9 de agosto de 2012

Despertar by Leeloo Marques

| |





Despertar


PRÓLOGO

Ele tinha os olhos amendoados, precisos, sua expressão lívida e serena jamais deixara transparecer o que o atormentava e desta forma facilmente iludiria a qualquer um, com apenas um breve sorriso que deixaria escapar propositalmente por seus lábios de traços finos singulares.
Foi assim que eu o vira e compreendera de imediato o que ele buscava... Procurava por mim...
By Nanna


1 - DESCOBERTAS

- Dói... Na realidade queima
Acordei em meio à escuridão, algo havia mudado, poderia ser infinitamente bom – apesar de bastante escuro, eu era capaz de distinguir o espaço em que me encontrara, sem ao menos usar das mãos para tatear, minhas percepções mudaram, estavam aguçadas – ou então um novo pesadelo estava começando. Eu estava em uma sala, ela era pequena o bastante para caber apenas uma cama, não sei por quanto tempo permaneci dormindo, para falar a verdade, não sei nem onde estou, tenho certeza, porém de algo... Estou loucamente faminta, minha garganta arde, tenho sede.
Meu nome é . Lembro-me vagamente de um senhor ter me trazido para esta sala, ele apesar da idade, uns 56 anos, aparentava uma boa fisionomia, era moreno claro, estatura mediana, esguio. Seu rosto em meio à multidão, não passaria despercebido, tinha os lábios vermelhos, em formato de coração, seu sorriso branco, fascinava e seus olhos graúdos eram negros como a noite. O que me chamara atenção foram as manchas arroxeadas que os contornava, ele parecia não dormir a muito tempo. Ele me trouxe para cá, e como única explicação, disse-me:
- Aqui estarás segura. Foi quando sentir o seu toque, suas mãos eram gélidas como a neve, ele me sentou na cama e com um movimento rápido, encostou sua boca com dentes perfeitos em meu pescoço...Mordeu-me. A dor era profunda, sufocava-me e por baixo de minha pele era possível sentir o fogo passeando por minhas veias. A morte teria sido melhor, e por deveras vezes pedi, implorei, gritei, porém ninguémescutava-me, eu estava sozinha.
Meu instinto dizia-me que deveria sair procurar alguém, ajuda, ou simplesmente algo para aliviar minha sede, mas tudo era tão novo, tão nítido, meus movimentos ágeis, minha audição sensível, meu olfato apurado e minha visão perfeita – eu estaria ficando louca ou começando a enxergar perfeitamente em ambientes negrumes? – A cama na verdade era uma maca, coberta por um lençol branco já puído, possuía também amarras de tiras de couro, não fui, entretanto amarrada, quem me colocou aqui, não deve ter visto necessidade em tal ato. Decidi sair, para minha surpresa, a porta estava aberta, um aroma totalmente irresistível chamava-me, não sei bem o que era, contudo sua localização era exatamente a duas quadras. Com grande surpresa, me vi escalando muros me assustava essa atitude, a sede, entretanto dominava-me e nada poderia refrear-me agora. Cheguei aonde o ápice do desejo sucumbia a um só pensamento: Atacar.
Era noite, o frio devia ter amedrontado os que na maioria escolhem caminha na beira do lago em noites mais quentes, talvez, sua sorte tivera-lhes sorrido e poupara-lhes um final imediato. Ela infelizmente não tivera o mesmo destino, andava distraidamente, observando hora a brisa nas árvores hora o lago límpido em que se refletia a lua. Ela não me percebera e assim sorrateiramente aproximei-me imobilizando-a de imediato. O seu cheiro dava-me água na boca, despertava em mim, um instinto selvagem que clamava unicamente por seu sangue.
Tirei-lhe a vida gota por gota, minha sede ainda não estava completamente saciada, entretanto ao fitar-me no lago, percebi nos contornos sujos de minha boca, o monstro horrível no qual me transformara: vampira. Desde a minha descoberta, longos anos se passaram, eu estava infeliz com minha existência, cansada dos meus hábitos de caça e triste por estar sozinha, o que ainda me animava era acerta os jogos através de minhas visões e com isso comprar o que mais gostava: roupas. Foi quando eu o vira, durou menos de três minutos, mais minha visão era clara, e eu não tive dúvidas, ele decidira mudar também. Estávamos juntos e felizes, ele era alto e magro, entretanto, musculoso, tinha os cabelos cacheados, cor de mel e seu sorriso transpassava confiança. Seu nome era Jasper, junto a ele, eu vira também uma família, os Cullen, eram vampiros diferentes, não se alimentavam de sangue humano e o mais importante, estavam juntos por amor e não por interesses. Eu agora tinha que encontrá-lo, contar-lhe que os Cullen nos esperavam, seriamos bem recebidos e que em principal, estávamos destinados um ao outro.
Embarquei para a Filadélfia...


2 – VAZIO

A guerra civil, em nada se compara a esta nova forma de ser. As valas lamaçadas, cobertas pelo odor fétido de meus próprios colegas mortos em combate, à falta de comida e água que levam um homem ao desespero a até as atitudes extremadas, não me intimidavam, ao contrário, tornava-me forte, duro, na realidade sem emoções. Fui vencendo cada combate, na verdade sobrevivendo e não tardou a minha mudança de patente, tornei-me major ainda novo, idade eu não tinha, mas o meu dom para a liderança falou mais alto e eu não tive dúvidas, estava no local certo. Não me importava com a minha vida, a morte, entretanto era um jogo para apenas um vencedor.
Durante muito tempo, acredito que toda a minha vida, senti-me sozinho, nunca tive um bom relacionamento com meus pais, era calado, frio, dificilmente deixava-me envolver. Eu era o mais novo de três irmãos, não éramos ricos, entretanto possuíamos uma boa estabilidade. Em nossa casa de dois andares, com o assoalho já gasto pelo tempo e algumas rachaduras nas paredes, o local que me sentia bem de verdade era o sótão, lá pendurei um retrato da minha mãe e na janela, com vista para a estrada, eu passava horas e horas fitando o horizonte, imaginando-me bem longe dali. Nada e nem ao menos alguém eram capazes de me prender, de deixar-me ligado pela eternidade, eu pensava assim, antes de conhecê-la: MARIA...
Estava com dezessete anos quando me alistei no exercito confederado, apesar da pouca idade, eu possuía maturidade o bastante para comandar tropas inteiras, passei dois anos servindo o meu país, até aquele dia... Preparei um dos melhores cavalos que tínhamos, para uma longa viagem, a guerra dificilmente deixava sobreviventes, mesmo assim decidir sair e procurar, talvez com sorte, conseguiria resgatar alguém. Cavalguei durante dias e ao meu redor, tudo o que havia eram os sinais da morte. Já estava sem esperanças quando avistei três moças no meio do nada, era estranho como elas se portavam, possuíam certa altivez e apesar da distancia que mantínhamos, eu percebera que elas estavam completamente à vontade com o cenário que as rodeava, era como se a destruição, a falta de vida, ou melhor, o vazio as pertence-se. O mais correto a se fazer era lhes oferecer a minha ajuda, aproximei-me...
- Precisam de ajuda Senhoras?
Elas certamente eram latinas, tinham cabelos escuros, longos e cacheados e apesar da vasta roupa que usavam: blusas com mangas compridas, saias bem abaixo de seus joelhos e ainda chales, suas curvas eram bastante acentuadas, seus rostos eram perfeitos, pálidos e não havia sequer uma marca ou cicatriz que lhes indica-se a idade aproximada. Eram possuidoras de enorme beleza, que em palavras, eu não era capaz de relatar. Seus olhos, porém se destacavam negros, vivos, intensos e ofuscava qualquer outra qualidade. Elas balbuciavam entre si, e ainda que muito baixo, consegui ouvir: – Eu não conseguirei parar, será perigoso demais. Outra senhora replicou para a do meio: - Maria, só você poderá fazer isso, ele é tão bonito, não o queremos perder. Ele será útil.
Desci do meu cavalo, e ainda hipnotizado por aquele olhar sensual, me aproximei um pouco mais daquela ao qual chamavam de Maria.
- Qual é o seu nome capitão
- Major Jaspe Whitlock, senhora, ao seu dispor.
Ela se aproximou de mim rindo, abraçou-me e encostou seus labio em meu pescoço.
- Seja bem vindo Jasper...
Sentir seu toque frio, gélido e após uma intensa dor.


3 - ENCONTRO

Ele tinha os olhos amendoados, precisos, sua expressão lívida e serena jamais deixara transparecer o que o atormentava e desta forma facilmente iludiria a qualquer um, com apenas um breve sorriso que deixaria escapar propositalmente por seus lábios de traços finos singulares. Apesar da intensa tonalidade escura que revigorava neles, transpondo a sua essência, ele não buscava por sangue para aliviar a sua sede, ao menos não naquele momento, eu, entretanto não deveria abster-me somente no que já vira, ele por ter sido um major no passado, de certo consideraria uma ameaça ter outra igual a ele em seu território. Seu nome era Jasper, esta origem inglesa que remete-se a pedra preciosa, vagava sem rumo definido, buscava algo, ou então alguém que pudesse dar-lhe um sentido para o fim de sua angústia. Foi assim que eu o vira e compreendera de imediato o que ele buscava... Procurava de certa forma e ainda que não soubesse por mim.
Era a primeira vez em que sentia medo, não tanto por sua reação ao se deparar comigo, temia na realidade nunca encontrá-lo. Minhas visões eram subjetivas e desta forma se ele optasse por outra decisão, minha visão estaria perdida. Temia também por que nos breves minutos em que estive inconsciente fitando o nada, percebera em Jasper um sentido também para a minha eternidade, eu já o amava e nem sequer o conhecia.
- A senhorita gostaria de pedir agora?
- Mais tarde, obrigada. Fui interrompida de meus devaneios por uma garçonete que me observava com certa apreensão, - eu já estava sentada naquela mesa por duas horas. - O pequeno restaurante situava-se em uma estrada na Filadélfia que mais parecia ligar o nada ao lugar nenhum e por dentro não possuía os melhores aspectos de um seja - bem-vindo.  As paredes eram de uma coloração esverdeada e de tão gastas, já descascavam em alguns pontos. Para seu único enfeite, três quadros já amarelados – obra também do tempo- contrastavam com teias de aranhas vazias, - nenhum animal ou inseto ousava compartilhar do mesmo espaço em que estávamos. Os móveis eram os únicos ali a ainda suavizar a aparência grotesca que emergia, eram trabalhados em madeira e acolchoados com uma estampa turquesa clara.
As pessoas que também estavam ali, três homens sentados distantes em uma mesa, pareciam não estar incomodados com a chuva torrencial que caia lá fora, apenas uma senhora, sentada um pouco mais próxima a mim, demonstrava sua impaciência, ela olhava entre dez e dez minutos o seu relógio, porém não era a chuva que a perturbara, o senhor ao qual esperava estava atrasado. Era incrível perceber que todos ali eram alheios a minha presença, eu que possuía uma aparência delicada, representava o que poderia haver de pior em seus pesadelos. Inalei profundamente, comecei de repente a sentir algo estranho em mim, me preenchia e por mais diferente que fosse essa sensação, ela me agradava, acalmava e angustiava ao mesmo tempo. Eu estava feliz e ser feliz era algo do qual não estava acostumada a ser.
Através da vidraça, notei pelo canto dos olhos, que ainda distante um homem caminha na chuva, trajava um casaco preto por cima de suas roupas de tons cinza claro, sua pele assim como a minha, era igualmente branca e seu cabelo dourado em cachos definia de forma singela seu rosto de anjo. Ele também me percebera, parou instintivamente, de certo sentira o meu cheiro, porém sua curiosidade deve ter gritado mais alto, ele continuou a andar em nossa direção. Na medida em que se aproximava, percebia gradualmente o aroma que emanava dele: tinha um odor adocicado, uma mistura perfeita de sândalo e floral, ele era ainda muito mais bonito do que aparentava em minhas visões. Se meu coração ainda batesse, estaria palpitando tão alto que me deixaria constrangida.
Ele finalmente entrou no restaurante, seus 1,78m logo chamaram a atenção das duas mulheres no recinto, não me importei com os olhares maliciosos que elas o lançavam, a atenção dele estava toda voltada para mim. Encaramos-nos por um minuto apenas, tempo mais que suficiente para eu confirmar o que já sabia desde o princípio: seriamos um do outro, para o resto da eternidade. Tirando o casaco ensopado, ele caminhou até minha mesa, sustentando nos lábios um sorriso sedutor e em seus olhos, um brilho acentuado que reluzia também os meus. Parou diante de mim, e eu de tão maravilhada com o momento que enfim chegara estendi-lhe a mão e disse-lhe:
- Por que demorou tanto? Ele a segurou com ternura beija-a delicadamente e respondeu-me
- Desculpe senhora, não foi a minha intenção...

8 comentários:

  1. Ain, adooooooro a Alice!! Com certeza vou adorar conhecer a estória dessa fadinha.
    Bjssss!!!

    ResponderExcluir
  2. ei flor, conta mais.. o que acntece??

    ResponderExcluir
  3. Hum, darei uns pegas no Jasper? Gostei disso. Estou adorandooo a fic, bjssss!!!

    ResponderExcluir
  4. Adoro !!! Sempre amoo fics de Alice e Jasper .. sempre acabo me apaixonando por elas. .. Vou fik esperando ansiosa pelos outros caps.

    ResponderExcluir
  5. Awwwwwwn super anciosa para um novo capitulo não esquece de postar logo ok?

    ResponderExcluir
  6. Own, minha nossa senhora... esse sorriso do Jasper ainda me mata.. "suspira"
    E o jeito Dom juan... "morri"
    Estou adorandoooooo, bjssss!!!

    ResponderExcluir
  7. Meus amores como é bom saber que vocês estão gostando da fic, ela é escrita com carinho e sempre pensando em vcs. Eu simplesmente ADOOOORO o casal Alice & Jasper. Ela é encantadora, e ele... (BONITO, CHARMOSO, SENSUAL, DISCRETO, ROMÂNTICO entre outros )dispensa comentários.
    Bjim e continuem lendo.. =]

    ResponderExcluir