- Mais do que pode imaginar. Tenho amigas que você adoraria conhecer.

- É sério? – ele ficou tão interessado que se esqueceu de mover os pés.

- Claro. Um dia eu chamo as garotas para vir me visitar, e aí você pode esbanjar todo esse charme pra cima delas.

- Yes! É disso que eu to falando!

A música acabou no mesmo minuto em que ele forçou meu tronco para baixo, numa daquelas poses espalhafatosas de filmes de dança. Meu cabelo quase encostou no chão e eu me desmanchei de tanto rir. Quando ele me levantou, batemos palma para ninguém em especial, comemorando os passinhos legais que tínhamos feito durante dois minutos inteiros.

- Gostei muito de você . – Kellan me apertou num abraço de urso. – Taylor tem muita sorte de ter te encontrado.

- Ah, poxa. – abaixei a cabeça, envergonhada. – Obrigada.

- De... Robert? Você ta bem, cara?

Virei lentamente, sentindo minhas bochechas esquentarem ainda mais. Será possível que eu entraria em combustão logo agora, perto de conhecer um dos caras mais famosos de Hollywood?

- Eu estou ótimo. Só vim saber se essa bela dama me concederia a honra de uma dança. – ele me encarou e sorriu de lado. Uma característica própria, aliás.

- Parece que estou requisitada hoje.

Dei uma olhadela por cima do ombro, e vi Taylor conversando com uma das colegas de elenco num dos cantos do salão. Considerando o fato de que Robert era seu melhor amigo, acho que não causaria uma crise de ciúmes se dançasse com ele. Bom, era nisso que eu acreditava até que uma musica lenta começasse a tocar. Coladinhos um no outro? Droga, isso ia dar problema. Mas era tarde demais. Kellan já tinha se afastado e o homem de olhos incrivelmente verdes já estava esticando a mão para mim.

- Tem certeza que dá pra dançar Lana Del Rey? É meio depressivo... Não existem passos para algo assim. – coloquei minhas mãos em seus ombros, ainda apreensiva.

- Dois pra lá, dois pra cá... Não tem erro. Além disso, eu vi você dançar antes. Duvido que se saia pior que eu. – seus olhos brilharam de divertimento. – Pronta?

Assenti vagarosamente e começamos com os passos ensaiados, como ele havia previsto. Robert colocou os braços em minha cintura e continuou nos guiando entre os outros casais que dançavam apaixonadamente na pista de dança. Não estava totalmente confortável, mas também não podia dizer que a situação era ruim. Ele tinha um cheiro bom, era alto, quente e educado.

E tinha um sotaque incrivelmente sexy.

- Estamos indo bem. – ele sorriu e se inclinou para perto de meus cabelos. Tive a sensação de que ele ia cheirá-lo.

- Parece que sim. – me inclinei de leve, evitando parecer rude. – Seu sotaque é bonito.

- É porque sou Inglês, pelo menos na maior parte do tempo.

- Como assim? – encarei seu rosto, sem entender o que ele queria dizer.

- Na maioria dos papeis que consigo em filmes, faço o típico americano briguento. Mas quando saio do set, volto a ser o britânico que sempre fui.

- Ah, entendo. – dei uma gargalhada breve. – Como é ter dupla personalidade?

- É muito bom poder variar... Às vezes eu me canso de agir e falar como um Lord. – ele arqueou uma das sobrancelhas com um ar falso de arrogância e soube de imediato que Robert estava brincando.

- Eu sempre quis conhecer Londres. Um dia, talvez, eu vá para lá e aprenda a falar tão elegantemente quanto o senhor.

- Agora estou me sentindo dois séculos mais velho do que você. – ele comprimiu os lábios, como se quisesse rir e não pudesse. – Me chame de Rob.

- Mas você não disse que era um Lord? Achei que tivesse que te chamar de senhor por respeito. – resolvi entrar na brincadeira.

- Você pode demonstrar respeito por mim de formas mais divertidas. – ele comentou e eu arregalei os olhos. – Calma, não vou falar nada desagradável. Eu só queria que um dia você aceitasse tomar um café comigo.

Um café? Sério? Porque diabos as cafeterias perseguiam minha história?

- Eu estou com Taylor.

- Podemos ir como amigos ... – Rob insistiu, mas agora seus olhos pareciam um pouquinho tristes.

Não sei se fiquei mais surpresa por ele saber meu nome ou pelo comportamento melancólico.

- Então, em nome ao respeito, podemos marcar qualquer dia desses.

Dei um sorriso cúmplice, enquanto ele me girava divertidamente e me acompanhava na risada. No meio daquele giro, pensei ter visto de relance uma figura alta e morena com cara de poucos amigos. Minha risada foi morrendo aos poucos, assim como a de Robert. Eu não pensei ter visto... Ele estava mesmo lá. Taylor, com olhos escuros e insondáveis.

- O que é que pretendem marcar para ‘qualquer dia desses’?

N/A: Hola chicaas : )) Gostaram da att dupla? Bem... Espero que sim, porque tive um trabalho danado pra escrever kkkkk E me desculpem por Taylor ser tão ciumento em CG... É que ele tem cara de possessivo até na vida real, então não pude deixar essa característica de fora! <3 data-blogger-escaped-comigo="" data-blogger-escaped-mode="" data-blogger-escaped-momento="" data-blogger-escaped-on="" data-blogger-escaped-perva="" data-blogger-escaped-please="" data-blogger-escaped-possessivo="" data-blogger-escaped-ser="" data-blogger-escaped-tay="" data-blogger-escaped-vem="">
Beijo pra todas e NÃO se esqueçam de comentar :**

Capítulo 24

Depois de perceber que Taylor não tiraria a cara de poucos amigos do rosto, decidi que era hora de ir embora da festa. Eu simplesmente não agüentava mais o clima ruim que se instalava entre nós ou a qualquer outro que chegasse perto o bastante do mau humor taciturno do meu namorado. Ciúmes é um sentimento até divertido, quando não exagerado e multiplicado por 100.

- Não sei o que me incomoda mais, seu silencio mortal ou seu olhar indignado. Eu não fiz nada de errado! – reclamei em alto e bom som, enquanto nos dirigíamos a seu carro.

Foi ruim ouvir minha própria voz ecoando por uns bons minutos pela rua mal iluminada de Los Angeles. Obviamente, ele estava me ignorando completamente e pretendia manter os lábios fechados até sabe-se lá quando. E bom, eu estava bem irritada com essa atitude... Tanto, que acelerei o passo e corri atrás dele pronta para lhe falar umas boas verdades.

- Então é assim? Vai fingir que não está me ouvindo ou vendo? Vai mesmo ser tão infantil a esse ponto?

Para minha surpresa, ele parou de modo brusco, de modo que esbarrei contra suas costas pela parada repentina.

- Infantil?

- Sim! – afastei-me de seu corpo e tirei o cabelo do rosto violentamente. – Pessoas adultas conversam sobre a situação. Você nem ao menos me deixou esclarecer as coisas.

- O que você tem pra me dizer, eu já ouvi. – ele me encarou. – Vocês marcaram um encontro. Vão tomar um café juntos e provavelmente se conhecerão melhor.

- Sim, é isso... Mas não como está supondo. Não existem segundas intenções.

- É mesmo? – Taylor sorriu sarcástico. – Você se garante a respeito de seus sentimentos, mas e quanto aos dele?

- Taylor, ele é seu melhor amigo. Acha mesmo que Robert tentaria me.... Roubar de você?

Roubar não era bem a palavra certa, mas estava tão estarrecida que simplesmente não havia qualquer rastro de racionalidade em meus pensamentos confusos para formular uma frase melhor.

- Eu não sei. – ele abaixou os olhos e voltou a andar. – Não sei mesmo.

- Isso é loucura!

- Loucura é ver Robert se aproximando de você daquela forma. E se quer saber, você também não parecia pouco a vontade. Eu vi você sorrindo o tempo todo, estava parecida com uma fã fácil.

- Fácil? E o que você quer dizer com fácil? Acha mesmo que eu estava me... - engasguei, só de pensar na palavra. - Me oferecendo para ele? Acha que sou esse tipo de garota?

- Obviamente que não, ou jamais teria me apaixonado por você. Mas Robert não pensa como eu.

- Ah, definitivamente. Robert não é um machista idiota.

- Tem razão, ele está mais para "aproveitador".

- Robert não estava se insinuando para mim. – pelo menos não diretamente, acrescentei mentalmente. – E eu não achei motivos para ficar intimidada. Ele quer minha a amizade, o que pode haver de tão errado nisso?

- Escute, Robert nunca quer só amizade com mulheres. Tudo o que ele quer é levá-las para a cama.

- Isso pode ter sido antes do relacionamento fracassado dele com aquela garota. Talvez ele só queira desabafar com uma pessoa diferente. Já parou pra pensar nisso?

- Não. – ele coçou os cabelos de forma impaciente. – E não faria sentido, de qualquer forma.

Taylor me encarou por alguns segundos, e eu devolvi seu olhar intenso, apesar de totalmente chocada. Simplesmente não podia acreditar que ele preferia excluir todas as outras hipóteses para crer que Robert só tinha conversado comigo por interesse sexual. Sim, porque era isso que ele estava querendo dizer, afinal de contas. Eu não era nenhuma idiota. Eu entendi toda a cena, as palavras ásperas e o olhar duro. Ele abriu a porta de sua caminhonete e eu considerei seriamente a idéia de voltar a pé.

- Você deve saber que eu estou bravo demais para ficar insistindo...

- Não se preocupe, eu não ia querer que você gastasse sua preciosa saliva me persuadindo.

Abri a bolsa e conferi rapidamente minha carteira. Tinha dinheiro suficiente para o taxi, e meu celular estava ali. Por sorte, não tinha como ficar pior. Como a pessoa independente que era, eu daria meu jeito... Como sempre fiz. Fui para o mais longe possível do carro de Taylor, esperando encontrar um taxi tão tarde nas ruas de Los Angeles. Apressei meus passos e senti meus pés reclamarem de dor. Droga de salto alto. Eu sabia que essa noite seria terrível, de alguma forma eu sabia. Acalme-se , vai dar tudo certo.

Estava abraçando meu próprio corpo por conta do frio, andando tão rápido quanto podia na direção de uma rua movimentada, quando senti braços ao meu redor. Estanquei, dei um pulinho com o susto e já ia gritar quando senti o cheiro amadeirado dele invadir minhas narinas. Ele me apertou por trás e enfiou o nariz na curva no meu pescoço, e assim ficamos parados por alguns segundos, até que eu me virasse e encarasse seus olhos escuros.

Não sei o que me deu, mas empurrei seu peito com força enquanto uma lagrima rolava pela minha bochecha. Não satisfeita, lhe bati outra vez, e mais outra, até finalmente parar e ser amparada por seus braços. Eu estava com tanta raiva e ao mesmo tempo tão chateada.

- Me desculpe. – ele sussurrou, me abraçando mais forte e suspirando em meus cabelos.

- Não me trate daquele jeito nunca mais.

- Eu sei, eu fui um idiota. Me desculpe .

Afastei-me um pouco e encarei sua face arrependida. Acho que estava mais triste porque ele tinha me deixado ir como se o que tivéssemos não significasse muita coisa. Mas ele veio atrás de mim depois, não foi? Um pouco tarde, mas veio.

- Vamos esquecer isso. – passei meus braços por seu pescoço moreno. – Agora será que pode me beijar?

- Não precisa pedir duas vezes.

N/A: Será que alguém sentiu saudade dessa fic? Kkk Me desculpem pela demora na atualização e pelo capítulo mínimo! É que além de ficar TRES SEMANAS horrorosas sem internet, ainda estive me dedicando mais a Metamorfose. Agora que eu já terminei de escrever minha filha mais velha, já posso me dedicar a CG com mais freqüência : ))) E por favor, não se esqueçam de comentaaaaaar!!!! Mcbeijos:**

PS: RAQUEEEEEL, você pode parar de adivinhar o que vai acontecer em CG? Eu fico de cara com a sua capacidade de vidência! Levei um susto quando vi que você praticamente previu o que ia acontecer na fiction! kkkkkk

Capítulo 25

- Tem certeza que não pode ir comigo para o apartamento?

- Tenho. Preciso voltar... – suspirei pesadamente. - Você sabe, os Cox viajaram e deixaram Danny para que eu cuidasse.

- Mas pequena, são três da manhã. Daniel deve estar dormindo neste momento. Eu te deixo lá bem cedinho amanhã. – ia contrapor seu argumento, mas ele emendou depressa. – Por favor, não é sempre que tenho folga e, além disso, estou com saudade de te beijar.

- Nós nos beijamos não faz nem cinco minutos. – arqueei uma sobrancelha.

- Sim, mas não do melhor jeito. Gosto muito mais de fazer isso quando estou em cima de você.

- Nossa. – arregalei os olhos e coloquei uma das mãos no peito– Agora entendo porque está tão ávido em me convencer.

- Não só por isso, boba. Não sou nenhum predador sexual. – ele jogou a cabeça para trás e deu uma risada gostosa. – Acontece que quero você por perto, tanto quanto eu puder ter. Afinal, nunca se sabe o dia de amanhã, certo? Então tenho que aproveitar enquanto não estamos brigados, enquanto nenhuma fofoca absurda sai nas revistas, ou enquanto estou livre dos sets de filmagem.

- Você teve saudades de mim quando desapareci?

- Todos os dias, a cada segundo. – Taylor me olhou densamente. – Mais um pouco e eu teria ficado louco.

- Exagerado.

- Realista! – ele contrapôs e não consegui evitar que um risinho convencido escapasse de meus lábios. – Você gosta não é?

- Do que? – parei de sorrir, confusa.

- De me ver implorar. Você quer que eu implore, senhorita Fernandes? Quer que eu me ponha de joelhos a sua frente?

- Não, não hoje. –respondi preguiçosamente. – Nada do que disser vai adiantar. Eu já disse Don Juan, tenho mesmo que voltar para casa.

- Bom, ainda estamos na metade do caminho. Se mudar de idéia...

- Minha nossa, isso eu chamo de insistência máxima!

- Estou tentando te vencer pelo cansaço. – ele deu um largo sorriso e tirou os olhos da pista para me encarar. – Mas você é uma garota muito má.

- Na verdade, é justamente ao contrário. Sou menina muito boa, de família, por isso não passaremos a noite juntos.

- Menina de família, ahãm.

Arregalei os olhos de maneira dramática, fingindo estar ultrajada com seu modo irônico de falar. Mas não pude deixar de sorrir logo depois. Era mesmo uma baboseira sem fim essa história de ser uma menina de família. Eu e Taylor ainda não tínhamos feito sexo por questões puramente externas, como: Falta de tempo, interrupções indevidas ou ainda brigas constantes. Se não brigássemos tanto, já teríamos chegado nos finalmentes há tempos!

- É isso mesmo, querido. Sexo só depois do casamento.

- Não brinca. – ele respondeu sério, e eu me perguntei se tinha ido longe demais com as brincadeiras. – Passo numa joalheria agora mesmo e compro um par de alianças. E Hollywood não fica tão longe... O que acha?

- Idiota.

Bati algumas vezes em seu ombro enquanto ele ria e reclamava ao mesmo tempo, fazendo o carro ir de um lado para o outro na pista. Por sorte, já era muito tarde e poucas pessoas transitavam nas avenidas de LA. Pra ser bem sincera, analisando melhor a paisagem ao redor, éramos só nós passando pelos cruzamentos. Havia um motivo muito bom para sermos os únicos, e não era só o frio cortante da cidade. Hoje o vento estava acompanhado de um coleguinha especial.

Pequenos flocos esbranquiçados de neve caiam do céu. Ainda escassos, mas em volume suficiente para mudar a cor da calçada, que já não era mais tão cinzenta. Meus olhos brilharam e eu tive vontade de chorar. Pela primeira vez na vida eu via neve. Pode não ser grande coisa para alguns, mas para mim... Significava muito. Pelo amor de Deus, eu venho de um país onde a temperatura MINÍMA pode ser 30 graus.

- No que está pensando?

Sua voz rouca me pegou de surpresa e eu dei um pulinho no banco, como se tivesse sido pega fazendo algo errado. Por um motivo desconhecido, minhas bochechas coraram.

- Na neve.

- Só isso?

- Não. – eu sorri. – Em como estou vendo a neve pela primeira vez na vida, e logo ao lado de um cara mundialmente famoso. Um milhão de garotas pagaria muito caro para ter uma lembrança como essa.

- E eu ainda gostaria que fosse com você. Sabe, aquela promoção do México foi a melhor coisa que aconteceu em minha vida.

- Por quê?

- Não é obvio? Eu encontrei você.

O meu corpo todo esquentou e suspeitei que não fosse só por causa do aquecedor do carro. Aquelas palavras, aquele lindo rosto, aquela paisagem envolta. Não era tudo perfeito? Tão maravilhoso que senti medo de estragar tudo com palavras mal pensadas. Então me calei e sorri levemente, tão feliz e satisfeita como a muito não me sentia.

- Eu te quis desde que pus meus olhos em você.

- Você não teria preferido uma garota doce e gentil?

- De jeito nenhum. – ele negou veemente. – Gosto da sua personalidade. O jeito como me xingou com os olhos quando esbarrou em mim foi diferente de tudo que eu já tinha visto.

- É, porque as garotas te veneram e tudo mais...

- E você nem sequer me deu moral. Isso murchou meu ego. – ele deu de ombros. – Mas no fundo eu sabia que era só charminho.

- Charminho? – elevei o tom de voz de maneira taxativa e ri incredulamente em seguida. – Taylor, para sua informação, eu imaginei cinqüenta formas de te matar naquele dia. E não era de amor, pode apostar.

A gargalhada que ele deu em seguida quase estourou meus tímpanos. Eu poderia ter bufado irritadamente, como sempre fazia quando ele era sarcástico ou tirava sarro da minha cara, mas apenas dessa vez encarei seu rosto moreno com admiração, percebendo o quanto ele era bonito quando ria. Bem... Ele era lindo de qualquer forma.

- E olha só quem é minha namorada agora. – deu de ombros novamente.

- É, sou eu. Quem diria.

- Você se arrepende? – ele perguntou de repente, tirando-me de meus devaneios malucos.

- De que? – murmurei.

- De ter me conhecido.

- Claro que não. – eu o encarei e alarguei os lábios o máximo que me era permitido. – Você trouxe uma confusão danada pra minha vida, é verdade, mas também trouxe coisas que eu jamais imaginaria sentir por alguém.

- Como o que?

Seus olhos brilhavam tão intensamente que quase não percebi que o carro havia parado em frente a mansão Cox. Ele puxou o ferio de mão, destravou o cinto e se inclinou para perto de mim, afetando minhas narinas com aquele cheiro maravilhoso de homem, madeira e Taylor Lautner. Tive que prender a respiração para organizar a frase corretamente. Se ele continuasse se aproximando, eu jamais seria capaz de concretizar uma oração decente.

- Como ciúmes, alegria, paixão, medo... – ele franziu as sobrancelhas. – Medo de morrer de amores por você, ou de te perder por algum motivo. Você leva cada uma de minhas emoções ao extremo Taylor. Seja amor, ódio, tranqüilidade ou agitação, você é o único que consegue me levar de uma ponta a outra numa fração de segundos. E eu gosto disso, dessa inconstância, dessa loucura toda. Combina comigo, não acha?

- Mais do que eu gostaria, . Você é como um furacão... Capaz de arrastar contigo o que quer que esteja em seu caminho. – ele suspirou e colocou uma das mãos na base do meu pescoço. – Eu estou perdido dentro de você.

Entendi o que ele quis dizer entre tantas metáforas. E simplesmente achei a declaração mais linda de amor que eu já tinha ouvido na vida. Não que eu tivesse ouvido muitas, mas... Essa teria ganhado mesmo que eu não tivesse nenhuma outra para contar. Foi tão original, tão intimo... Que de novo senti vontade de chorar. Vontade essa que passou assim que seus lábios macios e quentes encontraram os meus.

Nossa língua não teve nenhum contado. Foi um beijo hesitante e cauteloso, porque o que estava acontecendo era muito novo para nós. Até o suspirar baixo dele parecia querer me dizer alguma coisa, algo como: Te amo, te esperei por toda a vida ou fica comigo pra sempre. Era quase assustador, tanto quanto incrível saber que ele me amava tanto assim. Mesmo sem dizer uma única palavra para confirmar... Mesmo só encostando sua pele contra a minha.

Ouvi um grito no fundo da minha mente e abri os olhos, desnorteada. Será que eu estava assim tão louca a ponto de ouvir coisas? Talvez não. Uma checada rápida em Taylor e percebi que ele olhava algo além de mim, inquieto. Virei-me rapidamente bem a tempo de ver a senhora Rita correr aos prantos em nossa direção. Saltei do carro depressa e ele fez o mesmo depois de mim. Senti um frio na espinha. O que teria acontecido para fazer a mulher a minha frente chorar tanto?

- O que foi? Danny está bem? O que aconteceu? – perguntei, mas o som da minha voz era quase totalmente escondido pelo choro de desespero da cozinheira, de modo que nem mesmo eu entendia minhas próprias palavras.

- Rita, se acalme e nos diga o que aconteceu!

Eu deveria ter imaginado. Taylor – com sua voz forte e autoritária - rapidamente deu um jeito no nervosismo dela. Depois que ele colocou as mãos em seus ombros e pediu que ela ficasse calma, a mulher parou de tremer e balançou a cabeça, tentando encontrar as respostas que eu queria ouvir. Depois de alguns segundos, que me pareceram uma eternidade, ela resfolegou e nos explicou com uma voz rouca:

- O problema não é Daniel. – ela disse cortadamente e depois de uma careta, reconsiderou. – Pelo menos não agora. A questão é que... É que...

- Rita, eu estou para morrer aqui!

- Bem, recebi uma ligação agora a pouco. Eles estavam indo para outra ilha, parece que houve uma forte tempestade e... Ah meu santo Deus, o avião caiu.

- O QUÊ?

Por um momento, desejei não ter perguntado o motivo de tanto desespero. O impacto da frase me fez cambalear para trás e eu só não caí porque braços morenos e fortes me apararam. Cenas e mais cenas começaram a preencher minha mente, possibilidades e pressentimentos sobre a notícia que ela estava prestes a dar. Meus olhos se encheram de água, talvez pela surpresa ou pela dor antecipada. Por Dona Julia, por seu pequeno filho.

- Estão mortos , eles me ligaram para dizer que estão todos mortos.

Vi Rita tremer novamente, vi o rosto de Taylor se dividir entre ansiedade e tristeza, e vi por último o rostinho contorcido de dor do meu pequeno anjinho, parado aos prantos na soleira da porta. Foi tudo o que vi antes de desmaiar.

N/A: Holaaaa chicas, sentiram saudades? Bem, espero que tenha compensado a demora com a cena fofinha da PP com o Taylor. Esses dois estão mesmo apaixonados né? Ainda bem viu, porque agora ela vai precisar mesmo de alguém ao lado dela. Com essa tragédia, como fica Daniel? Como fica o emprego de babá? O que acontecerá? NÃO PERCAM O PRÓXIMO CAPÍTULO kkkkkkkkk desculpa gente, foi mais forte que eu. Loucuras a parte, obrigada meninas... Por estarem sempre acompanhando e me deixando comentários pra lá de lindos! Beijos:**

Ps: Binha, não ouse sumir nunca mais, ouviu bem? Eu adoro seus comentários! kkkk

Paulinha, não fica preocupada... Eu juro que a PP e Robert não vão se entrosar tanto!Toda vez que eu for escrever uma cena dos dois, vou lembrar que você não gosta dos dois juntos, ok?

Viu aí Raquel, sua sensação ruim sobre a viagem deles... QUE VIDENTE! Ri muito do "Edward de saia". Combina perfeitamente com vc! haha

Nina, a melhor coisa do mundo para uma escritora é perceber que conseguiu levar outra pessoa para fora da realidade. Que a fez sentir, como se fosse verdade, tudo o que estava acontecendo ali na história. Então obrigada por comentar o que sentiu, fiquei feliz da vida!

Caliandra, seja bem vinda e continue acompanhando.

Capítulo 26

Você conhece a sensação de perda? Não estou falando de perder um anel, uma prova importante ou uma consulta médica. A não ser que seja o anel que sua mãe lhe deu antes de morrer, a prova final do concurso que passou meses estudando para passar ou a consulta com a obstetra pra saber o sexo do seu bebe.

E ainda sim, essa não é a grande perda de que estou falando, pois essas - apesar de realmente lamentáveis - podem ser resolvidas. O anel encontrado, um novo concurso em mente, o exame remarcado. Então tenha em mente que a perda a que me refiro é bem mais cruel que isso, porque para ela não há nesse mundo uma única solução. Sim, estou falando da morte de um ente querido. Sei como é experimentar dessa dor... E só sabe como eu quem também já perdeu alguém que ama.

Então, mesmo que estivesse tendo dificuldade para raciocinar por causa do estado de semi-inconsciência, era totalmente capaz de sentir tal aflição em cada uma de minhas células. A tristeza era mais por Daniel do que por mim, mas era tão grande que pude compará-la ao dia em que minha irmã se afogou. Um grande e escuro oco no lugar do coração e um gosto de bile na garganta, gosto amargo de angustia. Meu peito estava tão apertado que achei que teria um ataque cardíaco ou algo parecido. Mas seria justo com Danny? Deixá-lo assim, com tantas sensações de perda? Não, eu sinceramente não queria toda essa dor para ele. Eu tomaria todas elas para mim se pudesse, só pra não ter que ver aqueles olhinhos azuis cheios de lágrimas outra vez. Portanto, Deus é testemunha do quanto me esforcei para respirar melhor e acordar a partir do momento em que percebi que ele estava precisando de mim.

Eu tinha a consciência de que precisava estar ao seu lado, confortando aquele pequeno garoto nesse momento difícil. Ninguém esteve lá por mim e eu queria que fosse menos traumático pra ele. Ter um ombro para chorar, ouvir algumas palavras de conforto, apenas olhar nos olhos de uma pessoa que te ama sinceramente... Tudo isso teria feito diferença na minha vida.

E como eu queria o melhor para Daniel, lutei bravamente para abrir os olhos. E assim o fiz. Não tive tempo de focalizar nada. Muitas exclamações ecoaram ao meu redor e logo senti mãos no meu rosto e certa pressão sobre minha barriga. Ergui a cabeça levemente e vi Daniel agarrado a mim, com o nariz roçando em meu umbigo.

- , você se sente melhor?

Tirei os olhos do pequeno para saber de onde vinha a aquela voz. Era Taylor quem me olhava preocupado e acariciava a minha bochecha levemente. Assenti devagar e tentei me levantar aos poucos, ainda tonta e atordoada com tudo o que estava acontecendo.

- Ei, vai com calma. – ele me empurrou delicadamente de volta para a cama. – Respira primeiro.

Ao invés de normalizar minha própria respiração, como Taylor estava pedindo, tentei levantar outra vez e fui novamente barrada por suas mãos fortes. Vencida pelo cansaço, estiquei meus braços na direção de Danny, esperando que ele viesse até mim.

Não demorou e aquele pequeno garoto estava chorando na curva do meu pescoço, tremendo sobre metade do meu corpo e quase me sufocando. Não que isso me importasse. Segurei suas costas pequenas com força enquanto murmurava uma canção de ninar, qualquer uma que pudesse acalma-lo ou fazê-lo entender que eu estava ali para cuidar dele e não iria a lugar algum.

- Não me deixe também . – ele falou entre suspiros e soluços infantis. - Você não pode morrer também.

- Shh... Tudo bem anjinho. – minha voz estrangulada (não sei se pelo peso dele em meu peito ou se pela tristeza do momento) surgiu – Não vou embora... Vou ficar com você pra sempre, eu prometo.

E então o choro alto foi diminuindo até virar um lamento, para então sumir. Percebi, pela respiração ritmada, que ele tinha caído no sono. Meu coração já partido trincou uma outra vez. Será que ele acordaria horas mais tarde pensando que apenas tinha tido um pesadelo ruim?

Como eu lhe diria a dura verdade? Aliás, quanto tempo fiquei desacordada? Quantas informações perdi? Quanto do choro de Danny eu ignorei? Eram realmente muitas perguntas, e muito receio para as possíveis respostas.

- Vou levá-lo para a cama. – a voz de Rosa soou e me tirou do transe. – Vocês precisam descansar decentemente.

- Não precisa, eu mesmo o levo.

- Você não pode. - Taylor rebateu rapidamente. – Estava desmaiada cinco minutos atrás, então como pode ter força para isso?

- Vou encontrar força. – acariciei o cabelo de Danny enquanto uma lágrima rolava pelo meu rosto. – Por ele.

- ...

- E também, olhe como ele está agarrado a mim... Não vai me soltar tão cedo, nem mesmo enquanto está dormindo.

- Se é assim que prefere, então vou carregar vocês dois.

Minhas sobrancelhas quase se uniram em questionamento, mas antes que lhe perguntasse qualquer coisa, ele já tinha envolvido minhas pernas e tronco, erguendo-nos até a altura de seu peito. Danny estava em meus braços, e eu nos de Taylor. Não sei como foi que ele conseguiu subir aas escadas com tanto peso, mas sempre que eu tinha a mera intenção de sair de seu colo, ele simplesmente me apertava mais forte e sorria como se estivesse tudo bem.

- Para o meu quarto. – avisei, quando ele quase ia entrando no quarto azul claro de Daniel – Segunda porta à direita.

Silenciosamente fomos entrando, ouvindo apenas o som de nossas respirações. Esperei que a dele estivesse mais pesada devido ao esforço, mas para minha surpresa, ele agia como se estivesse segurando duas canetas. Sorri levemente. Era bom que estivesse perto de mim nesse momento difícil. Eu me faria de forte por fora pelo pequeno Danny, mas obviamente estaria aos cacos por dentro.

Taylor nos colocou na cama e nos observou por alguns minutos. Ajeitei Danny do melhor jeito que pude ao meu lado e bati no espaço vazio atrás dele para que Lautner se juntasse a nós. Para meu alivio, todos os empregados da casa haviam se recolhido, de modo que ninguém entraria no meu quarto e veria essa cena um tanto quanto estranha. Parecíamos os pais de Danny, deitados os três na cama, daquela forma. Mas era tudo muito puro... Eu era o apoio de Daniel e Taylor era o meu. Nada mais justo do que ficarmos juntos, pelo menos nessa noite.

N/A: Oi meninas!!!! Em primeiro lugar, me desculpem por ter matado os pais de Danny (não foi legal fazer isso, mas tudo tem um motivo, ok? kk) E em segundo, essa atualização é assim mesmo, totalmente dramática e triste... Mas isso porque eu não poderia escrever nada feliz num momento como esse né? Certo, mas logo as coisas melhoram tá? Inclusive, a próxima att será dupla para compensar essa pequenininha de hoje. *palavra de escoteira

E Baby Suh, analisei seu comentário e cheguei a conclusão de que concordo plenamente com o que você escreveu. A PP desmaiando foi muito cena de novela mexicana kkk Tentei compensar meu erro nesse capítulo, enfatizando o fato de que ela deve ser forte e ficar ao lado do pequeno Danny. Assim é melhor né? :)

Capítulo 27

Passei toda a noite ouvindo a leve respiração de Danny e Jacob. Meus olhos estavam fechados, meu coração batia devagar, e ainda assim, eu era incapaz de dormir. Sempre que chegava meramente perto, cenas de aviões destroçados e explosões me vinham a mente, deixando-me perturbada e sem ar. Havia tanto medo e tantas perguntas em minha cabeça, que certamente não havia espaço nenhum para o sono.

Cansada de ficar na cama, remoendo e construindo situações, levantei silenciosamente e me dirigi até a janela do quarto. Ainda estava escuro, mas sei que o sol ameaçava aparecer por causa de uma pequena claridade bem no fundo do horizonte. Estava distante, mas estava lá. Eu gostaria de poder dizer: “Nada como um dia após o outro”, mas tive a horrível sensação de que essa manhã seria ainda pior para todos nós, em especial para Daniel, que agora não tinha pai ou mãe.

Fiquei ali vidrada, pensando nisso por um bom tempo, hora vendo meu reflexo no vidro, hora vendo o laranjado tomar conta do céu. Sobressaltei quando senti braços ao meu redor, provavelmente porque estava perdida em meus pensamentos, mas não reclamei... Pelo contrário. Encostei-me sobre seu peito largo e respirei de verdade pela primeira vez desde que ouvira aquela horrível noticia. E por um momento achei que aquele era o único lugar onde talvez eu conseguisse dormir. Nos Braços de Taylor.

- Quer um café? – ele sussurrou a pergunta no meu ouvido, com a voz rouca por ter acabado de acordar.

- Eu não gos... Quero, quero sim.

Eu sempre achei que café era bebida de gente mais velha... Sei lá. Pai, mãe, avó, gente responsável que precisa tomar uns goles para se manter acordado terminando o trabalho da faculdade, ou do escritório. Se não era o meu caso antes, o de ter que ficar acordada, passou a ser. Eu não podia dormir, sequer sonhar. Queria energia para pensar sobre o que fazer a respeito, pois agora, dentre todas as maluquices e reviravoltas da minha vida, para todos os efeitos, eu era a tutora de Daniel... Pelo menos até que alguém aparecesse e requeresse a tutela do garoto.

Então é verdade, eu precisaria de toda a cafeína que conseguisse empurrar guela a dentro. Eu tinha que despertar e colocar a mente para trabalhar. Começar a parar de fazer perguntas para encontrar soluções. Uma lista mental de tarefas a se fazer começava a se formar em minha mente. Taylor me deu um beijo na testa e desceu para pegar o café, enquanto eu assimilava que tinha que ligar para os avós de Danny, para os advogados de Julia e que tinha que ver se alguém já estava preparando o funeral ou algo assim. E foi quando me dei conta de que eles eram ricos e tinham empregados para inúmeras funções dentro da mansão. Era possível que tudo isso já estivesse sendo resolvido enquanto eu via o sol nascer pela vidraça. Aliás, quem eu pensava que era?

Sou apenas a babá.

Meu coração doeu imediatamente com o pensamento. Não porque não tinha o trabalho dos sonhos, ou porque não possuía autoridade alguma para resolver essas coisas. O motivo era que, por mais que fossemos apegados, era obvio que tirariam Danny de mim, que é a pessoa que mais tenho amado desde que pisei em L.A, até mais que Taylor. Criei um laço especial com o menino desde o dia em que ele se afogou na piscina e em quase um mês e meio, já o considerava como um... Irmão mais novo.

Droga, a quem eu quero enganar? Eu o trato como trataria meu próprio filho. A mãe dele era fria e o pai sempre ausente, de modo que me sentia impelida a educa-lo e ama-lo como se fosse meu. Bem... Ele precisava do meu afeto. Eu também precisava do afeto dele. Então foi como se estivéssemos destinados a nos encontrar.

Uma lágrima rolou pela minha face no exato momento em que meu namorado voltou, trazendo uma xícara branca nas mãos. Ele sorriu levemente e me entregou a bebida quente, passando o dedo pelo rastro molhado em meu rosto em seguida. Ele também estava triste e parecia ter dormido mal, já que as olheiras debaixo de seus olhos se pareciam muito com as minhas. E como podia parecer tão cansado e ainda assim continuar tão bonito? Ah, Taylor... Nesse momento você é uma bela visão do paraíso, um pouco de felicidade no meio do caos. Um grande desastroso caos.

- O que acontece agora?

Perguntei, para ninguém em especial. Era uma pergunta retórica, um pensamento alto, uma incerteza minha. Eu estava tão cheia de dúvidas e receios, que havia um ponto entre minhas sobrancelhas que não parava de latejar.

- Não vá assim tão longe. – percebi de imediato que ele falava sobre o futuro. – Se preocupe apenas com o aqui, e o agora.

- Eu não consigo. – murmurei, ainda chocada com o fato de que ele parecia ter lido meus pensamentos. – Não consigo parar de pensar que toda essa situação pode acabar me separando dele.

- ... Qualquer pessoa que não é cega pode perceber a ligação entre vocês. Acredite que vão continuar juntos!

- Você tem razão. Os avós dele moram em outro estado, mas poderiam muito bem me levar junto se pegarem a guarda de Daniel. Quer dizer, ele ainda vai precisar de uma babá, não é?

Eu sei que estava divagando, e em meio a tantas palavras nervosas, quase não percebi os olhos arregalados e a expressão confusa de Taylor. Fechei a boca no mesmo instante, recapitulando o que tinha dito para encontrar a parte em que eu tinha ido longe demais.

Ah sim, mudar de estado para acompanhar Daniel.

Nunca sequer pensei em magoá-lo dizendo aquilo, apenas disse uma verdade dentro do meu coração. Eu iria pra onde quer que aquele garoto fosse, sem pensar duas vezes. Eu descobri que estou apaixonada por Taylor, mais do que eu gostaria, mas também percebi que aquele pequeno anjo na cama precisava de mim e vice-versa. Já falei sobre isso, algo como o destino ter me feito ganhar a promoção para ir ao México. Pensando melhor, agora faz todo o sentido. Se eu não estivesse naquele hotel, não teria ouvido Danny gritar quando caiu na piscina... De forma que ele provavelmente teria se afogado. Então, já que tinha entrado na vida dele para salvá-lo, ia fazê-lo até o fim. Acho que Taylor foi... Um bônus alto, charmoso e bonito que virou minha vida de cabeça para baixo.

Daniel precisa de mim. Daniel precisa de mim.

Foi o mantra que repeti mais de 20 vezes quando, depois do meu silencio, o olhar de Taylor mudou para um incrédulo e ofendido.

- Você... – ele falou, e a voz saiu rouca como se não a usasse há anos. – Iria embora para cuidar dele?

- Eu não poderia deixá-lo sozinho depois de tudo isso.

- .

Eu sei, sei que essa conversa seria difícil para nós dois, mas as possibilidades precisavam ser esclarecidas.

- Taylor, nós dois... Digo, nosso relacionamento é importante para mim. Eu estou apaixonada por você e a cada dia descubro que gosto mais de estar ao seu lado. Mas existem caminhos nessa vida que nos levam a fazer determinadas escolhas, cruéis e difíceis. Não é uma questão em que eu possa pensar só em mim mesma, isso mudou quando conheci esse garoto. – apontei para Daniel, esparramado no meio dos lençóis. – Ele não tem mais ninguém nesse mundo, como eu há alguns anos atrás.

- Danny ainda tem os avós...

- Não exatamente. – cortei sua fala, por já prever que palavras iam sair de sua boca. - A senhora Julia me disse que foi deserdada, e que os pais disseram que preferiam morrer a vê-la novamente. Como acha que esse menino será tratado por essas pessoas que desejaram a morte da própria filha?

- Isso pode muito bem mudar. E se eles gostarem dele como nós gostamos?

- Bom, eu ia querer ver com meus próprios olhos. Checar se eles realmente têm condições de fazer com que Danny cresça uma criança amada e feliz.

- Eu entendo a sua preocupação, o seu amor, a necessidade de cuidar dele, talvez pelo que aconteceu com sua irmã anos atrás... Mas não leve isso longe demais. Acho que você ainda sente culpa , só que você não é a mãe desse garoto.

- O que? Taylor, você não tinha o direito de citar isso, não tem nada haver com a morte da minha irmã. – meu tom de voz se elevou e eu mal percebi. – Eu jamais deveria ter te contado.

- , por favor... Eu não quero te chatear, só gostaria que entendesse como me sinto em relação a tudo isso. Eu gosto pra caramba do Danny, mas estou começando a achar que ele vai te tirar de mim. Você acha que eu suportaria?

- Eu não sei, mas é bom que se acostume com a ideia. – todas aquelas frases egoístas dele me fizeram ficar um pouco fria e distante – Antes você disse que não devíamos nos preocupar tanto com o futuro, então nós nem deveríamos ter começado a debater esse assunto.

- Tem razão. – ele também parecia distante, frio e... Cansado. – Eu vou para casa tomar um banho e resolver alguns problemas.

Essas palavras simples fizeram meu peito doer. Eu sei, sou uma puta de uma egoísta. Não queria que ele fosse embora quando era o único apoio firme que eu tinha. Mesmo depois de ter dito que iria embora com Danny, se fosse necessário, desejei dizer que era tudo mentira se isso fosse fazê-lo ficar mais um pouco comigo.

- Você volta? – meu tom de voz vacilou, e percebi que estava com medo da resposta dele.

- Hoje não.

Pronto, meu coração parou naquele momento. Acho que se partiu em milhares de pedaços depois e eu arfei, em meio à dor e ao desconcerto. Mas afinal de contas, se eu não ficaria aqui por ele, porque ele ficaria por mim? Eu mereço tudo isso. Aliás, praticamente pedi para que terminassem assim.

- T-Taylor... – respirei fundo, e minha garganta ardeu no processo. – Eu queria ficar com vocês dois. Gostaria que houvesse outro modo, uma outra saída para tudo isso.

- É. – como eu, ele suspirou. – Eu também.

Capítulo 29

Taylor foi embora naquele momento e o resto da manhã pareceu durar uma eternidade, principalmente porque eu estava sozinha. Daniel estava cansado, e por isso deixei que dormisse até tarde e todos os empregados estavam se dedicando arduamente a suas tarefas, provavelmente para evitar os pensamentos de ‘o que vem depois’, e eu... Bom, eu estava parada na mesma posição em que estava desde que ele partiu, ou seja, olhando novamente a paisagem luxuosa e amena de uma vila rica em L.A. Teria ficado ali por mais minutos, talvez até mais horas, se um carro preto não tivesse parado na porta da mansão.

Dele desceu uma senhora com uma roupa social escura, e um senhor de meia idade com um suéter amarelo. A expressão fechada no rosto dos dois fez meu coração palpitar nervosamente. Sim, eu já sabia que aqueles eram os avós de Danny.

Fui até a minha cama e mexi nos cabelos do garoto, acariciando sua pele e chamando seu nome até que ele abrisse os olhos. Danny piscou algumas vezes, coçou os olhos e depois se levantou para me abraçar.

- Príncipe, você precisa tomar um banho rápido. Vou escolher uma roupa pra você, tudo bem? – ele assentiu, ainda que não gostasse da ideia. – Nós temos visita, então não demore.

- Quem veio me ver?

Seus olhos grandes e brilhantes me fitaram com curiosidade e eu ponderei antes de responder, imaginando se a noticia o faria feliz ou triste. Afinal, o que é que ele sabia sobre os avós?

- Bom, vá tomar banho primeiro e depois te conto, é uma surpresa!

Tirei-o da cama e o empurrei até o chuveiro. Cinco minutos depois, ajudei Danny a vestir uma calça jeans, uma camisa de mangas curtas e uma gravata borboleta amarela que ele insistiu em colocar, porque lhe dava sorte. Em fim, nós demos as mãos e descemos as escadas, já podendo ver que um casal de idosos estava sentado elegantemente no sofá creme da sala de estar. Nós dois engolimos a seco.

- São seus avós, Danny.

Ele não sorriu. E essa não foi a maior das minhas preocupações. Não havia sequer um sentimento passando pela face do pequeno garoto, o que me fez acreditar que essa era a primeira vez que Danny via aquelas pessoas que, rudemente, nem fizeram questão de levantar do sofá para cumprimentar o garoto.

- Aí está você. – a senhora de cabelos presos num coque elegante falou, erguendo os olhos para nós dois. – Porque não se senta na poltrona, Daniel?

Sem dizer uma palavra ou assentir, ele pegou minha mão e nos guiou até o assento mais próximo. O clima ficou ainda mais pesado quando nós três (os adultos) percebemos que ele não soltaria minha mão por nada. Apertei aquela pequena parte de seu corpo levemente, como se dissesse que tudo ficaria bem.

- Sabemos que esta é uma situação difícil para você, criança. Sem pais, sem família... Fomos os únicos a quem o advogado pôde recorrer. Nós não estávamos esperando por isso, mas não podemos simplesmente ignorar o caso. Então levaremos você para Miami conosco, hoje mesmo.

E essas foram as palavras frias daquela mulher ranzinza. Uma fala sem emoção, sem respeito e cheia de palavras difíceis para uma criança que acabou de virar órfã. Os olhos dele lacrimejaram com a notícia e os meus fizeram o mesmo em seguida. Como essas pessoas podem tratá-lo tão formalmente justo nesse momento? Como podem ser tão insensíveis?

- Não quero ir, não quero.

A voz infantil do pequeno Daniel me tirou de inúmeros pensamentos hostis a repeito daquela velha apática. Olhei para ele espantada e depois para a boca franzida de desgosto que ambos os avós fizeram.

- Este é um favor que estou fazendo a Jia. – o homem velho apontou para a mulher ao seu lado. – Nenhum de nós dois gosta da ideia, mas ainda assim ela se dispôs a educá-lo até os seus 18 anos, porque apesar dos apesares, você é nosso neto. Mas se você recusar a nossa ajuda, garoto, será levado para um orfanato.

- Não, isso não seria necessário. – Uma outra voz masculina preencheu o ambiente e eu fiquei surpresa de perceber que vinha da escada acima de nós. – Senhora Jia e senhor Hendrick Penhallow... Sou o advogado Matthew Miller, prazer em conhecê-los.

Nenhum de nós respondeu, talvez pelo espanto de receber um novo convidado tão repentinamente. Sem nenhum desconcerto, apesar de tudo, ele veio até o centro da sala e pediu que eu me sentasse ao lado de Danny. E fez o mesmo na cadeira mais próxima de nós, em seguida.

- Senhora Fernandes, certo? – ele perguntou e eu assenti cuidadosamente, sem deixar de perguntar a mim mesma porque ele sabia meu nome. – Existem três clausulas no testamento dos Cox que dizem respeito a você.

- Como?

Sei que minha testa fez vincos involuntários naquele momento. Como, por deus, eu poderia estar no testamento de duas pessoas que eu conhecia a meros dois meses?

- No caso do pequeno Danny conhecer os avós e ainda assim recusar o convite de ir morar com os avós, a guarda passa imediatamente para a babá... – ele parou cuidadosamente de falar e me encarou com um meio sorriso. – Que é você.

- Como um menino de 8 anos pode decidir sobre isso? – Jia levantou bruscamente e começou a gritar em alto e bom som. - Nós somos os avós, somos os responsáveis pelo garoto, e não essa... Essa empregada da casa.

- Até onde pude ouvir, senhora Penhallow, nenhum dos dois estava feliz com a ideia de cuidar de Daniel até poucos minutos atrás. E também, ele disse que não quer ir. O parágrafo que diz respeito a esse assunto é bem específico... Ele só vai com vocês se assim desejar.

- Eu não quero! – Daniel respondeu prontamente outra vez. – Quero que a continue cuidando de mim.

- Pois bem! – o senhor também se levantou, irritado a ponto de quase espumar pela boca– Aquela bastarda ingrata... Ainda consegue nos deixar enervados mesmo depois de morta! E essa criaturinha igualmente arrogante!

Nada poderia me segurar depois disso. Daniel se encolheu no sofá e eu me senti crescer, de dentro para fora, como se fosse me transformar num bicho. Como uma fera protegendo uma cria, senti que era hora de defender o meu garoto. Aquelas palavras horríveis...

- Como o senhor ousa dizer uma coisa dessas na frente dele? Como ousa ofende-lo? Não percebe que este menino já está passando por dor suficiente para ainda ter que ouvir tamanha atrocidade sobre a própria mãe? Você é o pai da pessoa que chamou de bastarda, pessoa essa que nem mesmo está aqui para se defender. – arfei, em meio ao descontrole e cólera . – Agora entendo porque Julia odiava vocês... São pessoas sem coração. Os dois. E eu vou cuidar para que nunca mais vejam Daniel, se é assim que vão tratá-lo, como um nada, como um objeto com defeito.

- Sua cretina, quem você acha que é para...

- Ela tem poder para isso, senhora. – O advogado interrompeu Jia - Essa é a segunda clausula. Fernandes pode determinar que não visitem Daniel, pelo menos até os dezoito anos. Se ele decidir que quer vê-los depois disso, é por livre e espontânea vontade. Mas por enquanto, isso depende dela.

- Então ela tem a guarda dele? Essa garota insolente que não tem uma gota de sangue da nossa família?

- Posso não ter nenhum grau de parentesco com Daniel, senhora, mas eu o amo. E vou tratá-lo melhor do que vocês fariam em séculos. Essa criança só precisa de amor, e está claro que vocês não são capazes de dar isso a ele.

- Se você quer o garoto, pegue-o. – ela riu friamente. - E o que mais você quer roubar de nós, vadiazinha? Ela herdou bens materiais também, senhor Miller? Por acaso você dormia com o marido de Julia, garota?

Eu poderia ter dado uns bons tapas na cara daquela bruxa, mas não me coloquei em primeiro lugar naquele momento. Virei para encarar Daniel e pedi que ele fosse para seu quarto até que eu resolvesse a questão.

- Não tenta esconder a verdade do garoto... Você dormia com o pai dele, certo? É o único motivo para que tenham deixado tantas coisas para você.

Pronto, fim da linha. Antes que eu pudesse ter percebido, já tinha erguido a mão. E mais rápido do que isso, senti outra pessoa segurar meu corpo por trás, me impedindo de deixar uma marca horrorosa na cara plastificada daquela velha maldita.

- Posso processá-los agora mesmo por calúnia e difamação. – a voz dele soou perto do meu ouvido. – Sugiro que saiam agora, ou serei obrigado a ligar para a polícia. Senhora Fernandes, esses dois são bem vindos aqui?

- Não!

- Eles podem visitar Daniel?

- Nunca mais.

- Certo, os senhores ouviram. Já podem se retirar agora.

Debati-me mais uma vez, quando Jia me chamou de piranha baixinho, antes de se retirar rapidamente junto com o marido. Fiquei parada por um momento nos braços do advogado, tremendo de ódio e suspirando forte, imaginando como seria bater naqueles dois até que não pudessem nem sequer andar. Dois minutos depois, cai na realidade e percebi que jamais seria capaz de fazer algo tão terrível assim.

- Pode me soltar agora.

Os braços fortes dele finalmente me deixaram livre e eu pude então virar para agradecê-lo. Por ter me segurado, por ter expulsado os Penhallow e por ter me dado a guarda de Daniel. Não que ele fosse o responsável por isso, mas ter dado a noticia, por si só, já fazia dele uma das minhas pessoas preferidas no mundo.

Virei-me com este pensamento e meu sorriso quase sumiu quando, com surpresa, percebi que ele era lindo. Não tinha reparado antes, talvez pela tensão do momento, ou por que estávamos longe... E agora ele estava tão perto. Eu podia até ver as manchinhas azuis escuras espalhadas no azul mais claro que eu já tinha visto nos olhos dele. A pele era branca, talvez até mais que a minha. E os cabelos tão pretos que pareciam tingidos. Tudo nele era tão contrastante que fiquei desconcertada, em parte, por encará-lo de forma curiosa sem sequer perceber que tinha deixado minha boca levemente aberta. Eu pigarreei e ele sorriu.

- Você está bem?

- S-sim. Quer dizer, na medida do possível. Nunca pensei que conhecer os avós de Danny pudesse ser tão estressante... Foi quase traumático.

- São pessoas realmente horríveis. – ele concordou. – Quer processá-los devido ao que foi dito aqui?

- Não... Acho que a única coisa que quero é não ter que vê-los nunca mais, nem mesmo em um julgamento.

- Claro, eu posso entender. Mas se mudar de ideia e quiser ver aquela mulher fazendo serviço comunitário, estarei aqui ao seu dispor.

Ri imediatamente do comentário. E ele também. Só de imaginar a senhora Penhallow de macacão amarelo recolhendo o lixo da cidade, meu humor melhorou. Até que lembrei de uma frase proferida no meio da discussão de agora pouco.

- Sr. Miller, o que Jia quis dizer com “É o único motivo para que tenham deixado tantas coisas para você.”? Do que ela estava falando? Porque me acusava de... Você sabe, dormir com o pai de Daniel?

- Eu disse que eram três cláusulas, lembra? São sobre você e Daniel. Você tem a guarda dele, o direito de proibir a visita dos avós e também acesso a muitos bens da família. Eles deixaram um carro e um apartamento para a senhora e deixaram claro que você poderia cuidar das finanças do garoto. Em outras palavras, tudo isso é seu, até que ele seja maior de idade.

- Com tudo isso, você quer dizer...

- A casa, os carros, as propriedade... Tudo estará no seu nome temporariamente.

- Mas eu não entendo. Como eles puderam fazer uma coisa destas? Eu... Eu conheço essa família a poucos meses. Eu poderia ser uma ladra, uma pessoa ruim. Não posso acreditar que eles deixaram tudo nas minhas mãos sem sequer me conhecer de verdade.

- Eu não acho que seja assim tão difícil de entender. – Matthew disse, para minha surpresa. – Em primeiro lugar, está tudo no seu nome, mas você não pode vender, nem mesmo doar para outras pessoas. Você apenas está cuidando do que é de Daniel... Até que ele tenha idade suficiente para assumir os bens. E em segundo lugar, é fácil ver como você gosta daquele garoto. Tem algo no modo como olha para ele, algo puramente maternal.

- É que eu o amo, mesmo em tão pouco tempo.

- E ele também te ama. E é isso que a senhora Cox deve ter visto, o mesmo que eu vi. Vocês dois juntos, como se fossem mãe e filho. Com uma ligação tão forte, que chega a ser quase palpável. Então a verdade é que eu concordo com ela. Você está apta a cuidar do garoto.

Como pode um homem ser tão bonito e conseguir, tão rapidamente, me deixar tão serena? Abaixei os olhos e mordi os lábios, retendo meus pensamentos sobre como seria bom abraça-lo.

- Obrigada Matthew.

- Pelo o que?

- Por acreditar em mim.

N/A: RESOLVI DAR AS CARAS POR AQUI! Kkkkkkkk Espero que tenham sentido saudade, e que, devido a tanta saudade, não consigam sair dessa página sem deixar um comentário a respeito da fic *.* Posso pelo menos sonhar, sim? HAHA Meninas... Agora de verdade, obrigada pelos recadinhos da última att. Déh, Deia, Baby suh, Nina, Raquel... Vocês são lindas e seeeempre me deixam alegres. Comentários curtos ou longos, vocês me fazem imensamente feliz quando comentam! Beijones:**

ps: Déh, obrigada por elogiar o meu jeito de escrever, eu tbm adooooro o seu. Sabe aquela fic que todas as autoras escrevem, aquela do desafio? Então... Posso dizer de olhos fechados quais partes você escreveu. Você também tem o seu jeitinho próprio e singular de escrever, que deixa todas nós, leitoras, apaixonas e viciadas ! Bjs:*

Capítulo 28

- Eu não disse que essa gravata dava sorte, ? – ele apontou para a gravata amarela enrolada no próprio pescoço. – Agora já sei que você não vai embora. Você vai cuidar de mim até eu ficar grande, não é?

- Talvez até mais que isso, Danny... Talvez eu fique até que você fique velhinho.

- Isso é bom. – ele sorriu. – Acho que não preciso mais ter medo de ficar sozinho.

- Não precisa ter medo de mais nada, baixinho. Eu estou aqui, entendeu? – Daniel balançou a cabeça avidamente. – E não vou a lugar algum sem você!

Com um sorriso sapeca no rosto, ele correu quando tentei lhe fazer cócegas. Subiu as escadas, entrou nos quartos, e me deixou completamente sem ar quando fez todo o caminho de volta, rápido como um raio. Joguei-me no sofá, pedindo clemência, mesmo quando Danny apareceu no meu campo de visão e me deu língua. A verdade, a mais pura verdade, é que eu jamais conseguiria alcança-lo no nível de sedentarismo em que me encontrava, mesmo que ele estivesse a centímetros de mim.

Então abri os braços e pedi um abraço, por dois motivos. Esse era o método mais fácil de tê-lo perto de mim, e, além disso... Sei que ele não estava bem. Estava correndo, brincando e rindo, mas algo em seus olhos denunciava a profunda tristeza que ele estava sentindo. Mesmo que disfarçasse tão bem (para uma criança), eu sabia que algo estava errado com aquele semblante feliz demais para alguém que acabou de perder os pais. Em outras palavras, Danny estava rindo para não chorar.

E numa situação como essa, chorar e deixar tudo sair é uma fase importante da recuperação.

Então, quando ele se jogou em mim, eu disse que ele podia chorar. Acariciei seus cabelos, dei tapinhas em suas costas e quase chorei junto, ouvindo seu soluçar sofrido e sentindo meu obro ficar encharcado, com tantas lagrimas. Mas era saudável, não era?

- Tudo bem meu amor, pode chorar.

E durante quase todo o resto da manhã, ficamos daquela forma. E de tarde, ficamos completamente grudados um no outro, assistindo filmes e desenhos, como se nada tivesse mudado da noite para o dia. Às vezes eu o encarava e meu coração doía de uma forma que era difícil explicar, mas eu lutei para não deixar que ele percebesse o quanto eu estava triste e assustada com o que estava acontecendo. Afinal, de contas, minha vida também estava mudando por causa de toda essa tragédia recente. Foi aí que me lembrei de Taylor.

Estava quase escurecendo quando encontrei meu celular, de baixo da cama. Nenhuma ligação, nenhuma mensagem, nada.

O que eu deveria fazer? Mordi os lábios, incerta, e disquei o seu número, sem realmente estar certa do que dizer quando ele atendesse. Do meu ponto de vista, eu não tinha feito nada de errado... Quer dizer, eu fui honesta quando disse que iria embora com Danny se preciso fosse. O que há de errado com a verdade? Eu deveria ter mentido?

- Taylor?

- Oi ... – ele suspirou. – Como estão as coisas por aí?

Minha já pequena confiança evaporou quando ouvi pessoas conversando ao fundo, homens e mulheres. O som de objetos tilintando, se chocando um contra o outro, só provou o que eu já desconfiava. Se estavam fazendo um brinde perto dele, isso significava que ele estava bebendo em algum lugar.

- T-tudo bem, eu acho. Quer dizer, eu... Eu achei que você me ligaria.

- Eu estava ocupado. Ainda estou, na verdade.

- Oh.

Foi tudo o que pude dizer. As lágrimas se acumularam no canto dos meus olhos e eu senti que meu coração poderia simplesmente parar de bater naquele momento. Que droga de pessoa insensível era aquela? Mesmo que não me sentisse errada em nenhum momento, eu estava disposta a pedir desculpas. Estava.

- Olha, eu saí com uns amigos, eu precisava esfriar a cabeça e...

- Esquece. – cortei sua fala. – Não precisa explicar, nós não temos mais nada.

- Nós não temos mais nada?

- É, isso mesmo. Vá se divertir agora, já te atrapalhei demais. Adeus.

Desliguei meu telefone e sentei na cama de uma vez só, tentando absorver a mistura de sentimentos que se formava dentro de mim. Ódio, desgosto, tristeza e decepção. Eu estava certa desde o começo. Taylor é um cara lindo, mas é só. Ele é egocêntrico, egoísta e machista. Nunca seria capaz de aguentar meus chiliques, minhas alterações de humor... Nunca seria capaz de entender meus instintos, e nunca saberia do que uma mulher precisa quando sente frio. Ele viria com a coberta, ainda que eu só quisesse um abraço. É só uma metáfora idiota para dizer que, nem em mil anos, ele entenderia uma mulher. Ou nunca amaria uma mulher a ponto de se colocar no lugar dela.

Qualquer outro que tivesse um pouco mais de maturidade, estaria aqui, ao meu lado, me confortando. Fazendo meu dia um pouco melhor, mesmo que granadas estivessem caindo do céu. Mas onde ele estava? Ah é, num bar, enchendo a cara. Como se os problemas dele fossem maiores que os meus. Covarde filho da mãe!

Joguei o celular na parede com tanta força, que pude ver quando ele se partiu em vários pedaços. Havia um pensamento quase pior do que qualquer outro que se passava na minha mente... O de que o problema não era só ele. Se não dá certo entre a gente desde o começo, então a culpa também era minha. Meu temperamento explosivo e igualmente impulsivo, e meu feminismo exagerado. E se eu quiser ser sincera comigo mesma, posso admitir que eu sabia que tudo isso daria errado desde o começo. Os opostos se atraem, mas não se entendem.

Eu não entendo Taylor. Estou apaixonada por ele, mas sou ainda incapaz de compreendê-lo.

- Está acabado, de qualquer forma. Eu lavo minhas mãos.

Ergui as mãos para o alto, pedi paciência e fui tomar uma ducha, a fim de me livrar de todos esses pensamentos cansativos sobre quem está errado e quem está certo. E, graças a Deus, a água levou bastante da minha irritação, da minha tristeza e do meu desconforto. Era disso que eu precisava o tempo todo, desde que o sol nasceu. Um banho quentinho.

Depois de ensaboar e enxaguar meu corpo mais vezes do que eu poderia contar, fechei o registro e alcancei a toalha do gancho. Sequei meu corpo com cuidado e passei hidratante por toda a sua extensão, mas não porque eu me cuidava... Aquilo era só para ter algo com o que me ocupar, mesmo que por 5 minutos. Enrolei a toalha em mim mesma e suspirei alto, antes de sair e voltar ao mundo real. Abri a porta e estanquei ali mesmo, em sua soleira, quando vi uma figura alta a menos de 7 metros de mim. Seus olhos estavam vermelhos e suas mãos estavam fechadas em punhos. Abri levemente a boca, sem saber por que ele estava ali e principalmente porque parecia um lobo raivoso prestes a me atacar.

- Taylor, o que...

- Você disse que nós não tínhamos mais nada.

- Eu... – tive a intenção de perguntar o que estava fazendo ali depois de uma conversa tão específica, mas ele me cortou outra vez.

- É isso o que você quer?

- Isso é o que eu escolho, desde que você prefere sair para beber do que estar perto de mim!

- E o que mais eu deveria fazer sabendo que, não importa o quanto eu tente, nunca vou ser sua prioridade?

- Taylor, eu não vou discutir isso com você nem aqui e nem agora, então, por favor, saia.

- Eu não vou sair. Quero discutir isso aqui e agora!

- O que? – sibilei e apontei para a porta. – Você tem um segundo pra sair, antes que eu faça um escândalo.

Ele, ao invés de fazer o que eu mandava, colocou um sorriso displicente na cara e deu três passos para perto de mim, fazendo o meu semblante ir de meramente irritado para explosivo em menos de um segundo.

- Escuta, seu imbecil, eu só não estou gritando por que Danny pode nos ouvir e a última coisa que eu quero é que ele presencie uma briga justo nesse dia... Mas eu juro que se você continuar me...

Fui interrompida novamente, mas desta vez porque uma mão forte e áspera segurou minha mandíbula, impedindo-me de falar. Seu corpo empurrou o meu até a parede mais próxima, e seu braço foi parar na parede atrás de mim. Passei por um estado momentâneo de confusão até conseguir erguer uma das mãos para lhe dar um belo soco na cara.

Não pude, é claro. Eu deveria saber que Taylor, além de mais forte, era também mais ágil que eu. E esse era o único motivo para que eu ainda estivesse presa a ele. Por que de fato, nunca estive com tanta raiva de alguém como naquele momento. Então se eu não tivesse desistido das aulas de Judô na quinta série, ele já estaria se contorcendo no chão.

- Me solta! – tentei virar a cabeça, mas aquele estúpido girou meu queixo para frente outra vez.

- O que você fez comigo? Hm? – ele soltou meu rosto para me balançar. – Eu não consegui parar de pensar em você. Mesmo quando você me expulsa, mesmo quando me ignora... Porque eu não consigo parar de pensar em você?

- Taylor, me solta.

- Eu tento, eu tentei. – ele apertou meus braços outra vez. Não para me machucar, mas para impedir que eu me afastasse. – Já tentei te deixar livre , mas eu não consigo.

- Não é desse jeito que eu estou falando. – Por incrível que parece, as palavras dele não me tocaram. Ele estava bêbado. – Sai de perto de mim, vai embora.

- Eu não vou.

- Taylor, a gente conversa quando você não estiver tentando me matar com esse hálito de whisky.

- Eu não vou.

- Taylor... – Dessa vez, eu quase supliquei.

- Você pode me expulsar o quanto quiser, eu não vou a lugar algum.

E dito isso, ele me beijou. Com os lábios quentes, a boca seca e a urgência de sempre. Imprensou-me contra a parede outra vez e suspirou, enquanto agarrava meus cabelos e minha cintura, trazendo-me para mais perto de seu corpo. Eu devo ter contestado uma ou duas vezes, cheguei até mesmo a empurrar seu peito. Mas ele veio para cima de mim outra vez e seu beijo agressivo dominou meus sentidos. No fim das contas, sei que eu gostava daquilo. Aliás, eu sempre gostei.

N/A: Helloooo doçuras! Como estão vocês? Espero que muito bem! A att dessa semana foi rápida, né? Para isso eu tive que escrever e betar rapidamente, então me desculpem por qualquer erro de script ou gramatical! Kkkkk E mudando de assunto, boas vindas as novas leitoras... Que bom que estão gostando tanto de CG!

Raquel: kkkkkkkkkk sempre dando chilique nos comentários! Kkkkk Eu me acabo de rir! Então... Eles sempre brigam sem razão, fato. Mas isso é porque eu adoooro um bom drama! Desculpa tá? Vou agilizar o casamento desses dois... E o affair da PP com o advogado tbm! hahaha

Deh: Você acertou na mosca, mulher! Kkkkk A relação da PP e do Daniel tem sim haver com a morte da irmã dela. Vou explicar isso mais a frente, mas é exatamente como você está pensando * transmissão de pensamentos haha/E eu que agradeço Deh, espero mesmo que continue visitando essa fic e fazendo esses comentários incríveis!

Paulinha: A PP ganhou a vida mesmo, mas nada vai ser tão fácil assim... Isso eu garanto. Você já deve saber como minhas fics são cheias de reviravoltas né? Kkkkk Obrigada por comentar Paulinha! (:

Anonimas: Eu gostaria de saber o nome das fofinhas que me deixaram recados tão fofos. Eu adorei saber que estão gostando da fic. Por favor, continuem lendo e comentando. E... Sobre o advogado, até vocês vão se apaixonar por ele, vai ser um daqueles personagens irresistíveis!!! Beijos xxoo

Capítulo 29

- Taylor, pare.

Era a décima vez que eu tentava, sem sucesso algum, empurrar o peito forte e largo dele para longe de mim. Mas Lautner era firme como uma rocha e insistente a ponto de quase me fazer esquecer sobre tudo. Nossos problemas, nossas contradições e nossas brigas. Só que, bem no fundo, eu sabia que demoraria a expulsar a magoa do meu coração. Sim, eu ficaria chateada por dias por ele ter ido encher a cara quando eu mais precisava dele, e tinha toda a razão do mundo em ficar sentida. Ele era o meu namorado, então eu não esperava menos que isso, o mínimo de companheirismo.

- Taylor...

Aproveitei os segundos em que seus lábios largaram os meus para ir de encontro ao meu pescoço. Talvez, naquele momento, eu fosse capaz de criar uma frase coerente além de pedidos fracos e falsos. Eu sabia que não queria mais beijá-lo, e sabia bem os motivos de não querer... Mas o meu corpo simplesmente reagia ao dele, e isso era difícil de controlar.

- Você precisa ir embora. – minha voz soou mais determinada, desta vez. – Sério, eu quero que você vá.

- Por quê? – ele balbuciou, ainda ocupado com a curva da minha clavícula. – Porque você mente tanto? Sei que me quer aqui, exatamente onde estou.

- Desta vez você esta errado. Não há nada que eu queira mais do que ver você saindo pela porta.

Houve um momento de hesitação. E então choque, e depois ele me olhou com olhos meio arregalados e meio incrédulos. Foi quando eu soube que tinha atingindo um alvo. O seu coração.

- Eu estou machucada, Taylor. E eu ainda não sei lhe dar com isso... Então vou precisar de um tempo.

- Você não pode estar falando sério. – ele franziu as sobrancelhas e se afastou por completo. – Nós acabamos de nos beijar como se o mundo fosse acabar.

- Eu sei.

- E?

- E eu te beijo, e sinto a excitação do momento... Mas são só sentimentos físicos. Emocionalmente, sei que preciso me desligar de você. Já fomos longe demais.

Depois do que eu disse, nós nos olhamos, calados, por intermináveis segundos. Até que ele finalmente entendeu o que eu estava pedindo e explodiu.

- Mas que porra! – ele bagunçou o cabelo violentamente e eu tentei recuar, mas já estava colada na parede. – Sempre essa maldita conversa. Nós nunca conseguimos ficar juntos por mais de três dias, o que pode ser isso? Uma maldição? Ou o seu jeito ridiculamente egoísta?

- O... O meu...?

- Eu tentei de todas as formas. Eu me adaptei a você, fiz coisas que nunca fiz por mulher alguma... Mas você continua dizendo que precisa se afastar. E tudo bem, acho que você pode estar certa. Porque eu não aguentaria outras duas ou três semanas nesse inferno de relacionamento instável.

- Já passou pela sua cabeça que essa instabilidade é mais culpa sua do que minha? Você disse que faria tudo por mim depois daquela droga de manchete nas revistas... Mas hoje eu precisava de um abraço, um simples abraço, e você não estava aqui.

- Porque você me expulsou. É isso que sempre faz todas as vezes que estamos bem. Quando corri atrás de você pelas ruas do México, quando pedi que morasse comigo em Los Angeles, quando estávamos naquele programa idiota... Você é quem sempre me expulsou, como se eu não valesse nada, como se não fosse ninguém.

- Não me faça parecer a errada da História. Eu tive motivos reais para querer me afastar de você todas essas vezes, e você sabe bem quais são esses motivos.

- Meras desculpas esfarrapadas. – ele riu de um modo irônico. – Você nunca gostou de verdade de mim, deve ser esse o problema. Eu corri atrás de você durante esses últimos dois meses e você sempre fez pouco caso... Mas agora vem dizer que eu não estava por perto para te abraçar. Então foi como eu disse no começo, você é egoísta. Porque a sua dor tem que ser maior que a minha?

- Deus, será que estou mesmo ouvindo isso? – coloquei as mãos nos olhos e tratei de respirar melhor. – Você está comparando a morte dos pais de Danny com o fato de que nosso relacionamento é uma merda? Está mesmo comparando esses dois problemas, como se estivessem no mesmo nível?

- Viu? É disso que estou falando. Eu não tenho importância nenhuma para você. Daniel tem mais importância, quadros bonitos tem mais importância, até Robert tem mais importância para você do que eu. E falando nisso, vocês já se encontraram pelas minhas costas?

- Responda francamente Taylor, é isso que você realmente acha de mim, ou está me dizendo toda essa porcaria porque está bêbado?

A essa altura, as lágrimas caiam livremente pelo meu rosto. Mas eu não podia reclamar, já que era por um final que eu estava procurando. E aí estava ele. Um término clássico, digno de palavras duras que nenhum de nós jamais seria capaz de esquecer.

- Eu tenho total consciência do que estou dizendo. – ele afirmou, e eu fechei os olhos com força, sentindo dor e raiva em cada uma de minhas células.

- Então vai embora, vai de uma vez.

- Eu vou. – Taylor levantou as mãos para o alto. – Estou desistindo de você, .

Com uma única lagrima caindo pela face, ele comprimiu os olhos e me deu um sorriso amargo antes de virar as costas e caminhar até a porta. Acho que meu orgulho gritou justo naquele momento e eu tive que dar um jeito de ser pior do que ele foi. Sei que esse foi o motivo pelo qual eu disse coisas horríveis.

- Taylor! – ele virou apenas parcialmente. – Esqueça que um dia me conheceu. Se nos encontrarmos na rua, finja que não me conhece. Se citarem o meu nome nas revistas, imagine que estão falando de outra pessoa. Apague-me completamente dos seus pensamentos, porque nesse momento, eu já estou fazendo o mesmo. Vai ser como se nunca tivesse acontecido. Eu gostaria que nunca tivesse acontecido. Você foi um erro na minha vida.

Quando ele se foi e a porta bateu, pude finalmente deslizar pela parede e cair no chão de madeira, chorando... E com vergonha de mim mesma, por deixar as coisas chegarem até aquele ponto.

Capítulo 30

Coloquei um suéter azul marinho, calcei sapatilhas confortáveis e fui até o quarto de Danny, a fim de chamá-lo para um passeio no parque. Mais cedo, naquela mesma manhã, tínhamos recebido a notícia de que os corpos de seus pais estavam sendo trazidos para L.A, e que, depois que eles chegassem, teríamos uma cerimônia oficial de condolências. Em outras palavras, um enterro. E é claro que Daniel chorou quando ouviu tudo isso.

Ele se trancou no quarto o quase o dia todo e não quis comer nenhuma das guloseimas que eu ofereci, nem mesmo a lasanha que Rita preparou para o almoço. Mesmo assim, me mantive firme e forte na insistência... Até que ele bufou e procurou pelos próprios sapatos.

Nós descemos as escadas de mãos dadas e ele sorriu pela primeira vez no dia quando pulamos juntos os três últimos degraus de uma vez só. Parece bobo, mas me senti melhor só por ver que ele ainda podia rir. Quer dizer, eu estava realmente com medo que ele pudesse ter depressão ou sei lá, uma dessas doenças que te matam de tristeza. Mas graças a Deus não... Inclusive, nós ainda estávamos rindo quando abri a porta e levei o maior susto da minha vida ao perceber que alguém já estava parado diante dela.

- Dr. Maxwell?

- Bem na hora, eu estava prestes a tocar a campainha. – ele nos deu um sorriso contagiante, digno de um comercial. – E a propósito, olá!

- Oi! – não sei por que, mas me senti inquieta a ponto de querer estralar os dedos. –Não esperávamos a sua visita, então... O que veio fazer aqui?

Mordi os cantos da minha bochecha no momento em que a pergunta saiu. Burra, mil vezes burra! Sempre que estava nervosa, acabava me saindo muito mal em conversas com seres do sexo oposto. Algo entre mal educada e idiota.

- Vim trazer alguns documentos que você precisa assinar. Mas, pelo visto, vocês estão de saída, não é?

- Sim, mas podemos adiar a ida ao parque para resolver o que tem que ser resolvido.

- Não quero atrapalhar o passeio de vocês. Essa papelada pode esperar, eu posso com certeza vir outro dia. – Ele estava rindo outra vez, e me perguntei seriamente como é que ele conseguia falar e sorrir ao mesmo tempo.

E parecer um Deus grego, além de tudo.

- Tem certeza? – mordi o lábio inferior, tanto incerta, quando desconcertada. – Você não me parece uma pessoa que tem tanto tempo livre assim...

- Na verdade, eu tenho, ao contrário do que imaginava. – ele piscou. – Tanto, que basta um convite para que eu me junte a vocês.

A minha cara poderia ter caído naquele momento. Foi Danny quem me salvou de um momento embaraçoso, gritando um “EBA!” sonoro. Como eu, ele tinha aquele advogado como um verdadeiro herói depois daquela história de guarda provisória e de expulsar os avós dele da mansão. Então, apesar do meu choque inicial, nós dois estávamos muito satisfeitos com o fato de que ele pretendia vir conosco.

Íamos com o motorista, mas Max insistiu que fossemos no carro dele. E no fim, foi boa ideia. A música tema de Shrek começou a tocar no radio e antes que qualquer um de nós pudesse evitar, estávamos cantando o refrão. Eu, baixinho, é claro, mas Max e Daniel se empolgaram e berraram a frase “ Strawberry ice cream” a plenos pulmões. Antes de me sentir envergonhada diante da cena, me senti feliz. Daniel estava mesmo sorrindo... E eu também, afinal de contas. Mesmo depois de terminar com Taylor.

E só de pensar nele... BAM! Meu astral caiu uns 95%. Essa cena fofa no carro... É, ele bem que poderia estar presente. Indo ao parque conosco, cantando conosco, rindo com a gente. Porque não deu certo? Porque nós éramos tão imaturos?

- ?

Levei outro susto, porque, de repente, Max estava passando cinco dedos perto do meu rosto, como se testasse minha visão e minha atenção.

- Em que mundo você foi parar? Nós já chegamos a uns bons minutos e você não parece querer sair do carro.

- Ah... - ri levemente, apesar de estar totalmente sem graça. – Ei, garotões, já que o clima tá bom e o sol brilha lá no alto, que tal um sorvete? Eu estava desejando um potão de sorvete de flocos agora mesmo.

- Boa ideia! Vou querer de chocolate. – Danny gritou animado, engolindo minha desculpa esfarrapada.

- Ótimo. Vamos naquela sorveteria ali então. – o advogado apontou para uma lojinha perto das árvores. – Quem chegar por último é a mulher do padre!

Pisquei, confusa, quando os dois garotinhos (sim, Max era como uma criança com 1,85 de altura) saíram correndo e me deixaram para trás. Eles deram gargalhadas estrondosas, desviaram das arvores e até esbarraram um no outro, sem em nenhum momento parar de rir. Coloquei a mão fechada em punho em cima do meu peito e bati fortemente ali, tentando expulsar a dor que corroia meu coração. A cena era realmente linda, e eu queria tanto que fosse Taylor aquele que estivesse ali, correndo com Danny. Mas ele não estava lá, e provavelmente, jamais estaria qualquer outra vez. Por isso fechei os olhos e sorri ao mesmo tempo que uma lágrima escorria pela minha bochecha.

Bom... Se eles pensavam que eu seria a mulher do padre, estavam muito enganados. Em dois segundos, eu já estava quase alcançando aqueles dois pestinhas.

- Ei, ei!

Levantei bruscamente da cadeira, com medo que o sorvete quase derretido de Danny viesse parar na minha blusa favorita da Starbucks. O garoto, animado como eu jamais esperava ver novamente, explicava para Maxwell como se dirigia um carrinho de cart, só que, estava sendo realista demais. Levou os braços de um lado para o outro e até simulou uma curva com o danado do sorvete marrom nas mãos.

- E então eu virei o volante assim e... – eu sabia que ele estava tentando me melecar, percebi quando aquelas mãos pequenas começaram a fazer voltas demais em torno de mim.

- Não, Danny... Assim não dá, pára, você vai... AAAI!

Esquivei-me novamente do sorvete, dessa vez com mais afinco do que nas últimas 50 tentativas. Desequilibrei-me totalmente no meio da minha performance matrix e acabei caindo sentada no colo de Max, com cara de idiota e olhos arregalados como nunca. Houve um silencio de um segundo. Depois os dois gargalharam tanto que acabaram vencendo o meu mau humor repentino. Eu acabei rindo como louca, e pasmem! Ainda no colo do advogado.

Quando dei por mim (e já não era sem tempo), estávamos perto demais um do outro. Ainda rindo, espasmos por todo o corpo por culpa do riso, e lágrimas nos cantos dos olhos. O riso foi morrendo aos poucos, ao passo que minhas bochechas ganhavam um tom incrivelmente rosado. Eu podia apostar nisso porque, infelizmente, meu corpo esquentou.

- É isso! – Bati nas minhas próprias pernas e levantei de uma vez só, tentando disfarçar todo o constrangimento que se apossava de mim. – Já está quase escurecendo. Vocês querem caminhar ou voltamos outro dia?

Max parecia pensativo demais para responder, então Danny tomou as redias da situação e aproveitou para propor outra de suas ideias malucas. Isso é o que acontece quando você coloca esse tipo de responsabilidade nas mãos de uma criança.

- A gente podia ver um filme na sala de cinema lá em casa. – ele esfregou a mão umas nas outras, mas depois as soltou ao lado do corpo, parecendo se lembrar de algo doloroso. – Papai comprou Toy Story 3, mas nunca teve tempo de assistir comigo.

Acho que não foi a frase que partiu meu coração, mas o modo triste como ele falou aquilo. O pai, que antes nunca tinha tempo, agora sequer estava presente.

- Eu acho uma ótima ideia. – Max disse, bagunçando o cabelo de Danny ao mesmo tempo em que me salvava de uma situação. Afinal, meus olhos estavam cheios de lágrimas.

- Isso! – tentei soar animada, mas minha voz estava rouca. – Podemos comprar pipoca, refrigerante e... Ah, e eu posso fazer brigadeiro pra vocês!

- Briga...? O que é isso?

- Um doce brasileiro delicioso Max. Hm, vocês vão adorar, é meu doce favorito no mundo inteiro.

Sei bem que meus olhos devem ter brilhado naquele exato momento.

- , você só pensa em comer.

- Isso é verdade Danny. – concordei, um pouco mais relaxada agora que tínhamos mudado de assunto. – Tá, quem quer ver filme e comer besteira põe o dedo aqui, se não vai fechar, não adianta chorar...

N/A: Tomei vergonha na cara e atualizei CG! Desculpem-me pelas frases idiotas e pelos diálogos sem nexos. Eu estava desesperada para escrever algo decente, mas vocês sabem... Falta de inspiração dá nisso ): Bobeiras á parte, espero que tenham curtido a att dupla! Sei que as brigas com Taylor acabam nos deixando chateadas, no entanto, pensem positivo. Eu também quero um final feliz pra esse casal! Kk McBeijos:*

Ps: Boas-vindas as novas leitoras de Coffee Girl. Estou adorando o fato de que tenham achado a fic por acaso e gostado dela. São tantas boas opções no blog... Então fico realmente feliz que tenham descoberto esse cantinho. Continuem comentando, ok?




Capítulo 31





- Parece que ele dormiu. – sussurrei, intercalando meus olhares entre um Daniel praticamente desmaiado no sofá e os créditos finais de Toy Story na TV. – E nem chegou a ver o final do filme.



- Ele estava cansado. Depois de tudo o que passou, e depois do passeio de hoje, acho que foi um descanso bem merecido.



- Você tem razão, Max. – sorri levemente, enquanto passava a mão pelos cabelos ondulados do menino. – E por falar nisso, obrigada por fazer o dia dele um pouco melhor. Eu estava seriamente preocupada que ele fosse se sentir mal, devido a tudo o que aconteceu, mas Danny realmente se divertiu esta tarde.



- Não me agradeça por isso, não foi como um grande sacrifício. Pra falar a verdade, eu adorei passar esse tempo com vocês.



Max sorriu largamente, no entanto, percebi que por trás daquele sorriso brilhante, ele estava um pouco sem graça. Eu podia ser idiota na maior parte do tempo, mas naquele momento eu havia entendido a parte subliminar de sua fala. Ele gostou de estar conosco. Comigo.



- Eu também gostei.



Enrubesci, ciente de que também estava entregando alguns pontos. Mas não estava mentindo, afinal. Meu dia teria sido bem depressivo se ele não estivesse lá, por mais motivos do que eu poderia contar. E então, ao invés de ajudar Danny, eu estaria piorando ainda mais a situação.



- Se você realmente gostou, nós podemos fazer isso de novo. Vou esperar um convite formal, dessa vez.



Ele se levantou do sofá de uma só vez, enquanto eu o encarava com a boca quase aberta. Só parei de vegetar quando percebi que ele pegou as chaves do carro e estava se dirigindo até a porta. Estava indo embora e eu simplesmente não sabia o que dizer.



- Eu devo te ligar?



- Sim. Vou deixar o meu cartão com você. – ele sorriu outra vez, enquanto tirava a carteira do bolso de sua calça jeans. – É o meu cartão de visita do trabalho, mas o meu

número pessoal está anotado bem aqui atrás. Pode me ligar qualquer dia, a qualquer hora. Estarei sempre disponível para você a Daniel.



Foi uma frase bem simples, mas me pegou de surpresa. Senti meus olhos cresceram e minhas pupilas de certo dilataram. Um sorriso trêmulo e genuíno escapou quase que imediatamente dos meus lábios. Ele estava oferecendo seu apoio, mesmo quando nos conhecia tão pouco. E então eu percebi... Max me parecia altamente confiável e estável. Características que eu jamais percebi em Taylor. Características necessárias a minha sobrevivência. Eu gosto de estabilidade. Eu gostaria de ter alguém em quem eu pudesse ser meu suporte algumas vezes, só pra variar.



Mas eu poderia contar com ele a qualquer momento ou eram apenas palavras vazias?



- E se eu ligar e você estiver em uma reunião? Ou atendendo clientes? Ou...



- . – ele segurou minha mão por um momento e a apertou levemente. – Eu vou parar tudo o que estiver fazendo para te atender. Por favor, não deixe de ligar.



Aí estava a prova dos nove, e não tinha nada haver com flerte, pude perceber. Ele estava me oferecendo apenas um ombro amigo, mesmo tivesse outras intenções. Encarei seus olhos azuis, perdida nos meus próprios pensamentos, ainda procurando palavras para continuar aquela conversa, de alguma forma. Mas não existia nada que eu pudesse dizer ou fazer que fosse expressar o que eu estava sentindo no momento. Ao lado da ansiedade, estava a calma. E ao lado da confusão, admiração.



- Max... – sei que parece bobo, mas era daquilo que eu estava precisando o tempo todo. Alguém que me desse alguma prioridade, alguém que me oferecesse uma mão amiga, e que estivesse disposto a estar comigo. – Sei que estou sempre te agradecendo por algo, mas... De verdade, obrigada.



- Não há de que. – seus olhos azuis mediram os meus. – Até mais .



Capítulo 32



Mas não foi para Max que eu liguei, afinal de contas. Minha cabeça doía quando tantos assuntos se embolavam, e eu mal podia raciocinar. Taylor, Danny, a morte dos pais dele, Max, nova vida, novas perspectivas, nova realidade. A verdade é que eu estava cheia de problemas, e embora tentasse esconder de todos a minha volta, estava morta de medo. Então recorri a única pessoa que podia realmente me dar um bom conselho, ou jogar água fria na minha cara, se fosse necessário.



- – meu coração quase parou durante os três segundos em que ela demorou para responder.



- ? Amiga, é você?



- Sim! – um sorriso enorme quase rasgou a minha cara quando ouvi a voz dela. – Eu... Eu estou morrendo de saudade.



- Saudade? Sua cachorra ordinária. – de repente, eu sabia que estava em mal lençóis. Eu conhecia o suficiente para saber que tinha cometido um erro gravíssimo em termos de amizade. – Sabe o quanto esperei por uma ligação sua? Como você pode trocar de celular e ter a cara de pau de não me passar o novo número? Eu tive que saber noticias de você através do Kiwoa. Tem noção do quanto foi ridículo perguntar a ele se você estava bem? Perguntar a ele se minha MELHOR AMIGA estava bem?



- Bia, eu...



- E você sequer me contou sobre aparecer na Jannet Flowers. Eu estava bebendo meu shake matinal quando você apareceu numa bosta de reprise, diga-se de passagem, no nosso programa gringo favorito. Levei quase duas semanas para tirar o cheiro de morango com leite da casa. Eu cuspi tudo na nossa TV de LCD!



Definitivamente não era uma boa hora para rir, então continuei tentando acalma-la.



- Olha, eu sei que você deve estar chateada, mas...



- Chateada? – ela riu sonoramente. – Minha querida, se eu pudesse colocar as mãos em você, a essa altura do campeonato, já estaria mortinha da silva. Se um oceano de distancia não nos separasse, eu...



- Ai, quer saber? Você bem que poderia vir morar aqui.



- O que? - o tom de voz alto e sarcástico deu lugar a um totalmente confuso.



- Aconteceram muitas coisas desde que eu vim para Los Angeles. Você ficaria surpresa, parece que minha vida está se baseando nos episódios de The O.C. Então pensei nisso hoje por algum tempo... Estou realmente precisando de você por perto.



- Eu ainda não tenho dinheiro suficiente amiga, você sabe.



- Dinheiro não é problema agora, nem moradia.



- Por quê? Além de tudo você ganhou na mega sena e também não quis me contar?



- Oh não! – ri fraco, imaginando que agora, ao invés de feliz, ela estava colocando as mãos na cintura e criando rugas involuntárias na testa. – Claro que eu te contaria se tivesse ficado milionária.



- Então porque é que está me oferecendo um lugar para morar? Até onde sei, você ainda trabalha e mora na casa dos Cox. A não ser... Espera, você juntou os trapos com Taylor?



- Não, não é isso.



Engoli a seco, temendo que ela quisesse ir mais a fundo no assunto. Senti dor de cabeça só de pensar a respeito. Quer dizer, falar sobre o término de uma hora para a outra não era bem o meu ideal de uma “boa conversa”.



- Que voz depressiva é essa, de repente?



Droga, ela me conhecia também! Bia era capaz de decifrar os meus sentimentos até através de um suspiro. O que não era de fato uma coisa boa. Irritava-me muito o fato de que sempre sabia o que eu estava pensando, mesmo quando eu lutava como louca para esconder. O que era o caso no momento.



- Não é nada. Escuta... Você pode vir morar na mansão. Como eu.



- Como assim? Você pediu para os Cox?



- Não. Acontece que... Bem, seria bom se você viesse logo, e então posso te dar uma explicação.



- Uma explicação? , já estou sentindo que as coisas andam muito erradas por aí. E sobre Você e Taylor? Já vi que existe um problema. Esse negócio de morar na mansão? Também não me cheira bem. O que acha de me contar de uma vez o que está acontecendo? Você sabe, eu sou curiosa a ponto de roer as unhas do pé.



- Ai , é que não são coisas que eu gostaria de falar por telefone...



- ! – A voz dela aumentou uns sete oitavos e eu tirei o telefone da orelha, com medo que meu tímpano pudesse estourar.



- Tudo bem, tudo bem. Deus... Por onde começo? – pigarreei baixinho. – O senhor e a Senhora Cox viajaram em 2ª lua de mel, e deixaram Danny sob meus cuidados.



- E daí? Você pretende dar uma festa louca só por que a patroa viajou? Você vai ter grandes problemas quando ela chegar e me encontrar alojada num dos quartos, não sabew.



- A questão é que ela não volta mais, . Isso era o que eu estava tentando dizer, mas você me interrompe toda hora.



- Não vai mais voltar? – ela ignorou praticamente tudo o que eu disse. – Como assim?



- Eles sofreram um acidente. O avião caiu. –minha voz perdeu o até então tom neutro e adotou o usual tom melancólico, usado sempre que eu tinha que falar sobre esse trágico assunto.



Às vezes eu fingia esquecer, mas em momentos como esse, em que eu tinha que falar a respeito, meu coração acelerava e minhas mãos suavam. Cenas de um avião destroçado e fogo por todo lado teimavam em invadir minha mente, dia e noite.



- Meu Deus.



Foi tudo o que ela disse. Não pude comentar ou prolongar a conversa, porque senti que minha garganta estava praticamente fechada. Então ficamos em silencio por alguns minutos, até que ela absorvesse a notícia e eu esquecesse outra vez que três dias atrás, duas pessoas que conheci haviam morrido.



- Eles deixaram um testamento. Eu vou tomar conta das propriedades até que Danny faça 18 anos, e provavelmente serei a tutora dele até lá. Por isso você pode vir, eu meio que cuido dos assuntos da casa agora. Isso inclui convidados. E eu realmente preciso que você venha... Sinto como se fosse explodir, agora mesmo.



- Eu sei como deve estar sendo difícil. – ela suspirou profundamente. - Bom, imagine que estou te abraçando, por enquanto. Logo, logo nós faremos isso de verdade, e você não vai mais se sentir tão desprotegida.



- Chega a ser assustador a maneira como me conhece bem, .



- Porque nós somos amigas há muito tempo, . Mesmo que passe anos sem me ligar, ainda vou saber exatamente o que está sentindo só de ouvir sua voz. Também vou saber do que está precisando. E você, mocinha, precisa desabafar. Pode me contar, eu sei que tem mais que isso.



- Nós devíamos conversar pessoalmente.



- Porque esperar mais tempo? Coloca isso pra fora de uma vez.



- Bia... – grunhi.



- Anda!



- Tudo bem. – Bufei, deitando na cama em seguida e tampando os olhos com força. Minha amiga era um pé no saco. – O que você quer saber?



- Qual é a situação entre você e Taylor?



- Nós terminamos.



- O que? – afastei o telefone da orelha outra vez e rolei os olhos.



- Não há muito o que dizer a respeito. Teve choro, discurso de ódio e beijo de adeus... Não exatamente nessa ordem.



- Porque você tá falando como se não tivesse significado nada? Eu te conheço, garota, você sabe bem disso. Não precisa fingir pra mim, sou sua melhor amiga... E já percebi que está morrendo por dentro.



- Eu não estou morrendo.



- Quando mais você nega, mais eu sei que estou certa. – ela riu. – Bom saber que previsibilidade ainda é o seu ponto forte. Mas agora me conte com detalhes porque diabos você terminou com aquele homem maravilhoso.



Antes de começar, respirei fundo e tentei reunir - em minha mente- os principais motivos do término. Na minha cabeça, eles pareciam horríveis... Mas em voz alta, notei que se tornaram bobos e pequenos. Talvez porque, apesar de saber que o melhor para mim era terminar com ele, eu também sabia que queria voltar atrás. Esquecer tudo que ele tinha dito ou feito e simplesmente... Voltar atrás.



- Uau! – urrou, ao mesmo tempo em que batia palmas do outro lado da linha. – O que foi isso? Parece que não tiveram momentos bons no namoro, só brigas. Como uma novela das nove, de verdade.



- Eu não disse? Totalmente O.C. – Fiquei feliz que ela concordasse comigo pelo menos uma vez na vida. Mas aí me lembrei. – Ah não, peraí...Teve a casa de campo dele. Apesar do lance com a Taylor Swift, foi o ponto alto da nossa relação. – mordi o lábio inferior. – Foi a primeira e única vez em que me senti segura a respeito de Taylor. Foi incrível.



- Então é essa toda a questão? Insegurança?



- Em partes. Taylor é como um adolescente, entende? Ele diz que está apaixonado por mim, e acredito que está... Mas suas atitudes simplesmente não condizem com as palavras. Ele é imaturo.



- E pra completar, você é insegura.



- É. – Bufei, ligeiramente irritada. – Insegurança é o meu novo sobrenome.



- Tenho certeza que o que falta na relação de vocês é sexo.



- Achei que ia dizer diálogo. – murmurei, chocada com a capacidade da minha amiga de ser TÃO aberta. – Mas aí eu não estaria falando ao telefone com , a desbocada.



- Apesar da chacota, vou reprisar meu ponto de vista, ok? Está claro que vocês pularam uma fase da relação. Carinhos, beijinhos, cinema, amassos... Nada disso. Você e aquele delícia foram direto para a fase problemas sérios/gravíssimos. Primeiro o stress de “amor de verão” no México, depois a fofoca nas revistas, e pra completar, Daniel fica órfão e a responsabilidade do garoto fica em suas mãos... É muito para lhe dar num relacionamento tão novo.



- Na verdade, foi bom que a ordem dos fatores tivesse se invertido, assim pude ver o que é que ele seria capaz de fazer por mim. E a resposta é nada. Os nossos problemas não eram nem um grão perto do de Daniel, então porque ele não podia me ajudar a segurar a barra? Porque ele não podia me esperar? Eu voltaria para ele, Bia. Tudo que ele precisava ter feito era ficar ao meu lado.



- Do que adianta querê-lo ao seu lado, se você fica um pouco e depois quer fugir? Esqueça a morte dos pais de Danny por um segundo e encare a realidade . Do que você realmente tem medo? De amar Taylor com todas as suas forças e acabar sendo chutada, como aconteceu com o Gabriel? Sabe... Você precisa se permitir, esquecer esses traumas do passado e deixar ele chegar mais perto do seu coração. Se você continuar a afastá-lo dessa maneira, vai acabar perdendo-o para sempre.



- Não tem nada haver com isso, eu já deixei ele me enxergar. Já contei sobre meus pais, sobre minha irmã...



- , tudo bem, ele viu suas feridas. Mas você já deixou que ele as curasse?



- O que quer dizer com isso?



- Quero dizer que você sempre quer dar um jeito nas coisas sozinha. Mas outras pessoas podem te ajudar nesse processo, se você deixar. Eu sei que acha que está melhor sem ele... Mas isso é porque você se acostumou com a solidão, e talvez por isso você não aceite determinados comportamentos, mesmo sabendo que todo mundo tem defeitos. Qualquer coisa te machuca, qualquer coisa te irrita. Você tem procurado um motivo para terminar, o tempo todo, só porque está morta de medo que ele realmente entre na sua vida.



- ! – meus olhos estavam lacrimejando e eu comecei a ficar indignada com o que estava ouvindo. Pensei até mesmo em desligar o telefone. É como dizem, a verdade dói.



- Vá até ele e diga que o ama.



- Mas... Porque, porque eu faria isso depois de tudo o que aconteceu?



- , apenas escute sua amiga e vá. Ele pode agir como um adolescente imaturo e instável, exatamente como diz, mas se te amar de verdade, vai dizer que está tudo bem e vai querer voltar com você, sem pensar duas vezes. E se ele fizer isso, mesmo depois de todas as discussões que tiveram, então é a melhor pessoa para ficar ao seu lado. Não alguém estável ou maduro, mas alguém que queira te amar, apesar de tudo.



Absorvi grande parte do que ela tinha dito, sentindo gosto de sangue da boca enquanto o fazia. Morder os lábios era um de meus hábitos favoritos quando se tratava de ansiedade. E, pra ser sincera, eu já estava à beira da loucura... Porque, se eu parasse pra pensar bem, segundo Bia, tinha cometido um erro terminando com Taylor, e, portanto deveria correr atrás dele até que me perdoasse. E pra ferrar com tudo, eu sabia que queria voltar com Taylor, porque querendo ou não, eu o amava.



Mas não, não achava que estava errada não importa quantas pessoas dissessem o contrário. Ele errou tanto quanto eu e isso ninguém tira da minha cabeça. Então mais do que prevendo um certo impasse entre nós duas, resolvi sair pela tangente.



- Cala a boca, chega de conselhos inúteis. – Reclamei, odiando o fato de que minha voz estava esganiçada como o latido de um cachorro. – Vou comprar sua passagem amanhã. Mandarei a data e o horário por SMS. Tchau, beijos.



N/A: Oi meninas!!! Como estão? Espero que tenham curtido a att, agora que nossa BFF está de volta para colocar a PP nos eixos (: E desculpem pelos erros gramaticais na atualização passada, eu simplesmente não tenho tempo pra revisar, então as vezes palavras como “vosê” com S passam desapercebidas. Kkkkk (BRINCADEIRA NÉ!).



ps: Um beijo para Nannah, que deu o ar da graça depois de SÉCULOS sem aparecer. Senti falta dos seus comentários super engraçados. Ri tanto desse último que quase fiquei tonta. Ainda bem que voltou!



Beijos para todas as CG!:*

Capítulo 33

O velório dos pais de Danny foi no dia seguinte. Não é bem como no Brasil, com toda aquela gente seguindo o caixão até o lugar onde ele vai ser enterrado. É mais bonito e um pouco menos doloroso que isso. Os dois caixões em magno, totalmente fechados, estavam expostos no altar de uma bela igreja, e sobre eles haviam três lindas fotos. Uma da senhora Julia, com os cabelos mais bem penteados do que nunca, olhos azuis e gélidos como o próprio oceano índico. A sua direita, estava a foto do marido. Com o cabelo arrumado, a pose de um típico milionário, nenhum sorriso no rosto. E mais a frente, uma fotografia um pouco mais casual, a que eu mais gostara, particularmente. Eles estavam juntos, as mãos dadas. Não pareciam tão a vontade diante da câmera, e por isso mesmo a foto estava linda. O amor não era assim tão fácil de se capturar, não numa situação forçada.

Quando dei por mim, estava chorando silenciosamente. Eles não podiam ter morrido assim, quando ainda tinham um caminho tão longo pela frente. Limpei as lagrimas apressadamente, quando percebi que era a única no recinto a chorar. Todas aquelas pessoas de preto, de luto, mas nenhuma delas parecia se importar o bastante. Não havia ninguém da família, só sócios corporativos, diretores, gerentes da empresa, alguns empregados da casa... Ninguém que realmente os conhecesse bem, ou que provavelmente fosse perder o sono por algumas noites por causa de uma horrível tragédia. A não ser eu e Danny.

Se bem que ele sequer chorou. A dor estava ali, mas vi com meus próprios olhos uma criança de oito anos se recusar a chorar. Eu podia perceber como ele estava tentando ser forte. E droga, como me machucava vê-lo daquele jeito. Ele era apenas um bebê.

- Sabe Danny... – ajoelhei no chão de mármore, até alcançar a altura dele. – Seus pais te amavam muito, aliás, ainda te amam. Mesmo que não estejam mais presentes aqui, ainda vão estar no seu coração para sempre. - apontei para o peito dele. – Essa é a nova casa deles, e para que eles gostem de morar aqui, você tem que deixá-la limpa sempre que for necessário.

- E como eu limpo a nova casa deles ? – A voz infantil dele estava cheia de curiosidade e tristeza.

- Você precisa chorar, meu amor. Antes de cair dos seus olhos, as lagrimas vão lavar seu coração.

Nada mais precisou ser dito, depois disso. Os olhos dele ficaram vermelhos instantaneamente e o choro contido de todo o dia foi enfim colocado para fora. Era como se eu tivesse lhe dito que era permitido chorar. Coloquei Daniel em meu colo, a cabeça aninhada sobre meu ombro. Eu o balancei como a um bebê e sofri a cada soluço que ouvia. Mas tudo ficaria bem, era o que eu repetia em seus ouvidos sem parar.

Ele adormeceu nos meus braços e sequer acordou quando o motorista chegou para nos levar de volta para casa. Durante todo o caminho, observei sua pele branca e imaculada, e o cabelo ondulado que lhe dava a aparência de um anjo. Seus cílios deixariam uma horda de meninas com inveja e suas mãos pequenas me faziam lembrar as mesmas mãos miúdas de Amanda. O que eu não faria para tê-la de volta... Felizmente, estar perto de Danny preenchia o vazio que a morte dela deixara, anos atrás.

Subi as escadas com ele agarrado a mim e coloquei seu corpo na cama no exato momento em que meu celular vibrou no bolso da minha calça. Embrulhei seu corpo até o torso e lhe dei um beijo carinhoso na testa antes de sair e verificar a ligação. Poderia ser Bia, querendo saber como eu estava. Poderia ser Max, se oferecendo para uma nova visita. Poderia ser algum jornalista, um cara que oferece seguros, qualquer outra pessoa. Mas era Taylor, para minha total surpresa.

Mordi os lábios, sem saber o que fazer. Apertar o botão verde era fácil demais, o difícil era saber o que falar assim que eu ouvisse sua voz. E afinal, o que ele tinha a dizer? Desculpas, um adeus definitivo? Nós já tínhamos feito isso.

- Oi?

- ? – o tom de voz dele era tão incerto quanto o meu.

- Sou eu.

Cheguei a pensar que a ligação tinha caído, devido aos minutos em que o celular ficou mudo, mas não ousei perguntar. A tensão entre nós era sentida mesmo numa ligação telefônica. Nenhum de nós dois parecia respirar, ou ter forças para falar. Até que ele finalmente quebrou o silencio e ao passo que minha respiração era liberada.

- Soube que o enterro foi hoje. Como está o Danny?

Respirei aliviada, apesar do assunto ser tão horrível quanto. É que eu seria capaz de encarar qualquer tópico, desde que não fosse nós dois e o término.

- Ele está bem, quer dizer... Acho que está tentando ser forte, mas você sabe, ele tem só oito anos.

- Eu sei. – ele suspirou pesadamente. – Eu realmente sinto muito que ele tenha perdido os pais. Queria poder fazer algo a respeito.

E você pode. Peça desculpas e fique ao meu lado desta vez, e então tudo vai melhorar, eu pensei. Mas não foi o que disse em voz alta, no final das contas.

- Eu também, mas não há nada que possa mudar o passado. Infelizmente aconteceu e agora tudo o que posso fazer é ficar ao lado dele, tanto quanto puder.

Taylor não sabia que morar com os avós de Danny não era mais uma opção. Acho que ele ainda devia achar que eu estava preparada para ir embora a qualquer momento junto com o garoto. Então pude ouvir um tom de angustia em sua voz quando ele finalmente falou:

- E eu sei que é exatamente isso o que vai fazer daqui para frente.

De repente, já não quis prolongar a conversa. Falar com ele estava fazendo o meu peito arder. Meus olhos também. Todas aquelas pausas, a tristeza em nossas vozes, o tom cauteloso e comedido... Como se fossemos completos estranhos que não sabiam nada da vida um do outro. Então eu queria desligar, desesperadamente.

- Taylor... Foi por isso que ligou? Para saber se ele estava bem?

- Esse não foi o único motivo. – outra pausa enorme, outro suspiro. – Sinto sua falta.

Eu também, eu também...

- Eu também.

- Existe algo que possa concertar as coisas que eu lhe disse?

- Claro. – um meio sorriso nasceu em meu rosto. – Você pode começar com desculpas.

- Perdão. – sua voz soou solene, ignorando meu sarcasmo. – Eu realmente sinto muito pelo que disse naquele dia. A maior parte das minhas palavras foi da boca pra fora.

- Então a menor parte era verdade?

- Algumas coisas eram.

- Eu não estou com raiva de você.

- Não está? – pela primeira vez, ele estava surpreso.

- Não, não estou. Eu só.... Eu sinto muito por não termos dado certo.

Outra pausa de minutos intermináveis.

- Ainda há uma chance, eu amo você. – aí estavam os sinais de desespero. A dor no meu peito aumentou e eu sorri, simplesmente porque não pretendia chorar enquanto conversava com ele.

- Eu também te amo, Taylor.

Irônico, Porque era a primeira vez que eu lhe dizia aquelas palavras. E nunca, nem em minhas imaginações mais férteis, imaginei que fosse dizer isso em tal hora e em tal situação, num tom de lamento profundo. Amar era para ser uma dádiva, mas nunca funcionou assim para mim.

- E isso não muda as coisas?

Pude ouvir a voz dele embargar e não sei se era porque eu tinha dito que o amava ou se era porque não havia nenhuma alegria em meu tom quando declarei aquilo. A grande verdade é que, não importa o tamanho do amor que sentimos um pelo outro... Não estávamos prontos para começar novamente.

- Não, isso não muda nada. – passei a mão pela minha testa, sentindo uma dor que começava entre meus olhos e parecia perfurar meu crânio. Se era cansaço, o assunto, ou os dois juntos... Eu jamais saberia dizer. – Não estamos prontos para voltar, não agora. Acredite, eu quero. Mas eu continuo insegura e você provavelmente ainda é o Taylor instável que eu conheci três meses atrás.

- Você quer dar um tempo, é isso?

- Eu quero terminar. –sussurrei. - Não quero que se prenda a mim, de verdade. Faça o que quiser fazer, veja outras pessoas, se assim desejar. Se, quando eu estiver pronta para encarar tudo isso, você ainda me quiser... Aí então ficamos juntos.

- Então tudo bem pra você se eu voltar com a Lilly?

Claro que não porra! Mensagens em vermelho apareceram de paraquedas no meu cérebro e a dor de cabeça que eu tinha antes parecia uma brincadeira infame perto da enxaqueca que ameaçava tomar minha cabeça. Ao invés de gritar e desligar na cara dele, me contive e rebati uma pergunta com outra.

- Você quer voltar com ela?

- Não. – ele riu, mas não de alegria ou sarcasmo. Era só um riso triste. – Só quero saber se está tudo bem pra você me deixar ir embora assim.

- É obvio que não está Taylor. Quero você só pra mim. Tenho pensando em você todos esses dias, quando acordo e até nos meus sonhos. Eu fiquei muito mal quando você disse que estava desistindo de mim, finalmente percebi que estava te perdendo. Eu fico imaginando, criando possibilidades, tentando achar maneiras de te trazer de volta, de fazer dar certo. Mas eu não posso desgastar tudo outra vez. Uma vez que acabar de verdade, estará acabado para sempre. E é como eu te disse... Eu te amo, de verdade... Mas quem sabe? Um de nós dois pode se cansar.

- Você acha que eu me cansaria ?

- Eu acho.

A derrota no meu tom era notável. A sinceridade também, porque era exatamente assim que eu via o futuro entre nós dois. Taylor era jovem, bonito, talentoso, bem sucedido, rico. Em algum momento, quando eu o amasse tanto a ponto de sufocar, ele poderia me deixar. Por outra, por um trabalho, ou simplesmente porque estava cansado. Da rotina, da minha insegurança, da minha independência, do meu egoísmo. Nenhum deles ficou, porque Taylor ficaria? O que o faz diferente dos outros?

- me falou sobre sua incapacidade de confiar, de acreditar em finais felizes. Eu vejo agora qual é o problema.

- Foi ela quem te falou pra ligar? O que ela te contou?– Não pude esconder a súbita raiva que me tomava. – Foi por isso que ligou, não foi? Ela te convenceu.

- Eu liguei porque quis. – ele não parecia menos raivoso que eu. – só esclareceu algumas coisas que me deixavam confuso a seu respeito. Não é que você não goste de mim, é só que você está com medo que eu entre na sua vida e saia logo depois, não é? Porque demorei tanto para perceber isso? Achei que você não me amava, que sequer gostava de mim.

- Eu gosto.

- Eu sei, sei disso agora! – a voz dele ainda estava furiosa, e eu não tinha ideia do motivo. Não era eu quem deveria estar indignada? – Todas as vezes em que me afastou, em que me fez achar que eu não tinha importância. Eu me senti medíocre e não correspondido. Você não deve ter ideia do quando suas ações me machucaram. Eu sei que não foi intencional, mas doeu ainda assim. E só voltei atrás na minha palavra em te procurar porque Bia me disse o que você nunca quis esclarecer. É medo, não é?

As lágrimas começaram a rolar sobre minhas bochechas. Primeiro eram poucas, e depois tantas, tão furiosas, que eu mal conseguia enxergar. Antes que me desse conta, estava soluçando e depois disso, escorregando pela porta, até encontrar o chão. Senti-me tão pequena quanto um grão de areia e tão indefesa quando uma folha caída. Alguém estava jogando sal nas minhas feridas... Alguém estava perto demais dos meus segredos.

- Eu posso cuidar dos seus medos, pequena. Posso mandar todos eles embora, para longe de você. – Sua voz agora estava rouca, confortável, serena. - Apenas me deixe entrar.

N/A: Hello! Atualização super rápida, para a alegria das minhas leitoras. Espero que tenham gostado e que não estejam esperando que eles reatem assim, tão rápido. Cabeças ainda vão rolar! MUAHAHAHA mentira, é só pra dar audiência! Beijão meninas, e comentem!


Capítulo 33
Estava mais calor do que o normal, mas para quem já estava acostumado com uma sensação térmica de 40 graus no Brasil, o clima de Los Angeles era tirado de letra. Vesti um short jeans claro e surrado, uma ankle boot marrom e uma regata básica. Peguei os únicos queridos óculos que eu tinha, minha bolsa velha e hippie e entrei no carro que me levaria até o aeroporto.
Contei até os segundos para a chegada dela. Estava com uma plaquinha na mão e me senti ridícula parada daquela maneira, na plataforma de desembarque, com as mãos na frente do peito erguendo um papel em que estava escrito “, BFF”. Mas ela fez questão daquilo. disse que em todos os filmes gringos era assim que a pessoa era recebida no aeroporto e que queria ser recebida como tal assim que colocasse os pés aqui. Quem era eu para discordar? Sei que ela faria um escândalo se não seguisse suas vontades. Então reuni a coragem e plantei meus pés ali, até que a garota chegasse.
Um riso irônico cruzou meus lábios quando enxerguei meus sapatos preferidos a distancia, antes de qualquer outra coisa. Eu os havia esquecido no Brasil e pedi que ela trouxesse para mim, mas não no próprio pé, é claro. De qualquer forma, aquela ali era , minha melhor amiga, com o cabelo preto na altura dos ombros e os olhos puxados de uma oriental fajuta, tão dona das minhas próprias coisas quanto eu. Ergui as mãos, mostrando a placa e em seguida ela, além de gritar, veio correndo como louca na minha direção. Houve um choque entre nossos corpos, berros e risadas durante um abraço apertado e beliscões amigáveis.
- Sua piranha! – ela riu, ainda beliscando meu braço. – Acha que eu esqueci daquele chá de sumiço? Prometi a mim mesma que a primeira coisa que faria quando chegasse aqui era te bater.


- Ai, Ai! – esfreguei a pele sensível e avermelhada por debaixo de seus dedos e me afastei ao máximo. – Eu vim com essa droga de plaquinha por sua causa, e é assim que me agradece?


- Tudo bem, desculpe. Vem cá! – ela estendeu os braços. – Senti sua falta, idiota.


- Eu também.


Nos abraçamos outra vez e por um mero segundo, senti que tudo ficaria bem dali para frente. era aquele tipo de amiga que resolvia meus assuntos, se metia em todo tipo de encrenca pra me ajudar, chorava e ria comigo, era minha amiga de verdade. Eu precisava disso, de uma boa amiga que me ajudasse a suportar toda essa situação.


- Vamos para casa?


- Claro! – ela deu pulinhos animados e bateu palmas. – Estava esperando por isso.


E o caminho até lá foi mais rápido do que imaginávamos. Eu tentava lhe atualizar, em poucos minutos, sobre a situação em que me encontrava agora. A guarda de Danny, os documentos legais que me transformaram em sua guardiã e também os cuidados com a casa. Vi em seus olhos que ela queria pular para um outro assunto, mas não, isso não ia acontecer. Não agora. Estava cedo demais para falar sobre Taylor.


- Uau, essa é a casa dos Cox? – ela exclamou, de frente a uma linda mansão com portões vitorianos e jardins impecáveis.


- Era. –dei de ombros, tristemente. – Entre, é ainda mais bonita por dentro.


assentiu, e como eu, seguiu devagar pela entrada. Soltava uma exclamação a móvel que via, cada artefato valioso, cada quadro pendurado na casa. Já estava morrendo de tédio quando um pequeno ser desceu saltitante pela escada e abriu um sorrisão ao ver quem estava ali.


- Olá! – ele correu até ela e abraçou suas pernas.


- Oh! – sorriu ainda mais e agachou até ficar na altura dele, a fim de apertar suas bochechas gordas. – Daniel, você é ainda mais adorável do que me lembrava!
- Obrigada.


Ele respondeu timidamente e vi de longe suas bochechas corarem. Ao que parece, eles se dariam muito bem. Quer dizer, tinha essa mania infame de apertar e beijar crianças o tempo todo, ao ponto de deixá-las desconfortáveis, mas sei que Danny logo se acostumaria com isso. Ele gosta de carinho, porque mal recebia dos pais.


- Ei, por acaso sou invisível? Você só vai falar com essa senhora aí?


- Senhora sua mãe! – Bia reclamou. – Que culpa ele tem? Todas as crianças sempre se apaixonam por mim, é natural.


- É mesmo Danny? Você pretende me trocar por ela? – fiz um cenho triste, só por via das dúvidas;


- Não!


Ele balançou a cabeça rapidamente e veio correndo até mim, já com os bracinhos abertos. Peguei seu corpo pequeno e rodopiei, ouvindo sua gargalhada e rindo junto em resposta. Estava dando milhões de beijos em seu rosto quando percebi que nos fitava. Havia algo como admiração em seu olhar, e felicidade. Movi os lábios, dizendo “you better work bitch” de brincadeira. Ela teria que suar para me tirar da preferência.


- Ainda bem meu amor. – cheirei seu cabelo e apertei seu nariz. – Você é meu bebê, então não ouse me trocar por ninguém.


- E então fofinhos... – ela nos interrompeu. – Sei que acabei de chegar, mas estou louca para conhecer a cidade. Podemos almoçar fora?


- Não acha melhor comermos aqui? Rita está fazendo panquecas para o almoço. Além disso, não acho que sair por aí seja uma boa ideia.


- Por quê? – suas sobrancelhas se franziram levemente.


- Alguns paparazzi ainda me perseguem. Semana passada nós fomos ao parque e no dia seguinte estávamos numa matéria do The Sun. – dei de ombros. – Não é como se eu gostasse disso.


- Ah, mas eu gosto. Você não me conhece mais? Sempre quis ter meus 15 minutos de fama.


- Sei disso – rolei os olhos e ri, ao mesmo tempo. – É Daniel que eu não gostaria de envolver nessa história.


Apesar do meu tom de voz firme, percebi que, insistente como era, seria capaz de convencer a mim, a Danny, ou a nós dois em poucos minutos. Aquela cara de coitada, aqueles olhos piscantes... Deus, que guria chata.


- Tudo bem. – Bufei, e a palavra saiu em tom de reclamação. – Danny, você quer ir?


- Quero. – ele sorriu. – Mas vou querer almoçar no Mcdonalds.


Engraçado como ele não teve dificuldade nenhuma pra proferir aquela palavra. As crianças de hoje em dia já nascem comendo nesses lugares.


- Olha o que você faz... – franzi o cenho para ela, balançando a cabeça. – Vou pegar minha bolsa!


Nós saímos e meia hora depois estávamos diante do maior shopping de Los Angeles. Não vou dizer que não estava impressionada, porque isso, claramente, seria uma grande mentira. Com aquele tamanho ele com certeza tinha mais lojas do que eu poderia imaginar. E também não vou esconder, costumo ser a pessoa mais consumista do planeta e durante todo esse tempo em LA sequer conheci qualquer shopping da cidade. Mordi os lábios. Fazia quase uma década que eu não fazia compras.


- Ei, parô, paro! – interrompeu meus pensamentos com um tapa firme na minha nuca. – Nós viemos almoçar, tira essa doença de você agora mesmo.


Ah, ela me conhecia melhor que eu mesma.


- Ai! Tudo bem, tudo bem... – massageei aquele mesmo ponto, tentando entender como ela podia ser assim, tão violenta.


Escolhemos uma mesa, no meio da praça de alimentação, e tão logo fizemos nossos pedidos. Eu sabia que estávamos sendo observados e que vez ou outra um flash estourava a apenas alguns metros de nós, mas tentei ignorar todos eles. Na verdade, não me importava com o que diriam sobre mim, o único problema era Daniel. Eu não queria que ele fosse envolvido em qualquer história maluca que eles criassem a partir de um inocente lanche no shopping.


Nós comemos, ignorando todo o resto e apenas conversando futilidades e contando detalhes de nossa infância para Danny. Assim que terminamos, fomos fazer algumas comprinhas. Não tantas, já que aquele pequeno, que afinal era “homem”, começou a reclamar depois de 20 minutos preso numa loja de roupas femininas. Resolvi poupá-lo do tédio e me dei por satisfeita com um vestido, um par de sapatos e uma bolsa.


- E então? Vamos? – perguntei, tentando segurar todas as sacolas e mais a mão de Daniel – O motorista já está nos esperando.


- Onde ele está? – perguntou, tão atrapalhada com as próprias sacolas quanto eu. Além de tudo, ela tentava digitar algo no celular.


- Na entrada principal.


Não demorou a chegarmos lá, de qualquer forma. Assim que entramos, abri a boca para lhe dizer o nosso destino, mas as palavras “mansão Cox, por favor” nunca chegaram aos ouvidos dele. interrompeu, mais rápido do que qualquer um contaria até três, e olhou para mim com cara de cachorrinha perdida.


- O que foi? – Franzi o cenho, incapaz de entender que diabos era aquela piscação toda.


- Bem... Podemos passar em um lugar antes de ir para casa?


- Onde? – arqueei uma sobrancelha, totalmente curiosa.


- Eu queria dar uma passadinha para ver o Kiwoa, se você não se importar.


- Ah, tudo bem. – sorri, entendendo todo o seu desconcerto. - Se você quiser, te deixamos lá e mais tarde o motorista te busca.


- Não precisa, vai ser bem rápido. – ela garantiu. – Nós vamos sair a noite, então só quero passar lá agora porque acho que não aguento esperar mais. Tá me matando.


-Ãh, claro... Claro. – ri alto. – Onde ele mora, afinal?


- Ele me mandou o endereço por mensagem. – ao invés de me dizer onde era, ela simplesmente se inclinou e mostrou para o motorista. – O senhor sabe onde fica esse lugar?


- Sim senhorita. – ele assentiu. – Fica a menos de quinze minutos daqui.


- Ótimo. – ela guardou o celular, antes que eu tivesse a chance de pedir para olhar. – É pra lá que queremos ir.


Achei estranho, mas não comentei nada a respeito, pois antes que eu pudesse bolar qualquer hipótese maluca ou roer as unhas de curiosidade, nós já estávamos estacionando na frente de um prédio muito alto, cheio de vidraças pretas e portões altos.


- É aqui? – questionei, mirando a entrada rebuscada do lugar, e logo percebendo que três pessoas estavam em pé lá na frente. Pareciam esperar alguém.


- Sim.


Olhei para ela de relance e percebi que mordia os lábios nervosamente. Só então pude perceber que aquilo era uma “armadilha”. Aquela cachorra.


- E-espera...?! – balbuciei, identificando ao menos um corpo dentre aqueles três. – !


Capítulo 34

Não sei como não percebi logo de inicio. Ele estava com óculos escuros, mas eram os de aviador... O preferido dele. Os braços cruzados sobre o peito, como sempre. E tão alto e musculoso como me lembrava. Taylor. Daniel. Lautner


desceu com Danny e depressa abriu a porta do meu lado, temendo que eu jamais saísse dali por conta própria. Não era bem que eu não quisesse, eu só não estava conseguindo. Minhas pernas viraram gelatina e várias emoções corriam pelo meu corpo ao mesmo tempo em que perturbavam minha cabeça. Era impossível raciocinar, quanto mais... Andar. Eu estava petrificada.


Não, desisto.


Joguei-me no banco de trás, morta de vergonha. Eram vários motivos... Um deles é que em nossa última conversa por telefone eu havia chorado como um bebe. O outro é que, nessa mesma conversa (por não saber o que dizer) desliguei na cara dele. Evitei suas mensagens durante a semana e proibi a mim mesma de atender qualquer ligação. Além de todo o embaraçamento, eu ainda não tinha uma resposta para ele. Não estava pronta para voltar, mas também não estava pronta para dizer que não. Sou uma covarde, eu sei.


- , para de graça. Vem logo! –me chamou, pela quinta ou sexta vez. – É só dizer oi e pronto.


- Como você pôde fazer isso? – minha voz saiu abafada por causa do banco de couro e pelos cabelos no meu rosto. – Eu quero cavar um buraco aqui mesmo e enfiar minha cabeça.


- Você é mesmo dramática. – ela riu. – Bora, levanta já daí.


- Idiota! – resmunguei. – Eu estou numa situação horrível aqui, você deveria entender. Não estou pronta para encarar Taylor. Estou com vergonha.


- , tudo bem você ter recusado as ligações dele. – ela pareceu ler meus pensamentos. - Taylor é mais compreensivo do que parece.


- O que? – levantei minha cabeça de uma vez e me arrependi, por causa de uma tontura repentina. Stress. – Você tem conversado com ele?


- Claro. – ela deu de ombros. – Ele me liga, e vice versa.


- Ah! – acentuei uma exclamação e finalmente endireitei minha postura, colocando o dedo em riste na cara dela. – Uma tratante, é isso o que você é. Agindo pelas minhas costas?


- Nós não falamos sobre a vida da senhorita, relaxa... Em geral, ele só liga pra saber se você está bem, e foram só três vezes.


- E o que você diz?


- Digo que está bem, oras.


- Nada mais?


Mordi o lábio inferior, incapaz de acreditar que aquela cobrinha jamais teria dito qualquer outra coisa sobre mim para ele. Eu contava tudo para ela, mesmo que por telefone. Minhas crises de insônia a noite e meus ataques aos potes de sorvete. Se ela tivesse dito qualquer coisa do gênero, eu já queria carbonizar e morrer aqui mesmo.


- Palavra de escoteira. – ela beijou os dedos e rolei os olhos. – Agora vamos, por favor. Faz três meses que não vejo Kiwoa, então estou simplesmente morrendo pra cair naqueles braços morenos.


Ri de lado de seu suspiro sonhador e resolvi cooperar e sair do carro, já que nada mais poderia ser feito. Eu estava mortificada? Sim. Mas uma grande parte de mim queria vê-lo de novo, ouvir sua voz, sentir o seu cheiro.


Eu sei, sou a contradição em pessoa.


Quando me ergui, de imediato senti seus olhos sobre mim, ainda que não pudesse exatamente vê-los por causa dos óculos. Kiwoa estava ao seu lado, gritando por , e entre os dois, algo que não havia visto antes. Ops, alguém. Uma pessoinha pequena e sorridente, muito fofa. Sorri automaticamente e apertei mais forte a mão de Daniel, que parecia tão encantado quanto eu com aquela garotinha linda.


chegou antes de nós e saltou no colo de Kiwoa, deixando-me constrangida por ter que assistir aquela cena quando eu mesmo tinha vontade de fazer aquilo com Taylor. Mas você sabe, a vida é uma droga. De alguma forma, tínhamos ido parar naquela cena estranha e situação constrangedora. Por sorte, os dois pequenos amenizaram o clima. Eles ergueram as mãos pequenas num oi tímido.


- Ah, como vai garotão? – Taylor se inclinou um pouco para bagunçar o cabelo de Danny. – Que tal um abraço?


Daniel concordou e correu para o abraço de Taylor, mas sem jamais tirar os olhos da garota. Eu sorri abafado e Taylor também percebeu o interesse ingênuo dos dois, a julgar pelas bochechas vermelhas de ambos.


- Ohh... Esqueci de apresentá-la a vocês. - e então ele puxou a menina para o seu braço que estava livre. – Essa garotinha linda é minha sobrinha, Louise.


Ela riu timidamente, ao passo que eu me abaixava para vê-la melhor. Tinha cabelos bem escuros e lisos e um rosto marcante, mesmo para uma criança. Lembrava-me Taylor de alguma forma, em especial pela pele, que tinha um leve tom dourado. Era linda, fofa e realmente pequena.


- Que menininha linda! É uma prazer conhecê-la, Louise. – sorri, maravilhada. Depois encarei Danny por alguns segundos, esperando que ele dissesse algo. Mas o garoto ainda estava de boca aberta. – Meu amor, você não vai se apresentar?


- E-eu sou Danny.


De uma hora para a outra, postou-se ereto e esticou a mão para um aperto, fazendo-me quase morrer de rir por dentro. Taylor parecia no mesmo estado, já que seus olhos estavam lacrimejando. A menina, ainda mais tímida, sorriu meigamente e apertou sua mão.


- Tudo bem, tudo bem. – Taylor separou aquele aperto de mãos. – Nada de ficar pegando nela, Danny. Louise só vai namorar com 30 anos, então pode ir tirando seu cavalinho da chuva rapaz.


-Coitada dela, Taylor!


Ri, mas na verdade, estava com um pouquinho de pena da garota. Porque, conhecendo Taylor como conheço, era bem possível que só autorizasse um namoro quando ela já tivesse cabelos brancos. Ele mesmo me dissera uma vez que fez da vida pessoal da irmã dele um inferno, até que não teve jeito mesmo e ela se casou.


- E então? Esses dois pequenos já estão se dando bem?


A voz de kiwoa nos assustou, de modo que levantamos rapidamente sem nenhum real motivo. estava grudada no pescoço dele, para a própria felicidade.


- Parece que sim. – respondi alegremente. – Não te vejo há tempos. Como você vai?


- Estava tirando férias na casa dos meus pais, já que as gravações do filme terminaram pra valer. – ele se livrou de e me deu um beijinho no rosto. – Estou bem, aliás, ótimo, agora que minha garota chegou. E você?


Estou o que? Bem, triste, desconfortável, desconfiada?
- Estou ótima também. – Assenti, enquanto observava a sobrancelha da minha melhor amiga se arquear.


- Isso é bom... considerando que... aliás, já que você e Taylor...


Qualquer idiota teria percebido a cotovelada nas costelas que ele levou. era assim. Sempre tentava ser discreta, mas piorava em cem por cento as situações. Só que, no final de contas, foi engraçado assistir kiwoa se contorcer e falar em línguas estranhas. Os dois se afastaram, brigando, enquanto eu ria e percebia o quanto eram um casal hilário. Quando me virei, ainda sorrindo, dei de cara com Taylor bem perto de mim. Dizer que meu riso morreu aos poucos é pouco. Ele foi brutalmente assassinado.


- Então você está ótima, mesmo? – aqueles olhos profundos... Meu Deus, o que é que eles queriam de mim? Podiam ver minha alma?


- E-eu... Bem. Quer dizer, e-estou bem. – respira, conta até dez. formula uma frase decente e pare de gaguejar. – E você?


- Estou levando. – ele deu de ombros. – Estou melhor esses dias porque minha irmã viajou e deixou minha sobrinha comigo, desde então ela tem me feito companhia.


- Ah, sei como é. Danny também me ajuda nesse sentido.


Inevitavelmente, procuramos os dois. Estavam conversando, os dois com as bochechas rosadas. Pareciam alheios a nossa conversa, ou ao nosso desconforto.


- Parecem estar se dando bem, não é?


- É verdade. – balancei a cabeça afirmativamente. – Acho até que já ficaram amigos. Danny precisava mesmo conhecer alguém da própria idade. Aliás, quantos anos ela tem mesmo?


- Sete. – ele cruzou os braços e deu um sorriso de lado. – Não sei se ele busca amizade, olhe só para aquilo... Ele já está tentando dar um abraço nela. Tsc tsc, não vai ser um amador qualquer.


- Taylor! – ralhei, mas não pude deixar de sorrir. – Que mal há em um abraço?


- É mesmo? – seu sorriso aumentou. – Então me dê um abraço.


- O quê? Não! Quer dizer... Não há nada de errado em um abraço entre crianças.


- Então é errado que adultos se abracem?


- Não é isso, é que...


- Se não é isso, então me abrace.


- Porque você quer um abraço? – franzi as sobrancelhas.


- Porque sinto sua falta. – ele abriu os braços. – E porque não há nada de errado com um abraço.


Muito esperto, usando minhas próprias palavras contra mim. No fim, fazia todo o sentido. E de qualquer forma, eu estava morrendo para me encaixar ali. Podia não querer voltar a namorá-lo (pelas malditas inseguranças que me tomavam), mas estava com saudade. Muita saudade dele.


Timidamente fui ao seu encontro e dois segundo depois, nós estávamos abraçados. Ele era grande e eu pequena, de forma que seu corpo quase cobria o meu. Sua pele era naturalmente quente e seus braços longos e firmes. De uma maneira estranha, me senti em casa. Sua respiração quente e seu aperto firme em minha cintura fizeram meu coração acelerar e parar de bater, tudo ao mesmo tempo.


- Viu? Eles estão se abraçando, você que me abraçar também?


A voz de Danny me tirou de meus devaneios e me levou diretamente para altas e descontroladas risadas sobre o peito de Taylor. Ele estava certo, Daniel já era um profissional dos flertes aos oito anos de idade. Inacreditável.


N/A: Oláaaaa! Aqui está CG, retornando dos mortos! Foi um período de hiatus bem grande né meninas? Nem eu achei que demoraria tanto para atualizar ): Falta de tempo + falta de criatividade dá nisso. O remédio? É só comentar. Gritem, me xinguem, me elogiem, falem de suas dores, magoas ou alegrias. Mas comentem, ok? Faz diferença SIM!


E por falar em comentar, gostaram dos capítulos? Eu sei, estão bem mornos... Mas nas próximas semanas vai ter mais diálogo e mais história entre a PP e o Taylor, tá? Continuem assíduas, continuem lendo CG. Beijoooos:*




Capítulo 35
-Tananananãaaaam!

Eles não estavam longe o suficiente, afinal de contas. Antes que eu e Taylor percebêssemos, aquele casal maluco estava gritando e assoviando em torno de nós. O que tornava toda a cena um pouco ridícula, ainda mais porque Lautner não fazia nada que fosse diferente de gargalhar. Separei-me do corpo dele constrangida e mais do que nunca, vermelha como um pimentão.

- Vocês podem parar? – Ralhei, disfarçando minha falta de jeito com alguma irritação. – E você – apontei para o peitoral dele. – Do que diabos está rindo?

- Não é engraçado? – Taylor perguntou, ainda entre risos.

- Não, não é nada engraçado. – bufei. – E acho que já deu a nossa hora. Você disse que seria rápido.

- Ah, qual é . – ela parou de rir instantaneamente. – Faz menos de meia hora que estamos aqui.

- Verdade. Você não quer estragar nossos momentos de felicidade, quer?

Kiwoa me perguntou, enquanto fazia cara de cachorro perdido. Quem consegue ir contra uma coisa daquelas? Dei uma boa olhada ao meu redor, buscando outras desculpas para ir embora. Taylor estava com um meio sorriso no rosto, tinha olhos implorantes e Danny e Louise agora corriam entre os coqueiros pelo gramado verde. Eu ouvi a risada dele, alta e divertida. Droga, não havia motivo nenhum.

Ou eu não queria que houvesse.

- Acho que podemos ficar um pouco mais.

- Obaaaaa! – se jogou contra seu namorado, comemorando, e fazendo com que eu me sentisse como uma vilã de quadrinhos.

- Não é como se eu estivesse tentando separar vocês... Eu poderia ter ido embora sozinha.

- Mas queremos que você fique também. – Taylor piscou. – Vamos subir, tem uma coisa que quero mostrar a vocês.

- Ih, não gostei. – kiwoa protestou. – Não vai tirar a roupa, vai?

- Não, seu Mané. – ele correu na direção do garoto e eles começaram a se atracar, fazendo com que eu e ríssemos. – Se bem que você gostaria, não é? Não é?

- Tá louco? – Kiwoa respondeu entre arfadas e risos, já que sua cabeça estava presa entre os braços de Taylor. – Eu ficaria cego instantaneamente.

- Diante de tanta beleza.

- Diante da visão do inferno, isso sim! – todos nós rimos, mas ele tossiu com a força do aperto multiplicada contra sua garganta. – Me solta cara!

Taylor soltou seu corpo, mas continuou se gabando enquanto íamos em direção ao elevador, junto com as crianças. estava preocupada e até lançou um olhar indignado na direção dele, já que Kiwoa tossia sem parar.

- Você estava pegando pesado! – ela reclamou.

- Eu não, seu namorado que é um frangote. Além do mais, ele praticamente pediu!

- O que? Ele só estava sendo sincero. – ela defendeu.

- Até parece! Pode dizer a verdade, sou lindo.

- Rá! – ela passou os dedos pelo braço do namorado. – O meu Kiwoa é muito melhor que você. Só acha que você é perfeito, com essa altura desnecessária, essa maromba toda, esse jeito metrossexual e todo o resto. É um conjunto bem homossexual, você não acha?

Gente, não acredito. Estanquei, em frente ao apartamento, enquanto ela mesmo se dava conta do que estava falando e Taylor, Kiwoa e até as crianças, aparentemente, tentavam prender a risada no fundo da garganta.

Virei-me para encará-la com olhos assassinos, e antes que percebesse, estava fazendo o mesmo que Taylor, segundos atrás. estava se revirando, mas eu prendia seu pescoço bem forte entre meus braços, sibilando coisas horrorosas e prometendo arrancar sua pele com um alicate. Terrível, eu sei. Mas apesar de tudo, e de toda a situação, nenhum deles conseguia parar de rir.

Soltei , vencida pelo cansaço e pela vontade de me juntar a eles também. Sem que pudesse refrear, lágrimas saiam de meus olhos, de tanto gargalhar. Estava com as mãos no joelho quando, sem aviso, Taylor fez um comentário desconcertante.

- Essa é minha garota. – ele disse. – Defendendo minha masculinidade.

- Vocês se merecem, são dois trogloditas. – deu de ombros, enquanto massageava o próprio pescoço. - Mas não foi bem por isso que ela quase me assassinou, sinto dizer.

Estreitei os olhos para ela outra vez, esperando que ela não repetisse aquelas palavras de novo. “Só acha ele perfeito!”, onde já se viu.

- E aí, vai nos deixar entrar ou não? – perguntei com um meio sorriso, desviando a atenção de um assunto para outro.

- Claro, claro.

E então ele abriu a porta, e deu espaço para que eu fosse a primeira a entrar. A sala era gigantesca e no seu centro tinha um sofá preto de couro. O tapete branco e felpudo estendido ali dava um ar elegante ao cômodo, e os pufes jogados por lá deixavam tudo mais aconchegante. A televisão era simplesmente enorme, a decoração maravilhosa e assim, só de primeira vista, me pareceu a maior sala que já vi na vida. No Brasil, o conceito de apartamento era outro: lugar apertado. Aquilo não era um apartamento. Como podia ser?

- Eu comprei o andar inteiro. – ele sorriu de lado ao perceber minha confusão – Sou bem espaçoso.

- Isso não é ser espaçoso, é ser exagerado. – continuei a examinar o lugar, percebendo que o apartamento tinha ainda mais cômodos do que eu imaginava. – Mas faz sentido, esse lugar é incrível.

- Bom... Pelo menos agora você sabe o que perdeu.

- O que? – virei em sua direção, sem entender o que ele estava querendo dizer.

- Eu te chamei pra morar aqui, lembra? Você me deu um fora.

- É o tipo de coisa que só a faaaaaaz! – cantarolou, passando por nós de mãos dadas com Kiwoa.

- Nós nos conhecíamos há dois dias, tá legal? Que tipo de pessoa se muda para a casa de outra que nem conhece direito?

- Eu! – apontou para si mesma. – Mas mudando de assunto, o que é que tinha de especial para se ver aqui? Quer dizer, você falava sobre esse apartamento milioooonário? Eu já sabia que você era rico.

- Não era por isso. – ele deu um meio sorriso. – Venham até a varanda por um segundo.

Segui seus passos, achando tudo muito estranho. O que exatamente ele gostaria de nos mostrar numa varanda? Quer dizer, milhões de paparazzi poderiam estar com as lentes focadas naquele exato ponto. Mas relaxei quando vi que não havia nada de bizarro na sacada, como balões ou outras pessoas. Ergui a cabeça aliviada, e com esse simples gesto, percebi o que ele realmente queria nos mostrar.

A vista era linda. Dava pra ver L.A de uma ponta a outra, arranha céus espalhados pela cidade, até mesmo a praia. As pessoas eram como formiguinhas e eu me senti grande, de alguma estranha forma, por poder ver aquilo tudo de cima. E aí eu abaixei a cabeça e sorri, mordendo os lábios em seguida. Taylor era mais simples do que eu imaginava.

- Uau.

- Eu sei. – ele colocou a mão em meu ombro. – Foi por isso que escolhi esse lugar. Na verdade, não foi pelo tamanho... Foi por causa dessa vista.

- Eu posso entender. Deve ser incrível acordar e poder ver algo assim todos os dias.

- Não todos, infelizmente. Passo pouco tempo aqui, fico de cidade em cidade gravando filmes e entrevistas.

- É uma pena. – olhei para ele de soslaio. – Quer dizer, não sei. Você ama seu trabalho, não é?

- Amo. – ele assentiu. – Mas gostaria de morar em um lugar fixo. Rotina pode ser uma coisa legal quando se tem uma agenda lotada e imprevisível como a minha. Sei lá, acho que gostaria de ir trabalhar e voltar para casa no fim do dia, como todo mundo faz.

- Ah, que isso. – abanei o ar. - Hotéis não devem ser tão ruins. Você pode pedir comida, não precisa arrumar o quarto e nem mesmo precisa se preocupar com segurança. Não sei se enjoaria de tanta comodidade se fosse como você.

- Todo mundo enjoa, pode apostar. Nada neles é familiar, pra começar. Não tem a decoração que você escolheria ou as fotos que você colocaria na estante... E ninguém está esperando você chegar. A comida não é caseira, é preparada por um Chef que provavelmente nunca te viu na vida, e o pior é que você tem que comê-la sozinho. Estou exagerando? É que depois da décima vez você começa a odiar ter que dormir nesses lugares.

Então ele queria ter alguém que esperasse por ele? Que cozinhasse para ele? Parecia até que queria se casar ou juntar os trapos com alguma pessoa, algo do tipo.

- Que divagação é essa? – a voz de kiwoa interrompeu nossa troca de olhares. – Não importa. Escuta, enquanto vocês filosofam sobre hotéis, Bia e eu vamos ao parque com as crianças, tudo bem?

- O que? Vão levar as crianças?

- Sim. – respondeu, sorrindo. – Contei que iríamos e eles imploraram para ir conosco. Não posso negar isso àqueles fofinhos.

- Acho melhor eu ir com vocês, então. – saí da varanda, correndo os olhos pela sala a procura de minha bolsa.

- Ei, não precisa. Vamos cuidar bem desses baixinhos.

- Vocês? – apontei para eles e revirei os olhos. – Vão se beijar e esquecer que existe mais alguém no mundo além de vocês dois.

- , desde quando não faço o tipo responsável?

Hm, aquela era uma boa pergunta. Para falar a verdade, era responsável, talvez até mais que eu. Quando morávamos juntas, no Brasil, era ela quem cuidava das nossas contas, do nosso cachorro e da nossa saúde, comprando mais frutas por semana do que eu compraria em anos.

- Nós não vamos demorar. – ela piscou. – Vou trazê-los sãos e salvos.

- Porque vocês não vão fazendo um lanche para nós? – kiwoa sugeriu. – Assim, quando a gente voltar, tem alguma coisa pronta pra comer.

- Folgado. – Taylor assinalou, com um sorriso de lado no rosto.

- Não estou pensando só em mim, essas crianças também precisam se alimentar. – ele fez drama, fazendo o resto de nós, adultos, balançar a cabeça de um lado para o outro.

- Pizza!!! - Danny gritou, animado.

- Isso!!! – Kiwoa concordou, tão animado quanto o garoto.

- O que acha de fazermos? – Taylor entrou na conversa maluca deles. – Mas não gosto de pedir. Tenho os ingredientes na geladeira, o que acha?

- Você sabe fazer pizza? – virei, encarando-o de olhos arregalados.

- Claro, eu sou tipo um profissional na área de massas. Lembra do meu macarrão? – balancei a cabeça positivamente, rindo em seguida. - Sou incrível em tudo, não sou?

- Urgh! Kiwoa, vamos logo. Vamos meninos... O Taylor vai começar com aquela supergabação de novo.

N/A: Uaaaaau, recebi comentários lindos *.* Ai meninas, vcs são tão foooooooooofax(:::: Agora estou respondendo aos comentários, vcs viram? Assim posso entrar em contato com vcs, tirar dúvidas e dar algumas pistas do que vai acontecer em CG. Agora deixaeudizê! Taylor e PP sozinhos = ebaaaaaaa! Próximo capítulo vai ser MASSA (Y) Beijos:**

Capítulo 36


- E então... – coloquei as mãos nos bolsos do meu jeans, incerta sobre o que falar ou fazer. – Do que precisamos para a pizza?

Ele sorriu. Parecia animado ou hesitante, não sei bem que tipo de brilho no olhar era aquele, mas arrepiou até o último cabelo da minha cabeça. No fim, decidi por ignorar todas aquelas sensações ridículas e segui-lo até a cozinha quando me chamou. Taylor abriu a geladeira e colocou na bancada um monte de ingredientes.

- Você tem alguma preferência? Calabresa? Quatro queijos? Presunto?

- Na verdade não, eu como qualquer coisa.

- Qualquer coisa?

- É. – peguei os tomates, para lavá-los e cortá-los. – Esqueceu que sou boa de garfo?

- Esqueci. – Taylor deu de ombros. – Só tive a oportunidade de comer com você duas vezes.

- Sério? Isso é pouco. Nós namoramos quase três meses, então...

- Então nós deveríamos ter tido mais encontros, certo? – ele me olhou com um semblante ligeiramente triste. – A culpa é minha, todas aquelas entrevistas e filmagens. Eu deveria ter arranjado mais tempo para estar com você.

- Não, não foi sua culpa. – liguei a torneira para que ela, talvez, disfarçasse o nervosismo em minha voz. – Quer dizer, também tive grande parcela nisso. Eu e minha personalidade... Eu não facilitei as coisas pra você, ou para mim.

- Sabe, ainda não é tarde ...

- Do que está falando?

- Do que sempre falo. – senti sua presença muito perto de mim. De repente, ele estava quase me dando um abraço por trás.

- Taylor...

- Calma, só vou te ajudar a cortar isso. As fatias estão muito grossas.

- Tudo bem. Mostre-me como fazer.

Taylor tirou a faca da minha mão e a apoiou na tábua, enquanto eu colocava outro tomate em seu centro. E então ele chegou mais perto de mim, me pressionando contra a bancada. Enquanto eu prendia a respiração, ele parecia respirar pesadamente em meu pescoço. Não sei se estava incomodada ou excitada, antes que pudesse decidir, ele se afastou. E as rodelas já estavam todas lá, e eu nem mesmo tinha percebido.

- A propósito, o que é que você sempre fala? – retomei o assunto, apesar do constrangimento inicial. Estava genuinamente curiosa.

- Que podemos consertar as coisas... Podemos voltar a ficar juntos.

- Ah, isso. – dei uma risada sem humor. – Não é algo que possamos fazer agora. - Porque não? - Você sabe... Eu preciso dar um jeito no rumo que minha vida levou. E além do mais, você não é o único que considero imaturo. Eu também sou e sei que te machuco, mais do que gostaria.

- O que mais me machuca é essa sua mania de querer se afastar de mim. – Taylor chegou mais perto outra vez e tive que virar para encará-lo. Percebi que a diferença de tamanho entre nós era enorme, agora que ele praticamente se inclinava para me encarar nos olhos. – Eu amo você. Até quando pretende ignorar isso? Quero sair pra jantar com você. Quero ver filmes, quero compartilhar aquela vista contigo... Quero fazer pizza nos fins de semana, quero você do meu lado na cama quando eu acordar.

- Você...

- É, não fique tão surpresa. Sei que faço um monte de besteiras e tenho quase certeza que não te mereço... Mas eu te amo. , eu te amo como nunca amei nenhuma outra pessoa em minha vida.

- Eu também te amo. - Ama mesmo? Você sempre diz isso com tristeza.

- Porque é meio triste. – virei, já não conseguindo mais encará-lo de frente. – Quer dizer, te amar me faz sentir medo... Eu não quero me machucar, não quero que as coisas dêem errado ou MAIS errado do que já deram.

- Não posso jurar que vai sair ilesa, pequena, porque não posso prever o futuro. Mas vou fazer tudo ao meu alcance para te fazer feliz. O amor é uma coisa boa... Eu quero te mostrar que pode ser incrível. Eu já disse, me deixe entrar e eu curo todas as suas feridas.

- Você anda um poeta ultimamente Lautner. – virei-me com um sorriso e coloquei uma de minhas mãos em seu peito.

- Não estraga o clima Fernandes. – ele colocou sua mão grande em cima da minha. – Vai me dar uma chance?

- Vou te dar uma trégua.

- E como é isso? – ele perguntou, confuso.

- Vou ser sua amiga. Vou sair com você, nós vamos a encontros, vou te ligar. Mas sem compromisso. Eu quero te conhecer de verdade, quero saber coisas que ninguém mais sabe sobre você e quero fazer isso aos poucos, com calma. Acha que pode aceitar isso?

- Tenho outra escolha?

- É pegar ou largar. – avisei.

- Tudo bem, estou dentro.

- Ótimo.

Coloquei-me na ponta dos pés e, inesperadamente, lhe dei um beijo na bochecha. Taylor - com olhos arregalados - colocou a mão no lado esquerdo da bochecha e tão logo sorriu, com aquele brilho no olhar que eu nunca conseguia saber o que significava... Animado ou hesitante? Droga.

- Agora vamos fazer essa pizza antes que eles cheguem.

- A senhorita manda. – ele bateu continência, fazendo-me rir e revirar os olhos. – Passa o queijo.

- Aqui. – passei o recipiente. – Vai abrir a massa?

- Já tenho pronta.

- Isso é trapacear. – Arqueei uma sobrancelha.

- Estamos num mundo moderno, meu amor. Você, que é mulher, deveria agradecer a criação dos congelados.

- Uau. – coloquei a mão no peito, fingindo espanto. – O seu machismo me encanta! Pro seu governo, eu não cozinho. Nem mesmo congelados.

- Sinto em ouvir isso, de verdade. – ele fez um biquinho e eu franzi as sobrancelhas, confusa. – Isso significa que vou ter que fazer a refeição dos nossos filhos pro resto da minha vida.

- Ah! Taylor você é... – balancei a cabeça, rindo. – Inacreditável!

- Eu sou, não é? – ele sorriu. – Pode colocar isso no forno para mim? Sabe ligar o forno?

- Vai se lascaaaaar! – Cantarolei.

- Claro, claro! – ele riu alto, fazendo-me rir em seguida.

Aquele clima ameno entre nós era um progresso. Fazia tempo desde que nos divertíamos daquele jeito, sem nenhuma pressão, máscara ou problema pendente. Acho que a última vez foi na casa de campo. É, definitivamente. ,BR>
Foi por isso que adorei aquele lugar?

- Taylor?

- Sim? – ele tirou os olhos das fatias de tomate e folhas de alecrim sobre a pizza de Marguerita para me encarar.

- Acha que... Que podemos voltar um dia? Quer dizer, para a sua casa do campo? Passar... Sei lá, um fim de semana?

- Você gostaria de voltar? – que brilho fofo era aquele nos olhos dele?

- Gostaria, de verdade. – dei de ombros. – Eu adorei aquele lugar. Acho que as crianças adorariam também, Louis e Danny.

- Quer levar aqueles pestinhas? Não podemos ir sozinhos?

- Taylor!

- Tá legal, ta legal! – ele ergueu as mãos. – Vamos todos juntos. Sexta que vem, o que acha?

- Acho uma ótima idéia.

- Vamos como amigos?

- Como melhores amigos.

- Ah, droga. – ele resmungou, ao mesmo tempo em que colocava as outras pizzas no forno. – Achei que finalmente sairia da miséria.

N/A: Olá meninaaaaaas! Gostaram da Att? Até que foi rápida, né? E esses dois nesse novo relacionamento? :O Sei que algumas vão adorar e outras vão odiar, mas tudo bem, porque eu adoro quando vocês criticam e as idéias de vcs entram em conflito!!! Então comentem! Kkkkk E agora eu respondo os comentários de vcs, ok? Bem bacana esse novo método, assim posso me comunicar diretamente com minhas amadas leitoras. Beijos cafézinhas:**



Capítulo 37


- Uau, isso tá mesmo uma delícia! – exclamou, já em seu terceiro pedaço de pizza.

- Óbvio, fui eu que fiz.

Taylor se gabou, com inúmeros guardanapos sujos a sua volta. Era, claramente, um morto de fome.

- Na verdade, nós três fizemos. – acrescentei sarcasticamente. – Taylor, eu e a Giant Food.

- Quem? – Kiwoa perguntou de boca cheia, totalmente confuso.

- Giant Food é uma marca de massas prontas e congelados. – expliquei.

- Ah, eles jamais saberiam... Você não precisava contar nosso segredinho sujo.

- Acha que deveríamos enganar essas pobres crianças?

- Eles nem perceberam. – ele sorriu de lado. – Louis, Danny... O que acharam? Tá gostoso?

Ambos ergueram o polegar num sinal positivo e Daniel teve até o ímpeto de rir com a boca cheia de queijo e logo depois dizer que estava muito bom MESMO, com toda essa ênfase.

- Viu? Eles amaram.

- É, e agora estão tão cheios que estão fazendo caretas, olhe. – ri baixinho. – Bem, acho que já devemos ir, se estão todos satisfeitos.

- Ah nãaaao . – Danny protestou, com aquela vozinha infantil.

- É, porque agora? Nós ainda podemos nos divertir muito.

- Já é... – encarei meu relógio de pulso da Minnie. – Onze da noite. Essas crianças precisam dormir, sabia?

- Urgh! Agora você, além de parecer ter 40 anos, ainda ta com jeito de mãe? O que aconteceu com a Jessica que fazia loucuras na madrugada?

Arregalei os olhos e envolta de mim, os outros fizeram o mesmo. Taylor estava com as sobrancelhas grossas erguidas, totalmente confuso pelo que ela estava dizendo. Sei por que ele parecia tão atônito. Lautner apenas conhecia meu jeito sério e crítico, não o louco ou irresponsável. Isso é porque esse meu lado só aparecia quando eu estava podre de bêbada.

- Não sei do que você está falando.

- Jura que não vai assumir que era mais legal antes?

- , não enche.

- Só tô dizendo a verdade. Você tem que parar de ser ranzinza. – ela declarou, pegando o seu quarto pedaço em seguida. – Vamos ficar mais um pouco e arranjar uma brincadeira interessante para fazermos!

Dei de ombros - vencida pelo cansaço - e resolvi focar no papo animado de Louis e Danny sobre os powerangers. Ele disse que era o azul, ela a rosa. Taylor e Kiwoa falavam sobre futebol americano e Bia não se cansava de encará-lo com um olhar fascinado. Rolei os olhos. Já que estava sobrando, por causa da paixão obsessiva de minha amiga, decidi jogar uma água no rosto. Assim, talvez, eu pudesse me manter acordada por mais alguns minutos.

Levantei e pedi licença, mas ninguém notou, então resolvi não perguntar e achar por mim mesma o banheiro. Para minha má sorte, a maioria das portas estavam fechadas, de modo que tive de abri-las para saber se escondiam um sanitário ou não. Passei por uma despensa, dois quartos de hóspedes e uma sala de jogos. E então, entrei num quarto que me parecia familiar... Era o quarto de Taylor, sei disso porque sua cor favorita é marrom e isso estava ali em abundancia.

Fiquei tentada a entrar e simplesmente não resisti. Tudo que era dele, no sentido pessoal, me deixava curiosa. Seus travesseiros, sua colcha, as medalhas penduradas na parede, os retratos na estante mogno. Absolutamente tudo. Olhei todas aquelas fotos e meus dedos passaram por todos os seus livros, até chegarem a um caderno.

Quando me inclinei para mais perto, percebi que era na verdade um diário, pois na frente estava escrito “Memories”, e se guardava memórias, era diário. Eu o abri e em cada folha havia fotos pequenas presas por clipes coloridos e abaixo delas, estavam suas descrições em tinta preta. A letra de Taylor, um garrancho inconfundível. Ri a respeito. Eu tinha uma idéia construída em minha mente de que homens grandes e másculos tinham que escrever terrivelmente. Ele era a prova viva dessa teoria.

Dei um sorriso de lado e continuei a olhar, mesmo sabendo que aquilo, provavelmente, era uma baita invasão de privacidade. Mas de novo, não resisti. Lá estava Taylor e os pais, Taylor e todo o elenco de amanhecer, e mais pra frente, Taylor e Lily Collins nos bastidores de um filme. Ugh. A legenda dizia: “Lily é uma pessoa muito doce. Foi incrível saber que ela está escalada para contracenar comigo”. Em outra foto eles estavam abraçados, e na seguinte, com óculos cômicos no rosto, parecendo bem felizes. Mas não achei graça. Passei de pela página furiosamente, quase a rasgando durante o processo. Ciúme, talvez?

Tanto faz, porque esqueci a raiva quando vi a próxima fotografia. Corações estavam desenhados em vermelho ao seu redor. Nós dois estávamos numa mesa, segurando dois cafés na mão. Taylor tinha um sorriso displicente no rosto, e eu estava furiosa... Dava pra perceber pelo modo como uma de minhas mãos estava fechada firmemente, como se eu estivesse prestes a socar alguém, e porque uma de minhas sobrancelhas estava arqueada. Foi no dia da promoção, o dia em que nos conhecemos.

Mal acreditei que ele tinha aquilo e que estava justamente ali, naquele caderno de... Pessoas especiais. Pelo que compreendi, seu diário estava repleto de seus melhores amigos ou melhores momentos. Senti meu coração aquecer, e um milhão de vezes mais quando li a legenda: “Um dia ela vai ser minha garota. Ainda que eu tenha que domar esse gênio terrível e fazê-la gostar de mim... Um dia ela vai ser minha.”

E todas as outras fotos seguintes aquela eram minhas, e todas as outras descrições sobre mim.

Nós dois na praia. “É real, estou totalmente apaixonado. Não é só porque ela é linda, é o jeito dela. Acho que o apelido perfeito para é garota do café. Sua personalidade é explosiva, marcante e viciante, como a cafeína é.

Ele me disse isso uma vez, com essas mesmas palavras.

Continuei a folhear e vi a foto do beijo que saiu nas revistas. “Paguei caro pelo beijo forçado que lhe dei. Se soubesse que isso ia acontecer, teria esperado um pouco mais, até que viesse por livre e espontânea vontade. Agora sei que ela nunca vai me perdoar, e só de pensar em perdê-la para sempre já me sinto morto por dentro. Estou disposto a fazer de tudo para ter uma chance de vê-la outra vez.

Eu não fazia idéia de que ele tinha sofrido dessa forma e nem que me queria tanto assim. Nunca percebi essa necessidade vinda dele. Uma imagem vale mais que mil palavras? Não nesse caso. E estou tentada demais a acreditar que suas palavras estão para mudar o sentido da minha vida em mais de 1000 maneiras.

Uma foto minha, dele e de Danny. “Ela ama o garoto, dá pra ver no jeito como o observa brincar. Esse jeito maternal dela me faz imaginar como seria se nós tivéssemos uma família juntos. Percebi que quero essa mulher como a mãe dos meus filhos.”

A essa altura, lágrimas se acumulavam no canto dos meus olhos. Quando ele pretendia me dizer algo assim? Ou será que ele já tinha dito em outras palavras e eu não tinha percebido?

Por último, duas anotações, sem foto alguma no topo. Eram tristes, e sobre mim, também. “Acho que ela não me ama, ou eu sou aquele da relação que ama um milhão de vezes mais. Embora me esforce tanto, sempre escolhe caminhos que não a trazem até mim... E isso dói tanto! De qualquer forma, apesar de saber que ela não se importa com minha dor, não consigo deixar de amá-la. Faz exatamente noventa e sete dias que estou perdidamente apaixonado por ela, e tenho certeza que daqui a 97 anos ainda me sentirei da mesma maneira.

Ah Taylor... Eu me importo com a sua dor! Pensei sofregamente, enquanto sentia gosto de bile na garganta e uma enorme vontade de chorar. Eu fiz sofrer tanto assim? Fui egoísta e cega por todo o tempo?

“Não vou desistir. Sei que ela é difícil, traumatizada, trincada por dentro e que coisas quebradas nunca voltam a ficar perfeitas... Mas não posso simplesmente desistir. É a mulher que mais amei na minha vida, de longe. Não existe Taylor ou Lily perto dela. Não existe nenhuma outra pessoa que possa fazer meu coração bater daquela maneira. Só ela. E ainda quero que Fernandes seja minha garota um dia, sempre quis e sempre vou querer. Então cheguei a conclusão de que vou lutar por isso outra vez, e mais outra, e de novo, até que dê certo entre nós dois.”

Limpei as lágrimas teimosas que escorreram pela minha bochecha sem nenhum aviso e rapidamente fechei o caderno, quando ouvi um barulho no corredor. Ainda tive tempo de fechar a porta antes de ver com uma mancha enorme de molho de tomate na blusa, caminhando na minha direção.

- Olha só o que aconteceu! – ela apontou para os seios. – Se o seu namorado queria comer mais, podia ter feito mais pizza ao invés de ficar secando o meu último pedaço.

- Vocês comeram tudo aquilo? – ela balançou a cabeça afirmativamente. – Uau!

- Pois é. – Bia deu de ombros. – Mas e aí, achou o que estava procurando?

Sei que ela estava se referindo ao banheiro, mas aquela pergunta pareceu mágica quando chegou aos meus ouvidos. Estive esperando por algo assim a minha vida toda... Alguém que me amasse tanto que não pudesse desistir ou cansar de mim. Achei que seria impossível, mas não é. Taylor me ama de verdade.

- Mais do que isso. – respondi, com um sorriso doce no rosto. – Encontrei muito mais do que esperava.

N/A: Olá gatinhaaaas! Esse capítulo é pequeno mesmo, ok? Mas em compensação, acho que é um dos mais doces que já escrevi. Essa é a parte em que a PP percebe que tem sido uma idiota tooooodo esse tempo e que, ALELUIA, para de ser tão chata com o nosso lindo Lautner! Daqui pra frente é só alegria (SQN- EUHSEUSH) na fic, então continuem acompanhando, certo? Ps: Capítulo dedicado a uma de minhas lindas leitoras, Thainara, que postou na página do TFI no facebook que adora essa fic e que se identifica bastante com a PP. Poxa, fiquei tão feliz de ler seu post!!!! Pra mim faz toda a diferença saber que alguém se envolve com a história e espera ansiosamente pelas atualizações. Obrigada pelo carinho, superbeijones:***


Capítulo 38


- E então, vai ser Strip poker? – insistiu. – Talvez Verdade ou conseqüência?

Nenhum de nós disse nada. Taylor apenas coçou o queixo de maneira pensativa, e eu sabia que ele estava tentando entender o sentido de passar a noite jogando cartas e tirando as roupas. Sei disso porque estava pensando o mesmo.

- Não faz nenhum sentido jogar isso com vocês. – ele concluiu, por fim.

- Como assim? Vai ser divertido!

- Divertido? Seria, se Kiwoa não estivesse aqui. Ver vocês duas sem roupa é uma coisa, deixar que ele veja minha garota sem roupa... É diferente.

Minha garota. Eu estava com malditas borboletas no estomago desde que li as anotações do diário dele, e agora simplesmente não conseguia deixar de ficar boba cada vez que ele me olhava, sorria ou soltava uma dessas. Nem mesmo quando ele estava falando sobre ver minha amiga nua.

- Ei, Ei! Não quero você imaginando nada do tipo! – Kiwoa se manifestou. Não era sempre neutro como eu imaginava, afinal de contas. Agora mesmo ele estava vermelho como um tomate.

- É disso que estou falando. – Taylor deu um soquinho no ombro do amigo. – Esses joguinhos fazem sentido quando são as nossas namoradas que estão na roda? Já imaginou como seria verdade ou conseqüência? Elas perguntariam sobre nossas Ex-namoradas cara!

- E o que há para esconder? Já não sei de todas elas? – indaguei. – E eu ainda não sou sua namorada, Taylor.

Eu deveria fingir. As coisas não poderiam mudar da água para o vinho tão drasticamente. Nós terminamos por um motivo e escolhemos a amizade como forma de reaproximação. Apesar de querer jogar tudo pro alto e dizer que o amava de forma absurda, ainda achava que seria melhor se começássemos devagar dessa vez. Além disso, se ele souber que sei daquele caderno... Será que ficaria bravo comigo?

- Tá, você pode não ser minha namorada... Mas vai ser um dia. – ele sorriu de lado, fazendo-me balançar a cabeça, divertida.

- Ok, já entendemos o ponto de vocês, sem joguinhos então. – concordou, ainda a contra gosto. - Mas o que sugerem no lugar disto? Não quero ficar a noite inteira olhando para a parede.

- Bem, já que as crianças dormiram, nós podíamos ver um filme de terror...

- Não! – Eu e soltamos em uníssono, como se tivéssemos ensaiado. Nenhuma de nós duas gostava de serras elétricas ou mascaras assustadoras.

- Ok, então vamos assistir um filme de terror. – Taylor concluiu, animado. Ele e kiwoa soltaram gargalhadas estrondosas quando nossos olhos se arregalaram.

Meia hora depois, estávamos lá, nós quatro. Eu e Taylor estávamos sentados no sofá grande, com uns cinco metros de distancia nos separando, enquanto Kiwoa e estavam embolados no médio. Invejei-a poucos segundos depois. Ela podia esconder a cabeça no peito do namorado sempre que alguém morria ou era possuído na tela... Mas eu, ao contrário, tinha que apertar as dobras do sofá com força e minhas pernas já estavam duras de tanta tensão. Gemi, quando o sangue espirrou na cara da personagem principal. Eu o.d.e.i.o filmes de terror.

- Ei, vem aqui. – Taylor ergueu a mão na minha direção, quando dei o quinto pulo de susto.

- Ahn... Tudo bem. – Menti. – Eu só me assustei.

- Vem logo, você está pálida como um fantasma.

- Estou? – Toquei meu rosto, surpresa. Mas afinal, não era lá uma coincidência. Eu estava mesmo aterrorizada a ponto de não mais sentir o sangue correr por minhas veias. Fazia sentido então que a cor tivesse sumido da minha face.

- Shhhh... Vocês estão estragando o filme!

Estragando? Ri sarcasticamente, me aproximando de Taylor em seguida. A única coisa ficando seriamente danificada ali era eu. Eu deveria ter percebido pelo nome... “A morte do demônio” me deixaria sem dormir por semanas. A única parte boa de toda essa história é que uma fração significativa do medo se foi quando senti os braços morenos dele ao meu redor. Eram quentes e fortes, ao contrário dos meus. Uma sensação de segurança cresceu em meu peito e não resisti à vontade de me escorar nele. Antes que pudesse me dar conta, já estava como bia, tão escondida em seu peitoral que nem mesmo podia respirar. Mas tudo bem, porque ele parecia respirar por nós dois soltando todo aquele ar em meus cabelos.

Não sei como foi acontecer, com todo aquele clima de suspense, mas minha respiração finalmente se normalizou e eu caí num sono profundo, não sei se por poucos minutos ou muitos. Abri um de meus olhos bem a tempo de sentir meu corpo entrando em contado com uma cama macia. Os braços de Taylor me largaram e quando ele me encarou, sorriu.

- Você dormiu sem ver o final do filme.

- Graças a Deus. – passei a mão pela boca, com medo de encontrar um rastro de saliva seca por ali. - Me deixa adivinhar... Todos morreram?

- Com direito a mortes terríveis, é claro.

- Estou feliz por ter dormido. – sentei na cama. – As crianças vão dormir juntas?

- Sim... Acha que tem algum problema? – ele perguntou, preocupado.

- Não, nenhum. – sorri levemente. – Mas e eu?

- Não quis te acordar, por isso te trouxe para cá. – Taylor explicou. – Tenho outros quartos de hóspedes, pode escolher o que quiser.

- Na verdade... Será que eu poderia...

Parei, incerta. Apesar de todo o tempo que nos conhecemos, que afinal não era lá tanto tempo assim, ainda me sentia envergonhada sobre certos assuntos. Sei que ele jamais negaria, mas quando uma garota pede isso... Bem, simplesmente não pode impedir que suas bochechas queimem diante de sobrancelhas questionadoras.

- O que? – ele perguntou, curioso. – Sabe que pode me pedir qualquer coisa, não é?

Ótimo. Pensei, enquanto engolia a seco. E vocês sabem, mulheres enrolam para pedir seja lá o que for. Falei sobre o frio, sobre o filme, sobre o medo e sobre como detestava dormir em colchões desconhecidos.

- E o que eu quero é saber se posso dormir aqui, com você.

Acho que ele não esperava. Arregalou os olhos e quando a ficha caiu, deu o sorriso mais largo que já vi na vida, mal coube em seu rosto. Num piscar de olhos, senti que logo viriam suas segundas intenções.

- Eu achei que você ia me pedir para te levar para casa.

- Não, eu... Na verdade nem pensei nisso.

- Isso é bom, você aqui comigo.

- Não pense nada de errado, ok? Só estou pedindo isso porque não quero ver o dia amanhecer sem pregar os olhos.

- Está com tanto medo assim? – balancei a cabeça. – Então vem cá, vou fazer você dormir outra vez.

E ele me puxou na direção de seus braços novamente. Puxou a coberta até nossos ombros e fez com que eu me encaixasse em seu corpo como se eu tivesse sido moldada ali. Senti a dureza de seus músculos por debaixo de sua blusa e o calor que vinha de sua pele passou para a minha em instantes. Seu cheiro amadeirado adentrou minhas narinas e percebi, pela milésima vez, que adorava estar naquele lugar. Passei meu nariz por toda a extensão de seu ombro, chegando até seu pescoço e me aninhando ali, em seguida.

- Ei, se quer mesmo ficar na sua zona de conforto, é melhor não fazer isso comigo ,.

- O que? – ergui o rosto, confusa. – O que eu fiz?

- Me cheirou todo, como uma cachorrinha.

- Ah, me desculpe. – murmurei, envergonhada. – Eu faço isso as vezes... É uma mania.

- Uma mania?

- É. Faço isso com Daniel, com a , já fiz com minha mãe quando era criança. Faço isso quando durmo com pessoas com quem me sinto segura.

- Interessante. – ele sorriu de lado, pensativo. – Pode fazer de novo?

- Não. – gargalhei contra o travesseiro. – Acontece naturalmente.

- Tudo bem, então. – ele me agarrou de novo. – Mas quero deixar claro que pode fazer isso quantas vezes quiser.

- Mas não acabou de dizer que não deveria fazer algo assim com você?

- Se não quiser ser atacada, é bom não fazer mesmo. – ele riu, eu bati em seu peito. – Brincadeira! Acho que posso me controlar... É tão bom, eu gostei.

- Mesmo? Não achou estranho?

- Estranho é ficar longe de você.

Ri levemente contra seu queixo, morrendo de vontade de cheirá-lo de novo.

- Já disse que você anda um poeta ultimamente?

- Já disse que você é a mulher mais linda que eu já vi?

- Não precisa, já sei disso. – declarei.

- Trocamos de posição? Agora você adquiriu a personalidade convencida e arrogante?

- Aprendi com o melhor.

- Tenho muito mais a te ensinar, Srta. Fernandes.

- Coisas como dormir na mesma cama que o melhor amigo?

- Coisas como beijar o futuro esposo. – ele sorriu. – Sei que já está cansada de ouvir, mas existe algo de especial em como essas palavras saem de minha boca. Um dia você vai ser minha garota, .

- Estou torcendo por isso, Taylor.

- O que você disse? – O sorriso morreu em seus lábios, mas nasceram nos meus.

- Eu disse que te amo, sem nenhuma tristeza ou porém, dessa vez. – passei a mão pelo seu maxilar, observando a mudança no tom de seus olhos. – Nós somos amigos agora, mas eu também quero, e espero, que tudo dê certo entre nós dois. Vou torcer por isso.

- Você bebeu?

- Não. – bati em seu peito de novo e revirei os olhos. – Você destrói qualquer declaração de amor.

- Aprendi com a melhor.

Entre alguns risos e algumas reclamações, aninhei-me novamente, pelo mero motivo de querê-lo muito perto. Não estava mais com medo. Nem do filme, nem da nossa relação. E esse era um grande avanço, pois eu estava dando um novo lugar a confiança e a cumplicidade. Pode ser que dê certo de agora em diante... Será?


N/A: Owwwwwwwn, que clima de amor *.* Dá vontade ou não dá de ser a PP nesse momento? Deus, como eu queria uma cena dessas na vida real! TAYLOR LAUTNER, você não tem o direito de ser tão lindo #morta. É isso meninas, tô apostando no mel nesses últimos capítulos, estava com saudade de um romancezinho em CG. Espero que tenham gostado também e que perdoem minha ausência secular no TFI, mil beijos:***