26 de maio de 2013

Velha Infância by Clessiane

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Velha Infância

Por

Prólogo.


O outono é realmente uma estação agradável. Essa passagem do novo para o velho, da trova das folhas velhas pelas novas encantava e muito a menininha sentado no balanço de sua arvore preferida. Não por possuir folhas de coloração alaranjada encantadoras, e sim por ser seu ponto de encontro com seu porto seguro. Admirava as folhas que caiam devagar enquanto dava pequenos impulsos para balançar seu balanço. Possuía um rostinho delicado transformado em uma carinha triste. Sentia-se sozinha, por mais que tivesse pessoas espalhadas pelo parque. Pensava na situação que sua vida se encontrava. Mesmo com somente seis anos entendia perfeitamente o que acontecia em sua casa. Mais uma vez vira seu pai chegar de madrugada em casa. Dizia pai costume, pois não sabia o que era isso há muito tempo. Seus pais não eram os mesmo. Ela não era a mesma.
Estava tão distraída que não sentiu a presença de Kellan, o menino de oito anos que para ela era seu alicerce, seu porto seguro. Sentiu um impulso mais forte em seu balanço e soltou um gritinho de surpresa. Já sabia quem era que atrapalhava seus devaneios.
_ Kellan!
O garoto gargalhava. Adorava quando a surpreendia. A menina desceu do balanço irritada pelo susto, mas quando olhou em direção de seu amigo sua raiva se esvaiu e um sorriso bobo começou a surgir em seu rosto. Não conseguia sentir raiva de Kellan por muito tempo. Uma de suas grandes manias. Kellan ao perceber a menina em sua frente com a expressão indecifrável foi acalmando suas risadas. Ele sentiu tanta saudade dela! Uma semana. Uma semana inteira sem vê-la. Sem dizer nada se abraçaram. Uns minutos depois Kellan percebeu os soluços de . Mas por que sua pequena chorava?
_ O que foi ?_ esperou que a menina respondesse, mas os soluços aumentaram assustando o garoto._ Hey, me diz o que aconteceu.
_ Senti tanto a sua falta! Não aguento mais aquela casa, Kellan._ respondeu apertando um pouco mais seus braços ao redor da cintura do garoto que a apertou mais forte em seu abraço. Sentia seu coração sendo comprimido em seu peito. Odiava saber que sua pequena sofria.
_ Eu também senti sua falta, . Muito. Mas o que aconteceu? Seu pai te bateu de novo?
_ O de sempre. Meus pais brigam. Meu pai sai e retorna de madrugada bêbado, deixando minha mãe chorando escondida, depois eles voltam a brigar só que dessa vez não quebraram nada. _ dizia ela enquanto enxugava as lagrimas e se distanciava do menino para se sentar no gramado perto da arvore.
_ Já disse que você poderia vir morar comigo. Minha mãe não iria se importar, ela adora você! _ tentava a ajudar. Ele já tinha proposto varias vezes isso, já que eles não poderiam fugir como ele queria e a menina tinha recusado.
_ Eu sei que ela gosta de mim, mas não é tão fácil. Meu pai iria atrás de mim e me daria uma surra. _ sussurrou soltando um suspiro em seguida_ Mas não quero falar sobre isso. Então, como foi a viagem?
_ Chata! França é bonita, mas eu não via a hora de voltar para Londres. Não gosto de ficar longe de você!_ os dois sentiram o rosto esquentar e seus sorrisos se tornarem tímidos. _ Eu não quero me mudar pra lá. Não quero te deixar aqui!_ completou sussurrando. Esse era um assunto complicado para os dois. A mãe de Kellan precisava fazer um tratamento caro que seria pago e feito na França por seu pai que era Oncologista. Eles não tinham solução. Seriam separados por tempo indeterminado.
_ Eu não quero que você vá, mas a saúde de sua mãe é mais importante. _ disse ela e o menino somente assentiu. E ficaram ali, em silêncio, aproveitando a companhia do outro. Quem passava por ali achava interessante duas crianças sentadas embaixo de uma arvore de mãos dadas, enquanto as outras brincavam eufóricas pelo parque. Mal sabiam elas que por menores que fossem eles enfrentavam problemas como se fossem gente grande.
A situação de Claire, mãe de Kellan, começava a piorar. A viagem foi remarcada para muito antes do previsto. Kellan e passavam o maior tempo o possível juntos aproveitando o tempo que restava. Diziam que voltariam a se encontrar na mesma arvore e que manteriam contato sempre.
No dia do embarque se encontraram na “arvore deles”. Possuíam os olhos úmidos e vermelhos de tanto chorar. Abraçaram-se fortemente para guardar a presença um do outro. O tempo estava se esgotando. O menino segurou com as duas mãos o rosto de sua pequena tentando gravar cada mínimo detalhe daquele rosto que tanto amava.
_ , não se esqueça de que você nunca está só, que sempre vou estar com você e o coração sempre será seu! Eu amo você!
A menina sorriu enquanto sentia mais lagrimas banharem seu rostinho.
_ Eu também te amo, Kellan. Muitão! E também não se esqueça que sempre pensarei em você, e não só meu coração, mas meu verdadeiro sorriso será sempre seu! _ e tomando coragem inesperada, puxou o rosto de seu amigo lhe dando um selinho surpreendo os dois. Sem saber como agir, correu de volta para casa com o coração dando pulos em seu peito, perdendo de ver o enorme sorriso estampado no rosto do garoto que deixara para trás que a observava desaparecer. Soltou um suspiro ao lembrar que não sabia quando isso iria se repetir.


N/A: Espero que tenham aprovado. Ficarei muito feliz em receber comentários, críticas, incentivos e tudo mais. Se haver comentários haverá capítulos novos! Desde já quero agradecer a Nina Alves que fez essa capa maravilhosa pra mim, obrigada mesmo! E também quero agradecer ás minhas amigas do coração Nay e Mirelly que estão me dando um apoio enorme e que acabaram sendo inspiradoras pra mim. Obrigada minhas flores do campo!
Bom, uma coisa eu digo: Isso é só o comecinho!
E aí, que tal uma carona?
Beijos da .


Capítulo 01




’s POV



TOC. TOC.

Argr... Que barulho insuportável. Em algum canto da minha consciência eu sabia que alguém batia na porta do meu quarto, mas eu preferia não ter conhecimento disso. O pior é que algum indivíduo continua insistindo em bater.

_ Merda!

Me levanto, mesmo sem ainda abrir meus olhos, para ver quem está na porta. Nem sei por que ainda me pergunto quem são as pessoas que possuem o costume de me perturbar no outro dia logo cedo pela manhã, depois de ter ido a uma festa como a de ontem.

_ Bom dia! _ disseram Mirelly e Nayara em um uníssono.

_ Não vi nada de bom. _ ainda de olhos fechados voltei aos tropeços para minha cama.

_ Claro, você nem abriu os olhos pra me ver! _ bufei e ri logo em seguida. Só podia ser a Nay. Conheci as meninas assim que entrei em Harvard. Fazemos o mesmo curso. Medicina. Ainda não decidimos em que vamos nos especializar. A Nay é super bem humorada, tem um gosto bem eclético e é a que faz sucesso com os garotos da faculdade. Ultimamente está indecisa entre dois bons partidos. Já a Mi é a mais responsável de nós três, e por ser bem extrovertida e bonita, a maioria das pessoas querem ser amigas dela. Agora você me pergunta: O que você faz com elas se não é bem humorada e nem responsável? Eu te digo, não sei! Entre a popular e a responsável eu sou a que gosta do perigo. Não que eu saia por aí fazendo o mal e tocando o terror nas velhinhas. Eu só gosto de ação, aventura. Subir em minha moto e ganhar nos rachas que sou convidada. Os que sabem dessa minha mania acham engraçado uma futura médica arriscar tanto a vida em coisas ilegais, mas como sempre, eu não ligo!

_ Vamos, levanta . Nós temos aula hoje._ Mirelly me tirou do meu devaneio_ Anda, hoje chegam os alunos de intercâmbio.

_ Ah, é verdade. Gatinhos novos! _ se animou Nay. Ela, já impaciente, começou a puxar meu edredom_ Vamos, mulher, temos que ir logo antes que as irmãs Metralhas passe o rodo em todos os novatos pegáveis!

Não aguentei. Tive que rir. Era sempre assim, Nay e seu desespero em não deixar as Metralhas nos superar. As irmãs Metralhas eram três irmãs super loiras. Ananda, Tânia e Samire. Elas nos odiavam e o sentimento é totalmente recíproco. São chamadas de Metralhas por nós porque elas sim tocam o terror com suas frescuras e suas caretas de nojo. Poucos têm a coragem de enfrentá-las. Basicamente as únicas a fazer isso somos nós.

_ Deixa elas acharem que estão podendo um pouquinho, vai fazer bem para o ego inchado que elas tem!_ respondi.

_ Ah, tá bom! e suas caridades! _ exclamou Mirelly. Voltamos a rir. _ E nem tente nos enrolar, anda , vai tirar essa cara de ressaca e nos encontrar no refeitório. E vai logo que eu tô com fome!

Ainda rindo fui tomar meu banho. Minha vida mudou muito desde que meus pais morreram.

Sozinha... É assim que eu estou desde que...

Sem resistir dou uma olhada em minha tatuagem na costela direita, um pouco abaixo do meu seio. Foi a primeira loucura que fiz aos meus 18 anos. Uma frase que levarei, literalmente, comigo para o resto da minha vida.



“Teus pés me abrem o caminho, eu sigo e nunca me sinto só!”



Ah Kellan... Eu esperei tanto por você!

Muita coisa mudou desde que ele foi embora. A situação em minha casa piorou. Meus pais começaram a brigar constantemente e várias vezes me envolveram, colocando em mim a culpa pelo fracasso do casamento. Nem minha mãe me dirigia à palavra. O que eu mais pedia a Deus era que Kellan voltasse logo, pois já não aguentava mais. Em um dia que acontecia mais uma das inúmeras brigas entre meus pais, eu saí correndo para não ouvi-los me culpar mais uma vez. Corri sem olhar para onde ia e acabei parando ao perceber que aquele era o bairro em que Kellan morava. A saudade que me bateu foi tamanha que me encolhi chorando no canto da varanda da casa vermelha tão conhecida por mim.

Não sei quanto tempo passei ali, até que Nora, a senhora boazinha que nos dava biscoitos, vizinha de Kellan, veio falar comigo. E sem querer falou à notícia que tinha recebido mais cedo. Notícia essa que acabou por mudar toda uma história. Claire, mãe de Kellan, infelizmente não tinha resistido. O tratamento não fora suficiente para salvá-la. Naquela hora meu choro se intensificou. A única coisa que eu pensava era em Kellan. Como ele estaria?

Sem dúvidas estaria sofrendo muito.

Eu queria tanto estar com ele!

Por dias seguidos eu tentei falar com ele. Ligava todos os dias e até cartas eu mandei. Dona Nora sempre me ajudava. Ela sempre ligava para o pai de Kellan para saber notícias, mas Kellan nunca atendia e nem dava sinal de vida.

Eu esperei por dois anos. Dois longos anos sem nenhuma notícia daquele que para mim era o mais importante na vida. Até que numa noite entranha, em que meus pais estranhamente não brigaram me levaram ao parque que estava de passagem pela cidade. Foi o dia que passei com meus pais mais feliz e mais triste da minha vida. Feliz por que finalmente eu tinha a minha família, e triste, pois no mesmo dia em que a ganhei me tiraram a força. Um caminhão desgovernado foi o suficiente para tirar a vida dos meus pais e acabar com a alegria da minha.

Depois fui morar com minha avó até entrar para a faculdade. Dona Flora, mesmo longe, ainda cuida muito bem de mim. Bom, na medida do possível.

_ Até que enfim, pensei que tinha se afogado no chuveiro, sei lá! _ disse Nay, assim que me aproximei da mesa em que elas estavam no refeitório.

_ Hahaha, muito engraçado! E aí, já viu muitos novatos?_ perguntei.

_ Alguns, nada interessante... Até agora! _ disse Mirelly enquanto olhava fixamente para a porta do refeitório. Virei-me para ver quem estava entrando enquanto tomava um pouco do meu café. Quando meus olhos encontraram uma turma de rapazes que entravam enquanto tiravam brincadeiras entre si, foi impossível não me engasgar. Com se não bastasse eu estar tossindo feito uma louca, com Mirelly praticamente me espancando para me fazer parar de tossir, Nay completa o show com sua nada discreta risada, chamando a atenção pra nós.

_ Levanta as mãos pro céu, menina! _ dizia Mi.

_ Eu já estou bem. _ tentei falar com a voz rouca. _ Sinceramente acho melhor a gente sair antes de mais um mico!_ completei.

_ Mas já? Eu nem aproveitei a visão dos deuses! _ disse Nay enquanto secava o grupinho de rapazes que eu não ousaria olhar depois do show que demos.

_ Vamos logo, temos aula agora, não quero chegar atrasada de novo._ Mirelly nos arrastou para nossa sala. Nossa aula foi chata como sempre. Eu tentava prestar atenção, mas acabava me distraindo, como agora que algum babaca resolveu me jogar bolinha de papel. Procuro com o olhar quem foi o individuo e acho Luke me olhando fixamente. Provavelmente o bilhete é seu.



“E aí, gata? Festa. Racha. Grana alta. Gente nova!
Ta afim?”




Leio e um sorriso começou a se formar em meu rosto. Era Luke que sempre me convidava para estas festinhas particulares. Somos muitos amigos. Ele é um cara muito querido por todos. Lindo, mas já tem dona.



“É seguro? Essa gente é confiável?”



Devolvi o bilhete. Segundos depois ele retorna.



“Claro que é! Confia em mim. Vou te apresentar a um amigo meu que simplesmente arrasa nos rachas. Você vai gostar!”



Fiquei receosa. Não gosto quando tem gente desconhecida. Pode ter algum metido a besta que pode chamar a polícia e acabar nos ferrando. Mas como Luke disse diversas vezes: “Tá com ele, tá com Deus!”.



“Beleza! A que horas? Onde e quando?”



Depois de saber a resposta voltei a tentar prestar atenção na aula. Deixaria para pensar na festa de sexta para depois.



Kellan’s POV



_ Cara, será que dá pra tirar essa careta do rosto e sorrir? Olha vai ter uma festa sexta, vai ser legal. A gente vai pegar geral e você vai esquecer a Melissa, Mariana, sei lá o nome dela!_ Jacksson tentava me animar. Ah se ele soubesse que outra garota habitava meus pensamentos há muito tempo.

_ É Melanie e eu já disse que eu só acordei mal, não tem nada haver com o término do namoro. _ o corrigi.

_ Tanto faz. De qualquer forma vamos à festa. Preciso ganhar uma grana! _ respondeu ele enquanto secava as meninas que passavam por nós no corredor. Fazíamos Engenharia Mecânica juntos. Ganhamos uma bolsa de estudos para fazer intercâmbio em Harvard. Acabamos de chegar e ele já tinha todo o cronograma de festas que acontecerá aqui. Nas palavras dele, ele é ‘prevenido’.

_ Também preciso. Tenho que colocar umas peças novas na minha moto. Já sabe o esquema dos rachas?

_ Relaxa! Já conversei com o cara que organiza. Está tudo certo! Você já foi escalado para a corrida principal. São cinco mil dólares cada. Três participantes. Quinze mil em jogo. Já está no papo, dude!

Ri. Jacksson realmente acreditava em mim ou na minha capacidade de ganhar. Ele raras vezes competia. Na maioria das vezes eu faço parte e ganho Ele sempre ganha uma comissão, por isso nem se preocupava. Bom, vamos ver no que isso vai dar!



Capítulo 02



Kellan’s POV



Sexta-Feira, 10hrs e 31min. Harvard_ Campus Engenharia Mecânica



Finalmente o tão esperado fim de semana. Não que eu não gostasse de estudar o meu curso, mas depois de uma semana cheia é sempre bom um descanso. Jacksson parecia àquelas meninas patricinhas de tão animado com a festa que vai rolar mais tarde, só faltava começar a quicar na cadeira. Estávamos em mais uma aula do senhor Wesley, nosso queridíssimo professor que não nos deixou ter intervalo hoje, o que consequentemente nos fez o amar mais ainda. Eu sei, gosto ironizar de vez em quando.

_ Basicamente precisaremos manter os pneus calibrados de forma correta. Iremos fazer um teste semana que vem para testar os conhecimentos de vocês sobre o assunto. Não faltem! _ o professor tentava dizer sobre as vozes eufóricas depois de termos escutado o sinal informando o término da aula.

_ Cara, achei que ele não deixaria a gente... _ Jacksson não terminou de falar por ter trombado em uma garota que passava por nós. _ Hey, garota, não sabe olhar por onde anda, não?

_ Desculpe, eu não vi, desculpe... _ sussurrava a garota.

_ Não se preocupe, ele também não viu._ repreendi Jacksson que bufava ao meu lado.

_ Desculpe! _ sussurrou mais uma vez e sumiu pelo corredor.

_ Hey dude, não precisava ser tão ignorante com a garota. Você também não a viu!

_ Tá, tá Kellan, depois eu falo com ela. Agora deixando isso de lado, você está lembrado do compromisso de hoje, né?

_ Compromisso? Que compromisso?_ perguntei.

_ Ah, não! Não me diga que esqueceu. Você não lembra? _ perguntou e eu somente neguei._ Cara, que mundo você vive? Hoje tem festa, racha... Gatinhas, grana alta... Gatinhas, bebidas... Gatinhas! _ exclamou voltando a se animar.

Assenti, sorrindo, enquanto o puxava pelo casaco para irmos para o refeitório. Éramos amigos desde que me mudei para a França. Enquanto eu chorava por ter perdido minha mãe, ele tentava me animar, dando a força que meu pai não conseguia dar. Foram os piores momentos da minha vida! Era horrível ver minha mãe definhando em uma cama de hospital e eu não podia fazer nada. Sentia-me impotente e desejando mais que tudo que fosse eu que estivesse no lugar dela. O pior de tudo era não ter ali comigo. Eu sentia tanta falta dela! Ainda hoje me arrependo de não ter voltado logo para vê-la, mas eu estava arrasado demais naquele tempo e tenho certeza que meu pai não me deixaria viajar sozinho com apenas oito anos de idade.

_ Kellan? Kellan! _ Jacksson me tirou dos meus devaneios. _ Acorda, dude! Estou falando com você há um tempão. Não sou tão interessante pra você, gatinho?_ debochou ele enquanto fazia uma pose esquisita e piscava os olhos várias vezes.

_ Desculpe, boneca, mas você não faz o meu tipo!_ falei. Percebemos alguns olhares estranhos e curiosos em nossa direção nos fazendo cair na gargalhada._ Vamos sair daqui antes que comecem a achar que realmente somos um casal! _ exclamei em voz baixa para Jack, que riu mais ainda enquanto seguíamos pelo corredor em direção ao refeitório.



’s POV



_ Ô beleza, perece até paisagem! _ dizia Nay enquanto dava uma olhada pelo estacionamento do campus. Estávamos Mirelly, Nay e eu, sentadas no gramado perto do estacionamento. Esperávamos dar a hora para a próxima aula. Muitos alunos passavam por nós, a maioria homens, que Nay não deixava de analisar, segundo ela, o “caráter” que eles possuíam. Pois é, bem normal!_ Hey, olha só o que vem ali! Esses caras de Engenharia Mecânica possuem um “caráter” melhor que os de Medicina. _ disse ela enquanto dava um tchauzinho para os que passavam por nós. A gente só dava risada do que ela falava.

_ Você tem que parar com isso, Nay! Você já está dividida entre dois, ainda quer aumentar a coleção?_ perguntou Mi.

_ Deixa ela se divertir, Mi. Olhar não mata ninguém! _ falei enquanto ria mais quando a cara de ofendida da Nay rapidamente se transformou em um enorme sorriso._ Ela gosta de iludir os pobres garotos! _ completei.

_ Eu adoro, eu me amarro! _ cantarolou Nay.

Rimos. Nisso o celular de Mi começou a tocar, a fazendo ter um leve susto antes de atender.

_ Oi mãe! Hãm? Aham... Aham, aham... Tá, tá. Tá certo! Tchauzinho, beijo!_ suspirou enquanto guardava o celular. _ Minha mãe quer ir ao shopping mais uma vez. Ela tem que parar de gastar tanto!

_ Deixa a Tia Helô quieta, Mi! Ela tem mesmo que gastar dinheiro._ repreendeu Nay.

_ Mulher, se fosse só pelo dinheiro, tudo bem, mas quando ela está assim querendo comprar é porque ela brigou mais uma vez com o papai. _ respondeu tristemente. _ É sempre assim, eles brigam por besteira, ela sai e compra compulsivamente e quando ela chega em casa eles brigam novamente por ela ter gastado demais.

_ Esquece isso, Mi. Briga de marido e mulher não se mete a colher! _ a confortei.

_ É verdade, Mi. Como dizia Clarisse Lispector, ‘Quando um não quer dois não brigam!’ _ falou Nay enquanto se levantava após ter escutado o sinal tocar. Mi e eu nos entreolhamos com o cenho franzido.

_ Clarisse Lispector falou isso? _ perguntei.

_ Que eu saiba não._ Respondeu Mi. Demos de ombros e seguimos Nay. Depois da aula nos despedimos combinando de nos encontrar no racha mais tarde.



Kellan’s POV



Eu estava verificando minha moto para a competição. Já me encontrava no local marcado. Havia refletores espalhados pelo local. Pessoas testavam suas máquinas ao redor. O som estava alto e garotas de todos os tipos desfilavam e dançavam entre a multidão. Alguns caras se exibiam com seus carros e motos tunados.

Caramba, é hoje que eu não durmo sozinho!_ exclamou Jacksson que olhava ao redor e sorria para as meninas que passavam. Ri dele. Ele nunca vai tomar jeito e juízo.

_ Olha só as gatas que chegaram agora... _ apontou com a cabeça para um Porsche que se aproximava do som, do lado oposto em que estávamos. Dele desceu três morenas lindas, uma delas eu reconhecia de algum lugar.

_ Espera, acho que conheço uma delas._ falei.

_ Qual? A de preto e rosa?_ perguntou, eu somente assenti._ É aquela garota que esbarrei lá na Faculdade hoje. O nome dela é Maria!

_ Uau! Andou investigando é? To vendo que ela te chamou a atenção. _ debochei.

_ Cala a boca! Só queria saber quem é ela pra poder pedir desculpas por ter sido um grosso com ela, ué!_ tentou disfarçar. Eu só conseguia rir._ Ah, quer saber, vou falar com ela agora._ disse enquanto passava a mão pelo cabelo e arrumava a roupa.

_ Vai lá, garanhão. Boa sorte!_ disse em meio as risadas. Enquanto ele ia falar com a garota voltei a verificar a moto.

_ Fala aí, man. Preparado para competir com alguém à altura?_ Luke se aproximou de mim com quatro garotas. Umas delas segurava sua mão.

_ Hey, dude! E aí, vai me apresentar o grande competidor que a partir de hoje será um mero perdedor?_ falei enquanto o abraçava e dava aqueles típicos tapinhas de homens._ Oi, meninas!_ cumprimentei as garotas.

_ Oi!_ responderam juntas.

_ Deixa eu te apresentar: Ananda, Tânia e Samire,_ apontou três loiras parecidas, bonitas, mas um pouco vulgares_ São irmãs._ ta explicado a semelhança física e comportamental!_ E Blair, minha namorada.

_ Prazer meninas.

_ O prazer é todo, todinho nosso! _ falou a garota apontada como Tânia, que me encarava maliciosamente.

_ Hãm... Bom, a competição já vai começar, vai se preparando aí. _ Luke nos tirou da troca de olhares.

_ Er... Então, e o grande competidor, cadê?

_ Relaxa Kellan, você vai conhecer a... quero dizer o grande competidor! _ respondeu. Não sei por que, mas eu senti a ironia._ Falando nele...


Foi aí que eu escutei o barulho de uma moto se aproximando. Só pelo modelo da moto o cara já ganhou o meu respeito. Mas qual não foi o meu espanto ao notar que não era um cara e sim uma garota, e que pelo visto dirigia muito bem já que serpenteava entre as pessoas sem diminuir a velocidade. Eu estava de olhos vidrados nela. Eu não conseguia ver seu rosto coberto pelo capacete, mas só de olhar seu corpo com a calça jeans, jaqueta de couro e botas com saltos enormes despertava o encantamento não só em mim, mas também na ala masculina ao redor. Dava para escutar o burburinho de elogios e perguntas de quem seria a gata misteriosa. Ela foi em direção ao grupinho, onde Jacksson estava conversando animadamente, dando a volta ao redor deles e parou em grande estilo, empinando o pneu traseiro. Eu estava louco para me aproximar aproveitando que Jacksson estava lá, mas Luke me impediu dizendo que estava na hora da corrida. Subi em minha moto e fui em direção ao local da partida, não sem antes receber uma “Boa Sorte!” das meninas. Já estava posicionado quando mais duas motos encostaram ao meu lado. E lá estava a garota misteriosa. Nos preparamos e foi dada a partida. A estrada era perigosa e cheia de curvas. De primeira saí em disparada na frente. Tentava fazer as curvas com o máximo de cuidado. O corredor três foi rapidamente deixado para trás deixando eu e a gata em disputa acirrada. Ela realmente é boa! Estava difícil tirá-la da minha cola. O trecho já estava acabando e eu não daria o gostinho a ela de me vencer. Acelerei ainda mais, forçando a moto a ir mais rápido, coisa que não foi o suficiente já que a garota misteriosa atravessou a linha de chegada primeiro que eu.

Eu nunca tinha perdido!

Retiro o que disse, ela não é boa, ela é ótima.

Estacionei minha moto onde eu estava anteriormente vendo Jacksson se aproximar de mim incrédulo.

_ Man, o que foi isso? Você perdeu pra uma garota?!_ dizia ele.

_ Não enche Jacksson!_ reclamei.

_ É gatinho, não foi dessa vez, mas se quiser consolo, um ombro pra chorar... _ disse Tânia enquanto se pendurava em meu braço.

_ Não, obrigado. Eu estou muito bem._ disse me desvencilhando dela e caminhando decidido em direção à garota misteriosa que acabava de se aproximar das amigas que comemoravam sua vitória. Parei de imediato ao ver a mulher misteriosa abrir a jaqueta mostrando sua regata branca, enquanto descia da moto e tirava o capacete revelando enormes cabelos ondulados com as pontas com uma coloração mais clara. Mas não foi só isso que me paralisou, e sim seu rosto incrivelmente familiar. Não podia ser!

_ ..._ sussurrei, não tão baixo como esperava, já que ela se virou pra mim com um sorriso no rosto que murchava ao tempo em que ela me reconhecia.

_ Kellan?




N/A: Como prometido mais dois capítulos. Espero que gostem. Quero agradecer a Leandra Souza e Caliandra Silva pelos comentários. Obrigada meninas!
Logo tem mais. Apreciem sem moderação!
Até a próxima, beijos da Clessy.







Capítulo 03

’s POV

Senti meu celular vibrar em meu bolso. Já era a décima quinta vez que a Nay me ligava. O racha já tinha começado e eu ainda não tinha chegado. Não que alguma coisa tivesse acontecido ou eu estivesse nervosa, nada disso, só que eu não sei por que, mas queria chegar com estilo.
Não atendi o celular, não iria parar a moto mais uma vez para explicar a Nay que já estava a caminho. As paisagens passavam por mim como um borrão. Eu já conseguia ver as luzes da festa. Luke realmente sabe organizar uma. Estava cheio de gente que eu nem conhecia. Carinhas se achando o máximo com carros do ano, tunados e sons estrondosos. Mulheres com peças mínimas de roupas se exibiam por todo lado, mas como o meu objetivo era ser notada ali, resolvi fazer bonito. Dirigi entre as pessoas sem diminuir a velocidade e só parei depois que vi as meninas, dando uma volta ao redor delas e empinando o pneu traseiro. É, eu sei, sou demais. Ta parei!
_ Até que enfim! Onde você estava? _ perguntou Nay histericamente.
_ Calma, to aqui não to?_ respondi levantando a viseira do capacete sem retirá-lo. _ Então, gostaram da minha entrada triunfal?
_ Fechou com a cara do povo, amiga! _ disse Mirelly. _ Haha, principalmente com as irmãs metralhas.
Caímos na gargalhada. Ótimo, consegui o que queria.
Olhei além delas e vi duas pessoas mais perto da gente. Uma eu não conhecia e a outra... Não, não acredito! O que a Maria esta fazendo aqui? Ela percebeu minha cara incrédula e me lançou um sorriso sem graça. Olhei para as meninas esperando que elas me explicassem.
_ Nem olhe pra mim, pergunta pra Nay. _ Mi deu de ombros. Olhei para Nay.
_ Que? Ela precisava se divertir um pouco, ué!_ falou naturalmente_ Ah, deixa eu te apresentar: Jacksson essa é a , nossa Best friend forever e esse é o Jacksson, nosso novo amigo e futuro Love da Maria. _ Nay completou descaradamente fazendo a Maria ficar ainda mais constrangida, Jacksson ficar com um enorme sorriso e eu e as meninas cairmos na gargalhada. A Nay com certeza não tem filtro, fala tudo o que der na telha.
_ Bom, se depender de mim... _ Jacksson deixou a frase no ar enquanto abraçava Maria pelos ombros que abaixou a cabeça para não mostrar seu rosto mais vermelho do que estava antes, se é que é possível. Eu e as meninas soltamos um corinho de “Uhmmm” e rimos de novo.
_ A-acho que esta na hora do racha, . _ gaguejou Maria, ainda sem olhar pra gente.
_ Bom, vou indo nessa!_ disse enquanto dava partida na moto. _ Desejem-me sorte.
_ Boa sorte, garota, você vai precisar. _ falou Jacksson. O olhei sem entender e ele deu de ombros.
_ Que precisar o que?! Vai lá e arrasa amiga! _ incentivou-me Mi.
_ É, mostra quem manda aqui. _ acrescentou Nay. Ri. Adoro minhas amigas.
_ Vou ganhar por vocês!_ mandei um beijo pra eles e fui me posicionar no local da partida. Não olhei meus adversários, eles adoram debochar porque eu sou mulher, então nem dei importância. Concentrei-me somente na corrida. Não demorou muito e foi dada a largada.
Deixei que me ultrapassassem só pra deixá-los um pouquinho contentes. Não foi preciso me esforçar para deixar para trás um dos corredores. Só mais um e eu venceria. Não vou dizer que estava fácil ultrapassá-lo porque não estava. O cara realmente era bom, mas eu sou melhor! Sem mais delongas o ultrapassei rapidamente ganhando mais uma vez o racha. Levantei meus braços comemorando. As pessoas aplaudiam e outras, homens principalmente, me olhavam incrédulas. Diminui a velocidade indo ao encontro das meninas. Jacksson já não estava com elas. Abri minha jaqueta enquanto descia da moto e coloquei o capacete em cima da moto. Me virei sorrindo para as garotas que ainda comemoravam.
_ Parabéns, amiga! _ disseram juntas enquanto me davam um abraço coletivo.
_ Obrigada. _ agradeci me soltando do abraço delas.
_ ..._ alguém sussurrou atrás de mim. Me virei para ver quem era. Olhei o homem que me olhava assustado. Eu o conhecia de algum lugar, mas... Foi aí que olhei seus olhos, olhos esse que eu nunca esqueci. Ah, meu Deus!
_ Kellan?
Eu o olhava paralisada. Kellan estava muito diferente. Havia se tornado um homem lindo. Continuava loiro e agora possuía músculos e uma barba por fazer. Estava alto e... Forte!
_ Você mudou muito!_ disse ele enquanto ainda nos encarávamos.
_ Você também. Está mais... _ lindo! _ alto!_ completei rapidamente antes que dissesse besteira. Ficamos um tempo nos encarando sem saber o que falar. Eu ainda estava muito surpresa.
_ Vocês se conhecem? _ perguntou Jacksson nos tirando daquele clima estranho. O agradeci mentalmente.
_ Sim, nós somos amigos de infância. _ respondeu Kellan alienadamente ainda me olhando. Desviei o olhar ao lembrar que ainda estava magoada com ele por ter me esquecido tão rápido.
_ Nããããão?! Então você é a... _ exclamou Jacksson incrédulo.
_ É! _ Kellan respondeu rapidamente sem deixá-lo terminar a frase.
_ AI. MEU. DEUS! Você é o... _ Nay já ia falar besteira, mas a Mi foi mais rápida tampando a boca dela.
_ Er... Bom, acho que a gente tem que ir agora._ falei pausadamente ainda sem encarar Kellan.
_ Mas já? _ Nay disse depois de ter retirado rapidamente a mão de Mi de sua boca. _ Mas a gente nem aproveitou direito. _ falou tristemente.
_ Mas nós precisamos ir. Lembra que a gente tem que resolver umas coisas? _ Mi tentou contornar as coisas.
_ O que? _ perguntou Nay confusa.
_ Aquelas coisa. _ tentei ajudar.
_ Que coisas? _ mas Nay não colaborava.
_ Aquelas coisas que precisamos resolver logo, talvez você não se lembre, mas precisamos ir, agora! _ dizia Mi entre os dentes, enquanto empurrava a Nay até o carro junto com Maria que ainda deu um sorriso para Jacksson antes de entrar no carro.
_ Será que dá pra me falar que coisas são essas?_ ainda deu pra ouvir a Nay perguntar dentro do carro. Mirelly nem respondeu, só revirou os olhos e deu partida no carro sumindo entre as pessoas. Me virei sem graça para os meninos que ainda olhavam pra mim.
_ Ahm... Eu vou dar uma volta por aí. A gente se vê por aí, ! _ disse Jacksson enquanto me abraçava e me deu um beijo no rosto. Retribui seu abraço. _ Tchauzinho!
Depois que Jacksson saiu, Kellan e eu ficamos em um silêncio desconfortável. Eu tinha várias coisas entaladas em minha garganta, coisas essas que eu não falaria agora por não ser o momento.
_ Bom, eu... já vou indo._ disse rapidamente indo em direção a minha moto. Senti alguém segurar meu pulso. Eu sabia bem quem era, não por sentir o clichê choque elétrico que muitos dizem sentir, e sim por sentir seu toque quente tão confortável pra mim.
_ Espera, . Eu... _ me virei para olhá-lo. Uma vontade imensa de abraçá-lo me invadiu. Olhar seus lindos olhos azuis me fazia tão bem!_ Eu senti sua falta... _ sussurrou enquanto se aproximava mais. Não foi preciso dizer mais nada, de repente já nos abraçávamos fortemente.
_ Eu também senti sua falta, Kellan... _ ele nem imaginava o quanto. Abraçá-lo, tê-lo tão perto de mim, sentir seu perfume não iria me fazer muito bem agora. Eu me conhecia muito bem, eu precisava pensar. Eu precisava sair dali. Me desvencilhei dele. _ Eu... tenho que ir!
Sai de perto dele e subi na moto saindo em disparada. Acelerava feito louca desviando dos carros que passavam por mim. Logo cheguei a meu apartamento fui diretamente para o meu quarto e me joguei na cama me encolhendo em posição fetal. Só aí percebi que eu chorava. Sentia a velha ferida ser escancarada. Eu esperei tanto por ele. Perdi a conta de quantas vezes chorei e perdi o sono porque sentia a sua falta. Mas agora tudo mudou. Enxuguei as lágrimas rapidamente. Eu não sou a mesma, eu cresci e não sou dependente de ninguém. Resolvi tomar um banho e depois ligaria para as meninas. Eu sabia que elas iriam saber o que aconteceu. Deixaria para pensar em Kellan em uma hora em que isso não me machucasse tanto.

N/A.: Olá meninas! Mais um capítulo pra vocês. Muito obrigada pelos comentários, vocês não sabem o quanto isso me fez bem. Obrigada a Lorena Torres, a Edilany, a Caliandra Silva, a 100% Lorys e a Binhablack pelo carinho e consideração. Muito obrigada mesmo meninas. Espero que eu consiga superar a expectativa de vocês. Prometo dar o meu melhor! Antes que eu me esqueça, quero também agradecer a minha beta a Bella Duarte por estar me ajudando nessa empreitada. Muito obrigada, flor!
Até a próxima galerinha do bem!
E aí, que tal uma carona?
Beijos da Clessy. ;)

Capítulo 04


Kellan’s POV


Confuso... É assim que eu estou. Não entendi por que a ficou tão desnorteada e fugiu daquele jeito, mas eu vou descobrir. Procurei Jacksson entre as pessoas, não estava mais com clima para festa. Quando enfim o achei, o avisei que iria embora. Ele ainda tentou me fazer ficar, mas fui irredutível.
Assim que cheguei tomei um banho e comi alguma coisa. Fui pra sala e me joguei no sofá tentando assistir alguma coisa que passava na TV, mas era impossível já que certa garota não saia dos meus pensamentos. Ela está tão diferente, tão... mulher! Linda, simplesmente linda! Por que ela teve aquela reação? Será que não me perdoou por não ter voltado antes? Mas eu fui procurá-la, demorei um pouco, mas eu tentei encontrá-la e fiquei louco quando não a encontrei e soube que ela tinha se mudado. Deus, eu preciso falar com ele, me explicar! Mas onde vou encontrá-la? Como?
Jacksson.
Claro! Por que não pensei antes? Agora ele é amigo delas, poderia muito bem descobrir onde posso encontrar . Mas deixaria isso para amanhã.


’s POV


A campainha tocava insistentemente. Dessa vez não tive tanta dificuldade de ir atender a porta já que eu não tinha bebido ontem. Adivinha quem me perturbava...

_ Amiga como você está? Desculpa por ontem! Pode chorar, desabafar, eu sei, eu sei, não chora, amiga... Não, é melhor chorar mesmo! _ dizia Nay em um tom desesperado enquanto me esmagava em um abraço.
_ Hey Nay, calma, eu estou bem! _ disse enquanto tentava a fazer me soltar.
_ Ah tá? Pensei que você estaria super bad por ter reencontrado o seu grande amor de infância._ disse ela desconfiada.
_ Eu to bem, não se preocupe. Não tenho motivos pra ficar mal. Até porque isso é passado e éramos crianças _ falei. Abracei também a Mi e Maria dando passagem para que entrassem em meu apartamento.
_ Então, já que você está bem que tal irmos a uma festinha aproveitar o que não aproveitamos ontem?_ indagou Mirelly. Nay e eu a olhamos chocadas. Me virei para Nay com os olhos arregalados.
_ Nay você deu alguma coisa pra ele? _ perguntei voltando a analisar Mirelly.
_ Que eu saiba não... ou dei? _ respondeu confusa.
_ Ai gente, o que é que tem uma festinha de vez em quando? _ respondeu-nos Maria. Aí o choque foi maior.
_ Certo, tem certeza que você não deu nada pra elas, Nay? _ perguntei novamente _ Ou vocês andaram fumando por aí?
_ Será que fora abduzidas por ET’s e eles fizeram uma lavagem cerebral nelas? _ perguntou Nay espantada.
_ Chatas! _ rimos. _ Não sou tão nerd assim tá legal?_ disse Mi enquanto tentava segurar o riso.
_ Bom, você nem tanto, mas a Maria... _ deixei a frase no ar. Ela mostrou a língua e rimos de novo.
_ Vamos fazer assim, vocês buscam as coisas de vocês, passamos o dia assistindo filmes comendo brigadeiro e a noite nós vamos para uma boate e dançamos o resto da noite._ planejei.
_ E ela ainda diz que não ta na fossa! _ debochou Nay enquanto saiam do apartamento não sem antes eu lhe lançar uma almofada em sua direção. _ Ai sua chata! _ tentou me acertar de volta. As meninas só riam.
_ Vai logo!

E nossa tarde foi assim, filmes de comédia romântica, onde escutávamos vários “Own” de uma Nay super emocionada, e consumindo várias besteiras, sem esquecer o brigadeiro. Mais tarde começamos a nos arrumar para sairmos. Depois de uma Mirelly indecisa sobre que roupa vestir, uma Nay concentrada em arrumar o cabelo e uma Maria envergonhada pelos nossos elogios em vestir um vestido, fomos para Atal boate. Escolhi um vestido curto azul petróleo, já que a Mi se recusava em me deixar ir de moto, e uma sandália de salto 15, coisa que nunca deixo de lado e coloquei minha jaqueta de couro. Fomos todas no carro de Mi. Nay foi o caminho inteiro reclamando que ainda não tinha ganhado seu carro. Ela sonha desde o ensino médio com um Jipe, não sei porque.
A entrada da boate estava lotada. As meninas na hora desanimaram, mesmo assim consegui as fazer descer.

_ Acho melhor a gente ir pra outro lugar_ disse Maria.
_ Também acho, que tal um pub? _ acrescentou Mi.
_ Claro que não, vamos ficar aqui mesmo! _ falei.
_ Tá louca, mulher? Eu que não vou enfrentar essa fila quilométrica! _ Nay me repreendeu.
_ Que enfrentar fila o que?! Só me sigam. _ falei e comecei a ir em direção a porta. Enquanto passávamos alguns caras assobiavam, outros diziam que a fila começava lá trás, mas eu nem liguei. Quando chegamos perto da porta um segurança grandalhão se aproximou de nós.
_ Nomes? _ perguntou.
_ Magalhães, Karlla, Felix e Gomes. _ respondi. O segurança nos lançou um sorriso e tirou a travinha da porta.
_ Podem entrar. Sejam bem-vindas, garotas. _ falou e nos deixou entrar. Deixei que as meninas passassem primeiro e depois me virei para o segurança.
_ Valeu Bob! _ dei um toque em sua mão.
_ Sempre a dispor, ! _ ri e fui entrando quando as irmãs metralhas chegaram querendo entrar também. Eu e as meninas nos viramos querendo ver o que acontecia. Bob perguntou o nomes e elas prontamente responderam com enormes sorrisos nos rostos. _ Desculpem senhoritas, mas o nome de vocês não consta na lista de convidados Vips, vão ter que enfrentar a fila.

Nós seguramos o riso até entrar na boate, mas ainda foi possível escutar as pessoas rindo lá fora. A boate já estava cheia, a música tocava alta, pessoas dançavam animadas e outras já se agarravam pelos cantos. Subimos diretamente  para a área vip. Tinha poucas pessoas ali, era mais confortável, tinham mesas espalhadas e alguns pufs em certos cantos. Escolhemos uma mesa e nos sentamos. Logo um garçom veio nos atender.

_ O que vão querer?
_ Vodca, pra todas! _ respondi. Maria ainda tentou protestar dizendo que queria uma Coca-cola, mas não deixamos. Alguns minutos depois nosso pedido chegou.
_ Eu vou dançar, vamos?_ perguntou Mi.
_ Eu vou! _ respondeu Maria virando de uma vez o copo de vodca sendo seguida por Mirelly que fez a mesma coisa e desceram as escadas indo para a pista de dança.
Nay e eu nos entreolhamos desconfiadas.
_ Tá legal, elas devem mesmo estar fumando baseado por aí! Cadê a Mirelly responsável e a Maria certinha? Ah, meu Deus! Só pode ser o apocalíptico! _ exclamou Nay espantada. Eu tentei ficar séria e interpretar a personagem espantada, mas eu não consegui.
_ É apocalipse! Deixa elas se divertirem. Fazer o que, andar com a gente dá nisso! _ falei. Continuamos bebendo, conversando e rindo de algumas besteiras quando a Nay me olhou assustada e segurou o meu braço.
_ Olha, disfarçadamente, para trás de você..._ disse em voz baixa. Fiz o que pediu e dei de uma olhada ao redor parando o olhar em um certo grupo de homens que entrava na área vip. Meu sangue gelou. Só podia ser brincadeira. Kellan, Jacksson e mais dois caras se aproximavam de uma mesa. Rapidamente desviei o olhar para que não me vissem.
_ Merda! Isso só pode ser perseguição! Não olha pra eles, eles podem acabar nos vendo. _ falei enquanto me virava de costas pra eles.
_ Ahm... Tarde demais, amiga. Eles já viram e estão vindo pra cá._ disse disfarçadamente com um sorriso no rosto.
_ Ora, ora, mas que coincidência encontrá-las aqui! _ disse Jacksson animadamente _ Oi meninas!
_ Oi!_ respondemos juntas. Eu encarava Jacksson com medo de desviar os olhos e achar um par de olhos azuis.
_ Deixa eu apresentar, esses são nossos amigos, o Josh e o Lucca. Não deu para apresentá-los ontem já que vocês foram embora cedo._ disse Jackson. Kellan continuava calado. Cumprimentamos os rapazes e não demorou muito para que Nay saísse para dançar com Lucca que não tirava os olhos dela.
Continuamos na mesa bebendo, os meninos conversavam, eu fingia interesse no assunto e Kellan permanecia quieto. Alguns minutos depois naquele clima desconfortável, Maria e Mirelly com sorrisos estampados no rosto. Depois de mais uma apresentação resolvi buscar mais uma bebida pra mim. Levantei e segui até o bar. Logo o barman me questionou qual era o meu pedido.
_ Uma ice, por favor! _ pedi enquanto me escorava no balcão. Esperei minha bebida, tomando um gole assim que ela chegou.
_ Você não vai fugir de novo... _ uma voz rouca falou próximo ao meu ouvido. Eu conhecia aquela voz.
_ Eu não estou fugindo, Kellan. _ respondi ainda sem olhá-lo.
_ Então por que não olha pra mim? _ não respondi. _ Olha pra mim, . _ ele tentou se aproximar mais de mim. _ Por favor...
Virei-me para olhá-lo, o que foi burrice porque ele estava muito próximo, próximo até demais.
_ Já disse que não estou fugindo de você.
_ Olha, eu preciso explicar o que aconteceu anos atrás.
_ Não precisa Kellan! Não quero falar sobre isso e também não é o momento certo._ respondi tentando sair do aperto dele.
_ Não foge de mim! _ me segurou pela cintura me impedindo de sair dali. _ Eu fui atrás de você. Eu sei que demorei, mas eu estava arrasado demais e tenta entender. Quando voltei lá você já tinha se mudado e ninguém sabia pra onde. Me perdoa! _ pediu me olhando tristemente. O olhei sentindo meus olhos marejarem.
_ EU não tenho que te perdoar por nada. Éramos crianças e eu tinha uma grande dependência de você, por isso fiquei tão magoada, mas já passou. _ falei enquanto forçava um sorriso e acariciava seu rosto com a mão. Seu olhar se iluminou e ele abriu um sorriso tão conhecido por mim.
_ Então somos amigos de novo? _ perguntou. Senti um estranho nó na garganta.
_ Sempre seremos. Melhores amigos. _ respondi _ Agora vamos voltar a festa. Quero me divertir!

O resto da festa foi uma porcaria. Logo se formou casais. Jacksson e Maria conversavam. Mirelly e Josh dançavam. Nay e Lucca se pegavam em um dos pufs e Kellan rapidamente desapareceu procurando uma garota pra pegar também. E eu? Bom, continuei na mesa, bebendo sozinha até que em certo momento, cansada daquilo, resolvi extravasar e retribuir os olhares de um cara lindo que me encarava insistentemente. Aí ele se aproximou e os olhares se transformaram em beijos, depois em um amasso quente e a última coisa que eu lembro é de estar o beijando desesperadamente em um quarto desconhecido.

           

N/A.: Olá de novo gente! Quase não consegui postar de novo, a Faculdade tá tomando todo o meu tempo. Dedico esse capítulo, exclusivamente, a BinhaBlack
que foi a única a comentar. Muito obrigada, flor! Agradeço muito pela consideração. Obrigada também a quem leu e não comentou também, mas eu ficaria muito mais feliz se comentassem... rsrsrsrsrsrs. Prometo que a próxima ATT será dupla, ok! E mais uma vez agradeço a minha beta Bella Duarte por estar me ajudando. *-*

Até a próxima!
E aí, que tal uma carona?
Beijos da Clessy!


Capítulo 05


’s POV


Minha cabeça parecia querer explodir. Tudo em mim doía. Tentei abrir os olhos e a claridade praticamente me cegou. Virei para o lado para fugir dela e senti que algo quente me abraçava.
 Ah não!
Abri os olhos e olhei ao redor sem me importar com a dor de cabeça. Foi aí que vi. Tinha um cara do me lado. Só pra confirmar um pensamento meu olhei embaixo do lençol. Ai que droga! Eu só faço burrada. Calma, . FOCO! Tentei levantar sem acordá-lo sem muito sucesso.

_ Hey, gata! Onde você vai? _ perguntou o cara. Como era mesmo o nome dele?

_ Eu tenho que ir. _ respondi enquanto vestia minhas roupas apressadamente.

_ Ah, vai não. Deita aqui. _ falou manhosamente.

_ Não vai dar, tenho mesmo que ir. Tchau er...

_ Kyle, meu nome é Kyle Lahote, mas pode me chamar de amor! _ ri junto com ele _ Deixa que eu pelo menos te leve em casa?

_ Não precisa, eu pego um taxi. _ respondi.

_ E um café da manhã?

_ Quem sabe outro dia, e para de insistir. Tchau! _ respondi mais uma vez. Até que ele é legal, mas... Deixa pra lá!
Sai de lá antes que ele insistisse com mais alguma coisa. Não foi difícil achar um taxi e logo cheguei em casa. Tomei um banho e um remédio para dor de cabeça e caí na cama voltando a dormir. Só acordei no dia seguinte e morrendo de fome. Liguei para as meninas estranhando o fato de não terem aparecido aqui logo cedo. Apesar de ser segunda-feira não tínhamos aula até quarta-feira por motivos que não fiz questão de saber. Logo elas apareceram em minha casa e apesar das caras de sono e ressaca, possuíam enormes sorrisos nos rostos.

_ Hiii, pelo visto a noite de sábado foi ótima para vocês... _ indaguei. Não foi preciso mais nada. Elas desandaram a falar o que aconteceu com cada uma. A Nay ainda queria contar os detalhes sórdidos que preferimos não saber. Ainda contei o que aconteceu comigo, mas não tão detalhadamente quanto a Nay, claro.


Kellan’s POV


Segunda-feira. Sem aula e nada para fazer. Tédio total. Eu e os caras já tínhamos cansado de jogar vídeo game.

_ Chega! Vamos fazer alguma coisa antes que eu peça pra me internarem por preferir estar na Faculdade estudando. _ se exaltou Jacksson levando-nos a rir de suas besteiras. _ E se nós fizéssemos um churrasco bem brasileiro.

_ Legal, poderíamos chamar as meninas _ se animou Lucca.

_ Ta aí, gostei. Vou comprar cervejas e comida. _ disse Josh já se levantando e pegando a chave do carro e a carteira saindo logo em seguida.

_ Beleza, Lucca arruma essa bagunça e dá um jeito na churrasqueira, Kellan procura umas músicas animadas e eu ligo para as meninas. _ falou Jacksson.

Fomos fazer o que ele pediu e logo estava tudo pronto, só esperávamos as meninas chegarem. Seria muito bom passar um tempo a mais com . Ainda sentia muita falta da minha pequena.
Minutos depois elas chegaram e logo os meninos correram para agarrar suas respectivas garotas. Olhei que ria dos casaizinhos melosos.

_ Não vai me abraçar também? _ perguntei me aproximando dela.

_Uhm, me deixa pensar se você merece... _ falou enquanto colocava a mão no queixo e fazia uma cara de pensativa. _ É, talvez você mereça. _ respondeu por fim. Aproximei-me ainda mais dela passando meus braços ao redor de sua cintura e senti seus braços em meu pescoço. Ficamos assim por um tempinho aproveitando a presença um do outro. Nos separamos e depois dei um beijo em sua testa.
Logo começamos a beber e tirar brincadeiras jogando uns aos outros na piscina. Por sorte e eu ainda estávamos conseguindo escapar deles.

_ Vem logo, Kellan! Para de enrolar, amor. _ só podia ser o Jacksson.

_ Já disse pra não falar muito alto, Love. Eles vão acabar descobrindo o nosso lance! _ contra- ataquei. Os outros só riam das nossas palhaçadas. Me virei para que estava atrás de mim sentada na espreguiçadeira. _ Não vai entrar na piscina também?

_ Talvez depois. _ me respondeu sorrindo. Dei de ombros e tirei a camisa andando lentamente até a beira da piscina me jogando nele logo depois. Quando emergi e olhei ao redor as meninas olhavam assustadas para a porta da cozinha. Olhei para onde a estava sentada, mas nem sinal dela.

_ O que aconteceu? Cadê a ? _ perguntei para Mirelly que estava mais próxima de mim.

_ Eu não sei, de repente ela fez uma cara de assustada, ficou branca feito papel e correu para dentro. _ me respondeu. Sai da piscina pegando uma toalha tentando me enxugar enquanto ia atrás dela.

_ ? Cadê você? _ chamei em voz alta, mas não obtive resposta. Comecei a procurá-la nos cômodos da casa até chegar ao banheiro e escutar soluços vindos de lá. _ ? Ta tudo bem? _ a reposta demorou um pouco para vir.

_ Sim... Não se preocupe. Pode voltar. _ respondeu-me com a voz abafada.

_ Tem certeza?_ insisti.

_ Tenho, não se preocupe. _ tentou garantir. Mesmo sem muito acreditar resolvi deixá-la sozinha. Voltei lá para fora encontrando o pessoal aflito querendo saber o que aconteceu.

_ E aí? _ perguntou Nay.

_ Ela pediu para não se preocupar. Disse que está tudo bem. Acho que quer ficar sozinha. _ respondi.

_ Certo, algo aconteceu. Vamos lá! _ falou Nay. Mirelly a impediu de ir.

_ Claro que não, Nay. odeia que a interrompam nesses momentos dela. _ respondeu Mirelly. _ Vamos continuar aqui como se nada tivesse acontecido. Sei que ela se sentirá muito melhor se não ficarmos perguntando se ela está bem o tempo todo. _ acrescentou.

_ A Mirelly tem razão. Vamos deixá-la respirar um pouco sozinha. _ concordou Maria. Certo, agora eu realmente fiquei preocupado.


Capítulo 06



’s POV




Sem ar. Era assim que eu me sentia. Tudo estava bem até Kellan tirar a camisa. E não, eu não estava assim por vê-lo sem ela e sim pela figura tatuada em suas costas. Era ela, a nossa árvore!
Aquela que sempre nos encontrávamos quando criança. Como se não bastasse ainda tatuou:


“O meu sorriso é tão feliz contigo...”.


Eu me lembro vagamente dessas palavras que foram ditas por mim no dia que nos vimos pela última vez. Eu chorava descontroladamente. Um sentimento se apossou de mim. Não era um sentimento ruim. Eu me sentia bem, bem por saber que ele se lembrou de mim, bem por ainda ser importante para alguém. Muitos acham que isso é besteira, mas pra mim não é. Eu valorizo cada gota de carinho que recebo, já que há muito tempo não recebo o que preciso.

_ ? Tá tudo bem?_ me assustei com a voz de Kellan do outro lado da porta do banheiro. Tentei enxugar as lágrimas rapidamente e me concentrei em controlar a voz para não transparecer que eu estava chorando.

_ Sim... Não se preocupe. Pode voltar. _ respondi. Me aproximei mais da porta encostando minha cabeça nela.

_ Tem certeza? _ insistiu. Prendi a respiração ao ouvir sua voz mais de perto. Involuntariamente fechei meus olhos.

_ Tenho, não se preocupe. _ tentei garantir. Não escutei mais sua voz, só o som de seus passos se afastando. Permaneci naquela posição tentando organizar meus pensamentos. Não é possível que aquela paixão de infância ainda permaneça viva em mim. Me recuso a pensar nisso. Determinada a esquecer de meus devaneios fui até a pia e lavei meu rosto no intuito de deixá-lo apresentável. Respirando fundo voltei lá pra fora.
O clima estava meio tenso, mas vi as meninas tentarem disfarçar inventando algum assunto para conversarem. Sentei-me de volta na espreguiçadeira como se nada tivesse acontecido. Eu sabia que as meninas não perguntariam nada. Elas me conhecem bem demais para saber que perguntas naquele momento me irritariam ao extremo. A tarde passou tranquila, claro que eu tentava me segurar para não dar uma olhada na tatuagem de Kellan, me sentia insegura em fazer isso... Tinha medo de olhar e voltar a ter aquela mesma avalanche de sentimentos e ele acabar descobrindo. A última coisa que eu queria era desmanchar uma amizade tão bonita que acabava se refazer como a nossa.
Os meninos continuavam a brincar na piscina e as meninas, que se diziam cansadas, permaneceram comigo conversando assuntos banais, leia-se HOMENS. Nada de interessante...

_ Galera, _ levantei chamando a atenção de todos e peguei minhas coisas_ eu já vou indo. Tá ficando tarde e eu tô cansada.

_ Ah, não ! Fica, já já você vai... _ suplicava Nay.

_ Não dá, o que eu mais quero agora é dormir. _ respondi reforçando meu argumento com uma cara cansada, o que parece ter dado certo já que eles não insistiram tanto.

_ Então deixa eu te levar. Eu vi que você veio junto com as meninas, então... _ disse Kellan. Eu já ia dizer que não precisava que pegava um taxi, mas a Mirelly foi mais rápida.

_ Claro que ela deixa. Pode levar essa desmancha prazer que abandona as amigas num lindo de sol para ir para casa dormir! _ eles começaram a rir do drama que Mirelly estava fazendo. Revirei os olhos, mas também deixei escapar uma risadinha no final.

_ Então, vamos? _ perguntou Kellan. O olhei e assenti logo depois me despedindo do pessoal e segui para frente da garagem para esperá-lo trocar de roupa e tirar o carro. A vida é tão irônica! Você tem um amigo de infância, quase um amor platônico e de repente não o vê por um longo tempo. Acabava seguindo sua vida e ele simplesmente volta e você descobre que talvez aquele quase amor platônico também tenha voltado. Só pode ser sacanagem!
Escutei uma buzina atrás de mim e virei vendo Kellan em seu Audi preto me esperando com um sorriso no rosto. Corri para o ouro lado do carro abrindo a porta e sentando-me o banco do passageiro. Não olhei para Kellan fingindo estar muito concentrada em colocar o maldito cinto.

_ Er... Eu não sei onde você mora. _ falou encabulado.

_ Ah... Certo, er... _ falei o endereço rapidamente e continuei a não olhá-lo, mirando meus olhos na paisagem que passava por nós enquanto ele dirigia. Para não deixar um silêncio muito desconfortável, Kellan ligou o som do carro fazendo a música Far away _ Nickelback,
preenchesse o carro. Olhei-o rapidamente o vendo cantarolar alguns pedaços da música.

_ Não sabia que tinha mudado seu gosto musical. _ falei com um sorriso aparecendo aos poucos em meu rosto.

_ Tem muitas coisas que mudaram...  inclusive você! _ respondeu me olhando discretamente. O meu sorriso logo retraiu. _ Você não parece mais a minha doce menininha...

Sua voz parecia triste e seca ao mesmo tempo. Sinceramente não gostei do que ele falou. O que? Ele achava que eu continuaria aquela menina idiota que deixava os outros pisarem e depois ia chorar no colo dele? Por um momento não falei nada, somente voltei a olhar pela janela percebendo que já tínhamos chegado. Esperei o carro parar, tirei o cinto e me virei para ele que me encarava.

_ Acontece Kellan que as pessoas crescem... _abri rapidamente a porta sem dar a chance de ele me impedir de sair. Quando já estava fora do carro fechei a porta e o olhei mais uma vez. _ Valeu pela carona.

Vendo-o continuar paralisado como se estivesse analisando as minhas palavras, fui embora sem olhar mais para trás.



N/a.: Olá gente! Como prometido trouxe dois capítulos quentinhos para vocês. E aviso: as provocações entre eles vão começar! Obrigada meninas pelos comentários. Estou muitíssimo feliz por vocês estarem gostando. Falta pouco para eles ficarem juntos, ainda é preciso que eles caiam na real sobre os sentimentos deles... Bom, já falei demais!
E aí, que tal um carona?
Até a próxima!
Beijos da Clessy.

19 comentários:

  1. Finalmente uma fanfic Team Kellan |o| eu amei esse comecinho tão fofinhoooo, ansiosa por mais, até !

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  2. gente, uma fic com o gostoso do kellan. aaahhh... continua...

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  3. Amei!!! Vc está de parabéns.
    Assim como disse no grupo do face.
    Não vejo a hora de ler os proximos.
    Amei a ideia da historia, os personagens.
    Queria muito ler uma com o kellan.
    Estarei aqui aguardando os proximos capitulos.
    Beijos da Lorys. :-)

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  4. To amando. Posta mais..

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  5. tó vendo que essa fic vai ter o que falar... competições de racha? já todo vendo tudo.

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  6. Como vc para nessa parte?
    Quer me matar de curiosidade?
    Amando d+
    Aguardando os proximos.
    Bjooos da Lorys :-)

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  7. Omg, fic está demais!! *o*
    Estou amandooo a estória, tudo está escrito maravilhosamente bem e com certeza estarei acompanhando!!
    Esses dois ainda darão muito o que falar.
    Amandoooooo demais,demais!!!
    Bjinhosssss!!!

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  8. Own, a amizade entre esses dois é tão forte que nem mesmo o tempo, a distância ou a mágoa poderá quebrar. Eles se amam demais e isso está mais do que evidente quando estão próximos um do outro. u.u
    Amandoooo demais, demais!!!
    Bjinhosss!!!

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  9. O.M.G.
    Continua por favor!!!!!!!!! Eu já me viciei nessa fic...
    Você escreve muito bem!
    E a história tão fofa mas com o tempo foi os distanciando, mas ai você nos dá essa ultramegapower surpresa e eles se encontram mostrando que nada supera o Amor independente da forma dele ou do tempo.
    Bejus Nina

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  10. AAAAH GOD!
    Olha a PP fazendo besteira, como assim?
    Kellan vai ter um concorrente é?
    E quando a PP e ele vão começar a se pegar pfvrrr essa ideia de melhores amigos não cola para mim kkk.
    Aguardando os próximos capítulos, bjs!

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  11. Estou gostando muito da forma como escreve, sou sinceramente apaixonada pelo Kellan e aqui você o retrata de uma forma legal, gostosa de ler. Espero que não demore muito a atualizar, poque eu sou mega ansiosa. Obrigada por postar uma fic com o Kellan, raridade hoje em dia. Beijo

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  12. Até q enfim, mais fics com o Kellan!!! Tô adorando, não demora pra att!!! Bjs!!!

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  13. Sabia que quando conversassem o clima tenso entre eles se dissiparia, mas ainda é cedo para falar algo, nossos pombinhos voltaram a se ver agora, e tenho para mim que essa amizade logo se transforma em algo mais. Eles já sentem algo um pelo outro, apenas fingem não saber. Só quero ver até quando conseguirão se manter afastados...
    Adorandoooo demais, demais!!!
    Bjinhosss!!!!

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  14. Clessiane Magalhães13 de julho de 2013 às 14:44

    Olá gente! Fico muito feliz que vocês estão gostando. Fico radiante só de ver os comentários de vocês. O que tenho a dizer é que em breve, muito breve mesmo, nosso Lutz e a PP ficaram juntos e vou logo adiantando, com muito fogo! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Beijos da Clessy e até logo!

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  15. Sua fic é muito boa, muito mesmo. Você escreve bem a história é muito boa, fio sempre esperando por mais. Espero que atualize logo, estou ansiosa pelo próximo cap. *--*

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  16. Ai deus. Eu estou sendo muito má. Rsrs está otima, linda. Bj

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  17. Esses dois se amam e ainda não se tocaram disso. :\
    Ain, que fofo, Kellan tatuou a árvore deles e a última frase... omg, morri!!! Que lindoooo!!!
    Mas pelo visto não será fácil para Kellan e a PP se aproximarem, o orgulho deles é gritante. ¬¬
    Adorandooooo demais, demais!!!!
    Bjinhosssss!!!

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  18. Sem duvidas essa é a minha fic preferida, que coisa mais fofa ele ter tatuado a arvore nas costas. Flor att logo ok? Não nos deixe curiosa para saber o que vai rolar nos próximos capitulos, bjos

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