27 de janeiro de 2013

Second Chance by Gabiromboli

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Prólogo

A vida sempre nos leva a lugares que não imaginamos situações que não desejamos ou que pelo menos no momento em questão não entendemos e foi exatamente assim que se encontrava minha vida quando o conheci. Era 25 de outubro de 2012 minha vida estava uma verdadeira bagunça meu marido tinha acabado de morrer, tinha uma filha de 10 meses, mudei de casa e de cidade... Enfim uma loucura!
A morte para mim nunca foi um tabu, claro que não é algo legal de se pensar ou ver por causa da saudade além de todo o resto que se passa na cabeça das pessoas, mas no meu caso sempre foi tranquilo, sempre lidei bem com isso até que ele se foi. Meu marido, companheiro, amigo, amante foi embora antes do que queria e não aceitava isso. Os médicos me disseram que foi um infarto fulminante e que por mais cuidados que ele tivesse tido não teriam como prever ou solucionar.
Ele tinha 30 anos e uma vida inteira pela frente comigo, com sua filha, porém Deus não quis assim e durante dois meses fiquei em depressão profunda afinal o melhor de mim não estava mais comigo, me tornei oca, quebrada só não acabei com a minha vida por uma única razão; minha filha. Luci tinha apenas cinco meses naquela época precisava da mãe e foi isso que me fez juntar o pouco que restava de mim e tentar levar a vida por ela.
E assim fui parar no Rio de Janeiro morando com meu pai tentando dessa forma fugir um pouco do que lembrava minha outra vida, lá era um lugar bom para viver com todo aquele verde, praias e sol. São Paulo era minha paixão só que para onde olhava estavam lembranças da época que era feliz e completa então como uma ótima covarde que sou decidi fugir de lá, o que no começo foi até bom comecei a trabalhar como assessora cuidava bem da Luci, entretanto à noite a dor voltava com toda a força e assim fui seguindo a minha vida sobrevivendo a cada dia.
Então aconteceu. Era uma manhã quente e ensolarada, o que é bem normal se tratando da cidade maravilhosa, tinha acabado de fechar um ótimo contrato para organizar uma festa de 15 anos no Copacabana Palace só de pensar em 500 pessoas naquele lugar e toda a minha comissão realmente fez a minha manhã muito mais feliz, ainda estava no telefone com a minha cunhada contando a novidade quando vi um SUV parar no meio da Av. Atlântica com fumaça subindo de dentro do capô.
Uma particularidade sobre minha personalidade é que existe um ser em mim que antes mesmo de pensar já está ajudando os outros ou oferecendo ajuda e acredite já me dei mal muitas vezes por causa desse impulso e foi exatamente o que aconteceu naquela hora quando vi o carro quebrando na minha frente. Com essa atitude podem até pensar que sei alguma coisa sobre mecânica, mas não, definitivamente não sei nada sobre mecânica! E mesmo assim parei meu carro a frente da SUV para tentar ajudar nem me pergunte como.
Sem cerimônias bati na janela do motorista para ele abaixar o vidro e totalmente desligada como sou não percebi toda a movimentação tanto dentro do carro como fora dele, perguntei para o motorista se estava tudo bem e se podia ajudar ligando para o seguro ou outro tipo de coisa, afinal era impossível o cara ter um carro como aquele sem seguro. Depois de alguns segundos reparei em um homem careca falando em inglês segurando discretamente uma arma aí aquele pensamento novamente veio em minha mente “Por que sempre tenho que me meter achando que vou ajudar as pessoas?”. O motorista vendo a minha expressão de medo logo me tranquilizou dizendo que era o segurança. Recomposta perguntei novamente se precisavam de ajuda estranhando a movimentação de pessoas chegando próximas aos nossos carros vendo também alguns fotógrafos.
O motorista que se identificou como Flávio começou a traduzir o que havia falado para as pessoas de dentro do carro enquanto aglomerava ainda mais gente, estava achando tudo aquilo muito estranho até que entendi quando um homem no banco de trás falou. Taylor Lautner estava sentado no banco de trás do carro com acreditei ser mais um segurança e sua expressão não era nada agradável apesar dos óculos escuros estilo aviador esconderem seus olhos. Jeff o tal segurança careca que estava na frente achando que eu não falava em inglês começou a reclamar pensando que eu fosse alguma fã com segundas intenções o que ferveu meu sangue, afinal de contas eu estava ali sem querer nada em troca oferecendo a minha ajuda.
Não lembro exatamente o que falei em inglês, mas era algo sobre desconfiança e falta de educação sem esperar resposta dei as costas andando em direção ao meu doblô que estava mais a frente alguns segundos depois o motorista desceu do carro pedindo desculpas e perguntando se poderia levá-los para o aeroporto já que não poderiam esperar a seguradora chegar para concertar o carro ou trazer outro. Respirei fundo e acabei cedendo, não conseguiria ficar tranquila comigo mesma sabendo que poderiam ser assaltados ali ou até pior um bando de fãs loucas poderiam encontrá-lo ali e Deus sabe lá o que aconteceria com ele.
Sobre flashes e mais flashes os seguranças transportaram de um carro para o outro a bagagem enquanto já me posicionava no banco do motorista por ultimo trouxeram o Taylor rapidamente dentro do carro para irmos, Flávio ficou com o outro carro até a seguradora chegar. O primeiro a falar foi o próprio Taylor agradecendo pela minha ajuda e logo depois o segurança careca se desculpou pelo que havia dito explicando toda a tensão daquela situação. Logo o clima ficou mais ameno e tentei puxar assunto com eles para saber o que acharam do Brasil, realmente o tal Lautner era um cara bacana, realmente simpático e de sorriso fácil. Jeff, o segurança, ficou curioso por saber o que tinha passado na minha cabeça em ajudar daquela forma, como profissional da área sabia que minha atitude foi totalmente fora das normas de segurança, digamos assim.
Acabei falando um pouco sobre mim e a minha história o falecimento do meu marido e como uma boa mãe coruja que sou mostrei a foto da minha Luci o que causou certo espanto para todos do carro e algumas risadas minhas quando disseram que parecia ter apenas 19 anos e não 25 anos reais. Foi a minha melhor 1h37min vividos desde a minha perda com outras pessoas sem envolver a presença da minha filha, entretanto tudo o que é bom dura pouco e logo chegamos ao aeroporto nos despedimos e como agradecimento Taylor quis autografar algo para mim o que recusei causando espanto neles novamente, não adiantava ele querer me agradecer com aquilo, tudo bem, o cara é um ator de Hollywood, mas o que ia fazer com um pedaço de papel rabiscado? Vender para alguma fã?
Tentei da melhor maneira possível explicar que tinha feito o que fiz pela simples vontade de ajudar sem obter nada dele em troca até pelo fato de nem ao menos saber inicialmente que era ele naquele carro quebrado. Pela primeira vez enquanto estivemos perto ele tirou aqueles óculos escuros e me olhou fixamente, de perto seus olhos eram de um castanho diferente tinham um tom quente com a borda mais escura e com um misto de surpresa e admiração agradeceu novamente o que fiz dizendo que estava torcendo por minha felicidade. Fiquei ainda um tempo parada dentro do carro os vendo ir embora cercados por fotógrafos quem diria que um dia no meu doblô levemente bagunçado um ator de Hollywood estaria de carona, sorri sinceramente enquanto peguei meu nextel para chamar minha cunhada e contar a louca história daquela manhã. O que não podia nem imaginar é que aquela não seria a última vez que nos veríamos.

Capitulo 1

Aviões. Aeroporto. Barulho. Em um lugar como esse pessoas vão e vem sem nem ao menos perceber o que está a sua volta e era impressionante como naquele lugar lotado de gente de todos os cantos do planeta ainda sim me sentia sozinha, verdadeiramente solitária. Andei até a porta de saída daquele lugar empurrando meu carrinho de bagagem, três malas pra ser mais precisa.
Assim que as portas automáticas se abriram uma rajada de vento bateu no meu rosto, tenho que confessar... Achava que o calor seria tanto quanto ou até maior do que no Rio de Janeiro, mas Los Angeles havia me surpreendido, pelo menos até ali o calor era gostoso apesar do ar seco. Olhei para os lados procurando um taxi e no fim foi até fácil encontrar um disponível.
- Está livre? – perguntei tentando disfarçar um pouco o sotaque brasileiro sabia que falava bem, mas nunca é a mesma coisa de quem vive realmente no país.
- Brasileira? – um senhor de no máximo 50 anos moreno de olhos cor de mel e levemente calvo me perguntou.
- Sou, porque está dando tão na cara assim? – respondi um pouco constrangida.
- Não, não senhorita seu inglês é realmente bom, mas reconheço um compatriota de longe! – exclamou sorrindo. – Aliás, me chamo Ricardo.
- É um prazer Ricardo, me chamo . – respondi falando em português enquanto o simpático senhor colocava as malas no porta-malas.
- Então veio para L.A. a trabalho ou passeio? – Ricardo perguntou ligando o carro.
- Na realidade vim trabalhar. – respondi enquanto observava a paisagem pelo vidro da janela. – Está aqui há quanto tempo Ricardo? – perguntei curiosa sobre sua história.
- Ah senhorita... Já faz 16 anos, tinha me separado e decidi tentar a vida em outro lugar e pode acreditar a cidade dos anjos me acolheu muito bem! Hoje sou casado com uma americana e tenho dois filhos, uma menina de 10 anos e um menino de seis. Sabe a gente aqui trabalha muito, mas sou mais feliz aqui do que era antes no Brasil... Pra lá agora só volto pra passar as férias! – ele terminou rindo levemente.
- Eu acredito que cada pessoa tem seu lugar só não sei se eu conseguiria viver longe do Brasil... Tudo bem lá tem um monte de problemas, mas qual lugar não tem? – falei passando a mão levemente na minha trança frouxa no cabelo. - Pode me deixar no hotel Holiday Inn Express na Santa Monica?
- Claro, são apenas 20 minutos daqui.
O trajeto até o hotel foi bem tranquilo, Ricardo era realmente um senhor muito gentil e mesmo cansada da viagem de quase 20 horas consegui conversar tranquilamente, entretanto o que mais desejava era um banho quente e dormir 12 horas seguidas! Sim eu durmo muito! Meu trabalho sempre precisou que tivesse muita disposição, afinal além de organizar antes qualquer evento também estava presente no dia participando desde a montagem até a desmontagem então no dia do evento chegava a trabalhar até 18 horas interruptas o que logo depois era compensado por mais ou menos 12 ou 14 horas de sono!
, meu falecido marido sempre ria dizendo que algumas vezes ia verificar para ver se eu ainda estava respirando, já que parecia que tinha morrido deitada na cama por estar lá tanto tempo!
Despedi-me do taxista pegando também seu telefone no caso de precisar novamente e me dirigi à recepção do hotel para fazer o chek-in o que graças a Deus foi rápido. Subi até o quarto que era muito confortável com uma cama Queen size no lado esquerdo encostada na parede forrada por lençóis brancos, travesseiros e um cobertor felpudo verde musgo, de frente para a cama havia uma cômoda com algumas gavetas em um tom de castor madeira e uma televisão de acredito ser 32 polegadas, um frigobar e ao lado uma mesa também no mesmo tom de castor com um abajur simples em cima e cadeira confortável. No lado oposto da porta havia a única janela do quarto com cortinas beges e logo abaixo da janela um pequeno banco com o estofado azul. Passei a ponta do dedo pelos quadros que decoravam o quarto com suas pinturas abstratas abrindo em seguida a porta que deveria ser o banheiro que como já imaginava ser era todo branco com um grande Box de vidro esverdeado o que me surpreendeu foi o enorme espelho que cobria praticamente toda a parede onde estava a pia e a bancada do que acredito ser algum tipo de mármore e em frente a pia havia um bidê e uma privada brancos.
Realmente era uma droga! Quis economizar um pouco de dinheiro e não reservei um quarto com banheira o que naquele momento me arrependi totalmente.
- Ai o que não daria por um bom banho de banheira, mas a vida não é justa então vá para o chuveiro! – falei comigo mesma enquanto abria uma das malas e pegava meus objetos de higiene.
Aproveitei o máximo que pude daquele jato quente e forte, não sei quanto tempo depois sai do chuveiro apenas sei que meus dedos já estavam enrugados, ri levemente ao constatar minhas mãos enrugadas fazia muito tempo que não tinha um banho tão demorado.
Passei a mão esquerda pelo espelho embaçado e observei aquela que aparecia na imagem refletida não posso dizer que me assustei com o que vi por que estaria mentindo sabia muito bem que nos últimos dois anos deixei de ser a verdadeira , estava realmente magra, porém nem um pouco bonita e saudável e as olheiras fundas embaixo dos meus olhos eram mais um tapa no meu rosto dizendo a verdade que não queria ver.
Desde que havia partido tentei a todo custo sobreviver a dor por Luci, mas agora percebia me olhando no espelho que aquela parecia uma batalha perdida.
Deus como meus olhos castanhos estavam vazios e opacos! Sabe sempre fui uma mulher bonita aquelas que param o trânsito e sempre me orgulhei disso. Lembro como se fosse hoje o dia que conheci ... Tinha 17 anos estava fazendo o cursinho para prestar vestibular e ele era irmão de uma amiga que fiz lá, quando fomos estudar na casa dela ele estava chegando do estágio de publicidade e depois daquele dia não nos separamos mais. Depois de um tempo ele me contou que achou que fosse um anjo na sua sala de estar.
O que mais ele amava em mim era meu cabelo e também aquele era um motivo eu de orgulho. Grandes ondas castanhas que iam até um pouco abaixo da minha cintura o corte repicado dava ainda mais movimento para o mar castanho que possuía. Pisquei os olhos algumas vezes voltando a minha realidade em frente aquele espelho meus cabelos agora na altura dos ombros eram retos e sem brilho algum, meu rosto branco apesar de ter 27 anos aparentava rugas que deveriam vir somente muito depois, realmente Mendes Pizzicolle havia morrido há dois anos, seis meses e três dias o que estava ali era outra mulher doente do coração, alma quem sabe daqui algum tempo também doente do corpo e que tentava fingir ser uma boa mãe.
Sabe como dizem sorte no jogo azar no amor, acho que isso era real porque com a inexistência do amor homem-mulher enfiei não só a cabeça, mas o corpo todo no trabalho e estava colhendo bons resultados e prova disse era minha estadia naquele hotel. Se não fosse irônico hoje trabalho somente com assessoria de casamentos e uma brasileira que vai casar em seis meses me contratou para organizar sua festa.
Clarice tem dupla nacionalidade trabalha na confeitaria da família e vai se casar com um jogador de rugby da segunda divisão chamado William, eles são um casal muito divertido dei várias risadas em nossas vídeo conferências. E justamente pensando em ver como estão sendo encaminhados os preparativos decidi vir e ficar uma semana cuidando de perto aí voltar somente uma semana antes do casamento.
Terminei de colocar minha camisola e deitei na cama sentindo que aquela seria uma noite longa apesar do meu cansaço. Aquela cama era enorme para dormir sozinha, não que eu fosse uma mulher pequena tenho 1,74m e considerando que a média das brasileiras é entre 1,65m a 1,70m então podemos me considerar uma mulher até que alta, entretanto meu falecido marido era enorme com seus 1,90m e 120 kg a noite ocupava o maior espaço possível na cama e ainda me apertava em seus braços então quando ele se foi não importava quantos travesseiros colocasse a minha volta o calor igual ao dele não me abraçava. Não sei quanto tempo rolei de um lado ao outro na cama, mas no fim adormeci em meio a travesseiros e cobertores.
- Humm... – acordei ouvindo a música irritante do despertador do meu celular. – Mais que droga...
Olhei no visor percebendo o quão tarde era provavelmente o celular estava tocando há muito tempo por que tinha programado para acordar às 11hs e já eram 12h30min minha sorte era que a reunião com os noivos seria às 16h então tinha um tempo até lá.
Aproveitei minhas horas excedentes para tomar café da manhã apesar de ser a hora do almoço e descansar. Perto do horário combinado peguei um taxi até o restaurante italiano que nos encontraríamos chamado Toscana foi um trajeto rápido de apenas 10 minutos de taxi ambos já estavam me esperando sentados em uma mesa próxima à porta.
Clarice e William eram um casal maravilhoso e engraçado dava para perceber o quanto estavam apaixonados e nesses momentos via que estava fazendo a coisa certa ao aceitar organizar aquele casamento mesmo que estando em outro país.
- Chegaram há muito tempo? – perguntei enquanto abraçava Clarice para em seguida cumprimentar William.
- Não! Acabamos de sentar nessa mesa. E aí como foi a viagem? – ela perguntou enquanto sorria.
Clarice era morena com cabelos bem lisos e grossos levemente repicados, seus pequenos olhos castanhos eram envoltos por cílios grossos e longos de dar inveja em qualquer rímel, nariz reto e lábios bem grandes além de um sorriso de dentes brancos e perfeitos. Enfim ela era uma beleza exótica, natural ao contrário de William que tinha uma beleza bem comercializada pelo mundo. Alto, loiro avelã, olhos azuis, lábios finos, nariz reto com traços fortes e queixo quadrado além do corpo atlético conseguido pelo esporte... O que para mim o tornava totalmente sem graça, nunca fui muito adepta a padrões, sempre fui para o lado oposto da tendência... Se gostavam de loiros com rosto de modelo eu gostava de morenos, normais e até gordinhos.
- A viagem foi cansativa, mas tive tempo para descansar... E como vão as coisas por aqui? – perguntei assumindo a pose profissional de sempre.
A reunião foi tranquila ainda tinha muito trabalho para ser feito, porém tudo estava se encaminhando como previsto e provavelmente não teríamos maiores problemas até a data do casamento. Após uma hora e meia de reunião Clarice e eu decidimos nos encontrar no outro dia no mesmo horário para ir à prova do vestido, ela já escolhera um, entretanto queria que eu o aprovasse e visse se precisava de mais algum ajuste já que tinha medo de deixar algum defeito passar despercebido por ela.
Saí do restaurante com aquela sensação de estar esquecendo algo o que não seria nenhuma novidade pelo meu histórico de coisas perdidas e esquecidas na minha vida! Risadas a parte celular e chaves são os meus maiores vilões... chamo isso de maldade inata de seres inanimados! Acho que no fundo tem sempre alguém vendo e rindo da louca que perdeu a chaves de casa novamente ou algo assim!
Enfim comecei a revirar a minha bolsa verificando se estava tudo ali mesmo enquanto andava até a esquina para procurar um taxi até que ouvi alguém chamar meu nome, então tudo aconteceu muito rápido... quando olhei para trás o gerente do restaurante estava com meu celular e também um carro vinha em minha direção por que a idiota aqui tinha calculado mal e ao invés de parar na calçada parou no meio da rua! A próxima coisa que me lembro foi o barulho da buzina e tudo a minha volta escureceu... 

Capitulo 2
A vida de Taylor por mais que tentasse nunca mais seria uma vida normal, cada vez estava mais difícil ir ao shopping, ver jogos em estádios, passear no parque, coisas que para pessoas normais não dão valor ao seu cotidiano, entretanto Taylor Lautner não era mais uma pessoa normal, ele era uma celebridade, o jovem mais bem pago de Hollywood. Em meio a uma vida vigiada por paparazzi, especulações e fãs ele tentava a todo custo manter sua privacidade e de sua família, a coisa que mais prezava em sua vida, o que se tornou ainda mais difícil após o término da Saga Crepúsculo que filmara e divulgara até seus 20 anos com o sucesso dos filmes novos projetos foram iniciados o consagrando com um ator realmente e não apenas o cara que ficava sem camisa.
Com seus atuais 22 anos vivera e viajara muito mais do que outros jovens de sua idade, porém alguns detalhes sempre povoavam sua mente e uma delas era a lembrança de sua viagem ao Rio de Janeiro no ano de 2012, realmente a cidade era aquilo que muitos falavam... Maravilhosa! Naquele episódio não pode verificar suas belezas retornando outras vezes para isso, mas aquela primeira vez em específico sempre voltava a sua memória.
Ele era uma pessoa que acreditava na bondade nos corações dos outros mesmo que as noticias dos jornais o fizessem desacreditar nas atrocidades que poderiam ser cometidas pelo ser humano e exatamente no Rio de Janeiro ele teve a oportunidade de experimentar o bem ser feito sem ver a quem... O carro que o levava para o aeroporto e uma já esperada viagem de 20 a 23 horas quebrou em uma avenida movimentada que costeava as praias de areia branca e águas azuis, internamente Taylor não podia acreditar que aquilo estava acontecendo e mesmo não sendo seu costume resmungou um ou dois palavrões.
Logo a situação se reverteu de uma forma inusitada quando o ator observou uma bela mulher morena bater no vidro falando algumas palavras em português, palavras que ele não entendeu como também seus seguranças, Jeff estava sentado no banco ao lado do motorista e Matt estava ao seu lado... Depois de um breve momento ela percebeu os seguranças armados e um Taylor irritado no banco traseiro, mas para a surpresa dele ela não pediu um autógrafo ou algo assim a mulher a sua frente o ignorou se dirigindo apenas ao motorista falando ainda em português.
Jeff bufou falando que era uma fã irritante imaginando a mesma coisa que o ator sentado no banco traseiro que então foi surpreendido novamente, a linda morena fechou seu sorriso respondendo em inglês que estava ali para ajudar e que sua mãe lhe dera uma boa educação dizendo que deveria ajudar quem necessitava, mas se a desconfiança dele era tão grande como estava mostrando ela poderia muito bem deixá-los ali a espera de um auxilio mais qualificado e merecesse a confiança que para ela não estava sendo dirigida. Os quatro homens que estavam dentro do carro ficaram sem reação enquanto a mulher rebolava até seu carro que estava mais a frente, Taylor saindo do choque em que se encontrava disse rapidamente para o motorista falar que aceitavam a ajuda que estava oferecendo.
Ele observou enquanto os dois conversavam fora do carro, Taylor via atentamente as feições daquela mulher que naquele momento olhava desconfiada para o carro. Sua boca era bem desenhada com lábios grossos, nariz fino proporcional para seu rosto oval possuía também grandes olhos castanhos e uma pele lisa sem imperfeições, seu cabelo também castanho estava preso em um coque bagunçado, sua pele possuía um tom de dourado adquirido pela exposição ao sol para Taylor uma beleza diferente a habitual que estava acostumado a única coisa que não parecia se encaixar na beleza de seu rosto eram as olheiras que destacavam mesmo debaixo da maquiagem. Por fim ela os levou até o aeroporto e ele teve a oportunidade de se desculpar pelo mal entendido. O trajeto até o aeroporto foi tranquilo e mantiveram uma conversa amigável... A mulher que fascinara Taylor se nomeou como , uma viúva de 25 anos e mãe de uma menina de 10 meses de idade o que pela terceira vez em uma questão de duas horas o surpreendeu novamente, pois por mais que seus olhos mostrassem um conhecimento maior sua aparência era de uma garota de 19 anos, não mais do que isso.
Taylor viu o amor transbordar das palavras que ela falava ao contar sobre sua filha e seu marido falecido e não pode deixar de sentir uma pequena inveja pelo fato de que até aquele momento não encontrara ninguém para compartilhar a sua vida e sentir o amor que aquela brasileira parecia transbordar. A cada palavra que falava uma verdadeira admiração surgiu no coração do ator ainda mais quando Jeff perguntou o que levou a ela oferecer uma carona para pessoas estranhas colocando até em risco sua segurança obtendo uma resposta totalmente pura. Naquele momento Taylor entendeu o significado da frase “Fazer o bem sem olhar a quem” que ouvia seu avô falar, aquela mulher era o exemplo vivo daquelas palavras! Por fim chegaram ao aeroporto da cidade e o ator pensou em retribuir de alguma forma a ajuda que recebera, mas novamente em tão pouco tempo aquela mulher o surpreendia pela quarta vez ao recusar seu autógrafo e dinheiro dizendo que tinha feito aquilo de coração e não queria pagamento por isso.
Por dois anos aquela lembrança povoou os pensamentos do ator... Mesmo continuando sua vida, às vezes, Taylor se pegava observando as pessoas e esperando que elas tivessem a mesma atitude demonstrada pela brasileira que conhecera e falara em algumas entrevistas sobre aquela atitude, todavia no meio das celebridades aquilo parecia ser raro se não inexistente e este era um daqueles momentos Sarah dormia ao seu lado deixando seus cabelos tingidos de loiros espalharem pelo travesseiro de fronha azul marinho, tinham acabado de fazer sexo e enquanto Taylor se encostava a cabeceira da cama refletindo sobre sua vida sua namorada dormia tranquilamente.
Sara era o conhecido amor da adolescência que após alguns anos retornara, mesmo quando terminaram ela sempre estivera ao lado de Taylor como uma amiga leal o que fez gradualmente o interesse dele retornar enquanto avaliava quão fútil a vida de celebridades poderia ser antes de reatarem o namoro o ator se relacionara com outras celebridades, no entanto nenhuma preenchera o que ele procurava em alguém, mesmo que muitas vezes nem ele mesmo soubesse o que era. Sara foi a que mais se aproximou deste feito, mas mesmo assim Taylor não se sentia completo e amando realmente chegou a pensar que talvez fosse da sua natureza não sentir aquele amor que acreditava existir, o amor romântico, com borboletas no estômago e todas as coisas que as pessoas falavam sentir quando amavam.
Para ele, mesmo sendo e se considerando romântico, o amor estava baseado na lealdade e na amizade sem aquela mistura e explosões como fogos de artifícios para ele estava mais como algo morno e permanente e seguro... Hicks lhe proporcionava exatamente aquilo somando a liberdade, ela não era uma namorada grudenta ou controladora o deixava ir e vir tranquilamente esperando que quando quisesse retornasse e por até um momento foi algo bom, mas porque ainda não se sentia completo? A pergunta constantemente povoava sua mente, alguns momentos mais do que outros e esse era mais um momento.
Hicks passara horas falando sobre seu treino, sua roupa, seus objetivos, seu cabelo, enfim somente sobre ela enquanto o ator apenas fingia que ouvia balançando a cabeça nos momentos certos, em um dado momento Taylor se cansou daquilo e infelizmente iniciou mais uma discussão acabando da mesma forma que das outras vezes, na cama. Discussões eram o que mais tinham ultimamente não importava o motivo parecia que não havia mais diálogo sadio entre eles, se Taylor não estava ouvindo coisas sem importância vindas de Sara estavam discutindo sobre coisas mais sem importância ainda. O que fazia o ator pensar que não estava certa a vida que levava e que aquele sentimento que morava em seu peito não era realmente amor, mas como poderia realmente saber?
Cansado de pensar no que poderia ou não poderia ser Taylor virou para o lado oposto da namorada fechando os olhos para dormir teria que acordar em poucas horas para uma importante reunião com o produtor de seu novo filme além da participação de um programa de rádio.
A manhã veio tranquila apesar do silêncio entre Taylor e Sara, a dançarina tentava dar o espaço necessário para os pensamentos do namorado mesmo que não entendesse suas atitudes. Sara morava em um apartamento em Santa Mônica já fazia três anos e lá era onde mais ficavam ultimamente, Taylor ainda morava com os pais e não gostava que dormissem juntos lá então sempre acabavam parando no apartamento dela para ter mais privacidade, ela não entendia porque ainda não haviam decidido morar juntos, aquilo seria o mais natural como também poderia finalmente ir para uma casa maior já que um ator famoso como Taylor não poderia morar em um apartamento simples como o dela. Mesmo não sendo tão simples assim!
No fundo bem lá no fundo Sara amava o fato de namorar um grande ator de cinema e não esperava a hora para que pudesse usufruir disso afinal em sua mente nada mais justo morar com ele em uma mansão e ter tudo do bom e do melhor ainda mais facilmente pelos anos que passaram juntos... Na primeira vez que namoraram foi apenas um ano e agora iriam completar dois anos, mas somando aos anos de amizade ela estava ao lado dele já há quase 10 anos e isto era muito tempo e esforço vindo da parte dela e tinha a convicção que merecia algo em troca por esses anos.
- Você quer uma carona para o treino? – Taylor perguntou enquanto terminava de fechar o botão da camisa xadrez que vestia.
- Não meu amor... Hoje vou treinar só à tarde. – Sara respondeu oferecendo o melhor sorriso que podia queria de qualquer maneira aliviar o clima que estava entre eles no ultimo mês. – O que acha de passar comigo essa manhã? Posso preparar panquecas como você gosta!
- Talvez na próxima, ainda tenho que passar em casa antes de almoçar com os produtores da Summit... Tarik deve estar louco atrás de mim... – respondeu olhando a dançarina pelo espelho do quarto enquanto arrumava o cabelo.
- Tudo bem então... Me liga mais tarde pra contar como foi a reunião? – Hicks perguntou tentando não aparentar tão desapontada quanto estava.
- Se der depois da rádio te ligo ok! – falou finalmente virando-se para encarar a namorada.
Ambos se dirigiram até a porta do apartamento para despedirem-se, Taylor salpicou um rápido selinho em Sara abrindo a porta e dirigindo-se até o elevador. Sem entender o porquê ela se sentia angustiada e normalmente seus instintos não falhavam então fez algo que não era do seu feitio.
- Tay... – o chamou enquanto encostava seu corpo no umbral da porta esperando que o ator a olhasse de volta e somente quando ele o fez que continuou. – Eu te amo!
Taylor ouviu aquelas três palavras sentindo um nó na sua garganta se formar, não era a primeira vez que ouvia sua namorada dizer aquilo, entretanto nunca se sentia totalmente confortável para repetir as mesmas palavras.
- Eu também, eu também... – falou por fim colocando seu famoso sorriso torto nos lábios sem ter coragem ou capacidade para dizer mais do que aquilo.
Por sorte a porta do elevador abriu-se antes que Sara pudesse falar outra coisa guardando dentro das paredes metálicas um Taylor ligeiramente em conflito. Porque nunca consigo falar para ela como me sinto realmente? Eu a amo! Mas será que realmente estou amo?


Tudo encaminhava conforme a agenda de Taylor para aquele dia, sua reunião com o produtor de seu novo filme fora dentro do que esperava em um tempo menor do que pensara sobrando para ele pelo menos três horas a mais até o programa de rádio que participaria então decidido em concertar sua situação com Sara faria uma surpresa a ela durante o treino. Poderia passar um tempo a mais com a namorada e esquecer um pouco seus conflitos internos e pensamentos.
 Taylor dirigia pela Avenida San Vicente Boulevard tranquilamente enquanto ouvia uma playlist do U2 quando viu o restaurante Toscana, a comida italiana dali era maravilhosa e sabia que Sara adorava aquele restaurante então resolveu parar ali e pedir algo para a viagem. Seria algo perfeito pelo fato de sua namorada sempre terminar o treino com muita fome!
Sem muita preocupação Taylor virou o carro na esquina vendo somente na ultima hora uma mulher parada no meio da rua que parecia estar olhando para trás tentou desesperadamente frear e buzinar, mas era tarde demais quando piscou novamente a mulher já havia subido no capo do carro e sendo jogava novamente em direção da calçada. Rapidamente o homem que estava na porta do restaurante correu até a mulher gritando para que chamassem uma ambulância!
Taylor desceu rapidamente do carro correndo em direção à mulher que estava caída em uma posição estranha na calçada, tudo o que se passava em sua cabeça era, por favor, que não esteja morta!
- Eu não a vi! – foi a primeira coisa falou abaixando-se ao lado do homem que verificava a mulher acidentada. – Eu juro! Eu...
- Eu sei disso! Vi tudo o que aconteceu... Na verdade a culpa foi minha por chamá-la enquanto atravessava a rua! – disse o senhor de cabelos levemente grisalhos.
- Porque ela não acorda? – Taylor perguntou nervoso enquanto pensava nas consequências que aquele acidente poderia causar tanto para a mulher como para ele.
Em poucos minutos uma ambulância chegou efetuando todos os procedimentos necessários e juntamente com ela veio também os paparazzi, de alguma forma alguém já informara que o ator Taylor Lautner, o bom moço de Hollywood, havia atropelado uma mulher. Em meio aos flashes e perguntas indiscretas Taylor seguiu dentro da ambulância junto à mulher desconhecida deixando seu carro parado de qualquer forma na rua.
Enquanto os paramédicos faziam os primeiros atendimentos ele repassava em sua mente o que acontecera sentindo seu estômago dar voltas ao pensar que poderia ter ferido alguém por uma imprudência de sua parte!
Resolveu ligar para seu pai contando o que acontecera pedindo que fosse até o hospital encontrá-lo e também que alguém fosse buscar seu carro, ao desligar o telefone se pôs a observar melhor a desconhecida que atropelara e de uma forma estranha a lembrança do que acontecera com ele no Rio de Janeiro povoou sua memória, ambas as mulheres eram parecidas, mas a seu ver não poderiam ser a mesma pessoa... Além dos machucados causados por ele a mulher deitada na maca possuía uma cor pálida, cabelos castanhos sem o brilho que a outra possuía, grandes olheiras roxas em baixo dos olhos, lábios grossos, porém ressecados além de ser visivelmente bem mais magra que a brasileira que o ajudara dois anos atrás!
Alguns minutos depois chegaram ao hospital, os paramédicos desceram rapidamente a maca encaminhando-a para o centro de emergências, Taylor seguia a maca sem nem ao menos piscar entrara no piloto automático voltando a si somente quando sentiu uma mão em seu peito o impedindo de prosseguir.
- Desculpe rapaz, mas vai ter que esperar aqui! – uma enfermeira de estatura baixa e negra falou.
- Mas vim com ela na ambulância, eu... – tentou argumentar olhando nos olhos castanhos da enfermeira através do pequeno óculos que usava.
- Normas são normas rapaz... Espere aqui na sala de espera como os outros, vamos cuidar bem dela. Logo você terá noticias. – falou por fim não deixando para Taylor alguma margem para discussão.
O ator apenas observou a maca ir embora desaparecendo por entre as portas da sala de emergência.

N/A: Olá flores do meu jardim! Como estão? Bom como viram comecei outra fic e espero que ela seja bem recebida por todas vcs mto bem! Obrigada por quem viu e deixou seu recadinho e também para quem leu e ficou tímida para deixar um recadinho! Rs
Se vcs me perguntarem se vou voltar a escrever as outras fic’s tenho que ser sincera e responder que não sei... Full Moon está em congelada a anos assim como Sought To, Nagual está parada já faz um ano e gostaria de doá-las para alguém que possa dar continuidade ao que comecei, se souberem de alguém que queira fazer isso deixem um recadinho ok! São minhas filhas e amo todas, mas infelizmente não posso cuidar delas como deveria. Escolhi manter apenas Second Chance não somente por ser a minha filha mais nova, caçulinha, mas também pelo fato de ser algo mais da vida real então algo que para mim flui muito mais fácil e rápido do que as outras. Em todo esse tempo como escritora amadora fui me lapidando e descobrindo tanto meus talentos como também meus gostos. Sinceramente espero que gostem realmente desta fic, pois tem muito de mim na PP e estou tentando colocá-la o mais possível perto da realidade com conflitos tão densos como os que vivemos no nosso cotidiano.
Roupa PP Rio de Janeiro
Roupa PP Aeroporto LAX
Roupa PP saindo do restaurante

Essas são as roupas da PP para ajudar a atiçar ainda mais a imaginação de vcs! Bjos

 Capitulo 3
Hospitais geralmente não trazem boas recordações, tirando o nascimento de uma criança, as pessoas frequentam hospitais por alguma doença, acidente ou similares. A decoração em tom pastel serve para justamente acalmar nossas mentes e eliminar a ansiedade das pessoas além de oferecer um aspecto mais higiênico, porém nada disso fazia diferença para Taylor naquele momento enquanto aguardava algum médico aparecer na sala de espera, seu pai Daniel e seu segurança particular Jeff aguardavam também ao seu lado. Passara-se apenas meia hora desde que entrara no hospital, mas parecia uma eternidade para o ator!
- Eles estão demorando demais! – Taylor falou pela quarta vez levantando-se da cadeira e andando de um lado para o outro com as mãos na cintura.
- Acame-se Taylor, você fez o que deveria fazer... Agora temos que esperar. – Daniel tentou acalmar seu filho enquanto passava a mão direita pelo cabelo grisalho.
- Eu sei pai! Foi apenas um segundo... Um segundo que me descuidei! Imagina só o que vão falar amanhã nos tabloides? Jeff já falou que lá fora tem um monte de paparazzi... Não sei como a policia ainda não apareceu aqui! – o ator desabafou sentando-se novamente ao lado do pai.
O som da televisão chiava em seus ouvidos, mas ele não conseguia prestar atenção no que estava passando com seu corpo reclinado sobre a cadeira observava as pequenas rachaduras no teto pensando nas possíveis consequências que aquele acidente lhe causariam.
- Fica tranquilo Tay... Tarik já passou uma nota para a imprensa. – Jeff finalmente falou sentando-se ao lado de Taylor.
- Por favor, o senhor é Taylor Lautner? – Taylor ouviu seu nome olhando em direção do som e viu um homem de descendência asiática e jaleco branco.
- Sim sou eu, você tem noticias da mulher que atropelei? – ele perguntou aflito levantando-se novamente da cadeira.
- A moça que atropelou se chama e apesar dos ferimentos ela não corre nenhum perigo maior. – o médico falou enquanto ajeitava os óculos empurrando-os até a base do nariz com o dedo indicador.
- A moça, , como falou... Quais são as gravidades dos ferimentos? – Daniel perguntou levantando-se também da cadeira para conversar melhor com o médico cruzando os braços sobre o peito.
- Bom além dos ferimentos leves como arranhões provavelmente feitos pela queda no asfalto ela fraturou a fíbola da perna esquerda, trincou duas costelas também do lado esquerdo, o rádio do braço direito está trincado, mas o que mais nos preocupou a principio foi o leve traumatismo craniano que se apresentou.
- Ela se machucou tanto assim? – Taylor perguntou sentindo-se ainda mais culpado pelo acidente.
- Sim, mas já realizamos os exames e nada mais profundo foi afetado então podem ficar tranquilos, após o tempo de recuperação e fisioterapia ela estará nova em folha! – o médico falou tentando aliviar a tensão visível nos rostos dos três homens a sua frente. – Nós já a transferimos para o quarto, entretanto as visitas só serão permitidas a partir de amanhã cedo. Vamos deixá-la em observação um ou dois dias e quando receber alta terá que provavelmente ficar de repouso mais alguns dias para a melhor recuperação das costelas.
- Muito obrigada doutor... – Daniel falou em tom de pergunta querendo saber o nome do médico enquanto apertava sua mão em cumprimento.
- Pode me chamar de Richard e não precisa agradecer este é o meu trabalho. – ele respondeu sorrindo ajeitando novamente seus óculos que escorregava pelo nariz achatado que possuía. – Amanhã no horário das visitas estarei aqui para conversar com vocês novamente sobre os avanços. Boa noite.
Taylor observou o médico entrar novamente na sala de emergência sem saber o que fazer. Não poderia ser coincidência terem o mesmo nome Aquela era realmente a mesma mulher que o ajudara no Rio de Janeiro e agora ele simplesmente a atropelava? Para o ator aquela deveria ser alguma piada do destino, mas prometeu a si mesmo que faria tudo a seu alcance para compensar a brasileira do infortúnio que causara.
- Vamos Taylor que ainda teremos que enfrentar os fotógrafos... – Jeff falou amigavelmente batendo no ombro do seu patrão.
- E mais essa! – Taylor bufou inconformado pela falta de privacidade andado ao lado do pai e do segurança particular.


Depois de discutir novamente com Sarah e de uma noite passada em branco pensando, Taylor observava o sol por entre as árvores que rodeavam sua casa. Sua mente era uma confusão de pensamentos, lembranças e sentimentos! Não conseguia classificar o que sentia um misto de ansiedade, alegria, medo e culpa pareciam se mesclar entre si.
O que vou fazer agora? O destino deve estar brincando comigo, não teria outra explicação para isso... Passaram dois anos e agora nos encontramos desse jeito? E ainda tem aqueles malditos abutres! Com toda certeza meu rosto vai estar estampado em todos os tabloides! Droga!
As imagens do acidente passavam em sua mente repetidamente e nenhuma solução lhe parecia suficiente para ajudar quem o ajudara há dois anos. Impaciente demais para continuar parado tirou seu iphone do bolso da calça jeans discando rapidamente o telefone de seu assistente sem nem ao menos importar-se com o horário. Após duas tentativas ineficazes aumentando ainda mais a impaciência de Taylor Tarik atendeu ao telefone.
- Sabe que horas são? – Tarik perguntou deixando transparecer sua voz rouca de sono e seu sotaque turco.
- Não sei... Na verdade nem dormi. – o ator confessou enquanto coçava os olhos. – Preciso saber como repercutiu o acidente de ontem e como foi na rádio...
- Pode ficar tranquilo cara... Humm... Quero dizer... Vai ser noticia, mas nada muito grande e na rádio vamos remarcar para semana que vem... – Tarik falava enquanto rolava de um lado para o outro em sua cama esfregado os olhos fechados pelo sono. – Agora posso voltar a dormir?
- Não... Preciso dar algum jeito para ajudar ... Preciso da sua ajuda.
- Já pensou em algo?
- Na verdade não sei... É a mesma mulher que me ajudou no Rio, se lembra? – o ator perguntou encostando as costas na cabeceira da cama.
 - A que rejeitou seu autógrafo? É a mesma? – Tarik perguntou sentando-se finalmente na cama.
- Pois é ela mesma.
- Belo modo de retribuir uma ajuda em Lautner! – o sarcasmo bateu forte nos ouvidos de Taylor o fazendo revirar os olhos.
- Eu é que sei! Se não fosse trágico poderia até rir... E justamente por esse fato que me sinto ainda mais responsável! Tenho que reverter essa situação de algum jeito.
- Bom se ela for gente boa mesmo como você me falou já sabemos que não vai querer abrir um processo, mas de qualquer forma mais tarde se quiser posso conversar com seu advogado sobre as precauções que precisamos tomar e esse tipo de coisa... – Tarik falava segurando o celular com a mão esquerda enquanto separava em seu closet uma troca de roupa e andava até seu banheiro lavar seu rosto.
- No momento não estou pensando nisso, se quiser me processar vou pagar o que for certo e pronto mesmo achando que ela não vai agir assim...
- De qualquer forma vou ligar para o advogado... Se tiver alguma novidade te ligo ok! – Tarik falou preparando-se para desligar.
- Mas ainda não sei o que fazer para ajudá-la Tarik!
- E o que você quer que eu diga? – o descendente de turco perguntou ligeiramente confuso.
- Não sei... Mas ei uma ajudinha cai bem, não é? – Taylor perguntou levemente irritado.
- Isso meu amigo terá que ser por sua conta agora vou resolver seus outros problemas, até!
Ao ouvir isso a linha do outro lado ficou muda indicando que o assistente desligara deixando o ator ainda sem respostas. Sem muita opção Taylor decidiu começar seu dia indo em direção ao banheiro tomar uma ducha.


Já se passava das dez horas da manhã e o sol ardia na pele das pessoas que andavam pelas ruas de Los Angeles, no céu poucas nuvens brancas se atreviam a aparecer tornando aquele um ótimo dia verão. As pessoas entravam e saiam do Hospital Geral de Santa Mônica ora médicos, ora pacientes e enfermeiros aquele era mais um dia comum ou ao menos deveria ser se não fosse a presença de alguns paparazzi na porta do hotel.
Lautner chegou acompanhado por Jeff usando seus habituais óculos estilo aviador e um boné azul marinho tentando em vão não evidenciar sua presença ali, para ele aquele era realmente o ônus de ser conhecido como um astro “hollywoodiano”, no inicio falava nas entrevistas e para outras pessoas que sabia lidar com aquilo, que os paparazzi gritando e correndo atrás dele era algo que sempre saberia lidar, mas com o tempo foi se mostrando uma total mentira.
Hoje Taylor podia dizer que apenas os suportava.
Após despistarem os paparazzi ambos seguiram para a recepção do hospital, uma simpática senhora de aproximadamente 50 anos de cabelos castanho claro e olhos cor de mel os esperava atrás do balcão.
- Em que posso ajudar? – ela perguntou ajeitando seus óculos.
- Por favor, ontem deu entrada na emergência uma mulher chamada , estamos aqui para visitá-la.
- Qual é o sobrenome, por favor? – a senhora perguntou analisando os dois homens a sua frente, não estava reconhecendo totalmente Taylor, entretanto algo em sua memória lhe dizia que deveria sim lembrar-se dele.
- Na verdade senhora... – Taylor olhou para a mulher tentando encontrar o crachá com seu nome – Michelle não sabemos o sobrenome será que poderia nos ajudar com isso?
- Sim, claro... Só um momento, por favor. – Michelle olhou novamente para a tela do computador e começou a digitar e procurar no sistema o nome que o moreno lhe dissera. – Encontrei. Sorte sua este não ser um nome muito comum.
- Em que quarto a encontro?
- Pode se dirigir para o segundo andar, ela está instalada no quarto 2238. Ah e seu nome completo é Mendes Pizzicolli, quando vier visitá-la novamente será mais rápida e facilitada a sua entrada. Por favor, para cadastrar no registro de visitas poderia dizer seu nome?
- Taylor Lautner. – o ator falou ligeiramente admirado pela recepcionista não o reconhecer.
- Ok, obrigada. Desejo melhoras para sua amiga.
- Obrigada.
Taylor e Jeff dirigiram-se até o elevador sendo observados por algumas pessoas que passavam no saguão do hospital. Somente após alguns segundos que Michelle finalmente percebeu quem atendera piscando repetidamente surpresa.
- Não acredito! Minha filha vai me matar quando contar o que aconteceu! – soltou uma risada sem graça ao perceber que era tarde demais para pedir um autógrafo para a filha de 15 anos.
No elevador o silencio imperava totalmente, Taylor estava irremediavelmente preso em seus pensamentos e culpa pelo acidente e os danos causados. Ainda não tivera tempo e nem cabeça para verificar os danos causados em seu carro, mas acreditava que nada poderia ser pior aos danos que causara em .
- Você já sabe o que vai fazer? – Jeff perguntou quando o elevador abriu a porta no segundo andar.
- Ainda não faço ideia do que vou fazer, mas não vou deixá-la sem ajuda disso tenho certeza. – falou parando em frente a porta com o número 2238 engolindo o bolo de ansiedade que se formou na garganta.
Com duas leves batitas girou a maçaneta esperando que a encontrasse acordada e até talvez nervosa por se encontrar naquela situação, entretanto o que viu foi uma linda mulher morena ressonando profundamente. Sem esperar por Jeff Taylor andou devagar até a cama da brasileira observando melhor seu braço esquerdo estava perfurado para a administração do soro e possíveis remédios intravenosos, em seu braço direito o gesso branco envolvia sua mão deixando livre apenas seus dedos e indo até a altura do cotovelo seu pescoço estava com o protetor cervical e pela diferença de altura no cobertor que a cobria até o busto sua perna esquerda também estava engessada. usava uma roupa hospitalar branca com pequenos símbolos do hospital e mesmo com o curativo em sua testa e os leves arranhões sua beleza destacava-se.
Cabelos levemente cacheados em um tom castanho terroso quase café molduravam o rosto oval com um pequeno nariz, lábios fartos e como Taylor lembrava grandes olhos castanhos, porém naquele momento permaneciam fechados. Sua respiração era tão tranquila e olhando para o aparelho de pressão e medição de batimentos cardíacos acreditava que ela estava bem, ao menos era isso que desejava!
Os médicos haviam feito o que seu pai pedira colocando-a em um quarto individual e confortável. Taylor olhou em sua volta observando um pouco mais do lugar tudo era como no resto do hospital, em tom pastel. As paredes no tom creme, o piso em um tom azulado, as cortinas da única janela do quarto também em creme, o cobertor e lençóis em tons de bege e azul tendo como o único destaque mais colorido os dois quadros que enfeitavam a parede ao lado da cama hospitalar. Em frente à cama suspensa na parede havia uma televisão de tamanho razoável de LED e no canto da parede depois da porta do banheiro e próximo a janela uma cômoda também bege com um grande arranjo de flores amarelas com um cartão.
Lautner olhou para o segurança estranhando o fato das flores estarem ali sendo que não havia pedido para mandarem nenhuma fazendo Jeff apenas encolher os ombros também sem entender. Movido pela curiosidade o ator foi até o cartão descobrir quem seria o remetente que para sua surpresa estava em seu nome, soltou uma risada nasalada imaginando que só poderia ser algo pensado por Tarik ou quem sabe até por sua mãe.
- Definitivamente pensaram tudo por mim. – falou por fim balançando o cartão em suas mãos.


O dia passou lento para Taylor sentado na confortável poltrona próxima a cama de sabendo que não tinha hora para sair dali o ator dispensara Jeff para que ele aproveitasse seu dia, lera revistas, assistira TV, olhara a internet através do iphone, conversara com o médico que cuidava da saúde da brasileira e tinha que admitir o quanto aquilo estava entediante. Sua natureza não era de alguém que passava tanto tempo parado e, além disso, contribuía também para sua impaciência as constantes ligações de Sara, ligações que rejeitava sem nem mesmo pensar duas vezes. Dr. Richard lhe explicara que para a melhor recuperação haviam sedado , entretanto ela acordaria ainda naquele dia o médico só não sabia informar exatamente qual seria este momento o que fez Taylor permanecer ali praticamente o dia inteiro.
Sentado ali naquela poltrona zapiando os canais finalmente sentiu o cansaço da noite não dormida, seus olhos pesaram e aos poucos sentiu a inconsciência o levar.
sonhava por meio das suas lembranças de uma época em que sua felicidade era plena, tomava banho após um dia cansativo de trabalho.
“- Como foi a reunião com os empresários da rede de supermercado? – ela perguntou enquanto colocava no centro da cama o pequeno embrulho de presente.
- A recepção da nova campanha foi o que esperávamos... – a voz masculina abafada pelo barulho do chuveiro despertava ainda mais ansiedade em , ela não via a hora que ele descobrisse sua surpresa. – O fechamento desta conta com essa rede de supermercados vai mudar nossas vidas Vi, consegue imaginar isso? Vamos poder até comprar aquela casa que vimos perto do Ibirapuera! – o moreno terminou de falar saindo do banheiro com uma toalha enrolada na cintura e uma outra secando seus cabelos pretos e curtos.
apenas ouvia seu marido divagar sobre o que poderia acontecer, mas não conseguia prestar atenção em nada estava concentrada apenas na reação de seu esposo em quando abrisse o pequeno embrulho de presente.
- O que foi? – perguntou percebendo a inquietação da morena.
- E-eu... Eu trouxe um presente para você... – ela sussurrou sem conseguir tirar o sorriso do rosto. – Temos muito que comemorar não é?
- Vi não precisava disso! – falou andando em direção da mulher abraçando-a e beijando ternamente sua boca carnuda.
- Abra!
observou enquanto pegava o pequeno presente e o desembrulhava vendo aos poucos uma pequena caixa de sapatos feitos por linha de lã aparecer. Demorou alguns segundos para ele entender o que aqueles pequenos sapatos brancos representavam.
- V-você tem certeza? – perguntou incerto observando sua esposa.
- Sim... Talvez essa não seja a melhor época para acontecer, mas prometo que vamos dar um jeito... Podemos continuar aqui no apartamento. – ela falou temendo que o marido não fosse ficar tão feliz. – E-eu sinto muito! Acho que não lembrei de tomar o anticoncepcional uma ou duas vezes, estava tão preocupada em conseguirmos essa conta que...
Sem esperar que ela terminasse a frase a beijou apaixonadamente soltando apenas quando o ar já era escasso em seus pulmões sempre se derretia com seus beijos ficando totalmente entregue aos toques do marido. Ela o observava com o olhar nebuloso pelo prazer que tivera apenas pelo beijo respirando descompassivamente pela boca entre aberta.
- Esse foi o melhor presente que alguém poderia me dar! Somente você que me completa e somente você que me poderia me dar a alegria de ser pai! – falava com o rosto próximo ao dela segurando com suas grandes mãos as laterais de seu rosto e tocando o nariz dela com o seu. – Nunca peça desculpas por me fazer feliz, ouviu? Nunca!
- Então está feliz? – ela sussurrou sorrindo.
- Feliz? Não estou feliz... Estou em êxtase! – falou rindo a abraçando pela cintura colando ainda mais seus corpos. – Eu vou ser pai! EU VOU SER PAI!
gritou enquanto erguia no estilo noiva em seu colo girando seus corpos pelo quarto arrancando gritos de surpresa e risos dela...”
- Humm... ... – sussurrou na cama do hospital apertando automaticamente a mão quente que estava por cima da sua esquerda acordando automaticamente Taylor.
Lautner acordou sentindo a pressão em sua mão não lembrando quando colocou sua mão sobre a dela. Ele olhou atentamente por seu rosto que parecia ligeiramente iluminado e mais feliz como se estivesse sonhando com algo bom, observou a trepidação de seus olhos e o mover de sua boca esperando que finalmente acordasse.
- Humm... – resmungou novamente movendo levemente a cabeça abrindo os olhos devagar.
A brasileira olhou para o teto branco sem entender onde estava sentia seu corpo dolorido e um pouco dormente, seus olhos estavam embaçados e sentia sua boca seca e amarga além de uma leve irritação por ouvir aquele bip constante. Piscou algumas vezes e olhou para seu lado esquerdo sentindo sua mão envolta por algo quente e macio, olhou encontrando uma grande mão levemente bronzeada sobre a sua, entretanto não conseguia recordar em sua mente de quem era aquela mão ou o que acontecera para estar deitada ali naquele lugar. Exitante subiu o olha encontrando para sua surpresa um rosto conhecido mundialmente, Taylor Lautner que agora lhe sorria mostrando todo o esplendor da sua beleza.
- Oi... – Taylor sussurrou sem saber muito bem o que falar enquanto aqueles grandes olhos castanhos o analisavam.
- Oi... – após alguns instantes lambeu os lábios o respondendo com uma voz rouca pela falta de uso.

Capitulo 4


Os segundos passavam vagarosamente enquanto se encaravam. Taylor preferiu esperar que ela processasse em sua mente onde estava, podia perceber que a sedação ainda fazia efeito sobre seu corpo e mente causando assim sua lentidão.
- Sede... – sussurrou não conseguindo suportar mais a secura da garganta.
Taylor prontamente buscou um copo de água colocando um canudo para facilitar o trabalho dela, já que, não sabia se podia e nem queria mexer nela antes de avisar ao médico que acordara.
- Aqui, mas beba devagar... – Lautner colocou o canudo em sua boca esperando que ela sorvesse o liquido transparente. – Quer saber o que aconteceu? – ousou perguntar enquanto ela terminava de beber a água.
- Por favor... – falou por fim percebendo inclusive a hesitação de Taylor em começar a contar o que acontecera.
- Oh boy... – sussurrou tomando coragem para contar. – Bem... Eu estava dirigindo quando resolvi parar no restaurante de comida italiana, o Toscana, e quando virei à esquina você estava lá... Parada no meio da rua... Tentei buzinar e frear, mas foi tarde de mais. Quando vi você já tinha sido jogada no capo do carro e em seguida na calçada. – Taylor contou tudo o que lembrava sem conseguir encarar aqueles olhos castanhos. – Eu... Eu realmente sinto muito! Realmente sinto! Fiquei tão apavorado quando a vi desmaiada na calçada...
- Shh... Está tudo bem, estou bem agora. – sussurrou apertando a mão bronzeada do ator tentando confortá-lo.
O ator olhou para a mulher deitada próxima a ele aturdido, ele havia acabado de contar que a atropelara e ainda assim ela o confortava. Que mulher é essa, meu Deus?! Pensou confuso e admirado com a sua atitude.
- Humm... Vou chamar o médico e avisar que acordou ok! – falou ainda atônito andando em direção à porta do quarto.
apenas fechou os olhos sentindo seu corpo dolorido e muito cansaço, em sua mente começava a lembrar do que acontecera antes de desmaiar, realmente concluindo que tudo aquilo fora sua culpa. Se não tivesse andado tão distraída pela rua teria calculado que quando o gerente do Toscana a chamou não estava na calçada como achava e provavelmente teria evitado todo aquele transtorno. Só esperava que não tivesse acontecido nada tão sério com seu corpo.
Após alguns minutos a porta do quarto abriu-se novamente fazendo a brasileira abrir os olhos novamente e olhar na direção do barulho.
- Ora, ora é muito bom ver nossa bela adormecida acordar. – Dr. Richard brincou sorrindo docemente para sua paciente.
- Olá. – falou levemente dando um leve sorriso, olhando de soslaio Taylor que permanecia sério atrás do médico.
- Taylor me disse que já lhe contou sobre o acidente, certo? Você conseguiu lembrar? – o médico perguntou enquanto abria seu prontuário preso à cama.
- S-sim, lembrei-me de tudo até a batida.
- Isso é ótimo, agora vou fazer alguns exames ok! – Richard falou começando a examinar seus sinais vitais e reflexos para depois examinar seu ferimento da cabeça e as costelas. – Você sente algum incomodo?
- Humm... Meu corpo todo dói. – ela confessou enquanto passava a língua pelos lábios a fim de umidecê-los. – Minha cabeça está latejando e... Sinto um pouco de dificuldade para respirar...
- Sim, entendo. – o médico falou enquanto anotava algo no prontuário. – Bom você teve algumas escoriações além do rádio do braço direito trincado, duas costelas no lado esquerdo trincadas causando assim essa dificuldade na respiração, a fíbula da perna esquerda está quebrada e também com a queda sofreu um leve traumatismo craniano que está causando o latejar na cabeça, entretanto não precisa se preocupar não haverá maiores sequelas. – Richard tentou aliviar a tensão que percebeu formar-se no cenho da paciente. – Vou prescrever antibióticos e analgésicos que vão ajudar na sua recuperação. Para o braço vai precisar permanecer com o gesso por apenas um mês e para a perna será um pouco mais por ter fraturado realmente... Cerca de dois meses no máximo. As costelas demoram cerca de um mês para completar a cicratização, porém não será necessário todo esse período de repouso... Vou pedir que fique de repouso apenas duas semanas e nas outras duas semanas sem levantar qualquer tipo de peso. Quanto à cabeça no máximo até o fim da semana não terá mais dores. Após a retirada do gesso vou avaliar realmente quanto tempo será necessário de fisioterapia para o fortalecimento dos membros, mas acredite em mim você ficara novinha em folha!
O médico falava rapidamente aparentemente sem perceber o pânico que se formava dentro do âmago da brasileira, não planejava ficar tanto tempo nos Estados Unidos, sua viagem era de apenas uma semana para o acompanhamento do casamento de Clarissa. Clarissa! Meu Deus! Pensou finalmente percebendo que pela janela parecia ser fim de tarde, com todos os acontecimentos esqueceu-se completamente do compromisso marcado com a noiva.
- Oh meu Deus! Oh meu Deus! Oh meu Deus! – ela falou rapidamente tentando em vão levantar-se da cama sentindo automaticamente uma dor aguda em suas costelas e uma picada em seu braço esquerdo que ainda estava sendo utilizado para medicação intravenosa.
Taylor e Dr. Richard se assustaram com a agitação de segurando-a rapidamente para que permanecesse deitada. Taylor olhou profundamente em seus olhos percebendo sua angustia profunda.
- O que aconteceu ? – Richard perguntou recolocando a agulha para medicação intravenosa.
- Que horas são? – ela ignorou completamente a pergunta do médico enquanto sua mente trabalhava na procura de uma solução para seu problema.
- O que isso tem haver? – Taylor perguntou não entendendo sua aflição, vendo que ela não responderia olhou para seu relógio. – São quinze para as seis. Agora pode nos responder o que aconteceu? – perguntou um pouco mais duramente.
Uma lágrima escorreu fracamente por seu olho devido a dor das costelas, mas ela retomou rapidamente o controle de si.
- Minha noiva... Ela deve ter ficado horas me esperando... Íamos ver o vestido há duas horas! – falou tentando lembrar-se do celular de Clarissa, nunca em sua vida profissional havia deixado uma noiva esperando sempre tivera cuidado em tratar suas noivas muitíssimo bem!
Taylor a olhava em estado de choque, não conseguia acreditar que depois de dois anos reencontraria a brasileira e ainda descobriria que ela virara lésbica! Percebendo a tensão no quarto o médico achou melhor intervir para aliviar o clima.
- Então você está noiva de uma mulher? E qual seria o nome da sortuda? – Richard perguntou ajeitando os óculos com o dedo indicador enquanto sorria. O mesmo sorriso fechou quando viu os olhos da paciente alargassem assustados e surpresos. – Se quiser pode nos passar o telefone para a avisarmos que está aqui...
- Não! Não! Vocês entenderam errado! Não sou lésbica e muito menos vou me casar! – falou o mais rapidamente que sua respiração deixava tentando esclarecer o mal entendido. – Desculpe por ter expressado errado! Nada contra quem gosta de pessoas do mesmo sexo, mas sou hetero ok! – falou sentindo seu rosto esquentar provavelmente estava corando com a situação embaraçosa. – Sou organizadora de casamentos e uma das minhas clientes estava me esperando esta tarde para provar o vestido. – terminou de explicar dando um sorriso sem graça.
- Oh eu sinto muito por ter deduzido errado! – o médico falou embaraçado. – Mas de qualquer forma se quiser pode usar o telefone do quarto para avisar “sua noiva” o que aconteceu, com toda certeza ela vai entender dado que foi um acontecimento de força maior que a impediu de trabalhar esta tarde. Bom agora que está mais calma vou pedir para a enfermeira recolocar o soro em seu braço e também administrar seus remédios ok! Amanhã pela manhã já recebera alta, tem mais alguma dúvida.
- Quando sair daqui posso tirar esse gesso e colocar a bota? E quando vou poder viajar? – perguntou de uma vez sentindo-se cansada pelo esforço.
- Quanto à bota não há problema nenhum, posso inclusive pedir para a enfermeira efetuar isso para você, mas referente a viajar gostaria que não fizesse até estar completamente curada, com a mudança atmosférica além de causar algum incomodo é possível que tenha outros agravantes também. Qualquer outra dúvida estarei de volta amanhã para efetuar a alta. Até amanhã , Taylor. – Dr. Richard falou por fim saindo do quarto.
Taylor ainda estava parado próximo ao pé da cama tentando segurar a risada causada pela situação anterior.
- Eu sei que quer rir... Também riria se pudesse. – a brasileira falou sorrindo para o ator que não conseguiu segurar mais o sorriso.
- Deveria ter visto seu rosto horrorizado! Foi hilário! – Taylor falou rindo levemente.
- Não soube expressar bem as palavras... Realmente embaraçoso. – ela falou sorrindo também enquanto sentia o rosto esquentar novamente, colocando a mão engessada em cima do mesmo para esconder sua vergonha.
- Serio... Quer que ligue para a tal noiva? Posso fazer isso, explico o que aconteceu...
- Eu gostaria, mas não lembro o telefone tenho no meu celular que deve ter sido perdido no acidente. – divagou sem perceber que Taylor tirava da pequena cômoda sua bolsa.
- Seria esse celular aqui? – ele perguntou sorrindo enquanto balançava o mesmo na sua frente.
- Minha bolsa! – exclamou levantando a mão engessada em sua direção. – Obrigada Taylor, minha vida está aí dentro!
Depois de alguns minutos conseguiu finalmente falar com Clarissa explicando todos os acontecimentos, Clarissa se compadeceu dizendo que a visitaria mais tarde e para não se preocupar que veriam o vestido quanto estivesse em condições. Neste meio tempo a enfermeira entrou no quarto administrando novos remédios, recolocando a agulha flexível e também levantando a cama de para uma posição mais confortável colocando uma bandeja com seu jantar. Surpreendentemente naquele momento a fome fez-se presente no estomago da brasileira a lembrando que estava apenas com o almoço do dia anterior. Taylor aproveitou para jantar ao ver que havia também uma bandeja para o acompanhante.
sentiu sua boca salivar ao ver o frango grelhado e purê além da salada e legumes que preenchiam o prato a sua frente sem hesitar colocou uma garfada na boca não sabia dizer se era simplesmente sua fome ou se realmente a comida daquele hospital era realmente boa, entretanto naquele momento nada importava a não ser saciar sua fome.
Taylor enquanto jantava olhava de soslaio para , não conseguia entender como funcionava sua mente há dois anos oferecera ajuda sem se importar com as consequências e hoje em nenhum momento viu alguma atitude que desse a impressão que estava pensando em si antes dos outros, primeiro o confortou enquanto ele dizia que tinha lhe atropelado e em segundo não pensou duas vezes antes de querer levantar da cama para atender a tal noiva que estava auxiliando. Será que alguém poderia ser tão altruísta como ela aparenta ser? A pergunta rondava sua mente deixando o ator completamente sem resposta.
- Pode falar... – A voz de ecoou pelo quarto que até então estava em silêncio. – Vamos pode desembucha.
- O que? – Taylor perguntou sem entender limpando a boca com o guardanapo de pano colocando junto com os talheres na bandeja agora somente com restos de comida.
- Você estava me olhando como se quisesse dizer algo... Pode falar. – ela olhou fixamente para o ator percebendo que sua fisionomia amadurecera nesses dois anos.
- Apenas estava tentando lhe entender, parece um mistério o jeito que sua mente funciona. – confessou pegando a bandeja do colo de e colocando junto com a sua na cômoda.
- Não sou um mistério... Se quiser entender algo pode perguntar... – a brasileira falou sinceramente sorrindo.
Quando Taylor abriu a boca para começar a vomitar suas dúvidas ouviram duas batidas na porta para em seguida ser aberta e adentrar um homem muito alto na faixa dos trinta anos de olhos negros e pele levemente bronzeada usando o uniforme da policia.
- Boa noite, você é Pizzicolli? – a voz grossa do policial chegou a amedrontar um pouco a brasileira mesmo ele parecendo estar sendo gentil.
- S-sim, em que posso ajudar policial? – ela perguntou tentando passar firmeza em sua voz.
- Ontem a senhora deu entrada neste hospital como vítima de atropelamento, gostaria de fazer algumas perguntas se não se importar. – ela apenas acenou com a cabeça para que o policial continuasse. – Você conhece seu agressor?
- Não houve agressão, foi apenas um acidente e sim eu o conheço. – falou com mais firmeza em sua voz.
- E qual seria o nome da pessoa que estava na direção, já que diz ter sido um acidente. – o policial perguntou observando atentamente a feição da brasileira e também a de Taylor que até o momento permanecera calado.
- Fui eu policial... – Taylor falou já imaginando que ele sabia desse detalhe.
- O senhor é Taylor Daniel Lautner? – o policial perguntou enquanto olhava em suas anotações.
- Sim, senhor.
- Ótimo então já vou falar com o senhor também. Agora continuando senhora Lav...
- Apenas policial... Posso contar exatamente o que aconteceu e desde já assumo qualquer culpa pelo acidente. – Ela falou rapidamente antes que o policial se opusesse. – Estava saindo do restaurante Toscana no fim da tarde de ontem e me distrai enquanto procurava meu celular dentro da bolsa que estava, comecei andar pela calçada e não percebi que já estava no meio da rua quando o gerente do restaurante me chamou justamente para devolver meu celular. Justamente neste momento o carro do Taylor virou a esquina e nem ele e muito menos eu conseguimos desviar e aí o acidente aconteceu.
- Então pelo seu relato o senhor Lautner entrou na rua em que estava sem verificar antes o acesso? – o policial perguntou com a sobrancelha levantada.
- Não, eu não disse isso. Disse que no momento em que virei para responder o gerente do restaurante ele entrou na rua então não houve tempo para reação. Se tivesse continuado a andar até o outro lado da rua nada disso teria acontecido. – falou com convicção sabia muito bem o que o policial estava tentando fazer, queria que ela vacilasse no depoimento.
Taylor por sua vez a olhou sem conseguir acreditar, ele havia atropelado a brasileira e mesmo assim ela assumia toda a culpa pelo acidente.
- Então se isso for realmente verdade o senhor Lautner pode inclusive lhe processar caso queira? – o policial pressionou um pouco mais convicto que a mulher a sua frente jogaria a culpa no ator sentado ao seu lado.
- Sim, com toda a certeza. – Taylor não conseguia acreditar nos seus ouvidos, piscou aturdido resolvendo finalmente tomar a frente da situação.
- Não isso não é verdade senhor policial, assumo totalmente a responsabilidade pelo acidente, além disso, de acordo com o código de trânsito o condutor em um caso de atropelamento que deve levar a culpa e...
- Realmente isso é verdade meu rapaz, mas só poderemos dar continuidade se uma queixa for apresentada. Então gostaria de abrir uma queixa contra o senhor Lautner? – o policial perguntou calmamente.
- Definitivamente não.
- Ok, caso mude de ideia ou queira processá-lo pode procurar um advogado. Agora quanto ao senhor Lautner, terá que comparecer a delegacia para pagamento de multa e também verificação da sua carteira. – o policial falou fechando sua cardeneta e colocando a caneta no bolso.
- Sem problemas, policial Lopez – respondeu Taylor vendo a pequena placa presa na parte da frente do uniforme.
- Estimo melhoras . – Lopez falou por fim dirigindo-se até a porta saindo logo em seguida.
Assim que o policial saiu pela porta Taylor virou-se para com as mãos na cintura, não podia acreditar que ela tentara colocar a culpa em si mesma sem pensar nas consequências.
- Pode me dizer por que fez isso? – ele perguntou levemente irritado com a atitude da brasileira.
- Estava tentando lhe ajudar e, além disso, em nenhum momento menti! – a irritação era perceptível no tom da sua voz tornando-a levemente mais aguda.
- Me ajudar? Me ajudar? Se colocando como culpada? – Taylor respirou fundo apertando a ponta do nariz em seguida, não queria se dar ao luxo de descontrolar-se com ela. – Será que percebeu que em nenhum momento enquanto esteve acordada pensou em você, pensou no seu estado ou em algo que a beneficiasse? Pelo jeito acredito que não por que você me consolou, se preocupou com seu trabalho e agora tentou me defender de um erro estritamente meu!
Taylor terminou seu pequeno discurso voltando-se para olhar nos olhos de percebendo o quão brilhosos estavam! Oh boy! Eu a fiz chorar! Pensou arrependendo-se instantaneamente pelo que falara há pouco. Em contrapartida segurava a respiração contendo a dor que alastrava seu coração, das poucas brigas que tivera com todas era pelo mesmo motivo, motivo esse que Taylor acabara de brigar com ela também. Momentos como esse fazia a cicatriz aberta em seu peito sangrar e a pouca resistência que tentava construir em torno de si nesses dois anos trepidava dando a impressão de querer se quebrar.
- Ah não chore! – Taylor tentou consolar a morena se aproximando da cama hospitalar. – Não falei por mal eu...
- Tudo bem Taylor... Não estou chorando... Apenas me lembrei de uma coisa... – ela falou enquanto levantava a mão para parar o ator de prosseguir com suas desculpas. Soltou o ar aos poucos sentindo sua costela reclamarem fechando os olhos para não derramar as lágrimas que os enchiam.
- Realmente sinto muito por ter me exaltado, deveria estar me desculpando por tê-la atropelado e não brigando com você. – Lautner falou sentando-se ao seu lado novamente enquanto segurava sua mão boa.
- Não precisa se desculpar, às vezes, causo essa reação nas pessoas mesmo e também pode parar de se desculpar pelo acidente, pois foi exatamente isso, um acidente... Não é como se você tivesse tentando me matar ou algo assim? Ou você estava tentando me matar por não ter aceitado seu autógrafo e dinheiro há dois anos? – ela brincou sorrindo e arrancando uma gargalhada dele.
- Não, definitivamente não estava tentando me vingar! – Taylor falou alguns segundos depois.
Eles se encararam por um breve momento o ator podia ver a ternura no olhar da brasileira de sorriso fácil e percebeu o quanto ela poderia ser perigosa para si mesma, se em tão pouco tempo percebeu o quanto ela era altruísta não conseguia imaginar como as pessoas poderiam querer explora-la, sentiu-se naquele momento responsável em protegê-la dos outros e até de si mesma o que deu a ele uma ideia de como poderia finalmente retribuir tudo o que fez por ele.
- eu volto em um instante ok! – Lautner falou rapidamente andando em direção à porta do quarto para colocar seu plano em prática.
por sua vez observou o ator sumir pela porta ficando novamente presa em seus pensamentos e angústias, tinha que encontrar uma forma de voltar para Brasil não tinha condições de cuidar de seus ferimentos ali estava sozinha na cidade e tinha programado sua viagem para apenas uma semana, nem ao menos sabia se seu visto permitiria que ficasse muito mais tempo do que isso!
Sentiu a ansiedade bater forte em seu peito!
E ainda tinha sua filha de praticamente 3 anos, se ficasse lá inclusive poderia perder seu aniversário o que era inadmissível! Teria que falar com seu pai e com sua cunhada para tentar encontrar uma solução, talvez se explicasse amanhã a situação para o médico que estava cuidando dela conseguisse voltar ainda essa semana para o Brasil. Somente depois disso faria contato com seu pai, não queria perturbá-lo sem algo em mente.
Alguns minutos depois Taylor voltou ao quarto contendo no rosto um sorriso enorme o que deixou a brasileira curiosa.
- Temos que conversar... – Lautner falou sentando-se na cadeira próxima a cama olhando fixamente em seu rosto. – Sei que quando estive no Rio e aconteceu tudo aquilo você não quis aceitar meu agradecimento e também tem tudo o que aconteceu com você ontem... Vou ser sincero, me sinto responsável e muito por estar nesta cama hoje e não vou aceitar um não seu novamente.
Taylor falava observando atentamente os sentimentos que passavam no rosto da brasileira. Já tinha percebido o quanto ela poderia ser teimosa também então resolveu sentenciar antes que fizesse alguma objeção.
- Falei com meus pais e eles concordaram com o que vou propor a você. Imagino que como veio a trabalho do Brasil esteja sozinha aqui, estou certo? – ele perguntou recebendo um simples aceno com a cabeça de . – E estando sozinha aqui não terá como cuidar dos ferimentos além que o Dr. Richard disse que precisará ficar duas semanas de repouso... Então o que estou te propondo é que se recupere em minha casa, lá vamos cuidar da sua recuperação, como falei meus pais e já concordaram vamos colocá-la no quarto de visitas é um espaço mais reservado na parte térrea da casa então terá um acesso facilitado para qualquer outra área da casa.
- Taylor, não posso aceitar isso! Não tem cabimento ficar em sua casa! Sou uma estranha e você é um ator conhecido vou acabar atrapalhando e não quero ser um estorvo para ninguém... – interrompeu as explicações de Taylor recusando a ajuda que o ator oferecia justamente como ele havia previsto.
- Desta vez não aceito um não . Você não pode cuidar de si mesma e também não pode voltar para o Brasil como Richard explicou, então desta vez você não tem escolha! Já está decidido. Amanhã após a sua alta vamos até o lugar que está hospedada e pegamos suas coisas.
O ator falou sem dar margens para discussão vendo os olhos da brasileira mudar levemente de cor ficando ligeiramente mais claros juntamente com a vermelhidão que apareceu em seu rosto e pescoço podia dizer com toda a certeza que ela estava a ponto de explodir pela ira que a tomava. Entretanto não disse uma só palavra preferindo fechar os olhos apertando-os fortemente apertando simultaneamente os lábios carnudos e fechando as mãos em punhos, pelo pouco que Taylor conhecia de psicologia sabia que ela estava trancando suas emoções dentro de si o que acreditou não ser a melhor opção. Quando abriu os olhos novamente estava totalmente tranquila sem nenhum indicio da raiva que instaurara em seus olhos anteriormente.
- Depois você vai ter que me ensinar esse mantra... Realmente parecer funcionar. – resolveu provocar um pouco para ver até onde ela iria.
- Você terá que merecer coisa que não está merecendo por ser tão autoritário! – ela respondeu com uma leve faísca nos olhos fazendo Taylor sorrir ainda mais.
- É às vezes sou autoritário mesmo! Cínico, teimoso e contraditório também se quiser acrescentar na sua lista de predicados. – brincou cinicamente.
- Esqueceu uma leve pitada de egocentrismo. – a brasileira devolveu erguendo uma das sobrancelhas.
- Ninguém é perfeito não é?
- Não mesmo, mas sabe Taylor não é sempre que se ganha, não ache que já está garantido a minha ida para sua casa. Por que se depender de mim e dos argumentos que darei ao Dr. Richard até quarta feira estarei embarcando para o Rio de Janeiro novamente... Então não cante a vitória antes do tempo. – falou levantando levemente seu queixo em sinal de afronta, uma coisa que não suportava era ser subjulgada aquilo realmente a tirava do prumo.
- Tudo bem, vamos ver o que Dr. Richard vai falar. – Taylor falou por fim sentindo um leve frio na barriga ao perceber que não seria tão fácil convencê-la. – Você ficará bem se eu for para a minha casa? Estive aqui o dia inteiro e dormi mal à noite...
- Pode ir tranquilo, amanhã estarei aqui não pretendo fugir. – brincou sorrindo levemente.
- Ótimo, amanhã bem cedo estou de volta.
Ambos olharam-se em um silêncio confortável Taylor não sabia ao certo com se despedir e por fim levantou-se da cadeira aproximando-se mais de depositando um beijo terno em sua testa.
- Até a manhã, durma bem. – ele sussurrou carinhosamente.
- Você também. – a brasileira sussurrou de volta o vendo de afastar lentamente segurando sua mão no final. – Taylor... – ela chamou o olhando em seus olhos. – Obrigada.
Taylor sorriu apertando sua mão delicada dela soltando em seguida indo até a porta olhando novamente para trás dando mais um adeus.


A noite passou rapidamente e quando acordou sentiu o sol passar por entre a cortina. Para ela mesmo com o cansaço não fora uma noite bem dormida, pois além do fato de dormir em uma cama hospitalar mal podia mexer-se sem que as costelas reclamassem, só esperava que quando fosse dormir em uma cama realmente conseguisse adequar uma posição mais confortável a que estava no momento.
Tentou não pensar nisso enquanto a enfermeira verificava seus sinais vitais e administrava os medicamentos juntamente com seu café da manhã.
não gostava de sentir-se dependente de outras pessoas sentia-se como estivesse sempre atrapalhando em uma situação como essa, o extremo dessa sensação foi ter necessitado do auxilio da enfermeira tanto para tomar banho como para fazer suas necessidades fisiológicas. Sentiu-se uma velha ao ter que tomar banho sentada em uma cadeira.
Após o terminar seu café esperou pacientemente que tanto o médico como Taylor aparecesse no quarto. Teve que confessar para si mesma o quanto estava surpresa com o reencontro, nunca passara por sua cabeça que encontraria novamente o ator e ainda mais em uma situação como essa. No período que estiveram juntos no dia anterior percebeu que o ator amadurecera perdendo totalmente as feições adolescentes, não havia como negar o fato dele estar ainda mais bonito, entretanto sua beleza hoje não era mais adolescente e sim adquirira um tom mais másculo e sério. Definitivamente o tempo fez bem ao rapaz perante seus olhos e outro fato irrefutável era a preocupação que Taylor tivera com ela, viu-se sorrindo ao pensar em todo o cuidado e tempo que estava despendendo a ela naquele momento inclusive chegando ao cúmulo, pelo menos em seu ver, de chamá-la para morar temporariamente em sua casa para receber cuidados.
Tudo isso para mostrava que Taylor não era apenas mais um rostinho de Hollywood e sim uma pessoa integra e de bom coração! Confessou a si mesma que ficaria muito feliz se a amizade entre eles dessa vez se solidificasse.
O barulho da porta a despertou de seus pensamentos vendo ao mesmo tempo Dr. Richard e Taylor entrarem no quarto. analisou suas expressões percebendo certo ar de vitória expresso no rosto do ator que a cumprimentou apenas com um oi.
- Bom dia senhorita Mendes, como está se sentindo? – Dr. Richard perguntou enquanto olhava seu prontuário.
- Me sinto melhor apesar de dolorida.
- Isso é bom, infelizmente vai ficar alguns dias desta forma, mas não é nada preocupante ok! Vou receitar seus medicamentos e pedir para que a enfermeira troque o gesso da perna por uma bota enquanto faço sua liberação, tudo bem? – o médico falou fechando o prontuário ajeitando novamente seus óculos.
- Na verdade Dr. Richard gostaria de conversar com o senhor... – falou com convicção desviando os olhos levemente para observar Taylor que ainda permanecia calado. – Preciso voltar urgentemente para o Brasil, então gostaria que o senhor fizesse minha liberação somente amanhã para dar tempo de alguém chegar aqui para me buscar.
- De maneira nenhuma posso fazer isso ! Nas condições que está não pode viajar em torno de vinte e poucas horas em um avião de poltronas apertadas...
- Mas doutor não posso ficar aqui, não tenho ninguém nesse país e se for esperar o tempo que explicou vou perder o aniversário da minha filha... – falou tentando comover o médico colocando seu melhor olhar a lá gatinho do Shrek. – Tenho uma vida no Brasil, não posso passar todos esses meses afastada! Minha filha vai fazer apenas 3 anos e e-eu... Eu...
- Sinto muito não posso fazer isso, por mais que entenda sua situação essa é uma viagem muito longa para alguém que acabou de ser atropelada da forma que foi... Posso parecer até um pouco cruel com você, mas é melhor sua filha ficar alguns meses sem a mãe por perto do que o resto da vida. – o médico falou sentindo o coração levemente apertado ao ver uma lágrima escorrer pelo olho da paciente a sua frente.
Taylor apenas observava a conversa afastado... Durante a noite achou que talvez ela pudesse mudar de ideia, entretanto percebeu que ela era muito mais teimosa do que imaginava. Ficou triste ao ver sua tristeza, mas não havia outra saída no momento pelo menos pelo tempo determinado pelo médico ficaria sob seus cuidados e de sua família. A brasileira por sua vez deu-se por vencida pelo menos por um tempo pensando que talvez quando as costelas estivessem recuperadas e retirado o gesso do braço poderia tentar adquirir a liberação médica para voltar ao Brasil novamente.
Sem muita saída naquele momento viu-se indo morar na residência dos Lautner’s não imaginando que a partir daquele momento sua vida nunca mais seria a mesma.

Capítulo 5
No quarto a penumbra e o silêncio imperavam enquanto )
ressonava tranquilamente em uma cama king size, coberta por um edredom florido em tons de vermelho. Os passos soaram cada vez mais alto conforme se aproximavam da porta de seu quarto. Carmem abriu a porta do quarto delicadamente sem bater indo diretamente para as janelas, abrindo em seguida as cortinas deixando os raios de sol entrar e iluminar todo o quarto.
-        Vamos, vamos chica! Chegou a hora de acordar e tomar seus remédios... – a senhora de voz mansa falava enquanto andava pelo quarto.
-        Humm... - )
gemeu remexendo-se na cama esfregando os olhos com a mão boa. – Já são oito horas?
-        Sim chica, nesses dias você tem se mostrado uma bela dorminhoca! – Carmem brincou enquanto ajudava )
a se sentar na cama.
-        Acho que são os antibióticos... Me deixam ainda mais sonolenta.
-        )
observou enquanto a senhora ajeitava a bandeja do café da manhã em seu colo. Já haviam completado uma semana que estava hospedada na casa dos Lautner e conforme as orientações médicas se encontravam de repouso absoluto, fato que a deixava praticamente a beira da loucura! Simplesmente não aguentava mais ficar enclausurada entre as quatro paredes daquele cômodo. Carmem era presença constante ali, já que fora resignada nesse período para ajudá-la, como também Taylor e os outros membros da família a visitavam, entretanto, para alguém ativo e inquieto como a personalidade de ) demonstrava ser, aquela semana tornou-se seu inferno particular.
-        Sem ter como ocupar as mãos e a mente com alguma atividade, a brasileira teve tempo demais para pensar e lembrar do que não queria e do que mais fugia... Carlos. Sua mente estava povoada por lembranças dos momentos que viveram juntos, tanto com os olhos abertos como com os olhos fechados. Era um filme que repassava todo momento causando assim ainda mais tristeza em seu coração. As feridas que naqueles dois anos que lutara tanto para fechar estavam ficando novamente em carne viva e em seu âmago pensava que não suportaria muito mais se continuasse como estava naquela cama. Somado a isso ainda se sentia inútil e inválida precisando de tantos cuidados como estava sendo dispêndio no momento.
-        Vamos hija tem que comer! Não tocou em nada que te trouxe. – Carmem falou colocando as mãos na cintura olhando a bandeja intocada no colo de )
.
-        Oh... Desculpe Carmem não estou com fome. – a morena respondeu piscando os olhos rapidamente enquanto voltava para a realidade.
-        Precisa comer carino, se quer ajudar na sua recuperação. Coma nem que seja um poquito vamos.
)
olhou mais fixamente para a mulher à sua frente. Carmem era americana, mas com descendência porto-riquenha. Seus olhos eram entre o mel e o verde de formato amendoado em um rosto redondo, pele morena, nariz e lábios grandes, seus cabelos eram tão negros como a noite sem luar e apesar de ser gordinha suas curvas eram bonitas não deixando aparentar seus 60 anos de idade e quatro filhos criados.
A brasileira via nela a força e o frescor que muitas mulheres de 20 ou 30 anos não possuíam fazendo uma admiração surgir de sua parte. Entretanto ainda mantinha-se fechada para diálogos mais profundos sobre sua história e sua viuvez. Definitivamente aquela não tinha sido uma de suas melhores semanas!
-        Realmente estou sem fome Carmem... Quem sabe mais tarde. – )
respondeu deixando para continuar sua análise mais tarde.
-        Hija acha que não tenho percebido o que está acontecendo? – Carmem perguntou após um longo suspiro sentando-se na ponta da cama. – Vejo a tristeza e a dor em você nina... Seu corpo está se recuperando do acidente, mas su corazón dói, seus olhos me mostram, e é uma dor muito maior do que quer mostrar. Dor de amor pode durar uma vida inteira e ela até pode te matar se deixar, mas quando aprendemos a viver com ela nos tornamos mais fortes, mais sábios...
)
sentiu seu coração apertar com as palavras da cozinheira de tantos anos de convivência com aquela família.
-        Não precisa me contar agora o que se passa, mas sabia que quando precisar de alguém estarei a dois passos de distância? – a porto-riquenha terminou de falar pegando a bandeja de seu colo e saindo do quarto sem esperar pela resposta que já sabia que não viria.
Com tantos anos vividos Carmem sabia muito bem o que acontecia com a hóspede da casa, dor de amor, dor que inclusive ela vivera quando seu marido a abandonara há 30 anos com quatro filhos sendo o mais velho de apenas dez anos. Naquela época vivera maus bocados tendo que trabalhar em dois empregos para sustentar sua família, motivo hoje de todo seu orgulho.
Completamente sozinha criara e educara seus filhos trabalhando honestamente, hoje todos já eram formados na faculdade e com suas próprias famílias. E mesmo contra a vontade dos filhos continuou a trabalhar sendo os últimos sete anos com a família Lautner. Voltando com a bandeja para a cozinha Carmem encontrou Deborah tomando seu café.
-        Bom dia Dona Deborah...
-        Bom dia Carmem... Pelo jeito ela não quis comer novamente não é? – Deborah falou observando Carmem colocar a bandeja na ilha de mármore no meio da cozinha. – Ontem ela também não comeu direito... Será que os remédios não estão fazendo bem? Vou ter que ligar para o hospital e resolver isso...
-        Não señora, isso médico nenhum vai resolver... – Carmem falou sentando-se na cadeira ao lado da patroa. – Isso é dor de amor, já vi acontecer Dona Deborah e acho que ficar de repouso não está ajudando.
-        Você acha Carmem? – perguntou a matriarca da família cortando um pedaço da panqueca com xarope de mel. – Tay nos contou a história da moça, mas não sei o que pensar...
-        O nino contou o que aconteceu no exterior, mas lá dentro só ela tem como saber o tamanho da dor...
-        Pode até ser Carmem, mas o problema é que por mais entediante ou até torturante a prescrição médica, é de mais uma semana de repouso... Imagino a sensação ruim que deve ser toda a situação, porém aqui não tem o melhor planejamento para a mobilidade de acidentados. – Deborah falou tentando se imaginar na situação de )
. – Aliás, isso é algo que preciso conversar com Daniel... Ainda temos pelo menos mais três meses com ela aqui, temos que deixar o mais acessível possível os cômodos da casa.
-        Realmente Dona Deborah, todos esses degraus não vão ajudar muito quando ela puder sair do quarto. – Carmem concordou levantando-se da mesa para colocar mais suco na jarra que estava sobre a mesa.
-        Bom dia! – Makena entrou na cozinha vestida com uma camiseta grande amarrada na lateral e um short jeans desgastado e os cabelos presos em um coque bagunçado. – Mãezinha! Caca!
Makena cumprimentou cada uma com um beijo na bochecha sentando-se em seguida na lateral da mesa e roubando um morango do prato da mãe fazendo as mais velhas sorrirem. A adolescente era tipicamente feliz ao acordar e simplesmente adorava aquela refeição, se dependesse de Makena todas as refeições seriam cafés da manhã recheados de bacon, ovos mexidos, panquecas, frutas, cereais, sucos, leite. Devido aos treinos do time de vôlei sempre estava com fome somada ao apetite tipicamente adolescente de uma menina de 16 anos.
-        Dormiu bem meu amor? – Deborah perguntou apoiando o rosto em uma das mãos.
-        Dormi muito bem! Sonhei com o Justin cantando uma música só pra mim mãe! – a caçula contou entusiasmada.
-        Quem sabe um dia seu irmão apresenta você para ele?! Apesar de ainda achar que ele parecer uma menina seria muito legal vocês se conhecerem não acha?
-        O Justin não tem cara de menina mãe! Ele é lindo.
-        Tudo bem, não está mais aqui quem falou! – Deborah levantou as mãos em forma de rendição. – Carmem tente mais tarde que ela tome pelo menos um suco certo?! Vou ao cabeleireiro e acredito que volto para almoçar, mas não precisa esperar. Qualquer mudança eu ligo avisando... E você mocinha, o que vai fazer com o seu domingo?
-        Nada de mais... Talvez mais tarde sair com as meninas ainda não sei. – Makena falou após engolir uma colherada de cereal.
-        Se não estiver aqui avise seu pai ok! – Deborah falou beijando a testa da filha enquanto pegava a bolsa que estava na outra cadeira.
Makena observou a mãe partir e voltou sua atenção ao seu café da manhã enquanto Carmem fazia suas obrigações na cozinha. Domingo normalmente era um dia tranquilo para a família Lautner sem muitos compromissos, um dia típico em família. Daniel, minutos depois desceu para acompanhar a filha no café da manhã enquanto no segundo andar Taylor acordava em seu quarto.
Nessa semana que passou Taylor teve poucas oportunidades de conversar com )
e nessas poucas vezes, mais parecia que ela o estava punindo por tê-la levado até lá. Mesmo sendo educada, Taylor sentia a frieza que antes não possuía no olhar dela e até poderia dizer que a brasileira havia tornado monossilábica e era justamente nisso que o ator pensava enquanto encarava o teto ainda deitado em sua cama. Não entendia o porquê daquilo, afinal tudo o que fizera fora para lhe ajudar. Seu assistente fora até o quarto dela no hotel recolhera todos os pertences levando para sua casa, ele mesmo contara o que aconteceu para a família da brasileira assumindo toda a responsabilidade.
Em todo o tempo que ela precisasse de cuidados Taylor iria arcar com todas as despesas inclusive da fisioterapia e mesmo assim sentia que )
mudara somente com ele. Via como ela era amável com Carmem e simpática com seus pais e Makena, e então se perguntava por quê?
Com um suspiro desistiu de permanecer deitado indo em direção ao banheiro relaxar o corpo e quem sabe clarear um pouco sua mente. Por mais que tentasse a tensão estava permanente em seus ombros, talvez por todos os acontecimentos além da reação nada amigável de Sara ao saber o que acontecera e qual tinha sido a resolução do problema.
Riu sem humor enquanto encostava a cabeça no azulejo deixando a água quente escorrer por suas costas definidas. Sara nunca havia se mostrado ciumenta até aquele momento mesmo antes de reatarem o namoro. Sara sempre o deixava a vontade para fazer o que queria ir e vir como e quando desejava. Quando contou a namorada o que acontecera, a briga entre eles fora catastrófica. Além da frieza de )
, Taylor recebeu por três dias o silêncio da namorada tendo muito trabalho para reverter isso, depois de muitos mimos e uma promessa que não teria nenhum sentimento maior por ) as coisas entre eles começavam a voltar ao normal e para reforçar ainda mais a ideia que o ator levava a serio o relacionamento deles hoje seria um almoço em família.
-        Espero que isso realmente funcione. – pensou alto enquanto fechava o chuveiro após ter terminado o banho.
Com a toalha enrolada na cintura foi até a pia do banheiro para fazer sua higiene matinal olhando seu reflexo no espelho não entendeu o olhar entristecido que possuía no rosto, teoricamente sua vida estava melhorando. Tinha feito as pazes com sua namorada, o acidente não afetara tanto seus planejamentos, tinha retribuído de alguma forma a ajuda que recebera dois anos antes. No fundo sabia que o real incômodo era a distância que )
colocara entre eles, mas não entendia porque sentia a necessidade de zelar pela brasileira. Não admitia para as outras pessoas, entretanto sabia que suas atitudes eram e foram exageradas até aquele momento. Só esperava realmente que de alguma forma pudesse reverter a situação para algo bom.
-        Tentando não pensar mais nisso, Taylor terminou de se arrumar preparando-se para um dia junto de Sara.


-        Makena terminava seu café enquanto conversava com o pai e Carmem quando viu Roxie caminhar até o quarto que )
estava acomodada. A pequena bola branca de pêlo neste pouco tempo se apegara muito na hóspede permanecendo ao seu lado praticamente o tempo todo. Sem conseguir aguentar a curiosidade Makena levantou-se indo até a porta do quarto. ) acariciava delicadamente com a mão boa os pelos levemente enrolados da cachorra sussurrando palavras amorosas enquanto Roxie grunhia feliz.
-        Ela gosta muito de você. – Makena afirmou finalmente entrando no quarto.
-        É eu acho que sim... – a brasileira concordou ainda acariciando a pet. – E eu de você não é Roxie? Quem é a princesinha da casa? Quem Roxie? – )
brincou com a cachorrinha afagando suas orelhas recebendo lambidas em resposta.
-        Está se sentindo melhor do que nos outros dias? – a irmã caçula do ator perguntou puxando papo para quebrar o gelo entre elas.
-        Na verdade não. Estou praticamente enlouquecendo aqui! Se tiver que ficar mais um dia deitada não sei do que sou capaz de fazer. – a morena confessou passando a mão boa levemente no braço direito.
-        Não fale isso nem de brincadeira! Deve ser chato ficar aqui assim, mas faltam só mais alguns dias para pelo menos poder começar a se locomover melhor.
-        Estou contando os segundos para isso acontecer.
Makena observou como )
estava mais abatida e ligeiramente mais magra de quando entrara naquela casa uma semana antes. Viu suas unhas por fazer e seu cabelo opaco e logo a ideia surgiu em sua mente, mas antes de falar qualquer coisa viu seu irmão parado na porta observando as duas.
-        - Bom dia Tay. – Makena cumprimentou o irmão sorrindo docemente.
-        Bom dia Kena, )
. – ele falou tentando colocar seu melhor sorriso no rosto apesar da tensão que sentia nos ombros.
Um oi curto e seco foi tudo o que ele recebeu de retorno comprovando na mente do ator que ele era o único tendo aquele tipo de tratamento já que ouvira toda a conversa anterior. Para ela me tornei um ditador só pode ser! Pensou tentando não transparecer a decepção.
-        Vou tomar café com a Sara, quer vir comigo Kena? – Taylor perguntou decidido a ignorar o tratamento de gelo que estava recebendo de )
.
-        Não, na verdade já tenho alguns planos para hoje.
-        Tudo bem... A gente volta para almoçar com todo mundo ok! Tchau para vocês. – Taylor se despediu sem dar muita atenção para )
. Decidira que se ela queria fazer birra ele também faria.
Taylor saiu de casa ainda mais irritado do que antes e sem a mínima idéia de como resolver a situação. Makena e )
ainda conversaram algum tempo até que a curiosidade de ) falou mais alto.
-        Kena só por curiosidade quais são seus planos para hoje?
-        Sabia que mais cedo ou mais tarde você iria perguntar! – Makena riu levemente. – Hoje eu vou cuidar de você! Não é pelo fato que está por enquanto de repouso que precisa estar desajeitada, então vamos fazer a unha, cabelo... Ter um dia de meninas!
-        Tenho que admitir que fiquei até mais animada agora! – )
sorriu contagiada pela animação da garota a sua frente.


-        Taylor chegou tranquilamente até o apartamento em que Sara morava, era uma região até razoável de Santa Monica, nada de luxo excessivo, mas nada também de pobreza. Simples e bonito. Um condomínio de prédios de cinco andares próximos à praia e muito verde a sua volta.
-        Sara levantara mais cedo do que o normal decida a fazer seu papel de namorada apaixonada perfeitamente, ainda sentia seu sangue ferver ao pensar na brasileira que estava hospedada na casa de Taylor, entretanto sabia muito bem que a sua relação com o ator não estava na melhor fase então com muito custo manteve sua boca fechada o máximo possível. Logo o barulho da campainha preencheu o ambiente fazendo o coração da loira disparar em seu peito, sempre fora daquela maneira quando pensava em Taylor desde a primeira vez que namoraram.
-        Oi amor! – falou sorridente após ter corrido para abrir a porta para o ator.
-        Oi Sara... Nossa o cheiro está bom! – comentou sentindo o cheiro da geleia de morando, waffer e panquecas logo na entrada.
-        Vem, tudo está quentinho, do jeito que gosta! – disse após dar um leve selinho em Taylor que sorriu entrando no clima ameno e descontraído de Sara.
A manhã passou rápida entre brincadeiras e muita comida. Por mais que ambos precisassem cuidar do físico de vez em quando não fazia mal poder se entregar aos prazeres da gula. Aos poucos Taylor foi relaxando e esquecendo os conflitos que tanto o atingiam deixando-se levar pela sedução da namorada acabando em sua cama entre lençóis amassados e completamente nu. Talvez fosse o tempo que se conheciam, talvez fosse pelo fato dela o amar, não sabia ao certo, entretanto Sara sempre sabia do que Taylor precisava podendo dizer que às vezes antes mesmo dele.
-        Tay se você continuar aí deitado vamos nos atrasar para o almoço com sua família... – Sara falou saindo do banheiro ainda enrolada na toalha.
-        Fiquei com preguiça... Hoje você está me mimando demais. – brincou sentando-se na cama.
-        Faz bem cuidar de quem a gente ama... Agora vai lá tomar um bom banho enquanto eu termino de me arrumar...
-        Sim comandante! – Taylor brincou batendo continência e andando nu até o banheiro ouvindo a risada de Sara em troca.


-        Seu cabelo tem cachos muito bonitos! – Makena falou enquanto terminava de secar o cabelo de )
.
-        Agora nem estão tão bonitos quanto antes... Eles iam até a minha cintura, eram o meu orgulho. – )
respondeu com um leve sorriso no rosto.
Ambas estavam a frente do espelho de corpo inteiro que decorava o quarto onde a brasileira estava hospedada. A manhã passara relativamente melhor do que todos os dias anteriores. Makena era uma adolescente leve, descontraída e engraçada contagiando automaticamente )
nas horas em que passaram juntas.
A irmã mais nova de Taylor passara a manhã cuidando da hospede arrumando seus cabelos, fazendo sua unha, sobrancelha, enfim cuidando de toda a estética feminina que havia sido deixada de lado nos dias que sucederam o acidente. Carmem aproveitou o bom humor da hospede oferecendo novamente o café da manhã rejeitado anteriormente sendo recebido de bom grado por ela.
-        Enquanto Makena finalizava a escova em seu cabelo )
observava o sol entrar pela janela imaginando o dia lindo que estaria fora daquelas paredes. A verdade é que se sentia enjaulada, presa na inutilidade momentânea causada pelo acidente e aquilo somado aos seus monstros interiores a estava matando.
-        Me leva lá fora? – )
perguntou voltando seus olhos para o reflexo de Makena no espelho.
-        )
mesmo com a cadeira de rodas é complicado. Lá fora tem muitas escadas... – falou preocupada parando de escovar o cabelo da brasileira. – Mamãe está resolvendo o problema de acessibilidade, pelo que parece uma casa cara como essa que o Tay comprou pra gente, ninguém pensou na acessibilidade...
-        Não tem problema estou com a bota... Posso andar até o jardim sem problemas, vou demorar mais do que o normal, mas consigo! Estou apenas machucada e não inválida Makena.
-        Já falei pra me chamar de Kena não foi? – ela repreendeu com um sorriso brincalhão no rosto. – Tá bem! Vou te ajudar ir até o jardim, mas se sentir qualquer coisa voltamos ok!
-        Ok! Prometo que vou bem devagar e não vou sentir nada! – )
falou com um sorriso de orelha a orelha.
-        Espera só um pouquinho que vou chamar a Caca pra nos ajudar a levar você até o jardim. – Makena falou saindo do quarto que era ao lado da cozinha onde a porto-riquenha estava fazendo o almoço.
Após longos minutos de recomendações de Carmem, resmungos de )
e risadas de Makena as três finalmente chegaram ao destino; o jardim na lateral da casa dos Lautner. O lugar era fantástico fazendo jus a mansão de um ator “hollywoodiano”. Paisagismo perfeito somado a um campo para quem sabe jogos de futebol americano da família. Grandes árvores cercavam juntamente com os muros todo o jardim e possivelmente toda a casa deixando a privacidade deles intacta naquele lugar. Realmente como Makena falara eram muitos degraus para acessar tanto o jardim como também para os outros níveis da casa como a piscina, academia e quadras poliesportiva e de tênis, conforme a adolescente ia explicando para a hóspede.
Um pouco mais afastado do acesso para os outros níveis uma enorme e velha arvore adornava o jardim e juntamente um banco de madeira para três pessoas, onde ao mesmo tempo em que o sol mostrava-se presente a copa da grande árvore protegia tornando o lugar preferido de )
em todo aquele.
-        Quero sentar ali. – falou apoiando uma de suas mãos no braço de Carmem.
-        Calma hija lembre-se das suas costelas! – Carmem reclamou sentindo a ansiedade de .
Após certa dificuldade a brasileira finalmente conseguiu sentar-se e se pôs a observar a copa da árvore acima de sua cabeça ouvindo o leve sussurro que a brisa fazia ao balançar as muitas folhas verdes e pequenas que olhava seus olhos automaticamente fecharam deixando sua pele absorver o sol que batia nela ouvindo os sons dos passarinhos e das folhas.
Um sorriso genuíno brotou em seus lábios enquanto deixava a paz que aquela simples situação lhe trazia, uma coisa que aprendera convivendo anos ao lado de Carlos foi apreciar as pequenas coisas da vida como naquela situação. Carlos. Nesses momentos sentia como se estivessem mais próximos mesmo sendo impossível! Seu amor além da vida, além do físico!
-        O que está acontecendo aqui? – a voz dura e grave de Taylor entrou em seus ouvidos fazendo com que abrisse os olhos rapidamente.
Taylor esta a poucos passos das três mulheres com o maxilar apertado e o cenho fechado ao seu lado uma mulher loira observava com um olhar cheio de prepotência e arrogância a quem a brasileira deduziu ser a namorada do ator; Sara. Lautner sentia seu corpo tremer levemente ao constatar que andara até aquela parte do jardim. Vários sentimentos o consumiram ao mesmo tempo ao perceber que as pessoas que deveriam cuidar da brasileira a seu ver não estavam dando a devida atenção beirando a irresponsabilidade ao tirá-la da cama antes da orientação médica.
-        Ninguém vai me responder? O.que.é.isso? – falou enfatizando todas as palavras sem conseguir controlar a raiva que sentia.
-        Tay... a gente... a gente veio tomar um pouco de sol... – Makena tentou falar recebendo um olhar mortífero do irmão. – Não me olha assim! Não fizemos nada de mais! – ela retrucou fechando a expressão.
-        Não fizeram nada de mais? Nada de mais?! – o ator falava aproximando-se a lentos passos. – Fazer alguém andar com a perna quebrada além de duas costelas fraturadas saindo totalmente da orientação médica não é nada de mais? – ele rosnou praticamente a última parte fazendo Makena, Carmem e encolherem-se levemente.
-        Não precisa falar com elas dessa forma! Fui eu que pedi para vir até aqui! – aumentou o tom da sua voz puxando a atenção de Taylor para si. – Não vou ficar mofando em uma cama só porque você acha isso certo!
-        Eu acho certo? São prescrições médicas e não minhas! Para alguém que quer tanto ir embora rápido não está ajudando em nada na sua recuperação!
-        Não venha me julgar por querer respirar um pouco! – retrucou sentindo sua genialidade ficar a flor da pele.
-        Não vou ficar discutindo com você enquanto se portar como uma criança mimada! – Taylor falou aproximando-se ainda mais de enquanto todos a volta observavam a pequena discussão entre eles.
Sem pensar duas vezes Taylor pegou a brasileira no colo ao estilo noiva e mesmo sobre os protestos dela, Makena e Carmem, a levou de volta para o quarto deixando para trás uma Sara prestes a explodir de tanta raiva pela cena presenciada.
Buscando uma delicadeza que no momento não possuía Taylor colocou na cama recebendo um olhar ferino em retorno.
-        É aqui que vai ficar até a liberação médica! Se me lembro muito bem são duas semanas de total repouso para a recuperação das costelas, então até lá não vai sair dessa cama entendeu?! – Taylor esforçava-se para não gritar como realmente queria. – Entendeu ?
-        Tay não faz assim... A gente não fez por mal... – Makena tentou intervir novamente.
-        Com você eu me entendo depois, agora sai daqui! – Taylor falou sem perceber o olhar ferido e lacrimejante da irmã que saiu sem falar mais nada.
sentia a raiva consumir ainda mais dentro de si. Com quem ele pensava que estava falando? Quem ele pensava que era? Eram as perguntas que passavam na mente da brasileira enquanto o ar de seus pulmões se tornava escasso.
-        Agora você vai me ouvir...
-        Não! É você que vai me ouvir Taylor Lautner! – o cortou falando ainda mais alto que ele. – Em primeiro lugar não sou uma criança para ser repreendida, em segundo lugar isso aqui não é uma prisão! Se tudo isso é medo de ser processado pode mandar fazer um termo que eu mesma assino afirmando que isso não vai acontecer e aí você pode me despachar para qualquer lugar fora daqui! Não vou ficar em um lugar onde sou aprisionada e sufocada! Você não é nada meu e muito menos meu dono para agir como agiu agora!
-        Eu estou fazendo tudo isso para te ajudar, mas você não me deixar AJUDAR!
-        Você por acaso já parou pra pensar que eu não quero sua ajuda? Por sua culpa estou aqui nessa casa toda machucada longe de quem eu amo! Sei muito bem que você manipulou o médico para que ficasse presa aqui! Porque Taylor, só me fale por quê? – falava em meio a lágrimas de raiva.
-        Não manipulei ninguém! – ele se defendeu verdadeiramente machucado pelas palavras de .
-        Então me deixa ir embora daqui! – suplicou olhando fixamente nos olhos castanhos dele que estavam ligeiramente vermelhos e brilhosos.
-        Não posso... – ele falou por fim sentindo-se quebrado e subitamente cansado de brigar. – Desculpe... – sussurrou sem a encarar antes de fechar a porta e a deixar sozinha no quarto.
Sem ter muito que fazer encostou a cabeça no travesseiro e deixou que as lágrimas de raiva e tristeza lavassem sua alma.

N/A: Meninas do meu coração!!! Primeiro quero agradecer todos os recadinhos/opiniões/sugestões/criticas! Binhablack, Eduarda Dudah muito obrigada pelos recadinhos e Lucynda me desculpe pela demora prometo que os próximos capítulos virão mais rapidinhos ok! Tenho que confessar que estou amando escrever essa fic! Bjos e até o próx cap.



Capitulo 6

Taylor saiu do quarto de sem imaginar o que o aguardava do outro lado, entretanto, sua percepção foi muito rápida. Carmem, Sara e Daniel estavam na cozinha o aguardando. Se olhar matasse Sara com toda certeza teria cometido um assassinato, mas para o espanto do ator, apenas levantou saindo da cozinha sem dirigir a palavra a ele.
- Vá resolver sua situação com Sara que depois conversamos. – Daniel falou firme olhando fixo nos olhos do filho.
Ele apenas acenou com a cabeça indo rapidamente atrás da namorada encontrando Sara ao telefone na sala de estar com a bolsa nas mãos. Quando percebeu a presença de Taylor a loira desligou o telefone deferindo um olhar gélido a ele.
- Sara...
- Sem “Sara” Taylor! Eu... Eu estou tão, mas TÃO brava com você! – Sara praticamente rosnava as palavras enquanto suas mãos trêmulas passavam pelos longos cabelos. – Será que pode me explicar que cena foi aquela? Para quem disse que não era nada de mais você tem se importado “demais” com essa mulher não acha?! Taylor eu sou sua namorada! Está ouvindo bem? Eu.sou.sua.NAMORADA! Não AQUELA LÁ!
- Sara, eu sinto muito se estou dando a impressão errada! – o ator tentou se defender. – Você me conhece muito bem para saber que nunca faria nada para te machucar, magoar você! Sei que exagerei, mas tudo o que sinto por ela é admiração e gratidão nada mais!
Sara nesse momento parou de andar de um lado ao outro na sala fixando seu olhar em Taylor. A vontade que possuía era jogar todos os pertences da sala nele, entretanto, um fio de sanidade ainda possuía dentro de si e se sustentando nesse fio suspirou profundamente.
- Não é apenas gratidão ou admiração... Talvez você ainda não saiba o que é, e fala o que é mais seguro dizer. Só espero que pese bem todas as coisas na balança porque Taylor, quando ela melhorar vai embora, está entendendo? Ela vai embora... Voltar para a vida que a espera lá fora e o que você vai fazer? Comer das migalhas que ela oferecer? Não Taylor, você não come migalhas. – Sara falava calmamente enquanto pegava novamente sua bolsa do sofá. – Será para mim que você vai voltar só que talvez até lá quem não aceite mais migalhas seja eu. Talvez seja eu Taylor!
O ator ficou estático com o pequeno monólogo da namorada tentava a todo custo encontrar alguma saída para aquela situação sem magoar ainda mais Sara.
- Chamei um taxi, vou esperar ele lá fora. – ela falou sabendo que não teria mais conversa pelo menos naquele momento. – Me liga quando decidir o que quer fazer.
Taylor observou sem conseguir falar nada sua namorada sair pela porta principal da casa sem olhar para trás a única coisa que passava em sua mente era “Como você conseguiu se ferrar tanto?” causando uma enorme dor de cabeça.
Sem ter coragem para encarar Carmem e seu pai, Taylor preferiu concertar um de seus erros com uma pessoa mais maleável, Makena. Subiu as escadas até chegar ao quarto da irmã. Levantou a mão um tanto quanto receoso dando leves batidas segundos depois.
- Pode entrar.
Soltando um suspiro tomando coragem para abrir a porta e enfrentar o quer que esteja atrás dela, encontrou Makena deitada na cama de casal com dossel branco.
- Posso mesmo entrar? – perguntou colocando apenas a cabeça para dentro do quarto.
- Se falar que não, vai adiantar alguma coisa? – Makena respondeu sem nem ao menos olhar para o irmão.
Criando coragem Taylor entrou no quarto fechando a porta atrás de si. Sabia muito bem que havia magoado sua irmã como muitas outras pessoas com a reação que tivera momentos antes. Sentando-se na ponta da cama o ator olhou para suas próprias mãos enquanto pensava como iniciar aquela conversa.
- Dizer que sinto muito é um jeito legal de começar nossa conversa? – perguntou sinceramente virando ligeiramente a cabeça para observar a reação da irmã caçula.
- Se for realmente sincero...
- Eu realmente sinto muito Kena, não sei o que aconteceu comigo! Você sabe que não sou assim cabeça quente, porém quando vi vocês lá fora enxerguei tudo vermelho. – Taylor falava sinceramente ainda sem entender o que acontecia dentro de si quanto o assunto era . – Por não pensar nas minhas ações magoei pessoas muito importantes para mim... Sara, Carmem e... Você!
- Esqueceu de mencionar a . – Makena falou sentando-se ao lado do irmão. – Acho que todas as pessoas, tirando a Sara que deve estar uma fera, a é quem mais está sofrendo com tudo isso. – a caçula observou como o olhar do irmão tornou-se confuso. – Você tinha que ter visto Tay... Só de sair do quarto a aparência dela mudou, parecia até mais saudável... A felicidade que ela mostrou quando ficamos lá fora era contagiante! Acho que realmente ela se sente mal presa no quarto, porque pra mim é isso que ela está: presa!
Taylor ficou sem palavras perante o pequeno monólogo que sua irmã falara além de perceber sua opinião como a certa.
- Não tinha pensado por esse lado. – sussurrou admitindo seu defist.
- Desde o acidente você não tem pensado direito Tay! É engraçado ver você assim tão perdido. – Makena fez chacota do irmão o cutucando com seu ombro.
- Você está imaginando coisas Kena estou perfeitamente normal... Hrr, quer dizer, quase no meu normal. Acho que por conhecer a história de o meu lado protetor aguçou um pouco mais. – Taylor confessou passando a mão direita pelo cabelo os bagunçando levemente.
- É talvez seja isso mesmo... – a irmã concordou apesar de achar que haviam mais sentimentos envolvidos do que seu irmão imaginava.
Os irmãos ficaram conversando ainda mais um pouco já que o clima entre eles era mais ameno do que momentos antes, o ator sempre colocara sua família em primeiro lugar e só de imaginar a quebra desses laços para ele era algo inconcebível. Com as desculpas aceitas pela irmã Taylor dirigiu-se ao seu quarto pensando em como poderia concertar a situação com e com Sara, sua namorada. Em parte entendia a insegurança da namorada perante toda aquela situação. Não deveria ser nada fácil para ela vê-lo cuidar de outra mulher com tanto afinco, entretanto nem mesmo Taylor entendia o porquê das suas atitudes. Não admitiria em voz alta, mas Makena estava certa, ele sabia que não estava agindo na sua normalidade só não entendia porque aquela brasileira despertava nele tantos sentimentos estranhos.
E ainda tinha seu namoro com Sara que ia de mal a pior. Por todos os anos que estavam juntos sabia que não tinha o direito de fazê-la sofrer. Precisava pensar em como concertar aquilo tudo de alguma forma.
Deitado em sua cama Taylor começou a repassar a briga que tivera naquele dia com a líder de torcida e as palavras “Ela vai embora...” ecoavam em sua mente. Sabia que a namorada estava certa. Em poucos meses iria embora e nunca mais a veria! Aquele pensamento fez seu coração apertar trazendo uma angustia que não estava habituado a viver. Subitamente o barulho em sua porta fez-se presente o despertando de seus pensamentos.
- Pode entrar. – falou sentando-se na cama virando o pescoço para ver quem era.
Daniel e Débora entraram no quarto observando atentamente o filho, o moreno sabia muito bem o quanto seus pais desaprovavam suas atitudes ultimamente, entretanto, aquilo não era algo que o ator conseguisse controlar.
- Podem falar, sei que estou errado. – sussurrou com os ombros caídos.
- Na verdade gostaria de entender o que aconteceu Tay. Carmem me contou assim que cheguei, mas custou a acreditar que você poderia ter agido assim tão rudemente. – Débora falava buscando os olhos do filho que aparentava um semblante confuso.
- Sinceramente não sei o que aconteceu mãe... Quando vi já tinha acontecido. – confessou encolhendo os ombros enquanto mexia as mãos em um ato de nervosismo.
- Como assim não sabe Taylor? Você traz para dentro da nossa casa uma desconhecida, briga com o mundo por causa dela... Não estou entendendo.
Daniel que estava até o momento apenas ouvia intercalando os olhos entre a esposa e o filho decidiu interferir finalmente.
- Débora, meu amor, poderia me deixar conversar a sós com Taylor? – perguntou recebendo um olhar interrogativo da mulher.
- Mas Daniel...
- Pode ficar tranquila, meu amor, ele não repetirá o que aconteceu mais cedo vamos ter uma conversa de homem para homem. – o pai explicou observando a rendição da esposa enquanto a mesma depositava um beijo na testa do filho e saia do quarto fechando a porta atrás de si.
Taylor olhou para o pai esperando uma boa bronca que não veio deixando-o confuso.
- Se está esperando que grite ou que te passe um sermão de duas horas se equivocou filho. – Daniel explicou sentando-se ao lado do filho na cama king size. – Sabe... Deveria ter tido essa conversa com você desde que trouxe essa moça para dentro da nossa casa.
- Desculpe pai, mas não estou entendendo aonde quer chegar. O que ajudar tem haver com o que aconteceu hoje? – indagou o ator.
- Filho eu tenho o dever como pai lhe alertar a respeito dessa moça. – Daniel falou colocando as mãos sobre os ombros do filho virando-o para encará-lo. – Taylor meu filho, você está completamente apaixonado por esta mulher, arrisco até dizer que desde o episódio que aconteceu no Brasil você é apaixonado por !
Conforme seu pai falava os olhos do ator aumentava sem acreditar naquelas palavras. APAIXONADO. Taylor não se considerava apaixonado, nunca consideraria sua admiração e carinho que nutria pela brasileira fosse paixão ou até amor, para ele nada ultrapassava o nível de amizade. Daniel esperava enquanto via a expressão de choque no rosto do filho alguns segundos depois o moreno despertou de seu tampor levantando-se rapidamente.
- Não pai! Não! O senhor confundiu tudo! – Taylor negava veemente balançado a cabeça para os lados. – Eu tenho sim sentimentos por , mas são de amizade, admiração! Nada, além disso! Eu gosto da Sara... Ela que é minha namorada.
- Meu filho, sentimentos mudam... E não estou dizendo que não goste de Sara, sei que gosta, porém são sentimentos diferentes: amar e gostar. –falava observando a negação do filho. – Você sempre foi centrado e responsável e nesse ponto Sara é perfeita para ser sua namorada, ela se manteve ao seu lado sempre e até arrisco a dizer que mesmo se terminarem novamente, ela vai continuar ao seu lado, mas você não a ama... Como mesmo disse gosta dela! – Daniel conversava tentando dar ao filho uma visão mais ampla daquela situação. – Sara sempre estará disponível a você, com ela não corre os mesmos riscos que corre ao se apaixonar pela brasileira.
- Não pai, o senhor está errado! Não sinto nada neste nível por ! – o ator negava levemente irritado com a insistência do pai.
- é independente, experiente, essa moça te desafia ao mesmo tempo em que faz você pensar e refletir sobre coisas que não estão no seu domínio! Foi isso que chamou sua atenção e ao mesmo tempo é o que te faz ter medo por que sabe que a qualquer momento ela pode ir embora e não voltar mais! É a insegurança que te afronta todos os dias quando olha para ela Taylor! – o pai dizia convicto do que via.
O ator continuava rejeitando as palavras do pai, inconformado com aquela situação. Primeiro Sara, depois Makena e agora seu próprio pai. Porque era tão difícil para entenderem que era apenas admiração, amizade que o vinculava à brasileira?
- Por mais que negue uma hora verá que falo a verdade filho, só espero que não seja tarde demais quando isso acontecer... – Daniel concluiu com um suspiro levantando-se da cama. – E quanto ao que aconteceu hoje não quero que se repita novamente... Tente controlar um pouco sua possessividade quando o assunto for .
Dito isso o pai saiu do quarto deixando Taylor estático parado no meio do quarto.
No andar abaixo permanecia deitada em sua cama observando os objetos a sua volta. As lágrimas já haviam secado em seu rosto, mas seu coração ainda mantinha-se apertado e angustiado. Nunca em sua vida pensara que viveria uma situação como aquela! Nem mesmo seu falecido esposo minara sua liberdade como aquele desconhecido - quase conhecido - estava fazendo. Desconhecido era assim que agora definia Taylor Lautner, pois a cada dia sentia-se mais afastada daquele homem que inicialmente o considerava com um amigo. O que mais queria naquele momento era voltar para sua casa, sua vida e principalmente para sua filha!
A tarde passou lentamente enquanto o clima na casa apesar de ter amenizado permanecia tenso. Taylor e ainda permaneciam em seus respectivos quartos perdidos em seus pensamentos. A brasileira recheava sua mente com as lembranças de sua filha e Carlos, a deixando cada vez mais nostálgica. Enquanto a mente do ator fervilhava relembrando as conversas que tivera naquele dia, permanecia inconformado por praticamente todos a sua volta acharem que ele possuía sentimentos mais profundos pela mulher que estava ajudando.
Jogou-se em sua cama adornado por uma colcha azul marinho e passou a observar os detalhes do teto, sem ao menos se dar conta seus pensamentos voltaram-se para . Lembrava dos detalhes de seu rosto fino, do brilho que haviam em seus olhos castanhos e então lembrou da dor que neles havia após a cena que realizara horas antes, com um suspiro Taylor decidiu que resolveria tudo com a hóspede ainda mesmo naquele dia, não conseguiria dormir tranquilamente sabendo que causara dor a ela. Convicto em concertar a situação pensou em como poderia se aproximar novamente sentando-se na cama esfregando o rosto aparentemente cansado com as mãos. Quando abriu os olhos novamente observou seu tablet em cima de sua cômoda causando um estralo em sua mente.
- Você vai com certeza me ajudar a resolver as coisas pelo menos por enquanto. – falou pegando o objeto nas mãos e rumando para fora do quarto.


O crepúsculo mostrava-se pela janela do quarto dando um toque avermelhado em todo o ambiente. ressonava tranquilamente ainda na mesma posição que Taylor a deixara no inicio da tarde, causando ainda mais incomodo no âmago do ator que permanecia parado na porta somente observando todo aquele quadro. Por mais que fossem sutis, ele conseguiu perceber as manchas quase secas das lagrimas no travesseiro e na blusa que a brasileira vestia e seu nariz levemente vermelho também a denunciava triplicando seu remorso.
Sem saber ao certo o que estava fazendo sentou-se a beira da cama observando atentamente o rosto da brasileira tomando coragem para remediar o que fizera.
- ... – sussurrou inseguro pela primeira vez em sua vida. – ... – ela apenas suspirou ajeitando melhor a cabeça no travesseiro. Taylor então engolindo a saliva pousou sua mão sobre a sua mão boa e a chamou com mais firmeza. – .
Ela suspirou novamente abrindo os olhos lentamente em seguida sua visão estava embaçada e somente após alguns segundos conseguiu identificar o ator a sua frente. Sentiu o calor da mão dela sobre a sua fazendo-a retrair rapidamente a mão para longe dele. O homem que estava a sua frente não era quem imaginava e sim alguém autoritário e rude.
- Acho que mereço isso depois do que fiz hoje. – Taylor disse com pesar ao ver a reação que ela tivera ao vê-lo perto. – Eu... Imagino o que deve estar sentindo... – soltou enquanto desviava os olhos do rosto da morena envergonhado por suas atitudes. – Será que podemos conversar?
Esperou pela resposta encarando suas próprias mãos, porém ela não veio fazendo com que olhasse novamente para seu rosto encontrando dor e raiva em seu olhar. lançava a ele um olhar duro assim como seu maxilar, não queria conversar apenas queria ir embora daquele lugar.
- Eu realmente sinto muito pelo que fiz hoje! – Taylor vomitou as palavras vendo que no momento seria apenas ele a falar. – Este não sou eu , o verdadeiro Taylor não age como hoje... Simplesmente não consigo explicar o que aconteceu. Me perdoa? – perguntou olhando dentro daquelas grandes esferas castanhas tentando transmitir todo o arrependimento que possuía dentro de si.
observou atentamente o homem a sua frente, os olhos de Taylor pareciam queimar dentro dela olhando diretamente em sua alma e tudo o que conseguia identificar naquele olhar era arrependimento, remorso e aos poucos sentiu sua raiva esvair-se, talvez tudo aquilo fosse uma cena do ator Taylor Lautner e não o verdadeiro Taylor, talvez fosse o verdadeiro que estava a sua frente não sabia dizer realmente, entretanto decidiu que daria a ele aquele crédito somente dessa vez.
- Você me magoou... – ela sussurrou lambendo os lábios em seguida.
- Eu sei e sinto muito por isso. Me perdoa? – perguntou elevando levemente a sobrancelha enquanto mordia levemente seu lábio inferior.
- Sim... Te perdoou, só não faça mais ok!? –pediu colocando levemente sua mão sobre a dele.
Taylor sorriu deixando seus olhos ainda menores mostrando seus dentes perfeitamente alinhados e brancos.
- Taylor para isso realmente dar certo precisamos conversar. – falou fazendo com o sorriso do ator se fechasse aos poucos. – Temos que impor alguns limites nessa situação...
- Limites? – perguntou sem entender onde ela queria chegar.
- Sim, limites. Primeiro eu sou uma pessoa e não seu animal de estimação. – declarou fazendo com que o ator arregalasse os olhos. – Isso mesmo! Não sou um canário para ser colocada em uma gaiola só para ser cuidada e observada, sou um ser humano racional e preciso de liberdade, ar puro, socialização. Cada dia mais me sinto claustrofóbica neste quarto! Sempre fui independente, livre e você tem me prendido em suas mãos o tempo todo, igual a uma criança que aperta um passarinho com medo dele fugir... Cada vez que o passarinho se mexe a criança aperta ainda mais forte para mantê-lo no lugar, isso até o passarinho morrer em suas mãos! E é isso que está fazendo comigo Taylor, você está me matando! Eu não quero morrer! – discursava rapidamente causando choque no ator. – Me deixe livre... Me deixe viver! – terminou com apenas um sussurro suplicante.
O choque estava estampado em seu rosto, Taylor não imaginava que era assim a perspectiva de sua hóspede. Após sair do tampor que o encobria soltou um riso nasalado imaginando de fora toda a situação.
- Não imaginei que estivesse sentindo-se assim... Também não gostaria que me prendessem deste jeito... – falou sem graça.
- Sei que tem feito pensando apenas no meu bem, mas sinceramente Taylor está exagerando um pouquinho. – fez graça enquanto exemplificava o “pouquinho” com os dedos.
- Tudo o que fiz foi pensando no melhor para você, nunca me passou até agora que estava sufocada.
- Acredito em você Taylor, por isso proponho um recomeço! –a brasileira soltou sorrindo singelamente. – Quero realmente ser sua amiga e se prometer controlar seu “aperto”... – falou fazendo as aspas com os dedos. – Prometo me comportar também.
- Tudo bem eu concordo com isso, porém vamos deixar tudo as claras. – ela concordou com a cabeça enquanto ouvia. – As recomendações médicas serão seguidas a risca e você terá que se alimentar corretamente. Sei muito bem que está dando trabalho para Carmem nesse sentido.
- Ok, mas não quero ficar somente no quarto, preciso de sol, ver movimentação. – falou gesticulando a mão boa.
- Feito! Por enquanto será na cadeira de rodas e depois que o médico verificar suas costelas, ficará livre para ir onde quiser aqui na casa.
A conversa entre eles foi interrompida por Carmem que bateu levemente na porta aberta do quarto.
- Ninã, ouvi sua voz, posso trazer um lanche? Não comeu nada depois do café, deve estar morrendo de fome. – a senhora falava carinhosamente recebendo um sorriso aberto da brasileira.
- Por favor, Carmem.
Taylor esperou que a porto-riquenha se fosse para olhar novamente a sorrindo levemente recebendo em troca o mesmo sorriso que Carmem recebera.
- Já que fizemos as pazes acho que posso me permitir te presentear. – começou a falar recebendo um olhar confuso em retorno. –Fiquei pensando em como deve ser difícil estar longe da sua família, amigos e principalmente de sua filha então pensei em uma maneira para diminuir isso enquanto estiver aqui.
- Não estou entendendo Taylor, o que você fez? – a hóspede perguntou tentando ajeitar-se melhor na cama.
Sem dizer uma palavra Taylor tirou de trás das costas seu tablet pessoal, era um objeto de ultima geração totalmente na cor preta. olhou o aparelho nas mãos do ator sem entender onde ele iria chegar com aquilo.
- Liguei esta tarde para seu pai e fizemos uma conta no skype para se comunicarem, não tive tempo de comprar um aparelho novo por ter pensado tudo hoje, mas amanhã irei comprar um para conversarem quanto tempo quiserem... Sabe foi meio difícil ensinar seu pai no espanhol a abrir a conta, porém acho que conseguimos no final. – Taylor tagarelava encabulado ao contar sua ideia.
apenas olhava para o aparelho ainda nas mãos do ator sem acreditar realmente que ele fizera tudo aquilo, sabia muito bem o quanto seu pai era atrapalhado quando o assunto era tecnologia, para fazê-lo usar o micro-ondas já tinha sido uma briga imagina quanto ao computador. Ele sempre dizia que gostava de gente e não de máquinas e que toda essa tecnologia só servia para separar ainda mais as pessoas.
- Você quer testar? – o ator falou incerto tirando-a de seus devaneios. – Agora são 16h então acho que no Brasil deve ser 20h...
- Por favor...
Taylor fez todo o procedimento entregando em seguida o aparelho para a brasileira que engoliu a saliva em sinal de ansiedade, podia sentir as mãos geladas e suadas pelo nervosismo mal podia acreditar que iria ver sua família. Passado um ou dois minutos a tela do tablet mostrou a imagem de seu pai. Paulo Mendes era um homem bem afeiçoado com seus cabelos brancos e pele levemente morena, apesar da cor dos cabelos seu rosto quase não se via rugas apenas algumas linhas de expressão, olhos pequenos, nariz forte e boca bem desenhada onde resplandecia o sorriso aberto que herdara dele.
- Pai... – ela sussurrou emocionada ao ver um dos homens que mais amara na vida.
- Filha...
Taylor observou calado a emoção transparecer nos olhos da mulher a sua frente por mais que não entendesse um palavra daquela conversa em português podia sentir o amor que emanava dela para com o pai e mais uma vez sentiu seu peito apertar pela dor que teria causado nela ao separá-los mesmo que sem a intenção aqueles dias. Subitamente deu um grito de exclamação colocando a mão na boca para silencia-lo, o ator quis intervir quase sendo levado novamente pelos sentimentos estranhos que o preenchiam, porém os controlando rapidamente.
- Luci! Luci! Meu bebê! – cantarolava enquanto deixava seus dedos passearem pela tela como se quisessem acariciar o rosto da menina de quase três anos que aparecia.
- Mamãe xodade! Xe vota caxa? – a menina falava embolado pela idade também colocando as pequenas mãos sobre a tela do computador.
- Mamãe vai voltar logo meu amor, eu prometo!
Lautner observava a cena sentindo-se um estranho naquele lugar, mesmo sem entender as palavras a emoção era tamanha que elas não precisavam ser entendidas aquele era um momento entre mãe e filha e ninguém poderia interromper. Sorrateiramente levantou-se da cama pensando em deixá-las sozinhas para curtirem melhor o momento, depois voltaria e falaria novamente com a brasileira, entretanto estancou no lugar em pé quase ao lado da cama ao perceber a mão morna de sobre a sua segurando-a. Provido de uma insegurança desconhecida por ele, Taylor olhou diretamente das mãos unidas para o rosto de .
Ela estampava o sorriso mais maravilhoso que vira até aquele momento em sua vida, sua face levemente corada e com os olhos brilhosos pelas lágrimas contidas. Pode naquele momento se deixar admirar pela beleza que ela possuía beleza simples e ao mesmo tempo estonteante. Juntou as sobrancelhas mostrando sua falta de entendimento.
- Obrigada... – sussurrou deixando uma lágrima escorrer pelo rosto e puxando a mão dele presa a sua dando um beijo casto nela.
O corpo de Taylor ao sentir o contato de seus lábios levou um choque dos pés a cabeça fazendo o ator abrir a boca, mas nenhum som sair dela deixando-o ainda mais nervoso. Sem conseguir conter soltou as mãos saindo o mais rápido possível daquele quarto andando rapidamente até o andar superior onde era o seu. Não viu ninguém a sua volta sentia apenas seu corpo em chamas, seu estômago cheio de borboletas e como praticamente uma mocinha de tantos filmes que fizera ou assistira trancou-se no quarto encostando seu corpo na porta fechada.
Tentando controlar sua respiração limpou o suor frio que escorria por sua testa abrindo os olhos para observar seu quarto e talvez entender o que acontecia.
- Merda! – falou ainda sem fôlego quando finalmente o entendimento se fez presente junto com as lembranças de tudo que acontecera até ali. – Não é possível! Apaixonado... Taylor Lautner você está apaixonado!
Finalmente ele falou sentindo o desespero tomar conta de si. O que faria agora?


N/A: Flores do meu jardim!! Mais uma vez peço desculpas pela demora! A demanda trabalho-casa-marido-filha tem tomado todo o meu tempo e como não quero postar os cap de qualquer jeito acabei demorando novamente. Peço paciência e agradeço todos os comentários lindos que tem feito! Verdade! Fico mega ansiosa para saber o que acharam! Bjos e até o próx cap.



Capítulo 7


Passaram-se dois dias desde a constatação de Taylor sobre seus sentimentos por e ele ainda tentava entender quando a situação mudara, quando a admiração virara paixão. Seu quarto tornara-se seu esconderijo como um belo covarde que estava agindo naquele momento causando dentro de si uma verdadeira revolta por nunca até aquele momento ter se sentido tão fraco e covarde.
O ator perguntava-se constantemente se aquilo era o que muitos chamavam de verdadeiro amor porque, ao mesmo tempo dava forças para querer ser realmente o que ela precisava também era o que sugava todas as suas energias e fundia sua mente por não conseguir deixar de lado o medo e a insegurança. Desde quando Taylor Lautner era inseguro? Era a pergunta que se passava em sua mente.
Com um suspiro levantou-se da cadeira se irritando novamente, seus suspiros eram constantes, se pegara varias vezes repetindo o mesmo ato de maneira inconsciente o que irritava ainda mais, nem mesmo Taylor Swift ou até mesmo Sara nas quais foram seus namoros de mais intensidade tinha agido daquela maneira. Estava pior que uma menina de 13 anos apaixonada e definitivamente não era assim que queria ser, entretanto não conseguia controlar algumas reações de seu corpo e mente quando estava ao lado da brasileira como também quando estava longe.
Por mais que os sentimentos fossem fortes até o momento não admitira sua descoberta para ninguém da família e nem ligara para Sara, ainda não sabia que decisão tomar em relação à namorada por que mesmo com os sentimentos fortes por Sara ainda permanecia em seu coração e queria fazer as coisas o mais corretamente possível.
Sem mais conseguir sufocar isso dentro de si tudo aquilo o ator ligou para a única pessoa que tinha coragem para enfrentar; Tarik. O telefone tocou três vezes até o assistente atender.
- Fala brother. – Tarik atendeu enquanto parecia mastigar algo causando ruídos estranhos do outro lado da linha.
- E aí? – perguntou sorrindo lembrando como era difícil encontrar o amigo sem estar mastigando algo. – Atrapalho?
- Que nada só tô fazendo uma boquinha para aguentar até a hora do almoço... E você o que manda?
- Precisava falar com alguém... Algumas coisas fugiram do controle... – o ator começou a desabafar ainda sem saber por onde começar.
- O que? O grande controlado e organizado Taylor Lautner está me dizendo o que acho que ouvi? – o assistente fez chacota enquanto forçava o pedaço de sanduiche descer pela garganta.
- Pare de brincar Tarik isso é sério! Simplesmente não sei o que fazer! – confessou beirando ao desespero.
- Tudo bem, tudo bem! Entendi que é sério, agora me conta o que aconteceu. – falou tomando uma postura mais séria afinal seu amigo e chefe não era de perder o controle de sua vida assim tão facilmente.
- Nem sei por onde começar, mas para entender a gravidade da situação no momento acho que estou completamente apaixonado por... Por ! Não me pergunte como nem quando... Porque na realidade nem eu mesmo sei te explicar! Só sei que isso está me matando a cada momento! – Taylor falava nervoso andando de um lado a outro no quarto sem entender seus sentimentos.
- Tá aí uma coisa que não se vê todos os dias... – Tarik concluiu ainda processando tudo o que ouviu. – Quando percebeu isso?
- Há dois dias, tivemos uma briga... Na verdade fiz um papelão na frente de todo mundo e briguei com todo mundo também, mas depois conto o resto. – ele contava passando a mão livre pelo cabelo os bagunçando. – Oh Boy! Eles me avisaram e eu não quis enxergar o que estava na ponta do meu nariz!
- Você fala como se fosse uma coisa ruim estar apaixonado Tay...
- Não seria se estivesse solteiro... – confessou pensando parcialmente nos seus possíveis problemas.
- Ok, vamos conversar direito Taylor, tem algumas coisas que precisam ser bem pensadas e vistas nessa situação. – o assistente começou buscando coerência para a situação. – Primeiro você precisa ter certeza do que sente. Talvez seja apenas uma atração, meu amigo, pode ser apenas vontade de se enfiar nas calças dela... Mesmo a vendo poucas vezes sei que é gostosa, pode estar magra demais, mas ainda gostosa!
- Não fale como se ela fosse um pedaço de carne! – o ator voracionou sentindo uma súbita raiva tomar conta de si arrancando uma risada do assistente no outro lado da linha.
- Calma! Bom pelo menos agora tenho certeza que não é apenas tesão. – falou fazendo graça. – Segundo você tem que saber se ela sente algo por você... Não tem como investir em algo com sem ter certeza disso, existe uma enorme possibilidade dela apenas o ver como um amigo por todo o histórico que ela possui. Por acaso já deu algum indício que sente algo por você?
- Não sei... Se nem ao menos tinha percebido o que sentia como vou saber o que ela sente? – perguntou em um misto de confusão e desespero.
- Taylor até parece que é novo nesse negócio de mulheres! Dá pra saber muito bem quando uma tá afim! – Tarik falava sem acreditar que aquele realmente era seu amigo. – Você mesmo só de olhar sempre soube quando uma garota estava na tua! Sempre perdi minhas apostas com você!
- Mas agora é diferente Tarik! não é uma simples garota como as outras, tudo sobre ela é um mistério para mim! Quando acho que é de um jeito ela fala que é de outro! Simplesmente não sei como agir! – confessou transtornado.
- É meu amigo a situação está complicada para o seu lado. – constatou enquanto terminava seu sanduiche. – Você tem que descobrir qualquer indício de sentimento. Não vale a pena colocar em risco seu namoro com Sara ou até mesmo sua imagem se a tiver ainda na zona de amizade com você.
- E o que vou fazer se ela nunca me deu uma brecha maior?
- Sinceramente isso eu não sei... O que sei é que precisa descobrir isso o mais rápido possível. Estou indo para sua casa depois do almoço e a gente pensa em um jeito ou até eu mesmo converso com ela não sei, pensamos melhor depois que chegar aí... – Tarik sentenciou acreditando ser a melhor opção estar perto do amigo afinal até aquele momento nunca tinha visto o ator tão perdido em relação a uma menina.
Taylor suspirou desligando o telefone decidindo tomar um banho para relaxar um pouco o corpo já que a mente estava um turbilhão de pensamentos.


Não importava quantas vezes revisava a planilha a sua frente no momento nada que fizesse diminuiria o orçamento da festa de casamento Clarice e William e culpava-se por aquele deslize, desde que entrara na casa de Taylor não dera a devida atenção ao casamento em alguns dias até chegou a falar por telefone com a noiva, mas não fora o suficiente para prever essa alteração.
Naquela manhã acordara decidida a retomar seu trabalho, mesmo imobilizada uma boa parte de situações poderia resolver por vídeo conferência ou por telefone, o ideal realmente seria ir pessoalmente, porém sabia que naquele momento seria praticamente impossível de acontecer então se contentou em atormentar Carmem até que conseguisse um espaço na mesa da cozinha para espalhar seus papeis e trabalhar mesmo a contra gosto da porto-riquenha. E foi assim que Lautner a encontrou ao entrar na cozinha.
A cozinha da casa era ampla e bem iluminada dividida em dois níveis, o primeiro nível que tinha uma passagem para a sala ficava uma mesa de madeira para dez pessoas em um tom entre o mel e o caramelo no lado esquerdo da mesa ficava o living composto por um sofá em formado de “L” também da mesma madeira com o estofado floral em tons pasteis e uma parede de vidro ao estilo vitoriano, já o segundo nível apenas um degrau acima ficava localizado todos os utensílios de cozinha, uma ilha feita da mesma madeira que a mesa e mármore com o fogão de inox embutido, uma coifa também de inox suspensa acima do fogão e armários da mesma madeira que os outros móveis, mais ao fundo a porta para o quarto de e um pouco mais a frente à porta de entrada de serviço. Uma cozinha digna dos filmes que ele já protagonizara, entretanto não foi aquilo que chamou a atenção do ator e sim a imagem de sentada em uma das cadeiras da mesa da cozinha envolta de papeis, tecidos, amostras e um computador, reparou que sua perna engessada estava descansava em uma das cadeiras da mesa e mesmo com o braço ainda engessado tentava digitar no notebook.
- Não acha cedo demais para voltar a trabalhar? – as palavras voaram de sua boca antes mesmo que pudesse controlar.
- Bom dia para você também Taylor! – respondeu mostrando seu sorriso cínico.
- Bom dia para você também... – devolveu no mesmo cinismo. – Então não vai me responder o que te perguntei? – perguntou novamente cruzando os braços levemente deixando um sorriso lateral transparecer.
- Upf... Respondendo sua pergunta não acho cedo não, aliás, para ser sincera está quase tarde demais pelo atraso que vi no meu cronograma.
- É pelo jeito tem gente animada hoje! – ele tentou fazer graça. – Agora vamos falar sério , você não está tão recuperada para voltar a trabalhar. – deixou a preocupação que sentia transparecer em sua voz, martirizando-se por não conseguir controlar-se ao lado da brasileira.
- Taylor eu sei disso, não vou passar o dia sentada à mesa trabalhando, mas um pouquinho não tem problema. Preciso colocar o cronograma em ordem e assim também me distraio um pouco. – terminou tentando fazer sua melhor expressão de inocência tinha o intuito de trabalhar o dia inteiro, porém o ator não precisava saber desse pequeno detalhe.
- Ok, mas a Carmem vai controlar o tempo! Nada de burlar as recomendações médicas. – falou dando-se por vencido momentaneamente. – Onde está o pessoal? – perguntou tentando manter a conversa com , sua voz era uma melodia que acalmava instantaneamente a ansiedade que sentia ultimamente.
- Na verdade não sei onde seus pais estão e Makena foi direto para o treino. – comentou voltando a teclar no notebook.
Sem que ela percebesse Taylor passou a analisar a hospede, mesmo com a perna e o braço quebrados aos seus olhos estava terrivelmente sexy dentro do short azul marinho de cotton curto colado em suas coxas e quadril, parecia-se com um dos shorts que Makena usava para trinar e que ele sempre reclamava pelo fato dos outros meninos ficarem secando sua bunda. Agora ele via-se na mesma situação naquela cozinha! A brasileira usava também uma regata talvez um número ou dois maiores que ela deixando, conforme o movimento, aparecer levemente o contorno dos seios médios e um pequeno pedaço da renda do sutien preto que usava. Uma simples roupa que poderia ser considerada confortável até para dormir, porém naquele momento fez a mente do ator criar asas.
Piscando várias vezes recobrando o juízo encontrou o rosto de Carmem o observando com um sorriso no rosto fazendo o seu esquentar ficando provavelmente vermelho. Sem dizer uma palavra a cozinheira voltou aos seus afazeres balançando a cabeça para os lados enquanto sorria. Tentando recompor-se Taylor abriu a geladeira pegando de lá o suco de laranja.
- Hum... O que você tanto digita? – perguntou puxando assunto novamente para evitar mais um embaraço.
- Estou reprogramando meu cronograma, atualizando minhas planilhas, refazendo os orçamentos, negociando com os fornecedores... Esse tipo de coisa. – respondeu virando-se para ficar de frente com o ator. E você o que vai fazer hoje?
- Não tenho nada programado ainda, Tarik deve chegar daqui a pouco para vermos minha agenda. – respondeu ficando logo em seguida curioso com o olhar que a morena lhe lançou. – O que foi?
- Bem... É que pensei se não fosse te atrapalhar você poderia me ajudar nisso tudo aqui. – naquele momento não entendeu seu pedido até porque se queria trabalhar o dia inteiro ao lado do ator ele não deixaria, porém ao ouvir que possuía aquela tarde livre sentiu a vontade de permanecer ao seu lado.
- Não sei se vou servir de ajuda realmente, entretanto posso tentar. – deu seu melhor sorriso, aquele seria o melhor momento para enxergar os tais sinais que Tarik lhe falara ao telefone.
Logo estavam sentados lado a lado de costas para Carmem que apenas observava toda a cena calada a cozinheira ainda não conseguia dizer se aquela aproximação era realmente boa para ambos, porém achou melhor deixá-los descobrir o que realmente estavam plantando em seus corações. Se de lá floresceria o amor somente o tempo poderia dizer realmente.
As horas passaram enquanto explicava e mostrava orgulhosa todo seu trabalho, Taylor observava maravilhado a mulher ao seu lado, para ele a brasileira era uma verdadeira caixinha de surpresas, ao mesmo tempo era doce e delicada tornava-se enérgica, feroz e obstinada chegou até se assustar ao ouvi-la negociar com um fornecedor que queria cancelar o contrato. Ambos nem perceberam a aproximação que seus corpos faziam e foi justamente nesse momento que Tarik os encontrou na cozinha.
Taylor estava com o braço direito em volta dos ombros da brasileira enquanto ela apoiava-se na lateral do corpo do ator e ambos olhavam para algo no computador que daquele ângulo o assistente não sabia definir.
- Esse casamento foi o mais complicado que realizei até hoje, não via a hora de tudo acabar e poder voltar para casa! – ouviu a morena contar a Taylor. – Mas no fim das contas ficou maravilhoso! Olha só essa foto.
- Realmente parece uma festa perfeita! – Taylor concluiu após se aproximar mais da tela e de automaticamente.
Tarik achou que era momento de se fazer presente antes que alguém o visse espiando.
- E aê minha gente sentiram a minha falta?
Ambos pularam da cadeira assustados e inconscientemente ajeitou-se na cadeira afastando-se do ator. Naquele momento Tarik teve uma ideia de como ajudaria o amigo com suas crises amorosas. Sorrindo ele andou até a mesa da cozinha sentando-se no lugar vago ao lado da morena.
- Não ouvi você chegando... Há quanto tempo está aí? – Taylor perguntou sem entender o olhar traquina que o assistente estava lançando aos dois.
- Acabei de chegar. Então o que é tudo isso aqui na mesa? – perguntou visivelmente curioso observando as amostras de tecidos, paletas de cores, fotos, contratos e mais um monte de papéis.
- Estou trabalhando e Taylor ficou aqui para me ajudar. – explicou gentilmente ao homem do seu lado direito.
- Ah é verdade o Tay comentou que você trabalhava com festas!
- Sim, justamente por isso viajei até aqui. Precisava fechar alguns contratos do casamento que estou organizando, Clarice se casa em seis meses e ainda temos muito trabalho pela frente. – a morena explicou tentando não se desesperar pelo tempo apertado que possuía.
- Como vai resolver todos os preparativos se por um bom tempo vai ficar com o gesso? – Tarik perguntou verdadeiramente curioso.
- Vou dar um jeito, a única coisa que tenho certeza é que esse casamento vai ser perfeito do jeito que eles merecem!
- Você tem que ver Tarik as fotos dos casamentos que ela já organizou. Perfeitos! – o ator comentou sem conter o orgulho pela brasileira.
- Mostra aí pra mim . – o assistente pediu sorrindo.
- Vou abrir uma pasta com algumas fotos dos mais recentes. – ela falou enquanto fechava as janelas abertas na tela do notebook mostrando consequentemente o plano de fundo do desktop no qual era uma foto de duas mãos masculinas segurando um pé minúsculo, provavelmente de um bebê recém-nascido.
- Que foto bonita quem tirou? – Tarik perguntou vendo ali a oportunidade para iniciar sua investigação.
- Ah essa foto? – a brasileira perguntou levemente confusa. – Eu mesma que tirei quando a Luci nasceu, ela era tão pequena que Carlos quis gravar a diferença entre seus pés e as mãos dele.
Taylor observava a foto sentindo uma pontada de inveja por não serem as mãos deles ali na foto, olhou para o amigo ao lado e entendeu que naquele momento Tarik sorrateiramente iria tirar as informações que eles ainda não possuíam de sua hospede.
- Nossa ela era muito pequena mesmo...
- Era mesmo o que foi um espanto para todos nós porque engordei 25 kg na gravidez e para o padrão brasileiro sou alta e Carlos tinha 1,90. Surpreendentemente Luci nasceu com 46cm e 2kg e 900g! - contou nostálgica sorrindo de uma maneira que o ator nunca vira. – Carlos a segurava com apenas um braço e ela praticamente sumia!
- Você engordou 25 kilos? – o assistente perguntou abismado. – Não consigo imaginar isso, você é tão magra!
- Sim, parece um absurdo e na verdade foi! Minha médica só faltava me matar em cada consulta, mas não conseguia controlar meu apetite... Tive muitos desejos na gravidez e muito do peso também era inchaço. O bom foi que logo nos seis primeiros meses emagreci tudo e voltei ao meu corpo normal. – tentou explicar vendo o espanto dos dois homens ao seu lado.
- Você tem mais fotos da sua filha fiquei curioso agora para saber, como ela é? – Taylor perguntou imaginando o que a criança havia herdado da mãe.
- Tenho muitas fotos dela, na realidade de toda a minha família... Vou mostrar para vocês.
abriu logo em seguida uma pasta com inúmeras fotos de pessoas que Taylor imaginou ser sua família no Brasil, sem se conter começou a imaginar qual deles seria o falecido esposo da brasileira.
- Esse aqui é meu pai, Paulo, estávamos comemorando seu aniversário de 60 anos. Nessa época ele já morava no Rio de Janeiro então fomos todos até lá fazer uma surpresa.
contava enquanto os três observavam na tela a foto tirada em um restaurante à noite, ela apontava na tela para o homem de pele dourada do sol e cabelos brancos sentado em uma das extremidades da mesa que Taylor vira dias atrás. Ao lado esquerdo dele uma mulher de pele branca e cabelos negros e cacheados sorria, a brasileira denominou como sua melhor amiga e cunhada Vanessa, e do lado oposto à esquerda do pai estava sentada. Taylor viu-se fascinado ao vê-la naquela foto os cabelos eram longos, repicados e com um brilho único, na verdade, a seu ver naquela foto tudo nela brilhava era nítido sua felicidade estava mais corada e visivelmente mais saudável sem aquelas constantes olheiras escuras abaixo dos olhos. Ele podia ouvir ao fundo ela contar sobre cada foto que passava, nas quais, praticamente todas quem tirava era seu marido ao que parecia seu hobby era a fotografia e Taylor tinha que admitir que o homem possuía seu talento.
- E essa aqui é a minha princesa! – falou mostrando a foto de Luci usando um chapéu três vezes maior que sua cabeça.
Taylor sorriu ao constatar o quanto a menina era bonita, pele extremamente branca, lábios pequenos e vermelhos, cabelos lisos e escuros e grandes olhos verdes, um verdadeiro anjinho como a brasileira definira.
- Ela é linda! – Tarik comentou ao perceber a paralisia do amigo, sabia muito bem que naquele momento a mente de Taylor estava fervilhando entre mais perguntas e respostas.
- Sim é linda! – concordou orgulhosa enquanto passava para a próxima foto, foto que a fez congelar no lugar.
Quase se esquecera daquela foto, achou que tinha colocado na outra pasta de fotos que não queria ver. Fotos como aquela faziam seu coração doer de saudade.
Não era mera coincidência que até naquele momento só tinham visto fotos de sua filha, amigos, pais ou até dela mesmo. Todas as fotos relacionadas ao seu casamento ou ao seu falecido esposo estavam em outra pasta onde evitava ao máximo olhar, era doloroso demais ver o quanto era feliz, o quanto a vida lhe tinha roubado.
Lembrava-se muito bem de como aquela foto foi tirada, na noite anterior fora a maior briga que tiveram em todo o tempo que viveram um ao lado do outro. Era muita coisa acontecendo na vida do casal, a agência estava iniciando, o dinheiro estava curto, ambos estressados acabaram descontando um no outro, mas logo na manhã do dia seguinte perceberam seus erros e acertaram-se da melhor maneira que sabiam se resolver, debaixo dos lençóis! Foi exatamente após terem feito amor que a foto foi tirada.
A foto era simples sem nenhuma alteração ou efeito. Ambos estavam debaixo dos lençóis brancos e amarrotados; tudo a volta deles era na cor branca parecendo trazer ainda mais pureza ao amor que sentiam um pelo outro. estava deitada de lado apenas com o braço direito para fora do lençol e seus longos cabelos castanhos espalhavam-se pelo travesseiro enquanto olhava diretamente para Carlos. Seu esposo era um homem que chamava a atenção naturalmente por seu porte atlético e altura de 1,90cm, sua pele era dourada como a de seu pai, cabelos pretos lisos e curtos, lábios finos e bem desenhados, olhos pequenos, nariz marcante e um sorriso perfeito. Sorriso esse que naquele momento era direcionado somente a ela, ambos olhavam-se fixamente como se não se importassem com a máquina fotográfica e o mundo que os aguardava lá fora.
Olhos fixos, narizes e testas se tocando, sorrisos resplandecentes; um amor verdadeiro! Era isso que Taylor realmente viu ao observar aquela foto na tela e a pergunta mesmo que sem quisesse fazer brotou de seus lábios.
- Esse é o Carlos?
- Sim. – ela sussurrou ainda olhando fixamente para a tela, sentia que estava distante daquela imagem por décadas e não apenas cinco anos, a imagem de uma vida paralela, vida está que não parecia ter sido vivida por ela. – Foi logo no inicio do casamento.
- Sei que pode ser um assunto delicado, mas quanto tempo faz que aconteceu... Você sabe o que? – Tarik perguntou sondando as reações da brasileira.
- Faz dois anos e seis meses, Luci tinha 5 meses na época. – respondeu no automático com a voz monótona.
- Imagino como foi difícil ter que cuidar dela sozinha. – o ator se manifestou imaginando as complicações que ela teve na vida.
- Foi bem complicado, mas meu pai me ajudou bastante além da minha cunhada. – respondeu tentando sufocar o aperto que possuía no peito ao falar naquele assunto.
- E você nunca pensou em... Sei lá, casar de novo? – Tarik perguntou mais diretamente vendo Lautner arregalar os olhos.
- Casar novamente? – perguntou espantada.
- É. Acho que seria o normal, afinal sua filha vai crescer sem a figura de um pai e você vai ficar sozinha pelo resto da vida? – o assistente continuava a fazer as perguntas mesmo após o ator resmungar e com os olhos mandar parar de fazer aquelas perguntas.
- Ugf... Tarik minha situação é muito mais complicada do que se parece. Chega a ser poético achar que vou encontrar alguém que vá me aceitar. – a brasileira confessou entristecendo-se ainda mais. – Não sou mais tão jovem, tenho uma filha e para ser bem realista hoje não sou mais aquela de antes, sou apenas uma casca. Estou completamente quebrada por dentro e sinceramente acho que não tenho mais concerto, porque por mais que encontre alguém que remende tudo isso ainda será um remendo. Nunca mais serei inteira e completa. Fora que ainda amo meu marido e nenhum homem aguentaria viver a sombra de outro mesmo que esse outro já tenha ido.
- É triste ver que pensa assim... – o ator deixou escapar sofrendo por vê-la desacreditar da própria felicidade.
- A vida nem sempre é justa Taylor. – sussurrou olhando diretamente dos olhos do ator. – A verdade crua e real é que a mulher morreu junto ao seu marido há quase três anos, hoje existe apenas a mãe, a empresária e a amiga! O melhor que havia em mim foi arrancado e só me resta conviver com o buraco que ficou. Pode ser triste ou até mesmo cruel o que vou dizer, mas não vou amar novamente outro homem até o fim dos meus dias e sinceramente que homem vai se sujeitar a estar ao meu lado sabendo que nunca serei dele por completo?
A cada palavra falada pela brasileira Taylor sentia uma faca afiada atravessar seu corpo fazendo-o sangrar e sofrer por amor, sim amor, pois naquele momento vendo estampado nos olhos de toda a dor que ela sentia entendeu que não era uma mera paixão que se instalara no seu peito e sim um amor verdadeiro que não imaginava existir realmente. A dor dela ultrapassava a dor que sentia pela rejeição; rejeição essa que recebia sem nem ao menos ter a chance de se declarar. Daria o mundo se fosse preciso apenas para tirar a dor que aqueles olhos castanhos possuíam.
Mas para que tentar se perdi antes mesmo de começar a jogar? Taylor pensou ainda absorvendo as palavras ditas e não ditas. Percebendo ambos ainda mantinham o olhar fixo e a tensão do ambiente Tarik pigarreou despertando de seu mar de dor.
- Bem eu... – pigarreou buscando a voz que sumira de repente. - Eu acho que vou me deitar, estou sentada aqui faz tempo e minhas costelas estão começando a reclamar.
Se levantado sem nem ao menos esperar por alguma réplica a morena dirigiu-se até o quarto sentindo o ar escasso em seus pulmões, não entendia porque vomitara aquelas palavras para o ator. Seu peito estava comprimido por ver a dor e os olhos levemente vermelhos dele, algo dentro de si queria voltar para aquela cozinha e dizer que suas palavras eram apenas mentiras, que poderia um dia amar, mas se fizesse isso seria apenas mais uma mentira e nada mais. Sem que se desse conta sentiu algo molhado escorrer por seu rosto tocando rapidamente a bochecha colheu com o dedo a lágrima solitária que escapara e sorriu deixando uma risada nasalada sair constatando que aquela era a segunda vez que Taylor a fazia chorar. É... Acho que estou me apegando demais nesse menino.


-x-


Tarik observava pacientemente seu amigo digerir a conversa que tiveram a pouco com a brasileira, somente olhando agora para o amigo conseguia entender a gravidade de toda aquela situação. Internamente o assistente estava torcendo para que o amigo apenas sentisse uma atração pela brasileira, afinal seria totalmente normal pelo fato da beleza que possuía como também da fama que as brasileiras levavam pelo mundo. Mulher brasileira sempre foi sinônimo de beleza e prazer, ele mesmo já confessara ao amigo a vontade de ir para o Brasil e experimentar o que tanto ouvia daquele lugar. Preconceituoso talvez, mas qual homem não possuía esse lado?
Olhando novamente para Taylor o assistente viu um homem desolado a sua frente, o ator ainda permanecia na mesma posição com os olhos fixos na foto que permanecia aberta no notebook.
- Tay... Cara volta a respirar que você está começando a me preocupar. – o assistente tentou fazer graça para tirá-lo do estado de choque em que se encontrava. Taylor apenas suspirou parecendo derrotado e com certa dificuldade desviou seus olhos para a porta de vidro que dava para o jardim da casa.
- Eu não tenho a mínima chance, não é Tarik? – sussurrou com a voz desprovida de emoção.
- Meu amigo; tenho que ser sincero com você... A situação não é nada fácil. – Tarik sentenciou vendo a dor do amigo. – sente algo por você Taylor isso é evidente, porém acho que nem mesmo ela tem ciência disso. Se você realmente está apaixonado tem que saber que vai ser uma verdadeira batalha para mudar tudo o que ela nos falou a pouco e fazê-la enxergar o que sente por você, além do que mesmo após perceber o que sente ainda tem o risco de não ser o suficiente para permanecer ao seu lado. E aí eu te pergunto vai valer a pena?
A pergunta ecoou pela cabeça do ator sem que ele encontrasse uma resposta definitiva. Valeria realmente a pena fazê-la entender qualquer sentimento mínimo que poderia sentir por ele mesmo que isso a fizesse sofrer? Valeria a pena viver das migalhas que ela poderia oferecer? No amor a matemática nunca era exata e não poderia prever o que aconteceria apenas viver com o que poderia ter sido.
- Se disser que não sei o que fazer você vai rir de mim? – Taylor perguntou ao amigo tentando sorrir de sua tragédia.
- Não Tay pelo menos por enquanto, mas não prometo nada depois que tudo isso acabar. – o assistente sorriu vendo o amigo amadurecendo. – É Taylor Lautner bem vindo ao mundo dos adultos! Nada na nossa vida é totalmente controlável e programável.
- Esse mundo é uma droga!
Tarik assustou-se ao ver seu amigo levantar rapidamente e pegar a chaves do carro e a carteira que estava na ilha da cozinha.
- Aonde você vai Taylor?
- Esse não é o mundo dos adultos Tarik? – falou tentando sorrir apesar da tensão e tristeza estampada nos olhos. – Então vou agir como um e resolver meus problemas de peito aberto. – terminou sem ao menos esperar a resposta do amigo saindo pela porta da cozinha.
- Taylor aonde você vai? Taylor?! – o assistente chamou sem imaginar para onde o amigo ia.

N/A: Oie flores do meu jardim!!! Eu sei, eu sei que com toda certeza vcs estão loucas e querendo me matar, MAS tive que refazer o capítulo pq simplesmente odiei o que fiz e como falei antes estou colocando meu coração nessa fic, então toda a qualidade é fundamental! Espero que gostem e quero também avisar que ainda vai acontecer coisas muito importantes antes da PP e o Taylor cederem ao que sentem realmente, então não matem nos próximos capítulos ok!
Outra coisa amores, quero e preciso saber o que pensam sobre a história e para isso acontecer um recadinho é mto válido! Obrigada pelos recadinhos do cap anterior e pelo carinho! Essa é apenas uma loucura da minha cabeça que apenas posto aqui justamente por receber esse carinho. Bjos e até o próximo capítulo.


Capitulo 8
Dois dias! Dois intermináveis e cruéis dias! pensava enquanto terminava de fechar a porta do seu apartamento. Decidira voltar mais cedo do treino, definitivamente não tinha cabeça para dar saltos mortais enquanto sua mente estava atormentada pelo silêncio de seu namorado, se é que ainda poderia ser considerado assim.
A loira de grandes olhos azuis estava visivelmente abatida. Quem inventou o amor deve ser um sádico! Pensou amarga ao constatar o óbvio, amar doía também. Colocando sua mochila de academia no sofá jogou-se no lugar ao lado e recostando a cabeça no encosto do sofá fechou os olhos soltando um longo suspiro. Não tinha a mínima ideia de como poderia salvar seu namoro sentia que seu barco afundava cada vez mais.
Em todo o tempo que conhecera Taylor nunca se sentiu tão ameaçada como agora e no fundo sabia que naquele momento não possuía mais forças para lutar pelo ator, nunca em sua vida desistira de algo, porém não via muitas saídas para aquela situação e entendia que já se machucara demais com toda aquela história.
Quando contou toda a situação para Patrick, o amigo que conhecera através de Lautner, o loiro de olhos azuis avisou que possivelmente seu namorado possuía fortes sentimentos pela brasileira e como já fazia há algum tempo insistiu para que ela terminasse seu namoro com o ator. sabia que Patrick nutria sentimentos por ela e mesmo não sendo recíproco em todas as oportunidades que possuía insistia em uma chance e justamente naquele momento pensava muito na proposta. Amava Taylor disso não tinha dúvidas, mas também tinha que se amar e nos últimos tempos era valorizava justamente pelo amigo ator. Talvez naquele momento precisasse de alguém que a amasse mais, mas será que conseguiria afastar-se completamente de Taylor? Essa era a pergunta que rondava sua mente. Ainda confusa revolveu levantar do sofá e tomar um banho para tentar através da água levar todas suas incertezas embora.


A luz alaranjada do sol invadia pelas janelas do quarto de anunciando que mais um dia acabava e ela não possuía ainda uma resposta para seus sentimentos como também uma solução para seus problemas.
Decidira passar o resto da tarde debaixo dos cobertores assistindo o filme que tanto amava, P.S. Eu te amo, já perdera a conta de quantas vezes assistira aquele filme e muitas vezes pegava-se imaginando como seria se tivesse um homem daquele ao seu lado, ou melhor, se um dia Taylor poderia ser aquele homem! Enquanto sorvia mais um gole de seu chá ouviu a campainha tocar fazendo-a franzir o cenho.
- Vanessa esqueceu a chave? – pensou em voz alta ao ouvir novamente o barulho imaginando que só poderia ser a amiga que dividia o apartamento já que ninguém fora anunciado pelo porteiro.
Sem importar-se em vestir uma calça foi até a porta vestindo apenas uma regata e suas famosas calcinhas estilo boxer.
- Nêssa quantas vezes já falei pra ver se pegou tudo antes de sair? – falou assim que abrir a porta assustando-se ao perceber que não era sua amiga e sim Taylor.
- Posso entrar? – Taylor perguntou analisando a forma que sua atual namorada estava vestida.
- C-claro. – sem saber muito bem como agir abriu espaço para o ator entrar enquanto tentava cobrir-se um pouco mais puxando a barra da regata para baixo.
- Sabe que não precisa ficar encabula comigo por estar vestida assim , já te vi com muito menos. – o moreno falou amigavelmente percebendo o desconforto da líder de torcida.
- Na nossa atual situação sim tenho todo o direito de me sentir desconfortável ao seu lado Taylor. Só um momento que vou vestir algo mais decente. – falou o mais dura que pode adotando a posição de defensiva lembrando-se de tudo o que seu namorado fizera ultimamente.
Taylor apenas suspirou derrotado andando em direção do sofá de três lugares sentando-se na ponta oposta a mochila de academia que ainda permanecia onde a colocara quando chegou do treino. A tensão fazia companhia ao ator naquele momento endurecendo seus músculos, com os braços apoiados em seus joelhos passou novamente as mãos pelo rosto tentando de alguma forma livrar-se da pressão que sentia sob si.
- Então Taylor o que quer?
A voz de anunciou sua chegada à sala Lautner levantou levemente os olhos para observar sua namorada vestida ainda com a mesma regata, porém agora com uma calça de moleton bege. Sem saber ao certo como conversar aquela conversa apenas analisou um pouco mais sua namorada. Em seu rosto havia uma sombra escura logo abaixo dos olhos denunciando seu abatimento e possíveis noites sem dormir causando no ator ainda mais o sentimento de culpa por saber que ele, somente ele, era o causador de seu sofrimento.
- Veio só pra ficar me olhando? Se for isso era só pegar uma foto! – alfinetou sentindo seu sangue ferver de raiva de si mesma por amar o homem a sua frente.
- Vim conversar...
- Não tenho nada para conversar com você Taylor. O que precisava ser dito da minha parte foi. Então se ainda não tomou uma decisão, o que está mais do que óbvio que não a tomou, faça o favor de se retirar do meu apartamento. – não conseguia olhar nos olhos do ator e ver a confusão presente neles, queria ver apenas o amor, o amor que deveria ser dela por direito.
- Na verdade temos sim que conversar , não tem sentido ficarmos fugindo da situação... Temos um problema nas mãos e precisamos resolver isso junto como adultos que somos! – disse levantando-se andando em direção dela para colocar suas mãos em seus ombros pequenos.
- E qual seria esse problema Taylor? – a loira jogou todo seu veneno ao falar do tema escondido em suas brigas. – Hein Taylor qual é o nosso problema? Vamos me diz... – continuou a vomitar as palavras batendo nas mãos do ator para afastá-las dando alguns passos para trás. – Veio mentir novamente dizendo que me ama? Ou veio finalmente admitir que sente algo pela brasileirinha? Hein Taylor o que veio fazer AQUI?
Os olhos de ardiam pedindo para que ela piscasse e derramasse as lágrimas que estavam se acumulando, mas seu orgulho a proibiu que chorasse novamente na frente dele. Taylor por sua vez tinha o coração no tamanho de um grão de mostarda ao constatar toda a dor que causara na pessoa que o mais apoiara além de sua família em todos esses anos.
- Eu sinto muito por toda a dor que tenho te causado ! Não suporto saber que sou eu quem está te deixando assim! E-eu queria tanto que as coisas estivessem diferentes entre a gente! – confessou andando pela sala frustrado.
- Se sentisse realmente como diz concertaria as coisas Taylor, mas não, tudo o que tem feito é apenas deixar nossa situação piorar cada vez mais! O que você quer de mim? – ela sussurrou a pergunta temendo profundamente que a resposta finalmente colocasse um fim na relação que possuíam.
Taylor olhou profundamente nos olhos azuis de Hicks vendo ali sua amiga de tantos anos, companheira de tantas conquistas e por fim lembrando-se de toda a conversa que tivera naquele dia com Tarik e tudo o que Lavínia falara.
- em todos esses anos sempre fui sincero com você e nunca, nunca quis causar toda essa dor que estou te causando e por tudo que vivemos preciso ser e me manter sincero com você e com o que temos aqui. – o moreno sussurrava sentindo seus olhos embaçarem. – Eu realmente estou apaixonado por Lavínia.
Nesse momento não conseguiu ouvir mais nada além das palavras apaixonado e Lavínia na mesma frase. Ficou paralisada enquanto pedia internamente para que tudo aquilo fosse um pesadelo e que acordasse na cama ao lado de seu namorado, entretanto conforme os segundos passavam e Taylor não desmentia o que falara a loira via que tudo aquilo era realmente sua vida e não um simples pesadelo noturno.
- ? – Taylor chamou percebendo a inércia que ela encontrava-se – Você está bem?
- Bem? – respondeu após piscar várias vezes saindo do tampor que se encontrava. – Realmente depois do que me disse quer saber se estou bem Taylor?
A cada palavra que saía de sua boca sentia a raiva crescer ainda mais dentro de si, seu corpo esquentava enquanto sua mão coçava para bater com todas suas forças no rosto do ator.
- Não foi nesse sentido , sei que temos uma situação complicada aqui, mas...
- CHEGA! – a líder de torcida gritou com força fazendo o moreno arregalar levemente os olhos como arquear as sobrancelhas surpreso pela explosão da namorada. – Chega Taylor! Não quero ouvir mais nenhuma palavra! Você não tem o direito de fazer o que está fazendo comigo! Eu sou uma pessoa, possuo defeitos, mas sou um ser humano e não seu brinquedo. – falava tentando controlar ao máximo as lágrimas que se formavam descontando sua frustração nos fios loiros que puxava para trás em sua cabeça.
- Amor não fale assim eu...
- Deus! Como pude doar tanto de mim a alguém como você? – a líder de torcida amargurada cortou o ator começando a andar pela sala.
Vendo o descontrole dela Taylor a segurou pelos braços tentando explicar o que acontecia.
- se acalme e escute o que estou tentando te dizer! Eu gosto de você e não quero te perder!
- Então o que quer Taylor Lautner? – rosnou tirando as mãos do moreno de seus ombros. – O que espera hein Taylor? Manter as duas por perto para ver no que dá? - Enquanto vomitava as palavras deu-se conta do que estava acontecendo por trás de toda aquela situação. - Ela não o quer, não é?! É por isso que está aqui, como previ Lavínia vai apenas te dar migalhas para depois ir embora verdade?
Para o ator ouvir aquelas palavras novamente em alto e bom som causava um aperto maior ainda em seu coração já havia constatado aquele fato, mas ouvir da boca de outras pessoas que Lavínia não o queria doía muito mais. Enquanto esperava no ultimo fio de esperança a negação do namorado viu a dor passar por seus olhos constatando ali a confirmação de tudo que não queria ver naquele momento, não soube dizer ao certo quanto tempo ficaram se encarando até que decidiu fazer o que deveria ser feito.
- Seu silêncio confirmou tudo o que precisava saber então vou facilitar para você Taylor. – o ator ouvia as palavras de sem ter forças para revidar a posição da namorada. – Acabou! Não dá mais.
- eu não...
- Você não o que Taylor? – perguntou já sem ter forças para conter as lágrimas. – Não era isso que queria? Ficar livre para correr atrás daquela brasileira?
- Não é justamente o contrário! – o ator se desesperou tentando dizer o que realmente tinha decidido. – Eu não vou me aventurar em algo que vai embora.
Ao dizer isso Taylor avançou sobre a líder de torcida puxando-a para um beijo apaixonado. Sem ter forças para negar entregou-se completamente aquele beijo dando a si mesma a oportunidade de senti-lo uma última vez. Quando o ar se tornou escasso Taylor recuou apenas para que pudessem respirar ainda segurando o rosto da loira entre suas mãos e com seus rostos colados.
- Não vou e nem quero te deixar por Lavínia. – sussurrou ainda de olhos fechados mantendo-se próximo de chegando a fazer um leve roçar de lábios conforme falava.
Sentindo seus sentimentos brigarem dentro de si soltou-se do ator se sentando na poltrona de camurça marrom no outro lado da sala subitamente cansada. Não era exatamente aqui que queria ouvir, mas já era um começo, certo? Pensou enquanto cobria o rosto ainda molhado de lágrimas com as mãos. Suspirou tentando recobrar sua dignidade. Até quando vou ser a segunda na lista? Com esse pensamento tomou sua decisão.
Taylor apenas observava a namorada sabia que naquele momento decidia o que faria. Sempre fora assim em todos aqueles anos que se conheciam a líder de torcida pensava muito bem antes de agir e ele sem coragem e forças para lutar por sua posição apenas esperou a decisão que sabia que viria.
- Sinto muito Taylor... – seu sussurrou aos ouvidos do ator pareceu mais gritos no megafone. – Te avisei que um dia me cansaria de receber as suas migalhas e acho que esse dia chegou.
- nunca te dei migalhas, eu... – parou de falar ao ver a mão pequena se levantar.
- Você sempre vai negar isso, mas é o que acontece e sempre aconteceu. Por todos esses anos sempre estive em segundo plano para você. – a líder de torcida falava enquanto levantava-se caminhando a passos lentos buscando dentro de si forças para fazer o que era o melhor para ela naquele momento. – Era só estalar os dedos que corria atrás de você feito um cachorrinho fazendo tudo o que podia para te agradar... Só que cansei disso, até quando vou ser sua segunda opção? Hoje é essa brasileira que você se diz apaixonado, mas e todas as outras vezes? Passou pela gente Selena, Swift, Lilly Colins sem contar seus pegas de uma noite e agora nosso problema se chama Lavínia, entretanto essas mulheres não são o problema real Taylor e sim você! Sempre pensando apenas em si mesmo achando que tudo pertence a você ou gira ao seu redor! Cansei disso, cansei de ser sua segunda opção... Sabe sei que muito de tudo isso aconteceu por minha culpa, quem se rebaixou foi eu, quem se deixou pisar fui eu e quem se colocou em segundo plano fui apenas eu mesma. Agora cansei de todo esse drama, preciso aprender a me amar em primeiro lugar e isso não vai acontecer em uma relação com você nesse momento. – sua fala era cansada, magoada enquanto dirigia-se em direção da porta de seu apartamento. – Se realmente sente que me ama e que realmente é ao meu lado seu lugar então terá que provar. Quando chegou aqui me disse que temos que tratar desse assunto como adultos então preciso que cresça primeiro e talvez quando isso acontecer possamos retomar algo... Se isso vai significar amizade, namoro, casamento eu não sei, o que sei é que agora o que temos acabou!
Taylor permanecia estático no meio da sala, nada acontecera como planejara e conforme observava parada ao lado da porta imaginava onde errara as palavras da namorada caíram em seu coração causando a dor do peso do real entendimento do que acontecia entre eles. Quando se tornara egoísta a esse ponto? Pensou franzindo o cenho ainda sem acreditar que aquele era o seu eu real.
- Sempre foi assim? – sussurrou ainda um pouco entorpecido.
- Não havia se dado conta verdade? – perguntou quase que carinhosamente, era doloroso, mas realmente amava aquele menino mimado e com um suspiro respondeu. – Sim acredito que sempre foi assim, talvez por isso que nunca percebeu a diferença. Como te falei tenho uma grande parcela de culpa nisso por ter me rebaixado aos seus caprichos, só que agora cansei disso.
- Eu... – Taylor não sabia ao certo o que dizer enquanto a consciência o atacava. – Eu realmente sinto muito, nunca... nunca quis te ferir dessa forma.
- Talvez não conscientemente, mas magoou e muito então, por favor, pelo que já vivemos vá embora.
Sem conseguir dizer mais nada o ator dirigiu-se até a porta parando a frente da loira que até então fora sua, beijando sua testa foi-se sem olhar para trás. ainda com os olhos fechados fechou a porta deixando seu corpo recostar nela batendo a testa levemente na madeira branca, segundo após segundo a dor foi aumentando até que as lágrimas vieram em torrencial fazendo suas pernas fraquejarem ficando por fim sentada no chão frio encolhida abraçando suas pernas deixando naquele momento sua dor tomar todo seu ser.


A lua cheia pairava no céu iluminando a praia praticamente deserta naquela hora da noite misturando ao cenário os sons das ondas caindo sobre as areias fofas e brancas. Taylor não sabia ao certo quanto tempo estava sentado naquele deck e nem por quanto tempo chorou, por hora as lágrimas haviam cessado, entretanto o peso em seu peito permanecia denunciando o quão errado era perante toda aquela situação que vivia.
Por mais que repassasse todos os acontecimentos em sua mente não conseguia entender como deixara de perceber o quanto egoísta e mimado fora em seus relacionamentos, estava tão preocupado com a sua imagem para o público que esqueceu completamente da sua imagem para quem mais deveria se importar; sua família e sua atual ex namorada. E pensar naquilo doía ainda mais por constatar que realmente não era um homem digno de estar ao lado de alguém como e muito menos de Lavínia, de maneira certa ou errada havia a colocado em uma escala inalcançável e acreditava piamente que a brasileira precisava de alguém que lhe desse segurança, um alicerce que colasse os pedaços de seu coração e fosse marido, companheiro e pai. Aquela mulher não merecia menos do que aquilo! E doía-lhe saber que aquele não era ele, naquele momento era apenas um menino de 20 anos completamente perdido descobrindo-se e amadurecendo.
Olhando para o oceano e o céu negro quase sem estrelas tomou uma decisão; deixaria naquele momento o menino para trás e se tornaria melhor, uma pessoa melhor e quem sabe quando o destino permitisse poderia ser o homem certo para aquela brasileira. Lutaria por aquele amor mesmo que no final ficasse apenas com migalhas como dissera, entretanto não se importava se recebesse apenas migalhas sabia que ao menos teria ido até o fim, teria ao menos tentado colar aquele coração despedaçado.
Lutaria! Sim lutaria! Um sorriso esplendoroso surgiu em seu rosto mostrando seus dentes brancos e bem alinhados, nunca fora de se deixar estremecer por um desafio e não seria aquele que temeria, iria até o fim para reconstruir aquele coração e tomá-lo completamente para si. Pensando nisso levantou-se do deck com as chaves do carro nas mãos, agora possuía pressa para retornar a sua casa, tinha pressa para iniciar a batalha que com toda a certeza mudaria sua vida!

31 comentários:

  1. Fic maravilhosa!! Claro que vou acompanhar sem sombra de dúvidas, ainda mais se tratando do meu maridinho lindo. ^_^
    A PP traz consigo uma bagagem e tanta, é realmente muito triste perder alguém que amamos e pelo visto seu ex era alguém muito especial. Mas a chegada de Taylor vai dar a ela uma nova vida, com certeza.
    Adorandoooooo demais, bjksssss!!!!

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  2. realmente ela e hilaria.. apesar da dor que existe nela... ela e comica.....
    amei esta estoria....

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  3. Nunca tinha lido uma fic com a Hicks... Ainda bem que ela vai cair fora da vida do meu Tay, pq eu cheguei na área, devaneios á parte,flor eu estou adorando e please!!! Não demora para postar, ok?!?! Parabéns ;)

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  4. Omg, a Sarah está com meu moreno. o.O
    Affs, ainda bem que eu sei que logo, vai cair fora do jogo. O Tay é meu. u.u
    Tadinho está se sentindo tão culpado pelo acidente. :( Mas uma coisa boa podemos tirar desse acidente, meu Tay me encontrou. Uhuuuu!!!
    E essa Sarah, hum, sei não mas deu a entender que é uma das piores biscates que existe, ela é um verdadeira farsante. ¬¬ Coitado do meu moreno, está sendo enganado todo esse tempo. Ahhh, mas isso vai acabar, ahhh se vai. u.u
    Amandoooooooo demais, demais!!!
    BjkssssS!!!!

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  5. post de Lucynda
    Ola gabi,
    adorei os primeiros cpts.
    estou muito curiosa para ver a reação da PP.
    bjs. e até a proxima.

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  6. Nooossa, eu morando na casa dos Lautners, AMEI, agora é que a coisa vai ficar boa, o Taylor vai trazer minha baby prá ficar comigo?!?! Espero que sim:)
    E vc mocinha continue escrevendo pq eu estou adorando!!!! E quero muuuuito mais ;)

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  7. Omg, meu Tay é um bom observador, em pouco tempo já percebeu muita coisa sobre mim. ^_^
    Bem que o policial tentou a notícia do ano, mas sou muito mais esperta e ninguém vai usar o acidente para fins próprios, humpft!!! u.u Foi um acidente e não uma tentativa de assassinato. ¬¬
    Ain, meu moreno é um anjo, fala de mim, mas é tão autruísta quanto eu. Logo, arrumou um jeito de me manter por perto. ^_^ Ahh, mas tem gente que não vai gostar nadinha. hehehe Dançou Sarinha...
    Mas ficar longe da minha filhota vai ser muito triste, tomara que encontrem uma solução. :(
    Amandooooooo demais, demais!!!!
    Bjkssssss!!!!

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  8. realmente a vida dela vai mudar muito,,,

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  9. Um Amandoo Posta Logo o resto , ñ vejo a hora dee saber o que vai acontecer co0m esses 2;

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  10. Amei, não vejo a hora deles se pegar kkkkkk amor é lindo, posta logo os próximos capítulos Bjs

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  11. Post. por Lucynda
    Nossa esse capt. foi dramatico, o que era aquele Taylor nervoso em, acho que na verdade ele esta com medo de que a PP se recupere mais rapido do que se espera e ele acabe a perdendo de vista.
    Espeo ler o proximo capitulo logo pois estou adorando esta fic.
    BJS e até a próxima.

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  12. Omg, as coisas entre euzinha e meu moreno estão indo de mau a pior. :(
    A PP está tratando o Tay mais friamente do que uma pedra de gelo, tadinho!! E ele está sem entender nada. Totalmente perdido em relação à ela. rsrsrs Acho que a PP deu uma sacudida e tanto na vida dele. A Carmem é mais perceptiva do que muitos, faz pouco tempo que tem contato com a PP e já sabe o que tanto a aflige. Isso que é prestar atenção nos detalhes. Os tais pequenos detalhes que fazem tanta diferença.
    A família do meu Tay como sempre tão carinhosos e amigáveis, ele tem mesmo que ser "o cara". u.u
    Makena é um doce e somente ela e sua personalidade animada para contagiarem a PP. Lembrei-me até de Alice Cullen. rsrsrs
    E não dá nem para acreditar, Tay fez a burrada de tentar fazer as pazes com a mocréia, affs!! Deixa essa lambisgóia pra lá. ¬¬
    E nossa mãe de deus, o que foi aquela cena no jardim?! o.O Até eu fiquei com medo do Tay! Ele realmente exagerou. Está certo que a PP precisa de cuidados, mas ela não fez nada demais. Taylor foi duro e cruel. u.u Mas amei ver a cara de paspalho da Sara, chupa lambisgóia. u.u
    Amandooooo demais!!!
    Bjinhossss!!!

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  13. Olha a sua fic é muito boa eu adoro as fic com o Taylor Lautner e essa fic está muito real já pensou se isso realment acontecesse na vida real seria perfeito queria ser eu a atropelada kkkk! Mas vamos falar serio não demore para postar mais cap. por favor agora q descobri a sua fic vou entrar todos os dias para ver se tem cap. novos adorei e não deixe de escrever vc escreve muito parabéns!! E se quiser pode me cjamar de Ana! !!!

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  14. Post por Lucynda
    Oi Gabi, não se preocupa não, sei bem como é esse negócio de trabalho, cs, marido,filho, embora meu trabalho seja em casa, mesmo assim toma muito do nosso tempo, agora sobre o cp, eu adorei quando a compreensão atingiu Taylor, descobrir que está apaixonado por alguém que não é a sua namorada deve ser muito difícil mesmo, porém gostaria de saber o que vc (ele) vai fzer com a Sara neste momento, mas seja o que for, confio em vc para resolver esse dilema.
    Bjs e até a proxima

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  15. realmente estou gostando da fic, espero ver logo o romance entre a pp e nosso querido e gostoso taylor...

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  16. Eu amei , continue postando, eu acompanho sua fic desde o inicio

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  17. Uhuuuu, enfim o Tay entendeu seus sentimentos. Também com tanta gente lhe dizendo que estava apaixonado, não era possível que continuaria negando. srsrs
    Own, ele foi um fofo dando aquele presente para a PP. Foi lindo demais vê-la conversando com sua baby. A saudade deve estar mesmo a matando, mas agora com esse presente dos céus ela vai poder matar um pouco essa falta que sente de sua filha. ^_^
    Amandoooo demais, demais!!
    E louquinha pelo próximo!!
    Bjinhosss!!!

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  18. Leitora nova:
    Que momento lindo mae e filha *----* Adoravel! Boa ideia Taylor...
    Finalmente percebeu seus sentimentos hein? e agora?
    Posta mais logo
    bjs

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  19. será que ele vai terminar o namoro dele? termina, termina...kkk

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  20. Ai meu coração
    Amei Amei Amei Posta o resto please

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  21. Ai que lindoooo, Ele esta amando..
    posta mais..

    preciso de muuuuuito mais..
    bjinhos..

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  22. Ola Gabi, estou feliz por vc ter postado, a sua fic é uma das poucas que ainda leio, tenho andado muito triste pois s autoras ñ tem postado os cpts e lgumas simplesmente abandonam sem se justificar, não por necessidade, mas por consideração co aquelas que ainda leem e comentam as histórias.
    Bom, me desculpe pelo desabafo, mas voltando ao cap, eu adorei, foi perfeito pois mexeu com as emoções do Taylor e se ele via as relações que ele tinha sem importância, acredito que depois deste desabafo da PP ele vai amadurecer e ver que a vida não é tão simples e fácil como ele pensava.
    Vc perguntou o que esperávamos da fic, então eu espero ver um Taylor amadurecido e que não tem medo de enfrentar desafios para mostrar o que sente a pessoa amada, mesmo que tenha que abrir mão de suas vontades e desejos para isso.
    Acho que consegui passar minha ideia da fic.
    Me desculpe qualquer coisa que não tenha agradado.
    Amo seu jeito de escrever.
    Bjs e até a próxima, e que a próxima não demore

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  23. Meu Deus eu estou muito ansiosa é curiosa pelo próximo capitulo posta mas por favor se não eu vou enlouquecer sem nenhuma fic kk bjs.<<<Larissa

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  24. Oi flor,comecei a ler sua fic hoje e me apaixonei por ela.Eu amo fics com o Tay como principal,nossa já estou ansiosa pelo próximo capítulo!!!Beijinhos

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  25. Outch! Doeu até em mim o que a PP disse...O Taylor q se prepare...
    E eu acho q ele foi pra casa da Sara terminar de vez com ela... Eu acho né, vamos ver
    Posta mais, bjs

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  26. AMEI,VC ESCREVE MUITO BEM,VOU ACOMPANHA SEMPRE A SUA FIC ,QUANDO VC POSTAR.

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  27. =O entao ele tinha ido até a casa da Sara pra dizer que tava apaixonado pela PP e que queria ficar com ela mesmo assim? Quão estúpido e hipócrita isso é! Aff! Ainda bem que a Sara não se deixou levar e terminou com ele. Agora vamos ver o que ele vai fazer pra conquistar a PP... Posta mais por favor

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  28. Ai meu coração, amei esse capitulo

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  29. Aff me deu uma baita vontade de bater no Tay u.u,ele estava sendo covarde e queria resolver a confusão de seus sentimentos de maneira mais fácil,ainda bem que a Sara não aceitou o que ele queria e deu fim nesse relacionamento que com certeza não iria pra frente!!!Espero que ele seja homem o suficiente e lute pelo que quer!!Amei o capítulo flor.
    Beijinhos

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  30. Mas menina q cap hein
    tadinha da Sarah ;(
    Ai ai ai ai, so esperando SUPER-ULTRA-MEGA-POWER anciosa kkkkkk
    Qria eu ter o Tay apaixonaderrimo por mim <3
    então... essa fic é demaiiiiiiiiiiiiis
    NUNK nem por pensamento abandone a fic hein, se naum eu faço greve de fome, e eu como mto e isso naum seria nada legal, e a culpa seria SUA
    #MexendoComSeuPsicologico kkkkk
    Bjs ate a prox
    ~Lya

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